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POLTICA E GESTO DA EDUCAO BSICA,
PS-OBRIGATRIA E DA EDUCAO SUPERIOR
Joo Ferreira de Oliveira
(Organizador)
POLTICA E GESTO DA EDUCAO BSICA,
PS-OBRIGATRIA E DA EDUCAO SUPERIOR
Srie Anais do VI Congresso Ibero-Americano de Poltica e Administrao da Educao
e IX Congresso Luso-Brasileiro de Poltica e Administrao da Educao
ANPAE
A ANPAE
Presidente
Joo Ferreira de Oliveira
Vice-presidentes
Sudeste Marcelo Soares Pereira da Silva
Nordeste Luciana Rosa Marques
Centro-Oeste Regina Tereza Cestari de Oliveira
Sul Elton Luiz Nardi
Norte Terezinha Ftima Andrade Monteiro dos Santos
Diretores
Diretor Executivo Erasto Fortes Mendona
Diretor Secretrio Pedro Ganzeli
Diretor de Projetos Especiais Leda Scheibe
Diretora de Publicaes Maria Dilnia Espndola Fernandes
Diretor de Pesquisa ngelo Ricardo de Souza
Diretora de Intercmbio Institucional Aida Maria Monteiro Silva
Diretora de Cooperao Internacional Mrcia ngela Aguiar
Diretora de Formao e Desenvolvimento Maria Vieira da Silva
Diretora Financeira Catarina de Almeida Santos
Editoras
Editora Lcia Maria de Assis
Editora Associada Daniela da Costa Britto Pereira Lima
Conselho fiscal
Janete Maria Lins de Azevedo
Miriam Fbia Alves
Romualdo Luiz Portela de Oliveira
Seo de estado diretores e vice-diretores
Bahia
Diretora: Emlia Peixoto Vieira
Vice-diretora: Antnia Almeida Silva
Distrito Federal
Diretora: Adriana Almeida Sales de Melo
Vice-diretora: Natalia de Souza Duarte
Esprito Santo
Diretora: Caroline Falco Fernandes Valpassos
Vice-diretor: Itamar Mendes da Silva
Gois
Diretora: Karine Nunes de Moraes
Vice-diretora: Cllia Brando Alvarenga Craveiro
Mato Grosso do Sul
Diretora: Carina Elisabeth Maciel
Vice-diretora: Vilma Miranda de Brito
Minas Gerais
Diretora: Lcia de Ftima Valente
Vice-diretora: Maria Simone Ferraz Pereira Moreira Costa
Par
Diretora: Ney Cristina Monteiro de Oliveira
Vice-diretora: Maria Auxiliadora Maus de Lima Arajo
Paraba
Diretor: Luiz de Sousa Junior
Vice-diretora: Andreia Ferreira da Silva
Paran
Diretora: Adriana Dragone Silveira
Vice-diretora: Simone de Ftima Flash
Pernambuco
Diretor: Edson Francisco de Andrade
Vice-diretor: Jos Amaro Barbosa da Silva
Rio de Janeiro
Diretor: Jorge Nassim Vieira Najjar
Vice-diretora: Maria Celi Chaves Vasconcelos
Rio Grande do Norte
Diretora: Rute Regis de Oliveira da Silva
Vice-diretora: Luciane Terra dos Santos Garcia
Rio Grande do Sul
Diretor: Juca Gil - [email protected]
Vice-diretora: Elena Maria Billig Mello
Santa Catarina
Diretora: Marilda Pasqual Schneider
Vice-diretor: Marcos Edgar Bassi
So Paulo
Diretora: Graziela Zambo Abdian
Vice-diretora: Teise de Oliveira Guaranha Garcia
Tocantins
Diretora: Rosilene Lagares
Vice-diretora: Mnica Aparecida da Rocha
Conselho deliberativo
Presidente, Vice-Presidentes e Diretores das Sesses Estaduais mais ex-Presidente da gesto anterior.
ORGANIZAO DO EVENTO
Comisso organizadora nacional
Joo Ferreira de Oliveira (UFG)
Daniela da Costa Britto Pereira Lima (UFG)
Lcia Maria de Assis (UFG)
Christiane Fagundes Guimares Pereira (UFG) Secretria
Leila Cristina Borges (UFG) Secretria
Samra Assuno Valles Jorge (UFG) Secretria
Comit cientfico
Brasil
Daniela da Costa Britto Pereira Lima (UFG)
Elton Luiz Nardi (UNOESC)
Joo Ferreira de Oliveira (UFG)
Lcia Maria de Assis (UFG)
Luciana Rosa Marques (UFPE)
Mrcia ngela Aguiar (UFPE)
Marcelo Soares Pereira da Silva (UFU)
Regina Tereza Cestari de Oliveira (UCDB)
Terezinha Ftima Andrade M. dos Santos Lima (UFPA)
Espanha
Alfonso Fernndez Martnez (Inspeccin de Educacin. Pas Vasco)
Carmen Romero Urea (Universidad de Valladolid)
Daniel Rodrguez Arenas (Universidad de Castilla-La Mancha, Facultad de educacin de Toledo)
Jos Manuel Cabada lvarez (Presidente de laAsociacinEspaola para laEducacin Especial)
Jos Ramn Blas Pastor (Doctor em Biologa y Profesor de Enseanza Secundaria).
Josep Serentill Rubio (Inspeccin de Educacin. Catalunya)
Juan Salam Sala (UNED, Universidad Nacional de Educacin a Distancia)
Maradel Pilar Alonso Duarte (Psicopedagoga enel EOEP especfico de deficiencia auditiva de
Cceres)
Pedro NavareoPinadero (Responsable de implementacindel sistema escalae)
Santiago EstanVanacloig (Consejera de Educacin. Gobierno de Valencia)
Santiago Esteban Frades (Universidad de Valladolid)
Portugal
Ana Maria Seixas (Universidade de Coimbra)
Antnio Neto Mendes (Universidade de Aveiro)
Elisabete Ferreira (Universidade do Porto)
Joo Barroso (Universidade de Lisboa)
Jorge Adelino Costa (Universidade de Aveiro)
Licnio Lima (Universidade do Minho)
Maria de Ftima Choro Cavaleiro Sanches (Universidade de Lisboa)
Mariana Dias (Instituto Politcnico de Lisboa)
Lus Miguel Carvalho (Universidade de Lisboa)
Sofia Viseu (Universidade de Lisboa)
Virgnio S (Universidade do Minho)
Pareceristas ad hoc
Adriana Bauer (FCC)
Ana Maria De Albuquerque Moreira
Carina Elisabeth Maciel (UFMS)
Catarina de Almeida Santos (UnB)
Cleiton de Oliveira (UNIMEP)
Daniela da Costa Britto Pereira Lima (UFG)
Edilene da Rocha Guimares (IFPE)
Elisngela Alves da Silva Scaff (UFGD)
Elton Luiz Nardi (UNOESC)
Erasto Fortes Mendona (UnB)
Giselle Cristina Martins Real
Jefferson Mainardes (UEPG)
Joo Ferreira de Oliveira (UFG)
Joo Roberto Resende Ferreira (UEG)
Karine Nunes de Moraes (UFG)
Lisete Regina Gomes Arelaro (USP)
Lcia Maria de Assis (UFG)
Maria da Salete Barboza de Farias (UFPB)
Maria de Ftima Cssio (UFPEL)
Maria Jos Pires Barros Cardozo (UFMA)
Marlia Fonseca (UNB)
Marlene Barbosa de Freitas Reis (UEG)
Miguel Henrique Russo (UNICID)
Raimundo Luiz Silva Arajo (UNB)
Sandra Maria Zkia Lian de Souza (USP)
Selma Borghi Venco (UNICAMP)
Simone de Ftima Flach (UFSCar)
Suelaynne Lima da Paz (UEG)
FICHA CATALOGRFICA
OL48p
Poltica e gesto da educao bsica, ps-obrigatria e da educao
superior. - Srie Anais do VI Congresso Ibero-Americano de Poltica
e Administrao da Educao e IX Congresso Luso-Brasileiro de
Poltica e Administrao da Educao, Organizao: Joo Ferreira
de Oliveira [Livro Eletrnico]. Recife: ANPAE, 2018.
ISBN: 978-85-87987-10-5
Formato: PDF, 594 pginas
1. Educao. 2. Poltica Educacional. 3. Gesto. 4. Anais I.
Oliveira, Joo Ferreira. II. Ttulo. III. Srie
CDU 37.01/49(06)
CDD 378
Organizador
Joo Ferreira de Oliveira
Servios Editoriais
Carlos Alexandre da Lapa Aguiar
Christiane Fagundes Guimares Pereira
Capa: Fragmentos de azulejos de obras de Antoni Gaud em Barcelona, Catalunha.
Endereo da Anpae
Campus UnB, S/N, Faculdade de Educao, Asa Norte, CEP: 70.310-500, Brasilia-DF/Brasil
Sede da Presidncia
Faculdade de Educao/UFG, Espao do Nedesc
Rua 235, Setor Universitrio, CEP: 74605-050, Goinia-GO/Brasil
Telefone da sede
+55 62 3209-6220
E-mail da Anpae
Site da Anpae
www.anpae.org.br
http://www.anpae.org.br/
SUMRIO
APRESENTAO
Joo Ferreira de Oliveira
23
POLTICA E GESTO DA EDUCAO BSICA E
PS-OBRIGATRIA
I - MOVIMENTO TERICO DA ADMINISTRAO ESCOLAR NO BRASIL:
ALGUMAS CONSIDERAES
Alda Junqueira Marin e Sandra Maria Sanches
25
II - PRINCPIOS DE GESTO DEMOCRTICA: DEMARCAES EM
NORMAS DE SISTEMAS MUNICIPAIS DE ENSINO DE SANTA CATARINA
BRASIL
Aline Bettiolo dos Santos e Elton Luiz Nardi
29
III - ESCOLA EXPERIMENTAL, PBLICA E BILNGUE NO MUNICPIO
DO RIO DE JANEIRO E O CONTEXTO DA PRTICA DA GESTO
ESCOLAR
Aline Miranda Fonseca e Daniela Patti do Amaral
33
IV - A PARTICIPAO DO CONSELHO ESCOLAR NA AMPLIAO DO
TEMPO DISCENTE: O PROGRAMA MAIS EDUCAO EM FOCO
Amanda Moreira Borde
37
V - POLTICAS EDUCACIONAIS: NUANCES DA PROPOSTA DO NOVO
ENSINO MDIO
Ana Lara Casagrande, Silvia Maria dos Santos Stering e Joyce Mary Adam
41
VI - OPES POLTICOINSTITUCIONAIS DE GESTO DEMOCRTICA
EM SISTEMAS MUNICIPAIS DE ENSINO
Ana Paula da Motta e Marilda Pasqual Schneider
45
VII - PLANOS MUNICIPAIS DE EDUCAO: IMPASSES NA GESTO
DEMOCRTICA DA EDUCAO BSICA
Angela Maria Martins
49
VIII - POLTICAS E GESTO DA EDUCAO NO BRASIL:
APROXIMAES COM VISTAS AO ESTADO DO CONHECIMENTO (1998
A 2015)
ngelo Ricardo de Souza
53
IX - A EDUCAO INTEGRAL EM ANISIO TEIXEIRA E DARCY RIBEIRO:
APROXIMAES E DISTANCIAMENTOS COM A PEDAGOGIA
HISTRICO CRTICA DE DERMEVAL SAVIANI
Anselmo Alencar Colares
57
X - PESQUISA NA PS-GRADUAO NO BRASIL: TENDNCIAS E
CARACTERSTICAS
Antonia Almeida Silva e Mrcia Aparecida Jacomini
61
XI - GESTO ESCOLAR E SUBJETIVIDADE: APREENSES
HABERMASIANAS
Arilene Maria Soares de Medeiros
65
XII - EFICCIA DA INSTRUO AMBIENTAL EM INSTITUIES DE
EDUCAO PROFISSIONAL
Aurlio Ferreira Borges Maria dos Anjos Cunha Silva Borges
69
XIII - ORIENTAO PEDAGGICA NO MUNICPIO DE QUEIMADOS (RJ):
DEMOCRATIZAO DA GESTO ESCOLAR
Bethania Bittencourt Costa e Silva
76
XIV - OFERTA DE EDUCAO INFANTIL NO BRASIL NAS LTIMAS
DUAS DCADAS
Bianca Correa e Jos Marcelino de Rezende Pinto
80
XV - COMITS DE EDUCAO INTEGRAL: A CONSTRUO DE REDES
COLABORATIVAS PARA A EDUCAO (EM TEMPO) INTEGRAL
Carlos Antnio Diniz Jnior e Janana Specht da Silva Menezes
85
XVI - PANORAMA DA EDUCAO OBRIGATRIA PARA AS CRIANAS
DE QUATRO E CINCO ANOS ENTRE 2009 E 2014 EM 16 MUNICPIOS DA
MICRORREGIO DE RIBEIRO PRETO
Caroline Barreto Brunelli Barbosa
89
XVII - A ESCOLA CONFESSIONAL NO BRASIL E EM PORTUGAL: O
DESAFIO DE PRESERVAR A MISSO E O DESENVOLVIMENTO DE
VALORES NA MODERNIDADE UM ESTUDO NA REDE MARISTA DE
EDUCAO
Ceciliany Alves Feitosa
94
XVIII - A TRAJETRIA DE EXPANSO DE UMA POLTICA PBLICA:
REDE FEDERAL DE EDUCAO PROFISSIONAL NO BRASIL
Cintia Tavares do Carmo
98
XIX - GESTO DEMOCRTICA PARA UMA ESCOLA APRENDENTE
Claudia Gomes Coelho Campos e Adriana Valria Santos Diniz
102
XX - A (NO) GARANTIA DO DIREITO EDUCAO NO BRASIL: O QUE
REVELAM OS DADOS DE 2016?
