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CEPAL 60 anos de Desenvolvimento na América Latina Santa Cruz do Sul, RS, Brasil, 17 a 19 de agosto de 2011 1 Políticas Macroeconômicas da União e Evolução Recente da Economia dos Entes Estaduais O Caso da Paraíba Andrea Carla de Azevêdo 1 Roberto Alves de Araújo 2 Rosilene Dias Montenegro³ Resumo: Propomos, no presente artigo, identificar os impactos sobre a economia da Paraíba gerados pelas políticas macroeconômicas praticadas pelo Governo Federal nos últimos 40 anos, verificando a evolução da carga e repartição do bolo tributário no Brasil a partir do final dos anos de 1960 até a segunda metade da década inicial do terceiro milênio. Partimos da premissa de que a dinâmica do sistema capitalista hoje instalado e em plena atuação em nível mundial, no seu processo de acumulação e reprodução em escala ampliada, se realiza atrelando e subordinando aos interesses do capital nos núcleos hegemônicos, atividades implementadas em regiões de menor dinâmica, produzindo nelas efeitos combinados e desiguais. Analisamos aspectos relacionados a arrecadação de fundos via mecanismos de tributação constitucionalmente a eles atribuídos e procuramos perceber como a Paraíba se insere nesse processo. Analisamos aspectos referentes a aplicação dos recursos para custeio de gastos com oferta de infra-estrutura e serviços de natureza essencial à população; e, a partir da análise dos grandes agregados do Produto Interno Bruto (PIB) estadual e itens da receita e da despesa pública da Paraíba, quais os principais problemas gerados pela dependência do Estado dos investimentos do Poder Público, em sua atuação como empresário (produzindo serviços típicos do setor privado ou fomentando atividades de interesse deste). Palavras-chave: Capitalismo; Desenvolvimento; Políticas Públicas; Economia da Paraíba. 1 Mestranda em Desenvolvimento Regional (UEPB/UFCG), [email protected] 2 Mestrando em Desenvolvimento Regional (UEPB/UFCG), [email protected] ³ Professora do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Regional (UEPB/UFCG), e PPGH (UFCG), [email protected]

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CEPAL – 60 anos de Desenvolvimento na América Latina

Santa Cruz do Sul, RS, Brasil, 17 a 19 de agosto de 2011

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Políticas Macroeconômicas da União e Evolução Recente da Economia dos

Entes Estaduais – O Caso da Paraíba

Andrea Carla de Azevêdo1

Roberto Alves de Araújo2

Rosilene Dias Montenegro³

Resumo: Propomos, no presente artigo, identificar os impactos sobre a economia da Paraíba gerados pelas políticas macroeconômicas praticadas pelo Governo Federal nos últimos 40 anos, verificando a evolução da carga e repartição do bolo tributário no Brasil a partir do final dos anos de 1960 até a segunda metade da década inicial do terceiro milênio. Partimos da premissa de que a dinâmica do sistema capitalista hoje instalado e em plena atuação em nível mundial, no seu processo de acumulação e reprodução em escala ampliada, se realiza atrelando e subordinando aos interesses do capital nos núcleos hegemônicos, atividades implementadas em regiões de menor dinâmica, produzindo nelas efeitos combinados e desiguais. Analisamos aspectos relacionados a arrecadação de fundos via mecanismos de tributação constitucionalmente a eles atribuídos e procuramos perceber como a Paraíba se insere nesse processo. Analisamos aspectos referentes a aplicação dos recursos para custeio de gastos com oferta de infra-estrutura e serviços de natureza essencial à população; e, a partir da análise dos grandes agregados do Produto Interno Bruto (PIB) estadual e itens da receita e da despesa pública da Paraíba, quais os principais problemas gerados pela dependência do Estado dos investimentos do Poder Público, em sua atuação como empresário (produzindo serviços típicos do setor privado ou fomentando atividades de interesse deste). Palavras-chave: Capitalismo; Desenvolvimento; Políticas Públicas; Economia da Paraíba.

1 Mestranda em Desenvolvimento Regional (UEPB/UFCG), [email protected]

2 Mestrando em Desenvolvimento Regional (UEPB/UFCG), [email protected]

³ Professora do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Regional (UEPB/UFCG), e PPGH (UFCG), [email protected]

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Introdução

O sistema capitalista de produção instalado em nível mundial, e em plena atuação,

no bojo do processo de acumulação, subordina as iniciativas levadas a efeito em cada um

dos seus subsistemas, sub-componentes, setores e atividades que o integram, portanto os

esforços neles desenvolvidos, aos interesses implícitos no processo de acumulação, que é a

obtenção de lucro, entendido este, para efeitos do estudo presente, como vantagem retirada

de uma operação (comercial, industrial ou outra), ganho proveniente de qualquer

especulação, deduzidas as despesas; ou, ganho gratuito ou que se obteve sem trabalho.

Com efeito, auferir lucro, enquanto objetivo geral do sistema capitalista que possibilita o

processo de acumulação em escala ampliada, não apenas guarda estrita relação com as

taxas de lucro alcançadas nas atividades de cada setor, como de resto dessas taxas são

dependentes, ou seja, quanto mais elevadas forem as taxas setoriais de lucro alcançadas,

quanto mais alta será a taxa média de lucro do sistema e a massa de lucro obtida. Implica

dizer que as taxas de lucro geradas nas atividades de cada setor devem ser superiores ou

no mínimo iguais a taxa média de lucro da economia (taxa média do sistema como um todo

ou taxa de mercado). Dito de outra maneira, a taxa média de remuneração das aplicações

vigentes no conjunto da economia no momento presente e previsão para o futuro, pelo

menos com horizonte de médio prazo. Se as taxas de lucro geradas em atividades de um

determinado setor se mantiverem abaixo da taxa média de lucro do sistema por um longo

período de tempo, fatalmente as aplicações em atividades desse setor – com taxas de

remuneração nas condições apontadas – tenderão a migrar para aplicações em setores com

rentabilidade superior ou igual a vigente no conjunto da economia.

