Por que sua relação não funciona

E o que fazer sobre isso...

Índice

Quem sou eu

O Básico

Paciência

Confiança

Entrega

Parceria

Positividade

Algo a mais

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Quem sou eu

Nasci em Foz do Iguaçu / PR no ano de 1982. Atualmente tenho 37 anos de idade e sou pai de três filhos, Sarah, Pedro e Artur, frutos do meu relacionamento com a Andréa, com quem estou junto desde 1999.

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Boa parte de minha formação se estabeleceu na cidade de Curitiba / PR, onde me graduei em Psicologia, fiz Especializações em Acupuntura, Psicodrama Terapêutico e também onde concluí o Mestrado em Psicologia. Por último, realizei em São Paulo, pelo Instituto TFT Brasil, formação em TFT - Thought Field Therapy (Terapia do Campo do Pensamento), Nível Avançado.

Atualmente, resido em Florianópolis / SC, cidade em que atuo com psicoterapia individual e de casais. Já são mais de 15.000 horas de atendimento auxiliando pessoas a desenvolverem sua capacidade de amar, de sonhar, de serem felizes e de escreverem seu próprio destino.

Nestes últimos 14 anos de prática com psicoterapia, 11 anos também foram dedicados a palestras e ao ensino na Graduação e Pós-Graduação em cursos de Psicologia, Psicodrama e Acupuntura nos estados do Paraná e Santa Catarina.

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O BásicoQueremos ser felizes, não é mesmo?! Esse é um direito de todos: meu e seu. Vamos imaginar que ao entrarmos em uma relação, nós embarcamos em uma jornada conjunta onde queremos o melhor; e isso nos faz muito bem. Ficamos felizes e tudo vai bem: sentimo-nos amando e sendo amados. Todavia, em algum momento, podemos ter uma sensação de que já não amamos tanto quanto antes e que muitas outras coisas na relação já não são iguais.

No início do relacionamento, as coisas boas superam em muito as coisas ruins. Como é bom aquele momento! Há uma paixão e uma grande vontade de estar junto. Tudo é intenso e agradável. É como se nunca fosse acabar. Será mesmo que pode ser “eterno“?

Então... começa a agir o tempo e suas manifestações de realidade. Eis que vem a rotina: dia após dia, ela se impõe abafando as novidades. Hábitos como os de limpeza e organização da casa, horários de chegada e de saída, compromissos sociais e familiares, contas a pagar, entre tantos outros, podem impedir nossa capacidade de perceber quem está ao nosso lado com aquele mesmo sentimento de antes.

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O BásicoNenhuma relação perdura com felicidade se não existirem laços e sentimentos de amor que possam ser compartilhados mutuamente.Onde não há mais o amor, não há entusiasmo suficiente para permanecer. E sentir o amor é o que nos faz permanecer. Preservar essa conexão emocional que dá vida à relação é o principal dilema de muitos casais.

Se não houver diálogo sobre as incertezas e as inseguranças que surgem diante daqueles pequenos desafios do dia a dia, então, é provável que cada um fique mais quieto, pensativo e distante. E esse cenário, mantido por muito tempo, pode desencadear aquela tão temida crise na relação, onde ambos falam tudo aquilo que ficou engasgado de um jeito muito mais agressivo e traumático.

Lidar com esses momentos de crise é um passo decisivo para o casal, pois é a partir dele que partem muitas das decisões, sejam elas de separação ou de reconciliação. E quando se opta pela reconciliação, há ainda o desafio de se construir um novo esquema de comportamento que aceite as individualidades e que atenda às demandas de um projeto comum de vida.

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O BásicoAbaixo, selecionei 5 passos que você pode exercitar para que seu relacionamento funcione melhor e fique mais agradável e feliz. Recomendo que esses exercícios sejam feitos de modo consciente pelo casal. Cada passo se estrutura a partir de uma característica de comportamento chave, capaz de ser desenvolvida e aprimorada.

