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ATUALIDADE 33ª FITUR, Ana Larrañaga faz balanço ANÁLISE Como é o consumo de viagens no contexto da crise ENTREVISTA António Menezes OPINIÃO Pedro Machado fala sobre a nova Lei das Regiões de Turismo FAST TRAVEL TECNOLOGIA E SEGURANÇA NOS AEROPORTOS FAST TRAVEL TECNOLOGIA E SEGURANÇA NOS AEROPORTOS Nº 3 • fevereiro/março • 2013 • 5 € ATUALIDADE 33ª FITUR, Ana Larrañaga faz balanço ANÁLISE Como é o consumo de viagens no contexto da crise ENTREVISTA António Menezes, Presidente e CEO da SATA OPINIÃO Pedro Machado fala sobre a nova Lei das Regiões de Turismo

Ponto Turismo 3

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Page 1: Ponto Turismo 3

AtuAlidAde33ª FITUR, Ana Larrañaga faz balanço

ANÁliSeComo é o consumo de viagens no contexto da crise

eNtReViStAAntónio Menezes

OPiNiÃOPedro Machado fala sobre a nova Lei das Regiões de Turismo

Fast traveltecNOlOgiA e SeguRANçA NOS AeROPORtOS

Fast traveltecNOlOgiA e SeguRANçA NOS AeROPORtOS

Nº 3 • fevereiro/março • 2013 • 5 €

AtuAlidAde33ª FITUR, Ana Larrañaga faz balanço

ANÁliSeComo é o consumo de viagens no contexto da crise

eNtReViStAAntónio Menezes, Presidente e CEO da SATA

OPiNiÃOPedro Machado fala sobre a nova Lei das Regiões de Turismo

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3editorialpontoT U R I S M O

Quem quer ser Grego, hoje?Quem quer ser meu amigo amanhã?

E como nos negócios, quem age como no passado, colhe os mesmos resultados no futuro

A polémica do acordo ortográfico está para durar, particularmente depois dos nossos amigos e irmãos brasileiros terem decidido adiar a

implementação do acordo. Eu pessoalmen-te não vejo problema. Sinto-me parte duma ligação maior se 250 milhões de pessoas no mundo falarem o mesmo idioma que eu. Não me importo que “demanda” e “varejo” tenham o mesmo significado que procura e retalho para todos. Uma língua evolui e as pessoas e os países também. Querer crista-lizar um idioma faz-me lembrar um pouco a Grécia antiga. Os Gregos, após todo o seu pe-ríodo esplendoroso de riqueza política e cul-tural, tentaram protelar o definhamento da glória, elogiando apenas os mais eruditos ci-dadãos do nascente império romano, aque-les que falavam o seu idioma, preferencial-mente sem sotaque. Pelas mesmas razões, fico com a sensação que ao opormo-nos ao acordo ortográfico seremos mais do mesmo: não abrir mão das nossas conquistas passa-das, de alguma memória do nosso povo em prol do desenvolvimento e posicionamento da nossa nação no mundo. Parece que na impossibilidade de conseguir mostrar o que temos de melhor no presente nos agarramos ao passado como se não houvesse amanhã.Acho louvável o sentido de orgulho e de per-tença da nossa cultura, mas o mundo “pula e avança”, até pela mais simples das razões - “Money makes the world go round” – como alguém disse (e cantou)! Neste caso, mesmo correndo o risco de me rotularem como re-dutor, no campo dos negócios é assim que funciona e eu penso que no mundo atual quase tudo é um negócio. E como nos negó-cios, quem age como no passado, colhe os mesmos resultados no futuro.É assim também no nosso setor. Este ano 2013 entrou feroz quanto à rentabilidade das agências de viagens, particularmente no “outgoing”. Ainda não se vê luz ao fundo do túnel sobre a redução na pressão financeira

dos portugueses e vislumbra-se o fecho de mais balcões e empresas. Há pouco tempo, alguém conhecido no nosso setor, dizia para quem quisesse ouvir: “Agora vão-se ver os verdadeiros amigos!”, enfatizando os seus longos períodos de relação fornecedor/clien-te. Eu diria que agora não são precisos ami-gos, mas sim profissionais que nos ajudem a encontrar soluções, reduzir custos, criar mais-valias e acima de tudo nos ajudem a crescer. Costumo dizer que os amigos são para os “copos”. E o tempo não está para isso.Finalmente, sobre a nossa revista Ponto. No seu terceiro número pretendemos continuar a dar ao nosso leitor matéria para pensar o seu negócio. Desta vez, convidámos Antó-nio Menezes, CEO da SATA, Pedro Machado, Presidente da Região de Turismo do Centro, Fátima Silva, General Manager da Carlson Wagonlit, e por fim a Profª. Cristiana Oliveira, Diretora de Turismo e Hotelaria do ISLA, para falar das suas experiências profissionais e como avaliam o mercado na sua perspetiva de negócio. Espero que gostem.Até daqui a dois meses e… boa leitura!

Miguel QuintasDiretor Geral

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5índiceFicha Técnica pontoT U R I S M O

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3026

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Propriedade

Amadeus Soluciones Tecnologicas, S.A.Sucursal em Portugal

SedeRua de São José, 35 - 4º andar

1150-321 LisboaPortugal

Tel.: 21 321 30 99 - Fax: 21 322 58 75E-mail: [email protected]

diretor geralMiguel Quintas

diretora da Ponto turismo Helena Torres

Bimestral • Ano - 2013 - Edição 3

coordenação [email protected]

Tel.: 21 321 30 99

Produção de conteúdos e ediçãoMediapearl - Comunicação e Serviços, Lda.

Tel.: 216 024 [email protected]

[email protected]

Tel.: 21 321 30 99

FotografiaMediapearl

ProduçãoMediapearl - Comunicação e Serviços, Lda.

Rua 1º Cabo José Martins Silvestre, 6 - 3º Dtº1800-310 LisboaTel.: 216 024 713

[email protected]

impressão e AcabamentoRBM- Artes Gráficas

tiragem1000 exemplares

Registo na eRc N.º 126281

depósito legal N.º 350109/12

A revista Ponto Turismo é uma publicação da Amadeus Portugal. A empresa não se identifica necessariamene com o conteúdo dos artigos nem com as opiniões dos seus colaboradores. É proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização prévia da empresa editora.

03 Editorial

06 OpiniãoReforma é para bem da coesão da marca Portugal

08 EntrevistaAntónio Menezes, CEO SATA

14 Reportagem BTS

15 Caderno Amadeus

24 TecnologiaFast Travel - Simplificação no transporte aéreo

26 AnálisePara onde foi o meu cliente? É a economia, estúpido.Universidades vs. Indústria do Turismo:Os desafios do Mercado

30 Lifestyle Acampar com elegância: chegou o Glamping!!

32 AtualidadeBalanço FITUR 2013 - Portugal é já a maior representação europeia na feira

16 Entrevista Carlson Wagonlit Travel A diretora geral Fátima Silva antecipa novidades da empresa para 2013 entre as quais a abertura em Moçambique

19 Soluções: “AMADEUS CP – Comboios de Portugal permite reservas nos Alfa e Intercidades integradas no PNR Amadeus

21 Notícias: “Amadeus e-Support Centre já tem nova versão que dá resposta a todas as questões do dia-a-dia

“A SATA vai continuar a trabalhar de modo próximo com o trade no sentido de viabilizar o maior volume de tráfego possível”

Na entrevista o CEO da SATA, António Menezes, diz que o grupo vai continuar a apostar na internacionalização e na ligação aos Açores

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6 pontoT U R I S M O

opinião Regiões de Turismo

Pedro Machado(Presidente ER Turismo do Centro)

Em pleno processo da discussão, em sede de co-missão parlamentar de economia, da Proposta de Lei n. 112 / XII / 2a, que visa rever o regime jurídico das áreas regionais de Turismo de Por-

tugal Continental, sua delimitação e características, bem como regime jurídico da organização e funciona-mento importa, a nosso ver, rever algumas ideias cha-ve que devem contribuir para uma alteração do pa-radigma da gestão regional do turismo em Portugal.Importa percebermos se é oportuna, a proposta, e quais as razões dessa oportunidade? Importa saber-mos o “para quê” e qual a sua validade? No fundo, argumentos que justifiquem esta alteração e que cor-respondam ao objetivo maior de tornar mais eficien-tes as estruturas regionais de turismo na sua missão.Quanto à primeira questão, os factos são: antes do 25 de Abril de 1974, foram criadas as zonas de turismo que remontam ao Código Administrativo de 1936, fi-gura dual que se desdobra em Juntas de Turismo e Co-missões Municipais de Turismo, até às mais recentes, as associações de direito privado. A criação das Regi-ões de Turismo ocorre em 1956, através da Lei n. 2082, de 4 de Junho, conhecida por Estatuto do Turismo e cuja regulamentação ocorreu no ano seguinte através do Decreto n. 41035, de 20 de Março de 1957.Depois de 25 de Abril de 1974, através do Decreto Lei n. 327/82, de 16 de Agosto, a pedra angular encon-tra-se no substancial reforço do papel conferido aos municípios e na correspondente diminuição do poder central. Por esta via, até 2008, o país contava com 19 Regiões de Turismo e de 5 Agências Regionais de Pro-moção Externa.

Com o Decreto Lei n.67/2008, de 10 de Abril, nova lei para as áreas de turismo, “supostamente” alavanca-das no PENT, o país passou a contar com 11 Entidades Regionais de Turismo, incluindo os 6 Pólos de Desen-volvimento Turístico e manteve as 5 Agências Regio-nais para a Promoção Externa.Realizaram, estamos certos, neste período, um papel fundamental na promoção interna e externa, na es-truturação e planeamento do Produto, Marcas e Des-tinos, no apoio aos empresários, à dinamização das nossas economias locais, no combate às assimetrias regionais, entre muitas outras benfeitorias que con-cretizaram e ajudaram à criação de riqueza e desen-volvimento.

