POESIA FEMININA SUBALTERNA NEGRA: UMA VOZ DE RESISTÊNCIA

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  • 8/18/2019 POESIA FEMININA SUBALTERNA NEGRA: UMA VOZ DE RESISTÊNCIA

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    POESIA FEMININA SUBALTERNA NEGRA: UMA VOZ DE RESISTÊNCIA.

    Taise Campos dos Santos Pinheiro de Souza 1 

    Resumo: Em todo um  processo histórico de opressão e exclusão da mulher por nossasociedade patriarcal, pautada e normatizada pelo discurso masculino e branco, vimos asmulheres, especialmente as negras, ficarem relegadas ao silenciamento !ma maior repressão"s vozes de mulheres negras e conse#uentemente de suas produ$%es se deve ao fato destasserem marcadas pelo preconceito em duas inst&ncias' a de g(nero e a de ra$a, e por vezes a declasse )iante dessa con*untura, o seguinte trabalho busca refletir e discutir sobre poesias das

    escritoras negras +lzira ufino e Concei$ão Evaristo #ue falam, debatem, tencionam sobrediversas #uest%es socioculturais em torno da mulher negra e todo esse processo de exclusão esilenciamento, por meio desse mecanismo Com isso buscamos mostrar como as vozes

     po-ticas dessas mulheres tornam.se ferramentas #ue podem desconstruir estereótipos,/balan$ar0 com estruturas socioculturais historicamente fixadas, e com a potencialidade desuas poesias podem lutar contra a opressão, exclusão e a nega$ão de suas alteridades, ecoandosuas vozes como forma de protesto, de resist(ncia, em busca de serem ouvidas e de interviremcontra uma exclusão patriarcal construda historicamente em torno da mulher, principalmentea negra  Para embasar teoricamente esse trabalho nos pautaremos em autores 2as3 como4iriam +lves 256163, 7era Soares 256663, +na ita Silva 256163, 4ichel 8oucault 256663,oland 9alter 21:::3, ita Schmidt 21::;3, entre outros 2as3 Sendo assim a poesia constitui.

    se como forma de conscientiza$ão poltica e social, mostrando #ue estas mulheres negras,lutam, denunciam e buscam transformar um sistema hegem

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    socio.cultural issues around the blacB @oman and this @hole process of exclusion and muting,through that mechanism 9ith that @e seeB to sho@ ho@ the poetic voices of these @omen

     become tools that can deconstruct stereotApes, Ks@ingK @ith sociocultural structureshistoricallA fixed, and @ith the potentialitA of his poetrA theA can fight oppression, exclusionand denial of its alterities, echoing their voices as a protest, resistance, in search to be heard

    orallA and to intervene against an exclusion patriarchal historicallA constructed around the@oman, mostlA blacB To theoretical basis this @orB roleing in authors as 4iriam +lves256163, 7era Soares 256663, +na ita Silva 256163, 4ichel 8oucault 256663, oland 9alter21:::3, ita Schmidt 21::;3, among others So the poetrA is constituted as a form of politicaland social raising a@areness, sho@ing that these blacB @omen, are fighting, denouncing andare seeBing transform a dominant hegemonic sAstem that in various @aAs the subalternizam,thus destabilizes traditional concept of subalternitA and giving a ne@ approach to literature, Hs

     precise then paA attention to the voices that @ere and still are sometimes silenced, KmuffledK bA hegemonic discourses, fixed, hardened, pervade, effectivelA @orBing through a culturalconstruction that these blacB feminine voices are recognized in its otherness and autonomA

    &e'!(o)s: poetic voices? blacB @omen @riters? subalternitA? resistance

    )iante de uma con*untura histórica construda tradicionalmente pelo vi-s masculino e

    hegem

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    Essa #uestão do poder de fala nos faz pensar nos *ogos circunscritos de poder

     presentes na interdi$ão, deprecia$ão de algumas vozes, discursos e em contrapartida na

    vontade de verdade #ue h= em outros discursos, 28O!C+!LT, 56663 e nesse entremeio

    refletir sobre o processo histórico de silenciamento, subalterniza$ão de mulheresGescritoras

    negras Para tanto, - preciso refletir sobre essa #uestão da subalternidade, e nos perguntar,#uem - esse ser subalterno, ele fala ou não, ele age ou não o texto  Estudos subalternos

