POLÍCIA FEDERAL - AGENTE CONTABILIDADE GERAL · POLÍCIA FEDERAL - AGENTE CONTABILIDADE GERAL Luiz Eduardo Santos Página 1 de 130 Sumário 01/02. ... 03. Atos e Fatos Administrativos

POLÍCIA FEDERAL - AGENTE CONTABILIDADE GERAL

Luiz Eduardo Santos Página 1 de 130

Sumário

01/02. Conceitos Iniciais e Patrimônio .......................................................................................... 3 TC/RN 2015 – Questão 158 – Patrimônio ................................................................................. 3 SEFAZ-RS 2017 - Questão 53 - Equação do patrimônio ............................................................ 4 SEFAZ-RS 2017 - Questão 54 - Equação do patrimônio ............................................................ 5 SEFAZ-RS 2017 - Questão 55 - Equação do patrimônio ............................................................ 6 SEFAZ-RS 2017 - Questão 57 – Ciclo contábil ............................................................................ 6

03. Atos e Fatos Administrativos ................................................................................................... 7 TC/RO 2013 – Questão 099 – Perdas Esperadas, salário e seguro ........................................... 7 TC/RO 2013 – Questão 100 – Prestação de Serviços ................................................................ 8 TC/RN – Questão 159 – Fatos Contábeis ................................................................................ 10 SEFAZ-RS 2017 - Questão 52 - Atos e Fatos Contábeis ........................................................... 11

04/05. Contas e Plano de Contas ................................................................................................ 12 TCU 2013 – Questão 111 – Natureza das contas .................................................................... 12 TCU 2013 – Questão 103 – ágio na emissão de ações ............................................................ 13 TCU 2013 – Questão 107 – investimentos em coligadas ou controladas ............................... 14 TC/RO 2013 – Questão 051 – investimento em coligadas ou controladas ............................. 16 TC/RO 2013 – Questão 052 - Estoques ................................................................................... 17 TC/RO 2013 - Questão 053 – Ativo Financeiro ........................................................................ 18 TC/RO 2013 - Questão 054 – Ativo Financeiro ........................................................................ 20 TC/RO 2013 - Questão 055 - Estoques .................................................................................... 22 TC/RO 2013 - Questão 056 - AVP ............................................................................................ 22 STJ 2015 – Questão 051 – Estoques ........................................................................................ 23 STJ 2015 – Questão 052 – Estoques ........................................................................................ 24 STJ 2015 – Questão 059 – Instrumentos Financeiros ............................................................. 25 SEE-DF 2016 - Questão 71 – Influência significativa ............................................................... 26 SEFAZ-RS 2017 - Questão 56 - Natureza das contas ............................................................... 28 SEFAZ-RS 2017 - Questão 58 - Contas de resultado ................................................................ 28

06/07. Escrituração e Contabilização de Operações Diversas .................................................... 29 TCU 2013 – Questão 104 – Variação Cambial ......................................................................... 30 TCU 2013 – Questão 106 – Estoques ...................................................................................... 31 TCU 2013 – Questão 108 - Estoques ....................................................................................... 32 TCU 2013 – Questão 109 – Custos de transação .................................................................... 34 TC/RO 2013 - Questão 067 – ações em tesouraria ................................................................. 35 TC/RO 2013 - Questão 068 – Reserva para contingência ....................................................... 36 TC/RO 2013 - Questão 069 - Provisões ................................................................................... 36 TC/RO 2013 - Questão 070 – Operações com Seguros ........................................................... 38 TC/RO 2013 - Questão 071 – ágio na aquisição de investimento ........................................... 39 TC/RO 2013 - Questão 072 - Provisões ................................................................................... 39 TC/RO 2013 – Questão 089 - Estoques ................................................................................... 40 TC/RO 2013 – Questão 090 - Estoques ................................................................................... 42 TCU 2014 – Questão 128 – Arrendamento Mercantil ............................................................ 43 TCU 2014 – Questão 129 – Arrendamento Mercantil ............................................................ 44 TCU 2014 – Questão 132 - Estoques ....................................................................................... 45 TCU 2015 – Questão 128 – Debêntures .................................................................................. 47 TCU 2015 – Questão 128 - Provisões ...................................................................................... 47 Telebras – 2015 – Questão 051 – Participações Societárias ................................................... 48 Telebras 2015 – Questão 056 – Ágio na Aquisição de Investimento ...................................... 49 Telebras 2015 – Questão 070 – Estoques ............................................................................... 49 STJ 2015 – Questão 053 – Variação Cambial .......................................................................... 50 STJ 2015 – Questão 054 – Provisões ....................................................................................... 51 STJ 2015 – Questão 055 – Provisões ....................................................................................... 53



STJ 2015 – Questão 058 – Debêntures.................................................................................... 54 TC/RN – Questão 061 – Financiamentos................................................................................. 55 SEE-DF 2016 - Questão 73 – Estrutura do PL .......................................................................... 56 SEE-DF 2016 - Questão 80 – Ágio na Aquisição de Investimento ........................................... 57 SEE-DF 2016 - Questão 81 - Debêntures ................................................................................. 58 SEFAZ-RS 2017 - Questão 59 - Escrituração ............................................................................ 59 SEFAZ-RS 2017 - Questão 60 - Lançamentos........................................................................... 60

08/09. Balancete de verificação e Balanço Patrimonial .............................................................. 61 TC/RO 2013 – Questão 078 - Estoques ................................................................................... 61 TC/RO 2013 – Questão 079 – Adiantamento de clientes ....................................................... 62 TC/RO 2013 – Questão 080 – Reserva de Incentivos Fiscais ................................................... 63 TC/RO 2013 – Questão 087 – Grupos Patrimoniais - ARLP ..................................................... 63 TC/RO 2013 – Questão 088 – Grupos Patrimoniais - Imobilizado .......................................... 65 TCU 2013 – Questão 105 – Estrutura do Passivo .................................................................... 66 STJ 2015 – Questão 057 – Adiantamento de Clientes ............................................................ 67 SEE-DF 2016 - Questão 82 - Ajustes de avaliação patrimonial ............................................... 68 SEFAZ-RS 2017 - Questão 63 - Demonstrações ....................................................................... 68

10. Demonstração do Resultado do Exercício ............................................................................. 70 TCU 2015 – Questão 125 – Operações com Mercadorias ...................................................... 70 TCU 2015 – Questão 127 – DRE .............................................................................................. 71 Telebras 2015 – Questão 055 – Resultado Abrangente .......................................................... 73 Telebras 2015 – Questão 059 – Receita Líquida de Vendas ................................................... 74 Telebras 2015 – Questão 060 – Resultados Operacionais ...................................................... 75 STJ 2015 – Questão 064 – Resultado Abrangente .................................................................. 76 STJ 2015 – Questão 065 – DRE ................................................................................................ 76 STM 2016 - Contador - Questão 55 - DRE ............................................................................... 77 SEE-DF 2016 - Questão 87 - Reconhecimento de receitas ...................................................... 78

11. Lei n° 6.404/1976 e suas alterações ...................................................................................... 79 TC/RO 2013 – Questão 091 – Grupos Patrimoniais - Passivo ................................................. 79 TC/RO 2013 – Questão 092 – Grupos Patrimoniais – Ativo Intangível ................................... 81 TC/RO 2013 – Questão 093 - Consolidação ............................................................................ 82 TC/RO 2013 – Questão 098 – Variação Cambial ..................................................................... 83 TCU 2014 – Questão 125 – Lei da S/A - Conselho Fiscal ......................................................... 84 TCU 2015 – Questão 119 – Notas Explicativas ........................................................................ 85 TCU 2015 – Questão 121 – Remuneração por Ações ............................................................. 87 TCU 2015 – Questão 122 – Provisões ..................................................................................... 88 TCU 2015 – Questão 123 - Participações Societárias .............................................................. 90 TCU 2015 – Questão 124 – Lançamentos Seguro ................................................................... 91 TCU 2015 – Questão 126 – Redução ao Valor Recuperável .................................................... 91 Telebras 2015 – Questão 057 – Ações em Tesouraria ............................................................ 92 Telebras 2015 – Questão 058 – Grupos Patrimoniais ............................................................. 93 Telebras 2015 – Questão 067 – Grupos Patrimoniais ............................................................. 94 Telebras 2015 – Questão 072 – Ajuste a Valor Presente ........................................................ 94 Telebras 2015 – Questão 074 – Provisões .............................................................................. 95 Telebras 2015 – Questão 075 – Provisões .............................................................................. 96 Telebras 2015 – Questão 077 – Grupos Patrimoniais - Imobilizado ....................................... 97 Telebras 2015 – Questão 078 – Ajuste a Valor Recuperável .................................................. 97 Telebras 2015 – Questão 084 – Patrimônio Líquido ............................................................... 98 Telebras 2015 – Questão 085 – Patrimônio Líquido ............................................................... 99 Telebras 2015 – Questão 088 – Custos de Transação ........................................................... 100 Telebras 2015 – Questão 089 – Ajuste a Valor Presente ...................................................... 101 STJ 2015 – Questão 056 – Destinação do Resultado ............................................................ 101



STJ 2015 – Questão 068 – Consolidação ............................................................................... 102 STJ 2015 – Questão 069 – Consolidação ............................................................................... 103 STM 2016 - Questão 54 - Exercício Social ............................................................................. 105 STM 2016 - Questão 56 – Ajuste a Valor Recuperável .......................................................... 105 STM 2016 – Questão 57 – AVP .............................................................................................. 106 STM 2016 - Questão 60 - Depreciação / Impairment ........................................................... 107 SEE-DF 2016 - Questão 72 - Demonstrações......................................................................... 108 SEE-DF 2016 - Questão 78 - AVP ........................................................................................... 109 SEE-DF 2016 - Questão 79 - Ajuste ao valor recuperável ...................................................... 110 SEE-DF 2016 - Questão 83 - Provisões .................................................................................. 111 SEE-DF 2016 - Questão 84 - Ajuste a valor presente ............................................................ 111 SEFAZ-RS 2017 - Questão 70 - Lei das S/A ............................................................................ 112 TCE-PB 2017 - Questão 84 - Lei das S/A ................................................................................ 114 TCE-PB 2017 - Questão 85 - Lei das S/A ................................................................................ 116 TCE-PB 2017 - Questão 86 - Custos de transação ................................................................. 117

12. Norma Brasileira de Contabilidade ..................................................................................... 118 TC/RO 2013 – Questão 073 – Estrutura Conceitual - Ativo .................................................. 118 TC/RO 2013 – Questão 074 – Estrutura Conceitual - passivo ............................................... 119 TC/RO 2013 – Questão 075 – Estrutura Conceitual – Aplicação da Estrutura ...................... 120 TC/RO 2013 – Questão 076 – Estrutura Conceitual - Demonstrações .................................. 122 TC/RO 2013 – Questão 077 – Estrutura Conceitual – Essência Econômica .......................... 123 TCU 2014 – Questão 123 – Estrutura Conceitual – Características Qualitativas .................. 124 Telebras 2015 – Questão 053 – Características Qualitativas ................................................ 125 SEFAZ-RS 2017 – Questão 51 - Usuários das demonstrações ............................................... 126 SEFAZ-RS 2017 - Questão 61 – Estrutura conceitual ............................................................. 127 SEFAZ-RS 2017 - Questão 69 - Estrutura Conceitual ............................................................. 129

01/02. Conceitos Iniciais e Patrimônio

- objetivos e finalidades da contabilidade

- componentes, equação fundamental do patrimônio, situação líquida, representação gráfica

TC/RN 2015 – Questão 158 – Patrimônio

ENUNCIADO

Com relação aos princípios, às normas, às teorias e às práticas contábeis vigentes, julgue os itens que se seguem.

158 A existência de saldo total de passivo maior que o saldo total de ativo configura que o direito dos sócios é negativo.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão cuja resolução demanda apenas o conhecimento do conceito de patrimônio, em face de seus elementos componentes, da equação fundamental do patrimônio e das situações patrimoniais.

Pois bem, o Patrimônio é definido como o conjunto de recursos e obrigações de uma entidade:

- aos recursos, dá-se o nome de Ativo;

- às obrigações, dá-se o nome de Passivo; e



- à diferença entre recursos e obrigações, dá-se o nome de Patrimônio líquido.

Com base na definição acima, podemos depreender a Equação Fundamental do Patrimônio:

Ativo (-) Passivo (=) Patrimônio Líquido

A diferença, acima, denominada Patrimônio Líquido, representa o valor que a entidade deve a seus proprietários. Quanto maior a diferença existente entre recursos e obrigações, mais valor a entidade terá que entregar a seus proprietários.

No enunciado, é referida a situação em que o saldo total de passivo é maior que o saldo total de ativo.

Ora, aplicando essa situação à Equação Fundamental do Patrimônio, verificamos Patrimônio Líquido negativo: Ativo (menor) (-) Passivo (Maior) (=) Patrimônio Líquido (negativo).

Então, como o Patrimônio Líquido representa o valor que a entidade deve entregar aos sócios, se ele for negativo, representará um direito negativo dos sócios.

Portanto, temos aqui uma assertiva certa.

GABARITO

C

SEFAZ-RS 2017 - Questão 53 - Equação do patrimônio No início de sua constituição, determinada empresa possuía patrimônio líquido composto por um capital integralizado no valor de R$ 12.000. No primeiro ano de atividade, a sociedade obteve R$ 4.000 de lucros: R$ 1.000 foram destinados para o pagamento de dividendos, e o restante, para a constituição de reservas. No segundo ano, a sociedade apurou um prejuízo de R$ 2.000.

Com referência a essa situação hipotética, é correto afirmar que o valor do patrimônio líquido da empresa no final do segundo ano foi de

A R$ 15.000.

B R$ 14.000.

C R$ 13.000.

D R$ 12.000.

E R$ 16.000.

Resolução

Esta é uma questão sobre os efeitos de fatos contábeis na equação do patrimônio (e no saldo do Patrimônio Líquido - PL).

Para resolução, analisaremos em separado cada evento descrito no enunciado.

Saldo Inicial do PL => capital social integralizado = R$ 12.000,00

Lucros => aumento de saldo em R$ 4.000,00 = R$ 16.000,00



D = ARE (resultado)

C = a LPA 4.000,00

Distribuição de dividendos => redução do saldo em R$ 1.000,00 = R$ 15.000,00

D = LPA

C = a Passivo 1.000,00

Constituição de reservas => saldo mantido constante = R$ 15.000,00

D = LPA

C = a Reserva de lucro (PL) 2.000,00

Saldo Final (1º ano) = R$ 15.000,00

Prejuízo do 2º ano => - R$ 2.000,00 = R$ 13.000,00

D = LPA

C = a ARE Resultado 2.000,00

Pelo exposto, calcula-se um saldo final de R$ 13.000,00 para o PL, conforme alternativa de letra C.

Gabarito: C

SEFAZ-RS 2017 - Questão 54 - Equação do patrimônio Na equação patrimonial ativo = passivo + patrimônio líquido,

A o patrimônio líquido está diretamente relacionado ao ativo.

B o patrimônio líquido está diretamente relacionado ao passivo.

C o ativo está inversamente relacionado ao passivo.

D o ativo está inversamente relacionado ao patrimônio líquido.

E o passivo está diretamente relacionado ao patrimônio líquido.

Resolução

Esta é uma questão sobre a equação do patrimônio. Para resolução, vamos analisar – em separado – cada assertiva do enunciado, à luz da equação.

A o patrimônio líquido está diretamente relacionado ao ativo.

CORRETO. Se o Ativo aumentar, o PL aumenta e, se o Ativo for reduzido, o PL

também será reduzido.

B o patrimônio líquido está diretamente relacionado ao passivo.

ERRADO. Se o Passivo aumentar, o PL é reduzido e, se o Passivo for reduzido, o PL

aumenta.

C o ativo está inversamente relacionado ao passivo.

ERRADO. Não há relação entre o Ativo e o Passivo, decorrente da equação.



D o ativo está inversamente relacionado ao patrimônio líquido.

ERRADO. Se o Ativo aumentar, o PL aumenta e, se o Ativo for reduzido, o PL

também será reduzido.

E o passivo está diretamente relacionado ao patrimônio líquido.

ERRADO. Se o Passivo aumentar, o PL é reduzido e, se o Passivo for reduzido, o PL

aumenta.

Pelo exposto, verifica-se correta a afirmativa constante da alternativa de letra A.

Gabarito: A

SEFAZ-RS 2017 - Questão 55 - Equação do patrimônio Se, ao final de determinado ano, o ativo de uma empresa era de R$ 60.000 e o passivo, de R$ 200.000, então o valor de seu patrimônio líquido era

A negativo em R$ 140.000.

B negativo em R$ 260.000.

C igual a R$ 260.000.

D igual a R$ 200.000.

E igual a R$ 140.000.

Resolução

Esta é uma questão sobre a equação do patrimônio, segundo a qual Ativo (-) Passivo (=) Patrimônio Líquido. Para resolução, basta aplicar os valores do enunciado à equação.

( ) Ativo 60.000,00

(-) Passivo -200.000,00

(=) PL -140.000,00

Pelo exposto, verifica-se um PL negativo em R$ 140.000,00 – conforme proposto na alternativa de letra A.

Gabarito: A

SEFAZ-RS 2017 - Questão 57 – Ciclo contábil A respeito do ciclo contábil, julgue os itens a seguir.

I Compõem o ciclo contábil o registro das transações no diário e no razonete, a preparação do balancete após ajustes e os registros de encerramento.

II Elaborar os papéis de trabalho é parte inicial na programação do ciclo contábil, momento em que são traçados os objetivos de todo o processo.



III As fases do ciclo contábil podem ser descritas como: captação, reconhecimento, processo de acumulação, sumarização e evidenciação.

IV A elaboração das demonstrações financeiras relativas a cada exercício social não necessariamente deve seguir o ciclo contábil.

Estão certos apenas os itens

A I e II.

B I e III.

C II e IV.

D I, III e IV.

E II, III e IV.

Resolução

Esta é uma questão sobre o conceito de ciclo contábil, que engloba todos os procedimentos destinados à elaboração das demonstrações contábeis. Para isso, são necessárias cinco fases:

- captação de informações, tais como contratos e documentos fiscais, de suporte aos fatos ocorridos, a serem registrados;

- reconhecimento dos fatos ocorridos, com definição do momento, do valor e dos efeitos no patrimônio;

- acumulação de informação, com o registro de todos os fatos reconhecidos;

- sumarização dos dados, para elaboração de demonstrações contábeis; e

- evidenciação da informação, com a publicação das demonstrações contábeis e demais informações necessárias.

Com essas informações, é fácil resolver a questão. As afirmativas I e III está de acordo com os conceitos apresentados. Entretanto a afirmativa II não diz respeito ao ciclo contábil, mas sim ao processo de auditoria.

Portanto, estão corretas as afirmativas I e III, conforme opção D do enunciado.

Gabarito: B

03. Atos e Fatos Administrativos

- conceitos, fatos permutativos, modificativos e mistos

TC/RO 2013 – Questão 099 – Perdas Esperadas, salário e seguro ENUNCIADO

Com relação aos fatos contábeis e respectivas variações patrimoniais, julgue os itens a seguir.

99 Constituição de provisão para devedores duvidosos, reconhecimento de despesas de salários e pagamento antecipado de prêmios de seguros são eventos que alteram o resultado da empresa.



RESOLUÇÃO

A resolução da presente questão demanda o conhecimento dos fatos contábeis referidos no enunciado, a capacidade de realização dos respectivos lançamentos, bem como de analisar seus efeitos no resultado.

Pois bem, no enunciado, são referidas três operações (fatos contábeis), vejamos cada uma delas em separado.

(a) constituição de provisão para devedores duvidosos (atualmente denominada “perdas esperadas em créditos de liquidação duvidosa”)

D = despesas com perdas esperadas (resultado)

C = a perdas esperadas em créditos de liquidação duvidosa (AC retificadora)

Aqui, temos efetivamente redução do resultado.

(b) reconhecimento de despesas de salários

D = despesa com salários (resultado)

C = a salários a pagar (passivo)

Aqui, também temos efetiva redução do resultado.

(c) pagamento antecipado de prêmio de seguros

D = seguros a vencer (AC)

C = a Caixa (AC)

Aqui, não temos redução do resultado, porque o lançamento envolve apenas contas patrimoniais.

Com isso, verificamos que a assertiva está ERRADA.

GABARITO

99 E

TC/RO 2013 – Questão 100 – Prestação de Serviços Com relação aos fatos contábeis e respectivas variações patrimoniais, julgue os itens a seguir.

100 Considere que uma sociedade empresária tenha contratado com seu cliente a prestação de um serviço, que será entregue em sessenta dias, e que tenha recebido uma parcela do valor contratado como sinal. Nessa situação, é correto afirmar que há um aumento no ativo e no passivo dessa sociedade empresária no mesmo valor recebido.

RESOLUÇÃO



A resolução da presente questão demanda o conhecimento do fato contábil referido no enunciado, a capacidade de realização dos respectivos lançamentos, bem como de analisar seus efeitos no resultado.

Pois bem, no enunciado, é referido o recebimento antecipado de valor, por conta de serviço ainda não realizado. O correspondente lançamento é o seguinte:

D = Caixa (AC)

C = a Adiantamento recebido (PC)

Ora, pelo lançamento acima, tanto o ativo quanto o passivo aumentarão de saldo no mesmo valor.

Portanto, verifica-se que a assertiva está correta.

Nota de Atualização - Receita de Contrato com o Cliente

Com o advento do Pronunciamento Técnico CPC n° 47, ficaram superados outras normas que tratavam de critérios de reconhecimento da receita, notadamente os Pronunciamentos CPC 30 e 17.

A seguir, apresentamos – em breves linhas – o novo critério de reconhecimento de receitas decorrentes de operações com clientes.

1 – Identificação do Contrato

Identificação das partes, do acordo de vontades, do comprometimento de realização de seu cumprimento, da probabilidade de seu cumprimento.

2 – Identificação das Obrigações de Desempenho

Serviços ou Produtos DISTINTOS (que podem ser negociados em separado) a serem entregues.

3 – Identificação do Preço Total

Considerando descontos, bonificações, garantias e inadimplência.

Parte fixa x parte variável (métodos do valor esperado ou do valor mais provável)

Ex. devoluções aceitas (pelo valor esperado)

D = caixa

D = Ativo de recuperação de custo por devolução esperada

D = CMV

C = a RBV

C = a Passivo de devolução esperada

C = a estoque

4 – Alocação do Preço às Obrigações de Desempenho do Contrato

Rateio.

5 – Identificação do Momento de Reconhecimento da Receita

Pela transferência do controle do bem ou serviço ao cliente:

- no momento da entrega da obrigação de desempenho; ou

- durante o período em que a obrigação de desempenho é cumprida.



Aplicando os novos conceitos aos dados da questão, podemos verificar que a resposta para a questão não foi alterada.

GABARITO

100 C

TC/RN – Questão 159 – Fatos Contábeis

ENUNCIADO


159 Em uma empresa que faz controle por inventário permanentemente, a contabilização realizada no ato da compra de mercadorias a prazo, com juros identificáveis e embutidos, gera um fato contábil modificativo.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre a classificação de fatos contábeis.

Os fatos contábeis são eventos ocorridos na vida de uma entidade que têm efeito em seu patrimônio, seja no valor total da diferença entre recursos e obrigações, seja na distribuição de valores entre recursos e obrigações. Por outro lado, atos contábeis são eventos ocorridos sem efeito no patrimônio.

Os fatos contábeis se classificam em (a) permutativos, (b) modificativos e (c) mistos.

Os fatos contábeis permutativos são aqueles em que o valor da diferença entre recursos e obrigações permanece constante, variando apenas a distribuição de valores entre os recursos e obrigações.

Os fatos modificativos são aqueles em que há variação no valor da diferença entre recursos e obrigações. Esses fatos modificativos se dividem em:

- aumentativos, em que há aumento do valor da diferença (alternativamente por aumento/surgimento de recurso ou redução/extinção de obrigação); e

- diminutivos, em que há redução do valor da diferença (alternativamente por redução/extinção de obrigação ou aumento/surgimento de recurso).

Os fatos mistos são aqueles em que, além da alteração na distribuição de valores entre recursos e obrigações, há também alteração no valor da diferença entre recursos e obrigações. Esses fatos mistos se dividem em:

- aumentativos, em que há aumento do valor da diferença; e

- diminutivos, em que há redução do valor da diferença.

No enunciado, é referida uma operação de compra. Ora, a operação de compra representa mera troca de valores no patrimônio, pelo surgimento do recurso comprado e da obrigação de seu pagamento. Contextualizando, considere a compra a prazo de uma mercadoria por R$ 1.000,00, sendo R$ 200,00 de juros.

O lançamento é:



D = Estoque 800,00

D = Juros a transcorrer 200,00

C = a Fornecedores 1.000,00

O patrimônio passa a ser o seguinte:

ATIVO PASSIVO

Caixa 5.000,00 Fornecedores 1.000,00

(-) Juros a Transc. -200,00

Estoque 800,00

PL

Capital 5.000,00

Repare que o valor total da diferença entre recursos e obrigações permanece em R$ 5.000,00.

Portanto, temos aqui um fato permutativo e, assim, verificamos que a assertiva está ERRADA.

GABARITO

E

SEFAZ-RS 2017 - Questão 52 - Atos e Fatos Contábeis Sabendo que a contabilidade registra apenas os eventos contábeis que impactam economicamente a equação básica contábil: ativo = passivo + patrimônio líquido, assinale a opção correspondente a evento que afeta a equação contábil.

A análise de proposta de fornecedor

B anúncio de imóveis para venda em sítios da Internet

C cotação de empréstimos em estabelecimentos bancários

D contratação de empregados

E aquisição de materiais à vista

Resolução

A questão versa sobre a definição de eventos que afetem a equação contábil. Esse conceito é correlato ao de fato contábil (evento com efeito no patrimônio), em contraposição ao de ato contábil (evento sem efeito no patrimônio). Com base nesses conceitos, analisaremos – em separado – cada alternativa do enunciado.

A análise de proposta de fornecedor

ERRADO. A mera análise não altera valor de recursos ou obrigações.

B anúncio de imóveis para venda em sítios da Internet

ERRADO. Enquanto não houver a venda em si, não serão alterados valores de

recursos ou obrigações.

C cotação de empréstimos em estabelecimentos bancários

ERRADO. A mera cotação não altera valor de recursos ou obrigações.



D contratação de empregados

ERRADO. Enquanto não houver a venda em si, não serão alterados valores de

recursos ou obrigações.

E aquisição de materiais à vista

CORRETO. Essa aquisição implica entrada de valor nos estoques e saída de

dinheiro do caixa.

Gabarito: E

04/05. Contas e Plano de Contas

- conceitos, contas de débitos, - contas de créditos e saldos

- conceitos, elenco de contas, função e funcionamento das contas

TCU 2013 – Questão 111 – Natureza das contas ENUNCIADO

Tabela para os itens de 110 a 112

contas ano 1 (em R$) ano 2 (em R$)

duplicatas descontadas 20 20

dividendos a pagar 30 27

imposto de renda e contribuição social apurada 30 25

capital social integralizado em moeda 380 400

lucro líquido do exercício 100 80

despesa com ajuste de instrumentos financeiros 5 3

juros ativos 3 1

gastos na emissão de ações 2 0

depreciação acumulada 6 8

ajustes de instrumentos financeiros 2 3

A tabela na coluna anterior apresenta um rol de contas e saldos que podem compor diferentes demonstrações contábeis e não constituem a forma completa de uma demonstração contábil. Com base nessas informações, julgue os itens subsequentes, considerando que o ano 1 seja anterior ao ano 2.



111 No rol de contas apresentado, há apenas uma conta que diminui e uma conta que aumenta o resultado líquido do exercício.

RESOLUÇÃO

A resolução da questão demanda a classificação das contas apresentadas em seus respectivos grupos patrimoniais e de resultado, conforme a seguir apresentado.

ATIVO PASSIVO

duplicatas descontadas

dividendos a pagar

(-) ajustes de instrumentos financeiros

PL

(-) depreciação acumulada

C. Soc. Integralizado em moeda

(-) gastos na emissão de ações

DESPESA RECEITA

IR e CSLL apurada

juros ativos

despesa com aj. De instr. Fin.

lucro líquido do exercício

Pois bem, temos três contas de resultado:

- duas contas devedoras, que reduzem o lucro líquido; e

- uma conta credora, que aumenta o lucro líquido.

Portanto a assertiva está errada.

GABARITO

111 E

TCU 2013 – Questão 103 – ágio na emissão de ações ENUNCIADO

Com relação às contas, aos métodos e às operações contábeis, julgue os itens seguintes.



103 A conta ágio na emissão de ações é uma conta de reserva de capital, integrante do patrimônio líquido, sendo creditada quando o valor captado na emissão de ações supera o preço de oferta ou supera o valor de registro das ações que compõem o capital social.

RESOLUÇÃO

A conta ágio na emissão de ações deve ser classificada como Reserva de Capital, no Patrimônio Líquido, conforme dispõe o § 1º, a, do art. 182 da Lei das S/A:

Art. 182. ...

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte

do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância

destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações

de debêntures ou partes beneficiárias;

Repare que a definição acima é quase idêntica à redação da assertiva do enunciado. A única diferença relevante é a referência à superação do preço de oferta (na questão), enquanto a lei se refere à quantia que ultrapassar o valor nominal.

Ocorre que essa diferença é somente aparente, porque, de acordo com o art. 13 da mesma Lei das S/A, é proibida a emissão de ações por preço inferior ao seu valor nominal.

