Portaria n 49-2007-Defeso Pr

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    DOU N 213, tera-feira, 6 de novembro de 2007

    PORTARIA N- 49, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2007

    O PRESIDENTE SUBSTITUTO DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE EDOS RECURSOS NATURAIS RENOVVEIS IBAMA, no uso das suas atribuies legaisprevistas no art. 22, inciso V, do Anexo I, da Estrutura regimental, aprovada

    pelo decreto no- 6.099, de 26 de abril de 2007;

    Considerando o disposto no Decreto no- 5.583, de 16 de novembro de 2005, que autoriza oIBAMA a estabelecer normas para a gesto do uso sustentvel dos recursos pesqueiros de quetrata o 6o- do art. 27 da Lei no- 10.683, de 28 de maio de 2003;

    Considerando o Decreto-lei no- 221, de 28 de fevereiro de 1967, que dispe sobre a proteo e

    estmulos a pesca e a Lei no-7.679, de 23 de novembro de 1988, que dispe sobre a proibioda pesca de espcies em perodo de reproduo e d outras providencias Considerando que aslagoas marginais so reas de proteo permanente e possibilitam a conservao dosambientes onde as espcies icticas tenham garantia de sua sobrevivncia pelo menos durantea fase inicial de seu desenvolvimento;

    Considerando o acidente ambiental ocorrido em setembro de 2003, no rio Pardo, Estado deSo Paulo, que causou grande mortandade de peixes, e a necessidade de manuteno daproibio da pesca naquela regio, contribuindo de maneira mais efetiva para a recomposiodos estoques pesqueiros; e,

    Considerando o que consta do Processo IBAMA n02001.004122/2007-75, resolve:

    Art. 1o- Estabelecer normas de pesca para o perodo de proteo reproduo natural dospeixes, de 1 de novembro a 28 de fevereiro, anualmente, na bacia hidrogrfica do rio Paran.

    Pargrafo nico. Entende-se por bacia hidrogrfica: o rio principal, seus formadores,afluentes, lagos, lagoas marginais, reservatrios e demais colees de gua inseridas na baciade contribuio do rio.

    Art. 2o- Proibir a pesca:

    I - nas lagoas marginais;

    Pargrafo nico. Para efeito desta Portaria entende-se por lagoa marginal os alagados,alagadios, lagos, lagoas, banhados, canais ou poos naturais situados em reas alagveis daplancie de inundao, que apresentam comunicao permanente ou intermitente com o rioprincipal ou canais secundrios, podendo, em alguns casos, ser alimentados exclusivamentepelo lenol fretico.

    II - a menos de quinhentos metros (500m) de confluncias e desembocaduras de rios e lagoas,canais e tubulaes de esgoto;

    III - at um mil e quinhentos metros (1.500m) a montante e a jusante das barragens dereservatrios de usinas hidreltricas, cachoeiras e corredeiras;

    IV - no rio Grande, no trecho compreendido entre um mil e quinhentos metros (1.500m) ajusante da barragem da UHE de Porto Colmbia at a ponte Engenheiro GumercindoPenteado (nos municpios de Planura/MG e Colmbia/SP);

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    V - no rio Paranaba, no trecho compreendido entre dois mil metros (2.000m) a jusante dabarragem da UHE So Simo e a ponte rodoviria da BR 365 (nos municpios de SantaVitria/MG e So Simo/GO);

    VI - at dois mil metros (2.000m) a montante e a jusante da corredeira do rio Mogi-Guau,situada prximo ponte do bairro Taquari-Ponte, no municpio de Leme/SP;

    VII - no rio Pardo/SP, no trecho compreendido entre um mil e quinhentos metros (1.500m) ajusante da barragem da UHE de Limoeiro at sua foz;

    VIII - no trecho entre a barragem de Rosana/SP e a foz do rio Paranapanema, divisa dosestados de So Paulo e Paran (Porto Maring);

    IX - no rio Tiet, no trecho compreendido entre a jusante da barragem da Usina de NovaAvanhandava at a foz do Ribeiro Palmeira, no municpio de Buritama/SP;

    X - nos rios da Prata e Tejuco, no estado de Minas Gerais; nos rios Aguape, do Peixe, SantoAnastcio, Anhumas, Xavantes, Arig, Veado, Moinho e So Jos dos Dourados (afluentes dorio Paran), Trs Irmos, Jacar-Pepira e seus respectivos afluentes, no estado de So Paulo;nos rios Verde, Iguatemi, Pardo, Ivinhema, Amamba, Sucuri, Taquaru e seus respectivosafluentes no estado do Mato Grosso do Sul; no rio Tibag e afluentes, da nascente foz do rioIguau, Arroio Guau, e rios com afluncia direta ao reservatrio de Itaipu, bem como os riosPiquir, Iva, Oco, So Francisco Falso, So Francisco Verdadeiro e das Cinzas, no estado doParan.

    XI - nos entornos do Parque Estadual Morro do Diabo (SP),

    do Parque Estadual do Rio do Peixe (SP), do Parque Estadual do Rio Aguape (SP), daEstao Ecolgica do Mico-Leo-Preto (SP); do Parque Estadual de Ivinhema (MS); do

    Parque Nacional de Ilha Grande (PR/MS); da Estao Ecolgica do Caiu (PR) e do ParqueNacional do Iguau (PR).

    XII - nos rios de domnio dos estados em que a legislao estadual especfica assim odeterminar; e

    XIII - com o uso de aparelhos, petrechos e mtodos de pesca no mencionados nesta InstruoNormativa.