    21::Q3 do grupo latino.americano de estudos subalternos, uha, um dos membros do referido

    grupo, opera uma desconstru$ão de uma no$ão passiva do su*eito subalterno, #ue

    naturalmente - perpassada, mostrando #ue o su*eito subalterno, apesar das for$as #ue incidem

    contra ele, est= em a$ão e produz efeitos sociais visveis, se*a na escrita, na literatura, na

    educa$ão etc, ou se*a, ele reconhece um papel ativo do subalterno )este modo, podemos

    afirmar #ue'R o prefixo /sub0 de sub.alternidade não implica /um estar abaixo de0, /umobedecer a algu-m0, mas uma esp-cie de devir revolucion=rio 2num indivduo,tribos, na$%es, culturas, institui$%es, etc3 capaz de irromper.se e *ogar com asaltern&ncias de poder 2S+TOS, 566M, p ;3

    Sendo assim, podemos dizer #ue o su*eito subalterno se move a partir de micro

    revolu$%es, atrav-s de sua fala, sim, atrav-s de suas a$%es, no caso de escritoras negras

    subalternas, como +lzira ufino 5  e Concei$ão EvaristoN  por meio da literatura, de suas

     poesias #ue se constituem instrumentos de #uestionamento contra um sistema excludente, ao

    mesmo tempo em #ue dar visibilidade " mulher negra +trav-s dessa escrita #ue -

    socialmente, culturalmente e politicamente enga*ada, essas autoras contribuem com a

    ressignifica$ão do conceito de subalternidade, uma vez #ue se mostram em pleno devir, a$ão,

    apesar da subalterniza$ão #ue incide sobre elas, mostrando #ue apesar de serem

    subalternizadas como tantas outras mulheres negras, elas buscam lutar, falar, escrever, ecoar

    suas vozes como gesto de luta e resist(ncia

    2 + escritora +lzira dos Santos ufino nasceu em Santos D SP, em 1:: Come$ou os estudos na =rea de saUde,

    graduando.se em enfermagem otória ativista do movimento negro e especialmente do 4ovimento negrofeminino, fundou o /Coletivo de 4ulheres egras da Faixada Santista0, em 1:MV e a /Casa de Cultura da4ulher egra0, em 1::6, Para mais detalhes consultar  @@@letrasufmgbrGliterafro

    3 + escritora Concei$ão Evaristo de Frito nasceu em Felo Worizonte D 4, 1:V raduou.se em Letras pela

    !8X > 4estre em Literatura Frasileira pela P!C do io e )outora em Literatura Comparada pela!niversidade 8ederal 8luminense Participante e ativista dos movimentos em favor da cultura afro.brasileira enegra Para mais detalhes consultar @@@letrasufmgbrGliterafro

    http://www.letras.ufmg.br/literafrohttp://www.letras.ufmg.br/literafrohttp://www.letras.ufmg.br/literafrohttp://www.letras.ufmg.br/literafrohttp://www.letras.ufmg.br/literafrohttp://www.letras.ufmg.br/literafro

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    +ssim, a partir de um novo olhar sobre o conceito de subalternidade, percebemos #ue,

    apesar das diversas exclus%es #ue recaem sobre o su*eito subalternizado, este - crtico e

     participante em seu contexto social, assim como as escritoras subalternas negras a#ui tratadas

    Ou se*a, apesar da invisibilidade construda historicamente e for$osamente sobre estas, elas

    falam, produzem, escrevem, apesar de sabermos #ue' /Escrever da perspectiva de uma mulhersempre foi um desafio, tanto para se encaixar como para resistir em uma arena feita

     principalmente por e para homens0 2C+LHY.4OTO+, 1:::, p Q:3 Esse desafio - maior

    ainda, #uando a escrita - realizada por mulheres negras, a partir de suas viv(ncias e

     perspectivas )iante disso, as formas discursivas expressas nas poesias de +lzira ufino e