São características que pertencem a todos nós, mas que podem se apresentar no mundo em diferentes formas. Quando não aprimoramos essas características de comportamento, aumentamos de modo considerável as chances de surgir um conflito na relação.

Pude verificar, a partir de mais de 15.000 horas de atendimento clínico, lidando diretamente com questões de relacionamento que a paciência, a confiança, a entrega, a parceria e a positividade são características chave para que uma relação experimente um estado de felicidade.

Abra seu coração para o que você vai ler aqui: leia, pense e, principalmente, pratique. Desejo-lhe uma ótima leitura e um aprendizado maravilhoso em sua experiência amorosa.

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Paciência

Muitos casais escolhem se unir por um sentimento de amor e de desejo recíprocos, buscando inclusive estabelecer um projeto comum de vida. No centro dessas escolhas, encontra-se a vontade de viver momentos únicos.

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Por mais que este seja o projeto inicial, é comum que existam obstáculos que tornem essa caminhada difícil e desgastante. Esse é um momento de risco para o casal, pois é justamente onde os parceiros podem se distanciar mais emocionalmente e onde aquele “projeto comum” lá do começo pode se mostrar mais fragilizado.

E, quando isso se estabelece, provavelmente o diálogo já esteja comprometido e bastante escasso entre o casal. O efeito disso é que um e outro vão sabendo cada vez menos sobre quem está ao seu lado, criando lacunas que são preenchidas por insegurança, ciúmes, expectativa, frustração e um forte sentimento de solidão.

É aí que entra a paciência. Entendo "paciência" como uma capacidade de saber esperar o melhor momento diante das adversidades. Não sendo abrupto, nem impulsivo em uma tomada de decisão.

Um jeito interessante de explicar o que entendo como paciência é lhe direcionar para suas memórias de criança, mais especificamente em um parquinho, com diversos brinquedos, tais como gangorra, escorregador, gira-gira, trepa-trepa e o famoso e disputado balanço.

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Neste último, o desafio é manter o embalo de trás para frente e de frente para trás para manter o ritmo ou aumentar a intensidade do balanço. Simples, não é!? Entretanto, para conseguir dar o embalo, tanto para quem empurra, como para quem faz por conta própria, o desafio é saber esperar o limite em que o balanço chega numa direção para aí você começar a embalar para a outra direção.

Se esse momento limite não é respeitado, o balanço perde impulso e fica desgovernado. Paciência é isso, saber esperar o momento certo para agir. De modo algum, quer dizer passividade, ou uma espera eterna. Paciência tem à ver com sabedoria.

O medo de falar o que se pensa e o que se sente é um dos maiores inimigos do casal. É necessário desenvolver a sabedoria para falar no momento certo. O desafio é ter a paciência para então falar. Praticar a fala e principalmente a escuta pode ser o diferencial para uma relação leve e constantemente atualizada, desde que contemplada pela paciência.

Tal como no exemplo do balanço, é necessário saber o tempo certo para se colocar no papel de ouvinte e o tempo certo para então falar. Pude presenciar inúmeras vezes casais entrando em discussões sem fim, pois nem esperavam o outro concluir um argumento e já vinham com um argumento contrário, ou uma explicação, ou uma justificativa, e aí, a conversa já ia se encaminhado para novas direções sem, nem se quer, ter sido concluída naquilo que era o princípio da conversa.

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Prática: De modo consciente e consentido, você e seu parceiro ou parceira, devem: (1) Escolher um filme, ou um livro, ou um trecho de livro, ou um artigo, ou uma notícia. Leiam ou assistam em silêncio. Depois, a sós,

(2) Digam ao outro o que entenderam e o que pensam sobre o que leram ou assistiram. Nesse momento, é necessário exercitar a

(3) Escuta no momento em que o outro estiver falando e exercitar a fala no momento em que o outro estiver falando. Antes de falar,

(4) Certifique-se que o outro terminou sua parte. Pergunte: - "Você concluiu o que estava falando? Posso dizer agora o que eu entendi sobre o que lemos?" À medida em que a resposta seja positiva, aí sim, inicie sua fala.

