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MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014 [email protected] O ARTILHEIRO RESOL VE O atacante da seleção comemora com o já tradicional soco no ar THIAGOBERNARDES/FRAME DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO Em boa jogada, o craque do Brasil bate no contrapé do goleiro Neymar recebe passe de Luiz Gustavo e só empurra para o gol Com mais uma atuação acima da média, o atacante Neymar marcou seu quarto gol na Copa do Mundo e assumiu a liderança na disputa pela artilharia da competição. De quebra, se tornou o sexto maior artilheiro do Brasil em Mundiais. Ao final do jogo, foi escolhido o melhor jogador da partida pela Fifa. E4 e E5 Holanda bate o Chile e mantém 100% Com a vitória por 2 a 0, os holandeses ficaram com a primeira colocação do Grupo B e enfrentarão o México, no próximo domingo (29), pelas oitavas de final da Copa do Mundo de 2014. E6 Suíça e Honduras chegaram Seleções, que se enfrentam amanhã (25), já estão em Manaus e fazem reconhecimento do gramado da Arena da Amazônia Vivaldo Lima hoje (24). E9 Itália e Uruguai se enfrentam por vaga Só a vitória interessa para as duas seleções. Quem vencer, garante vaga na fase do mata-mata da Copa do Mundo e de quebra manda o adversário de volta para casa mais cedo. E8 DIVULGAÇÃO DJALMAVASSÃO/GAZETAPRESS RICARDO OLIVEIRA NUNOGUIMARAES/GAZETAPRESS

Pódio - 24 de junho de 2014

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Pódio - 24 de junho de 2014

MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014 [email protected]

O ARTILHEIRO RESOLVEO atacante da seleção comemora com o já tradicional soco no ar

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Em boa jogada, o craque do Brasil bate no contrapé do goleiro Neymar recebe passe de Luiz Gustavo e só empurra para o gol

Com mais uma atuação acima da média, o atacante Neymar marcou seu quarto gol na Copa do Mundo e assumiu a liderança na disputa pela artilharia da competição. De quebra, se tornou o sexto maior artilheiro do Brasil em Mundiais. Ao final do jogo, foi escolhido o melhor jogador da

partida pela Fifa. E4 e E5

MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014 [email protected]

atacante Neymar marcou seu quarto gol na Copa do Mundo e assumiu a liderança na disputa pela artilharia da competição. De quebra, se tornou o sexto maior artilheiro do Brasil em Mundiais. Ao final do jogo, foi escolhido o melhor jogador da

Holanda bate o Chile e mantém 100%Com a vitória por 2 a 0, os holandeses fi caram com a primeira colocação do Grupo B e enfrentarão o México, no próximo domingo (29), pelas oitavas de fi nal da Copa do Mundo de 2014. E6

Suíça e Honduras chegaramSeleções, que se enfrentam amanhã (25), já estão em Manaus e fazem reconhecimento do gramado da Arena da Amazônia Vivaldo Lima hoje (24). E9

Itália e Uruguai se enfrentam por vagaSó a vitória interessa para as duas seleções. Quem vencer, garante vaga na fase do mata-mata da Copa do Mundo e de quebra manda o adversário de volta para casa mais cedo. E8

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E2 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014

CHARGE

HERÓIS DA COPA* MARCUS VINÍCIUS PESSOA

Grandes craques do fute-bol são lembrados por suas glórias, suas passagens me-moráveis por grandes times, por suas façanhas dentro de campo no auge do seu vigor físico e técnico. Não é o caso de Roger Milla, um jogador que passou despercebido ao longo de sua carreira e só foi aparecer para o mundo aos 38 anos na maior vitrine de todas: uma Copa do Mundo.

No Mundial de 1990, na Itália, Milla marcou quatro gols, con-

duzindo a seleção de Camarões a uma inédita quartas de fi nal, fazendo dos Leões os primeiros africanos a fi carem entre as oito melhores da Copa.

Mas foi o desempenho de Milla na Copa de 1990 que rendeu a ele o sonhado status de estrela mundial, garantindo ao craque o segundo o prêmio de Melhor Jogador da África.

Milla atuou no futebol eu-ropeu no fi nal da década de 90, mas mesmo conquistando títulos e jogando por equipes

de porte, nunca foi unanimidade no futebol francês, passando grande parte de seus anos no banco de reservas.

Depois da Copa de 1994, Milla ainda seguiu jogando por clubes da Indonésia, encerran-do defi nitivamente a carreira em 1997, aos 45 anos. Era o fi m da estrada para o joga-dor que, contrariando todos prognósticos, veloz, Milla fez história e contribuiu para co-locar Camarões no mapa do futebol mundial

Roger MillaO Leão Indomável

* MARCUS VINÍCIUS PESSOA É REDATOR PUBLICITÁRIO

Brasil Camarões

Croácia México

Brasil Croácia

12/6/2014 - 16h Arena Corinthians

México Camarões

13/6/2014 - 12h Arena das Dunas

Brasil México

17/6/2014 - 15h Arena Castelão

Camarões Croácia

18/6/2014 - 18h Arena da Amazônia

Camarões Brasil

23/6/2014 - 17h Estádio Mané Garrincha

Croácia

23/6/2014 - 17h Arena Pernanbuco

Austrália Chile

Espanha Holanda

Espanha Holanda

13/6/2014 - 15h Fonte Nova

Chile Austrália

13/6/2014 - 18h Arena Pantanal

Colômbia Costa do Marfi m

Grécia Japão

Colômbia Grécia

14/6/2014 - 12h Mineirão

14/6/2014 - 21h Arena Pernambuco

Costa Rica Inglaterra

Itália Uruguai

Uruguai C. Rica

14/6/2014 - 15h Castelão

Inglaterra Itália

14/6/2014 - 18h Arena da Amazônia

Equador França

Honduras Suíça

Suíça Equador

15/6/2014 - 12h Estádio Mané Garrincha

França Honduras

15/6/2014 - 15h Arena Beira Rio

Argentina Bósnia-Herzegovina

Irã Nigéria

Argentina Bósnia

15/6/2014 - 18h Maracanã

Irã Nigéria

16/6/2014 - 15h Arena da Baixada

Alemanha Estados Unidos

Gana Portugal

Alemanha Portugal

16/6/2014 - 12h Fonte Nova

Gana EUA

16/6/2014 - 18h Arena das Dunas

Argélia Bélgica

Coreia do Sul Rússia

Bélgica Argélia

17/6/2014 - 12h Mineirão

Rússia C. do Sul

17/6/2014 - 18h Arena Pantanal

Austrália Holanda

Espanha Chile

Austrália Espanha

Holanda Chile

C. Marfi m Japão

Colômbia

19/6/2014 - 12h Estádio Mané Garrincha

C. Marfi m

Japão

19/6/2014 - 18h Arena das Dunas

Grécia

Japão

26/6/2014 - 15h Arena Pantanal

Colômbia

Grécia

24/6/2014 - 17h Arena Castelão

C. Marfi m

18/6/2014 - 12h Arena Beira Rio

18/6/2014 - 15h Maracanã

23/6/2014 - 12h Arena da Baixada

23/6/2014 - 12h Arena Corinthians

Uruguai

19/6/2014 - 15h Arena Corinthians

Itália

20/6/2014 - 12h Arena Pernambuco

Itália

24/6/2014 - 12h Arenas das Dunas

Inglaterra

C. Rica

24/6/2014 - 12h Mineirão

C. Rica

Bélgica

22/6/2014 - 12h Maracanã

C. do Sul

22/6/2014 - 15h Arena Beira Rio

C. do Sul

26/6/2014 - 17h Arena Corinthians

Rússia

Argélia

26/6/2014 - 17h Arena da Baixada

Argélia

Alemanha

21/6/2014 - 15h Arena Castelão

Gana

EUA

22/6/2014 - 18h Arena da Amazônia

Portugal

EUA

26/6/2014 - 12h Arena Pernambuco

Alemanha

Portugal

26/6/2014 - 12h Estádio Mané Garrincha

Gana

Argentina

21/6/2014 - 12h Mineirão

Irã

Nigéria

21/6/2014 - 18h Arena Pantanal

Bósnia

Nigéria

25/6/2014 - 12h Arena Beira Rio

Argentina

Bósnia

25/6/2014 - 12h Arena Fonte Nova

Irã

Suíça

20/6/2014 - 15h Arena Fonte Nova

França

Honduras

20/6/2014 - 18h Arena da Baixada

Equador

Honduras

25/6/2014 - 15h Arena da Amazônia

Suíça

Equador

25/6/2014 - 17h Maracanã

França

México

3 1

1 0

0 0

0 4

1 4

1 3

1 5

3 1

2 3

0 2

0 3

2 0

3 0

2 1

2 1

0 0

1 3

1 2

2 1

0 1

2 1

3 0

2 5

1 2

2 1

0 0

1 0

1 0

4 0

1 2

2 2

2 2

2 1

1 1

1 0

2 4

Uruguai

Inglaterra

ARTILHARIA

Tabela da Copa do Mundo

4GOLS

NEYMAR BRASIL ARJEN

ROBBENHOLANDA

VAN PERSIE HOLANDA

da Copa do Mundo

NEYMARBRASIL

Paulo Vinícius Coelho

O remédio

A diferença do Brasil do pri-meiro para o segundo tempo é da água para o vinho, do sal para o açúcar, de Paulinho para Fernandinho. O volante do Manchester City foi con-vocado para ser o reserva de Luiz Gustavo e será o titular na vaga de Paulinho. A mu-dança não foi na qualidade individual, mas na maneira como a seleção jogou: muito mais coletiva.

As bolas longas de Thiago Silva, diretas para os atacan-tes, como se não houvesse meio de campo, deram lugar às saídas pelo chão. De Daniel, Thiago Silva, David Luiz... Sem-pre havia Fernandinho como opção para o passe. Não pode deixar de ser titular.

Parreira, e não Felipão, en-trou no túnel do intervalo di-zendo a palavra-chave: “Se puser mais a bola no chão o

jogo vai ficar melhor para a seleção.” É esse o segredo. O Brasil sabe ser o time de Fe-lipão, agressivo na marcação por pressão e na tentativa de chegar à finalização o mais ra-pidamente possível. Às vezes precisa mais do estilo Parreira. Ter paciência para trocar pas-ses e fazer a infiltração sem pressa, com troca de passes.

Mas se Fernandinho vai ser o titular, qual sua vantagem

sobre Ramires e Hernanes, convocados à suplência de Paulinho? Hernanes é mais passador, Ramires, carrega-dor de bolas. Fernandinho se parece mais com Pauli-nho: infiltrador, aparece como elemento-surpresa.

Paulinho sairá por ser símbolo do abalo emocional. Fernandinho não tem esse problema. Em 2003, fez até o gol do título mundial sub-20 da seleção.

COLUNISTA DO JORNAL “FOLHA DE SÃO PAULO”

Fernandinho entrou e mudou o jogo. Paulinho vai sair por ser o símbolo do abalo emocional Paulinho sairá por ser símbolo do abalo emocional. Fernandinho não tem esse problema. Em 2003, fez até o gol do título mun-dial sub-20 da seleção

Bélgica

Rússia

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E3MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014

Festa inglesa com polêmica na fi nal

Em 1966, a Inglaterra conquistou seu único título mundial. O Brasil, pela única vez, foi eliminado na primeira fase da Copa do Mundo. Eusébio foi o artilheiro com nove gols

Pode-se dizer que a Copa do Mundo da Inglaterra foi um torneio de zebras, embora o mascote tenha

sido um Leão – Willie, o primeiro da história dos Mundiais – e o herói tenha sido um cachorro – Pickles, que encontrou a Taça Jules Rimet em um jardim, após o troféu ter sido roubado. Mas fo-ram mesmo os resultados inespe-rados, popularmente conhecidos como zebras, que apareceram em profusão nos campos britânicos e marcaram a competição.

Os bicampeões Brasil e Itália, por exemplo, foram eliminados ain-da na primeira fase. Os italianos foram derrotados pela Coreia do Norte e desembarcaram em casa sob chuva de tomates atirados pelos irados torcedores. O Brasil, mesmo com Pelé e Garrincha na delegação, não conseguiu mostrar o mesmo futebol das Copas ante-riores e também deu adeus mais cedo, depois de ser atropelado pela seleção portuguesa de Eusébio.

Craque e artilheiro do torneio, com nove gols, Eusébio conse-guiu levar Portugal ao terceiro lugar, até hoje a melhor colocação da história dos lusitanos. Outro nome que apareceu durante o Mundial de 1966 foi o do alemão Franz Beckenbauer. Aos 20 anos, o Kaiser começou a encantar o

planeta e levou a Alemanha Oci-dental à fi nal da competição.

Havia chegado a vez dos in-gleses, os inventores do futebol. Depois de não se interessar pelas primeiras edições da Copa do Mundo, passar vergonha com uma derrota para os Estados Unidos em 1950, no Brasil, e fazer fi gu-ração de 1954 a 1962, a seleção britânica aproveitou a vantagem de jogar em casa e, com uma ge-ração de ouro formada por nomes como Bobby Moore, Alan Ball, Ge-off Hurst e Bobby Charlton, enfi m levantou a taça Jules Rimet.

Os anfi triões passaram pela Argentina nas quartas de fi nal e contaram com dois gols do cra-que Bobby Charlton para superar a seleção portuguesa de Eusébio. Mas, na fi nal, um lance polêmico marcou a vitória sobre a Alemanha Ocidental. Geoff Hurst foi o herói do triunfo inglês por 4 x 2 no estádio de Wembley ao marcar três gols na fi nal, dois deles na prorrogação. Hurst detém o recorde de mais gols marcados em uma decisão de Copa do Mundo da Fifa, embora até hoje permaneçam dúvidas quanto à legitimidade do seu segundo gol. A bola bateu no travessão e não teria cruzado a linha, mas o tento foi vali-dado pelo auxiliar Tofi k Bakhramov. Emoção nas arquibancadas e festa de norte a sul da Inglaterra.

Bicampeão do mundo, em 1958 e 1962, o Brasil era favoritíssimo para a Copa da Inglaterra. Ain-da mais porque contava com a dupla Garrincha e Pelé. E a estreia animou a torcida brasileira. Em Li-verpool, terra dos Beatles, Pelé e Garrincha marcaram os gols que garantiram a vitória sobre a Bulgária por 2 x 0. Foi a última vez que

os dois jogaram juntos. E o Brasil jamais perdeu com Pelé e Garrincha em cam-po. Mas, na Copa do Mundo de 1966, a alegria durou por apenas uma partida.

Uma entrada violenta que recebeu na estreia ti-rou Pelé do segundo jogo da seleção brasileira, diante da Hungria. O resultado foi desastroso: 3 x 1 para os húngaros e a primeira der-

rota brasileira em Copas depois de 13 jogos.

