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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO CENTRO DE ALTOS ESTUDOS DE SEGURANÇA CAES “Cel PM NELSON FREIRE TERRA” CURSO APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS I/2012 Cap PM Marcos de Paula Barreto CRIAÇÃO DOS ESCRITÓRIOS REGIONAIS DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL: UMA ESTRATÉGIA PARA FORTALECER O SISTEMA ESTADUAL, PREVENIR DESASTRES E MINIMIZAR SEUS EFEITOS, NOS MUNICÍPIOS PAULISTAS. São Paulo 2012

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

CENTRO DE ALTOS ESTUDOS DE SEGURANÇA

CAES “Cel PM NELSON FREIRE TERRA”

CURSO APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS – I/2012

Cap PM Marcos de Paula Barreto

CRIAÇÃO DOS ESCRITÓRIOS REGIONAIS DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL:

UMA ESTRATÉGIA PARA FORTALECER O SISTEMA ESTADUAL, PREVENIR

DESASTRES E MINIMIZAR SEUS EFEITOS, NOS MUNICÍPIOS PAULISTAS.

São Paulo

2012

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Cap PM Marcos de Paula Barreto

CRIAÇÃO DOS ESCRITÓRIOS REGIONAIS DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL:

UMA ESTRATÉGIA PARA FORTALECER O SISTEMA ESTADUAL, PREVENIR

DESASTRES E MINIMIZAR SEUS EFEITOS, NOS MUNICÍPIOS PAULISTAS.

Dissertação apresentada no Centro de Altos Estudos de Segurança ―Cel PM Nelson Freire Terra‖ como parte dos requisitos para a aprovação no Mestrado Profissional em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública.

Cel PM Marco Aurélio Alves Pinto – Orientador.

São Paulo

2012

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Cap PM Marcos de Paula Barreto

CRIAÇÃO DOS ESCRITÓRIOS REGIONAIS DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL:

UMA ESTRATÉGIA PARA FORTALECER O SISTEMA ESTADUAL, PREVENIR

DESASTRES E MINIMIZAR SEUS EFEITOS, NOS MUNICÍPIOS PAULISTAS.

Dissertação apresentada no Centro de Altos Estudos de Segurança ―Cel PM Nelson Freire Terra‖ como parte dos requisitos para a aprovação no Mestrado Profissional em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública.

( ) Recomendamos disponibilizar para pesquisa

( ) Não recomendamos disponibilizar para pesquisa

( ) Recomendamos a publicação

( ) Não recomendamos a publicação

São Paulo, 23 de outubro de 2012.

Cel PM Marco Aurélio Alves Pinto Corpo de Bombeiros da PMESP

Maj PM Carlos André Medeiros Lamin Comando de Policiamento do Interior V da PMESP

Dr. Jair Santoro Instituto Geológico de São Paulo

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Este trabalho é dedicado à:

A minha mulher, Karina, e ao meu filho Arthur, razão do meu viver.

Aos meus pais e todos os meus familiares, por sempre torcerem pelo meu

sucesso.

Aos amigos que revi e conheci, companheiros de Curso da Polícia Militar,

pela salutar e agradável convivência.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida e pelas bênçãos que diariamente derrama sobre mim.

Ao Cel PM Marco Aurélio Alves Pinto, pela paciência e pelos ensinamentos

a cada orientação, amigo de todas as horas e incentivador incansável na

consecução desta dissertação.

Ao Maj PM Carlos André Medeiros Lamin e ao Doutor Jair Santoro,

integrantes de minha banca examinadora, pelos valiosos conselhos e ensinamentos

transmitidos, sem os quais não seria possível a conclusão desta obra.

Aos integrantes da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil pela dedicação

diuturna em prol da sociedade paulista e pela inestimável colaboração que me

prestaram na elaboração deste trabalho, em especial o Cap PM Vieira, o Cap PM

Coimbra, a 1ºTen PM Betânia, o 1º Ten PM Barelli, a meteorologista Marina Vicente

Vieira, o 1º Ten PM Carvalho e o 1º Ten PM Kamada.

Aos professores e instrutores do Centro de Altos Estudos de Segurança

(CAES), pelos ensinamentos e pelas sábias orientações, imprescindíveis para meu

aperfeiçoamento pessoal e profissional.

Aos oficiais e praças do CAES, que dedicaram seu serviço em prol da

agradável convivência durante os quatro meses de curso.

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―Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas

da justiça, por amor do seu nome‖ (BÍBLIA,

Salmos 23:3, p. 535)

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RREESSUUMMOO

A Criação dos Escritórios Regionais de Proteção e Defesa Civil é uma estratégia

para fortalecer o Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil, prevenir desastres e

minimizar seus efeitos, nos municípios paulistas, o trabalho teve por objetivo propor

a transversalização do assunto Defesa Civil entre os diversos órgãos da

administração municipal, estadual e federal. Os Escritórios Regionais de Proteção e

Defesa Civil, a profissionalização dos Coordenadores Regionais de Proteção e

Defesa Civil, e o desempenho da função do coordenador regional de maneira

exclusiva e vinculada a Casa Militar, propiciarão uma melhor prevenção e uma

melhor resposta no momento das emergências causadas pelos desastres naturais e

tecnológicos. O exercício da função do coordenador regional de maneira exclusiva e

a utilização das instalações físicas das suas respectivas Instituições, propiciarão

uma economia de recursos a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil em

virtude da possibilidade de uma prestação de serviço descentralizada. Sedimentar

os conceitos básicos de Proteção e Defesa Civil, é uma necessidade atual em

virtude do crescimento da instituição Defesa Civil no país. As recentes alterações

legislativas, a inauguração do Centro de Gerenciamento de Riscos e Desastres

(CENAD) em âmbito nacional, com a contratação de profissionais de diversas áreas

comprova tal afirmação. O Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil pretende

criar um Centro de Gerenciamento de Emergências em cada estado da federação,

para coordenar as ações de defesa civil e receber informações do CENAD. A criação

dos Escritórios Regionais de Proteção e Defesa Civil é a continuidade da

descentralização e fortalecimento do Sistema de Proteção e Defesa Civil, ou seja, a

integração dos entes federativos nas ações de defesa civil. Foi elaborado

questionário para pesquisa de campo junto aos dezenove Coordenadores Regionais

de Proteção e Defesa Civil do Estado de São Paulo que proporcionou o supedâneo

necessário à implantação das medidas propostas de criação do Escritório Regional

de Proteção e Defesa Civil. Definiram-se a localização, o desempenho da função de

maneira exclusiva, e a forma de atuação por critérios técnicos, concluindo-se pela

possibilidade da aplicação da proposta.

Palavras-chave: Polícia Militar. Proteção e Defesa Civil. Escritórios Regionais. Casa

Militar.

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RRééssuumméé

La Création de Bureaux Régionaux de Protection et de la Défense Civile est une

stratégie visant à renforcer l'état du Système Protection et de la Défense Civile,

prévenir les catastrophes et en atténuer les effets, dans les comtés, l'étude visait à

proposer la question de l'intégration de la défense civile au sein des différents

organes de l'administration municipale, provinciales et fédérales. Le Bureau Régional

de la Protection et de la Défense Civile, de la professionnalisation des

Coordonnateurs Régionaux de la Protection et de la Défense Civile, et la

performance de la fonction du coordonnateur régional et liée uniquement au Maison

Militaire, fournira une meilleure prévention et un meilleur temps de réponse en cas

d'urgence causées par des catastrophes naturelles et technologiques. L'exercice de

la fonction du cordinnateur régional unique et l'utilisation des installations physiques

de leurs institutions respectives, constituera une ressource sauver la Coordination

des États de la Protection et de la Défense Civile en raison de la possibilité d'une

prestation de services décentralisés. Sédimentaires les bases de la défense civile et

de la protection est un besoin en raison de la croissance de la rénomé de l’institution

Défense Civile dans le pays. Les modifications législatives récentes et l'inauguration

du Centre de Gestion des Risques et des Désastres (CENAD) national, avec

l'embauche de professionnels de differents domaines prouve cette affirmation. Le

Système National de Protection et de la Défense Civile envisage de créer un centre

de gestion des urgences dans chaque Etat de la fédération, afin de coordonner les

actions de défense civile et de recevoir des informations CENAD. La Création de

Bureaux Régionaux de Protection et de la Défense Civile est la poursuite de la

décentralisation et le renforcement des Système de Protection et de Défense Civile,

à savoir l'intégration des mesures fédérales en matière de défense civile.

Questionnaire a été élaboré pour les recherches sur le terrain dans les

Coordonnateurs Régionaux dix-neuf de la Protection Civile et de l'État de São Paulo

qui a donné les mesures nécessaires marchepied pour la mise en œuvre des

propositions pour la création de l'Office régional de la Protection et de la Défense

Civile. Nous avons défini la localité, la performance de la fonction unique, et la forme

de l'exploitation par des critères techniques, concluant la possibilité de mettre en

œuvre la proposition.

Mots-clés: Police Militaire. Protection et la Défense Civile. Bureaux Régionaux.

Maison Militaire.

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Lista de Abreviaturas e Siglas

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AVADAN Formulário de Avaliação de Danos

CAES Centro de Altos Estudos de Segurança

CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais

CENAD Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres

CEPDEC Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil

CGE Centro de Gerenciamento de Emergência

COBRADE Codificação Brasileira de Desastres

CODAR Codificação Geral de Desastres

COMPDEC Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil

COMPDECS Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil

CPDC Cartão de Pagamento de Defesa Civil

CPTEC Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos

DAEE Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo

EM-DAT Banco de Dados Internacional de Desastres

FEMA Federal Emergency Management Agency

FIDE Formulário de Informações do Desastre

ICS Incident Command System

IG Instituto Geológico

IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas

NCEP National Centers for Environmental Prediction

NOPRED Notificação Preliminar de Desastre

ONU Organização das Nações Unidas

PMESP Polícia Militar do Estado de São Paulo

PNPDEC Política Nacional de Proteção e Defesa Civil

PPDC Plano Preventivo de Defesa Civil

RENER Rede Nacional de Emergência de Radio Amadores

REPDEC Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil

REPDECS Coordenadores Regionais de Proteção e Defesa Civil

SAISP Serviço de Alerta e Inundação de São Paulo

SCO Sistema de Comando em Operações

SIDEC Sistema Integrado de Defesa Civil

SINDEC Sistema Nacional de Defesa Civil.

SINPDEC Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil

SOMAR Southern Marine Weather Services

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SUMÁRIO

1 Introdução ......................................................................................................... 11

2 Os desastres no mundo e no Brasil ............................................................... 16

2.1 Histórico da Proteção e Defesa Civil .............................................................. 18

2.2 Atuação da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil em alguns

estados da Federação .................................................................................... 22

2.3 Legislação Federal e Estadual de Proteção e Defesa Civil ............................ 23

2.4 Princípios doutrinários de Proteção e Defesa Civil. ........................................ 36

2.5 Da Proteção e Defesa Civil e seu poder de polícia ......................................... 38

3 Pesquisa de Campo ......................................................................................... 43

3.1 Metodologia aplicada ...................................................................................... 43

3.2 Objetivos da pesquisa..................................................................................... 43

3.4 Análise e interpretação dos dados .................................................................. 43

3.4.1 Primeira pergunta .......................................................................................... 44

3.4.2 Segunda pergunta ......................................................................................... 45

3.4.3 Terceira pergunta ......................................................................................... 46

3.4.4 Quarta pergunta............................................................................................ 47

3.4.5 Quinta pergunta ............................................................................................ 48

3.4.6 Sexta pergunta ............................................................................................. 49

3.5 Análise global da pesquisa ............................................................................. 51

4 Gestão de conhecimento para a atuação dos Coordenadores Regionais de

Proteção e Defesa Civil. .......................................................................................... 52

4.1 Documentação para homologação de situação de anormalidade .................. 52

4.2 Sistema Integrado de Defesa Civil (SIDEC) e outras tecnologias. ................. 55

4.3 Previsão meteorológica e leitura de pluviômetro ............................................ 57

4.4 Monitoramento, alerta e alarme ...................................................................... 60

4.5 Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC). ..................................................... 62

4.6 Plano Municipal e Regional de Contingência de Proteção e Defesa Civil ...... 64

4.7 Realizar vistorias em obras preventivas e recuperativas de defesa civil ........ 67

4.8 Abrigo Temporário .......................................................................................... 72

4.9 Sistema de Comando em Operações (SCO) .................................................. 76

4.10 Cartão de pagamento de Defesa Civil ............................................................ 78

4.11 Estrutura de uma Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil ........ 79

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5. Proposta de criação dos escritórios regionais de Proteção e Defesa Civil ... 81

5.1 Localização e utilização de uma estrutura existente para a fixação do

Escritório Regional de Proteção e Defesa Civil .......................................... 84

6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 87

Referências .............................................................................................................. 89

APÊNDICE A – Questionário Aplicado aos Repdecs ............................................... 93

ANEXO A – Decreto Estadual em fase de Elaboração. ............................................ 95

ANEXO B – Decreto Nº 57.905, de 23 de março de 2012. ..................................... 110

ANEXO C – Instrução Normativa em Fase de Elaboração. .................................... 112

ANEXO D – Formulário de Informações do Desastre. ............................................ 124

ANEXO E- Documentos para Estruturar uma Compdec. ........................................ 128

ANEXO F – Modelo de Relatório de Vistoria de Obra. ............................................ 137

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11 IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

A presente dissertação monográfica pretende apontar a viabilidade da criação

dos Escritórios Regionais de Proteção e Defesa Civil, a exemplo de outras

Secretarias de Governo, que possuem uma representação efetiva em todas as

regiões administrativas do Estado.

A criação dos escritórios regionais e a definição das atividades realizadas

pelos Coordenadores Regionais de Proteção e Defesa Civil (REPDEC),

desempenhada por oficiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo e membros da

sociedade civil, dentro do sistema estadual gerido pela Coordenadoria Estadual de

Proteção e Defesa Civil (CEPDEC) têm por finalidade melhorar a qualidade da

prestação dos serviços públicos estaduais.

Pretende-se propiciar aos municípios paulistas acesso mais fácil ao sistema,

reduzindo as etapas administrativas burocráticas e permitindo que os benefícios da

legislação sejam alcançados de maneira célere, além de melhorar a qualidade de

vida das comunidades e otimizar a recuperação de cenários.

O Escritório Regional de Proteção e Defesa Civil tem o objetivo de fortalecer

o Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil. A filosofia é desenvolver atividades

de maneira descentralizada, buscando economia de recursos e resolução dos

problemas de forma regionalizada.

Além do quadro de efetivo da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa

Civil do Estado de São Paulo, há também, atualmente, 19 coordenadores regionais

distribuídos nas regiões administrativas do Estado, sendo 15 no interior, e mais

quatro, na região metropolitana.

É importante ressaltar que existem atualmente 16 regiões administrativas e

que três Coordenadores Regionais de Proteção e Defesa Civil, do ABC, de Osasco e

de Guarulhos são setoriais e serão tratados como regionais de Proteção e Defesa

Civil em decorrência da grande densidade demográfica existentes nessas regiões.

Além dos citados, há também o Coordenador Regional Metropolitano.

O presente trabalho pretende usar essa divisão administrativa existente, mas

não há óbice se no futuro outra divisão for adotada, pois o objetivo é a difusão da

doutrina de proteção e defesa civil.

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A problemática enfrentada por Oficiais da Polícia Militar e civis que exercem

a função de Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil ou de Coordenador

Adjunto de Proteção e Defesa Civil é justamente a proposta deste trabalho, pois,

estas funções são exercidas de maneira voluntária, e associada às funções

ordinárias desenvolvidas nas suas Instituições, onde, obviamente, elas são

prioritárias em relação às atividades de Defesa Civil.

Os Coordenadores Regionais de Proteção e Defesa Civil recebem apoio de

seus chefes direto, uma vez que dependem de autorização dos respectivos chefes

para atuar, os quais podem entender como sendo uma atividade concorrente ao

serviço ordinário desenvolvido diariamente.

A Defesa Civil é a organização da sociedade com um todo para a autodefesa

por meio de ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação

voltadas à proteção e defesa civil.

Diante dessa definição, pode-se afirmar que a Polícia Militar sempre fará

parte das ações de proteção e defesa civil, considerando sua vocação institucional e

previsão constitucional, uma vez que a preservação da ordem pública implica

diretamente o socorro das vítimas de desastres, a assistência humanitária e o

restabelecimento da normalidade social.

A justificativa da proposta do escritório regional de proteção e defesa civil

fundamenta-se na necessidade da Polícia Militar do Estado de São Paulo implantar

suas estratégias institucionais, bem como de desenvolver os mecanismos

institucionais adequados para atingir seus objetivos, notadamente aos relativos à

prevenção primária e secundária e ao aumento da credibilidade da Instituição.

A CEPDEC, por sua vez, tem a obrigação de melhorar a capacitação dos

REPDECs (civis e oficiais), para que exerçam suas funções de maneira mais

eficiente, além de preparar eventuais sucessores, visto que, na legislação vigente, é

prevista a participação de profissionais altamente qualificados e dedicados à

realização de ações voltadas ao atendimento de desastres.

O Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil deve pertencer ao

efetivo da Casa Militar, ou adido a esta, para o desempenho exclusivo das

atividades da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, uma vez que a

realidade social exige que pessoas se dediquem à Defesa Civil para que a

comunidade seja atendida em suas necessidades.

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Com relação à infra-estrutura, aparelhamento e logística necessária para o

Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil, pode-se aproveitar a estrutura física

das Organizações Policiais Militares ou de outras instituições públicas.

Diante da utilização das instalações de outros órgãos públicos, propõe-se

ainda, o vínculo administrativo dos coordenadores regionais à chefia ou comando

local, mantendo-se a subordinação operacional à CEPDEC, a fim de que não sejam

criados embaraços administrativos àquelas autoridades; dessa forma, o coordenador

não ficaria isolado e receberia o apoio necessário da estrutura já existente em tais

instituições.

O objetivo geral do presente trabalho é identificar qual é a estrutura mais

adequada para abrigar um escritório regional de proteção e defesa civil, que possa

atuar de maneira mais eficiente na sua área territorial, planejando, articulando e

coordenando ações defesa civil, por meio de medidas preventivas e preparatórias,

além da pronta resposta a desastres, reconstrução e recuperação, aproveitando uma

estrutura já existente.

Os objetivos específicos são:

a) agregar à imagem da corporação os serviços relativos à Defesa Civil;

b) descrever atividades a serem desenvolvidas pelos REPDECs; e

c) demonstrar a necessidade do desempenho da função de REPDEC de maneira

exclusiva.

Atualmente, a Polícia Militar é que coordena, dirige, movimenta e lidera o

sistema de Proteção e Defesa Civil no Estado de São Paulo, fato que muitas

pessoas desconhecem.

Em todas as ações de ajuda humanitária e de assistência social pós-evento

desastroso, a Defesa Civil está presente e, portanto, a corporação tem deixado de

obter o devido reconhecimento junto à população do Estado e de outros entes da

Federação, pelo fato de essa população desconhecer ou não associar um trabalho

ao outro.

O presente trabalho também se justifica pelo fato de inúmeros desastres

naturais e tecnológicos atingirem o estado de São Paulo. Acrescenta-se ainda as

novas responsabilidades aos agentes de proteção e defesa civil, trazidas pela nova

legislação.

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil investe e modifica a forma

de gestão em defesa civil no âmbito nacional, com o objetivo de que cada estado

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tenha um centro de gerenciamento compartilhando as ações de defesa civil com o

Centro Nacional de Desastres (CENAD).

No Brasil, a União possui competência privativa para legislar a respeito de

defesa civil, conforme prescreve o artigo 22, inciso XXVIII, da Constituição da

República Federativa do Brasil de 1988, ao elencar que ―Compete privativamente à

União legislar sobre defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa

civil e mobilização nacional‖ (BRASIL, 2010, p.17, grifo nosso).

A Constituição da República Federativa do Brasil, no artigo 144 § 5º, atribui à

execução das atividades de defesa civil aos corpos de bombeiros militares:

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: [...] V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. § 5º Às polícias militares cabem à polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil (BRASIL, 2010, p.52, grifo nosso).

O objetivo deste trabalho monográfico, em quatro capítulos, por meio de

pesquisa metodológica, é apresentar as justificativas para a criação de um

escritório regional de proteção e defesa civil, demonstrar a necessidade do

desempenho da função do REPDEC de forma exclusiva e vinculado a Casa Militar,

bem como descrever as suas atividades.

Na próxima seção deste trabalho são abordados os desastres no mundo e

no Brasil, o histórico da Proteção e Defesa Civil, a atuação da Coordenadoria

Estadual de Proteção e Defesa Civil em alguns estados de federação, a legislação

Nacional e Estadual de Proteção e Defesa Civil, os princípios doutrinários gerais e o

poder de polícia do agente de proteção e defesa civil.

A terceira seção apresenta a pesquisa de campo, por meio de coleta de

dados, com a adoção do método quantitativo, utilizando-se de questionário enviado

por correio eletrônico aos Coordenadores Regionais de Proteção e Defesa Civil

(REPDEC) do Estado de São Paulo.

As atividades dos coordenadores regionais de proteção e defesa civil são

estabelecidas na quarta seção.

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A quinta seção aborda o escritório regional de proteção e defesa civil, a

utilização de uma estrutura física existente no órgão a que pertence o Coordenador

Regional de Proteção e Defesa Civil.

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22 OOSS DDEESSAASSTTRREESS NNOO MMUUNNDDOO EE NNOO BBRRAASSIILL

Durante a sua existência, a humanidade tem registrado vários eventos

adversos, que já fizeram muitas vítimas.

A própria Bíblia registra a passagem de alguns deles, a exemplo da

ocorrência de um grande dilúvio que teria devastado a vida na terra na época de

Noé, e as sete pragas que atingiram a população do Egito, quando Moisés era vivo.

Os grandes desastres sempre acompanharam a humanidade e, na

atualidade, o número total da população do planeta atingiu sete bilhões de pessoas

em 31 de outubro de 2011(WIKIPÉDIA, 2012), o que aumenta a probabilidade de

mais e mais vítimas.

Desastre é o resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo

homem, sobre um ecossistema vulnerável, causando grave perturbação no

funcionamento de uma comunidade ou sociedade, envolvendo extensivas perdas e

danos humanos, sociais, econômicos ou ambientais, que exceda a sua capacidade

de lidar com o problema usando recursos próprios (em fase de elaboração)1.

O século 20 foi marcado por grandes guerras globais que resultaram em

milhões de pessoas mortas. Após a 2ª Grande Guerra houve uma corrida

armamentista com arsenais nucleares que poderiam destruir o planeta pelo menos

16 vezes. Ondas gigantescas devastaram os litorais de vários países asiáticos em

2004, deixando milhares de pessoas desabrigadas e desalojadas naquela parte do

mundo.

O ano de 2010 foi marcado por muitas tragédias provocadas por terremotos,

destacando-se as que ocorreram no Haiti, Chile, Itália e China.

No dia 11 de março de 2011, o nordeste do Japão foi atingido por um intenso

terremoto de magnitude de 8,9 e por fortes ondas de um tsunami (INFOESCOLA,

2012).

A Ilha da Madeira, território de Portugal, foi alvo de grandes inundações em

2010 que destruíram boa parte da infraestrutura urbana. A tempestade deixou pelo

menos 42 mortos e 120 feridos. Várias localidades ficaram isoladas, sem água ou

luz, 240 pessoas perderam suas casas e 300 foram levadas para abrigos

temporários. (GLOBO, 2012)

1 Instrução Normativa a ser publicada pelo Ministério do Estado da Integração Nacional.

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Um terremoto no norte da Itália, ocorrido no dia 20 de maio de 2012 deixou

seis pessoas mortas, 50 ficaram feridas, uma desaparecida e 11 mil pessoas

desabrigadas.

Como se pode constatar, vários países no mundo são atingidos por desastres

de origem natural e tecnológica.

Nos dois últimos séculos, a somatória dos danos e dos prejuízos causados

por desastres naturais e tecnológicos ultrapassa de muito à dos provocados por

todas as guerras.

Desta forma, é inquestionável que a maior ameaça à sobrevivência e à

incolumidade das pessoas é constituída pelos desastres.

Enquanto os Estados Unidos da América, durante toda a guerra do Vietnã,

perderam 57 mil homens, entre mortos e desaparecidos, no Brasil, a cada ano, 40

mil pessoas morrem em consequência de desastres de trânsito.

Observação extremamente importante é a caracterização de que a

intensidade dos desastres depende muito mais do grau de vulnerabilidade dos

cenários dos desastres e das comunidades afetadas, do que da magnitude dos

eventos adversos.

Terremotos com magnitude de 6.5 graus na escala Richter provocaram 5

mortes na Califórnia, 20 mil no Cairo e 40 mil na Armênia. É evidente que a

diferença foi estabelecida em função da vulnerabilidade, minimizada pela evolução

da engenharia anti-sísmica e pelo nível de preparação das sociedades locais.

Hoje, está bastante claro que os desastres afetam com maior intensidade as

comunidades mais carentes e os países menos desenvolvidos.

Apesar de não ser atingido por terremotos e nem possuir uma história de

guerra dentro de seu território, o Brasil também é alvo de eventos adversos.

Os estados do Nordeste, Norte e Centro-Oeste, durante vários anos foram

castigados por um período longo de secas que trouxeram fome, miséria e prejuízos

imensos para a agropecuária. Os estados das regiões Sul e Sudeste são

severamente atingidos por chuvas intensas, a exemplo do que ocorreu em Santa

Catarina, Espírito Santo e em 2011, no Estado do Rio de Janeiro, onde 905 pessoas

faleceram e mais de 30 mil ficaram desalojadas e desabrigadas em decorrência dos

deslizamentos de terra nos morros cariocas.

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Todavia, não se pode olvidar que ultimamente houve períodos de enchentes

devastadoras em estados como Maranhão, Alagoas e Piauí, ocorridos de maio a

julho nos anos de 2009 e 2010.

As enchentes e inundações no Estado do Amazonas, em maio de 2012,

deixaram três cidades em estado de calamidade pública e cinquenta e cinco em

estado de emergência.

No ano de 2010, o Estado de São Paulo foi fortemente castigado por chuvas

intensas. Municípios do interior paulista registraram altos índices pluviométricos,

como há muito não ocorria.

2.1 Histórico da Proteção e Defesa Civil

No período entre 1914 e 1918 (SERGIPE, 2012) durante a Primeira Guerra

Mundial, balões dirigíveis da Marinha Imperial Alemã efetuaram cerca de 200

incursões de bombardeiro contra a Grã-Bretanha.

As frágeis aeronaves muitas vezes não atingiam seus alvos em virtude do

tempo inclemente nos mares Báltico e do Norte. Era o início da difusão das primeiras

ações de proteção e defesa civil para a população, tais como: ensinando a limpar os

sótãos de materiais combustíveis, a cobrir janelas para que os aviões não pudessem

identificar as cidades lá embaixo, a grudar fita adesiva nos vidros para evitar

estilhaçamento e a reconhecer os toques de alarme e de fim do ataque.

Os alarmes soavam e a população corria para os abrigos e apagava as luzes

como medidas de defesa passiva, enquanto a aviação de caça executava a defesa

ativa.

Durante a Segunda Guerra Mundial, novamente os ataques a alvos civis

despertaram as ações de proteção e defesa civil.

A Inglaterra, preocupada com a segurança de sua população durante os

ataques sofridos entre 1940 e 1941, quando foram lançadas milhares de bombas

sobre as principais cidades e centros industriais ingleses, causando milhares de

perdas de vida na população civil, institui a CIVIL DEFENSE (Defesa Civil).

Atualmente, em todo o mundo, a defesa civil se organiza em sistemas

abertos, com a participação dos governos locais e da população no tocante à

prevenção, preparação, mitigação, resposta e reconstrução.