Num período em que se prepara um novo quadro de apoio comunitário para 2014/2020, e onde o Turismo deve assumir de forma clara um papel diferenciador, a revisão das Regiões de Turismo impõe-se como elemento reformador

Proposta de Lei das Regiões de Turismo Reforma é para bem da coesão da marca Portugal

Importa perceber os argumentos que justifiquem esta alteração e que correspondam ao objetivo maior de tornar mais eficientes as estruturas regionais de turismo

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Região de Turismo do Alto Tâmega e BarrosoRegião de Turismo do Nordeste TransmontanoRegião de Turismo do Alto Minho (Costa Verde)Região de Turismo Verde Minho (Costa Verde)

Região de Turismo Dão-LafõesRegião de Turismo da Rota da LuzRegião de Turismo do Centro

Região de Turismo dos Templários (Floresta Central e Albufeiras)Região de Turismo do RibatejoRegião de Turismo de Setúbal (Costa Azul)

Região de Turismo de ÉvoraRegião de Turismo da Planície DouradaRegião de Turismo Serra do MarãoRegião de Turismo São Mamede (Alto Alentejo)

Região de Turismo do Algarve

Região de Turismo - 1974 Entidades Regionais de Turismo - 2008

Evolução das Regiões de Turismo de Portugal desde 1974

Pólos de desenvolvimento turístico

ER Turismo do Porto e Norte de Portugal

ER Turismo do Centro de Portugal

ER Turismo de Lisboa e Vale do Tejo

ER Turismo do Algarve

ER Turismo do Alentejo

Pólo Des. Turismo Terras do Grande Lago AlquevaPólo Des. Turismo do Alentejo Litoral

Pólo Des. Turismo do DouroPólo Des. Turismo do Oeste Pólo Des. Turismo da Serra da EstrelaPólo Des. Turismo de Leiria-Fátima

Região de Turismo Douro-SulRegião de Turismo do OesteRegião de Turismo Serra da EstrelaRegião de Turismo de Leiria (Rota do Sol)

Alentejo

Algarve

Norte

centro

Lisboa e Valedo Tejo

Proposta - 2013

7pontoT U R I S M O

Regiões de Turismo opinião

A resposta à segunda questão, que hoje se coloca, é se estarão aptas, sem nada fazermos, a mudanças profundas do paradigma da procura e da oferta, da criação de novos fluxos nacionais e internacionais, de novos instrumentos de promoção interna e externa, dos novos canais de distribuição, de novos modelos de governação, de novos mercados emergentes, entre muitos outros itens que aqui poderíamos citar.Faz esta nova Lei a diferença com a proposta de alte-ração do modelo de território, ajustado à novíssima alteração do próprio modelo de organização dos mu-nicípios em novas comunidades intermunicipais e das próprias Nut III, temos em conta os indicadores para a competitividade regional, da demografia, das assi-metrias, dos fluxos de dormidas e taxas de ocupação, da sazonalidade, ganhamos eficácia, aumentamos a capacidade física e financeira do investimento na ca-

A criação das Regiões de Turismo ocorre em 1956, através da Lei n. 2082, de 4 de Junho, conhecida por Estatuto do Turismo e cuja regulamentação ocorreu no ano seguinte através do Decreto n. 41035, de 20 de Março de 1957

pacitação institucional, criamos uma visão nacional coerente com as sub marcas regionais? Seremos capazes de nos tornarmos mais eficazes e mais “apelativos “ para os mercados externos, tradi-cionais, consolidados e para os emergentes, aumen-taremos a nossa capacidade de nos associarmos, pú-blicos e privados, e fortalecermos a nossa presença conjunta com outros produtos e produtores da cadeia de valor da oferta Portugal?Num período em que preparamos um novo quadro comunitário de apoio, para 2014/2020, e onde o Tu-rismo deve assumir, claramente, um papel diferen-ciador da afirmação, competitividade e atratividade para Portugal, esta reforma impõe-se como elemento reformador do turismo regional, a bem da coesão com a marca Portugal. n

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8 entrevista António Menezes

antónio MenezesPRESIDENTE E CEO DO GRUPO SATA

T U R I S M O

pontoT U R I S M O

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9pontoT U R I S M O

António Menezes entrevista

Ponto Turismo – Como é que foi o ano de 2012 para a SATA enquanto grupo, e por companhia aérea, em ter-mos de resultados nos diversos indicadores: receita, passageiros, custos. Factores que influenciaram.António Menezes – Este ano a SATA apresentará os seus resultados a 28 de Fevereiro, após observadas as devidas disposições legais. No entanto, posso referir que houve uma melhoria dos resultados operacionais, sendo estes marginalmente positivos em todas as empresas do Gru-po SATA, o que é um feito assinalável, com o Grupo SATA a apresentar, pelo segundo ano consecutivo, a contraci-clo, um resultado líquido marginalmente positivo. Esta melhoria deve-se essencialmente a um muito eficaz es-forço de redução do custo unitário não-fuel (o custo do fuel em euros agravou-se em 2012). P. Turismo – Como é que perspetiva este ano para a avia-ção no geral e para o Grupo SATA, em particular e qual vai ser a estratégia da SATA?A.M. – Desafiante. A SATA continuará a oferecer solu-ções mais económicas ao nível tarifário para o mercado nacional, trabalhando de modo próximo com o trade no sentido de viabilizar o maior volume de tráfego pos-sível. A SATA continuará a reforçar a conectividade dos Açores com o Resto do Mundo, em especial, América do Norte e Europa, com natural destaque para a Ale-manha e a abertura de uma rota para França. Assim, a estratégia da SATA passará pela descida do seu custo unitário e reforço da sua internacionalização ao serviço dos Açores.

P. Turismo – Quais os projetos da SATA para os próximos três anos?A.M. – Internacionalização, com reforço da conectivida-de entre os Açores e os seus principais mercados emis-sores. Este ano a SATA reforçará as ligações com os EUA e com a Alemanha e abrirá uma rota para França, bem como reforçará as ligações entre os Açores e o Porto. De igual modo, reforçamos a conectividade através do es-tabelecimento de parcerias comerciais com companhias aéreas de referência, que possibilitam a alimentação da rede da SATA e maior acessibilidade aos Açores (TAP, Air Europa, Binter Canarias, Aigle Azur, Air Berlin, Aeroflot, SAS, Wideroe, Blue1, US Airways, Virgin America, Wes-tJet, Gol e teremos outras companhias aéreas nossas

antónio MenezesPRESIDENTE E CEO DO GRUPO SATA

Em ano desafianteSAtA continua a reforçar as ligações entre os Açores e o MundoNa grande entrevista deste número o Presidente e CEO do Grupo SATA considera que este ano será desafiante para a aviação no geral, mas que a estratégia será oferecer soluções económicas a nível tarifário, apostar nas ligações entre os Açores e o mundo, em especial com a América do Norte e a Europa

parceiras na América do Norte). A SATA inovará muitís-simo nos seus serviços, em especial nos que conferem maior proximidade aos seus clientes, como os serviços que se apresentam nas plataformas ubíquas da Web e dos Smartphones. Esta sanha inovadora será bastante visível, ainda, no que respeita soluções tarifárias.

P. Turismo – A SATA Internacional está a crescer no ae-roporto de El Prat em Barcelona, como é que vê esse crescimento? A.M. – É um voo charter, pontual, de peak-season.

P. Turismo – Creio que têm muitos code-shares com a TAP. Como tem sido essa relação e que impacto pode ter a venda da TAP nesta parceria?A.M. – É uma relação com um racional económico de ganho mútuo, que possibilita que a rede da TAP – de dimensão internacional assinalável, inserida na maior aliança do Mundo, Star Alliance – alimente a rede da SATA que serve os Açores. Assim, é uma adição de redes que beneficia a conectividade e as acessibilidades aos Açores. Dado o cariz da essência do codeshare, assente num ganho económico mútuo, por um lado, e que a TAP será sempre uma companhia alicerçada numa lógica de rede e não de ponto a ponto, por outro, cremos que será sempre do interesse económico da TAP manter e apro-fundar o codeshare.

P. Turismo – Uma das estratégias da SATA Internacional foi alargar a rede de destinos através da celebração de acordos comerciais (de IET – Interline Electronic Ticke-ting) com diversas companhias aéreas nos Estados Uni-dos, Canadá e Europa. Como é que tem corrido e em que situação estão as negociações que estavam a fazer no

a estratégia da SATA passará pela descida do seu custo unitário e reforço da sua internacionalização ao serviço dos Açores

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entrevista António Menezes10 pontoT U R I S M O

fim do ano com outras? (sei que estavam a negociar no Brasil com a Gol, com a Monarch para o mercado britâ-nico, entre outros)A.M. – A SATA tem alargado a rede de destinos através da celebração de acordos comerciais (IET) com muito sucesso, em ambos os lados do Atlântico. Na Europa, re-gistamos a TAP (codeshare), Air Europa, Binter Canarias, Aigle Azur, Air Berlin, SAS, Wideroe, Blue1 e Aeroflot. Na América, registamos US Airways, WestJet, Virgin Ameri-ca, Porter e Gol. Teremos mais novidades em breve. Com estes acordos servimos melhor as comunidades Aço-rianas (exemplo: WestJet e as Províncias Canadianas, Virgin America e a Califórnia) e os mercados emissores turísticos para os Açores (ex. TAP e Air Berlin).

P. Turismo – A partir de Abril a SATA Internacional vai ligar Ponta Delgada a Paris/Charles de Gaulle. Quais são as características da operação e quais as expectativas? A.M. – É uma operação regular, ao longo do verão IATA, com uma frequência semanal, operada em A320, que consubstancia uma aposta inequívoca no mercado francês. É mais um esforço da SATA, em contraciclo, em prol da diversificação dos mercados emissores turísticos

A SATA cumpre em excesso estas obrigações de serviço público e cerca de 35% dos residentes que viajaram nestas rotas em 2012 fizeram-no beneficiando de tarifas promocionais

para os Açores, que consubstancia a assunção de risco, pois sendo uma operação regular, não charter, a com-panhia aérea tomará risco (um risco calculado, mas que existe).

P. Turismo – Estão previstas mais rotas novas diretas para este ano? Se sim quais?A.M. -O ano de 2013 será um ano de conectividade máxi-ma oferecida pela SATA entre os Açores e o Mundo, com destaque para as operações de ano inteiro de Frankfurt, Munique, a abertura de Paris, o reforço de Boston, com uma terceira rotação semanal no Inverno, bem como um forte reforço do Porto para os Açores, inclusive, para a Terceira. A SATA também oferecerá uma ligação direta entre os Açores e as Canárias. Assim, temos uma forte aposta a contraciclo que aumenta a oferta e combate a sazonalidade.

P. Turismo – Quando é que perspetiva o regresso da rota da SATA que liga Lisboa ao Funchal? A.M. – Sendo uma rota fora dos Açores e não abrangi-da pelo nosso objeto social, a SATA rege-se estritamente por uma busca de rendibilidade económico-financeira.

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11António Menezes entrevistapontoT U R I S M O

“O tRAbAlhO Que deSeNVOlVO NA SAtA PReeNche-me”

P. Turismo - Como é que vê o futuro do turismo em Portugal e que caminho é que os empresários do se-tor devem tomar?A.m. - Vejo um futuro promissor em que a ofer-ta é cada vez mais qualificada e realça os factores de unicidade do destino Portugal. Os empresários devem seguir o caminho da qualificação e devem organizar a oferta existente em torno de produtos que potenciem experiências com emoções e empa-tias.

P. turismo - Penso que é formado em economia e que é ainda muito novo, mas o que é que gostaria de fazer um dia que deixe a SAtA?A.M. - O trabalho que desenvolvo na SATA é muito absorvente e preenche-me ao ponto de não pensar nisso.

P. turismo - O que é que gosta mais dos AçoresA.M. - De poder ver a minha mulher e os meus filhos várias vezes ao dia e do mar.

De momento não é uma rota interessante, pois há um excesso de oferta perante uma procura deprimida. Após a liberalização da rota em 2008, a verdade é que o tráfe-go não aumentou. A SATA cobria os custos diretos com a rota e tinha um bom produto. No entanto, temos uma melhor utilização para as aeronaves A320, como o refor-ço das ligações entre os Açores e a Europa e o Porto.

