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FILIPE AUGUSTO OLIVA PIRÃO POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA: ANÁLISE CRÍTICA DOS SERVIÇOS COMPLEMENTARES, RELACIONAMENTO COM CLIENTES E PROGRAMAS DE ENDOMARKETING João Baptista de Paula Vilhena Soares Coordenador Acadêmico Elimar Silva Melo Professor Orientador Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso MBA em Gestão Comercial de Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização, do Programa FGV Management como pré-requisito para a obtenção do título de Especialista TURMA GCOM 26 Campinas SP 2017

POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

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Page 1: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

FILIPE AUGUSTO OLIVA PIRÃO

POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA:

ANÁLISE CRÍTICA DOS SERVIÇOS COMPLEMENTARES, RELACIONAMENTO

COM CLIENTES E PROGRAMAS DE ENDOMARKETING

João Baptista de Paula Vilhena Soares

Coordenador Acadêmico

Elimar Silva Melo

Professor Orientador

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso MBA em

Gestão Comercial de Pós-Graduação lato sensu, Nível de

Especialização, do Programa FGV Management como pré-requisito

para a obtenção do título de Especialista

TURMA GCOM 26

Campinas – SP

2017

Page 2: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

O Trabalho de Conclusão de Curso

POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA:

ANÁLISE CRÍTICA DOS SERVIÇOS COMPLEMENTARES, RELACIONAMENTO

COM CLIENTES E PROGRAMAS DE ENDOMARKETING

Elaborado por Filipe Augusto Oliva Pirão e aprovado pela Coordenação Acadêmica foi

aceito como pré-requisito para a obtenção do MBA em Gestão Comercial Curso de

Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização, do Programa FGV Management.

Data da aprovação: _____ de ______________ de _________

________________________________________________________

João Baptista de Paula Vilhena Soares

Coordenador Acadêmico

________________________________________________________

Elimar Silva Melo

Professor Orientador

Page 3: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

DECLARAÇÃO

A Empresa DB-Agricultura e Pecuária representada neste documento pelo Sr. Daniel

Bruxel, Diretor Administrativo, autoriza a divulgação de informações e dados coletados

em sua organização, na elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso, intitulado:

Política Comercial da DB Agricultura e Pecuária: Suporte teórico para Análise Crítica

dos Serviços Complementares, Relacionamento com clientes e Programas de

Endomarketing, realizado pelo aluno Filipe Augusto Oliva Pirão, do Curso MBA em

Gestão Comercial, do Programa FGV Management, com objetivos de publicação e/ou

divulgação em veículos acadêmicos.

Patos de Minas, 02 de maio de 2017

Page 4: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

TERMO DE COMPROMISSO

O aluno Filipe Augusto Oliva Pirão, abaixo-assinado, do Curso MBA em Gestão

Comercial, do Programa FGV Management, realizado nas dependências da instituição

conveniada IBE Campinas, no período de janeiro de 2016 a junho de 2017, declara que

o conteúdo de seu Trabalho de Conclusão de Curso intitulado: Política Comercial da

DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA: Suporte teórico para Análise Crítica dos Serviços

Complementares, Relacionamento com clientes e Programas de Endomarketing é

autêntico e original.

Campinas, 25 de junho de 2017

Page 5: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

À minha família que me acompanhou

durante essa difícil jornada com muito amor,

carinho, dedicação e exemplos de vida e

foram os responsáveis para tornar meu

sonho uma realidade.

Page 6: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus,

Por me dar capacidade e saúde durante toda a nossa vida.

À minha família,

Pela total força e apoio não só durante a minha vida acadêmica, mas durante toda a

minha vida.

Ao Elimar Silva Melo,

Orientador do meu projeto de conclusão de curso, incentivador e mestre, sempre

atento e aplicado na minha formação profissional.

A todos os verdadeiros amigos da Turma Gestão Comercial 26,

Pela contribuição e enriquecimento de informações relevantes ao projeto e durante

toda a fase da acadêmica.

Page 7: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

“Em todas as coisas o sucesso depende de uma preparação prévia, e sem tal preparação o fracasso é certo”.

Confúcio

Page 8: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

RESUMO

PIRÃO, Filipe Augusto Oliva. Política Comercial da DB-Agricultura e Pecuária. 2017.

92f.

Trabalho de Conclusão de Curso (MBA em Gestão Comercial de Pós-Graduação lato

sensu), Nível de Especialização do Programa FGV Management, Campinas, 2017.

Neste trabalho desenvolveu-se uma Política para Serviços Complementares,

Relacionamento com os clientes e Programa de Endomarketing para a empresa

pesquisada DB Genética Suína. O desenvolvimento desta política é de vital importância

para o setor, pois está relacionada diretamente com as fontes de receitas, estratégia e

planejamento do negócio. Diante de sua importância dentro das empresas, foi realizado

um levantamento dos principais aspectos da política comercial da DB, deste modo, o

trabalho proposto possui o objetivo de estudá-la desde a sua formação, o mercado em

que está inserida, atuação dos concorrentes e oferecer recomendações de melhorias

para organizar e estruturar os serviços complementares, relacionamento com o clientes

e programas de endomarketing.

Temas de indexação: Suinocultores. Melhoramento genético. Políticas comerciais.

Serviços complementares. Relacionamento com o clientes. Programas

de endomarketing.

Page 9: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Objetivos 2017, 2018 e 2019 ......................................................................... 22

Tabela 2. Fatores Estratégicos ...................................................................................... 41

Tabela 3. Análise do Composto de Marketing (4P´s) .................................................... 46

Tabela 4. As quatro principais eras da qualidade .......................................................... 60

Tabela 5. Principais atributos do serviço ....................................................................... 62

Tabela 6. Ações de Relacionamento para Diferentes Grupos de Clientes .................... 77

Page 10: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Estrutura Organizacional ............................................................................18

Figura 2. Abates de Suínos no Brasil ........................................................................29

Figura 3. Destino da Produção Brasileira de carne Suína em 2014 ..........................29

Figura 4. Preço do Kg da carne de suíno ..................................................................30

Figura 6. Projeto Bombeiro Mirim ..............................................................................85

Figura 7. Projeto Basquete sobre rodas ....................................................................86

Figura 8. Projeto Escola Alternativa - Teatro .............................................................86

Figura 9. Time de futebol U.R.T ................................................................................87

Page 11: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ABCS Associação Brasileira de Criadores de Suínos

BLUP Best Linear Unbiaseb Prediction

B2B Business to Business

CLT Consolidação das Leis do Trabalho

CMP Clientes de Maior Potencial

CMV Clientes de maior valor

CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

CPF Cadastro de Pessoas Físicas

CRM Customer Relationship Management

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

ERP Enterprise Resource Planning

ETRS Estações de Testes de Reprodutores Suínos

HS HiperSuíno

H1N1 Influenza A subtipo H1N1

KG Quilograma

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

P&D Pesquisa & Desenvolvimento

PIB Produto Interno Bruto

PIC Pig Improvement Company

RC Representantes Comerciais

SAC Suporte ao cliente

SEST Serviço Social do Transporte

SENAT Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

SFA Automação de vendas

SNPA Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária

UDG Unidades de Disseminação de Genes

Page 12: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

ÍNDICE

1. CAPÍTULO 1: SUMÁRIO EXECUTIVO .............................................................. 14

2. CAPÍTULO 2: VISÃO, MISSÃO, VALORES E DESCRIÇÃO DA EMPRESA .... 17

2.1. VISÃO: ............................................................................................................17

2.2. MISSÃO: .........................................................................................................17

2.3. VALORES: ......................................................................................................17

2.4. DESCRIÇÃO DA EMPRESA:..........................................................................17

2.5. HISTÓRICO DA EMPRESA: ...........................................................................17

2.6. CULTURA ORGANIZACIONAL ......................................................................18

2.7. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .................................................................18

2.8. PRODUTOS E SERVIÇOS .............................................................................19

2.9. OPERAÇÕES ..................................................................................................19

2.10. CAPACIDADES E LIMITAÇÕES ...................................................................19

2.11. ANÁLISE DOS RECURSOS DA EMPRESA .................................................20

2.12. ADMINISTRAÇÃO ........................................................................................20

2.13. ORIENTAÇÃO PARA O MARKETING ..........................................................21

3. CAPÍTULO 3: OBJETIVOS E ESTRATÉGIA CORPORATIVOS ....................... 22

3.1. ESTRATÉGIA ..................................................................................................22

3.2. CADEIA DE VALOR ........................................................................................22

4. CAPÍTULO 4: MERCADO .................................................................................. 25

4.1. HISTÓRICO DO MERCADO ...........................................................................25

4.2. TAMANHO E EVOLUÇÃO DO MERCADO.....................................................27

4.3. ANÁLISE DO MACROAMBIENTE ..................................................................30

4.4. ANÁLISE DO MICROAMBIENTE ....................................................................37

4.5. ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE .................................................................41

4.6. PARTICIPAÇÃO DE MERCADO DAS PRINCIPAIS MARCAS.......................42

Page 13: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

4.7. SEGMENTAÇÃO DE MERCADO ...................................................................45

4.8. PROJEÇÕES DE MERCADO .........................................................................47

5. CAPÍTULO 5: CONSUMIDORES ...................................................................... 50

5.1. PERFIL DO CONSUMIDOR............................................................................50

5.2. NECESSIDADES E DESEJOS DO CONSUMIDOR .......................................52

5.3. HÁBITOS DE USO E ATITUDES DO CONSUMIDOR ....................................54

5.4. PAPÉIS DE COMPRA .....................................................................................54

6. CAPÍTULO 6: POLÍTICA COMERCIAL .............................................................. 55

6.1. SERVIÇOS COMPLEMENTARES, RELACIONAMENTO COM CLIENTES E

PROGRAMAS DE ENDOMARKETING .................................................................55

6.1.1 Suporte teórico para Análise Crítica - Serviços Complementares ........................ 55

6.1.2 Política Comercial - Serviços Complementares ................................................... 63

6.1.3 Suporte teórico para Análise Crítica - Relacionamento com Clientes .................. 64

6.1.4 Política Comercial - Relacionamento com Clientes.............................................. 75

6.1.5 Suporte teórico para Análise Crítica - Programas de Endomarketing .................. 77

6.1.6 Política Comercial - Programas de Endomarketing.............................................. 84

7. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 88

8. BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS .................................................................... 90

Page 14: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

14

1. CAPÍTULO 1: SUMÁRIO EXECUTIVO

Atualmente o mercado de genética suína tem apresentado alto

crescimento de seu tamanho, impulsionado pelo aquecimento de diversos setores na

economia brasileira, com consequente aumento do consumo da carne suína, bem

como de sua exportação. Assim a empresa pesquisada, DB Genética Suína (DB) é

protagonista em sua categoria no mercado nacional, sendo umas das principais na

atividade no mercado local, além de recentemente adquirir a liderança da

participação de mercado para produção de fêmeas comerciais e ser a empresa que

mais cresce na participação de venda de machos terminadores.

O desenvolvimento de uma política para serviços complementares,

relacionamento com clientes e programas de endomarketing, é de vital importância

para o setor, pois está relacionada diretamente com as fontes de receitas, estratégia

e planejamento do negócio. Diante de sua importância dentro das empresas, foi

realizado um levantamento dos principais aspectos da política comercial para a DB.

Assim o trabalho proposto possui o objetivo de estudá-la desde a sua formação, o

mercado em que está inserida, atuação dos concorrentes e oferecer recomendações

de melhoria em seus serviços complementares, relacionamentos com clientes e

programas de endomarketing.

A análise foi realizada de forma direta com a empresa, utilizando

informações, planejamentos estratégicos e práticas de mercado. O levantamento

das informações foi realizado através de entrevistas com colaborador da empresa

com 06 anos de casa, possuindo vasto conhecimento da organização e do mercado

de genética de suínos, assim agregando valor nas informações e das projeções de

futuro. As informações e análises contidas no estudo tem como objetivo proporcionar

reflexões sobre a estrutura, atuação e futuro da empresa, para que a DB possa

desenvolver com maior excelência suas atividades e alcançar seus objetivos.

O mercado está cada vez mais competitivo, desta forma o planejamento

estratégico torna-se vital para o sucesso. A alta competitividade faz com que a

excelência nas negociações e nos processos tenham papel fundamental no

processo, pois o ciclo de decisão do cliente é longo e as oportunidades perdidas

podem significar um longo período sem negociações com determinados clientes.

Dessa forma somente as empresas mais organizadas e fundamentadas em

Page 15: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

15

planejamento estratégico continuarão no mercado. Além disso, as principais

empresas trabalham para dar um suporte técnico e gerencial aos clientes, e

desenvolvem soluções criativas, baseadas na ciência, oferecendo ao mercado

serviço técnico de excelência em diferentes áreas de conhecimento, que incluem a

sanidade, nutrição e reprodução, dentro da suinocultura.

Vale ressaltar que o departamento comercial possui um papel vital para o

planejamento da DB, por se tratar de uma venda técnica e consultiva que exige de

seus profissionais a capacitação em medicina veterinária para que possam realizar

um excelente atendimento ao cliente.

O departamento comercial é composto por vendedores e representantes

comerciais e deve-se ressaltar que ao longo do trabalho foi sugerido programas de

qualificação dos serviços prestados. O entendimento dos mercados A e B é fator de

sucesso visando atingir os resultados propostos e as metas estipuladas. É evidente

que pela complexidade do ramo de negócio, deve ser tratado por um canal direto.

Por esse motivo as definições de metas bem planejadas e de

conhecimento de todos são determinantes para a busca da excelência e dos

resultados esperados, assim satisfazendo às premissas de seus proprietários,

lembrando que aliado sempre à defesa do meio ambiente e ao respeito animal.

Assim ao decorrer do trabalho iremos detalhar cada atividade e será utilizado um

referencial teórico para embasar as propostas de melhorias.

Dentre elas serão propostas nos serviços complementares que a DB

ofereça Workshops sobre melhoramentos genéticos, treinamentos sobre manejos

com suínos e a criação do cargo assistente técnico para dar suporte aos vendedores

como apoio às atividades de pós-venda aumentando assim os esforços do time

comercial para desenvolver novos negócios. No relacionamento com clientes, serão

propostas melhorias nas ferramentas para gerenciamento dos clientes, assim

possibilitando uma tomada de decisão ágil e uma melhor eficiência na gestão da

carteira de clientes. E também buscará melhoria nos programas de endomarketing

como a criação de um dia onde os familiares possam conhecer a empresa, participar

de atividades recreativas e conhecer a rotina de trabalho do colaborador com o

intuito de motivá-los e disseminar os objetivos corporativos por toda a empresa.

Page 16: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

16

As propostas de melhorias estarão fundamentadas nos princípios

apresentados durante o curso de Gestão Comercial, e a dissertação com base em

referencial teórico construído no decorrer do trabalho.

Page 17: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

17

2. CAPÍTULO 2: VISÃO, MISSÃO, VALORES E DESCRIÇÃO DA EMPRESA

2.1. VISÃO:

Sermos reconhecido pela sociedade como referência em tudo que

fazemos.

2.2. MISSÃO:

Desenvolver e produzir alimentos de forma sustentável, garantindo

qualidade e inovação que contribuem com a satisfação superior dos nossos clientes,

parceiros e colaboradores.

2.3. VALORES:

Honestidade; Ética; Desenvolvimento sustentável; Compromisso com o

meio ambiente.

2.4. DESCRIÇÃO DA EMPRESA:

DB Agricultura e Pecuária; DB Genética Suína. Produção e melhoramento

genético de reprodutores suínos de alto potencial genético.

A empresa é registrada como CPF, cadastro de pessoa física. Está

localizada no município de Patos de Minas – MG. Atua há 40 anos produzindo

alimentos na região do alto Paranaíba.

2.5. HISTÓRICO DA EMPRESA:

Em meados de 1976 a DB iniciou suas atividades no meio agrícola, sendo

uma das pioneiras do setor na região do cerrado mineiro. Seu nome – DB – é uma

homenagem ao seu fundador, Décio Bruxel, Gaúcho de Arroio do Meio e agrônomo

formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com o intuito de promover

o crescimento do agronegócio mineiro e brasileiro.