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No Brasil, a defesa civil surge durante a Segunda Guerra Mundial, após o

afundamento dos navios de passageiros Arará e Itagiba.

Em 1942 o Brasil criou o Serviço de Defesa Passiva Antiaérea e a

obrigatoriedade do ensino da defesa passiva, em todos os estabelecimentos de

ensino no país, tanto oficiais como particulares.

Em 1943, a denominação de Defesa Passiva Antiaérea é alterada para

Serviço de Defesa Civil.

Em 1966, com as enchentes no Sudeste, em especial no então estado da

Guanabara, surge o primeiro grupo de trabalho com a finalidade de estudar a

mobilização dos diversos órgãos estaduais em casos de catástrofes.

No mesmo ano, o Decreto Estadual Nº 722, de 18 de novembro de 1966,

aprova o plano diretor de defesa civil do estado da Guanabara, bem como cria as

primeiras Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil (REPDEC) no Brasil

(DEFESA CIVIL NACIONAL, 2012).

No Brasil, muitas vezes o leitor encontra diversos símbolos de defesa civil, e

para não mais existir dúvida a respeito das cores e dos seus significados, segue a

logomarca da defesa civil nacional, conforme o site da secretaria Nacional de

Proteção e Defesa Civil.

Figura 1 - Logomarca da Defesa Civil Nacional

Fonte: Defesa Civil Nacional

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O triângulo equilátero representa a união de forças, a cooperação de todos, condições essenciais da Defesa Civil. A base manifesta a segurança, a estabilidade e o bem-estar social, metas de toda Defesa Civil e um lado simboliza a prevenção e o outro a ação, medidas fundamentais para se manter a segurança da população. A cor azul traduz a tranquilidade, o equilíbrio e a serenidade com que age a Defesa Civil. As duas mãos estilizadas envolvendo o triângulo figuram o amparo, o carinho, o amor, e o cuidado. A cor laranja é a cor oficial da simbologia internacional da Defesa Civil e significa o calor humano e a solidariedade. (BRASIL, 2012, não paginado)

O Sistema Estadual de Defesa Civil do estado de São Paulo surge com o

Decreto Nº 7.550, de 9 de fevereiro de 1976, após as chuvas intensas ocorridas em

Caraguatatuba (1967), e incêndios nos Edifícios Andraus (1972) e Joelma (1974)

A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDEC) é

subordinada diretamente ao Governador do Estado e dirigida pelo Chefe da Casa

Militar e Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil.

As REPDEC têm como principais atribuições a formação, a orientação e o

apoio às Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil (COMPDEC) nos

645 municípios paulistas. As Coordenadorias Regionais constituem o principal elo

entre as Coordenadorias Municipais e a Coordenadoria Estadual de Proteção e

Defesa Civil.

Mapa 1 - Regiões administrativas e metropolitanas do Estado

Fonte: CEPDEC/SP.

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Segundo recente levantamento levado a efeito pela CEPDEC, dos 645

municipios paulistas, 104 ainda não possuem um órgão de Defesa Civil municipal

criado e estruturado nos moldes da legislação vigente. A CEPDEC concentra seus

esforços para que todos os munícipios paulistas tenham suas COMPDEC atuantes e

organizadas.

É importante salientar que Defesa Civil é a organização de toda a sociedade

para sua autodefesa e fundamenta-se no princípio de que nenhum governo, sozinho,

consegue suprir a todas as necessidades dos cidadãos. A parceria entre a

comunidade e os orgãos de defesa civil é fundamental para a difusão da filosofia a

mudança cultural. Uma comunidade bem preparada acaba se tornando menos

vulnerável.

Cabe ressaltar que, nos últimos 30 anos, o Estado de São Paulo sofreu os

efeitos de vários desastres naturais, em especial no ano de 2010 com as enchentes

nos municípios de São Luiz do Paraitinga e Cunha.

Nos últimos cinco anos, o estado de São Paulo tem priorizado as ações de

prevenção e preparação. O Centro de Gerenciamento de Emergência está

investindo em mapeamento de áreas de risco, como solução de continuidade na

elaboração do Plano de Contingência Estadual de Proteção e Defesa Civil.

A marca da defesa civil estadual tem o seguinte significado:

Figura 3: Logomarca da Defesa Civil Estadual

Fonte: CEPDEC/SP

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A cor azul traduz a serenidade equilíbrio e tranqüilidade. A cor laranja é a cor oficial da simbologia internacional da Defesa Civil e significa o calor humano e a solidariedade. O triângulo eqüilátero significa: Ação, Prevenção e Estabilidade. O Hexágono representa a união de forças, a cooperação de todos.(SÃO PAULO, 2011, não paginado).

2.2 Atuação da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil em alguns

estados da Federação

Os desastres mais comuns no Brasil são decorrências de eventos naturais,

em especial das enchentes, inundações, deslizamentos de terra e secas. Os estados

que mais sofreram nos últimos anos foram Santa Catarina, Maranhão, Alagoas, Rio

de Janeiro e Amazonas.

É sabido que uma comunidade bem preparada e uma defesa civil estruturada

proporciona uma maior segurança global.

Em matéria de defesa civil não deve existir fronteira, nem barreiras políticas.

Nos últimos anos o Estado de São Paulo se fez presente em vários estados da

federação com apoio humano e material da Coordenadoria Estadual de Proteção e

Defesa Civil, da Secretaria Estadual de Saúde, do Instituto Geológico (IG), do

Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), do Corpo de Bombeiros e do Grupamento

de Rádio Patrulha Aérea da Polícia Militar.

No estado de Santa Catarina, as enchentes de 2008 afetaram em torno de 60

cidades e mais de 1,5 milhões de pessoas. O Brasil todo se mobilizou na ajuda, em

virtude do enorme número de pessoas desabrigadas e desalojadas: 135 (Cento e

trinta e cinco) pessoas morreram, 9.390 habitantes foram forçados a sair de suas

casas para que não houvesse mais vítimas e 5.617 ficaram desabrigadas.

O Maranhão, em especial a cidade de Bacabal, não tem constituída uma

Defesa Civil atuante e organizada. Em meados de maio de 2009, o estado foi

assolado por fortes chuvas que ocasionaram a subida do Rio Mearim. A CEPDEC do

Maranhão, em conjunto com a CEPDEC de São Paulo, tiveram papel

importantíssimo na mobilização de recursos humanos e materiais para reconstrução

das comunidades afetadas pelas chuvas.

A CEPDEC e o Corpo de Bombeiros de São Paulo enviaram à cidade de

Bacabal uma equipe de 40 bombeiros militares e 02 policiais militares estaduais

integrantes da Defesa Civil. O Corpo de Bombeiros levou 14 toneladas em

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equipamentos de busca e salvamento. À CEPDEC coube a organização e

administração dos 52 abrigos temporários, juntamente com a Coordenadoria

Estadual de Proteção e Defesa Civil do Maranhão e a COMPDEC de Bacabal, além

de materiais diversos, enviou cestas básicas e remédios.

O estado de São Paulo prestou apoio no estado de Alagoas, em 2010, em

virtude de fortes chuvas que afetaram principalmente as cidades de Branquinha,

União dos Palmares, Murici, Santana do Mundaú e Quebrangulo.

No Rio de Janeiro (WIKIPEDIA, 2012), cidades como Angra dos Reis e

Teresópolis sofreram os efeitos das chuvas torrenciais, que vitimaram fatalmente

inúmeras pessoas no ano de 2010. Mais uma vez São Paulo enviou donativos para

a subsistência daquelas pessoas que se encontravam em precários abrigos.

Em 2012, o Estado do Amazonas (JORNAL DO BRASIL, 2012) sofreu com

uma das suas maiores cheias; o rio Negro atingiu níveis históricos e milhares de

pessoas ficaram desabrigadas e desalojadas. O Estado de São Paulo, juntamente

com outros Estados da Federação, prestaram auxílio humano e material.

O nível da água do rio Negro atingiu, na manhã do dia 16 de maio de 2012, a

cota de 29,78m (relativos ao nível do mar). É a maior marca registrada na história do

Estado, superando em 1cm a de 2009. O dado foi anunciado pelo serviço de

hidrologia do Porto de Manaus, órgão responsável pela medição do rio Negro, que

banha a capital do Estado.

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil prestou apoio aos

desabrigados e desalojados do Estado do Amazonas, em especial através do Grupo

de apoio a Desastres.

2.3 Legislação Federal e Estadual de Proteção e Defesa Civil

Recentemente foi publicada a nova legislação de proteção e defesa civil, a Lei

Nº 12.608 de 10 de abril de 2012. Essa legislação inova em pontos relevantes de

defesa civil. Vamos comentar, neste capítulo, um pouco a respeito do assunto.

Em âmbito nacional, a Lei Nº 12.608, de 10 de abril de 2012, Institui a Política

Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC), bem como dispõe sobre o Sistema

Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC) e o Conselho Nacional de Proteção

e Defesa Civil.

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O nome Proteção e Defesa Civil é mais abrangente, tendo um significado

mais amplo. Demonstra a atuação na prevenção, antes da ocorrência do desastre,

bem como em todas as ações posteriores de mitigação, preparação, resposta e

recuperação.

Em termos nacionais, a PNPDEC define as ações de defesa civil e sua

integração com as demais áreas:

Art. 3º A PNPDEC abrange as ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação voltadas à proteção e defesa civil. Parágrafo único. A PNPDEC deve integrar-se às políticas de ordenamento territorial, desenvolvimento urbano, saúde, meio ambiente, mudanças climáticas, gestão de recursos hídricos, geologia, infraestrutura, educação, ciência e tecnologia e as demais políticas setorias, tendo em vista a promoção do desenvolvimento sustentável. (BRASIL, 2012, p.01).

As ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação serão

explicadas neste capítulo em um subitem próprio.

A Política Nacional de Proteção e Defesa Civil deve integrar-se às políticas

das demais Secretarias de Estado. Para isso é necessário que haja um Centro

Integrado do Governo, com o objetivo de desenvolver políticas públicas preventivas

e de resposta às emergências.

As ações de defesa civil devem respeitar o princípio ambiental do

desenvolvimento sustentável.

O meio ambiente equilibrado é um direito das presentes e futuras gerações.

O Centro Integrado tem a responsabilidade de manter os bancos de dados

das instituições, com o foco em ações preventivas buscando a economia de

recursos, uma vez que cada Secretaria de Estado venha saber dos investimentos da

outra.

O Centro Integrado do Governo terá informações importantes das diversas

áreas, e conforme a Lei Nº 12.527 de 18 de novembro de 2011, que regula o acesso

às informações, cabe aos órgãos públicos da Administração Direta obedecê-la:

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:

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I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público; (BRASIL, 2011, p.01).

A lei Nº 12.608, de 10 de abril de 2012, elenca as diretrizes e os objetivos da

Política Nacional de Proteção e Defesa Civil:

Art. 4º São diretrizes da PNPDEC: I - atuação articulada entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para redução de desastres e apoio às comunidades atingidas; II - abordagem sistêmica das ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação; (BRASIL, 2012, p.01).

A diretriz básica da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil é a atuação

articulada entre as esferas de governo, bem como a abordagem sistêmica das ações

de Defesa Civil.

O Escritório Regional de Proteção e Defesa Civil propicia uma atuação

articulada entre os Estados e Municípios. A descentralização das atividades de

Defesa Civil traz uma efetiva aproximação com o Município.

Art. 5º São objetivos da PNPDEC: I - reduzir os riscos de desastres; II - prestar socorro e assistência às populações atingidas por desastres; III - recuperar as áreas afetadas por desastres; IV - incorporar a redução do risco de desastre e as ações de proteção e defesa civil entre os elementos da gestão territorial e do planejamento das políticas setoriais; V - promover a continuidade das ações de proteção e defesa civil; VI - estimular o desenvolvimento de cidades resilientes e os processos sustentáveis de urbanização; VII - promover a identificação e avaliação das ameaças, suscetibilidades e vulnerabilidades a desastres, de modo a evitar ou reduzir sua ocorrência; VIII - monitorar os eventos meteorológicos, hidrológicos, geológicos, biológicos, nucleares, químicos e outros potencialmente causadores de desastres; IX - produzir alertas antecipados sobre a possibilidade de ocorrência de desastres naturais; X - estimular o ordenamento da ocupação do solo urbano e rural, tendo em vista sua conservação e a proteção da vegetação nativa, dos recursos hídricos e da vida humana; XI - combater a ocupação de áreas ambientalmente vulneráveis e de risco e promover a realocação da população residente nessas áreas; XII - estimular iniciativas que resultem na destinação de moradia em local seguro; XIII - desenvolver consciência nacional acerca dos riscos de desastre; XIV - orientar as comunidades a adotar comportamentos adequados de prevenção e de resposta em situação de desastre e promover a autoproteção e XV - integrar informações em sistema capaz de subsidiar os órgãos do SINPDEC na previsão e no controle dos efeitos negativos de eventos

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adversos sobre a população, os bens e serviços e o meio ambiente. (BRASIL, 2012, p.02).

O presente trabalho deixa claro, em seu capítulo terceiro, sobre a importância

da definição das atividades do REPDEC, e em seu capítulo quarto, sobre a criação

dos Escritórios Regionais de Proteção e Defesa Civil, com o objetivo final de fazer

cumprir os objetivos da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil.

A lei Nº 12.608, de 10 de abril de 2012, traz em seu bojo a competência dos

Estados:

Art. 7º Compete aos Estados: I - executar a PNPDEC em seu âmbito territorial; II - coordenar as ações do SINPDEC em articulação com a União e os Municípios; III - instituir o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil; IV - identificar e mapear as áreas de risco e realizar estudos de identificação de ameaças, suscetibilidades e vulnerabilidades, em articulação com a União e os Municípios; (BRASIL, 2012, p.03).

A atuação do Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil em sua

localidade, desempenhando suas atividades de forma técnica e profissional,

possibilita a identificação das áreas de riscos e a elaboração do Plano Regional de

Proteção e Defesa Civil.

O Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil é feito com base nos Planos

Regionais em virtude de cada localidade possuir suas peculiaridades.

A lei Nº 12.608, de 10 de abril de 2012, define, pela primeira vez, quem são

os agentes de proteção e defesa civil:

Art. 18. Para fins do disposto nesta Lei, consideram-se agentes de proteção e defesa civil: I - os agentes políticos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios responsáveis pela direção superior dos órgãos do SINPDEC; II - os agentes públicos responsáveis pela coordenação e direção de órgãos ou entidades públicas prestadores dos serviços de proteção e defesa civil; III - os agentes públicos detentores de cargo, emprego ou função pública, civis ou militares, com atribuições relativas à prestação ou execução dos serviços de proteção e defesa civil e IV - os agentes voluntários, vinculados a entidades privadas ou prestadores de serviços voluntários que exercem, em caráter suplementar, serviços relacionados à proteção e defesa civil. (BRASIL, 2012, p.05).

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Cumpre destacar que a lei inclui os agentes voluntários vinculados a

entidades privadas, ou prestadores de serviços voluntários que exerçam serviços

relacionados à proteção e defesa civil.

Atualmente, a lei Nº 12.608 de 10 de abril de 2012, utiliza a sigla SINPDEC.

Nas legislações anteriores o leitor encontra a palavra SINDEC; houve o acréscimo

da palavra proteção, por isso a sigla passou a ser SINPDEC.

O Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil é o representante

descentralizado da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil. Ele tem

condições de prestar o devido apoio aos municípios no levantamento das áreas

suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas e

outros problemas locais.

Além do mais, a lei Nº 12.608 de 10 de abril de 2012, em seu artigo 22, traz

alterações na Lei Nº 12.340, de 1º de dezembro de 2010, e torna obrigatório que os

municípios cadastrados realizem determinadas ações, com o apoio suplementar do

Estado:

Art. 22. A Lei nº 12.340, de 1º de dezembro de 2010, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 3º-A, 3º-B e 5º-A: "Art.3º- A. O Governo Federal instituirá cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, conforme regulamento. § 1º A inscrição no cadastro previsto no caput dar-se-á por iniciativa do Município ou mediante indicação dos demais entes federados, observados os critérios e procedimentos previstos em regulamento. § 2º Os Municípios incluídos no cadastro deverão: I - elaborar mapeamento contendo as áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos; II - elaborar Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil e instituir órgãos municipais de defesa civil, de acordo com os procedimentos estabelecidos pelo órgão central do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC; III - elaborar plano de implantação de obras e serviços para a redução de riscos de desastre; IV - criar mecanismos de controle e fiscalização para evitar a edificação em áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos; e V - elaborar carta geotécnica de aptidão à urbanização, estabelecendo diretrizes urbanísticas voltadas para a segurança dos novos parcelamentos do solo e para o aproveitamento de agregados para a construção civil. § 3º A União e os Estados, no âmbito de suas competências, apoiarão os Municípios na efetivação das medidas previstas no § 2º. [...] § 6º O Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil será elaborado no prazo de 1(um) ano, sendo submetido a avaliação e prestação de contas anual, por meio de audiência pública,com ampla divulgação. (BRASIL, 2012, p.06).

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O cadastro nacional dos municípios aguarda regulamentação. Esse cadastro

é para os municípios que possuem áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos

de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos

correlatos.

O município cadastrado deve elaborar o mapeamento de áreas de riscos, o

Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil e o Plano de implantação de

obras e serviços, bem como criar mecanismos de controle e fiscalização para evitar

a edificação em áreas suscetíveis a desastres e produzir carta geotécnica de aptidão

à urbanização.

A legislação atual moderniza e inova o que se refere à proteção e defesa civil.

A profissionalização destes agentes deve prosseguir conforme a nova realidade

apresentada no cenário nacional em relação à doutrina. A nova gestão nesta matéria

não comporta apenas decisões políticas ou discursos evasivos.

A criação do escritório e a definição das atividades do Coordenador Regional

de Proteção e Defesa Civil é uma realidade necessária. Conforme a lei Nº 12.608,

de 10 de abril de 2012, há muito trabalho a ser desenvolvido pelos municípios com o

apoio necessário do Estado.

O agente de proteção e defesa civil tem o dever de preservar vidas humanas.

Em um momento de fúria da natureza, não pode aguardar ordem judicial para

remover uma pessoa que se encontra no interior de uma casa em situação de risco.

A vistoria do local e a notificação da remoção são atos administrativos

obrigatórios. O Poder Público deve apresentar as alternativas a oferecer para

assegurar seu direito à moradia. A lei N º12.340 de 1º de dezembro de 2010, art.3ºB

trata do assunto no seu parágrafo 1º, incisos I e II:

Art. 3º-B. Verificada a existência de ocupações em áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, o município adotará as providências para redução do risco, dentre as quais, a execução de plano de contingência e de obras de segurança e, quando necessário, a remoção de edificações e o reassentamento dos ocupantes em local seguro. § 1º A efetivação da remoção somente se dará mediante a prévia observância dos seguintes procedimentos: I - realização de vistoria no local e elaboração de laudo técnico que demonstre os riscos da ocupação para a integridade física dos ocupantes ou de terceiros e II - notificação da remoção aos ocupantes acompanhada de cópia do laudo técnico e, quando for o caso, de informações sobre as alternativas

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oferecidas pelo poder público para assegurar seu direito à moradia. (BRASIL, 2010, p.03).

Na fase da reconstrução, aquelas pessoas que tiverem suas moradias

removidas, deverão ser cadastradas pelo município para garantia de atendimento

habitacional em caráter definitivo, conforme preconiza a lei Nº 12.340, de 1º de

dezembro de 2010, artigo 3-B, parágrafo 3º:

§ 3º Aqueles que tiverem suas moradias removidas deverão ser abrigados, quando necessário, e cadastrados pelo Município para garantia de atendimento habitacional em caráter definitivo, de acordo com os critérios dos programas públicos de habitação de interesse social. (BRASIL, 2010, p.03).

A importância da análise da documentação necessária para a homologação

de situação de anormalidade, a presença de vícios nos documentos apresentados

ou a inexistência do estado de calamidade pública ou da situação de emergência

torna sem efeito o ato administrativo que tenha autorizado a transferência, conforme

menciona a lei Nº 12.340 de 1º de dezembro de 2010, com as alterações acrescidas

pela lei Nº 12.608 de 10 de abril de 2012:

Art.5º-A Constatada, a qualquer tempo, a presença de vícios nos documentos apresentados, ou a inexistência do estado de calamidade pública ou da situação de emergência declarados, o ato administrativo que tenha autorizado à realização da transferência obrigatória perderá seus efeitos, ficando o ente beneficiário obrigado a devolver os valores repassados, devidamente atualizados. (BRASIL, 2010, p.04).

A lei Nº 12.608, de 10 de abril de 2012, inova e cria a possibilidade da

prestação do Serviço Alternativo ao Serviço Militar Obrigatório na área de defesa

civil:

Art. 28. O art. 3º da Lei nº 8.239, de 4 de outubro de 1991,que regulamenta os §§ 1º e 2º do art. 143 da Constituição Federal, que dispõem sobre a prestação de Serviço Alternativo ao Serviço Militar Obrigatório, passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 4º e 5º: Art. 3º [...] § 4º O Serviço Alternativo incluirá o treinamento para atuação em áreas atingidas por desastre, em situação de emergência e estado de calamidade, executado de forma integrada com o órgão federal responsável pela implantação das ações de proteção e defesa civil. § 5º A União articular-se-á com os Estados e o Distrito Federal para a execução do treinamento a que se refere o § 4º deste artigo. (BRASIL, 2012, p.08).

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A inclusão do treinamento para atuação em áreas atingidas por desastres, em

situação de emergência e estado de calamidade como serviço alternativo ao serviço

militar obrigatório é uma forma de capacitar o jovem brasileiro em ações de defesa

civil.

A presente lei inova de forma positiva e cria um marco no sistema

educacional do país, pois acrescenta no ensino fundamental e médio a

obrigatoriedade de incluir no currículo regular os ensinamentos dos princípios da

proteção e defesa civil, bem como de educação ambiental:

Art. 29. O art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, passa a vigorar acrescido do seguinte § 7º: Art. 26 [...] § 7º Os currículos do ensino fundamental e médio devem incluir os princípios da proteção e defesa civil e a educação ambiental de forma integrada aos conteúdos obrigatórios. (BRASIL, 2012, p.08).

A inclusão dos princípios de proteção e defesa civil e a educação ambiental

de forma integrada aos conteúdos obrigatórios é um anseio da sociedade de tempos

atrás, e veio para corrigir algo que estava defasado.

Em termos nacionais, a lei Nº 12.608 ainda aguarda regulamentação. O

antigo Sistema Nacional de Defesa Civil (SINDEC) é regulado pelo Decreto Nº 7257,

de 04 de agosto de 2010 e em seu artigo 2º, inciso I, define o que vem a ser Defesa

Civil:

Art. 2º. Para efeitos deste Decreto, considera-se: I - defesa civil: conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas destinadas a evitar desastres e minimizar seus impactos para a população e restabelecer a normalidade social; [...] (BRASIL, 2010, p.01).

A PNPDEC abrange as ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta

e reconstrução. A definição de defesa civil do Decreto Nº 7257, de 04 de agosto de

2010, não elenca a fase da mitigação que foi acrescentada pela Lei Nº 12.608 de 10

de abril de 2012.

Salvo melhor juízo, a nova definição de defesa civil deverá ser:

Defesa Civil: conjunto de ações preventivas, de mitigação, de socorro, assistenciais e recuperativas destinadas a evitar desastres e minimizar seus impactos para a população e restabelecer a normalidade social. (BRASIL, 2012, p.01).

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Para se evitar a vulnerabilidade e se obter uma vida saudável, é necessária a

prevenção e a mitigação dos desastres naturais. O ideal é a prevenção perfeita, isto

com prejuízo zero, porém, isto é impossível, já que o ser humano não adquiriu

conhecimentos para controlar a natureza.

O possível é a realização da mitigação, ou seja, a máxima redução dos

prejuízos causados pelos desastres naturais, desde o início do desastre até a fase

final de reconstrução.

Convém mencionar que, em virtude da nova legislação federal de Proteção e

Defesa Civil, a legislação estadual a respeito do assunto também está em processo

de alteração. Apresento na sequência comentários do futuro Decreto Estadual (em

fase de elaboração)2 que reorganizará o Sistema Nacional de Proteção e Defesa

Civil.

A parte inicial do decreto elenca as diretrizes e os objetivos do Sistema

Estadual de Proteção e Defesa Civil, bem como a competência dos Estados,

assuntos idênticos ao Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil abordados

anteriormente, no momento de análise da Lei Nº 12.608 de 10 de abril de 2012.

A competência da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil

(CEPDEC) para dirigir o Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil no Estado de

São Paulo, bem como articular-se junto ao SINPDEC, está descrita nos artigos 5º, 6º

e 7º do novo decreto que revoga o Decreto Nº 40.151, de 16 de junho de 1995:

Artigo 5º - A direção do Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil cabe ao Governador do Estado e é exercida, em seu nome, por meio da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil. Artigo 6º - A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil é o elemento de articulação permanente com os órgãos do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC. Artigo 7º - O Secretário-Chefe da Casa Militar do Gabinete do Governador é o Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil. (em fase de elaboração)

3.

Cabe ressaltar que as ações de proteção e defesa civil devem estar acima de

qualquer interesse político. Em uma situação de anormalidade, momento em que as

pessoas estão totalmente vulneráveis, o mais importante é fornecer o mínimo de

dignidade humana independente do Estado, do País e do Partido.

2 Decreto Estadual a ser publicado pelo Governo do Estado de São Paulo.

3 Decreto Estadual a ser publicado pelo Governo do Estado de São Paulo

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32

A estrutura do Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil está descrita no

artigo 10º do presente decreto:

Artigo 10 - O Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil tem a seguinte estrutura: I - Órgão Central: a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, subordinada diretamente ao Governador do Estado e dirigida pelo Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil; II - Órgãos Regionais: as Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil - REPDECs, distribuídas no interior do Estado e na Região Metropolitana da Grande São Paulo, vinculadas à Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil; III - Órgãos Municipais: as Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil - COMPDECs, uma em cada município do Estado, que integre o Sistema; IV - Órgãos Setoriais: os órgãos e entidades da Administração Pública Estadual, envolvidos nas ações de proteção e defesa civil, referidos nos artigos 11 e 12 deste decreto; V - Órgãos de Apoio: entidades públicas e privadas, organizações não governamentais, clubes de serviços e associações diversas, que venham prestar ajuda aos órgãos integrantes do Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil e que manifestarem oficialmente interesse em integrar referido Sistema Estadual.

4

A CEPDEC será integrada por um representante de cada Secretaria de

Estado, com condições de mobilizar recursos humanos e materiais em ações de

proteção e defesa civil em situações de desastres, conforme prescreve o artigo 11.

Artigo 11 - A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil será integrada pelos seguintes representantes: I - 1 (um) de cada Secretaria de Estado; II - 1 (um) da Polícia Militar; III - 1 (um) da Polícia Civil; IV - 1 (um) da Superintendência de Polícia Técnico Científica; V - 1 (um) do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo - FUSSESP. § 1º - Os representantes de que trata o "caput" deste artigo serão indicados pelo Titular da Pasta e deverão possuir autorização para mobilizar recursos humanos e materiais administrados pelos representados, para emprego imediato nas ações de proteção e defesa civil, quando em situações de desastres. [...]

5

As Secretarias de Estado integram o Sistema Estadual de Proteção e Defesa

Civil. A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil será integrada por um

4 Decreto Estadual a ser publicado pelo Governo do Estado de São Paulo

5 Ibid.

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33

representante de cada Secretaria de Estado que tenham condições de mobilizar

recursos em caso de desastres.

A aproximação dos Coordenadores Regionais de Proteção e Defesa Civil com

as demais Secretarias de Estado, em sua respectiva região administrativa, propicia

uma integração eficiente nas ações de defesa civil.