Com esses conceitos, podemos voltar à análise do enunciado da questão:

A conta ágio na emissão de ações é uma conta de reserva de capital (art. 182, § 1º), integrante do patrimônio líquido, sendo creditada quando o valor captado na emissão de ações (a contribuição do subscritor de ações) supera o preço de oferta (no mínimo o valor nominal) ou supera o valor de registro das ações que compõem o capital social (supera a importância destinada ao capital).

Assim, verificamos que a assertiva está CORRETA.

GABARITO

103 C

TCU 2013 – Questão 107 – investimentos em coligadas ou controladas ENUNCIADO

Com relação à contabilização dos itens patrimoniais e de resultado, bem como aos seus efeitos, julgue os itens que se seguem.



107 Os investimentos mantidos por uma entidade em suas coligadas ou controladas e em outras entidades devem ser avaliados pelo método da equivalência patrimonial, com impactos no balanço patrimonial e na demonstração de resultado do exercício.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre os métodos de avaliação de investimentos permanentes. Para sua resolução, é necessário conhecer o que a Lei das S/A dispõe sobre o assunto.

No art. 183, temos a regra geral de avaliação de investimentos permanentes, o método do custo, conforme a seguir:

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes

critérios:

...

III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades,

ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de

provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda

estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do

recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas;

Já, no art. 248, é tratado o método da equivalência patrimonial, aplicável a investimentos permanentes em controladas, coligadas ou em outras sociedades que façam parte do mesmo grupo ou estejam sob controle comum, conforme a seguir:

Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas

ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo

ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência

patrimonial, de acordo com as seguintes normas:

Somente pelo que consta dos dispositivos da Lei das S/A, já poderíamos concluir que essa seria uma assertiva errada, porque há investimentos permanentes que não são avaliados pelo método da equivalência patrimonial.

Agora, por oportuno, cabe lembrar que os pronunciamentos CPC n° 18, n° 36 e n° 38, juntamente com a Interpretação ICPC n° 09, indicam que:

- os investimentos permanentes em geral devem ser avaliados pelo valor justo, como instrumentos financeiros, disponíveis para a venda, exceto se a apuração desse valor justo for impraticável, situação em que devem ser avaliados pelo método do custo; e

- os investimentos permanentes em controladas, coligadas ou controladas em conjunto, devem ser avaliados pelo método da equivalência patrimonial.



Portanto, de acordo com os pronunciamentos e interpretações do CPC, também há investimentos permanentes que não devem ser avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial. Assim, chegamos à mesma conclusão, de que a assertiva está errada.

GABARITO

107 E

TC/RO 2013 – Questão 051 – investimento em coligadas ou controladas ENUNCIADO

Com relação aos critérios de avaliação de ativos e seus efeitos no patrimônio de uma companhia aberta, julgue os itens a seguir.

51 Um investimento que garanta à sociedade investidora uma influência significativa sobre a sociedade investida deve ser avaliado pelo método da equivalência patrimonial, o qual exige que eventuais lucros gerados pela investida sejam reconhecidos no patrimônio da investidora, independentemente de ter havido a distribuição desses lucros sob a forma de dividendos.

RESOLUÇÃO

Trata-se de uma questão sobre equivalência patrimonial. Para resolução é necessário conhecer os dispositivos da Lei das S/A que tratam do tema:

(a) o art. 243 que de define influência significativa, como o poder de participar das decisões da investida, sem controla-la:

Art. 243. ...

...

§ 1o São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência

significativa.

...

§ 4º Considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou

exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional

da investida, sem controlá-la.

§ 5o É presumida influência significativa quando a investidora for titular de 20%

(vinte por cento) ou mais do capital votante da investida, sem controlá-la.

(b) o art. 248 que define a aplicação do método da equivalência patrimonial às coligadas, determinando o reflexo das mutações do PL da investida no valor atribuído às participações societárias mantidas pela investidora em seu ativo investimentos:







I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será determinado

com base em balanço patrimonial ou balancete de verificação levantado, com

observância das normas desta Lei, na mesma data, ou até 60 (sessenta) dias, no

máximo, antes da data do balanço da companhia; no valor de patrimônio líquido

não serão computados os resultados não realizados decorrentes de negócios com

a companhia, ou com outras sociedades coligadas à companhia, ou por ela

controladas;

II - o valor do investimento será determinado mediante a aplicação, sobre o

valor de patrimônio líquido referido no número anterior, da porcentagem de

participação no capital da coligada ou controlada;

III - a diferença entre o valor do investimento, de acordo com o número II, e o

custo de aquisição corrigido monetariamente; somente será registrada como

resultado do exercício:

a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada;

b) se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou perdas efetivos;

c) no caso de companhia aberta, com observância das normas expedidas pela

Comissão de Valores Mobiliários.

Portanto, trata-se de uma afirmativa CORRETA.

GABARITO

51 C

TC/RO 2013 – Questão 052 - Estoques ENUNCIADO


52 Em períodos inflacionários, os estoques avaliados pelo método UEPS costumam apresentar valores monetários mais altos do que teriam se fossem avaliados pelo método PEPS. Essa situação ocorre também com relação ao resultado do exercício, cujo valor será maior caso se utilize o UEPS em vez do PEPS.

RESOLUÇÃO

Trata-se de uma questão sobre a avaliação de estoques, em função do método de controle de estoque utilizado.

Há, na teoria, três métodos possíveis: (a) o método PEPS, primeiro que entra, primeiro que sai, (b) o método da média ponderada móvel e (c) o método UEPS, último que entra, primeiro que sai.



No caso do método PEPS, o estoque final - EF (representando o que ainda não foi vendido), está avaliado pelo preço das últimas aquisições e, consequentemente, o custo das mercadorias vendidas - CMV (representando o que já foi vendido) está avaliado pelo preço das aquisições mais antigas. Ora, em situações inflacionárias, esse método resulta em um menor valor para o CMV, um maior valor para o EF e, por consequência, um lucro bruto maior.

No método da média ponderada móvel o estoque final - EF (representando o que ainda não foi vendido), está avaliado pelo preço médio das aquisições e, consequentemente, o custo das mercadorias vendidas - CMV (representando o que já foi vendido) também está avaliado por esse preço médio. Ora, em situações inflacionárias, esse método resulta em um valor intermediário para o CMV, para o EF e para o lucro bruto, em comparação aos demais métodos.

Por fim, no caso do método UEPS, o estoque final - EF (representando o que ainda não foi vendido), está avaliado pelo preço das aquisições mais antigas e, consequentemente, o custo das mercadorias vendidas - CMV (representando o que já foi vendido) está avaliado pelo preço das últimas aquisições. Ora, em situações inflacionárias, esse método resulta em um maior valor para o CMV, um menor valor para o EF e, por consequência, um lucro bruto menor.

Com base nessa teoria, vamos agora analisar a questão. No enunciado é afirmado que “Em períodos inflacionários, os estoques avaliados pelo método UEPS costumam apresentar valores monetários mais altos do que teriam se fossem avaliados pelo método PEPS. Essa situação ocorre também com relação ao resultado do exercício, cujo valor será maior caso se utilize o UEPS em vez do PEPS”. Ora, sabemos que, em períodos inflacionários, o método UEPS resulta lucro bruto menor.

Portanto, a assertiva está ERRADA.

GABARITO

52 E

TC/RO 2013 - Questão 053 – Ativo Financeiro Com relação aos critérios de avaliação de ativos e seus efeitos no patrimônio de uma companhia aberta, julgue os itens a seguir.

53 Um ativo financeiro classificado como empréstimos ou contas a receber deve ser mensurado pelo seu custo histórico amortizado, que será atualizado pela taxa de juros efetiva da operação, devendo-se reconhecer o efeito dessa atualização em contas de resultado.

RESOLUÇÃO

A questão versa sobre o critério de mensuração de ativo financeiro classificado como empréstimo ou contas a receber, assunto tratado pelos parágrafos 45 e 46 do Pronunciamento Técnico CPC n° 38:

45. Para a finalidade de medir um ativo financeiro após o reconhecimento inicial,

este Pronunciamento classifica os ativos financeiros nas quatro categorias

definidas no item 9:

...



(c) empréstimos e contas a receber

...

46. Após o reconhecimento inicial, a entidade deve mensurar os ativos financeiros,

incluindo os derivativos que sejam ativos, pelos seus valores justos sem nenhuma

dedução dos custos de transação em que possa incorrer na venda ou em outra

alienação, exceto quanto aos seguintes ativos financeiros:

(a) empréstimos e contas a receber conforme definidos no item 9, que devem ser

mensurados pelo custo amortizado usando o método dos juros efetivos;

...

Ora, de acordo com o item A do parágrafo 46, os empréstimos e contas a receber devem ser mensurados pelo custo amortizado usando o método dos juros efetivos.

Portanto, a afirmativa está CORRETA.

NOTA DE ATUALIZAÇÃO:

A partir de 01/01/2018, o Pronunciamento CPC 38 foi substituído pelo Pronunciamento CPC 48. A seguir, apresentamos as duas mais importantes alterações, acerca: (a) dos critérios aplicáveis para classificação do instrumento financeiro (título) nas categorias existentes e (b) das denominações dadas a cada categoria, a apresentação de suas características, critério de avaliação dos títulos nela enquadrados e sua contabilização.

A tabela abaixo indica, de forma comparativa, o critério de classificação dos instrumentos financeiros nas categorias:

Critério de Classificação dos Instrumentos Financeiros

CPC 38 CPC 48

Intenção de utilização de cada título Enquadramento do título no modelo de negócios da empresa

. Destinação . Intenção / destinação

. Individual . Grupo de títulos semelhantes

Repare que a intenção continua sendo o principal critério de classificação do título. Porém, agora é necessário fundamentar essa intenção a partir do modelo de negócios da empresa e, assim, grupos de títulos semelhantes tenderão a ter a mesma classificação.

A seguir, apresentamos o cotejo (considerando os pronunciamentos CPC 38 e 48) das denominações de cada categoria, suas características, critérios de avaliação dos títulos e sua contabilização.

Categorias Designação Características Avaliação Contabilização

A CPC 38 Empréstimos e Recebíveis

Decorrencia de operações normais Custo Juros eventuais

CPC 48 Empréstimos e Recebíveis Decorrencia de operações normais

(-) Perdas Esperadas

reconhecidos no resultado

B CPC 38 Mantidos até o Vencimento

Intenção de manter até o resgate

Custo Amortizado juros

CPC 48 Avaliados ao custo amortizado

Intenção de receber apenas principal e juros

- Curva do Papel


C CPC 38 Disponíveis para Venda Residual Valor Justo Juros no



resultado e

CPC 48 Avaliados a VJ p/ outros res. abrangentes

Intenção de receber principal e juros ou vender

- Curva do Mercado

AVJ contra o PL (aj. aval. patr.)

D CPC 38 Destinados à Negociação

Intenção de venda no mercado Valor Justo juros e AVJ

CPC 48 Avaliados a VJ p/meio do resultado Residual

- Curva do Mercado


Analisando a questão à luz da normatização atual, verifica-se que não há alteração do resultado.

GABARITO

53 C

TC/RO 2013 - Questão 054 – Ativo Financeiro ENUNCIADO


54 Os ativos financeiros classificados na categoria disponíveis para venda estão sujeitos à avaliação pelo seu valor justo, devendo-se reconhecer o efeito dessa avaliação como outros resultados abrangentes, enquanto os referidos ativos financeiros não forem baixados da contabilidade.

RESOLUÇÃO

A questão versa sobre o critério de mensuração de ativo financeiro classificado como empréstimo ou contas a receber, assunto tratado pelos parágrafos 45 e 55 do Pronunciamento Técnico CPC n° 38:

45. Para a finalidade de medir um ativo financeiro após o reconhecimento inicial,

este Pronunciamento classifica os ativos financeiros nas quatro categorias

definidas no item 9:

...

(d) ativos financeiros disponíveis para venda.

55. O ganho ou a perda proveniente de alteração no valor justo de ativo financeiro

... deve ser reconhecido como segue:

...

(b) o ganho ou a perda resultante de ativo financeiro disponível para venda deve

ser reconhecido como outros resultados abrangentes (...), exceto no caso de

perdas no valor recuperável (...) e de ganhos e perdas cambiais (...), até que o



ativo financeiro seja desreconhecido, momento em que o ganho ou a perda

cumulativo anteriormente reconhecido com outros resultados abrangentes deve

ser reconhecido no resultado. Contudo, os juros calculados usando o método dos

juros efetivos (...) é reconhecido no resultado (...). Os dividendos resultantes de

instrumento patrimonial disponível para venda são reconhecidos no resultado

quando o direito da entidade de recebê-los é estabelecido (...).

Portanto, a assertiva está CORRETA.





CPC 38 CPC 48

















- Curva do Papel


C CPC 38 Disponíveis para Venda Residual Valor Justo

Juros no resultado e



- Curva do Mercado





- Curva do Mercado





GABARITO

54 C

TC/RO 2013 - Questão 055 - Estoques ENUNCIADO


55 Sempre que o valor de mercado das matérias-primas mantidas em estoque por uma empresa for inferior ao seu custo de aquisição, o valor contábil dessas matérias-primas sofrerá redução por meio de um crédito em uma conta retificadora de ativo, em contrapartida a um registro a débito na conta ajustes a valor de mercado, que pertence ao patrimônio líquido.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre perdas esperadas em estoques. Essas perdas têm por base o disposto no art. 183 da Lei das S/A, segundo o qual os estoques devem ser avaliados por seu valor realizável:


critérios:

...

II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da

companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em

almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para

ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior;

Saliente-se que não há, na Lei, dispositivo determinando o registro do ajuste a valor de mercado de mercadorias e produtos no Patrimônio Líquido. Portanto, o ajuste a valor de mercado é registrado a débito do resultado.

Assim, verifica-se que a assertiva está ERRADA.

GABARITO

55 E

TC/RO 2013 - Questão 056 - AVP ENUNCIADO




56 Os direitos decorrentes de vendas a prazo classificados no ativo realizável a longo prazo estão sujeitos a ajuste a valor presente, cujo efeito contábil é a redução simultânea do ativo e do resultado da empresa detentora desses direitos.

RESOLUÇÃO

Esta questão versa sobre o conceito de Ajuste a Valor Presente, assunto tratado no art. 183 da Lei das S/A:


critérios:

...

VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a

valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante.

A técnica do ajuste a valor presente de ativos está descrita no Pronunciamento Técnico CPC n° 12 e é a seguinte:

- do valor do direito a receber decorrente de operações de venda a longo prazo, é deduzido o montante correspondente aos juros embutidos na transação; e

- a diferença é registrada em conta retificadora do ativo, a ser realizada no período compreendido entre a venda e o recebimento, a crédito de receitas financeiras.


GABARITO

56 C

STJ 2015 – Questão 051 – Estoques

ENUNCIADO

Com relação aos critérios de avaliação de ativos de companhias abertas, julgue os itens a seguir.

O imposto de importação e os impostos não recuperáveis junto ao fisco, diretamente atribuíveis à aquisição de mercadorias destinadas à revenda, devem compor o custo de aquisição desses estoques.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre os componentes do custo dos estoques, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 16 – Estoques. Especificamente, no parágrafo 11 do pronunciamento, os elementos componentes do custo dos estoques são apresentados, conforme a seguir.

11. O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os

impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco),

bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente



atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos

comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na

determinação do custo de aquisição. (Nova Redação dada pela Revisão CPC nº. 1,

de 8/01/2010)

Repare que os impostos de importação e os impostos não recuperáveis junto ao fisco devem – sim – compor o custo.

Didaticamente, devemos nos lembrar da regra de composição do custo: “entra no estoque e sai pelo custo TUDO O QUE FOI PAGO E QUE NÃO SERÁ DEVOLVIDO”. Ora, os impostos de importação e outros não recuperáveis têm que ser pagos para aquisição do estoque e, como eles não serão recuperados (devolvidos), devem compor o custo.

Portanto, trata-se de uma assertiva CORRETA.

GABARITO

C

STJ 2015 – Questão 052 – Estoques

ENUNCIADO


Valores anormais de desperdício de matéria-prima não são considerados custos de estoques e devem ser reconhecidos como despesas do período em que ocorreu o desperdício.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre o tratamento dado a perdas anormais de matéria-prima, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 16 – Estoques. De acordo com o parágrafo 38 do pronunciamento, essa perda é imediatamente reconhecida como despesa, conforme a seguir:

38. O valor do estoque baixado, reconhecido como despesa durante o período, o qual é

denominado frequentemente como custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços

vendidos, consiste nos custos que estavam incluídos na mensuração do estoque que

agora é vendido. Os custos indiretos de produção eventualmente não alocados aos

produtos e os valores anormais de custos de produção devem ser reconhecidos como

despesa do período em que ocorrem, sem transitar pelos estoques, dentro desse mesmo

grupo, mas de forma identificada. As circunstâncias da entidade também podem admitir

a inclusão de outros valores, tais como custos de distribuição.

Normalmente, a matéria-prima compõe o custo de fabricação dos produtos em estoque que, quando vendidos, têm seu custo reconhecido no resultado. Porém uma perda anormal não compõe o custo do estoque, sendo diretamente reconhecida no resultado.

Portanto, temos aqui uma assertiva CORRETA.



GABARITO

C

STJ 2015 – Questão 059 – Instrumentos Financeiros

ENUNCIADO

Julgue os itens subsequentes, no que se refere à adequação da classificação contábil dos eventos no balanço patrimonial de uma companhia aberta.

As variações no valor justo de instrumentos financeiros devem ser registradas no patrimônio líquido, em uma conta de reserva de capital denominada Ajustes de Avaliação Patrimonial, a qual pode apresentar saldo contábil credor ou devedor.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre Ajustes de Avaliação Patrimonial, referentes a instrumentos financeiros avaliados a valor justo.

Com efeito, os instrumentos financeiros classificados como disponíveis para venda têm seu saldo ajustado ao respectivo valor justo, a cada período, e a diferença entre o saldo anterior e o novo saldo é reconhecida diretamente no Patrimônio Líquido, como Ajustes de Avaliação Patrimonial.

Na questão, é afirmado que esses Ajustes de Avaliação Patrimonial são classificados como reserva de capital.

Ocorre que, na verdade, os Ajustes de Avaliação Patrimonial são itens autônomos do Patrimônio Líquido, conforme se depreende da leitura do art. 178 da Lei das S/A:

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do

patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a

análise da situação financeira da companhia.

...

§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:

...

III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de

avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos

acumulados.

Portanto, temos aqui uma assertiva ERRADA







CPC 38 CPC 48

















- Curva do Papel


C CPC 38 Disponíveis para Venda Residual Valor Justo

Juros no resultado e



- Curva do Mercado





- Curva do Mercado



GABARITO

E

SEE-DF 2016 - Questão 71 – Influência significativa 71 A posse de instrumento que conceda potencial direito de voto prontamente exercível ou conversível deve ser considerada para fins de avaliação de influência significativa de uma entidade em outra e, em decorrência, de consolidação de demonstrações contábeis.

( ) Certo.

( ) Errado.

Resolução



Esta é uma questão sobre o conceito de influência significativa, para fins de identificação de controle e, consequentemente, da necessidade de consolidação de demonstrações contábeis. Esse assunto é tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 36 - Demonstrações Consolidadas.

Para resolução, é necessário conhecer o conceito de controle e de influência significativa.

De acordo com o parágrafo 7° do pronunciamento, o investidor é controlador se tiver poder de decisão sobre a investida, direito a retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento com a investida (ex. lucros) e capacidade de usar o poder para afetar o valor de seus retornos.

7. Assim, o investidor controla a investida se, e somente se, o investidor possuir

todos os atributos seguintes:

(a) poder sobre a investida (ver itens 10 a 14);

(b) exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu

envolvimento com a investida (ver itens 15 e 16); e

(c) a capacidade de utilizar seu poder sobre a investida para afetar o valor de

seus retornos (ver itens 17 e 18).

De acordo com o parágrafo 3° do Pronunciamento Técnico CPC 18 - Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto, a influência significativa é o poder de participar das decisões da investida.

3. Os termos a seguir são utilizados neste Pronunciamento com os seguintes

significados:

...

Influência significativa é o poder de participar das decisões sobre políticas

financeiras e operacionais de uma investida, mas sem que haja o controle

individual ou conjunto dessas políticas.

Por fim, o parágrafo 7° do Pronunciamento Técnico CPC 18, aborda exatamente a situação referida no enunciado da questão, afirmando que os direito potenciais exercíveis devem ser considerados na avaliação da influência significativa ou controle.

7. A entidade pode ter em seu poder direitos de subscrição, opções não

padronizadas de compras de ações (warrants), opções de compra de ações,

instrumentos de dívida ou patrimoniais conversíveis em ações ordinárias ou outros

instrumentos semelhantes com potencial de, se exercidos ou convertidos, conferir

à entidade poder de voto adicional ou reduzir o poder de voto de outra parte sobre

as políticas financeiras e operacionais da investida (isto é, potenciais direitos de

voto). A existência e a efetivação dos potenciais direitos de voto prontamente

exercíveis ou conversíveis, incluindo os potenciais direitos de voto detidos por

outras entidades, devem ser consideradas na avaliação de a entidade possuir ou

não influência significativa ou controle. Os potenciais direitos de voto não são

exercíveis ou conversíveis quando, por exemplo, não podem ser exercidos ou

convertidos até uma data futura ou até a ocorrência de evento futuro.

Ora, essa é exatamente a afirmação do enunciado, portanto a questão está correta.



Gabarito: C

SEFAZ-RS 2017 - Questão 56 - Natureza das contas Um registro de débito na contabilidade de uma empresa tem o efeito de

A aumentar os ativos e reduzir os passivos.

B aumentar tanto os ativos como os passivos.

C reduzir tanto os ativos como os passivos.

D neutralidade: não altera nem os ativos nem os passivos.

E reduzir os ativos e aumentar os passivos.

Resolução

Esta é uma questão sobre a natureza das contas. Para resolução é necessário saber o efeito do débito e do crédito no saldo das contas, conforme sua classificação.

A tabela a seguir apresenta os referidos efeitos

Débito Crédito

Ativo Aumento Redução

Passivo Redução Aumento

PL Redução Aumento

Receita Redução Aumento

Despesa Aumento Redução

Portanto, um débito tem o condão de aumentar o saldo de Ativo e reduzir o saldo de Passivos, conforme alternativa de letra A.

Gabarito: A

SEFAZ-RS 2017 - Questão 58 - Contas de resultado A respeito das contas de receitas e despesas, assinale a opção correta.

A As contas de receitas e despesas são contas de resultado, também denominadas de contas temporárias, pois seus saldos são encerrados para a apuração do resultado da entidade.

B As contas de receitas e despesas, denominadas contas patrimoniais, são encerradas no final do período para a apuração do resultado.

C Despesa corresponde à entrada de elementos para o ativo, sob a forma de dinheiro ou de direitos a receber.

D Receitas representam o reconhecimento de um passivo, com o aumento de obrigações a serem cumpridas para com clientes.

E As contas de despesas são de natureza credora, e as contas de receita são de natureza devedora.

Resolução



Esta é uma questão sobre a definição de contas de resultado. Para resolução, é necessário saber que as contas de resultado se classificam em receitas (aumentos de patrimônio, de natureza credora) e despesas (reduções do patrimônio, de natureza devedora). É necessário também saber que essas contas devem ser encerradas ao final do exercício, com o respectivo saldo líquido transferido para o patrimônio líquido.

À luz desses conceitos, analisaremos – a seguir – cada assertiva do enunciado.

A As contas de receitas e despesas são contas de resultado, também denominadas de contas temporárias, pois seus saldos são encerrados para a apuração do resultado da entidade.

CORRETO.

B As contas de receitas e despesas, denominadas contas patrimoniais, são encerradas no final do período para a apuração do resultado.

ERRADO. As contas de receitas e despesas são denominadas contas de resultado,

e não patrimoniais.

C Despesa corresponde à entrada de elementos para o ativo, sob a forma de dinheiro ou de direitos a receber.

ERRADO. A entrada de elementos implica aumento do ativo e pode representar

receita, mas não despesa.

D Receitas representam o reconhecimento de um passivo, com o aumento de obrigações a serem cumpridas para com clientes.

ERRADO. O reconhecimento de um passivo implica seu aumento e pode

representar despesa, mas não receita.

E As contas de despesas são de natureza credora, e as contas de receita são de natureza devedora.

ERRADO. As contas de despesa tem natureza devedora e as de receita, natureza

credora.

Pelo exposto, verifica-se correta a alternativa de letra A.

Gabarito: A

06/07. Escrituração e Contabilização de Operações Diversas

- conceitos, lançamentos contábeis, elementos essenciais, fórmulas de lançamentos, livros de escrituração, métodos e processos, regime de competência e regime de caixa

- juros

- descontos

- tributos



- aluguéis

- variação monetária/cambial

- folha de pagamento

- compras, vendas e provisões

- depreciação e baixa de bens

TCU 2013 – Questão 104 – Variação Cambial ENUNCIADO


104 A variação cambial sobre obrigações com fornecedores estrangeiros impacta o saldo da conta fornecedores, mas a mercadoria importada que continuar em estoque poderá não receber tal atualização.

RESOLUÇÃO

Trata-se de uma questão cuja resolução demanda o conhecimento do critério de avaliação de itens monetários em moeda estrangeira. Tanto a definição de item monetário quanto sua avaliação constam do Pronunciamento Técnico CPC número 02, conforme a seguir:

- um item monetário é aquele que caracteriza o direito de receber ou a obrigação de entregar uma quantia, conforme parágrafo 16 do pronunciamento, abaixo:

16. A característica essencial de item monetário é o direito a receber (ou a

obrigação de entregar) um número fixo ou determinável de unidades de moeda.

Alguns exemplos incluem: passivos de planos de pensão ou outros benefícios a

empregados a serem pagos com caixa; provisões que devem ser liquidadas em

caixa; e dividendos a serem distribuídos com caixa, que são reconhecidos como

passivos. Da mesma forma, um contrato que preveja o direito a receber (ou a

obrigação de entregar) um número variável de instrumentos patrimoniais da

própria entidade ou uma quantidade variável de ativos, cujo valor justo a ser

recebido (ou a ser entregue) iguala-se a um número fixo ou determinável de

unidades de moeda, é considerado item monetário. Por outro lado, a

característica essencial de item não monetário é a ausência do direito a receber

(ou da obrigação de entregar) um número fixo ou determinável de unidades de

moeda. Alguns exemplos incluem: adiantamento a fornecedores de mercadorias;

adiantamento a prestadores de serviços; aluguéis antecipados; goodwill; ativos

intangíveis; estoques; imobilizado; e provisões a serem liquidadas mediante a

entrega de ativo não monetário.

- o item monetário deve ser convertido pela taxa de câmbio do fechamento, a cada período, conforme parágrafo 23 do pronunciamento, abaixo:



23. Ao término da cada período de reporte:

(a) os itens monetários em moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-se a

taxa de câmbio de fechamento;

(b) os itens não monetários que são mensurados pelo custo histórico em moeda

estrangeira devem ser convertidos, usando-se a taxa de câmbio vigente na data

da transação;

...

Pois bem, no enunciado, é pedido o comportamento das contas FORNECEDORES e MERCADORIAS.

Ora, a obrigação registrada na conta FORNECEDORES (item monetário), constará no balanço patrimonial, ao final do período, pelo valor atualizado de acordo com a taxa de câmbio. Porém, o recurso registrado na conta MERCADORIAS (item não monetário), constará no Balanço Patrimonial, ao final do período, por seu valor original.

Assim, verificamos que a assertiva está correta.

GABARITO

104 C

TCU 2013 – Questão 106 – Estoques ENUNCIADO


106 O saldo do estoque de mercadoria apurado pelo método da média ponderada móvel deve ser inferior ao apurado pelo método primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS) e superior ao apurado pelo método último a entrar, primeiro a sair (UEPS).

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão que versa sobre critérios de controle de estoque de mercadorias (a) PEPS, (b) UEPS e (c) MÉDIA PONDERADA MÓVEL. Portanto, para sua resolução, é necessário conhecer a definição de cada um desses critérios.

De acordo com o critério PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair):



- a cada compra, as novas mercadorias adquiridas não se misturam com as anteriores, sendo necessário controle delas em separado;

- a cada venda, é dada baixa da mercadoria mais antiga no estoque.

Em períodos inflacionários, esse critério é o que resulta no maior valor para o estoque porque as mercadorias mais antigas (teoricamente de menor valor) já teriam saído do estoque, restando nele as mercadorias mais novas (teoricamente de maior valor).

De acordo com o critério UEPS (último a entrar, primeiro a sair):

- a cada compra, as novas mercadorias adquiridas não se misturam com as anteriores, sendo necessário controle delas em separado;

- a cada venda, é dada baixa da mercadoria mais recente no estoque.

Em períodos inflacionários, esse critério é o que resulta no menor valor para o estoque porque as mercadorias mais novas (teoricamente de maior valor) já teriam saído do estoque, restando nele as mercadorias mais antigas (teoricamente de menor valor).

Por fim, no método da média ponderada móvel:

- a cada compra, é necessário fazer a média de preço de todos os insumos comprados, em estoque;

- a cada venda, é dada baixa da mercadoria pelo valor médio.

Em períodos inflacionários, a utilização desse método resulta em um valor intermediário para o estoque final.

Porém, como no enunciado não é especificado se estamos – ou não – em período inflacionário, não se pode concordar com a questão.

Assim, verificamos que a assertiva está ERRADA.

