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MANAUS, DOMINGO, 15 DE FEVEREIRO DE 2015 [email protected] Estádio de Borba pronto O de Manacapuru... Enquanto o Nacional Borbense tem “sua casa” preparada para o Campeonato Amazonense. Princesa e Operário aguardam término das obras no estádio Gilberto Mestrinho. A partir deste domingo, Pódio apresenta uma série de reportagens sobre os estádios do Barezão 2015 Pódio E4 e E5 DIEGO JANATÃ DIVULGAÇÃO

Pódio - 15 de fevereiro de 2015

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 15 DE FEVEREIRO DE 2015 [email protected]

Estádio de Borba

pronto

O deManacapuru...Enquanto o Nacional Borbense tem “sua casa” preparada para o Campeonato Amazonense. Princesa e Operário aguardam término das obras no estádio Gilberto Mestrinho. A partir deste domingo, Pódio apresenta uma série de reportagens sobre os estádios do Barezão 2015 Pódio E4 e E5

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E2 MANAUS, DOMINGO, 15 DE FEVEREIRO DE 2015

A gente vai lutar o tempo todo, vai correr o tempo todo, tudo dentro de uma or-ganização, tudo dentro de um pa-drão que se trabalha no dia a dia

Aos 33 anos de ida-de, o ex-jogador de futebol profissional Zé Marco e agora

técnico foi o escolhido para comandar o Princesa do So-limões nesta temporada. O rondoniense de Rolim de Moura chega ao Tubarão do Norte para ter sua segunda experiência como treinador na carreira. Ano passado, ele comandou o Atlético-AC no Campeonato Brasileiro da Série D.

Com idade inferior a al-guns jogadores do elenco alvirrubro – como o atacante Nando, por exemplo – Zé Marco começou o novo de-safi o da carreira com o pé direito: uma vitória diante do São Raimundo-RR pela primeira fase da Copa Verde. Ao PÓDIO, o comandante do Princesa explica um pouco mais sobre o trabalho que pretende fazer no Tubarão do Norte em 2015.

PÓDIO – Você chega de um centro futebolístico que evoluiu bastante nos últimos anos, principal-mente com as boas cam-panhas do Rio Branco na Série C. Como é voltar ao futebol amazonense, mas desta vez como técnico?

Zé Marco – E um desafi o que eu encaro com alegria. A gente sabe da evolução que o Princesa teve nos últimos anos, inclusive a nível nacio-nal pelo que fez no Brasileiro, na Copa do Brasil. É um clube que tem chegado nos últimos anos a disputa de fi nais do Campeonato Amazonense. Então, a gente encara com alegria, como um passo a frente na minha carreira, por conta das competições que o Princesa tem para disputar: Copa Verde, Copa do Brasil, campeonato Estadual. Isso é muito desafi ador para mim como treinador, principal-mente por estar iniciando, mas sempre gostei de de-safi os e não vou fugir deles em momento algum.

PÓDIO – Quais as aspira-ções do Princesa no Cam-peonato Amazonense?

ZM – Nós temos os obje-tivos traçados que é passar de fase na Copa Verde, na Copa do Brasil e o princi-pal objetivo é a disputa do título amazonense, mas em momento algum nós vamos abrir mão dessa ou daquela competição, por isso a gen-

te tem montado um grupo forte, um elenco de qua-lidade. Não vamos pensar um passo a frente antes de dar o primeiro.

PÓDIO – Avaliando o elenco que você tem em mãos, quais os pontos po-sitivos e os negativos?

ZM – A gente procurou montar um elenco com a ca-racterística de marcar forte e sair em velocidade. É isso que a gente tem procurado passar no dia a dia para os atletas, que sem a bola ninguém tem cadeira cativa, todos vão correr, todos vão marcar, todos vão ter sua função defi nida dentro de campo. Como quando rou-barmos a bola todos tem total liberdade de jogar, se divertir e ir em busca do gol adversário em todo mo-mento. Procuramos montar o elenco com essas caracterís-ticas. Estamos em evolução, sabemos que prontos nunca estaremos, mas acredito que estamos no caminho certo e temos possibilidade sim, nas três competições que temos pela frente.

PÓDIO – Qual o esquema que você costuma montar suas equipes?

ZM – Na verdade a gente procura estar variando na própria partida. Diante do Manaus, por exemplo, nós en-tramos no 4-2-3-1 no primei-ro tempo. No segundo nós voltamos no 4-4-2. No fi nal da partida nós mudamos o nosso posicionamento para o 4-2-4. Nós vamos trabalhar com vários sistemas para nos precaver o máximo possí-vel. Essa questão de variação de esquema vai muito do que está acontecendo na partida. Se você está ganhando dá para usar um 4-4-2, se es-tiver precisando vencer usa um 4-3-3. Então, a gente não tem um único esquema defi nido. Vamos procurar es-tar estudando os adversários jogo a jogo para iniciar da melhor maneira possível.

PÓDIO – Mesmo sem ter comandado a equipe den-tro de casa, você sente falta de poder jogar no Gilbertão?

ZM – Com certeza. Na verdade, eu estou sentindo falta do Gilbertão desde o momento em que eu acertei com o Princesa. A gente sabia que as obras estavam em andamento, mas de uma for-ma muito lenta. É a casa do Princesa, é onde o Princesa

se sente bem, é mais forte, o torcedor gosta de ir para apoiar. É com muita triste-za que a gente encara essa lentidão nas obras. Gostaria de deixar frisado para as autoridades, que elas olhem única e exclusivamente para o futebol amazonense, que num contexto geral o futebol tem muito a ganhar com o Gilbertão. Cria-se uma situa-ção gostosa, uma rivalidade das outras equipes ao virem aqui. Isso é gostoso, é bom, é benéfi co para o futebol profi ssional do Amazonas. É muita coisa que envolve uma partida de futebol. Por exemplo, dentro do Gilbertão lotado o vendedor de água lucra, o vendedor de pipoca, refrigerante, da cervejinha lá fora, do churrasquinho. Então, mexe também com a economia da cidade e isso é importante para todos, no geral, principalmente para essas pessoas que, de re-pente, numa partida de fu-tebol é de onde ela vai tirar o sustento da semana da sua família.