O maior beneficiário da aproximação das Secretarias de Estado com os

Municípios, por meio do escritório regional de Proteção e Defesa Civil, será a

sociedade paulista.

O escritório regional é uma estratégia para fortalecer o sistema estadual de

Proteção e Defesa Civil, prevenir desastres e mitigar seus efeitos, nos municípios

paulistas.

O novo decreto menciona da obrigatoriedade da prestação de apoio em caso

de solicitações pela CEPDEC das demais Secretarias de Estado:

Artigo 12 - Às Secretarias de Estado, por intermédio de seus órgãos e entidades vinculadas, deverão prestar o necessário apoio à pronta atuação em face da ocorrência de desastres, ou sua iminência, priorizando o atendimento das solicitações do Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil.

6

A legislação mencionada acima define ainda, em seu artigo 13º, as atividades

de Secretaria de Estado durante as ações de proteção e defesa civil.

O papel de Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil é de

facilitador e articulador das ações de proteção e defesa civil. A coordenação das

ações de proteção e defesa civil são incumbências do Secretario Chefe da Casa

Militar e Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil.

O papel do escritório regional em um local já existente é o de ser a alavanca

para a difusão da proteção e defesa civil em todos os municípios paulistas, bem

como da integração estadual de forma regionalizada, desempenhando e fazendo

cumprir as funções de cada Secretaria de Estado.

Dentre as competências do Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil

está a de adotar as medidas necessárias para a criação e funcionamento das

Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil, bem como designar os

Coordenadores Regionais de Proteção e Defesa Civil.

6 Decreto Estadual a ser publicado pelo Governo do Estado de São Paulo

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34

Artigo 14 - Ao Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil compete: [...] VII - adotar as medidas necessárias para a criação e o funcionamento das Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil; VIII - designar os Coordenadores Regionais, Subcoordenadores Regionais e Coordenadores Setoriais de Proteção e Defesa Civil;

7

[...]

O decreto, ainda em fase de elaboração, estabelece que a atuação dos

Coordenadores Regionais de Proteção e Defesa Civil é regionalizada e em regime

de cooperação com as Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil.

A criação dos escritórios regionais de proteção e defesa civil facilita a atuação

em regime de cooperação com os municípios.

As Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil serão integradas

por representantes regionais das Secretarias de Estado e das entidades da

Administração Indireta do Estado, bem como de representantes do Poder Executivo

do Município.

Art.15 [...] § 2º - Poderão, ainda, integrar as Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil representantes do Poder Executivo dos municípios que possuam Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil;

8

As Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil são compostas por

representantes regionais de Secretarias de Estado e de orgãos da administração

indireta do Estado. Poderão, ainda, fazer parte delas, representantes do Poder

Executivo que possuam COMPDEC e cidadãos da sociedade civil. Independente do

órgão a que pertença o REPDEC, o importante é que ele tenha pendor para a

função.

As atribuições do Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil são

estabelecidas mediante ato do Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil.

Art.16 [...] § 2º - As atribuições das Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil serão estabelecidas mediante ato do Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil.

7 Decreto Estadual a ser publicado pelo Governo do Estado de São Paulo

8 Ibid.

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35

A atuação do Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil, de forma

profissional, demanda atuação exclusiva, com sua vinculação à Coordenadoria

Estadual de Proteção e Defesa Civil. O crescimento do Sistema de Proteção e

Defesa Civil impinge a seus agentes maior dedicação e desempenho técnico em

suas atividades.

A legislação recente impõe determinadas responsabilidades aos agentes que

atuam em matéria de proteção e defesa civil. Além disso, existe a problemática do

acúmulo de função, em que, não raras as vezes, acaba por gerar desgastes

desnecessários entre o Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil e o seu

chefe administrativo da região.

Cumpre ressaltar que se encontra em vigor a Portaria Nº 009-CEDEC-90 de

10 de julho de 1990, baseada no disposto no artigo 10 inciso II do Decreto Nº 29.275

de 15 de março de 1989, legislação com aproximadamente 23 anos, que

regulamenta a constituição e o funcionamento das Coordenadorias Regionais de

Proteção e Defesa Civil.

A Resolução Casa Militar N.º 006/610 - CEDEC, de 24-01-2005 fixa as

atribuições dos Coordenadores Regionais de Proteção e Defesa Civil, no Estado de

São Paulo.

Essa resolução menciona, no seu final, que o assunto não se esgota em

virtude da evolução do Sistema de Proteção e Defesa Civil e que podem ser

acrescidas novas atribuições:

Artigo 2.º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, porém não esgota o assunto, que pode ser acrescido de novas atribuições, observando a contínua evolução dos sistemas de Defesa Civil. (SÃO PAULO, 2005, p.02).

Em virtude das recentes alterações legislativas, é necessária a elaboração de

uma nova Portaria do Chefe da Casa Militar e Coordenador Estadual de Proteção e

Defesa Civil, estabelecendo quais são as atividades dos Coordenadores Regionais

de Proteção e Defesa Civil.

Em casos de desastres, a atuação e a coordenação dos trabalhos são da

competência da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, com o apoio

suplementar do Estado por meio da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa

Civil.

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36

2.4 Princípios doutrinários de Proteção e Defesa Civil.

Entre outras medidas, cabe à Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa

Civil (CEPDEC), coordenar e supervisionar as ações de Proteção e Defesa Civil,

manter e atualizar banco de dados sobre inundações, enchentes, deslizamentos de

terra e estiagem, fenômenos mais constantes no Estado de São Paulo, além dos

demais desastres de não menos importância.

Incumbe, ainda, à CEPDEC, mapear as áreas de riscos, elaborar o Plano

Estadual de Proteção e Defesa Civil, emitir alertas antecipados aos Coordenadores

Regionais e Coordenadores Municipais de Proteção e Defesa Civil, prever recursos

orçamentarios para as ações assistenciais, capacitar recursos humanos,

providenciar a distribuição e controle de suprimentos, realizar preferencialmente

convênios de obras preventivas de Proteção e Defesa Civil e propor a decretação ou

homologação de situação de emergência ou de estado de calamidade pública.

Antes da entrada em vigor da Lei Nº 12.608 de 10 de abril de 2012, a Defesa

Civil, com a função básica de proteger a vida, desenvolvia-se com as ações

preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativa.

Ações preventivas são aquelas em que população é treinada antes da

eclosão do desastre. Caracteriza-se pela realização de obras públicas preventivas e

pela elaboração de Planos de Contingências.

Nas ações de socorro atuam os orgãos de emergência, em especial os

corpos de bombeiros militares.

Na fase assitencial as pessoas atingidas pelos desastres são encaminhadas

para os abrigos ou levadas para casa de parentes. Nesta fase é de suma

importância a rapidez no atendimento dos desabrigados e desalojados com

materiais de primeira necessidade, em especial água potável, alimentação

adequada e local para banho e repouso.

A fase recuperativa viabiliza a execução de obras e o retorno da comunidade

à área atingida, quando possível.

Com a entrada em vigor da Lei Nº 12.608, de 10 de abril de 2012, a Política

Nacional de Proteção e Defesa Civil define as ações de defesa civil em prevenção,

mitigação, preparação, resposta e recuperação voltadas à proteção e defesa civil

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Analisando o novo conceito, percebe-se que a ação de prevenção permanece

idêntica ao conceito antigo, porém surge uma novidade no ciclo que é a ação de

mitigação.

O ideal é a prevenção perfeita, mas esta não é possível, pois o homem não

tem o poder de controlar a natureza. O possível é a realização da mitigação, ou seja,

a redução dos prejuízos causados pelos desastres naturais.

Mitigar significa minimizar, e esta ação está presente nas ações de

preparação, de resposta e reconstrução.

Minimização de desastres significa o conjunto de medidas destinadas à

preparação para emergências e desastres, com a adoção de programas de

desenvolvimento institucional, de recursos humanos, científico e tecnológico,

mudança cultural, motivação e articulação empresarial, monitoramento, alerta e

alarme, planejamento operacional, mobilização, e aparelhamento e apoio logístico.

A ação de preparação envolve o treinamento, a capacitação, a elaboração de

ações em conjuntos dos orgãos que atuam em defesa civil e a comunidade.

A ação de socorro e de assistência foi substituída pela ação de resposta, ou

seja, é o conjunto de medidas destinadas a socorrer e dar assistência às populações

vitimadas, através de atividades de logística, assistenciais e de promoção da saúde,

bem como da reabilitação do cenário do desastre.

Na resposta, desenvolve-se várias atividades, dentre elas a avaliação dos

danos, vistoria e elaboração de laudos técnicos, desobstrução e remoção de

escombros, limpeza, descontaminação, desinfecção e desinfestação do ambiente,

reabilitação dos serviços essenciais e recuperação de unidades habitacionais de

baixa renda.

A ação recuperativa mudou o nome para recuperação, ou seja, a

reconstrução da área. É o conjunto de medidas destinadas a restabelecer ou

normalizar os serviços públicos, a economia local, o moral social e o bem estar da

população.

Assim sendo, no Estado de São Paulo, o investimento em ações de

prevenção tem sido cada vez mais sedimentado, a doutrina de Proteção e Defesa

Civil se fixa em ações preventivas, que não podem ser deixadas de lado um dia

sequer do ano, com permanente controle para que não haja aumento das áreas de

risco e com monitoramento diário das que já existem.

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É muito importante, neste contexto, a participação da comunidade, que deve

ter consciência da percepção do risco, evitando atitudes arriscadas, dando mais

valor à vida.

No bojo desse cenário preventivo, torna-se imprescíndivel a criação dos

escritórios regionais de proteção e defesa civil, que atuem de maneira constante

junto aos municípios paulistas. A maior estratégia de Defesa Civil é a sua

proximidade com a comunidade, o que pode ser feito por meio da realização de

simulados de abandono de área de risco. O Poder Público tem obrigação de

demonstrar para a população a importância do treinamento e da atitude proativa

daquele cidadão que se encontra em uma área de risco, o qual deve ter esse

conhecimento da necessidade de preservação da sua vida, como da dos demais de

sua comunidade.

2.5 Da Proteção e Defesa Civil e seu poder de polícia

Apresenta Meirelles (2007, p.131) que, ―o poder de polícia é a faculdade de

que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de

bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio

Estado‖.

Há, no entanto, uma definição legal para esse poder, encontrada no art. 78 do

Código Tributário Nacional (Lei n. 5.172/66), in verbis:

Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (BRASIL, 1966, p.14).

A razão do poder de polícia é o interesse coletivo, social, enfim, o bem

comum.

O seu fundamento está na

supremacia geral que o Estado exerce em seu território sobre todas as pessoas, bens e atividades, supremacia que se revela nos mandamentos constitucionais e nas normas de ordem pública, que a cada passo opõem condicionamentos e restrições aos direitos individuais em favor da coletividade, incumbindo ao Poder Público o seu policiamento administrativo

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[...] Por objeto, o poder de policia tem todo bem, direito ou atividade individual que possa afetar a coletividade ou por em risco a segurança nacional, exigindo, por isso mesmo, regulamentação, controle e contenção pelo Poder Público. Com esse propósito a Administração pode condicionar o exercício de direitos individuais, pode delimitar a execução de atividades, como pode condicionar o uso de bens que afetem a coletividade em geral, ou contrariem a ordem jurídica estabelecida ou se oponham aos objetivos permanentes da Nação. (MEIRELLES, 2007, p.133).

A sua finalidade é proteger o interesse público, compreendendo valores

materiais, bem como o

[...] patrimônio moral e espiritual do povo, expresso na tradição, nas instituições e nas aspirações nacionais da maioria que sustenta o regime político adotado e consagrado na Constituição e na ordem vigente.(MEIRELLES, 2007, p.134).

A extensão do poder de polícia

é hoje muito ampla, abrangendo desde a proteção à moral a aos bons costumes, a preservação da saúde pública, o controle de publicações, a segurança das construções e dos transportes, até a segurança nacional em particular.(MEIRELLES, 2007,p.134).

Obviamente, os atos administrativos decorrentes do poder de polícia devem

possuir os mesmos requisitos de validade dos atos administrativos em geral. No

entanto, para Meirelles (2007, p.135), os limites do poder de polícia em si ―são

demarcados pelo interesse social em conciliação com os direitos fundamentais do

indivíduo assegurados no art. 5º da CF‖, em uma relação dialética onde os cidadãos

abrem mão de uma liberdade plena, cedendo parte dela, para receberem, em troca,

as benesses da vida sob tutela do Estado.

Alguns autores prevêem, como limites do exercício do poder de polícia, a

proporcionalidade e a legalidade dos meios empregados.

A proporcionalidade constitui

requisito específico para a validade do ato de polícia, como também, a correspondência entre a infração cometida e a sanção aplicada quando se tratar de medida punitiva. Sacrificar um direito ou uma liberdade do indivíduo sem vantagem para a coletividade invalida o fundamento social do ato de polícia, pela desproporcionalidade da medida (MEIRELLES, 2007,p.141).

A legalidade dos meios empregados pela Administração é o

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último requisito para a validade do ato de polícia, na escolha do modo de efetivar as medidas de polícia não se compreende o poder de utilizar meios ilegais para a sua consecução, embora lícito e legal o fim pretendido. Os meios devem ser legítimos, humanos e compatíveis com a urgência e a necessidade da medida adotada (MEIRELLES, 2007, p.141).

São atributos ou características do poder de polícia a discricionariedade, a

autoexecutoriedade e a coercibilidade.

A discricionariedade caracteriza-se pela possibilidade de a Administração

escolher praticar ou não ato decorrente do poder de polícia, de acordo com sua

conveniência e oportunidade, aplicando as sanções correspondentes com o fim

último de garantir o interesse coletivo.

A autoexecutoriedade caracteriza-se pela possibilidade de a Administração

decidir e executar diretamente sua decisão por suas próprias forças, sem

necessidade de recorrer ao Poder Judiciário. Para Meirelles (2007, p.137) ―no uso

desse poder, a Administração impõe diretamente as medidas ou sanções de polícia

administrativa necessárias à contenção da atividade anti-social que ela visa a obstar‖

A coercibilidade é indissociável da auto-executoriedade, e para Meirelles

(2007, p.138) ―traduz-se pela imposição coativa das medidas adotadas pela

Administração‖, podendo-se firmar que

[...] todo ato de polícia é imperativo, admitindo até o emprego da força pública para seu cumprimento, quando resistido pelo administrado. Não há ato de polícia facultativo para o particular, pois todos eles admitem a coerção estatal para torná-los efetivos, e essa coerção também independe de autorização judicial (MEIRELLES, 2007, p.138).

As sanções decorrentes do poder de polícia são variadas, dependendo da

previsão legal para o tipo de seu exercício. Em geral, consagrou-se a multa como

sanção correlata a diversas atividades de polícia administrativa, mas pode comportar

outros tipos, como a interdição de atividade, embargo de obra etc. Segundo

Meirelles (2007, p.140) são sanções impostas ―pela própria Administração em

procedimentos administrativos compatíveis com as exigências do interesse público‖

Após uma visão genérica a respeito do poder de polícia, passa-se a examiná-

lo como fator para o eficiente desempenho das atividades inerentes ao Sistema

Estadual de Proteção e Defesa Civil.

Segundo Lazzarini (2010, p.15), ―deve- se reconhecer que os órgãos e

entidades públicas que integram o Sistema Estadual de Defesa Civil têm o

correspondente Poder de Polícia Administrativa para as ações de defesa civil‖.

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Lembra ainda Lazzarini que:

aos órgãos e entidades públicas envolvidos nessas ações de interesse da Defesa Civil, mesmo que não integrantes de forças policiais, nos limites de suas atuações, deve ser atribuída parcela do Poder de Polícia Administrativa, sendo útil lembrar que, para a concretização deste poder administrativo, as suas condutas deverão pautar-se como a dos encarregados da aplicação da lei.(LAZZARINI, 2010, p.18)

O autor defende que aos integrantes da defesa civil que não são policiais

militares, deve ser atribuída parcela do Poder de Polícia Administrativa.

Os agentes de Defesa Civil devem

se pautar, no atributo da discricionariedade do Poder de Polícia, ou seja, da aptidão para decidir o que é conveniente, oportuno e justo para a realidade da atividade policiada que envolva, no caso de Defesa Civil, pela prevenção ou a minimização de desastres, bem como pela preservação do moral da população e pelo restabelecimento da normalidade social. (LAZARRINI, 2010, p.20)

O Poder de Polícia não é ilimitado, independentemente de quem o está

exercendo, seja um policial ou civil, ele sempre deve se pautar pelo bom senso e

não perder de vista o interesse público em sua ação.

A preservação da vida humana está acima de qualquer conflito, tendo sua

origem no Direito Natural.

O exercício regular do Poder de Polícia deve ter como base o respeito aos

Direitos Humanos e à Constituição da República Federativa do Brasil.

Segundo, ainda, Lazzarini (2010, p.33)

Esse Poder da Administração é indelegável aos entes privados, sejam pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado, estando, bem por isso, implícito em toda a atividade administrativa, porque, se a lei prevê direitos e obrigações, inclusive as de interesse da Defesa Civil, implicitamente, outorga o correspondente Poder de Polícia aos executores da lei para torná-la efetivamente cumprida quando resistida pelo destinatário do ato administrativo que envolva o regular exercício de atividade própria de Defesa Civil, como nos casos de resistência à ordem de desocupação de prédios, desocupação de áreas inundáveis e/ou sujeitas a desmoronamento., tudo a critério do agente público investido para assim determinar.

O autor Mauro Cerri Neto, advogado e voluntário da Defesa Civil de Rio Claro,

em sua obra Aspectos Jurídicos das atividades de Defesa Civil, defende que os

agentes de proteção e defesa civil possuem o Poder de Polícia em toda sua

amplitude (CERRI, 2007, p. 76), quando afirma que

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os agentes de Defesa Civil estão obrigados ao exercício do Poder de Polícia em toda sua amplitude e limites desde que o façam objetivando o zelo da saúde e segurança da população, prevenindo e evitando a ocorrência de acidentes que possam por em risco o patrimônio e a integridade física dos demais cidadãos [...].

O Desembargador Álvaro Lazzarini defende que, aos integrantes da defesa

civil que não são policiais militares, deve ser atribuído uma parcela do Poder de

Polícia Administrativa.

O autor Mauro Cerri Neto e o Coronel Clodomir Ramos Marcondes defendem

que os integrantes da defesa civil possuem o atributo do Poder de Polícia, mas em

nenhum momento mencionam que seja apenas uma parcela dele, logo, segundo

esses autores, o Poder de Polícia deve ser exercido na sua integralidade.

O autor do presente trabalho se filia à posição do Desembargador Álvaro

Lazzarini, no momento que o autor defende que, aos integrantes da defesa civil que

não são policiais militares, deve ser atribuída parcela do Poder de Polícia

Administrativa.

A posição deste autor é de que o agente de defesa civil detém o Poder de

Polícia em momentos excepcionais, em situações de risco iminente de vida. No

momento em que o agente de proteção e defesa civil retira o morador de sua casa,

em virtude do risco iminente, ele está agindo prevalecendo-se dos atributos de

autoexecutoriedade, discricionariedade e coercibilidade, ou seja, detém,ainda que

provisoriamente, o Poder de Polícia da Administração Pública.

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43

33 PPEESSQQUUIISSAA DDEE CCAAMMPPOO

3.1 Metodologia aplicada

Para o embasamento desta dissertação optou-se pela pesquisa de

campo, por meio de coleta de dados, com a adoção do método quantitativo,

utilizando-se de questionário enviado por correio eletrônico aos Coordenadores

Regionais de Proteção e Defesa Civil (REPDECs) do Estado de São Paulo.

3.2 Objetivos da pesquisa

O principal objetivo deste estudo é demonstrar a necessidade e viabilidade da

implantação de um Escritório Regional de Proteção e Defesa Civil nas regiões

administrativas do Estado. O exercício da função do Coordenador Regional de

Proteção e Defesa Civil de forma exclusiva, bem como a difusão da doutrina de

Defesa Civil em todas as regiões administrativas do Estado, com o fim último de

preparar a comunidade para o enfrentamento dos desastres naturais e tecnológicos.

3.3 Técnica e instrumento de pesquisa

Envio do questionário por meio de correio eletrônico aos dezenove

Coordenadores Regionais de Proteção e Defesa Civil do Estado de São Paulo.

3.4 Análise e interpretação dos dados

A pesquisa aplicada visou apresentar a opinião dos REPDEC quanto à

viabilidade de implantação de um Escritório Regional de Proteção e Defesa Civil nas

regiões administrativa do Estado, por meio de perguntas e respostas de múltipla

escolha.

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3.4.1 Primeira pergunta

Há quanto tempo Vossa Senhoria é Coordenador (a) Regional de

Proteção e Defesa Civil?

Objetivo da pergunta: Verificar o período que o (a) Coordenador (a)

responde pela REPDEC, demonstrando sua experiência e seu comprometimento

com a função.

Respostas obtidas:

Quadro 1: Percentual de tempo de trabalho na função REPDEC.

Fonte: o autor

Gráfico 1: Tempo de serviço à frente da REPDEC

4 21%

7 37%

3 16%

3 16%

2 10%

Tempo de serviço à frente da REPDEC

menos de 1 ano

de 1 a 5 anos

de 5 a 10 anos

de 10 a 15 anos

mais de 15 anos

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Fonte: Pesquisa desenvolvida pelo autor

Análise dos resultados: A maioria das REPDEC são integradas por

Coordenadores (as) que possuem um bom tempo de serviço de atuação na área de

Defesa Civil.

3.4.2 Segunda pergunta

Vossa Senhoria desempenha esta função exclusivamente?

Objetivo da pergunta: Verificar se os REPDEC desempenham a sua

função cumulativamente com outras.

Respostas obtidas:

Quadro 2: Percentual do desempenho exclusivo da função REPDEC

Fonte: o autor

Gráfico 2: Desempenho da função do REPDEC de forma exclusiva

Fonte: Pesquisa desenvolvida pelo autor

5%

95%

Desempenho exclusivo da função do REPDEC

SIM

NÃO

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Análise dos resultados: Observa-se que praticamente todos os REPDEC

desempenham sua função de forma cumulativa com outra função ordinária.

3.4.3 Terceira pergunta

Vossa Senhoria consegue desempenhar as atribuições como

Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil concomitante com suas

funções ordinárias?

Objetivo da pergunta: Verificar se as funções ordinárias dos (as)

Coordenadores (as) Regionais de Proteção e Defesa Civil não os atrapalha no

desempenho de suas atribuições.

Respostas obtidas:

Quadro 3: Percentual do desempenho da função do REPDEC e da função ordinária.

Fonte: o autor

Gráfico 3: Desempenho da função do REPDEC e da função ordinária.

Fonte: Pesquisa desenvolvida pelo autor.

68% 32%

Desempenho da função do REPDEC e da função ordinária

SIM

NÃO

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Análise dos resultados: Este gráfico tem por objetivo demonstrar que

todos os REPDEC desempenham sua função concomitante com outra e tal situação

pode acarretar, em certos momentos, prejuízo para o exercício da função de

REPDEC, o qual pode ser constatado pela resposta de um Coordenador Regional

de Proteção e Defesa Civil obtida na pesquisa, conforme abaixo:

―A essa pergunta deve ser feita uma complementação, pois não há como

deixar minhas missões e atuar em situações de anormalidade emergenciais dentro

da expectativa dos executivos municipais. Além disso, depende do Comandante,

que, responsável pelas funções na Unidade, questiona os afastamentos em razão

da necessidade de motivar a substituição do cargo, o que gera direitos e vantagens

pecuniárias. Por várias vezes deixei de comparecer aos eventos da CEPDEC, pois o

Comandante entendia que não havia legitimidade para o afastamento das funções.

Sendo assim, respondo que consigo desempenhar em parte, pois depende de

minhas atribuições no momento e não posso responder que não. Existe uma

estrutura de defesa civil e consigo dentro do possível desempenhar as atividades

que são planejadas com antecedência, como por exemplo os Seminários Regionais

de Proteção e Defesa Civil.‖.

3.4.4 Quarta pergunta

Vossa Senhoria entende ser necessário que o REPDEC

desempenhasse suas atribuições de forma exclusiva?

Objetivo da pergunta: Verificar a necessidade da atuação exclusiva do

REPDEC.

Respostas obtidas:

Quadro 4: Percentual da atuação do REPDEC de forma exclusiva

Fonte: o autor

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Gráfico 4 - Atuação de forma exclusiva do REPDEC.

Fonte: Pesquisa desenvolvida pelo autor

Análise dos resultados: A pesquisa demonstra que a atuação deve ser

exclusiva durante o ano todo.

3.4.5 Quinta pergunta

Vossa Senhoria entende como necessária a criação de um Escritório

Regional de Proteção e Defesa Civil?

Objetivo da pergunta: Verificar se os (as) Coordenadores (as) Regionais

de Proteção e Defesa Civil julgam importante que seja criado um Escritório Regional

de Proteção e Defesa Civil, uma estratégia para fortalecer o sistema estadual,

prevenir desastres e minimizar seus efeitos, nos municípios paulistas.

Respostas obtidas:

Quadro 5: Percentual da pesquisa de criação dos escritórios regionais

Fonte: o autor

74%

16%

10%

Atuação de forma exclusiva do REPDEC

SIM - Anual SIM - Operação Verão NÃO

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Gráfico 5 - Criação do Escritório Regional de Proteção e Defesa Civil

Fonte: Pesquisa desenvolvida pelo autor

Análise dos resultados: A criação de um Escritório Regional de Proteção e

Defesa Civil, anseio de 84% dos REPDEC, tem caráter de extrema importância junto

às prefeituras e comunidades, visto que padroniza as atividades a serem

desenvolvidas em todas as regiões administrativas do Estado.

3.4.6 Sexta pergunta

Atualmente Vossa Senhoria desempenha as suas funções em que local?

Objetivo da pergunta: Verificar o local em que o REPDEC desempenha a

sua função e demonstrar que exerce a função no espaço físico do órgão a que ele

pertence.

Respostas obtidas:

Quadro 6: Percentual do local em que o REPDEC desempenha a função

84%

16%

Criação do Escritório Regional de Proteção e Defesa Civil

SIM NÃO

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Fonte: o autor

Gráfico 6 - Verificar o local em que o REPDEC desempenha a sua função.

Fonte: Pesquisa desenvolvida pelo autor

Análise dos resultados: Todos os (as) Coordenadores (as) Regionais de

Proteção e Defesa Civil, desempenham o seu trabalho no espaço físico do órgão a

que pertencem, sendo o objetivo da criação do escritório que o REPDEC use as

próprias instalações físicas de seu órgão.

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3.5 Análise global da pesquisa

O objetivo da pesquisa foi analisar as opiniões dos 19 Coordenadores

Regionais de Proteção e Defesa Civil, profissionais que constituem o elo existente

entre o Estado e os 645 municípios paulistas.

Verificou-se que os anseios dos REPDEC foram ao encontro do pleiteado

nesta obra, ou seja, viabilidade de implantação de um Escritório Regional de

Proteção e Defesa Civil e do exercício da função de forma exclusiva.

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44 GGEESSTTÃÃOO DDEE CCOONNHHEECCIIMMEENNTTOO PPAARRAA AA AATTUUAAÇÇÃÃOO DDOOSS CCOOOORRDDEENNAADDOORREESS

RREEGGIIOONNAAIISS DDEE PPRROOTTEEÇÇÃÃOO EE DDEEFFEESSAA CCIIVVIILL..

A cada dia crescem as vulnerabilidades do sistema urbano e rural, diante dos

fenômenos naturais e os tecnológicos, como o transporte e o manuseio de produtos

perigosos, as patologias das edificações, os incêndios, as convulsões sociais, as

doenças, os problemas com a utilização da água e da energia, dentre outros.