GABARITO

106 E

TCU 2013 – Questão 108 - Estoques ENUNCIADO




108 Considere que um item de estoque destinado à venda esteja contabilmente registrado por R$ 100,00, possua custos estimados de negociação de R$ 8,00 e seja normalmente negociado pelos participantes do mercado por R$ 90,00. Nesse caso, o valor realizável líquido do item deverá ser ajustado, o que produzirá impacto negativo na demonstração do resultado do exercício.

RESOLUÇÃO

A resolução dessa questão demanda o conhecimento dos critérios de avaliação do estoque, que se encontram em duas fontes: (a) o art. 183 da Lei das S/A e o Pronunciamento Técnico CPC n° 16.

Especificamente, a questão trata do ajuste ao valor realizável líquido, que é o preço de venda do bem, deduzido das despesas necessárias à venda.

Pois bem, no Pronunciamento Técnico CPC, esse assunto está disposto da seguinte forma:

9. Os estoques objeto deste Pronunciamento devem ser mensurados pelo valor de

custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor.

6. Os seguintes termos são usados neste Pronunciamento, com os significados

especificados:

...

Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios

deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados

necessários para se concretizar a venda.

Por sua vez, a Lei das S/A trata o assunto da seguinte forma:


critérios:

...

§ 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo:

...

b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante

venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a

venda, e a margem de lucro;



Assim, com base nas normas acima, calculamos o valor realizável do estoque e a perda por ajuste a esse valor realizável, de acordo com a memória de cálculo a seguir:

( ) Preço de venda 90,00

(-) Custos estimados de negociação -8,00

(=) Valor realizável 82,00

(-) Valor contábil -100,00

(=) Perda por ajuste ao valor realizável -18,00

No caso, deverá ser reconhecida uma perda de R$ 18,00 por ajuste do estoque ao valor realizável. Assim, verifica-se que a assertiva está correta.

GABARITO

108 C

TCU 2013 – Questão 109 – Custos de transação ENUNCIADO


109 De acordo com o regime de competência, os custos de transação incorridos na aquisição de ações de emissão própria devem impactar o resultado da entidade no exercício em que for efetuada a transação.

RESOLUÇÃO

A resolução dessa questão demanda o conhecimento do tratamento contábil dos custos de transação incorridos na aquisição de ações de emissão própria, ou seja, gastos na aquisição de ações em tesouraria.

Esse assunto é tratado pelos parágrafos 8 e 9 do Pronunciamento Técnico CPC n° 08 – Custos de transação. Resumidamente, esses gastos não devem ser reconhecidos no resultado, devendo compor o custo da aquisição das ações em tesouraria. A seguir, esses parágrafos encontram-se reproduzidos:

8. A aquisição de ações de emissão própria e sua alienação são também

transações de capital da entidade com seus sócios e igualmente não devem afetar

o resultado da entidade.

9. Os custos de transação incorridos na aquisição de ações de emissão da própria

entidade devem ser tratados como acréscimo do custo de aquisição de tais ações.



Ora, na questão é afirmado justamente o contrário, que esses gastos deveriam impactar o resultado da entidade no exercício em que fosse efetuada a transação.

Portanto, conclui-se que a assertiva esteja ERRADA.

GABARITO

109 E

TC/RO 2013 - Questão 067 – ações em tesouraria ENUNCIADO

Julgue os itens de 67 a 72, relativos a impactos no patrimônio de uma companhia aberta.

67 Ao adquirir ações de emissão própria, uma companhia apresentará, no valor de seu patrimônio líquido, redução em valor igual ao custo de aquisição dessas ações, que inclui os custos de transação incorridos na operação.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre a estrutura da Demonstração das Mutações do PL, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 26, porém sua resolução demanda o conhecimento dos lançamentos contábeis relativos a fatos que afetam o Patrimônio líquido.

No enunciado é referido o fato contábil aquisição de ações de emissão própria (em tesouraria):

D = Ações em Tesouraria (conta retificadora do PL)

C = a Caixa / Bancos (Ativo) Pelo custo da operação

Portanto, há efetiva redução do PL nessa transação.

O problema agora é identificar o custo dessa operação, assunto tratado pelo Pronunciamento técnico CPC n° 8:

Contabilização da aquisição de ações de emissão própria (Ações em tesouraria)

8. A aquisição de ações de emissão própria e sua alienação são também

transações de capital da entidade com seus sócios e igualmente não devem afetar

o resultado da entidade.

9. Os custos de transação incorridos na aquisição de ações de emissão da própria

entidade devem ser tratados como acréscimo do custo de aquisição de tais ações.

Pelo que se encontra acima exposto, os custos de transação (despesas bancárias, honorários de consultores etc.) devem ser tratados como acréscimo ao custo de aquisição.

Portanto, a assertiva está CORRETA.

GABARITO



67 C

TC/RO 2013 - Questão 068 – Reserva para contingência ENUNCIADO


68 A reversão de uma reserva para contingências, que ocorre no exercício em que deixem de existir as razões que justificaram sua constituição ou em que se verifique a perda, é um evento que altera o valor do patrimônio líquido da empresa envolvida na transação.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre a estrutura da Demonstração das Mutações do PL, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 26, porém sua resolução demanda também o conhecimento da redação da Lei das S/A, que determina as situações em que a reserva para contingências deva ser revertida.

Com efeito, no art. 195 da Lei das S/A, é determinada essa reversão quando (a) deixarem de existir as razões que ensejaram a constituição da reserva ou (b) quando a contingência efetivamente ocorra.

Art. 195. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração,

destinar parte do lucro líquido à formação de reserva ...

§ 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que

justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda.

Portanto, até aqui, a assertiva está correta.

Entretanto, no enunciado, também é afirmado que esse é um evento que altera o valor do patrimônio líquido da empresa envolvida na transação.

Ora, a reversão da reserva deve se dar em contrapartida da conta LPA, no PL:

D = Reserva para Contingência (PL)

C = a LPA (PL) pelo valor revertido.

Repare que ambas as contas envolvidas no lançamento são pertencentes ao PL e, assim, o valor (saldo total) do PL não é alterado.

Pelo exposto, verifica-se que a assertiva está ERRADA.

GABARITO

68 E

TC/RO 2013 - Questão 069 - Provisões ENUNCIADO




69 Uma empresa que fabrique e venda eletrodomésticos com garantia contra prováveis defeitos, se julgar provável que tais defeitos venham a ocorrer em alguns itens, deve registrar uma provisão para garantias, a qual, simultaneamente, reduzirá o resultado da empresa e aumentará o valor dos seus passivos exigíveis.

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão sobre os critérios de constituição de provisão, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 25.

No enunciado, é referida a situação em que um fabricante vende bens com garantia contra defeitos julgados prováveis. Essa situação está descrita no Exemplo 1 do Anexo C do Pronunciamento, conforme abaixo reproduzido:

Apêndice C

Exemplos: reconhecimento

...

Exemplo 1 – Garantia

Um fabricante dá garantias no momento da venda para os compradores do seu

produto. De acordo com os termos do contrato de venda, o fabricante

compromete a consertar, por reparo ou substituição, defeitos de produtos que se

tornarem aparentes dentro de três anos desde a data da venda. De acordo com a

experiência passada, é provável (ou seja, mais provável que sim do que não) que

haverá algumas reclamações dentro das garantias.

Obrigação presente como resultado de evento passado que gera obrigação – O

evento que gera a obrigação é a venda do produto com a garantia, o que dá

origem a uma obrigação legal.

Saída de recursos envolvendo benefícios futuros na liquidação – Provável para as

garantias como um todo (ver item 24).

Conclusão – A provisão é reconhecida pela melhor estimativa dos custos para

consertos de produtos com garantia vendidos antes da data do balanço (ver itens

14 e 24).

Repara-se que, no caso, há saída provável de recursos, portanto, a provisão deverá ser constituída e que há possibilidade de mensurar essa saída, portanto, a provisão deverá ser calculada com base na melhor estimativa disponível. Nesse sentido, cabe referência aos parágrafos 14 e 24 do pronunciamento.

14. Uma provisão deve ser reconhecida quando:

(a) a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como

resultado de evento passado;

b) seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam

benefícios econômicos para liquidar a obrigação; e



(c) possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação

24. Quando há várias obrigações semelhantes (por exemplo, garantias sobre

produtos ou contratos semelhantes), a avaliação da probabilidade de que uma

saída de recursos será exigida na liquidação deverá considerar o tipo de obrigação

como um todo. Embora possa ser pequena a probabilidade de uma saída de

recursos para qualquer item isoladamente, pode ser provável que alguma saída de

recursos ocorra para o tipo de obrigação. Se esse for o caso, uma provisão é

reconhecida (se os outros critérios para reconhecimento forem atendidos).

Pelo exposto, verifica-se que a assertiva está CORRETA.

GABARITO

69 C

TC/RO 2013 - Questão 070 – Operações com Seguros ENUNCIADO


70 Seguros pagos antecipadamente diminuem o resultado da empresa no momento do pagamento, provocando, assim, uma redução concomitante no saldo de uma conta de disponibilidades.

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão sobre lançamentos contábeis, relativos a operações com seguros. Para sua resolução, é necessário saber que, em razão do princípio da competência, no momento do pagamento (antecipado) do seguro, surge uma despesa antecipada, a ser registrada no ativo circulante da entidade. Somente à medida que o prazo do seguro flui, é que esse pagamento é apropriado como despesa, pro rata tempore, no resultado.

A seguir, os lançamentos referentes à operação:

(1) na contratação

D = Seguros a Vencer (despesa antecipada) AC

C = a Caixa (disponibilidades) AC

(2) durante a vigência da apólice

D = Despesa com seguros (resultado) Despesa

C = a Seguros a Vencer (despesa antecipada) AC

No enunciado é referida a situação do pagamento da apólice e é afirmada a diminuição do resultado nesse momento. Ora, nesse momento, é registrado o lançamento (1) acima, que não enseja diminuição do resultado.

Portanto, verifica-se que a afirmativa está ERRADA.

GABARITO



70 E

TC/RO 2013 - Questão 071 – ágio na aquisição de investimento ENUNCIADO


71 O ágio pago na aquisição de participações acionárias avaliadas pelo método da equivalência patrimonial, com fundamento econômico na diferença de valor dos ativos líquidos da investida, deve ser baixado do ativo da investidora proporcionalmente à realização dos ativos que lhe deu origem, a débito da conta de resultado de equivalência patrimonial.

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão sobre a aplicação do método da equivalência patrimonial, aplicável à avaliação de investimentos permanentes em controladas e coligadas, assunto tratado pela Interpretação ICPC09.

De acordo com essa interpretação, o investimento deverá ser dividido em três elementos: (i) valor patrimonial, (ii) mais, ou menos, valia e (iii) goodwill, ou compra vantajosa.

No enunciado, é referida a expressão “ágio pago na aquisição de participações acionárias com fundamento na diferença de valor dos ativos líquidos da investida”. Essa expressão não é utilizada no texto da interpretação, mas tem o mesmo sentido da expressão “mais valia” ou “ágio por mais valia de ativos líquidos”, utilizadas no texto. Portanto, para resolução da questão iremos considerar essas expressões como sinônimas.

Pois bem, o valor da mais valia deve ser realizado à medida que o elemento patrimonial (no patrimônio da investida) for realizado. Isso é necessário porque o método da equivalência patrimonial considera o valor justo do patrimônio da investida e isso implica a realização da mais valia a débito do resultado.

Pelo exposto, verifica-se que a assertiva está CORRETA.

GABARITO

71 C

TC/RO 2013 - Questão 072 - Provisões ENUNCIADO


72 Ativos contingentes devem ser reconhecidos na contabilidade sempre que for possível a entrada de benefícios futuros para a empresa. Desse modo, a contrapartida do reconhecimento desses ativos deve ocorrer em uma conta de receita.

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão sobre o tratamento dado a ativos contingentes, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 25, Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes.



Pois bem, nesse pronunciamento o ativo contingente é definido como um recurso apenas possível, cuja existência ainda necessita ser confirmada por evento futuro.

Ativo contingente é um ativo possível que resulta de eventos passados e cuja

existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos

futuros incertos não totalmente sob controle da entidade.

No parágrafo 31 do pronunciamento, é claramente colocado que o ativo contingente não deve ser reconhecido no patrimônio da entidade.

Ativo contingente

31. A entidade não deve reconhecer um ativo contingente.

2. Os ativos contingentes surgem normalmente de evento não planejado ou de

outros não esperados que dão origem à possibilidade de entrada de benefícios

econômicos para a entidade. Um exemplo é uma reivindicação que a entidade

esteja reclamando por meio de processos legais, em que o desfecho seja incerto.

No enunciado, é afirmado que o ativo contingente deveria ser reconhecido.

Portanto, a afirmativa está ERRADA.

GABARITO

72 E


Em 2013, determinada empresa passou a comercializar tablets. No primeiro trimestre de 2013, essa empresa efetuou as seguintes operações relacionadas a esse produto:

compras

02/jan 200 unidades a R$ 300,00 (cada)

01/fev 300 unidades a R$ 320,00 (cada)

01/mar 400 unidades a R$ 300,00 (cada)

vendas

15/jan 100 unidades a R$ 1.400,00 (cada)

18/fev 300 unidades a R$ 1.200,00 (cada)

18/mar 200 unidades a R$ 1.100,00 (cada)

Com base nessas informações, julgue os itens a seguir, referentes ao controle de estoque.

89 O custo do referido tablet vendido no trimestre informado é menor quando calculado pelo método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) que quando calculado pelo método da média ponderada móvel.



RESOLUÇÃO

A presente questão versa sobre métodos de controle do estoque. Para sua resolução, é necessário apurar o custo considerando a ficha de controle de estoque permanente, com a utilização de cada um desses métodos.

(1) Média Ponderada Móvel

Data Entrada Saída Saldo

Qtd. V. Un. V. Tot. Qtd. V. Un. V. Tot. Qtd. V. Un. V. Tot.

2-jan 200 300,00 60.000,00

200 300,00 60.000,00

15-jan

100 300,00 30.000,00 100 300,00 30.000,00

1-fev 300 320,00 96.000,00

400 315,00 126.000,00

18-fev

300 315,00 94.500,00 100 315,00 31.500,00

1-mar 400 300,00 120.000,00

500 303,00 151.500,00

18-mar 200 303,00 60.600,00 300 303,00 90.900,00

185.100,00

(2) PEPS – Primeiro que entre, primeiro que sai



2-jan 200 300,00 60.000,00 200 300,00 60.000,00

15-jan 100 300,00 30.000,00 100 300,00 30.000,00

1-fev 300 320,00 96.000,00 300 320,00 96.000,00

100 300,00 30.000,00

18-fev 100 300,00 30.000,00

200 320,00 64.000,00 100 320,00 32.000,00

1-mar 400 300,00 120.000,00 400 300,00 120.000,00

100 320,00 32.000,00

18-mar

100 320,00 32.000,00

100 300,00 30.000,00 300 300,00 90.000,00

186.000,00

O custo apurado pelo método PEPS é de R$ 186.000,00, enquanto pela método da Média, é de apenas R$ 185.100,00. Portanto, de fato, o custo apurado pelo método PEPS é MAIOR do que o custo apurado pelo método da Média.

Entretanto, no enunciado, é afirmado o contrário, de que o custo do referido tablet vendido no trimestre informado seria menor quando calculado pelo método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) que quando calculado pelo método da média ponderada móvel.

Portanto, verifica-se que a assertiva está ERRADA.



GABARITO

89 E


Em 2013, determinada empresa passou a comercializar tablets. No primeiro trimestre de 2013, essa empresa efetuou as seguintes operações relacionadas a esse produto:

compras

02/jan 200 unidades a R$ 300,00 (cada)

01/fev 300 unidades a R$ 320,00 (cada)

01/mar 400 unidades a R$ 300,00 (cada)

vendas

15/jan 100 unidades a R$ 1.400,00 (cada)

18/fev 300 unidades a R$ 1.200,00 (cada)

18/mar 200 unidades a R$ 1.100,00 (cada)

Com base nessas informações, julgue os itens a seguir, referentes ao controle de estoque.

90 No final de fevereiro de 2013, é correto afirmar que a empresa apresentava saldo na conta estoque do referido tablet no valor de R$ 32.000,00, com base no método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai).

RESOLUÇÃO

A presente questão versa sobre métodos de controle do estoque. Para sua resolução, é necessário apurar o custo considerando a ficha de controle de estoque permanente, com a utilização método PEPS – Primeiro que entra, primeiro que sai.



2-jan 200 300,00 60.000,00 200 300,00 60.000,00

15-jan 100 300,00 30.000,00 100 300,00 30.000,00

1-fev 300 320,00 96.000,00 300 320,00 96.000,00

100 300,00 30.000,00

18-fev 100 300,00 30.000,00

200 320,00 64.000,00 100 320,00 32.000,00

1-mar 400 300,00 120.000,00 400 300,00 120.000,00

100 320,00 32.000,00



18-mar

100 320,00 32.000,00

100 300,00 30.000,00 300 300,00 90.000,00

186.000,00

No enunciado, é afirmado que, no final de fevereiro de 2013, seria correto afirmar que a empresa apresentava saldo na conta estoque do referido tablet no valor de R$ 32.000,00, com base no método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai).

Ora, no final de fevereiro, a empresa tinha em estoque 100 unidades da mercadoria, avaliadas por R$ 320,00 a unidade, o que resulta em um saldo de R$ 32.000,00.

Portanto, verificamos que a assertiva está CORRETA.

GABARITO

90 C

TCU 2014 – Questão 128 – Arrendamento Mercantil ENUNCIADO

Considere que, em um contrato de arrendamento de determinado ativo, cujo tempo estimado de vida útil seja de cinco anos, tenham sido estabelecidos os seguintes itens: prazo de vigência de 50 meses, soma das prestações com 95% do valor justo do bem na data do início do contrato e uma cláusula que prevê que, no final do contrato, a empresa arrendatária possa exercer a opção de compra, desembolsando um valor que represente cerca de 5% do valor justo do bem na data da opção. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens que se seguem.

128 A empresa arrendatária deverá, durante a vigência do contrato, contabilizar a depreciação do bem, calculada numa base sistemática, lançando crédito em conta patrimonial de depreciação acumulada, e débito em conta de resultado, ou de custo no caso de um ativo utilizado na produção.

RESOLUÇÃO

A situação tratada no enunciado caracteriza a operação de arrendamento mercantil financeiro, em que se transfere à arrendatária praticamente todos os riscos e benefícios do recurso arredado. Nessa situação, conforme determinado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 06, a operação deve ser tratada contabilmente, pela arrendatária, como uma compra financiada:

(a) Reconhecimento inicial.

No momento da contratação, devem ser reconhecidos (i) o ativo e (ii) um passivo, em montante equivalente ao valor justo do bem arrendado, ou do valor presente dos pagamentos mínimos, se esse for inferior (considerando taxa de juros implícita do arrendamento ou a taxa de financiamento do arrendatário).

(b) mensurações subsequentes.

Os pagamentos mínimos são compostos por amortização da dívida e encargos financeiros, imputados a cada período de forma exponencial, considerada a taxa implícita da transação. Devem ser reconhecidas: (a) a despesa de depreciação relativa a ativos depreciáveis e (b) a despesa financeira para cada período contábil.



Conhecida a teoria, vejamos o enunciado da questão. Nele é afirmado que “A empresa arrendatária deverá, durante a vigência do contrato, contabilizar a depreciação do bem, calculada numa base sistemática, lançando crédito em conta patrimonial de depreciação acumulada, e débito em conta de resultado, ou de custo no caso de um ativo utilizado na produção”.

Ora, esse é exatamente o tratamento dados à mensuração dos elementos patrimoniais relacionados à operação, nos períodos subsequentes. Portanto, a afirmativa está CORRETA.

GABARITO

128

C

TCU 2014 – Questão 129 – Arrendamento Mercantil ENUNCIADO

Considere que, em um contrato de arrendamento de determinado ativo, cujo tempo estimado de vida útil seja de cinco anos, tenham sido estabelecidos os seguintes itens: prazo de vigência de 50 meses, soma das prestações com 95% do valor justo do bem na data do início do contrato e uma cláusula que prevê que, no final do contrato, a empresa arrendatária possa exercer a opção de compra, desembolsando um valor que represente cerca de 5% do valor justo do bem na data da opção. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens que se seguem.

129 A empresa arrendatária deverá reconhecer o ativo como imobilizado, aumentando o ativo total, no momento da opção de compra, quando a propriedade do bem é transferida para a empresa.

RESOLUÇÃO

A situação tratada no enunciado caracteriza a operação de arrendamento mercantil financeiro, em que se transfere à arrendatária praticamente todos os riscos e benefícios do recurso arredado. Nessa situação, conforme determinado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 06, a operação deve ser tratada contabilmente, pela arrendatária, como uma compra financiada:

(a) Reconhecimento inicial.

No momento da contratação, devem ser reconhecidos (i) o ativo e (ii) um passivo, em montante equivalente ao valor justo do bem arrendado, ou do valor presente dos pagamentos mínimos, se esse for inferior (considerando taxa de juros implícita do arrendamento ou a taxa de financiamento do arrendatário).

(b) mensurações subsequentes.

Os pagamentos mínimos são compostos por amortização da dívida e encargos financeiros, imputados a cada período de forma exponencial, considerada a taxa implícita da transação. Devem ser reconhecidas: (a) a despesa de depreciação relativa a ativos depreciáveis e (b) a despesa financeira para cada período contábil.

Conhecida a teoria, vejamos o enunciado da questão. Nele é afirmado que “A empresa arrendatária deverá reconhecer o ativo como imobilizado, aumentando o ativo total, no momento da opção de compra, quando a propriedade do bem é transferida para a empresa”. Ora, o ativo já está reconhecido no momento da contratação do arrendamento, e por uma quantia que inclui também o valor presente da opção de compra. Portanto, ao final do



período do arrendamento, com a realização da opção de compra, o desembolso deverá ser realizado a débito do passivo.


GABARITO

129

E

TCU 2014 – Questão 132 - Estoques ENUNCIADO

Em relação à apuração de resultados, controle de estoque e custo das vendas, julgue o próximo item.

132 Determinada empresa comercial levantou, ao final do mês, os saldos contábeis apresentados a seguir, cujos valores estão em reais. Nesse caso, o custo da mercadoria vendida no mês é superior a R$ 4.300 e o lucro bruto é inferior a R$ 3.000.

abatimento sobre compras 100,00

compras de mercadorias 5.000,00

devolução de compras 300,00

devolução de vendas 400,00

estoque saldo final do mês 1.000,00

estoque saldo início do mês 1.000,00

frete sobre vendas 200,00

ICMS a recolher 2.000,00

ICMS a recuperar 850,00

ICMS sobre vendas 1.500,00

vendas de mercadorias 9.200,00

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre a apuração do custo da mercadoria vendida (CMV) e do resultado com mercadorias (Lucro Bruto). Para resolução, é necessário conhecer (a) a fórmula de apuração do CMV e (b) a estrutura da Demonstração do Resultado.

Antes de realizarmos a resolução da questão propriamente dita, é necessário fazer uma crítica a seu enunciado. Repare que, no enunciado, são apresentados valores para as contas (i) ICMS a recolher, (ii) ICMS a recuperar e (iii) ICMS sobre vendas. Sabemos que os lançamentos referentes a essas contas são os lançamentos de compra e de venda:

(a) compra

D = estoque

D = ICMS a recuperar



C = a Caixa

(b) venda

D = ICMS sobre vendas

C = a ICMS a recolher

Portanto, com os valores apresentados no enunciado poderíamos concluir que os saldo inicial da conta ICMS a recolher fosse 500,00 e, com o ICMS sobre as vendas do período, de 1.500,00, tivesse chegado a 2.000,00. Já o saldo inicial da conta ICMS a recuperar seria zero e, com as compras do período, tivesse alcançado o valor de 850,00.

Com essas considerações, poderíamos resolver a questão e chegar à conclusão de que a afirmativa estaria ERRADA.

(1) Apuração do CMV

( ) Estoque Inicial 1.000,00

(+) Compras Líquidas 3.750,00 => ( ) Compras de mercadorias 5.000,00

(-) Estoque Final -1.000,00

(-) Abatimento sobre compras -100,00

(=) CMV 3.750,00

(-) Devolução de compras -300,00

(-) ICMS a recuperar -850,00

(=) Compras Líquidas 3.750,00

(2) Apuração do Resultado com Mercadorias (Lucro Bruto)

( ) Vendas de Mercadorias 9.200,00

(-) Devolução de vendas -400,00

(-) ICMS sobre vendas -1.500,00

(-) CMV -3.750,00

(=) Lucro Bruto 3.550,00

Porém, o examinador entendeu que não deveriam ser considerados os valores das contas patrimoniais ICMS a recolher e ICMS a recuperar, devendo ser considerado que o valor das compras de mercadorias, de 5.000,00, já estaria líquido desse tributo.

Então, partindo desse pressuposto, poderíamos resolver a questão e chegar à conclusão de que a afirmativa estaria CORRETA.

(1) Apuração do CMV

( ) Estoque Inicial 1.000,00

(+) Compras Líquidas 4.600,00 => ( ) Compras de mercadorias 5.000,00

(-) Estoque Final -1.000,00

(-) Abatimento sobre compras -100,00

(=) CMV 4.600,00

(-) Devolução de compras -300,00

(=) Compras Líquidas 4.600,00

(2) Apuração do Resultado com Mercadorias (Lucro Bruto)

( ) Vendas de Mercadorias 9.200,00



(-) Devolução de vendas -400,00

(-) ICMS sobre vendas -1.500,00

(-) CMV -4.600,00

(=) Lucro Bruto 2.700,00

Portanto, conforme gabarito, trata-se de uma afirmativa CORRETA, em que pese entendermos que a questão poderia ter sido anulada.

GABARITO

132

C

TCU 2015 – Questão 128 – Debêntures ENUNCIADO

Em relação ao reconhecimento, à mensuração e à evidenciação dos fatos contábeis, julgue os itens a seguir.

O lançamento contábil de conversão de debêntures em ações pelo mesmo valor da emissão inicial não envolve contas de ativo.

RESOLUÇÃO

A presente questão versa sobre o conceito de debêntures. Debêntures são títulos de crédito privativos de sociedade anônima, que conferem a seus titulares um direito de crédito contra a companhia emitente, remunerando os credores, com a possibilidade de sua conversão em ações. As debêntures são emitidas pela sociedade Anônima como forma de obtenção de empréstimo direto perante o público (ao contrário dos empréstimos normais, geralmente contratados com instituições financeiras e que apresentam – via de regra - taxas de juros mais altas e prazos mais exíguos). O lançamento referido no enunciado é o de conversão de debêntures em ações:

D = Debêntures a pagar (passivo)

C = a Capital Social (patrimônio Líquido) XX.XXX,XX

Repare que esse lançamento não envolve contas de ativo. Portanto, a assertiva está correta.

GABARITO

C

TCU 2015 – Questão 128 - Provisões ENUNCIADO


Uma companhia aérea que se comprometer a conceder viagens gratuitas aos clientes cadastrados em seu programa de milhagem deverá contabilizar uma provisão no momento em que as receitas de passagens aéreas forem reconhecidas.

RESOLUÇÃO



A presente questão versa sobre o conceito de provisão.

Provisões são passivos reconhecidos no patrimônio, portanto, como quaisquer passivos, representam obrigações (i) decorrentes de eventos passados, (ii) com valor mensurável e (iii) com expectativa de saída de recursos para sua liquidação.

Entretanto, enquanto os demais passivos representam obrigações definidas (em termos de valor e prazo de exigibilidade), as provisões apresentam um grau maior de incerteza, quanto: (a) ao valor, somente pode ser mensurado por estimativa e (b) ao momento de sua liquidação.

Portanto, as provisões são obrigações com passivos somente podem ser mensurados com o emprego de um elevado grau de estimativa.

No enunciado é referida a obrigação de concessão de viagens gratuitas em função de programas de milhagem.

Repare que o fato que enseja o reconhecimento da provisão é a venda de passagens aéreas. Ora, à medida que clientes compram passagens aéreas da companhia, eles adquirem o direito à milhas, que se converterão (pelo menos essa é a expectativa) em viagens gratuitas.

Assim, a obrigação decorre de fato passado, mas seu valor somente pode ser apurado por estimativa, considerando a experiência passada.

Portanto, a assertiva está correta.

GABARITO

C

Telebras – 2015 – Questão 051 – Participações Societárias

ENUNCIADO

De acordo com a normatização contábil em vigor, julgue os itens que se seguem com base nas atualizações da contabilidade brasileira da última década.

51 Dividendos de controladas devem ser reconhecidos nas demonstrações separadas da entidade controladora no momento em que se transformarem em caixa.

RESOLUÇÃO

Trata-se de questão sobre participações societárias permanentes em controladas, assunto tratado na Interpretação ICPC 09. No Brasil, há três possibilidades de apresentação desses recursos nas demonstrações: (a) em demonstrações consolidadas, (b) em demonstrações individuais, pelo método da equivalência patrimonial e (c) em demonstrações separadas, quando a essência da participação não estiver no controle da atividade da controlada, mas no interesse em ganhos sobre os respectivos instrumentos patrimoniais.

Em específico, é referido no enunciado o tratamento contábil dos dividendos distribuídos em demonstrações separadas, qual seja, o reconhecimento de receita quando da declaração ou recebimento. Nesse sentido, cabe reproduzir o parágrafo 16 da ICPC 09:

16. Quando da avaliação dos investimentos nas demonstrações separadas pelo método do custo, a investidora deve reconhecer receita ou despesa apenas quando da declaração ou recebimento dos dividendos (ou outras formas de distribuição de resultado da investida) ou quando da alienação ou outra forma de baixa de tais investimentos.