    Pargrafo nico. Entende-se por entorno ou zona de amortecimento o raio de 10 km ao redordas Unidades de Conservao ou a rea de entorno estabelecida pelo Plano de Manejo daUnidade de Conservao.

    Art. 3o- . Proibir a realizao de competies de pesca tais como torneios, campeonatos egincanas.

    1o- . Esta proibio no se aplica a competies de pesca realizadas em reservatrios,visando a captura de espcies no nativas (alctones e exticas) e hbridos.

    2o- . Entende-se por:

    a) espcie alctone: espcie de origem e ocorrncia natural em outras bacias brasileiras;

    b) espcie extica: espcie de origem e ocorrncia natural somente em guas de outros pases,que tenha ou no sido introduzida em guas brasileiras;

    c) hbrido: organismo resultante do cruzamento de duas espcies.

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    Art. 4o- Permitir a pesca em rios da bacia, na modalidadedesembarcada, utilizando linha demo, canio, vara com molinete ou carretilha, com o uso de iscas naturais e artificiais:

    I - nas reas no mencionadas no art. 2o- desta Portaria;II - a captura e o transporte somente de espcies no nativas (alctones e exticas) e hbridos,sem limite de cota para o pescador profissional e cota de 10 kg mais um exemplar para opescador amador.

    1o- Entende-se por:

    I - isca natural todo o atrativo (vivo ou morto, vegetal ou animal, em partes ou na formaintegral, manufaturada ou industrializada) que serve como alimento aos peixes;

    II - isca artificial todo artefato no alimentar usado como atrativo na pesca.

    2o- . Proibir a utilizao de animais aquticos, inclusive peixes, camares, caramujos,

    caranguejos, vivos ou mortos (inteiros ou em pedaos), como iscas.I - Excetuam-se desta proibio os peixes vivos de ocorrncia natural da bacia hidrogrfica,oriundos de criaes, acompanhados de nota fiscal ou nota de produtor.

    Art. 5o- Permitir a pesca em reservatrios, nas modalidades desembarcada e embarcada, comlinha de mo ou vara, linha e anzol, canio simples, com molinete ou carretilha com uso deiscas naturais e artificiais:

    I- exclusivamente espcies no nativas (alctones e exticas), tais como:

    apaiari (Astronotus ocelatus); bagre-africano (Clarias spp.); black-bass (Micropterus spp.);carpa (todas as espcies); corvina ou pescada-do-Piau (Plagioscion squamosissimus); peixe-rei (Odontesthis spp.); sardinha-de-gua-doce (Triportheus angulatus); tilpias (Oreochromisspp. e Tilapia spp.); tucunar (Cichla spp.); porquinho (Satanoperca papaterra); zoiudo(Geophagus surinamensis) e hbridos;

    II - captura e transporte sem limite de cota para o pescador profissional e cota de 10 kg maisum exemplar para o pescador amador.

    1o- . Proibir a utilizao de animais aquticos, inclusive peixes, camares, caramujos,caranguejos, vivos ou mortos (inteiros

    ou em pedaos), como iscas.

    I - Excetuam-se desta proibio os peixes vivos de ocorrncia natural da bacia hidrogrfica,oriundos de criaes, acompanhados de nota fiscal ou nota de produtor.

    Art. 6o- . Proibir a captura e o transporte e o armazenamento de espcies nativas da bacia,bem como a pesca subaqutica.

    Pargrafo nico. Entende-se por espcie nativa: espcie de origem e ocorrncia natural dabacia hidrogrfica em questo.

    Art. 7o- . Permitir aos pescadores profissionais e amadores o transporte de pescado por viafluvial somente em locais cuja pesca embarcada permitida.

    Art. 8o- Permitir ao pescador profissional e amador a pesca embarcada e desembarcada, notrecho compreendido entre a Ponte ferroviria Francisco de S a jusante da UHE Souza Dias

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    (Jupi) e a montante da barragem da UHE Srgio Motta (Porto Primavera), apenas para acaptura e transporte de espcies exticas, alctones e hbridos.

    Art. 9o- O produto da pesca oriundo de locais com perodo de defeso diferenciado ou deoutros pases, dever estar acompanhado de comprovante de origem, sob pena de apreensodo pescado e dos petrechos, equipamentos e instrumentos utilizados na pesca.

    Art. 10. Esta Portaria no se aplica ao pescado proveniente de piscicultura ou pesque-pagues/pesqueiros registrados no rgo competente e cadastrados no Instituto Brasileiro doMeio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA, devendo estar acompanhadode nota fiscal.

    Art. 11. Fixar o segundo dia til aps o incio do defeso como o prazo mximo paradeclarao ao IBAMA (Anexo I) ou rgo estadual competente, dos estoques de peixes innatura, resfriados ou congelados, provenientes de guas continentais, armazenados porpescadores profissionais e os existentes nos frigorficos, nas peixarias, nos entrepostos, nospostos de venda, nos hotis, nos restaurantes, nos bares e similares.

    Pargrafo nico. O produto de que trata este artigo dever estar acompanhado das respectivasnotas fiscais.

    Art. 12. Excluir das proibies previstas nesta Portaria, a pesca de carter cientfico,previamente autorizada ou licenciada pelo IBAMA ou rgo estadual competente.

    Art. 13. Aos infratores da presente Portaria sero aplicadas as penalidades e sanes,respectivamente, previstas na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e no Decreto no 3.179,de 21 de setembrode 1999, e demais legislaes estaduais especificas.

    Art. 14. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicao.

    BAZILEU ALVES MARGARIDO NETO