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1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA CAMPUS II ALAGOINHAS BA Mônica Queiroz da Silva Portfólio de Estágio de Supervisionado II ORIENTADOR: Prof. Cláudia Regina Souza. ALAGOINHAS-BA 2010

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

CAMPUS II – ALAGOINHAS – BA

Mônica Queiroz da Silva

Portfólio de Estágio de Supervisionado II

ORIENTADOR: Prof. Cláudia Regina Souza.

ALAGOINHAS-BA

2010

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Mônica Queiroz da Silva

Portfólio de Estágio de Supervisionado II

ALAGOINHAS

2010

Portfólio apresentado ao curso de graduação em

Ciências Biológicas da Universidade do Estado da

Bahia, DCET, Campus II – Alagoinhas, como um

dos pré-requisitos da disciplina Estágio

Supervisionado II, sob a regência da Prof. Cláudia

Regina Souza.

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SUMÁRIO

1. Introdução.......................................................................................4

2. Caracterização da Instituição........................................................6

3. Caracterização da Docente.............................................................8

4. Período de Observação.................................................................10

5. A Regência.....................................................................................11

6. Considerações Finais....................................................................15

7. Referências....................................................................................16

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1. Introdução

É primordial que à primeira etapa do Estágio Supervisionado do curso de

Licenciatura em Biologia tem em vista a necessidade de uma experiência prática onde

demonstra-se grande parte dos fundamentos aprendidos ao longo dos períodos

anteriores com os princípios teóricos estudados, agora trabalhando em sala de aula,

neste momento, aliou-se a teoria à prática, demonstrando, assim, o quanto é

enriquecedor e importante esta etapa na formação acadêmica e profissional do futuro

docente.

Somente conhecimento teórico não basta para um professor. O estágio

supervisionado II é um processo de grande aprendizagem. Neste contexto, vem

preencher uma lacuna no curso superior, sabendo este que à prática é necessária a vida

do acadêmico.

Entendemos que a escola é uma zona fronteiriça de cruzamento de culturas.

Fronteiras entendidas aqui não como territórios que isolam, mas como lugares de

trânsito, espaços de intersecção que estimulam o contato (Esteban, 2004).

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Por isso, há uma preocupação por parte da disciplina Estágio Supervisionado II

em contextualizar as aulas regidas de forma que os conteúdos sejam apresentados à

turma. Verifica-se isto, pois os alunos estão participando cada vez mais das aulas,

revelando o interesse e instigando os conhecimentos prévios do que está sendo exposto

em sala de aula.

Este portfólio é mesclado da exposição das observações e dos experimentos

vivenciados no período de regência em sala de aula que se baseou nos principais pilares

da educação e também na tendência sócio interacionista do processo de ensino-

aprendizagem.

Neste contexto, o portfólio tem como propósito servir como um guia de registro

sistemático demonstrativo da trajetória de desenvolvimento do futuro professor,

compartilhado com os colegas e com o professor formador. Para tanto, é fundamental

que cada aluno encontre a sua forma de trabalhar e tenha autonomia em dirigir situações

de aprendizagem para si e para os outros, bem como nas relações institucionais e de

responsabilidade pessoal e coletiva, com base na ética profissional.

Conforme diz Kulcsar,

... o Estágio não pode ser encarado como uma tarefa burocrática a ser

cumprida formalmente... Deve, sim, assumir a sua função prática, revisada

numa dimensão mais dinâmica, profissional, produtora, de troca de serviços e

de possibilidades de abertura para mudanças. (1994, p. 65).

Em outro situação, vemos que o conceito de método tradicional foi

ressignificado a partir do entendimento de que a abordagem precisa ser significativa

para os alunos e instigar o raciocínio e a produção de argumentos. Além disso, houve o

entendimento de que uma boa aula experimental não é só aquela que usa “pirotecnia” e

equipamentos sofisticados. A experimentação passou a ser vista como uma metodologia

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para construção de conhecimento e para aprendizagem de métodos de pesquisa e não

como mera verificação de conceitos (Galiazzi e Gonçalves, 2004).

2. Caracterização da Instituição

O Colégio Estadual Centro Territorial de Educação Profissional do Agreste de

Alagoinhas/ Litoral Norte, localizado no município de Alagoinhas-Ba. É uma

instituição mantida pela Prefeitura Municipal de Alagoinhas com parceria com o Estado

da Bahia, funciona como a principal escola técnica da cidade, com corpo docente

composto por profissionais concursados em áreas específicas, muitos com nível superior

completo ou em fase de conclusão, além de coordenadores pedagógicos. Oferece aulas

nos turnos da manhã e tarde; e à noite, a modalidade de Educação de Jovens e Adultos –

EJA.