    Concei$ão Evaristo configuram.se, então, como uma pr=tica de resist(ncia e de transgressão,

    atuando contra a subalterniza$ão imposta a estas

    > not=vel #ue a participa$ão da mulher negra no campo liter=rio deu um novo enfo#ue" sua própria imagem, promovendo, gradativamente, a ruptura de sua subalterniza$ão e do seu

    silenciamento Essa luta de mulheres negras pela escuta de suas vozes - antiga e permanece

    em nossos tempos, abaixo podemos ver um exemplo dessa escrita no poema Vozes Mulheres

    21::63 de Concei$ão Evaristo' 

    + voz de minha bisavóecoou crian$anos por%es do navioEcoou lamentosde uma inf&ncia perdida

    + voz de minha avóecoou obedi(nciaaos brancos.donos de tudo

    + voz de minha mãeecoou baixinho revoltano fundo das cozinhas alheiasdebaixo das trouxasroupagens su*as dos brancos

     pelo caminho empoeiradorumo " favela

    + minha voz aindaecoa versos perplexoscom rimas de sangue

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      efome

    + voz de minha filharecolhe todas as nossas vozesrecolhe em si

    as vozes mudas caladasengasgadas nas gargantas+ voz de minha filharecolhe em sia fala e o atoO ontem D o ho*e D o agora

     a voz de minha filhase far= ouvir a resson&ncia

      o eco da vida.liberdade

    O poema Vozes mulheres, de Concei$ão Evaristo - uma amostra de como a mulher

    subalternizada, por um sistema de exclusão contnuo e de longo tempo, utiliza a escrita para

    fazer lembrar esse processo de opressão, sufocamento e emudecimento das vozes das

    mulheres, especialmente as negras + voz po-tica do texto, atrav-s do movimento

    memorialstico e histórico, #ue relembra os processos de exclus%es, opress%es, silenciamentos

     passados de gera$%es em gera$%es por mulheres negras, nos faz refletir o #uanto somos

    subalternizadas a cada momento, a cada -poca e o #uanto - necess=rio lutar, falar, escrever,

     pelas mulheres de ho*e e por a#uelas #ue foram alvo desse sistema de subalterniza$ão +firma

    como o ato de falar, de poder exprimir sua voz - uma verdadeira forma de liberta$ão, de

    emancipa$ão por parte da mulher por tanto tempo e de diversas formas sub*ugadas Sobre isso

    a autora Yilda 8reitas 25665, p1553 nos diz #ue' /+s mulheres, atualmente, escrevem tamb-m

     por todas a#uelas #ue nos s-culos anteriores e mesmo ho*e em dia, em culturas mais

    restritivas, são silenciadas0

    + escrita feita da perspectiva de mulheres negras e #ue tem como tem=tica a luta e a

    vida das mesmas tornou.se ferramenta de transgressão dos espa$os, dos limites, por muito

    tempo impostos "s mulheres, e, com isso, um processo gradativo de con#uista de autonomia e

    de #uebra do silenciamento, permitindo, ao mesmo tempo, o empoderamento destas,

    especialmente por meio da literatura'

    + literatura não - para as mulheres uma simples transgressão das leis #ue lhes proibiam ao acesso " cria$ão artstica 8oi muito mais do #ue isso, um territórioliberado, clandestino Sada secreta da clausura da linguagem e de um pensamentomasculino #ue as pensava e as descrevia in absentia 28EHT+S, 5665, p11:3

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    4uito se tem falado do espa$o #ue as mulheres t(m con#uistado no campo da

    literatura, com produ$%es cada vez mais significantes e revolucion=rias, #ue, gradativamente,

    t(m contribudo com a transforma$ão dos diversos contextos em #ue se inserem Entretanto, -

     preciso lembrar #ue essa con#uista - fruto de um longo e contnuo processo de luta e

    resist(ncia, em meio " exclusão patriarcal estabelecida pelas sociedades'