PÓDIO – Para essa tem-porada o Princesa mante-ve alguns atletas do ano passado, trouxe alguns que atuaram com você no Atlético e outros com rodagem no futebol regio-nal. Qual a importância de continuar com jogadores que conhecem o clube?

ZM – A gente não man-teve toda base e não trou-xe todos de fora também por duas situações. Quando se tem uma base há muito tempo junto, tem a questão do entrosamento? Sim, cria. Mas também corre o risco de muitos entrarem numa zona de conforto. E a partir do momento em que você entra numa zona de conforto você já não almeja a titularida-de durante as competições, você leva o trabalho como obrigação e não como prazer, e nós temos que encarar com prazer o que fazemos, porque não tem coisa melhor nesse mundo do que fazer o que amamos. Por isso a gente procurou mesclar e trazer também atletas novos que também estão buscando um lugar ao sol. Nós sabemos o quão o Princesa tem evolu-ído e se tornou grande nos últimos anos, então qualquer atleta hoje almeja chegar no Princesa do Solimões, não só por isso, mas esse ano principalmente pelas competições que tem para disputar. A gente procurou

mesclar para que possamos ser o mais forte possível. Deixamos muito claro que os remanescentes não vão alcançar nada sem os que estão chegando agora e os que estão chegando agora também não alcançam nada sem os remanescentes. Es-tamos procurando criar esse elo de amizade, de família mesmo, para a gente poder realmente estar chorando junto na hora que tiver de chorar, mas sorrir bastante também na hora que tiver de sorrir.

PÓDIO – A estreia no Estadual será contra nin-guém menos que o Operá-rio, rival do Princesa em Manacapuru. O que você espera de uma partida como essa?

ZM – É um clássico local que há muitos anos atrás teve e a gente sabe que os nervos fi cam à fl or da pele, mexe com o torcedor, mexe com o atleta. E aí eu volto a frisar na importância de liberar um estádio, principal-mente onde tem duas equi-pes que disputam o campe-onato de futebol profi ssional do Amazonas. A gente sabe o quanto é difícil fazer fu-tebol aqui, o quanto é caro. O Princesa, por exemplo, se não liberar o Gilbertão, ele vai ter que se deslocar para Manaus, tem hospedagem, alimentação, tem o deslo-camento, tem o desgaste. Então, é uma situação que eu não consigo enxergar aonde traz benefício a não libera-ção do Gilbertão. A gente sabe que no futebol há outros interesses por trás.

PÓDIO – O que o torcedor pode esperar do Princesa para essa temporada?

ZM – Pode esperar um time que trabalha muito, que res-peita muito os adversários, mas que vai ver uma partida de futebol como um prato de comida para a família, que vai se doar, que vai correr e lutar o tempo todo em busca do resultado positivo. Disso eu não abro mão, eu fui as-sim como atleta e não abro mão que meus jogadores sejam assim. A gente vai lutar o tempo todo, vai correr o tempo todo, tudo dentro de uma organização, tudo dentro de um padrão que se trabalha no dia a dia. Mas a fome de ganhar par-tida nós temos na essên-cia da palavra e disso nós não vamos abrir mão em momento algum.

Zé MARCO

Estou sentindo FALTA DO Gilbertão desde O MOMENTO em que acertei COM O PRINCESA

A gente procurou montar um elenco com a carac-terística de marcar forte e sair em velocidade. É isso que a gente tem procurado passar no dia a dia para os atletas, que sem a bola ninguém tem cadeira cativa, todos vão correr, todos vão marcar, todos vão ter sua função defi nida dentro de campo

ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

FOTOS: DIEGO JANATÃ

Nós temos os objetivos traçados que é pas-sar de fase na Copa Verde, na Copa do Brasil e o principal objetivo é a disputa do título amazonen-se, mas em momento algum nós vamos abrir mão dessa ou daquela competição

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E3MANAUS, DOMINGO, 15 DE FEVEREIRO DE 2015

RAÇA FRA

O ‘fator casa’ no BarezãoNa última edição do Campeonato Amazonense, os visitantes se deram bem e venceram a maioria dos jogos do certame. Um dos fatores foi a falta de estádios para a disputados jogos, o que neste ano não será mais um problema

Quando se joga uma partida de futebol dentro dos próprios domínios as chan-

ces de vitória aumentam. Ao menos na teoria. Os moti-vos são os mais diversos. Quem atua dentro de casa é conhecedor do terreno, sabe os atalhos do campo, além de contar com o apoio do torcedor, que incentiva os mandantes e os empurram em busca do triunfo.

Na última semana, antes do duelo contra o Once Cal-das pelo jogo de volta da “pré-Libertadores”, o técnico do Corinthians, Tite, comen-tou sobre o estilo de jogo da equipe em relação ao “fator casa”. O comandante alvine-gro reconheceu que longe de seus domínios, o desempe-nho de qualquer equipe nunca é mesmo e afi rmou que irá trabalhar para que o Timão consiga diminuir o nível des-sa diferença em atuar dentro e fora do Itaquerão.

Curiosamente, o Campeo-nato Amazonense 2014 chu-tou para longe todos os prog-nósticos em relação a jogar

dentro de casa. Os mandantes não se deram tão bem como de costume e perderam mais do que ganharam. Das 59 partidas disputadas na última edição do Barezão, os donos da casa venceram 20 (34%), 16 jogos terminaram empa-tados (27%) e os visitantes triunfaram 23 vezes (39%).