Cristiane Machado, Pedro Ganzeli e Andria Silva Abbiati
106
XXI - GESTO ESCOLAR PBLICA: A VISO DE DIRETORES
ESCOLARES SOBRE CARACTERSTICAS IMPORTANTES PARA O
CARGO
Cristiane Regina Dourado Vasconcelos e Ione Oliveira Jatob Leal
110
XXII - A CONSTRUO NORMATIVA DO TERCEIRO SETOR NO BRASIL:
A PARCERIA PBLICO-PRIVADA E A DEMOCRATIZAO DA
EDUCAO
Daniela de Oliveira Pires
116
XXIII - MRITO E DESEMPENHO NA SELEO DOS DIRETORES
ESCOLARES NO RIO DE JANEIRO: QUAL GESTO DEMOCRTICA?
Daniela Patti do Amaral
120
XXIV - GESTO DE SISTEMAS E A EDUCAO NO ESTADO DO PAR:
DESAFIOS EM PAUTA
Dinair Leal da Hora
124
XXV - A UNIVERSALIZAO DO VOTO DOS ESTUDANTES NA ELEIO
DE DIRETORES NAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE
MUNICIPAL DE EDUCAO DE VITRIA-ES
Eduardo Augusto Moscon Oliveira e Charla Barbosa de Oliveira Macedo de
Campos
129
XXVI -A COORDENAO PEDAGGICA E A GESTO DEMOCRTICA
NA ESCOLA
Elenise Pinto de Arruda e Maria Llia Imbiriba Sousa Colares
132
XXVII - GESTO E EDUCAO EM TEMPO INTEGRAL NO BRASIL:
APROXIMAES E DISTANCIAMENTOS DO PROGRAMA MAIS
EDUCAO E A GESTO DEMOCRTICA
Elisangela da Silva Bernado
136
XXVIII - ACCOUNTABILITY NA EDUCAO BSICA BRASILEIRA:
PERCEPES DE GESTORES ESCOLARES SOBRE PRESTAO DE
CONTAS E RESPONSABILIZAO
Elton Luiz Nardi e Marilda Pasqual Schneider
140
XXIX - EDUCAO INFANTIL NOS MUNICPIOS DO TERRITRIO
LITORAL SUL DA BAHIA: ORGANIZAO E DESAFIOS
Emilia Peixoto Vieira e Andria Ferreira da Silva
145
XXX - O PAPEL DO DIRETOR ESCOLAR NA GESTO DEMOCRTICA E
PARTICIPATIVA
Everton Henrique de Souza e Rafael Gila Gomes
149
XXXI - HOMESCHOOLING NO BRASIL E NA ESPANHA: ENSINO
MARGEM DO SISTEMA OU ALTERNATIVA ESCOLARIZAO
OBRIGATRIA?
Fabiana Ferreira Pimentel Kloh
153
XXXII - AMPLIAO DA JORNADA ESCOLAR: A VISO DAS
DIRETORAS
Fabio Brandolin, Antonio Jorge Gonalves Soares e Daniela Patti do Amaral
157
XXXIII - A GESTO DEMOCRTICA NOS PLANOS MUNICIPAIS DE
EDUCAO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Felipe de Souza Arajo, Simone do Valle Galvo e Bethania Bittencourt Costa e
Silva
161
XXXIV - GESTO ESCOLAR: TENDNCIAS DA PRODUO COM VISTAS
A UM ESTADO DO CONHECIMENTO (1998 A 2015)
Gabriele Ferreira Barbosa
165
XXXV - ENSINO FUNDAMENTAL: O QUE NELE FUNDAMENTAL?
Graziela Zambo Abdian
170
XXXVI - A EDUCAO INTEGRAL NO ESTADO DE MINAS GERAIS:
ANLISE DA POLTICA
Jacqueline de Sousa Batista Figueiredo
174
XXXVII - O PROCESSO DE ESCOLHA DOS DIRETORES ESCOLARES
RUMO AO ALCANCE DA META 19 DO PLANO NACIONAL DE
EDUCAO
Janete Palazzo e Gabriela Sousa Rgo Pimentel
178
XXXVIII - O TRABALHO DOCENTE EM MEIO A GRANDE
TRANSFORMAO DO CAPITALISMO CONTEMPORNEO
Joo Batista Silva dos Santos
183
XXXIX - OS EMPRESRIOS E A EDUCAO E(M) TEMPO INTEGRAL
Jorge Najjar, Karine Morgan e Marcelo Mocarzel
187
XL - EDUCAO INTEGRAL DE TEMPO INTEGRAL: O PROGRAMA
MAIS EDUCAO
Jos Nildo Oliveira Soares
191
XLI - INSTITUCIONALIZAO DA EaD NO INSTITUTO FEDERAL
GOIANO
Joseany Rodrigues Cruz e Daniela da Costa Britto Pereira Lima
195
XLII - PLANO NACIONAL DE EDUCAO (PNE) E A VALORIZAO DOS
(AS) PROFISSIONAIS DA EDUCAO: DESAFIOS PARA AVALIAO E
MONITORAMENTO
Ktia Augusta Curado Pinheiro Cordeiro da Silva
199
XLIII - UM ESTUDO SOBRE A EDUCAO AMBIENTAL INSERIDA NO
PROGRAMA MAIS EDUCAO, A PARTIR DO RELATO DE UMA
EXPERINCIA DE EDUCADORES
Leandro Sales Esteves
206
XLIV - O PAPEL DE RGOS COLEGIADOS NA DEFINIO DAS
PARCERIAS ENTRE A EDUCAO PBLICA E O SETOR PRIVADO EM
MUNICPIOS DO OESTE DE SANTA CATARINA (BRASIL)
Liane Vizzotto e Berenice Corsetti
210
XLV - A PRESENA DE ATORES PRIVADOS REDEFININDO O ESTADO:
ESTUDO SOBRE A EDUCAO EM MINAS GERAIS/BRASIL
Liege Coutinho Goulart Dornellas
214
XLVI - AES E RELAES SOCIAIS NA REGULAO E
IMPLEMENTAO DO SISTEMA NACIONAL DE EDUCAO
Lilian Marques Freguete, Rosenery Pimentel do Nascimento e Rodrigo Ferreira
Rodrigues
217
XLVII - DIREITO EDUCAO BSICA NO BRASIL: O PERMANENTE
PROCESSO DE AFIRMAO COMO UM DIREITO DE ESTUDAR E DE
APRENDER
Luciana Cordeiro Limeira e Clio da Cunha
221
XLVIII - FEDERALISMO BRASILEIRA E AS INFLUNCIAS NO
CONTEXTO DA EDUCAO
Luciana P. S. Lopes e Roberta C. Gobi
230
XLIX - POLTICAS PBLICAS DE EDUCAO: RETROCESSOS EM
TEMPO DE CRISE
Luclia Augusta Lino e Maria da Conceio Calmon Arruda
230
L - O ENSINO TCNICO NO CONTEXTO DO ESTADO CAPITALISTA:
(NEO)TECNICISMO DESVELADO NA POLTICA E NA GESTO DA
EDUCAO PROFISSIONAL
Lus Carlos Ferreira, Andr Machado Barbosa e Leonardo Santana da Silva
234
LI - HORIZONTALIDADE NA CENA POLTICA: A GESTO
DEMOCRTICA E O MOVIMENTO DE OCUPAO DOS JOVENS NAS
ESCOLAS NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO EM 2016
Marcela Castro
239
LII - SISTEMA NACIONAL DE EDUCAO E RELAES
INTERFEDERATIVAS NO CONTEXTO BRASILEIRO: UMA ANLISE A
PARTIR DE MARCOS LEGAIS NACIONAIS
Marcelo Soares Pereira da Silva
243
LIII - A REFORMA DO ENSINO MDIO INSTITUDA PELA LEI
13.415/2017: DILEMAS E EVIDNCIAS
Marcilene Pelegrine Gomes
246
LIV - DIRETOR ESCOLAR: CONCEPO DE GESTO E NOVAS
ATRIBUIES
Maria Abdia da Silva
250
LV - A POLTICA DE EDUCAO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
EDUCAO INCLUSIVA: DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS GESTORES
DO MUNICPIO DE TUCANO BAHIA
Maria Conceio Pimentel dos Santos
254
LVII - REDES POLTICAS E AS PARCERIAS PBLICO-PRIVADAS NO
ESTADO DO RS
Maria de Ftima Cssio
262
LVIII - PROJETOS DE CORREO DE FLUXO E COMPLEXIDADE DA
GESTO ESCOLAR: DESAFIOS PARA A IMPLEMENTAO DA
POLTICA
Maria de Ftima Magalhes de Lima
266
LIX - O PLANO NACIONAL DE FORMAO DOCENTE: O DESAFIO PARA
UMA UNIVERSIDADE NOVA
Maria de Ftima Sousa Lima
270
LX - AS REFORMAS EDUCATIVAS NO BRASIL DOS ANOS 1990:
REPERCUSSO HISTRICA PARA O MODELO DE GESTO ESCOLAR
DEMOCRTICA
Maria Eliana Alves Lima e Antnio Neves Duarte Teodoro
274
LXI - BUROCRACIA DE NVEL DE RUA NO CAMPO DA EDUCAO
Maria Elizabete Ramos
278
LXII - PLANEJAMENTO PEDAGGICO NO BRASIL: CONSENSOS E
CONTRADIES
Maria Juliana Chaves de Sousa e Maria Santana de Araujo
282
LXIII - CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAO: O ENFRENTAMENTO
AO RACISMO NO BRASIL
Maria Santana de Araujo
286
LXIV - PROJETO POLTICO-PEDAGGICO: IDEOLOGIA E UTOPIA
Maria Zlia Borba Rocha e Shayane Cristina Moraes
289
LXV - A REFORMA DO ENSINO MDIO: UM DEBATE QUE ESCONDE A
VOLTA PARA UM ELITISMO EDUCACIONAL
Maringela Bairros e Patrcia Marchand
293
LXVI - GESTO EDUCACIONAL E EDUCAO INFANTIL: UM BALANO
DA PRODUO ACADMICA - 2008/2016
Mariclia de Souza Pereira Moreira, Emilia Peixoto Vieira e Sarah Santana
Nascimento
397
LXVII - O PROGRAMA DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA E A GESTO DA
ESCOLA MUNICIPAL
Mary Sylvia Miguel Falco e Camille Aparecida de Miranda Cordeiro Bizzon
301
LXVIII - REFORMA DO ENSINO MDIO NO BRASIL: LEGITIMAO DA
PRECARIZAO EM NOME DA FLEXIBLIDADE
Mateus Saraiva, Angela Chagas e Maria Beatriz Luce
305
LXIX - PLANO MUNICIPAL DE EDUCAO DE MIRACEMA DO
TOCANTINS-BRASIL: FRAGILIDADES NA IMPLEMENTAO DA
EDUCAO INFANTIL (2015 2016)
Meire Lcia Andrade da Silva, Rosilene Lagares e Adaires Rodrigues de Sousa
309
LXX - VALORIZAO DOCE NTE EM MUNICPIOS PARANAENSES
BRASIL
Michelle Fernandes Lima, Simone de Ftima Flach e Gisele Masson
313
LXXI - EDUCAO, IDEOLOGIA E POLTICA: POSSVEL UMA
EDUCAO NEUTRA?