Conscientizar as comunidades sobre a importância da sua participação ativa

na identificação e solução dos seus problemas e na implantação de políticas

públicas voltadas para a prevenção em Proteção e Defesa Civil é o desafio que

precisa ser enfrentado por todos os cidadãos, uma vez que prevenir significa evitar

custos econômicos e sociais gerados pelos riscos da concretização dos desastres.

Para que a implantação do escritório seja eficiente, é necessário a

profissionalização do Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil. Por isso,

vamos citar de maneira sucinta, quais atividades são necessárias para a gestão

eficiente do trabalho do Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil.

4.1 Documentação para homologação de situação de anormalidade

Tendo em vista o disposto na Lei Nº 12.340, de 1º de dezembro de 2010, com

as alterações feitas pela lei Nº 12.608, de 10 de abril de 2012, e da Instrução

Normativa (em fase de elaboração)9, surgem alterações significativas nos

procedimentos e critérios para a decretação de situação de emergência ou estado

de calamidade pública pelos Municípios, Estados e pelo Distrito Federal, e para o

reconhecimento federal das situações de anormalidade decretadas pelos entes

federativos.

Situação de emergência é a situação anormal, decretada em razão de

desastre que, embora não esteja excedendo a capacidade de resposta do município

ou do estado atingido, poderá requerer auxílio complementar do Estado ou da União

para as ações de resposta e de recuperação (em fase de elaboração)10

9 Instrução Normativa a ser publicada pelo Ministério do Estado da Integração Nacional.

10 Instrução Normativa a ser publicada pelo Ministério do Estado da Integração Nacional.

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Estado de calamidade pública é a situação anormal decretada em razão de

desastre, que excede a capacidade de resposta do município ou do estado atingido,

requerendo auxílio direto e imediato do Estado ou da União, para as ações de

resposta e de recuperação (em fase de elaboração)11

O ente federado solicitante é quem irá declarar, mediante decreto, a situação

de emergência ou o estado de calamidade pública.

O município poderá decretar situação de emergência e, nos casos dos

desastres atingirem mais de um município, isto será feito pelo Governo do Estado.

O requerimento para fins de reconhecimento federal de situação de

emergência ou estado de calamidade pública deverão ser acompanhados da

seguinte documentação, conforme a instrução normativa (em fase de elaboração)12

a) Decreto (original ou cópia autenticada ou carimbo e assinatura de confere com original); b) Formulário de informações do desastre - FIDE; c) Declaração Municipal de Atuação Emergencial - DMATE, ou Declaração Estadual de Atuação Emergencial – DEATE, demonstrando as medidas e ações em curso, capacidade de atuação e recursos humanos, materiais, institucionais e financeiros empregados pelo ente federado afetado para o restabelecimento da normalidade; d) Parecer do órgão Municipal, Distrital ou Estadual de Proteção e Defesa Civil, fundamentando a decretação e a necessidade de reconhecimento federal; e) Relatório fotográfico (Fotos legendadas e preferencialmente georeferenciadas); f) Outros documentos ou registros que esclareçam ou ilustrem a ocorrência do desastre.

A solicitação do Reconhecimento de anormalidade é feita por um

requerimento do ente federativo afetado à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa

Civil, no prazo máximo de 10 dias da data de ocorrência do desastre, devidamente

acompanhado dos documentos acima elencados.

O prazo de validade do decreto que declara a situação anormal decorrente do

desastre é de 180 dias, a contar de sua publicação.

Cabe ressaltar que houve mudanças significativas no processo de

homologação de anormalidade, a partir da substituição do formulário de Notificação

Preliminar de Desastre (NOPRED) e do Formulário de Avaliação de Danos

(AVADAN) pelo Formulário de informações do desastre (FIDE).

11

Instrução Normativa a ser publicada pelo Ministério do Estado da Integração Nacional. 12

Instrução Normativa a ser publicada pelo Ministério do Estado da Integração Nacional.

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A mudança busca maior simplicidade e facilidade no preenchimento, com a

eliminação de campos não utilizados no antigo AVADAN.

A Instrução Normativa classifica os desastres quanto à origem em naturais e

tecnológicos, quanto à periodicidade em esporádicos e cíclicos e quanto à evolução

em súbitos ou graduais. Além disso, eles podem ser classificados em desastres de

média intensidade e de grandes intensidades, com base em danos humanos,

materiais e ambientais.

A Instrução Normativa traz percentuais fixos dos prejuízos públicos e

particulares, com base no colapso dos serviços essenciais.

No tocante à codificação dos desastres, com o objetivo de atender à

classificação dos desastres do Banco de Dados Internacional de Desastres (EM-

DAT), a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil passa a adotar a Codificação

Brasileira de Desastres – COBRADE, em substituição ao CODAR.

Destarte mencionar o reconhecimento sumário da situação de emergência e

do estado de calamidade pública, com base apenas no requerimento e no decreto

do respectivo ente federado, nos casos de flagrante a intensidade do desastre e seu

impacto social, econômico e ambiental na região afetada.

A Instrução Normativa13 instituí o Formulário de Informações do Desastre

(FIDE):

Art. 13 - Fica instituído o Formulário de Informações do Desastre – FIDE, Anexo II desta Instrução Normativa, que deverá conter as seguintes informações necessárias à caracterização do desastre: I - nome do Município; II - população do Município afetado pelo desastre, segundo o último censo do IBGE. III - Produto Interno Bruto – PIB do Município; IV - valor anual do orçamento municipal aprovado em lei e valor anual e mensal da receita corrente líquida; V - tipo do desastre, de acordo com a Codificação Brasileira de Desastres - COBRADE definida pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional; VI - data do desastre; VII - descrição da(s) área(s) afetada(s), acompanhada de mapa ou croqui ilustrativo; VIII - descrição das causas e dos efeitos do desastre; IX - estimativa de danos humanos, materiais, ambientais, prejuízos econômicos e serviços essenciais prejudicados; X - outras informações disponíveis acerca do desastre e seus efeitos; XI - dados da instituição informante

13

Instrução Normativa a ser publicada pelo Ministério do Estado da Integração Nacional.

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A instrução normativa, em fase de elaboração, estabelece que a Secretaria

Nacional de Proteção e Defesa Civil poderá fazer a devida adequação,

reconhecendo a situação normal, com base na codificação correta, nos casos em

que o ente federado se equivocar na codificação do desastre.

4.2 Sistema Integrado de Defesa Civil (SIDEC) e outras tecnologias.

Sistema de iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Casa

Militar do Gabinete do Governador, com o objetivo de criar um banco de informações

relativas às ocorrências de Defesa Civil do Estado de São Paulo, fornecendo uma

base de registros que permitirão aos Gestores, em quaisquer níveis de gerência,

com base nos elementos e apontamentos, atuar de forma estratégica na solução

preventiva e corretiva dos principais aspectos de desastres naturais e tecnológicos.

Tal sistema permite também o controle de estoque estratégico, que circunda a

eficiência na gestão de recursos materiais, e pronto atendimento aos municípios em

caso de desastres visando o rápido atendimento à população.

Além disso, há módulos de controle meteorológico e pluviométrico em que os

municípios poderão ter acesso a informações de monitoramento, bem como a

alertas emitidos pelo Centro de Gerenciamento de Emergência, da Coordenadoria

Estadual de Defesa Civil.

Tal sistema permite, também, a emissão de relatórios ―on line‖ dos principais

indicadores do Plano Preventivo de Defesa Civil, além da integração com demais

sistemas já em uso no Estado.

A alimentação do banco de dados do sistema, principalmente no que diz

respeito ao registro de ocorrências de desastres, é feita diretamente pelas

Coordenadorias Municipais de Defesa Civil, utilizando-se como parâmetro o

formulário de informações de desastres (FIDE). Nesse sentido, estão dispensados

sistemas paralelos de registros de ocorrências, o que desonera os entes municipais,

que poderão fazer uso de todas as funcionalidades do sistema.

Paralelamente, a própria CEPDEC alimenta o sistema com informações de

desastres, na hipótese de não inserção pelo ente municipal.

Cadastrado o desastre pelo município, o sistema habilita o módulo de

solicitação de materiais de assistência humanitária, para auxílio imediato às vítimas.

Todavia, a efetiva liberação está vinculada à validação dos dados registrados pelo

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município que, dentre outros objetivos, visa avaliar a pertinência da solicitação, uma

vez que, de acordo com a estrutura do Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil,

a ação estatal é suplementar e depende da demonstração de insuficiência de

recursos do ente afetado.

No mesmo sentido, caso a proporção do evento extrapole a capacidade de

resposta do município, o registro permite o acionamento de recursos suplementares,

sejam eles humanos ou materiais.

Desta forma, a participação dos municípios na alimentação do sistema é

fundamental, considerando-se que os desastres afetam diretamente o município.

Todavia, como já visto, há a necessidade de validação dos dados registrados.

A validação exige, muitas vezes, o comparecimento in loco, além de

conhecimento específico da região, sob pena de validação ―às escuras‖.

Considerando-se a atual composição do Sistema Estadual de Proteção e Defesa

Civil, revela-se oportuna a intervenção da Coordenadoria Regional - REPDEC no

processo de validação dos dados. Esta sistemática já é adotada no Estado do

Paraná, que utiliza sistema semelhante.

É oportuno, também, destacar o Sistema de Hidrometeorologia do

Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE).

Trata-se de um sistema com uma Central de Monitoração nas bacias

hidrográficas do estado de São Paulo, que contam com sensores de nível de água

dos afluentes e principais rios que passam pelo Estado, em especial no Vale do

Ribeira.

Tal sistema tem agido de forma ativa nos alertas de inundações, de forma que

a Defesa Civil Estadual possa avisar as populações ribeirinhas da eminência de

cheias dos rios e levá-las a um ambiente seguro e digno.

Em agosto de 2011, por ocasião das cheias no Vale do Ribeira , o sistema

alertou sobre o nível desenfreado do afluente, o que possibilitou à Defesa Civil local

soar o alarme e remover a população das cidades de Registro, Eldorado, Sete

Barras e São Lourenço da Serra.

Outra ferramenta importante nas ações de Defesa Civil é a Rede Nacional de

Emergência de Radio Amadores (RENER).

Trata-se de um serviço voluntário de rádio amadores, que possibilita o

acionamento de seus integrantes no sentido de facilitar o auxílio e diálogo na

ocorrência de desastres no País.

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Quando da ocorrência de um desastre natural ou tecnológico, dependendo

das dimensões dos danos, serviços essenciais como telefonia, sistemas de

fornecimento de água e energia elétrica podem ser afetados. As equipes de socorro

muitas vezes não têm como manter a comunicação com os órgãos de apoio. É

nesse momento crucial que as equipes de rádio amadores são fundamentais na

gestão de um desastre.

É importante deixar registrado que a tecnologia da informação não é a

solução mágica para estruturação das Defesas Civis, porém deve ser vista como

ferramenta de apoio aos empreendimentos de defesa civil que já estejam

estruturados.

4.3 Previsão meteorológica e leitura de pluviômetro

A SOMAR (Southern Marine Weather Services) é a empresa que opera a

Meteorologia no Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE). Para isso, estão

dispostos três meteorologistas em regime de plantão, das 7h às 19 h, os quais

realizam monitoramento e previsão do tempo. No verão, o serviço de meteorologia

funciona no período de 24 horas, todos os dias, com base na CEPDEC/CGE.

As previsões são feitas a partir de dados e modelos numéricos globais e

regionais, de diferentes centros meteorológicos nacionais e internacionais (p. ex., a

própria Somar, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos - CPTEC, o

National Centers for Environmental prediction – NCEP, entre outros).

O monitoramento é feito a partir de diferentes fontes de dados. Entre algumas

das mais importantes, cabe citar os radares meteorológicos situados em Salesópolis

e Mogi das Cruzes e os radares de Bauru e Presidente Prudente, que fornecem

informações sobre a localização, intensidade e deslocamento das chuvas em

intervalos da ordem de 10 minutos, além de imagens de satélite e informações

meteorológicas coletadas de hora em hora em aeroportos e por estações

automáticas do Instituto Nacional de Meteorologia.

A CEPDEC envia os boletins meteorológicos diários, o para cinco dias, o do

Plano Preventivo de Defesa Civil e o especial e extra.

O boletim meteorológico diário é emitido para as REPDECS duas vezes por

dia, um na parte da manhã e outro no período da tarde, sendo que as REPDECS

são responsáveis por repassá-los para as respectivas Coordenadorias Municipais

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(COMPDECS) da região. O boletim matutino fornece a previsão para a tarde e a

noite do presente dia, enquanto o vespertino se refere à previsão para a manhã e

tarde do dia seguinte.

Esse boletim fornece informações das condições atuais e a tendência para o

dia referido. A tabela traz informações sobre as condições de tempo que deverão ser

observadas naquele período, a duração do evento de chuva como um todo e qual a

maior intensidade de chuva esperada ao longo da duração do evento de chuva em

questão, além das temperaturas mínima e máxima prevista e respectiva sensação

térmica.

O boletim meteorológico para cinco dias é emitido diariamente, no período da

tarde, com a condição do dia atual e dos quatro dias subsequentes, para todas as

REPDECS do Estado. Este boletim fornece previsão para todas, com maior ênfase

naquelas onde as condições do tempo serão mais significativas e possam trazer

transtornos à população. O boletim fornece a previsão das temperaturas máximas e

mínimas, agitação marítima, precipitação observada ao longo do mês, número de

dias consecutivos sem chuvas, além de gráficos com a precipitação observada nos

últimos 3 dias e com a previsão para as próximas 72 horas.

O boletim meteorológico do Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) é

emitido no período compreendido entre o dia 01 de dezembro e 31 de março do ano

subsequente. São emitidos quatro boletins adicionais para a região do Estado que

opera o plano preventivo, subdividida entre Vale do Paraíba, Região Metropolitana

de São Paulo, Baixada Santista, Campinas, Sorocaba e Vale do Ribeira. Este

boletim visa maior detalhamento da previsão do dia atual e contém, ainda, a

previsão para os dois dias subsequentes.

O boletim de alerta especial e extra é emitido no caso de eventos

meteorológicos com elevado potencial de risco ou de proporções acima do usual. O

boletim especial é emitido diante da previsão de um evento significativo para as

Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil, que poderão ser afetadas,

com uma antecedência de um a dois dias. O boletim extra é emitido para informar

sobre chuvas com elevado potencial de risco que estejam ocorrendo naquele exato

momento, sendo, portanto, um boletim de monitoramento e não uma previsão.

Vale salientar que o potencial de risco associado a um evento meteorológico

deve levar em consideração não apenas a intensidade da chuva num determinado

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momento, mas também o comportamento das chuvas como um todo, além das

características de cada região.

Em casos onde a chuva persiste por dias consecutivos, como ocorre quando

da passagem de frentes frias e em eventos de Zona de Convergência do Atlântico

Sul, os riscos de deslizamento de terra aumentam significativamente e mesmo

chuvas de menor intensidade podem provocá-los, devido à saturação do solo.

Da mesma forma, chuvas fracas e de longa duração têm maior probabilidade

de causar inundações persistentes em regiões como os Vales do Ribeira e do

Paraíba, tendo em vista que este tipo de precipitação acontecem em áreas

significativamente maiores que as de maior intensidade.

Para uma avaliação mais precisa do real potencial de risco de um evento

meteorológico, é necessário acompanhar o histórico de precipitação. Uma fonte de

informação de fundamental importância neste processo é o monitoramento dos

índices pluviométricos nas 24 e 72 horas anteriores, conforme realizado durante a

―Operação Verão‖, pelos municípios que operam o PPDC.

O COMPDEC é responsável pela implantação de um ou mais pluviômetros e

pela realização de uma medição diária às 7h da manhã, que é repassada ao

REPDEC e à CEPDEC. Utilizando esta informação e os índices de referência

estabelecidos, com base em estudos da suscetibilidade da região, é atribuído ao

município um ―Nível de Observação‖, ao qual são atreladas uma série de medidas

preventivas.

Embora existam diferentes modelos de pluviômetro, o princípio de

funcionamento desse instrumento é bastante simples: a água da chuva é captada

em um recipiente de área conhecida, onde o volume de chuva é preservado. Este

volume de precipitação é medido e, tendo com base a área do próprio pluviômetro,

este dado é convertido para mm de chuva por metro quadrado de área, unidade

usualmente utilizada na meteorologia para medidas de precipitação.

É necessário que o instrumento seja instalado em um ponto fixo, em uma

área aberta, de modo que não haja nada capaz de obstruir a captação de chuva.

Além disso, é conveniente que o instrumento esteja em local de fácil acesso para

que o (s) responsáveis designado (s) pelo COMPDEC, possam realizar a medição

diária.

Além dos boletins meteorológicos, há a Home Page da Defesa Civil

(www.defesacivil.sp.gov.br), a qual é atualizada diariamente com a previsão do

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tempo para três dias, para todas as cidades do Estado, com o monitoramento das

condições meteorológicas em tempo real, além de dados pluviométricos, mapas de

risco de tempestades e queimadas, entre outros.

4.4 Monitoramento, alerta e alarme

Intimamente ligadas à fase de preparação, as ações de monitoramento, alerta

e alarme tem como objetivo principal a prevenção da ocorrência de desastres e,

subsidiariamente, caso eles ocorram, que as suas consequências danosas sejam

mitigadas.

É certo que a base de tudo está no processo de identificação dos riscos, fruto

de uma análise integrada da suscetibilidade de ameaças e vulnerabilidade do

cenário. Partindo desse marco, critérios objetivos devem ser definidos para as

respectivas ações de monitoramento, alerta e alarme.

Os órgãos e entidades envolvidos na preparação e na resposta a desastres

precisam estar envolvidos nestas ações, vez que, do contrário, quaisquer medidas

tornar-se-ão infrutíferas.

Traçando-se uma linha de evolução cronológica dos desastres, desde o pré-

impacto, o impacto em si, até a atenuação dos danos, verifica-se que o

monitoramento antecede, inclusive, o pré-impacto, seguido pelo alerta e finalmente

pelo alarme.

Entende-se por monitoramento o conjunto de ações tendentes a acompanhar

e analisar de forma sistemática informações que determinam a evolução de cenários

de risco, sejam eles naturais ou tecnológicos. Como exemplos positivos, convém

destacar o serviço de monitoramento meteorológico realizado pela CEPDEC. Ao

longo de todo o ano, de forma ininterrupta, o território paulista é monitorado por uma

equipe especializada de meteorologistas do centro de gerenciamento de

emergências da defesa civil. Diversos boletins meteorológicos são elaborados e

encaminhados diariamente a órgãos de interesse, independentemente de haver

previsão de riscos, característica essa indissociável da ação de monitoramento.

Definidos os critérios a serem monitorados, torna-se essencial o

estabelecimento e a definição de equipes responsáveis pela atividade. A interrupção

do monitoramento implica, necessariamente, na cegueira deliberada dos órgãos

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envolvidos na resposta, vez que agirão de forma necessariamente consequencial,

ou seja, pós-desastre.

Por meio do monitoramento serão identificadas eventuais evoluções nos

parâmetros de risco estabelecidos. Na hipótese de evolução do cenário, com

possibilidade de implicar em risco de ocorrência de desastres, de acordo com

critérios previamente definidos, entram em cena as ações de alerta.

Considera-se como alerta, o conjunto de ações destinadas a antecipar, aos

envolvidos na resposta aos desastres, bem como às suas potenciais vítimas, a

evolução do cenário, cujo agravamento poderá caracterizar um desastre ou mesmo

a previsão de sua evolução súbita. Não há, ainda, a confirmação da ocorrência do

desastre, mas sim a sua estimativa, razão pela qual os recursos previstos para

serem nele empregados devem permanecer em prontidão, variando-se de acordo

com a natureza do evento.

Podemos mencionar, a título exemplificativo, a emissão de alertas

meteorológicos, também realizado pelo centro de gerenciamento de emergências,

por meio de mensagens SMS e contatos telefônicos. Tais alertas são emitidos

quando a equipe técnica de meteorologistas vislumbra a evolução do cenário, com

efetiva possibilidade de causar eventos danosos, sejam eles alagamentos,

inundações ou outros a eles associados.

Na hipótese de confirmação da ocorrência do evento previsto, tem início as

ações de alarme. Neste sentido, o alarme anuncia a confirmação da ocorrência de

um evento adverso, normalmente com uma estimativa de período de impacto,

evoluindo o estado de prontidão dos recursos envolvidos na resposta a seus efeitos.

Embora comumente associado à ideia de sirenes, o alarme pode ser

concretizado de diversas formas. Há grande diversidade de formas para realizá-lo:

mensagens SMS para celulares, carros de som, divulgação por lideres comunitários

de casa a casa, enfim, ele irá variar de acordo com a realidade local, levando-se em

conta recursos e meios disponíveis. Alvo de grande divulgação pela mídia, temos o

exemplo utilizado pela Prefeitura de Areal, na ocasião dos eventos catastróficos

ocorridos no início de 2011, na região serrana do Rio de Janeiro. O sistema de

alarme foi montado em um carro de som, sendo por meio dele divulgadas

informações sobre a necessária remoção dos moradores.

A forma do alarme, por sinal, é o ponto menos relevante. O alarme deve

atingir seus fins, e o meio para tal dependerá, como dito, da realidade local.

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4.5 Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC).

Trata-se de uma medida não estrutural que tem como objetivo principal dotar

as Coordenadorias Municipais de Defesa Civil (COMPDEC) de instrumentos de

ação, para reduzir a perda de vidas humanas e de bens materiais decorrentes de

escorregamentos de terra e processos correlatos. Fundamenta-se na possibilidade

de se tomarem medidas antes da ocorrência dos mesmos.

O PPDC figura como um instrumento de cooperação na prevenção de

acidentes naturais e/ou tecnológicos. Deve utilizar os conhecimentos técnicos e

científicos, associados aos procedimentos operacionais de atendimento das

populações, visando à proteção da vida e a diminuição dos prejuízos sócio-

econômicos.

O PPDC vem sendo operado desde o período chuvoso de 1988/1989, nos

municípios da Baixada Santista e Litoral Norte.

O amparo legal do PPDC é o Decreto Estadual Nº 42.565 (específico para

escorregamentos nas encostas da serra do mar), de 1º de dezembro de 1997, e o

Decreto Estadual Nº 45.897 (específico para inundações do vale do Ribeira) de 03

de julho de 2001, além de outros sete PPDC implantados por resolução, totalizando

nove PPDC, perfazendo um total de 129 municípios abrangidos pelo plano.

O período de operação é de 1º de dezembro a 31 de março do ano

subsequente, podendo ser prorrogado.

As instituições participantes são a Coordenadoria Estadual de Proteção e

Defesa Civil (coordenadora geral), a Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa

Civil (coordenadora regional), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas e o Instituto

Geológico (assessoria técnica).

O registro histórico do Plano Preventivo de Defesa Civil específico para

Escorregamentos nas Encostas da Serra do Mar é de 1989 (Decreto N.º 30.860, de

04 de dezembro de 1989, redefinido pelo Decreto N.º 42.565, de 01 de dezembro de

1997), apesar de que os registros históricos apontam para o início do plano, mesmo

sem instrumento legal, no Verão 88/89.

O PPDC está organizado em quatro níveis: Observação, Atenção, Alerta e

Alerta Máximo, e respectivamente suas principais ações são: acompanhamento dos

índices pluviométricos, vistoria de campo nas áreas identificadas, remoção

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preventiva da população das áreas de risco iminente indicadas pelas vistorias e

remoção de toda a população que habita áreas de risco.

As principais responsabilidades de cada instituição, assim como o

fluxograma de informações, podem ser observadas a seguir.

Fluxograma 1: As responsabilidades das instituições no PPDC.

Fonte: Instituto Geológico (IG).

A operação do PPDC é baseada no entendimento dos processos de

escorregamentos e seus condicionantes. Estes condicionantes indicam quando e

onde podem ocorrer os escorregamentos. O quando é definido pelos índices

pluviométricos e previsão meteorológica e o onde pelas vistorias de campo. Estes

são os critérios de deflagração das ações do PPDC.

COMDEC

CEDEC

REDEC

IPT / IG

Índices pluviométricos

Valores de CCM e Acum. de 3 dias

Valores de CPC (somente

para Cubatão)

Previsão Meteorológica

Nível Vigente

Índices pluviométricos

Valores de CCM e Acum. de 3 dias

Valores de CPC (somente

para Cubatão)

Previsão Meteorológica

Nível Vigente

Previsão Meteorológica

Valores de CCM >= 1.2

Valores de Acum.de 3 dias >= 120mm (Litoral Norte)

Valores de Acum. de 3 dias >= 100mm (Baixada Santista)

Valores de referência de CPCef e CPCpot:

0.5, 1.0, 1.4 e 2.1

Previsão Meteorológica

Leitura dos índices pluviométricos

Previsão Meteorológica

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Podemos então, montar um sistema que possibilite a previsão e prevenção

dos escorregamentos e assim tomar medidas que evitem a ocorrência de mortes. O

sistema é baseado no acompanhamento das chuvas, nas vistorias de campo e em

medidas preventivas. Este sistema é o Plano Preventivo de Defesa Civil.

Com as informações de chuvas, meteorologia e vistorias de campo, cada

COMPDEC tem condição de avaliar a situação do seu município e a necessidade de

mudança de nível. Para cada nível são determinadas as ações que cada instituição

deve desempenhar.

4.6 Plano Municipal e Regional de Contingência de Proteção e Defesa Civil

Segundo Houaiss (2012, não paginado), plano é o ―projeto ou programa

elaborado que se destina a uma determinada finalidade‖. Já a contingência é

definida como o ―caráter do que é contingente, ou seja, que ocorre por acaso ou por

acidente, de caráter incerto, duvidoso‖.

Desta forma, define-se o plano de contingência, sob a ótica da defesa civil,

como o planejamento tático, elaborado a partir de uma determinada hipótese de

desastre. Deve ser elaborado de forma antecipada, com o escopo de facilitar as

atividades de preparação e otimizar as atividades de resposta aos desastres.

Referido planejamento tático materializa-se em um documento, que registra o

planejamento elaborado a partir do estudo de um ou mais cenários de risco de

desastre.

A implementação de respostas rápidas e articuladas é fundamental para a

redução de danos e prejuízos, e pode, inclusive, determinar o salvamento de vidas

humanas. É justamente neste contexto que se insere o plano de contingência.

Naturalmente, um desastre não faz parte da rotina dos municípios, de modo

que as ações a serem desempenhadas não condizem com as comumente adotadas.

Faz-se necessária a organização e a delimitação precisa da função a ser

desempenhada por cada órgão ou pessoa envolvida, sob pena de ficarmos reféns

da ―síndrome do herói‖, onde todos almejam ser reconhecidos como tais,

preferencialmente na capa de jornais de grande circulação, fotografados com a

vítima amparada nos braços.

Não que as ações de socorro não sejam importantes – por sinal, são as

prioritárias – mas há diversas outras que sequer são imaginadas por muitas

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pessoas, a exemplo na montagem de abrigos temporários, distribuição de

alimentação às vítimas, triagem de doações, reestabelecimento do fornecimento de

energia elétrica, dentre outras de vital importância. Desta forma, o plano tem como

objetivo precípuo a organização das ações desempenhadas pelos diversos órgãos

envolvidos na preparação e na resposta, a fim de reduzir ao mínimo o tempo de

resposta, estritamente ligado à mitigação dos efeitos danosos.

Deve-se ter em mente que, mesmo que as ações de prevenção sejam

adotadas e reduzam a vulnerabilidade dos cenários, ainda assim teríamos o

chamado risco residual, ou seja, uma possibilidade de que um evento desencadeie

consequências consideradas importantes, a ponto de impactar significativamente na

vida das pessoas, sendo que a situação resultante de ser considerada um desastre.