A estatística desfavorável para quem atuou em seus do-mínios pode ter uma explica-ção. Equipes como o Princesa do Solimões e Iranduba tive-ram difi culdades para atuar em casa. O Tubarão do Norte jogou até a penúltima partida do segundo turno no Gilber-tão. Depois disso, o estádio entrou em reforma e a equipe disputou todas as partidas de-cisivas da competição longe da sua torcida. O Iranduba, por sua vez, não entrou em acordo com a prefeitura do município que leva o mesmo nome e mandou suas partidas em lugares diferentes: uma no estádio da Ulbra e três no estádio Valdomiro Gusmão de Aguiar, em Manaquiri.

Pior mandanteSem estádio para jogar e

torcida para apoiar, o Sul América teve o pior aprovei-

tamento do Estadual 2014 atuando em seus domínios. Das cinco partidas realiza-das dentro de casa, ou me-lhor, como mandante, uma vez que o time do bairro da Glória não possui estádio, o Sulão perdeu as cinco.

Por outro lado, Nacional e Princesa fi zeram valer o fator casa. O Leão da Vila Municipal atuou oito vezes como man-dante e ganhou quatro. Já o Tubarão do Norte, mesmo sem atuar no Gilbertão na fase fi nal do certame, conseguiu vencer cinco dos dez duelos que fez como mandante.

IndigestoSe jogar longe de casa pode

ser um problema para a maio-ria das equipes do futebol amazonense, Nacional e Prin-cesa mostraram força longe dos seus domínios. Ambas as equipes fi zeram nove jogos como visitantes e conquis-taram seis vitórias.

Acostumado a atuar sem torcida, o Holanda foi o vi-sitante dos sonhos para to-das as esquadras do Barezão 2015. Com quatro duelos lon-ge de seus domínios, o time itinerário perdeu todas e fez a alegria dos mandantes.

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ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

Atuar no interior nunca foi fácil para as equipes da capital. Além de serem hosti-lizadas pela torcida local, que sempre apoia o time da ci-dade, as viagens quase sem-pre são desgastantes. Para Itacoatiara, por exemplo, os times de Manaus gastam em média quatro horas de estrada. A jornada aumentou ainda mais quando o Na-cional Borbense conquistou

dentro de campo o direito de jogar a primeira divisão do Campeonato Amazonense.

Em seu primeiro ano dis-putando o futebol profi ssio-nal local, os comandados de Róbson Sá surpreenderam e terminaram a competição na quarta posição. O que contribuiu para essa campa-nha foi o fator casa. Atuando no Jabotão, o representante de Borba venceu dois duelos,

empatou três e não perdeu nenhum duelo.

Acostumado a assustar os adversários quando visitam o estádio Floro de Mendonça, o Penarol não fez o dever de casa como devia e não passou da semi fi nal do se-gundo turno. Porém, longe de Itacoatiara, o Leão da Velha Serpa disputou cinco partidas, venceu uma, empatou quatro e não perdeu para ninguém

Invencibilidade sem resultado

Torcida do Princesa do Solimões teve que se deslocar a Manaus para acompanhar o time

Torcida do Nacional durante a fi nal do Campeonato Amazonense contra o Prin-cesa do Solimões, no ano passado

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Mesmo não estan-do com 100% das praças esporti-vas disponíveis

para as primeiras rodadas, o Campeonato Amazonense terá mais estádios em 2015 do que o ano passado. E o me-lhor, quatro deles na capital. Em contrapartida, no interior está quase tudo pronto para receber um certame cada vez mais eclético. Em uma série de quatro matérias, o Pódio apresenta um raio-X dos es-tádios bares. Hoje, um pa-norama do Estádio Gilberto Mestrinho, em Manacapuru e Gerdílson Bentes, de Borba.

Após anos seguidos de “seca”, eis que finalmente, o Barezão 2015 terá ao seu dispor estádios sem que as equipes façam das tripas coração para por seus times em campo. A capital rece-beu três locais novinhos em folha que estão na grade de jogos do campeonato. Além do estádio da Ulbra, Carlos Zamith, Colina e Arena da Amazônia, também servi-rão de palco para o fute-bol local. No interior, quase tudo pronto. Alguns detalhes ainda impedem Manacapuru de receber as partidas. Ita-coatiara e Borba estão só esperando o apito inicial.

Manacapuru e Borba, aliás, têm em seu favor torcidas extremamente fi éis e apai-xonadas. A Princesinha do Solimões (84 km distante de Manaus) se orgulha de ser a única cidade interiorana a ter dois times: Operário e Prin-cesa do Solimões. Um pouco mais distante, a Princesa do Madeira, Borba (a 208km de Manaus) receberá pelo se-gundo ano seguido a série A, tendo como representante o Nacional Borbense, time que

ano passado chegou à honro-sa quarta colocação. Embora ambas as cidades tentarão ver seus times regendo uma espécie de monarquia inte-riorana, apenas Borba pode dizer que já está pronta para receber o cortejo real do Barezão; Manacapuru, deve esperar um pouco mais.

ManacapuruO Estádio Olímpico Gil-

berto Mestrinho, mais co-nhecido como Gilbertão, foi inaugurado em 9 de novem-bro de 1986 com as ilustres presenças do homenageado governador e dos prefeitos Amazonino Mendes de Ma-naus e Paulo Freire de Ma-nacapuru. Na ocasião, o es-tádio teve o custo estimado de 35 milhões de cruzados. Na ocasião, Nacional e um combinado local fi zeram a inauguração empatando em 1 a 1, gols de Helinho e Rildo. Um ano depois, o Prin-cesa do Solimões estrearia no Campeonato Amazonense perdendo para o Rio Negro por 3 a 2, gols de Paçoca para o Tubarão e Tonho(2) e Rildo para o Galo.