Ao longo da história, em especial na fase mais recente, é possível visualizar que sob

determinação legal, governantes – em diversos regimes a exemplo de reis, imperadores

czares, etc. – exercitavam a função de arrecadar fundos junto à população, sob diferentes

formas de tributação, no sentido de garantir o suprimento necessário para cobrir os seus

gastos de manutenção enquanto responsáveis pela administração superior dos países –

“Entes Estados” – ou para custear a realização de benefícios os serviços de natureza

essencial a serem postos a disposição dos governados (estradas, equipamentos de saúde,

educação e segurança). No estudo “USA: A crise do Estado capitalista”, James O’Connor,

chama atenção para o fato de que na sociedade, a expectativa geral sobre a realização de

gastos governamentais, seja nas classes ou grupos sociais com mais altos rendimentos ou

em grupos sem rendimento ou com baixa renda familiar, portanto menos protegidos, é que o

governo gaste mais em investimentos e manutenção de serviços sociais e assistenciais. O

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fato, entretanto, é que ninguém parece predisposto a contribuir com recursos financeiros

para viabilizar a realização dos gastos, repudiando qualquer tentativa de criação de novos

tributos ou majoração das alíquotas dos já existentes (O’CONNOR, 1977).

A Tributação e o Financiamento de Gastos Governamentais no Brasil: O Respaldo Constitucional

A Constituição Federal Brasileira de 1988, em seu artigo 1º, estabelece que o Brasil

é uma República Federativa indissolúvel, constituindo-se em Estado democrático de direito

que tem como um dos seus fundamentos a soberania; e, que de acordo com a organização

político-administrativa nela proposta, compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e

os Municípios, todos autônomos, nos termos definidos na Constituição. Equivale dizer que

somos, legalmente, uma República formada por um Ente Nacional e um conjunto de Entes

Sub-nacionais (Estados e Municípios), com Poder Político para exercer o seu comando e

controle, sem submissão aos interesses de quaisquer dos outros Entes. Para exercitar as

competências que constitucionalmente lhe foram atribuídas de exercer o seu próprio

comando e controle, os Entes Federados assumem o pressuposto de que devem dispor de

recursos para cumprir a sua finalidade como Instituição. A Constituição tratou e resolveu

essa questão delegando aos Entes o papel de arrecadar recursos financeiros via

mecanismos da tributação (impostos, taxas, contribuições, etc.), segundo um conjunto de

normas preestabelecidas, para aplicar em benefício da sociedade. Conforme estudos

realizados, como repercussão da delegação para arrecadar, estabeleceu-se no Brasil uma

competição tributária entre os Entes Governamentais quer entre os Entes de mesmo nível, a

denominada Competição Tributária Horizontal – CTH (GORDON, 1983), quer entre os Entes

dos diferentes níveis da Federação – Competição Tributária Vertical - CTV (VIOL, 1999 e

REZENDE et. al., 2007). Da competição tributária entre os Entes, emergem externalidades

com capacidade de impactar as receitas tributárias de cada Ente Federado, gerando

rebatimentos mais fortes e trazendo efeitos mais nocivos sobre as economias menores, com

menor dinâmica e, portanto, menor capacidade de resposta. Na economia do Brasil, em

função da distribuição da competência de tributar, decorreram alguns casos emblemáticos

de Competição Tributária, como:

a) Competição Tributária Horizontal (CTH) – iniciativas de fomento à atração de

investimentos com o mecanismo da renúncia fiscal de ICMS, o qual recebeu a

denominação de guerra fiscal entre os Estados, que drena recursos e reduz o

nível das receitas próprias dos estados no seu mais importante item; e,

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b) Competição Tributária Vertical (CTV) – elevação de alíquotas pelo Governo da

União de tributos sob sua competência (COFINS e outros) e concessão de

benefícios de renúncia em cima do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

ou Imposto de Renda (IR). No caso da renúncia de IPI e IR há impactos

negativos sobre as finanças públicas dos Estados e Municípios, visto que

constituem a base para formação dos Fundos de Participação dos Estados, dos

Municípios e do Distrito Federal. As transferências que a União repassa aos

Estados, Municípios e Distrito Federal são denominados de Fundo de

participação do estado – FPE e Fundo de Participação do Município – FPM. A

título de ilustração adianta-se que no caso da Paraíba, as transferências do FPE

correspondem a cerca de quarenta por cento do orçamento do Ente Estadual e

as de FPM a mais de cinqüenta por cento do orçamento de alguns dos Entes

Municipais.

Dados apresentados em estudos recentes realizados por entidades como o Instituto

de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA permitem identificar claramente que o Governo

Central não apenas almeja uma fatia maior na partição do “bolo tributário”, como de resto

desenvolve providências para conseguir o intento e mais adiante este artigo apresenta

dados que atestam que o projeto tem sido “coroado de êxito”. Liderau dos Santos M. Junior,

Cristiano Aguiar Oliveira e Eugenio Lagemman, subscreveram artigo em 2009, que inclui

tabela, reproduzida a seguir, com detalhes sobre a maneira como a carga tributária

brasileira é distribuída, quem tem a prerrogativa de arrecadar cada tributo – entre quais

Entes eles são distribuídos; e, a posição dos Entes no processo (vide tabela 1),

considerando o contexto do referencial teórico-metodológico adotado para as analises do

artigo. Justificando a escolha do método, afirmam os cientistas sociais:

A proposição de um jogo é justificada porque os estados e a União interagem ao tributar sobre a mesma base. Ambos sabem que suas decisões de política fiscal afetam uns aos outros e cada esfera de governo toma decisões de política fiscal, sem atuar de forma cooperativa, considerando as reações das demais esferas (JR., L. S. M., OLIVEIRA, C.A., LAGEMMAN, E., 2009, p.5).

