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PODER NAS PODER NAS ORGANIZAÇÕES ORGANIZAÇÕES Capítulo 12 Capítulo 12 Maria das Graças Torres da Maria das Graças Torres da Paz Paz Maria do Carmo Fernandes Maria do Carmo Fernandes Martins Martins Elaine Rabelo Neiva Elaine Rabelo Neiva

PODER NAS ORGANIZAÇÕES Capítulo 12 Maria das Graças Torres da Paz Maria do Carmo Fernandes Martins Elaine Rabelo Neiva

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PODER NAS PODER NAS ORGANIZAÇÕESORGANIZAÇÕES

Capítulo 12Capítulo 12Maria das Graças Torres da Maria das Graças Torres da

PazPazMaria do Carmo Fernandes Maria do Carmo Fernandes

MartinsMartinsElaine Rabelo NeivaElaine Rabelo Neiva

Antonio Virgilio B.

BastosUFBa

Objetivos & Objetivos & ConteúdoConteúdo

O aluno deverá ser capaz de:• Discutir o conceito de poder e

sua aplicação ao contexto organizacional;

• Estabelecer as inter conexões entre os poderes individual, grupal e organizacional;

• Dominar conceitos que subsidiam a análise do poder nas organizações;

• Compreender a dinâmica de poder nas organizações e seus impactos sobre resultados e processos de mudança.

• Relacionar poder e cultura organizacionais

Principais marcos teóricos dos estudos de poder;

Poder organizacional: Coalizões, sistemas de influência, bases e configurações;

Poder grupal e individual e jogos políticos;

Poder como elemento componente da cultura organizacional.

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“Toda coletividade humana abriga diferenças e exige mediações para manter a convivência - isso

envolve processos de controle, articulação, arbitragem e deliberação. Sem uma disciplina

mínima, nenhuma coletividade humana funciona”.

Teoria das trocas sociais: comportamento social é uma troca de bens materiais e não materiais e de símbolos de aprovação ou prestígio. Curso normal da vida cotidiana: as pessoas tentam influenciar e controlar o comportamento das outrasAlgo pervasivo na vida organizacional: Se aplica a indivíduos, grupos, equipes, organizações e países

PONTO DE PARTIDAPONTO DE PARTIDA

PARTE IPARTE I

QUESTÕES QUESTÕES CONCEITUAISCONCEITUAISE TEÓRICASE TEÓRICAS

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CONCEPÇÕES DE PODERCONCEPÇÕES DE PODERSociologia, Ciência Política, História, Antropologia e

Psicologia.

PODER

Processo de disputa

Mobilizador de instituições sociais

PolíticaPolítica

Expressão da Natureza Humana

Força do DesejoForça do Desejo

Força que impulsiona o homem

SegurançaSegurança

Fenômeno típico das sociedades

RelaçãoRelação

Forma de inviabilizar a Entropia

SobrevivênciaSobrevivência

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PERSPECTIVAS SOBRE O PERSPECTIVAS SOBRE O PODERPODER

--

Repressão, Manipulação e DominaçãoImposição da vontade de uns perante outros;Estimulação, tensão e luta permanente;Reprodução de uma dominação de classe;Manutenção e reprodução das relações econômicas: Relações desiguais de exploração do trabalho pelo capital.

Há um conotação construtiva:O grupo dominante não tem garantia de manutenção de poder;Poder relativo: Capacidade de influenciar que todos os indivíduos tem.Depende do uso

++

PODER

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Capacidade que A A tem de influir no comportamento de BB, de modo que B B faça algo que de outra maneira não realizaria

É a capacidade de intervir sobre a vontade dos agentes sociais ou sobre os seus interesses. É termo social - caracteriza uma relação / interação mais do que um atributo da pessoa à qual se aplica. Não é uma posse UNILATERAL. Envolve uma dupla relação: dominação - sujeiçãodominação - sujeição; mando - obediênciamando - obediência.Existe sempre um CONTRAPODERExiste sempre um CONTRAPODER: capacidade de resistir

PODER : PODER : UM CONCEITO INICIALUM CONCEITO INICIAL

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Algumas distinções Algumas distinções conceituaisconceituais

PODER x INFLUÊNCIAPODER x INFLUÊNCIA: Duas vertentes para lidar com Duas vertentes para lidar com

os conceitos de os conceitos de Primeira: a vertente americana - há uma diferença sutil mas importante

PODER: capacidade de ... Potencial de INFLUÊNCIA: transação ... O exercício do poder ... Poder em ação

Segunda: são capacidades de interferir no curso dos acontecimentos sociais.