Há 36 anos, a DB dedica-se à agricultura de alta tecnologia, participando

efetivamente no mercado em que atua, com a produção de várias commodities

agrícolas como milho, soja, feijão, sorgo, arroz, café, trigo e algodão. Além de

comercializar as commodities no mercado interno, atua na exportação direta desses

Page 18: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

18

produtos, e, no final da década de 90, passou a operar também no segmento de

melhoramento genético suíno, estabelecendo uma parceria com uma empresa de

suinocultura Dinamarquesa, a DanBred.

Durante todos esses anos, a empresa sempre esteve em busca do

desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, focados no processo de melhoria

contínua e acreditando na abertura de novos mercados. A DB está sempre atenta a

oportunidades que surgem, e, através da inovação, procura antecipar e detectar

novas demandas, investindo em tecnologia e processos inovadores que

impulsionam toda cadeia agrícola e suinícola.

2.6. CULTURA ORGANIZACIONAL

Por se tratar de uma empresa familiar, a DB Genética Suína possuí uma

estrutura descentralizada, na qual, apesar de existir uma hierarquia definida, todos

os setores da empresa, desde a produção, logística, administrativo e comercial,

possuem liberdade de comunicação para agilidade na resolução de possíveis

problemas e melhor atendimento ao cliente. Toda a equipe técnica e comercial

possuí liberdade para formulação da agenda de trabalho, de acordo com a

demanda, com foco no relacionamento com o cliente e na excelência do

atendimento.

2.7. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Figura 1. Estrutura Organizacional

Page 19: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

19

2.8. PRODUTOS E SERVIÇOS

A DB comercializa reprodutores suínos:

Fêmea comercial DB-90,

Fêmea avó DB-25,

Machos avôs DB-30 e DB-20,

Machos terminadores LM6200, LI7600 e LQ1250, divididos em

categorias de desempenho Supremo, Golden e Padrão.

2.9. OPERAÇÕES

A DB possui cerca de 10.000 matrizes próprias, sendo 5.000 bisavós e

5.000 avós para reposição de plantel, produção de fêmeas comerciais e machos

terminadores. A sede da empresa se encontra na cidade de Patos de Minas, porém

possui parceiros, multiplicadores em várias regiões do Brasil. Parceiros esses que

possuem cerca de 30.000 avós para a produção de fêmeas comerciais nas

diferentes regiões do país. Por se tratar também de um grupo agrícola, a DB é

autossuficiente na produção de milho e soja, que representam cerca de 70% do

custo de produção dos suínos, o que lhe dá uma importante vantagem competitiva e

a resguarda de possíveis variações no preço dessas commodities no mercado. A

parceria com a dinamarquesa DanBred, possibilita à DB constante atualização

genética com o que é considerado hoje o melhor suíno do mundo, o suíno

dinamarquês.

2.10. CAPACIDADES E LIMITAÇÕES

Com o plantel de 30.000 avós, a DB possui a capacidade de

comercialização de cerca de 200.000 mil matrizes por ano, o que é suficiente para

alcançar um Market Share de 400.000 mil matrizes. Algumas granjas núcleo e

multiplicadoras, que possuem avós e bisavós, podem ser portadoras ou não para

determinados agentes causadores de enfermidades nos suínos, e dependendo dos

agentes presentes nos diferentes clientes, pode haver uma limitação de produção. A

limitação da produção também se dá pela dimensão das granjas e também pelo ciclo

de vida do animal.

Page 20: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

20

A DB possui capacidade de vender animais a preços competitivos, por ser

produtora dos principais insumos (milho e soja) relacionados ao processo de

produção. Além de possuir frota própria para transporte dos animais. O custo com

transporte dos animais até os clientes possui impacto relevante no sistema, já que

os animais são transportados em caminhões específicos para suínos e não há

possibilidade de otimizar o frete transportando cargas na volta para a origem.

2.11. ANÁLISE DOS RECURSOS DA EMPRESA

A DB Agricultura e Pecuária produz uma diversidade de produtos

agrícolas, como milho, soja, algodão, tomate, feijão, suínos, gado de corte. Essa

diversidade e a escala de produção proporciona grande equilíbrio financeiro à

empresa, já que um segmento menos lucrativo em determinado ano é compensado

por outro mais lucrativo no mesmo ano, o que faz com que os investimentos

programados para cada setor não sejam alterados. A parceria com a empresa de

melhoramento genético dinamarquesa, DanBred, permite grande inovação e

produção de animais de alto potencial genético, já que são mais de 130 anos de

melhoramento.

A empresa investe em mão de obra qualificada, já que toda a equipe

técnica e comercial é formada por médicos veterinários. Isso permite uma venda

técnica, melhor orientação ao cliente e rapidez na resolução de possíveis problemas.

O segmento de genética é responsável por 55% a 65% do faturamento

global da empresa.

2.12. ADMINISTRAÇÃO

A DB Agricultura e Pecuária possui 900 funcionários, e desses, 200 estão

ligados à DB Genética Suína.

Há cerca de 2 anos a empresa implementou um programa de trainee com

intuito de contratar profissionais para as áreas técnica e comercial, que conheçam

todos os setores da empresa, já que ao longo dos últimos anos, as contratações de

profissionais para essas atividades foram feitas mediante indicação de profissionais

de dentro da empresa e do mercado. Para a área de produção, que envolve o

Page 21: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

21

trabalho dentro das granjas próprias, as contratações são realizadas pelo setor de

Recursos Humanos.

Os funcionários da empresa são contratados mediante as regras CLT,

sendo que a equipe técnico-comercial é remunerada mediante comissão de vendas.

A empresa não possui plano de carreira, devido a sua estrutura horizontal

e hierarquia reduzida. Os proprietários e alta direção da empresa mantêm

relacionamento estreito com os funcionários, clientes e com a comunidade. A DB

Agricultura e Pecuária apoia e participa de vários projetos sociais na cidade de Patos

de Minas, além de patrocinar um time.

2.13. ORIENTAÇÃO PARA O MARKETING

A DB Agricultura e Pecuária não possuí uma equipe ou departamento de

marketing. Há uma parceria com uma empresa chamada Ovni, que produz as mídias

de acordo com o direcionamento da DB. Esse direcionamento vem da percepção de

mercado dos membros da equipe técnico-comercial e dos gerentes comerciais. Não

há políticas ou mesmo utilização de softwares de CRM.

Page 22: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

22

3. CAPÍTULO 3: OBJETIVOS E ESTRATÉGIA CORPORATIVOS

OBJETIVOS 2017 2018 2019

Volume de Vendas R$96.480.000 R$102.040.000 R$108.090.000

Lucratividade 30% 35% 35%

Clientes / Mercado 45% Fêmeas

11% Machos

45% Fêmeas

14% Machos

45% Fêmeas

18% Machos

Marca / Imagem - - -

Tabela 1. Objetivos 2017, 2018 e 2019

3.1. ESTRATÉGIA

A parceria com a empresa de melhoramento genético dinamarquesa

DanBred, possibilita à DB ter acesso aos melhores reprodutores suínos do mundo,

acarretando na produção de fêmeas hiperprolíficas e machos terminadores de alto

desempenho zootécnico.

3.2. CADEIA DE VALOR

Logística Interna:

Maquinário próprio para plantio, colheita e transporte dos grãos, que são

o principal custo do sistema de produção.

Caminhões climatizados, adaptados para transporte de reprodutores, com

rampa hidráulica, bebedouros. A frota é própria, e os motoristas são funcionários

CLT, o que permite melhor gestão e execução do transporte.

Operações:

A DB possuí granjas próprias, construídas de acordo com as normativas

internacionais de Bem Estar Animal, apesar de não ser obrigatório no Brasil. As

granjas são climatizadas, com sistema de automação para fornecimento de ração

para os animais, bem como sistemas eletrônicos de avaliação de desempenho de

machos terminadores.

Logística Externa:

Page 23: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

23

Caminhões climatizados, adaptados para transporte de reprodutores, com

rampa hidráulica, bebedouros. A frota é própria, e os motoristas são funcionários

CLT, o que permite melhor gestão e execução do transporte.

Marketing & Vendas:

A fêmea comercial da DB possuí alta percepção de valor pelo mercado

consumidor. Dessa forma, a empresa trabalha esse produto com o preceito de

liderança de qualidade. Devido à alta demanda e limitação de produção, o próprio

mercado e o produto por si só fizeram o marketing. O Foco da produção de mídia

nos últimos anos foi em cima de machos terminadores.

Serviços Pós-Venda:

O serviço pós-venda é baseado na assistência técnica realizada por

médicos veterinários.

Infraestrutura da Empresa:

A empresa possui 200 funcionários envolvidos diretamente no processo

de produção e comercialização de reprodutores, 150 funcionários produção, 12

veterinários, 4 carretas, 10 caminhões baú, 2 caminhões climatizados, 16 unidades

de produção com cerca de 10.000 matrizes produtivas. Todo corpo administrativo se

concentra na cidade de Patos de Minas – MG.

Gerência de Recursos Humanos:

A gestão de recursos humanos não é específica para a área de genética

suína, e sim para todos os segmentos do grupo. Dessa forma, a contratação para

trabalho diretamente no sistema de produção dentro das granjas é realizada por

esse setor. A contratação de veterinários para suporte técnico-comercial se dá por

indicação e aval da diretoria comercial e técnica. Há um programa de Trainne anual,

com objetivo de contratar médicos veterinários que passem por todos os setores da

empresa e depois assumam cargos técnicos de acordo com a necessidade da

empresa.

Desenvolvimento de Tecnologia:

Page 24: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

24

A DB, realiza importações anuais de reprodutores de alto valor genético

da parceira dinamarquesa DanBred.

A DB é uma empresa pioneira na absorção de tecnologias desenvolvidas

pelo mercado, principalmente os referentes ao bem-estar animal.

Aquisição:

Pela parceria com a dinamarquesa Danbred, não há possibilidade de

aquisição de outras genéticas que atuam no mercado nacional.

Page 25: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

25

4. CAPÍTULO 4: MERCADO

4.1. HISTÓRICO DO MERCADO

Em 1532 o Português Martin Afonso de Souza trouxe os primeiros porcos

para o Brasil. Os porcos brasileiros eram resultados do cruzamento entre as raças

portuguesas, onde não havia nenhuma preocupação com a seleção das matrizes.

Com o passar dos anos os criadores brasileiros passaram a desenvolver raças

próprias.

O principal objetivo da criação de suínos era a banha, para ser usada

principalmente na cozinha, onde os produtores rurais promoviam o melhoramento

genético de forma empírica, baseando-se apenas no fenótipo do animal

(identificação visual de suas características).

Com o passar do tempo surgiram os óleos e margarinas vegetais, e as

pessoas substituíram a utilização das banhas por esses produtos, o que mudou o

principal objetivo da criação de suíno. O objetivo então passou a ser a melhora da

produtividade para um consequente aumento da produção de carne. O aumento da

produtividade foi possível graças a um intenso melhoramento genético, aliado a

mudanças no perfil alimentar dos animais, que deixaram de comer restos de comida,

para uma alimentação a base de milho e soja, bem como melhoria das instalações.

Com essa mudança do cenário houve uma mudança nas raças utilizadas

nos sistemas de produção, para torná-las economicamente mais viáveis e para

atender às novas exigências da população / mercado (animais com menos gordura).

Ocorreram evoluções muito fortes também nas áreas de sanidade, nutrição,

instalações e manejo.

A associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) surgiu em 1958,

a sua criação foi o início do controle genealógico dos suínos e a importação de raças

exóticas.

Na década de 1970 foram construídas as ETRS – Estações de Testes de

Reprodutores Suínos pela ABCS, principalmente nas regiões de Santa Catarina, Rio

Grande do Sul e São Paulo e importados animais da Europa e América do Norte,

utilizando o teste de descendência de reprodutores, chamado de Teste de Progênie,

Page 26: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

26

para assim avaliar o potencial genético dos animais para as principais características

de interesse econômico, como ganho de peso diário, conversão alimentar,

espessura de toucinho e percentual de carne magra, bem como características

reprodutivas, como a prolificidade.

Esse teste é o início do melhoramento genético no Brasil, em que o

objetivo era avaliar o potencial genético dos animais de acordo com o desempenho

de seus descendentes. Essa prática gerava poucos ganhos genéticos em si.

Em 1977, ocorre um marco para a suinocultura nacional, pois através da

parceria entre a Agroceres e a PIC - Pig Improvement Company, da Inglaterra, inicia-

se a transferência de um núcleo genético de animais de elite, para o Brasil.

Os avanços genéticos ocorridos a partir dessa parceria foram grandes,

pois a carne suína possuía grande importância nos países europeus.

Em meados de 1990 vieram para o Brasil outras empresas de genética

com programas de melhoramento bem desenvolvidos, de países como Dinamarca,

Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Holanda, em que usavam a seleção pela

técnica BLUP, estatística usada para estimar o valor genético dos reprodutores

baseadas na informação de produção. Passaram a desenvolver um material

genético melhor, o que proporcionou grandes ganhos aos suinocultores.

Já na década de 2000 as empresas de melhoramento passaram a avaliar

também a resistência de doenças, qualidade de carne e o bem-estar do animal.

Junto com o programa de melhoramento genético, ocorreu também a evolução das

técnicas analíticas. Com isso surgiu os marcadores moleculares, onde é possível a

obtenção de dados de genótipo (composição genética de uma célula ou organismo)

e fenótipo (citado acima), permitindo verificar as características que o indivíduo

manifesta em sua fase adulta (taxa de ovulação, tamanho de leitegada, composição

de carcaça e qualidade da carne), tudo isso com o objetivo de facilitar a seleção.

As principais empresas que participaram dessa trajetória no Brasil foram:

4 Brasileiras - a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), ligado ao

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Sadia (BRF); Cooperativa

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27

Aurora e Suinosul. E ainda mais 6 de origem europeia ou norte-americana: Topigs;

Agroceres; DanBred; Genetiporc; Pen Ar Lan; Newsham.

4.2. TAMANHO E EVOLUÇÃO DO MERCADO

O Brasil é um grande produtor mundial de proteína animal e tem no

mercado interno o principal destino de sua produção. Considerando a produção

brasileira de carnes (bovina, suína e de aves) em 2010, estimada em 24,5 milhões

de toneladas, temos que 75% dessa produção é consumida internamente no país.

No que diz respeito aos suídeos, o uso de alimentação controlada, à base

de ração de milho e farelo de soja, junto com o bom manejo, permitem que a

produção alcance ótimo níveis zootécnicos e de conversão alimentar. A adoção

desses métodos em conjunto com a evolução genética permitiu a redução de

gordura da carne em 31%, bem como do colesterol (10%) e das calorias (14%).

Estudos e investimentos na suinocultura posicionaram o Brasil em quarto

lugar no ranking de produção e exportação mundial de carne suína. Alguns

elementos como sanidade, nutrição, bom manejo da granja, produção integrada e,

principalmente, aprimoramento gerencial dos produtores, contribuíram para

aumentar a oferta interna e colocar o País em destaque no cenário mundial.

Especialistas brasileiros também investiram na evolução genética da

espécie por 20 anos, o que reduziu em 31% a gordura da carne, 10% do colesterol e

14% de calorias, tornando a carne suína brasileira mais magra e nutritiva, além de

saborosa.

Consequência de investimento, a produção vem crescendo em torno de

4% ao ano, sendo os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul os

principais produtores de suínos do País. Atualmente, o Brasil representa 10% do

volume exportado de carne suína no mundo, chegando a lucrar mais de US$ 1

bilhão por ano.

Esses fatores apontam para um crescimento ainda mais satisfatório:

estima-se que a produção de carne suína atinja média anual de 2,84%, no período

de 2008/2009 a 2018/2019, e o seu consumo, 1,79%. Em relação às exportações, a

Page 28: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

28

representatividade do mercado brasileiro de carne suína saltará de 10,1%, em 2008,

para 21% em 2018/2019

Por exemplo, apenas em 2012, o país foi responsável por cerca de 3,5

milhões de toneladas da carne, das quais 85% foram vendidas no mercado interno e

15% foram exportadas. O setor gerou US$ 1,5 bilhão em divisas e um PIB (Produto

Interno Bruto) superior a US$ 8 bilhões.