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Tabela 1. Competências Tributárias no Brasil

Tributos Quem

legisla

Quem

administra

Com quem fica a receita

1. Sobre o patrimônio U, E, M U, E, M U, E, M

IPTU M M M

IPVA E E E (50%), M(50%)

ITR U U U(50%), M(50%)

ITCD E E E

ITBI M M M

2. Sobre o consumo U, E, M U, E, M U, E, M

COFINS U U U

PIS/PASEP U U U

CIDE combustíveis U U U (71%), E (21,75%), M(7,25%)

IPI U U U (42%), E(32%), M(26%)*

ICMS E E E(75%), M(25%)

ISS M M M

II U U U

3. Sobre a renda U U U,E,M

IR U U U(52%), E(21,5%), M(23,5)*

IOF U U U

CSLL U U U

4. Sobre a folha de pagamento U U U, E, M e entidades

CPS U U U

FGTS U U U

Salário-educação U U U, E

Sistema S U U Entidades

5. Taxas e Contr. de melhoria U, E, M U, E, M U, E, M

6. Outros tributos U, E, M U, E, M U, E, M

Fonte: elaboração Liderau dos Santos Marques (FEE-FS), Cristiano Aguiar de Oliveira (UFRGS),

Eugenio Lagemman (UFRGS).

Notas: U=União; E=Estados; M=Municípios.

* A como o FPE e FPM redistribuem o IPI e o IR entre a União, os estados e os municípios é

apresentada artigo dos autores.

Um exame às informações da tabela, objetiva identificar quais são os tributos que

compõem a carga tributária no país, quem legisla sobre eles e por fim, que instâncias de

governo se apropriam das receitas e quem as administra. É possível ver, analisando os

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dados da tabela acima, que os Entes Governamentais concorrem entre si (Ente Nacionais,

Entes Sub-nacionais e Entes Municipais), configurando o que foi denominado por Gordon

como Competição Tributária Horizontal – CTH e por Rezende e outros estudiosos como

Competição Tributária Vertical – CTV.

Evolução da Carga Tributária no Brasil

Sendo o foco do presente trabalho identificar impactos gerados sobre a economia

paraibana como efeito das políticas macroeconômicas praticadas no País nos últimos 40

anos, é importante conhecer e compreender como evoluiu a carga e a repartição do bolo

produto da arrecadação tributária no Brasil a partir do final dos anos de 1960 até os dez

anos iniciais do terceiro milênio. As estatísticas mostram que o indicador Carga Tributária

como Proporção do PIB, no Brasil vem se elevando ao longo do tempo e que a União se

apropria da maior parte do bolo, conforme números referentes aos anos selecionados no

período, mostrados a seguir:

a) Carga Tributária como Proporção do PIB em 1960 = 17,40%

Apropriação por esfera: União 10,40%; Estados 5,90%; e, municípios 1,10%;

b) Carga Tributária como Proporção do PIB em 1980 = 24,50%

Apropriação por esfera: União 17,00%; Estados 5,40%; e, municípios 2,10%;

c) Carga Tributária como Proporção do PIB em 1988 =22,40%

Apropriação por esfera: União 14,00%; Estados 6,00%; e, municípios 2,40%;

d) Carga Tributária como Proporção do PIB em 2002 = 32,35%

Apropriação por esfera: União 18,81%; Estados 8,09%; e, municípios 5,45%;

e) Carga Tributária como Proporção do PIB em 2004 = 32,62%

Apropriação por esfera: União 19,25%; Estados 7,93%; e, municípios 5,44%.

Pelo menos sete fatos ou pontos relevantes podem ser apreendidos a partir do

exame do comportamento do indicador Carga Tributária como proporção do PIB, em cinco

anos selecionados na série histórica referente ao período 1960 a 2004. Os dois primeiros

diretamente relativos ao comportamento da economia do país, com efeitos negativos sobre

a produção e o consumo; e, os outros cinco atinentes a forma de apropriação e distribuição

do excedente verificado na relação Carga Tributária / PIB. São eles:

1. Os efeitos restritivos gerados pela brutal elevação da carga tributária

brasileira sobre a dinâmica da economia do país, na medida em que retira

recursos produtivos da economia via aumento na cobrança de tributos

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oneradores do processo de produção de mercadorias e serviços;

2. Os efeitos sobre o consumo (redução) acarretados pela diminuição do

poder de compra da população, afetado pelos efeitos gerados com a

criação, majoração de alíquotas e manutenção de taxas e contribuições

diversas, algumas das quais criadas em caráter emergencial e transitório e

transformadas em permanente;

3. A carga tributária do Brasil como proporção do PIB, que de 1960 a

2004, aumentou de 17,40% para 32,62%, o que corresponde a uma

ampliação de 15,22 pontos percentuais no indicador. Desse incremento a

união capturou 8,85 pontos percentuais, em prejuízo dos outros Entes cujo

montante capturado foi de 4,34 pontos percentuais (os Entes Municipais);

e, os Entes Estaduais apenas 2,03 pontos percentuais;

4. A tendência ascendente do indicador Carga Tributária / PIB registrado

em quatro dos cinco anos da série (17,40% em 1960, 24,50% em 1980,

32,35% em 2002; e, 32,62 em 2004), com uma inflexão em 1988, com o

patamar da relação sendo reduzido para 22,40%;