De volta para a partida contra Portugal, o Rei Pelé foi caçado em campo e de-sapareceu diante do brilho de Eusébio, que marcou duas vezes na vitória de 3 x 1 dos lusitanos. Acabava ali a participação na Copa do Mundo do time que ha-via encantado o mundo nos anos anteriores.

Brasil decepciona no torneio

Pelé não conseguiu brilhar na Inglaterra e Brasil caiu na primeira fase

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Page 4: Pódio - 24 de junho de 2014

E4 E5MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014

JUCA KFOURI

Que Brasil é este?

Com Paulinho a seleção brasi-leira foi uma coisa.

Insegura, incolor, irritante, embora nada seja apenas isso quando Neymar está em campo com seu repertório inesgotável de chapéus, canetas, toques de primeira e, fundamentalmente, gols, muitos gols, como se já tivesse longa vida no time.

Com Fernandinho a seleção foi outra coisa.

Vibrante, rápida, certeira, co-lorida, e nem precisou dos gols de Neymar, porque Fred e ele

mesmo trataram de marcá-los para estabelecer o 4 a 1 que se queria 4 a 0, mas quem tudo quer, nada tem.

O gol de Camarões serviu para revelar mais uma vez o tamanho da avenida Daniel Alves, urgente-mente necessitada de um Maicon para congestioná-la.

A troca de Paulinho por Fer-nandinho falou por si só e não passa pela cabeça de ninguém que será desfeita contra o Chile, no sábado, em Belo Horizonte.

Mas infelizmente foi impossí-

vel ver Willian no lugar de Oscar porque, quando Felipão iria ver, preferiu poupar Neymar, no que fez muito bem.

Oscar ainda esteve melhor que Fred, sem confi ança, incapaz de de-cidir como sempre fez, apesar de, enfi m, ter desencantado, mesmo em impedimento, daqueles difi cíli-mos de serem visto na hora.

O Chile vem aí, para nos enfrentar pela quarta vez em fases fi nais de Copas do Mundo. Nas outras três perdeu por muitos gols: 4 a 2, em 1962, pelas semifi nais, no Chile; 4

a 1, em 1998, na França e 3 a 0, em 2010, na África do Sul, ambas pelas oitavas, como agora. Claro que a história não decide, mas pesa e pesará ainda mais depois que os andinos, eternos aspirantes a subir um degrau no pódio do futebol mundial, foram superados pelos holandeses, muito mais próximos da glória defi nitiva.

O Chile pode, mas só se houver um milagre ou se seleção bra-sileira facilitar sua vida e não tratar dos defeitos que ainda estão visíveis.

COLUNISTA DO JORNAL “FOLHA DE SÃO PAULO”

O time foi um no primeiro tempo e outro no segundo. O último melhor que o primeiro. Felipão concorda?Oscar ainda este-

ve melhor que Fred, sem confi ança, inca-paz de decidir como sempre fez, apesar de, enfi m, ter desen-cantado, mesmo em impedimento

Tostão

Show de NeymarNo primeiro tempo, o Brasil

teve duas ótimas jogadas. A primeira, dar a bola para Ney-mar. A segunda, dar a bola para Neymar. Como Camarões mar-cava muito à frente e deixava enormes espaços nas costas dos defensores, ficou muito fácil. David Luiz se transformou em um grande lançador, com excelentes passes longos, com a perna direita e com a esquer-da. Por outro lado, Camarões, com velocidade e troca rápida de passes, geralmente nos es-paços deixados pelos laterais

brasileiros, fez um gol e poderia ter feito outros, assim como também o Brasil.

No segundo tempo, além do show de Neymar, um espetá-culo, entrou Fernandinho. Ele desarmou, trocou passes e ainda fez um belo gol. Tomou conta da posição. Luís Gustavo fez mais uma ótima partida. Desarmou e ainda deu um ex-celente passe para Neymar, no primeiro gol. Thiago Silva e Júlio César também foram bem, além de Marcelo, no apoio. Já os outros, pela facilidade da

partida, deveriam ter jogado muito melhor.

O Brasil vai enfrentar, nova-mente, o Chile, nas oitavas de final. A avalanche chilena foi bloqueada pela forte defesa da Holanda. Vidal, melhor jogador chileno, fez muita falta.

Em janeiro de 2010, estava de férias no Chile. Um taxista, encantado com sua seleção, na época, dirigida pelo Loco Bielsa, mestre do louco Sam-paoli, disse que o Chile seria campeão na África do Sul. Falei a ele que, provavelmente, o

Chile enfrentaria o Brasil, nas oitavas, e que, para o Brasil vencer, bastaria jogar bolas na área para os grandalhões, contra os baixinhos chilenos. Assim, saiu o primeiro gol, ontem, da Holanda. O taxista não gostou. Tentei consertar, mas já era tarde. Foi o que aconteceu na Copa de 2010, repetindo 1998.

As chances do Brasil são maiores, o que não significa que já está tudo definido. A história conta o que ocorreu. Na frente, continua tudo escuro.

COLUNISTA DO JORNAL “FOLHA DE SÃO PAULO”

O Brasil vai enfren-tar, novamente, o Chile, nas oitavas. A avalanche chilena foi bloqueada pela forte defesa da Holanda. Vidal, melhor jogador chileno, fez falta

Brasil goleia CamarõesCom o resultado, a seleção brasileira somou sete pontos e fi cou com liderança do Grupo A e vai enfrentar a o Chile, no próximo sábado (27), pelas oitavas de fi nal da Copa do Mundo de 2014

Brasil goleia CamarõesBrasil goleia Camarõese assegura primeiro lugar da chaveA seleção brasileira en-

fi m teve uma atuação convincente na Copa do Mundo. No fi nal da

tarde de ontem (23), a equi-pe comandada por Luiz Felipe Scolari justifi cou os gritos de “o campeão voltou” que ecoavam das arquibancadas do Mané Garrincha, superou o descom-promisso do eliminado time de Camarões e fez 4 a 1 para ir às oitavas de fi nal. Os gols foram de Neymar (2), o melhor em campo, Fred, que desencantou, e Fernandinho, pronto para ser titular na vaga de Paulinho.

Na próxima fase, o adversário brasileiro será o Chile, segundo colocado do grupo B. Na chave A, o Brasil totalizou os mesmos sete pontos do México, que bateu a Croácia por 3 a 1 na Arena Pernambuco e avançou para en-frentar a Holanda. Croácia, com 3 pontos, e Camarões, com 0, acabaram eliminados.

O Brasil terá menos de uma semana para se preparar para o início da fase de mata-mata do Mundial, já que a partida contra o Chile será às 12h (de Manaus) de sábado, no Mineirão.

Análise do jogo O técnico Luiz Felipe Scolari

disse durante toda a semana que era impossível repetir o mesmo padrão de jogo da campanha vitoriosa da Copa das Confede-rações do ano passado em uma Copa do Mundo. Ao menos no iní-cio da partida contra Camarões, eles provaram o contrário.

Nos primeiros minutos, o Bra-sil pressionou o adversário. O atacante Hulk, de volta ao time, foi o primeiro a levar a marca-ção na base da raça pelo lado direito do campo. Derrubado, sacudiu os braços para pedir o apoio do público.

Com a gritaria vinda das ar-quibancadas, o Brasil continuou em cima de Camarões. Quase abriu o placar aos dois minutos. Neymar fez um ótimo passe para Daniel Alves, que avançou pelo lado direito da área e ro-lou para trás. Paulinho só não marcou o gol porque foi travado pela zaga africana.

Logo depois de voltar a apa-recer de surpresa no ataque, Paulinho falhou na defesa. O passe errado para David Luiz obrigou o volante a dar um carrinho para evitar que o ataque de Camarões fi casse na frente do goleiro Júlio Cé-sar. Era a primeira amostra de que a seleção adversária

não estava completamente resignada em sua despedida da Copa do Mundo.

Aos 16 minutos, Luiz Gus-tavo roubou a bola no lado esquerdo do ataque brasileiro e fez um cruzamento rasteiro. Neymar mostrou oportunismo para esticar o pé dentro da

área de Camarões, bater Itand-je e abrir o placar. A empol-gação foi tamanha que, pouco depois, ele quase fez outro com um chute plástico, de primeira. O goleiro espalmou.

Quem também queria aprovei-tar o bom momento brasileiro na partida era Fred, cobrado pelas más apresentações das duas pri-meiras rodadas. O centroavan-te se esforçou para completar

um cruzamento da esquerda de Paulinho após passe de Oscar. Enroscou-se com o goleiro e desperdiçou a oportunidade.

Sem nada a perder, o time de Camarões resolveu contra-atacar. E foi bem-sucedido, principalmente porque a mar-cação brasileira era muito con-fusa. O primeiro grande susto veio quando Matip subiu para cabecear no meio da defesa amarela e acertou o travessão. Foi um prenúncio do gol.

Aos 25 minutos, Nyom pedalou na frente de Daniel Alves, en-ganou o lateral adversário com facilidade e cruzou rasteiro da esquerda. Matip apareceu por trás da desatenta zaga da sele-ção brasileira e só teve o trabalho de empurrar para a rede.

O gol camaronês fez a torcida silenciar e deixou mais nítidos os problemas do Brasil. Neymar se incumbiu de escondê-los no-vamente. Aos 33 minutos, ele recebeu a bola de Marcelo, en-carou a marcação até a entrada da área, clareou e concluiu no contrapé do goleiro para de-sempatar o jogo e descer para o vestiário ovacionado.

Mesmo com a vantagem no placar, Felipão decidiu mu-dar a sua equipe no intervalo.

Mandou Fernandinho a campo no lugar de Paulinho e foi re-compensado com uma melhora considerável da seleção.

Com a mesma pressão inicial do primeiro tempo, o Brasil preci-sou de três minutos para ampliar o marcador. Fernandinho domi-nou a bola na entrada da área e acionou David Luiz na esquerda. O zagueiro cruzou para Fred desencantar, de cabeça.

O placar dilatado desanimou a eliminada equipe de Camarões, que passava a chamar o Brasil para o ataque. O técnico alemão Volker Finke buscou algum sinal de reação com Salli no lugar de Moukandjo. Felipão também mexeu, com Ramires na vaga de Hulk. Depois, trocou Oscar por Neymar, aplaudido de pé.

Àquela altura, o jogo já estava decidido a favor do Brasil. Res-tava aos comandados de Felipão evitar as divididas mais duras com os atletas de Camarões, que começavam a abusar da violência. A torcida, satisfeita, começou até a ensaiar novos coros de incentivo. E retornou ao “campeão voltou” depois que Fernandinho, aos 38, tirou pro-veito de jogada com Fred e Oscar para bater no canto e transfor-mar a vitória em goleada.

EMPURRÃOAos 15 minutos do primeiro tempo, após bola perdida na linha de fundo, Nyom empur-rou Neymar sem razão aparente. O árbitro falou com o camaro-nês, mas não mostrou nenhum cartão

FICHA TÉCNICACAMARÕESBRASIL

Local:

Árbitro:

Estádio Mané Garrin-cha, em Brasília (DF)

Jonas Eriksson (SUE)

Camarões: Itandje; Nyom, Nkoulou, Matip e Bedimo; Mbia, Enoh e Nguemo; Mou-kandjo (Salli) e Choupo-Moting (Makoun); Aboubakar (Webo) Técnico: Volker Finke

Brasil: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho (Fernandinho) e Oscar; Hulk (Ramires), Fred e Neymar (Willian) Técnico: Luiz Felipe Scolari

Gols: Camarões: Matip, aos 25 minutos do primeiro tempoBrasil: Neymar, aos 16 e aos 34 minutos do primeiro tempo; Fred, aos três, e Fer-nandinho, aos 38 minutos do segundo tempo

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Com os dois gols feitos contra Camarões, Neymar já conseguiu entrar para o top 10 dos artilheiros do Brasil em Copas e passou a ser o sexto maior da história da seleção. De quebra, já passou a liderar sozinho a artilharia deste Mundial.

Apesar de ter passado em branco contra o México, na segunda rodada, o atacante do Barcelona havia feito ou-tros dois na vitória sobre a Croácia por 3 a 1.

Com 4 gols, Neymar alcan-çou Chico e Sócrates, que

jogou dez partidas em dois Mundiais (1982 e 1986). Chico atuou em quatro par-tidas em 1950.

Antes, com três gols, o ex-santista empatava em número de gols com outros 12 jogadores: Amarildo, Bal-tazar, César Sampaio, Didi, Dirceu, Falcão, Luis Fabiano, Peracio, Preguinho, Roberto Dinamite, Romeu e Tostão.

Logo à frente de Neymar, com cinco gols, na lista de artilheiros na Copa estão Gar-rincha, Romário e Zico. Os dois maiores da história brasileira

são Ronaldo (15) e Pelé (12).

Na história Na história da seleção,

Neymar já se transformou no sexto maior artilhei-ro com 35 gols, deixando Rivaldo (34), para trás.

Pelé é o líder disparado da lista com 77 gols, seguido por Ronaldo (62), Romário (55), Zico (48) e Bebeto (39).

Antes de começar a Copa, o atacante estava em 11º na lista, com 31 gols, logo atrás de Tostão e Ademir Menezes (32 gols cada).

Neymar é top 10 na artilharia

Craque Neymar balan-çou as redes duas vezes no jogo de ontem

O centroavante Fred fes-tejou o desempenho da sele-ção e também a sua atuação individual na vitória de 4 a 1 sobre Camarões.Ele foi o autor do terceiro gol da equi-pe brasileira ao aproveitar um cruzamento, colocar o rosto na bola, a desviando ao gol, aos três minutos do segundo tempo.

Depois do jogo, ele brin-

cou e disse que fez o gol com o seu bigode.

“O cruzamento do David foi forte. Por incrível que pareça, bateu no meu bigode. Foi gol de bigode”, disse o atacante, que chegou a jogar de bigode em partidas pelo Fluminense para homenagear o seu pai.

Esse foi o primeiro gol do centroavante no Mundial.

“A carga de críticas estava

pesada em cima de mim. Procurei ter tranquilidade. Eu estava trabalhando e o grupo me ajudou”.

Segundo ele, o jejum de gols estava incomodando.

“Eu não estava conse-guindo jogar bem, hoje eu consegui jogar de uma for-ma coletiva boa, e a equipe inteira mostrou evolução”, completou Fred.

‘Foi gol de bigode’, disse Fred

Com novo visual, Fred desencantou e fez seu primeiro gol no Mundial

Poupado na derrota por 2 a 0 diante da Holanda ontem (23), o volante chile-no Arturo Vidal viu de fora o trabalho do juiz Bakary Gassama, da Gâmbia, con-testado pelos seus com-patriotas. Ainda antes da defi nição do adversário de sua equipe nas oitavas de fi nal, ele insinuou um possí-vel favorecimento da arbi-tragem ao Brasil, provável rival na próxima fase.