Conhecido como um alça-pão, o Gilbertão entrou em reforma no fi nal de 2013. Com uma obra orçada em torno de R$ 4 milhões, sendo reduzida em seguida para pouco mais de R$ 2 mi-lhões, a reforma tinha por objetivo auxiliar a equipe do Princesa do Solimões que, em 2014, teria calendário cheio(Amazonense, Copa do Brasil, Copa Verde e Cam-peonato Brasileiro Série D). Entretanto, a obra atrasou e o time se viu perambulan-do, treinando e mandando os seus jogos fora de Ma-nacapuru, fator que, segundo Raphael Maddy, diretor de futebol do Tubarão, contribu-íram para o baixo rendimento da equipe na Série D.

Times interioranos com casa quase prontaEstádio Gilberto Mestrinho em Manacapuru, que é a casa do Princesa do Solimões e do Operário, deve fi car disponível no segundo turno. O Gerdílson Bentes, em Borba, já está preparado para receber as partidas do Campeonato Amazonense

CÍCERO JRWILLIAN D’ANGELORádio Em Tempo

A falta de um aditivo fi -nanceiro para que a obra seja concluída é o motivo pelo qual o estádio ainda não foi entregue. “Há uma promessa da parte do Go-verno do Estado para que haja um repasse do aditi-vo até a semana que vem. Uma vez que ele sair, o Gilbertão será fi nalizado e entregue; o responsável pela obra afi rmou que, em pouco tempo consegue fi na-lizar.”, afi rmou o presidente da Associação de Cronistas e Locutores do Estado do Amazonas, Eduardo Mon-teiro de Paula. O aditivo previsto é de aproximada-mente R$ 1 milhão.

Com a reforma, o Gilber-

tão ganhou uma excelente drenagem e o tão castiga-do e contestado gramado cedeu lugar à uma grama que suporta não somente a grande carga de jogos como as fortes chuvas frequentes nesta época. A capacidade do estádio e re-fletores foram instalados para que sejam realizados jogos a noite.

Os vestiários estão em excelentes condições e necessitam apenas ter as peças instaladas. O espaço destinado à imprensa ainda está em fase de estrutura-ção e ampliação.

Esperança renovadaCom a promessa de re-

passe do aditivo restante, o público de Manacapuru renova as esperanças de ver seus times mandando jogos importantes em casa. Embora, tenham que se con-tentar em se deslocar a Manaus para acompanhar o Sapão da Terra Preta( Operário) e Tubarão do Nor-te (Princesa do Solimões) nas primeiras rodadas, só a lembrança de poder ver os times da cidade em cam-po já é motivo sufi ciente para provocar euforia. “O Gilbertão é tudo para nós torcedores. É o local onde o povo de Manacapuru inva-de para entoar cânticos de incentivo ao nosso time de guerreiros”, exalta Dinho, lí-

der da Torcida Organizada Tubarão do Norte.

Para Beto Ferreira, pre-sidente do Operário, o re-torno do Gilbertão vai dar um descanso pros campos de Manaus além de signi-fi car menos custos para os clubes da cidade. “Aqui é a nossa casa! Estamos perto do nosso povo e seríamos muito gratos pelo apoio do Governo do Estado. Além do mais, os campos de Ma-naus agradecem, pois com o Gilbertão de volta, tanto Princesa que joga três com-petições e o nosso Operário não terão que mandar seus jogos lá (Manaus), dando um descanso para Zamith e Colina.”, conclui Ferreira.

Aditivo não chegou e obra está paralisada

A capacidade do estádio é de 4 mil expectadores e atualmente não pode receber jogos noturnos. “A expectativa é que ano que vem, o nosso ‘alça-pão’ possa receber jogos pela parte da noite; por enquanto, jogamos no horário vespertino”, diz o técnico Róbson Sá. O gramado está em exce-lentes condições e apto a receber as partidas onde o Camaleão mandará seus jogos. O único ponto des-favorável da grama é que ainda não há drenagem. “A perspectiva é que após o Campeonato Amazonen-se, nós consigamos ins-talar a drenagem”, afirma o treinador do Nacional Borbense. Entretanto, a falta da drenagem não deve prejudicar o anda-mento das partidas, pois, segundo Róbson Sá, as águas da chuva escoam de forma rápida.

Recentemente reforma-do com o apoio da Pre-feitura de Borba, o está-dio foi pintado, teve as arquibancadas retocadas e está com os vestiários em boa condições. O es-paço da imprensa conta com uma cabine nova e que oferece conforto e boa visão do campo Ademais, os alambrados foram reformados e as condições estruturais do estádio oferecem todos os meios para a reali-zação de partidas. Aliás,

já na primeira rodada, o Jabotão receberá o con-fronto entre o time da casa e o São Raimundo e a perspectiva de casa cheia: “Nossa torcida compare-cerá em peso para que possamos, assim como o ano passado, quando começamos com vitória, iniciar nossa temporada com o pé direito”, avisa Róbson Sá.

Orgulho da cidadeQuando questionado so-

bre a importância da praça esportiva para o Nacional Borbense, a resposta foi efusiva: “Muita felicidade! Um espaço esportivo de alta qualidade para que todos possam desfrutar de um bom futebol e conhe-cer os nossos jogadores, além de o povo de Borba ver perfi lando os grandes times do Amazonas. Agra-deço muito ao prefeito de Borba por ter nos auxiliado na reforma.”, conclui o trei-nador do Camaleão.