O mando na esfera POLÍTICA e A influência na esfera SIMBÓLICA.

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PODER x INFLUÊNCIA PODER x INFLUÊNCIA PODER - MANDOPODER - MANDO Ter a capacidade de decidir e de obter a docilidade de outrem, de ditar ordens e de vê-las cumpridas.Opera com meios físicos para obter apoios e obediência - imposiçãoFaculdade de resistir e de sabotar

Retrata o confronto entre forças sociaisenvolve sujeição e rebelião

INFLUÊNCIAINFLUÊNCIA: Induzir outrem a fazer o que nos convém ou nos parece correto,sem que haja o uso da forçaCapacidade para inculcar idéias, transmitir propósitos, incutir aspirações, inspirar valores,induzir opiniões

consentimento persuasão e convencimento

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Autoridade também é exercício de poder porém possui LEGITIMIDADE e está INSTITUCIONALIZADA

Há o reconhecimento do direito de tomar decisões e de fazê-las cumprir. Há o consentimento dos subordinados

LEGITIMIDADE: “é legítimo o ato ou a situação política que está conforme com determinadas

crenças. É avaliado como certo e adequado pelos agentes sociais”. Não se confunde com LEGALIDADE.

PODER x AUTORIDADEPODER x AUTORIDADE

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TRADIÇÃO: (estruturas feudais; formas primitivas de organização)

Fundamentos estão nos costumes e convenções. Envolve relações particulares de confiança

RACIONAL - LEGAL: há a crença na validade de um estatuto legal

Fundamentos estão nas regras instituídas racionalmente, nas formalidades, nos procedimentos técnicos.Nas organizações burocráticas, modernas: nomeação, qualificação por títulos, promoções na carreira

CARISMA: ou ‘dom divino’ dos líderes: induz à devoção dos seguidores

Base: veneração, imensa confiança depositada nas qualidadesEnvolve relações místicas entre líderes e adeptos

BASES DA AUTORIDADEBASES DA AUTORIDADE(Weber)(Weber)

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A LiderançaA Liderança requer compatibilidade de metas entre A A e B. B. O PoderO Poder requer dependência de B (quanto maior B (quanto maior a dependência maior o poder) a dependência maior o poder) A LiderançaA Liderança está centrada em estilos de pessoas. O O PoderPoder está centrado em táticas de pessoas e grupos para conseguir obediênciaA liderança transcende ao cargo ou a posições formais na organização. Não necessita de institucionalização.

A força do líder reside na sua capacidade de convencer seguidores e de catalisar anseios.

A Liderança não pode ser DELEGADA (é uma relação)não consegue obediência de forma compulsória, através do mandonão lança mão do poder nem dispõe originalmente dele (mas pode usar).

PODER & LIDERANÇAPODER & LIDERANÇA

PARTE IIPARTE II

PRINCIPAIS MARCOS PRINCIPAIS MARCOS TEÓRICOSTEÓRICOS

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1. Um fenômeno causal – jogo de soma zero1. Um fenômeno causal – jogo de soma zero

2. Estratégias de exercício do poder2. Estratégias de exercício do poder

Hobbes (1651)

Lucke(1980)

Hume Marx Dahal Bacharach &

Baratz

Maquiavel (1513)

Foucault(1979)

• Alguém induz outrem a fazer algo que não faria – vínculo Causal. Uma parte ganha /outra perde – ´soma zero´• Fontes de recursos nas arenas – espaços de luta pelo poder

• Análise das estratégias de exercício e manutenção do poder• Poder envolve uma rede capilarizada.

DUAS GRANDES VERTENTESDUAS GRANDES VERTENTES

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VERTENTE 1VERTENTE 1

Hobbes – Poder estatalDesejo incessante de poder - conjunto dos meios que são empregados para obter uma aparente vantagem futura;

Estado natural é a guerra de todos contra todos – daí a necessidade de um poder maior (o estado) que subjuga a todos.

Hume – Noção de regularidade, causalidade

Destaca o poder como fator desencadeador /causal. Há um iniciador que detém o poder.

Russel – Noção de intencionalidadePoder: produção de efeitos intencionais envolvendo dois atores.