Funciona em um espaço amplo com pátio sem cobertura onde são realizados os

eventos. As salas são amplas e arejadas, paredes e iluminação precisam de reparos bem

como suas instalações sanitárias, banheiros, além de bebedouros sem higienização

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adequada. Nas salas há mesa para professor, as carteiras não são conservadas, porém em

quantidade suficiente para todos os alunos, além disso, há TV pen drave em todas as

salas, algumas não funcionam, pois foram quebradas por alguns alunos que foram

disciplinadas com o rigor da diretoria. Há refeitório e a cantina é grande com uma janela

por onde é distribuída a merenda. Tem auditório que é utilizado para apresentações

culturais tanto do colégio como para o município. Possui um espaço para a biblioteca,

que serve como sala de vídeo com TV pen drave e DVD. Ainda há espaços que servem

de secretaria, sala da direção e dos professores.

Existe ampla quantidade de livros fornecidos pelo MEC, mas pouco utilizados

pelos professores como recurso ou mesmo procurados pelos alunos como fonte de

pesquisa.

Pode-se observar também que a escola tem vigias nas entradas, proporcionando

segurança tanto aos alunos, como para os docentes que trabalham na escola.

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3. Caracterização da Docente

A professora Carmem Gonçalves de Macedo e Silva é graduada pela

Universidade do Estado da Bahia, é concursada pelo Estado da Bahia e já trabalha no

Colégio Estadual Centro Territorial de Educação Profissional do Agreste de

Alagoinhas/ Litoral Norte há muitos anos, ministrando a disciplina de Biologia nas

séries do 1° ano de ensino médio no curso técnico de Enfermagem.

Muito competente, a professora Carmem apresenta bastante conhecimento na

área que é graduada, com grande capacidade em desenvolver aulas teóricas e práticas

bem vantajosas para os alunos.

Além disso, possui enorme entrosamento com o corpo docente do colégio,

trocando informações e conhecimento tanto nos corredores como na sala dos

professores onde há reuniões freqüentes para a melhoria da escola.

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Neste contexto, acredita-se que uma formação continuada firmemente alicerçada

deverá contemplar todos estes tipos de saberes: os teóricos, anteriormente adquiridos,

para estabelecer uma base de “ancoragem” para novos conhecimentos; os práticos

nascidos da experiência pessoal e profissional prévia. Da articulação destes com os

novos conhecimentos, acontecerá um “novo saber”, aperfeiçoando e aprimorando a

atuação profissional do professor e estruturando a “identidade docente”, tão necessária à

nossa categoria profissional.

Completementa Tardiff, bem de acordo com desempenho e atuação do Estágio:

Enquanto profissionais, os professores são considerados práticos refletidos

ou ’reflexivos’ que produzem saberes específicos ao seu próprio trabalho e

são capazes de deliberar sobre suas práticas, de objetivá-las e partilhá-las,

de aperfeiçoá-las e de introduzir inovações susceptíveis de aumentar sua

eficácia. A prática profissional não é vista, assim, como um simples campo

de aplicação de teorias elaboradas fora dela, por exemplo nos centros de

pesquisa e nos laboratórios. Ela torna-se um espaço original e relativamente

autônomo de aprendizagem e de formação para os futuros práticos, bem

como um espaço de produção de saberes e de práticas inovadoras pelos

professores experientes. (2002, p. 286).

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4. Período de Observação

Momento este, onde tudo o que acontece é novidade, principalmente para

estagiários que ainda não têm ou possuem pouca experiência em sala de aula. É um

momento muito enriquecedor para todas as partes envolvidas, pois, é onde professores,

estagiários e alunos estão se encontrando pela primeira vez, então é natural que haja um

clima novo, de descoberta ou mesmo, de incertezas e dúvidas que ao longo do Estágio

vai se quebrando e quando o trabalho está no ápice do desenvolvimento, é hora de

encerrar.

A turma cedida para observação e regência foi do 1° ano do curso de

Enfermagem. Os principais assuntos abordados foram citologia, pois são conteúdos

ministrados na segunda unidade.

A observação deu-se inicio no dia 27/05/2010, onde duraram duas aulas.

Durante esta etapa, percebi que a professora-regente não tem muito recursos, trabalha de

forma tradicional, porém habilidosa para incrementar as aulas para que não fiquem

monótonas. Não usou vídeos ou qualquer outro tipo de dispositivo, raramente usava o

quadro negro, fez algumas atividades em grupos e construção de textos.