Dados de 2016 seguem abaixo:

Participação na Produção Nacional do Complexo de Carnes – 2016

Carne de frango - 50,6%,

Carne bovina - 35,9%,

Carne suína - 13,5%,

Consumo de Carnes no Brasil e Mundo – 2016

Brasil:

Carne de frango - 46,8%,

Carne bovina - 38,6%,

Carne suína - 14,5%

Mundo:

Carne de frango - 34,6%,

Carne bovina - 22,5%,

Carne suína - 42,9%

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29

Figura 2. Abates de Suínos no Brasil

Figura 3. Destino da Produção Brasileira de carne Suína em 2014

Page 30: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

30

Figura 4. Preço do Kg da carne de suíno

4.3. ANÁLISE DO MACROAMBIENTE

Ambiente Político:

O Brasil tem uma falta de política efetiva que estimule o desenvolvimento

de suas atividades de maneira sustentável, e isso reflete também na suinocultura.

Esse segmento é uma atividade muito importante para a economia do Brasil, além

de gerar lucro pela atividade em si, gera também muitos empregos e visibilidade no

mercado mundial.

Oportunidades:

Atualmente o governo realiza algumas ações tanto para abertura de

novos mercados para exportação como para ampliação de mercados existentes,

como Chile, Rússia, Hong Kong e China. A ABCS (Associação Brasileira de

Criadores de Suínos) vem realizando ações junto a grandes atacadistas e

importantes redes de restaurantes no Brasil a fim de aumentar o consumo de carne

suína.

A suinocultura, tanto o comércio interno, a exportação e a competitividade

brasileira são desconhecidas pela maioria dos brasileiros, apesar de sua relevância

Page 31: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

31

no cenário internacional, ocupando o posto de 4° maior exportador mundial de carne

suína.

Um maior incentivo do governo ao setor, como políticas de preços

mínimos, inclusão de carne suína nos cardápios de instituições governamentais,

aumento de financiamento de custeio, entre outros, se fazem necessário para

manutenção e expansão dessa atividade que gera renda e emprego para milhares

de pessoas em todo o país.

Ameaças:

No Brasil ainda não há normas atualizadas que detalham as questões

relacionadas ao bem-estar dos suínos, o que gera uma certa insegurança dos

consumidores dessa carne. Os produtores se adequam às tendências da

suinocultura mundial, mas não existe normativas específicas brasileiras.

A suinocultura brasileira precisa ser reconhecida não só pela qualidade da

carne (fato que já acontece), como também pela ética na produção, com respeito ao

meio ambiente, a sustentabilidade e ao bem-estar do animal, pois atualmente essa

se tornou uma grande preocupação do consumidor de carne suína, uma tendência

mundial de mercado.

É necessária uma fiscalização intensa com relação ao descarte dos

dejetos oriundos da suinocultura, para preservação do meio ambiente, que é

também uma grande preocupação e exigência do mercado consumidor.

Nota-se que há grande potencial de crescimento da suinocultura nacional,

porém a falta de leis que protejam o setor, incentivos à produção, bem como uma

política de exportação, tornam a atividade e vulnerável as crises. É necessário que

algumas medidas dessa ordem sejam tomadas para que a atividade continue sendo

atrativa a novos produtores e investidores.

Ambiente Econômico:

As atividades relacionadas à suinocultura são muito importantes para o

agronegócio brasileiro, o que a deixa em destaque em âmbito econômico,

Page 32: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

32

contribuindo não só para a dinâmica do Brasil como também do mundo, uma vez

que somos o quarto maior exportador de carne suína do mundo.

Uma das características econômicas da carne suína é o fato de além de

ser mais saudável que a carne bovina, também é mais barata, o que a torna uma

excelente opção de compra para o consumidor.

O aumento do preço da carne bovina ocorre muitas vezes por fatores

climáticos, pois quando ocorrem períodos longos de estiagens ou até mesmo longos

períodos de chuva nas regiões produtoras de carne bovina, há impacto direto em

sua produção. Isso reflete no aumento do preço desse produto, favorecendo o

aumento de consumo da carne suína.

Nota-se que no mercado nacional as restrições orçamentárias

determinam o perfil do consumo do tipo de carne pelos brasileiros.

Oportunidades:

Nos últimos anos o Brasil ganhou grande representatividade no mercado

internacional no segmento, pois possui custos de produção inferiores aos principais

competidores mundiais (Estados Unidos, França e Espanha), o que torna uma

oportunidade ainda maior para rentabilizarmos o segmento. A grande disponibilidade

de grãos, principalmente milho e soja, que representam grande parte do custo de

produção, bem como a disponibilidade de mão de obra barata, favorecem esse

cenário.

A grande extensão territorial do Brasil, e sua diversidade de áreas

agrícolas, permitem uma possível ampliação do setor, com construções de novos

sistemas de produção autossustentáveis, com uso racional de dejetos, utilização de

alta tecnologia e adoção de práticas de bem-estar animal.

Apesar da diminuição do número de matrizes alojadas no Brasil nos

últimos anos, houve aumento considerável da produtividade, o que comprova que

todos os investimentos realizados em melhoramento genético, nutrição, instalações

e manejo se justificaram.

Page 33: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

33

Por ser uma carne saudável e saborosa, por possuir menor preço de

venda quando comparado a carne bovina, a carne suína se torna atrativa ao

consumidor, principalmente em momentos de crise financeira, alto de desemprego e

também em momentos de alta da carne bovina.

Ameaças:

A principal ameaça do setor é o aumento do custo de produção,

principalmente aqueles relacionados a alimentação animal, que responde por 75%

do custo total de produção. O fato de os principais insumos, milho e soja, serem

commodities e não haver uma política nacional de abastecimento, os preços variam

de acordo com o mercado e em épocas de aumento podem gerar grandes prejuízos

aos produtores.

Outra importante ameaça é a ausência de uma política de preço mínimo,

que proteja os produtores em épocas de crise. Devido a limitação de espaço nos

sistemas de produção e ao ciclo de vida do animal, em épocas de baixo preço de

venda do produto, que é determinado pelo mercado, o produtor é obrigado a vender

o animal mesmo com grande prejuízo.

A falta de crédito aos produtores a juros compatíveis com a rentabilidade

da atividade de suinocultura também é um fator que torna a atividade vulnerável.

Uma participação maior da Associação Brasileira de Suinocultores se faz

necessária para que o interesse dos produtores ganhe força e uniformidade, na

briga por mais políticas que protejam o setor.

Outra ameaça que deve ser analisada é o fato de que na maioria das

vezes os países subdesenvolvidos quando se modernizam, investem nos setores

secundários e terciários da produção, esquecendo da necessidade de desenvolver

as atividades primárias, que sustentam os outros setores.

Ambiente Social:

Apesar de ser a carne mais consumida no mundo, no Brasil o consumo

per capita de carne suína no Brasil é baixo, de cerca de 16kg por pessoa por ano,

Page 34: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

34

volume bem menor que em países desenvolvidos como Dinamarca e Espanha, nos

quais esse consumo chega a 50kg por pessoa por ano.

Essa média vem aumentando com o passar dos anos, pois, além de

preço atrativo ao consumidor, as mudanças nos sistemas de produção e no perfil

dos animais produzidos, está fazendo com que o preconceito existente em relação a

carne suína diminua. Hoje, vários profissionais que trabalham com saúde humana,

como médicos e nutricionistas recomendam o consumo de carne suína.

Oportunidades:

O Brasil é o quarto maior produtor e exportador de carne suína do mundo.

O baixo consumo per capita nacional representa um potencial de crescimento de

consumo imenso.

A ABCS está promovendo campanhas para elevar o consumo dessas

carnes no Brasil, focando o consumidor final. As campanhas focam em grandes

varejistas, nos quais os açougueiros recebem treinamento sobre cortes especiais de

carne suína. Além disso, há campanhas com os principais restaurantes das grandes

metrópoles, e ações na mídia enaltecendo as qualidades dessa carne.

Nota-se um esforço grande da ABCS na promoção do consumo da carne

suína, respeitando às tendências dos consumidores.

Ameaças:

A falta de conhecimento e divulgação sobre o fato da carne suína ser

saudável, informações sobre essa proteína para os consumidores, formas de

criação, o respeito absoluto ao bem-estar e segurança dos animais, das pessoas, do

meio ambiente e a observância e cumprimento das normas sociais e de

biossegurança.

Essa falta de informação faz com que ainda exista um medo de que a

carne suína pode transmitir doenças, o que não é verdade, pois a produção

brasileira ganhou muito com o avanço da tecnologia do segmento e respeita as

condições de higiene exigidas, uma vez que o controle sanitário nas granjas se torna

a cada dia mais rigoroso.

Page 35: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

35

A suinocultura produz grandes quantidades de dejetos, que se não forem

tratados se transformam em grandes fontes poluidoras o que exige uma

regulamentação e fiscalização adequada para evitar danos ao meio ambiente, o que

torna também uma ameaça social para o setor.

Outra ameaça é o não investimento na educação dos trabalhadores

rurais, pois no Brasil a suinocultura é uma atividade praticada em sua maior parte

em pequenas propriedades rurais, e esses trabalhadores devem estar preparados

para a evolução do segmento.

Ambiente Tecnológico:

A suinocultura passou nesses últimos anos por muitas mudanças

tecnológicas, esse fato pode ser comprovado pela melhoria dos indicadores de

produção, apesar da redução do número de matrizes alojadas. Esse avanço se deu

devido a utilização crescente de novas tecnologias no sistema de produção.

Oportunidades:

A suinocultura é um dos segmentos que vem mais obtendo benefícios

pelo grande progresso no conhecimento do genoma. Pode-se notar isso pelos

investimentos nas pesquisas e ainda pela rápida aplicabilidade desses

conhecimentos na produção de carne suína (ferramentas e métodos), como análise

genômica e utilização de marcadores genéticos para características de interesse

utilizadas no melhoramento genético, por exemplo.

Com a utilização da biotecnologia moderna na produção suinícola espera-

se selecionar animais com genes de resistência a determinadas doenças, o que

certamente evitar o surgimento dessas enfermidades, diminuindo assim os prejuízos

nos sistemas de produção.

Com o avanço do melhoramento genético é possível promover melhorias

na saúde, na qualidade da carne e nas características de produção. Atualmente

existem 4 focos em pauta para a melhoria tecnológica: redução espessura de

toucinho, melhoria da eficiência alimentar, maior percentual de carne magra e maior

ganho de peso diário.

Page 36: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

36

O uso de novas tecnologias no melhoramento genético permite que cada

vez mais se selecione animais geneticamente superiores com maior acurácia, o que

aliado as boas condições de nutrição e manejo, proporcionam maior produção de

suínos com mais qualidade.

O que gera ainda mais incentivo no campo do desenvolvimento de novas

tecnologias no setor.

O desenvolvimento tecnológico é um fator marcante para o crescimento

do consumo da carne suína no Brasil, tanto na questão de melhoria da qualidade da

carne quanto na diminuição do custo de produção.

Ameaças:

A dificuldade de prever as exigências futuras do mercado consumidor,

dificulta o mercado dos suínos, pois o tempo necessário para que o melhoramento

genético obtido no rebanho núcleo alcance o rebanho comercial é de mais ou menos

quatro anos e consequentemente, uma mudança no perfil do consumidor pode

comprometer a venda dos produtos.

O desenvolvimento de genética é uma atividade muito especializada, e

que demanda constantes investimentos financeiros, o que às vezes gera uma

demora nesse desenvolvimento.

Alguns autores defendem a ideia de que o ganho de rendimento nas

carcaças dos animais, obtido pelas empresas de melhoramento dos suínos, faz com

que haja perda da qualidade da carne no rendimento industrial, devido à grande

redução do percentual de gordura nos animais, gordura essa que é importante para

o processamento industrial das carcaças.

Cada dia mais a população cobra das indústrias a sustentabilidade da

produção de todos os segmentos, e como fator principal o consumo racional de

água. Esse tema vem sendo um desafio para os pesquisadores, universidades e

indústrias, pois precisamos otimizar o consumo dos recursos naturais, uma vez que

eles possuem perspectiva de serem escassos em um futuro próximo.

Page 37: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

37

Para a obtenção de altos índices de produtividade é necessário

qualificarmos a mão de obra dos trabalhadores da suinocultura, termos um nível

adequado de automação e climatização de instalações e equipamentos.

4.4. ANÁLISE DO MICROAMBIENTE

Rivalidade entre os Concorrentes Atuais:

O mercado de genética suína mundial é bastante concorrido, no qual há

várias empresas desse segmento em diferentes países do mundo. No Brasil, há 5

principais empresas de genética, das quais uma não comercializa animais com

produtores independentes, apenas produz animais para uso nas granjas de seus

integrados. As outras 4 empresas disputam o restante do mercado de forma

bastante acirrada, pois os animais comercializados possuem ciclo de vida longo no

sistema de produção. Dessa forma, apesar da reposição de animais nas granjas ser

mensal, a maioria das empresas negocia animais tentando fidelizar o cliente por

longos períodos.

Ameaça de Novos Entrantes:

A ameaça de novos entrantes existe, pois, qualquer empresa de genética

pode solicitar ao Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento autorização

para comercializar animais no Brasil. Porém, o fato de haver apenas 1 quarentena

de importação e essa estar com programações de ocupação para os próximos dois

anos, além do alto custo de implantação no País, já que é necessário a construção

de granjas próprias, estrutura de melhoramento genético e logística, faz com que

essa ameaça seja reduzida.

Ameaça de Produtos Substitutos:

No setor da suinocultura podemos notar ao longo de sua história uma

substituição que mudou toda a sua evolução, isso ocorreu quando a banha de porco

foi substituída pelo óleo de soja, o que fez com que a banha deixasse de ser o

principal produto comercializado pelos frigoríficos, obrigando os mesmos a se

adaptarem às novas tendências do mercado para não deixarem de existir.

Page 38: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

38

Com isso houve toda uma mudança no setor, evolução inclusive na

genética suína, o que resultou nas características que temos hoje no segmento.

A ameaça de produtos substitutos é alta, a carne suína pode ser

substituída, por exemplo, pela carne bovina, ou ainda a carne das aves. No caso do

Brasil, a carne bovina e de aves tem um consumo maior que a suína.

Poder de Barganha dos Fornecedores:

Em resumo quanto maior for o poder de um fornecedor frente aos

participantes de uma indústria, maior é a possibilidade de aumento do preço ou até

mesmo ameaça de retração no fornecimento de matérias primas, bens e serviços,

ou seja, dependendo do suinocultor o poder de barganha é alto.

Poder de Barganha dos Compradores:

Existe uma pressão grande por menores preços, principalmente quando

se trata de carne in natura, uma vez que é um dos motivos para estimular o

consumo interno de carne suína, pois o consumo médio desta carne por parte dos

brasileiros ainda é menor que a média mundial, e o fator preço é um dos estímulos

para aumentar esse consumo.

Com isso podemos notar uma pressão por menores preços por parte das

grandes redes de supermercados e de atacadistas, resultado do seu volume de

compras, para repassar um preço atrativo para os consumidores finais.

Concorrentes:

EMBRAPA:

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária foi criada em 1973 e é

vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Desde a

criação tem como objetivo desenvolver, em conjunto com seus parceiros do Sistema

Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA), um modelo de agricultura e pecuária

tropical genuinamente brasileiro, superando as barreiras que limitavam a produção

de alimentos, fibras e energia do Brasil.

Page 39: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

39

Esse esforço ajudou a transformar o Brasil em uma das agropecuárias

mais eficientes e sustentáveis do planeta. Incorporou uma larga área de terras

degradadas dos cerrados aos sistemas produtivos. Uma região que hoje é

responsável por quase 50% da produção de grãos. Quadruplicou a oferta de carne

bovina e suína e ampliou em 22 vezes a oferta de frango. Essas são algumas das

conquistas que tiraram o País de uma condição de importador de alimentos básicos

para a condição de um dos maiores produtores e exportadores mundiais.

A Empresa mantém um programa de melhoramento genético de suínos,

com ênfase no desenvolvimento de linhas especializadas em produção de carne,

lançando suas próprias linhagens.

BRF – Brasil Foods:

Fundada em 1944 a Sadia cresceu e tornou-se referência de excelência

na indústria de alimentos. Em 2009, junto com a Perdigão fundaram a BRF e hoje

atingem mais de 140 países diferentes.

Atualmente possuem cerca de 400.000 mil matrizes, sendo o maior

produtor de suínos do Brasil. Possuem equipe de melhoramento genético e

produzem a própria genética, chamada HiperSuíno (HS). Esse animal é utilizado

apenas por parceiros da empresa.