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VERTENTE 1VERTENTE 1

Dahl – destaque para a intencionalidadePoder é a extensão da capacidade de

influenciar outros a executar “algo”Bachrach e Baratz – o poder não se limita à tomada de decisão

Há duas faces do poder: • Não tomada de decisão • No contexto de criação e reforçamento de valores

políticos. Luke – noção básica: interesse

“A” influencia /afeta “B” de modo significativo.A exerce poder sobre B quando afeta de um modo contrário aos interesses de B

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VERTENTE IIVERTENTE II

Maquiavel Focaliza o exercício e manutenção do poder – o movimento das pessoas no interior das redes de influência.Poder não é algo que se TEM e sim algo que se EXERCE.Caráter auto-regulador: só o poder limita o poderPrecursor do estudo empírico das estratégias políticas no âmbito da sociedade e do estado;

Foucault – algo que atravessa todo o corpo social

Análise capitalizada de poder – não se limita ao estado;Permeia relações, produz coisas, induz ao prazer, forma saber e produz discurso;Constrói uma prática discursiva que legitima as práticas sociais;Uma relação de poder não aprisiona – há sempre a possibilidade de resistência.

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PODER NA PSICOLOGIA SOCIALPODER NA PSICOLOGIA SOCIAL

Teoria da Troca ou Dependência.

Thibaut e Kelly (1959)Relacionamentos estabelecidos entre os membros de um grupo, em parte, são caracterizados como poder e dependência

Teoria da Troca French e Raven (1959)

Explora as bases fundamentais do poder – que recursos as pessoas podem utilizar para exercer influência.

coerção, posição, informação, recompensa, referência, conhecimento

DUAS PROPOSIÇÕES TEÓRICASDUAS PROPOSIÇÕES TEÓRICAS

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Teoria da troca e dependênciaTeoria da troca e dependência(Thibaut e Kelly)(Thibaut e Kelly)

Interações sociais são afetadas pelos resultados geram que são analisados em termos de custos e recompensas

O indivíduo ajusta o seu comportamento a fim de manter melhores resultados e evitar os piores.Avaliação é influenciada:

• pela percepção que se tem se os resultados são dependentes dos indivíduos ou de fatores ocasionais, imponderáveis.

Dois conceitos:CL (nível de comparação): padrão subjetivo que serve de parâmetro para a avaliaçãoCLALT (nível de comparação por alternativas):julgamento da conveniência ou não de cessar a interação

PODER:PODER: significa capacidade de influir nos resultados obtidos por outrem em uma relação social.

PARTE IIIPARTE III

PODER PODER ORGANIZACIONALORGANIZACIONAL

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PODER E A ORGANIZAÇÃOPODER E A ORGANIZAÇÃO

As organizações: Fenômenos complexos e diferenciados.Inseridas em um campo de interesses múltiplos e divergentes o que envolve atender a necessidades individuais e transformá-las em ações organizacionais.Para sua sobrevivência exige-se conciliar metas e visões, muitas vezes divergentes. Isso implica em acordo, barganha, negociação.São fenômenos multinível

Organizacional

Individual

GrupalPODER

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PODER ORGANIZACIONAL PODER ORGANIZACIONAL TEORIA DE MINTZBERG TEORIA DE MINTZBERG

Características gerais:As estruturas organizacionais estão em estado de equilíbrio dinâmico.Busca explicar o comportamento organizacional a partir das dinâmicas de jogos de poder, intensidade de uso das bases do poder e dos sistemas de influência;Contempla múltiplas dimensões do poder:

• Níveis Individual e Coletivo• Externo e Interno• Intra e Entre Grupos;

Comportamento Organizacional: visto como um Jogo de Poder envolvendo vários JOGADORES (Influenciadores) que buscam controlar as ações organizacionais

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PODER ORGANIZACIONAL PODER ORGANIZACIONAL TEORIA DE MINTZBERG TEORIA DE MINTZBERG

Elementos básicos: Jogadores - Influenciadores

Pertencentes ou não a estrutura organizacional, têm a intenção de exercer influência nos resultados organizacionais. Usam meios e sistemas de influência – Autoridade, Ideologia, Especialidade/Perícia e Política para controlar as decisões nas organizações. Análise organizacional implica em: identificar os influenciadores, suas necessidades e capacidade de exercer o poder para atender suas necessidades.