“É difícil marcar 12 joga-dores, declarou sorrindo.

“Tomara que coloquem um árbitro de qualidade, que saiba administrar esse tipo de partida, sempre complicada. E que passe quem mereça, quem jogue melhor”, acrescentou.

O meia palmeirense Val-dívia também questionou a qualidade da arbitragem.

“É difícil não falar de ar-bitragem. O jogo era impor-tante para o nosso grupo e para o grupo de Brasil, México, Croácia e Cama-rões. E colocaram um juiz da Gâmbia, sem personalidade nem critério”, criticou.

Meia minimiza história Brasil e Chile se enfrentarão pela quarta vez em uma Copa do Mundo na tarde do próximo sábado (28). Logo depois de cair contra a Ho-landa nesta segunda-feira, antes mesmo da confi rma-ção do próximo adversário, o meia Valdivia minimizou a freguesia de sua seleção

diante dos anfi triões.No primeiro jogo con-

tra o Chile na história do campeonato, válido pela semifinal de 1962, o Brasil bateu o adversário por 4 a 2 na condição de visitante. A seleção repetiu o triunfo sobre o rival nas oitavas de final das edições de 1998 (4 a 1) e 2010 (3 a 0) da Copa do Mundo.

“Vai ser difícil, mas his-tória fi ca no museu. Espe-ramos mudar o retrospecto negativo que temos contra o Brasil “, declarou Valdivia. O jogador do Palmeiras, o meio-campista é profundo conhecedor do futebol na-cional, já que sua primeira passagem pelo clube pau-lista data de 2006.

Chileno insinua favorecimentoSERGIO BARZAGHI/GAZETAPRESS

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WANDER ROBERTO/GAZETAPRESS

Jogadores comemoram primeiro gol da partida marcado por Neymar

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E4 E5MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014

JUCA KFOURI

Que Brasil é este?

Com Paulinho a seleção brasi-leira foi uma coisa.

Insegura, incolor, irritante, embora nada seja apenas isso quando Neymar está em campo com seu repertório inesgotável de chapéus, canetas, toques de primeira e, fundamentalmente, gols, muitos gols, como se já tivesse longa vida no time.

Com Fernandinho a seleção foi outra coisa.

Vibrante, rápida, certeira, co-lorida, e nem precisou dos gols de Neymar, porque Fred e ele

mesmo trataram de marcá-los para estabelecer o 4 a 1 que se queria 4 a 0, mas quem tudo quer, nada tem.

O gol de Camarões serviu para revelar mais uma vez o tamanho da avenida Daniel Alves, urgente-mente necessitada de um Maicon para congestioná-la.

A troca de Paulinho por Fer-nandinho falou por si só e não passa pela cabeça de ninguém que será desfeita contra o Chile, no sábado, em Belo Horizonte.

Mas infelizmente foi impossí-

vel ver Willian no lugar de Oscar porque, quando Felipão iria ver, preferiu poupar Neymar, no que fez muito bem.

Oscar ainda esteve melhor que Fred, sem confi ança, incapaz de de-cidir como sempre fez, apesar de, enfi m, ter desencantado, mesmo em impedimento, daqueles difi cíli-mos de serem visto na hora.

O Chile vem aí, para nos enfrentar pela quarta vez em fases fi nais de Copas do Mundo. Nas outras três perdeu por muitos gols: 4 a 2, em 1962, pelas semifi nais, no Chile; 4

a 1, em 1998, na França e 3 a 0, em 2010, na África do Sul, ambas pelas oitavas, como agora. Claro que a história não decide, mas pesa e pesará ainda mais depois que os andinos, eternos aspirantes a subir um degrau no pódio do futebol mundial, foram superados pelos holandeses, muito mais próximos da glória defi nitiva.

O Chile pode, mas só se houver um milagre ou se seleção bra-sileira facilitar sua vida e não tratar dos defeitos que ainda estão visíveis.

COLUNISTA DO JORNAL “FOLHA DE SÃO PAULO”

O time foi um no primeiro tempo e outro no segundo. O último melhor que o primeiro. Felipão concorda?Oscar ainda este-

ve melhor que Fred, sem confi ança, inca-paz de decidir como sempre fez, apesar de, enfi m, ter desen-cantado, mesmo em impedimento

Tostão

Show de NeymarNo primeiro tempo, o Brasil

teve duas ótimas jogadas. A primeira, dar a bola para Ney-mar. A segunda, dar a bola para Neymar. Como Camarões mar-cava muito à frente e deixava enormes espaços nas costas dos defensores, ficou muito fácil. David Luiz se transformou em um grande lançador, com excelentes passes longos, com a perna direita e com a esquer-da. Por outro lado, Camarões, com velocidade e troca rápida de passes, geralmente nos es-paços deixados pelos laterais

brasileiros, fez um gol e poderia ter feito outros, assim como também o Brasil.

No segundo tempo, além do show de Neymar, um espetá-culo, entrou Fernandinho. Ele desarmou, trocou passes e ainda fez um belo gol. Tomou conta da posição. Luís Gustavo fez mais uma ótima partida. Desarmou e ainda deu um ex-celente passe para Neymar, no primeiro gol. Thiago Silva e Júlio César também foram bem, além de Marcelo, no apoio. Já os outros, pela facilidade da

partida, deveriam ter jogado muito melhor.

O Brasil vai enfrentar, nova-mente, o Chile, nas oitavas de final. A avalanche chilena foi bloqueada pela forte defesa da Holanda. Vidal, melhor jogador chileno, fez muita falta.

Em janeiro de 2010, estava de férias no Chile. Um taxista, encantado com sua seleção, na época, dirigida pelo Loco Bielsa, mestre do louco Sam-paoli, disse que o Chile seria campeão na África do Sul. Falei a ele que, provavelmente, o

Chile enfrentaria o Brasil, nas oitavas, e que, para o Brasil vencer, bastaria jogar bolas na área para os grandalhões, contra os baixinhos chilenos. Assim, saiu o primeiro gol, ontem, da Holanda. O taxista não gostou. Tentei consertar, mas já era tarde. Foi o que aconteceu na Copa de 2010, repetindo 1998.

As chances do Brasil são maiores, o que não significa que já está tudo definido. A história conta o que ocorreu. Na frente, continua tudo escuro.

COLUNISTA DO JORNAL “FOLHA DE SÃO PAULO”

O Brasil vai enfren-tar, novamente, o Chile, nas oitavas. A avalanche chilena foi bloqueada pela forte defesa da Holanda. Vidal, melhor jogador chileno, fez falta

Brasil goleia CamarõesCom o resultado, a seleção brasileira somou sete pontos e fi cou com liderança do Grupo A e vai enfrentar a o Chile, no próximo sábado (27), pelas oitavas de fi nal da Copa do Mundo de 2014

Brasil goleia CamarõesBrasil goleia Camarõese assegura primeiro lugar da chaveA seleção brasileira en-

fi m teve uma atuação convincente na Copa do Mundo. No fi nal da

tarde de ontem (23), a equi-pe comandada por Luiz Felipe Scolari justifi cou os gritos de “o campeão voltou” que ecoavam das arquibancadas do Mané Garrincha, superou o descom-promisso do eliminado time de Camarões e fez 4 a 1 para ir às oitavas de fi nal. Os gols foram de Neymar (2), o melhor em campo, Fred, que desencantou, e Fernandinho, pronto para ser titular na vaga de Paulinho.

Na próxima fase, o adversário brasileiro será o Chile, segundo colocado do grupo B. Na chave A, o Brasil totalizou os mesmos sete pontos do México, que bateu a Croácia por 3 a 1 na Arena Pernambuco e avançou para en-frentar a Holanda. Croácia, com 3 pontos, e Camarões, com 0, acabaram eliminados.

O Brasil terá menos de uma semana para se preparar para o início da fase de mata-mata do Mundial, já que a partida contra o Chile será às 12h (de Manaus) de sábado, no Mineirão.

Análise do jogo O técnico Luiz Felipe Scolari

disse durante toda a semana que era impossível repetir o mesmo padrão de jogo da campanha vitoriosa da Copa das Confede-rações do ano passado em uma Copa do Mundo. Ao menos no iní-cio da partida contra Camarões, eles provaram o contrário.

Nos primeiros minutos, o Bra-sil pressionou o adversário. O atacante Hulk, de volta ao time, foi o primeiro a levar a marca-ção na base da raça pelo lado direito do campo. Derrubado, sacudiu os braços para pedir o apoio do público.

Com a gritaria vinda das ar-quibancadas, o Brasil continuou em cima de Camarões. Quase abriu o placar aos dois minutos. Neymar fez um ótimo passe para Daniel Alves, que avançou pelo lado direito da área e ro-lou para trás. Paulinho só não marcou o gol porque foi travado pela zaga africana.

Logo depois de voltar a apa-recer de surpresa no ataque, Paulinho falhou na defesa. O passe errado para David Luiz obrigou o volante a dar um carrinho para evitar que o ataque de Camarões fi casse na frente do goleiro Júlio Cé-sar. Era a primeira amostra de que a seleção adversária

não estava completamente resignada em sua despedida da Copa do Mundo.

Aos 16 minutos, Luiz Gus-tavo roubou a bola no lado esquerdo do ataque brasileiro e fez um cruzamento rasteiro. Neymar mostrou oportunismo para esticar o pé dentro da

área de Camarões, bater Itand-je e abrir o placar. A empol-gação foi tamanha que, pouco depois, ele quase fez outro com um chute plástico, de primeira. O goleiro espalmou.

Quem também queria aprovei-tar o bom momento brasileiro na partida era Fred, cobrado pelas más apresentações das duas pri-meiras rodadas. O centroavan-te se esforçou para completar

um cruzamento da esquerda de Paulinho após passe de Oscar. Enroscou-se com o goleiro e desperdiçou a oportunidade.

Sem nada a perder, o time de Camarões resolveu contra-atacar. E foi bem-sucedido, principalmente porque a mar-cação brasileira era muito con-fusa. O primeiro grande susto veio quando Matip subiu para cabecear no meio da defesa amarela e acertou o travessão. Foi um prenúncio do gol.

Aos 25 minutos, Nyom pedalou na frente de Daniel Alves, en-ganou o lateral adversário com facilidade e cruzou rasteiro da esquerda. Matip apareceu por trás da desatenta zaga da sele-ção brasileira e só teve o trabalho de empurrar para a rede.

O gol camaronês fez a torcida silenciar e deixou mais nítidos os problemas do Brasil. Neymar se incumbiu de escondê-los no-vamente. Aos 33 minutos, ele recebeu a bola de Marcelo, en-carou a marcação até a entrada da área, clareou e concluiu no contrapé do goleiro para de-sempatar o jogo e descer para o vestiário ovacionado.

Mesmo com a vantagem no placar, Felipão decidiu mu-dar a sua equipe no intervalo.

Mandou Fernandinho a campo no lugar de Paulinho e foi re-compensado com uma melhora considerável da seleção.

Com a mesma pressão inicial do primeiro tempo, o Brasil preci-sou de três minutos para ampliar o marcador. Fernandinho domi-nou a bola na entrada da área e acionou David Luiz na esquerda. O zagueiro cruzou para Fred desencantar, de cabeça.

O placar dilatado desanimou a eliminada equipe de Camarões, que passava a chamar o Brasil para o ataque. O técnico alemão Volker Finke buscou algum sinal de reação com Salli no lugar de Moukandjo. Felipão também mexeu, com Ramires na vaga de Hulk. Depois, trocou Oscar por Neymar, aplaudido de pé.

Àquela altura, o jogo já estava decidido a favor do Brasil. Res-tava aos comandados de Felipão evitar as divididas mais duras com os atletas de Camarões, que começavam a abusar da violência. A torcida, satisfeita, começou até a ensaiar novos coros de incentivo. E retornou ao “campeão voltou” depois que Fernandinho, aos 38, tirou pro-veito de jogada com Fred e Oscar para bater no canto e transfor-mar a vitória em goleada.

EMPURRÃOAos 15 minutos do primeiro tempo, após bola perdida na linha de fundo, Nyom empur-rou Neymar sem razão aparente. O árbitro falou com o camaro-nês, mas não mostrou nenhum cartão

FICHA TÉCNICACAMARÕESBRASIL

Local:

Árbitro:

Estádio Mané Garrin-cha, em Brasília (DF)

Jonas Eriksson (SUE)

Camarões: Itandje; Nyom, Nkoulou, Matip e Bedimo; Mbia, Enoh e Nguemo; Mou-kandjo (Salli) e Choupo-Moting (Makoun); Aboubakar (Webo) Técnico: Volker Finke

Brasil: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho (Fernandinho) e Oscar; Hulk (Ramires), Fred e Neymar (Willian) Técnico: Luiz Felipe Scolari

Gols: Camarões: Matip, aos 25 minutos do primeiro tempoBrasil: Neymar, aos 16 e aos 34 minutos do primeiro tempo; Fred, aos três, e Fer-nandinho, aos 38 minutos do segundo tempo

14

Com os dois gols feitos contra Camarões, Neymar já conseguiu entrar para o top 10 dos artilheiros do Brasil em Copas e passou a ser o sexto maior da história da seleção. De quebra, já passou a liderar sozinho a artilharia deste Mundial.

Apesar de ter passado em branco contra o México, na segunda rodada, o atacante do Barcelona havia feito ou-tros dois na vitória sobre a Croácia por 3 a 1.

Com 4 gols, Neymar alcan-çou Chico e Sócrates, que

jogou dez partidas em dois Mundiais (1982 e 1986). Chico atuou em quatro par-tidas em 1950.

Antes, com três gols, o ex-santista empatava em número de gols com outros 12 jogadores: Amarildo, Bal-tazar, César Sampaio, Didi, Dirceu, Falcão, Luis Fabiano, Peracio, Preguinho, Roberto Dinamite, Romeu e Tostão.

Logo à frente de Neymar, com cinco gols, na lista de artilheiros na Copa estão Gar-rincha, Romário e Zico. Os dois maiores da história brasileira

são Ronaldo (15) e Pelé (12).

Na história Na história da seleção,

Neymar já se transformou no sexto maior artilhei-ro com 35 gols, deixando Rivaldo (34), para trás.

Pelé é o líder disparado da lista com 77 gols, seguido por Ronaldo (62), Romário (55), Zico (48) e Bebeto (39).

Antes de começar a Copa, o atacante estava em 11º na lista, com 31 gols, logo atrás de Tostão e Ademir Menezes (32 gols cada).