    Zs mulheres foi negada a palavra 4as rompendo o sil(ncio, ao buscar formas deexpressão, a mulher encontrou nos g(neros de fronteira espa$o necess=rio paracon#uistar a voz e expressar sua sub*etividade este lugar, no #ue est= do outrolado, a narradora feminina escreveu cartas, di=rios, histórias do cotidiano banal +ocontr=rio do homem, a mulher não tinha nada de extraordin=rio para contar, e elacontou, e ao contar contou.se 2EHS, 1::V, p 1Q;3

    + apropria$ão da escrita, por parte das mulheres, foi fundamental nesse processo de

    rompimento de um sil(ncio imposto a estas, durante longo tempo, por parte de uma sociedade

     patriarcal 8oi *ustamente atrav-s dos escritos de mulheres transgressoras #ue percebemos,

     pouco a pouco, a revela$ão de vozes #ue infundiram em nossa literatura um novo modo de ver

    e reconhecer a mulher, e muito mais outros su*eitos marginalizados por um c&none liter=rio

    Hsso - resultado de um longo processo de luta exercido por mulheres, como as

     poetisas, a#ui abordadas, #ue souberam transgredir um sistema liter=rio rgido, em #ue a

    nega$ão da presen$a das mulheres, principalmente negras, sempre fora perpassada em suas

    entrelinhas Esse movimento de transgressão e de ratifica$ão da presen$a e resist(ncia das

    mulheres negras - o #ue podemos apreciar no poema  Boletim de Ocorrência, de  +lziraufino 21:MM3'

    4ulher negra, ão paraPor essa coisa brutaPor essa discrimina$ão morna,Tua for$a ainda - segredo,mostra tua fala nos poros

    O grito ecoar= na cidade,Capinam como mato venenosoa tua dignidade, RTua negritude incomodaTeu redemoinho de for$as afoga

     ão #uerem a tua presen$aiscam teu nome com aus(ncia

    4ulher negra, chega

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    4ulher negra, se*a4ulher negra ve*a)epois do temporalR

    Transpiro a liberdade

     Observamos nos versos de +lzira ufino, como o eu po-tico expressa a for$a, a luta

    da mulher negra #ue diante de situa$%es históricas e cotidianas de opressão, discrimina$ão e

    invisibiliza$ão, busca mostrar sua voz, sua for$a, suas condi$%es de intervir e agir em nossa

    sociedade de forma crtica e aut

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    Os poemas das escritoras +lzira ufino e Concei$ão Evaristo trazem " tona a imagem

    emancipada da mulher, #ue se insere em seu contexto social, como su*eito crtico e aut necess=rio ratificar a import&ncia da mulher

    no campo liter=rio, *= #ue'

    8alar sobre a institui$ão KliteraturaK e a presen$a da mulher no espa$o dos discursose saberes -, pois, um ato poltico, pois remete "s rela$%es de poder inscritos nas

     pr=ticas sociais e discursivas de uma cultura #ue se imaginou e se construiu a partirdo ponto de vista normativo masculino, pro*etando seu outro na imagem negativa dofeminino 2SCW4H)T, 1::;, p 1N;3

    + mulher insere em sua escrita as suas próprias viv(ncias Se*a de forma direta ou

    indireta suas marcas experienciais influenciam na#uilo #ue ser= dito, por isso a escrita

    feminina negra torna.se mais relevante para se conhecer e entender a própria mulher negra, *=

    #ue suas escritas são permeadas por suas sub*etividades, - o #ue podemos conferir no poema

     Resgate, de +lzira ufino 21::;3'

    Sou negra ponto final)evolva.me a identidadeasgue minha certidãoSou negra sem retic(nciasSem vrgulas e sem aus(ncias

     ão #uero mais meio.termoSou negra balacobacoSou negra noite cansa$oSou negra ponto final