5. O Governo da União mantém o seu percentual de participação sobre o

total da carga tributária comparativamente aos outros Entes, iniciando no

patamar de 59,77% em 1960 e fechando em 2004, com 59,02% de

participação;

6. A situação dos Entes Estaduais, que embora tenham apropriado 2,03

pontos percentuais do aumento de carga verificado entre 1960 e 2004,

tiveram a sua participação sobre o total da carga tributária reduzido de

33,91% em 1960, para 24,32% em 2004, configurando forte perda para

esses Entes Sub-nacionais; e,

7. O ano de promulgação da constituição (1988) marca um divisor na

participação dos municípios sobre o bolo, que evoluiu do patamar de

1,10%% da carga em 1988, para 5,45% em 2002 e 5,44% em 2004,

capturando 4,34 pontos percentuais do aumento de carga verificado entre

1960 e 2004, o que destaque-se corresponde a melhor performance real e

relativa entre os Entes dos três níveis da Federação.

A Evolução da Economia Paraibana no Período 1995-2007

De maneira preliminar pode-se dizer que analisar a evolução da economia paraibana

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nas últimas quatro décadas e entender os fatores que são determinantes para a sua

performance, pressupõe esforço para compreender alguns aspectos e fatores que sobre ela

exercem influência e trazem desdobramentos. Entre os principais, cabe destacar:

a) O caráter periférico como a economia paraibana se insere no contexto

regional e nacional, sob os ditames do processo de acumulação em escala

ampliada, presente na contemporânea economia capitalista em nível

mundial;

b) O direcionamento conferido pelo Ente Nacional às macro políticas

orientadoras da economia do país e as políticas públicas por ele propostas

e executadas tendo como destinação os Entes Sub-nacionais (Estados

Municípios); e,

c) A atuação do Ente Estadual, enquanto agente econômico com

competência para atuar fomentando o processo de desenvolvimento do

estado em moldes sustentáveis, posto a sua função de arrecadador de

fundos, via tributos, para aplicar no fortalecimento e expansão da oferta de

serviços públicos sociais de natureza essencial e infra-estrutura

econômica.

Para um estudo de tal dimensão, é extremamente difícil encontrar um indicador

comportamental que, aplicado isoladamente, possa gerar informações necessárias e

suficientes para prover suporte à realização de análises que produzam informes sobre o

quadro geral de uma determinada economia, compreendendo estrutura, evolução,

comportamento, potencial e perspectivas.

Alguns indicadores, entretanto, aplicados de forma associada a outros instrumentos

de avaliação comportamental ou mediante utilização de informações geradas por estes,

podem vir a se constituir em importantes instrumentos para utilização em estudos e

análises. Neste trabalho, buscou-se escolher um indicador cuja aplicação tivesse relevância

no contexto teórico e prático, cujas informações pudessem ser facilmente acessadas e

utilizadas; e, ainda, que a sua escolha não gerasse questionamentos sobre o seu uso e

ensejasse repercussões positivas e confiabilidade por sua aplicação nas análises do estudo.

Por melhor atender as características descritas, a escolha recaiu sobre o indicador Produto

Interno Bruto – PIB.

O conceito de Produto Interno Bruto – PIB, utilizado para fins do artigo é: o valor

final representativo da soma de todos os bens (produtos e serviços) produzidos

internamente na economia de um determinado Ente (seja Município, Estado, Região ou

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País), num período de tempo específico.

Aplicando o conceito a situação da Paraíba, tem-se que Produto Interno Bruto – PIB

é o valor representativo da soma de todos os produtos e serviços gerados internamente pela

economia paraibana, no período de tempo de um ano, o que no caso corresponde a um

exercício financeiro.

Compreender a dinâmica do PIB estadual no bojo da evolução da economia

paraibana; e, os desdobramentos que geram para o Estado, requer disponibilidade e

possibilidade de acesso a estatísticas relativas a esse agregado e sobre o Estado de modo

geral. Assim, o estudo se apropria de estatísticas produzidas pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística – IBGE e pelo Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual da

Paraíba – IDEME, órgão estadual de estatísticas do Estado, relativamente às atividades

econômicas do Estado nas últimas três décadas; e, de modo particular, do período

compreendido entre 1995-2007, trabalhando séries históricas sobre os indicadores

comportamentais PIB e PIB per capita do Estado. Realiza análises e ilações entre os

números registrados para o PIB estadual, com os dados referentes ao crescimento

populacional e grau de urbanização, com o objetivo de detectar, e nos casos possíveis

avaliar, a influência exercida pelo agregado PIB sobre os outros agregados e indicadores

referenciados e, em caso positivo, como ocorre essa influência e em que grau.

Tabela 2. Produto Interno Bruto Total e Per Capita a Preços Correntes e Taxa Anual de

Crescimento Brasil/Nordeste/Paraíba (1995-2007).