Topigs Norsvin:

É uma das maiores empresas fornecedoras de material genético e

serviços especializados do mundo para produtores de suínos eficientes. Cada ano,

mais de 100 milhões de suínos são produzidos para abate com a genética da

empresa.

Está no Brasil desde 1995, no início foi representada pela marca Dalland.

A Toping atua no mercado de genética a mais de 60 anos, tanto no melhoramento,

na pesquisa e também no desenvolvimento.

Agroceres PIC:

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40

Surgiu em 1977 com a parceria entre a Agroceres e a PIC (Pig

Improvement Company) da Inglaterra, em operação que começou com a

transferência de um núcleo genético de animais de elite, para o Brasil.

É a empresa líder em genética de suínos no Brasil e na Argentina. As

matrizes e reprodutores proporcionam alto número de leitões desmamados por

fêmea por ano, e excelente desempenho em crescimento, conversão alimentar e

qualidade de carcaça.

A Granja Brasil, Granja Núcleo da empresa, está entre as três granjas

mais atualizadas geneticamente do sistema PIC, e fica localizada em Presidente

Olegário, MG. A estrutura de produção inclui também 10 Granjas Multiplicadoras

Contratadas nos estados de SC, PR, MT, GO e MG. e 5 UDGs (Unidades de

Disseminação de Genes) que abrigam machos de alto valor genético para produção

de sêmen. Dessas 5 UDGs, três estão em funcionamento em MG e SC, e duas

estão em construção em MG e PR.

Em 2014 a Agroceres Pic incorporou a empresa Génétiporc, que vinha

adotando a mesma filosofia de trabalho em desenvolvimento de produtos e trazendo

contribuições importantes para o setor.

Agroceres PIC e Génétiporc formam hoje uma só organização, uma só

força em estrutura, conhecimento, qualidade e progresso genético, consolidando no

mercado Brasileiro e Argentino.

Choice Genetics:

Nome da divisão de genética suína do Grupo Grimaud que reagrupa a

PEN AR LAN (criada na França em 1972 e veio para o Brasil em 1997) e a

NEWSHAM (veio para o Brasil em 1998), ocorrido em 2013, um dos líderes em

genética multi-espécies do mundo.

O objetivo da mudança é de traduzir a fusão das empresas o que já é

uma realidade a nível do departamento de pesquisa e de melhoramento genético e

dar ao conjunto uma legibilidade comercial maior, com a criação de uma marca

única e forte a nível mundial.

Page 41: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

41

A Choice Genetics usa ciências e tecnologias inovadoras para obter o

máximo de valor agregado, sobre uma plataforma de seleção única, trazendo ao

mercado suinícola brasileiro, reprodutores de alta performance.

4.5. ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE

FATORES ESTRATÉGICOS PESO% DB AGROCERES TOPIC CHOICE

Disponibilidade de Capital 20 20 18 17 16

Grau Tecnológico 10 10 10 9 9

Economia de Escala 6 6 4 4 4

Qualidade de RH 10 10 10 9 8

Market Share 15 15 14 13 12

Vendas 21 21 19 18 17

Capacidade de retaliação 3 3 2 2 2

Inovação 10 10 9 8 8

Restrições Governamentais 1 1 1 1 1

Patentes 1 1 1 1 1

Parcerias Estratégicas 3 3 3 3 3

Outros: - - 9 15 18

TOTAL 100% Tabela 2. Fatores Estratégicos

Analisando as quatro empresas acima (DB, Agroceres, Topic e Choice) a

DB é a primeira em termos de Market Share, Vendas, Grau tecnológico e Inovação.

Entre os principais fatores estratégicos da DB na Análise de Competitividade,

salientamos os pontos, em ordem de importância: Vendas, Disponibilidade de Caixa,

Market Share, Grau Tecnológico, Qualidade de RH e Inovação.

A DB possui 41% de Market Share para fêmeas e 15% Machos, enquanto

seus principais concorrentes possuem, em ordem de grandeza: Agroceres Pic 25%

Fêmeas e 75% Machos, Topigs 12% Fêmeas e 4% Machos, por fim, Choice, com

6% Fêmeas e 2% Machos.

A DB vende em média 90.000 fêmeas por ano, número esse bem acima

de sua principal concorrente Agroceres Pic, a qual tem um percentual maior de

vendas de machos. O valor de venda de cada fêmea varia de acordo com o material

genético e qualidade do produto, ou seja, mesmo que todas fêmeas são vendidas

pesando 90 kilos (peso vivo) há diferenças no valor. Porém, como o valor do suíno

Page 42: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

42

tem variação diária, as empresas fixaram como precificação o kg de carne x

indexador local (varia por localidade).

Exemplificando: uma fêmea que possui 90 kilos de peso vivo é vendida

como 210kg pela DB (devido a sua qualidade). Para a esta mesma fêmea de 90kg

seria vendida pela Agroceres Pic por 200kg, pela a Topigs 185kg, e pela Choice

180kg. Considerando um valor médio de R$ 3,50 o quilo, uma fêmea da DB custa

16% a mais do que a fêmea da sua concorrente Choice por exemplo.

Em relação ao grau tecnológico e inovação, a DB está à frente de suas

concorrentes, visto que possui uma disponibilidade de capital maior, conseguindo

assim investir em tecnologia e inovação. Por ter uma parceria com a Dinamarca,

pioneira na produção de carne baseada no bem estar animal, a DB vem

conseguindo inovar seus conceitos e com isso melhorar sua produção.

As parcerias estratégicas, restrições governamentais e patentes de todas

as empresas concorrentes encontram-se no mesmo nível em termos de

concorrência.

Vale ressaltar que a Agroceres Pic vende 5000 machos, que são

considerados animais de alto valor agregado, e atualmente a DB possui um Market

Share somente de 15%, mas as vendas aumentaram em 200% nos últimos 02 anos

sendo esta uma das metas da empresa.

4.6. PARTICIPAÇÃO DE MERCADO DAS PRINCIPAIS MARCAS

TOPIGS NORSVIN:

As empresas TOPIGS e Norsvin são de propriedade de produtores

cooperados e são famosas por sua abordagem inovadora na implantação de novas

tecnologias e um foco contínuo na produção de suínos eficientes.

Pesquisa, inovação e difusão de melhoramento genético são os pilares da

empresa. O grupo de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) tem um orçamento anual

de €19 milhões e está crescendo. Com uma produção de mais de 1,6 milhões de

matrizes e mais de 9 milhões de doses de sêmen por ano, a Topigs Norsvin é uma

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43

das maiores fornecedoras de genética suína do mundo. Cada ano, mais de 100

milhões de suínos são produzidos para abate com a genética Topigs Norsvin.

Os principais produtos da marca são:

Sistema InGene: é um sistema de produção em núcleo fechado, no qual

após o povoamento com as bisavós, avós e matrizes, a granja passa a produzir sua

auto reposição, recebendo apenas sêmen de machos bisavôs e avôs de alto valor

genético. Assim, o programa de melhoramento é conduzido dentro da própria granja

sob a orientação, o acompanhamento e a supervisão dos técnicos da Topigs

Norsvin.

Liquid: é uma tecnologia que proporciona o acesso ao melhor da genética

suína mundial, via inseminação. Com menor custo, ele permite elevar o padrão

genético do plantel e a rentabilidade do suinocultor, sem barreiras geográficas.

TN70 e Topigs 20: são fêmeas híbridas que produzem um grande número

de leitões nascidos fortes e vigorosos, que resultam em terminados uniformes, com

extraordinária eficiência alimentar, elevado ganho de peso diário e excelente

qualidade de carcaças (com elevado percentual de carne magra).

Traxx, Talent e Top Pi: são machos cujas progênies combinam entre si

eficiência com qualidade de carcaça, percentual de carne magra elevado, baixa taxa

de mortalidade, sendo adequados a mercados muito exigentes.

Linha L: melhor linhagem Landrace do mundo. Quando introduzida nos

sistemas de produção, proporciona aumento da lucratividade devido à sua excelente

eficiência alimentar, aliada à elevada taxa de ganho de carne magra e excepcional

qualidade de carcaças.

Linha N: Linhagem Landrace pura com boa fertilidade, excelente

habilidade materna, além de ser tranquila e fácil de manejar. Produz um grande

número de leitões nascidos vivos, de rápido crescimento e alta eficiência.

Linha Z: Linhagem Large White pura, reconhecida pela sua alta fertilidade

e robustez, que produz leitões de alta viabilidade e com baixas taxas de mortalidade

em todas as fases de produção.

Page 44: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

44

AGROCERES PIC:

A Agroceres PIC é a empresa que reúne a maior tradição de

conhecimentos e inovações em desenvolvimento genético de suínos. Nasceu em

1977, através da parceria entre a Agroceres e a PIC - Pig Improvement Company,

da Inglaterra, em operação que começou com a transferência de um núcleo genético

de animais de elite, para o Brasil.

Agroceres PIC e Génétiporc formam hoje uma só organização, uma só

força em estrutura, conhecimento, qualidade e progresso genético, consolidando o

que há de mais avançado e de melhor em genética de suínos, no mercado brasileiro

e argentino.

Produtos:

Avós e Avôs: Animais de alto valor genético, destinados às granjas

multiplicadoras e núcleo filiais, para produção de machos e matrizes comerciais.

Matrizes Comerciais: Incomparáveis em eficiência reprodutiva e

habilidade materna. Progênies com alta viabilidade e o melhor desempenho

zootécnico do mercado.

Machos Comerciais: Geram cevados com ótima conversão alimentar,

crescimento rápido e excelente qualidade de carcaça.

Programas genéticos:

CBV Max: Este programa genético proporciona acesso exclusivo aos

reprodutores comerciais do topo da pirâmide de valor genético – e ainda um serviço

único de gerenciamento de índices dos machos, na central do cliente.

Genética Líquida: Incorpora aos plantéis o que há de mais avançado em

melhoramento de machos, aumentando o valor genético dos plantéis, sua

performance zootécnica e o resultado econômico do produtor.

AGPIC Plus: É um avançado sistema de produção fechado, apoiado em

sêmen das moderníssimas UDGS (unidades de difusão genética) da empresa e

Page 45: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

45

combinando máxima atualização genética, gestão da reposição através do software

Pictraq* e máximo rigor sanitário.

Serviços: produção de leitões, produção de cevados, sanidade,

tecnologias de reprodução e disseminação eficiente de genes, plano de nutrição e

manejo nutricional, capacitação e aprimoramento de talentos, visitas internacionais

de negócios e intercâmbio de conhecimento.

CHOICE GENETICS

Choice Genetics é uma empresa do Grupo Grimaud, um dos líderes em

genética multi-espécies do mundo. Ela usa ciências e tecnologias inovadoras para

obter o máximo de valor agregado, sobre uma plataforma de seleção única, trazendo

ao mercado suinícola brasileiro, reprodutores de alta performance. Emprega

inovações na genética suína que permitem a medição de caráteres originais e

aumentam a precisão, para trazer ao mercado reprodutores de qualidade superior. O

uso de uma plataforma de melhoramento genético única extremamente inovadora,

proporciona avanços genéticos mais rápidos.

Produtos:

Fêmeas Avós Redone e Naima: Animais fáceis de manejar, com

prolificidade excepcional, com ótima adaptação, segurança sanitária e longevidade.

Machos P76 e NK75: Animais livres do gene de sensibilidade ao estresse,

alto rendimento de carne, que em menos de 150 dias atingem os 100Kg.

4.7. SEGMENTAÇÃO DE MERCADO

O mercado de genética de suínos abrange vários segmentos. O principal

seria a venda de animais, machos e fêmeas de máximo valor genético, que geram

progênies com extraordinária eficiência alimentar, elevado ganho de peso diário e

excelente qualidade de carcaças, sempre tendo um desempenho superior ao dos

leitões da geração anterior.

Outro segmento seria a distribuição de sêmen de machos selecionados,

melhorados geneticamente, diminuindo o custo para o produtor e melhorando assim

seu plantel.

Page 46: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

46

Além disso, as principais empresas trabalham para dar um suporte

técnico e gerencial aos clientes, e desenvolvem soluções criativas, baseadas na

ciência, oferecendo ao mercado serviço técnico de excelência em diferentes áreas

de conhecimento, que incluem a sanidade dos animais, nutrição e produção de

leitões e cevados.

Tabela 3. Análise do Composto de Marketing (4P´s)

ANÁLISE DO COMPOSTO DE MARKETING (4P´s)

MARKETING-

MIX DB Agroceres Pic Topigs Norsvin Choice

Genetics

Produto

Genética Suína/

Matrizes e

machos

comerciais

Genética Suína/

Matrizes e

machos

comerciais

Genética Suína/

Matrizes e

machos

comerciais

Genética Suína/

Matrizes e

machos

comerciais

Preço

Macho

terminador

R$26.000,00

pagto = 24 X.

Fêmeas = 210kg

x indexador local

Preços com

Tendência de

até 35% de

aumento até

2025.

Macho

terminador

R$30.000,00

pagto = 24 X.

Fêmeas = 200kg

x indexador local

Preços com

Tendência de

até 35% de

aumento até

2025

Macho

terminador

R$12.000,00

pagto = 24 X.

Fêmeas = 185kg

x indexador local

Preços com

Tendência de

até 35% de

aumento até

2025

Macho

terminador

R$12.000,00

pagto = 24 X.

Fêmeas = 180kg

x indexador local

Preços com

Tendência de

até 35% de

aumento até

2025

Praça Visitas Técnicas Visitas Técnicas Visitas Técnicas Visitas Técnicas

Promoção

Propagandas

em revistas,

Internet

Propagandas

em Internet e

Revistas

Propagandas

em Internet

Propagandas

em Internet

Page 47: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

47

4.8. PROJEÇÕES DE MERCADO

Atualmente, os índices apontam para um intenso aumento no consumo do

mercado interno anual de carne suína de 2,9% projetado até 2025, onde os preços

ao produtor devem crescer fortemente durante os próximos dez anos.

Este mercado deve se tornar cada vez mais exigente no quesito de

qualidade dos produtos agrícolas. Estima-se um aumento de cerca de 35% nos

preços oferecidos ao consumidor, e um aumento no volume produzido de carnes no

Brasil de 30,7%, ou seja, a produção total de carnes em 2014/15 está estimada em

25,8 milhões de toneladas e a projeção para o final da próxima década é produzir

33,7 milhões de toneladas de carne de frango, bovina e suína.

No caso específico dos suínos, a previsão é de um aumento de 4 mil

toneladas para 5.5 mil toneladas, segundo maior crescimento entre suínos, bovinos

e frango.

Quanto ao cenário de exportações no Brasil, a carne de frango e suína

lideram as taxas de crescimento anual, sendo o caso específico da carne suína em

3,7%, o quarto país do mundo em volume de exportação desta carne. Em toneladas,

a projeção de aumento é de 44%, ou seja, de 515 mil toneladas para 744 mil

toneladas. Os principais mercados consumidores para a carne suína são Rússia,

Hong Kong e Cingapura.

Embora o Brasil seja um grande exportador de diversos produtos

agropecuários, o consumo interno será predominante no destino da produção, ou

seja, no caso específico de carnes suínas, 82,8% do aumento previsto da produção

será destinada ao mercado consumidor interno.

O consumo mundial de carnes cresce em uma das mais altas taxas entre

as principais commodities agrícolas. O consumo per capita aumentará em 3,2 quilos

por ano, com a carne de frango representando 70% desse aumento. Até 2021, os

consumidores nos países desenvolvidos comerão 3,6 quilos de carne a mais,

principalmente para carne de frango, exceto no Leste Europeu, onde o consumo de

carnes vermelhas ainda tem um substancial potencial de crescimento.

Preços:

Page 48: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

48

Os preços da carne, em geral, permanecerão em um alto patamar devido

aos altos custos de alimentos animais e insumos como energia, mas também a

questões rígidas de segurança alimentar, meio ambiente e regulamentações de

bem-estar animal.

