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Porque deitar para o Orixá? Este ritual oferece à qualquer pessoa, que poderá realizar uma oferenda anual, adquirindo proteção e outros, sem colocar sangue na cabeça e no corpo. Deitar para o Òrìsà também podemos chamar de “firmar o Òrìsà”, cerimônia que antigamente era muito utilizada por algumas “Linhagens”, inclusive na “Umbanda”, onde o ritual era quase correspondente, ou seja, semelhante ao Óbo ori do “Kandombe”. Há pessoas, clientes e adeptos à Religião que estão enfrentando grandes dificuldades financeiras, no amor e até mesmo com outras demandas, etc… Mas, que não desejam realizar “Obrigações” com ejè (sangue) e nem entrar em transito. Assim, sua iniciação se restringe à educação religiosa e proteção; uso de guias feitas somente nas ervas sagradas correspondentes ao seu Òrìsà (Olóri) de cabeça; oferecimento de comidas (ossés, jinjé, etc..), frutas, velas, flores, etc… Essa “Obrigação”também serve para evitar possessão de espíritos negativos ( sem luz) e de “bozó”, “Etú”, ou seja, de feitiçarias. Nestes casos é realizada anualmente a firmeza do Òrìsà. A pessoa que desejar recolhe-se ao Ilé de Òrìsà e toma um banho de ervas sagradas ajudado pelo Bàbálòrìsà ou Yálòrìsà, conforme o sexo da pessoa. Veste um camisu ( camisolão branco) e deita-se no “Peji”, “Pará” ou “Kotopò”, sobre uma esteira (adicissa ou cissa), com um pano branco por cima da mesma ou um tapete com folhas, conforme for o Òrìsà. O fiel permanece uma noite deitado, depois é ungido pelo “Feitor (a)” com epô ori ou óleo especial (crisma), sendo com ele “cruzado”na testa, nuca, peito, umbigo, costas, mãos e pés. Já com antecedência são preparados os alimentos (ossés), frutas preferidas do Òrìsà (correspondente ao Òrìsà de cabeça da pessoa) e colocados em pratos ou gamelas; atrás da cabeça irão os ossés e envolta do corpo as frutas, flores, velas – isso tudo, quando a pessoa deitar na cissa junto ao Peji. Serão colocadas velas brancas ou na cor do Òrìsà de cabeça, conforme o seu àse (número).

Porque Deitar Para o Orixá

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Page 1: Porque Deitar Para o Orixá

Porque deitar para o Orixá?

Este ritual oferece à qualquer pessoa, que poderá realizar uma oferenda anual, adquirindo proteção e outros, sem colocar sangue na cabeça e no corpo.

Deitar para o Òrìsà também podemos chamar de “firmar o Òrìsà”, cerimônia que antigamente era muito utilizada por algumas “Linhagens”, inclusive na “Umbanda”, onde o ritual era quase correspondente, ou seja, semelhante ao Óbo ori do “Kandombe”.

Há pessoas, clientes e adeptos à Religião que estão enfrentando grandes dificuldades financeiras, no amor e até mesmo com outras demandas, etc… Mas, que não desejam realizar “Obrigações” com ejè (sangue) e nem entrar em transito. Assim, sua iniciação se restringe à educação religiosa e proteção; uso de guias feitas somente nas ervas sagradas correspondentes ao seu Òrìsà (Olóri) de cabeça; oferecimento de comidas (ossés, jinjé, etc..), frutas, velas, flores, etc…

Essa “Obrigação”também serve para evitar possessão de espíritos negativos ( sem luz) e de “bozó”, “Etú”, ou seja, de feitiçarias.

Nestes casos é realizada anualmente a firmeza do Òrìsà.A pessoa que desejar recolhe-se ao Ilé de Òrìsà e toma um banho de ervas sagradas

ajudado pelo Bàbálòrìsà ou Yálòrìsà, conforme o sexo da pessoa. Veste um camisu ( camisolão branco) e deita-se no “Peji”, “Pará” ou “Kotopò”, sobre uma esteira (adicissa ou cissa), com um pano branco por cima da mesma ou um tapete com folhas, conforme for o Òrìsà. O fiel permanece uma noite deitado, depois é ungido pelo “Feitor (a)” com epô ori ou óleo especial (crisma), sendo com ele “cruzado”na testa, nuca, peito, umbigo, costas, mãos e pés. Já com antecedência são preparados os alimentos (ossés), frutas preferidas do Òrìsà (correspondente ao Òrìsà de cabeça da pessoa) e colocados em pratos ou gamelas; atrás da cabeça irão os ossés e envolta do corpo as frutas, flores, velas – isso tudo, quando a pessoa deitar na cissa junto ao Peji.

Serão colocadas velas brancas ou na cor do Òrìsà de cabeça, conforme o seu àse (número).

Devemos usar velas de 7 dias, para ficarem todo o tempo acesas. São lavadas as guias (correspondentes ao Òrìsà de cabeça da pessoa) dentro do ritual

de ervas sagradas, para após a “Obrigação” serem colocadas e recolocadas em seu dono.Com essas “Obrigações” o adepto à Religião Afro-Brasileira evita a possessão de algo

negativo e, ao mesmo tempo, por mais um ano fica protegido, sem sofrer conseqüências desastrosas.

Em determinadas Linhagens, essa “Obrigação”, significa iniciar-se, ou seja, “fazer cabeça”, dando um período para a pessoa e seu Òrìsà realizarem a união.

Na verdade é um batismo, sem levar “ejè” (sangue). Neste caso, a pessoa (fiel) deverá avaliar se deverá dar continuidade ou não. Também serve para a pessoa se adaptar aos regulamentos da Casa e da própria Religião, tendo como único compromisso de ser um “Ogã” (título honorífico, dado à pessoas de boa situação social, capazes de ajudar e proteger, como também divulgar, a Casa de Religião e de prestação de relevantes serviços à Comunidade Religiosa do Ilé).

Uma observação muito importante: As despesas com os alimentos e outros correm por conta do fiel. E outra: Só pode ser realizada essa “Obrigação” em uma pessoa de cada vez .

Esse tipo de “Obrigação” não se cobra e sim se dá, para quem realmente o merecer e por si mesmo conquistá-la.