BR NE PB BR NE PB BR NE PB BR NE PB

1995 705.641 84.970 5.183 2,98 2,09 4,01 4.438 1.877 1.557 -0,82 -1,03 2,03

1996 843.966 105.223 6.439 2,15 2,08 2,64 5.234 2.298 1.919 0,74 0,94 1,93

1997 939.147 116.981 7.205 3,38 4,27 3,06 5.745 2.527 2.134 1,97 3,13 2,35

1998 979.276 121.901 7.647 0,04 -0,40 -2,29 5.910 2.605 2.248 -1,30 -1,48 -3,01

1999 1.065.000 132.577 8.397 0,25 0,94 2,78 6.311 2.791 2.446 -1,57 -0,54 1,81

2000 1.179.482 146.827 9.338 4,31 4,09 4,37 6.886 3.054 2.699 2,77 2,85 3,57

2001 1.302.135 163.465 10.849 1,31 0,76 0,83 7.491 3.360 3.111 -0,17 -0,45 0,05

2002 1.477.822 191.592 12.434 2,66 2,91 4,77 8.378 3.891 3.538 1,16 1,69 3,96

2003 1.699.948 217.037 14.158 1,15 1,89 5,29 9.498 4.355 3.998 -0,32 0,68 4,47

2004 1.941.498 247.043 15.022 5,71 6,52 2,78 10.692 4.899 4.209 4,20 5,26 1,99

2005 2.147.239 280.545 16.869 3,16 4,56 3,98 11.658 5.499 4.691 1,70 3,35 3,18

2006 2.369.484 311.104 19.951 3,96 4,75 6,70 12.687 6.028 5.506 2,52 3,56 5,90

2007 2.661.345 347.797 22.202 6,09 4,85 2,21 14.465 6.749 6.097 7,70 5,00 1,70

Fonte: IBGE / IDEME - Equipe de Contas Regionais do Brasil.

AnosPIB (R$ Milhão) PIB Variação Anual % PIB Per capita (R$ 1,00) PIB Per Capita Variação Anual %

O PIB da Paraíba, conforme os dados do período de 1995 a 2007, a preços

correntes, evoluiu de R$ 5.183 milhões no ano inicial do período, para R$ 22.202 milhões no

ano final. Observa-se que a série não apresenta um comportamento homogêneo, com uma

taxa média de crescimento anual que ficou situada numa faixa de variação cujos percentuais

mínimos registrados foram respectivamente, -2,29% em 1998/1997 e 0,83% em 2001/2000;

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e na banda superior, atingiu os seus resultados mais expressivos no início da série

2003/2002, quando atingiu 5,29%; e, em 2006/2005, seu ponto máximo, 6,70%.

Registre-se por fundamental que embora a performance das taxas de crescimento do

PIB da Paraíba ao longo da série 1995-2007, tenha registrado melhores índices do que as

do Nordeste e do Brasil em seis dos treze anos da série (1995,1996, 2000, 2002, 2003 e

2006), comparativamente ao PIB da Região e do País, a participação do PIB da Paraíba,

mostra uma trajetória estável com discreto crescimento na participação. Em 1995 a relação

PIB PB/NE e PIB PB/BR registrava participação de respectivamente 6,10% e 0,73%. Quanto

ao comportamento da relação PIB PB/NE, verifica-se um gradativo crescimento até 2001,

quando registra 6,64%, alternando pequenos decréscimos e aumentos até 2007, quando

marca o nível de 6,38% de participação. No que se refere ao desempenho da relação PIB

PB/BR, a relação apresenta crescimento até 2002, quando registra o nível de 0,84%,

alternando a partir daí pequenos decréscimos e aumentos, até se fixar no ano de 2007 no

patamar de participação de 0,83%. Esses números configuram crescimento na participação

do PIB da Paraíba nas relações PIB PB/NE e PIB PB/BR, de respectivamente 4,65%

13,58% sobre o patamar de participação no ano inicial da série. Cabe destacar que essa

performance, entretanto, não foi suficiente para fazer a Paraíba melhorar sua posição de

sexto lugar na hierarquia de participação no PIB da Região.

Dinâmica do PIB PER Capita Paraibano

O Produto Interno Bruto Per Capita da Paraíba, a preços correntes, considerando o

período 1995 a 2007, evoluiu de R$ 1.557,00 em 1995 para R$ 6.097,00 em 2007, conforme

demonstra o Gráfico 1 abaixo, apresentando no período, em termos de crescimento, uma

variação anual que está situada entre -3,01% registrado em 1998/1997 (resultado negativo)

e 5,90%, melhor nível de participação, conseguido em 2006/2005.

Embora os números do período 1995-2007 mostrem que a participação do PIB Per

Capita da Paraíba no PIB do Nordeste e no PIB do Brasil melhorou (PIB PB/PIB NE:

1995=82,97%; 2007=90,34%; e, PIB PB/PIB BR: 1995=35,08%; 2007=42,15%), é preciso

destacar que o PIB Per capita da Paraíba apresenta uma dinâmica de crescimento que é

inferior a do PIB estadual. Equivale dizer que os ganhos de crescimento do produto,

relativamente ao indicador PIB Per capita, são incorporados em proporção inferiores a do

PIB

Gráfico 1. Participação Percentual do PIB Per Capita da Paraíba no PIB do Nordeste e do

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Brasil (1995 – 2007).

Sendo a Região Nordeste periférica aos Centros Hegemônicos do capitalismo no

País, ela é subordinada aos interesses do processo de acumulação capitalista, como Região

de menor dinâmica, situação idêntica aos termos em que é enquadrada a economia

paraibana. Com efeito, são produzidos sobre a economia do Estado, enquanto região

periférica, efeitos negativos, combinados e desiguais, com a maior fatia dos ganhos nela

gerados, direcionados para os centros hegemônicos, em detrimento da Paraíba, posto seu

caráter periférico.

Outro grave fator negativo relacionado ao comportamento do PIB Per Capita da

Paraíba sobre o qual comporta profunda reflexão, diz respeito à desproporcionalidade da

distribuição do PIB Per Capita entre as diversas regiões do Estado e a heterogeneidade das

taxas regionais de crescimento do agregado no Estado, entre 1999 e 2007. Poucas regiões

da Paraíba registraram crescimento do seu PIB Per Capita entre 1999 e 2007 em nível

superior a média registrada para o Estado, que evoluiu de R$ 2.446,00 em 1999 para R$

6.099,00 em 2007. Registra-se como destaque de crescimento, a 1ª Região Geo-

Administrativa, que tem João Pessoa, a capital do Estado, como município sede, tendo o

seu PIB evoluído de R$ 3.149,00 em 1999, para R$ 8.431,00, superando e PIB de todas as

outras regiões do Estado em mais 100%. Por outro lado, as regiões Geo-Administrativas de

Cuité e Cajazeiras apresentaram os menores percentuais de crescimento de todas as

regiões, chegando aos índices de 226,66 e 227, 41, em 2007, partindo do ano de 1999

tomado base igual a 100.