PODER COMO FORÇA MOBILIZADORA /CAPACIDADE DE AFETAR RESULTADOS

ORGANIZACIONAIS

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GRUPOS DE TRABALHO: baseados em diferenças departamentais, diferenças

entre atividades de um departamento ou prescritas pela hierarquia organizacional

GRUPOS DE INTERESSES: os atores estão conscientes de que partilham objetivos

comuns que vão além da simples interdependência com relação às suas condutas no trabalho

COALIZÕES: grupos de interesses comprometidos em atingir

determinado objetivo comum. Envolve junção de um ou mais grupos contra outros grupos de interesses.

GRUPOS CRÍTICOS NAS GRUPOS CRÍTICOS NAS ORGANIZAÇÕES ORGANIZAÇÕES

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COALIZÕESCOALIZÕES

EXTERNASDiferentes grupos:

ProprietáriosAssociados (fornecedores, clientes, parceiros, competidores)Associações (de empregados, profissionais)Públicos (famílias, líderes, movimentos, governo)Conselho Diretor (formal)

INTERNASMembros da organização estão distribuídos em diferentes níveis hierárquicos – Executam jogos de poder com o objetivo de aumentar a força na Coalização internaUsam diferentes sistemas de influência que afetam o fluxo do poder.

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COALIZÕES EXTERNASCOALIZÕES EXTERNASPROPRIETÁRIO:

Criam a estrutura inicial e capitalizam – esperam retorno do investimento.Muitas estruturas de propriedade – pessoal, institucional, dispersa (acionistas), corporativa.

• QUANTO MAIS ENVOLVIDOS E MAIS CONCENTRADA A PROPRIEDADE, MAIOR A INFLUÊNCIA DA COALIZAÇÃO EXTERNA.

ASSOCIADOS:Sindicatos e Associações profissionaisVoltam-se para o exercício do contra-poder e se apóiam em uma ação coletiva.Se ocupam mais das condições de trabalho e remuneração do que com a missão e resultados (diferenciando-se dos clientes)

PÚBLICO:É o influenciador externo mais afastado da organização.Há diferentes tipos de públicos.

• Guardiões do interesse público (jornais, igrejas, famílias)• Governo (autoridade legítima da sociedade).• Grupos de interesses especial (entidades científicas)

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COALIZÕES EXTERNASCOALIZÕES EXTERNASDOMINADORA: poucos influenciadores que agem em conjunto – exercem o poder diretamentePASSIVA: influenciadores potenciais e se submetem à coalização internaDIVIDIDA: muitos influenciadores com demandas conflitantes. Pode provocar divisão nas CI

Usam normas sociaisCriam restrições legaisCampanhas de pressãoControle diretoIndicação de membros do conselho diretor

Como Como agemagem

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COALIZÕES INTERNASCOALIZÕES INTERNAS

Utilizam quatro diferentes sistemas de influência:

Sistema de Autoridade – Sistema formal da organização – Subsistema de Controle de Pessoal e Controle Burocrático;Sistema Ideológico – baseado nas tradições, símbolos, crenças, mitos; busca a lealdade e a coesão, sem mecanismos formais de controle;Sistema de Especialistas – Dominadores de conhecimento que se diferenciam na cadeia administrativa – controle de funções críticas, trabalhos complexos vitais para a organização;Sistema Político – Está à disposição de qualquer jogador. Subversão dos interesses organizacionais em individuais ou grupais.

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DIFERENTES COALIZÕES DIFERENTES COALIZÕES INTERNASINTERNAS

CI Personalizada ou BurocráticaPredomina o sistema de autoridade

CI IdeológicaO sistema ideológico é dominante

CI ProfissionalO sistema de especialista é o mais utilizado

CI PolitizadaPredomina o sistema político

Autoridade Ideológico Especialista Político

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Condicionantes de Condicionantes de coalizõescoalizões

Quantidade de recursos (conhecimento e tecnologia): maior escassez maior a chance de surgirem coalizões;Grau de controle sobre os recursos (grupos críticos têm menor chance)Relação com o ambiente: trabalhadores de ponta detém mais poder Linhas de comunicação: existência de canais diminui a chance Capacidade de retaliação: visibilidade torna possível retaliação de outras coalizões

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COALIZÕES INTERNASCOALIZÕES INTERNAS

Os influenciadores estão atentos aos seguintes sistemas de metas:

Sobrevivência – fundamental em qualquer sistema - cumprir a missão.Eficiência – otimizar a relação entre custos e benefícios (econômica e socialmente).Controle – a busca do controle do ambiente externo;Crescimento – também meta primária na sociedade atual.