O risco residual deve ser ordenado em cenários hipotéticos, que descrevem a

probabilidade de ocorrer um evento adverso, a estimativa de sua magnitude e a

avaliação dos prováveis danos e prejuízos, levando em consideração uma área

geograficamente delimitada, seja o território de um município, seja o de vários

municípios localizados em determinada região.

Certamente o nível de detalhamento de ações no plano municipal será muito

maior que no regional, o qual deverá possuir caráter mais abrangente, envolvendo a

ação de órgãos fora da esfera do ente municipal. Neste contexto, é ideal que tal

plano seja elaborado por iniciativa de órgão regional, com ampla capacidade de

articulação, característica esta intrínseca à figura do Coordenador Regional de

Proteção e Defesa Civil.

Em alusão às fases da defesa civil, de acordo com a doutrina e legislação

vigente, verifica-se que o planejamento de contingência, embora seja uma ação

típica da preparação, estende seu alcance até a fase de resposta. Em outras

palavras, o planejamento deve abranger ações de preparação e de resposta. Esta

última, como já mencionado, abrange três grandes grupos de ações: socorro,

assistência e reabilitação dos cenários.

Estabelecidos os cenários de risco, é fundamental que se estabeleça critérios

técnicos para ações de monitoramento, alerta e alarme, como já explanado

anteriormente, uma vez que por meio destas ações é que será possível o eficaz

acionamento do plano. Este plano deve ser elaborado por uma equipe

multidisciplinar, integrada por representantes dos órgãos e entidades envolvidos na

preparação e na resposta a desastres.

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É essencial a identificação da responsabilidade das organizações e indivíduos

que desenvolvem ações específicas em emergências, seguida pela descrição clara e

objetiva das linhas de autoridade e relacionamento entre as agências envolvidas,

mostrando como as ações serão coordenadas.

O desastre causa grande comoção pública e desperta na população o

interesse em ajudar. Escoteiros, clubes de motociclistas, jipeiros, organizações não

governamentais, empresas, órgãos da administração pública direta e indireta, enfim,

há preciosa equipe que pode ser empregada, desde que de forma sistemática e

organizada.

Há a necessidade de identificar o pessoal, equipamento, instalações,

suprimentos e outros recursos disponíveis para a resposta às emergências, e como

serão mobilizados, bem como as ações que devem ser adotadas no pré-impacto,

impacto e no pós-impacto.

A descrição dos processos contidos no plano devem ser claras e objetivas e,

para atingir estas qualidades, recomenda-se a utilização da popularizada ferramenta

da qualidade intitulada ―5W (what, when, where, why, who), 1H (how)‖, traduzida nos

questionamentos: o que será feito? Quando será feito? Onde será feito? Por que

será feito? Quem o fará? Como será feito?

Uma vez elaborado, o plano deve ser validado pelos órgãos e entidades

envolvidas, com criteriosa avaliação da legislação pertinente e dos procedimentos

operacionais padronizados vigentes, em cada agência com responsabilidade pela

sua implementação.

Certamente o plano elaborado e validado necessita ser ―testado‖, ou seja,

coloca em prática, de forma simulada, que poderá ser feito, por meio de exercícios

de mesa ou mesmo exercícios externos. O importante é que o exercício simulado

gire em torno do preconizado no plano. Ações não abrangidas, se necessárias,

devem ser incluídas no plano, antes do exercício.

Recomenda-se, ainda, a manutenção e revisão periódica do plano, a fim de

identificar possíveis inconformidades e modificações, seja dos procedimentos, seja

das pessoas e órgãos envolvidos.

A gestão organizada do risco é fator essencial à redução do tempo de

resposta nos desastres, e, como já visto, diretamente relacionada à mitigação de

seus efeitos negativos, ou seja, danos e prejuízos.

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O plano de contingência, portanto, é ferramenta essencial à concretização da

tão almejada organização.

4.7 Realizar vistorias em obras preventivas e recuperativas de defesa civil

A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil possui um programa de

convênios em pleno funcionamento. Este programa visa conveniar com municípios

paulistas, com o objetivo de executar obras preventivas e recuperativas de defesa

civil.

Na formalização de convênios, as obras preventivas possuem prioridade em

relação às obras recuperativas. Podemos elencar, como exemplo de obra

preventiva, a construção de um sistema de galeria de águas pluviais em uma área

urbana, cujos imóveis tenham sido invadidos pelas águas da chuva. A inundação

dos imóveis acontece exatamente pela ausência ou insuficiência do sistema de

drenagem, portanto a obra será realizada para prevenir novas inundações.

Outro exemplo de obra preventiva é a construção de muros de contenção em

encostas instáveis. A obra de contenção será executada para prevenir um

escorregamento da encosta, desta forma preservando vidas, patrimônio e/ou a

possibilidade das pessoas deslocarem-se pelas vias públicas.

As obras recuperativas objetivam eliminar os transtornos causados a uma

população, como por exemplo, a de uma ponte derrubada em razão da elevada

vazão de um rio, ocasionada pela intensa precipitação pluviométrica na área da

bacia hidrográfica.

Outros exemplos de obras recuperativas são as decorrentes de colapsos em

galerias de águas pluviais, solapamento das margens de rios, entre outras.

Depois desta rápida explanação sobre obras preventivas e recuperativas,

abordaremos as ações que deverão ser tomadas pelo Coordenador Regional de

Proteção e Defesa Civil.

O Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil tem plena condição de

realizar a vistoria do pedido de uma obra de defesa civil e informar ao município qual

a relação de documentos necessários para dar início ao procedimento de

formalização de convênios.

Os documentos motivadores de uma vistoria inicial são os seguintes:

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a) Ofício do(a) Prefeito(a) Municipal endereçado ao Secretário Chefe da Casa Militar

(Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil), solicitando recursos para

execução da obra;

b) Orçamento preliminar;

c) Desenho da solução técnica a ser implantada;

d) Relatório da defesa civil municipal, definindo a extensão dos danos, os prejuízos

que eles provocam para a comunidade e para a população diretamente afetada;

e

e) Fotos e croquis de localização do local afetado.

É importante deixar claro que nesta fase não será exigido um projeto básico;

exigência é de um estudo preliminar, com orçamento estimativo.

No quesito solução técnica a ser implantada, é aceitável neste momento até

mesmo um desenho à mão (croqui), com dimensões aproximadas da obra.

A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil objetiva neste momento

receber documentos que subsidiem as decisões estratégicas. Por exemplo: qual

obra será atendida?

A primeira resposta é obvia, mas não podemos deixar de citá-la; serão

atendidas aquelas obras com valores condizentes com as condições orçamentárias

da defesa civil estadual, que trazem bons resultados e são exequíveis. Outro ponto a

ser observado é a quantidade de pessoas beneficiadas pela obra. Havendo duas

obras de iguais valores e dimensões, qual será atendida?

Aquela que beneficiar uma quantidade maior de pessoas. Isso para que se

tenha um menor custo por habitante atendido pela em obra em questão.

Convém ressaltar que deve ser observado o impacto econômico que a

ausência da obra de defesa civil impõe à comunidade. A comunidade em questão

está isolada? Estas situações acontecem principalmente na área rural com o colapso

de pontes e travessias.

Muitas vezes a comunidade não está isolada, mas a ausência da travessia

obriga os usuários a executarem desvios longos para chegarem à sede do

município, desvios que muitas vezes elevam o percurso em 60 a 80 km. Isto dificulta

o escoamento de safra agrícola da usina canavieira, da agricultura familiar, da

produção familiar de leite, do transporte escolar, bem como dos diversos tipos de

veículos que por ali circulam.

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As vistorias destas demandas podem e devem ser executadas pelo

coordenador regional ou seus adjuntos, uma vez que conhecem bem a localidade.

Por conhecerem a região, possuem condições de avaliar o impacto do dano

para a comunidade local, além de terem plenas condições de definir o número de

pessoas atingidas.

O fator mais importante da descentralização da vistoria inicial de um pedido

de uma obra de defesa civil é a economia de recursos financeiros, uma vez que o

REPDEC já está na região e não será mais necessário o deslocamento de

integrantes da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil para realizar a

referida vistoria.

A título de esclarecimento, convém lembrar que realizamos por volta de 200

vistorias iniciais de pedidos de obras de defesa civil por ano.

Após a realização da vistoria inicial, com o parecer de que o local vistoriado

trata-se realmente de uma obra de defesa civil, a Coordenadoria Estadual de

Proteção e Defesa Civil solicita a seguinte documentação técnica e institucional

(DEFESA CIVIL, 2012, não paginado):

1. Manter atualizado o CRMC (Certificado de Regularidade do Município para Celebrar Convênio) da Secretaria Estadual de Economia e Planejamento; 2. Declaração indicativa de sua população, acompanhada de extrato do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE; 3 Declaração de Reserva de Recursos e Comprovação de existência de previsão orçamentária de contrapartida (cópia do anexo da Lei Orçamentária, com indicação dos respectivos códigos de despesa); 4. Declaração que a área onde está sendo solicitada a obra é de domínio público; 5. Comprovante do banco de abertura de conta específica para o Convênio; 6. Designação de Gestor e Responsável Técnico; 7. Licenciamento ambiental nas situações em que a legislação assim exigir; 8 Planilha orçamentária; 9. Projeto, com a respectiva ART; 10. Memorial descritivo das etapas de obras e serviços; 11. Cronograma físico-financeiro; 12. Memória de cálculo dos quantitativos físicos; 13. Relatório de Sondagem, com a respectiva ART; 14. Requerimento de Outorga do DAEE; 15. Estudo Hidrológico, com a respectiva ART; e 16. Plano de trabalho, aprovado pela autoridade competente.

O Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil tem condições de

realizar as vistorias iniciais de defesa civil, bem como auxiliar o município em relação

aos documentos técnicos e institucionais apresentados acima.

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É importante esclarecer que a legislação atual de convênios é o Decreto

Estadual Nº 57.905, de 23 de março de 2012, que traz em seu bojo os seguintes

aspectos:

Artigo 1º - Fica a Casa Militar, por sua Coordenadoria Estadual de Defesa Civil - CEDEC, autorizada a representar o Estado na celebração de convênios com Municípios paulistas, objetivando a transferência de recursos financeiros para execução de obras e serviços destinados a medidas preventivas ou recuperativas de defesa civil. Parágrafo único - Os recursos financeiros a serem transferidos pela CEDEC poderão ser empregados na realização de estudos e elaboração de projetos técnicos, no caso de Municípios com população inferior a 50.000 (cinquenta mil) habitantes e demonstração de incapacidade orçamentária e financeira de arcar com os respectivos custos. Artigo 2º - A contrapartida dos Municípios, quando couber, será fixada na seguinte conformidade: I - Municípios com população superior a 150.000 habitantes: 20% (vinte por cento) do valor total do ajuste; II - Municípios com população superior a 50.000 habitantes e igual ou inferior a 150.000 habitantes: 10%(dez por cento) do valor total do ajuste; III - Municípios com população igual ou inferior a 50.000 habitantes: 5% (cinco por cento) do valor total do ajuste. § 1º - O Município deverá apresentar declaração, subscrita pelo Chefe do Poder Executivo, indicativa de sua população, acompanhada de extrato do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. § 2º - A contrapartida dos Municípios poderá ser efetivada mediante aporte de recursos financeiros, humanos ou materiais, estes últimos quando passíveis de mensuração econômica. § 3º - Os percentuais definidos nos incisos I e II deste artigo poderão ser reduzidos a até 5% (cinco por cento), desde que demonstrada, documentalmente, a impossibilidade financeira e orçamentária no tocante aos patamares fixados, bem como comprovada a existência e funcionamento de uma Coordenadoria Municipal de Defesa Civil. § 4º - Excepcionalmente, nas hipóteses de decretação ou homologação estadual de situação de emergência ou estado de calamidade pública, poderá o Município ser dispensado da exigência de contrapartida a que se refere este artigo. (SÃO PAULO, 2012, p.01).

Conforme prescreve o parágrafo único do decreto de convênios, a

Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil poderá custear, além do projeto

básico, o estudo de sondagem, o estudo hidrológico e o levantamento topográfico

para os municípios com população inferior a 50.000 habitantes e que demonstrem

incapacidade orçamentária e financeira de arcar com os respectivos custos.

A contrapartida do município pode ser de 20%, 10% e 5%, conforme a

população do município. O art.2º § 3º do presente decreto estabelece que dos

percentuais de 20% e 10% podem ser reduzidos até 5%, desde que o município

demonstre documentalmente a impossibilidade financeira e orçamentária para arcar

com os patamares acima mencionados, bem como a existência e funcionamento

nele de uma Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil.

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O § 4º do art. 2º do presente decreto menciona ainda que, excepcionalmente,

nas hipóteses de decretação ou homologação estadual de situação de emergência

ou estado de calamidade pública, o Município poderá ser dispensado da exigência

de contrapartida.

A título de ilustração, seguem abaixo duas fotos de obras de defesa civil,

ressaltando que a ponte de madeira tem um custo menor e não deixa de ser uma

excelente alternativa para os municípios com menor disponibilidade financeira.

Fotografia 1: Ponte no município de Águas de São Pedro/SP (2011).

Fonte: CEPDEC/SP

Fotografia 2 :Ponte de madeira no município de Dois Córregos/SP (2011)

Fonte: CEPDEC/SP

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4.8 Abrigo Temporário

Desde a antiguidade, desastres acontecem e exigem dos órgãos que atuam

em defesa civil mais preparo e capacitação.

Na fase de assistência, agora englobada nas ações de resposta, temos a

administração de abrigos temporários.

O ―Projeto Esfera‖ (GOOGLE, 2012, não paginado), da Organização das

Nações Unidas (ONU) tem sido referência nas ações administrativas de abrigos por

ter objetivos claros e definidos, em especial por apresentar indicadores mínimos de

montagem de um abrigo.

É extremamente importante a gestão de um abrigo temporário, desde a sua

montagem até a sua desmobilização.

A Carta Humanitária e as Normas Mínimas de Resposta Humanitária em

Situações de Desastre (GOOGLE, 2012, não paginado) estabelece que as pessoas

afetadas por desastres têm direito à proteção e assistência, com um mínimo de

dignidade humana.

Os abrigos permanentes são instituições públicas ou privadas destinadas a

dar assistência a pessoas atingidas pelos desastres ou a pessoas menos

afortunadas que não possuem moradia fixa.

O abrigo temporário é organizado em uma instalação fixa e adaptada para

esta finalidade, por um período temporário, a exemplo de escolas, ginásios, clubes

etc. Eles podem ser fixos ou móveis. Os abrigos móveis mais conhecidos são as

barracas de campanha. Na foto abaixo seguem 02 modelos de barracas que foram

utilizadas como abrigos temporários em Alagoas, no ano de 2010.

Fotografia 3: Modelo de abrigo temporário em Alagoas (2010).

Fonte: o autor.

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Fotografia 4: Modelo de abrigo temporário em Alagoas (2010).

Fonte: o autor.

É importante salientar que, em um abrigo temporário, podem ser utilizados

colchão ou cama de campanha, sendo que o colchão é mais barato em relação à

cama. Um local que não seja plano não permite a utilização da cama de campanha.

A Defesa Civil dos EUA utiliza em seus abrigos a cama de campanha, como

podemos verificar na foto abaixo em um abrigo montado para as pessoas atingidas

pelo furacão Katrina.

Fotografia 5: Modelo de cama de campanha (Nova Orleans/EUA – 2005)

Fonte: - Alison Wright photos.

Os ventos do furacão Katrina alcançaram mais de 280 quilômetros por hora, e

causaram grandes prejuízos na região litorânea do sul dos Estados Unidos,

especialmente em torno da região metropolitana de Nova Orleans, em 29 de agosto

de 2005, ocasionando a remoção de mais de um milhão de pessoas. O Furacão

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Katrina causou aproximadamente mil mortes, sendo um dos furacões mais

destrutivos a ter atingido os Estados Unidos. (WIKIPEDIA, 2012, não paginado).

A responsabilidade da organização e montagem de um abrigo é da

Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, podendo receber o apoio dos órgãos

estaduais e federais de defesa civil, em especial do Coordenador Regional de

Defesa Civil, por conhecer a região e os locais que podem servir de abrigos fixos ou

móveis.

Todo o planejamento de administração de um abrigo se faz durante o período

de normalidade, quando é elaborado o Plano de Contingência, em que todos os

órgãos envolvidos e a comunidade devem ter pleno conhecimento das ações, para

que, no momento de anormalidade, já saibam em que local vão se abrigar.

Convém lembrar que é muito importante a escolha da área fixa para servir de

abrigo temporário, no tocante a condições de higiene, limpeza, transporte,

proximidade com seu grupo social, infraestrutura, espaço físico, etc.

Segundo o Manual de Abrigos da Defesa Civil do estado do Rio de Janeiro,

as medidas mínimas previstas para um abrigo são:

Alojamentos: 2,00 m² por pessoa; Cozinha: 15,00 m² para cada fogão industrial de 6 bocas, que atendem a até 250 pessoas; Banheiros: 1 lavatório para cada 10 pessoas; 1 latrina para cada 20 pessoas; e 1 chuveiro para cada 25 pessoas; Setor de Triagem: 20,00 m²; Área de serviço: 1 tanque de lavar roupas para cada 40 pessoas; Refeitório: 1,50 m² por pessoa; Espaço recreativo: 1,50 m² por criança. (RIO DE JANEIRO, ano, p.26).

É extremamente preocupante a utilização de botijões de gás sem as devidas

regras de segurança, em especial das ―botijas‖ de gás de 3kg, pois não possuem

válvula de alívio e podem facilmente causar um acidente doméstico.

A administração de um abrigo envolve profissionais de diversas áreas, como

médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, profissionais para recreação,

policiais, bombeiros etc.

Na gestão de um abrigo temporário a rotina é importantíssima, as regras de

funcionamento devem ser claras e imparciais.

Na gestão de um desastre, a montagem de abrigo é o último recurso

disponível. Primeiramente é necessário esgotar todas as possibilidades, como

aluguel social, casa de parentes etc. A partir do momento que se monta o abrigo, a

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responsabilidade é da Coordenadoria Municipal Proteção e de Defesa Civil, pois o

local é público e requer todos os cuidados necessários.

Cumpre esclarecer que apresentamos acima os indicadores mínimos para a

montagem de um abrigo, que muitas vezes não correspondem à realidade do nosso

país. Abaixo seguem algumas fotos da administração de abrigos em condições

precárias no município de Bacabal no estado do Maranhão.

Fotografia 6: Abrigos temporários (Bacabal/MA -2009)

Fonte: o autor.

Fotografia 7: Abrigos temporários (Bacabal/MA – 2009).

Fonte: o autor.

Administrar um abrigo requer paciência e perseverança, pois não se muda a

cultura de um povo de maneira rápida e as pessoas levam consigo todos os

problemas do cotidiano de uma vida, durante o seu período de normalidade, para o

abrigo.

Em um abrigo existirão desentendimentos por diversos motivos, como falta de

cestas básicas ou diferentes, barulho excessivo de música, atrapalhando o vizinho,

falta de água potável, troca de mercadorias recebidas por drogas pelos dependentes

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químicos, superfaturamento e venda de mercadorias doadas etc. Enfim, esses são

alguns dos problemas enfrentados na administração de abrigos. Daí a importância

das regras de funcionamento.

4.9 Sistema de Comando em Operações (SCO)

Existem ocorrências de alto risco que exigem, além de intervenção imediata

de profissionais treinados, uma postura organizacional não rotineira para a

coordenação e o gerenciamento integrados das ações de resposta.

Os problemas mais comuns na coordenação desses eventos são: falta de

estrutura de coordenação, níveis de autoridades indefinidos, comunicação

inadequada, dificuldade de informações, falta de controle sobre os recursos,

dificuldade no estabelecimento das áreas de atuação, relacionamento precário com

a imprensa etc.

O Sistema de Comando de Operações é uma ferramenta de gestão que

possibilita comandar, controlar e coordenar as ações de respostas. A Defesa Civil

adotou o SCO na administração dos desastres.

Em uma situação critica, poderão ter que atuar diversos órgãos, que

possivelmente terão que desempenhar tarefas não rotineiras e fatalmente alterar

procedimentos próprios, em prol de um objetivo comum.

O SCO é adaptável a qualquer tipo de emergência, utilizável em combinação

de órgãos e jurisdições distintas e com baixo custo.

O SCO é baseado no Incident Command System (ICS), criado e desenvolvido

nos Estados Unidos da América, no ano de 1970, após uma série de incêndios

florestais que praticamente destruíram o sudoeste da Califórnia.

Nos grandes desastres geralmente são utilizados um grande número de

caminhões de bombeiros, aeronaves, equipamentos diversos, policiais, voluntários.

O problema está na dificuldade em coordenar as ações de diferentes órgãos e

jurisdições de maneira articulada e eficiente.

O ICS passou a ser o sistema recomendado pela Federal Emergency

Management Agency (FEMA) para o gerenciamento de todos os tipos de

emergências e desastres.

O SCO é um sistema de gerenciamento, e como tal possui uma série de

princípios e conceitos. Dentre os seus princípios temos: o Comando Unificado, o

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gerenciamento por objetivos, o plano de ação, uma estrutura modular e flexível, a

transferência de comando, a unidade e cadeia de comando, o nível de controle, a

terminologia comum, as comunicações integradas e a definição de áreas e

instalações.

.As suas principais áreas de instalação são: Área Quente, Área Morna, Área

Fria, Área de Reunião, Posto de Comando e Bases de Apoio.

A estrutura principal do SCO é constituída por: Comando, Staff do Comando

e Staff Principal. Cada uma dessas funções pode se desdobrar em sucessivos níveis

de autoridade e responsabilidade, de acordo com a necessidade determinada pela

situação. O SCO é uma estrutura modular, flexível e adaptável a qualquer tipo de

desastre.

Podemos observar, a seguir o organograma do SCO.

Organograma 1: SCO

Estrutura modular e flexível

Setor Seção

Operações

Unidade

Unidade

Unidade

Recursos

Planejamento

Desmobilização

Situação Documentação

Logística

Suprimento

Instalação

Administração

Emprego Compras

Custos

Comando

Porta-voz Ligações

Segurança

Comunicação

Medica

Alimentação

Serviços Suporte

Apoio a unidades

Especialistas Especialistas

Secretaria

Controlador

Na verdade é um organograma grande e com muitas funções.

Fonte: Manual – Gerenciamento de desastres.

É importante deixar registrado que o Corpo de Bombeiros do Estado de São

Paulo adota o Sistema de Comando de Operações em Emergências (SICOE). A sua

origem também é baseado no Incident Command System (ICS).

Cabe ressaltar, que o importante é a atuação articulada e integrada dos

órgãos que atuam em ações de defesa civil, não importando a sigla utilizada, mas

sim o treinamento, o profissionalismo e a dedicação em salvar vidas e ajudar a

comunidade nos seus momentos de anormalidade.

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4.10 Cartão de pagamento de Defesa Civil

O Cartão de Pagamento de Defesa Civil (CPDC) é um meio de pagamento

específico para ações de socorro, assistência às vítimas e restabelecimento de

serviços essenciais.

O cartão deve ser usado exclusivamente em situações de emergência ou

estado de calamidade pública reconhecida pela Secretaria Nacional de Defesa Civil.

As defesas civis municipais e estaduais deverão possuir um Cadastro

Nacional de Pessoa Jurídica em seu nome, para fazer uso do cartão.

O ente federativo beneficiário do cartão deverá designar um gestor financeiro,

bem como um ou mais portadores. Os portadores deverão ser servidores públicos

ou ocupar o cargo de secretário estadual/municipal.

A utilização do cartão é mediante contrato de adesão. O contrato é efetivado

no momento de abertura de conta específica para a gestão do desastre.

O cartão deve ser utilizado somente para a aquisição de material e

contratação de serviços destinados a ações de defesa civil. O limite de uso é

exatamente o valor total de recurso transferido para o ente solicitante. O gestor

financeiro da conta deverá estabelecer os limites individuais de cada portador.

Os recursos podem ser transferidos diretamente para o município como

também para o Estado, para que este o repasse a municípios. O gestor financeiro

informa ao Banco do Brasil quais municípios serão beneficiados, o valor dos

repasses e os números do Instrumento e Subinstrumento de cada município.

O número de instrumento é fornecido pelo Ministério da Integração no

momento de repasse do recurso e corresponde ao Termo de Compromisso.

O número do Subinstrumento é informado ao Banco do Brasil pelo gestor

financeiro do Estado e corresponde ao código do sistema financeiro do município

recebedor do repasse.

A operacionalidade do cartão de pagamento é uma ferramenta

importantíssima na gestão do desastre, pois em muitas situações os órgãos de

emergência não dispõem de recursos financeiros para atender as demandas

solicitadas, como por exemplo: desobstruir uma estrada de terra, alugar caminhões,

tratores, hotéis ou pousadas etc.

É importante que o Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil tenha

condições de fazer uso desta ferramenta.

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Cumpre salientar que o portador do cartão é obrigado a guardar as notas

fiscais para posterior prestação de contas. Os dados referentes aos gastos são

submetidos à Controladoria Geral da União.

4.11 Estrutura de uma Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil

É muito importante para o Sistema de Proteção e Defesa Civil que o

município possua uma Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil atuante

e organizada.

A função primordial do Coordenador Municipal de Proteção e Defesa Civil é a

coordenação das ações de defesa civil na sua comunidade.

De forma geral, a COMPDEC apresenta na sua estrutura um Presidente

(prefeito), um Secretário Executivo (coordenador municipal), representantes da

administração municipal, conselhos de entidades não governamentais, postos de

comunicação e grupo de vistoria.

Cabe ressaltar que a aproximação do COMPDEC com o REPDEC facilita o

acesso a recursos do Estado.

É através da COMPDEC que se concretizam todas as ações de Defesa Civil

A formalização da COMPDEC se dá mediante os seguintes atos legais

(DEFESA CIVIL, 2012, não paginado):

a) mensagem à Câmara Municipal encaminhando o Projeto de Lei de criação da COMPDEC;

b) projeto de Lei de criação da COMPDEC; c) decreto de Regulamentação da Lei que cria a COMPDEC; d) portaria de nomeação dos membros da COMPDEC; e) portaria de nomeação dos membros do Conselho Municipal de

Proteção e Defesa Civil.

O Conselho Municipal de Defesa Civil atua como órgão consultivo e

deliberativo e, é constituído por representantes das Secretarias Municipais, órgãos

da Administração Pública e representantes de classes.

A COMPDEC é composta por uma área administrativa e outra operacional.

Nos municípios de pequeno porte, a estrutura organizacional da COMPDEC

pode ser composta por três agentes de proteção e defesa civil, sendo um

Coordenador ou Secretário Executivo, um técnico administrativo e um operacional.

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Nos municípios de grande porte, justifica-se a organização de um Centro de

Operações, com plantão de 24 horas.

Os Coordenadores Municipais de Proteção e Defesa Civil tem por obrigação

elaborar o Plano de Contingência Municipal, bem como manter uma estreita ligação

com os Núcleos de Proteção e Defesa Civil, o que na realidade significa a

participação da comunidade em ações de Defesa Civil.

Podemos citar como exemplo a cidade de Mitsuke, no Japão, que possui

aproximadamente 40 mil habitantes. O simulado de remoção das pessoas conta com

a participação de 10 mil pessoas da comunidade, que trabalham de forma

organizada e com funções definidas anteriormente.

No Brasil, a participação da comunidade em ações de defesa civil é de certa

forma tímida. Para se ter uma comunidade pró-ativa, são necessários interesse,

treinamento, disciplina e organização, ou seja, é importante haver uma mudança

cultural.

A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil tentou realizar um

simulado de remoção de pessoas em 2011. A participação da comunidade não é

voluntária, falta interesse e muitas vezes querem algo em troca, ou seja, não

acreditam nas ações de defesa civil e outras estão dominadas pelo tráfico de drogas.