Assim, de acordo com o regime de competência, independentemente do efetivo recebimento, os dividendos a receber já devem ser reconhecidos, em contrapartida de receita, quando declarados como devidos pela investida.

Portanto, a assertiva está errada.

GABARITO

E

Telebras 2015 – Questão 056 – Ágio na Aquisição de Investimento

ENUNCIADO

A respeito da elaboração do balanço patrimonial, da demonstração do resultado do exercício, da demonstração do resultado abrangente e de operações a elas relacionadas, julgue os itens subsequentes.

56 O ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) é registrado pelo seu custo incorrido, e está sujeito a depreciação, quando aplicável, bem como a ajuste pelo valor recuperável, caso este seja menor que o valor contábil líquido.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre o tratamento dado ao ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill). Esse tratamento está previsto no parágrafo 25 da Interpretação ICPC 09, conforme a seguir reproduzido:

25. O ágio (goodwill) apurado na forma do item 23(b), por ter vida útil indefinida, não será amortizado (ressalvado o disposto nos itens 40 a 43) e deve ser submetido a teste de recuperabilidade (impairment), conforme Pronunciamento Técnico CPC 01.

Repara-se que ele não será amortizado, devendo ter seu valor mantido, salvo ajuste a valor recuperável.

Ora, no enunciado, é afirmado que ele estaria sujeito à depreciação.

Portanto, temos aqui uma afirmativa errada.

GABARITO

E

Telebras 2015 – Questão 070 – Estoques

ENUNCIADO

Julgue os itens subsecutivos, relativos ao tratamento contábil de ativos circulantes.

70 Situação hipotética: Uma mercadoria foi adquirida pelo valor contábil líquido de R$ 100,00 e necessitará de custos adicionais de R$ 5,00 para poder ser colocada no mercado. O preço de venda dessa mercadoria é R$ 115,00 e estima-se que haverá custos de venda de R$ 4,00.

Assertiva: Nessa situação, o valor realizável líquido dessa mercadoria é inferior a R$ 100,00.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre operações com mercadorias, especificamente sobre o ajuste ao valor realizável. Esse assunto é tratado pelo Pronunciamento CPC n° 16.



No parágrafo 6, é definido o conceito de valor realizável líquido: Preço de venda, deduzido dos custos estimados para a conclusão e dos gastos necessário à venda.

Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda.

No parágrafo 9, o critério de avaliação, custo ou valor realizável líquido, dos dois o menor.

9. Os estoques objeto deste Pronunciamento devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor.

Aplicando esses conceitos ao que consta no enunciado, temos o seguinte:

( ) Valor de Aquisição 100,00

(-) Valor Realizável

( ) Preço de Venda 115,00

(-) Custos Adicionais -5,00

(-) Despesas de Venda -4,00 -106,00

(=) Perda 0,00 Limitada a zero

Pelo que se encontra exposto, o valor realizável líquido é R$ 106,00, superior a R$ 100,00 e, portanto, a afirmativa está errada.

GABARITO

E

STJ 2015 – Questão 053 – Variação Cambial

ENUNCIADO


As disponibilidades em moeda estrangeira devem ter seus saldos contábeis convertidos para a moeda nacional com base na taxa de câmbio corrente na data do balanço. As variações cambiais resultantes dessa conversão devem ser registradas em conta de receita, caso haja valorização do real em relação à moeda estrangeira, ou em conta de despesa, se houver desvalorização do real em relação à moeda estrangeira.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre o critério de avaliação de moeda estrangeira. Como a moeda estrangeira se encaixa no conceito de item monetário, esse assunto é tratado no Pronunciamento Técnico CPC n° 2 - Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações contábeis.

De acordo com os parágrafos 16 e 23 do pronunciamento, o item monetário:

- caracteriza um direito a receber um número identificável de unidades de moeda;



- deve ter seu valor atualizado ao final de cada período pela taxa de câmbio vigente.

16. A característica essencial de item monetário é o direito a receber (ou a obrigação de entregar) um número fixo ou determinável de unidades de moeda. ... 23. Ao término da cada período de reporte: (a) os itens monetários em moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-se a taxa de câmbio de fechamento; ...

No caso, temos saldo em moeda estrangeira. Portanto, para entender a regra acima, vamos utilizar – como exemplo – a situação de US$ 1.000,00, adquiridos no momento em que a taxa de câmbio era de R$ 2,00 por dólar. => 2,00 * US$ 1,000.00 = R$ 2.000,00

Agora, vejamos o efeito da variação da taxa em dois cenários diferentes, a valorização do real ou sua desvalorização:

(1) Valorização do real – taxa de câmbio R$ 1,50 por dólar.

=> 1,50 * US$ 1,000.00 = R$ 1.500,00

( ) Valor Final 1.500,00

(-) Valor Inicial -2.000,00

(=) Perda Cambial -500,00 Despesa

Lançamento

D = Despesa com Perda Cambial

C = a Saldos em Moeda Estrangeira 500,00

(2) Desvalorização do Real – taxa de câmbio R$ 3,00 por dólar

=> 3,00 * US$ 1,000.00 = R$ 3.000,00

( ) Valor Final 3.000,00

(-) Valor Inicial -2.000,00

(=) Perda Cambial 1.000,00 Receita

Lançamento

D = Saldos em Moeda Estrangeira

C = a Receita com Ganho Cambial 1.000,00

Ora, no enunciado, é afirmado justamente o contrário, que a valorização do real implicaria receita e sua desvalorização, despesa.

Portanto, temos aqui uma assertiva ERRADA.

GABARITO

E

STJ 2015 – Questão 054 – Provisões

ENUNCIADO



Uma companhia aberta que fabrica aparelhos celulares vende o seu produto oferecendo garantia ao cliente no momento da venda. No contrato de venda, o fabricante compromete-se a consertar, por meio de reparo ou substituição do aparelho, defeitos que vierem a se tornar aparentes dentro de três anos, a partir da data da venda. A experiência passada revela que é provável que haja reclamações dentro do período de cobertura da garantia.

O fabricante tem condições de fazer uma estimativa confiável do valor com o qual terá que arcar em caso de danos nos aparelhos.

Com base na situação hipotética apresentada e nos pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, julgue os itens que se seguem.

A restrição, nesse caso, para o reconhecimento contábil de uma provisão está relacionada à inexistência de uma obrigação presente.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre o reconhecimento de Provisões e Passivos Contingentes, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 25. De acordo com esse pronunciamento, provisões:

- são passivos, ou seja, obrigações:

- presentes, decorrentes de eventos passados,

- de valor mensurável e

- com expectativa de saída de recursos para sua liquidação

- que apresentam um grau maior de incerteza quanto:

- ao valor, que somente pode ser mensurado por estimativa, e

- ao momento de sua liquidação.

Por outro lado, o passivo contingente é caracterizado pelas situações:

- obrigação presente porém sem valor mensurável por estimativa confiável;

- obrigação apenas possível, dependente de evento futuro, mas com boa probabilidade de saída de recursos;

- obrigação remota, dependente de evento futuro e com pouca probabilidade de saída de recursos.

Enquanto provisões devem ser reconhecidas nas demonstrações, os passivos contingentes não devem ter esse reconhecimento.

A tabela a seguir ilustra e resume o que foi acima exposto.

Probabilidade de Ocorrência do Desembolso Tratamento Contábil Classificação

Mensurável por meio de Provisão reconhecida Provisão

Obrigação estimativa confiável Divulgação em notas explicativas

Presente e Provável Não mensurável por inexistência Provisão não reconhecida

Passivo Contingente

de estimativa confiável Divulgação em notas explicativas

Obrigação Possível Provisão não reconhecida

- mais provável que não haja saída de recursos do que sim Divulgação em notas explicativas



Obrigação Remota Provisão não reconhecida

Sem divulgação em notas explicativas

No caso de nossa questão, temos uma obrigação presente, de realização de consertos em aparelhos vendidos com garantia, derivada de evento passado (a venda do aparelho) e cujo valor pode ser estimado com base na experiência. Portanto, temos aqui uma provisão a ser reconhecida.

Ora, no enunciado, é afirmada a inexistência de uma obrigação presente.


GABARITO

E

STJ 2015 – Questão 055 – Provisões

ENUNCIADO

Uma companhia aberta que fabrica aparelhos celulares vende o seu produto oferecendo garantia ao cliente no momento da venda. No contrato de venda, o fabricante compromete-se a consertar, por meio de reparo ou substituição do aparelho, defeitos que vierem a se tornar aparentes dentro de três anos, a partir da data da venda. A experiência passada revela que é provável que haja reclamações dentro do período de cobertura da garantia.

O fabricante tem condições de fazer uma estimativa confiável do valor com o qual terá que arcar em caso de danos nos aparelhos.

Com base na situação hipotética apresentada e nos pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, julgue os itens que se seguem.

O fabricante está diante de uma situação que configura a existência de um passivo contingente. Nesse caso, o procedimento contábil apropriado é a divulgação desse passivo contingente em notas explicativas.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre o reconhecimento de Provisões e Passivos Contingentes, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 25. De acordo com esse pronunciamento, provisões:

- são passivos, ou seja, obrigações:

- presentes, decorrentes de eventos passados,

- de valor mensurável e

- com expectativa de saída de recursos para sua liquidação

- que apresentam um grau maior de incerteza quanto:

- ao valor, que somente pode ser mensurado por estimativa, e

- ao momento de sua liquidação.

Por outro lado, o passivo contingente é caracterizado pelas situações:

- obrigação presente porém sem valor mensurável por estimativa confiável;



- obrigação apenas possível, dependente de evento futuro, mas com boa probabilidade de saída de recursos;

- obrigação remota, dependente de evento futuro e com pouca probabilidade de saída de recursos.

Enquanto provisões devem ser reconhecidas nas demonstrações, os passivos contingentes não devem ter esse reconhecimento.

A tabela a seguir ilustra e resume o que foi acima exposto.





Passivo Contingente






No caso de nossa questão, temos uma obrigação presente, de realização de consertos em aparelhos vendidos com garantia, derivada de evento passado (a venda do aparelho) e cujo valor pode ser estimado com base na experiência. Portanto, temos aqui uma provisão a ser reconhecida.

Ora, no enunciado, é referida a configuração de passivo contingente, sem reconhecimento nas demonstrações contábeis, apenas com divulgação em notas explicativas.


GABARITO

E

STJ 2015 – Questão 058 – Debêntures

ENUNCIADO


A captação de recursos por meio de debêntures gera um passivo para a sociedade emissora do título. Em caso de debêntures emitidas com prêmio, o valor desse prêmio também será reconhecido em conta de passivo e deve ser apropriado ao resultado ao longo do prazo de vigência das debêntures.

RESOLUÇÃO



Esta é uma questão sobre a captação de recursos de terceiros, por meio de emissão de debêntures, assunto tratado tanto pela Lei das S/A quanto pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 8 - Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários.

Debêntures são títulos de crédito emitidos por companhias, que podem ser remunerados por juros ou participação nos lucros e, ao final, podem ser convertidos em ação. A figura do prêmio na emissão de debêntures ocorre quando o montante captado do público é superior ao valor da obrigação constante do título.

Por exemplo, considere uma série de debêntures com valor de R$ 100.000,00 que foi adquirida por credores pelo valor de R$ 120.000,00. Ora, os R$ 20.000,00 captados a maior, geralmente por uma expectativa do mercado de participações em altos valores de lucros esperados, configuram o prêmio na emissão de debêntures.

O tratamento contábil desse tipo de operação se encontra no parágrafo 12 do pronunciamento:

12. Os encargos financeiros incorridos na captação de recursos junto a terceiros devem ser apropriados ao resultado em função da fluência do prazo, pelo custo amortizado usando o método dos juros efetivos. Esse método considera a taxa interna de retorno (TIR) da operação para a apropriação dos encargos financeiros durante a vigência da operação. A utilização do custo amortizado faz com que os encargos financeiros reflitam o efetivo custo do instrumento financeiro e não somente a taxa de juros contratual do instrumento, ou seja, incluem-se neles os juros e os custos de transação da captação, bem como prêmios recebidos, ágios, deságios, descontos, atualização monetária e outros. Assim, a taxa interna de retorno deve considerar todos os fluxos de caixa, desde o valor líquido recebido pela concretização da transação até todos os pagamentos feitos ou a serem efetuados até a liquidação da transação.

No caso, teríamos uma configuração patrimonial da seguinte forma:

ATIVO PASSIVO

Caixa 120.000,00

Debêntures a pagar 100.000,00

Recursos 50.000,00 Prêmios a apropriar 20.000,00

PL

Capital 50.000,00

Repare que tanto as debêntures como os prêmios a apropriar são reconhecidos no passivo.


GABARITO

C

TC/RN – Questão 061 – Financiamentos

ENUNCIADO




161 No momento da aquisição de um bem financiado, a origem do recurso é registrada em uma conta de natureza credora, e a aplicação, em uma conta do ativo.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre a natureza das contas, assunto relacionado com a natureza das contas.

Pois bem, são de natureza devedora (aumentam de saldo por débitos e reduzem o saldo por créditos) as contas de ativo, e despesa. Por outro lado, são de natureza credora (aumentam de saldo por créditos e reduzem o saldo por débitos) as contas de passivo, patrimônio líquido e receita.

Além disso, sabemos que débito é, por definição, a aplicação de valor em um elemento, do patrimônio ou do resultado. Sabemos também que crédito, por definição, é a origem do valor aplicado no patrimônio ou no resultado.

No caso da questão é referida a compra financiada de um recurso. Nesse caso, o lançamento é registrado, por exemplo, na aquisição de um recurso de 5 mil reais, da seguinte forma:

D = Recurso adquirido (Ativo)

C = a Financiamentos a pagar (Passivo) 5.000,00

A figura a seguir ilustra o lançamento acima, considerando um patrimônio inicial de R$ 1.000,00 em caixa, aportado pelos sócios.

ATIVO PASSIVO

Caixa 1.000,00

Financ. a Pagar 5.000,00

Recurso 5.000,00

PL

Capital 1.000,00

Repare que a aplicação de valor ocorre no ativo e a origem em conta de passivo, que tem natureza credora.


GABARITO

C

SEE-DF 2016 - Questão 73 – Estrutura do PL 73 Ajustes de avaliação patrimonial é conta do patrimônio líquido e constitui um tipo de reserva de capital.

( ) Certo.



( ) Errado.

Resolução

Esta é uma questão sobre a estrutura do patrimônio líquido, assunto tratado pela Lei das S/A.

Para resolução, é necessário conhecer os conceitos de ajustes de avaliação patrimonial e de reservas de capital.

De acordo com o § 1º do art. 182 da Lei, as reservas de capital são utilizadas para registrar contribuições de terceiros interessados no resultado futuro da sociedade, na forma de ágio na emissão de ações e alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição.

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por

dedução, a parcela ainda não realizada.

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte

do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância

destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações

de debêntures ou partes beneficiárias;

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

Por outro lado, os ajustes de avaliação patrimonial são definidos no parágrafo 3º do artigo, como contrapartida de variações temporárias no valor de elementos patrimoniais, por sua avaliação a valor justo.

§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não

computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência,

as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do

ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos

previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores

Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177 desta Lei.

Assim, diferentemente do que é afirmado no enunciado, esses dois conceitos não se confundem. Portanto, a questão está errada.

Gabarito: E

SEE-DF 2016 - Questão 80 – Ágio na Aquisição de Investimento 80 Caso tenha sido reconhecida uma perda de valor realizável em um goodwill e se constate, em exercício subsequente, que houve recuperação do valor realizável, a perda reconhecida deverá ser revertida até o montante do valor originalmente reconhecido como perda.

( ) Certo.

( ) Errado.

Resolução



Esta é uma questão acerca dos conceitos de impairment (perda por ajuste ao valor recuperável), assunto tratado no pronunciamento técnico CPC n° 1, e goodwill (ágio por expectativa de rentabilidade futura), assunto tratado no pronunciamento técnico CPC n° 15 – combinação de negócios e, também, na interpretação técnica ICPC n° 09.

Para resolução, é necessário entender os dois conceitos.

O ajuste ao valor recuperável significa o reconhecimento de uma perda em um elemento patrimonial, pelo fato de que – em face de algum fato superveniente – o seu custo tenha se tornado superior àquilo que o elemento poderia valer para a entidade (seja pelo lucro decorrente de seu uso, seja pelo ganho decorrente de sua eventual venda). Assim, se um recurso foi adquirido por $100, mas – em face de um problema ocorrido – seu uso somente passasse a resultar num lucro de apenas $80 e sua venda, no valor de somente R$ 90, o máximo que se recuperaria desse bem seria $90 e, portanto, $10 estariam perdidos.

O goodwill, por sua vez, é definido como a diferença entre o valor pago por um negócio (uma sociedade formalizada ou mesmo uma atividade a ser explorada) e o valor justo (de mercado) dos recursos utilizados na atividade, ou existentes na sociedade, deduzidos das obrigações. Ora, se é pago pelo conjunto de recursos um valor superior à soma do valor desses recursos, é porque se espera que – com o uso – seja gerado um lucro futuro.

Agora, vejamos o que acontece se inicialmente é pago pelo controle de uma sociedade um valor que resulte em um goodwill de $10 e, em seguida, por questões de mercado, a expectativa de lucro futuro caísse para apenas $6. Nesse caso, a perda por ajuste a valor recuperável deveria ser reconhecida em $4, porque a expectativa de lucro futuro existente no momento da aquisição do investimento deixou de existir – ainda que em parte.

Entretanto, imagine que em um momento futuro as condições de mercado mudem e que surja nova expectativa de lucro futuro, agora em um total de $15. Nesse caso, não se restaura a expectativa inicial, porque essa é a expectativa de um outro lucro, decorrente de situação inexistente no momento da aquisição do investimento e para a qual não foi pago nenhum valor.

Portanto, o impairment de goodwill não é reversível.

Nesse sentido, cabe referir o parágrafo n° 124 do pronunciamento técnico CPC n° 1:

124. A perda por desvalorização reconhecida para o ágio por expectatia de

rentabilidade futura (goodwill) não deve ser revertida em período subsequente.

Ora, isso é contrário ao que foi afirmado no enunciado e, portanto, a questão está errada.

Gabarito: E

SEE-DF 2016 - Questão 81 - Debêntures 81 Os custos para colocação de debêntures em um mercado de livre concorrência, desde que não impliquem nenhum tipo de transação forçada, expressam um valor justo para o passivo debênture.

( ) Certo.

( ) Errado.

Resolução

Esta é uma questão sobre o conceito de debêntures.



As debêntures são títulos emitidos por sociedades por ação, para captação de recursos de terceiros (geralmente de longo prazo) e que podem ser remunerado com juros ou participação no resultado, bem como ao final de seu prazo, podem ser convertidos em ações.

O valor justo das debêntures é o valor líquido captado de terceiros pela emissão dos títulos, portanto, os custos de colocação não caracterizam o valor justo dos títulos, mas apenas o compõem (como dedução) do montante captado.

13. Os custos de transação incorridos na captação de recursos por meio da

contratação de instrumento de dívida (empréstimos, financiamentos ou títulos de

dívida tais como debêntures, notas comerciais ou outros valores mobiliários)

devem ser contabilizados como redução do valor justo inicialmente reconhecido do

instrumento financeiro emitido, para evidenciação do valor líquido recebido.

Portanto, a questão está errada.

Gabarito: E

SEFAZ-RS 2017 - Questão 59 - Escrituração A respeito do regime de competência e dos livros contábeis, julgue os itens a seguir.

I No regime de competência, as receitas são reconhecidas quando são ganhas, mesmo que não recebidas.

II No lançamento em livro diário, devem-se descrever o título e o saldo da conta.

III No livro razão, o confronto dos créditos e dos débitos denomina-se saldo.

IV De acordo com o regime de competência, as receitas e as despesas são consideradas em função dos recebimentos ou dos pagamentos.


A I e II.

B I e III.

C III e IV.

D I, II e IV.

E II, III e IV.

Resolução

Esta é uma questão sobre os critérios de escrituração. Para resolução, analisaremos – em separado – cada afirmativa do enunciado.

I No regime de competência, as receitas são reconhecidas quando são ganhas, mesmo que não recebidas.

CORRETO. De acordo com o regime de competência, as receitas são reconhecidas

independentemente de seu recebimento em moeda.

II No lançamento em livro diário, devem-se descrever o título e o saldo da conta.

ERRADO. No diário, o saldo da conta não é evidenciado (para isso, é necessário o

livro razão).



III No livro razão, o confronto dos créditos e dos débitos denomina-se saldo.

CORRETO. Esse é o cerne do método das partidas dobradas.

IV De acordo com o regime de competência, as receitas e as despesas são consideradas em função dos recebimentos ou dos pagamentos.

ERRADO. De acordo com o regime de competência, as receitas e as despesas são

consideradas INDEPENDENTEMENTE dos recebimentos ou dos pagamentos.

Pelo exposto, verificam-se corretas apenas as afirmativas I e III, conforme alternativa de letra B.

Gabarito: B

SEFAZ-RS 2017 - Questão 60 - Lançamentos Acerca dos registros de operações típicas empresariais, das operações com mercadorias e estoques, da apuração do resultado e de dividendos, julgue os itens a seguir.

I No fluxo de caixa, a compra de um terreno à vista é considerada uma atividade de investimento.

II Os abatimentos são obtidos ou concedidos em virtude de as empresas realizarem grandes compras de mercadorias.

III Os dividendos pagos no exercício são calculados na apuração do resultado, como dedutíveis de IRPJ e CSLL.

IV O pagamento de fretes de mercadorias enviadas a clientes não implica ajuste da conta estoques no sistema de inventário permanente.


A I e II.

B I e IV.

C II e III.

D I, III e IV.

E II, III e IV.

Resolução

Esta é uma questão sobre as técnicas contábeis de avaliação de ativos. Para resolução, analisaremos – em separado – cada uma das afirmativas do enunciado.

I No fluxo de caixa, a compra de um terreno à vista é considerada uma atividade de investimento.

CORRETO. As atividades de investimento consistem na aquisição (e posterior

utilização / baixa) de ativos de longo prazo.

II Os abatimentos são obtidos ou concedidos em virtude de as empresas realizarem grandes compras de mercadorias.



ERRADO. Os abatimentos são definidos como redução do preço de compra e

venda, por conta de avarias ou erros de especificação nas mercadorias.

III Os dividendos pagos no exercício são calculados na apuração do resultado, como dedutíveis de IRPJ e CSLL.

ERRADO. Os dividendos são apurados após o levantamento do lucro e, portanto,

tem a natureza de destinação do resultado.

IV O pagamento de fretes de mercadorias enviadas a clientes não implica ajuste da conta estoques no sistema de inventário permanente.

CORRETO. Os fretes sobre vendas são classificados como despesa operacional (de

venda).

Pelo exposto, verificam-se corretas apenas as afirmativas I e IV, conforme alternativa de letra B.

Gabarito: B

08/09. Balancete de verificação e Balanço Patrimonial

- conceitos, modelos e técnicas de elaboração

- conceitos, objetivo, composição


Com relação às funções e à estrutura das contas que compõem o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício, julgue os itens que se seguem.

78 O valor do ICMS, recuperável ou não, incidente sobre os bens adquiridos por uma empresa compõe o custo de aquisição desses bens e não deve ser reconhecido como despesa.

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão sobre os elementos componentes do custo dos estoques, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 16 e, em específico, por seu parágrafo 11, a seguir reproduzido:

11. O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os

impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco),

bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente

atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos



comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na

determinação do custo de aquisição.

Repare que o ICMS, quando recuperável, como no caso de aquisição de mercadoria para revenda, não deve compor o custo dos estoques (caracterizando direito creditório, a ser registrado na conta ICMS a Recuperar), porém no caso de ele não ser recuperável, como no caso de compra de bens para consumo interno da entidade, deve compor esse custo.

Ora, no enunciado, é afirmado que o ICMS comporia o custo, independentemente de ser, ou não, recuperável.


GABARITO

78 E

TC/RO 2013 – Questão 079 – Adiantamento de clientes ENUNCIADO


79 Adiantamentos de clientes é uma conta de passivo que representa o recebimento de recursos antecipadamente ao fornecimento dos bens ou serviços contratados pelo cliente. Os valores registrados nessa conta, que pode ser classificada como circulante ou não circulante, não devem ser reconhecidos como receita, enquanto os bens ou serviços contratados não forem entregues ao cliente.

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão sobre o reconhecimento do passivo relativo a adiantamento de clientes. Essa conta é reconhecida em situações nas quais o cliente entrega valores a nossa entidade, antes de ela entregar os bens ou serviços contratados.

D = Caixa (AC)

C = a Adiantamento de Clientes (PC / PNC) conforme o prazo da operação

Pelo princípio da competência, somente na entrega do bem ou do serviço é que esse valor será reconhecido como receita.

D = Adiantamento de Clientes (PC / PNC)

C = a Receita de Vendas (Resultado)

Ora, no enunciado, isso é claramente afirmado.

Portanto, trata-se de uma afirmativa CORRETA.

GABARITO

79 C



TC/RO 2013 – Questão 080 – Reserva de Incentivos Fiscais ENUNCIADO


80 As reservas de incentivos fiscais, que são reservas de capitais oriundas de doações ou subvenções governamentais para investimentos, devem compor o patrimônio líquido.

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão sobre a estrutura do Patrimônio Líquido, assunto tratado pela Lei das S/A.

Com efeito, no art. 195-A da Lei, essa reserva é definida, como uma reserva de lucro, nos seguintes termos:

Art. 195-A. A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração,

destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente

de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser

excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202

desta Lei).

Assim, quando do recebimento da subvenção, deverá ser reconhecida uma receita, que irá compor o resultado do período que, por sua vez, será transferido no momento do encerramento do exercício para o Patrimônio Líquido (conta LPA) e, somente, então, seu valor será transferido para reservas de lucro.

Ora, no enunciado, as reservas de incentivos fiscais, que são reservas de lucro, estão referidas como reservas de capitais.


GABARITO

80 E

TC/RO 2013 – Questão 087 – Grupos Patrimoniais - ARLP ENUNCIADO

No encerramento do exercício, determinada sociedade constituída por ações levantou os saldos diferentes de zero das contas representativas do ativo contábil, conforme apresentado na tabela abaixo.

contas do ativo R$

aplicações financeiras avaliadas a valor justo (longo prazo) 15.000

aplicações financeiras (curto prazo) 20.000

caixa e equivalentes de caixa 4.000

contas a receber 475.000



depósitos judiciais (longo prazo) 36.000

depreciação acumulada 119.000

estoques 274.000

imobilizado em andamento 16.000

imobilizado em operação 570.000

intangível 98.000

outros ativos circulantes 7.000

tributos a recuperar (longo prazo) 34.000

tributos a recuperar (curto prazo) 70.000

Com base nessas informações, julgue os itens que se seguem, relativos à elaboração do balanço patrimonial e sua análise vertical.

87 O valor do ativo realizável a longo prazo é igual a R$ 183.000,00.

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão sobre classificação de contas do Ativo, em seus grupos componentes, assunto tratado no Pronunciamento Técnico CPC n° 26.

Para resolução, classificaremos cada uma das contas apresentadas no enunciado.

contas do ativo R$ AC ARLP Inv. Imob. Intang.

aplicações financeiras avaliadas a valor justo (longo prazo) 15.000,00 15.000,00

aplicações financeiras (curto prazo) 20.000,00 20.000,00

caixa e equivalentes de caixa 4.000,00 4.000,00

contas a receber 475.000,00 475.000,00

depósitos judiciais (longo prazo) 36.000,00 36.000,00

depreciação acumulada 119.000,00 -119.000,00

estoques 274.000,00 274.000,00

imobilizado em andamento 16.000,00 16.000,00

imobilizado em operação 570.000,00 570.000,00

intangível 98.000,00 98.000,00

outros ativos circulantes 7.000,00 7.000,00

tributos a recuperar (longo prazo) 34.000,00 34.000,00

tributos a recuperar (curto prazo) 70.000,00 70.000,00

Totais 1.738.000,00 850.000,00 85.000,00 0,00 467.000,00 98.000,00

Agora, classificadas as contas, podemos passar à resolução da questão propriamente dita. No enunciado, é afirmado que o valor do ativo realizável a longo prazo – ARLP – seria igual a R$ 183.000,00.

Ora, calculamos o saldo do ARLP em R$ 85.000,00. Portanto, verificamos que a assertiva está ERRADA.



GABARITO

87 E

TC/RO 2013 – Questão 088 – Grupos Patrimoniais - Imobilizado ENUNCIADO

No encerramento do exercício, determinada sociedade constituída por ações levantou os saldos diferentes de zero das contas representativas do ativo contábil, conforme apresentado na tabela abaixo.

contas do ativo R$

aplicações financeiras avaliadas a valor justo (longo prazo) 15.000

aplicações financeiras (curto prazo) 20.000

caixa e equivalentes de caixa 4.000

contas a receber 475.000

depósitos judiciais (longo prazo) 36.000

depreciação acumulada 119.000

estoques 274.000

imobilizado em andamento 16.000

imobilizado em operação 570.000

intangível 98.000

outros ativos circulantes 7.000

tributos a recuperar (longo prazo) 34.000

tributos a recuperar (curto prazo) 70.000

Com base nessas informações, julgue os itens que se seguem, relativos à elaboração do balanço patrimonial e sua análise vertical.

88 O valor do imobilizado é maior que R$ 700.000,00.

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão sobre classificação de contas do Ativo, em seus grupos componentes, assunto tratado no Pronunciamento Técnico CPC n° 26.