A distribuição setorial do PIB Estadual da Paraíba, de acordo com os números do

período 1999 a 2007, mostra um desbalanceamento na participação de um dos seus

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setores. O Setor Agropecuário apresenta uma trajetória declinante no período, com sua

participação sendo gradativamente reduzida, de 13,6% em 1995 para 5,6% no ano de 2007,

configurando uma redução na dinâmica econômica do setor. As atividades industriais, por

seu lado, registraram no mesmo período, uma melhoria na sua performance, com o setor

apresentando trajetória uma ascendente, passando de uma participação de 18,5% no ano

1995, para 22,4% no ano de 2007. Quanto ao setor de comércio e serviços, houve um

aumento na sua participação, evoluindo do patamar de 67,9% em 1995 para uma

participação de 72,0% em 2007.

A Presença do Setor Público Estadual na Formação do PIB Paraibano

É forte e crescente a presença do Setor Público na formação do PIB estadual, tendo

a sua configuração através da produção dos Serviços Industriais de Utilidade Pública –

SIUP (que tem como serviços componentes do agregado, a Produção e Distribuição de

Eletricidade, Gás, Água, Esgotos e Limpeza Urbana); e, dos serviços sociais de natureza

essencial de responsabilidade do Ente Estadual (cuja composição do agregado é formada

pelos serviços de Administração, Saúde e Educação Pública e Seguridade Social).

Os serviços de “administração, saúde, educação pública e seguridade social”

produzidos pelo Ente Estadual, aumentaram sua participação no PIB estadual, evoluindo de

28,78% sobre o total do PIB em 1995, para 30,60% em 2007, embora tenha apresentado

inflexões ao longo da série histórica (redução em 1996 para o nível de 27,14% e em 1997,

para 26,81%). No mesmo período, os Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP), que

em 1995 participavam com 1,56% do total do PIB, quadruplicaram sua participação em

2007, passando para o patamar de 6,50% sobre o total do produto estadual.

O somatório dos dois agregados, possibilita que se visualize o ritmo crescente de

participação do setor Público na economia e sua dimensão (evoluiu de 30,3% em 1995, para

37,1% em 2007), deixando claro a grande dependência da economia paraibana aos

investimentos públicos e mostrando uma das vias através da qual a economia paraibana é

atrelada ao modo de acumulação vigente, sob a égide do capital transnacional. Nesse

contexto, constitui fator de preocupação observar que o Setor Público aumenta a sua

participação na economia paraibana nos últimos 10 anos (até substituindo a iniciativa

privada em algumas atividades e funções), mesmo tendo havido uma redução de

participação no segmento energético, motivada pela privatização da companhia estadual

distribuição de energia elétrica, que tornou os serviços de eletricidade patrocinados pelo

Estado restritos apenas a segmentos específicos, a exemplo dos grupos familiares dos

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segmentos de menor renda e pequenos agricultores, que recebem beneficio via subsidio

nas tarifas.

Concentração Espacial do PIB e Predomínio da Região Litorânea na Economia

Estadual

A concentração espacial do PIB da Paraíba em algumas áreas do seu território é

uma questão a destacar como merecedora de reflexão dos estudiosos e agentes envolvidos

com o processo de planejamento do Estado. Os números da distribuição do PIB paraibano

segundo Regiões Geo-Administrativas, conforme Tabela 3, mostram que no período 1999-

2007 apenas quatro das catorze Regiões Geo-Administrativas da Paraíba apresentaram

ganhos em termos de participação no PIB estadual (1ª Região João Pessoa 4,96%, 5ª

Região Monteiro 0,01%, 11ª Região Princesa Isabel 0,04% e 14ª Região Mamanguape

0,07%). Pela dimensão de sua participação, a 1ª Região, que tem como município sede

João Pessoa, capital do Estado, capturou isoladamente 2,96 pontos percentuais de um total

de 3,08 registrado para as quatro regiões mencionadas, revelando uma forte tendência de

concentração do PIB paraibano na região litorânea (particularmente na 1ª Região Geo-

Administrativa) e entorno.

Tabela 3. Participação percentual do Produto Interno Bruto Total do Estado segundo

Regiões Geo Administrativas (1999-2007).

Tabela 3. Evolução do Produto Interno Bruto do Estado da Paraíba segundo Regiões Geoadministrativas - 1999 à 2007

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Paraíba 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

1ª Região: Sede João Pessoa (14 mun.) 46,1 46,5 47,8 50,0 48,4 47,8 50,3 49,1 49,1

2ª Região: Sede Guarabira (24 mun.) 5,5 5,2 5,1 4,8 5,0 5,1 5,1 5,0 5,0

3ª Região: Sede Campina Grande (39 mun.) 22,0 22,5 21,3 20,6 21,5 21,9 20,6 21,2 21,4