Esperamos que no futuro possamos ter uma melhor participação da

comunidade nas ações de defesa civil, em virtude da inclusão da matéria de defesa

civil nos currículos escolares. O serviço alternativo ao militar obrigatório em defesa

civil também contribuirá para o aumento da participação comunitária.

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55.. PPRROOPPOOSSTTAA DDEE CCRRIIAAÇÇÃÃOO DDOOSS EESSCCRRIITTÓÓRRIIOOSS RREEGGIIOONNAAIISS DDEE PPRROOTTEEÇÇÃÃOO EE

DDEEFFEESSAA CCIIVVIILL

É oportuno traçar um panorama da Política Nacional de Proteção e Defesa

Civil no sentido de demonstrar que a presente proposta está em alinhamento e dá

continuidade a um trabalho desenvolvido a nível nacional.

Com o advento da Lei Nº 12.608, de 10 de abril de 2012, novos desafios e

objetivos se apresentaram em matéria de defesa civil. As novas demandas

culminaram em investimentos nas áreas de prevenção, monitoramento, resposta e

reconstrução.

Em âmbito nacional, temos o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de

Desastres Naturais (CEMADEN), criado pelo Decreto Federal Nº 7513, de 1º de

julho de 2011. O CEMADEN funciona 24 horas durante os sete dias da semana,

desde 2 de dezembro de 2011. Fica localizado em Cachoeira Paulista, no Estado de

São Paulo. A sua principal função é o monitoramento realizado por meio de uma

base integrada de dados multivariados. O objetivo é agilidade no monitoramento e

envio de alertas para o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres

(CENAD), localizado em Brasília.

O CENAD tem, dentre as suas principais atividades, a de monitorar, coletar e

registrar, de (uma) maneira sistêmica, as informações de desastres e riscos

enviadas pelo CEMADEN.

O CENAD é formado por profissionais de várias especialidades, a saber:

meteorologia, recursos hídricos, geologia, incêndios florestais, produtos perigosos,

assistência humanitária, geoprocessamento, engenharia ambiental, estatística,

telecomunicações, tecnologia da informação, logística e comunicação social.

O CENAD encaminha para a Defesa Civil Nacional, Estadual e Municipal os

alertas e avisos meteorológicos, geológicos, hidrológicos, sismológicos e de

vulnerabilidades.

À Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil Nacional incumbe a função

de realizar a mobilização e a resposta, ou seja, é responsável pelo acionamento e

coordenação dos órgãos envolvidos nas ações de defesa civil.

A foto, a seguir, mostra o atual CENAD, em Brasília.

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Fotografia 8: CENAD.

Fonte: o autor

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil Nacional pretende

padronizar e criar Centros de Gerenciamento de Emergência (CGE) em todos os

estados da federação, nos moldes que opera o Estado de São Paulo.

O CGE de cada estado funcionará 24 horas por dia e em consonância com o

CENAD de Brasília. É o fortalecimento do Sistema Nacional e Estadual de Proteção

e Defesa Civil. Os Centros de Gerenciamento dos estados funcionariam como ―longa

manus‖ da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil.

A criação dos escritórios regionais de proteção e defesa civil é uma estratégia

para fortalecer o sistema estadual, prevenir desastres e minimizar seus efeitos, nos

municípios paulistas.

Os Escritórios Regionais de Proteção e Defesa Civil têm papel fundamental

na aproximação com os municípios e no incentivo da criação das Coordenadorias

Municipais de Proteção e Defesa Civil, em especial nos 104 municípios que não tem

nenhuma estrutura de COMPDEC.

Portanto, a proposta de criação dos Escritórios Regionais de Proteção e

Defesa Civil é a continuação da política atual de fortalecimento do sistema, pois os

estados funcionarão como escritórios descentralizados do CENAD. Já os Escritórios

Regionais de Proteção e Defesa Civil atuarão de forma descentralizada e

funcionarão como escritórios do Centro de Gerenciamento de Emergência do Estado

de São Paulo.

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Fica, portanto, demonstrado pela pesquisa, que a criação de um Escritório

Regional de Proteção e Defesa Civil é anseio de 84% dos Coordenadores Regionais

de Proteção e Defesa Civil e que 95% dos Coordenadores Regionais de Proteção e

Defesa Civil desempenham sua função de forma cumulativa com outra função

ordinária.

É importante destacar que 32% responderam que não conseguem

desempenhar a função de Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil

concomitantemente a sua função ordinária, e dos 68% que responderam que sim,

um dos coordenadores alega que, em certas ocasiões, a função de REPDEC fica em

segundo plano.

É interessante notar que a pesquisa mostra que 74% dos Coordenadores

Regionais de Proteção e Defesa Civil defendem que a função do REPDEC seja

desempenhada de maneira exclusiva durante o ano todo e 16% defendem função

exclusiva durante a operação verão. É curioso 68% dos REPDEC terem respondido

que conseguem desempenhar a função de REPDEC concomitante com a sua

função ordinária e, ao mesmo tempo, 74% defenderem o desempenho da função de

maneira exclusiva durante o ano todo.

Ainda de acordo com a pesquisa, todos os Coordenadores Regionais de

Proteção e Defesa Civil desempenham a função de REPDEC nas instalações físicas

do órgão a que pertencem. Na prática, já utilizam o espaço físico existente. Falta a

criação do Escritório Regional de Proteção e Defesa Civil, sendo esse o objetivo do

presente trabalho.

Além deste fator, a pesquisa comprova a necessidade do desempenho da

função de maneira exclusiva dos Coordenadores Regionais de Proteção e Defesa

Civil.

Não poderíamos deixar de mencionar a importância da profissionalização e

do acesso aos conhecimentos necessários, para que os REPDEC desenvolvam a

sua atividade.

As atividades descritas no trabalho funcionam como um Manual para o

Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil, tema sugerido na monografia do

então Ten Cel PM Elizeu Eclair Teixeira Borges em sua tese de proposta de uma

coletânea para sistematização dos procedimentos básicos do coordenador regional

de defesa civil, no Curso Superior de Polícia (CSP-I/2000).

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Os profissionais que atuam na área, em especial os Coordenadores

Regionais de Proteção e Defesa Civil deverão ser capacitados por meio de um

Curso de Gestão de Proteção e Defesa Civil. O curso em questão deve ser

elaborado por módulos, pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil,

em virtude da quantidade de assuntos a serem abordados.

5.1 Localização e utilização de uma estrutura existente para a fixação do Escritório

Regional de Proteção e Defesa Civil

Em um primeiro momento, O Escritório Regional de Proteção e Defesa Civil

deve utilizar a estrutura física do órgão em qual o REPDEC está vinculado.

O escritório localizado no órgão sede a que pertence o REPDEC angaria junto

a seus Chefes Administrativos locais o respeito e o reconhecimento necessários da

função exercida por ele.

Diante da utilização das instalações de outros órgãos públicos, propõe-se

ainda, o vínculo administrativo dos coordenadores regionais à chefia ou comando

local, mantendo-se a subordinação operacional à CEPDEC, a fim de que não sejam

criados embaraços administrativos àquelas autoridades; dessa forma, o coordenador

não ficaria isolado e receberia o apoio necessário da estrutura já existente em tais

instituições.

O Estado de São Paulo possui militar e civil desempenhando a função de

Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil, nomeados por meio de

Resolução do Chefe da Casa Militar e Coordenador Estadual de Proteção e Defesa

Civil. Portanto um sistema misto.

Convém salientar que o autor do presente trabalho defende que o Sistema de

Proteção e Defesa Civil seja misto e é fundamental que as pessoas que atuam na

área tenham comprometimento, dedicação e sejam capacitadas para o exercício da

função de REPDEC.

O Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil deve pertencer ao efetivo

da Casa Militar, ou adido a esta, para o desempenho exclusivo das atividades da

Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil. A política atual de defesa civil

prioriza as ações preventivas e preparativas. O desempenho exclusivo da função do

REPDEC facilita a realização dos objetivos traçados pela legislação atual, como por

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exemplo: mapear e monitorar as áreas de risco e elaborar os Planos de

Contingências de Proteção e Defesa Civil.

Em uma breve evolução histórica da função do Coordenador Regional de

Proteção e Defesa Civil, pode-se mencionar que, em um passado recente, recebiam

da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil apenas um celular funcional

para ser utilizado durante a Operação Verão (1º de dezembro a 31 de março).

No ano de 2011, eles receberam um veículo da marca Volkswagem, modelo

gol, conforme demonstrado na foto abaixo:

Fotografia 9: Viaturas dos REPDEC .

Fonte: o autor.

A proposta de criação dos Escritórios Regionais de Proteção e Defesa Civil

vem complementar o que gradualmente ocorre na prática, ou seja, a valorização e o

fornecimento de equipamentos para proporcionar ao REPDEC melhor estrutura de

trabalho.

A proposta do escritório tem, também, o objetivo de alavancar a presença do

Estado nos municípios paulistas. Ele deve possuir, como indicador mínimo, 15 m² de

espaço físico, equipamento de informática com acesso à internet, um GPS, uma

máquina fotográfica, uma trena e outros acessórios peculiares a cada região. Não

esquecendo que atualmente o REPDEC possui um carro e um aparelho celular

funcional o ano todo.

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Convém salientar que, há algum tempo, o Instituto de Pesquisas

Tecnológicas (IPT) desenvolveu projeto de Escritórios de Proteção e Defesa Civil

com o formato de um losango e o telhado com a logomarca da defesa civil, com o

objetivo de ser facilmente identificado por aeronaves. (informação verbal)14

14

Informação verbal do geólogo Marcelo Gramani durante o Seminário Metropolitano de Proteção e Defesa Civil em 27/10/2011.

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66.. CCOONNCCLLUUSSÃÃOO

A criação dos Escritórios Regionais de Proteção e Defesa Civil é uma

estratégia para fortalecer o sistema estadual, prevenir desastres e minimizar seus

efeitos nos municípios paulistas e deve obedecer requisitos de necessidade, de

oportunidade e de viabilidade.

A proposta de sua criação foi idealizada pelo autor desta dissertação, com o

objetivo de que a função do Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil seja

desenvolvida de maneira exclusiva e vinculada à Secretaria da Casa Militar.

O Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil deve pertencer ao efetivo

da Casa Militar, ou adido a esta, para o desempenho exclusivo das atividades da

Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, uma vez que a realidade social

exige que pessoas se dediquem à Defesa Civil para que a comunidade seja

atendida em suas necessidades.

A problemática enfrentada por Oficiais da Polícia Militar e civis que exercem

a função de Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil ou de Coordenador

Adjunto de Proteção e Defesa Civil é justamente a proposta deste trabalho, pois,

estas funções são exercidas de maneira voluntária, e associada às funções

ordinárias desenvolvidas nas suas Instituições, onde, obviamente, elas são

prioritárias em relação às atividades de Defesa Civil.

Com relação à infra-estrutura, aparelhamento e logística necessária para o

Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil, pode-se aproveitar a estrutura física

das Organizações Policiais Militares ou de outras instituições públicas.

Diante da utilização das instalações de outros órgãos públicos, propõe-se

ainda, o vínculo administrativo dos coordenadores regionais à chefia ou comando

local, mantendo-se a subordinação operacional à CEPDEC, a fim de que não sejam

criados embaraços administrativos àquelas autoridades; dessa forma, o coordenador

não ficaria isolado e receberia o apoio necessário da estrutura já existente em tais

instituições.

Em um primeiro momento, o escritório regional de proteção e defesa civil

deve utilizar a estrutura física do órgão ao qual o REPDEC está vinculado.

Posteriormente, com o crescimento natural do sistema de defesa civil, poderá ter

sede própria em um centro integrado de governo que comporte todas as secretarias

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de estado. O Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil da região de Franca

utiliza o espaço físico do Centro Integrado de Governo local.

Os profissionais que atuam na área, em especial os Coordenadores

Regionais de Proteção e Defesa Civil, deverão ser capacitados a realizar as

atividades descritas na seção quatro do presente trabalho, por meio de um Curso de

Gestão de Proteção e Defesa Civil.

A criação destes escritórios traz consigo a padronização das ações de defesa

civil e a aproximação da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil com as

Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil.

É patente, portanto, a necessidade de sua implantação, de maneira que atue

de forma descentralizada. O Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil

funcionará como ―longa manus” da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa

Civil.

O Sistema de Proteção e Defesa Civil passa por grandes mudanças e, nesse

momento, a criação dos Escritórios Regionais de Proteção e Defesa Civil, é

necessária. Basta observar a nova legislação e os investimentos federais na área,

como a criação do CENAD E CEMADEN.

Ademais, ficou demonstrado, no presente trabalho que o desempenho das

atividades de forma descentralizada traz uma enorme economia de recursos. A

atuação de forma regionalizada proporciona economia de recursos estaduais, pois

as atividades que antes só eram desenvolvidas pela Coordenadoria Estadual de

Proteção e Defesa Civil passam a ser desenvolvidas pelo Coordenador Regional de

Proteção e Defesa Civil em seu escritório.

Por fim, o autor desta obra conclui pela necessidade, pela oportunidade e

pela viabilidade da criação dos Escritórios Regionais de Proteção e Defesa Civil,

bem como pelo desempenho exclusivo da função do REPDEC, e pela vinculação do

Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil à Secretaria da Casa Militar do

Estado de São Paulo, com o objetivo maior de reforçar a importância das ações de

Defesa Civil junto aos municípios paulistas e com o intuito de fazer crescer e

profissionalizar a defesa civil no Estado de São Paulo.

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AAPPÊÊNNDDIICCEE AA –– QQuueessttiioonnáárriioo AApplliiccaaddoo aaooss RReeppddeeccss

Pesquisa para subsidiar dissertação

Título da Dissertação: Escritórios Regionais de Proteção e Defesa Civil:

uma estratégia para fortalecer o sistema estadual, prevenir desastres e minimizar

seus efeitos, nos municípios paulistas.

A proposta inicial é a criação de um escritório regional de proteção e

defesa civil nas regiões administrativas do Estado

Autores: Coronel PM Marco Aurélio Alves Pinto (Orientador) e Capitão PM

Marcos de Paula Barreto (Mestrando).

Objetivos: O CAO/I – 2012, iniciado presencialmente em 05 de março de

2012, engloba a fase de Pesquisa Científica, razão pela qual os autores desta

dissertação e elaboraram um questionário com perguntas e respostas de múltipla

escolha, visando a subsidiar a sua elaboração e a correta aplicação de seus

resultados na Instituição.

Plataforma utilizada: Correio Eletrônico.

Destinatários: Coordenadores Regionais de Proteção e Defesa Civil

(REPDEC) do Estado de São Paulo.

Questionário

1. Há quanto tempo Vossa Senhoria é Coordenador(a) Regional de Proteção e

Defesa Civil?

a. ( ) menos de 1 ano

b. ( ) de 1 a 5 anos

c. ( ) de 5 a 10 anos

d. ( ) de 10 a 15 anos

e. ( ) mais de 15 anos

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2. Vossa Senhoria desempenha esta função exclusivamente? Caso não, esclarecer

qual é

a. ( ) sim

b. ( ) não (cargo/função)______________________________

3. Vossa Senhoria consegue desempenhar as atribuições como Coordenador

Regional de Proteção e Defesa Civil concomitante com suas funções ordinárias?

a. ( ) sim

b. ( ) não

4. Vossa Senhoria entende ser necessário que o REPDEC desempenhasse suas

atribuições de forma exclusiva?

a. ( ) sim, durante o ano todo.

b. ( ) sim, durante a operação verão.

c. ( ) não.

5. Vossa Senhoria entende como necessária a criação de um escritório regional de

proteção e defesa civil?

a. ( ) sim

b. ( ) não

6. Atualmente Vossa Senhoria desempenha as suas funções em que local?

a. ( ) Organização Policial Milirar.

b. ( ) COMPDEC.

c. ( ) Prefeitura

d. ( ) Corpo de Bombeiros da Polícia Militar

e. ( ) DAEE

f. ( ) Outro (especifique:_____________________________________)

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AANNEEXXOO AA –– DDeeccrreettoo EEssttaadduuaall eemm ffaassee ddee EEllaabboorraaççããoo..

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

GABINETE DO GOVERNADOR - CASA CIVIL

DECRETO Nº __________________, DE ___ DE AGOSTO DE 2012

Reorganiza o Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil e dá outras

providências

GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo, no uso de

suas atribuições legais, e considerando a necessidade de adequar a organização

do Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil à Política Nacional de Proteção e

Defesa Civil e aos dispositivos da Lei Federal Nº 12.608, de 10 de abril de 2012,

Decreta:

Artigo 1º - O Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil - SIEPDEC fica

reorganizado nos termos deste decreto.

Artigo 2º - O Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil é constituído por

órgãos e entidades da Administração Pública Estadual e dos Municípios, por

entidades privadas e pela comunidade, sob a coordenação da Coordenadoria

Estadual de Proteção e Defesa Civil - CEPDEC.

Artigo 3º - O Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil será regido pelas

seguintes diretrizes:

I - atuação articulada entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios para redução de desastres e apoio às comunidades atingidas;

II - abordagem sistêmica das ações de prevenção, mitigação, preparação,

resposta e recuperação;

III - a prioridade às ações preventivas relacionadas à minimização de

desastres;

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IV - adoção da bacia hidrográfica como unidade de análise das ações de

prevenção de desastres relacionados a corpos d’água;

V - planejamento com base em pesquisas e estudos sobre áreas de risco e

incidência de desastres no território nacional;

VI - participação da sociedade civil.

Artigo 4º - São objetivos do Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil :

I - reduzir os riscos de desastres;

II - prestar socorro e assistência à população atingida por desastres;

III - recuperar as áreas afetadas por desastres;

IV - incorporar a redução do risco de desastres e as ações de proteção e

defesa civil entre os elementos da gestão territorial e do planejamento das políticas

setoriais;

V - promover a continuidade das ações de proteção e defesa civil;

VI - estimular o desenvolvimento de cidades resilientes e os processos

sustentáveis de urbanização;

VII - promover a identificação e avaliação das ameaças, suscetibilidades e

vulnerabilidades a desastres, de modo a evitar ou reduzir sua ocorrência;

VIII - monitorar os eventos meteorológicos, hidrológicos, geológicos,

biológicos, nucleares, químicos e outros potencialmente causadores de desastres;

IX - produzir alertas antecipados sobre a possibilidade de ocorrência de

desastres naturais;

X - estimular o ordenamento da ocupação do solo urbano e rural, tendo em

vista sua conservação e a proteção da vegetação nativa, dos recursos hídricos e

da vida humana;

XI - combater a ocupação de áreas ambientalmente vulneráveis e de risco

e promover a realocação da população residente nessas áreas;

XII - estimular iniciativas que resultem na destinação de moradia em local

seguro;

XIII - desenvolver consciência estadual acerca dos riscos de desastres;

XIV - orientar as comunidades a adotar comportamentos adequados de

prevenção e de resposta em situação de desastres e promover a autoproteção; XV

- integrar informações em sistema capaz de subsidiar os órgãos do Sistema

Nacional de Proteção e Defesa Civil na previsão e no controle dos efeitos negativos

de eventos adversos sobre a população, os bens e serviços e o meio ambiente.

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Artigo 5º - A direção do Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil cabe

ao Governador do Estado e é exercida, em seu nome, por meio da Coordenadoria

Estadual de Proteção e Defesa Civil.

Artigo 6º - A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil é o

elemento de articulação permanente com os órgãos do Sistema Nacional de

Proteção e Defesa Civil - SINPDEC.

Artigo 7º - O Secretário-Chefe da Casa Militar do Gabinete do Governador

é o Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil.

Artigo 8º - À Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil cabe:

I – promover a execução da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil –

PNPDEC no território do Estado;

II – coordenar e supervisionar as ações de proteção e defesa civil no

Estado de São Paulo, em articulação com a União e os Municípios ;

III – promover a identificação e o mapeamento das áreas de risco, bem

como a realização de estudos de identificação de ameaças, suscetibilidades e

vulnerabilidades, em articulação com a União e os Municípios;

IV – realizar o monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das

áreas de risco, em articulação com a União e os Municípios;

V - elaborar e implementar planos, programas e projetos de proteção e

defesa civil ;

VI - prever recursos orçamentários próprios necessários às ações

assistenciais e de recuperação, bem como empregar os recursos provenientes da

União para as mesmas ações, na forma da legislação vigente ;

VII - capacitar recursos humanos para as ações de proteção e defesa civil ;

VIII - manter o órgão central do SINPDEC informado sobre as ocorrências

de desastres e atividades de proteção e defesa civil;

IX - propor à autoridade competente a decretação ou homologação de

situação de emergência e de estado de calamidade pública, observados os critérios

estabelecidos pelo Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC ;

X – providenciar, de forma suplementar, a distribuição e o controle dos

suprimentos necessários ao abastecimento em situações de desastres;

XI - apoiar os órgãos federais de proteção e defesa civil, quando solicitada,

no reconhecimento de situação de emergência e estado de calamidade pública;

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XII - apoiar os órgãos responsáveis pela proteção e defesa civil das demais

Unidades Federativas e organizações internacionais, quando solicitada;

XIII – elaborar e atualizar o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil;

XIV – celebrar protocolos de intenções, termos de cooperação ou

convênios com órgãos da Administração Pública Direta e Indireta para a

transferência de tecnologia ou para a consecução de programas ligados à atividade

de proteção e defesa civil.

Parágrafo único. O Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil conterá, no

mínimo:

I - a identificação das bacias hidrográficas com risco de ocorrência de

desastres;

II - as diretrizes de ação governamental de proteção e defesa civil no

âmbito estadual, em especial no que se refere à implantação da rede de

monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das bacias com risco de

desastres.

Artigo 9º - A Casa Militar do Gabinete do Governador dará o necessário

suporte administrativo à Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, por

meio do Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil - DEPDEC , que

funcionará como sua Secretaria Executiva.

Artigo 10 - O Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil tem a seguinte

estrutura:

I - Órgão Central: a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil,

subordinada diretamente ao Governador do Estado e dirigida pelo Coordenador

Estadual de Proteção e Defesa Civil;

II - Órgãos Regionais: as Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa

Civil - REPDECs, distribuídas no interior do Estado e na Região Metropolitana da

Grande São Paulo, vinculadas à Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa

Civil;

III - Órgãos Municipais: as Coordenadorias Municipais de Proteção e

Defesa Civil - COMPDECs, uma em cada município do Estado, que integre o

Sistema;

IV - Órgãos Setoriais: os órgãos e entidades da Administração Pública

Estadual, envolvidos nas ações de proteção e defesa civil, referidos nos artigos 11

e 12 deste decreto;

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V - Órgãos de Apoio: entidades públicas e privadas, organizações não

governamentais, clubes de serviços e associações diversas, que venham prestar

ajuda aos órgãos integrantes do Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil e

que manifestarem oficialmente interesse em integrar referido Sistema Estadual.

Artigo 11 - A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil será

integrada pelos seguintes representantes:

I - 1 (um) de cada Secretaria de Estado;

II - 1 (um) da Polícia Militar;

III - 1 (um) da Polícia Civil;

IV - 1 (um) da Superintendência de Polícia Técnico Científica ;

V - 1 (um) do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo -

FUSSESP.

§ 1º - Os representantes de que trata o "caput" deste artigo serão indicados

pelo Titular da Pasta e deverão possuir autorização para mobilizar recursos

humanos e materiais administrados pelos representados, para emprego imediato

nas ações de proteção e defesa civil, quando em situações de desastres.

§ 2º - O Poder Judiciário e o Ministério Público serão convidados para

integrarem o Sistema Estadual, por intermédio dos seus respectivos

representantes.

Artigo 12 - Às Secretarias de Estado, por intermédio de seus órgãos e

entidades vinculadas, deverão prestar o necessário apoio à pronta atuação em face

da ocorrência de desastres, ou sua iminência, priorizando o atendimento das

solicitações do Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil .

Artigo 13 – Cabe especialmente às Secretarias de Estado, em articulação

com o Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil:

I - Secretaria da Segurança Pública:

a) coordenar as ações do Sistema de Segurança Pública e a atuação das

Polícias Civil, Militar e Técnico Científica, visando à preservação da ordem pública,

da incolumidade das pessoas e do patrimônio nas áreas em situações de

desastres;

b) apoiar os órgãos de proteção e defesa civil, no que concerne à

segurança operacional, dentro e fora dos abrigos provisórios e acampamentos,

assim como nas áreas atingidas por desastres;

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c) neutralizar qualquer indício de turbação da ordem pública quando da

realização dos trabalhos de proteção e defesa civil, nas áreas atingidas por

desastres;

d) executar as atividades de busca e salvamento nas atividades de

proteção e defesa civil, empregando o efetivo do Corpo de Bombeiros da Polícia

Militar do Estado;

e) incentivar, em conjunto com a CEPDEC, a implantação e a

implementação de cursos e palestras de capacitação operacional para voluntários,

em apoio aos municípios envolvidos em operações sazonais de proteção e defesa

civil, através das unidades especializadas da Polícia Militar;

f) manter informado, diariamente, o Centro de Gerenciamento de

Emergências do Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil –

CGE/DEPDEC sobre as ocorrências e operações relacionadas com proteção e

defesa civil atendidas e/ou executadas pelas unidades operacionais da Polícia

Militar, através dos seus respectivos Centros de Operações;

II- Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos:

a) planejar e promover medidas relacionadas com o controle de cheias e

inundações, através da monitoração das condições hidrológicas e dos deflúvios

das barragens dos sistemas hidrelétricos e das bacias hidrográficas;

b) planejar e promover medidas de defesa contra eventos críticos, que

ofereçam riscos à saúde e segurança públicas e prejuízos econômicos ou sociais;

c) incentivar a adoção, pelos Municípios, de medidas para proteger e

conservar as águas e prevenir seus efeitos adversos, através:

1. da implantação de sistemas de alerta de proteção e defesa civil, para

garantir a segurança e a saúde públicas, quando de eventos hidrológicos

indesejáveis;

2. do zoneamento de áreas inundáveis, com restrições a usos

incompatíveis nas sujeitas a inundações frequentes e da manutenção da

capacidade de infiltração do solo;

d) desenvolver estudos e pesquisas que permitam determinar áreas de

riscos, bem como fornecer informações destinadas à orientação das ações da

Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil;

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e) prover, em caso de desastres e dentro de seu escopo de atuação, o

apoio necessário para a manutenção da salubridade de abrigos provisórios e locais

atingidos, bem como para o abastecimento da população afetada.