Saber o momento certo, requer prática. Procure exercitar o diálogo com seu parceiro ou parceira sobre coisas externas a vocês, tais como os exemplos referidos acima (filmes, livros ou outros textos).

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Confiança

Muitos casais evitam falar sobre seus problemas e sobre o que os incomoda por receio de entrarem em novos conflitos, desencadeando a temida separação. É comum notar que outros comportamentos e atitudes, tais como ciúmes e brigas, surgem a partir de sentimentos de insegurança e de preocupações não compartilhadas.

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Quando não falamos, corremos o risco de projetarmos em nosso parceiro ou parceira certas inseguranças, e consequentemente, começamos a desconfiar daquilo que vemos e escutamos.

Retomar a confiança é fundamental para que exista um convívio feliz. Entendo a "confiança" como a capacidade de saber reconhecer e aceitar no outro aquilo que o outro fala sobre si mesmo como sendo sua verdade subjetiva.

É uma habilidade pautada na boa-fé e no amor. Também é importante dizer que a confiança jamais deve fechar nossos olhos para aquilo que vemos. Tanto quanto, devemos entender e aceitar a verdade subjetiva do outro e também devemos entender e aceitar nossas percepções da realidade.

O desafio é fazer convergir a minha verdade com a verdade da minha parceira ou do meu parceiro. Ou seja, aquilo que vivemos e sentimos tem que fazer sentido para nós enquanto casal.

Um outro modo de explicar o que vem a ser confiança é lembrarmos de como são as autoestradas. Existem ao longo de seu centro faixas contínuas ou tracejadas, de cores brancas ou amarelas.

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Quando dirigimos nossos veículos, confiamos que a estrada se mantenha e que poderemos seguir nosso rumo, independentemente do lugar para onde iremos e independentemente da sinalização estar ou não presente.

Entretanto, temos que ter atenção e cuidado com os sinais que vão se mostrando. Em alguns casos, temos que reduzir a velocidade, checar o mapa, conferir as indicações das placas e, aí então, seguimos. Seguimos porque confiamos que a estrada continuará a nossa frente. Ela foi feita para chegar a algum lugar. É isso!

Num relacionamento, podemos até mesmo nos perder, não achar as sinalizações, reduzir nossa velocidade, parar para nos orientar, mas confiamos que quem está ao nosso lado quer nosso bem independentemente de onde estejamos.

É justamente partindo desse princípio de confiança que podemos nos permitir falar sobre um problema, pois quem está ao nosso lado (alguém em quem confiamos) quer nosso bem e quer nos ajudar a solucionar aquele problema.

Prorrogar o que incomoda pode levar a um agravamento da situação, dificultando ainda mais qualquer solução e reduzindo os níveis de confiança mútuos.

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Prática: Você e seu parceiro ou parceira devem agir de modo consciente e consentido. Se algo não está bom na relação, fale. Apenas lembre de avaliar onde, quando e como. É importante destacar que ter um contexto adequado para conversar faz toda a diferença. É comum passar por algum tipo de situação onde a vontade de falar e de ser escutado não encontram o momento oportuno para serem atendidas. É importante aprofundar aquilo que se fala e ampliar o nível da escuta diante do outro. Para isso:

(1) É necessário pensar e escolher um lugar que não ameace nem um e nem outro, onde as forças de cada um fiquem em igual medida. É importante que você sinalize naquele cenário que você quer o bem do outro.

(2) Depois, deve respeitar o tempo do outro, convidando-o sim, mas não forçando um encontro. Tem que ser um momento que fique bom para ambos.

(3) É necessário que exista um “clima” adequado, ou seja, um contexto interrelacional que dê condições para que tanto seu parceiro ou parceira quanto você possam se sentir mais acolhidos. O clima pode ocorrer por meio de um sorriso, um abraço, um olhar olho-no-olho mais prolongado, ou mesmo, por um simples carinho.