Produção:

A produção global de carne bovina deverá aumentar em 1,8% por ano

com a reconstrução dos rebanhos. A carne de frango continuará sendo que a que

mais cresce (2,2% ao ano) e terá o maior volume de produção, ultrapassando a

produção da carne suína, contando, em todos os casos, com um melhoramento

genético bastante apurado, práticas de manejo de cria e do rebanho, especialmente

melhores práticas de alimentação e a tendência que cada vez mais tecnologias

sejam aplicadas neste mercado para o aumento cada vez maior de produtividade em

larga escala, principalmente em países em desenvolvimento onde a estocagem e o

transporte de carnes têm sido limitados.

As principais tendências que afetam o mercado incluem entre elas a

situação do mercado de alimentos de origem animal, algumas doenças animais que

afetam a produção doméstica e regional de carnes, a legislação específica dos

países no que se refere à segurança alimentar e as restrições às importações, os

custos ambientais que dá a produção de carnes.

Uma série de direcionadores importantes de mercados e eventos

macroeconômicos poderá alterar as projeções de mercado de carne desse relatório.

A principal questão será a situação do mercado de alimentos animais e os fatores

que afetarão sua evolução durante o período avaliado. Considerando a sensibilidade

do setor de carne às condições macroeconômicas, qualquer distúrbio durante o

período analisado, particularmente, mas não exclusivamente, nos países em

desenvolvimento emergentes, poderia ter um grande impacto.

Algumas doenças animais têm potencial para afetar a produção

doméstica e regional de carnes. Apesar da erradicação de algumas ter se mostrado

tecnicamente possível, também se mostrou cara. Países e regiões estão protegendo

seu status de livre de doenças e fazendo grandes esforços para sustentar essa

situação. Surtos de doenças que são zoonoses, como o H1N1, também são

Page 49: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

49

potenciais fatores que poderão impactar significantemente não somente no acesso a

mercados, mas também, no comportamento dos consumidores.

O mercado mundial de carnes também está bastante fragmentado pela

legislação específica dos países no que se refere a segurança alimentar e as

restrições às importações representam um risco significante para a validade das

projeções. Por exemplo, em maio de 2011, a Rússia impôs restrições sanitárias às

importações de carnes de vários estados do Brasil. A barreira resultou em uma

contração substancial do comércio bilateral de carne bovina e suína e o fim de dois

anos de aumentos mensais (quase) ininterruptos nos preços mundiais de carnes.

Finalmente, os custos ambientais estão aumentando para produção de

virtualmente todas as carnes e a nova legislação que condiciona a produção à

proteção ambiental pode afetar o crescimento do setor. O setor pecuário é

considerado por analistas e legisladores como um contribuinte essencial para as

emissões antropogênicas de gases de efeito estufa. À medida que a população

mundial e o crescimento das rendas expandem a demanda por produtos de origem

animal, essas emissões deverão aumentar. Ainda não se sabe a extensão pela qual

a produção pecuária poderá estar sujeita às restrições para mitigação de carbono na

próxima década.

Page 50: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

50

5. CAPÍTULO 5: CONSUMIDORES

5.1. PERFIL DO CONSUMIDOR

Os principais consumidores diretos de genética suína são aquelas

pessoas que possuem CPF ou CNPJ, com inscrição estadual e que possuem uma

granja, para criação de suínos.

No Brasil, há diversos tipos e perfis de produtores de suínos nas diversas

regiões do Brasil. Há produtores independentes de pequeno, médio e grande porte,

que são responsáveis por toda a produção de suínos em suas instalações.

Há também cooperativas e agroindústrias, que fazem parcerias com

produtores, fornecendo todos os insumos para a produção de suínos, como

genética, ração, medicamentos e assistência técnica, e os produtores são

responsáveis pelas instalações e mão-de-obra das granjas, ganhando um percentual

sob a produtividade do sistema.

Devido ao crescimento da suinocultura nos últimos anos, a atividade tem

atraído vários empreendedores, principalmente para parcerias em grandes e novos

projetos.

Os animais produzidos vão para o abate e posteriormente para o

consumidor final, dessa forma, pode haver uma exigência da cadeia frigorífica e do

mercado consumidor para um perfil de produto, o que torna esses, consumidores

indiretos do produto.

Descrição dos consumidores:

Produtores:

Normalmente a classificação do produtor é feita com base no número de

fêmeas produtivas, conforme segue abaixo:

Pequeno produtor: Produtor com número de matrizes inferior a 200.

Médio produtor: Produtor com número de matrizes entre 200 a

1000.

Page 51: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

51

Grande produtor: Produtor com mais de 1000 matrizes.

Esses produtores são formados, em sua maioria por pessoas do sexo

masculino e possuem idade entre 30 e 50 anos. O nível de escolaridade é bastante

variado, antigamente era predominante o fundamental e hoje há uma diversidade de

escolaridade como graduados, técnicos, especialistas e entre outros.

A maioria desses produtores possui como meios de acesso às

informações revistas especializadas, jornais, sites, entre outros. Pode ressaltar-se

que palestras, congressos, dias de campo e cursos também são ferramentas que os

produtores utilizam para comunicação. Sendo que o contato visual com o gerador

e/ou transmissor da informação é bastante importante para ele.

Isto demonstra que o produtor suíno está bastante entusiasmado para

obter informações e não ficar defasado, pois melhoramento genético é muito

dinâmico, e se ele não se atualizar, certamente perderá competitividade.

Agroindústrias e cooperativas:

O sistema de produção integrada, ou integração, existe no Brasil há mais

de 60 anos. Trata-se de uma parceria, onde produtores e agroindústria e/ou

cooperativa se unem com bens e esforços para produzirem (animais e/ou vegetais),

destinados ao comércio e/ou indústria, cada um colaborando com o que tem de

melhor.

No caso de suínos, a agroindústria e/ou cooperativa geralmente participa

com os animais, rações, medicamentos, transporte de animais e insumos, e a

assistência técnica necessária à produção; enquanto o produtor, geralmente

participa com instalações, equipamentos, água e energia elétrica, bem como se

responsabiliza pelo manejo (criação e engorda) dos animais até que os mesmos

atinjam a idade de abate. Alguns exemplos de grandes cooperativas e agroindústrias

produtoras de suínos no Brasil são: BRF, Seara, Cooperativa Aurora, entre outros.

Outro fator relevante é a experiência passada do consumidor, se o

consumidor teve uma experiência positiva, o produto a ser comercializado estará

mais propenso a ser incluído entre as opções da próxima compra. Além de ações de

marketing realizada pela DB, como promoções, preço e prazos.

Page 52: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

52

5.2. NECESSIDADES E DESEJOS DO CONSUMIDOR

Por se tratar de uma atividade competitiva, a suinocultura exige um

contínuo aperfeiçoamento tecnológico, que possibilite o incremento da rentabilidade

e da produtividade.

Deste modo, os principais motivadores para a compra de animais de uma

genética em detrimento de outra, para o consumidor direto, estão relacionados à

eficiência alimentar dos animais, bem como sua produtividade.

Os proprietários de granjas buscam em suas compras as melhores

matrizes, e para isto, elas devem apresentar algumas características como:

Alta prolificidade,

Boa habilidade materna,

Possui pelo menos sete pares ou 14 tetas funcionais, bem

distribuídas e de bom tamanho,

Possuir baixa conversão alimentar,

Possuir alto ganho de peso diário,

Ter bom comprimento e profundidade,

Possuir longevidade no plantel,

E para a compra de machos terminadores, buscam as seguintes

características:

Possuir baixa conversão alimentar,

Possuir alto ganho de peso diário,

Possuir baixa espessura de toucinho,

Possuir alto percentual de carne magra,

Possuir alta libido,

Page 53: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

53

Bom pernil e largura de lombo,

Bom comprimento e profundidade,

Produzir sêmen de alta qualidade.

Os consumidores indiretos, que são formados pela cadeia frigorífica e

também pelo consumidor final, podem de alguma forma influenciar na escolha do

material genético a ser utilizado na granja, pois podem exigir animais com perfis

específicos, voltados para rendimento de carcaça e qualidade de carne por exemplo.

A preferência do consumidor final é pela carne selecionada, ou seja, atualmente o

consumidor urbano prefere carne de suíno com pouca gordura, e que somente é

possível com animais de alto padrão genético com carcaças melhoradas e

adequadamente alimentados.

Assim, para a granja, buscar um fornecedor para um programa de

melhoramento genético é importante, pois deste modo consegue atingir seu objetivo

de obter suínos com maior potencial genético em determinadas características,

buscando a maior atratividade com o mercado, e prever futuras exigências com o

produto por parte do mercado consumidor.

As principais reclamações dos suinocultores são:

Fêmeas:

Baixo desempenho e capacidade de gerar grandes quantidades de

leitões, ou seja, pouco produtivas.

Machos:

Fracos fisicamente,

Produção de leitões com baixa taxa de crescimento,

Produção de leitões com alta conversão alimentar, o que significa

que o animal consome mais ração para ganhar 1Kg de peso vivo.

Page 54: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

54

Outra necessidade dos consumidores é o pós-venda. Pois além da

qualidade dos animais e as condições comerciais, os consumidores se queixam de

empresas que não fornecem a orientação técnica necessária para o manejo dos

animais adquiridos.

5.3. HÁBITOS DE USO E ATITUDES DO CONSUMIDOR

As reposições nos sistemas de produção são feitas mensalmente, através

de programações de entregas acertadas com a empresa fornecedora de material

genético.

Tanto os clientes independentes como as agroindústrias, podem receber

matrizes comerciais nas granjas, ou podem comprar avós para produzirem a própria

reposição.

Para a escolha de qual material genético será utilizado, o consumidor

pode escolher pelo potencial genético do animal e suas características produtivas,

como eficiência alimentar e produtividade.

Porém, como o ciclo do animal é longo, em muitos casos, o produtor

adquire os animais em função do custo, já que os benefícios econômicos relativos

ao potencial genético não são mensurados de imediato.

5.4. PAPÉIS DE COMPRA

Quando se trata de produtor independente, a compra é realizada

diretamente pelo proprietário da granja. No caso das agroindústrias e cooperativas,

essa compra é realizada pela equipe de veterinários responsável pela produção dos

sistemas.

Page 55: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

55

6. CAPÍTULO 6: POLÍTICA COMERCIAL

6.1. SERVIÇOS COMPLEMENTARES, RELACIONAMENTO COM CLIENTES E

PROGRAMAS DE ENDOMARKETING

6.1.1 Suporte teórico para Análise Crítica - Serviços Complementares

Até meados dos anos 90 a maior parte das empresas interessavam-se

apenas com a produção de suas mercadorias, não considerando a importância de

seus consumidores, estes não eram vistos como prioridades. Entretanto, nos dias

atuais, as organizações que possuem afã para se tornarem uma referência no

mercado que atuam, perceberam que para alcançar o sucesso é necessário

conquistar o cliente.

Tem-se observado nos tempos atuais que o sucesso das empresas

dependem de como atuam, pois devido à enorme concorrência, os consumidores

estão cada vez mais exigentes e rodeados de opções de serviços e produtos.

Baseado neste motivo, surge o Marketing de Relacionamento (Marketing 1 to 1) que

tem como meta fortalecer a relação da organização com o consumidor e estabelecer

relações duradouras que o fidelizem através da satisfação.

De acordo com Limeira (2003), Marketing de Relacionamento é

Uma estratégia de marketing que visa construir uma relação duradoura

entre cliente e fornecedor, baseada em confiança, colaboração,

compromisso, parceria, investimentos e benefícios mútuos, resultando na

otimização do retorno para a empresa e seus clientes. (LIMEIRA in DIAS,

2003, p. 301)

A partir do reconhecimento das necessidades e desejos dos clientes

pode-se realizar o planejamento de Marketing da empresa. Limeira (2003, p.10) cita

que “A administração de marketing é o processo de planejamento, execução e

controle das estratégias e táticas de marketing para otimizar os resultados de

clientes e stakeholders.”

Na percepção de Kotler e Armstrong (2007), é fundamental que a

organização consiga gerar valor para o consumidor e crie um relacionamento com o

mesmo. Deste modo, é crucial aproximar-se de clientes cuidadosamente

Page 56: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

56

selecionados e é imprescindível manter e cultivar um relacionamento duradouro com

eles, agregando um valor superior que os façam ser fiéis à marca.

Assim, as organizações que sobressaem perante as outras entendem o

mercado e as necessidades dos consumidores, desenvolvem maneiras de introduzir

e entregar valores aos clientes, além de gerarem programas de marketing integrados

e construir relacionamentos fortes e duradouros com os mesmos.

A gestão de relacionamento com o cliente assume uma visão de longo

prazo. As empresas não querem apenas criar clientes lucrativos, mas “tê-

los” para vida inteira, capturar seu valor do cliente ao longo prazo do tempo

e receber uma participação ainda maior de suas compras (KOTLER;

ARMSTRONG, 2007, p. 16).

A demanda por diferenciação no mercado tem motivado as empresas a

introduzirem diversos tipos de serviços à sua oferta, buscando oferecer um padrão

de atendimento que conquiste e/ou supere as expectativas dos clientes.

Serviços para Satisfação do Cliente

Para se obter a satisfação do cliente é necessário o fornecimento de

serviços superiores e introduzir um incremento na oferta, como serviços

diferenciados e adaptações de serviços.

Machado cita que:

“A prestação de serviços ao cliente têm sido sistematicamente enfocada na

literatura mais recente de marketing como um dos elementos mais

relevantes para o sucesso empresarial e a prática moderna de marketing”

(Machado, 1999, p. 12).

De acordo com McGoldrick (1990), a maioria dos clientes concordam

pagar um valor maior se o serviço prestado é bom. Ou seja, a entrega de serviços

notáveis traz vantagens competitivas às empresas, atingindo a satisfação do cliente,

reduzindo a pressão sobre os valores e margens e permite uma avaliação positiva

da empresa. Todas essas características colaboram com a competitividade da

empresa.

Page 57: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

57

De acordo com Kotler e Armstrong (2007, p. 6), “O valor para o cliente é a

diferença entre os valores que ele ganha comprando e usando um produto e os

custos para obter esse produto”.

É possível determinar que a concepção de valor esteja relacionada às

expectativas e a maneira com que satisfeitas pelo cliente. Assim, a satisfação do

consumidor só pode ser atingida se o serviço esteja de acordo com a sua

necessidade e desejo. Lewis e Booms (1983, p. 99) citam que “A qualidade do

serviço é a medida de como o nível de entrega dos serviços combina com as

expectativas dos consumidores”.

Compreendendo as expectativas do cliente

Para uma constante excelência na prestação de serviços é necessário

criar um procedimento que monitore o mercado, para que a empresa possa quando

necessário realizar novas modificações, melhorias e inovações de acordo com o

comportamento do cliente e também com as alterações de estratégias da

concorrência.

De acordo com Berry (1995), é necessário que as empresas estipulem um

método para adquirir informações sobre a qualidade do serviço. Deste modo, sugere

que as empresas realizem pesquisas transacionais, pesquisas de mercado, “compra

misteriosa”, consultas com novos consumidores e ex-clientes, reuniões com grupo

de foco e relatórios de campo de colaboradores, especialmente daqueles que

possuem contato com o cliente e possuem feedback constante do consumidor.

Pride e Ferral (2001) menciona que a internet é um importante canal para

captar informações do mercado. Com esta tecnologia, é possível obter as

expectativas e percepções do cliente de uma forma mais simplificada, sendo por

envio de sugestões, dúvidas, elogios e reclamações pelo site da empresa ou por um

e-mail corporativo.

Levitt (1990) ressalta que as críticas são peças fundamentais para a

análise de mercado e a ausência de reclamações do cliente é um dos parâmetros

que demonstram que o relacionamento está ruim ou está em declínio. A organização

que não “ouve” seus clientes, pode erroneamente supor, com base na ausência de

Page 58: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

58

críticas, que o consumidor esteja satisfeito com a mesma. Assim, a primeira etapa

para oferecer um serviço com excelência é conhecer o desejo e expectativa do

cliente.

Para Lovelock e Wright (2001, p. 25), valor é “Mérito de uma determinada

ação ou objeto em relação às necessidades de um indivíduo em um dado momento”.

Cada cliente tem uma concepção diferente de valor, ou seja, uma

característica/atributo que é considerada fundamental para um determinado

consumidor, pode não ser relevante a outro.

Assim as organizações devem estar vigilantes para distinguir os atributos

mais valorizados e desejados na opinião de seus clientes para que possam

aprimorar suas ofertas e atender a expectativa do cliente.