P. Turismo – Como veria a entrada de uma low-cost nos Açores, qual seria a vossa reação?A.M. – O posicionamento estratégico da SATA assenta numa proposta de valor qualidade-preço (value for mo-ney), que terá sempre que ser melhorada e alicerçada numa proximidade crescente aos nossos passageiros. Ademais, a SATA tem que se diferenciar por uma ofer-ta de ligações Continente – Açores e Inter-Ilhas Açores – América do Norte superior. A SATA terá sempre as me-lhores ligações para os Açores e dentro dos Açores. Tere-mos ainda que estar atentos a que inovações tarifárias e no produto os consumidores exigem, em função das suas reais necessidades e disponibilidades a pagar pelos diferentes atributos dos nossos serviços.

P. Turismo – Qual é a estratégia da SATA ao ter tarifas promocionais que são muito inferiores às tarifas dos residentes?A.M. – As tarifas promocionais estão disponíveis para os residentes, como se sabe. Há tarifas promocionais para residentes e para não residentes. No entanto, as pró-prias OSPs obrigam a SATA a oferecer pelo menos 10% dos lugares oferecidos nas rotas Continente – Açores a tarifas promocionais para residentes (e estudantes). Na prática, a SATA cumpre em excesso estas obrigações e cerca de 35% dos residentes que viajaram nestas rotas em 2012 fizeram-no beneficiando de tarifas promocio-nais. A SATA aplica uma política de transparência máxi-ma nesta importante matéria – de preços para residen-tes – que tem uma expressão muito apreciada no modo como o nosso inventário e pricing são disponibilizados para os residentes, no sítio www.sata.pt, que contempla um inovador motor de busca de tarifas promocionais desde Maio de 2012.

P. Turismo – Constou no mercado que a saída de Rui Quadros, vogal do Conselho de Administração e, dizem, um dos impulsionadores da rota da SATA Internacional para Salvador, teria a ver com uma reorientação das operações da SATA no objetivo de levar mais turistas para os Açores. Quer comentar?A.M. – Faz parte integrante do objeto social da SATA le-var mais turistas para os Açores. A SATA tem sistemati-camente e sobremaneira reforçado o número de rotas que opera para os Açores, bem como os acordos de In-terline com companhias de referência que reforçam a conectividade dos Açores. Assim, é evidente que a SATA sempre esteve, está e estará completamente orientada

O posicionamento estratégico da SATA assenta numa proposta de valor qualidade-preço (value for money), que terá sempre que ser melhorada e alicerçada numa proximidade crescente aos nossos passageiros

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entrevista António Menezes12 pontoT U R I S M O

A aposta no site passou pela necessidade de termos uma plataforma intuitiva, gráfica, que comunique com transparência máxima a disponibilidade das datas com as melhores tarifas possíveis

produtos turísticos terá que estar devidamente orga-nizada para os distintos segmentos. Há que organizar a oferta turística de modo a que as experiências sejam mais valorizadas. É um caminho a percorrer, inclusive, nos Açores.

P. Turismo – Como é que a SATA se posiciona em termos de comunicação com o cliente?A.M. – De modo próximo, comunicando a sua raiz iden-titária Açoriana, como uma companhia que se distin-gue pelos seus valores corporativos da Fiabilidade, Sim-patia e Inovação. Para tal, a SATA tem uma estratégia de comunicação proactiva que visa informar diretamente os seus clientes das constantes vantagens que a SATA cria para ele, através de distintos e complementares ca-nais digitais (SMS, newsletter digital, redes sócias, TV Corporativa, etc.), de elevada escalabilidade e de baixa pegada ecológica, numa lógica “many-to-one” (vários canais podem comunicar em simultâneo com um dado cliente).

P. Turismo – E como é que vê a evolução dos canais de distribuição? A.M. – A web e os smartphones convergirão em termos de valências disponibilizadas, a par dos tablets. Tere-mos mais vendas nestes canais, como presença ubí-qua. O GDS terá que permitir a venda de “ancillaries” sem entropias e de modo flexível. O EMD aumentará a eficácia da nossa distribuição e é uma realidade hoje. Temos enormes e fundadas expectativas no Amadeus Ancillary Services para 2013.

“O GDS terá que permitir a venda de “ancillaries” sem entropias e de modo flexível. O EMD aumentará a eficácia da nossa distribuição e é uma realida-de hoje. Temos enormes e fundadas expectativas no Amadeus Ancillary Services para 2013”

para levar mais turistas para os Açores. Por conseguinte, é descabido falar em reorientação. Em 2013 a SATA ofe-recerá a conectividade máxima para os Açores.

P. Turismo – Já foi escolhido alguém para o substituir?A.M. – Não.

P. Turismo – Que alteração é que vê no consumidor de hoje face à explosão que existe em termos de comu-nicação?A.M. – O consumidor exige informação em tempo real e de modo ubíquo, em todas as plataformas, desde os PCs aos smartphones. Os consumidores procuram ex-periências, emoções e empatias, pelo que a oferta de

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13António Menezes entrevistapontoT U R I S M O

“As inovações tarifárias muito económicas, como as tarifas pro-mocionais, as tarifas last minute e as compras coletivas são de enorme valor para os nossos clientes”

P. Turismo – Como é que tem sido a evolução no canal das reservas diretas online?A.M. – Muito positiva. A aposta no site passou pela ne-cessidade de termos uma plataforma intuitiva, gráfica, que comunique com transparência máxima a disponi-bilidade das datas com as melhores tarifas possíveis. As inovações do motoro de busca de tarifas promocionais e as compras colectivas catalisaram mais fluxo para o site. Estamos cientes que o grafismo do site, no que respeita ao motor de busca das tarifas promocionais, é uma mais-valia para todos os clientes, inclusive, para os agentes de viagens. A inovação das compras colecti-vas foi importante para capitalizarmos o poder do ma-rketing viral/redes sócias, bem como termos mais um canal para vendermos o nosso “distressed inventory”, e, por fim, criarmos mais uma alavanca de comunicação para determinados eventos, em torno dos quais pode-mos comercializar compras coletivas.

P. Turismo – Em termos de serviços e produtos, qual destacaria na companhia e porquê? (seja pela aceita-ção em termos de clientes, seja pela novidade, origi-nalidade)A.M. – As inovações no site e nos smartphones, que permitem uma viagem paperless, graças ao mobile check-in, web check-in e mobile boarding pass. As no-vas rotas e os novos IETs são mais-valias inequívocas. As inovações tarifárias muito económicas, como as ta-rifas promocionais, as tarifas last minute e as compras coletivas são de enorme valor para os nossos clientes, ademais, atentando a conjuntura que vivemos.

P. Turismo – Como está a implementação do projeto “Quality and You”?A.M. – Está a decorrer com grande aceitação interna e estamos certos que será um projeto fundamental para termos sempre presente a necessidade de surpreen-dermos os nossos passageiros. De referir que a inau-guração do Centro de Formação Aeronáutica dos Aço-res, em Santa Maria, tem sido muito importante, pois

confere à SATA ótimas instalações para as suas ações de formação e um ambiente propício para cultivar e reforçar a cultura da empresa, de forte raiz identitária açoriana e de matriz claramente comercial, centrada no passageiro.

P. Turismo – Como é que gostaria de ver a imagem da SATA projetada a nível nacional e internacionalA.M. – Uma imagem de forte identidade açoriana e de clara contemporaneidade, de acordo com os códigos da aviação civil do século XXI, em que a SATA é a solução natural das necessidades de mobilidade e de acessibi-lidade dos Açores. P. Turismo – Acha que os Açores têm potencial para terem mais cruzeiros, incluindo embarques e desem-barques? Qual seria o impacto em termos de viagens de avião?A.M. – Sem dúvida. Como destino turístico e escala, so-mos um destino ímpar, de excelência. As infraestruturas nas ilhas principais são excelentes para as escalas de cruzeiros. A SATA deverá trabalhar de forma articulada com os restantes atores deste importante setor. n

Centro de Formação Aeronáutica dos Açores, em Santa Maria, tem sido muito importante, pois confere à SATA ótimas instalações para as suas ações de formação e um ambiente propício para cultivar e reforçar a cultura da empresa

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14 pontoT U R I S M O

reportagem Brusiness Travel Show

Mais de 6 mil profissionais ligados ao corpora-te travel juntaram-se a 5 e 6 de fevereiro em Londres, durante a Business Travel Show, or-ganizado pela Centaur Exhibitions.

O evento é considerado pelo seu diretor David Chapple como “a principal exposição e conferência da Europa para os compradores de viagens corporate, diretores e bookers receberem informação, aprenderem e fazerem network”.A Amadeus foi o patrocinador principal do evento e um dos sponsers das conferências, tendo apresentado na ocasião o relatório “The 21st Century Business Traveller”.O documento analisa a forma como os gestores de viagens podem melhor ir ao encontro das crescentes necessidades tanto da empresa como dos viajantes, e apresenta argumentos para ajudar os departamentos de viagens corporativas a manterem e a aumentarem a sua importância para o negócio.Além do programa de conferências, o Business Travel Show contou ainda com eventos sociais um dos quais realizado no museu Madame Tussauds, patrocinado pela Amadeus, onde estiveram cerca de 500 profissio-nais. n

Amadeus foi o patrocinador principalBusiness Travel Show reúne 6 mil profissionais em londres

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Caderno

15Fátima Silva entrevistaT U R I S M O

pontoT U R I S M O

FátiMa silva DIRETORA GERAl CARlSON WAGONlIT TRAvEl

Personalizar as soluções para cada cliente é uma das forças da CWT

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21 Notícias Chegou a nova versão do Amadeus e-Support Centre para que encontre respostas a todas as questões que surjam no seu dia-a-dia

19 Soluções AMADEUS CP – Comboios de Portugal já está integrada com o Amadeus Selling Platfom permitido que as reservas sejam integradas no PNR Amadeus

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16 entrevista Fátima Silva

Fátima silva DIRETORA GERAl CARlSON WAGONlIT TRAvEl

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Fátima Silva entrevista 17

Em 2013 uma das novidades será a abertura da CWT Moçambique, em parceria com a ES Viagens

Política de Diminuição do Stress Foco da cWt passa pela assistência e pela segurança do Viajante

Ponto Turismo – Em Portugal a Carlson Wagonlit Travel ope-ra em joint-venture com a Espírito Santo Viagens. Como é que tem sido a relação?Fátima Silva – A relação tem sido excelente desde o primeiro momento. A ES Viagens é acionista da CWT em Portugal. A CWT beneficia de todas as sinergias da ES Viagens ao nível de contratação e outros serviços centrais, e beneficia, por outro lado, dos acordos do Grupo. O seu funcionamento co-mercial é completamente autónomo, beneficiando da rede mundial da CWT.É, portanto, um claro exemplo de uma re-lação “win / win”.

P. Turismo - Como é que correu o ano passado para a CWT face à atual conjuntura? Como foram as vendas a nível mundial e em Portugal em particular?F.S. – Os resultados são por norma, melhores ou piores, de-pendendo se os objetivos e a estratégia para os atingir é mais ou menos realista e ajustada à conjuntura e mercados.Em Portugal, os objetivos foram atingidos e, podemos mes-mo dizer, ultrapassados, tendo a CWT reforçado ainda mais os laços com os seus clientes e conquistado novos negócios, aumentando quota e faturação.A nível mundial os resultados estão igualmente dentro das previsões, confirmando alguma estabilidade ao nível do vo-lume, já que a descida em algumas áreas da Europa e Asia-Pacífico foram compensadas pela subida dos mercados da América Latina e América do Norte, para além do cresci-mento da área de Meetings & Incentives – CWT Solutions – a nível mundial.