Neymar é top 10 na artilharia

Craque Neymar balan-çou as redes duas vezes no jogo de ontem

O centroavante Fred fes-tejou o desempenho da sele-ção e também a sua atuação individual na vitória de 4 a 1 sobre Camarões.Ele foi o autor do terceiro gol da equi-pe brasileira ao aproveitar um cruzamento, colocar o rosto na bola, a desviando ao gol, aos três minutos do segundo tempo.

Depois do jogo, ele brin-

cou e disse que fez o gol com o seu bigode.

“O cruzamento do David foi forte. Por incrível que pareça, bateu no meu bigode. Foi gol de bigode”, disse o atacante, que chegou a jogar de bigode em partidas pelo Fluminense para homenagear o seu pai.

Esse foi o primeiro gol do centroavante no Mundial.

“A carga de críticas estava

pesada em cima de mim. Procurei ter tranquilidade. Eu estava trabalhando e o grupo me ajudou”.

Segundo ele, o jejum de gols estava incomodando.

“Eu não estava conse-guindo jogar bem, hoje eu consegui jogar de uma for-ma coletiva boa, e a equipe inteira mostrou evolução”, completou Fred.

‘Foi gol de bigode’, disse Fred

Com novo visual, Fred desencantou e fez seu primeiro gol no Mundial

Poupado na derrota por 2 a 0 diante da Holanda ontem (23), o volante chile-no Arturo Vidal viu de fora o trabalho do juiz Bakary Gassama, da Gâmbia, con-testado pelos seus com-patriotas. Ainda antes da defi nição do adversário de sua equipe nas oitavas de fi nal, ele insinuou um possí-vel favorecimento da arbi-tragem ao Brasil, provável rival na próxima fase.

“É difícil marcar 12 joga-dores, declarou sorrindo.

“Tomara que coloquem um árbitro de qualidade, que saiba administrar esse tipo de partida, sempre complicada. E que passe quem mereça, quem jogue melhor”, acrescentou.

O meia palmeirense Val-dívia também questionou a qualidade da arbitragem.

“É difícil não falar de ar-bitragem. O jogo era impor-tante para o nosso grupo e para o grupo de Brasil, México, Croácia e Cama-rões. E colocaram um juiz da Gâmbia, sem personalidade nem critério”, criticou.

Meia minimiza história Brasil e Chile se enfrentarão pela quarta vez em uma Copa do Mundo na tarde do próximo sábado (28). Logo depois de cair contra a Ho-landa nesta segunda-feira, antes mesmo da confi rma-ção do próximo adversário, o meia Valdivia minimizou a freguesia de sua seleção

diante dos anfi triões.No primeiro jogo con-

tra o Chile na história do campeonato, válido pela semifinal de 1962, o Brasil bateu o adversário por 4 a 2 na condição de visitante. A seleção repetiu o triunfo sobre o rival nas oitavas de final das edições de 1998 (4 a 1) e 2010 (3 a 0) da Copa do Mundo.

“Vai ser difícil, mas his-tória fi ca no museu. Espe-ramos mudar o retrospecto negativo que temos contra o Brasil “, declarou Valdivia. O jogador do Palmeiras, o meio-campista é profundo conhecedor do futebol na-cional, já que sua primeira passagem pelo clube pau-lista data de 2006.

Chileno insinua favorecimentoSERGIO BARZAGHI/GAZETAPRESS

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Jogadores comemoram primeiro gol da partida marcado por Neymar

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E6 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014

Holanda bate Chile e garante liderança O Chile viu sua torcida dominar o estádio e se sentiu tão em casa na Arena do O Chile viu sua torcida dominar o estádio e se sentiu tão em casa na Arena do O Chile viu sua torcida dominar o estádio e se sentiu tão em casa na Arena do Corinthians que foi ao ataque. A Holanda, que só precisava do empate, venceuCorinthians que foi ao ataque. A Holanda, que só precisava do empate, venceuCorinthians que foi ao ataque. A Holanda, que só precisava do empate, venceu

O time que estreou impondo 5 a 1 sobre a Espanha soube segurar o

ímpeto chileno. O Louis Van Gaal teve sucesso em suas substituições, já que Depay, que saiu do banco, gerou o escanteio que Fer, outro que era reserva, transformou em gol ao subir sozinho na gran-de área aos 31 minutos do segundo tempo. Nos acrés-cimos, Robben ainda cruzou para Depay fechar o placar.

O time laranja volta a entrar em campo em jogo domingo, às 12h (de Ma-naus) em Fortaleza, contra o México, segundo colocado do Grrupo A. O Chile, segun-do colocado de seu grupo com seis pontos, atua no sábado, também às 12 ho-ras, no Mineirão, contra aseleção brasileira.

Jogo truncadoA vantagem de garantir

a liderança mesmo em-patando deu à Holanda a oportunidade de iniciar o duelo com a estratégia que gosta: preencheu seu cam-po, inclusive transformando o atacante Kuyt em meio-campista para marcar Isla, e

fi car à espera de um contra-ataque.

Sem Van Persie, que cumpre sus-pensão por ter re-cebido dois amarelos, Lens atuou, mas sem amesma qualidade.

O Chile entrou em cam-po no 3-4-3 e à medida que trocava passes, perce-beu que poderia soltar mais Aránguiz e Díaz e Isla abriu espaço no ataque ao virar lateral, e fazendo o timeatuar no 4-4-2.

Os defensores holandeses se preocupavam mais com Sánchez e Vargas e se esque-ceram de quem vem de trás. Assim, Aránguiz levou perigo, aos 14, e Gutierrez recebeu cobrança rasteira de escan-teio, completamente livre na marca do pênalti, para fi nali-zar acima do travessão, aos 22.O time europeu, então, resolveu acordar. Kuyt virou efetivamente atacante e, ao lado de Robben e Lens, pas-sou a jogar em cima dos três zagueiros chilenos, abrindo espaço para jogar também, em vez de só esperar.

Aos 39 minutos, Robben escapou da falta de Jara para arrancar passando por quem

viu pela frente até fi nali-zar à esquerda do gol.

A seleção chilena respon-deu aos 43, quando Gutiér-rez, sozinho, cabeceou por cima do travessão.

Gutiérrez foi trocado por Beausejour para o segundo tempo. Mas o sistema táti-co não mudou, e a Holanda saiu dos vestiários disposta a marcar e encaixar sua dis-posição para forçar a saída de bola rival no jogo.

O Chile, então, resolveu

atacar, principalmente, nas jogadas individuais. Uma de-las ocorreu aos 19, quando Sánchez colocou a bola entre as pernas de Lens na grande área e finalizou em cima do goleiro Cillessen. A medida, porém, dava espaços e Ro-bben quase aproveitou ao dar arrancada e bater com perigo, aos 21 minutos.

Van Gaal, com o empate a favor, até abriu mão de Sneijder para preencher o meio-campo com Fer. Aos 30, Depay forçou Bravo a fazer grande defesa. Na cobrança do escanteio, Fer subiu sozi-nho para colocar a bola nas redes e fazer 1 a 0.

Na ânsia de buscar a virada, Sampaoli sacou Vargas para apostar na altura de Pinilla, mas de nada adiantou. A Ho-landa entrou em campo com o resultado que precisava e soube aproveitar a ân-sia chilena. O característico contra-ataque laranja ainda apareceu nos acréscimos, quando Robben cruzou para Depay fechar o placar.

OITAVASNa próxima fase, a Holanda vai enfrentar o México, seleção do go-leirão Ochoa. Já o Chile, terá ninguém menos que os donos da casa pela frente, no próximo sábado, no Mineirão, em Belo Horizonte (MG)

Depay marcou seu segundo gol na Copa do Mundo

Espanha se despede com vitória

Coube a Curitiba, no fecha-mento do Grupo B da primeira fase da Copa do Mundo 2014, servir de palco para a Espanha, atual campeão do mundo, dar com um time misto o seu adeus, não só ao Mundial, mas a uma geração que venceu quase tudo na última década e revolucionou a maneira de jogar futebol. A vitória por 3 a 0 sobre a Austrália impediu a pior campanha de uma seleção campeã na história e, no belo do gol de Villa, deixou um gostinho do que poderia ter sido, mas, não foi.

A morte de duas seleções abraçadas em campo, no en-tanto, não refl etiu no clima dos torcedores, especialmente os australianos. Ninguém em volta do estádio antes da bola rolar ou durante a partida estava preparado para um velório, mas sim uma celebração.

Logo após o apito inicial, fi cou claro o panorama da partida, com a Espanha tocando bola em seu estilo tiki-taka e a Austrália marcando pressão, tentando se superar na base da força e da vontade. Aos quatro minutos, Taggart foi lançado, mas Reina protegeu bem a saída.

Chute a gol mesmo apenas aos 19 minutos, com Jordi Alba, que entrou pela esquerda e fu-zilou para boa defesa de Ryan. Na sequência, a zaga afastou o perigo. A Roja estava mais solta, mas fi nalizava pouco. Aos 28 mi-nutos, Villa pedalou, levou para o fundo e cruzou na pequena área

para ninguém aproveitar.Até que, aos 35 minutos,

Juanfran recebeu lançamento açucarado e cruzou para David Villa, de letra, tocar para o fun-do das redes e abrir o placar. Aos 42 minutos, Villa serviu Carzola, que toucou na saída do goleiro, mas não contava com a recuperação da defesa.

Para a segunda etapa, a Aus-trália voltou com Halloran no lugar de Taggart. Buscando seu primeiro ponto na competição, o time da Oceania retornou com mais vontade. Porém, o primeiro chute veio aos oito minutos, com Iniesta, pela linha de fundo. Aos 11 minutos, Mata entrou em campo para a saída de David Villa, que deixou o gramado emocionado, reverenciado pe-los colegas e entrou para a história como o maior artilheiro da seleção espanhol em todos os tempos, com seis gols.

Aos 20 minutos, McKay cru-zou e Reina deixou a meta para segurar. Até que, aos 23 minu-tos, Fernando Torres entrou na área e tocou na saída do goleiro para marcar. Mais abraços em uma tentativa de mostrar a união do grupo, abalada por problemas internos.

Iniesta, que completou 100 jogos pela Roja, assim como nas duas primeiras partidas destoava dos colegas, sem-pre mostrando categoria para tentar resolver, sem apatia, em mais um resquí-cio da Espanha que todos esperavam ver.

HONRA

DIV

ULG

AÇÃO

Titular na partida de ontem, atacante David Villa marcou um belo gol de letra e saiu irritado

IRRITADOApós marcar o gol mais bonito da partida, atacante do Atlético de Madrid, David Villa, foi substituido por Mata. Ele saiu na bronca com o treinador da Fúria, Vicente Del Bosque, e nem o cumprimentou

México vence Croácia e avançaCLASSIFICADO

O México entrou no gra-mado da Arena Pernambu-co sabendo que, se não le-vasse gol, garantiria vaga nas oitavas de fi nal da Copa do Mundo. Diferente dos dois confrontos anteriores, contra Camarões e Brasil, a defesa norte-americana acabou superada, com gol de Perisic, mas o tento não foi sufi ciente para diminuir a festa tricolor. Os coman-dados de Miguel Herrera venceram por 3 a 1 e garan-tiram a classifi cação para o mata-mata, eliminando os balcânicos. Os tentos do triunfo foram anotados por Rafa Márquez, Guardado e Chicharito Hernández.

Com os três pontos so-mados, as águias encerram a fase inicial na segunda posição do grupo A, com sete pontos conquistados, atrás da seleção brasileira nos critérios de desem-pate. Neste contexto, seu adversário será a também

invicta Holanda, líder da chave B. Por sua vez, a equipe de Luiz Felipe Sco-lari terá pela frente o Chi-le, no primeiro estágio do mata-mata.

Os gols só saíram na

segunda etapa. Aos 26 minutos, em escanteio bem cobrado por Héctor Herrera, o experiente za-gueiro Rafa Márquez ga-nhou de Corluka e testou fi rme, no canto esquerdo. Pletikosa encostou na bola,

mas não conseguiu evitar o primeiro tento.

Abatidos com a iminente eliminação, os croatas so-freram o segundo gol aos 29 minutos. Após receber de Chicharito, Oribe Pe-ralta cruzou rasteiro para Guardado e viu o meia concluir com consciência, no canto de Pletikosa, que nada pôde fazer. O tento que ampliou a vantagem veio aos 36 minutos. Con-solidando a boa atuação, Javier Hernández apro-veitou um desvio de Rafa Márquez, após escanteio cobrado por Guardado, e só teve o trabalho de empur-rar a bola, de cabeça, para o fundo da rede europeia.

No fi m da partida, aos 41 minutos, a Croácia con-seguiu seu gol de honra. Rakitic recebeu no meio campo e executou um belo passe para Perisic, que teve calma para bater cruzado e vencer o goleiro Ochoa.

Zagueiro Rafael Márquez comemora primeiro gol da partida contra a seleção croata

DIV

ULG

AÇÃO

DESEMPATECom o mesmo número de pontos da seleção brasileira, o México só fi cou em segundo lugar no grupo por conta do saldo de gols. O Brasil terminou com cinco bolas positivas, contra três dos mexicanos

DIV

ULG

AÇÃO

FICHA TÉCNICAHOLANDACHILE

Local:

Árbitro:

estádio de Itaque-ra, em São Paulo (SP)Bakary Gassama

HOLANDA: Cillessen; Jan-maat, De Vrij, Vlaar e Blind; De Jong, Wijnaldum e Sneijder (Fer); Robben, Lens (Memphis) e Kuyt (Kongolo) Técnico: Louis Van Gaal

CHILE: Bravo; Silva, Medel e Jara; Isla, Aránguiz, Díaz e Mena; Gutiérrez (Valdívia) (Beausejour); Sánchez e Vargas (Pinilla) Técnico: Jorge Sampaoli

Gols: Fer, aos 31, e Memphis, aos 46 do 2º Tempo

Cartões: amarelos: Silva (CHI); Blind (HOL)

20

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E7MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014

A briga é pela segunda vagaCom a Colômbia já garan-

tida nas oitavas de fi nal, a disputa na última rodada do Grupo C da Copa do Mundo de 2014 é pela segunda vaga. De olho nela Grécia e Costa do Marfi m se enfrentam nes-ta terça-feira, às 16h (de Ma-naus), no Estádio Castelão, em Fortaleza (CE), pela últi-ma rodada. Com três pontos, os marfi nenses, que tentam se recuperar da derrota de 2 a 1 para os colombianos, aparecem no segundo pos-to com três pontos, dois a mais que gregos e japoneses, que empataram sem gols no meio de semana.

Para se classifi car Costa do Marfi m precisa de um simples

triunfo. Em caso de empate, se garante se o Japão não derrotar a Colômbia, em duelo previsto para o mesmo horário. Já os gregos se classifi cam se ga-nharem e o Japão tropeçar.