Miguel Henrique Russo
317
LXXII - EDUCAO DO CAMPO E NUCLEAO DE ESCOLAS RURAIS
EM FEIRA DE SANTANA BA
Milena de Lima Mascarenhas e Antonia Almeida Silva
321
LXXIII - PROJETO DE EDUCAO PARA AS JUVENTUDES OU
DESMONTE DO ENSINO MDIO? A REFORMA DO ENSINO MDIO NO
BRASIL
Miriam Fbia Alves
325
LXXIV - CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAO DE MATO GROSSO SUL
NA DEFINIO DE POLTICAS PARA A EDUCAO BSICA: ANLISE
DOCUMENTAL
Nadia Bigarella e Regina Tereza Cestari de Oliveira
328
LXXV - JUSTIA NA EDUCAO: A POLTICA DE COTAS NO IFRJ
Naira Muylaert
332
LXXVI - INTERDEPENDNCIA COMPETITIVA ENTRE ESCOLAS E
GESTO ESCOLAR NUM TERRITRIO VULNERVEL
Natlia Tripoloni Tangerino Silva, Vanda Mendes Ribeiro e Srgio Santos Silva
Filho
337
LXXVII - REFORMAS NA EDUCAO BSICA NO ESTADO DO
TOCANTINS: O ENSINO MDIO EM FOCO
Neila Nunes de Souza e Mauricio Alves da Silva
341
LXXVIII - POR UMA GESTO DEMOCRTICA: A PARTICIPAO DO
CONSELHO ESCOLA-COMUNIDADE NA REDE MUNICIPAL DO RIO DE
JANEIRO SOB O PRISMA DA ESCOLA COMO ORGANIZAO
EDUCATIVA
Pamela Maria do Rosrio Mota
345
LXXIX - GESTO DEMOCRTICA DA EDUCAO BSICA: PERFIL DAS
PUBLICAES EM PERIDICOS BRASILEIROS DA REA DA
EDUCAO (1996-2015)
Paula Fernanda Silveira Boiago e Elton Luiz Nardi
349
LXXX - EDUCAO INTEGRAL NA REDE MUNICIPAL DE CAMPINAS/SP
E O PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO
Pedro Ganzeli e Rosane Garcia Dorazio Nogueira
354
LXXXI - DEMOCRATIZAO DA GESTO PBLICA DA EDUCAO:
CONTRIBUIO AO DEBATE A PARTIR DA LEGISLAO DE
MUNICPIO PARAENSE
Raimundo Sousa e Terezinha F. A. M. dos Santos
358
LXXXII - O PROGRAMA CRIANA FELIZ: SUPERAO DAS
DESIGUALDADES?
Roberta C. Gobi e Luciana P. S. Lopes
362
LXXXIII - BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: CONSEQUNCIAS
DA SUA ADOO PARA A ORGANIZAO E ADMINISTRAO
ESCOLAR
Roberta Gurgel Azzi e Miguel Henrique Russo
366
LXXXIV - ARENA DE DISPUTA PELO REGIME DE COLABORAO, A
ATUAO DE AGENTES DE INTERESSE PRIVADO
Rodrigo Ferreira Rodrigues
370
LXXXV - O FEDERALISMO E A POLTICA PBLICA PARA A EDUCAO
PROFISSIONAL E TECNOLGICA A DISTNCIA: O MAPA DE
PROCESSOS E RESULTADOS DA REDE E-TEC BRASIL
Rodrigo Lima de Oliveira
374
LXXXVI - A COMPETNCIA SOCIAL NAS VOZES DAS CRIANAS E O
DIREITO EDUCAO INTEGRAL E INTEGRADA
Romilson Martins Siqueira
379
LXXXVII - EFEITOS DA POLTICA EDUCACIONAL PORTUGUESA SOBRE
O TRABALHO DOCENTE
Rosngela Cely Branco Lindoso e Ana Lcia Felix dos Santos
383
LXXXVIII - SISTEMAS MUNICIPAIS DE ENSINO E GESTO
DEMOCRTICA NO ESTADO DO TOCANTINS-BRASIL: NORMAS E
OPES POLTICO-INSTITUCIONAIS
Rosilene Lagares, Meire Lcia A. da Silva e Adaires Rodrigues de Sousa
386
LXXXIX - ADMINISTRAO DA EDUCAO ESCOLAR: UMA
CONTRIBUIO CRTICA AOS PROCESSOS DE DOMINAO DO
CAPITAL NO CONTEXTO DA REESTRUTURAO PRODUTIVA
Rubens Luiz Rodrigues
390
XC - O NEOINSTITUCIONALISMO NA ANLISE DE POLTICAS
EDUCATIVAS: A GESTO DAS ESCOLAS NO MUNICPIO DE MESQUITA
(RJ)
Sabrina Moehlecke
394
XCI - GESTO DA EDUCAO INFANTIL EM CANAVIEIRAS/BA E
COARACI/BA
Sarah Santana Nascimento, Mariclia de Souza Pereira Moreira e Emilia Peixoto
Vieira
398
XCII- PARTICIPAO E REPRESENTATIVIDADE NO CME DE FEIRA DE
SANTANA: A (DES)CONSTRUO DA MOBILIZAO SOCIAL ENTRE
1991 E 1998
Selma Barros Daltro de Castro e Solange Mary Moreira Santos
402
XCIII - A GESTO INTEGRADA DA ESCOLA E O TRABALHO DO
GESTOR
Sheila Santos de Oliveira
406
XCIV - POSSIBILIDADES E LIMITES PARA A GESTO DEMOCRTICA
DA EDUCAO NOS SISTEMAS MUNICIPAIS DE ENSINO DO PARAN
BRASIL
Simone de Ftima Flach
410
XCV -TEXTOS EM CONTEXTOS NO PACTO FEDERATIVO BRASILEIRO:
EFEITOS DA MUNICIPALIZAO DOS ANOS FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL EM DUQUE DE CAXIAS (RJ)
Simone do Valle Galvo e Marcela Castro
414
XCVI - AS CARACTERSTICAS PRESENTES NOS DOCUMENTOS
OFICIAIS REFERENTES AOS PROCESSOS DE ELEIO DE GESTORES
ESCOLARES NOS MUNICPIOS DO TERRITRIO DO PORTAL DO
SERTO
Solange Mary Moreira Santos e Selma Barros Daltro de Castro
418
XCVII - O PERCURSO DA EDUCAO INTEGRAL EM TEMPO INTEGRAL
NO ESTADO DO PAR, BRASIL
Tnia Castro Gomes e Maria Llia Imbiriba Sousa Colares
422
XCVIII - PRIVATIZAO DA GESTO EDUCACIONAL E ESCOLAR NA
EDUCAO BSICA: ESTUDO EM REDES ESTADUAIS DE ENSINO
BRASILEIRAS
Teise Garcia, Theresa Adrio, Sabrina Moehlecke e Regiane Bertagna
425
XCIX - POR QUE CONSTRUIR CANAIS DE PARTICIPAO POPULAR
PARA O CONTROLE SOCIAL DAS INSTITUIES DE EDUCAO
BSICA NO BRASIL?
Terezinha Ftima Andrade Monteiro dos Santos
430
C - SUBSDIO PBLICO OFERTA EDUCACIONAL PRIVADA:
REFLEXES A PARTIR DO MODELO IRLANDS
Theresa Adrio
434
CI - AS DISPUTAS NO ENSINO MDIO BRASILEIRO: DA REVOGAO
AO LEGADO DO DECRETO N 2.208/1997
Valdirene Alves de Oliveira e Joo Ferreira de Oliveira
440
CII - REFLEXES SOBRE AS POLTICAS PBLICAS DE EDUCAO DE
JOVENS E ADULTOS (EJA) NO BRASIL NOS LTIMOS 10 (DEZ) ANOS
Valria Ap.Vieira Velis
444
CIII - MLTIPLAS FORMAS DE MERCADIFICAO DA EDUCAO
BSICA NO BRASIL
Vera Maria Vidal Peroni
448
CIV - TENDNCIAS E DESAFIOS DA GESTO DO PROCESSO
ALFABETIZADOR NA CONTEMPORANEIDADE
Vilma Miranda de Brito
452
CV- SOCIALIZAO ESCOLAR: JOVENS ESTUDANTES DO ENSINO
MDIO NO MUNICPIO DE GUANAMBI (BA)
Zizelda Lima Fernandes
456
POLTICA E GESTO DA EDUCAO SUPERIOR
CVI - TRAJETRIAS DA AVALIAO DA PS-GRADUAO EM
EDUCAO NO BRASIL, PORTUGAL E ESPANHA: AUTONOMIA E
DILOGO EM REDE PARA O SCULO XXI
Adriana Almeida Sales de Melo
461
CVII - DIMENSES E PERSPECTIVAS DE QUALIDADE DA EDUCAO
SUPERIOR BRASILEIRA SEGUNDO A META 13 DO PLANO NACIONAL
DE EDUCAO (2014-2024)
Alexandre Ramos de Azevedo
465
CVIII - O TRABALHO DOCENTE NA EDUCAO SUPERIOR: RELATOS
DE PROFISSIONAIS DO MAGISTRIO
Alisson Moura Chagas e Valdivina Alves Ferreira
469
CIX - TIPOS DE EVASO E PERFIS DE ESTUDANTES: DIFERENTES
EXPERINCIAS ACADMICAS
Ana Amlia Chaves Teixeira Adachi
473
CX - GOBERNANZA UNIVERSITARIA Y EQUIDAD EN LATINOAMERICA
Ana Maria de Albuquerque Moreira e Joaqun Gairn Salln
477
CXI - MOTIVAO PARA O TRABALHO: REPRESENTAO DE
SERVIDORES TCNICOS ADMINISTRATIVOS EM UMA INSTITUIO DE
ENSINO SUPERIOR
Ane Geildes Lobo Vieira Nunes
482
CXII - PS-GRADUAO E PRODUO DO CONHECIMENTO: CENRIO
E DESAFIOS
Antnio Cabral Neto
486
CXIII - OS ESTGIOS NA GRADUAO: ASPECTOS LEGAIS E
INSTITUCIONAIS PARA IMPLANTAO DE UMA POLTICA
Bianca Caroline Souza de Lima
490
CXIV - A INSTITUCIONALIZAO DA EDUCAO A DISTNCIA NA
UNIVERSIDADE DE BRASLIA
Catarina de Almeida Santos
495
CXV - EXPANSO DA EDUCAO SUPERIOR: INDICADORES DE
QUALIDADE NA MODALIDADE A DISTNCIA
Caterine Vila Fagundes, Diana Almeida Magaldi Richter e Katia Cristian Puente
Muniz
499
CXVI - AS COMISSES PRPRIAS DE AVALIAO (CPAS) NAS
UNIVERSIDADES DA GRANDE SO PAULO: PROPOSTAS,
ACOLHIMENTO E USO DOS RESULTADOS DAS AUTOAVALIAES
Celia Maria Haas
503
CXVII - POLTICAS DE AES AFIRMATIVAS: UMA POSSIBILIDADE DE
ROMPIMENTO DA CAUSALIDADE DO PROVVEL PARA JOVENS DE
CAMADAS POPULARES EM CURSOS DE ALTA SELETIVIDADE?