Pequeno, mas pronto para jogo

Entorno do estádio Gilbero Mestrinho

virou um verdadei-ro depósito de lixo

Se em Manacapuru os jogos sempre atra-em muita gente, em Borba não é diferente. A cidade, tem orgulho do seu time e sem-pre que há jogos do Nacional Borbense no estádio Gerdílson Ben-tes, a Princesa do Ma-deira entra junto com a equipe e incentiva até o último instante. Para isso, o hospitalei-ro povo conta com um estádio pequeno, mas de ótimas condições para que o quatro colo-cado em 2014 mande seus jogos.

HistóriaO Estádio Gerdílson

Bentes também co-nhecido como Jabo-tão foi inaugurado na década de 1990 com o nome Waldemar Duar-te. Passou por uma re-forma e ampliação em 2012 e foi reinaugura-do com o nome atual em homenagem a um notório desportista da cidade morto naquele ano. Filho da tradi-cional família Bentes de Souza, Gerdilson foi professor, vereador e ex-secretário de Es-portes do município de Borba.

Borba é força do Nacional no Barezão

INVICTONo Campeonato Amazonense de 2014, o Nacional Borbense não per-deu nenhum jogo no estádio Jabotão, mostrando a impor-tância do fator casa para a equipe

A expectativa é que ano que vem, o

nosso ‘alçapão’ possa receber jogos pela parte da noite; por enquanto, jogamos

no horário vespertino

Róbson Sá, Téc. Nacional Borbense

Gramado está sendo tratado para

que a bola possar rolar com qualida-

de no Barezão

As arquibanca-das do estádio Gerdílson Bentes são parcialmente cobertas e rece-bram pintura neste início de ano

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Vestiários do Jabotão em boas condições para receber os clubes do Campeonato Ama-zonense

Registro feito pelo buraco do

portão enferruja-do do estádio Gil-

berto Mestrinho

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E4 E5MANAUS, DOMINGO, 15 DE FEVEREIRO DE 2015

Mesmo não estan-do com 100% das praças esporti-vas disponíveis

para as primeiras rodadas, o Campeonato Amazonense terá mais estádios em 2015 do que o ano passado. E o me-lhor, quatro deles na capital. Em contrapartida, no interior está quase tudo pronto para receber um certame cada vez mais eclético. Em uma série de quatro matérias, o Pódio apresenta um raio-X dos es-tádios bares. Hoje, um pa-norama do Estádio Gilberto Mestrinho, em Manacapuru e Gerdílson Bentes, de Borba.

Após anos seguidos de “seca”, eis que finalmente, o Barezão 2015 terá ao seu dispor estádios sem que as equipes façam das tripas coração para por seus times em campo. A capital rece-beu três locais novinhos em folha que estão na grade de jogos do campeonato. Além do estádio da Ulbra, Carlos Zamith, Colina e Arena da Amazônia, também servi-rão de palco para o fute-bol local. No interior, quase tudo pronto. Alguns detalhes ainda impedem Manacapuru de receber as partidas. Ita-coatiara e Borba estão só esperando o apito inicial.

Manacapuru e Borba, aliás, têm em seu favor torcidas extremamente fi éis e apai-xonadas. A Princesinha do Solimões (84 km distante de Manaus) se orgulha de ser a única cidade interiorana a ter dois times: Operário e Prin-cesa do Solimões. Um pouco mais distante, a Princesa do Madeira, Borba (a 208km de Manaus) receberá pelo se-gundo ano seguido a série A, tendo como representante o Nacional Borbense, time que

ano passado chegou à honro-sa quarta colocação. Embora ambas as cidades tentarão ver seus times regendo uma espécie de monarquia inte-riorana, apenas Borba pode dizer que já está pronta para receber o cortejo real do Barezão; Manacapuru, deve esperar um pouco mais.

ManacapuruO Estádio Olímpico Gil-

berto Mestrinho, mais co-nhecido como Gilbertão, foi inaugurado em 9 de novem-bro de 1986 com as ilustres presenças do homenageado governador e dos prefeitos Amazonino Mendes de Ma-naus e Paulo Freire de Ma-nacapuru. Na ocasião, o es-tádio teve o custo estimado de 35 milhões de cruzados. Na ocasião, Nacional e um combinado local fi zeram a inauguração empatando em 1 a 1, gols de Helinho e Rildo. Um ano depois, o Prin-cesa do Solimões estrearia no Campeonato Amazonense perdendo para o Rio Negro por 3 a 2, gols de Paçoca para o Tubarão e Tonho(2) e Rildo para o Galo.

Conhecido como um alça-pão, o Gilbertão entrou em reforma no fi nal de 2013. Com uma obra orçada em torno de R$ 4 milhões, sendo reduzida em seguida para pouco mais de R$ 2 mi-lhões, a reforma tinha por objetivo auxiliar a equipe do Princesa do Solimões que, em 2014, teria calendário cheio(Amazonense, Copa do Brasil, Copa Verde e Cam-peonato Brasileiro Série D). Entretanto, a obra atrasou e o time se viu perambulan-do, treinando e mandando os seus jogos fora de Ma-nacapuru, fator que, segundo Raphael Maddy, diretor de futebol do Tubarão, contribu-íram para o baixo rendimento da equipe na Série D.

Times interioranos com casa quase prontaEstádio Gilberto Mestrinho em Manacapuru, que é a casa do Princesa do Solimões e do Operário, deve fi car disponível no segundo turno. O Gerdílson Bentes, em Borba, já está preparado para receber as partidas do Campeonato Amazonense

CÍCERO JRWILLIAN D’ANGELORádio Em Tempo

A falta de um aditivo fi -nanceiro para que a obra seja concluída é o motivo pelo qual o estádio ainda não foi entregue. “Há uma promessa da parte do Go-verno do Estado para que haja um repasse do aditi-vo até a semana que vem. Uma vez que ele sair, o Gilbertão será fi nalizado e entregue; o responsável pela obra afi rmou que, em pouco tempo consegue fi na-lizar.”, afi rmou o presidente da Associação de Cronistas e Locutores do Estado do Amazonas, Eduardo Mon-teiro de Paula. O aditivo previsto é de aproximada-mente R$ 1 milhão.