Para resolução, classificaremos cada uma das contas apresentadas no enunciado.

contas do ativo R$ AC ARLP Inv. Imob. Intang.

aplicações financeiras avaliadas a valor justo (longo prazo) 15.000,00 15.000,00

aplicações financeiras (curto prazo) 20.000,00 20.000,00

caixa e equivalentes de caixa 4.000,00 4.000,00



contas a receber 475.000,00 475.000,00

depósitos judiciais (longo prazo) 36.000,00 36.000,00

depreciação acumulada 119.000,00 -119.000,00

estoques 274.000,00 274.000,00

imobilizado em andamento 16.000,00 16.000,00

imobilizado em operação 570.000,00 570.000,00

intangível 98.000,00 98.000,00

outros ativos circulantes 7.000,00 7.000,00

tributos a recuperar (longo prazo) 34.000,00 34.000,00

tributos a recuperar (curto prazo) 70.000,00 70.000,00

Totais 1.738.000,00 850.000,00 85.000,00 0,00 467.000,00 98.000,00

Agora, classificadas as contas, podemos passar à resolução da questão propriamente dita. No enunciado, é afirmado que o valor do imobilizado seria maior que R$ 700.000,00.

Ora, apuramos o saldo do Imobilizado em apenas R$ 467.000,00, portanto, verificamos que a assertiva está ERRADA.

GABARITO

88 E

TCU 2013 – Questão 105 – Estrutura do Passivo ENUNCIADO


105 O refinanciamento, junto ao poder público, de obrigações tributárias em atraso deve ser registrado no subgrupo de empréstimos e financiamentos.

RESOLUÇÃO

Em nosso curso, foi proposta a organização das obrigações componentes do Passivo em três grandes grupos:

(1) o grupo das obrigações com fornecedores, fiscais e outras – que representam obrigações decorrentes do funcionamento da entidade;

(2) Empréstimos, Financiamentos, Debêntures e outros títulos – que representam obrigações relacionadas ao financiamento das atividades da entidade; e

(3) Provisões – que representam obrigações com elevado grau de incerteza, acerca do valor e do momento esperado para sua quitação.

Pois bem, na questão é referido o refinanciamento de dívidas tributárias. Ora, os tributos são devidos pelo funcionamento da entidade. Portanto esse refinanciamento deverá ser registrado no grupo das obrigações fiscais.




GABARITO

105 E

STJ 2015 – Questão 057 – Adiantamento de Clientes

ENUNCIADO


Os adiantamentos recebidos de clientes são considerados passivos não monetários que podem ser classificados como passivo circulante ou passivo não circulante, a depender do prazo estipulado em contrato para a entrega do bem ou para a execução do serviço.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão cuja resolução depende do conhecimento da definição contábil de passivos monetários, em face de passivos não monetários, assunto tratado pelo Pronunciamento CPC n° 02 - Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis. De acordo com o parágrafo 16 do pronunciamento, o item monetário é caracterizado:

- pelo direito a receber um número identificável de unidades de moeda – no caso de ativo; ou

- pela obrigação de entregar um número identificável de unidades de moeda – no caso de passivo.

Pelo contrário, os itens não monetários são justamente definidos pela ausência desse tipo de direito ou obrigação.

A seguir, para fins de esclarecimento, encontra-se reproduzida a redação do referido parágrafo 16 do Pronunciamento Técnico CPC n° 02:



















No caso, temos referidos os adiantamentos recebidos de clientes. Ora, eles não caracterizam a obrigação de entrega de um número específico de unidades de moeda. Na verdade eles representam a obrigação de entregar um bem ou de realizar um serviço para o cliente.

Assim, os adiantamentos recebidos de clientes são considerados passivos não monetários.


GABARITO

C

SEE-DF 2016 - Questão 82 - Ajustes de avaliação patrimonial 82 A conta de ajuste de avaliação patrimonial, integrante do patrimônio líquido, representa a contrapartida de aumentos ou diminuições do valor de elementos patrimoniais avaliados a valor justo, podendo ter partes de seu valor transferidas diretamente para lucros ou prejuízos do exercício, quando da baixa dos itens patrimoniais que lhe deram causa.

( ) Certo.

( ) Errado.

Resolução

Esta é uma questão sobre a definição da conta de ajustes de avaliação patrimonial, assunto tratado pelo art. 182 da Lei das S/A.

Pois bem, os ajustes de avaliação patrimonial são definidos no parágrafo 3º do artigo, como contrapartida de variações temporárias no valor de elementos patrimoniais, por sua avaliação a valor justo.

§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não

computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência,

as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do

ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos

previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores

Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177 desta Lei.

Ora, isso está de acordo com o que é afirmado no enunciado da questão. Portanto, a questão está correta.

Gabarito: C

SEFAZ-RS 2017 - Questão 63 - Demonstrações Na elaboração do balanço patrimonial relativo ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2017, determinada sociedade anônima adotou os procedimentos a seguir.

I O resultado positivo do período foi apresentado em uma conta específica do patrimônio líquido, denominada lucros ou prejuízos acumulados.

II Para fins de avaliação contábil, considerou-se o valor justo das matérias-primas como o preço pelo qual esses ativos poderiam ter sido vendidos pela empresa na data do balanço.

III Os saldos devedores e credores em que não havia direito de compensação foram apresentados separadamente.



IV As doações e subvenções para investimentos foram classificadas no patrimônio líquido como reservas de capital.

V As ações em tesouraria foram apresentadas no balanço retificando a conta de patrimônio líquido que registrava a origem dos recursos utilizados na sua aquisição.

Estão em conformidade com o disposto na legislação societária

apenas os procedimentos constantes dos itens

A I e II.

B I e III.

C II e IV.

D III e V.

E IV e V.

Resolução

Esta é uma questão sobre a elaboração de demonstrações contábeis, assunto tratado pela Lei das S/A.

Para resolução, analisaremos cada assertiva do enunciado, em separado.

I O resultado positivo do período foi apresentado em uma conta específica do patrimônio líquido, denominada lucros ou prejuízos acumulados.

ERRADO. No Balanço Patrimonial somente é admitida a apresentação de

prejuízos acumulados nessa conta.




...

§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:

...

III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes

de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos

acumulados.

II Para fins de avaliação contábil, considerou-se o valor justo das matérias-primas como o preço pelo qual esses ativos poderiam ter sido vendidos pela empresa na data do balanço.

ERRADO. O valor justo de matérias primas é seu custo de reposição.

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os

seguintes critérios:

...

§ 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo:



a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam

ser repostos, mediante compra no mercado;

III Os saldos devedores e credores em que não havia direito de compensação foram apresentados separadamente.

CORRETO.




...

§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de

compensar serão classificados separadamente.

IV As doações e subvenções para investimentos foram classificadas no patrimônio líquido como reservas de capital.

ERRADO. Essa determinação constava da alínea “d” do § 1º do art. 182 e foi

revogada pela Lei n 11.638, de 2007:

V As ações em tesouraria foram apresentadas no balanço retificando a conta de patrimônio líquido que registrava a origem dos recursos utilizados na sua aquisição.

CORRETO.

Art. 182. ...

...

§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução

da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados

na sua aquisição.

Gabarito: D

10. Demonstração do Resultado do Exercício

- conceito, objetivo, composição

TCU 2015 – Questão 125 – Operações com Mercadorias ENUNCIADO

Com relação às características e à forma de apresentação das demonstrações contábeis, julgue os itens a seguir.

O custo das mercadorias vendidas é mensurado e apresentado de forma a demonstrar ao usuário, na DRE, o custo dos produtos acabados e o custo dos produtos em elaboração.



RESOLUÇÃO

Errado.

Essa questão é referente à operações com mercadoria e, especificamente, com a apuração do custo da mercadoria vendida.

Com efeito, o custo da mercadoria vendida deve ser reconhecido no resultado no momento em que a mercadoria é vendida, por seu valor de aquisição, acrescido de outros custos necessários à colocação da mercadoria em seu local e pronta para venda, deduzido dos tributos não cumulativos, sendo que as devoluções e descontos incondicionais não compõem o custo.

Ocorre que, no enunciado, é feita referência a valores relacionados com a contabilidade de custos, Produtos em Elaboração e Produtos Acabados, que são registrados no ativo e, quando o produto acabado é vendido, são reconhecidos no resultado, como Custo do Produto Vendido.

Portanto, a assertiva está errada.

GABARITO

E

TCU 2015 – Questão 127 – DRE ENUNCIADO


Situação hipotética: As seguintes informações constam da demonstração do resultado do exercício da empresa XYZ S.A. referente ao exercício de 2014.

descrição valor em R$

custo do produto vendido 2.678.380,00

despesas administrativas 209.190,00

despesas comerciais 150.340,00

despesas financeiras 921.580,00

descontos de abatimentos de vendas 7.300,00

devoluções e cancelamentos de vendas 76.300,00

impostos sobre vendas 479.300,00

receita bruta de venda 4.196.300,00

receitas financeiras 144.300,00

Assertiva: De acordo com esses dados, ao final do exercício de 2014, o lucro bruto apurado pela companhia foi superior a R$ 1.000.000,00 e o resultado anterior aos tributos sobre o lucro correspondeu a um prejuízo superior a R$ 200.000,00.



RESOLUÇÃO

A resolução da presente questão demanda o conhecimento da Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício, prevista no art. 187 da Lei das S/A, a seguir:

Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:

I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e

os impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços

vendidos e o lucro bruto;

III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as

despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;

V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o

imposto;

VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital

social.

Com base na norma acima, podemos depreender a estrutura da demonstração, conforme abaixo:

( ) Receita Bruta de Vendas

(-) Deduções da Receita

- vendas canceladas e devoluções

- abatimentos e descontos incondicionais

- tributos incidentes sobre a venda

(=) Receita Líquida de Vendas

(-) Custo do Produto Vendido

(=) Lucro Bruto

(-) Despesas Operacionais

. Administrativas

. Comerciais

. Financeiras

(+) Receitas Financeiras

(=) Lucro Antes dos Tributos

(-) Tributos sobre o Lucro

(=) Lucro Líquido

Agora, aplicando os dados do enunciado à estrutura acima proposta, temos o seguinte:

( ) Receita Bruta de Vendas 4.196.300,00



(-) Deduções da Receita

- vendas canceladas e devoluções -76.300,00

- abatimentos e descontos incondicionais -7.300,00

- tributos incidentes sobre a venda -479.300,00

(=) Receita Líquida de Vendas 3.633.400,00

(-) Custo do Produto Vendido -2.678.380,00

(=) Lucro Bruto 955.020,00

(-) Despesas Operacionais

. Administrativas -209.190,00

. Comerciais -150.340,00

. Financeiras -921.580,00

(+) Receitas Financeiras 144.300,00

(=) Lucro Antes dos Tributos -181.790,00

(-) Tributos sobre o Lucro 0,00

(=) Lucro Líquido -181.790,00

Repare que o Lucro Bruto é de R$ 955.020,00 (portanto, inferior a R$ 1.000.000,00) e o lucro líquido corresponde a um prejuízo de apenas R$ 181.790,00 (portanto, inferior a R$ 200.000,00).

Assim, verificamos que a assertiva está errada.

GABARITO

E

Telebras 2015 – Questão 055 – Resultado Abrangente

ENUNCIADO


55 O resultado abrangente expressa mutação no patrimônio líquido.

RESOLUÇÃO

Esta questão versa sobre o conceito de Ajuste a Valor Presente. O Ajuste a Valor Presente consiste no expurgo, do valor dos juros embutidos em uma operação a ser realizada a prazo.

Por exemplo, uma venda a prazo pelo valor de R$ 1.000,00 – considerando que essa mesma venda poderia ter sido realizada por R$ 800,00 à vista – revela o valor de R$ 200,00 de juros ativos embutidos na transação.

Dessa forma, a receita de vendas será inicialmente reconhecida pelo valor de R$ 800,00 e o valor de R$ 200,00 ficará registrado em conta retificadora ao ativo, juros ativos a transcorrer.

Ora, o valor desses juros, de acordo com o princípio da competência deve ser reconhecido no resultado, pro rata tempore.



Portanto, não temos aqui um exemplo de aplicação do Princípio do Registro pelo Valor Original, ao contrário, o valor original de R$ 1.000,00 está sendo abandonado, para registro da venda por R$ 800,00. Com efeito, o princípio que está sendo observado, é o de competência.

Com isso verifica-se que a assertiva está errada.

GABARITO

E

Telebras 2015 – Questão 059 – Receita Líquida de Vendas

ENUNCIADO


59 Na demonstração do resultado do exercício, a receita líquida de vendas é obtida por meio da dedução das despesas de IRPJ (imposto de renda pessoa jurídica) e CSLL (contribuição social sobre o lucro líquido) da receita bruta de vendas.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre a estrutura da Demonstração do Resultado, assunto tratado pelo art. 187 da Lei das S/A, a seguir reproduzido:


I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;

III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;


V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;

VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa;

VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Repare que, no começo da demonstração, a receita líquida de vendas é obtida deduzindo-se, da receita bruta, o valor dos impostos (e demais tributos) incidentes sobre a receita de vendas. Por seu turno, o Imposto de Renda é deduzido, ao final da demonstração, para apuração do lucro líquido do exercício.

No enunciado é afirmado, contudo, que o Imposto de Renda seria deduzido da receita bruta, para apuração da receita líquida de vendas.




GABARITO

E

Telebras 2015 – Questão 060 – Resultados Operacionais

ENUNCIADO


60 Para obtenção do lucro antes do imposto de renda, receitas e despesas não operacionais são deduzidas dos resultados operacionais.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre a estrutura da Demonstração do Resultado, assunto tratado pelo art. 187 da Lei das S/A, a seguir reproduzido:


I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;

III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;


V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;

VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa;

VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Repare que, no enunciado, é afirmado que, para obtenção do lucro antes do imposto de renda, deveriam ser deduzidas receitas e despesas não operacionais. Isso está errado:

- pela simples leitura da Lei das S/A, vemos referência a outras despesas e outras receitas (ao invés de despesas e receitas não operacionais);

- em decorrência do processo de convergência contábil internacional, foi abandonada a divisão entre resultados operacionais e não operacionais, sob o argumento de que os antigos resultados não operacionais (notadamente aqueles decorrentes da venda de ativos de longo prazo) são necessários à manutenção das operações, visto que garantem a renovação do parque fabril.


GABARITO



E

STJ 2015 – Questão 064 – Resultado Abrangente

ENUNCIADO

Com relação às demonstrações contábeis de companhias abertas, julgue os itens a seguir.

A demonstração do resultado abrangente do exercício, que é obrigatória por determinação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, não deve contemplar ajustes de avaliação patrimonial em sua composição, pois esse valor já está contemplado no patrimônio líquido das companhias.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre a demonstração do resultado abrangente, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 26.

De uma forma didática, temos três demonstrações que apresentam as alterações ocorridas no Patrimônio Líquido da Entidade:

- a Demonstração do Resultado do Exercício, que apresenta as alterações do PL decorrentes da atividade da entidade;

- a Demonstração do Resultado Abrangente, que – juntamente com a informação da Demonstração do Resultado do Exercício – apresenta os Outros Resultados Abrangentes, definidos como alterações do PL decorrentes da mensuração temporária de elementos patrimoniais; e

- a Demonstração das Mutações do Patrimônio líquido, que apresenta – juntamente com a informação da Demonstração do Resultado Abrangente – as alterações do PL decorrentes das operações da entidade com os proprietários.

Ora, os ajustes de avaliação patrimonial são justamente definidos como contrapartidas da alteração de saldo de elementos patrimoniais em virtude de sua avaliação a valor justo. Esse é justamente o conceito de Outros Resultados Abrangentes e, assim, caracteriza, sim, informação a ser apresentada na Demonstração do Resultado Abrangente.

Entretanto, no enunciado, é afirmado o contrário, que essa informação não deveria constar da Demonstração do Resultado Abrangente.


GABARITO

E

STJ 2015 – Questão 065 – DRE

ENUNCIADO

Com relação às demonstrações contábeis de companhias abertas, julgue os itens a seguir.

Na demonstração do resultado do exercício, o lucro bruto representa a diferença entre a receita líquida e o custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos.

RESOLUÇÃO



Esta é uma questão sobre a estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício, assunto tratado pela Lei das S/A.

No art. 187 da Lei das S/A, é apresentada estrutura da demonstração:


I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os

abatimentos e os impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços

vendidos e o lucro bruto;

...

Repare que, deduzindo-se, do valor da receita líquida de vendas, o montante correspondente ao custo das mercadorias, produtos e serviços vendidos, chegamos ao lucro bruto.

Portanto, temos aqui uma afirmativa CORRETA.

GABARITO

C

STM 2016 - Contador - Questão 55 - DRE Na demonstração de resultado, apesar de a legislação societária induzir a apresentação da despesa por função, ela também poderá ser apresentada de acordo com a sua natureza.

( ) Certo.

( ) Errado.

Resolução

Esta é uma questão sobre os critérios aceitáveis para apresentação de despesas na demonstração de resultado do exercício – DRE, assunto tratado no Pronunciamento Técnico CPC n° 26.

Para resolução, é necessário saber que há dois métodos aceitos para apresentação das despesas, nessa demonstração:

- o método da natureza da despesa, ou seja, pela razão do gasto existir (depreciação, salários, publicidade etc.), independentemente da função (atividade) desempenhada na empresa para gerar o respectivo gasto (produção, administração, vendas etc.); e

- o método da função da despesa, em que a função desempenhada para gerar o gasto é que importa.

Nesse sentido, cabe reproduzir, na parte que interessa, os parágrafos 102 e 103 do pronunciamento:

102. A primeira forma de análise é o método da natureza da despesa. As despesas

são agregadas na demonstração do resultado de acordo com a sua natureza (por

exemplo, depreciações, compras de materiais, despesas com transporte,

benefícios aos empregados e despesas de publicidade), não sendo realocados

entre as várias funções dentro da entidade. Esse método pode ser simples de



aplicar porque não são necessárias alocações de gastos a classificações funcionais.

...

103. A segunda forma de análise é o método da função da despesa ou do “custo

dos produtos e serviços vendidos”, classificando-se as despesas de acordo com a

sua função como parte do custo dos produtos ou serviços vendidos ou, por

exemplo, das despesas de distribuição ou das atividades administrativas. No

mínimo, a entidade deve divulgar o custo dos produtos e serviços vendidos

segundo esse método separadamente das outras despesas. Esse método pode

proporcionar informação mais relevante aos usuários do que a classificação de

gastos por natureza, mas a alocação de despesas às funções pode exigir alocações

arbitrárias e envolver considerável julgamento.

Em nossa Lei das S/A, em seu art. 187, temos a estrutura definida para a DRE, considerando as funções desempenhadas na sociedade (atividade fim, atividade meio etc.). Portanto, verifica-se uma primazia do método da função.

Ora, foi exatamente essa a afirmação do enunciado, assim a questão está correta.

Gabarito: C

SEE-DF 2016 - Questão 87 - Reconhecimento de receitas 87 Entre outros requisitos, o reconhecimento de uma receita de venda implica a transferência ao comprador dos riscos e benefícios mais significativos pertinentes à propriedade dos bens.

( ) Certo.

( ) Errado.

Resolução

Esta é uma questão sobre o momento (e requisitos) de reconhecimento da receita de venda, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 30 (revogado em 01/01/2018).

Para resolução, basta conhecer o parágrafo 14 do pronunciamento.

14. A receita proveniente da venda de bens deve ser reconhecida quando forem

satisfeitas todas as seguintes condições:

(a) a entidade tenha transferido para o comprador os riscos e benefícios mais

significativos inerentes à propriedade dos bens;

...

Repare que o primeiro requisito é justamente a transferência dos riscos e benefícios do recurso alienado. Portanto, a questão está correta.

Nota de Atualização - Receita de Contrato com o Cliente



Com o advento do Pronunciamento Técnico CPC n° 47, ficaram superados outras normas que tratavam de critérios de reconhecimento da receita, notadamente os Pronunciamentos CPC 30 e 17.

A seguir, apresentamos – em breves linhas – o novo critério de reconhecimento de receitas decorrentes de operações com clientes.

1 – Identificação do Contrato

Identificação das partes, do acordo de vontades, do comprometimento de realização de seu cumprimento, da probabilidade de seu cumprimento.

2 – Identificação das Obrigações de Desempenho

Serviços ou Produtos DISTINTOS (que podem ser negociados em separado) a serem entregues.

3 – Identificação do Preço Total

Considerando descontos, bonificações, garantias e inadimplência.

Parte fixa x parte variável (métodos do valor esperado ou do valor mais provável)

Ex. devoluções aceitas (pelo valor esperado)

D = caixa

D = Ativo de recuperação de custo por devolução esperada

D = CMV

C = a RBV

C = a Passivo de devolução esperada

C = a estoque

4 – Alocação do Preço às Obrigações de Desempenho do Contrato

Rateio.

5 – Identificação do Momento de Reconhecimento da Receita

Pela transferência do controle do bem ou serviço ao cliente:

- no momento da entrega da obrigação de desempenho; ou

- durante o período em que a obrigação de desempenho é cumprida.

Aplicando os novos conceitos aos dados da questão, podemos verificar que não se trata da transferência dos riscos e benefícios, mas sim do CONTROLE. Portanto, à luz na nova legislação, a assertiva estaria ERRADA.

Gabarito: C

11. Lei n° 6.404/1976 e suas alterações

- legislação complementar e pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)

TC/RO 2013 – Questão 091 – Grupos Patrimoniais - Passivo ENUNCIADO



De acordo com a Lei n.° 6.404/1976 e com os pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, julgue os itens a seguir.

91 É denominado passivo o componente patrimonial que constitui uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados. Espera-se que a liquidação dessa obrigação resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão sobre a definição dos elementos patrimoniais, assunto tratado na Estrutura Conceitual da Contabilidade, aprovada pelo Pronunciamento Técnico Básico do CPC.

Especificamente, é proposta a definição de passivo.

De acordo com a Estrutura Conceitual da Contabilidade, Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

A figura a seguir ilustra o conceito de passivo

U = obrigações

liquidação

com

desembolso

de um

benefício

resultante

de

eventos

passados

obrigação atual

passivo

A definição dos passivos é tratada no texto da estrutura básica conforme a seguir:

4.15. Uma característica essencial para a existência de passivo é que a entidade tenha uma obrigação presente. ...

4.17. A liquidação de uma obrigação presente geralmente implica a utilização, pela entidade, de recursos incorporados de benefícios econômicos a fim de satisfazer a demanda da outra parte...

4.18. Passivos resultam de transações ou outros eventos passados...

Ora, a definição de Passivo proposta pela Estrutura Conceitual da Contabilidade está totalmente de acordo com a definição apresentada no enunciado. Portanto, verifica-se que a assertiva está CORRETA.

GABARITO



91 C

TC/RO 2013 – Questão 092 – Grupos Patrimoniais – Ativo Intangível ENUNCIADO

De acordo com a Lei n.° 6.404/1976 e com os pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, julgue os itens a seguir.

92 Se a vida útil do ativo intangível for indefinida, nenhuma amortização deve ser contabilizada.

RESOLUÇÃO

A presente questão versa sobre o conceito de amortização de ativo intangível, assunto tratado no Pronunciamento Técnico CPC n° 04.

Uma vez reconhecido o ativo intangível no patrimônio, com o respectivo valor inicial, resta necessário determinar o critério de perda desse valor em detrimento da passagem do tempo – instituto denominado “amortização”. A baixa do ativo intangível, por sua vez, ocorre quando da sua alienação ou quando não houver mais expectativa de benefícios futuros (seja com sua utilização ou com sua alienação).

A amortização, consistindo em uma perda deve ser registrada a débito do resultado (como despesas operacionais). Entretanto, em casos especiais, estudados em contabilidade de custos, ela pode ser debitada à conta de ativo (estoque – compondo seu custo de produção) e somente transitaria por resultado no caso do estoque ser realizado.

Para aplicação do conceito a cada caso, faz-se uma divisão entre ativos intangíveis com tempo de utilização (vida útil) definido ou indefinido. Temos que o ativo de vida útil definida deve ser amortizado e que o ativo de vida útil indefinida não está sujeito à amortização (cabendo, assim, apenas o eventual registro de perdas por impairment).

Nesse sentido, cabe referência ao Pronunciamento Técnico CPC n° 04:

107. Ativo intangível com vida útil indefinida não deve ser amortizado.

108. De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor

Recuperável de Ativos, a entidade deve testar a perda de valor dos ativos

intangíveis com vida útil indefinida, comparando o seu valor recuperável com o

seu valor contábil:

(a) anualmente; e

(b) sempre que existam indícios de que o ativo intangível pode ter perdido valor.

Portanto, verifica-se que a assertiva está CORRETA.

GABARITO

92 C



TC/RO 2013 – Questão 093 - Consolidação De acordo com a Lei n.° 6.404/1976 e com os pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, julgue os itens a seguir.

93 Quando da consolidação de relatórios contábil-financeiros deverão ser excluídos apenas as participações de uma sociedade em outra e as parcelas de resultado do exercício, dos lucros ou prejuízos acumulados e do custo de estoque ou do ativo não circulante que corresponderem a resultados, ainda não realizados, de negócios entre as sociedades.

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão teórica acerca dos procedimentos necessários à realização da Consolidação de Demonstrações Contábeis, assunto tratado no Pronunciamento Técnico CPC n° 36. Especificamente no parágrafo B86 esses procedimentos são determinados:

B86. Demonstrações consolidadas devem:

(a) combinar itens similares de ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas,

despesas e fluxos de caixa da controladora com os de suas controladas;

(b) compensar (eliminar) o valor contábil do investimento da controladora em

cada controlada e a parcela da controladora no patrimônio líquido de cada

controlada (o Pronunciamento Técnico CPC 15 explica como contabilizar qualquer

ágio correspondente);

(c) eliminar integralmente ativos e passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas

e fluxos de caixa intragrupo relacionados a transações entre entidades do grupo

(resultados decorrentes de transações intragrupo que sejam reconhecidos em

ativos, tais como estoques e ativos fixos, são eliminados integralmente). Os

prejuízos intragrupo podem indicar uma redução no valor recuperável de ativos,

que exige o seu reconhecimento nas demonstrações consolidadas. O

Pronunciamento Técnico CPC 32 – Tributos sobre o Lucro se aplica a diferenças

temporárias, que surgem da eliminação de lucros e prejuízos resultantes de

transações intragrupo.

Repare que a primeira providência é combinar os itens similares, ou seja, somar os saldos de ativos, passivo, PL, receitas, despesa etc.

Em seguida, é determinada a eliminação do investimento (registrado pelo Método da Equivalência Patrimonial) da controladora, em cada controlada.

Por fim, é determinada a eliminação de ATIVOS, PASSIVOS, PL, RECEITAS, DESPESAS E FLUXOS DE CAIXA intragrupo.

No enunciado, é afirmado que seriam excluídos apenas as participações de uma sociedade em outra e as parcelas de resultado do exercício, dos lucros ou prejuízos acumulados e do custo de estoque ou do ativo não circulante que correspondessem a resultados, ainda não realizados, de negócios entre as sociedades.

Isso não é verdade, com efeito, devem ser eliminados todos os ativos e passivos de operações internas ao grupo. Por exemplo, um mútuo (que gera direitos para uma entidade e obrigações para outra), mesmo que não gere resultado, deve ser eliminado.



Portanto, verifica-se que a assertiva está ERRADA.

GABARITO

93 E

TC/RO 2013 – Questão 098 – Variação Cambial ENUNCIADO

Julgue o item a seguir, referente à avaliação de itens patrimoniais.

98 Considere que, em novembro de 2012, determinada empresa tenha comprado mercadoria do exterior pelo valor de 50.000 euros, com a paridade da moeda de €1,00 = R$ 3,00. Considere, ainda, que, no final do exercício, essa mercadoria continue em estoque e que a cotação do euro tenha sido igual a R$ 2,80. Nessa situação, é correto afirmar que, no final do exercício, período em que foi realizado um lançamento para registrar o efeito da variação cambial, o balanço patrimonial evidenciou o estoque da referida mercadoria no valor de R$ 140.000,00.

RESOLUÇÃO

Trata-se de uma questão cuja resolução demanda o conhecimento do critério de avaliação de itens monetários em moeda estrangeira. Tanto a definição de item monetário quanto sua avaliação constam do Pronunciamento Técnico CPC número 02, conforme a seguir:

- um item monetário é aquele que caracteriza o direito de receber ou a obrigação de entregar uma quantia, conforme parágrafo 16 do pronunciamento, abaixo:



















- o item monetário deve ser convertido pela taxa de câmbio do fechamento, a cada período, conforme parágrafo 23 do pronunciamento, abaixo:

23. Ao término da cada período de reporte:

(a) os itens monetários em moeda estrangeira devem ser convertidos, usando-se a

taxa de câmbio de fechamento;

(b) os itens não monetários que são mensurados pelo custo histórico em moeda

estrangeira devem ser convertidos, usando-se a taxa de câmbio vigente na data

da transação;

...

Pois bem, no enunciado, é pedido o comportamento da conta Estoque, em função de variação cambial. Ora, o estoque é item não monetário, portanto, não está sujeito a qualquer variação cambial.

Portanto, o saldo final da conta Estoque deve ser igual a seu saldo inicial, de R$ 150.000,00:

( ) Valor original em Euros 50.000,00

(*) Taxa de câmbio 3,00 na data da aquisição do estoque

(=) Saldo do Estoque em Reais 150.000,00

Assim, verificamos que a assertiva está ERRADA.

GABARITO

98 E

TCU 2014 – Questão 125 – Lei da S/A - Conselho Fiscal ENUNCIADO

Julgue o seguinte item, que trata da administração e do conselho fiscal das entidades, de acordo com a Lei n.º 6.404/1976 e alterações posteriores.