Faça essa experiência. Demonstre o quanto você está disponível para uma conversa e verifique o efeito positivo que isso pode causar num encontro

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Entrega

Com frequência, querermos mostrar nosso melhor quando buscamos estar com alguém. Pelo menos, por alguns momentos, buscamos estabelecer um contato agradável e de boas impressões. E é justamente aí, a partir dessa vontade de querer estar, que se formam inicialmente os vínculos positivos entre um casal.

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Conviver por mais tempo implica em ter que lidar com o que não é aquele “melhor”. Falhas e imperfeições tendem a se mostrar com mais facilidade. Além disso, a partir do momento em que vai se estabelecendo um convívio mais próximo, também vão se evidenciando as diferenças de compreensão e de visão de mundo.

À medida em que a relação passa a ter um ritmo, surgem em um determinado momento argumentos divergentes que geram atritos e incompatibilidades entre o casal, permanecendo sem solução aparente. Em geral, é aí que se instalam os conflitos, gerando sofrimento pela falta de empatia e de apoio um com o outro.

Aceitar as diferenças e as imperfeições tende a ser um caminho seguro para que os casais possam preservar seus objetivos comuns de família, amor, sexo e parcerias diversas. É importante criar espaços mais abertos de diálogo para que se desenvolva uma sinergia maior na relação.

É nesse ponto que surge a entrega. Entendo "entrega" como a capacidade de dar de si ao outro. É a possibilidade que damos ao nosso parceiro ou parceira de conhecer nossos sentimentos, nossos pensamentos e nossa história.

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Nesse cenário, estamos plenamente disponíveis tanto para receber quanto para dar, sem barreiras, sem preconceitos, sem julgamentos e sem medos. Podemos nos mostrar frágeis sem a preocupação de nos sentirmos desamparados.

Para entendermos melhor o que vem a ser a entrega, vale a pena novamente nos remetermos para os tempos de infância, mais especificamente nos pátios da escola.

Ali, acontecem brincadeiras como pega-pega, futebol, queimada, estátua e pular corda. Nesta última, o objetivo é mante-se pulando enquanto uma ou duas crianças giram uma corda ao seu redor. Para que esta brincadeira ocorra, é necessário a entrega mútua entre quem gira e quem pula.

Ambos devem se dedicar um ao outro e permitir serem vistos e reconhecidos em seus jeitos de agir. A brincadeira é simples, mas requer uma grande sintonia que só vem a partir da entrega.

Prática: É importante que vocês se conheçam. Por mais óbvio que isso possa parecer, em geral, os casais se conhecem muito pouco em suas histórias, gostos e pensamentos. De modo consciente e consentido, façam o seguinte treino:

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(1) Definam o melhor período do dia e o melhor lugar para que vocês possam fazer essa atividade com calma e tranquilidade.

(2) Durante 6 dias, alternem-se entre quem fala e quem escuta.

(3) O objetivo de quem fala é falar algo sobre si mesmo sem que essa fala precise ser interrompida, questionada ou julgada. Pode ser sobre um período de sua vida; algum evento que tenha lhe acontecido; algum pensamento, idéia ou reflexão; coisas que sejam do seu interesse.

(4) O objetivo de quem escuta é apenas ouvir, anotando o que escuta e incentivando o outro a falar.

(5) Elejam um de vocês para começar a falar no primeiro dia, depois no dia seguinte, quem havia escutado passará a falar de si para quem havia falado.

(6) Repitam esse mesmo esquema de fala e escuta até completarem os seis dias. No sétimo dia, reunam-se e conversem de modo livre sobre como foi para cada um a experiência de se entregar para o outro no processo de fala e de escuta. Deixem claro ao outro aquilo que foi fácil e aquilo que foi difícil ao fazer essa atividade.

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Parceria

Conhecer uma pessoa e iniciar com ela algum tipo de relação já é um grande desafio. Um passo ainda maior é dar continuidade ao que foi iniciado. Para isso, é necessário entender os mecanismos que fazem com que as relações perdurem com qualidade. Dentre esses mecanismos, destaco aqui a "parceria".