    Podemos perceber como a escritora por meio da voz po-tica de Resgate lan$a sobre si

    en#uanto mulher negra um novo olhar, uma afirma$ão identit=ria #ue vai contra outras

    representa$%es ou formas estereotipadas de conhecimento da mulher negra > um poema em

    #ue a sub*etividade, a viv(ncia e experi(ncia de #uem diz e escreve estão entrela$adas com o

    #ue expressa a voz po-tica do texto, entrela$amento #ue - potencialmente poltico, em um

    sentido crtico de pensar a exist(ncia e import&ncia da mulher negra +ssim, a voz po-tica

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    irrompe.se como afirma$ão da presen$a e alteridade da mulher negra, e dessa forma a

    representa e a 2re3 significa

    > perceptvel a diferen$a #ue a escrita das mulheres negras causou na literatura, a#ui,

    especialmente, ratificamos esse impacto, atrav-s de poemas das autoras +lzira ufino e

    Concei$ão Evaristo #ue são de grande relev&ncia para a consolida$ão da autonomia evaloriza$ão da mulher negra + literatura construda por essas mulheres - uma de suas

    melhores formas de resist(ncia, pois atua na #uebra do emudecimento de suas vozes, evoca a

    valoriza$ão do ser feminino, especialmente marcado pela negritude e revoluciona o macro

    sistema liter=rio e social, a partir de suas a$%es micropolticas + atua$ão dessas escritoras,

     por meio da escrita liter=ria, po-tica d= a ideia de deslocamento da dita escrita convencional e'

    /Este deslocamento - esteticamente recriado na e atrav-s da literatura feminina das minorias

    via uma retórica contra.hegem uma escrita

    contextualizada e #ue não deixa es#uecidas as mazelas sofridas pelas mulheres, rememora,

    realoca as situa$%es de explora$ão das mulheres, como podemos constatar no poema  A Noite

    que Não Adormece nos Olhos das Mulheres de Concei$ão Evaristo 2566M3'

    + noite não adormecenos olhos das mulheres,a lua f(mea, semelhante nossa,em viglia atenta vigiaa nossa memória

    + noite não adormecenos olhos das mulheres,h= mais olhos #ue sonoonde l=grimas suspensasvirgulam o lapsode nossas molhadas lembran$as

    + noite não adormece

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    nos olhos das mulheres,vaginas abertasret(m e expulsam a vidadonde +in=s, zingas, gambelese outras meninas luas

    afastam delas e de nósos nossos c=lices de l=grimas

    + noite não adormecer=Xamais nos olhos das f(meas,

     pois do nosso sangue.mulher de nosso l#uido lembradi$oem cada gota #ue *orraum fio invisvel e t

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    +L7ES, 4iriam A l*%ea%ua +e,a -em*+*+a +o Bas*l /e+sa+)o a e0*s%1+"*a.  evistada +FP, v 1, n N D nov 5616 D fev 5611, p 1M1.1M:

    C+LHY.4OTO+, Carmen Fem*+*smo Ra)*"al e o lu,a )a +ova mes%*2a. Hn'C+PEL+TO, 4aria Welena olim? WOL+)+, Welosa Fuar#ue de   2Orgs3 Rela23es )e,1+eo e )*ves*)a)e "ul%ua*s +as Am4*"as. São Paulo' Edusp, 1:::

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    E7+HSTO, Concei$ão Poemas )a e"o)a27o e ou%os mov*me+%os Felo Worizonte' andAala,2cole$ão 7ozes da )i=spora egra, 7olume 13, 566M

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    +4+LWO, Christina +s faces lricas da escritora brasileira Hn' Hn' 2Orgs3 O4ES, Carlos

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    EHS, Lvia de 8reitas Au%o$*o,a-*a< %es%emu+#o e -*"27o: uma ela27o )el*"a)a. 1::V, p1QN.1M;

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    SHL7+ +na ita Santiago da& L*%ea%ua )e au%o*a -em*+*+a +e,a: =)es>s*le+"*ame+%os

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