Frequentemente as empresas ofertam serviços complementares na forma

de serviço pós venda. Os serviços pós-venda pode ser caracterizado como

atividades realizadas após a venda para manter o relacionamento, criar vínculos

mais fortes e motivar que o cliente faça uma nova compra futuramente.

Outra forma de serviços complementares que as empresas têm

oferecidos é a adaptação de serviços e produtos, isto é, ajustes realizados para

melhor adequação do serviço às necessidades e desejos do consumidor, tais como:

Promoções e prática de preços diferenciado nos períodos de baixa

procura;

Contratação de funcionários extras para atender uma necessidade

específica do cliente;

Incentivos à participação do cliente nas tarefas;

Entrega do serviço/produto no estabelecimento do cliente.

Treinamento para o manejo do produto.

O consumidor irá julgar o valor do serviço, pelo nível de satisfação que

obteve com a entrega total do serviço/produto.

Page 59: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

59

Para Woodruff (1997, p. 142-143), o cliente mede o valor do serviço

seguindo três etapas sequenciais.

Valores relacionados aos objetivos e propósitos do consumidor;

Valores relacionados ao desempenho desejado em situações de

uso;

Valores relacionados às características desejadas do

produto/serviço e ao comportamento desempenhado desses

atributos.

Deste modo, o "grau de satisfação total em valor" é a somatória do valor

esperado, formado por estes itens e do valor recebido, que é o julgamento do

cliente, e também o acréscimo do benefício não esperado. Sendo que o benefício

não esperado é a consequência de uma ação de atendimento que gerou um

benefício que não estava previsto na expectativa do consumidor.

Gestão de qualidade

A qualidade é fundamental nos dias de hoje para que as empresas

sobrevivam e possam competir neste acirrado mercado. A procura da qualidade

suprema, aplicada em todas as fases do processo produtivo e em todos os níveis

hierárquicos das empresas, estabelece uma revolução nos conceitos, hábitos e

métodos na comunidade (Belluzzo e Macedo, 1993).

É essencial que as empresas disponham de um método definido que

possa identificar, documentar, supervisionar e gerenciar todas as tarefas

necessárias para garantir todas as operações de qualidade ao longo de todo o

processo (Feigenbaum, 1994).

Implementar um sistema de gestão possibilita que a empresa se estruture

e utilize um procedimento mais eficiente para o aprimoramento da qualidade,

afetando toda a sociedade, além do ambiente interno.

Feigenbaum (1994), determina o sistema da qualidade sendo a estrutura

operacional documentada de acordo com procedimentos técnicos e gerenciais,

Page 60: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

60

orientando, de forma organizada, as ações de pessoas, máquinas e informações da

organização através de meios mais práticos e adequados e estabelece que o

sucesso do sistema de qualidade pode resultar na satisfação do cliente, pois

contribui para elevar o desempenho do produto e do serviço, tendo em consideração

também as necessidades do consumidor.

Assim, pode-se observar que sistema de gestão está relacionado a tudo

que uma empresa realiza para gerenciar seus processos e/ou atividades.

Feigenbaum (1994, p. 8) determina que “a qualidade é a correção dos

problemas e de suas causas ao longo de toda a série de fatores relacionados com

marketing, projetos, engenharia, produção e manutenção, que exercem influência

sobre a satisfação do usuário”. Deste modo, pode alegar que a qualidade está

correlacionada com a percepção do cliente e o envolvimento de toda a organização

para atingir e superar as expectativas dele.

Garvin (1992) demonstra que as abordagens sobre qualidade pode ser

pautada em quatro “eras da qualidade”, sendo inspeção, controle estatístico da

qualidade, garantia da qualidade e gestão estratégica da qualidade.

Tabela 4. As quatro principais eras da qualidade

Características Básicas

Inspeção Controle Estatístico da

Qualidade

Garantia da Qualidade

Gestão Estratégica da Qualidade

Interesse principal

Verificação Controle Coordenação Impacto estratégico

Ênfase Uniformidade do produto

Uniformidade do produto, com

menos inspeção

Toda cadeia de fabricação e a

contribuição de grupos funcionais para impedir

falhas de qualidade

As necessidades do mercado e do cliente

Métodos Instrumentação de medição

Ferramentas e técnicas estatística

Programas e sistemas Planej. estratégico, Estabel. de objetivos.

Page 61: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

61

Papel dos profissionais da

qualidade

Inspeção, classificação, contagem e avaliação

Solução de problemas e aplicação de

métodos estatísticos

Planejamento, medição da qualidade e projeto

de programas

Estabelecimento de metas, treinamento, consultoria a outros

departamentos e desenv. de programas

Responsável pela qualidade

Departamento de inspeção

Departamentos de produção e engenharia

Todos depart., e a alta administração

envolvendo superficialmente

Todos na empresa, e a alta administração

exercendo forte liderança

Orientação e enfoque

Inspecionar a qualidade

Controlar a qualidade

Construir a qualidade Gerenciar a qualidade

Fonte: GARVIN, 1992, p. 44

Segundo Garvin (1992), as etapas de qualidade foram evoluindo a partir

das necessidades do mercado, da expectativa do consumidor e da elaboração de

novas ferramentas da produção. Assim, essas mudanças aprimoraram o

desempenho interno, com processos, preparação dos colaboradores e

comprometimento da liderança.

Garvin (1992), ainda cita oito dimensões de qualidade, com o objetivo de

ordenar a concepção da qualidade do produto dentro das diversas áreas de uma

organização.

Desempenho: manutenção das características operacionais

básicas de um produto.

Características: são as características secundárias que

suplementam o funcionamento básico do produto.

Confiabilidade: é a garantia/consistência de execução de um

produto ou serviço.

Durabilidade: é a vida útil de um produto.

Atendimento: facilidade de prestar serviço se for necessário,

cortesia, cordialidade e educação.

Page 62: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

62

Conformidade: é o grau em que o projeto e as características

operacionais estão de acordo com padrões preestabelecidos

dentro de limites de oscilação.

Qualidade percebida: é às percepções subjetivas da qualidade do

produto que surgem da imagem da empresa, da publicidade ou da

marca.

Estética: é o julgamento das características sensoriais e aparências

externas de um produto.

A evolução da qualidade caracteriza o sistema de gestão escolhido pela

empresa para realizar suas práticas internas relacionadas na orientação e no dado à

qualidade, além de procedimentos de avaliação e planejamento.

Vale salientar que uma empresa pode possuir certificações de qualidade

e seus clientes não estarem satisfeitos com os produtos e serviços, isto acontece

quando o sistema utilizado é eficiente, entretanto sua visão de qualidade é limitada.

Teboul (1991), afirma que a diferença entre a qualidade de produtos e

serviços está na qualidade de interação entre o usuário ou cliente e o sistema de

produção - interface.

Berry e Parasuraman (1992), cita que a qualidade é a fundação para os

serviços de marketing, possuindo cinco dimensões que podem induzir nas

avaliações de qualidade do serviço pelo cliente:

Tabela 5. Principais atributos do serviço

Confiabilidade A capacidade de prestar o serviço prometido de modo confiável e com precisão.

Tangíveis A aparência física de instalações, equipamentos, pessoal e materiais de comunicação.

Sensibilidade A disposição para ajudar o cliente e proporcionar com presteza um serviço.

Segurança O conhecimento e a cortesia de empregados e sua habilidade em transmitir confiança e confiabilidade.

Empatia A atenção e o carinho individualizados proporcionados aos clientes.

Fonte: BERRY; PARASURAMAN, 1992, p. 30

Page 63: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

63

O cliente possui uma imensa variedade de opções que oferecem o

mesmo serviço ou produto, com valores parecidos, desta forma, o atributo crucial

que irá cativar o cliente é o nível de qualidade dos serviços oferecidos. Ou seja, o

pacote de serviços ofertado e seu grau de qualidade, junto com as necessidades e

desejos do consumidor e o valor percebido por ele serão fundamentais no processo

de escolha do produto ou serviço.

6.1.2 Política Comercial - Serviços Complementares

Atualmente o mercado tem sido mais exigente com os fornecedores, pois

não buscam apenas produtos ou serviços, mas sim, compram soluções para seus

problemas e satisfação para seus desejos. Quando essas necessidades são

atendidas cria-se um valor agregado, assim conquistando os novos clientes e

retendo os já existentes.

Vale ressaltar que por se tratar de uma atividade competitiva, a

suinocultura exige um contínuo aperfeiçoamento tecnológico, que possibilite o

incremento da rentabilidade e da produtividade. Deste modo a suinocultura exige

que o produtor cada vez mais esteja conectado e atento aos custos de produção,

que são elevados principalmente no Brasil.

O principal item desse custo é a ração e isso faz com que a Eficiência

Alimentar seja um item primordial na produção de suínos. Quanto mais eficiente for a

conversão alimentar maior será a lucratividade do suinocultor. Além disso, o

suinocultor tem várias necessidades e a DB pode ajudá-lo em várias frentes, como:

Assistência técnica pós-venda, com orientações técnicas de

manejo, realizadas por veterinários especialistas em suínos,

visando o manejo mais adequado dos animais para máxima

expressão do potencial genético dos animais. A frequência de

visitas e o grau de assistência vão variar de acordo com o

faturamento do cliente, potencial de compra futura e poder de

influência sobre outros produtores.

Seleção de animais com características produtivas visando a

produção ideal para cada tipo de mercado.

Page 64: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

64

Sanidade/Transporte: animais com rigoroso controle sanitário,

enviados com transporte eficiente e com condições ideais

(pensando também no bem-estar animal) para todas as regiões do

Brasil;

Outro serviço que a DB dispõe é a entrega de sêmen direto na

granja, em substituição ao envio do macho reprodutor vivo. Dessa

maneira, além de não haver necessidade de instalações para

alojamento dos animais, bem como funcionários para manejá-los, o

produtor tem a possibilidade de ter um maior ganho genético ao

longo do tempo.

Sugestão de Melhoria:

Workshops sobre melhoramentos genéticos para toda cadeia de

produção;

Cursos/treinamento sobre manejos com suínos (que poderá ser

realizado na granja do cliente, na empresa, ou nas instalações da

DB).

Disponibilizar uma ferramenta no portal da DB para que produtor

possa calcular com rapidez e eficácia o índice de Eficiência

Alimentar.

Criação do cargo assistente técnico para dar suporte a cada uma

das regiões, como apoio às atividades de pós-venda.

Os critérios para beneficiar os clientes são avaliados pelo gerente

nacional de vendas, que é o responsável pela decisão/aplicação dos mesmos.

6.1.3 Suporte teórico para Análise Crítica - Relacionamento com Clientes

A importância de se investir no relacionamento com os clientes:

O mundo empresarial e as formas de se realizar negócios vêm se

modificando em um ritmo muito acelerado. No século XX, as organizações tinham

ciência que seus produtos seriam vendidos, independentemente das características

Page 65: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

65

das mercadorias e das necessidades dos consumidores, entretanto nos dias atuais

as organizações precisam aumentar sua produtividade, competitividade, e

principalmente, suas estratégias para que possam sobreviver.

Regis McKenna (1993), definiu a nova época competitiva como sendo:

Alta variedade de produtos e serviços;

Concorrência mundial;

Segmentação de negócios;

Alterações profundas nas organizações, com o intuito de adquirir

novos modos de gerenciar os negócios;

Os canais de distribuição estão se modificando, pois mesmo que

estejam próximos aos clientes constantemente descuidam de suas

necessidades;

Há falhas nos modos de comunicações.

Deste modo, é importante que as empresas entendam que os

consumidores estão mais exigentes e diferentes de alguns anos atrás, ou seja, estão

querendo mais qualidade e menos preço. Sendo que o aumento das exigências é

pela crescente variedade e quantidade de serviços e produtos disponíveis no

mercado e pela forte concorrência global (Saliby, 1997).

Assim surge o marketing de relacionamento, sendo uma nova forma de

marketing para esta época competitiva. Sua concepção está na ideia de que as

empresas em vez de vender para mercados irão vender para clientes, ou seja,

buscarão uma maior participação no cliente invés de procurar uma maior

participação no mercado. Desta forma, as empresas não aplicarão descontos

agressivos para aumentar suas receitas, mas formarão vínculos mais fortes com

seus consumidores, aumentarão a fidelidade de seus mais valiosos clientes e assim,

amplificarão sua produtividade. Mas para isso é fundamental que as organizações

entendam e estejam conectadas com o mercado e com seus consumidores

(Peppers e Rogers, 2000).

Page 66: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

66

Bretzke (1992, p. 20), define o marketing 1 to 1 como:

Uma filosofia de administração empresarial, baseada na aceitação da

orientação para o cliente e para o lucro por parte de toda a empresa e no

reconhecimento de que se deve buscar novas formas de comunicação para

estabelecer um relacionamento profundo e duradouro com os clientes,

prospects, fornecedores e todos os intermediários, como forma de obter

uma vantagem competitiva sustentável.

Deste modo, o conceito é desenvolver e administrar relações exclusivas

com clientes individuais. São os consumidores que fomentam as organizações e

assim, indiretamente, remuneram os ordenados de todos os colaboradores da

empresa e os rendimentos dos acionistas. Desta forma é importante que todos os

empregados conheçam as necessidades de seus clientes, então a concepção de

incorporar os consumidores à organização é natural.

Diante desse cenário, a empresa necessita transmitir esse conhecimento

por todas as áreas e departamentos e criar uma nova estratégia para abordar o

mercado que é cada vez mais ágil e competitivo. O intuito deste investimento é obter

uma maior satisfação e fidelidade dos clientes e consequentemente atingindo

maiores lucros para a empresa e seus acionistas.

De acordo com McKenna (1993, p. 33), a execução deste modelo de

marketing consiste no conhecimento e na experimentação.

O marketing baseado no conhecimento exige da empresa uma escala de

conhecimento: da tecnologia pertinente; da concorrência; de seus clientes;

das novas fontes de tecnologia que podem alterar o ambiente competitivo; e

de sua própria organização, recursos, planos e formas de fazer negócios.

Ou seja, ao utilizar o marketing baseado na experimentação, as

organizações se focam mais aos seus consumidores, conseguem acompanhar

regularmente as empresas concorrentes e criam um método de análise de feedback

que converte toda a informação do mercado e da concorrência em uma nova

relevante informação sobre a mercadoria (McKenna, 1993).

Quando as organizações manuseiam a tecnologia (base de dados,

interatividade e personalização em massa) ao seu favor, pode se criar uma conexão

Page 67: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

67

de conhecimento e personalização para os seus consumidores (Peppers e Rogers,

2000). Essa interação certamente fará parte de uma inúmera série de contatos e

diálogos que juntos criarão um relacionamento gradativamente mais lucrativo com o

passar dos anos.

É apropriado que a empresa adeque seus produtos e serviços a cada

contato com o cliente e crie uma nova personalização, assim, satisfazendo as

necessidades daquele consumidor em particular e tornando o relacionamento mais

eficiente e produtivo (Peppers e Rogers, 2000).

Peppers e Roger (2000) intitularam este tipo de vínculo como “Relação de

Aprendizado”, pois quando o consumidor se envolve neste relacionamento,

compreende que é conveniente continuar consumindo da mesma organização do

que instruir tudo a outro fornecedor.

Conforme demonstrado anteriormente, relacionamentos são formas de

estabelecer conexão com o consumidor que possibilita às organizações satisfazerem

as necessidades dos consumidores agregando valor aos serviços e produtos. Deste

modo, as organizações que terão mais probabilidade de obter sucesso, serão as que

compreenderem os consumidores como um ativo de longo prazo. Para assegurar os

frequentes negócios com os consumidores é fundamental investir nos

relacionamentos e gerenciá-los, com isto, as empresas conseguirão que os

consumidores retornem a empresa. Vale ressaltar que os consumidores,

provavelmente, irão procurar outras empresas para realizar negócios, assim os

relacionamentos surgem como opção para evitar estas “perdas” (Claro, 2006).

Diferenças entre Marketing Tradicional e o Marketing de relacionamentos.

Marketing Tradicional:

Atualmente, muitas organizações operam com o foco em produtos, não

havendo distinção de consumidores, pois os produtos são padronizados. Neste

formato a comunicação com o seus consumidores é unidirecional, utilizando-se

mídia de massa. O marketing tradicional é medido pela participação no mercado

(Market share), ou seja, o parâmetro de sucesso das organizações é o aumento do

número de consumidores (Peppers e Rogers, 2000).