Sabri Lamouchi, técnico da Costa do Marfi m, pediu aos seus jogadores muita movi-mentação para poder furar o bloqueio defensivo dos gre-gos. Ele vem dando aos atletas a dimensão deste duelo.

“Se nós conseguirmos a classifi cação vamos entrar para a história da Costa do Marfi m, que jamais foi para as oitavas de fi nal. Portanto, é um jogo muito importante, histórico. Ganhar da Grécia não tem segredo. Precisamos de

muita velocidade e movimen-tação para furarmos o bloqueio defensivo deles”, disse.

Porém, com a necessi-dade de vitória, a Grécia deverá modificar um pouco seu estilo de jogo.

“Não podemos fi car ape-nas esperando que Costa do Marfi m erre, pois apenas a vitória nos interessa. Não vamos mudar drasticamen-te o nosso estilo de jogo, mas precisaremos de um pouco mais de ousadia. Já agimos assim no passado e tivemos bons resultados, portanto, me sinto otimista”, disse Fernando Santos, português que dirige a Grécia.

Em termos de escalação,

Fernando Santos deverá manter a base que vem atuan-do, porém, com os homens de criação com mais liberdade para encostarem no ataque.

Na Costa do Marfi m, o volante Didier Zokora, que vi-nha atuando de maneira im-provisada na lateral esquer-da, fi ca de fora para cumprir suspensão por acúmulo de cartões amarelos. Ousmane Diarrassouba assume o pos-to. Os atacantes Salomon Kalou e Didier Drogba, que estão iniciando os jogos no banco de reservas por não estarem com cem por cento da forma física, devem per-manecer como armas para o segundo tempo.Yaya Touré está devendo neste Mundial e espera melhorar

DIV

ULG

AÇÃO GRUPO C

Colômbia pega odesesperado Japão

Classifi cada para as oi-tavas de fi nal e lideran-do o Grupo C da Copa do Mundo de 2014, com

seis pontos e cem por cento de aproveitamento, a Colômbia encara o Japão hoje (24), às 16h (de Manaus), na Arena Panta-nal, em Cuiabá (MT), precisando de um empate para assegurar a primeira colocação. O time vem de triunfo de 2 a 1 sobre a Costa do Marfi m e pode fi car com o primeiro pos-to mesmo em caso de derrota. Mas para isso vai precisar que os marfi nenses não vençam a Grécia em duelo previsto para o mesmo horário. Para os japoneses, que empata-ram sem gols com os gregos no meio de semana e somam apenas um ponto, o duelo vale a chance de classifi cação. Eles precisam ganhar por dois gols de di-ferença e torcer por empate no outro confronto.

Aos colombianos existe a in-cógnita se realmente vale à pena ser primeiro do grupo. Isso por-que nas oitavas de fi nal o time vai duelar com o segundo do Grupo D, onde a Costa Rica acena com a primeira colocação. Assim, a liderança para a Colômbia pode representar um encontro preco-ce com um campeão do mundo, Itália ou Uruguai.

“Não estamos preocupados com o que vem nas oitavas e sim em ganhar o jogo contra o Japão. Em uma Copa do Mundo não se pode fi car dosando para escolher adversário. Temos que procurar fazer a nossa parte. Conseguimos a classifi cação, que era o primeiro objetivo, e agora queremos o segundo ob-jetivo, que é o primeiro lugar de nossa chave”, disse José Peker-

man, técnico da Colômbia.A Colômbia terá mudanças

em seu time para este jogo. O goleiro David Ospina vai ganhar um descanso para que Faryd Mondragón seja home-nageado. O goleiro reserva tem 43 anos e se jogar se tornará o jogador mais velho a disputar uma partida de Copa do Mundo. O recorde pertence ao artilhei-ro camaronês Roger Milla, que

jogou o Mundial de 1990 com 42 anos.

Outras duas mudanças acontecem por precau-ção. O zagueiro Mario Ye-pes, com dores na coxa direita, será preservado, assim como o volante Carlos Sanchez, pendu-rado com dois cartões amarelos. Assim, Eder Balanta deve entrar na zaga, enquanto

que Fred Guarín ocupa o posto de Sanchez.

Já pelo lado d o

Japão, o técnico italiano Alberto Zaccheroni de-monstra confiança.

“A sensação que estou tendo no convívio com os jogadores é a de que faremos uma grande partida. Falo isso porque eles estão animados e dispostos a lutar até o fi m pela vitória. A Colômbia é um grande rival, mas não é imbatível”, falou.

Apesar de não ter confi rmado qual a escalação que pretende mandar a campo, o treinador do Japão deverá manter a base que vem atuando no Mundial.

Líder do grupo C com seis pontos e jogando um futebol envolvente, os colombianos jogam por mais uma vitória

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AÇÃO

O goleiro Mondragón, de 43 anos, será o titu-lar na partida de hoje

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E8 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014

Qual campeão mundial dará adeus à Copa ?Itália e Uruguai decidem quem continua na

Copa do Mundo de 2014 e quem mergulhará na crise após uma eliminação precoce no torneio

Ambos somam três pontos e têm em comum terem sofrido nas mãos

do azarão Costa Rica, que lidera a chave com seis pontos e já está classi-fi cada. A Azzurra vem de derrota de 1 a 0 para os costarriquenhos e jogam pelo empate contra o Uru-guai por ter vantagem no saldo de gols. A Celeste, que estreou perdendo de 3 a 1 para o time da Concacaf, ganhou novo fôlego com os 2 a 1 apli-cados na Inglaterra. Os uruguaios só avançam em caso de triunfo.

Diante desta decisão, os dois treinadores sa-bem que estão diante do jogo do ano.

“Vamos jogar a nossa vida diante do Uruguai e estamos preparados para o nosso jogo mais importante nesta Copa do Mundo. O que vai acontecer nesta partida vai defi nir como foi o nosso trabalho ao lon-go dos últimos anos”, disse Cesare Prandelli, técnico da Itália.

Óscar Tabárez, coman-dante do Uruguai, pensa parecido. Mesmo lamen-tando o tropeço diante dos costarriquenhos, ele se mostra bem confi ante para esta decisão.

“Sempre soubemos que seria muito complicado passar neste grupo, por-tanto, chegar na última rodada precisando da vitória não chega a ser surpreendente. Podería-mos estar melhores, pois não planejamos a derrota na estreia. Mas não adianta dis-cutir mais o passa-do”, disse Tabárez.

A Itália vem bem diferente. Disposto a tornar o time mais ofensi-vo, Prandelli fará algumas mudanças na equipe. O zagueiro Leonardo Bo-nucci entra na vaga do volante brasileiro natu-ralizado italiano, Thiago Motta. O lateral Ignazio Abate dá vaga a Mattia De Sciglio, recuperado de uma lesão na coxa es-querda. Com o esquema variando para o 3-5-2, o meia Marco Verratti entra

no posto do volante Da-niele De Rossi, que com uma lesão na pan-turrilha direita, fi ca de fora. Já Antonio Candre-

va cede sua vaga

ao atacante Ciro Immobile,

o que torna o time mais veloz.

Pelo lado do Uruguai, o zagueiro Diego Lugano, com dores no joelho direi-to, fi ca de fora mais uma vez. Existe uma dúvida de ordem técnica na lateral. Álvaro Pereira pode per-der o posto para Maxi Pereira, que volta a fi car à disposição depois de ter cumprido suspensão.

Atacante Ciro Immobile come-ça como titular no jogo de hoje

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As seleções de Honduras e Suíça já estão em Manaus para o jogo decisivo que aconte-

cerá amanhã às 16h na Arena da Amazônia Vivaldo Lima. A partida é valida pelo Grupo E da Copa do Mundo, que tem ainda Equador e França que se enfrentarão no Maracanã, Rio de Janeiro no mesmo horário.

Os hondurenhos foram os primeiros a desembarcarem em solo manauense. Chegan-do ao aeroporto internacional Eduardo Gomes às 17h. Do ae-roporto os jogadores seguiram para o Hotel Blue Tree, avemi-da Humberto Calderaro Filho, Adrianópolis, Zona Centro-Sul, onde menos de dez torcedores esperavam pela delegação.

Já os suíços chegaram duas horas depois em Manaus

e por volta de

19h30 já estavam no Hotel Quality Premium, também lo-calizado na aveninda Mario Ypiranda Monteiro. Apenas 12 torcedores foram prestigiar a chegada da equipe comandada pelo treinador alemão Ottmar Hitzfeld. O goleiro Diego Bena-glio, que defende o Wolfsburg da Alemanha, foi o primeiro a descer e fez questão de acenar para os presentes.

Para Daniele Dias, 34, ir re-ceber a seleção no hotel é importante para mostrar todo carinho manauense. Indo com a mãe e os fi lhos, a jovem fez questão de ver de perto os joga-dores de uma seleção que está disputando a Copa do Mundo mesmo não conhecendo ne-nhum. “Vim pela oportunidade de ver a seleção Suíça. Apenas conheço as cidades e o cho-colate. Essa Copa é a chance perfeita que a tivemos para mu-dar a imagem da cidade para o mundo. Geralmente Manaus aparece apenas quando acon-

tece algum escândalo ou

tragédia. Podemos mostrar que somos hospitaleiros com os turistas”, disse Daniele, que mostrava toda animação com seu fi lho no colo.

Ambas as seleções farão o reconhecimento do gramado do palco do jogo na tarde de hoje. Pelo lado da equipe de Honduras, o treinador colom-biano Luis Fernando Suárez não terá desfalques para o duelo. A esperança do país centro-americano fi ca sobre as costas do meio campista Wil-son Palacios, que atualmente joga no Stoke City da Inglaterra. O meio campista chegou a ser contratado pelo gigante londri-no, Tottenham Hotspur por 12 milhões de libras, em 2011.

Já o comandante alemão Ottmar Hitzfeld, que treina a seleção suíça desde 2009, terá apenas a ausência do zagueiro Steve von Bergen, que sofreu um duro golpe durante o jogo contra a França, na última sex-ta-feira. As esperanças do país do chocolate fi cam entorno

da atuação do atacante

Xherdan Shaqiri, que defende o gigante alemão Bayern de Munique. O atleta que surgiu no Basel em 2012 foi o principal jogador da seleção nas elimina-tórias para esse mundial e fi cou conhecido pelos seus dribles e chutes fortes de fora da área.

Último jogo em ManausO confronto entre Hondu-

ras e Suíça será o último em Manaus. A cidade recebeu os duelos entre Itália x Inglaterra, Croácia x Camarões e Portugal x Estados Unidos. Em todos os jogos a Arena da Amazônia Vivaldo Lima estava lotada. A festa na cidade foi grande nesse período. Manaus rece-beu muitos turistas vindos especialmente da Inglaterra e dos Estados Unidos. Alguns pontos turísticos da cidade viraram praças de encontro dos torcedores, como por exemplo, a praia da Ponta Negra onde foi instalado a Fifa Fan Fest e o largo São Sebastião.

Suíça e Honduras chegam a Manaus para jogo decisivo Seleções desembarcaram ontem na cidade; Honduras chegou no fi nal da tarde e seleção da Suíça no início da noite

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

Poucos torcedores foram à porta do hotel prestigiar jogadores

Seleção da Suíça chegou ontem à noite a Manaus e foi direto para o hotel; a equipe joga com Honduras amanhã no último jogo da Copa do Mundo que será realizado na Arena da Amazônia

FOTOS: RICARDO OLIVEIRA

E9MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014

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E10 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 201410

Torcida aprova seleçãoA equipe comandada pelo técnico Luiz Felipe Scolare reconquistou a confi ança do manauense, ontem, com o placar de 4 a 1 contra Camarões. Até a comunidade indígena Sateré-Mawé parou para assistir à partida da Copa do Mundo

A atuação da seleção brasileira convenceu a torcida manauense, especialmente com o

placar de 4 a 1 contra Ca-marões, na tarde de ontem. Em diversas partes da cidade avistavam-se amazonenses com camisas e bandeiras do Brasil, fosse com a família ou com os amigos.

Na via mais decorada da cidade, a rua 3, no bairro da Alvorada, Zona Centro-Oeste, cada gol arrancava aplausos, gritos e muito barulho. No meio da torcida manauense, a alemã Denise Marchi, 30, era uma das mais entusias-madas. Com uma câmera na mão, pretendia registrar tudo o que os seus olhos azuis ad-mirassem. “Conheci São Paulo e Salvador. Em Manaus, vim ver a decoração temática do Mundial, conhecer pessoas e assistir ao jogo com o povo”, disse a turista.

Devidamente caracterizado e com olhos fi xos no jogo que ocorria no estádio Mané Garri-cha, em Brasília, o estoquista Mecherds Oliveira, 35, afi rma-va que o craque da camisa 10 iria fazer a nação vibrar. “Acredito no talento do Ney-mar. Camarões é adversário fraco ao Brasil. Se a Croácia os venceu a nossa seleção tam-bém irá e vai ser de goleada’’, antecipava a vitória.

Quando o craque da seleção marcou o segundo gol contra o adversário, o funcionário público Glimedes Sabóia, 49, já especulava que iria perder a aposta feita com os amigos de trabalho. O bom rendi-mento da seleção em campo indicava mais gols durante a partida. “Apostei no bolão e acabo de perder. O Bra-sil tem mostrado que pode vencer Camarões e irá para

as oitavas de fi nal”, disse o morador do Aleixo, que atra-vessou a cidade para torcer na companhia da esposa.

AlívioNa famosa rua Santa Isabel,

Praça 14, Zona Sul, conhecida também por sua beleza na decoração para o Mundial, outros tantos amazonenses pareciam aliviados com o placar de 4 a 1. Entre eles o industriário João Gouvêa, 56, frisava que a seleção brasi-leira fi nalmente ressuscitava o estilo de jogo que marcou o time na última Copa das

Confederações. “No segundo tempo, a se-

leção começou a mostrar o futebol visto naquela compe-tição. O importante é ganhar. O que falta é armar o meio de campo para distribuir a bola”, comentou o torcedor.

Abraçado com a bandeira do Brasil e entre os amigos, o militar Elton Zacarias, 21, vibrava após o quarto gol e destacava o crescimento da seleção. ‘‘Nesse jogo, o Brasil mostrou preparo, me conven-ceu com essa goleada. Sabe-mos que a próxima etapa tem risco. O Chile é um adversário forte nesta Copa”.