P. Turismo - Sendo a CWT uma das maiores TMCS do mundo, quais são as estratégias que serão adotadas para fazer fren-te a um panorama que não se adivinha risonho para o setor turístico em Portugal?F.S. – Ao falar de setor turístico é, em nossa opinião, impor-tante que seja feita uma clara separação entre o que é a gestão e prestação de serviços na área de viagens de lazer e a gestão e prestação de serviços na área de viagens de ne-gócio e MI, area cuore da atividade da CWT.Essa clarificação é fundamental já que, muitas vezes, as duas grandes áreas não funcionam em consonância ou têm comportamentos iguais.As crises são, por norma, momentos de transição e momen-tos de mudança. Algumas mais positivas que outras, certa-mente. Mas se encarados de forma positiva são momentos em que a Importância de uma relação proativa e próxima com os Clientes, uma contratação coerente, agressiva mas sustentável para todos os seus intervenientes, uma busca constante pela qualidade e acessibilidade de serviço e um

investimento correto e assertivo nas novas tecnologias, vêm claramente mais ainda ao cimo.São, fundamentalmente, as áreas onde a forma de atuar da CWT no mercado vai continuar a reforçar-se com um grande objetivo: servir melhor o cliente empresarial.

P. Turismo - No contexto difícil em que vivemos, que impac-to prevêm das alterações no prazo de pagamento ao BSP?F.S. – Julgamos ser ainda cedo para qualquer conclusão mais definitiva. A CWT está naturalmente atenta ao que se está a passar no setor e tem preparadas para implementa-ção várias medidas de antecipação ou adaptação a reações do mercado.

P. Turismo - É espectável que as empresas optem por outras soluções alternativas às viagens de negócios, como as vide-oconferências?F.S. – Sendo as novas tecnologias uma vertente importante e de forte investimento por parte das grandes empresas, na maioria dos setores, a atual conjuntura de mercado leva a que uma das primeiras apostas seja a conquista de novos mercados. E, nesse sentido, a presença “in Loco” e o contato presencial é fundamental para iniciar estabelecer fortes re-lações de confiança.

P. Turismo - Que novidades é que a CWT vai ter para este ano?F.S. – Para 2013, o grande foco da CWT passa cada vez mais pela assistência e pela segurança do viajante.É uma Política de DIMINUIÇÃO DO STRESS, implementada através da adoção de políticas de viagem ajustadas e adap-tadas, e, igualmente, através do desenvolvimento de tecno-logia de apoio ao consumidor (móvel – social – local), que disponibilizem informação relevante e facilidade de reserva no momento.

Para 2013, o grande foco da CWT passa cada vez mais pela assistência e pela segurança do viajante numa política de “diminuição do stress”

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18 entrevista Fátima Silva T U R I S M O

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Para além disso, e ainda desenvolvido em 2012, veremos os resultados de:- Aquisição do World Mate (aplicações móveis)- Desenvolvimento da CWT to Go- Desenvolvimento da CWT Hotel Intel- Desenvolvimento do CWT Meeting Optimizer- Lançamento do CWT online OBT na China

E, naturalmente, a abertura da CWT Moçambique, em par-ceria com a ES Viagens, replicando o modelo de sucesso já implementado em Angola.

P. Turismo - Em julho a CWT divulgou as previsões para este ano dos preços nas viagens, estimando um aumento mo-derado em todo o mundo, embora maior nas regiões Ásia/Pacífico e da América Latina e menor na Europa devido aos constrangimentos económicos. Estas previsões mantêm-se ou houve alguma “correção”?F.S. – As previsões foram, no cômputo geral, certas, e de-monstraram uma tendência do sector e o comportamento global do mercado expectável segundo os dados e a expe-riência que a CWT coloca ao serviço dos seus clientes mas, igualmente, disponibilizando dados para uma correta inter-pretação estratégica do setor.

P. Turismo - Qual é o cliente tipo da Carlson Wagonlit Travel e quais os seus argumentos de venda?F.S. – Uma das alterações significativas nos mercados e nos modelos de negócio, na área da gestão de viagens empre-sariais, é justamente o fim da tipificação formal do cliente, como era o caso há alguns anos.Por oposição, hoje em dia assiste-se à personalização cada vez mais completa, das necessidades e consequentemente das soluções globais apresentadas para cada clienteEssa é claramente uma das forças da CWT a nível Mundial, a para, naturalmente, de outros argumentos com maior ou

menor peso consoante os casos como:- Presença Mundial – Atuação Local adaptada a cada mercado- Poder Contratual- Inovação e Tecnologia- Segurança e Assistência- Proatividade na gestão do programa de viagem dos seus

Clientes

P. Turismo - Outro estudo da CWT aponta para o nível cres-cente de tecnologia para os consumidores que está a ser adaptada ao serviço dos viajantes de negócios como a grande tendência para este ano. Em Portugal isso também acontece?F.S. – Sendo, pela sua dimensão, um mercado que, em algu-mas ocasiões, reage mais tarde que os grandes mercados, o tecido de clientes empresariais da CWT Portugal, consti-tuído na sua maioria por grandes multinacionais, faz com que, neste campo, o Mercado Português já exija soluções tecnológicas de última geração.A CWT é claramente um dos líderes mundiais do setor, tam-bém nessa área, pelo que já disponibiliza e opera ferramen-tas tais como:- Gestão de Perfis de Passageiro - Portrait- OBT - MyBooking, KDS, A&TM, GetThere, Concur, Traveldoo- MSC – Centros de atendimento globais- CWT To Go – Com um enorme foco na Mobilidade e Porta-

bilidade

P. Turismo - Como é que vê a Amadeus enquanto parceiro tecnológico?F.S. – A nível mundial, a Amadeus é um dos importantes parceiros tecnológicos da CWT e que, naturalmente, con-tribui para a manutenção e reforço da aposta que fazemos na tecnologia de proximidade com o cliente: Portabilidade – Mobilidade.Essa aposta na tecnologia faz parte do desenvolvimento da CWT Internacional e, naturalmente, da CWT Portugal. n

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19Caderno Amadeus soluçõesT U R I S M O

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Integrada com o Amadeus Selling Platform

“AmAdeuS cP – comboios de Portugal”Em 2008, a Amadeus Portugal em parceria com os Comboios de Portugal, desenvolveu uma plataforma que permite a reserva nos comboios Alfa Pendular e Intercidades. Hoje esta plataforma já está disponível no Amadeus Selling Platfom, permitido que estas reservas sejam integradas no PNR Amadeus.

Processo de reserva Amadeus/CPA solução Amadeus CP poderá ser identificada pelo seguinte ícone no Amadeus Selling Platform:

2 Idiomas à escolha:- Português- Espanhol

Criação do PNR em Amadeus

Consulta de disponibilidade

Aceder à Smart Tab CP para criar uma reserva

Seleção dos comboios para ida e volta e tipo de assento

Dados da reserva

Dados do Passageiro

Possibilidade de alterar assento:

Tipo de reserva

Tipo de pagamento

Possibilidade de cancelar reserva ou emitir bilhetes

CP

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Após a ordem de emissão o Sistema informa que reserva criada com sucesso

Relatório de venda

Nova impressão de bilhete (somente possível até 7 dias após a data de emissão)

No PNR Amadeus toda a informação de reserva passará para o back office da agência:

Por trás o Sistema atua da seguinte maneira:

Cancelamento de bilhete (somente até 10 minutos após a emissão)

No rodapé do ecrã é possível selecionar informação sobre relatórios de venda, possibilidade de anulação de bilhete e nova impressão de bilhete

AmAdeuS cPcOmbOiOS de PORtugAl

> A CP é responsável pelo apoio funcional e comer-cial do produto.

> A Amadeus oferece apoio relacionado com a in-tegração em Amadeus: O acesso através do Ama-deus Selling Platform, a criação do segmento no PNR Amadeus e o envio para o Back Office.

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Caderno Amadeus notícias

Chegou a nova versão do Amadeus e-Support Centre

… para que encontre respostas para todas as questões que surjam no seu dia-a-dia.

O Amadeus e-Support Centre é o seu principal recurso para autoaprendizagem e suporte. Ao oferecer acesso 24 horas por dia a uma vasta gama de informação e ferramentas de formação e suporte, o e-Support Centre ajuda-o a ser mais produtivo e permite que sua agência de viagens tire o máximo proveito do Amadeus, sistema de reservas líder da Indústria.

Já deve ter reparado que o Amadeus e-Support Centre está com um novo interface de navegação, mais aprimorado para uma melhor experiência na reso-lução das suas questões.

Após alguns meses de preparação, a Amadeus lançou a nova versão da sua plataforma de ajuda online. Esta versão permite uma navegação mais simples e intuitiva, com uma pesquisa mais clara e organizada, com o obje-tivo de resolver todas as suas dúvidas em menos tempo possível.Para que a sua navegação seja mais simples, esta ver-são contém uma barra de menu, sempre disponível para que possa aceder, à distância de um clique, a todas as áreas: Página Inicial, Suporte, Formação, Novidades e Minha Conta. A forma de procura também foi alterada, mostrando os resultados, de modo mais simples e orga-nizado. Ao realizar uma busca, encontrará os resultados dis-poníveis em português de Portugal, separados em três secções: Soluções (resultado de busca por termo/pala-vra), Manuais (acesso a manuais e guias práticos relacio-nados com o assunto) e Comandos (lista de transações relacionadas com o assunto procurado).Futuramente será associada à barra de procura, uma secção de vídeos e demos, que complementam toda a informação de ajuda e que estarão também disponíveis no canal de e-Support Centre do Youtube.Tal como na versão anterior o utilizador tem acesso a um separador pessoal, Minha Conta, onde poderá alte-rar/atualizar os seus dados.

Ainda não conhece e-Support? Se ainda não utiliza o e-Support, saiba que é uma plata-forma gratuita de ajuda online, que tem uma imagem atrativa e de fácil navegação. Integrada no Amadeus Selling Platform, esta ferramenta está disponível 24h, 7 dias por semana, permitindo que encontre as respos-tas para toda a sua aprendizagem, truques e dicas úteis, consultas de apoio com maior rapidez e facilidade. Sem interrupção do seu fluxo de trabalho e sem a necessida-de de ligar para o Helpdesk Amadeus.Se pretende aceder à ferramenta pela primeira vez, ape-nas deverá clicar no separador presente no Amadeus Selling Platform e preencher os seus dados. Se já é uti-lizador, poderá aceder a plataforma através da página: https://mye-supportcentre.amadeus.com.Comece já hoje a descobrir todos os benefícios de que poderá usufruir com o Amadeus e-support Centre!

e-Support em Números:• Estão carregadas mais de 1750 soluções e documen-

tos em Português (PT);

Página principal do Amadeus e-Support

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notícias Caderno Amadeus

Resultados de uma pesquisa no Amadeus e-support center

diferentes tipos de soluções:

Aumento de produtividade com acesso 24 horas aos serviços de formação e suporte da Amadeus O Amadeus e-Support Centre foi desenvolvido para dar resposta às suas necessidades de autoformação e supor-te num website intuitivo e de fácil pesquisa, quer procure aprender mais sobre um tópico específico quer precise de suporte imediato. Com o Amadeus e-Support Centre poderá encontrar a resposta a todas as suas questões de forma rá-pida e fácil sem que haja necessidade de interromper o seu fluxo de trabalho.

beNeFíciOS PARA O Seu NegóciO

> Aumento da produtividade, com acesso 24 horas aos serviços de formação e suporte.