4ª Região: Sede Cuité (12 mun.) 1,6 1,6 1,6 1,5 1,4 1,5 1,5 1,5 1,5

5ª Região: Sede Monteiro (18 mun.) 1,9 1,9 1,9 1,8 1,8 1,8 1,8 1,8 1,9

6ª Região: Sede Patos (22 mun.) 4,5 4,3 4,3 4,0 3,9 4,1 3,8 3,8 3,8

7ª Região: Sede Itaporanga (18 mun.) 2,3 2,3 2,2 2,2 2,2 2,2 2,1 2,2 2,1

8ª Região: Sede Catolé do Rocha (10 mun.) 1,8 1,7 1,6 1,6 1,7 1,7 1,6 1,7 1,7

9ª Região: Sede Cajazeiras (15 mun.) 3,3 3,2 3,1 2,9 3,0 3,0 2,9 3,0 3,2

10ª Região: Sede Sousa (8 mun.) 2,2 2,1 1,9 1,9 1,9 2,0 1,9 1,9 2,0

11ª Região: Sede Princesa Isabel (7 mun.) 1,0 1,1 1,1 1,1 1,1 1,1 1,0 1,2 1,1

12ª Região: Sede Itabaiana (15 mun.) 3,7 3,6 3,8 3,3 4,0 3,6 3,4 3,4 3,2

13ª Região: Sede Pombal (9 mun.) 1,3 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2

14ª Região: Sede Mamanguape (12 mun.) 2,8 2,7 3,2 3,0 2,9 3,0 2,9 3,0 2,9

FONTE: IBGE/ IDEME

PARTICIPAÇÃO DO PIB DAS REGIÕES NO PIB DO ESTADODivisão Geoadministrativa / Municípios Sedes / Número

de Municípios das Regiões

Dinâmica da População Estadual

Segundo dados do IBGE, a Paraíba possuía, em 2007, uma população residente de

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3.713.721 habitantes, correspondendo a uma participação de 7,1% na população do

Nordeste e 2,0% do Brasil, distribuída num território de 56.584,60 km2, equivalente a 3,62%

da área da Região Nordeste e 0,66% do território brasileiro.

Os números do crescimento populacional da Paraíba referentes aos anos de 1980,

1991, 1996, 2000 e 2007, apresentam-se inferiores aos da Região Nordeste e do Brasil, o

que decorre de dois fatos conjugados: do crescimento vegetativo em baixas taxas e do

saldo migratório negativo, este, ocasionado na visão de Cohn (1977) e Andrade (1988),

pela situação de fornecedor de mão-de-obra para o Centro Sul e Sudeste (Regiões

hegemônicas), ostentada pelo Nordeste.

Os dados relativos aos anos mencionados, mostram que o crescimento geral da

população da Paraíba vem ocorrendo em níveis abaixo das médias regional e nacional e

apresentando tendência declinante. O crescimento populacional do Estado nos sub-

períodos 1991/1980, 1996/1991, 2000/1996 e 2007/2000, foi de respectivamente 1,19%,

0,64%, 0,80% e 0,82%, em comparação com 1,93 1,36%, 1,56% e 1,15% do Brasil; e,

1,83%, 1,05%, 1,30% e 1,10%, obtidos pela Região Nordeste, nos mesmos sub-períodos.

Esse comportamento, fez com que a Paraíba tivesse reduzida sua participação na

população da Região e do País, tendo as estatísticas registrado no tocante a relação

População PB/NE, uma diminuição da participação da Paraíba no período entre 1980 e

2007, de 8,07% para 7,07%; e, na relação População PB/BR, uma redução de participação

da Paraíba do patamar de 2,36% em 1980 para 1,98% em 2007.

Projeções do IBGE para o período 2014 a 2022 apontam que os percentuais de

participação das Paraíba deverão continuar em tendência declinante, sendo projetados os

seguintes percentuais para as relações População da Paraíba/População do Nordeste e

População da Paraíba/População do Brasil: “Ano de 2014, relação pop. PB / pop. NE=7,0%

e relação pop. PB / pop. BR=1,9%; Ano de 2022, relação pop. PB / pop. NE=6,9% e relação

pop. PB / pop. BR=1,9%”.

Dinâmica Interna da População Paraibana

Análise da distribuição interna da população no âmbito dos municípios do Estado

Paraíba mostra que nas últimas duas décadas tem havido uma elevação no grau de

urbanização, com a população urbana passando de 65,99% da população estadual em 1998

para 78,64% no ano de 2007. A variação corresponde a um avanço em torno de 13 pontos

percentuais em comparação com a participação registrada no início do período.

Adicionalmente registre-se, que embora o aumento da taxa de urbanização da Paraíba entre

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1998 e 2007 seja inferior à elevação da taxa média registrada para o país, cuja taxa de

urbanização nacional alcançou 82,90%, o número registrado para a Paraíba significa uma

taxa de urbanização superior à média da Região Nordeste, que em 2007 ficou no patamar

de 70,70%.

O crescimento da população residente do Estado como um todo, tomando como

base os anos de 1991, 2000 e 2007, mostra que nos sub-períodos 1991/2000 e 2000/2007,

a população da Paraíba teve crescimento anual de 0,82% e 0,80%, respectivamente. A

evolução do crescimento da população das Regiões Geo-Administrativas do Estado

isoladamente, por seu turno, mostra que a Região Geo-Administrativa de João Pessoa

apresentou taxas de crescimento superior às atingidas pelo Estado, tendo registrado índices

de crescimento na ordem de 2,31% e 1,47%, nos sub-períodos 1991/2000 e 2000/2007.

Entende-se lúcido afirmar que o comportamento da taxa anual de crescimento

populacional da Região Geo-Administrativa de João Pessoa de 1991/2000 exerceu pressão

sobre a taxa média de crescimento apresentada pelo Estado nesse período, assim como no

sub-período 2000/2007, no qual a pressão para elevação da taxa média de crescimento da

população do Estado foi realizada conjuntamente, pelas taxas da 1ª Região (sede em João

Pessoa) e 14ª Região (sede em Mamanguape), que registraram crescimento de

respectivamente 1,41% e 1,43%, constituindo-se nas únicas Regiões que cresceram entre

2000/2007 acima da taxa atingida pelo Estado (0,80%).