Outras metas: ideológica (missão), formais (impostas por influenciadores com poder), pessoais compartilhadas (consenso tácito entre membros)

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DINÂMICA INTERNADINÂMICA INTERNA

Autoridade Ideológico Especialista Político

Sobrevivência Eficiência Controle Crescimento

Sistemas de InfluênciaSistemas de Influência

Sistemas de MetasSistemas de Metas

Estabilidade / Homeostase do sistema

Desagrega o sistema de metas

Produzem e influenciam ritmo e intensidade das mudançasProduzem e influenciam ritmo e intensidade das mudanças

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Controle de RecursosControle de Recursos – – os insumos básicos ($, materiais, tecnologia, pessoal, apoio de clientes ou da comunidade) Quanto menos depender de um influenciador, mais

autônoma a organizaçãoCompetência e Habilidade TécnicaCompetência e Habilidade Técnica – detida pelos ‘especialistas’ Os especialistas detém maior autonomia – quanto mais

crítica a especialidade, mais escassa no mercado e mais difícil de ser substituída, maior o poder.

Corpo de ConhecimentoCorpo de Conhecimento – controle de controle de informaçõesinformações Acesso e uso de informações que são relevantes para o

desenvolvimento das atividades e tomada de decisãoPrerrogativas legaisPrerrogativas legais – a base legal que especifica a base legal que especifica direitos e deveres da organização e dos seus membrosdireitos e deveres da organização e dos seus membros Concentra-se nos detentores do poder formal (chefias). Mas

existe o poder informal.Acesso Acesso – acesso pessoal a grupos poderosos que acesso pessoal a grupos poderosos que controlam outras bases de poder na organizaçãocontrolam outras bases de poder na organização

BASES DE PODERBASES DE PODER

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CONFIGURAÇÕES DE PODERCONFIGURAÇÕES DE PODER

COALIZÕESCOALIZÕESINTERNAS E EXTERNASINTERNAS E EXTERNAS

SISTEMAS DESISTEMAS DEINFLUÊNCIAINFLUÊNCIA

AS BASES DO PODERAS BASES DO PODER

SISTEMA DESISTEMA DEMETASMETAS Configurações de poder

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AS CONFIGURAÇÕES DE PODERAS CONFIGURAÇÕES DE PODER

ARENA ARENA POLÍTICAPOLÍTICA

SISTEMA SISTEMA AUTÔNOMOAUTÔNOMO

MERITOCRACIAMERITOCRACIA

MISSIONÁRIAMISSIONÁRIA

INSTRUMENTOINSTRUMENTO

AUTOCRACIAAUTOCRACIA

PODERPODER

O poder é concentrado em um único influenciadorO poder é concentrado em um único influenciador:define e maximiza as metas que devem ser perseguidas.define e maximiza as metas que devem ser perseguidas.

CE passiva + CI personalizada = AUTOCRACIACE passiva + CI personalizada = AUTOCRACIAOrganizações pequenas, jovens, em ambientes simples ou que

vivem situação de crise e que têm líderes fortesQUEM INFLUENCIA: CEO

A organização serve de instrumento para o alcance dos A organização serve de instrumento para o alcance dos objetivos do influenciador ou pelo grupo de objetivos do influenciador ou pelo grupo de

influenciadores dominantes de fora da organização.influenciadores dominantes de fora da organização.CE dominadora + CI burocrática = INSTRUMENTOCE dominadora + CI burocrática = INSTRUMENTO

A hierarquia é rígida – o poder flui de fora para dentroRelação de troca (calculativa)

Não há espaço para jogos políticosQUEM INFLUENCIA: indivíduo ou grupo externo

Influenciador mais poderoso é a ideologia. Toda a dinâmicaInfluenciador mais poderoso é a ideologia. Toda a dinâmicaé centrada na missãoé centrada na missão

CE passiva + CI ideológica = MISSIONÁRIACE passiva + CI ideológica = MISSIONÁRIAOrganização busca o envolvimento, a identificação dos membros.

Socialização e doutrinação levam à participação.Líderes carismáticos exercem influênciaQUEM INFLUENCIA: Crenças ou ideologia

Especialistas são o coração do sistema. São os mais fortesEspecialistas são o coração do sistema. São os mais fortesinfluenciadores internosinfluenciadores internos

CE passiva + CI profissional = MERITOCRACIACE passiva + CI profissional = MERITOCRACIAEspecialistas em muitas áreas torna o poder mais fluido, sistema

de autoridade mais fraco – chefias são impotentes diante dosespecialistas.