III - Secretaria de Energia:

a) de forma concorrente, planejar e promover medidas relacionadas com o

controle de cheias e inundações, através da monitoração das condições

hidrológicas e dos deflúvios das barragens dos sistemas hidrelétricos e das bacias

hidrográficas;

b) planejar e promover medidas para a redução de riscos, bem como

monitorar as condições relacionadas a outros eventos potencialmente causadores

de desastres ligados a matrizes energéticas;

IV- Secretaria do Meio Ambiente:

a) estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao combate e à

proteção do meio ambiente, ao uso racional de recursos naturais renováveis, com o

objetivo de reduzir desastres;

b) promover a educação ambiental e a conscientização pública para a

preservação, conservação e recuperação do meio ambiente, tendo como alvo a

diminuição e a intensidade dos desastres, riscos e ameaças;

c) desenvolver estudos e pesquisas que permitam determinar áreas de

riscos, bem como fornecer informações destinadas à orientação das ações da

Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil;

V- Secretaria da Saúde:

a) implementar e supervisionar as ações de saúde pública, o suprimento de

medicamentos, o controle de qualidade da água e dos alimentos e a promoção da

saúde, nas áreas atingidas por desastres;

b) promover a implantação de atendimento pré-hospitalar e de unidades de

emergência, bem como supervisionar a elaboração de planos de mobilização e de

segurança dos hospitais, em situações de desastres;

c) difundir, em nível comunitário, técnicas de primeiros socorros;

d) efetuar a profilaxia de abrigos e acampamentos provisórios, fiscalizando

a ocorrência de doenças contagiosas e a higiene e saneamento;

VI - Secretaria de Logística e Transportes:

a) adotar medidas de preservação e de recuperação dos sistemas viários

terrestres e fluviais em áreas atingidas por desastres;

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b) providenciar e coordenar os transportes gerais, com abastecimento de

combustíveis, para as operações de proteção e defesa civil, podendo, para isso,

requisitar viaturas dos órgãos do governo estadual com seus respectivos

motoristas;

VII - Secretaria Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia:

desenvolver estudos e pesquisas que permitam determinar áreas de riscos, bem

como fornecer informações destinadas à orientação das ações da Coordenadoria

Estadual de Proteção e Defesa Civil, envolvendo inclusive a prevenção ou a

minimização de desastres nucleares e radiativos;

VIII - Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional: priorizar a

alocação de recursos para assistência à população e a realização de obras e

serviços de prevenção e recuperação nas áreas em situação de emergência ou

estado de calamidade pública;

IX - Secretaria da Fazenda: adotar medidas de caráter financeiro, fiscal e

creditício, destinadas ao atendimento da população e de áreas em situação de

emergência ou estado de calamidade pública;

X - Secretaria da Habitação:

a) reservar percentual de seus programas habitacionais à população de

baixa renda para a realocação de famílias residentes em áreas de risco;

b) promover a recuperação e a reconstrução de moradias para a população

de baixa renda, comprovadamente atingidas por desastres;

XI - Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania: promover orientações

jurídicas à população atingida por desastres;

XII - Secretaria de Gestão Pública: promover a emissão de segunda via

dos documentos pessoais dos cidadãos atingidos pelos desastres;

XIII - Secretaria da Educação: incluir nos currículos do ensino fundamental

e médio os princípios da proteção e defesa civil e a educação ambiental de forma

integrada aos conteúdos obrigatórios.

XIV - Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude:

a) estimular e apoiar as entidades e associações das comunidades

dedicadas às práticas esportivas na difusão de conteúdos didáticos relativos à

prevenção de desastres e à proteção e defesa civil;

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b) promover programa de atividades ocupacionais ligadas ao lazer e ao

esporte, com atenção especial à criança e ao adolescente, nas comunidades

atingidas por desastres e nos abrigos provisórios eventualmente instalados;

XV - Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho: promover ações para

minimizar danos às classes trabalhadoras, em circunstâncias de desastres;

XVI – Secretaria de Cultura: promover programa de atividades

ocupacionais ligadas à cultura nas comunidades atingidas por desastres e nos

abrigos provisórios eventualmente instalados.

XVII – Secretaria de Agricultura e Abastecimento:

a) promover, em caso de desastres, a desobstrução e reconstrução de

estradas rurais e outros serviços ou obras no seu escopo de atuação;

b) garantir o abastecimento de gêneros nas comunidades atingidas por

desastres e nos abrigos provisórios eventualmente instalados;

XVIII – Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência: apoiar as ações

de proteção e defesa civil, nos casos em que haja cidadãos portadores de

necessidades especiais afetados pelos desastres;

§ 1º - Ao Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo -

FUSSESP, em articulação com a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa

Civil, entre outras atividades, cabe prestar assistência social no bom desempenho

das ações de solidariedade humana à população em situação de desastres.

§ 2º - Independentemente das atividades enumeradas neste artigo, todas

as Secretarias de Estado e entidades da Administração Indireta apoiarão as ações

de defesa civil em situações de desastres, naquilo que lhes couber, quando

solicitadas pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil.

§ 3º - As Secretarias de Estado colocarão seus próprios, considerados

adequados à instalação de abrigos provisórios, à disposição da Coordenadoria

Estadual de Proteção e Defesa Civil para serem utilizados por pessoas

desabrigadas atingidas por eventos calamitosos.

§ 4º - Os próprios estaduais cedidos conforme o parágrafo anterior

continuarão sob a administração direta da respectiva Secretaria de Estado cedente,

que será responsável pela manutenção da ordem e respeito nos abrigos

provisórios, podendo, para tanto, solicitar apoio da Secretaria da Segurança

Pública.

Artigo 14 - Ao Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil compete:

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I - propor ao Governador do Estado a política e as diretrizes que deverão

orientar a ação governamental nas atividades de proteção e defesa civil, no Estado

de São Paulo;

II - propor ao Governador do Estado a homologação ou a decretação de

Situação de Emergência e de Estado de Calamidade Pública, nas áreas atingidas

por desastres;

III - em situação de emergência ou no estado de calamidade pública, ou na

iminência de sua ocorrência, e por determinação do Governador do Estado,

requisitar temporariamente servidores e recursos materiais de órgãos ou entidades

integrantes do Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil, necessários para o

emprego em suas ações;

IV - estabelecer as normas necessárias ao perfeito e eficaz funcionamento

do Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil;

V - articular e coordenar a ação dos órgãos integrantes do Sistema

Estadual de Proteção e Defesa Civil;

VI - articular, em conjunto com a Secretaria da Segurança Pública, a

implantação e a implementação de cursos e palestras de capacitação operacional

para voluntários, em apoio aos municípios envolvidos em operações sazonais de

proteção e defesa civil;

VII - adotar as medidas necessárias para a criação e o funcionamento das

Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil;

VIII - designar os Coordenadores Regionais, Subcoordenadores Regionais

e Coordenadores Setoriais de Proteção e Defesa Civil;

IX - criar Grupos de Auxílio Mútuo, com o objetivo de prestar apoio técnico

e material necessários, em área específica, para atendimento de um evento

determinado, mediante proposta do Coordenador Regional de Proteção e Defesa

Civil, disciplinando suas atribuições;

X - formalizar a participação dos órgãos municipais e de apoio, referidos

nos incisos III e V do artigo 10, no Sistema Estadual;

XI - aprovar planos, programas e projetos de proteção e defesa civil;

XII - liberar recursos materiais, humanos e financeiros disponíveis,

necessários para o atendimento das atividades de proteção e defesa civil;

XIII - reunir os integrantes da Coordenadoria Estadual de Proteção e

Defesa Civil, sempre que necessário.

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Artigo 15 - As Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil são

órgãos regionais do Sistema Estadual, cabendo-lhes atuar dentro da respectiva

região em apoio às Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil, sempre

em regime de cooperação.

§ 1º - As Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil serão

integradas por representantes regionais das Secretarias de Estado e das entidades

da Administração Indireta do Estado.

§ 2º - Poderão, ainda, integrar as Coordenadorias Regionais de Proteção e

Defesa Civil representantes do Poder Executivo dos municípios que possuam

Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil;

§ 3º - Os cidadãos da sociedade civil poderão, a título voluntário, participar

como colaboradores das Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil.

§ 4º - A área de atuação de cada Coordenadoria Regional de Proteção e

Defesa Civil será estabelecida por ato do Coordenador Estadual de Proteção e

Defesa Civil.

Artigo 16 - Os Coordenadores Regionais, Subcoordenadores Regionais e

Coordenadores Setoriais de Proteção e Defesa Civil serão designados,

preferencialmente, dentre os representantes regionais das Secretarias de Estado e

das entidades da Administração Indireta do Estado.

§ 1º - A critério do Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil,

poderão ser designados nas funções dispostas no ―caput‖ representantes do Poder

Executivo municipal, detentores de cargos efetivos ou comissionados em seus

respectivos municípios, desde que tenham revelado, por sua experiência, pendor

para tal mister.

§ 2º - As atribuições das Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa

Civil serão estabelecidas mediante ato do Coordenador Estadual de Proteção e

Defesa Civil.

Artigo 17 - As Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil,

instituídas mediante legislação municipal, serão as unidades-base de execução de

ações de proteção e defesa civil do Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil.

Artigo 18 – Às Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil dos

municípios integrantes do Sistema Estadual de Defesa Civil caberá:

I – promover a execução da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil

em âmbito local;

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II - coordenar as ações do SINPDEC no âmbito local, em articulação com

os órgãos estaduais e federais;

III – propor a incorporação das ações de proteção e defesa civil no

planejamento municipal;

IV – promover a identificação e o mapeamento das áreas de risco de

desastres;

V - promover a fiscalização das áreas de risco de desastres, propondo ao

órgão municipal competente que vede novas ocupações nessas áreas;

VI – propor ao Chefe do Poder Executivo local que declare situação de

emergência e estado de calamidade pública;

VII - vistoriar edificações e áreas de risco e promover, quando for o caso, a

intervenção preventiva e a evacuação da população das áreas de alto risco ou das

edificações vulneráveis, com o apoio dos demais órgãos municipais;

VIII - organizar e administrar abrigos provisórios para assistência à

população em situação de desastres, em condições adequadas de higiene e

segurança;

IX - manter a população informada sobre áreas de risco e ocorrência de

eventos extremos, bem como sobre protocolos de prevenção e alerta e sobre as

ações emergenciais em circunstâncias de desastres;

X – mobilizar e capacitar os radioamadores para atuação na ocorrência de

desastres;

XI - realizar regularmente exercícios simulados, conforme Plano de

Contingência de Proteção e Defesa Civil;

XII - promover a coleta, a distribuição e o controle de suprimentos em

situações de desastres;

XIII - proceder à avaliação de danos e prejuízos das áreas atingidas por

desastres;

XIV - manter os órgãos federais e estaduais de proteção e defesa civil

informados sobre a ocorrência de desastres e as atividades de proteção e defesa

civil no Município;

XV - estimular a participação de entidades privadas, associações de

voluntários, clubes de serviços, organizações não governamentais e associações

de classe e comunitárias nas ações do SINPDEC e promover o treinamento de

associações de voluntários para atuação conjunta com as comunidades apoiadas;

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XVI - prover solução de moradia temporária às famílias atingidas por

desastres.

Parágrafo único – Para integrar o Sistema Estadual de Proteção e Defesa

Civil, o município deverá requerer formalmente, por expediente subscrito pelo

Chefe do Poder Executivo Municipal e endereçado ao Coordenador Estadual de

Proteção e Defesa Civil, comprovando os requisitos definidos em ato normativo do

Coordenador Estadual de proteção e Defesa Civil.

Artigo 19 - Em situações de desastres, as atividades previstas nos incisos

do artigo anterior poderão contar com a ação supletiva dos órgãos integrantes da

Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, mormente quando

comprovadamente esgotada a capacidade de atendimento da administração local.

§ 1º - A atuação dos órgãos estaduais e municipais, na área atingida, far-

se-á sempre em regime de cooperação, cabendo a coordenação às

Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil.

§ 2º - Excepcionalmente e mediante requerimento, a Coordenadoria

Estadual de Proteção e Defesa Civil poderá assumir a coordenação das ações, nos

casos em que seja verificada a incapacidade de atuação dos órgãos municipais.

§ 3º - Caberá aos órgãos públicos estaduais, localizados na área atingida,

a execução imediata das medidas que se fizerem necessárias, assim que

solicitados pela CEPDEC.

Artigo 20 - As Secretarias de Estado e as entidades da Administração

Indireta do Estado deverão empenhar todos os esforços necessários para, sob a

direção do Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil, cooperar com os

municípios atingidos por eventos desastrosos.

Artigo 21 - O servidor público estadual, requisitado na forma deste decreto,

ficará à disposição da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, sem

prejuízo do cargo ou função que ocupa e da remuneração e direitos respectivos, à

conta do órgão cedente, não fazendo jus a retribuição ou gratificação especial,

salvo o recebimento de diária e transporte, em caso de deslocamento.

Parágrafo único - A participação efetiva de servidor público estadual

requisitado na forma deste decreto, devidamente atestada pelo Coordenador

Estadual de Proteção e Defesa Civil, será considerada como serviço relevante ao

Estado e anotada em sua ficha funcional mediante requerimento do interessado.

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Artigo 22 - A liberação de recursos materiais e financeiros, para as

atividades de proteção e defesa civil, será regulamentada por ato do Coordenador

Estadual de Proteção e Defesa Civil.

Artigo 23 - A dotação orçamentária destinada às atividades emergenciais

de proteção e defesa civil será consignada à Unidade Orçamentária da Casa Militar

do Gabinete do Governador.

Artigo 24 - Os órgãos componentes do Sistema Estadual de Proteção e

Defesa Civil informarão, imediatamente, ao Coordenador Estadual de Proteção e

Defesa Civil, as ocorrências anormais e graves que possam ameaçar a segurança,

a saúde, o patrimônio e o bem-estar da população.

Artigo 25 - A Situação de Emergência e o Estado de Calamidade Pública

serão decretados pelo chefe do Poder Executivo municipal quando o evento atingir

apenas o seu município ou pelo Governador do Estado, quando o evento tiver

caráter regional, devendo constar no decreto a previsão de sua vigência e sua

suspensão imediata após a volta à normalidade.

§ 1º - O período de vigência aludido no "caput" deste artigo poderá ser

ampliado, caso persistam as circunstâncias que deram causa ao flagelo.

§ 2º - O decreto municipal de situação de emergência ou de estado de

calamidade pública, para ter sua eficácia em âmbito estadual, deverá ser

homologado pelo Governador do Estado.

Artigo 26 – Além das atribuições enumeradas nos artigos 8º e 18 deste

decreto, incumbe à Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil e às

Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil dos municípios integrantes

do Sistema Estadual de Defesa Civil:

I – promover o desenvolvimento em suas respectivas circunscrições de

uma cultura de prevenção de desastres, destinada ao desenvolvimento da

consciência acerca dos riscos de desastres;

II - estimular comportamentos de prevenção capazes de evitar ou

minimizar a ocorrência de desastres;

III – promover, junto aos demais órgãos da Administração Pública Estadual

e Municipal, o estímulo da reorganização do setor produtivo e da reestruturação

econômica das áreas atingidas por desastres;

IV - estabelecer medidas preventivas de segurança contra desastres em

escolas e hospitais situados em áreas de risco;

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V - oferecer capacitação de recursos humanos para as ações de proteção

e defesa civil;

VI - fornecer dados e informações para o sistema nacional de informações

e monitoramento de desastres.

Artigo 26 - Para o cumprimento das responsabilidades que lhes são

atribuídas neste decreto, os órgãos e entidades públicas estaduais integrantes do

Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil utilizarão recursos próprios.

Artigo 27 Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, ficando

revogadas as disposições em contrário e, em especial, o Decreto Nº 40.151, de 16

de junho de 1995.

Palácio dos Bandeirantes, de agosto de 2012.

GERALDO ALCKMIN

Sidney Estanislau Beraldo

Secretário-Chefe da Casa Civil

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AANNEEXXOO BB –– DDeeccrreettoo NNºº 5577..990055,, ddee 2233 ddee mmaarrççoo ddee 22001122..

Autoriza a Casa Militar, por sua Coordenadoria Estadual de Defesa Civil -

CEDEC, a representar o Estado na celebração de convênios com Municípios

paulistas, objetivando a transferência de recursos financeiros para a execução de

obras e serviços destinados a medidas preventivas ou recuperativas de defesa

civil.

GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo, no uso de

suas atribuições legais,

Decreta:

Artigo 1° - Fica a Casa Militar, por sua Coordenadoria Estadual de Defesa

Civil - CEDEC, autorizada a representar o Estado na celebração de convênios com

Municípios paulistas, objetivando a transferência de recursos financeiros para

execução de obras e serviços destinados a medidas preventivas ou recuperativas

de defesa civil.

Parágrafo único - Os recursos financeiros a serem transferidos pela

CEDEC poderão ser empregados na realização de estudos e elaboração de

projetos técnicos, no caso de Municípios com população inferior a 50.000

(cinquenta mil) habitantes e demonstração de incapacidade orçamentária e

financeira de arcar com os respectivos custos.

Artigo 2º - A contrapartida dos Municípios, quando couber, será fixada na

seguinte conformidade:

I - Municípios com população superior a 150.000 habitantes: 20% (vinte por

cento) do valor total do ajuste;

II - Municípios com população superior a 50.000 habitantes e igual ou

inferior a 150.000 habitantes: 10% (dez por cento) do valor total do ajuste;

III - Municípios com população igual ou inferior a 50.000 habitantes: 5%

(cinco por cento) do valor total do ajuste.

§ 1º - O Município deverá apresentar declaração, subscrita pelo Chefe do

Poder Executivo, indicativa de sua população, acompanhada de extrato do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

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§ 2º - A contrapartida dos Municípios poderá ser efetivada mediante aporte

de recursos financeiros, humanos ou materiais, estes últimos quando passíveis de

mensuração econômica.

§ 3º - Os percentuais definidos nos incisos I e II deste artigo poderão ser

reduzidos a até 5 % (cinco por cento), desde que demonstrada, documentalmente,

a impossibilidade financeira e orçamentária no tocante aos patamares fixados, bem

como comprovada a existência e funcionamento de uma Coordenadoria Municipal

de Defesa Civil.

§ 4º - Excepcionalmente, nas hipóteses de decretação ou homologação

estadual de situação de emergência ou estado de calamidade pública, poderá o

Município ser dispensado da exigência de contrapartida a que se refere este artigo.

Artigo 3º - Os convênios a que alude o artigo 1º deste decreto deverão

obedecer a um dos modelos veiculados pelos Anexos I a III.

Artigo 4º - Fica o Chefe da Casa Militar autorizado a expedir normas

complementares visando ao cumprimento deste decreto.

Artigo 5º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação, ficando

revogados os Decretos nº 50.670, de 31 de março de 2006, e nº 52.626, de 15 de

janeiro de 2008.

Palácio dos Bandeirantes, 23 de março de 2012

GERALDO ALCKMIN

Sidney Estanislau Beraldo

Secretário-Chefe da Casa Civil

Publicado na Casa Civil, aos 23 de março de 2012.

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AANNEEXXOO CC –– IInnssttrruuççããoo NNoorrmmaattiivvaa eemm FFaassee ddee EEllaabboorraaççããoo..

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº , DE DE JULHO DE 2012

Estabelece procedimentos e critérios para a decretação de situação de

emergência ou estado de calamidade pública pelos Municípios, Estados e pelo

Distrito Federal, e para o reconhecimento federal das situações de anormalidade

decretadas pelos entes federativos e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, no uso de suas

atribuições legais, e tendo em vista o disposto na Lei nº 12.608, de 10 de abril de

2012, resolve:

CAPÍTULO I

Dos critérios para decretação de situação de emergência ou estado de

calamidade pública

Art. 1º Para os efeitos desta Instrução Normativa entende-se como:

I - desastre: resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo

homem sobre um ecossistema vulnerável, causando grave perturbação ao

funcionamento de uma comunidade envolvendo extensivas perdas e danos

humanos, materiais, econômicos ou ambientais, que excede a sua capacidade de

lidar com o problema usando recursos próprios;

III – situação de emergência: situação anormal, decretada em razão de

desastre, que embora não excedendo a capacidade de resposta do município ou

do estado atingido, poderá requerer auxílio complementar do Estado ou da União

para as ações de resposta e de recuperação;

IV – estado de calamidade pública: situação anormal decretada em razão

de desastre, que excede a capacidade de resposta do município ou do estado

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atingido, requerendo auxílio direto e imediato do Estado ou da União para as ações

de resposta e de recuperação;

IV – Dano: Resultado das perdas humanas, materiais ou ambientais

infligidas às pessoas, comunidades, instituições, instalações e aos ecossistemas,

como conseqüência de um desastre;

V – Prejuízo: Medida de perda relacionada com o valor econômico, social e

patrimonial, de um determinado bem, em circunstâncias de desastre.

VI – Recursos: Conjunto de bens materiais, humanos, institucionais e

financeiros utilizáveis em caso de desastre e necessários para o restabelecimento

da normalidade.

Art. 2º A situação de emergência ou o estado de calamidade pública serão

declarados mediante decreto do Prefeito Municipal, do Governador do Estado ou

do Governador do Distrito Federal.

§ 1º A decretação se dará quando caracterizado o desastre e for

necessário estabelecer uma situação jurídica especial, que permita o atendimento

às necessidades temporárias de excepcional interesse público, voltadas à resposta

aos desastres, à reabilitação do cenário e à reconstrução das áreas atingidas;

§ 2º Nos casos em que o desastre se restringir apenas à área do DF ou do

Município, o Governador do Distrito Federal ou o Prefeito Municipal, decretará a

situação de emergência ou o estado de calamidade pública, remetendo os

documentos à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil para análise e

reconhecimento caso necessitem de ajuda Federal.

§ 3º Nos casos em que os desastres forem resultantes do mesmo evento

adverso e atingirem mais de um município concomitantemente, o Governador do

Estado poderá decretar a situação de emergência ou o estado de calamidade

pública, remetendo os documentos à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa

Civil para análise e reconhecimento caso necessite de ajuda Federal.

§ 4º Os Municípios incluídos no Decreto Estadual do parágrafo anterior

encaminharão os documentos constantes do § 3º do artigo 11 desta Instrução

Normativa ao órgão de proteção e defesa civil estadual, que fará a juntada e

encaminhará ao Ministério da Integração Nacional para reconhecimento da

situação anormal, quando necessário.

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§ 5º O prazo de validade do Decreto que declara a situação anormal

decorrente do desastre é de 180 dias a contar de sua publicação em veículo oficial

do município ou do estado;

§ 6º Com vistas à orientação do chefe do poder executivo local, o órgão

que responde pela ações de Proteção e Defesa Civil do Município, do Estado ou do

Distrito Federal deverá fazer a avaliação do cenário, emitindo um parecer sobre os

danos e a necessidade de decretação, baseado nos critérios estabelecidos nesta

Instrução Normativa.

Art. 3º Quanto à intensidade os desastres são classificados em dois níveis:

a) nível I - desastres de média intensidade;

b) nível II - desastres de grande intensidade

§ 1º A classificação quanto à intensidade obedece a critérios baseados na

relação entre:

I - a necessidade de recursos para o restabelecimento da situação de

normalidade;

II - a disponibilidade desses recursos na área afetada pelo desastre e nos

diferentes níveis do SINDEC.

§ 2º São desastres de nível I aqueles em que os danos e prejuízos são

suportáveis e superáveis pelos governos locais e a situação de normalidade pode

ser restabelecida com os recursos mobilizados em nível local ou complementados

com o aporte de recursos estaduais e federais;

§ 3º São desastres de nível II aqueles em que os danos e prejuízos não

são superáveis e suportáveis pelos governos locais, mesmo quando bem

preparados, e o restabelecimento da situação de normalidade depende da

mobilização e da ação coordenada das três esferas de atuação do Sistema

Nacional de Proteção e Defesa Civil — SINPDEC e, em alguns casos, de ajuda

internacional.

§ 4º Os desastres de nível I ensejam a decretação de situação de

emergência, enquanto os desastres de nível II a de estado de calamidade pública.

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Art. 4º Caracterizam os desastres de nível I a ocorrência de pelo menos

dois dos danos descritos nos parágrafos 1º a 3º que, no seu conjunto, importem no

prejuízo econômico público estabelecido no § 4º, ou no prejuízo econômico privado

estabelecido no § 5º, e (ou) comprovadamente afetem a capacidade do poder

público local de responder e gerenciar a crise instalada;

§ 1º Danos Humanos:

I – De um a nove mortos; ou

II – Até noventa e nove pessoas afetadas.

§ 2º Danos Materiais:

I – De uma a nove instalações públicas de saúde, de ensino ou prestadoras

de outros serviços danificadas ou destruídas; ou

II – De uma a nove unidades habitacionais danificadas ou destruídas; ou

III – De uma a nove obras de infraestrutura danificadas ou destruídas; ou

IV – De uma a nove instalações públicas de uso comunitário danificadas ou

destruídas.

§ 3º Danos Ambientais:

I – poluição ou contaminação, recuperável em curto prazo, do ar, da água

ou do solo, prejudicando a saúde e o abastecimento de 10% a 20% (dez a vinte por

cento) da população de municípios com até dez mil habitantes e de 5% a 10%

(cinco a dez por cento) da população de municípios com mais dez mil habitantes;

II – Diminuição ou exaurimento sazonal e temporário da água, prejudicando

o abastecimento de 10% a 20% (dez a vinte por cento) da população de municípios

com até 10.000 (dez mil) habitantes e de 5% a 10% (cinco a dez por cento) da

população de municípios com mais de 10.000 (dez mil) habitantes;

III – Destruição de até 40% (quarenta por cento) de Parques, Áreas de

Proteção Ambiental e Áreas de Preservação Permanente Nacionais, Estaduais ou

Municipais.

§ 4º Prejuízos econômicos públicos que ultrapassem 2,77% (dois vírgula

setenta e sete por cento) da receita corrente líquida anual do Município, do Distrito

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Federal ou do Estado atingido, relacionados com o colapso dos seguintes serviços

essenciais:

I - assistência médica, saúde pública e atendimento de emergências

médico-cirúrgicas;

II - abastecimento de água potável;

III - esgoto de águas pluviais e sistema de esgotos sanitários;

IV - sistema de limpeza urbana e de recolhimento e destinação do lixo;

V - sistema de desinfestação e desinfecção do habitat e de controle de

pragas e vetores;

VI - geração e distribuição de energia elétrica;

VII - telecomunicações;

VIII - transportes locais, regionais e de longas distâncias;

IX - distribuição de combustíveis, especialmente os de uso doméstico;

X - segurança pública;

XI – ensino.

§ 5º Prejuízos econômicos privados que ultrapassem 8,33% (oito vírgula

trinta e três por cento) da receita corrente líquida anual do Município, do Distrito

Federal ou do Estado atingido.

Art. 5º Caracterizam os desastres de nível II a ocorrência de pelo menos

dois dos danos descritos nos parágrafos 1º a 3º que, no seu conjunto, importem no

prejuízo econômico público estabelecido no § 4º ou no prejuízo econômico privado

estabelecido no § 5º, e (ou) comprovadamente excedam a capacidade do poder

público local de responder e gerenciar a crise instalada.

§ 1º Danos Humanos:

I – dez ou mais mortos; ou

II –cem ou mais pessoas afetadas.

§ 2º Danos Materiais:

I – dez ou mais instalações públicas de saúde, de ensino ou prestadoras de

outros serviços danificadas ou destruídas; ou

II – dez ou mais unidades habitacionais danificadas ou destruídas; ou

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117

III – dez ou mais obras de infraestrutura danificadas ou destruídas; ou

IV – dez ou mais instalações públicas de uso comunitário danificadas ou

destruídas.

§ 3º Danos Ambientais:

I - poluição e contaminação recuperável em médio e longo prazo do ar, da

água ou do solo, prejudicando a saúde e o abastecimento de mais de 20% (vinte

por cento) da população de municípios com até 10.000 (dez mil) habitantes e de

mais de 10% (dez por cento) da população de municípios com mais de 10.000 (dez

mil) habitantes.

II – Diminuição ou exaurimento a longo prazo da água, prejudicando o

abastecimento de mais de 20% (vinte por cento) da população de municípios com

até dez mil habitantes e de mais de 10% (dez por cento) da população de

municípios com mais de 10.000 (dez mil) habitantes;

III – Destruição de mais de 40% (quarenta por cento) de Parques, Áreas de

Proteção Ambiental e Áreas de Preservação Permanente Nacionais, Estaduais ou

Municipais.

§ 4º Prejuízos econômicos públicos que ultrapassem 8,33% (oito vírgula

trinta e três por cento) da receita corrente líquida anual do Município, do Distrito

Fedral ou do Estado atingido, relacionados com o colapso dos seguintes serviços

essenciais:

I - assistência médica, saúde pública e atendimento de emergências

médico-cirúrgicas;

II - abastecimento de água potável;

III - esgoto de águas pluviais e sistema de esgotos sanitários;

IV - sistema de limpeza urbana e de recolhimento e destinação do lixo;

V - sistema de desinfestação e desinfecção do habitat e de controle de

pragas e vetores;

VI - geração e distribuição de energia elétrica;

VII - telecomunicações;

VIII - transportes locais, regionais e de longas distâncias;

IX - distribuição de combustíveis, especialmente os de uso doméstico;

X - segurança pública

XI - ensino

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§ 5º Prejuízos econômicos privados que ultrapassem 24,93% (vinte e

quatro vírgula noventa e três por cento) da receita corrente líquida anual do

Município, do Distrito Federal ou do Estado atingido.