> Fomento de conhecimentos e melhoria da reten-ção desses mesmos conhecimentos através de uma vasta gama de materiais de formação.

> Melhoria do tempo de resposta ao cliente pelo acesso imediato a uma vasta gama de informa-ção de suporte.

> Poupança de tempo e dinheiro em chamadas para o Help Desk da Amadeus.

PRiNciPAiSFuNciONAlidAdeS

> Acesso simples a partir do Amadeus Selling Platform.

> Acesso a conteúdos exclusivos.> Consulte a vasta gama de conteúdos de formação

e suporte com a função de pesquisa rápida.> Crie um caso para investigação.> Notícias atualizadas na página inicial.> Marque soluções e material de formação como

favoritos.

Uma vasta gama de conteúdo de formação ao seu alcance Procura material de formação? Para melhorar o seu conhe-cimento do sistema, pesquise os tópicos ou material de for-mação sobre os produtos Amadeus, tais como Manuais de Utilizador, Quick Cards, Manuais de Formação ou tutorais e Manuais Técnicos.

Melhore o seu tempo de resposta ao cliente com o acesso imediato a informação de suportePrecisa de suporte? Pesquise tópicos de suporte e procu-re soluções para mensagens de erro, consulte a rúbrica “Como” e soluções de resolução de problemas; crie um caso para investigação online ou contate a Amadeus diretamen-te. Procura um comando críptico específico? Consulte a lista completa de comandos por código ou palavra-chave. Com o Amadeus e-Support Centre pode poupar tempo ao usar as ferramentas de suporte e automatização.

Pesquise e adicione aos favoritos o conteúdo do site de forma fácil e rápidaIndeciso sobre que tipo de informação precisa? Digite uma palavra-chave na barra de pesquisa para encontrar todo o conteúdo de formação e suporte relevante, e use a pesquisa avançada para o ajudar a refinar resultados. Procura uma solução para uma mensagem de erro? Copie e cole a mensa-gem de erro na sua totalidade no campo de pesquisa avan-çada “Frase Exata” para encontrar a solução. Todos os docu-mentos são apresentados para que possa facilmente marcar materiais úteis como favoritos para referência futura.

Uma área pessoal personalizável A seção “Minha Conta” permite-lhe gerir toda a sua infor-mação pessoal de forma fácil e rápida num único espaço. Consulte e atualize os seus dados pessoais e preferências e aceda a todas as páginas e conteúdos previamente marca-dos como favoritos. Esta seção também lhe permite fazer o seguimento dos casos abertos e reclamações; consultar detalhes, adicionar comentários e capturas de ecrã ou con-sultar o histórico de casos fechados e reclamações.

Registo rápido e fácil acessoSe ainda não se registou no Amadeus e-Support Centre, tem apenas de preencher o simples formulário online para um registo imediato. O acesso ao e-Support Centre é fácil: cli-que na respetiva Smart Tab do Amadeus Selling Platform e será imediatamente direcionado para a página principal do e-Support Centre sem que haja necessidade de um início de sessão adicional. n

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tecnologia Indústria de Aviação24 pontoT U R I S M O

A utilização pela ANA Aeroportos de Portugal das novas tecnologias, no âmbito do Programa Fast Travel da IATA1, suportado também pela ACI2 .

1 IATA - International Air Transport Association (www.iata.org )2 ACI - Airports Council International (www.aci.aero )

Fast Travel

Simplificação no transporte aéreo

Em Dezembro de 2004, a IATA lançou o Programa StB – Simplifying the Business, que visava uma simplificação nos processos de Check-in de passageiros e de bagagem. O Programa StB, através de uma utilização cada vez

mais alargada das tecnologias de informação, procurava assim obter, não só uma redução substancial dos custos associados aos referidos processos (essencial numa altura em que a subida do preço do petróleo tinha conduzido a um aumento substan-cial dos custos de operação), como também, a agilização desses processos pela simplificação, o que, naturalmente se traduziria, numa melhoria da qualidade do serviço aos passageiros. Pese embora ter sido um Programa da IATA , tendo em conta o impacto previsível na infraestrutura aeroportuária, os aero-portos, através da sua associação – ACI, decidiram apoiar o StB e trabalhar em conjunto com a IATA na sua implementaçãoO Programa StB lançado em 2004 tinha o foco em cinco áreas específicas, das quais, enfatizo as que tiveram mais impacto. A primeira foi a introdução do Bilhete Eletrónico, desmateria-lizando o denominado “Bilhete IATA” repleto de cópias. Nesse caso, a poupança esteve fundamentalmente do lado das com-panhias aéreas (300 milhões “tickets” emitidos anualmente com um valor unitários da ordem de $9 USD). O Projeto ficou concluído em junho 2008.Uma segunda área de foco foi a introdução do BCBP – Bar Co-ded Boarding Pass que permitiu substituir os cartões de em-barque de banda magnética, tornando possível a utilização de cartões de embarque em papel normal ou telemóvel, supor-tado numa codificação através de código de barras de duas dimensões (2dBC) e recorrendo a standards do mercado. O Projeto BCBP permitiu assim às companhias aéreas a disponi-bilização aos passageiros do Web Check-in e Mobile Check-in. Esta simplificação do processo do lado do passageiro, permi-tiu também uma redução de custos do lado das companhias aéreas que deixaram de ter necessidade dos cartões com ban-das magnéticas, de custo elevado. Por outro lado, ao nível dos aeroportos, foi também possível obter uma simplificação das posições de Check-in e de portas de embarque, dado que, o equipamento necessário para a impressão e leitura do BCBP, é significativamente mais simples que o associado aos de ban-da magnética. A ANA encetou este processo de adaptação da sua infraestrutura de forma atempada, e os seus aeroportos receberam vários certificados da IATA por terem cumprido a migração para o BCBP antes da deadline estabelecida.Finalmente, uma terceira área importante de foco do StB de

2004 foi a introdução do CUSS - Common Use Self Servi-ce, o qual permitiu uma lufada de ar fresco no ambiente Self Service nas infraestruturas aeroportuárias. Assim, em 2008, a ANA instalou no Aeroporto de Lisboa uma bateria de kiosks CUSS, para utilização pelas diferentes companhias de modo a promover e incentivar a aplica-ção do conceito “common-use” nas implementações das soluções Self Service.Passados cinco anos, ou seja, em 2009, a IATA fez a revisão do Programa StB e lançou uma nova área de foco, con-substanciada no subprograma Fast Travel -, suportado em alguns dos desenvolvimentos efetuados na 1ª fase do StB, com o objetivo de assegurar uma utilização crescen-te das opções Self Service. O objetivo deste subprograma, como aliás o próprio nome sugere, vai no sentido de redu-zir as filas de espera, melhorar a eficiência da infraestru-tura aeroportuária e, naturalmente conseguir uma redu-ção dos custos associados. A Visão do Fast Travel aponta para que, no ano de 2020, 80% dos passageiros em todo o mundo possam ter acesso a um conjunto completo de soluções Self Service, na sua passagem pelos aeroportos. As seis áreas cobertas pelo Fast Travel são:

Check-in: visa assegurar o Check-in em ambiente Self Service através de kiosks, Web ou Mobile. No respeitante aos kiosks, a ANA, de modo a promover o conceito do

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25Indústria de Aviação tecnologiapontoT U R I S M O

Self Service em ambiente Common-use, com atrás já foi referido, lançou em 2008 uma bateria de kiosks CUSS no Aeroporto de Lisboa e, em 2012, através da uniformiza-ção do sistema CUTE dos seus aeroportos, a plataforma CUSS da ANA foi estendida quer em número de kiosks, com o abandono das soluções proprietárias, quer a nível da abrangência, a qual, se estenderá a partir de agora, e de forma gradual, aos restantes aeroportos.

Bags ready-to-go: tem em vista assegurar ao passageiro condições para imprimir e colocar na sua bagagem as respetivas etiquetas, bem como, a utilização de um bal-cão - Bag Drop Off –, dedicado à aceitação de bagagem já etiquetada.Os novos kiosks da plataforma da ANA instalados a par-tir de 2012 estão equipados com impressora de etique-tas de bagagem, assegurando desta forma a funcionali-dade requerida por este projeto.

Por outro lado, no âmbito do Fast Travel, existe neste momento um grupo de trabalho a avaliar o conceito do Home Printed Bag Tag, baseado na impressão das eti-quetas de bagagem em casa, juntamente com o Web Check-in. A folha A4 relativa à etiqueta é dobrada e colo-cada dentro de uma bolsa transparente que é, posterior-mente, presa à mala pelo passageiro.

Document Check: a viagem para alguns países exige um conjunto de requisitos por parte das companhias aéreas quer em termos de “Visas”, quer no respeitante ao envio de informação antecipada. Esta operação que é hoje efetuada ao nível do balcão, poderá ser realizada em ambiente Self Service, através de kiosks específicos para o efeito.

Flight rebooking: não faria sentido incentivar soluções Self Service, se não fossem acauteladas soluções para as irregularidades. Se por qualquer razão, estivermos pre-sente uma disrupção (atrasos e/ou cancelamentos) os passageiros deverão ser proactivamente protegidos, e terem a possibilidade de, através de canais Self Service (kiosk, web ou mobile) das companhias aéreas, escolhe-rem a opção mais adequada.

Self-boarding: trata-se de uma porta automática que funciona como porta de embarque, agilizando desta forma a operação de embarque através da introdução de um canal Self Service. O passageiro coloca o cartão de embarque num leitor associado ao sistema de embar-que que, após validação, abre uma cancela para permitir a passagem do passageiro. É uma solução em funciona-mento há vários anos, com especial incidência nos aero-portos alemães, onde, no espaço Schengen, não é efetu-ada a verificação da identidade do passageiro à porta de embarque (cross check). Os restantes países começaram por “acusar” a Alemanha de não estar a cumprir uma Diretiva da UE, mas em 2010, a redação dessa Diretiva foi alterada, de modo a tornar claro a não existência de tal obrigatoriedade. Como os restantes países tinham entretanto passado essa obrigatoriedade para a sua le-gislação interna, assiste-se neste momento a uma fase de alteração dessa legislação, e o nº de países a utilizar a solução de Self-boarding sem verificação de identidade tem vindo a crescer gradualmente.