Objetivos da organização podem ser deslocados por objetivos pessoais dos especialistas

QUEM INFLUENCIA: Especialistas

Influenciadores são os próprios membros, principalmente osInfluenciadores são os próprios membros, principalmente osseus administradores. Trabalham com sistemas de metas.seus administradores. Trabalham com sistemas de metas.CE passiva + CI burocrática = SISTEMA AUTÔNOMOCE passiva + CI burocrática = SISTEMA AUTÔNOMO

Organizações com estruturas hierárquicas achatadas e flexível.Convive mais facilmente com as diversidades – mais abertas

QUEM INFLUENCIA: Administradores (gerentes, analistas)

Típica da organização em crise – Atividade política aumentada Típica da organização em crise – Atividade política aumentada e diminuição das forças de integração.e diminuição das forças de integração.

CE dividida + CI politizada = ARENA POLÍTICACE dividida + CI politizada = ARENA POLÍTICAPredomina o conflito . Se prolongados podem levar à destruição.

A política se sobrepõe à habilidade e à competência.O sistema de metas fica fluido e instável.Todos os jogos políticos são utilizados.

QUEM INFLUENCIA: Vários

PARTE IVPARTE IV

PODER PODER GRUPALGRUPAL

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OS GRUPOS NAS OS GRUPOS NAS ORGANIZAÇÕESORGANIZAÇÕES

Importância dos grupos para a organização:Divide tarefas e distribui o trabalho;Gerencia e controla atividades;Soluciona problemas e toma decisões;Alimenta a rede de informações;Angaria idéias e sugestões;Testa e ratifica decisões;Encoraja o compromisso e o envolvimento;Coordena as atividades;Negocia e resolve conflitos

Para os membros da organização:Satisfaz as necessidades sociais e de afiliação;Contribui para a formação do autoconceito no trabalho;Auxilia e apóia o alcance de alguns objetivos particulares

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ESTÁGIOS DO PODER GRUPALESTÁGIOS DO PODER GRUPAL

PERSONALISTAConhecimento dos membros;Estabelecimento de identidade pessoal; Discussão de objetivos e formas de funcionamento;Individualismo mais acentuado; Necessidade de estruturação de normas e regras.

BUROCRÁTICOEstágio de crescimento – conflito e tempestadeForte agenda pessoal; muita hostilidade interpessoalÉ necessário despersonalização do poder;Transferência do poder para o sistema de regras.

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ESTÁGIOS DO PODER GRUPALESTÁGIOS DO PODER GRUPAL

COLETIVISTANormativo – a fase da coesão grupal;Identificação dos membros com o grupo;Fortalecimento do poder do grupo O sistema de poder migra do sistema de regras para o coletivo. Esse poder coletivo gera uma normalidade de funcionamento

CÍVICOFase de maturidade - desempenho;Sensatamente produtivo;Desenvolvimento de estratégias de análise e crítica;Admissão da fabilidade do grupo;Estabelecimento de direitos e deveres;Compromisso com a cidadania

PARTE VPARTE V

PODER PODER INDIVIDUALINDIVIDUAL

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O PODER DAS PESSOASO PODER DAS PESSOAS

Influência Pessoal;“ possibilidade de induzir força” (Lewin)“ O poder de A sobre B, com respeito a uma opinião dada, será igual à força máxima com a qual A pode induzir B, menos a força máxima de resistência que B pode mobilizar no sentido oposto”

Função de Características Pessoais;Relação entre poder percebido socialmente e a percepção de ser influenciado;Estilos de Caráter.

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OS ESTILOS DE CARÁTEROS ESTILOS DE CARÁTER(Gabriel, 1999)(Gabriel, 1999)

INDIVIDUALISTAINDIVIDUALISTACÍVICOCÍVICO

INDIVIDUALISTAINDIVIDUALISTAHERÓICOHERÓICO COLETIVISTACOLETIVISTA

OBSSESSIVOOBSSESSIVO

NARCISISTANARCISISTA

EstilosEstilosCaráterCaráter

Para entender a organização é necessário saber quem são os influenciadores e que necessidades possuem para serem atendidas

Sentimento de onipotência e grandeza;Sentimento de onipotência e grandeza;Comportamentos manifestos são voltados quase que Comportamentos manifestos são voltados quase que

exclusivamente para o bem estar pessoal;exclusivamente para o bem estar pessoal;Comportamento fusional com a organização do tipo filial.Comportamento fusional com a organização do tipo filial.N

arci

sist

a

Membros perfeccionistasMembros perfeccionistasFuncionamento baseado no controle de regras e normas;Funcionamento baseado no controle de regras e normas;