Com a reforma, o Gilber-

tão ganhou uma excelente drenagem e o tão castiga-do e contestado gramado cedeu lugar à uma grama que suporta não somente a grande carga de jogos como as fortes chuvas frequentes nesta época. A capacidade do estádio e re-fletores foram instalados para que sejam realizados jogos a noite.

Os vestiários estão em excelentes condições e necessitam apenas ter as peças instaladas. O espaço destinado à imprensa ainda está em fase de estrutura-ção e ampliação.

Esperança renovadaCom a promessa de re-

passe do aditivo restante, o público de Manacapuru renova as esperanças de ver seus times mandando jogos importantes em casa. Embora, tenham que se con-tentar em se deslocar a Manaus para acompanhar o Sapão da Terra Preta( Operário) e Tubarão do Nor-te (Princesa do Solimões) nas primeiras rodadas, só a lembrança de poder ver os times da cidade em cam-po já é motivo sufi ciente para provocar euforia. “O Gilbertão é tudo para nós torcedores. É o local onde o povo de Manacapuru inva-de para entoar cânticos de incentivo ao nosso time de guerreiros”, exalta Dinho, lí-

der da Torcida Organizada Tubarão do Norte.

Para Beto Ferreira, pre-sidente do Operário, o re-torno do Gilbertão vai dar um descanso pros campos de Manaus além de signi-fi car menos custos para os clubes da cidade. “Aqui é a nossa casa! Estamos perto do nosso povo e seríamos muito gratos pelo apoio do Governo do Estado. Além do mais, os campos de Ma-naus agradecem, pois com o Gilbertão de volta, tanto Princesa que joga três com-petições e o nosso Operário não terão que mandar seus jogos lá (Manaus), dando um descanso para Zamith e Colina.”, conclui Ferreira.

Aditivo não chegou e obra está paralisada

A capacidade do estádio é de 4 mil expectadores e atualmente não pode receber jogos noturnos. “A expectativa é que ano que vem, o nosso ‘alça-pão’ possa receber jogos pela parte da noite; por enquanto, jogamos no horário vespertino”, diz o técnico Róbson Sá. O gramado está em exce-lentes condições e apto a receber as partidas onde o Camaleão mandará seus jogos. O único ponto des-favorável da grama é que ainda não há drenagem. “A perspectiva é que após o Campeonato Amazonen-se, nós consigamos ins-talar a drenagem”, afirma o treinador do Nacional Borbense. Entretanto, a falta da drenagem não deve prejudicar o anda-mento das partidas, pois, segundo Róbson Sá, as águas da chuva escoam de forma rápida.

Recentemente reforma-do com o apoio da Pre-feitura de Borba, o está-dio foi pintado, teve as arquibancadas retocadas e está com os vestiários em boa condições. O es-paço da imprensa conta com uma cabine nova e que oferece conforto e boa visão do campo Ademais, os alambrados foram reformados e as condições estruturais do estádio oferecem todos os meios para a reali-zação de partidas. Aliás,

já na primeira rodada, o Jabotão receberá o con-fronto entre o time da casa e o São Raimundo e a perspectiva de casa cheia: “Nossa torcida compare-cerá em peso para que possamos, assim como o ano passado, quando começamos com vitória, iniciar nossa temporada com o pé direito”, avisa Róbson Sá.

Orgulho da cidadeQuando questionado so-

bre a importância da praça esportiva para o Nacional Borbense, a resposta foi efusiva: “Muita felicidade! Um espaço esportivo de alta qualidade para que todos possam desfrutar de um bom futebol e conhe-cer os nossos jogadores, além de o povo de Borba ver perfi lando os grandes times do Amazonas. Agra-deço muito ao prefeito de Borba por ter nos auxiliado na reforma.”, conclui o trei-nador do Camaleão.

Pequeno, mas pronto para jogo

Entorno do estádio Gilbero Mestrinho

virou um verdadei-ro depósito de lixo

Se em Manacapuru os jogos sempre atra-em muita gente, em Borba não é diferente. A cidade, tem orgulho do seu time e sem-pre que há jogos do Nacional Borbense no estádio Gerdílson Ben-tes, a Princesa do Ma-deira entra junto com a equipe e incentiva até o último instante. Para isso, o hospitalei-ro povo conta com um estádio pequeno, mas de ótimas condições para que o quatro colo-cado em 2014 mande seus jogos.

HistóriaO Estádio Gerdílson

Bentes também co-nhecido como Jabo-tão foi inaugurado na década de 1990 com o nome Waldemar Duar-te. Passou por uma re-forma e ampliação em 2012 e foi reinaugura-do com o nome atual em homenagem a um notório desportista da cidade morto naquele ano. Filho da tradi-cional família Bentes de Souza, Gerdilson foi professor, vereador e ex-secretário de Es-portes do município de Borba.

Borba é força do Nacional no Barezão

INVICTONo Campeonato Amazonense de 2014, o Nacional Borbense não per-deu nenhum jogo no estádio Jabotão, mostrando a impor-tância do fator casa para a equipe

A expectativa é que ano que vem, o

nosso ‘alçapão’ possa receber jogos pela parte da noite; por enquanto, jogamos

no horário vespertino

Róbson Sá, Téc. Nacional Borbense

Gramado está sendo tratado para

que a bola possar rolar com qualida-

de no Barezão

As arquibanca-das do estádio Gerdílson Bentes são parcialmente cobertas e rece-bram pintura neste início de ano

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Vestiários do Jabotão em boas condições para receber os clubes do Campeonato Ama-zonense

Registro feito pelo buraco do

portão enferruja-do do estádio Gil-

berto Mestrinho

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Mudando o futuro das crianças

Família MMS reunida para mais um dia de trei-

namento pesado

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E7MANAUS, DOMINGO, 15 DE FEVEREIRO DE 2015

Afastar crianças e jo-vens das más com-panhias e levar para o esporte. Esse é

o objetivo do Projeto So-cial Monteiro Monte Sinai (MSS) que ensina para mais de 80 alunos os segredos do jiu-jitsu. Fundado pelo apaixonado pela arte suave Marivaldo Soares Vasquez, 45, o projeto já formou cam-peões como Joines Junior, 15, e Ivan Lennon, 18.