Bag recovery: é um sistema que permite a reclamação da bagagem em ambiente Self Service. A ANA, em par-ceria com a SITA , Grounforce e Portway , instalou uma solução de Bag recovery no Aeroporto de Lisboa, junto aos Gabinetes de Lost & Found, a qual, está em funcio-namento desde Janeiro de 2012. Esta solução, ainda em ambiente trial foi sendo melhorada através da experi-ência obtida com a sua operação, tendo em conta que Lisboa foi um dos primeiros aeroportos a utilizar esta nova versão de kiosks Worldtracer da SITA. A experiência evidenciou que a sua utilização é maior quando existe uma situação grave em termos de irregularidades, em que o Canal Self Service é assim utilizado como alternati-va à fila de espera para atendimento em Desk. No entanto, com a generalização da utilização do Self Service no ambiente aeroportuário é natural que a sua utilização venha a crescer, à medida que, a própria in-teligência associada à aplicação Worldtracer for melho-rando. Recordo a satisfação de um passageiro que logo após o scan do cartão de embarque no leitor, apareceu-lhe uma mensagem no ecrã do kiosk referindo que a sua bagagem chegaria no voo seguinte, referindo o respeti-vo horário.Na sequência do que atrás foi referido em termos de generalização da utilização do Self Service na infraestru-tura aeroportuária, a ANA, em pareceria com a Vision-box , lançou recentemente um trial de Porta Automática (eGate) à entrada do Security Check Point (área de ras-treio dos passageiro e da bagagem de mão). Com esta solução, fica estabelecido um Canal de Self Service, onde é verificada a elegibilidade do passagei-ro para aceder à Sala de Embarque, agilizando desta forma o processo naquele ponto de controlo. Por ou-tro lado, consegue-se também uma familiarização cada vez maior com este tipo de ambiente Self Service, o que, naturalmente, facilita a utilização nas máqui-nas de controlo de passaportes eletrónicos (eBorder) em funcionamento nos principais aeroportos da ANA, como também, o Self-boarding atrás referido, quando este vier a ser implementado nos nossos aeroportos. Estamos, naturalmente, de corpo e alma com o “Fast Travel”…! n

Paulo Andrade (Chefe da Divisão de Engenharia da Direção de Sistemas e Tecnologias de Informação e atual Chairman do ACI World Airport Information Technology Standing Committee)

Está em avaliação o conceito do Home Printed Bag Tag, baseado na impressão das etiquetas de bagagem em casa

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26 pontoT U R I S M O

análise Viagens em crise

Neste tempo de crise, o consumidor de viagens aprende “à sua custa” quando se perde por um desconto e não obtém aquilo que procurava e aprende a ser racional para poder realizar os seus sonhos de viagens

Para onde foi o meu cliente?

É a economia, estúpido.

Neste último ano, vemos os números do BSP (tantas vezes utilizados para mostrar a vita-lidade da venda de viagens) a estagnar, e a impedir a sua queda fala-se da melhoria na

venda das viagens a empresas, nomeadamente com destinos como Angola e Moçambique. Comenta-se esse fenómeno conhecendo-se, ainda que não inteira-mente quantificados, os números da queda nas vendas de viagens de lazer: as ofertas de charters e de diferen-tes operadores que deixaram de existir; os clientes que compravam duas e três viagens por ano e que desapa-receram...Sim, clientes, porque esta conversa vem a propósito das vendas de viagens, e acima de tudo dos seus clientes, do consumidor e da economia que o rodeia.

Melhor dizendo, vem a propósito de uma frase por vezes dita em surdina. Para onde foi o meu cliente?Nestes dias fala-se muito do português que viu o seu rendimento reduzido e o brilho das suas expectativas de futuro diminuir.Questionando esse português sobre para onde irá na próxima Páscoa, o agente de viagens poderá ter como resposta “a lugar nenhum” ou “que ainda está a pensar”... ou como quem diz não sabe, mas não quer dizer que não vai a lugar nenhum ou que vai mas que vai de outra forma, que não com o seu agente de viagens.Quando a economia aperta, o consumidor torna-se mais criterioso, mais esperto, mais atento. Quando a econo-mia aperta o consumidor faz escolhas.

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27pontoT U R I S M O

Viagens em crise análise

O consumidor talvez diga que não vai trocar de carro porque o que tem ainda aguenta mais um aninho ou dois, o consumidor talvez troque a escola dos seus fi-lhos por uma que lhe dê menos despesa, o casal consu-midor talvez opte por um deles não trabalhar pois sairá mais barato para a economia da casa que um deles fi-que a cuidar dos seus filhos, o consumidor talvez passe a consumir cada vez mais produtos de marca branca porque assim se sentirá a poupar... e nas viagens?Poderia pensar-se que as viagens, não sendo bem de primeira necessidade, deixariam de estar no radar e na lista de consumo dos portugueses. Será assim para al-guns, mas acredito que não seja assim para uma gran-de maioria. Mesmo em tempo de crise, as pessoas não estão muito disponíveis para deixar o consumo de um produto de elevado valor emocional como as viagens. Preferirão, em alguns casos, sacrificar outros confortos em prol das viagens.O que acontece é que, como em tudo, também nas via-gens o consumidor faz as suas escolhas. A primeira e mais instantânea passa pela palavra des-conto, ou oferta ou promoção (são tantas as palavras neste âmbito que a escolha se torna difícil). Escolher o desconto é muitas vezes uma escolha emo-cional quando se poderia dizer o contrário e chamá-la de racional. É emocional porque nos faz sentir bem. Mesmo que não poupe sinto que poupei. Mesmo que não poupe posso dizer ao casal amigo que poupei e que, na loja ou no sitio X, garanti o melhor preço para as minhas férias. Mesmo que não poupe sinto-me bem comigo próprio, sou esperto nas escolhas que faço. A escolha emocional é extremamente importante no hábito do consumidor e, talvez por isso, numa época de crise proliferam tantos sítios de compras em grupo, de descontos e de oportunidades propondo viagens.Mas nem tudo é emocional. Nem tudo passa pelos des-contos.Na atual economia, e também por ela, o consumidor procura uma escolha racional. A que tem que fazer por-que se as viagens se tornaram parte da sua vida, parte dos seus hábitos de consumo e essenciais para o seu bem estar, para as poder realizar tem que fazer esco-lhas.O consumidor capaz de olhar para as viagens de um ponto de vista racional é um consumidor bastante mais adulto “nas suas opções de férias e viagens” e mais criterioso nas suas escolhas.No consumo das viagens todos temos um pouco de emocional e de racional. O racional dirá que, ao invés de duas ou três viagens por ano, se passe a efetuar apenas uma fazendo desaparecer a opção por uma ou duas escapadas de fim de semana . Que talvez nessa

viagem de “férias grandes” se passe a viajar menos dias indo para locais menos distantes ou mais baratos. Este lado do consumidor também contribuirá para que se “racionalize” a forma de adquirir viagens, procuran-do a “poupança” sem ser através da parangona do des-conto. A verdade (sempre discutível) é que um bilhete de avião para uma cidade europeia é hoje quase como se fosse um bilhete de autocarro que posso comprar na estação. E posso escolher alojamentos nessa cida-de comparando na internet e reservando diretamente. Sobre saber qual o melhor hotel para o seu orçamento tem sítios de “reviews” e classificação de hotéis ou a sua comunidade nas redes sociais. O consumidor ra-cional pesará a vantagem que tem em adquirir as suas viagens onde normalmente o faz e também por isso quem vende viagens tem que reinventar a forma de estar e de se relacionar com os seus clientes.O mercado da venda de viagens de lazer em Portugal reduziu em 2012 e pelo que vamos ouvindo continuará a sua redução em 2013. Mas continuarão a existir mui-tos portugueses a viajar. Portugal, como temos vindo a compreender cada vez melhor, está muito longe da Alemanha onde a crise de 2009/2010 levou apenas a uma descida de 2% nas viagens de lazer. O impacto da atual crise na nossa débil economia é muito superior a outras crises em economias mais desenvolvidas, e, o poder viajar todos os anos é um hábito também muito mais recente no nosso país.Mas continuaremos a viajar. Continuará a haver consu-midores de viagens. Continuará a haver Clientes.Em princípio mais criteriosos, mais exigentes e mais conscientes das ofertas existentes. Viajando menos vezes por ano. Viajando menos tempo. Viajando para destinos de maior proximidade orçamental, i.e. pode-rá por vezes ser mais barato viajar para determinados destinos mais distantes do que outros bem mais próxi-mos. Em suma, mesmo que haja o mesmo número de clientes haverá menos venda de viagens e tornará mais premente a necessidade de encontrar o cliente dispo-nível para reservar a sua viagem connosco. Temos que olhar o cliente como um bem escasso.E se falamos de agentes de viagens, nestes tempos de crise sairá vitorioso quem tiver o cliente. E não no sen-tido de propriedade, pois cada cliente é livre a cada mo-mento de escolher com quem adquire as suas viagens. Mas no sentido de “relação” de quem o compreende, de quem sabe estar com ele e de quem sabendo o que ele procura (porque o ouve) sabe encontrar e fornecer esse serviço. E também no sentido de “relação”, com-preende que ele esteja com outros, na internet, nas re-des sociais... procurando partilhar esse espaço com ele e mostrando a diferença do que pode dar.Neste tempo de crise, o consumidor de viagens apren-de “à sua custa” quando se perde por um desconto e não obtém aquilo que procurava e aprende a ser racio-nal para poder realizar os seus sonhos, encontrando nesse processo novas formas de reservar e procurar as suas viagens. Será uma lição que não irá esquecer quando a economia melhorar. n

Raul Rebelo GonçalvesLx Consult

Quando a economia aperta, o consumidor torna-se mais criterioso, mais esperto, mais atento e faz escolhas.

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28 pontoT U R I S M O

análise Formação

A interação entre o ensino e a indústria deverá assegurar que a formação esteja em consonância com as necessidades do mercado

Universidades vs. Indústria do Turismo:Os desafios do mercado

Tanto o ensino superior como a indústria do tu-rismo encontram-se a crescer rapidamente no mundo em geral.O fenómeno da globalização, a emergência de

novos mercados emissores e a crescente diversificação da oferta tornam o turismo, apesar da queda devida à recente crise económica internacional, numa das maio-res fileiras económicas do planeta. Portugal não é, portanto, exceção e em 2011, esta ativi-dade gerou um contributo direto no PIB equivalente a 5,3% do e 6,6% do emprego, com um total de 322.000 postos diretos de trabalho (World Travel & Tourism Cou-ncil, 2012). Espera-se, assim, que a sua contribuição para a riqueza nacional cresça 1,7%, totalizando cerca de 5,4% do PIB, até 2022 (World Travel & Tourism Council, 2012).Uma vez que o setor das Viagens e Turismo atinge toda a economia, o seu impacto real é ainda maior, represen-tando, directa ou indirectamente, 15,2% do PIB e 17,8% do emprego, com 866,500 postos indiretos de trabalho e 3,6 mil milhões de euros de investimento ou seja, 11,5% da formação bruta do capital fixo (World Travel & Tou-rism Council, 2012).O mercado do turismo procura cada vez mais uma valo-rização acrescida através da descoberta de novos hori-zontes e da exploração de diferentes abordagens, alicer-

çadas numa constante necessidade busca de inspiração.Por outro lado, a evolução dos canais de informação e distribuição, a proliferação de novos destinos e a altera-ção do paradigma de operação das companhias aéreas e outros fornecedores e prestadores de serviços, como os hotéis, alteraram, também, os hábitos de consumo e o comportamento do consumidor/turista na seleção, preparação e realização da sua viagem (Turismo de Por-tugal, I.P., 2013).Numa altura em que o Plano Estratégico Nacional para o Turismo (PENT) se encontra em fase de revisão e que pressupõe e incentiva as empresas do setor a “(…) repen-sar o modelo de negócio, antecipando as competências necessárias e libertando recursos para comunicar com o consumidor no momento e local de decisão de compra e simplificar processos e apostar em activos estratégicos (…)”, torna-se necessário antecipar o perfil dos profis-sionais que se quer formar, num momento em que se vivem profundas alterações de contexto no turismo no país (Turismo de Portugal, I.P., 2013).O rápido desenvolvimento do turismo, hotéis, agentes de viagens, atrações turísticas e outras indústrias rela-cionadas, necessita um grande número de profissionais altamente qualificados, o que garante aos cursos su-periores na área do turismo e hospitalidade uma larga