Page 68: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

68

Toda a informação do mercado é baseada em pesquisas, amostragens e

segmentações, sendo que esta última arremete a concepção do “cliente médio”,

portanto, subentende-se que as necessidades de cada segmento sejam idênticas,

ou seja, que todos os consumidores sejam iguais (Peppers e Rogers, 2000).

As organizações que utilizam o marketing tradicional tendem a remunerar

seus vendedores pela venda de produtos e serviços.

Marketing de Relacionamento:

As organizações que utilizam Marketing de Relacionamento possuem em

sua essência satisfazerem as necessidades de cada um dos seus consumidores,

para isto, aplicam a “personalização em massa” para produzir pacotes de produtos e

serviços específicos (Peppers e Rogers, 2000).

A ideia de “personalização de massa” é ofertar um produto básico

acompanhado de diversas opções. Assim cada opção transforma o produto básico

em um produto “personalizado” para atender às necessidades e desejos dos

consumidores. Vale ressaltar que a personalização não cria um novo produto ou

serviço, mas sim desenvolve uma combinação de opções para o produto e serviço

(Peppers e Rogers, 2000).

O sucesso do marketing 1 to 1 é medido pela participação no cliente

(share of customer), portanto, tem como meta reconhecer nos clientes de maior valor

e potencial outras carências, correlacionadas ou não à necessidade básica, com

isto, ampliando a variedade de necessidades e desejos (Peppers e Rogers, 2000).

Pode-se destacar que quanto maior for o número de necessidades maior

será a conveniência do consumidor em continuar realizando negócio com a

empresa, mas para descobrir esse “número de desejos” é preciso investir no diálogo

com o consumidor. Assim, a comunicação deve ser individual e bidirecional, pois as

organizações devem desenvolver uma “relação de aprendizado” com os principais

clientes, para que os mesmos possam participar com recomendações, reclamações

e feedback (Peppers e Rogers, 2000).

Page 69: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

69

De acordo com Grônroos (1995), as empresas perceberam que devem se

concentrar na manutenção de seus consumidores, pois é mais vantajoso fazer que

um antigo cliente compre mais do que conseguir um novo cliente.

As organizações que utilizam o marketing de relacionamento tendem a

remunerar seus vendedores pelo desenvolvimento dos clientes ao longo do tempo,

até que atinjam os valores desejados pela organização.

Peppers e Rogers (2000), mencionam que a principal vantagem do

marketing de relacionamento é possuir e conseguir obter informações do cliente que

os concorrentes não possuem.

Resumidamente, pode-se interpretar que o objetivo do marketing

tradicional é conseguir novos clientes e o foco do marketing de relacionamento é

manter os clientes que possuem.

Implementação do Marketing de relacionamentos

Peppers e Rogers (2000), afirmam que o procedimento de implementação

do Marketing de Relacionamento deve seguir 4 (quatro) etapas básicas, sendo:

Identificar, diferenciar, interagir e personalizar. Sendo que estas etapas estão

ordenadas por grau de complexidade.

Identificar:

É de suma importância “conhecer” os consumidores individualmente,

obtendo o máximo de detalhes possíveis e identificá-los independentemente do

canal escolhido.

Vale ressaltar que todas as informações do cliente precisam estar

acessíveis em todos os pontos de contatos. Isto significa que é a organização que

deve identificar cada um de seus consumidores e não um colaborador ou

departamento.

Se a instituição não for capaz de diferenciar uma quantidade admissível

de seus melhores consumidores, a empresa não está apta a estabelecer um

marketing de relacionamento.

Page 70: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

70

Para uma organização que realiza negócios B2B, a identificação, por

exemplo, pode ser conhecer os nomes dos executivos e suas respectivas posições

que possuam poder para decidir a compra ou até mesmo influenciá-la. Um exemplo,

para o varejo, seria realizar um programa de fidelidade com o intuito de incentivar o

colaborador a retornar ao estabelecimento e identificar-se.

Diferenciar:

Os consumidores são diferentes em suas necessidades, desejos e em

seu valor para organização, por isto, o objetivo de diferenciar os fregueses é

localizar os Clientes de Maior Valor (CMV) e os Clientes de Maior Potencial (CMP),

deste modo, a empresa será capaz de desenvolver uma relação de aprendizado

com estes. Ou seja, o consumidor pode ser diferenciado por valor, para isso, estima-

se o volume de negócios que fará durante toda a sua existência, ou ainda pode ser

diferenciado pelas suas necessidades. Quanto mais a empresa conhece as

necessidades, maior a oportunidade de participar no cliente.

Interagir:

Após ter diferenciado os clientes de maior valor (CMV) e de maior

potencial (CMP) deve-se interagir com os mesmos. A interação é a única maneira de

conhecer cada vez mais os fregueses. Assim, deve-se desenvolver uma relação de

aprendizado, onde os produtos e serviços serão personalizados para que o

consumidor perceba a conveniência de se manter fiel à empresa. A etapa de

interação está inerente à etapa de diferenciação, pois uma depende da outra.

Personalizar:

Após todas as etapas, já é de conhecimento as necessidades dos

clientes, deste modo, a empresa deve personalizar os produtos e serviços para que

a experiência de fazer negócio com a empresa seja única. O cliente percebe o valor

agregado e a conveniência em continuar comprando da empresa que personaliza os

serviços e produtos.

Assim para entender cada vez mais o freguês, deve-se criar um ciclo de

personalização e de feedback, além de adequar a comunicação para que possa

atender o cliente da maneira que o mesmo deseja.

Page 71: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

71

Personalizar os serviços ou produtos aos clientes é algo simples quando

já se conhece as suas preferências e necessidades, entretanto exige compreensão

da empresa e treinamento dos colaboradores que manterão contato com o cliente,

pois elas devem estar preparadas para mudar seu atendimento de acordo com cada

cliente. Lembrando se que o cliente deseja que essa personalização esteja presente

em todos os canais de contato com a empresa.

Entretanto, mais importante que as etapas de implementação do

Marketing de Relacionamento, é a reestruturação da cultura da empresa, isto é,

realizar negócios a partir da perspectiva do cliente.

CRM

A sigla CRM significa Customer Relationship Management, ou seja,

Gestão de Relacionamento com o Cliente. Pode interpretar que CRM é a

infraestrutura para implementar a metodologia do marketing de relacionamento.

A empresa de consultoria Gartner Group (2017) cita que:

“CRM é uma estratégia de negócio voltada ao entendimento e antecipação

das necessidades dos clientes atuais e potenciais de uma empresa.”

Sobral e Peci (2008, p. 319) definem CRM como sendo:

Gerenciamento de relacionamento com o cliente ou CRM (Customer

Relationship Management) é o processo estratégico de modelagem das

interações entre os clientes e a organização de forma a maximizar,

simultaneamente, o valor econômico do cliente para a organização e a

satisfação deste.

No conceito tecnológico, CRM têm como função reter todos os dados do

cliente ao longo de toda a organização, unificando todas as informações coletadas

internamente e externamente em um banco de dados, analisar os dados,

compartilhar os resultados desta análise para todos os pontos de contato com o

consumidor e utilizar estas informações para interagir com o cliente (Peppers e

Rogers, 2000).

Page 72: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

72

Para o CRM o consumidor é o foco do modelo de dados, isto significa que

o cliente é a parte principal do sistema e do processo, assim todos os relatórios e

pesquisas vêm das informações que o cliente fornece, diferentemente do que ocorre

com os sistemas tradicionais, pois geralmente são projetados para atender algum

processo ou atender alguma necessidade de algum produto, sendo que o

consumidor final é irrelevante (Peppers e Rogers, 2000).

Na perspectiva de sistemas, o CRM é a junção dos módulos de

automação de vendas (SFA), telemarketing e televendas, serviço de atendimento

(call center) e suporte ao cliente (SAC), automação de marketing, ferramentas para

informações gerenciais, gerência de vendas e e-commerce. Além da união de todas

essas aplicações com os softwares de ERP (Enterprise Resource Planning) ou com

os sistemas de back office (Peppers e Rogers, 2000).

Como as organizações têm como metas o aumento da receita e

produtividade eficaz, o CRM se torna um sistema imprescindível nos dias atuais.

Conforme informado anteriormente, as empresas estão migrando do

marketing de produtos para marketing de relacionamentos, deste modo, tendem a se

estruturar em razão dos diversos clientes que possuem. Essa estrutura permite a

diferenciação dos consumidores pelas necessidades dos diversos tipos de cliente e,

posteriormente, pelas necessidades individuais.

Os executivos desejam supervisionar cada vez mais a lucratividade de

seus clientes e obter esses dados, pois com estas informações é possível traçar as

estratégias de diferenciação, ou seja, é pelo acompanhamento e verificação da

lucratividade que possibilita diferenciar os clientes por valor.

Peppers e Rogers (2000) definem 3 níveis de estratégias de CRM, sendo:

CRM Operacional:

Corresponde aos aspectos operacionais da relação com o consumidor,

como SAC (serviço de atendimento a clientes), SFA (sistema de automação de

vendas), entre outros. Além de considerar a integração do back office e do mobile ou

virtual office.

Page 73: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

73

CRM Analítico:

É o princípio da inteligência do processo, exerce a função de realizar a

regulagem dos planejamentos e das estratégias da diferenciação de clientes, além

de supervisionar seus hábitos, com a meta de identificar suas necessidades e

desejos e os acontecimentos que podem ocorrer na vida de cada um dos

consumidores.

Buscando sempre que a relação com o cliente se torne conveniente e o

mesmo sinta satisfação de utilizar os serviços da empresa e seja fiel a marca.

CRM Colaborativo:

Envolve todos os canais de contato onde acontece a interação com o

cliente e a organização. Os diversos canais precisam estar preparados para que

essa interação ocorra e também assegurar que o fluxo adequado de informações

resultante dela possa ser compartilhada com toda a empresa.

Implementação do CRM

É importante ressaltar que implementar um sistema de CRM em uma

empresa é um processo complicado, pois deve envolver todos as pessoas de

culturas e propósitos distintos, que se comprometam em atingir os mesmos objetivos

(Peppers e Rogers, 2000).

Do ponto de vista tecnológico, o maior desafio na implantação é integrar

os dados entre os softwares de ERP com os sistemas de CRM. Pois sem a

integração é improvável possuir uma compreensão única do cliente que possibilite

recordar todas as interações e transações que teve com a empresa (Peppers e

Rogers, 2000).

De acordo com Peppers e Rogers (2000), a implantação do CRM pode

ser prejudicada por alguns fatores, como:

Apenas um departamento ser responsável pela iniciativa de CRM,

pois a implementação deve envolver todas as pessoas da

organização. Deste modo, é primordial que todas as pessoas

Page 74: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

74

envolvidas, diretamente ou indiretamente, compreendam o

processo e as mudanças na estrutura organizacional e cultural da

empresa.

Iniciar o projeto de CRM pela compra de softwares e/ou hardwares,

ao invés de implementar primeiramente a filosofia de marketing de

relacionamento. Pois como informado anteriormente, o conceito do

CRM é identificar, diferenciar, interagir e personalizar, para que a

empresa possa reter e desenvolver seus melhores clientes e a

tecnologia é apenas o meio para atingir estes propósitos.

Falta de treinamento e suporte. O treinamento é essencial no

processo de implementação do CRM, pois muitos usuários não

possuem prática com a utilização de computadores, notebooks,

tablets e smartphones, assim terão uma resistência em utilizar

estas tecnologias. Referente ao suporte ao usuário, ferramentas

como helpedesk e/ou serviços de atendimento ao cliente (SAC) são

um esplêndido canal para feedback e melhora contínua dos

sistemas.

Os benefícios do CRM

O principal proveito do CRM é criar uma vantagem competitiva em relação

aos concorrentes, ou seja, o CRM fornece a organização a oportunidade de se

tornar voltada para o consumidor, utilizando a tecnologia de informação para auxiliar

nas estratégias e planejamento (Peppers e Rogers, 2000).

É importante ressaltar que o CRM também permite conseguir todos os

dados sobre os consumidores atuais e potenciais, suas necessidades, seus desejos,

suas preferências e todas as informações pertinentes, como: reclamações feitas,

histórico de compras, forma de pagamento preferida, etc. Visando construir novas

maneiras de se comunicar e oferecer novos serviços e produtos (Peppers e Rogers,

2000).

Malamut (2017, p. 60) menciona que os benefícios do CRM para uma

organização são:

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75

“Aumentar o conhecimento sobre o cliente;

Aumentar a retenção e a fidelidade do cliente pela experiência de marca

positiva;

Aperfeiçoar o processo decisório mercadológico e empresarial;

Racionalizar e melhorar o fluxo de pedido, atendimento pós-venda e as

venda por meios alternativos como internet e telemarketing;

Aperfeiçoar serviços e produtos para clientes por meio de customização em

massa;

Diferenciar seus serviços e produtos dos concorrentes entregando

exatamente o que o cliente deseja;

Estabelecer uma comunicação próxima e sistemática com os clientes atuais

e potenciais;

Diminuir os custos de venda, atendimento pós-vendas do próprio pedido.”

6.1.4 Política Comercial - Relacionamento com Clientes

A DB se preocupa em ter um relacionamento baseado em valor com seus

clientes desta forma estruturou seu departamento comercial para um melhor

atendimento, segmentando seus clientes por mercado e pela sua potencialidade e

rentabilidade.

Com um plano estratégico de marketing os clientes foram diferenciados

entre clientes do mercado A e B (força de vendas direta) e mercado C (força de

vendas indireta).

Mercado A:

Concentra as principais agroindústrias, cooperativas e grandes

suinocultores.

Mercado B:

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76

Estão concentrados os suinocultores de médio porte tendo um grande

potencial financeiro para a DB.

Mercado C:

Para regiões onde há grande concentração de pequenos suinocultores.

Nos segmentos A e B, o vendedor DB é responsável por ser o canal de

vendas, desta forma irá proporcionar um atendimento personalizado. Vale ressaltar

que este gestor é altamente capacitado além de possuir um conhecimento técnico

do produto (médicos veterinários) e do mercado que atua, assim consegue atuar

como um consultor/arquiteto de soluções.

Para o mercado C, o atendimento é executado pelos representantes

comerciais (100% comissionados), pois por se tratar de inúmeras granjas fica

inviável um atendimento pelo time da DB e como as vendas são pessoais, que

demanda tempo, atenção as necessidades do cliente e frequência de visitas, o

representante fica como responsável. Há algumas exceções executadas pelos

vendedores da DB que atendem clientes estratégicos para o mercado.

São considerados diferenciais para o mercado além de atendimento,

preço competitivo e a qualidade dos animais entregues.

Sugestão de melhoria:

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77

Que a DB adquira ferramentas para gerenciamento dos seus clientes,

como sistema de ERP e CRM que possibilitam uma tomada de decisão ágil e uma

gestão eficaz em sua carteira de clientes, pois terá acesso às informações

pertinentes dos clientes além dos perfis dos mesmos.

Análise das Ações de Relacionamento para Diferentes Grupos de Clientes

Clientes Perfil Ações de Relacionamento

A

Empresas (principais

agroindústrias/cooperativas)/Grandes

produtores

Atendimento Personalizado

Pós-venda

CRM e ERP

B Médio Produtor

Atendimento Personalizado

Pós-venda

CRM e ERP

C Pequeno Produtor

Atendimento realizado por

representantes comerciais.

Pós-venda

CRM e ERP

Tabela 6. Ações de Relacionamento para Diferentes Grupos de Clientes

6.1.5 Suporte teórico para Análise Crítica - Programas de Endomarketing

Nos dias atuais, a alta competitividade do mercado mundial tem obrigado

as empresas a buscarem maneiras diferentes de alcançarem um maior desempenho

em sua produtividade e se sobressair aos seus concorrentes. Hoje, a função de uma

empresa, não é apenas produzir e vender bens e serviços, mas principalmente

proporcionar um nível de satisfação interna que conquiste e fidelize clientes (Brum,

2010), por isso o Endomarketing tem se tornado presente cada vez mais no mundo

empresarial.