Cludia Valente Cavalcante
506
CXVIII - INSTITUCIONALIZAO DA EDUCAO A DISTNCIA
SUPERIOR NO BRASIL: SUBSDIOS E PERSPECTIVAS DE ANLISE
Daniela da Costa Britto Pereira Lima
509
CXIX - ASSISTNCIA ESTUDANTIL E PERMANNCIA DE ESTUDANTES
EM SITUAO DE VULNERABILIDADE SOCIAL EM CURSOS DE
EDUCAO SUPERIOR
Edineide Jezine
514
CXX - POLTICA E GESTO DA EDUCAO SUPERIOR A
EXPERIENCIA DO ENSINO SUPERIOR EM SO PAULO
Fbio Santos e Edivaldo Boaventura
522
CXXI - ENSEANZA SUPERIOR, PRIVATIZACIN ENDGENA Y LAS
EXIGENCIAS DEL TRABAJO ACADMICO
Fabrcia Sousa Montenegro
522
CXXII - INSTITUCIONALIZAO DA EDUCAO SUPERIOR A
DISTNCIA EM MATO GROSSO DO SUL: PROCESSOS E PRTICAS EM
UNIVERSIDADES FEDERAIS
Giselle Cristina Martins Real, Carina Elisabeth Maciel e Ana Maria Ribas
527
CXXIII - NOVAS REGULAES NA EDUCAO SUPERIOR? DE
ACREDITAES, RANKINGS INTERNACIONAIS E PROVAS GLOBAIS
Gladys Beatriz Barreyro
531
CXXIV - A EDUCAO SUPERIOR NO PLANO NACIONAL DE
EDUCAO (2014-2024): EXPANSO E QUALIDADE EM PERSPECTIVA
Joo Ferreira de Oliveira
534
CXXV - A EXPERIENCIA DA UFPA NA UTILIZAO DO MDULO
GRADUAO DO SISTEMA INTEGRADO DE GESTO ACADMICA
SIGAA
Joelma Morbach
537
CXXVI - CONCEPO E AVALIAO DAS POLTICAS PBLICAS:
NOTAS SOBRE O CAMPO DA EDUCAO SUPERIOR BRASILEIRA
Jusciney Carvalho Santana
542
CXXVII - A EXPANSO DA EDUCAO SUPERIOR NA PRODUO
ACADMICA NO PERODO DE 1990 A 2010
Karine Nunes de Moraes
546
CXXVIII - INTERNACIONALIZAO DA EDUCAO SUPERIOR: UM
ESTUDO SOBRE O PROGRAMA DOUTORADO SANDUCHE NO
EXTERIOR (PDSE)
Lindalva Regina da Nbrega Vale e Maria da Salete Barboza de Farias
550
CXXIX - PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS: TENDNCIAS E
PERSPECTIVAS
Maria Lucia Morone e Marina Ranieri Cesana
554
CXXX - GESTO E AVALIAO DOS CURSOS DE LICENCIATURA
PRESENCIAIS DA UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS:
OLHARES SOBRE O NOVO FORMATO DE ORGANIZAO
Mariangela Camba e Ivana Correa de Souza Faour
558
CXXXI - O DISCURSO DA POLTICA DE COTAS NO PDI DE
UNIVERSIDADES FEDERAIS DA REGIO NORDESTE
Natlia Jimena da Silva Aguiar
563
CXXXII - FORMATO MULTICAMPI EM UNIVERSIDADES PBLICAS:
ALGUNS DESDOBRAMENTOS PARA A GESTO
Nelson de Abreu Jnior
567
CXXXIII - O PAPEL DO GESTOR NAS UNIVERSIDADES ABERTAS PARA
A TERCEIRA IDADE NO ESTADO DO PARAN/BRASIL
Paola Andressa Scortegagna e Rita de Cssia da Silva Oliveira
571
CXXXIV - AO DE APOIO PEDAGGICO PARA PERMANNCIA E
XITO DO ESTUDANTE DE GRADUAO
Rose Mary Almas de Carvalho, Elda Jane de Almeida Gontijo e Vanda Domingos
Vieira
575
CXXXV - O ENRAIZAMENTO COMO CATEGORIA DE ANLISE NA
PESQUISA EM POLTICA EDUCACIONAL
Swamy de Paula Lima Soares e Flvia Paloma Cabral Borba
579
CXXXVI - PLANO NACIONAL DE EDUCAO (2014-2024): ANLISE DAS
METAS PARA A EDUCAO SUPERIOR BRASILEIRA
Talita Zanferari e Maria de Lourdes Pinto de Almeida
583
CXXXVII - AS RECONFIGURAES DO SETOR PRIVADO NA EDUCAO
SUPERIOR NO BRASIL
Tarcsio Luiz Pereira e Silvia Helena Andrade de Brito
587
CXXXVIII - FINANCEIRIZAO DA EDUCAO SUPERIOR PRIVADO-
MERCANTIL NO BRASIL
Vera Lcia Jacob Chaves
591
23
APRESENTAO
Esta publicao contm os resumos expandidos submetidos ao VI Congresso Ibero-
Americano e IX Congresso Luso-Brasileiro de Poltica e Administrao da Educao, avaliados
e aprovados pelo Comit Cientfico do evento e distribudos em trs volumes.
O VI Congresso Ibero-Americano e IX Congresso Luso-Brasileiro de Poltica e
Administrao da Educao ocorreu nos dias 28 de maio a 01 de junho de 2018, em
Lleida/Catalunha e Barcelona/Catalunha, Espanha. Foi promovido, em regime de coparticipao, pela
Associao Nacional de Poltica e Administrao da Educao (Anpae), pelo Frum Europeu de
Administradores da Educao na Espanha (FEAE) e pelo Frum Portugus de Administrao
Educacional (FPAE). O evento, que rene os dois Congressos, teve como tema central: Poltica e
Gesto da Educao Ibero-Americano: tendncias e desafios.
O evento contou com programao cientfica agrupada em 6 (seis) eixos temticos, referentes
a todas as atividades do Congresso: Conferncias, mesas redondas plenrias e comunicaes
orais/painis de discusses:
1. Poltica e gesto da educao bsica e ps-obrigatria.
2. Poltica e gesto da educao superior.
3. Polticas e prticas de formao dos docentes e dirigentes escolares.
4. Polticas e prticas de planejamento, financiamento e avaliao da educao.
5. Gesto pedaggica, organizao curricular e qualidade da educao.
6. Educao e direitos humanos, diversidade cultural e incluso social.
As atividades realizadas certamente contriburam para o crescimento quantitativo e qualitativo
da rea de Poltica e Gesto da Educao e para a divulgao dos estudos realizados, bem como para
o intercmbio entre comunidade cientfica nacional e internacional, com efetiva afirmao da
pesquisa e da ps-graduao em educao nos locais e instituies envolvidas.
A Anpae esclarece que os contedos e concepes apresentados nos trabalhos so de inteira
responsabilidade de seus autores.
Desejamos a todos e todas uma excelente leitura!
Joo Ferreira de Oliveira
24
Poltica e gesto da educao bsica e
ps-obrigatria
25
- I -
MOVIMENTO TERICO DA ADMINISTRAO ESCOLAR NO BRASIL:
ALGUMAS CONSIDERAES
Alda Junqueira Marin
PUC/SP, Brasil
Sandra Maria Sanches
PUC/SP, Brasil
Introduo
O presente texto apresenta um breve histrico da constituio das bases do desenvolvimento
da rea de conhecimento em Administrao Escolar no Brasil, com a inteno de colaborar no
desvelamento da tendncia pragmtica, sem reflexo que est presente no campo educacional e se
verifica na prtica educacional que hoje se configura por uma gesto de e para resultados, aos moldes
empresariais. Entender o movimento terico desta rea de conhecimento fundamental para a
problematizao do paradigma vigente na prtica diretiva e docente, bem como o impacto deste nas
polticas de formao tanto dos profissionais quanto do alunado.
O reconhecimento da administrao escolar enquanto rea de conhecimento decorreu de sua
incluso nos currculos de todos os cursos de Pedagogia e tambm da criao do Instituto Nacional
de Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (INEP), em 1937. Em 1941, Loureno Filho, criador e
primeiro diretor desse instituto, publica um pioneiro e preliminar estudo da administrao escolar no
Brasil.
Em 1969, uma nova regulamentao do curso de Pedagogia reorganiza a estrutura curricular
do curso com a criao da parte diversificada para habilitaes especficas visando formao de
especialistas para atuar na administrao escolar, na superviso ou na orientao educacional no
mbito das escolas e sistemas escolares.
Trata-se de uma rea de conhecimento reconhecida, tanto pela poltica educacional quanto
pelo senso comum, como atividade determinante no alcance, ou no, dos objetivos educacionais e,
portanto, de grande impacto na prtica docente. Ela no se contrape docncia, tampouco se limita
docncia, observao que elimina a tendncia em manter a dicotomia entre administrativo e
pedaggico.
26
A despeito de sua importncia, essa rea de conhecimento sofre, ainda, da necessidade de
avanos desde sua sistematizao. Resgatar esse debate e a face poltica desta rea de suma
importncia para uma anlise crtica das polticas educacionais e das determinaes da burocracia
estatal.
Estudos Tericos
Os princpios da Administrao Escolar, no Brasil, foram desenvolvidos com base nos
fundamentos da rea da administrao geral, do incio do sculo XX, a partir do americano Frederick
Taylor, o precursor da eficincia industrial que visava o aumento de produtividade e eficincia do
trabalho por meio da diviso entre o trabalho de execuo e trabalho de planejamento e, tambm, do
francs Henri Fayol que, assumindo a lgica sistmica de base biolgica, estabeleceu os princpios
gerais da administrao cientfica classificada como universais e que, portanto, poderiam ser
utilizados em qualquer tipo de organizao (STERCHELE, 2016).
Um dos precursores dos estudos em administrao escolar, no Brasil, foi Carneiro Leo que
desenvolveu estudos visando sistematizao da rea. Define a administrao escolar como
indispensvel formao profissional do diretor de escola. Para o autor, esta uma atividade to
importante quanto complexa que exige uma preparao, uma cultura, uma habilidade, uma viso de
conjunto e uma capacidade de comando deveras notveis (LEO, 1953, p. 99). Identifica como
determinante histrico para a administrao da educao o fato de que os sistemas nacionais de
educao so organizados sob o imperativo poltico. O autor afirma que a eficincia e o sucesso de
uma poltica educacional, na administrao escolar, requer capacidade tcnica, cultura geral e
cientfica, habilidade profissional possibilitada por uma formao especfica e slida para o diretor
de escola reconhecendo que este deve ser um professor com o conhecimento da poltica educacional
e da administrao. Assevera a necessidade de cursos capazes de atenderem a necessidade social.
Contemporneo de Carneiro Leo, Jos Querino Ribeiro, esboa uma teoria da administrao
escolar. Ambos esto envolvidos e influenciados pelo paradigma norte americano em seus estudos
acerca da Pedagogia e da administrao da educao bem como com o desenvolvimento de uma
poltica educacional diante de um contexto de complexidade, apresentado pela escolarizao, o qual
marcado pela imensidade e variedade na atividade escolar. A presso das novas influncias
filosficas, polticas e cientficas impulsiona tambm a didtica a ensaiar novos mtodos e tcnicas
de abordagem dos educandos.