Conheci São Paulo e Salvador. Em Ma-naus, vim ver a de-

coração temática do Mundial, conhecer pessoas e assistir

ao jogo com o povo

Denise Marchi, turista alemã

Comunidade indígena sateré-mawé, no bairro de Santo Antônio também entrou no clima da Copa

FOTOS: RICARDO OLIVEIRA

O futebol tem o poder de unir povos e culturas diferentes. A exemplo dis-so, na comunidade indígena Sateré-Mawé, no bairro de Santo Antônio, Zona Oes-te, as famílias se reuniram na frente de televisor para assistir à atuação do Brasil em sua Copa do Mundo. O

líder da comunidade, Moi-sés Sateré, diz que toda a divulgação do Mundial tem infl uenciado a adota-rem como hobby o futebol na aldeia urbana.

“Não é da nossa cultura, mas o futebol entrou. Aqui na comunidade tem ocorri-do partidas de futebol entre

as crianças, homens e até entre as mulheres. Estamos preparando uma quadra im-provisada para brincar de futebol”, disse.

“Nos reunimos para as-sistir porque temos apren-dido a gostar de futebol e torcer pelo Brasil. Ao nosso olhar ele está jo-

gando bem’’, acrescentou Moisés Sateré. Com a vi-tória, a seleção brasileira está classifi cada para as oitavas de fi nal e terá me-nos de uma semana para se preparar para o início da fase mata-mata. Já no sábado (28) vai enfrentar o Chile, no Mineirão.

Sob o olhar curioso da tribo sateré-mawé

Na rua Santa Isabel, na Praça 14, a torcida ficou aliviada com a goleada da seleção brasileira sobre Camarões

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E11MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014

Manauense festeja vitóriaComportamento hospitaleiro e ordeiro do amazonense é ressaltado por turistas nacionais, estrangeiros e pela população nativa

e enaltece participação local

Otimismo, tensão, feli-cidade, nervosismo e clima de boi-bumbá. Tudo misturado. Era

esse o clima no largo São Se-bastião, Centro, antes e durante o primeiro tempo do jogo en-tre a seleção brasileira contra Camarões, que ao fi nal, com a vitória por 4 a 1 rendeu ao Brasil o primeiro lugar no A da Copa do Mundo.

Antes da partida, sob um sol de 35 graus, no espaço que reu-niu mais de 20 mil pessoas, de acordo com cálculos da Polícia Militar, o ritmo de boi-bumbá fez o esquenta do público que procurou viver o clima da Copa e também daqueles que contam os dias para ir a Parintins (a 369 quilômetros de Manaus) presti-giar o 49º Festival Folclórico da ilha Tupinambarana.

É o caso da química Celma Pereira, 38, e da administra-dora Edione Martins, 36. Ao som das todas de Garantido e Caprichoso, elas aguardavam o início da partida ao sabor de um tambaqui assado ao lado do palco, com outras cinco amigas. “Foi a minha primeira vez no largo durante essa Copa do Mundo no Brasil e foi muito bom. O ritmo de boi é nosso

e deveria ter mais boi-bumbá na Fan Fest da Ponta Negra”, sugere Celma.

Segundo a química, as amigas partem para a ilha Tupinamba-rana, no próximo dia 27, dois dias depois de o grupo ir à Arena da Amazônia Vilvaldo Lima as-sistir à última partida da Copa do Mundo em Manaus, entre Suíça e Honduras, às 16h. “Nós vamos

para Parintins somente depois da última partida na Arena da Amazônia. E vamos curtindo a Copa, mas sem perder o nosso folclore”, comenta.

Para Edione, os encontros no largo ganharam a sua admira-ção pela organização e segu-rança do ambiente. “É um clima muito bom, com tantas pessoas reunidas num ambiente desse que é a cara de Manaus. O nosso sentimento é de orgulho.

A nossa maior vitória está nisso tudo que podemos ver e sentir nessa Copa”, sustenta.

Ao contrário das amigas, a recepcionista Solange Beleza, 45, não vai a Parintins esse ano, mesmo assim não deixou de curtir o clima de “dois pra lá, dois pra cá”, sobre o piso de pedras portuguesas do largo. “Vou fi car em Manaus e preten-do prestigiar todas as partidas do Brasil nesse espaço que é totalmente família. É muito bom observar o povo sempre muito educado”, observa.

O casal de norte-americanos, moradores da cidade de Nova Iorque, Hillary Gooch e Felipe Oli-veira, gostaram do que viram no palco do largo. Segundo Hillary, esse foi o primeiro contato deles com ritmo amazonense. “Costu-mamos prestigiar o folclore dos países por onde passamos. Mas é a primeira vez que ouvimos coisa do tipo”, diz Felipe.

Eles chegaram em Manaus, na sexta-feira da semana pas-sada, para assistir à parti-da entre EUA e Portugal na Arena da Amazônia. Filho de português, Felipe disse que depois do empate em 2 a 2 entre as seleções eles vol-tam hoje para casa, levando com eles a vontade voltar a Manaus para conhecer mais do folclore do povo.

80 MILFoi número aproximado de pessoas que pres-tigiaram a partida do Brasil, na Fan Fest, ave-nida Itaúba e no Centro, de acordo com dados do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICC-R)

Amigas vão prestigiar o Festival de Parintins, mas só depois que a Copa acabar em Manaus

No espaço do Fifa Fan Fest, na Ponta Negra, Zona Oeste, o público de 21.398 pessoas que passou pelas catracas, de acordo com a Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), manteve o cli-ma de tranquilidade e ani-mação, principalmente após a seleção brasileira marcar o quarto gol.

O autônomo Alessandro Santos, 30, morador do bairro Petrópolis, Zona Sul, observou que no local há

muito respeito entre as pes-soas. Ele, que foi à Fifa Fan Fest pela segunda vez, de veículo próprio, disse que não enfrentou nenhum con-gestionamento para chegar ao local. Para ele, poder prestigiar uma Copa do Mundo no Brasil é motivo de muita emoção e orgu-lho. “Assistir a uma Copa no meu país e tendo Ma-naus como cidade-sede não tem preço”, declara.

Mesmo com o mar de gen-te que lotou a arquibancada

do anfi teatro da Ponta Ne-gra, a publicitária Marina Fa-lavina, 32, se sentiu a vonta-de para levar as duas fi lhas bem próximo ao palco.

“A segurança do local me deixou a vontade para trazer as minhas filhas, porque, mesmo com to-dos os problemas que o país passa, é com muita satisfação que nós rece-bemos a Copa no Brasil”, comentou Marina, que tem dupla nacionalidade, brasileira e israelita.

Palco de emoções EMERSON QUARESMAEquipe EM TEMPO

Torcida mirim tem sido presença constante na Ponta Negra, no espaço da Fifa Fan Fest

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Espaço da Fifa Fan Fest é um dos que mais tem atraído público durante os jogos da Copa do Mundo bo Brasil; as atrações nacionais são um grande atrativo para os manauenses, que lotam o lugar

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Page 12: Pódio - 24 de junho de 2014

E12 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014 E13MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014

Les Artistes Café Teatro apresentará o espetáculo de dança “Rastros Híbridos”

Três espetáculos gratuitos hoje

A população de Ma-naus e os visitantes que estão acompa-nhando os jogos da

Copa do Mundo na cidade vão poder aproveitar a pro-gramação cultural noturna do Les Artistes Café Teatro, localizado na avenida Sete de Setembro, n° 377, Centro. Realizado pela prefeitura e coordenado pela Fundação Municipal de Cultura, Turis-mo e Eventos (Manauscult), o agendão traz três espe-táculos gratuitos que serão apresentados hoje. São dois de dança e um de música.

Para começar a noite, o espetáculo de dança “Rastros Híbridos” da companhia de dança Indios.com acontece a partir das 19h. Dirigida pela coreógrafa Yara Costa, o gru-po foi contemplado no edital municipal Prêmio Dança na Cidade/2013.

O espetáculo foi montado a partir do contato do grupo com os índios Ka‘lina, que moram na fronteira da Guiana com o Suriname, onde Yara Costa direcionou as pesqui-sas de corpo, movimento, conceitos, fi gurino, elemen-tos cênicos e música do tra-balho. Rastros Híbridos é todo feito no chão e é marcado por delimitações que criam “ter-ritórios” no palco. A pesquisa musical, a cargo de Eliberto Barroncas, investe no uso de tambores para dialogar com a atmosfera Ka’lina e na sua relação com a música.

Depois é a vez de “AÊÊÊ: Para falar do que não foi perdido”, outro projeto da companhia “Indios.com”. O espetáculo é baseado em ele-mentos da cultura dos índios Yanomami e visa desenvolver,

principalmente, a percepção corporal e musical dos par-ticipantes, valorizando e for-talecendo a criatividade e a singularidade da dança e da música. A apresentação co-meça às 20h.

Fechando a noite, a partir das 21h, acontecerá o es-petáculo musical “Amazônia Mundo das Águas” do can-tor e compositor Armando de Paula, que trará músicas criadas em parceria com grandes nomes do cenário musical do Amazonas como Célio Cruz, Gonzaga Blantez e o saudoso Aníbal Beça. Além da apresentação musical, ha-verá a exposição “Encontro das Águas” da artista plástica Rosa dos Anjos e interferên-cias poéticas com o escritor Dori Carvalho e o grupo “For-mas e Poemas”

Durante os meses de junho e julho, a prefeitura vai oferecer gratuitamente várias ativida-des artísticas à população, em diversos espaços administra-dos pelo município.

Manaustrans orienta condutoresOs torcedores se concen-

traram em vários pontos da cidade no início da noite de segunda-feira para come-morar a vitória de 4 a 1 da seleção brasileira contra Camarões e a classifi cação do Brasil para a próxima fase do mundial. Cerca de 90 agen-tes do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans), di-vididos em várias equipes, fi zeram o monitoramento do trânsito em ruas do Centro da cidade, da Zona Centro-Sul, da Zona Leste e no Fifa Fan Fest tomadas por centenas de pessoas que participavam

das comemorações. Os agentes fizeram des-

vios de trânsito na rua 10 de Julho, que ficou interditada no trecho entre as avenidas Eduardo Ribeiro e Getúlio Vargas. O público ocupou a rua e o largo São Sebas-tião, após a partida e pôde comemorar com segurança. Condutores foram orienta-dos a utilizar a rua Luís Antony para evitar a área da comemoração.

Na praça do Carangue-jo, no conjunto Eldorado, Zona Centro-Sul, centenas de torcedores fecharam as ruas que contornam a área

dos bares. O bloqueio foi sinalizado com cones. Os agentes do Manaustrans orientaram condutores a fazer desvios pelas ruas Rio Negro e Rondônia.

Na avenida Itaúba, no Jorge Teixeira, Zona Leste, onde também houve trans-missão pública, a concen-tração de torcedores não provocou alterações no trânsito. A área ofereceu alternativas de desvios pela rua Mirra à esquer-da ou à direita, em dire-ção aos bairros João Paulo ou Santa Inês.

Na área da Fifa Fan Fest, no

anfi teatro da Ponta Negra, o monitoramento do tráfego garantiu acesso seguro para 47 mil pessoas que foram acompanhar a transmissão da partida e se divertir com as atrações artísticas. As equipes de agentes de trân-sito, posicionadas em pos-tos fi xos, viaturas e motos, acompanharam a circulação dos veículos e pedestres. Os desvios de veículos foram feitos na avenida Coronel Teixeira, retornando pela rotatória com a avenida do Turismo. O acesso para mo-radores da área foi garanti-do pela alameda Alaska. Agentes de trânsito indicavam vias com menor fl uxo de carros

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O último espetáculo da noite de hoje, o musical “Amazônia Mundo das Águas”, terá início às 21h

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‘Rastros Hí-bridos’ e ‘Aêêê – Para falar do que não foi perdido’; show musical ‘Amazô-nia Mundo das Águas’.

Quando: Hoje A partir das 19h

Les Artistes Café Teatro

As apresentações culturais serão realizadas durante os meses de Junho e Julho, gratuitamenteQuem esteve na av. Itaúba pôde aproveitar para torcer pela seleção brasileira em um lugar tranquilo e com atrações musicais

Mais de cinco mil pessoas assistiram à partida da seleção contra Camarões

Torcedores lotam Avenida Itaúba

Mais de cinco mil pessoas lotaram a avenida Itaúba, no Jorge Teixeira,

Zona Leste, para ver a vitória do Brasil sobre a seleção de Camarões, por 4 a 1, e ainda assistir aos shows de Márcia Nôvo, Dendê a Dois e Forró Gaiato. Antes do jogo, a DJ Naty Veiga agitou o públi-co com o melhor da dan-ce music em um esquenta para a torcida que aguardava o início da partida.

Enquanto isso, membros do Comitê Local Integrado Pró-Copa, coordenado pela Secre-taria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh), fi zeram uma ca-minhada de conscientização, quanto ao combate ao abuso e à exploração sexual de crian-ças e adolescentes.

O grupo também percorreu todos os bares e restaurantes próximos ao local onde acon-tecia o evento, para alertar aos donos dos estabelecimentos sobre as proibições da per-manência e venda de bebidas a menores de idade.

“Aqui estamos trabalhando a rede de proteção de crianças e adolescentes com a fi scali-zação e principalmente com a prevenção, aqui na Itaúba e em outros lugares de gran-de aglomeração por conta de eventos da copa”, disse Vera Queiroz, diretora de Direitos Humanos do Comitê.

A prefeitura também atuou na área de saúde com uma base de atendimento instala-da na escola municipal Helena Augusta Walcoltt. No local, além do ambulatório, duas ambulâncias do Samu tam-bém fi caram à disposição da

população. Nenhuma ocorrên-cia grave foi registrada.

Um efetivo de 24 agentes do Instituto Municipal de Enge-nharia e Fiscalização do Trân-sito de Manaus (Manaustrans) trabalhou para organizar o fl uxo de veículos no local. De acordo com a coordenadora do evento, Giza Almeida, a Fundação Municipal de Cultu-ra e Turismo e Eventos (Ma-nauscult) tem se empenhado

em fazer uma grande festa para os torcedores da Zona Leste que se apresentam em um número cada vez mais crescente. “Esse é o resulta-do de um trabalho integrado que garante a segurança e a comodidade do público que re-torna e acaba trazendo outros torcedores”, destacou.

O torcedor Alan Rodrigues vem assistindo a todos os jo-gos do Brasil na avenida Itaúba e acredita que isso tem dado sorte. “Sinto que está dando sorte assistir aqui, então vou continuar a vir até o Brasil conquistar o hexa”, disse o torcedor. A Manauscult espera o mesmo número de torcedo-res no próximo sábado dia 28, quando o Brasil enfrenta o Chile nas oitavas de fi nal.