As empresas que investem em ferramentas como Endomarketing tem se

destacado perante as demais, pois entendem a importância da valorização dos

funcionários, também chamados de “clientes internos”. Sendo este, um dos

segredos do sucesso dos negócios, atribuindo aos gestores a sua devida

valorização e reconhecimento que possam estimular suas equipes a atingirem os

resultados e objetivos esperado. Assim, em uma organização são as pessoas que

Page 78: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

78

atingem os objetivos, para isso necessitam de meios e estruturas adequadas, além

de um ambiente que promova a sua valorização. Portanto as pessoas são o

elemento principal e determinante para o sucesso das empresas.

As empresas têm que utilizar de forma eficiente todos os recursos

materiais que possuem, e principalmente, todo o potencial do indivíduo, sendo que

seu maior desafio é manter o colaborador integrado, ou seja, sentirem-se parte do

todo e voltados aos interesses da organização. Assim o Marketing Interno se tornou

uma ferramenta de apoio às organizações na busca contínua do comprometimento e

motivação dos funcionários, pois funcionários comprometidos estão engajados com

as suas responsabilidades e se tornam mais criativos e empenhados para alcançar o

resultado.

E Bekin (2004, p. 7) cita que:

As organizações se tornaram mais complexas e dependem de diversos

públicos. Antes dependiam apenas dos clientes. O Endomarketing é um

caminho para criar vantagem competitiva, ecológica e economicamente

sustentável.

Ou seja, o Endomarketing pode ser assimilado como uma prática do

Marketing que é aplicado no ambiente interno das organizações, que tem o intuito de

melhorar a imagem da empresa entre os seus colaboradores, culminando em uma

equipe motivada e disseminando os objetivos corporativos por toda a empresa,

deste modo, transmitindo tais valores ao mercado, pois consequentemente afetará e

influenciará no relacionamento com clientes externos. Portanto, influenciar o

colaborador como cliente final reflete na visão externa à empresa, possibilitando

através do Endomarketing atingir e refinar a qualidade dos serviços e produtos

prestados (Maróstica, 2017).

O propósito de valorizar os funcionários é para que estes se sintam como

peças fundamentais dos processos internos, que crie-se relações mais fortes entre

empresa e colaboradores, pois funcionários comprometidos convertem-se em

benefícios como: (Maróstica, 2017).

Funcionários comprometidos são os mais fieis cliente da marca,

tornando os embaixadores da marca;

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79

Assumem postura de donos;

Assumem riscos e responsabilidades;

Possuem ampla visão sobre a marca;

Superam obstáculos com mais facilidades;

Estabelecem vínculo mais forte com a empresa, assim diminuindo

o turneover (índice de rotatividade dos funcionários).

Conforme Meira e Oliveira (2004, p. 3-4), o Marketing Interno busca

alcançar três objetivos básicos:

a) Manter os colaboradores entusiasmados, conscientes sobre os

consumidores e bem orientados;

b) Estratégico - Criar entre os colaboradores um ambiente interno

agradável e propício para atendimento dos clientes finais.

c) Tático - Utilizando programas de treinamento para “vender”

campanhas de serviços e esforços de marketing aos funcionários.

Além disso, o Marketing Interno manifesta-se como elemento de ligação

entre cliente, produto e funcionário. Propiciando a verdadeira parceria entre a

empresa e empregados (Maróstica, 2017).

Ferramentas do Endomarketing:

Cada empresa possui uma necessidade diferente, deste modo, há

diversas ferramentas e instrumentos para se aplicar o Endomarketing a fim de criar e

disseminar um ambiente interno compatível aos ideais e aos valores da empresa.

Para determinar quais ferramentas devem ser aplicadas dentro das

empresas é preciso levar em consideração alguns princípios, como: o

comportamento dos chefes, condições de trabalho apropriados à força-tarefa da

empresa, valorização do colaborador e uma comunicação eficaz (Bekin, 2004).

Page 80: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

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A maneira com que a empresa se comunica com seus colaboradores

estabelecerá como sua imagem e sua marca serão percebidas entre todos. Seja

para atrair clientes ou seduzir funcionários, a comunicação é a chave principal dentro

da empresa (Maróstica, 2017).

Segue três exemplos de ferramentas para Marketing Interno que são

capazes de alterar a forma de se comunicar e lidar com os funcionários, assim

aumentando a satisfação interna e os tornando verdadeiros embaixadores da marca.

Melhoria na comunicação interna:

Comunicado interno, como cartazes e murais em locais estratégicos, além

de utilização de mídias sociais, para divulgação de campanhas publicitárias voltadas

ao público interno.

Como informado anteriormente, a comunicação interna é uma solução

para a execução de ações que podem melhorar a qualidade do ambiente de

trabalho. Por isso é importante possuir um diálogo dentro da organização. Assim o

colaborador sente-se cada vez mais útil e fundamental para o desempenho dos

negócios da empresa, aumentando sua motivação.

Integração do time:

Realizar festa de fim de ano é uma excelente forma de aumentar a

proximidade e o relacionamento entre seus colaboradores. Pois manter os

funcionários cada vez mais perto da organização é fundamental para que se sintam

fundamental nos processos.

Outro modo de integrar os funcionários é a elaboração de tarefas que

objetivam o bem estar dos integrantes através de trocas de experiências e

crescimento intelectual com o aprendizado colaborativo, aprimorando a integração

entre pessoas além do ambiente de trabalho, como por exemplo: Grupo de ajuda a

entidades carentes, assim estimulando o lado solidário de cada funcionário com o

intuito de que se sintam importantes não só no ambiente empresarial, como também

se sintam importante na vida de outras pessoas que necessitam de ajuda.

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Ou seja, a integração com a sociedade aumenta o bem estar e

entusiasmo do colaborador com a organização, pois enxergam valor em suas

atividades do dia a dia.

Vídeos institucionais:

Utilização de vídeos institucionais dispondo de imagens internas e

inclusive dos colaboradores executando sua rotina diária demonstra como a

organização é importante para a comunidade, com as responsabilidades sociais e

ambientais que defendem, além de demonstrar as tecnologias que possuem para

tornar os processos confiáveis, investimentos e resultados obtidos, assim resultam

na satisfação do profissional que trabalha na empresa.

Implementação do Endomarketing:

Conforme Bekin (2004) é necessário realizar um diagnóstico do ambiente

interno da empresa, deste modo é possível estudar os pontos a serem trabalhados

em um programa de Endomarketing.

Bekin (2004) também menciona que além do diagnóstico, é imprescindível

estabelecer um objetivo empresarial ou estar em um momento adequado no

mercado, para que possa ser realizado um reconhecimento e constatação dos

recursos disponíveis.

Além de declarar que um programa de Marketing Interno deve ser preciso

em suas ações de acordo com as categorias de abrangência ou tipo de situação

interna, ressalta que a primeira situação manifesta quando se percebe que a

organização necessita de uma consciência estratégica orientada para o atendimento

ao cliente como prioridade. Assim o Marketing Interno necessita criar uma nova

mentalidade na organização, ou seja, o discernimento de Marketing deve estar

presente em todos os colaboradores e, além disso, incorporar que o colaborador

também é um cliente (Bekin, 2004).

A segunda situação aparece posteriormente à criação da mentalidade de

uma cultura de serviço, pois é necessário um método para que essa cultura seja

mantida. Assim os valores da cultura de serviço se mantém inserido na rotina da

organização (Bekin, 2004).

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Na terceira situação, a mentalidade do serviço está estabelecida e é

preservada ao cotidiano da empresa, entretanto em vista da dinâmica da

organização é necessário ampliar essa mentalidade, adquirindo novos bens e

serviços para os colaboradores ao lado de atividades e campanhas de Marketing

(Bekin, 2004).

Através das circunstâncias internas da empresa que se constata quais

foram os caminhos percorridos pelo programa de Marketing Interno. Assim descobre

qual o nível que se encontra para que se possa operar adequadamente à

necessidade da organização, entretanto independente do nível, há duas escolhas de

ação que orientam o processo de implantação: a atitude e comunicação (Bekin,

2004).

Sendo que atitude é aquela que introduzem alternativas que se destinam

para a conscientização do colaborador para a importância estratégica de um serviço

orientado para atender o cliente externo. E a comunicação deve determinar um

sistema de informação que seja eficaz em dar subsídios para que todos possam

realizar suas tarefas com eficiência e produtividade (Bekin, 2004).

Resumidamente a atitude tem que acompanhar toda aplicação da

informação. Ou seja, a atitude é que incentiva a comunicação, e é a partir deste

clima de comunicação que as campanhas de informação conseguem atingir seu

objetivo (Bekin, 2004).

Assim Bekin (2004) considera que o sucesso da implantação do

Marketing Interno depende 10% do programa e os outros 90% são de

responsabilidade do gerenciamento e execução. Por este motivo que a liderança e

comprometimento dos gestores e lideres da alta direção é importante.

Deve ser destacado não apenas a implantação de um eficiente plano de

Endomarketing, mas também o comprometimento e dedicação de todos os setores

da organização, principalmente a alta diretoria da empresa.

Finalmente, Maróstica apud Bekin (2017, p. 22-23) informa quais as

características determinantes de um eficiente programa de endomarketing:

Page 83: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

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[...] Um programa de Endomarketing deve conter os seguintes tópicos:

treinamento sob a ótica de educação e desenvolvimento; processos de

seleção; planos de carreira, motivação, valorização, comprometimento e

recompensa; sistema de informações e rede de comunicação interna;

segmentação de mercado de clientes internos; cenários para novos

produtos, serviços e campanhas publicitarias. [...] o Endomarketing introduz

em cada um desses tópicos já conhecidos, uma nova perspectiva: a da

cultura organizacional voltada para o atendimento ao cliente, orientada por

uma noção de excelência no serviço e valorização daqueles que prestam o

serviço, os funcionários. [...]

A partir do momento que adota-se a cultura do endomarketing, onde há a

valorização do público interno, é possível observar um reconhecimento acontecer

com o público externo também.

Maróstica apud Oliveira (2017, p.25) apresenta o seguinte contexto do

programa de Marketing Interno:

[...] Segundo Brum, o planejamento em Endomarketing deve ser elaborado

para períodos curtos, visto que a informação é decorrente de decisões e

fatos do dia a dia. Assim, dependendo do objetivo que se pretende alcançar,

pode ser feito para um, dois ou três anos; se não houver mudanças nas

metas globais, pois este fato implicará na elaboração de um novo

planejamento. [...] A autora divide o planejamento em seis fases:

Fase 1 - Pesquisa e Diagnóstico:

O diagnóstico honesto deve orientar toda a criação do programa de

Endomarketing e é preciso ter em conta que o sucesso da pesquisa

depende do anonimato de quem fornece as informações e o sigilo destas.

Fase 2 - Definição da Meta Global:

É importante considerar meta a ser alcançada pela empresa, pois sem esta,

o programa de Comunicação Interna perde o seu horizonte e transforma-se

em um amontoado de mensagens sem conceito.

Fase 3 - Criação dos Ícones de Comunicação Interna:

A partir da definição da meta global, deve ser iniciada a criação do slogan

que caracterizará o desafio proposto. Esta frase deverá fazer parte do

cotidiano da empresa e seu uso obrigatório em todas as falas da direção e

instrumentos visuais de comunicação.

Fase 4 - Divisão do Publico Interno:

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O publico interno é simbolizado por uma pirâmide cortada em três camadas

horizontais, representadas pela Direção, Chefias Intermediarias e pessoal

da base.

Fase 5 - O Programa propriamente dito:

Programa de Endomarketing, segundo a autora, é a denominação dada “a

um conjunto de ações e instrumentos criados, produzidos e distribuídos com

o objetivo de informar, integrar e encantar o público interno” ou, ainda “um

conjunto de campanhas internas, com os objetivos diferentes, unidas por um

conceito maior”

Fase 6 - Escolha de um momento para lançamento:

Para levar a efeito com sucesso o programa de Endomarketing, a presença

do Presidente para o lançamento do programa, em clima de grande festa e

a utilização de um ambiente dentro da fábrica, decorado com os ícones do

programa para o lançamento das ideias globais do programa.

Assim, para Brum (2010), o marketing interno foca na motivação dos

funcionários de um modo que os mesmos se sintam engajados com os negócios da

organização e se sintam importantes para que a empresa possa alcançar os

resultados. Devendo assim incentivar a comunicação interna nas empresas, pois é

pelos funcionários que consegue ter uma clareza real da situação da organização, e

assim refletir na visão externa da empresa.

Quando os funcionários estão motivados, eles se empenham mais, são

mais criativos, sugerem melhorias, estabelecem metas, o "clima" do ambiente

transparece para o cliente, ele se convence de que naquela empresa as coisas são

bem feitas e os funcionários se dedicam para oferecer um serviço de qualidade

(Maróstica, 2017).

6.1.6 Política Comercial - Programas de Endomarketing

O endomarketing ou marketing interno são práticas do marketing voltadas

para os funcionários das organizações, com o intuito de motivá-los e disseminar os

objetivos corporativos por toda a empresa, a fim de que possa transmitir tais valores

aos clientes externos. Ou seja, o programa possibilita aos clientes internos sentirem-

se parte do todo e terem orgulho de fazer parte do time da DB, além de criar um

ambiente interno propício para o atendimento dos clientes.

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Vale ressaltar que tais ações não fazem distinção entre hierarquia, todos

os colaboradores devem compreender o projeto e querer fazer parte do mesmo.

Os programas de endomarketing são importantes também neste

momento. Pois de acordo com a realidade do mercado atual, são as ações de

endomarketing e treinamentos conceituais sobre temas que envolvem

responsabilidade social que também ajudarão a contribuir para a criação da

identidade da empresa. Demonstrando o seu jeito de fazer as coisas e de se

relacionar com a sociedade, construindo uma relação mais ampla, duradoura e

lucrativa junto aos consumidores.

A DB compreende que o marketing interno é de suma importância para

que todos estejam motivados e comprometidos com o resultado, assim será

disponibilizado para o ano de 2017 o montante de R$ 100.000,00 que serão gastos

para seu desenvolvimento e implementação do programa.

A DB possui processos sociais e educacionais tais como:

Projeto Bombeiro Mirim

Figura 5. Projeto Bombeiro Mirim

O projeto Bombeiro Mirim acontece em Patos de Minas desde 2010 e é

uma parceria do Corpo de Bombeiros, a DB, o Sest/Senat e Prefeitura Municipal.

O projeto visa ampliar as atividades oferecidas às crianças e adolescentes

que se encontram em zona de risco social. A ideia é estimular a iniciativa,

independência e busca de identidade, além de preparar para o enfrentamento de

situações de emergência.

Basquete Sobre Rodas

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Figura 6. Projeto Basquete sobre rodas

O Projeto Basquete sobre Rodas tem como objetivo, integrar esporte e

desenvolvimento social.

Projeto Escola Alternativa - Teatro

Figura 7. Projeto Escola Alternativa - Teatro

Projeto de responsabilidade social de ação conjunta entre a DB e o SEST

SENAT de Patos de Minas que atende adolescentes entre 6 e 18 anos de idade com

prioridade ao público de menor poder aquisitivo, ocupando o tempo ocioso com

educação lúdica, incentivando a permanência do ensino regular e melhorando sua

qualidade de vida.

A DB patrocina o time local de futebol da cidade Patos de Minas,

chamado União Recreativa dos Trabalhadores, ou simplesmente U.R.T. que

atualmente é um dos clubes mais importantes e de maior torcida da região do Alto

Paranaíba e do Triangulo Mineiro.

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Figura 8. Time de futebol U.R.T

No final do ano, a DB promove uma confraternização em seu salão de

festas que conta com a participação de aproximadamente 700 colaboradores. Além

de possuir vídeos institucionais que apresentam a DB que elevam a satisfação dos

colaboradores.

Sugestão de Melhoria:

Recomenda a empresa expandir e atualizar as seguintes ações e

programas:

Modos convencionais: Comunicado interno, como cartazes e

murais em locais estratégicos para divulgação, campanhas

publicitárias voltadas ao público interno.

Modos modernos e inovadores: Projetos voltados para a

Responsabilidade Social e Ambiental e o uso de mídias sociais.

Além de introduzir um programa de Incentivo para todos os

colaboradores, a fim de integrar a família do colaborador com a empresa, criando um

dia onde os familiares possam conhecer a empresa, participar de atividades

recreativas e conhecer a rotina de trabalho do colaborador.

Page 88: POLÍTICA COMERCIAL DA DB-AGRICULTURA E PECUÁRIA

88

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