Querino Ribeiro, sob influncia maior de Fayol, define a Administrao Escolar como rea
cientfica que abrange complexo conjunto de processos em relao filosofia e poltica na vida
escolar (RIBEIRO, 1988, p. 179). Para esse autor, a administrao escolar est intrinsicamente
relacionada poltica educacional, que ele define como o estilo de ao, o modus faciendi, por meio
27
de um sistema educacional, os objetivos propostos pela filosofia de educao. Conclui que a filosofia
estabelece os ideais, a administrao os meios de ao e a poltica determina de que maneira os meios
sero estabelecidos e usados.
O final dos anos 1970 e incio dos anos 1980 foi um perodo de crtica ao pensamento clssico
que defendia convergncias entre a administrao cientfica e a administrao escolar. Vrios
estudiosos do tema como Maurcio Tragtemberg, Miguel Arroyo e Maria de Ftima Felix foram os
principais crticos cujos estudos, no Brasil, desvelam o papel ideolgico da teoria da administrao.
Vtor Paro realiza estudo responsvel pela difuso de uma concepo de gesto escolar que
tensiona as bases tericas e conceituais at ento desenvolvidas. Sua proposio era examinar as
condies de possibilidade de uma administrao escolar voltada para a transformao social. O autor
define administrao como a utilizao racional de recursos para a realizao de fins determinados
(PARO, 2009, p. 45).
O embate acerca dos fundamentos da administrao escolar a partir do modelo da
administrao cientfica e o movimento histrico, poltico e econmico vivido, no Brasil, a partir dos
anos 1980, momento reivindicatrio de redemocratizao, favoreceu e at justificou a mudana
terminolgica de administrao escolar para gesto escolar. Para Souza (2006), essa alterao
imprimiu, a esta rea de conhecimento, o reconhecimento de que se trata de um processo poltico
pedaggico e acrescenta a estes estudos a preocupao com a democratizao da gesto escolar.
Porm, como conclui Sterchele (2016), esta mudana no representou inovao de seu significado no
mbito da prtica educacional real.
Consideraes finais
A tentativa de alteraes em face da substituio do termo Administrao Escolar por Gesto
Escolar no viabilizou o desenvolvimento de paradigmas de enfrentamento lgica empresarial na
organizao escolar.
A aplicabilidade da administrao como meio para atingir fins na realidade escolar no pode
perder de vista o objetivo do processo educacional que envolve a escola, instituio social responsvel
pelo ensino e pela aprendizagem com vistas formao ou humanizao das pessoas, fim este que
antagnico aos fins perseguidos pelas empresas privadas.
O grande desafio desta rea de conhecimento, como em outras reas da educao, parece ser
o da necessidade de dedicar-se ao estudo das prticas como fonte de informao e anlise. O fato de
ter se desenvolvido sempre atrelada a cursos parece levar o desenvolvimento e sistematizao de
conhecimentos apenas em relao a princpios tericos vindo de outras reas ainda que se considere
28
a relao indissocivel da tcnica e a macro-poltica, esta, sim, presa lgica empresarial que envolve
o processo educacional.
Referncias
LEO, Antonio Carneiro. Introduo Administrao Escolar. So Paulo: Cia Editora Nacional,
1953, 3 edio.
RIBEIRO, Jos Querino. Ensaio de uma teoria da Administrao Escolar. So Paulo: Saraiva,
1988, 2 edio.
PARO, Vtor H. Formao de Gestores Escolares: a atualidade de Jos Querino Ribeiro. Educ. Soc.
Campinas, vol. 30, n. 107, p. 453-467, maio/agosto, 2009.
SOUZA, Angelo Ricardo de. Perfil da Gesto Escolar no Brasil. Tese de Doutorado. PUC/SP:
PEPG em Educao: Histria, Poltica, Sociedade. 2007.
STERCHELE, Camila Santos. Administrao e gesto escolar: h razes para alteraes?
Dissertao de Mestrado. PUC/SP: PEPG em Educao: Histria, Poltica, Sociedade. 2016.
29
- II -
PRINCPIOS DE GESTO DEMOCRTICA: DEMARCAES EM
NORMAS DE SISTEMAS MUNICIPAIS DE ENSINO DE SANTA
CATARINA BRASIL
Aline Bettiolo dos Santos
Universidade do Oeste de Santa Catarina Brasil
Elton Luiz Nardi
Universidade do Oeste de Santa Catarina Brasil
Introduo
A realizao de estudos sobre a democratizao da gesto educacional requer que
consideremos, entre outros fatores, a forte influncia do projeto neoliberal despontado no contexto de
crise do liberalismo e como reao terica e poltica ao keynesianismo.
Importa destacar que essa reao se consolidou em meio a um processo histrico que to bem
atendeu ideologia capitalista, qual seja: o esvaziamento, no capitalismo, do contedo poltico e
social, mediante uma separao conceitual entre o econmico e o poltico, de modo que a expresso
mais acabada da diferenciao entre um e outro seja a diferenciao das funes polticas e sua
alocao separada para a esfera econmica privada e para a esfera pblica do Estado (WOOD, 2003,
p. 36).
Segundo Wood (2003), ao longo desse processo at mesmo a cidadania foi reconfigurada,
posto que, com a [...] desvalorizao da esfera poltica, a nova relao entre econmico e poltico
[...] reduziu a importncia da cidadania e transferiu alguns de seus poderes exclusivos para o domnio
totalmente econmico da propriedade privada e do mercado [...] (p. 183, grifo da autora).
Alm disso, essa nova razo (DARDOT; LAVAL, 2016) no s alterou o papel do Estado,
mas tambm provocou mudanas na educao, na forma de gesto e sem dvida, no modo de ser dos
sujeitos, at porque a lgica que eles vivam e ajam cada vez mais guiados pela ideia de concorrncia.
No caso do Brasil, sobre antes de a nova razo despontar no pas, importa lembrarmos que no
final da dcada de 1970 demarcava-se entre ns um contexto de aposta nas ideias crticas e de
denncia ao centralismo do regime militar. Foi na dcada de 1980 que essas ideias amadureceram e
tornaram-se bandeiras de um movimento crtico em cujos ideais figurava a democratizao da
30
sociedade, um projeto nacional de educao e, como parte deste, a gesto democrtica (NARDI,
2016).
Em vista do influxo neoliberal que reconfigurou o Estado brasileiro, assim como a oferta e a
gesto da educao, partimos do pressuposto de que tal inflexo, no contexto de limites impostos pelo
regime do capital, tambm vem repercutindo no delineamento de regras para a democratizao da
gesto do ensino pblico.
Assim, tendo em vista o panorama brevemente discorrido, o objetivo do trabalho analisar
princpios endereados democratizao da gesto do ensino pblico na educao bsica,
identificados em bases normativas dos sistemas municipais de ensino do estado de Santa Catarina.
Resultante da primeira etapa de uma pesquisa em rede nacional1, que visa mapear princpios,
espaos e mecanismos de participao em sistemas municipais de ensino de oito estados brasileiros,
o processo metodolgico compreendeu o exame de documentos normativos relacionados gesto
educacional de 285 sistemas municipais2 cobertos pelo subprojeto de Santa Catarina3.
Desenvolvimento
Considerando princpio uma ideia-chave que orienta prticas e condutas, entendemos que os
princpios conformados nas bases normativas dos sistemas municipais catarinenses constituem
referenciais de democratizao da gesto do ensino pblico, pois a opo por um ou outro conjunto
pode oferecer indcios do perfil do projeto de democratizao formalizado no mbito dos referidos
sistemas.
Vale destacar que, na legislao brasileira, o princpio da gesto democrtica do ensino
pblico encontra-se conformado na Constituio Federal de 1988 (inciso VI, art. 206), assim como
na Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, art.
14, incisos I e II) e no Plano Nacional de Educao 2014-2024 (Lei n 13.005, de 25 de junho de
2014, art. 9). luz do referido princpio, devem os estados e municpios, no mbito dos respectivos
sistemas de ensino, definirem normas para a gesto democrtica na educao bsica, sendo devido o
delineamento dos princpios orientadores locais.
O Grfico 1 ilustra os princpios de gesto democrtica mais frequentes nas bases normativas
do universo de sistemas de ensino pesquisado, segundo agrupamento por mesorregio geogrfica de
Santa Catarina.
1 Projeto Gesto democrtica do ensino pblico: mapeamento das bases normativas e das condies poltico-
institucionais dos sistemas municipais de ensino Rede Mapa. 2 Santa Catarina possui 295 municpios. 3 A pesquisa conta com apoio financeiro do CNPq.
31
Grfico 1 Percentual dos princpios de gesto democrtica mais frequente nas bases normativas
dos sistemas municipais de ensino de Santa Catarina 2017
Fonte: Legislao de municpios de Santa Catarina Base de dados Rede Mapa (2017).
Os dados evidenciam a presena de trs enfoques principais participao, autonomia e
transparncia e diferenas acentuadas na frequncia de um mesmo princpio entre as mesorregies.
Em termos de perfil do conjunto de princpios, face variao de frequncia entre eles em uma mesma
mesorregio, h uma maior aproximao entre os panoramas do Oeste Catarinense e da Grande
Florianpolis, com o primeiro demarcando maior aproximao com o perfil geral no estado, sendo
verificado que dois dos princpios alcanam os maiores percentuais de incidncia.
Concluses
Os resultados do estudo evidenciam que trs dos princpios mais recorrentes (excetuado o da
transparncia), endereados democratizao da gesto do ensino pblico da educao bsica,
coincidem com aqueles contidos na base legal nacional, porm sua incidncia nas normas do conjunto
de sistemas muito varivel, o que se verifica tanto na comparao entre eles, como entre as
mesorregies do estado.
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Oeste Catarinense Vale do Itaja Sul Catarinense Serrana Norte Catarinense Grande Florianpolis GERAL
Participao da comunidade escolar e local em Conselhos Escolares ou equivalentes
Participao dos profissionais da educao na elaborao do Projeto Poltico-Pedaggico (PPP) da escola
Progressivos graus de autonomia pedaggica, administrativa e financeira
Transparncia dos mecanismos pedaggicos, administrativos e financeiros.
32
Alm do princpio da transparncia, presente em quase um quarto do universo de sistemas de
ensino pesquisado, importa registrar que outros princpios mapeados, cujos enfoques poderiam
representar um desejvel alargamento de disposies fundamentais com vistas democratizao da
gesto, segundo peculiaridades dos sistemas, figuram entre 2 e 19%.
Admitindo-se que os princpios conformados nas bases normativas dos sistemas municipais
de ensino das mesorregies catarinenses sinalizem aspectos de projetos locais de gesto democrtica,
temos que esses dispositivos nucleares, embora versando sobre dimenses importantes para uma
dinmica de democratizao participao, autonomia e transparncia tendem configurao de
um panorama de base mnima.
Assim, uma indisposio pelo reforo do repertrio de princpios pode sugerir a vantagem de
posies polticas no necessariamente empenhadas na gerao de condies de democratizao da
gesto educacional. Em alinhamento com o conservadorismo caracterstico da cultura poltica
brasileira, entendemos que essas posies tornam-se funcionais s relaes sociais no capitalismo e,
portanto afirmao da democracia que lhe compatvel. Afinal, ante a racionalidade do
neoliberalismo razo do capitalismo contemporneo (DARDOT; LAVAL, 2016), entendemos
que essa funcionalidade tambm passa pelo perfil das regras do jogo democrtico, porquanto opera
na ao dos governantes e na conduta dos governados.
Referncias
BRASIL. Constituio: Repblica Federativa do Brasil de 1988. Braslia, DF: Senado Federal,
1988.
______. Lei das Diretrizes e Bases da Educao Nacional n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Dirio Oficial da Unio, Braslia, DF, 23 dez. 1996.
______. Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o Plano Nacional de Educao (PNE) e
d outras providncias. Dirio Oficial da Unio, Braslia, DF, 26 jun. 2014.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razo do mundo: ensaio sobre a sociedade
neoliberal. Traduo Mariana Echalar. 1. ed. So Paulo: Boitempo, 2016.
NARDI, Elton Luiz. Gesto democrtica no contexto dos 20 anos da LDBEN: entre bandeiras,
tensionamentos e possibilidades. In: BATISTA, Neusa Chaves; FLORES, Maria Luiza Rodrigues
(Org.). Formao de gestores escolares para a educao bsica: avanos, retrocessos e desafios
frente aos 20 anos de normatizao da gesto democrtica na LDBEN. Porto Alegre: Evangraf,
2016. p. 19-44.
WOOD, Ellen Meiksins. Democracia contra o Capitalismo: a renovao do materialismo
histrico. So Paulo: Boitempo, 2003.
33
- III -
ESCOLA EXPERIMENTAL, PBLICA E BILNGUE NO MUNICPIO DO
RIO DE JANEIRO E O CONTEXTO DA PRTICA DA GESTO ESCOLAR
Aline Miranda Fonseca
Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ Brasil
Daniela Patti do Amaral
Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ Brasil
Introduo
Em 2009, aps a posse de Eduardo Paes como prefeito do municpio do Rio de Janeiro, o
sistema educacional da cidade foi reconfigurado e introduziu-se um modelo de alcance de metas,
controle de desempenho, premiaes e penalidades. Esse modelo busca enfatizar o discurso de
ineficincia da forma vigente de gerir o Estado, seguindo as recomendaes dos organismos
multilaterais e, consequentemente, da Nova Gesto Pblica ou (Neo)gerencialismo. A agenda da
poltica da gesto Paes esteve amparada pelo documento denominado Plano Estratgico 2009-2012
(Ps 2016 Um Rio mais Integrado e Competitivo), segundo o qual, para haver uma melhor definio
das necessidades e metas para o futuro da cidade, o primeiro passo seria diagnosticar as caractersticas
do carioca e do Rio de Janeiro a fim de transform-la em uma cidade mais competitiva, sustentada
por quatro pilares de aspiraes: sociais, econmicas, ambientais e polticas. (Plano Estratgico da
Prefeitura do Rio de Janeiro 2009-2012, p.11). Dentre os pilares, se destaca as metas para a questo
social, na qual a educao se insere. nesse contexto que surgiu o Programa Rio Criana Global
(PRCG), uma poltica pblica de educao ainda recente que difunde a prtica do ensino bilngue em
escolas pblicas da Secretaria Municipal de Educao do Rio de Janeiro (SME-RJ) nos Anos Iniciais
e Anos Finais do Ensino Fundamental. O PRCG teve incio tambm em 2009, e desde sua
implementao realizado conjuntamente a uma parceria com a Learning Factory (LF), empresa
privada fornecedora de material didtico e servios educacionais. O PRCG abarca diferentes tipos de
escolas experimentais; todas voltadas aos Anos Finais do Ensino Fundamental, exceto as escolas
experimentais bilngues (EB). Considerando uma poltica resolvida no contexto da prtica por
aqueles que atuam no cho da escola, onde o texto da poltica traduzido, imprescindvel, portanto,
considerar os atores da atuao dessa poltica. Dentre eles, se destaca a figura do gestor escolar, cuja
atuao tida como singular dentro dessas EB.
34
Metodologia
Este trabalho aborda o contexto da prtica gestora em duas EB portugus-ingls buscando
explicitar se ela seria considerada democrtica ou se enquadraria no perfil gerencialista, semelhante
a um gestor de uma empresa capitalista. O termo gestor, no cenrio estudado, abarca diretores e os
professores articuladores (PA), figura que atua como docente de lngua estrangeira, mas que o
intermedirio entre as aes da LF, direo e professores. Com base na abordagem do ciclo de
polticas (policy cycle approach) desenvolvido por Stephen Ball e Richard Bowe (1992), priorizando
o contexto da prtica. O contexto da prtica foi escolhido dentre os demais contextos existentes no
ciclo de polticas pois para Ball uma poltica resolvida no contexto da prtica por aqueles que atuam
no cho da escola, onde o texto da poltica ser traduzido. Considerando que o ciclo de polticas um
referencial terico-metodolgico, imprescindvel que ele se ancore na compreenso de gesto de
outros autores. Sendo assim, Vitor Paro (2010a, 2010b, 2015) e Angelo Sousa (2009, 2012) e suas
concepes sobre gesto educacional sero imprescindveis a fim de um melhor entendimento do
cenrio contemporneo sobre o perfil do gestor escolar e a perspectiva de uma gesto educacional
que se espera pautada na democracia, em especial em um contexto cercado por especificidades como
o de uma escola experimental, pblica e bilngue. Trata-se de uma pesquisa qualitativa na qual
foram entrevistados diretores e PA de duas EB portugus-ingls, selecionadas por estarem localizadas
em regies com realidades sociais bastante distintas (zona norte e zona sul da cidade) pois assim seria
possvel perceber se a fala dos gestores influenciada pelo contexto local ou seguem algum padro.
Resultados
Na anlise das entrevistas realizadas percebemos a presena de fatores gerencialistas e de
performatividade que se evidenciam na relao com os PA, diretores e professores nas EB, em
especial os docentes de lngua inglesa. Ao ficarem em evidncia no cho das EB, reforam a
afirmao de Ball acerca da performatividade: Os desempenhos de sujeitos individuais ou de
organizaes servem de parmetros de produtividade ou de resultado, ou servem ainda como
demonstraes de qualidade ou momentos de promoo ou inspeo. Eles significam ou
representam merecimento, qualidade ou valor de um indivduo ou organizao dentro de uma rea de
julgamento (2005, p.453). O gerencialismo se mostra presente:
1. na parceria com a LF, notadamente uma parceria pblico-privada, atravs da qual
colaboradores da empresa participam do cotidiano escolar ativamente, seja por meio de capacitaes
para uso do material didtico (tambm comprado da editora LF), seja por meio do suporte e
fornecimento do exame de Cambridge para os alunos, exame internacional de proficincia que gera
35
mais um dado estatstico que mensura o desempenho de alunos e professores, seja por sugerir
campeonatos como o Spelling Bee, que torna pblico o desempenho de alunos e dos profissionais
envolvidos;
2. por intermdio de observaes de aula realizadas pelos consultores da LF que chegam ao
conhecimento do diretor em forma de relatrio, confirmando o que Ball diz acerca do trabalho do
diretor: ...envolve incutir uma atitude e uma cultura nas quais os trabalhadores se sentem
responsveis e, ao mesmo tempo, de certa forma pessoalmente investidos da responsabilidade pelo
bem-estar da organizao (2005, p.545) .
Concluses
A gesto escolar feita de caractersticas objetivas e subjetivas, consideradas
interdependentes em mbito escolar, pois os recursos objetivos so operados por seres carregados de
subjetividade, que trazem consigo experincias, vontades e opinies acerca daquilo que os cerca.
Como muitos so os sujeitos integrantes de uma poltica/programa educacional como no caso das EB
(professores, alunos, funcionrios da parceria com empresa privada e gestores diretores e
coordenadores) parece ntido que os interesses do gestor escolar no estaro sempre em consonncia
com os demais envolvidos. Assim sendo, o trabalho do diretor escolar, em especial, passa a ser mais
poltico e, consequentemente, menos democrtico, ou seja, de convivncia menos pacfica e livre
entre pessoas e grupos que se afirmam como sujeitos (PARO, 2010b, p.27), sobretudo em um cenrio
que se mostra empresarial capitalista que conta, inclusive, com uma parceria pblico-privada que
interfere no cotidiano escolar. Ademais, a prpria transformao das escolas estudadas em EB se
mostra carregado de dvidas e pautado em uma deciso poltica, tomada fora do ambiente escolar,
desconsiderando a voz da comunidade se seria de seu interesse que ali houvesse uma EB. As relaes
de poder no espao escolar se mostram evidentes. Atravs de Paro (2015, p.86) possvel concluir
que A adoo de mecanismos de mercado no recrutamento, contratao e gesto do trabalho de
professores e demais educadores escolares um dos aspectos mais inslitos das atuais polticas
empresariais baseadas na gesto empresarial, da qual a performatividade docente mensurada pelo
gestor escolar e, a partir da sero tomadas as providncias necessrias para que o resultado seja
alcanado. Desenvolve-se uma verdadeira fria gestionria (2015, p. 88) que procura aplicar na
escola e em sua gesto, cada vez mais estritamente, os mtodos e tcnicas da empresa tipicamente
capitalista.
36
Referncias
Plano Estratgico da Prefeitura do Rio de Janeiro 2009-2012. Disponvel em:
. Acesso: ago. 2017.
BALL, Stephen J. Profissionalismo, gerencialismo e performatividade. Cad. Pesqui. 2005, vol.35,
n.126, pp.539-564
BOWE, R.; BALL, S.; GOLD, A. Reforming education & changing schools: case studies in policy
sociology. London: Routledge, 1992
PARO, Vitor. A educao, a poltica e a administrao: reflexes sobre a prtica do diretor de
escola. Educao e Pesquisa, So Paulo, v. 36, n.3, p. 763-778, set./dez. 2010a.
PARO, Vitor. Educao como exerccio do poder: crtica ao senso comum em educao. 2. ed. So
Paulo: Cortez, 2010b, p. 27.
PARO, Vitor. Diretor escolar: Educador ou gerente? So Paulo, Cortez, 2015.
SOUZA, ngelo R. Explorando e construindo um conceito de gesto escolar democrtica. Educ.
rev. 2009, vol.25, n.3, p.123-140
SOUZA, ngelo R. A natureza poltica da gesto escolar e as disputas pelo poder na escola. Rev.
Bras. Educ. 2012, vol.17, n.49, p.159-174.
37
- IV -
A PARTICIPAO DO CONSELHO ESCOLAR NA AMPLIAO DO
TEMPO DISCENTE: O PROGRAMA MAIS EDUCAO EM FOCO
Amanda Moreira Borde
UNIRIO/BRASIL
Introduo
Este artigo traz alguns resultados da pesquisa da dissertao intitulada Conselhos Escolares
em duas escolas pblicas de tempo integral do Municpio de Itabora/RJ: a participao em discusso,
tendo como objetivo geral analisar a atuao e a composio dos Conselhos Escolares em duas escolas
pblicas de tempo integral do Municpio de Itabora, na perspectiva da participao, sendo a
investigao de cunho qualitativo, tendo como base a pesquisa documental e bibliogrfica, alm da
entrevista semiestruturada, levando em considerao que a pesquisa qualitativa uma pesquisa
interpretativa, com o investigador tipicamente envolvido em uma experincia sustentada e intensiva
com os participantes. (CRESWELL, 2010, p. 211).
A dissertao um subprojeto da pesquisa Escolas Pblicas no Estado do Rio de Janeiro e
o Programa Mais Educao: uma anlise das aes dos gestores escolares em busca de uma educao
de qualidade, financiada pelo edital Jovem Cientista do Nosso Estado, de 2014, coordenado pela
Profa. Dra. Elisangela da Silva Bernado.
O Programa Mais Educao (PME), foi base do estudo da ampliao do tempo discente, que
considerado por Menezes (2012) e Cavaliere (2014), como uma estratgia indutora da educao em
tempo integral, que prev atender o disposto no inciso I, do artigo 24, da LDBEN n 9394/96, na qual
a carga horria mnima anual ser de oitocentas horas, distribudas por um mnimo de duzentos dias
de efetivo trabalho escolar, excludo o tempo reservado aos exames finais, quando houver (BRASIL,
1996). Destarte, Menezes (2012, p. 141) nos informa que foi somente com o Decreto n 6.253/2007
que se regulamentou a educao bsica em tempo integral como sendo a jornada com durao igual
ou superior a sete horas dirias, durante todo o perodo letivo.