CAMPANHAA prefeitura, por meio de Secretarias, apro-veitou a oportunidade para intensifi car a campanha de combate à exploração sexual e do trabalho infantil, com a distribuição de panfl etos

Mais registros de atendimentosNo jogo que classifi cou a se-

leção brasileira para as oitavas de fi nal da Copa, o governo e a prefeitura, por meio do Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (Ciocs-Manaus), contabilizaram até as 19h45 de ontem, o total de 43 ocorrências nos serviços de saúde monitorados. O Posto Médico Avançado (PMA Ponta Negra) registrou o maior nú-mero de ocorrências e, embora a faixa-etária dos atendidos tenha fi cado entre 20 e 39 anos, pela primeira vez o nú-mero de mulheres atendidas superou o de homens.

Nos hospitais públicos e par-

ticulares foram realizados 21 atendimentos. Desses, 15 em hospitais públicos, sendo oito clínicos e sete traumas (hospi-tais Dr. Platão e 28 de Agosto li-deraram os atendimentos). Nas unidades privadas foram seis atendimentos clínicos (hospi-tal Unimed recebeu a maioria das ocorrências). As principais causas clínicas foram verti-gens, dor abdominal, febre e hipertensão, além de traumas por quedas e queimaduras com fogos de artifícios.

Na Fifa Fan Fest, que rece-beu público de 47 mil pessoas, o PMA Ponta Negra reali-zou 18 atendimentos, sendo

15 clínicos (mal-estar, cefa-leia e febre) e três traumas, com uma remoção (acidente leve). Já o PMA da avenida Itaúba, que registrou público

de mais de cinco mil pes-soas, realizou quatro aten-dimentos clínicos (mal-estar, vômitos e hipertensão).

O perfi l de pacientes atendi-dos nas unidades monitoradas corresponde a pessoas na faixa etária de 20 a 39 anos, sendo cerca de 70% espectadores dos eventos, 18% trabalhadores e voluntários e 12% policiais e seguranças. Segundo os re-gistros, 55% foram mulheres e 45% homens. Seis ocorrências com estrangeiros foram rea-lizadas com quadros clínicos sem gravidade. Todos foram atendidos e liberados após a avaliação médica. Mulheres foram as que mais receberam atendimento médico

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Muitas famílias curtiram de forma tranquila o jogo na Zona Leste

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CAUSASAs principais causas clínicas foram verti-gens, dor abdominal, febre e hipertensão. Mas também foram registrados atendi-mentos decorrentes de traumas causados por quedas e queimaduras

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E12 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014 E13MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014

Les Artistes Café Teatro apresentará o espetáculo de dança “Rastros Híbridos”

Três espetáculos gratuitos hoje

A população de Ma-naus e os visitantes que estão acompa-nhando os jogos da

Copa do Mundo na cidade vão poder aproveitar a pro-gramação cultural noturna do Les Artistes Café Teatro, localizado na avenida Sete de Setembro, n° 377, Centro. Realizado pela prefeitura e coordenado pela Fundação Municipal de Cultura, Turis-mo e Eventos (Manauscult), o agendão traz três espe-táculos gratuitos que serão apresentados hoje. São dois de dança e um de música.

Para começar a noite, o espetáculo de dança “Rastros Híbridos” da companhia de dança Indios.com acontece a partir das 19h. Dirigida pela coreógrafa Yara Costa, o gru-po foi contemplado no edital municipal Prêmio Dança na Cidade/2013.

O espetáculo foi montado a partir do contato do grupo com os índios Ka‘lina, que moram na fronteira da Guiana com o Suriname, onde Yara Costa direcionou as pesqui-sas de corpo, movimento, conceitos, fi gurino, elemen-tos cênicos e música do tra-balho. Rastros Híbridos é todo feito no chão e é marcado por delimitações que criam “ter-ritórios” no palco. A pesquisa musical, a cargo de Eliberto Barroncas, investe no uso de tambores para dialogar com a atmosfera Ka’lina e na sua relação com a música.

Depois é a vez de “AÊÊÊ: Para falar do que não foi perdido”, outro projeto da companhia “Indios.com”. O espetáculo é baseado em ele-mentos da cultura dos índios Yanomami e visa desenvolver,

principalmente, a percepção corporal e musical dos par-ticipantes, valorizando e for-talecendo a criatividade e a singularidade da dança e da música. A apresentação co-meça às 20h.

Fechando a noite, a partir das 21h, acontecerá o es-petáculo musical “Amazônia Mundo das Águas” do can-tor e compositor Armando de Paula, que trará músicas criadas em parceria com grandes nomes do cenário musical do Amazonas como Célio Cruz, Gonzaga Blantez e o saudoso Aníbal Beça. Além da apresentação musical, ha-verá a exposição “Encontro das Águas” da artista plástica Rosa dos Anjos e interferên-cias poéticas com o escritor Dori Carvalho e o grupo “For-mas e Poemas”

Durante os meses de junho e julho, a prefeitura vai oferecer gratuitamente várias ativida-des artísticas à população, em diversos espaços administra-dos pelo município.

Manaustrans orienta condutoresOs torcedores se concen-

traram em vários pontos da cidade no início da noite de segunda-feira para come-morar a vitória de 4 a 1 da seleção brasileira contra Camarões e a classifi cação do Brasil para a próxima fase do mundial. Cerca de 90 agen-tes do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans), di-vididos em várias equipes, fi zeram o monitoramento do trânsito em ruas do Centro da cidade, da Zona Centro-Sul, da Zona Leste e no Fifa Fan Fest tomadas por centenas de pessoas que participavam

das comemorações. Os agentes fizeram des-

vios de trânsito na rua 10 de Julho, que ficou interditada no trecho entre as avenidas Eduardo Ribeiro e Getúlio Vargas. O público ocupou a rua e o largo São Sebas-tião, após a partida e pôde comemorar com segurança. Condutores foram orienta-dos a utilizar a rua Luís Antony para evitar a área da comemoração.

Na praça do Carangue-jo, no conjunto Eldorado, Zona Centro-Sul, centenas de torcedores fecharam as ruas que contornam a área

dos bares. O bloqueio foi sinalizado com cones. Os agentes do Manaustrans orientaram condutores a fazer desvios pelas ruas Rio Negro e Rondônia.

Na avenida Itaúba, no Jorge Teixeira, Zona Leste, onde também houve trans-missão pública, a concen-tração de torcedores não provocou alterações no trânsito. A área ofereceu alternativas de desvios pela rua Mirra à esquer-da ou à direita, em dire-ção aos bairros João Paulo ou Santa Inês.

Na área da Fifa Fan Fest, no

anfi teatro da Ponta Negra, o monitoramento do tráfego garantiu acesso seguro para 47 mil pessoas que foram acompanhar a transmissão da partida e se divertir com as atrações artísticas. As equipes de agentes de trân-sito, posicionadas em pos-tos fi xos, viaturas e motos, acompanharam a circulação dos veículos e pedestres. Os desvios de veículos foram feitos na avenida Coronel Teixeira, retornando pela rotatória com a avenida do Turismo. O acesso para mo-radores da área foi garanti-do pela alameda Alaska. Agentes de trânsito indicavam vias com menor fl uxo de carros

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O último espetáculo da noite de hoje, o musical “Amazônia Mundo das Águas”, terá início às 21h

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SERVIÇOESPETÁCULOS DE DANÇA

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‘Rastros Hí-bridos’ e ‘Aêêê – Para falar do que não foi perdido’; show musical ‘Amazô-nia Mundo das Águas’.

Quando: Hoje A partir das 19h

Les Artistes Café Teatro

As apresentações culturais serão realizadas durante os meses de Junho e Julho, gratuitamenteQuem esteve na av. Itaúba pôde aproveitar para torcer pela seleção brasileira em um lugar tranquilo e com atrações musicais

Mais de cinco mil pessoas assistiram à partida da seleção contra Camarões

Torcedores lotam Avenida Itaúba

Mais de cinco mil pessoas lotaram a avenida Itaúba, no Jorge Teixeira,

Zona Leste, para ver a vitória do Brasil sobre a seleção de Camarões, por 4 a 1, e ainda assistir aos shows de Márcia Nôvo, Dendê a Dois e Forró Gaiato. Antes do jogo, a DJ Naty Veiga agitou o públi-co com o melhor da dan-ce music em um esquenta para a torcida que aguardava o início da partida.

Enquanto isso, membros do Comitê Local Integrado Pró-Copa, coordenado pela Secre-taria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh), fi zeram uma ca-minhada de conscientização, quanto ao combate ao abuso e à exploração sexual de crian-ças e adolescentes.

O grupo também percorreu todos os bares e restaurantes próximos ao local onde acon-tecia o evento, para alertar aos donos dos estabelecimentos sobre as proibições da per-manência e venda de bebidas a menores de idade.

“Aqui estamos trabalhando a rede de proteção de crianças e adolescentes com a fi scali-zação e principalmente com a prevenção, aqui na Itaúba e em outros lugares de gran-de aglomeração por conta de eventos da copa”, disse Vera Queiroz, diretora de Direitos Humanos do Comitê.

A prefeitura também atuou na área de saúde com uma base de atendimento instala-da na escola municipal Helena Augusta Walcoltt. No local, além do ambulatório, duas ambulâncias do Samu tam-bém fi caram à disposição da

população. Nenhuma ocorrên-cia grave foi registrada.

Um efetivo de 24 agentes do Instituto Municipal de Enge-nharia e Fiscalização do Trân-sito de Manaus (Manaustrans) trabalhou para organizar o fl uxo de veículos no local. De acordo com a coordenadora do evento, Giza Almeida, a Fundação Municipal de Cultu-ra e Turismo e Eventos (Ma-nauscult) tem se empenhado

em fazer uma grande festa para os torcedores da Zona Leste que se apresentam em um número cada vez mais crescente. “Esse é o resulta-do de um trabalho integrado que garante a segurança e a comodidade do público que re-torna e acaba trazendo outros torcedores”, destacou.

O torcedor Alan Rodrigues vem assistindo a todos os jo-gos do Brasil na avenida Itaúba e acredita que isso tem dado sorte. “Sinto que está dando sorte assistir aqui, então vou continuar a vir até o Brasil conquistar o hexa”, disse o torcedor. A Manauscult espera o mesmo número de torcedo-res no próximo sábado dia 28, quando o Brasil enfrenta o Chile nas oitavas de fi nal.

CAMPANHAA prefeitura, por meio de Secretarias, apro-veitou a oportunidade para intensifi car a campanha de combate à exploração sexual e do trabalho infantil, com a distribuição de panfl etos

Mais registros de atendimentosNo jogo que classifi cou a se-

leção brasileira para as oitavas de fi nal da Copa, o governo e a prefeitura, por meio do Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (Ciocs-Manaus), contabilizaram até as 19h45 de ontem, o total de 43 ocorrências nos serviços de saúde monitorados. O Posto Médico Avançado (PMA Ponta Negra) registrou o maior nú-mero de ocorrências e, embora a faixa-etária dos atendidos tenha fi cado entre 20 e 39 anos, pela primeira vez o nú-mero de mulheres atendidas superou o de homens.

Nos hospitais públicos e par-

ticulares foram realizados 21 atendimentos. Desses, 15 em hospitais públicos, sendo oito clínicos e sete traumas (hospi-tais Dr. Platão e 28 de Agosto li-deraram os atendimentos). Nas unidades privadas foram seis atendimentos clínicos (hospi-tal Unimed recebeu a maioria das ocorrências). As principais causas clínicas foram verti-gens, dor abdominal, febre e hipertensão, além de traumas por quedas e queimaduras com fogos de artifícios.

Na Fifa Fan Fest, que rece-beu público de 47 mil pessoas, o PMA Ponta Negra reali-zou 18 atendimentos, sendo

15 clínicos (mal-estar, cefa-leia e febre) e três traumas, com uma remoção (acidente leve). Já o PMA da avenida Itaúba, que registrou público

de mais de cinco mil pes-soas, realizou quatro aten-dimentos clínicos (mal-estar, vômitos e hipertensão).

O perfi l de pacientes atendi-dos nas unidades monitoradas corresponde a pessoas na faixa etária de 20 a 39 anos, sendo cerca de 70% espectadores dos eventos, 18% trabalhadores e voluntários e 12% policiais e seguranças. Segundo os re-gistros, 55% foram mulheres e 45% homens. Seis ocorrências com estrangeiros foram rea-lizadas com quadros clínicos sem gravidade. Todos foram atendidos e liberados após a avaliação médica. Mulheres foram as que mais receberam atendimento médico

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Muitas famílias curtiram de forma tranquila o jogo na Zona Leste

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CAUSASAs principais causas clínicas foram verti-gens, dor abdominal, febre e hipertensão. Mas também foram registrados atendi-mentos decorrentes de traumas causados por quedas e queimaduras

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E14 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014

Leonel Feitoza disse que nenhum acidente envolvendo álcool e direção foi registrado na Copa

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HONDURAS X SUÍÇATrânsito interditado mais cedoAo meio-dia, todo o entorno do estádio e a avenida Djalma Batista estarão fechados para o tráfego de veículos

‘Lei Seca’ tem êxito em ManausO governo do Amazonas, por

meio do Departamento Esta-dual de Trânsito (Detran-AM), divulgou ontem, o balanço da operação Lei Seca em Manaus. Nenhum acidente envolvendo a combinação de consumo de álcool e direção veicular foi registrado no período da Copa do Mundo em Manaus. A informação foi divulgada pelo presidente do Detran-AM, Leonel Feitoza.

Segundo dados do órgão, ao todo 340 motoristas foram fl a-grados dirigindo alcoolizados na capital, na operação que ini-ciou no dia 12 de junho. Apesar desse número, Feitoza afi rmou que uma vez identifi cados os motoristas chamaram amigos ou familiares para conduzirem os veículos, o que colaborou para o não registro de aciden-tes. O trabalho de conscienti-zação também é feito.

“A determinação do gover-

nador José Melo é que o Detran fosse às ruas para dar seguran-ça no trânsito e isso estamos fazendo. Graças a Deus nesta

Copa do Mundo não tivemos nenhum acidente associado ao consumo de álcool e direção. No primeiro dia nós fi camos assustados, pois fl agramos 112 motoristas alcoolizados,

mas as pessoas entenderam a nossa mensagem e ao longo do período esse número veio caindo”, comentou.

“Além de fi scalizar, esta-mos investimento muito na educação dos motoristas. Todos os dias o Detran está presente em todos os locais de aglomeração de pessoas, seja no largo São Sebastião, no Fifa Fan Fest, Eldorado e arena para levar a nossa mensagem da educação”, destacou Feitoza.

OrientaçãoAinda de acordo com o pre-

sidente do Detran-AM, o órgão atua também para orientar os turistas que visitam a capital. “Nós temos pessoas bilíngues no Detran para que falem aos turistas para que eles saibam que no Brasil há uma lei que proíbe álcool e direção, e as pessoas entenderam.