125 Os membros do conselho fiscal têm a obrigação de denunciar aos órgãos de administração erros, fraudes ou crimes que descobrirem e de sugerir providências. Caso ocorra omissão dos administradores, a denúncia deve ser apresentada à assembleia-geral.

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão sobre a competência ou as obrigações dos membros do conselho fiscal, assunto tratado pelo art. 163 da Lei das S/A:

Art. 163. Compete ao conselho Fiscal:

...



IV - denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração e, se

estes não tomarem as providências necessárias para a proteção dos interesses da

companhia, à assembléia-geral, os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e

sugerir providências úteis à companhia;

...

Repare que é da competência do Conselho Fiscal denunciar aos órgãos da administração (e se esses não tomarem as providências necessárias, à Assembleia-Geral) os erros, fraudes ou crimes que descobrirem. Ocorre que essa não é uma obrigação, mas sim uma competência. Portanto, pela simples leitura do artigo, poderíamos concluir que a afirmativa estaria ERRADA.

Ocorre que, entre os deveres e responsabilidades dos membros do conselho fiscal, consta – no art. 165 – que eles respondem pelos danos decorrentes de sua omissão:

Art. 165. Os membros do conselho fiscal têm os mesmos deveres dos

administradores de que tratam os arts. 153 a 156 e respondem pelos danos

resultantes de omissão no cumprimento de seus deveres e de atos praticados com

culpa ou dolo, ou com violação da lei ou do estatuto.

Assim, poder-se-ia também entender que não se omitir da realização dos atos de sua competência também seria uma obrigação. Com isso, poderíamos concluir que a afirmativa estaria CORRETA.

Portanto, em nosso entendimento, foi pela possibilidade de dupla interpretação, que essa questão foi ANULADA.

GABARITO

125

X

TCU 2015 – Questão 119 – Notas Explicativas ENUNCIADO


Comentários sobre a conjuntura econômica geral relacionada à entidade, que incluem concorrência nos mercados, atos governamentais e outros fatores exógenos materiais sobre o desempenho de uma companhia, devem ser evidenciados nas notas explicativas.

RESOLUÇÃO

Errado.

A informação geral e referente a fatores externos à entidade, referida no enunciado, deve ser apresentada no Relatório da Administração. Ao contrário, nas Notas Explicativas, devem constar informações mais voltadas para as Demonstrações Contábeis da Entidade: (i) as que deveriam estar nas demonstrações mas não estão e (ii) as necessárias ao entendimento da informação das demonstrações.

O Relatório da Administração é exigido pela lei. Esse relatório deve evidenciar os negócios sociais da entidade, os principais fatos ocorridos durante o exercício, os investimentos em outras empresas, a política de distribuição de dividendos e de reinvestimento de lucros, a



divulgação dos riscos no negócio, entre outras informações julgadas relevantes pela entidade. Nesse sentido, cabe referência ao art. 133 da Lei das S/A:

Art. 133. Os administradores devem comunicar, até 1 (um) mês antes da data

marcada para a realização da assembléia-geral ordinária, por anúncios publicados

na forma prevista no artigo 124, que se acham à disposição dos acionistas:

I - o relatório da administração sobre os negócios sociais e os principais fatos

administrativos do exercício findo;

...

No caso de companhias abertas, aquelas que estão autorizadas a emitir títulos patrimoniais e de dívida, para captação de valores junto ao público em geral, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dá orientação específica, sobre os tópicos a serem apresentados no relatório, em seus Pareceres de Orientação nos 15/87, 17/89 e 19/90. De acordo com esses pareceres, além da informação requerida na Lei das S/A, a título de recomendação e exemplo, a CVM sugere informar o seguinte:

a) descrição dos negócios, produtos e serviços: histórico das vendas físicas dos últimos dois anos e vendas em moeda de poder aquisitivo da data do encerramento do exercício social. Algumas empresas apresentam descrição e análise por segmento ou linha de produto, quando relevantes para a sua compreensão e avaliação;

b) comentários sobre a conjuntura econômica geral: concorrência nos mercados, atos governamentais e outros fatores exógenos relevantes sobre o desempenho da companhia;

c) recursos humanos: número de empregados no término dos dois últimos exercícios e turnover nos dois últimos anos; segmentação da mão-de-obra segundo a localização geográfica; nível educacional ou produto; investimento em treinamento; fundos de seguridade e outros planos sociais;

d) investimentos: descrição dos principais investimentos realizados, objetivos, montantes e origens dos recursos alocados;

e) pesquisa e desenvolvimento: descrição sucinta dos projetos, recursos alocados, montantes aplicados e situação dos projetos;

f) novos produtos e serviços: descrição de novos produtos, serviços e expectativas a eles relacionadas;

g) proteção ao meio-ambiente: descrição e objetivos dos investimentos efetuados e montante aplicado;

h) reformulações administrativas: descrição das mudanças administrativas, reorganizações societárias e programas de racionalização;

i) investimentos em controladas e coligadas: indicação dos investimentos efetuados e objetivos das inversões;

j) direitos dos acionistas e dados de mercado: políticas relativas à distribuição de direitos, desdobramentos e agrupamentos; valor patrimonial por ação, negociação e cotação das ações em bolsas de valores;

k) perspectivas e planos para o exercício em curso e os vindouros: poderá ser divulgada a expectativa da administração quanto ao exercício corrente, baseada em



premissas e fundamentos explicitamente citados, sendo que essa informação não se confunde com projeções, por não ser quantificada;

l) em se tratando de companhia de participações, o relatório deve contemplar as informações acima mencionadas, ainda que de forma mais sintética, relativas às empresas investidas.

Por seu turno, as notas explicativas têm informação com objetivo de permitir o entendimento das demonstrações contábeis e complementar suas informações.


GABARITO

E

TCU 2015 – Questão 121 – Remuneração por Ações ENUNCIADO


Situação hipotética: Em 2014, determinada sociedade empresária criou a conta plano de remuneração baseado em ações, a fim de registrar os fatos contábeis relacionados com a nova política de remuneração de dirigentes. Durante aquele ano, foram realizados lançamentos contábeis, a crédito dessa conta, totalizando um saldo de R$ 1.200.000,00 ao final do exercício. Assertiva: Nesse caso, o valor de R$ 1.200.000,00 será evidenciado na demonstração das mutações do patrimônio líquido do exercício de 2014, aumentando o saldo do grupamento reservas de capital, opções outorgadas e ações em tesouraria.

RESOLUÇÃO

Correto.

O enunciado da questão faz referência ao conceito de remuneração por ações. Esse conceito está associado ao de opções outorgadas, que são reconhecidas no PL como elemento de natureza similar à de reserva de capital.

Para compreender o tratamento proposto às opções outorgadas, devemos partir do conceito de bônus de subscrição, já estudado. O bônus de subscrição recebido, registrado a crédito de reserva de capital, representa um valor recebido pela entidade, para que o titular do bônus tenha o direito de adquirir ações da entidade.

Analogamente, as opções outorgadas são utilizadas nos casos em que a entidade negocia serviços, de seus administradores e empregados, para pagamento em ações cujo valor de mercado não é facilmente obtido. O valor atribuído a esses serviços, recebidos pela entidade, também deve ser registrado a crédito de reserva de capital, representando o direito, do administrador ou do empregado, de adquirir ações da entidade em condições pré-estabelecidas.

No caso de os serviços terem sido negociados para pagamento em dinheiro, seu tratamento é análogo ao de salários e a correspondente obrigação de pagamento deverá ser reconhecida no passivo.

Exemplo:

D = Despesa com Salários



C = a Opções Outorgadas XX.XXX,XX Passivo

O registro das opções outorgadas deverá ser realizado a débito de despesa operacional, em virtude do serviço prestado à entidade, podendo também ser debitado à conta de estoque em elaboração, no ativo, no caso de o serviço estar sendo utilizado na fabricação de produtos.

Exemplo:

D = Despesa com Salários

C = a Opções Outorgadas XX.XXX,XX PL

Todo esse tratamento é detalhadamente descrito no Pronunciamento Técnico CPC n° 10 – Pagamento Baseado em Ações.

Resumindo:

- se a liquidação da transação se der em dinheiro, a conta Opções Outorgadas terá natureza de passivo; e

- se a liquidação da transação se der mediante a conferência de instrumentos patrimoniais (ações ou opções), a conta Opções Outorgadas terá natureza de Patrimônio Líquido.

Ora, no enunciado não é explicitado se a liquidação da transação (ou seja, o pagamento) será realizada (a) mediante a entrega de dinheiro ou (b) mediante a entrega de instrumentos patrimoniais. Assim, não se pode afirmar se a conta OPÇÕES OUTORGADAS é conta de passivo ou de Patrimônio Líquido. Consequentemente, não se pode afirmar que ela constaria da DMPL.

Devemos fazer uma crítica ao enunciado. O termo Opções Outorgadas pode ensejar a conclusão de que a liquidação da transação dar-se-ia necessariamente em instrumentos patrimoniais. Por outro lado, nada impediria que, ao final, a entidade entregasse em dinheiro a diferença entre o valor da opção e o valor da cotação da ação.

Poderíamos até pensar em apresentar um recurso, requisitando a anulação da questão, argumentando que não há no enunciado dados suficientes para afirmar se a assertiva é correta ou errada. Porém, geralmente a banca entende como errada uma afirmativa que não pode ser comprovadamente correta.

Portanto, salvo pela consideração acima, podemos considerar a assertiva errada.

GABARITO

E

TCU 2015 – Questão 122 – Provisões ENUNCIADO


Situação hipotética: No fim do exercício social, determinada empresa estimou os seguintes valores para os processos judiciais em que figurava como ré e em relação aos quais os especialistas consideraram haver probabilidade de perda.

Natureza Estimativa (em milhões de R$)

fiscais 98.256,00

cíveis – gerais 10.350,00



trabalhistas 12.381,00

cíveis – ambientais 3.984,00

total 124.971,00

Assertiva: Nesse caso, o montante de R$ 124.971 milhões deverá ser reconhecido no balanço patrimonial do exercício, em contas classificadas no passivo exigível, em subgrupos de provisões e de acordo com os prazos de liquidação.

RESOLUÇÃO

Correto.

A presente questão trata de provisão para riscos fiscais, trabalhistas e cíveis. Essas provisões, classificadas no passivo circulante (ou no passivo não Circulante), se referem a perdas relativas a eventos já ocorridos, cujos efeitos envolvem relativa incerteza.

O Pronunciamento Técnico CPC n° 25 determina que:

(a) Se a obrigação for provável (com mais probabilidade de haver saída de recursos para sua liquidação do que não ocorrer essa saída), a provisão deve ser contabilizada e divulgada em notas explicativas;

(b) Se a obrigação for apenas possível (com menos probabilidade de haver saída de recursos para sua liquidação do que não ocorrer essa saída), a provisão não deve ser contabilizada mas deve haver divulgação em notas explicativas;

(c) Se a obrigação for remota não cabe contabilização da provisão nem sua divulgação em notas explicativas.

Por exemplo, seja uma ação judicial movida por trabalhadores – contra a empresa – reivindicando o pagamento de um determinado adicional por atividades desenvolvidas no ano anterior. Ora, nesse caso, a perda é relativa a um evento que já ocorreu, mas não se sabe, com certeza, o exato valor a ser pago. Assim, cabe (por prudência) registrar essa perda no valor mais realista possível. Ora, no enunciado:

1 - é afirmado que há PROBABILIDADE DE PERDA (essa afirmação pode ensejar o entendimento de que não teria sido informado o percentual dessa probabilidade, mas é possível interpretar essa afirmação como se a perda fosse como provável) e

2 - os valores do risco referente a ações judiciais em que a entidade já figurava como ré estão estimados, na tabela.

Portanto, se interpretarmos que a afirmação HÁ PROBALIDADE DE PERDA significa A PERDA É PROVÁVEL caberia o reconhecimento de provisão, no passivo, sobre os valores estimados. Por outro lado, se interpretarmos que a afirmação HÁ PROBABILIDADE DE PERDA não permite saber o percentual de probabilidade dessa perda, não saberíamos se a provisão deve, ou não, ser reconhecida.

Pelo que se encontra acima exposto, entendo que cabe recurso contra essa questão. E de fato, de acordo com o gabarito definitivo da prova, a questão foi anulada.

GABARITO

E – Anulada



TCU 2015 – Questão 123 - Participações Societárias ENUNCIADO


Situação hipotética: O balancete de verificação de determinada companhia aberta tem as seguintes contas sintéticas: participações permanentes em outras sociedades — avaliadas por equivalência patrimonial, e participações permanentes em outras sociedades — avaliadas pelo valor justo; e a essas contas estão vinculadas as subcontas a seguir.

subcontas saldo

mais valia sobre os ativos das investidas controladas 800.000,00

participações em controladas 2.000.000,00

participações minoritárias em outras sociedades 1.200.000,00

perdas estimadas em controladas 100.000,00

Assertiva: De acordo com essas informações, o saldo da conta participações permanentes em sociedades avaliadas por equivalência patrimonial é igual a R$ 2.700.000,00.

RESOLUÇÃO

Correto.

A resolução da presente questão demanda a capacidade de reconhecer os investimentos que devem ser avaliados por equivalência patrimonial, seus critérios de avaliação e as contas contábeis utilizadas para seu registro.

Pois bem, devem ser avaliados pelo método da equivalência patrimonial os investimentos em controladas e coligadas, conforme determinado pelo art. 248 da Lei das S/A:





...

Em seguida, devemos nos lembrar que os investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial devem ter seu custo inicial desdobrado em (i) valor patrimonial, (ii) mais ou menos valia e (iii) goodwill ou compra vantajosa.

Por fim, cabe colocar que esses investimentos, assim como qualquer outro ativo de longo prazo, têm a possibilidade de sofrer redução a seu valor recuperável.

Portanto, cotejando os conceitos acima com os dados do enunciado, temos:

( ) Participações em controladas 2.000.000,00

(+) Mais valia sobre os ativos das investidas controladas 800.000,00

(-) Perdas estimadas em controladas -100.000,00

(=) Saldo 2.700.000,00

Repare que a conta “participações minoritárias em outras sociedades” não deve ser avaliada pelo método da equivalência patrimonial.



GABARITO

C

TCU 2015 – Questão 124 – Lançamentos Seguro ENUNCIADO


Situação hipotética: Em 30 de junho de 2015, o livro diário de determinada empresa registrou a seguinte partida dobrada.

débito despesas com seguros 2.000,00

crédito prêmios de seguros a apropriar 2.000,00

Assertiva: Nesse caso, as informações se referem a um lançamento de ajuste — decorrente da aplicação do princípio da competência — para reconhecimento da despesa com o prêmio de seguros, que havia sido pago antecipadamente.

RESOLUÇÃO

Correto.

Essa questão versa sobre os lançamentos relativos a operações de seguro. De acordo com o regime de competência, o procedimento a seguir deve ser obedecido.

1- inicialmente, no pagamento (aquisição da apólice), deve haver registro de despesa antecipada, no ativo:

D = Seguros a Vencer (AC)

C = a Caixa XX.XXX,XX

2- em seguida, à medida que o período de cobertura da apólice flui, o valor da despesa antecipada deve ser pro rata tempore reconhecido no resultado, como despesa:

D = Despesa com Seguro (Resultado)

C = a Seguros a Vencer (AC) Y.YYY,YY

Ora, no enunciado da questão, é referido o lançamento de número 2, acima, portanto a assertiva está correta.

GABARITO

C

TCU 2015 – Questão 126 – Redução ao Valor Recuperável ENUNCIADO


Situação hipotética: Ao final de 2014, determinada companhia estimou o valor em uso do seu imobilizado em R$ 2 milhões e o valor líquido de venda em R$ 1,7 milhão. Na mesma data, o



valor contábil líquido desse imobilizado era de R$ 1,5 milhão. Assertiva: Nesse caso, a companhia deve fazer um lançamento contábil para redução ao valor recuperável, cujo débito será em conta de resultado, resultando em redução da situação líquida da companhia.

RESOLUÇÃO

Essa questão versa sobre o reconhecimento de perdas por ajuste a valor recuperável, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 01. O ajuste a valor recuperável somente deve ser reconhecido no caso de o recurso estar registrado por valor contábil superior ao valor recuperável. Saliente-se que o valor recuperável é o maior entre o valor líquido de realização e o valor de uso.

Aplicando esses conceitos aos dados do enunciado, temos o seguinte:

( ) Valor de uso 2.000.000,00

( ) Valor líquido de venda 1.400.000,00

( ) O maior 2.000.000,00 <= Valor Realizável

( ) Valor Contábil 1.500.000,00

(-) Valor Realizável -2.000.000,00

(=) Perda 0,00 <= limitada a zero

Portanto, não há perda a ser reconhecida.

Assim, verificamos que a assertiva está errada.

GABARITO

E

Telebras 2015 – Questão 057 – Ações em Tesouraria

ENUNCIADO


57 O excesso de ações em tesouraria é calculado pelo montante que superar o saldo de lucros e o total de reservas disponíveis, e esse excesso deve ser alienado no prazo fixado em lei, cuja expiração determina o cancelamento das ações.

RESOLUÇÃO

Trata-se de uma questão sobre o tratamento societário aplicável às ações em tesouraria, assunto tratado pela Lei das S/A, em seu art. 30, a seguir reproduzido:

Art. 30. A companhia não poderá negociar com as próprias ações.

§ 1º Nessa proibição não se compreendem:

a) as operações de resgate, reembolso ou amortização previstas em lei;



b) a aquisição, para permanência em tesouraria ou cancelamento, desde que até o valor do saldo de lucros ou reservas, exceto a legal, e sem diminuição do capital social, ou por doação;

c) a alienação das ações adquiridas nos termos da alínea b e mantidas em tesouraria;

d) a compra quando, resolvida a redução do capital mediante restituição, em dinheiro, de parte do valor das ações, o preço destas em bolsa for inferior ou igual à importância que deve ser restituída.

§ 2º A aquisição das próprias ações pela companhia aberta obedecerá, sob pena de nulidade, às normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, que poderá subordiná-la à prévia autorização em cada caso.

§ 3º A companhia não poderá receber em garantia as próprias ações, salvo para assegurar a gestão dos seus administradores.

§ 4º As ações adquiridas nos termos da alínea b do § 1º, enquanto mantidas em tesouraria, não terão direito a dividendo nem a voto.

§ 5º No caso da alínea d do § 1º, as ações adquiridas serão retiradas definitivamente de circulação.

Repare que o saldo de lucros e reservas, exceto a legal, é um limite para a aquisição de ações em tesouraria, mas não há previsão de possibilidade para que esse limite seja ultrapassado.

Portanto, a afirmativa está errada.

GABARITO

E

Telebras 2015 – Questão 058 – Grupos Patrimoniais

ENUNCIADO


58 No balanço patrimonial, o ativo deve ser dividido em circulante e não circulante, e este apresenta os grupos realizável a longo prazo, investimentos e intangível.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre os grupos patrimoniais componentes do Ativo, assunto tratado pela Lei das S/A em seu art. 178, a seguir reproduzido:

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

I – ativo circulante; e

II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.



Repara-se que, no enunciado é afirmado que:

- o Ativo DEVE ser dividido em circulante e não circulante, o que está de acordo com os incisos I e II do § 1º do artigo;

- o Ativo não Circulante APRESENTA os grupos realizável a longo prazo, investimento e intangível, o que está de acordo com o inciso II do parágrafo.

Saliente-se que, no Ativo não Circulante, também há o grupo imobilizado, mas isso não invalida a afirmativa do enunciado, porque todos os grupos nele referidos efetivamente constam do Ativo não Circulante.

GABARITO

C

Telebras 2015 – Questão 067 – Grupos Patrimoniais

ENUNCIADO

Julgue os itens subsecutivos, relativos ao tratamento contábil de ativos circulantes.

67 Os recebimentos em cheques ainda não depositados integram o caixa da entidade.

RESOLUÇÃO

Esta questão versa sobre o conteúdo da conta caixa. Em nosso curso, esse conteúdo foi esclarecido, nos seguintes termos:

A conta caixa inclui dinheiro, bem como cheques em mãos recebidos e ainda não depositados pagáveis irrestrita e imediatamente. Assim, se uma empresa recebe um pagamento em cheque – no seu próprio estabelecimento – o registro do recebimento deverá ser efetuado (ainda que temporariamente) na conta caixa e não diretamente na conta bancos.

Entretanto, na data do balanço, é recomendável que em caixa somente figure o valor existente em dinheiro no patrimônio da empresa, ou seja, os outros elementos já devem ter sido transferidos do caixa para a conta bancos ou para outros créditos quaisquer, pois, caso contrário, deverão ser reclassificadas.

A afirmativa do enunciado está plenamente de acordo com as definições acima.

Portanto, temos aqui uma afirmativa correta.

GABARITO

C

Telebras 2015 – Questão 072 – Ajuste a Valor Presente

ENUNCIADO

A respeito da mensuração e avaliação de itens patrimoniais, julgue os próximos itens.

72 Se uma venda de mercadorias for feita por R$ 100.000,00 a longo prazo e com R$ 2.500,00 de juros, no momento da realização da venda, serão gerados um aumento em receita bruta de vendas de R$ 97.500,00 e também um registro em conta redutora de contas a receber a longo prazo de R$ 2.500,00.



RESOLUÇÃO

Esta questão versa sobre o conceito de Ajuste a Valor Presente. O Ajuste a Valor Presente consiste no expurgo, do valor dos juros embutidos em uma operação a ser realizada a prazo.

Por exemplo, uma venda a prazo pelo valor de R$ 100.000,00 – considerando que essa mesma venda poderia ter sido realizada por R$ 97.500,00 à vista – revela o valor de R$ 2.500,00 de juros ativos embutidos na transação.

Dessa forma, a receita de vendas será inicialmente reconhecida pelo valor de R$ 97.500,00 e o valor de R$ 2.500,00 ficará registrado em conta retificadora ao ativo, juros ativos a transcorrer.

D = Clientes 100.000,00 (AC)

C = a Receita de Venda 97.500,00 (Result.)

C = a Juros Ativos a Transcorrer 2.500,00 (Retif. do Ativo)

O valor desses juros, de acordo com o princípio da competência deve ser reconhecido no resultado, pro rata tempore.

D = Juros Ativos a Transcorrer

C = a Receitas Financeiras xx.xxx,xx


GABARITO

C

Telebras 2015 – Questão 074 – Provisões

ENUNCIADO

Uma companhia aberta criou expectativa válida de um pagamento extra em dinheiro aos seus empregados em data futura ainda não definida. Esse pagamento independeria da ocorrência de eventos futuros incertos, não totalmente sob o controle da companhia.

A respeito dessa situação hipotética, julgue os itens a seguir.

74 A companhia assumiu uma obrigação não formalizada com os empregados e deve considerar esse compromisso como um passivo contingente.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre o tratamento contábil a passivos, provisões e passivos contingentes, assunto tratado pelo Pronunciamento CPC 25.

No enunciado é referida a obrigação derivada de:

- uma expectativa válida de um pagamento futuro, criada para os empregados;

- a data do pagamento não está definida, mas o pagamento não está pendente de condição (ou seja, está no controle da companhia).

Esta situação, desde que o valor possa ser confiavelmente mensurado, enseja o reconhecimento de provisão:



- trata-se de obrigação presente, derivada de evento passado (a criação da expectativa válida para os empregados);

- há saída provável de recursos para sua quitação (saída não pendente de condição); e

- o valor deveria poder ser mensurado.

Por outro lado, o passivo contingente é aquele que, segundo o pronunciamento, ainda está pendente de condição (ou seja, não está no controle da companhia).

Portanto, aqui temos provisão e não passivo contingente e, consequentemente, a afirmativa do enunciado está errada.

GABARITO

E

Telebras 2015 – Questão 075 – Provisões

ENUNCIADO

Uma companhia aberta criou expectativa válida de um pagamento extra em dinheiro aos seus empregados em data futura ainda não definida. Esse pagamento independeria da ocorrência de eventos futuros incertos, não totalmente sob o controle da companhia.

A respeito dessa situação hipotética, julgue os itens a seguir.

75 Nessa situação, trata-se de evento passado que conduz a uma obrigação presente. Assim, caso seja possível estimar de forma confiável o valor da obrigação para com os empregados, um passivo deverá ser reconhecido pela companhia.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre o tratamento contábil a passivos, provisões e passivos contingentes, assunto tratado pelo Pronunciamento CPC 25.

No enunciado é referida a obrigação derivada de:

- uma expectativa válida de um pagamento futuro, criada para os empregados;

- a data do pagamento não está definida, mas o pagamento não está pendente de condição (ou seja, está no controle da companhia).

Esta situação, desde que o valor possa ser confiavelmente mensurado, enseja o reconhecimento de provisão:

- trata-se de obrigação presente, derivada de evento passado (a criação da expectativa válida para os empregados);

- há saída provável de recursos para sua quitação (saída não pendente de condição); e

- o valor deveria poder ser mensurado.

Por outro lado, o passivo contingente é aquele que, segundo o pronunciamento, ainda está pendente de condição (ou seja, não está no controle da companhia).

Ora, a afirmativa do enunciado está plenamente de acordo com os conceitos acima. Portanto, temos aqui uma afirmativa correta.



GABARITO

C

Telebras 2015 – Questão 077 – Grupos Patrimoniais - Imobilizado

ENUNCIADO

Com relação aos critérios de avaliação e de mensuração do ativo imobilizado, julgue os itens que se seguem.

77 O valor depreciável de um ativo será obtido após a dedução do seu valor residual, que representa uma estimativa do valor a ser obtido com a venda desse ativo ao fim de sua vida útil, deduzidas as despesas estimadas de venda.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre o conceito de valor depreciável, definido pelo Pronunciamento CPC 27.

6. Os seguintes termos são usados neste Pronunciamento, com os significados especificados:

...

Valor depreciável é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo, menos o seu valor residual. ...

Valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de sua vida útil.

Ora, a afirmativa do enunciado literalmente reproduz as definições acima. Portanto, temos aqui uma afirmativa correta.

GABARITO

C

Telebras 2015 – Questão 078 – Ajuste a Valor Recuperável

ENUNCIADO

Julgue os itens seguintes, relativos à redução ao valor recuperável de ativo imobilizado.

78 A mensuração do valor em uso é realizada com base em estimativas de fluxos de caixa futuros, os quais devem ser trazidos a valor presente por uma taxa de desconto que reflita as avaliações atuais do mercado em relação ao valor do dinheiro no tempo e aos riscos específicos do ativo que não tenham sido contemplados nas estimativas de fluxos de caixa futuros.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre o conceito de ajuste a valor recuperável, assunto tratado pelo pronunciamento CPC 01.

No pronunciamento, em seu parágrafo 6, são definidos os termos:



- Valor Recuperável (como sendo o maior entre o valor de realização e o valor em uso)

Valor recuperável de um ativo ou de unidade geradora de caixa é o maior montante entre o seu valor justo líquido de despesa de venda e o seu valor em uso.

- Valor em uso, como sendo o valor presente dos fluxos de caixa futuros esperados para o ativo

Valor em uso é o valor presente de fluxos de caixa futuros esperados que devem advir de um ativo ou de unidade geradora de caixa.

A perda por ajuste a valor recuperável sempre ocorre quando o valor contábil do ativo é superior ao valor recuperável.

Os elementos necessários à apuração do valor em uso estão definidos no parágrafo 30 do pronunciamento.

30. Os seguintes elementos devem ser refletidos no cálculo do valor em uso do ativo:

(a) estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter com esse ativo;

(b) expectativas acerca de possíveis variações no montante ou no período de ocorrência desses fluxos de caixa futuros;

(c) valor do dinheiro no tempo, representado pela atual taxa de juros livre de risco;

(d) preço pela assunção da incerteza inerente ao ativo (prêmio); e

(e) outros fatores, tais como falta de liquidez, que participantes do mercado iriam considerar ao precificar os fluxos de caixa futuros esperados da entidade, advindos do ativo.

Ora, esses elementos estão referidos na afirmativa do enunciado da questão.

Portanto, temos aqui uma assertiva correta.

GABARITO

C

Telebras 2015 – Questão 084 – Patrimônio Líquido

ENUNCIADO

Acerca do patrimônio líquido das sociedades por ações, julgue os itens subsecutivos.

84 As reservas de capital podem ser destinadas ao pagamento de dividendos a acionistas preferenciais, caso tal vantagem lhes tenha sido assegurada.

RESOLUÇÃO

Trata-se de uma questão sobre destinação do resultado, assunto tratado pela Lei das S/A. Na Lei, é determinado que o lucro seja destinado aos acionistas, na forma de dividendos, após absorção dos prejuízos acumulados e constituição de reservas de lucro ou aumento de capital.

Ocorre que, em algumas situações, a própria Lei admite o pagamento de dividendos sem que haja lucro para isso. Esse é o caso de ações preferenciais com vantagens nesse sentido. Nessas situações, é admitida a utilização de reservas de capital para isso.



Nesse sentido, cabe referência aos arts. 17 e 200 da Lei das S/A:

Art. 17. As preferências ou vantagens das ações preferenciais podem consistir:

...

§ 6o O estatuto pode conferir às ações preferenciais com prioridade na distribuição de dividendo cumulativo, o direito de recebê-lo, no exercício em que o lucro for insuficiente, à conta das reservas de capital de que trata o § 1o do art. 182.

Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único);

II - resgate, reembolso ou compra de ações;

III - resgate de partes beneficiárias;

IV - incorporação ao capital social;

V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada (artigo 17, § 5º).

Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos.

Ora é exatamente isso que consta do enunciado.


GABARITO

C

Telebras 2015 – Questão 085 – Patrimônio Líquido

ENUNCIADO

Acerca do patrimônio líquido das sociedades por ações, julgue os itens subsecutivos.

85 A parcela do lucro líquido do exercício que tenha sido gerada por doações e subvenções governamentais pode, por decisão da assembleia geral, ser destinada à constituição de reserva de incentivos fiscais; no entanto, essa parcela não pode ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório.

RESOLUÇÃO

A presente questão versa sobre o tratamento da Reserva de Incentivos Fiscais, assunto tratado pela Lei das S/A. De acordo com o art. 195-A da Lei, a parcela do lucro referente à doações ou subvenções governamentais pode ser destinada à formação dessa reserva e, assim, excluída da base de cálculo do dividendo mínimo obrigatório.

Art. 195-A. A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei).


Luiz Eduardo Santos Página 100 de

130

Ocorre que, no enunciado da questão, consta que essa parcela não poderia ser excluída da base de cálculo do dividendo mínimo obrigatório.

Portanto, temos aqui uma assertiva errada.

GABARITO

E

Telebras 2015 – Questão 088 – Custos de Transação

ENUNCIADO

Considerando que uma empresa comercial venda mercadorias a prazo para receber o pagamento por meio de prestações que tragam juros embutidos no seu valor, julgue os itens que se seguem, relativos ao reconhecimento da receita por parte dessa empresa comercial.

88 Os juros serão reconhecidos como receitas financeiras ao longo do prazo da operação, tomando-se por base a taxa nominal de juros da operação.

RESOLUÇÃO

Temos aqui uma questão sobre custos de transação, assunto tratado pelo Pronunciamento CPC 08.

De acordo com o Pronunciamento, os juros da transação devem ser reconhecidos considerando a taxa de juros efetiva, ou seja, o fluxo financeiro de desembolsos e recebimentos, no tempo, decorrente da taxa contratada (nominal) e dos custos de transação.

Nesse sentido, cabe referir os parágrafos 03 e 12 do pronunciamento.

3. Para fins deste Pronunciamento, consideram-se os termos abaixo com os seguintes significados:

Taxa interna de retorno (TIR) é a taxa efetiva de juros que iguala o valor presente dos fluxos de entrada de recursos ao valor presente dos fluxos de saída. Em outros termos, é a taxa efetiva de juros que faz com que, por exemplo, o valor presente líquido dos fluxos de caixa de determinado título de dívida ou empréstimo seja igual a zero, considerando-se, necessariamente, a captação inicial líquida dos custos de transação.

12. Os encargos financeiros incorridos na captação de recursos junto a terceiros devem ser apropriados ao resultado em função da fluência do prazo, pelo custo amortizado usando o método dos juros efetivos.

Ora, no enunciado não é referida a taxa de juros efetiva, mas sim a taxa nominal.


GABARITO

E



130

Telebras 2015 – Questão 089 – Ajuste a Valor Presente

ENUNCIADO

Considerando que uma empresa comercial venda mercadorias a prazo para receber o pagamento por meio de prestações que tragam juros embutidos no seu valor, julgue os itens que se seguem, relativos ao reconhecimento da receita por parte dessa empresa comercial.

89 O reconhecimento da receita proveniente da venda a prazo deve ser feito pelo valor presente das prestações futuras, descontados os juros embutidos nessas prestações.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre o conceito de ajuste a valor presente, tratado no Pronunciamento Técnico CPC n° 12.

De acordo com esse pronunciamento, contabilmente, o ajuste a valor presente implica diferir o reconhecimento de receitas de venda, segregando seu valor entre:

(a) o valor presente da receita, reconhecido imediatamente no resultado; e

(b) os juros embutidos na operação, que são reconhecidos PRO RATA TEMPORE, como receita financeira, no período compreendido entre a venda e o recebimento de seu valor.

Nesse sentido, cabe reproduzir o parágrafo 32 do Pronunciamento:

32. A operação comercial que se caracterize como de financiamento, nos termos do item 7 deste Pronunciamento, deve ser reconhecida como tal, sendo que o valor consignado na documentação fiscal que serve de suporte para a operação deve ser adequadamente decomposto para efeito contábil. Juros embutidos devem ser expurgados do custo de aquisição das mercadorias e devem ser apropriados pela fluência do prazo. É importante relembrar que o ajuste de passivos, por vezes, implica ajuste no custo de aquisição de ativos. É o caso, por exemplo, de operações de aquisição e de venda a prazo de estoques e ativo imobilizado, posto que juros imputados nos preços devem ser expurgados na mensuração inicial desses ativos.

Ora, o enunciado está perfeitamente de acordo com esse conceito.


GABARITO

C

STJ 2015 – Questão 056 – Destinação do Resultado

ENUNCIADO


Os dividendos obrigatórios a distribuir que sejam incompatíveis com a situação financeira da companhia e que atendam os requisitos da legislação societária serão reconhecidos em conta específica de reservas de lucros, no patrimônio líquido.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre a destinação do resultado, assunto tratado pela Lei das S/A.



130

De acordo com o art. 192 dessa lei, compete aos órgãos da administração propor a destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício.

Art. 192. Juntamente com as demonstrações financeiras do exercício, os órgãos da

administração da companhia apresentarão à assembléia-geral ordinária,

observado o disposto nos artigos 193 a 203 e no estatuto, proposta sobre a

destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício.

Entre as possíveis destinações, encontram-se os dividendos mínimos obrigatórios, previstos no art. 202 da Lei das S/A:

Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em

cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for

omisso, a importância determinada de acordo com as seguintes normas: ...

Porém, nos parágrafos 4º e 5º desse mesmo artigo, consta que, caso a situação financeira da companhia não comporte o pagamento dos dividendos mínimos obrigatórios, seu valor pode ser mantido em reserva de lucro especial:

§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício social em

que os órgãos da administração informarem à assembléia-geral ordinária ser ele

incompatível com a situação financeira da companhia. O conselho fiscal, se em

funcionamento, deverá dar parecer sobre essa informação e, na companhia

aberta, seus administradores encaminharão à Comissão de Valores Mobiliários,

dentro de 5 (cinco) dias da realização da assembléia-geral, exposição justificativa

da informação transmitida à assembléia.

§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão

registrados como reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos em

exercícios subseqüentes, deverão ser pagos como dividendo assim que o permitir a

situação financeira da companhia.

Na questão, é afirmado justamente que os dividendos obrigatórios não distribuídos por serem incompatíveis com a situação financeira da companhia são reconhecidos em reserva de lucros específica.


GABARITO

C

STJ 2015 – Questão 068 – Consolidação

ENUNCIADO

Acerca da consolidação das demonstrações contábeis, julgue os itens subsecutivos.

Os resultados decorrentes de transações intragrupo que sejam reconhecidos no ativo, a exemplo da venda de estoques e de itens do ativo imobilizado, somente devem ser eliminados das demonstrações contábeis consolidadas quando tais ativos forem negociados com terceiros.



130

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão sobre a técnica de consolidação de demonstrações contábeis, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 36.

A consolidação de demonstrações contábeis consiste em apresentar a situação patrimonial e do resultado de um grupo de entidades como se fosse um único patrimônio. Portanto, é necessário expurgar alguns resultados de operações internas ao grupo.

Exemplificando, caso uma controlada venda para sua controladora um ativo de R$ 1.000,00, por R$ 1.200,00 e, assim, com lucro de R$ 200,00:

(1) na controladora / compradora, teremos:

- a saída de caixa no valor pago, de R$ 1.200,00; e

- a entrada do ativo pelo valor pago, de R$ 1.200,00 (que é superior ao valor com que esse ativo estava registrado na controlada vendedora, de apenas R$ 1.000,00).

(2) na controlada / vendedora, teremos:

- a entrada de caixa no valor recebido, de R$ 1.200,00;

- a baixa do ativo, de apenas R$ 1.000,00; e

- consequentemente, um lucro auferido de R$ 200,00.

Repare que o lucro constante do patrimônio da controlada não representa um aumento efetivo do patrimônio consolidado. Na verdade, houve apenas uma troca de dinheiro e bens entre entidades do patrimônio consolidado.

Por outro lado, caso esse bem seja vendido pela controladora a terceiros, teremos a definitividade do ganho da controlada, confirmada pela venda desse bem pela controladora, para fora do grupo, com efetiva entrada de dinheiro externo.

Portanto, ENQUANTO ESSE ATIVO PERMANECER NO PATRIMÔNIO CONSOLIDADO, esse resultado deve ser expurgado.

Ora, no enunciado, é afirmado o contrário, que a eliminação do resultado deveria ser realizada quando o ativo fosse negociado com terceiros.

Assim, temos aqui uma assertiva ERRADA.

GABARITO

E

STJ 2015 – Questão 069 – Consolidação

ENUNCIADO

Acerca da consolidação das demonstrações contábeis, julgue os itens subsecutivos.

As demonstrações contábeis consolidadas de companhias abertas, que devem incluir as participações em entidades de propósitos específicos (EPE), são elaboradas com a adoção de critérios contábeis uniformes para a controladora e as controladas que compõem o grupo econômico objeto de consolidação.

RESOLUÇÃO



130

Esta é uma questão sobre consolidação de demonstrações contábeis, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 36.

Para resolução, é necessário conhecer dois temas relacionados à consolidação: (a) aplicabilidade do procedimento de consolidação a entidades de propósito específico e (b) necessidade de adoção de critérios contábeis uniformes, pela controladora e suas controladas.

Entidade de Propósito Específico é uma entidade que, independentemente da forma jurídica adotada, tem suas operações pré-definidas no ato de sua criação, sem liberdade para alteração pelos órgãos de direção ou pelos investidores.

Estão sujeitas à consolidação a investidora e as investidas por elas controladas. O controle está definido no parágrafo 6º do pronunciamento, como ter direito ao retorno do investimento e poder para afetar esses retornos:

6. O investidor controla a investida quando está exposto a, ou tem direitos sobre,

retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento com a investida e tem a

capacidade de afetar esses retornos por meio de seu poder sobre a investida.

O conceito de poder, por sua vez, está definido no parágrafo 10 do pronunciamento, como direitos que dão a capacidade de dirigir as atividades que afetam os retornos da investida:

10. O investidor tem poder sobre a investida quando tem direitos existentes que

lhe dão a capacidade atual de dirigir as atividades relevantes, ou seja, as

atividades que afetam significativamente os retornos da investida.

Ora, a investidora que instituir uma EPE controla suas atividades através do ato de sua criação, que define e limita as operações.

Portanto, podemos concluir que a EPE deve ser consolidada.

Já com relação à uniformização de critérios contábeis, como condição para que a consolidação resulte em informações relevantes e fidedignas, essa é uma determinação expressa do parágrafo B87:

Políticas contábeis uniformes

B87. Se um membro do grupo utilizar políticas contábeis diferentes daquelas

adotadas nas demonstrações consolidadas para transações similares e eventos em

circunstâncias similares, devem ser feitos ajustes apropriados às demonstrações

contábeis desse membro do grupo na elaboração das demonstrações consolidadas

para garantir a conformidade com as políticas contábeis do grupo.

Ora, no enunciado, é afirmado que as demonstrações contábeis incluem EPE e demandam utilização de critérios contábeis uniformes.


GABARITO

C



130

STM 2016 - Questão 54 - Exercício Social Para fins de levantamento do balanço patrimonial e outras demonstrações financeiras, o exercício social deve ter a duração de um ano, mas, na constituição da entidade e quando de alterações estatutárias, a duração do exercício poderá ser diferente.

( ) Certo.

( ) Errado.

Resolução

Esta é uma questão sobre a definição de exercício social, assunto tratado no art. 175 da Lei das S/A.

Por definição, o exercício social é o período de 12 meses (com início e fim definidos no estatuto da sociedade) e que, ao seu fim, devem ser levantadas as demonstrações contábeis. Ora, no caso de início da sociedade, o final do exercício pode estar a menos de 12 meses da data de início. Da mesma forma, no período em que for alterada a data de início e fim, esse final também pode estar a menos de 12 meses da data da alteração.

Nesse sentido, cabe reproduzir o referido art. 175:

Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será

fixada no estatuto.

Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração

estatutária o exercício social poderá ter duração diversa.

Repare que é justamente isso que está afirmado no enunciado da questão. Portanto, temos aqui uma questão correta.

Gabarito: C

STM 2016 - Questão 56 – Ajuste a Valor Recuperável A provisão para perda de valor recuperável de ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) só será revertida, em período posterior ao de sua constituição, se ficar comprovado que houve recomposição das expectativas de rentabilidade.

( ) Certo.

( ) Errado.

Resolução

Esta é uma questão acerca dos conceitos de impairment (perda por ajuste ao valor recuperável), assunto tratado no pronunciamento técnico CPC n° 1, e goodwill (ágio por expectativa de rentabilidade futura), assunto tratado no pronunciamento técnico CPC n° 15 – combinação de negócios e, também, na interpretação técnica ICPC n° 09.

Para resolução, é necessário entender os dois conceitos.

O ajuste ao valor recuperável significa o reconhecimento de uma perda em um elemento patrimonial, pelo fato de que – em face de algum fato superveniente – o seu custo tenha se tornado superior àquilo que o elemento poderia valer para a entidade (seja pelo lucro



130

decorrente de seu uso, seja pelo ganho decorrente de sua eventual venda). Assim, se um recurso foi adquirido por $100, mas – em face de um problema ocorrido – seu uso somente passasse a resultar num lucro de apenas $80 e sua venda, no valor de somente R$ 90, o máximo que se recuperaria desse bem seria $90 e, portanto, $10 estariam perdidos.

O goodwill, por sua vez, é definido como a diferença entre o valor pago por um negócio (uma sociedade formalizada ou mesmo uma atividade a ser explorada) e o valor justo (de mercado) dos recursos utilizados na atividade, ou existentes na sociedade, deduzidos das obrigações. Ora, se é pago pelo conjunto de recursos um valor superior à soma do valor desses recursos, é porque se espera que – com o uso – seja gerado um lucro futuro.

Agora, vejamos o que acontece se inicialmente é pago pelo controle de uma sociedade um valor que resulte em um goodwill de $10 e, em seguida, por questões de mercado, a expectativa de lucro futuro caísse para apenas $6. Nesse caso, a perda por ajuste a valor recuperável deveria ser reconhecida em $4, porque a expectativa de lucro futuro existente no momento da aquisição do investimento deixou de existir – ainda que em parte.

Entretanto, imagine que em um momento futuro as condições de mercado mudem e que surja nova expectativa de lucro futuro, agora em um total de $15. Nesse caso, não se restaura a expectativa inicial, porque essa é a expectativa de um outro lucro, decorrente de situação inexistente no momento da aquisição do investimento e para a qual não foi pago nenhum valor.

Portanto, o impairment de goodwill não é reversível.

Nesse sentido, cabe referir o parágrafo n° 124 do pronunciamento técnico CPC n° 1:

124. A perda por desvalorização reconhecida para o ágio por expectatia de

rentabilidade futura (goodwill) não deve ser revertida em período subsequente.

Ora, isso é contrário ao que foi afirmado no enunciado e, portanto, a questão está errada.

Gabarito: E

STM 2016 – Questão 57 – AVP Os financiamentos obtidos no BNDES, com juros abaixo dos padrões do mercado, têm de ser ajustados a valor presente com base na média das taxas do mercado de dívidas de longo prazo.

( ) Certo.

( ) Errado.

Resolução

Esta é uma questão sobre o conceito de ajuste a valor presente, assunto tratado no pronunciamento técnico CPC n° 12.

O ajuste a valor presente tem por objetivo avaliar os elementos patrimoniais por um montante que considere o valor do dinheiro no tempo, para a entidade. Assim, se um recurso é adquirido a prazo por $100, esse montante inclui tanto o valor do próprio recurso (por exemplo, $90), quanto os juros embutidos na transação (por exemplo, $10). Ora, no momento inicial, a dívida é de $90 e, à medida da passagem do tempo, ela aumenta para $100.



130

No caso específico do BNDES, os juros contratados são os que serão exigidos e, portanto, não cabe qualquer outro ajuste. Nesse sentido, cabe reprodução da questão 10 do Anexo (Perguntas e respostas sobre Ajuste a Valor Presente – AVP):

10. No caso de empréstimos, financiamentos e mútuos com encargos financeiros

diferentes das atuais taxas de juros praticadas pelo mercado, deve ser feito o

AVP?

(a) Financiamentos do BNDES, contratados com taxas de juros diferentes das

taxas praticadas pelo mercado em geral para outras modalidades de

empréstimos, estão sujeitos ao AVP?

Resposta - Não. Esses financiamentos reúnem características próprias e as

condições definidas nos contratos de financiamento do BNDES, entre partes

independentes, e refletem as condições para aqueles tipos de financiamentos. Em

alguns casos, os encargos financeiros são inferiores às taxas de juros aplicáveis

para empréstimos em geral e/ou para capital de giro, mas deve-se levar em

consideração que o BNDES financia projetos, com características próprias, em

geral aplicando taxas que seriam aplicáveis a qualquer entidade, ajustadas apenas

pelo risco específico de crédito das entidades e projetos envolvidos.

No Brasil, não há um mercado consolidado de dívidas de longo prazo com as

características dos financiamentos do BNDES, com o que a oferta de crédito às

entidades em geral, com essa característica de longo prazo, normalmente está

limitada ao BNDES.

...

Ora, isso é justamente o contrário do que se afirma no enunciado, portanto a questão está errada.

Gabarito: E

STM 2016 - Questão 60 - Depreciação / Impairment Situação hipotética: Um equipamento industrial em uso foi adquirido, pela indústria Alfa, por R$ 300 mil e, no final do exercício de 20XX, o equipamento já tinha sofrido depreciação de 60% de seu valor depreciável. A indústria considera um valor residual de 10% para esse equipamento. No final do exercício de 20XX, o valor em uso do equipamento foi estimado em R$ 136 mil, e seu valor para venda estimado em R$ 120 mil.

Assertiva: Nessa situação, a indústria Alfa deveria contabilizar, para esse equipamento, no encerramento do exercício de 20XX, uma provisão para perda de valor recuperável superior a R$ 5 mil.

( ) Certo.

( ) Errado.

Resolução



130

Trata-se de uma questão sobre Depreciação e Ajuste ao Valor Recuperável. Esses conceitos são tratados nos pronunciamentos técnicos CPC n° 1 e 27.

Para resolução, é necessário utilizar a seguinte memória de cálculo.

( ) Valor de aquisição 300.000,00 (-) Valor residual -30.000,00 10% de 300.000,00

(=) Valor depreciável 270.000,00 ( ) Valor de aquisição 300.000,00 (-) Depreciação acumulada -162.000,00 60% de 270.000,00

(=) Valor contábil 138.000,00 ( ) Valor em uso 136.000,00 ( ) Valor de venda 120.000,00 (=>) Valor recuperável (máximo) 136.000,00 ( ) Valor contábil 138.000,00 (-) Valor recuperável -136.000,00 (=) Perda por ajuste (impairment) 2.000,00

A perda a ser reconhecida é de R$ 2.000,00 e não de R$ 5.000,00, conforme afirmado no enunciado. Portanto, a questão está errada.

Gabarito: E

SEE-DF 2016 - Questão 72 - Demonstrações 72 As demonstrações contábeis das sociedades anônimas de capital fechado têm de ser elaboradas de acordo com as mesmas normas aplicáveis às sociedades anônimas de capital aberto expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.

( ) Certo.

( ) Errado.

Resolução

Essa é uma questão acerca da elaboração das demonstrações contábeis obrigatórias, assunto tratado pela Lei das S/A.

Para resolução, é necessário saber que, de acordo com o § 3° do art. 177 da Lei, as Sociedades anônimas de capital aberto têm que obedecer as determinações da Comissão de Valores Mobiliários - CVM, para elaboração de suas demonstrações contábeis.

Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes,

com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios

de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios

contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o

regime de competência.

...



130

§ 3o As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as

normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e serão obrigatoriamente

submetidas a auditoria por auditores independentes nela registrados.

Por outro lado, as companhias de capital fechado não estão obrigadas, mas tão somente, podem optar pela utilização das normas da CVM, nos termos do § 6° do mesmo artigo.

§ 6o As companhias fechadas poderão optar por observar as normas sobre

demonstrações financeiras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para

as companhias abertas.

Ora, isso é o oposto do que se afirma no enunciado da questão, portanto a questão está errada.

Gabarito: E

SEE-DF 2016 - Questão 78 - AVP 78 O cálculo do valor presente de um fluxo de caixa exige o conhecimento do valor do fluxo futuro, da data de ocorrência desse fluxo e da taxa de desconto aplicável.

( ) Certo.

( ) Errado.

Resolução

Esta é uma questão sobre o cálculo do ajuste a valor presente, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 12. Para resolução, basta conhecer a técnica de cálculo, apresentada na resposta à questão n° 1 do Anexo do pronunciamento:

1. Qual a diferença entre AVP e valor justo?

Resposta - Para responder a essa pergunta, é necessário entender o conceito de

valor justo (conforme expressão da Lei das Sociedades por Ações após

modificações introduzidas pela Lei nº. 11.638/07 e Medida Provisória nº.449/08) e

valor presente, de acordo com as definições a seguir transcritas, retiradas do

glossário das normas internacionais de contabilidade:

Valor justo (fair value) - é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um

passivo liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e

independentes entre si, com a ausência de fatores que pressionem para a

liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória.

Valor presente (present value) - é a estimativa do valor corrente de um fluxo de

caixa futuro, no curso normal das operações da entidade. Com base nessas

definições, devemos distinguir AVP de valor justo da seguinte forma:

AVP: tem como objetivo efetuar o ajuste para demonstrar o valor presente de um

fluxo de caixa futuro. Esse fluxo de caixa pode estar representado por ingressos ou

saídas de recursos (ou montante equivalente; por exemplo, créditos que diminuam



130

a saída de caixa futuro seriam equivalentes a ingressos de recursos). Para

determinar o valor presente de um fluxo de caixa, três informações são

requeridas: valor do fluxo futuro (considerando todos os termos e as condições

contratados), data do referido fluxo financeiro e taxa de desconto aplicável à

transação.

Repara-se que a definição do conceito faz referência – conforme acima grifado – à técnica de cálculo, que está de acordo com a afirmativa do enunciado. Portanto, a questão está correta.

Gabarito: C

SEE-DF 2016 - Questão 79 - Ajuste ao valor recuperável 79 Situação hipotética: Um ativo que possui valor contábil líquido de R$ 100.000 pode ser alienado em mercado concorrencial por R$ 95.000, livre de despesas de venda, ou pode ser mantido em atividade, quando então gerará um fluxo de caixa a valor presente de R$ 102.000.

Assertiva: Nessas condições, cabe à entidade detentora do referido ativo constituir uma provisão para perda de valor recuperável.

( ) Certo.

( ) Errado.

Resolução

Esta é uma questão sobre o conceito de ajuste a valor recuperável, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 1.

O valor recuperável é o maior entre o valor de venda e o valor de uso. Já, o reconhecimento de perda por ajuste a valor recuperável deve se dar quando o valor contábil de um recurso for inferior a seu valor recuperável.

Aplicando esses conceitos aos dados do enunciado, podemos calcular o ajuste conforme demonstrado na memória de cálculo a seguir.

1 - apuração do valor recuperável

( ) Valor de Venda 95.000,00 ( ) Valor em Uso 102.000,00 (=>) Máximo 102.000,00 Valor Recuperável

2 - verificação da perda

( ) Valor Contábil 100.000,00 (-) Valor Recuperável -102.000,00 (=) Perda 0,00 Limitada a zero

Pelo que está acima exposto, verifica-se a desnecessidade do reconhecimento de provisão para perda. Portanto a questão está errada.

Gabarito: E



130

SEE-DF 2016 - Questão 83 - Provisões 83 Um fabricante deve registrar um passivo líquido e certo relativo às garantias de reparo ou troca de seus produtos, dadas aos compradores, se, pela sua experiência passada, for provável — ou seja, mais provável que sim do que não — que algumas garantias serão executadas pelos compradores.

( ) Certo.

( ) Errado.

Resolução

Esta é uma questão sobre a definição de provisão, assunto tratado no Pronunciamento Técnico CPC n° 25. Para resolução, é necessário conhecer a definição e tratamento dos termos (a) provisão e (b) passivo contingente, bem como seu tratamento contábil.

A tabela abaixo apresenta esses referidos conceitos e critérios de contabilização.





Passivo Contingente






Repare que, no enunciado, é referida uma obrigação provável (mais provável de que haja saída de recursos do que não). Nesse caso, deve ser reconhecida uma provisão e não uma obrigação certa.

Portanto, a questão está errada.

Gabarito: E

SEE-DF 2016 - Questão 84 - Ajuste a valor presente 84 Situação hipotética: Um fornecedor oferece determinada mercadoria a prazo por R$ 1.000, porém em uma compra à vista, com vencimento em 30 dias, esse mesmo fornecedor oferece um desconto de 5% sobre o valor a prazo.

Assertiva: Nesse caso, em uma compra a prazo, a diferença entre o valor à vista e o valor a prazo deverá ser contabilizada, no momento da compra, como despesa de juros.

( ) Certo.

( ) Errado.



130

Resolução

Esta é uma questão sobre o conceito de realização do ajuste a valor presente - AVP, assunto tratado no Pronunciamento Técnico CPC n° 12.

De acordo com o pronunciamento, a realização do AVP, com reconhecimento do resultado, deve ser feita PRO RATA TEMPORE, com utilização do método da taxa de juros efetiva.

22. A quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base

exponencial "pro rata die", a partir da origem de cada transação, sendo os seus

efeitos apropriados nas contas a que se vinculam.

3. As reversões dos ajustes a valor presente dos ativos e passivos monetários

qualificáveis devem ser apropriadas como receitas ou despesas financeiras, a não

ser que a entidade possa devidamente fundamentar que o financiamento feito a

seus clientes faça parte de suas atividades operacionais, quando então as

reversões serão apropriadas como receita operacional. ...

Repara-se que a despesa financeira deve ser apropriada pro rata die e não no momento inicial, conforme proposto no enunciado. Portanto, a questão está errada.

Gabarito: E

SEFAZ-RS 2017 - Questão 70 - Lei das S/A Assinale a opção correspondente a preceito legal aplicável às demonstrações contábeis elaboradas por sociedade anônima.

A As contas de natureza semelhante que apresentem pequenos saldos devem ser agrupadas em contas de designações genéricas.

B A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados indicará o montante do lucro por ação do capital social.

C A duração do exercício social não pode ser inferior a um ano.

D Eventos subsequentes à data de encerramento do exercício social serão evidenciados em notas explicativas sempre que tragam, ou venham a trazer, impactos relevantes na situação financeira e no resultado futuro da empresa.

E É vedado às companhias fechadas utilizar-se das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para fins de elaboração de suas demonstrações contábeis.

Resolução

Esta é uma questão sobre critérios de elaboração e apresentação de demonstrações contábeis, assunto tratado pela Lei das S/A.

A As contas de natureza semelhante que apresentem pequenos saldos devem ser agrupadas em contas de designações genéricas.

ERRADO. São vedadas as designações genéricas.

Art. 176 ...



130

§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os

pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e

não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas

é vedada a utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou

"contas-correntes".

B A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados indicará o montante do lucro por ação do capital social.

ERRADO. Essa demonstração contém o dividendo por ação.

Art. 186

...

§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o

montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na

demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada

pela companhia.

C A duração do exercício social não pode ser inferior a um ano.

ERRADO. No início das atividades sociais ou no período de alteração do exercício

social, ele poderá ser inferior a 12 meses.

Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será

fixada no estatuto.

Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração

estatutária o exercício social poderá ter duração diversa.

D Eventos subsequentes à data de encerramento do exercício social serão evidenciados em notas explicativas sempre que tragam, ou venham a trazer, impactos relevantes na situação financeira e no resultado futuro da empresa.

CORRETO.

Art. 176. ...

...

§ 5o As notas explicativas devem:

...

IV – indicar:

...

I) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham,

ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados

futuros da companhia.



130

E É vedado às companhias fechadas utilizar-se das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para fins de elaboração de suas demonstrações contábeis.

ERRADO. É permitida essa opção.

Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes,

com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos

princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou

critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais

segundo o regime de competência.

...

§ 6o As companhias fechadas poderão optar por observar as normas sobre

demonstrações financeiras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários

para as companhias abertas.

Pelo exposto, verifica-se correta a alternativa de letra D.

Gabarito: D

TCE-PB 2017 - Questão 84 - Lei das S/A De acordo com a Lei n.º 6.404/1976 — Lei das Sociedades por Ações —, os certificados de ações devem conter

A a data de possível resgate.

B o nome do acionista.

C o nome fantasia da companhia, sua sede e seu prazo de duração.

D a assinatura do contador e de ao menos um diretor da companhia.

E o valor de mercado da ação representada.

Resolução

Esta é uma questão sobre o conceito de certificado de ação, assunto tratado pela Lei das S/A. O certificado de ação é um documento emitido pela companhia (sociedade por ações) em funcionamento, que comprova a propriedade da ação.

Os requisitos dos certificados são (a) a denominação da companhia, (b) o valor do capital social, (c) o limite de autorização para aumento de capital, se houver, (d) o número de ações ordinárias e preferenciais das diversas classes, (e) o número do certificado, (f) os direitos das partes beneficiárias, se houver, (g) a data da constituição da companhia, (h) o nome do acionista, (i) o débito do acionista, se a ação não estiver integralizada e (j) data da emissão do certificado.