O PME foi institudo pela Portaria Normativa Interministerial n 17/2007 e regulamentado
pelo Decreto n 7.083/2010. Vale destacar que no ano seguinte da concluso da pesquisa, foi institudo
o Programa Novo Mais Educao, pela Portaria n 1.144, de 10 de outubro de 2016.
38
A participao do Conselho Escolar em escolas de tempo integral o objeto de estudo desta
pesquisa, uma vez que a gesto democrtica est inserida no contexto escolar, considerando esse
colegiado com um dos pilares, conforme nos explicam Bernado; Borde (2016, p. 256), quando citam
que o C.E. o segundo pilar da democracia da escola, pela participao dos atores sociais da escola,
aqui compreendida como a comunidade escolar e local, na perspectiva da autonomia e
descentralizao das aes administrativa, financeira e pedaggica com a transparncia que lhe
devida.
Desenvolvimento
Nossa investigao visava saber como se d a participao dos Conselhos Escolares no
Programa Mais Educao em duas escolas no municpio de Itabora, no estado do Rio de Janeiro,
considerando a ideia de que a democracia e participao fazem parte da cidadania [...], uma vez que
democracia garante a construo de direitos, a participao possibilita a sua legitimidade a cidadania
assegura a sua efetivao. (SANTO; BERNADO, 2017, p. 73).
Inicialmente perguntamos como eles participaram da escolha dos Macrocampos do Programa
Mais Educao e todos responderam que no participaram. Na sequncia, perguntamos sobre como
eles participaram da escolha das atividades do Programa Mais Educao. As respostam apresentaram
a no participao dos conselheiros escolares, embora as diretoras tenham dito que foi decidido no
coletivo.
Perguntamos tambm se eles tinham participado da escolha do oficineiro4 do Programa
Mais Educao e a resposta de todos os conselheiros, com exceo do membro nato, foi negativa, ou
seja, nenhum deles participou da escolha dos monitores. A resposta a essa pergunta foi encontrada na
fala dos gestores escolares, quando perguntamos como foi realizada a seleo dos monitores.
. Isso a um outro dilema tambm. A gente encontra muita barreira, , para a escolha do
professor, do monitor. , a gente geralmente aproveitou, , estudante de educao fsica, para
trabalhar com recreao. Professores que estavam ainda em formao, fazendo faculdade. E a gente
conseguiu, cadastrar esse pessoal. S que h uma rotatividade muito grande. Porque o valor oferecido
no uma quantia, uma ajuda, que a gente coloca como uma ajuda. Mas, as pessoas precisam se
locomover, pegar o nibus para chegar escola e acaba ficando assim, uma coisa bem complicada.
Ento, h uma rotatividade. Vem um, fica dois meses, no quero mais. A a escola tem que correr
atrs de um outro monitor para estar suprindo. [...]. (Diretora da Escola A).
4 Os oficineiros so os monitores ou educadores sociais do Programa Mais Educao.
39
A Diretora da Escola B explicou tambm que:
Tinha opes vindas da SEMEC. Tnhamos uma lista de pessoas, s que a gente no conhece,
mas tnhamos a possibilidade de indicar e a a gente selecionou pessoas da comunidade.
Diante das repostas, notamos a pouca participao dos Conselhos Escolares nas escolas da
pesquisa, que tm o Programa Mais Educao, como poltica indutora, que possui no seu bojo
questes importantes que precisam ser dialogadas, como a adequao de espaos e tempos escolares,
para atender uma parcela dos educandos e no a sua totalidade.
Concluso
Apesar deste artigo apresentar uma pequena parte da pesquisa, possvel observar que
propiciar aos educandos uma educao (em tempo) integral tem sido um grande desafio para os
gestores, seja na adaptao dos horrios, no entrosamento e o envolvimento dos professores com o
programa e a pouca participao do Conselho Escolar na maioria das aes do PME.
Nesse sentido, destacamos a importncia da participao de pais, professores, funcionrios,
alunos, comunidade local, como essencial para o desenvolvimento dos programas que adentram
escola, pois quando envolvemos esses atores, possibilitamos a democratizao da unidade de ensino,
no seu fazer dirio, com a deciso de cidados que vivenciam a escola e a observam por diferentes
pontos de vista.
Diante do estudo realizado, percebemos que o pas ainda est se organizando para atender a
uma demanda histrica, no que tange democratizao do ensino pblico, principalmente em escolas
de tempo integral, embora possamos detectar avanos, como leis prprias e investimento pblico por
meio de programas indutores da ampliao do tempo escolar.
Referncias
BERNADO, Elisangela da Silva. Escolas Pblicas no Estado do Rio de Janeiro e o Programa Mais
Educao: uma anlise das aes dos gestores escolares em busca de uma educao de qualidade.
UNIRIO, Projeto de Pesquisa, 2015.
BERNADO, Elisangela da Silva; BORDE, Amanda Moreira. PNE 2014-2024: uma reflexo sobre a
meta 19 e os desafios da gesto democrtica. Revista Educao e Cultura Contempornea, v. 13, n.
33. 2016.
BRASIL. Lei Federal N 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da
Educao Nacional. Braslia, 1996.
40
_____. Decreto n 6.253, de 13 de novembro de 2007. Decreto 6253/2017. Dispe sobre o Fundo
de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da
Educao - FUNDEB, regulamenta a Lei no 11.494, de 20 de junho de 2007. Braslia, 2007.
_____. Portaria Normativa Interministerial n 17, de 24 de abril de 2007. Institui o Programa Mais
Educao. Braslia, 2007.
_____. Decreto n 7.083, de 27 de janeiro de 2010. Dispe sobre o Programa Mais Educao.
Braslia, 2010.
CAVALIERE, Ana Maria. Escola pblica de tempo integral no Brasil: filantropia ou poltica de
estado? Educ. Soc., Campinas, v. 35, n. 129, p. 1205-1222, out/dez., 2014.
CRESWELL, John W. Projeto de Pesquisa: mtodos qualitativos, quantitativos e misto. Porto
Alegre: Artmed, 2010.
MARQUES, Amanda Moreira Borde da Costa. Conselhos Escolares em duas escolas pblicas de
tempo integral do Municpio de Itabora/RJ: a participao em discusso. 2016. 156 f. Dissertao
(Mestrado em Educao). Centro de cincias humanas e sociais, UNIRIO, Rio de Janeiro. 2016.
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Tempos e espaos escolares: experincias, polticas e debate no Brasil e no mundo. Rio de Janeiro:
Ponteio: FAPERJ. 2014.
MENEZES, Janaina S. S. Educao em tempo integral: direito e financiamento. Educar em Revista,
Curitiba, Brasil, n. 45, p. 137-152, jul./set. 2012. Editora UFPR.
SANTO, Nathalia Cortes do Esprito; BERNADO, Elisangela da Silva. Conselhos Escolares no
municpio de Seropdica (RJ): desafios e perspectivas. IN: OLIVEIRA. Lia Maria Teixeira; LINO,
Luclia Augusta; CAVALCANTE, Jos Airton Chaves (orgs). Conselhos Escolares: Desafio
Cotidianos da Gesto Democrtica. Seropdica: UFRRJ, 2017.
41
- V -
POLTICAS EDUCACIONAIS: NUANCES DA PROPOSTA DO NOVO
ENSINO MDIO
Ana Lara Casagrande
UNESP/Rio Claro, Brasil
Silvia Maria dos Santos Stering
UNESP/Rio Claro, Brasil
Joyce Mary Adam
UNESP/Rio Claro, Brasil
Introduo
O Ensino Mdio corresponde ltima etapa da educao bsica no Brasil (BRASIL, 1996,
art. 4) e est estabelecido como um direito de todo cidado.
Mediante a Lei n 13.415/2017, sinaliza-se a necessidade de problematizar a formao que se
pretende para o jovem no Brasil, considerando o risco de consolidar-se uma educao dual via poltica
pblica, com a insero da especializao no Ensino Mdio.
Cumpre lembrar que h boas experincias nos Institutos Federais, em que 50% das vagas
devem ser destinadas aos cursos tcnicos integrados (BRASIL, 2008, art. 8). Tais experincias
divergem da proposta de educao profissional em nvel mdio desenvolvida pelo Regime Civil-
Militar, j que sinalizam ir alm da educao profissional e tecnolgica em si. Sua base terica
(BRASIL, 2008) indica o desenvolvimento de uma formao ampla, capaz de estimular o estudante
a compreender as vrias formas do fazer alienado.
Os exemplos citados evidenciam que o Ensino Mdio alvo de uma disputa de projetos
sociais antagnicos da existncia humana (FRIGOTTO, 2006, p.244).
Ensino em Tempo Integral e mundo do trabalho
O Plano Nacional de Educao PNE (2014-2024) prev como meta de n 6: Oferecer
educao em tempo integral em, no mnimo, cinquenta por cento das escolas pblicas, de forma a
42
atender, pelo menos, vinte e cinco por cento dos(as) alunos(as) da Educao Bsica (BRASIL,
2014).
A Lei n 11.494/2007, que institui o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao Bsica
e de Valorizao dos Profissionais da Educao FUNDEB, deixa claro que haja diferenciao das
ponderaes para distribuio proporcional de recursos das matrculas em tempo integral. O que,
inclusive, pode ser um dos fatores envolvidos no interesse dos estados, de modo geral, em estimular
o ensino integral na etapa do Ensino Mdio: valor de ponderao maior, que implica mais recursos.
Nota-se que a expanso do Ensino em Tempo Integral faz parte das polticas educacionais.
Nesse contexto, a Lei n 13.415 sancionada em fevereiro de 2017 institui a Poltica de Fomento
implementao de Escolas de Ensino Mdio em Tempo Integral em todo o pas.
Nela, estabelece-se uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) com 1.800 horas, em que
so estabelecidos direitos e objetivos de aprendizagem comuns, e uma parte diversificada, composta
por distintos itinerrios formativos, a serem organizados conforme a relevncia para o contexto local
e a possibilidade dos sistemas de ensino (BRASIL, 2017, art. 36). O tempo restante ao dedicado
BNCC corresponde a reas eletivas, dentre linguagens, matemtica, cincias da natureza e cincias
humanas e sociais aplicadas ou formao tcnica e profissional, por meio de cursos tcnicos.
Levantamos a possibilidade de que tal proposio gere uma limitao na formao1 do jovem
pobre desde a etapa obrigatria de estudos, dessa maneira, negando a oferta educativa capaz de
possibilitar uma formao comprometida com a continuidade dos estudos em nvel universitrio, por
exemplo.
Vale retomar que o processo formativo proposto pode remeter perspectiva de Gramsci
(1998), para quem a Escola Unitria ofereceria a possibilidade da construo da revoluo cultural e
formao do intelectual orgnico. Referindo-se ao contexto italiano do incio do sculo XX, em que
se desenvolveu o debate sobre a escola profissional e da cultura geral, o autor afirma a necessidade
de abolir a escola desinteressada e formativa, que estaria destinada pequena elite de senhores e
de mulheres que no devem pensar em se preparar para um futuro profissional (GRAMSCI, 1991,
p. 118), ou manter poucas delas.
A sada vislumbrada pelo autor perpassaria a Escola Unitria, definida como uma escola que
vincularia o ensino tcnico-cientfico ao saber humanista, assim, o caminho a ser trilhado deveria ser
o da escola que equilibrasse o desenvolvimento da capacidade de trabalhar manualmente
(tecnicamente, industrialmente) e o desenvolvimento das capacidades de trabalho intelectual
(GRAMSCI, 1991, p. 118).
1 Ainda que se estabelea a BNCC, alertamos para a realidade de uma formao que divide a ateno com uma
especializao precoce.