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Entendo parceria como a capacidade de se engajar com o outro em projetos e ações, de modo a auxiliar o outro naquilo que foi proposto. A participação ativa e harmônica do casal para uma determinada direção diz respeito à parceria. É uma aliança que é firmada para a realização de algo em comum.

Um modo de compreendermos melhor o que vem a ser parceria é olharmos para o que ocorre em um jogo de mímica. Nesse jogo, existem duas equipes que são formadas por pelo menos duas pessoas.

Quem faz a mímica se esforça para sinalizar de um modo claro para que seu parceiro ou parceira, ao mesmo tempo em que também se esforça, consiga entender e falar o que é. Há um esforço mútuo para alcançarem um mesmo objetivo. Se um dos dois não se esforça, ninguém ganha.

O casamento é uma forma de aliança que requer diálogo e acordos. Em geral, pressupõe-se que a parceria é um ponto certo e invariável numa relação. Isso, na prática, não se mostra muito verdadeiro, porque cada um tem seus desejos e vontades diante da vida.

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Cada um quer e deseja muitas coisas. Ter tempo e espaço para conversar sobre estas várias "coisas" que cada um quer diante da vida e chegar a um consenso e direção conjunto é o que faz a parceria ser de fato um elo forte na relação.

Muitos casais, ao se unirem, acabam não deixando claro um ao outro o tipo de aliança que querem estabelecer entre si. Nesse caso, a "parceria" que se forma leva em conta muito mais aspectos de curto prazo do que os de longo prazo.

Uma forma de medirmos o nível de parceria presente em um casal é perguntarmos a cada um o seu grau de satisfação frente àquilo que gostaria de realizar pessoalmente.

O quanto que suas vontades e desejos estão sendo contemplados nos caminhos percorridos pelo casal. Em geral, o que ocorre é que um abdica de si para estar com o outro em seus projetos. É como se fosse uma parceria pela metade, incompleta, onde um se vê muito frustrado e amargurado e ou outro realizado.

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Prática: É importante lembrar que toda relação é como um ser vivo e, como tal, necessita ser alimentada e cuidada. Um cuidado importante de se ter é acolher os desejos e as vontades individuais do casal. Assim, de modo consciente e consentido, façam o seguinte treino:

(1) Comecem de modo individual, cada um fazendo o seu. Escrevam em uma folha de papel seus sonhos, desejos e vontades de curto, médio e longo prazo.

(2) Depois, ainda individualmente, em uma nova folha, escrevam aquilo que vocês acham que são os sonhos, desejos e vontades de curto, médio e longo prazo do seu parceiro ou parceira.

(3)Ao concluírem, aí sim, compartilhem aquilo que escreveram sobre vocês e sobre o outro. Exercitem a escuta enquanto o outro estiver falando.

(4) Ao final, tentem chegar a um consenso, também anotando no papel, criando um plano de vida amplo que contemple os sonhos, os desejos e as vontade dos dois.

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Positividade

Em algum momento de sua vida você já deve ter se sentido desanimado ou sem vontade de seguir em frente. Talvez você já tenha sentido algum nível de falta de esperança, não encontrando em si mesmo motivação suficiente para se alegrar e sentir a presença encantadora da vida.

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Situações assim podem acontecer com um casal. É extremamente angustiante ver seu parceiro ou parceira perder o brilho ou o encantamento com a vida. Às vezes, isso pode ser uma situação isolada, ou em outros momentos, isso pode ser uma situação crônica que vai afetando diretamente os alicerces do casamento.

É necessário que o casal desenvolva a positividade de pensamentos e atitudes, um com o outro, para que se fortaleçam. Isso tanto pode ajudar a ampliar a motivação interna de um quanto do outro. Entendo "positividade" como sendo a capacidade de produzir em si mesmo ou no outro um olhar de otimismo e de esperança, de convicção diante das incertezas da vida.

Um exemplo interessante é lembrar dos tempos da faculdade, ou até mesmo da escola. Em algum momento você teve que fazer trabalho em grupo, não é mesmo?! É provável que você já tenha passado por bons grupos e por outros nem tão bons assim.