Nesse sentido, cabe reproduzir o art. 24 da Lei das S/A, a seguir:

Art. 24. Os certificados das ações serão escritos em vernáculo e conterão as

seguintes declarações:



130

I - denominação da companhia, sua sede e prazo de duração;

II - o valor do capital social, a data do ato que o tiver fixado, o número de ações

em que se divide e o valor nominal das ações, ou a declaração de que não têm

valor nominal;

III - nas companhias com capital autorizado, o limite da autorização, em número

de ações ou valor do capital social;

IV - o número de ações ordinárias e preferenciais das diversas classes, se houver,

as vantagens ou preferências conferidas a cada classe e as limitações ou restrições

a que as ações estiverem sujeitas;

V - o número de ordem do certificado e da ação, e a espécie e classe a que

pertence;

VI - os direitos conferidos às partes beneficiárias, se houver;

VII - a época e o lugar da reunião da assembléia-geral ordinária;

VIII - a data da constituição da companhia e do arquivamento e publicação de

seus atos constitutivos;

IX - o nome do acionista; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

X - o débito do acionista e a época e o lugar de seu pagamento, se a ação não

estiver integralizada; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

XI - a data da emissão do certificado e as assinaturas de dois diretores, ou do

agente emissor de certificados (art. 27). (Redação dada pela Lei nº

9.457, de 1997)

§ 1º A omissão de qualquer dessas declarações dá ao acionista direito à

indenização por perdas e danos contra a companhia e os diretores na gestão dos

quais os certificados tenham sido emitidos.

§ 2o Os certificados de ações emitidas por companhias abertas podem ser

assinados por dois mandatários com poderes especiais, ou autenticados por

chancela mecânica, observadas as normas expedidas pela Comissão de Valores

Mobiliários. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

Pelo exposto, das alternativas apresentadas no enunciado, apenas o nome do acionista é um efetivo requisito do certificado, conforme opção B.

Gabarito: B



130

TCE-PB 2017 - Questão 85 - Lei das S/A A Lei n.º 11.638/2007, que introduziu alterações na forma de elaboração e de apresentação das demonstrações contábeis das companhias, determinou a

A extinção da demonstração de origens e aplicações de recursos.

B adoção do procedimento de redução ao valor recuperável dos ativos.

C segregação do ativo fixo no grupo físico e no grupo imaterial.

D vedação de lançamentos em contas de ativo diferido.

E proibição do uso da conta de lucros ou prejuízos acumulados.

Resolução

Esta é uma questão sobre a Lei n° 11.638, de 2007, que alterou a Lei das S/A iniciando o processo de convergência contábil no Brasil (completado pela Lei n° 11.941, de 2009 e pela normatização infralegal, baseada nos pronunciamentos do CPC).

Para resolução, analisaremos – em separado – cada assertiva do enunciado.

A extinção da demonstração de origens e aplicações de recursos.

ERRADO. Em que pese a Lei ter alterado o art. 188 da Lei das S/A, deixando de

fazer referência à DOAR e introduzindo a DFC, nos incisos III e IV restaram ainda

vigentes dispositivos relacionados a conceitos da DOAR, que somente foram

derrogados pela Lei n° 11.941, de 2009.

Art. 188. ...

...

III - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações,

representando aumento ou redução do capital circulante

líquido; (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de

2008) (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)

IV - os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o

montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o

exercício. (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de

2008) (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)

B adoção do procedimento de redução ao valor recuperável dos ativos.

CORRETO. Conforme art. 183.

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os

seguintes critérios:

...

§ 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a

recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de

que sejam: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)



130

I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de

interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou

quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para

recuperação desse valor; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil

econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e

amortização. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

C segregação do ativo fixo no grupo físico e no grupo imaterial.

ERRADO. Já não havia o conceito de ativo fixo. A segregação do antigo ativo

permanente em imobilizado e intangível se deu pela Lei n° 11.941, de 2009.

D vedação de lançamentos em contas de ativo diferido.

ERRADO. A Extinção do grupo ativo diferido se deu pela Lei n° 11.941, de 2009.

E proibição do uso da conta de lucros ou prejuízos acumulados.

ERRADO. Essa conta nunca foi proibida, apenas não é permitida a apresentação

de saldo positivo para ela, no Balanço Patrimonial.



análise da situação financeira da companhia.§ 2º No passivo, as contas serão

classificadas nos seguintes grupos:

...

III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes

de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos

acumulados.

Pelo exposto, verifica-se correta a alternativa de letra B.

Gabarito: B

TCE-PB 2017 - Questão 86 - Custos de transação O CPC definiu custo de transação como o gasto incorrido e diretamente atribuível, entre outras, às atividades necessárias à distribuição primária de ações ou bônus de subscrição. Ainda segundo o CPC, o referido custo, quanto à sua natureza, é um gasto

A fixo.

B incremental.

C operacional.

D diferencial.

E financeiro.



130

Resolução

Esta é uma questão sobre a definição de custos de transação, conceito definido pelo Pronunciamento Técnico CPC n° 8, nos termos de seu parágrafo 3°:

3. Para fins deste Pronunciamento, consideram-se os termos abaixo com os

seguintes significados:

Custos de transação são somente aqueles incorridos e diretamente atribuíveis às

atividades necessárias exclusivamente à consecução das transações citadas no

item 2. São, por natureza, gastos incrementais, já que não existiriam ou teriam

sido evitados se essas transações não ocorressem. Exemplos de custos de

transação são: i) gastos com elaboração de prospectos e relatórios; ii)

remuneração de serviços profissionais de terceiros (advogados, contadores,

auditores, consultores, profissionais de bancos de investimento, corretores etc.);

iii) gastos com publicidade (inclusive os incorridos nos processos de road-shows);

iv) taxas e comissões; v) custos de transferência; vi) custos de registro etc. Custos

de transação não incluem ágios ou deságios na emissão dos títulos e valores

mobiliários, despesas financeiras, custos internos administrativos ou custos de

carregamento.

Portanto, temos que custos de transação são gastos incrementais, conforme alternativa B.

Gabarito: B

12. Norma Brasileira de Contabilidade

- NBC TSP – Estrutura Conceitual, de 23 de setembro de 2016

TC/RO 2013 – Questão 073 – Estrutura Conceitual - Ativo ENUNCIADO

Com relação à estrutura conceitual do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), julgue os itens a seguir.

73 O direito de propriedade é condição essencial para que seja configurada a existência de um ativo, o qual surge sempre em decorrência de um direito legal.

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão sobre a definição de Ativo, assunto tratado pela Estrutura Conceitual da Contabilidade, constante do Pronunciamento Básico do CPC.

No parágrafo 4.12 do pronunciamento, é afirmado categoricamente que o direito de propriedade não é fundamental para o reconhecimento do ativo.

4.12. Muitos ativos, como, por exemplo, contas a receber e imóveis, estão

associados a direitos legais, incluindo o direito de propriedade. Ao determinar a



130

existência do ativo, o direito de propriedade não é essencial. Assim, por exemplo,

um imóvel objeto de arrendamento mercantil será um ativo, caso a entidade

controle os benefícios econômicos que são esperados que fluam da propriedade.

Embora a capacidade de a entidade controlar os benefícios econômicos

normalmente resulte da existência de direitos legais, o item pode, contudo,

satisfazer à definição de ativo mesmo quando não houver controle legal. Por

exemplo, o conhecimento (know-how) obtido por meio da atividade de

desenvolvimento de produto pode satisfazer à definição de ativo quando,

mantendo esse conhecimento (know-how) em segredo, a entidade controlar os

benefícios econômicos que são esperados que fluam desse ativo.

No enunciado, entretanto, é afirmado que o direito de propriedade seria essencial.


GABARITO

73 E

TC/RO 2013 – Questão 074 – Estrutura Conceitual - passivo ENUNCIADO


74 O passivo cuja avaliação é realizada mediante a utilização de um grau significativo de estimativas é denominado provisões, as quais são reconhecidas no balanço patrimonial se satisfizerem os critérios de definição de passivo, como representar uma obrigação presente.

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão sobre os critérios de reconhecimento de passivos (inclusive de provisões), assunto tratado pela Estrutura Conceitual da Contabilidade, constante do Pronunciamento Básico do CPC.

No capítulo 4 da Estrutura Conceitual, o conceito de passivo é trabalhado, como obrigação presente, derivada de eventos passados, para cuja quitação haja expectativa de saída de recursos.

4.4. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição

patrimonial e financeira são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Estes são

definidos como segue:

...

(b) passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados,

cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de

gerar benefícios econômicos; ...



130

4.15. Uma característica essencial para a existência de passivo é que a entidade

tenha uma obrigação presente. ...

4.17. A liquidação de uma obrigação presente geralmente implica a utilização,

pela entidade, de recursos incorporados de benefícios econômicos ...

4.18. Passivos resultam de transações ou outros eventos passados. Assim, por

exemplo, a aquisição de bens e o uso de serviços dão origem a contas a pagar (a

não ser que pagos adiantadamente ou na entrega) e o recebimento de

empréstimo bancário resulta na obrigação de honrá-lo no vencimento. ...

Em seguida, no texto da Estrutura Conceitual, é apresentado o conceito de provisão, como passivo que demanda um alto grau de estimativa para mensuração.

4.19. Alguns passivos somente podem ser mensurados por meio do emprego de

significativo grau de estimativa. No Brasil, denominam-se esses passivos de

provisões. ...

Portanto, a afirmativa do enunciado está CORRETA.

GABARITO

74 C

TC/RO 2013 – Questão 075 – Estrutura Conceitual – Aplicação da Estrutura ENUNCIADO


75 No caso de conflito entre a estrutura conceitual e um pronunciamento técnico do CPC, o disposto na estrutura conceitual deve ter prevalência sobre as exigências do pronunciamento técnico.

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão sobre a finalidade da Estrutura conceitual da Contabilidade, assunto tratado pelo Pronunciamento Técnico Básico do CPC.

A finalidade da estrutura conceitual é dar suporte à elaboração de normas e auxiliar sua interpretação.

Esta Estrutura Conceitual estabelece os conceitos que fundamentam a elaboração

e a apresentação de demonstrações contábeis destinadas a usuários externos. A

finalidade desta Estrutura Conceitual é:

(a) dar suporte ao desenvolvimento de novos Pronunciamentos Técnicos,

Interpretações e Orientações e à revisão dos já existentes, quando necessário;



130

(b) dar suporte à promoção da harmonização das regulações, das normas

contábeis e dos procedimentos relacionados à apresentação das demonstrações

contábeis, provendo uma base para a redução do número de tratamentos

contábeis alternativos permitidos pelos Pronunciamentos, Interpretações e

Orientações;

(c) dar suporte aos órgãos reguladores nacionais;

(d) auxiliar os responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis na

aplicação dos Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações e no

tratamento de assuntos que ainda não tenham sido objeto desses documentos;

(e) auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a conformidade

das demonstrações contábeis com os Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e

Orientações;

(f) auxiliar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de

informações nelas contidas, elaboradas em conformidade com os

Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações; e

(g) proporcionar aos interessados informações sobre o enfoque adotado na

formulação dos Pronunciamentos Técnicos, das Interpretações e das Orientações.

Em seguida, é esclarecido que a Estrutura Conceitual não é um pronunciamento e que, no caso de conflitos entre ela e pronunciamentos, esses últimos devem prevalecer.

Esta Estrutura Conceitual não é um Pronunciamento Técnico propriamente dito e,

portanto, não define normas ou procedimentos para qualquer questão particular

sobre aspectos de mensuração ou divulgação. Nada nesta Estrutura Conceitual

substitui qualquer Pronunciamento Técnico, Interpretação ou Orientação.

Pode haver um número limitado de casos em que seja observado um conflito entre

esta Estrutura Conceitual e um Pronunciamento Técnico, uma Interpretação ou

uma Orientação. Nesses casos, as exigências do Pronunciamento Técnico, da

Interpretação ou da Orientação específicos devem prevalecer sobre esta Estrutura

Conceitual. Entretanto, à medida que futuros Pronunciamentos Técnicos,

Interpretações ou Orientações sejam desenvolvidos ou revisados tendo como

norte esta Estrutura Conceitual, o número de casos de conflito entre esta Estrutura

Conceitual e eles tende a diminuir.

Ora, no enunciado é afirmado justamente o contrário, que no caso de conflito entre a Estrutura Conceitual e Pronunciamentos, ela deveria prevalecer.

Portanto a afirmativa está ERRADA.

GABARITO

75 E



130

TC/RO 2013 – Questão 076 – Estrutura Conceitual - Demonstrações ENUNCIADO


76 As demonstrações contábeis devem ser elaboradas para atender os interesses de investidores atuais e de investidores em potencial, bem como as necessidades de credores por empréstimos e de outros credores, os quais utilizarão a informação contábil para decidir se devem ou não fornecer recursos para financiar a entidade que divulga essas demonstrações.

RESOLUÇÃO

Essa é uma questão sobre o objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral (demonstração contábil), assunto tratado pela Estrutura Conceitual da Contabilidade, constante do Pronunciamento Técnico Básico do CPC.

Na estrutura conceitual é afirmado que esse objetivo é fornecer informações aos investidores, credores e demais interessados em geral, para que esses possam tomar decisões em relação à entidade, principalmente a de entrega de recursos a ela.

Nesse sentido, cabe referência aos parágrafos OB2 e OB3, da Estrutura Conceitual.

OB2. O objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral1 é fornecer

informações contábil-financeiras acerca da entidade que reporta essa informação

(reporting entity) que sejam úteis a investidores existentes e em potencial, a

credores por empréstimos e a outros credores, quando da tomada decisão ligada

ao fornecimento de recursos para a entidade. Essas decisões envolvem comprar,

vender ou manter participações em instrumentos patrimoniais e em instrumentos

de dívida, e a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito.

OB3. Decisões a serem tomadas por investidores existentes e em potencial

relacionadas a comprar, vender ou manter instrumentos patrimoniais e

instrumentos de dívida dependem do retorno esperado dos investimentos feitos

nos referidos instrumentos, por exemplo: dividendos, pagamentos de principal e

de juros ou acréscimos nos preços de mercado. Similarmente, decisões a serem

tomadas por credores por empréstimos e por outros credores, existentes ou em

potencial, relacionadas a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas

de crédito, dependem dos pagamentos de principal e de juros ou de outros

retornos que eles esperam. As expectativas de investidores, credores por

empréstimos e outros credores em termos de retorno dependem da avaliação

destes quanto ao montante, tempestividade e incertezas (as perspectivas)

associados aos fluxos de caixa futuros de entrada para a entidade.

Consequentemente, investidores existentes e em potencial, credores por

empréstimo e outros credores necessitam de informação para auxiliá-los na

avaliação das perspectivas em termos de entrada de fluxos de caixa futuros para a

entidade.



130

Ora, no enunciado é afirmado que as demonstrações contábeis devem ser elaboradas para atender os interesses de investidores atuais e de investidores em potencial, bem como as necessidades de credores por empréstimos e de outros credores, os quais utilizarão a informação contábil para decidir se devem ou não fornecer recursos para financiar a entidade que divulga essas demonstrações.

Portanto a afirmativa está CORRETA.

GABARITO

76 C

TC/RO 2013 – Questão 077 – Estrutura Conceitual – Essência Econômica ENUNCIADO


77 A contabilização de uma operação de venda com compromisso de recompra como se fosse um empréstimo obtido pelo vendedor em que o bem objeto da transação é uma espécie de garantia da operação configura uma aplicação do princípio da essência econômica sobre a forma jurídica.

RESOLUÇÃO

Antes da resolução da questão propriamente dita, é necessário fazer uma crítica ao enunciado. No enunciado, a essência econômica sobre a forma jurídica é referida como um princípio. Entretanto, na Resolução CFC n° 750, de 1993, os princípios são (a) Entidade, (b) Continuidade, (c) Oportunidade, (d) Registro pelo Valor Original, (e) Competência e, (f) Prudência. Com efeito, no parágrafo 2º do art. 1º da resolução, está dito que, na aplicação dos Princípios de Contabilidade a situações concretas, a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.

Portanto, tecnicamente, a prevalência da essência econômica sobre a forma jurídica não é um princípio propriamente dito, mas um critério de aplicação dos princípios a situações concretas.

De qualquer maneira, o examinador entendeu ser esse critério – provavelmente por aproximação – mais um princípio. Assim, resolveremos a questão a partir desta premissa.

Pois bem, no art. 1º, § 2º, da Resolução CFC n° 750, de 1993, consta o seguinte:

Art. 1º ...

§ 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e a

essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.

No enunciado, por sua vez, é afirmado que a contabilização de uma operação de venda com compromisso de recompra como se fosse um empréstimo obtido pelo vendedor em que o bem objeto da transação seria uma espécie de garantia da operação configura uma aplicação da essência econômica sobre a forma jurídica.



130

Vejamos:

Com a venda, alguém recebe dinheiro e entrega um bem. Ora, em um empréstimo com garantia, no momento inicial, também se recebe dinheiro e se dá um bem como garantia da futura devolução do dinheiro.

Como há compromisso de recompra, pela recompra há pagamento de dinheiro e o recebimento do bem, de volta. Ora, no caso de um empréstimo com garantia, também, na quitação há pagamento de dinheiro e recebimento, em retorno da garantia.

Assim, percebe-se que a essência econômica é semelhante nos dois casos.


GABARITO

77 C

TCU 2014 – Questão 123 – Estrutura Conceitual – Características Qualitativas ENUNCIADO

De acordo com o pronunciamento conceitual básico (R1), elaborado pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, julgue o item a seguir.

123 A característica qualitativa da comparabilidade é obtida quando são usados os mesmos métodos para os mesmos itens, pressupondo-se que as características qualitativas de melhoria tenham sido satisfeitas.

RESOLUÇÃO

Trata-se de uma questão que versa sobre a Estrutura Conceitual da Contabilidade, constante do Pronunciamento Básico do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), especificamente sobre a característica qualitativa, de melhoria, da informação contábil financeira útil, da comparabilidade.

Com efeito, há duas categorias de informações financeiras úteis: (a) as características qualitativas fundamentais, que são a Relevância e a Representação Fidedigna e (b) as características qualitativas de melhoria, que são a Comparabilidade, a Verificabilidade, a Tempestividade e a Compreensibilidade.

A característica da comparabilidade, na informação contábil-financeira, consiste na possibilidade de que a informação da entidade seja comparada com:

- informação similar sobre outras entidades e

- informação similar sobre a mesma entidade, para outro período ou data.

A comparabilidade é importante para identificação e compreensão de similaridades e diferenças entre itens. O conceito de comparabilidade não se confunde com o de consistência ou de uniformidade. A consistência se refere ao uso dos mesmos métodos para os mesmos itens, de um período para outro. Portanto, a consistência é apenas um meio para alcançar a comparabilidade, esta sim uma qualidade da informação. Esclareça-se, inclusive, que a uniformidade, dar tratamento igual a vários itens, não implica necessariamente comparabilidade, pois a comparabilidade não é aprimorada ao se fazer com que coisas diferentes pareçam iguais ou, coisas iguais pareçam diferentes.



130

Esses conceitos são tratados nos parágrafos QC20 a QC25 da Estrutura Conceitual.

Conhecida a teoria, passaremos à resolução da questão propriamente dita.

No enunciado é colocado que “A característica qualitativa da comparabilidade é obtida quando são usados os mesmos métodos para os mesmos itens, pressupondo-se que as características qualitativas de melhoria tenham sido satisfeitas”. Ora, essa é uma afirmativa errada, porque a utilização dos mesmos métodos caracteriza o conceito de CONSISTÊNCIA e não de comparabilidade, conforme expresso no parágrafo Q22:

QC22. Consistência, embora esteja relacionada com a comparabilidade, não

significa o mesmo. Consistência refere-se ao uso dos mesmos métodos para os

mesmos itens, tanto de um período para outro considerando a mesma entidade

que reporta a informação, quanto para um único período entre entidades.

Comparabilidade é o objetivo; a consistência auxilia a alcançar esse objetivo.


*

GABARITO

123

E

Telebras 2015 – Questão 053 – Características Qualitativas

ENUNCIADO

De acordo com a normatização contábil em vigor, julgue os itens que se seguem com base nas atualizações da contabilidade brasileira da última década.

53 O princípio ou característica da prudência é conflitante com a característica qualitativa fundamental da representação fidedigna.

RESOLUÇÃO

Esta é uma questão que versa sobre a comparação entre a Estrutura Conceitual da Contabilidade, proposta pelo Pronunciamento Básico do CPC, e os Princípios de Contabilidade, aprovados pela Resolução CFC n° 750, de 1993.

Entre os Princípios de Contabilidade, temos o princípio da Prudência, constante do art. 10 da Resolução, conforme abaixo reproduzido:

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

Assim, sempre que houver duas opções igualmente aceitáveis, pelo princípio da prudência, deveria ser utilizada aquela que resultasse no menor valor para os recursos do ativo e o maior valor para as obrigações do passivo.

Entretanto, na Estrutura Conceitual, a Prudência deixou de estar ligada às Características Qualitativas da Informação Contábil-financeira útil, porque, para isso a informação deve ser neutra. Ora, sendo a representação fidedigna o objetivo, poderá haver situações em que a redução do ativo ou a majoração do passivo não seja aplicável. Portanto, a referência à Prudência foi retirada do texto da Estrutura Conceitual.



130

Nesse sentido, cabe referir o que consta do sumário da Estrutura Conceitual.

A característica prudência (conservadorismo) foi também retirada da condição de aspecto da representação fidedigna por ser considerada inconsistente com a neutralidade. Subavaliações de ativos e superavaliações de passivos, com consequentes registros de desempenhos posteriores inflados, são considerados incompatíveis com a informação que pretende ser neutra.

Pelo que se encontra acima, verifica-se que a afirmativa está correta.

GABARITO

C

SEFAZ-RS 2017 – Questão 51 - Usuários das demonstrações As informações contábeis devem ser mensuradas e divulgadas a diversos usuários. Considerando as necessidades específicas de cada usuário quanto às informações contábeis, julgue os itens a seguir.

I As instituições financeiras estão interessadas em informações relativas ao endividamento da empresa e à existência de liquidez suficiente para que ela honre com o pagamento dos empréstimos adquiridos.

II Nas suas análises, o investidor busca avaliar a empresa que seja mais lucrativa e que pague maiores dividendos.

III As agências reguladoras, no cumprimento de suas funções, apuram o lucro tributável das concessionárias de serviço público com o objetivo de fiscalizar a execução de suas atribuições legais.

IV O empregado está interessado na demanda do mercado pelo produto fabricado pela empresa e no preço necessário para que se atinja a margem de lucro esperada.


A I e II.

B I e IV.

C II e III.

D I, III e IV.

E II, III e IV.

Resolução

Esta é uma questão sobre os usuários das demonstrações contábeis, assunto tratado pela Estrutura Conceitual da Contabilidade. Para resolução, analisaremos cada assertiva do enunciado à luz da referida estrutura conceitual.

I As instituições financeiras estão interessadas em informações relativas ao endividamento da empresa e à existência de liquidez suficiente para que ela honre com o pagamento dos empréstimos adquiridos.

CORRETO. Esse é o interesse principal do credor.

II Nas suas análises, o investidor busca avaliar a empresa que seja mais lucrativa e que pague maiores dividendos.



130

CORRETO. Esse é o interesse principal do investidor.

III As agências reguladoras, no cumprimento de suas funções, apuram o lucro tributável das concessionárias de serviço público com o objetivo de fiscalizar a execução de suas atribuições legais.

ERRADO. A apuração do lucro tributável não é interessa das agências reguladoras,

mas sim do fisco. As agências reguladoras estão interessadas em controlar o

cumprimento dos contratos de concessão do serviço.

IV O empregado está interessado na demanda do mercado pelo produto fabricado pela empresa e no preço necessário para que se atinja a margem de lucro esperada.

ERRADO. O empregado não está interessado na margem de lucro dos produtos,

mas sim na capacidade de pagamento dos salários e benefícios.

Pelo exposto, verificam-se corretas as afirmativas I e II, conforme alternativa de letra A do enunciado.

Gabarito: A

SEFAZ-RS 2017 - Questão 61 – Estrutura conceitual Conforme a NBC TG Estrutura Conceitual aprovada pela Resolução CFC n.º 1.374/2011, o valor realizável é a base de mensuração que implica avaliar o ativo de acordo com o

A valor presente descontado dos fluxos futuros de entradas líquidas de caixa esperados do ativo no curso normal das operações.

B montante de caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela sua venda em forma ordenada.

C montante de caixa ou equivalentes de caixa a serem pagos se esse mesmo ativo ou um ativo equivalente for adquirido na data do balanço.

D maior montante entre o seu valor justo líquido de despesa de venda e o seu valor em uso.

E valor justo dos recursos entregues para adquiri-lo na data de aquisição.

Resolução

Esta é uma questão sobre a Estrutura Conceitual da Contabilidade. Para resolução, é necessário conhecer a definição de VALOR REALIZÁVEL.

4.55. Um número variado de bases de mensuração é empregado em diferentes

graus e em variadas combinações nas demonstrações contábeis. Essas bases

incluem o que segue:

...

(c) Valor realizável (valor de realização ou de liquidação). Os ativos são mantidos

pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela

sua venda em forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos seus montantes de



130

liquidação, isto é, pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa, não

descontados, que se espera serão pagos para liquidar as correspondentes

obrigações no curso normal das operações.

...

Conhecida a definição, analisaremos agora – em separado – cada uma das afirmativas do enunciado.

A valor presente descontado dos fluxos futuros de entradas líquidas de caixa esperados do ativo no curso normal das operações.

ERRADO. Essa é a definição de valor presente.

4.55. ...

(d) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado, dos

fluxos futuros de entradas líquidas de caixa que se espera seja gerado pelo item

no curso normal das operações. Os passivos são mantidos pelo valor presente,

descontado, dos fluxos futuros de saídas líquidas de caixa que se espera serão

necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações.

B montante de caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela sua venda em forma ordenada.

CORRETO.

C montante de caixa ou equivalentes de caixa a serem pagos se esse mesmo ativo ou um ativo equivalente for adquirido na data do balanço.

ERRADO. Essa é a definição de custo corrente.

4.55 ...

(b) Custo corrente. Os ativos são mantidos pelos montantes em caixa ou

equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses mesmos ativos ou

ativos equivalentes fossem adquiridos na data do balanço. Os passivos são

reconhecidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa, não

descontados, que se espera seriam necessários para liquidar a obrigação na

data do balanço.

D maior montante entre o seu valor justo líquido de despesa de venda e o seu valor em uso.

ERRADO. Essa é a definição de valor recuperável, constante do Pronunciamento

Técnico CPC n° 1.

6. Os seguintes termos são utilizados neste Pronunciamento Técnico com os

significados específicos que se seguem:

...



130

Valor recuperável de um ativo ou de unidade geradora de caixa é o maior

montante entre o seu valor justo líquido de despesa de venda e o seu valor em

uso.

E valor justo dos recursos entregues para adquiri-lo na data de aquisição.

ERRADO. Esse é o conceito de custo histórico.

(a) Custo histórico. Os ativos são registrados pelos montantes pagos em caixa

ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos entregues para

adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos

montantes dos recursos recebidos em troca da obrigação ou, em algumas

circunstâncias (como, por exemplo, imposto de renda), pelos montantes em

caixa ou equivalentes de caixa se espera serão necessários para liquidar o

passivo no curso normal das operações.

Pelo exposto, verifica-se correta a afirmativa constante da alternativa de letra B.

Gabarito: B

SEFAZ-RS 2017 - Questão 69 - Estrutura Conceitual Assinale a opção que apresenta a premissa subjacente para a elaboração das demonstrações contábeis, de acordo com a NBC TG Estrutura Conceitual.

A relevância

B tempestividade

C essência econômica sobre a forma jurídica

D representação fidedigna

E continuidade

Resolução

Esta é uma questão sobre os conceitos apresentados na Estrutura Conceitual da Contabilidade. Para resolução, é necessário saber a premissa subjacente das demonstrações contábeis elaboradas.

Trata-se da continuidade presumida, nos termos do parágrafo 4.1:

Premissa subjacente

Continuidade

4.1. As demonstrações contábeis normalmente são elaboradas tendo como

premissa que a entidade está em atividade (going concern assumption) e irá

manter-se em operação por um futuro previsível. Desse modo, parte-se do

pressuposto de que a entidade não tem a intenção, nem tampouco a necessidade,

de entrar em processo de liquidação ou de reduzir materialmente a escala de suas

operações. Por outro lado, se essa intenção ou necessidade existir, as



130

demonstrações contábeis podem ter que ser elaboradas em bases diferentes e,

nesse caso, a base de elaboração utilizada deve ser divulgada.

Conhecida a premissa subjacente da continuidade, vamos analisar cada assertiva em separado.

A relevância

ERRADO. A relevância é uma das características qualitativas fundamentais da

informação contábil.

B tempestividade

ERRADO. A tempestividade é uma das características qualitativas de melhoria da

informação contábil.

C essência econômica sobre a forma jurídica

ERRADO. Essa era uma das características da informação contábil e foi retirada

por ser considerada redundante em face da representação fidedigna.

D representação fidedigna

ERRADO. A representação fidedigna é uma das características qualitativas

fundamentais da informação contábil.

E continuidade

CORRETO.

Gabarito: E

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POLÍCIA FEDERAL - AGENTE CONTABILIDADE GERAL · POLÍCIA FEDERAL - AGENTE CONTABILIDADE GERAL Luiz Eduardo Santos Página 1 de 130 Sumário 01/02. ... 03. Atos e Fatos Administrativos