OPERAÇÃO

“No primeiro dia, ficamos assusta-dos, mas as pes-

soas entenderam a nossa mensagem

e esse número veio caindo”

Leonel Feitoza,presidente do Detran-AM

A interdição das vias que fazem parte do perí-metro de segurança no entorno da Arena

da Amazônia começará mais cedo, às 10h, amanhã, dia do último jogo em Manaus da Copa do Mundo, entre Hondu-ras x Suíça (às 16h pelo horário local). Ao meio-dia, todo o en-torno do estádio e a avenida Djalma Batista estarão fecha-dos pelo Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans) para o tráfego de veículos.

A antecipação do início da interdição deve-se ao fato de que este jogo começará mais cedo, às 16h, diferente do ho-rário das demais partidas em Manaus, realizadas às 18h. A primeira fase de bloqueios in-clui as seguintes interdições, a partir das 10h da manhã: avenida Constantino Nery, sen-tido bairro/Centro, no trecho entre o viaduto de Flores e a avenida Darcy Vargas; avenida Pedro Teixeira, no trecho entre a avenida Constantino Nery e

a rua Francisco Orellana (em frente à Fundação de Medici-na Tropical); Lóris Cordovil, no trecho entre a avenida Cons-tantino Nery e a rua Vivaldo Lima (SPA do Alvorada); todo o trecho da Belmiro Vianez e da Alameda do Samba.

ProgramaçãoA avenida Constantino Nery,

no sentido Centro/bairro, da avenida Darcy Vargas até o complexo viário de Flores, será interditada a partir das 11h. A interdição da avenida Djalma Batista está programada para o meio-dia, no trecho entre a Darcy Vargas e o complexo viário de Flores, que fi cará restrito para o embarque e desembarque de passageiros do transporte coletivo.

O Manaustrans orienta que os motoristas evitem utilizar as avenidas Djalma Batista e Constantino Nery, a partir das 10h, mesmo nos trechos liberados. “Sugerimos que o tráfego seja feito por itine-rários alternativos. Será mais

cômodo para quem vai assistir ao jogo em casa e vai ajudar a reduzir a quantidade de veícu-los nas vias próximas à arena”, orienta o diretor-presidente do Manaustrans, Paulo Henrique Martins. No último jogo da Copa do Mundo na Arena da Amazônia, o Manaustrans vai atuar com o efetivo de 265 agentes de trânsito, distribuí-dos em vários turnos.

Opções de desviosQuem se dirige para a Zona

Norte e quer evitar a área de restrição, as avenidas Darcy Vargas, Stênio Neves, Maneca Marques, Umberto Calderaro e rua Maceió, em direção à rotatória do Eldo-rado, são opções de itinerá-rio. Há também alternativas de acesso pelas avenidas Tefé, André Araújo, Rodrigo Otávio e das Torres. Para as Zonas Oeste e Centro-Oeste, a sugestão é utilizar as aveni-das Darcy Vargas, Teomário Pinto, Kako Caminha, Brasil e Coronel Teixeira.

Os desvios começam mais cedo, às 10h, em função do horário do jogo, que desta vez é às 16h

Agentes estarão nas principais vias próximas à arena para orientar motoristas e pedestres

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E15MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014

Rivais empolgam até os brasileirosDo alto de uma cadeira, o

voluntário Gabriel Rocha se empolga com a animação dos argentinos. E o megafone usado para orientar engrossa o coro com os “hermanos”. “Brasileiro, brasileiro”, come-ça. Sem entender a letra, emenda um “lá-lá-lá”. Os ar-gentinos adoram, escalam a cadeira para abraçar o volun-tário. Rocha capta a última estrofe e solta: “Maradona és más grande que Pelé”. “Acho que tem bobagem na letra, mas são tão animados que resolvi cantar junto”, dizia Rocha, de plantão numa en-trada do Maracanã, no Rio de Janeiro, sábado (15), quando a Argentina bateu a Bósnia.

A variedade da cantoria de torcedores rivais, princi-palmente latino-americanos, por ora vem deixando para trás o monocórdio “Sou bra-sileiro” da torcida nacional – que começou a mostrar um repertório mais variado. Após assistir ao Brasil e México no Castelão (Fortaleza), o me-

xicano José Jimenez, 39, se dizia espantado com a apatia da torcida. “Se o Brasil têm o melhor futebol, por que os brasileiros não cantam?”. Jimenez se gabava do “abafo” promovido pelos gritos mexi-canos na arena e do cancio-

neiro asteca: “Temos mais de 20 músicas diferentes”.

ProvocaçõesUruguaios cantam “Volta-

remos a ser campeões como na primeira vez”, alusão ao “Maracanazo”, a vitória sobre

o Brasil na Copa de 1950. Chilenos também trouxeram alfi netadas aos brasileiros. “Como é se sentir um visitan-te/jogando em sua própria casa?”. Europeus também montaram repertório, embo-ra menos variado. Alemães pulam ao comando “levante quem for alemão” e passam o jogo cantando o riff “Uô ô ô ô ô ô ô”, de “Seven Nation Army”, do grupo White Stri-pes. Americanos, otimistas, berram “Eu acredito que va-mos vencer”; belgas cantam em francês e em fl amengo algo como “Onde é a festa/ Aqui é a festa”, balançando tridentes de plástico da sele-ção dos “diabos vermelhos”.

No domingo (22), antes da partida contra os belgas, russos ensaiavam uma ver-são de “Katyusha”, música de incentivo aos soldados da Segunda Guerra Mundial. “Só cantaremos depois da vitó-ria”, explicava Pavel Golubev, 37. A Rússia perdeu e a “Ka-tyusha” foi para a gaveta.

MÚSICA

Russos ensaiaram a versão de uma música de incentivo aos soldados da 2ª Guerra Mundial

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REPERTÓRIOA variedade da can-toria de torcedores rivais, principalmen-te latino-america-nos, por ora vem deixando para trás o monocórdio “Sou brasileiro” da torcida nacional

Venda ilegal de ingressos no DFA Polícia Civil do Distri-

to Federal prendeu, ontem, 11 pessoas que vendiam ingressos nas imediações do estádio nacional de Bra-sília, o Mané Garrincha, onde Brasil e Camarões se enfrentaram pela Copa do Mundo de futebol. Entre os detidos, há dois holande-ses, um polonês, um inglês e sete brasileiros – sendo seis de São Paulo e um do Distrito Federal.

No total, foram apreen-didos 350 ingressos legíti-mos e cerca de 50 falsos, além de aproximadamente R$ 26 mil e de US$ 3,7 mil em dinheiro. Com os holandeses também foram apreendidos 50 cartões de débito internacional cuja origem vai ser apurada.

Segundo o delegado Jefferson Lisboa, da Co-ordenação de Repressão aos Crimes contra o Con-

sumidor, à Ordem Tribu-tária e a Fraudes (Corf), as prisões em flagrante foram resultado de várias ações policiais, de maneira que não há, até o mo-mento, nenhum indício de que os quatro estrangei-

ros agiam conjuntamen-te ou com a participação dos brasileiros.

Todos os 11 presos vão responder pelos crimes de

estelionato e cambismo, cujas penas variam de 1 a 5 anos. Eles vão ser encaminhados a unida-des prisionais do Distrito Federal. Os estrangeiros, se condenados, terão de cumprir suas penas em território brasilei-ro para, na sequência, serem extraditados.

De acordo com o dele-gado, as autoridades ain-da vão investigar como os estrangeiros consegui-ram ingressos originais em seus nomes. “Tendo em vista a quantidade de ingressos que alguns de-les portavam e os vários cartões internacionais em posse dos estrangeiros, é possível supor que exista uma organização crimino-sa por detrás deles”. Os in-gressos eram vendidos por preços que variavam entre R$ 800 e R$ 1,5 mil.

PRISÃO

Entre os detidos, há dois holandeses, um polonês, um inglês e sete brasileiros

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AÇÃO

APREENSÃONo total, foram apre-endidos 350 ingres-sos legítimos e cerca de 50 falsos, além de aproximadamente R$ 26 mil e de US$ 3,7 mil em dinheiro. Foram apreendidos também 50 cartões

O ex-ídolo argentino se diz inconformado por ter sido chamado motivo de chacota, tal qual Mick Jagger

Maradona diz que não é pé-frio

Ainda incomodado por ter sido chama-do de pé-frio pela fa-mília Grondona, Die-

go Maradona leu uma carta aberta para Julio Grondona, presidente da AFA (Associa-ção de Futebol Argentino), em seu programa “De Zurda”, transmitido pela estatal ve-nezuelana TeleSur durante a Copa do Mundo.

No sábado (22), após a vitória da seleção argenti-na sobre o Irã, por 1 a 0, o cartola disse que o gol de Messi só saiu depois que o ex-jogador havia deixado o Mineirão. Chamou Marado-na de “mufa” (pé-frio, em espanhol). As declarações foram espalhadas pelo fi-lho do dirigente, Humberto, no Twitter.

À noite, no mesmo dia, Maradona havia respondido a Grondona ao vivo na TV e feito um gesto obsceno para ele. No programa de domingo (23), leu uma carta. “Os rapazes que vão a cam-po representando a seleção argentina não são 11 desco-nhecidos. São meus amigos, são meus irmãos e quem me conhece bem sabe disso. Pelo meu país, pela minha família, pelos meus amigos dou a vida e jamais lhes de-

sejaria uma desgraça. Tem de ser muito perverso para afirmar o contrário. Eu daria a vida pela seleção argentina dentro e fora de campo”, desabafou o ex-meia.

A resposta aconteceu no mesmo dia em que era co-memorado o aniversário da

partida das quartas de final da Copa de 1986 contra a Inglaterra, quando Maradona fez o gol que ficou conhecido como “mão de Deus”. Deu um soco na bola dentro da área e o juiz não viu.

Minutos depois, anotou um dos

mais belos gols da histó-ria dos Mundiais, ao arran-car do campo de defesa e ir driblando ingleses até chutar para a rede.

“Tornozelos inchados, unhas encravadas, lágrimas de alegria e tristeza espor-tiva são os troféus que le-vanto, porque o talento não pode ser manchado. A magia de uma pessoa como Messi é indiscutível e não é produto de um pé-frio. Não é produto da sorte porque se falamos de sorte, eu sou um tipo afortunado. Sinto o carinho do povo, esse mesmo povo que me amou como jogador e segue me amando”, con-cluiu Maradona.

“Pelo meu país, pela minha família, pelos meus amigos

dou a vida e ja-mais lhes desejaria

uma desgraça”

Diego Maradona, ex-craque da Argentina

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E16 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2014

Manaus é capaReportagem de 11 páginas escrita por jornalista suíço fala sobre os encantos e as boas surpresas da cidade

de revista da FifaA “The Fifa Weekly”,

revista semanal da Federação Interna-cional de Futebol As-

sociado (Fifa), destaca Ma-naus como matéria de capa. Sob o título “The Magical Ma-naus” – “A Magia de Manaus” – a matéria fala das diversas características e fatos de uma cidade situada no meio da fl oresta e que está além do que muitos esperavam.

A matéria, de 11 páginas, foi escrita pelo jornalista suíço Thomas Renggli que “se perdeu” na cidade em busca de bons relatos como fazem os bons jornalistas quando pretendem escrever boas histórias. Apesar do calor na região, o que mais impressiona os visitantes é a acolhida calorosa do povo amazônico e as belezas na-turais espalhadas por todos os cantos, destaca.

Para o prefeito Arthur Vir-gílio Neto, a publicação só

reforça a potência internacio-nal em que Manaus pode ser transformada nos próximos anos. Sempre muito assedia-do por turistas estrangeiros quando vai à Arena da Ama-

zônia ou à Fifa Fan Fest, o prefeito aponta que a Copa no Amazonas também vem servindo para levantar a au-toestima da população, pois os elogios vêm de todas as

partes do mundo.“Fomos bombardeados com

notícias ruins e sem nexo de parte da mídia, mas prova-mos que nada disso é verdade. Já conversei com turistas de vários países e todos são unânimes em afi rmar que a cidade e as pessoas são apaixonantes. Não podemos negar que nossa fl oresta é o diferencial. Temos que sa-ber usar isso a nosso favor”, aponta Arthur Neto.

O prefeito acredita que o grande fl uxo de turistas em Manaus, a partir de agora, deve ser encarado como um processo irreversível. “O mundo está namorando Ma-naus. Tenho certeza que o turismo em nossa cidade só aumentará com essa exposi-ção positiva que tivemos. As pessoas estão felizes e isso nos impulsiona a trabalhar com mais dedicação. Nossas belezas encantam qualquer um. Todos se rendem”, diz.

O mundo está na-morando Manaus. Tenho certeza que

o turismo em nossa cidade só aumentará com essa exposição positiva que tivemos

Arthur Virgílio Neto, prefeito de Manaus

A reportagem mostra ainda relatos de turistas a respeito de Manaus e o lado históri-co da cidade com o período áureo da borracha, quando se tinha ligação direta com Liverpool, na Inglaterra, e Nova York, nos Estados Uni-dos. Futebol, Teatro Amazo-nas e gastronomia também completam o material, que é de deixar os leitores curiosos e com vontade de conhecer a tal “mística cidade”.

“Não tinha dúvidas sobre isso. Nossa cidade realmente impressiona. Quando fomos

escolhidos como sede do Mundial, recebemos muitas críticas, mas hoje, depois do terceiro jogo em nossa cida-de, vejo o quanto estamos nos destacando. Turistas sa-tisfeitos e sendo bem-recebi-dos, bons jogos no estádio, o pôster mais bonito da Copa e, para completar, a arena mais bonita do Brasil”, comenta o diretor-presidente da Ma-nauscult, Bernardo Monteiro de Paula, que também é coor-denador municipal da Copa.

Ainda segundo Monteiro de Paula, o povo manauen-

se se mostra satisfeito por ter recebido a Copa. “Somos conhecidos por ser hospitalei-ros e aprendemos isso desde cedo. Temos isso em nosso perfi l. Os manauenses estão orgulhos em receber a Copa e vemos isso em todos os locais: as ruas estão enfeitadas, há festas em vários espaços, ati-vidades culturais nos pontos históricos. Além disso, posso destacar que todas as opera-ções que envolvem os jogos e a organização da cidade estão indo muito bem”, afi rma o diretor-presidente.

Resgate da história da cidade

ESPECIAL COPA 2014EDIÇÃO Michele GouvêaTricia Cabral

REPORTAGENS Deny CâncioEmerson QuaresmaThiago Fernando

REVISÃO Gracicleide DrummondLorena Lima

DIAGRAMAÇÃOKleuton Silva, Klinger Santiago, Leonardo Cruz, Pablo Filard e Mario Henrique Silva

A matéria fala das diversas carac-terísticas e fatos de uma cidade situ-ada no meio da fl oresta e que está além do que muitos esperavam

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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