Pai do faixa-roxa, Guilher-me Vasquez, 18, Marivaldo decidiu abrir uma academia após o fechamento do centro de treinamento onde seu filho treinava no bairro. Segundo o administrador da MMS, no começo, a academia tinha fins lucrativos, porém, logo no pri-meiro mês, ele percebeu que sua missão era outra.

“A academia surgiu por causa do Guilherme. Tudo co-meçou na garagem da minha casa com apenas 10 peças de tatame. A antiga acade-mia dele tinha fechado e não poderia deixar que ele parasse de treinar. Quando abrimos, pensamos em cobrar. Logo nos primeiros dias, os treinos

atraíram jovens curiosos, que decidiram começar a treinar, porém, no dia marcado para pagar a mensalidade, ninguém apareceu. Percebi que não po-deria cobrar pela falta de con-dições desses alunos. Decidi sustentar as despesas e abrir para a garotada do bairro”, afirmou Marivaldo ressaltando

que essa atitude tirou muitos meninos e meninas das rua, já que passavam o dia circulan-do pelo bairro junto com más companhias que levaria para o mundo do crime.

Com o passar dos meses, o espaço ficou pequeno e eles foram obrigados a mudar para um local maior, onde se localizam hoje. A acade-

mia fica na Rua Edmilson Maia, esquina da Rua três, no bairro Monte Sinai.

Um dos objetivos do projeto é acabar com a fama errada que o jiu-jitsu ainda carrega. Marivaldo admitiu que antes de colocar seu filho no espor-te, também acreditava que a arte marcial era modalidade de marginais, porém, tudo acabou quando ele assistiu o primeiro treino de Guilherme na filial da academia Monteiro.

“Meu filho entrou no jiu-jitsu aos 12 anos. Decidir colocá-lo no esporte porque ele se metia em muitas confusões na rua e na escola. Queria ensinar disciplina e a arte marcial foi a maneira que achei. Com 30 dias de treino, ele fez a primei-ra luta e entrei no sonho dele. Hoje, temos esse projeto. Ele não está da maneira que que-remos, mas está crescendo. Já temos espaço para outras lutas. Nosso único problema é a falta de apoio. Tivemos a sorte de aparecer pais de alunos que ajudam com o que podem, como o Joines (Junior). Porém, ainda falta condições para fazer a inscrição de todos os atletas e quimonos para os novatos. Alguns só tem o vagui (parte de cima do quimono) ou a calça”, revelou.

Mudando o futuro das criançasProjeto Social Monteiro Monte Sinai, na Zona Norte de Manaus, reúne mais de 80 crianças e adolescentes carentes que largaram as ruas para praticar jiu-jitsu

Sendo o aluno mais gradu-ado do Mestre Soneca (faixa preta que comanda as aulas do projeto), o jovem Guilher-me Vasquez, 18, carrega a responsabilidade de ensinar e ser exemplo para todos. Apesar da pouca idade, o atle-ta é faixa-roxa de jiu-jitsu e já acumula títulos importan-tes em seu currículo, como o campeonato amazonense. Segundo Guilherme, todo o esforço vale a pena quando ele vê a mudança na vida de alguma criança do projeto. Um exemplo de superação que o motiva diariamente é de seu primo, Ivan Lennon, que no começo desse ano viajou para o Rio de Janeiro (RJ), para

treinar profissionalmente.“Temos esse projeto lin-

do aqui que ajuda a salvar muitas crianças. Chega a ser inacreditável o tamanho que ele chegou. Começamos com apenas 10 peças de tatame e três alunos. O pessoal fa-lava que éramos loucos, mas estamos conseguindo surpre-ender a cada dia. Hoje, temos um nome a zelar e atletas que conquistaram títulos im-portantes. É muito bom ver a molecada treinando e ficando longe das drogas. Moramos em uma área vermelha e o crime está na nossa frente diariamente, porém, com o esporte conseguimos ficar longe”, disse Guilherme que

gosta de utilizar o seu exemplo de vida para as crianças.

O faixa-preta mestre So-neca também admitiu que se surpreendeu com o tama-nho que o projeto chegou. Apesar disso, ele espera que ele cresça ainda mais para continuar salvando as crianças do bairro.

“Fazemos aqui o que po-demos. Não temos ajuda financeira, mas tentamos nos ajudar com o que der. Nossa maioria de atletas são (faixas) brancas. O Gui-lherme é meu braço direito. Acredito muito nesse proje-to e espero que daqui, saia os futuros campeões mun-diais”, concluiu Soneca.