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Formação análise

perspetiva de empregabilidade. Por esta razão, a promo-ção de uma maior e mais profunda interatividade entre esta indústria e o ensino superior, torna-se incontorná-vel.As Instituições de Ensino Superior (IES) constituem uma fonte de graduados nesta área, devendo, para isso asse-gurar bons níveis de integração profissional. No entanto e de acordo com os dados relacionados com emprego e a colocação dos diplomados em turismo, existem mui-tos desafios a superar sendo, talvez, um dos mais im-portantes, a falta de ligação entre estas instituições e o mercado. A reputação da indústria do turismo tem sofrido, por ve-zes, com a falta de profissionalismo. A questão que se coloca é de saber se a diversidade de qualificações nesta área tem ajudado a dar a melhor resposta. Importa sa-ber, de igual modo, se os graduados nesta área têm uma maior taxa de empregabilidade.Com 576.383 pessoas sem trabalho, a taxa de desem-prego, em Junho de 2011, situava-se em 14,2% (16,3% em finais de 2012). Por oposição, a taxa de desemprego dos indivíduos com habilitação superior, à mesma data, ficou nos 10,67% do total dos diplomados (61.542 Indi-víduos). No que diz respeito aos números de referência dos graduados dos cursos nas áreas de turismo, encon-travam-se desempregados 1.354 indivíduos (7,70% do total dos titulares de habilitação superior à procura de trabalho é 0,233% do total de desempregados). Quando analisamos as diferenças entre as IES Privadas versus as IES Públicas, podemos constatar que a taxa de desem-prego situa-se nos 8,06% e 8,39%, respetivamente. Ape-sar dos números animadores e dos melhores resultados do privado no que respeita à taxa de ocupação nos cur-sos em apreço, muito existe ainda para fazer no domínio da formação pós-secundária, superior e executiva dos profissionais de turismo (Direção Geral das Estatísticas da Educação e Ciência, 2012). Ainda a este propósito, nos cursos ligados ao turismo, temas relacionados com as viagens, os destinos, a ho-telaria, o lazer, o desporto ou os eventos, integram as matérias, exigindo que os curricula, os docentes e os estudantes sejam coordenados por forma a estreitar li-gações e a aumentar o envolvimento com a indústria. Contudo, estas estratégias são, frequentemente, adota-das de forma pouco planeada, demonstrando, em algu-mas circunstâncias, falta de foco, empenho, estudos de mercado e/ou, muitas vezes, de recursos.Esta forma tradicional de ligação à atividade não é a mais adequada para o modelo pedagógico do ensino superior atual, onde são imperativos o envolvimento da comunidade e a relevância curricular para a garantia da preparação de profissionais mais capacitados e compe-titivos para um mercado que se tornou global.O modelo pedagógico assume-se assim como um espa-ço de atuação pedagógica coerente que deve ser enten-dido como um quadro geral de referência das práticas de ensino aprendizagem. Parafraseando o cientista in-formático Alan Kay “a melhor forma de prever o futuro é inventá-lo”. Ora, o ensino é justamente uma metáfora desta afirmação, uma vez que nos é pedido hoje a pre-paração dos profissionais do amanhã. As IES não deverão ser encaradas apenas como cen-tros de produção, de conhecimento e de saber, mas sim como pólos de fomento e dinamização do cruzamento

de informação onde cada um - empresas, profissionais, docentes, investigadores e estudantes - pode convergir na construção do conhecimento. As IES, para encararem o futuro de forma próspera, não se devem restringir uni-camente a fornecer saber aos seus estudantes por via do ensino, mas sim, implicar todas as partes envolvidas no sistema para construírem este conhecimento, numa lógica de partilha e de troca de ideias.A contribuição do ensino superior para o turismo não pode ficar isolada da prática e as pessoas envolvidas na elaboração dos curricula devem imperativamente trabalhar em estreita consonância com os diferentes stakeholders para assegurar uma forte ligação entre a teoria e a prática, melhorando assim a probabilidade de que os graduados dos cursos superiores de turismo terminem os seus ciclos de estudo com conhecimentos e competências estreitamente alinhadas com as neces-sidades e expetativas da fileira enquanto mercado de trabalho.Este nível de interação entre o ensino e a indústria tor-na-se, assim, crucial para o aumento da percepção do impacto da formação na indústria e para o desenvolvi-mento do reconhecimento dos graduados nesta área.Neste contexto, torna-se evidente que uma nova abor-dagem estratégica de aproximação ao mercado benefi-ciará não só a indústria e os seus intervenientes, como o próprio ensino superior e os seus estudantes, que po-derão encontrar, assim, uma via qualificada de entrada para o mercado de trabalho. n

Cristiana Oliveira (PhD.)Adjunta do Diretor Académico, Diretora de Turismo e [email protected]

Bibliografia

1 Direcção Geral das Estatísticas da Educação e Ciência. (2012). Caracteriza-

ção dos desempregados registados com habilitação superior - Dezembro

de 2011 . Obtido em 14 de 01 de 2013, de Direcção Geral das Estatísticas

da Educação e Ciência: http://www.dgeec.mec.pt/np4/137.html

2. Turismo de Portugal, I.P. (2013). Plano Estratégico Nacional do Turismo -

Horizonte 2013 - 2015. Obtido em 15 de 01 de 2013, de Turismo de Portu-

gal, I.P. : http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/turismo-

deportugal/destaque/Pages/ConsultaP%C3%BAblicasobreaRevis%C3%A

3odoPENT-PlanodeDesenvolvimentodoTurismonoHorizonte2015.aspx

3. World Travel & Tourism Council. (2012). Portugal Economic Impact Re-

port - Travel & Tourism Economic Impact Portugal 2012. Obtido em 27

de 01 de 2013, de World travel & tourism council: http://www.wttc.org/

site_media/uploads/downloads/portugal2012.pdf

Há muitos desafios a superar sendo, talvez, um dos mais importantes, a falta de ligação entre estas instituições e o mercado

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lifestyle Hotelaria30 pontoT U R I S M O

A grande diferença entre o comum Campismo e o Glamping é que as comodidades oferecidas aos hóspedes destes novos parques se assemelham às de um hotel de luxo. As tradicionais tendas

dão lugar a acomodações de alta qualidade, os sacos-ca-ma são substituídos por confortáveis lençóis e mantas e, em alguns casos, os portáteis fogões a gás foram trocados por pequenas cozinhas totalmente equipadas. A oferta varia entre Yurts (tendas originárias da Mongólia), Safari (tradicionais tendas sul africanas), Tipis (ou Teepees - ten-das típicas dos índios norte-americanos), Eco-Pods (pe-quenas cabanas construídas com materiais recicláveis), caravanas, bungalows, casas na árvore e outras surpresas. O conforto e a tranquilidade são as palavras de ordem para os adeptos do Glamping que apreciam algumas mor-domias só oferecidas, normalmente, em luxuosos hotéis. Nestas condições, o “campista” usufrui da proximidade com a natureza mas com muito requinte e em grande es-tilo. Neste ambiente rural, o luxo é recriado essencialmen-te pela decoração étnica, cuidada e elegante.

Hoje, o campismo já não é só para backpackers à boleia. Glamping é o novo conceito de campismo com glamour. Em comum com o campismo, o Glamping tem apenas o estreito contacto com a natureza, já que nas acomodações impera o charme e o requinte.

Acampar com elegância:

chegou o Glamping!!

Este novo conceito, do qual só recentemente se ouviu falar, congrega já alguns fãs portugueses. Mas mais que um con-ceito, o Glamping configura também um movimento que é baseado na filosofia ecológica e assenta numa consciência e atitude ambientalistas, promovendo uma forma de vida saudável e, sobretudo, sustentável. Muitos destes locais, à semelhança dos vulgares parques de campismo, têm bal-neários e casas de banho comuns, algumas de composta-gem, o que permite uma maior poupança de recursos. As águas para os banhos são aquecidas pelo sol e as águas para outros fins são muitas vezes reaproveitadas. Neste âmbito ainda, alguns dos parques têm zonas comunitárias de convívio onde hóspedes e proprietários podem partilhar

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localização: Arganiltipo de Alojamento: Dois yurtObservações: O programa lua-de-mel “Green Ho-neymoon Haven” é um dos elementos distintivos deste local. O alojamento inclui pequeno-almoço. É possível reservar jantar que pode ser servido no yurt ou no alpendre comum. Existem algumas praias fluviais próximas.

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refeições com os produtos produzidos nas hortas e quintas, cozinhados, por exemplo, em fornos de lenha artesanais ou fornos solares. É sob este mote ecoambiental que os “cam-pistas” são convidados a fugir da azáfama da vida quotidia-na e da confusão das grandes cidades, e a refugiar-se nesta outra envolvente.A maioria dos proprietários dos parques de Glamping nacio-nais é de origem estrangeira, bem como a maioria dos seus clientes, que chegam sobretudo da Holanda, Reino Unido e Alemanha. Os vários parques estão espalhados de norte a sul do país, com especial concentração em zonas de serra, alguns até inseridos em parques ou reservas naturais. Em Portugal, são já mais de uma dezena os locais de Glamping onde se pode reservar alojamento desde 20€ por dia, embo-ra a maioria dos locais exija um mínimo de noites.Estes parques de luxo alternativos também proporcionam outro tipo de experiências. Se está a pensar numa festa de casamento original ou numa lua-de-mel diferente esta pode bem ser uma das suas hipóteses. O Yurt Holiday Portugal, em Arganil, é disso exemplo. Mas para Hannah e Derrick, os proprietários “a aventura do Glamping é especialmente indi-cada para os habituais campistas que procuram maior con-forto ou para aqueles que nunca acamparam mas apreciam o contato com a natureza”. No fundo é preciso ter uma men-te aberta a novas experiências. As recomendações aos cam-pistas são importantes: “aqui não há televisão, não há rede de telemóvel e os saltos altos são proibidos”. Se ainda está indeciso sobre embarcar nesta aventura ou não quer sujar os sapatos, pense um pouco melhor, porque neste parque “só se aceitam happy glampers”. Apesar de haver energia elé-trica nos yurts, gerada pelos painéis solares, é aconselhável levar uma lanterna.Em declarações à Ponto Turismo Joke Geertsma, a proprietá-ria do Portugal Nature Lodge, em Odemira, onde a oferta de tendas é variada, diz que “a dificuldade é escolher. A tenda Safari é para os mais aventureiros, o Yurt é mais romântico, ideal para famílias com crianças pequenas, e a Tipi perfeita para adolescentes e jovens”. Questionado sobre como “ven-deria” este conceito a alguém que gostando da natureza, detesta campismo e não suporta insetos, Joke graceja e responde “aqui os mosquitos, as aranhas e as formigas são praticamente acidentais”.Também a Sul, no Eco Lodge Brejeira, em Silves, a oferta em termos de acomodações, vai além das habituais tendas.