43
No se pode afirmar que a reforma empreendida recentemente, assemelhe-se proposta
gramsciana de formao, pois h um componente diferencial e importante: preocupao com a
formao do intelectual orgnico, na mesma medida, com um saber erudito e tecnoprofissional,
comprometido com sua classe. Ou seja, uma formao articulada participao efetiva e consciente
da classe trabalhadora, via superao de concepes fragmentrias e desarticuladas, tanto no campo
econmico como no plano poltico-social.
Pretendemos evidenciar que o aparato ideolgico mobilizado na proposta educacional
importante e dimensiona os fins preteridos.
Na discusso sobre qual Ensino Mdio se quer, em se tratando de poltica educacional, importa
lembrar que a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) estabelece que tal etapa dever vincular-se ao mundo
do trabalho e prtica social (BRASIL, 1996, art.1 2). Os Parmetros Curriculares Nacionais
acompanham tal premissa ao inserir como objetivo a insero do jovem no mundo produtivo e a
dimenso de preparao para o trabalho, de maneira que se percebe o trabalho como categoria
estruturante do ser social (PACHECO, 2018 [on line]).
No desprezando a importncia do trabalho para a constituio do humano, lembra-se que o
jovem oriundo da elite tem na continuidade dos estudos (Ensino Superior) um caminho bvio, por
isso, concatenar as consequncias de uma educao tcnica/especializada inserida no Ensino Mdio
diz respeito preocupao com a formao pretendida aos demais jovens: pobres.
No se deve considerar como similares, ainda, o Ensino Mdio integrado com o que se prope
na Reforma do Ensino Mdio, uma vez que a ltima determina que todos os estudantes percorram
itinerrios formativos idnticos nos trs primeiros semestres do processo ensino-aprendizagem e,
posteriormente, escolheram uma rea de predileo. Assim, impossibilitar ao estudante que opte
pela formao tcnica e profissional, o estabelecimento de dilogos abertos com as demais disciplinas
do ncleo comum, de modo que se dificulta a integrao de uma formao geral slida aliada a uma
formao profissional qualificada, pois ficam circunscritas a momentos estanques.
Faz-se necessrio questionar o destino dos cursos tcnicos integrados dos Institutos Federais
com a implementao dessa reforma.
preciso considerar, ainda, a questo dos recursos necessrios para a operacionalizao da
expanso do Ensino Mdio em tempo integral, em um contexto de teto para os gastos pblicos, a
conhecida PEC 241, que no Senado tramitou como PEC 55. Uma implicao central para o campo
educacional a de que os recursos que financiam servios pblicos sejam limitados pelo prazo de 20
anos.
44
Concluses
Ao longo do tempo, o Ensino Mdio tem sido um campo de disputas no cenrio brasileiro,
devido s suas finalidades estarem ligadas ao devir da juventude, que passa necessariamente pelo
processo formativo humano, cujo fruto redundar no preenchimento dos postos de comando na
sociedade.
A reforma curricular no est alheia s questes de ordem pragmtica, como a adequao s
demandas econmicas e de mercado ou a limitao do acesso educao superior por meio da
profissionalizao, entre outras questes. Isso marca as disputas por hegemonia em torno de um
projeto de sociedade.
Aqui bradamos por uma educao comprometida com a emancipao humana, sobretudo do
jovem pobre.
Referncias
BRASIL. Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Dirio Oficial da Unio, Braslia, 1996.
BRASIL. Lei n 11.494, de 20 de junho de 2007. Dirio Oficial da Unio, Braslia, 2007.
BRASIL. Lei n. 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Dirio Oficial da Unio, Braslia, 2008.
BRASIL. Lei n 13.005, de 25 de junho de 2014. Dirio Oficial da Unio, Braslia, 2014.
BRASIL. Lei n 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Dirio Oficial da Unio, Braslia, 2017.
FRIGOTTO, G. Fundamentos cientficos e tecnolgicos da relao trabalho e educao no Brasil de
hoje. In: LIMA, Jlio C. F.; NEVES, Lcia M. W. (Org.). Fundamentos da educao escolar do Brasil
contemporneo. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2006.
GRAMSCI, A. Maquiavel, a poltica e o Estado moderno. Traduo de C. N. Coutinho. 3. ed. Rio de
Janeiro: Civilizao Brasileira, 1978.
________. Os intelectuais e a organizao da cultura. 8 ed. So Paulo: Circulo do livro, 1991.
PACHECO, E. Os institutos federais: uma revoluo na educao profissional e tecnolgica.
Disponvel em http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/insti_evolucao.pdf. Acesso em 02 de fev.
2018.
45
- VI -
OPES POLTICO-INSTITUCIONAIS DE GESTO DEMOCRTICA EM
SISTEMAS MUNICIPAIS DE ENSINO
Ana Paula da Motta
Unoesc/Brasil
Marilda Pasqual Schneider
Unoesc/Brasil
Introduo
Em ateno ao que determina a Constituio Federal acerca da educao brasileira, a Lei de
Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB n 9.394), aprovada em 20 de dezembro de 1996,
determinou que a organizao dos sistemas de ensino fosse orientada pelo princpio de gesto
democrtica, de modo a engendrar espaos e mecanismos de participao da comunidade local na
conduo das atividades educacionais, tendo em vista uma formao cidad. No especificou, no
entanto, como os respectivos sistemas deveriam proceder para regulamentar esses espaos e
mecanismos de participao de modo a atender o disposto na referida Lei.
Como consequncia, os sistemas de ensino passaram a compreender e interpretar essa
determinao legal de forma bastante diversa e, por vezes, contraditria do ponto de vista da relao
entre dispositivos, mecanismos e espaos de participao. Resultado disso um quadro pouco
auspicioso em termos de oportunidades de participao da comunidade local no delineamento das
polticas e aes educacionais.
Atentos a esse contexto, bem como aos resultados parciais de uma pesquisa de abrangncia
nacional, cuja proposta consiste em mapear a gesto educacional nos sistemas municipais de ensino
do estado de Santa Catarina, o presente trabalho tem por objetivo examinar opes poltico-
institucionais de gesto democrtica do ensino pblico em municpios do estado de Santa Catarina.
Em termos metodolgicos, o estudo compreende captura e anlise dos documentos que informam os
princpios, espaos e mecanismos de gesto democrtica do ensino pblico na educao bsica,
46
conformados na legislao dos sistemas municipais de ensino de uma das seis mesorregies
geogrficas2 em que se encontra subdividido o estado de Santa Catarina.
Normatizao das polticas de gesto democrtica nos sistemas municipais de ensino
A mesorregio da Grande Florianpolis compreende a regio litoral central do estado de Santa
Catarina. composta por 21 (vinte e um) municpios agrupados em trs microrregies: Tijucas,
Florianpolis e Tabuleiro.
Em levantamento realizado junto ao conjunto de municpios dessa mesorregio, constatamos
que trs deles (14%) no dispem de sistema prprios de ensino. De modo geral, a cronologia de
implantao dos sistemas demonstra que o processo de normatizao dos sistemas municipais de
ensino foi lento na mesorregio da Grande Florianpolis, tendo se estendido durante todo o perodo,
de 1999 a 2015.
Apesar de apenas uma parcela ter seus sistemas de ensino institucionalizados, de modo geral,
o levantamento demonstrou que h uma preocupao com a criao de espaos legtimos de gesto
democrtica, demonstrada principalmente pela criao de conselhos municipal e escolares e pela
implantao de programas de descentralizao financeira e do frum municipal de educao. A
criao de programas e aes e de espaos e mecanismos de participao esto orientados por doze
princpios de gesto democrtica, sendo mais frequentes, dentre eles, os referidos participao da
comunidade escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
Embora menos frequentes, os princpios que transcendem os regulamentados na LDB esto
assim delimitados (em escala descendente): a) processo de escolha de diretores; b) participao
efetiva da comunidade escolar na tomada de decisses no mbito das respectivas unidades escolares
e do sistema municipal de ensino; c) transparncia dos mecanismos pedaggicos, administrativos e
financeiros; d) participao dos profissionais de educao e da comunidade escolar na elaborao do
projeto poltico-pedaggico da escola; e) respeito autonomia de organizao de pais, professores,
servidores e estudantes; f) descentralizao do processo de gesto educacional e do oramento; g)
adoo de planejamento participativo; e h) apoio ao funcionamento de grmios estudantis.
Quanto aos espaos e mecanismos de participao, que representam mecanismos de
empoderamento3 da comunidade local, os mais frequentes so o Conselho Municipal de Educao
(CME) e o Plano Municipal de Educao (PME), contemplados em 100% dos municpios. Na
sequncia aparecem o PPP, contemplado em 94,4% dos municpos, e o Conselho Escolar, presente
2 O estado de Santa Catarina conta com as seguintes mesorregies: Grande Florianpolis, formada por 21 municpios;
Norte Catarinense, com 26 municpios; Oeste Catarinense, com 118 municpios; Serrana, com 30 municpios; Sul
Catarinense, com 46 municpios; e Vale do Itaja, com 46 municpios. 3 Neste trabalho, o termo empoderamento remete aos movimentos sociais que defendem maior participao social e
poltica na tomada de decises e de oportunidades s minorias.
47
em documentos de 83,3% dos municpios.
Sobre a efetividade desses espaos e mecanismos de participao recaem algumas reservas
posto que as leis municipais, que deveriam regulamentar tanto o CME como o PME, foram
disponibilizadas apenas por uma parte dos municpios. Sobre o PME, apenas dois municpios So
Bonifcio e Tijucas apresentaram a Lei de regulamantao do Plano. A ausncia de regulamentao
pe em risco o cumprimento das metas do PME e a prpria ideia de plano posto dificulta o
monitoramento e inibe a possibilidade de exigncia prestao de contas por parte dos governos dos
municpios.
Quanto ao PPP, esperava-se que a totalidade de municpios da messorregio dispusesse desse
mecanismo uma vez que ele representa [...] a oportunidade para a direo, a coordenao
pedaggica, os (as) professores (as) e a comunidade tomarem sua escola nas mos, definirem seu
papel estratgico na educao das crianas e jovens, organizarem suas aes, visando a atingir os
objetivos a que se propem (LIBNEO, 2010, p. 96).
Posto que a incumbncia de elaborao est a cargo das escolas, havia expectativa de que a
prtica do planejamento viabilizada pelo PPP estivesse amplamente disseminada nas escolas,
mormente as da rede municipal. Entretanto, o fato de trs municpios, incluindo os que no possuem
Sistema Municipal, no informarem sua regulamentao, sugere que ainda h um longo caminho a
se percorrer na mesorregio para a disseminao de prticas gestionrias focalizadas em mecanismos
de planejamento participativo.
Quanto aos Conselhos Escolares, 15 municpios referem sua criao. Apesar de implantado
na expressiva maioria dos municpios da mesorregio, verificou-se ausncia de mecanismos de
transparncia sobre seu funcionamento, tais como suas competncias e atribuies, regras de
organizao, composio e autonomia.
Localizamos os que criaram seus Conselhos Escolares, mas que no preveem estratgias de
participao desse rgo na democratizao do ensino pblico da educao bsica.
Concluses
Os dados colhidos permitem-nos constatar que a regulamentao da gesto democrtica,
apesar de constituir preocupao das instncias municipais, ainda no uma prtica comum nos
municpios da mesorregio da Grande Florianpolis. Acreditamos que, com a consecuo do Plano
Nacional de Educao e dos Planos Estadual e Municipais, esse cenrio possa, em breve, ser
ampliado, uma vez que a gesto democrtica constitui uma das 20 metas da educao para os
prximos dez anos.
48
Os resultados alcanados nos levam a questionar a ao governamental em relao
regulamentao da gesto democrtica do ensino pblico e as possibilidades concretas de
transformaes sociais. Observa-se que, em parte dos municpios, predomina a inteno de apenas
cumprir com a obrigatoriedade de institucionalizao de espaos e mecanismos de participao dos
sujeitos na democratizao do ensino pbl