Impessoalidade e distância emocional;Impessoalidade e distância emocional;Burocracia representa conforto e segurança.Burocracia representa conforto e segurança.O

bsse

ssiv

a

Organização vivenciada como grupo perfeito;Organização vivenciada como grupo perfeito;Imperfeições atribuídas aos que estão fora da Imperfeições atribuídas aos que estão fora da

organização;organização;Comportamentos manifestos de lealdade, dependência Comportamentos manifestos de lealdade, dependência

e corporação;Intolerabilidade das individualidades.e corporação;Intolerabilidade das individualidades.Cole

tivi

sta

Membros funcionam sem descanso;Membros funcionam sem descanso;Buscam sempre novos desafios e apogeu;Buscam sempre novos desafios e apogeu;

Realização é a grande motivação dos membros;Realização é a grande motivação dos membros;Forte necessidade de reconhecimento;Forte necessidade de reconhecimento;

Percepção da organização como propiciadora das Percepção da organização como propiciadora das realizações pessoais dos membros.realizações pessoais dos membros.In

divi

dual

ista

Her

óico

Compromisso com a cidadania;Compromisso com a cidadania;Clareza dos limites eu-outro;Clareza dos limites eu-outro;

Preocupação com prosperidade e bem-comum;Preocupação com prosperidade e bem-comum;Boa convivência com a diversidade e adversidade;Boa convivência com a diversidade e adversidade;Realização e sucesso estão em vigilância para nãoRealização e sucesso estão em vigilância para não

se desconectarem do nexo das obrigações e se desconectarem do nexo das obrigações e direitos sociais.direitos sociais.

Indi

vidu

alis

taCí

vico

PARTE VIPARTE VI

JOGOS POLÍTICOSJOGOS POLÍTICOS

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JOGOS POLÍTICOSJOGOS POLÍTICOS

PREMISSA DA TEORIA:“O comportamento organizacional é um jogo de poder no qual vários jogadores, chamados influenciadores, tentam controlar as ações e as decisões da organização.”Usam a ´voz´ - buscam dominar as bases do poder para utilizá-las em jogos para atender suas necessidades.

Para isso é preciso:Controlar uma base de poder.Investir energia pessoal.Agir de maneira politicamente hábil.

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JOGOS POLÍTICOSJOGOS POLÍTICOS

Constituem mecanismos concretos, a partir dos quais as pessoas estruturam e regulam suas relações de poder, ao mesmo tempo em que garantem sua liberdade de ação.

Regulamentam as relações humanas – permitem conciliar liberdade e restrição, tanto na sociedade, quanto na organização.

Parecem desestruturados - são guiados por um conjunto de regras explicitas ou implícitas.

Alguns deles são claros, outros nem tanto. As regras:

definem posições, os canais de ação;restringem as categorias de ações e decisões aceitáveis;aprovam algumas espécies de movimentos (como trocas, persuasão, engano, mentira e ameaças), e desaprovam outras por serem ilegais, imorais, grosseiras ou inapropriadas

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Jogos de resistência à Jogos de resistência à autoridadeautoridade

Jogos para Jogos para derrotar rivaisderrotar rivais

Jogos para construir Jogos para construir bases de poderbases de poder

Jogos para efetivar Jogos para efetivar mudançasmudanças

TIPOS DE JOGOS POLÍTICOSTIPOS DE JOGOS POLÍTICOS

Jogos Jogos para conter a para conter a resistência à resistência à autoridadeautoridade

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Características dos jogosCaracterísticas dos jogos

Rebeldia ou ResistênciaOposição à mudança – buscam tornar a ação pendente, atrasá-la, distorcê-la. Podem ser sutis (indivíduos ou pequenos grupos) ou agressivos (movimentos de massa).Contrapartida: os gerentes ampliam o controle – jogos de contra-resistênciaDesencadeia uma espiral de conflitos – ´combater fogo com fogo´As partes lançam mão de meios políticos e ilegítimos- influência política, informações, persuasão, trocas etc.