Nesta herdade alentejana, os “campistas” podem escolher entre uma tenda Yurt, uma roulotte cigana holandesa ou uma carrinha dos bombeiros alemães convertida em auto-caravana. E em Aljezur, no The Walnut Tree Farm, pode mes-mo experienciar a estada numa casa da árvore construída no tronco de uma nogueira centenária”.Por toda a Europa, encontram-se também já diversos destinos de Glamping. Em Múrcia, Espanha, há um parque naturista onde o uso de roupa é opcional. Em Girona, a oferta inclui cerca de uma dezena de casas na árvore, construídas a uma altura de entre três a oito metros do solo, sem água corrente e onde a vista deslumbrante sobre a beleza natural dos Pire-néus é a maior atração. Em França, mais propriamente em Li-mousin, existe um parque onde os hóspedes são convidados a participar nas atividades da quinta, nomeadamente, colhen-do os vegetais que são os ingredientes das refeições confecio-nadas em comunidade. E na Suíça há um parque, com vista sobre o Lago de Genebra, que dispõe de quarenta tendas de estrutura geodésica, vulgarmente chamadas Dome, equipa-das com o mais alto conforto para proporcionar aos hóspedes agradáveis estadias no rigor dos invernos alpinos.Em destinos mais longínquos a oferta varia entre casas na árvore, a céu aberto, em Bangkok, na Tailândia, um parque de natureza, fauna e flora selvagens, em Tofino, no Canadá, e luxuosas tendas com piscina e spa privativos “perdidas” no Deserto do Thar, na Índia. Além destas, as opções são muitas.Quando se fala em campismo com glamour é já muito di-versificada a oferta, quer em Portugal, quer na Europa e no resto do mundo. Resta agora escolher o destino e dispor-se a vivenciar esta nova experiência que é o Glamping. n

Ana Vilar Bravo

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localização: Odemiratipo de alojamento: Yurt, tenda safari, tipiObservações: Cada tenda tem a sua própria casa de banho e a tenda safari tem cozinha também. O pequeno-almoço é opcional na diária, mas caso os glampers queiram ter essa “mordomia”, este é leva-do à tenda todas as manhãs.A praia fica a 10 quilómetros.

Os vários parques estão espalhados de norte a sul do país, com especial concentração em zonas de serra, alguns até inseridos em parques ou reservas naturais

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atualidade Fitur

A FITUR encerrou no passado 3 de Fevereiro, depois de cinco dias, com um balanço positivo que se traduziu num aumento do número de visitantes profissionais em 1,3% para cerca

de 120 mil, oriundos de mais de cem países, onde Portugal assume já a maior representação europeia. A Ponto Turismo

fez um balanço junto da diretora da Feira Internacional de Turismo de Espanha, Ana Larrañaga, que considerou a 33ª edição da FITUR “muito positiva” tendo em conta o

panorama económico complicado.

Balanço FITUR 2013Portugal é já a maior representação europeia na feira

Ana Larrañaga, diretora da FITUR, diz que Portugal é a representação mais importante da Europa

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Fitur atualidade

A FITUR é a primeira montra turística do ano e durante estes cinco dias pudemos conhecer projetos, estratégias e tendências do mercado

Ponto Turismo - Qual é o balanço que faz desta edição da FITUR perante um panorama econó-mico tão complicado?Ana Larrañaga - O balanço é muito positivo, a

feira teve um aumento no número de visitantes profis-sionais em 1,3%, para cerca de 120 mil pessoas e estima-se que tenham vindo 90 mil visitantes durante o fim-de-semana. Só no sábado, por exemplo, estiveram mais de 50 mil visitantes.No entanto, é preciso destacar um aspeto mais impor-tante do que o número de visitas e que é a satisfação dos expositores ao cumprirem os objetivos a que se ti-nham proposto e cobrir as suas expetativas comerciais.O objetivo da Feira foi, mais uma vez, oferecer o melhor serviço aos participantes criando o fórum mais adequado para impulsionar novas oportunidades de negócio e, neste sentido, já estamos a trabalhar na nova edição da FITUR.

P. Turismo - Acha que mais uma vez foi a fotografia do setor?A.L.- Sem dúvida, a FITUR é a primeira montra turística do ano e durante estes cinco dias pudemos conhecer projetos, estratégias e tendências do mercado. Além disso, os participantes costumam estabelecer agendas e linhas de trabalho que se desenvolvem ao longo do ano.A oferta da Feira conta com a representação de todos os tipos de turismo, em especial aqueles segmentos que contam com um interesse crescente entre os viajantes e neste sentido, integrou como novidade o segmento do Enoturismo, com grande potencial de crescimento, com o espaço FITUR – Alojamentos do vinho.

P. Turismo -Cumpriu-se o principal objetivo. Como foi o resultado do III Workshop Hosted Buyers?A.L.- O FITUR B2B, que agrupa o Workshop de FITUR e Investour Américas contou com um total de 1.580 reu-niões agendadas previamente entre 184 expositores e 118 compradores de 30 países, convidados através do programa “Hosted Buyers” da Feira.

P. Turismo - E os restantes workshops? Investour África... A.L.- O Investour África gerou mais de 400 encontros de negócio “B2B” face a uns 300 em 2012, o que representa um grande sucesso.

P. Turismo - Este ano como novidade as empresas pu-deram comercializar a sua oferta nos dias dedicados ao público. A resposta foi positiva? Tanto do público como das empresas?A.L.- A iniciativa foi muito bem recebida. Os participan-tes acolheram-na com promoções especiais e descontos

que oscilaram entre os 20% e os 40% e os visitantes pu-deram, além de recolher informação sobre os seus des-tinos favoritos, encontrar promoções exclusivas a um preço mais vantajoso.

P. Turismo - Que tendências se puderam identificar para o futuro do Turismo?A.L.- Apesar da crise e dos cortes orçamentais, esta edi-ção da FITUR pode caracterizar-se pelo otimismo do se-tor, que cumpriu as suas expetativas de negócio e con-seguiu bons resultados.Deste modo, convém destacar o êxito da FITUR KNOW HOW & EXPORT, uma das novidades desta edição, que confirmou a importância do conhecimento ao serviço da indústria, para conseguir um turismo de qualidade.

P. Turismo – Este ano realizou-se ainda o segundo even-to sobre social media. Que conclusões é que se tiraram? A.L.- Esta segunda edição confirmou o interesse que este fórum desperta nos profissionais de marketing e comunicação do setor, ao passar dos 90 assistentes em 2012, para os 167 que estiveram no sábado. Durante o encontro de Social Media Sharing, Hey AV, empresa de comunicação e marketing online responsável pelo plano de redes sociais da FITUR, apresentou o segundo relató-rio sobre utilização das redes sociais no setor turístico, um documento que permite conhecer as dinâmicas do setor com indicadores fiáveis para poder planear as es-tratégias de social media mais adequadas.

P. Turismo – Como foi a presença de Portugal na FITUR este ano?A.L.- A presença de Portugal na FITUR tem sido contínua desde a primeira edição da feira e actualmente repre-senta a maior participação da Europa e uma das mais importantes na área internacional. O compromisso do Turismo de Portugal em mostrar a sua melhor imagem e oferta na Feira contou com o reconhecimento da FITUR que distinguiu o espaço com um dos seus prémios para o Melhor Stand na categoria Internacional.O governo de Portugal, por sua vez, concedeu à IFEMA-FITUR a Medalha de Ouro de Mérito Turístico pelo seu trabalho na divulgação de Portugal como destino tu-rístico, tanto em Espanha, como especialmente a nível internacional. Recorde-se que Espanha é o primeiro mercado emissor para Portugal e entre os turistas es-panhóis, o país luso está entre os seus três destinos de férias prioritários. n

A FITUR caracterizou-se pelo otimismo do setor que cumpriu as suas expetativas de negócios

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atualidade IATA

O crescimento do tráfego de passageiros em 2013 será menor do que em 2012, que foi de 5,3% apesar do panorama económico. Para este ano o crescimento estimado será de

4,5% segundo os dados publicados pela IATA, que fala em “otimismo moderado”.A taxa de ocupação média anual das companhias aéreas foi de 79,1%, um nível considerado pela IATA como es-tando “perto dos recordes” e que demostra “o extremo cuidado com que as companhias aéreas gerem as capa-cidades”, diz ainda a IATA numa informação que cita o seu CEO, Tony Tyler.“O crescimento juntamente com alta rotatividade e uti-lização dos aviões ajudam as companhias aéreas a ter um lucro estimado em 6,7 mil milhões de dólares, ape-sar dos preços altos do combustível” diz o CEO que no entanto sublinha que “com uma margem de lucro líqui-do de 1,0%, a indústria está apenas a manter a cabeça à tona da água”.Os dados da IATA indicam que o crescimento em 5,3% ficou abaixo do de 2012 relativamente ao ano anterior que tinha sido de 5,9%, mas ficou acima dos 5% de mé-dia de vinte anos. No ano passado o tráfego internacional de passageiros cresceu 6%, enquanto que o doméstico teve uma varia-ção positiva de 4%, ambos impulsionados pelas econo-mias emergentes.

Os mercados emergentes de longo curso “salvaram” o crescimento do tráfego aéreo de passageiros das companhias aéreas europeias

Dados IATA

crescimento do tráfego em 2013 vai ser menor

O maior crescimento no tráfego internacional aconte-ceu nos mercados emergentes, em particular no Mé-dio Oriente (+15,4%), América Latina (+8,4%) e África (+7,5%). A capacidade aérea aumentou de forma mais lenta do que a procura, em 4%, o que contribuiu para uma taxa de ocupação de 78,9%.O contexto económico penalizou as companhias aéreas europeias que tiveram um crescimento no tráfego de passageiros mais lento do que em 2011. Em 2012, o trá-fego de passageiros das transportadoras europeias foi de 5,3%, quando em 2011 tinha sido de 9,5%. O crescimento foi alavancado pelo desempenho no lon-go-curso das companhias europeias da zona Euro, uma vez que dentro da União Europeia o tráfego estagnou devido ao baixo crescimento económico. As companhias aéreas fora da zona Euro contribuíram para um quarto do crescimento, sendo a Turquia a gran-de responsável. A capacidade aumentou em 3,1% em-purrando a média de ocupação nas companhias para 80,5%.No tráfego aéreo doméstico a procura cresceu 4%, com a China e o Brasil a terem crescimentos de 9,5% e 8,8%, respectivamente, com aumentos de capacidade de 11,5% no caso da China e de 4,8% do Brasil. A Índia teve uma contração com o tráfego de passagei-ros a cair -2,1% sobre os níveis de 2011, e a capacidade a aumentar muito ligeiramente, em 0,3%. A capacidade total aérea aumentou em 3,8%, ficando em linha com o aumento da procura. A taxa de ocupa-ção média no tráfego aéreo doméstico manteve-se nos 79,5%.Se no tráfego de passageiros houve um crescimento, o mesmo não aconteceu com a carga que contrai em 1,5%, sendo o segundo ano consecutivo em que aconte-ce, embora em 2012 com uma queda maior. n

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