Trabalho é árduo, mas retribuído

Maioria dos alunos não têm condições de bancar mensalidades de uma academia de jiu-jitsu

FOTOS: ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

Percebi que não poderia cobrar pela falta de condições

desses alunos. Decidi sustentar as despe-sas e abrir para a garotada do bairro

Marivaldo Vasquez, administrador do Projeto

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E8 MANAUS, DOMINGO, 15 DE FEVEREIRO DE 2015

Rio Negro investe na base pensando no futuro do timeGalo terá no Campeonato Amazonense um elenco formado por jovens que contarão com o auxílio de jogadores experientes

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MDiretoria rionegrina está apostan-do num elenco jovem, com apenas alguns jogadores experientes

O time já passou por momentos nobres no futebol amazo-nense, porém, nos

últimos anos, o Rio Negro vem enfrentando inúmeras dificuldades para se manter na elite do futebol local. A equipe comandada pelo téc-nico Sergio Duarte garantiu a presença na edição do es-tadual 2015, após terminar a segunda divisão de 2014 com o vice-campeonato. Porém, para esta tempora-da, o Galo não contará com atletas que se destacaram na competição como o la-teral-esquerdo Andrezinho e o atacante Tiago Verçosa. Ambos estavam empresta-dos pelo Nacional apenas para a competição que foi disputada no segundo se-mestre do ano passado.

Enfrentando uma grave crise financeira e estrutural, o Rio Negro decidiu investir em um elenco jovem para a disputa do Barezão. Com 25 jogadores no total, o grupo do Galo da Praça da Saudade está em fase fi-nal de preparação. Segundo o treinador Sergio Duarte, o clube já conta com uma equipe base para o começo do campeonato.

“Estamos em um período de observação, mas é evidente que já tenho uma idéia da equipe base. Estou trabalhan-do em cima desses jogadores

e da estratégia que vamos utilizar nas partidas. Vamos ainda analisar a característi-cas dos jogadores que temos para ver qual se adapta me-lhor”, disse o treinador que, quando questionado sobre a difi culdade de trabalhar com um elenco recheado de jovens atletas, afi rmou que é mais um desafi o que enfrentará em sua carreira profi ssional. Para Sergio, o segredo será a maneira que vai lidar com

os jogadores.“É um trabalho que requer

muita sensibilidade. Você tem que saber como lidar com cada jogador. Mas acho que o importante é passar confi an-ça para eles. São jovens que têm talento e não são prin-cipiantes em campeonatos profi ssionais. Eles já fi zeram parte de clubes profi ssionais. Tentamos passar questões como tática e posicionamen-to. Não devemos nunca parar ou frear as características

táticas e técnicas, sempre digo que o diferencial é isso”, concluiu Duarte.

Difi culdadesSem contar com centro de

treinamento próprio, a direto-ria o Rio Negro teve que correr atrás de um espaço para a utilização do elenco principal. Após várias negativas, o clube centenário fechou duas parce-rias que facilitaram o trabalho do técnico Sergio Duarte.

“É até estranho se pensar que um clube centenário não tem um campo de treinamen-to. Mas isso não é desculpa para não trabalhar. O presi-dente e os diretores estão tra-balhando nesse sentido para buscar um espaço para fazer a atividade correta. Fechamos duas parcerias. A primeira foi com o Sest Senat e a outra foi com o 1º Bis, para fazer esse trabalho em dois perí-odos pelo menos três vezes por semana. Nos outros dias, trabalhamos na academia e a parte da recuperação na piscina. É complicado, mas não tem desculpa”, afi rmou o diretor de comunicação, Ra-fael Melo que ainda adiantou que o clube só correrá atrás de reforços na segunda parte do campeonato amazonense.

“Para a primeira fase do campeonato, o elenco está fechado. Para o segundo, pen-samos em reforçar uma ou ou-tra posição que percebemos que estão carentes. Vamos estudar para contratar certo”, concluiu o dirigente.

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO Espelho para os mais jovens

Podendo ser utilizado tanto na lateral-esquerda como no meio-campo, Carlinhos ga-nhou notoriedade no futebol amazonense após boa passa-gem pelo Nacional e Fast. O atleta aceitou o desafi o de fa-zer parte do elenco rionegrino no campeonato amazonense. Fora isso, ele é o jogador mais velho do grupo.

“Até o momento, está sendo muito bom, porque eles me ou-vem. Atuei ao lado de jogado-res mais velhos como Alberto, Donizete e Neto quando tinha 20 anos. Eles me ensinaram como ser profi ssional. Agora é a minha vez de passar isso para os mais novos”, disse.

Segundo Carlinhos, a ati-tude da diretoria do Galo de apostar em jovens foi correta. Para o atleta, o melhor exem-

plo que eles podem ter é do time que o São Raimundo formou no fi nal dos anos 90, quando conseguiu o tricam-peonato da Copa Norte.

“Você não pode colher uma fruta se não plantar. No fute-bol é igual. Pode demorar um pouco, mas é o certo. Se eles manterem esse elenco por um tempo, vão ter um time forte no futuro. O exemplo que podemos usar é o do São Raimundo. A base foi formada em 91 ainda no Nacional, mas foi explodir anos depois. Aqui, eles estão fazendo o mesmo”, concluiu Carlinhos.

ApostaAos 20 anos e com pas-

sagem pelo FC Renens da Suíça, o meia Ronan é uma das apostas do Rio Negro

para a competição. Rápido e habilidoso, o jogador vem surpreendendo nos treina-mentos e pode aparecer no time principal na estréia do Barezão.

“O treinamento está mui-to bom. Estamos batalhando para chegar bem na competi-ção. Vejo um futuro promissor no Rio Negro. O time está valorizando os jogadores no-vos e creio que dará certo. Ter jogadores como Rondinelli e Carlinhos é muito bom. Eles passam calma para o elenco e isso é fundamental”, afi rmou o jogador que surgiu após se destacar em um projeto social na cidade de Presidente Figuei-redo. Sobre a experiência no exterior, Ronan revela que isso foi fundamental para melhorar na parte tática de seu jogo.

Meia Ronan (com a bola) mostra toda sua habilidade durante jogo-treino do Rio Negro

É até estranho se pensar que um clu-be centenário não tem um campo de treinamento. Mas

isso não é desculpa para não trabalhar

Rafael Melo, diretor de Comunicação

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