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Características dos jogosCaracterísticas dos jogos

Para construir as bases do poder (6)Patrocínio Patrocínio – troca com alguém superior para obter algum benefício. Aliança Aliança – contratos implícitos entre partes para ampliar sua base de poderConstrução de impérioConstrução de império – jogo individual, voltado para ampliar o número de subordinados e subunidades (ampliar posições)OrçamentoOrçamento – ampliar recursos financeiros para sua área Perícia ou especializaçãoPerícia ou especialização – ostentar conhecimentoDomínio Domínio – uso da autoridade e poder para subjugar subordinados.

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Características dos jogosCaracterísticas dos jogos

Para derrotar rivais (2)Linha X Staff Linha X Staff – um conflito clássico de poder (poder formal e informal).

• Busca derrotar – ganhador / perdedor• O objetivo é controlar as escolhas e decisões

Campos rivais Campos rivais – dois jogadores ou grupos estão claramente um contra o outro, não existindo trégua.

• Lutas intensas ocupam a organização• É jogado em situações de mudança – quando

há troca de missão.• Pode não ter vencedores - ´a guerra continua

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Características dos jogosCaracterísticas dos jogosPara efetivar mudanças (3)

Candidatos estratégicos Candidatos estratégicos – indivíduo ou grupo quer implantar uma mudança utilizando o sistema formal – escolhem um candidato estratégico

• Candidato deve assumir papel de líder• Grupos de poder se aproximam do candidato, definem

valores que devem orientar a ação – oferecem apoio Denúncia Denúncia – rápido e planejado – secreto e anônimo.

• Aponta para um influenciador externo algo que considera estar ameaçando a organização

““Jovens turcos”Jovens turcos” – a intenção e promover uma mudança muito profunda – todo o poder legítimo é questionado.

• Pode ser caracterizado como rebelião ou revolução• Realizado por pessoas de altos postos, grupos incrustados.

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Jogos nas configurações de Jogos nas configurações de poderpoder

Configurações

Jogos

AUTOCRÁTICAAUTOCRÁTICA Quase não há espaço para jogos políticos. Mais comum ´patrocínio´

MISSIONÁRIASMISSIONÁRIASQuase não há espaço para jogos políticos. ´Domínio´ é o jogo mais utilizado – todos os membros são dominados pela ideologia

INSTRUMENTOINSTRUMENTOTambém evita jogos políticos pois evita baraganha e negociação. Domínio é o mais comum. Gerências jogam ´construção de império´ e ´orçamento´

MERITOCRÁTICAMERITOCRÁTICACom coalizões internas politizadas, ocorrem todos os jogos. Mais frequente: ´especialização´

SISTEMA SISTEMA AUTÔNOMOAUTÔNOMO

Com coalizões internas politizadas, ocorrem todos os jogos. Menos frequente: ´oposição´

ARENA POLÍTICAARENA POLÍTICAAmbiente altamente propício a todos os tipos de jogos. Com crise intensa, ´jovens turcos´ é intensamente utilizado.

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Poder e CuturaPoder e CuturaSistema de poderCentros específicos a partir dos quais o mando é exercidoRegula interesses sociais internos e externos ao produzir decisões que buscam disciplinar pessoas

Entidade políticaEnvolvem relações de poder – uma arena em que se defrontam diferentes forças sociais

Universo simbólicoPadrões culturais que são inculcados e praticados pelos agentes sociais.Expressa representações mentais e gera mensagens cognitivas para manter a coesão necessária

Agência ideológicaEnvolvem relações de saber – um palco em que se elaboram e difundem discursos ou mensagens

Antonio Virgilio B.

BastosUFBa

RELAÇÕES ENTRE PODER E CULTURA

Elementos da Cultura

Valores – princípios orientadores da vida organizacionalRitos – dramatização dos valores e regrasMitos – codificam e organizam percepções, sentimentos e ações

Influenciam comportamentos, delimitam espaços, fortalecem Influenciam comportamentos, delimitam espaços, fortalecem estruturasestruturas

SÃO INSTRUMENTOS DE PODERINVISÍVELINVISÍVEL

Antonio Virgilio B.

BastosUFBa

Outra vez, os objetivos Outra vez, os objetivos desta Unidade ...desta Unidade ...

O aluno deve ser capaz de:Discutir o conceito de poder e sua aplicação ao contexto organizacional;Estabelecer as inter conexões entre os poderes individual, grupal e organizacional;Dominar conceitos que subsidiam a análise do poder nas organizações;Compreender a dinâmica de poder nas organizações e seus impactos sobre resultados e processos de mudança.Relacionar poder e cultura organizacionais.