Pode ser que você tenha experimentado um grupo onde as coisas não funcionavam bem, onde o trabalho não ia para frente, onde inclusive fosse desagradável estar com aquelas pessoas. Nesse cenário, algumas frases podem ter sido ditas: "Não vai dar certo..." "Deixa pra depois..." "Que chato fazer isso..." "Não vejo sentido algum em fazer esse trabalho..."

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Já, naquelas experiências em que o trabalho fluía e era bom, ali havia alguém propagando algum nível de positividade para o grupo por meio de sorrisos, piadas, bom humor, incentivo e otimismo. Você pode ter escutado frases como estas: "Gente, vamos nos reunir na minha casa para fazer o trabalho..." "E aí, qual parte cada um prefere?..." "Vamos acelerar agora para ficarmos tranquilos depois..." "Deixa comigo que eu finalizo..."

Tente lembrar o quanto era bom estar naquele grupo em que um ou mais tinham vontade de fazer, de se reunir, de manter o foco, de encorajar os demais. Este era permeado pela positividade.

Para manter tanto o pensamento como a atitude positiva, é necessário que o casal aprenda a manter uma mesma direção. Quando não foca, fica disperso e acomodado, virando alvo fácil para os pensamentos negativos.

É a partir da positividade que o casal consegue desenvolver uma sinergia de pensamentos e atitudes, criando um clima leve e colaborativo na relação.

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Prática: Para que vocês se mantenham com foco e positividade, façam o seguinte treino de modo consciente e consentido:

(1) Questionem-se: "O que temos absorvido do mundo?" "Como estamos nos alimentando emocionalmente?" "Quais leituras temos feito?" "Com quem estamos nos relacionando no dia a dia?" "De que forma temos dialogado e nos planejado par alcançar nossos objetivos?" Estamos sendo motivadores um com o outro? Mantemos o otimismo e a esperança diante dos projetos que temos em comum?

(2) Para todas essas perguntas avaliem o quão presente está o pensamento positivo em suas palavras e em suas atitudes. Avaliem o quanto vocês têm absorvido de informações tristes, pesadas e desnecessárias a partir de telejornais, redes sociais e no convívio com pessoas.

(3) Escolham com mais consciência o que de fato querem ler e escutar. Priorizem aquilo que eleva o pensamento e acalma a suas emoções

(4) Considerem fortemente rever suas amizades se notarem que estas não agregam positividade à vida de vocês.

(5) Por fim,registrem em um localvisível, (num quadro, por exemplo) aquilo que vocês identificaram como elementos chave para manter a positividade do casal. Revejam essas anotações de tempos em tempos e se perceberem novos elementos, ampliem o registro.

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Algo a maisALGO A MAIS Tal como foi escrito no início deste pequeno livro: "Queremos ser felizes, não é mesmo?!" Temos o direito de amar, de sonhar, de sermos felizes e de escrevermos nosso próprio destino. E aquilo que é nosso direito, não precisamos ter medo de desejar.

Um relacionamento abre para todos nós a possibilidade concreta de vivenciarmos aquilo que é nosso direito. Entretanto, para vivê-lo com plenitude, é necessário coragem.

É a coragem que nos faz permanecer, justamente, quando muitos nos falam para desistir; ou parar, quando nos falam para seguir. Entretanto, quando nos mantemos firmes nesse propósito, nossas atitudes podem ser sentidas internamente com dúvida e insegurança.

Para reduzir esse tipo de sentimento, é importante que a coragem não seja alimentada unicamente de modo emocional. É necessário abastecê-la com informações, leituras, muito diálogo e reflexão. Assim, a dúvida e a insegurança se tornam pequenas e a coragem para viver um relacionamento feliz torna-se mais concreta e realizável.

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Paese, Vitor, 1982 - Por que sua relação não funciona? e o que fazer sobre isso... / Vitor Paese. - 1ª ed. - Florianópolis: Vitor Paese - Acolhimento Terapêutico e Autoconhecimento, 2019.

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