As taxas anuais de crescimento populacional registradas pelas outras Regiões Geo-

Administrativas da Paraíba, estiveram abaixo da média do Estado e nos seguintes intervalos

limites:

a) Sub-período de 1991/2000: variação de um mínimo de -0,23% registrado

na 7ª Região (sede Itaporanga), a 0,61% na 4ª Região (sede Cuité); e,

b) Sub-período de 2000/2007: variação do mínimo de 0,24% na 2ª Região

(sede Guarabira) ao máximo de 0,75% na 5ª Região (sede Monteiro).

Cabe destacar que o crescimento médio registrado pelos municípios integrantes do

grupo que por autorização da Lei Nº. 8.950 de 04 de novembro de 2009, foram destacados

da 1ª Região e passaram a compor a 14ª Região com sede em Mamanguape, foi de 0,78%

e 1,43%, considerando as estatísticas referentes aos sub-períodos 1991/2000 e 2000/2007.

Para compreender o peso da população da Região da Grande João Pessoa na 1ª

Região Geo-Administrativa, é composta por 14 municípios, registre-se que os seis

municípios que formam o aglomerado da Grande João Pessoa (municípios de João Pessoa,

Bayeux, Cabedelo, Conde, Lucena e Santa Rita), juntos representaram da população da 1ª

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Região, respectivamente, 84,76% em 1991; 86,06% em 2000; e, 86,81% em 2007.

Relativamente ao percentual de participação da população das Regiões Geo-

Administrativas da Paraíba sobre o total do Estado, os números atestam que a gradual

perda de população pelas Regiões Geo-Administrativas do interior foi capturada pela 1ª

Região Geo-Administrativa do Estado que tem como Sede o município de João Pessoa, cuja

participação na população estadual, passou de 26,4% em 1991, para 29,4% em 2000 e

30,7% em 2007. No gráfico abaixo esses dados podem ser visualizados de maneira mais

detalhada.

Gráfico 2. Participação da População das Regiões Geo-Administrativas no total da Paraíba

1991-2000-2007

Na dinâmica populacional da Paraíba, tomando-se a situação particular da Região de

João Pessoa, cumpre destacar quatro pontos principais característicos do período recente:

1º. A participação na população da Região da Grande João Pessoa na

população da 1ª Região Geo-Administrativa, apresenta uma tendência

ascendente;

2º. A participação da população da área litorânea da Paraíba em que está

localizado o Aglomerado da Grande João Pessoa comparativamente à

população do Estado, aumenta gradativamente (22,39% em 1991;

25,27% em 2000 e 26,66% em 2007);

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3º. A Região da Grande João Pessoa está em acelerado processo de

conurbação (quatro dos seis municípios que compõem a região já estão

conurbados: Santa Rita, Bayeux, João Pessoa e Cabedelo); e,

4º) Os municípios limítrofes de João Pessoa estão tendo aumento gradativo

no grau de urbanização.

Considerações Finais

Considerando a amplitude da temática abordada e a grande quantidade de estudos

realizados sobre ela por importantes cientistas sociais contemporâneos, com certeza

inúmeros outros aspectos poderiam ser agregados aos dados e análises deste estudo,

como elementos capazes de impulsionar ou trazer restrições sobre o processo de

desenvolvimento do Estado. Dois estão sendo destacados, pela dimensão que assumem no

bojo da economia do Estado, pela sua atualidade; e, pela pouca possibilidade de que

possam vir a ser resolvidos ou atenuados, no curto e até médio prazo. São eles:

a) A manutenção da orientação presente no modelo econômico em utilização no

Estado, que segue os moldes capitalistas de apropriação de lucros, concentrando

maiores ganhos nos centros urbanos de produção e consumo, vai continuar

estimulando o aumento do grau de urbanização da maior parte dos Municípios do

Estado e a concentração das atividades econômicas e do PIB na área do entorno

da capital e de algumas das cidades mais importantes do Estado; e,

b) A dependência da Paraíba dos investimentos realizados pelo Poder Público, como

decorrência, continuará persistindo, levando o Estado a funcionar como empresário

em algumas atividades e/ou fomentar o setor privado, em áreas de interesse deste,

em conformidade com o modelo capitalista de reprodução em escala ampliada, via

expropriação de lucro.

Depreende-se então, que reverter ou atenuar a tendência de concentração descrita,

requer a tomada de decisões políticas, diferentes das apresentadas até então, que invertam

a ótica de aplicação dos recursos públicos, desconcentrando e descentralizando os

investimentos realizados para fortalecer a infra-estrutura econômica, ampliar a produção de

serviços sociais básicos sob a responsabilidade do Estado, no curto, médio e longo prazo.

A Paraíba, tomada como objeto de estudo neste trabalho, assim como ocorre em

outros Estados do Brasil, vem revelar que o modelo econômico vigente prioriza os centros

urbanos de produção e consumo em detrimento das regiões interioranas que apresentam

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menor dinâmica econômica, o que resulta em menores percentuais de crescimento.

Ocorre que, sendo a Paraíba um Estado pequeno economicamente, o Poder Público

representado pelo Ente Estadual é um ator econômico imprescindível para, com base em

políticas públicas que considere as peculiaridades locais, apoiar o processo de

desenvolvimento com redução de disparidades inter e intrarregionais.

Assim, entende-se necessária a realização de estudos mais aprofundados, para indicar

caminhos para a correção ou minimização dos problemas, os quais deverão orientar os

gestores públicos do Ente Estadual na criação e/ou incentivo à mecanismos que possam:

elevar e homogeneizar as taxas de crescimento do PIB nas diversas regiões do Estado e a

reduzir a desproporcionalidade na distribuição regional do PIB Per Capita da Paraíba,

contrabalançando os efeitos provocados pelo processo de acumulação em bases

capitalistas.

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