Art. 6º Quanto à evolução os desastres são classificados em:

I - desastres súbitos ou de evolução aguda;

II - desastres graduais ou de evolução crônica.

§ 1º São desastres súbitos ou de evolução aguda os que se caracterizam

pela velocidade com que o processo evolui e pela violência dos eventos adversos

causadores dos mesmos, podendo ocorrer de forma inesperada e surpreendente

ou ter características cíclicas e sazonais, sendo assim facilmente previsíveis.

§ 2º São desastres graduais ou de evolução crônica os que se

caracterizam por evoluírem em etapas de agravamento progressivo.

Art. 7º A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil adotará a

classificação dos desastres constante do Banco de Dados Internacional de

Desastres (EM-DAT), do Centro para Pesquisa sobre Epidemiologia de Desastres

(CRED) da Organização Mundial de Saúde (OMS/ONU) e a simbologia

correspondente.

§ 1º Quanto à origem ou causa primária do agente causador, os desastres

são classificados em:

I - Naturais; e

II – Tecnológicos.

§ 2º São desastres naturais aqueles causados por processos ou

fenômenos naturais que podem implicar em perdas humanas ou outros impactos à

saúde, danos ao meio ambiente, à propriedade, interrupção dos serviços e

distúrbios sociais e econômicos.

§ 3º São desastres tecnológicos aqueles originados de condições

tecnológicas ou industriais, incluindo acidentes, procedimentos perigosos, falhas na

infraestrutura ou atividades humanas específicas, que podem implicar em perdas

humanas ou outros impactos à saúde, danos ao meio ambiente, à propriedade,

interrupção dos serviços e distúrbios sociais e econômicos.

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Art. 8º Para atender à classificação dos desastres do Banco de Dados

Internacional de Desastres (EM-DAT), a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa

Civil passa a adotar a Codificação Brasileira de Desastres – COBRADE, que segue

como Anexo I desta Instrução Normativa.

Art. 9º Quanto à periodicidade os desastres classificam-se em:

I - Esporádicos; e

II – Cíclicos ou Sazonais.

§ 1º São desastres esporádicos aqueles que ocorrem raramente com

possibilidade limitada de previsão.

§ 2º São desastres cíclicos ou sazonais aqueles que ocorrem

periodicamente e guardam relação com as estações do ano e os fenômenos

associados.

CAPÍTULO II

Dos critérios para reconhecimento de situação de emergência ou estado de

calamidade pública

Art. 10 O Poder Executivo Federal reconhecerá a situação anormal

decretada pelo Município, pelo Distrito Federal ou pelo Estado quando,

caracterizado o desastre, for necessário estabelecer um regime jurídico especial,

que permita o atendimento complementar às necessidades temporárias de

excepcional interesse público, voltadas à resposta aos desastres, à reabilitação do

cenário e à reconstrução das áreas atingidas.

Art. 11 O reconhecimento da situação de emergência ou do estado de

calamidade pública pelo Poder Executivo Federal se dará por meio de portaria,

mediante requerimento do Poder Executivo do Município, do Estado ou do Distrito

Federal afetado pelo desastre, obedecidos os critérios estabelecidos nesta

Instrução Normativa.

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§ 1º No corpo do requerimento, a autoridade deverá explicitar as razões

pelas quais deseja o reconhecimento, incluindo as necessidades de auxílio

complementar por parte do Governo Federal.

§ 2º O requerimento deverá ser encaminhado ao Ministério da Integração

Nacional, nos seguintes prazos máximos:

I – No caso de desastres súbitos – 10 (dez) dias da ocorrência do desastre;

II - No caso dos desastres graduais ou de evolução crônica – 10 (dez) dias

contados da data do Decreto do ente federado que declara situação anormal.

§ 3º O requerimento para fins de reconhecimento federal de situação de

emergência ou estado de calamidade pública deverá ser acompanhado da seguinte

documentação:

a) Decreto (original ou cópia autenticada ou carimbo e assinatura de

confere com original);

b) Formulário de informações do desastre - FIDE;

c) Declaração Municipal de Atuação Emergencial - DMATE, ou Declaração

Estadual de Atuação Emergencial – DEATE, demonstrando as medidas e ações

em curso, capacidade de atuação e recursos humanos, materiais, institucionais e

financeiros empregados pelo ente federado afetado para o restabelecimento da

normalidade;

d) Parecer do órgão Municipal, Distrital ou Estadual de Proteção e Defesa

Civil, fundamentando a decretação e a necessidade de reconhecimento federal;

e) Relatório fotográfico (Fotos legendadas e preferencialmente

georeferenciadas);

f) Outros documentos ou registros que esclareçam ou ilustrem a ocorrência

do desastre.

Art. 12 Quando flagrante a intensidade do desastre e seu impacto social,

econômico e ambiental na região afetada, a Secretaria Nacional de Proteção e

Defesa Civil, com o objetivo de acelerar as ações federais de resposta aos

desastres, poderá reconhecer sumariamente a situação de emergência ou o estado

de calamidade pública com base apenas no Requerimento e no Decreto do

respectivo ente federado.

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Parágrafo Único – Quando o reconhecimento for sumário, a documentação

prevista nos itens ―b‖ a ―f‖ do § 3º do artigo anterior, deverá ser encaminhada ao

Ministério da Integração Nacional, no prazo máximo de 10 (dez) dias da publicação

do reconhecimento, para fins de instrução do processo de reconhecimento e de

apoio complementar por parte do Governo Federal.

Art. 13 - Fica instituído o Formulário de Informações do Desastre – FIDE,

Anexo II desta Instrução Normativa, que deverá conter as seguintes informações

necessárias à caracterização do desastre:

I- nome do Município;

II - população do Município afetado pelo desastre, segundo o último censo

do IBGE.

III – Produto Interno Bruto – PIB do Município;

IV - valor anual do orçamento municipal aprovado em lei e valor anual e

mensal da receita corrente líquida;

V - tipo do desastre, de acordo com a Codificação Brasileira de Desastres -

COBRADE definida pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do

Ministério da Integração Nacional;

VI - data do desastre;

VII - descrição da(s) área(s) afetada(s), acompanhada de mapa ou croqui

ilustrativo;

VIII – descrição das causas e dos efeitos do desastre;

IX - estimativa de danos humanos, materiais, ambientais, prejuízos

econômicos e serviços essenciais prejudicados;

X - outras informações disponíveis acerca do desastre e seus efeitos;

XI – dados da instituição informante

§ 1º Quando o Município, o Distrito Federal ou o Estado se equivocarem na

codificação do desastre, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil poderá

fazer a devida adequação, reconhecendo a situação anormal com base na

codificação correta, cabendo à autoridade local realizar o ajuste em seu ato

original.

§ 2.º Nos casos de desastres graduais ou de evolução crônica, a data do

desastre corresponde à data do decreto que declara a situação anormal.

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Art. 14 São condições essenciais para a solicitação do reconhecimento

federal:

I – Necessidade comprovada de auxílio federal complementar; ou

II – Exigência de reconhecimento federal da situação anormal decretada,

expressa em norma vigente, para liberação de benefícios federais às vítimas de

desastres.

Art. 15 Constatada, a qualquer tempo, a presença de vícios nos

documentos constantes do § 3º do Art. 11, ou a inexistência do estado de

calamidade pública ou da situação de emergência declarados, a Portaria de

Reconhecimento será revogada e perderá seus efeitos, assim como o ato

administrativo que tenha autorizado a realização da transferência obrigatória,

ficando o ente beneficiário obrigado a devolver os valores repassados, atualizados

monetariamente, como determina a legislação pertinente.

Art. 16. O ente federado que discordar do indeferimento do pedido de

reconhecimento deverá apresentar à autoridade que proferiu a decisão, no prazo

de dez dias, recurso administrativo apontando as divergências, suas razões e

justificativas.

§ 1º O pedido de reconsideração do ato de indeferimento deve ser

fundamentado, indicando a legislação e as provas que amparam seus argumentos.

§ 2º Da decisão proferida no pedido de reconsideração constante do

parágrafo anterior, caberá recurso em último grau ao Conselho Nacional de

Proteção e Defesa Civil – CONPDEC, no prazo de dez dias.

Art. 17 Além do Formulário de Informações do Desastre – FIDE, constante

do Art. 13 desta Instrução Normativa, ficam instituídos os modelos de Declaração

Municipal de Atuação Emergencial – DMATE, Declaração Estadual de Atuação

Emergencial – DEATE e Relatório Fotográfico, Anexos II a V, de preenchimento

obrigatório para o reconhecimento federal.

Parágrafo Único. O Decreto de declaração da situação anormal municipal,

distrital ou estadual, o requerimento para reconhecimento federal de situação

anormal e o parecer dos órgãos estaduais, municipais ou distrital, constantes do

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caput do § 3º do Art. 11 e de seus itens ―a‖ e ―d‖, são de livre redação dos entes

responsáveis, atendendo aos requisitos mínimos estabelecidos nesta Instrução

Normativa e na legislação pertinente.

Art. 18 Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

FERNANDO BEZERRA DE SOUZA COELHO

Ministro de Estado da Integração Nacional

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ANEXO D: Formulário de Informações do Desastre

Formulário de Informações do

Desastre – FIDE

1 - Identificação

UF: Município:

População (hab.): PIB (R$ anual): Orçamento (R$ anual):

Arrecada

ção

(R$

anual):

Receita Corrente Líquida – RCL (R$)

Total anual: Média mensal:

2 - Tipificação 3 - Data de Ocorrência

COBRADE Denominação (Tipo ou subtipo) Dia Mês Ano Horário

4 – Área Afetada/

Tipo de Ocupação

Não existe/

Não afetada

Urbana Rural Urbana e

Rural

Residencial

Comercial

Industrial

Agrícola

Pecuária

Extrativismo Vegetal

Reserva Florestal ou APA

Mineração

Turismo e outras

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Descrição das Áreas Afetadas (especificar se urbana e/ou rural)

5 – Causas e efeitos do Desastre - Descrição do Evento e suas Características

6. Danos Humanos, materiais ou Ambientais

6.1 - Danos Humanos

Tipo Nº de pessoas

Mortos

Feridos

Enfermos

Desabrigados

Desalojados

Desaparecidos

Outros

Total de afetados

Descrição dos Danos Humanos:

6.2 – Danos Materiais

Tipo Destruídas Danificadas Valor

Instalações públicas de

saúde

Instalações públicas de

Ensino

Instalações públicas

prestadoras de outros

serviços

Instalações públicas de

uso Comunitário

Unidades habitacionais

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Obras de infra-estrutura

Pública

Descrição dos Danos Materiais:

6.3 - Danos Ambientais

Tipo População do

município atingida

Contaminação da água

( ) 0 a 5%

( ) 5 a 10%

( ) 10 a 20%

( ) mais de 20%

Contaminação do Solo

( ) 0 a 5%

( ) 5 a 10%

( ) 10 a 20%

( ) mais de 20%

Contaminação do Ar

( ) 0 a 5%

( ) 5 a 10%

( ) 10 a 20%

( ) mais de 20%

Incêndio em Parques, APA’s ou

APP’s

Área atingida

( ) 40%

( ) Mais de 40%

Descrição dos Danos Ambientais:

7. Prejuízos Econômicos Públicos e Privados

7.1 - Prejuízos

Econômicos Públicos

Serviços essenciais prejudicados Valor

para

restabel

eciment

o

Assistência médica, saúde pública e atendimento de

emergências médicas

Abastecimento de água potável

Esgoto de águas pluviais e sistema de esgotos sanitários

Sistema de limpeza urbana e de recolhimento e destinação do

lixo

Sistema de desinfestação e desinfecção do habitat e de

controle de pragas e vetores

Geração e distribuição de energia elétrica

Telecomunicações

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Transportes locais, regionais e de longo curso

Distribuição de combustíveis, especialmente os de uso

doméstico

Segurança pública

Ensino

Valor total dos prejuízos Públicos

Descrição dos Prejuízos Econômicos Públicos:

7.2 - Prejuízos

Econômicos Privados

Setores da Economia Valor

Agricultura

Pecuária

Indústria

Comércio

Serviços

Valor total dos prejuízos privados

Descrição dos Prejuízos Econômicos Privados:

8 - Instituição Informante Nome da Instituição: Endereço:

CEP:

e-mail:

Responsável:

Cargo

Assinatura e Carimbo

Telefone ( )

Dia

Mês

Ano

9 - Instituições Informadas SIM NÃO Órgão Estadual de Proteção e Defesa Civil Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil - SEPDEC

SECRETARIA NACIONAL DE PROTEÇÃO

E DEFESA CIVIL - SEDEC

Esplanada dos Ministérios - Bloco "E" - 7º

Andar - Brasília/DF

CEP: 70067-901

e-mail: [email protected]

Telefone - (061) 3414-5869

(061) 3414-5511

Telefax - (061) 3414-5512

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AANNEEXXOO EE-- DDooccuummeennttooss ppaarraa EEssttrruuttuurraarr uummaa CCoommppddeecc..

Modelo de Mensagem à Câmara Municipal

Mensagem nº................., de ............. de.................. de 200......

Senhores Membros da Câmara Municipal:

Temos a honra de submeter à elevada consideração de Vossas Excelências o Projeto de Lei em anexo, que objetiva a criação da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil - COMDEC.

2. O Projeto inclui as diretrizes da Política Nacional de Defesa Civil a serem adotadas por todos os órgãos do Sistema Nacional de Defesa Civil e estabelece os princípios fundamentais sobre o assunto, deixando a regulamentação a ser elaborada posteriormente.

3. A matéria disciplina os princípios básicos de defesa civil no município, a competência dos órgãos e as disposições gerais.

4. Este Projeto, se transformado em Lei pela soberana vontade dos Senhores Membros dessa Casa do Legislativo Municipal, irá fortalecer o Poder Público do Município consoante à prevenção e preparação relacionadas com o risco de desastres e, resposta aos desastres e reconstrução, quando da ocorrência dos mesmos.

5. Ao submeter o Projeto à apreciação dessa Egrégia Casa, estamos certos de que os Senhores Vereadores saberão aperfeiçoá-lo e, sobretudo, reconhecer o grau de prioridade à sua aprovação.

Aproveitamos a oportunidade para reiterar as Vossas Excelências os protestos de elevado apreço.

Prefeitura Municipal de..................., .............de .........................de 200.......

(nome)

Prefeito Municipal

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Modelo de Projeto de Lei

Projeto de Lei nº ...................., .................de .........................de 200.......

Cria a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (COMDEC) do Município de .............................................. e dá outras providências.

A CÂMARA MUNICIPAL aprova e eu, o Prefeito do Município de.......................sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica criada a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil - COMDEC do Município de........................, diretamente subordinada ao Prefeito ou ao seu eventual substituto, com a finalidade de coordenar, em nível municipal, todas as ações de defesa civil, nos períodos de normalidade e anormalidade.

Art. 2º - Para as finalidades desta Lei denomina-se:

I. Defesa Civil: o conjunto de ações preventivas, de socorro, assistencial e reconstrutivas, destinadas a evitar ou minimizar os desastres, preservar o moral da população e restabelecer a normalidade social.

II. Desastre: o resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema vulnerável, causando danos humanos, materiais ou ambientais e conseqüentes prejuízos econômicos e sociais;

III. Situação de Emergência: reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal, provocada por desastre, causando danos superáveis pela comunidade afetada.

IV. Estado de Calamidade Pública: reconhecimento legal pelo poder público de situação anormal, provocada por desastre, causando sérios danos à comunidade afetada, inclusive à incolumidade ou à vida de seus integrantes.

Art. 3º - A COMDEC manterá com os demais órgãos congêneres municipais, estaduais e federais estreito intercâmbio com o objetivo de receber e fornecer subsídios técnicos para esclarecimentos relativos à defesa civil.

Art. 4º - A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil - COMDEC constitui órgão integrante do Sistema Nacional de Defesa Civil.

Art. 5º - A COMDEC compor-se-á de:

I. Coordenador

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II. Conselho Municipal

III. Secretaria

IV. Setor Técnico

V. Setor Operativo

Art. 6º - O Coordenador da COMDEC será indicado pelo Chefe do Executivo Municipal e compete ao mesmo organizar as atividades de defesa civil no município.

Art. 7º - Poderão constar dos currículos escolares nos estabelecimentos municipais de ensino, noções gerais sobre procedimentos de Defesa Civil.

Art. 8º - O Conselho Municipal será composto pelo Presidente e........... (ver página 5) etc.

Art. 9º - Os servidores públicos designados para colaborar nas ações emergenciais exercerão essas atividades sem prejuízos das funções que ocupam, e não farão jus a qualquer espécie de gratificação ou remuneração especial.

Parágrafo Único - A colaboração referida neste artigo será considerada prestação de serviço relevante e constará dos assentamentos dos respectivos servidores.

Art. 10 - A presente Lei será regulamentada pelo Poder Executivo Municipal, no prazo de 60 (sessenta) dias a partir de sua publicação.

Art. 11 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Prefeitura Municipal de..................., .............de .........................de 200.......

(nome)

Prefeito Municipal

(nome)

Secretário

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Modelo de Regulamentação da Lei

Decreto nº............................, .................de .........................de 200.......

Regulamenta a Lei nº ..........., ......... de ......................... de 200....... que cria a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil - COMDEC.

Art. 1º - A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil - COMDEC é o órgão da administração pública municipal responsável pela coordenação das ações de defesa civil, no município.

Art. 2º - São atividades da COMDEC:

I. Coordenar e executar as ações de Defesa Civil;

II. Manter atualizadas e disponíveis as informações relacionadas à Defesa Civil ;

III. Elaborar e implementar planos, programas e projetos de Defesa Civil;

IV. Elaborar Plano de Ação Anual visando o atendimento das ações em tempo de normalidade, bem como, das ações emergenciais, com a garantia dos recursos no Orçamento Municipal;

V. Prever recursos orçamentários próprios necessários às ações assistenciais de recuperação ou preventivas, como contrapartida às transferências de recursos da União, na forma da legislação vigente;

VI. Capacitar recursos humanos para as ações de Defesa Civil l:

VII. Manter o órgão central do SINDEC informado sobre as ocorrências de desastres e atividades de Defesa Civil;

VIII. Propor à autoridade competente a declaração de Situação de Emergência ou de Estado de Calamidade Pública, observando os critérios estabelecidos pelo Conselho Nacional de Defesa Civil - CONDEC;

IX. Executar a distribuição e o controle de suprimentos necessários em situações de desastres.

IX. Implantar o banco de dados e elaborar os mapas temáticos sobre ameaças, vulnerabilidades e riscos de desastres;

X. Implementar ações de medidas não-estruturais e medidas estruturais;

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XI. Promover campanhas públicas e educativas para estimular o envolvimento da população, motivando ações relacionadas com a defesa civil, através da mídia local;

XII. Estar atenta às informações de alerta dos órgãos de previsão e acompanhamento para executar planos operacionais em tempo oportuno;

XIII. Comunicar aos órgãos competentes quando a produção, o manuseio ou o transporte de produtos perigosos puser em perigo a população;

XIV. Implantar programas de treinamento para voluntariado;

XV. Implantar e manter atualizados o cadastro de recursos humanos, materiais e equipamentos a serem convocados e utilizados em situações de anormalidades;

XVI. Estabelecer intercâmbio de ajuda com outros Municípios (comunidades irmanadas);

XVII. Promover mobilização comunitária visando a implantação de Núcleos Comunitários de Defesa Civil - NUDEC, nos bairros e distritos.

Art. 3º - A COMDEC tem a seguinte estrutura:

I. Coordenador ou Secretário-Executivo

II. Conselho Municipal

III. Secretaria

IV. Setor Técnico

V. Setor Operativo

Parágrafo Único – O Coordenador ou Secretário-Executivo e os dirigentes da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil serão designados pelo Prefeito Municipal mediante Portaria.

Art. 4º - Ao Coordenador ou Secretário-Executivo da COMDEC compete:

I. Convocar as reuniões da Coordenadoria;

II. Dirigir a entidade representando-a perante os órgãos governamentais e não-governamentais;

III. Propor ao Conselho Municipal o plano de trabalho da COMDEC;

IV. Participar das votações e declarar aprovadas as resoluções;

V. Resolver os casos omissos e praticar todos os atos necessários ao regular funcionamento da COMDEC;

VI. Propor aos demais membros, em reunião previamente marcada, os planos orçamentários, obras e serviços, bem como outras despesas, dentro da finalidade a que se propõe a COMDEC.

Parágrafo Único - O Coordenador ou Secretário-Executivo da COMDEC poderá delegar atribuições aos membros do Conselho, sempre que achar necessário ao bom cumprimento das finalidades da entidade, observado os termos legais.

Art. 5º - O Conselho Municipal poderá ser constituído de membros assim qualificados:

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- Representante da Câmara dos Vereadores;

- Representante do Poder Judiciário;

- Representante da Secretaria Municipal de................... ......;

- Representante de Órgãos Não Governamentais (Rotary Club, Lions, Maçonaria, Clero etc);

- Representante de outras entidades (citá-las se for o caso: unidades militares, órgãos de serviços essenciais, líderes comunitários etc).

Parágrafo Único - Os integrantes do Conselho Municipal não receberão remuneração, salvo em viagem a serviço fora da Sede do Município restringindo-se às despesas de pousada, alimentação e transporte devidamente comprovadas.

Art. 6º - À Secretaria (ou Apoio Administrativo) compete:

I. Implantar e manter atualizados o cadastro de recursos humanos, materiais e equipamentos a serem convocados e utilizados em situações de anormalidades;

II. Secretariar e apoiar as reuniões do Conselho Municipal de Defesa Civil.

Art. 7º - Ao Setor Técnico (ou Seção de Minimização de Desastres) compete:

I. Implantar o banco de dados e elaborar os mapas temáticos sobre ameaças, vulnerabilidades e riscos de desastres;

II. Implantar programas de treinamento para voluntariado da COMDEC;

III. Promover campanhas públicas e educativas para estimular o envolvimento da população, motivando ações relacionadas com a defesa civil, através da mídia local;

IV. Estar atenta às informações de alerta dos órgãos de previsão e acompanhamento para executar planos operacionais em tempo oportuno;

Art. 8º - Ao Setor Operativo (ou Seção de Operações) compete:

I. Implementar ações de medidas não-estruturais e medidas estruturais;

II. Executar a distribuição e o controle de suprimentos necessários em situações de desastres.

Art. 9º - No exercício de suas atividades, poderá a COMDEC solicitar das pessoas físicas ou jurídicas colaboração no sentido de prevenir e limitar os riscos, as perdas e os danos a que esta sujeita a população, em circunstâncias de desastres.

Art. 10 - Os recursos do Fundo Especial para a Defesa Civil Municipal poderão ser utilizados para as seguintes despesas:

a) diárias e transporte;

b) aquisição de material de consumo;

c) serviços de terceiros;

d) aquisição de bens de capital (equipamentos e instalações e material permanente); e

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e) obras e reconstrução.

Art. 11 - A comprovação das despesas realizadas à conta do Fundo Especial será feita mediante os seguintes documentos:

a) Fatura e Nota Fiscal;

b) Balancete evidenciando receita e despesa; e

c) Nota de pagamento.

Art. 12 - A Prefeitura Municipal de ............................. poderá fazer constar dos currículos escolares da rede de ensino municipal, noções gerais sobre os procedimentos de Defesa Civil.

Art. 13 - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Prefeitura Municipal de..................., .............de ......................... de 200.......

(nome) Prefeito Municipal

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Modelo de Portaria de Nomeação dos Membros da Comdec

Portaria nº .............., ...........de ........................de 200.......

........................................................................................, Prefeito Municipal de ..................................no uso de suas atribuições legais e nos termos do art. ................ da Lei nº ................ de .......... / ............/ ............... (ou Decreto nº ..........., de .......... / ............/ ...............), pela presente.

Resolve:

Art 1º - Nomear os membros que constituirão a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil - COMDEC

Senhor (...........................................) profissão e cargo, representante

Senhor (...........................................) profissão e cargo, representante

Art 2º - A presente Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

Cumpra-se e publique-se.

Prefeitura Municipal de..................., .............de ......................... de 200.......

(nome) Prefeito Municipal

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Modelo de Portaria de Nomeação dos Membros do Conselho Municipal de Defesa Civil

Portaria nº ................, .............de ........................de 200.......

........................................................................................, Prefeito Municipal de ..................................no uso de suas atribuições legais e nos termos do art. ................ da Lei nº ................ de .......... / ............/ ............... (ou Decreto nº ..........., de .......... / ............/ ...............), pela presente.

Resolve:

Art 1º - Nomear os membros que constituirão o Conselho Municipal de Defesa Civil

Senhor (...........................................) profissão, membro

Senhor (...........................................) profissão, membro

Art 2º - A presente Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

Cumpra-se e publique-se.

Prefeitura Municipal de..................., .............de ......................... de 200.......

(nome) Prefeito Municipal

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AANNEEXXOO FF –– MMooddeelloo ddee RReellaattóórriioo ddee VViissttoorriiaa ddee OObbrraa..

GABINETE DO GOVERNADOR

COORDENADORIA ESTADUAL DE DEFESA

CIVIL

DIVISÃO DE CONVÊNIOS

RELATÓRIO DE VISTORIA INICIAL

1. Identificação

Município:

Região administrativa:

Obra solicitada:

Tipo:

Local:

Coordenadas UTM

km S

km E

Tel: ( )

Fax: ( )

Valor da obra solicitada

R$

Data da vistoria: / /2011

2 – Dados da obra, objeto de solicitação de convênio.

2.1 - Localização da obra:

( ) Área Urbana ( ) Área Rural

2.2 - Há caminho alternativo? ( ) SIM ( ) NÃO

Especificar a distância:

2.3 - Tipo de obra atingida:

( ) concreto ( ) madeira ( ) mista ( ) outras:

Obs:

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2.4 - Dimensões da obra atingida (Comprimento, Largura e Altura):

m x m x m

2.5 - Distância da sede do município até o local da obra?

2.6 – Passa alguma tubulação junto a obra (água, luz, gás, telefone, etc.) ?

( ) SIM ( ) NÃO

Se houver especifique:

2.7 - Utilização:

Via de Trânsito

( ) Caminhões ( ) Automóveis ( ) Motocicletas

( ) Escolares ( ) Máquina agrícolas ( ) Veículos tração animal

( ) Outros:

Existe passagem exclusiva para pedestres ( ) SIM ( ) NÃO

Fluxo da via: ( ) pesado ( ) médio ( ) leve

Outras utilizações do local:

2.8 – Qual o número de pessoas a serem beneficiadas com a obra?

2.9 – Havendo mais de uma obra solicitada, especificar qual prioridade desta obra

para o município:

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3 – Dados complementares da obra:

3.1 - Tipo da Obra: ( ) Preventiva ( ) Recuperativa ( ) Infraestrutura

3.2 - Existe perigo iminente a pessoas, patrimônio e meio ambiente?

( ) SIM ( ) NÃO

3.3 - Existem pessoas ilhadas no local em razão do dano ocorrido?

( ) SIM ( ) NÃO

3.4 - A área da obra à qual solicitação foi feita é:

( ) domínio publico ( ) particular

3.5 - O pedido da obra foi feito há mais de um ano?

( ) SIM ( ) NÃO

3.6 – Colocar o nome, cargo/função do representante do município que acompanhou a

vistoria:

Telefone para contato:

4 – Parecer

4.1 – Parecer da vistoria realizada;

São Paulo, de de 2011.