Embora seja complicado avaliar a didática da professora regente, o aprendizado

recolhido nas práticas pedagógicas que são ministradas no curso de Licenciatura em

Ciências Biológicas, descrevem que é preciso primeiramente ter o conhecimento prévio

da turma, por isto que é tão necessária esta fase de observação, para que depois haja a

regência. Neste sentido, Freire 1996, faz referência a esta:

É preciso que, pelo contrário, desde os começos do processo, vá ficando cada

vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e

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reforma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. É

neste sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos nem

formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um

corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência, as duas se

explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se

reduzem à condição de objeto, um do outro. (Freire, 1996, p. 12).

Percebeu-se que apesar de todas as dificuldades existentes houve interação,

interesse e aprendizado.

A turma possui cerca de 40 alunos matriculados, no entanto, apenas 25 alunos

freqüentam assiduamente, verifica-se que há bastante evasão tanto na turma como em

toda a escola.

5. A Regência

Todas as fases do Estágio Supervisionado II foram significantes e importantes

para a construção do conhecimento na prática do ensino, mas nenhuma delas se

compara aos momentos mágicos vividos numa sala de aula que, apesar da pequena

quantidade de alunos, requereu muito do estagiário.

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Neste contexto Freire, 1996, p.12, cita, A reflexão crítica sobre a prática se torna

uma exigência da relação Teoria / Prática sem a qual a teoria pode ir virando blablablá e

a prática, ativismo.

A fase de regência teve inicio logo após a fase de observação e começou a partir

do dia 03/06/2010 e foi até o dia 12/08/2010, finalizando com a entrega de resultados e

discutindo os primórdios do estágio.

Encarar frente a frente toda a dialética educacional, os problemas, como atrasos,

o cansaço visível na face da maioria dos alunos, pois, muitos chegam a cochilar em

alguns momentos da aula.

Além disso, foi muito enriquecedora a troca de informações, a atenção que

demonstraram cada um do seu jeito, para mais perfeita captação dos assuntos e dos

temas abordados, embora uma pequena parte, ou seja, alunos que em alguns momentos

precisaram serem chamados a atenção.

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Pode-se ainda verificar que o retorno foi aceitável não apenas pelo aprendizado,

pelos gestos de aceitação, pelo retorno dado a cada atividade aplicada em sala de aula,

via-se que a recíproca era verdadeira balanço do mesmo foi muito satisfatório.

No começo os alunos ficaram meio receosos principalmente as mulheres, uma

vez que a professora estava sendo substituída por dois estagiários. Iniciado os trabalhos

e com o andamento das aulas foram adaptando-se à metodologia aplicada ao longo das

aulas.

Houve a preocupação em organizar aulas distinguidas que despertassem a

curiosidade e atenção dos alunos, apreendeu-se também o interesse cada vez maior, a

interação com os assuntos abordados e a relação de amizade com os estagiários,

explícitos nas palavras de apoio, nos elogios e o carinho demonstrado nesse período. As

atividades dadas em sala de aula, as pesquisas encomendadas foram realizadas com

êxito por parte dos discentes, criou-se ainda, um laço afetivo muito forte, fato que

proporcionou o sucesso no processo de ensino-aprendizagem bem como o

reconhecimento do trabalho, empenho e profissionalismo dos estagiários.

Neste sentido, é notório a reflexão que Freire 1996, faz à respeito desta idéia...

Ensinar e, enquanto ensino, testemunhar aos alunos o quanto me é

fundamental respeitá-los e respeitar-me são tarefas que jamais dicotomizei.

Nunca me foi possível separar em dois momentos o ensino dos conteúdos da

formação ética dos educandos. A prática docente que não há sem a discente é

uma prática inteira. O ensino dos conteúdos implica o testemunho ético do

professor. A boniteza da prática docente se compõe do anseio vivo de

competência do docente e dos discentes e de seu sonho ético. Não há nesta

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boniteza lugar para a negação da decência, nem de forma grosseira nem

farisaica. Não há lugar para puritanismo. Só há lugar para pureza (Freire,

1996, p. 37).

No primeiro dia sempre dá um "frio na barriga", os olhares como quem diz: "já

vem esses caras aí mudar tudo", assusta um pouco os alunos já acostumados com a

didática do professor e a dinâmica das aulas ministradas, lembro quando um desses

alunos disse: "só entra homem nessa sala, porque não entra uma gatinha para estagiar

aqui" nos dias seguintes com a introdução dos assuntos e as dinâmicas aplicadas os

alunos foram gostando do jeito diferenciado de passar as aulas e conseqüentemente

aprendendo a matéria.

Nas ultimas aulas observava-se o enorme veemência e a interação, cada vez mais

satisfatória, os alunos se proporcionavam para auxiliar a buscar livros, televisores,

papeis e outros matérias que fossem ou seriam utilizados na aula, além das pesquisas

sempre que solicitadas pelos estagiários e ainda a participação cada vez mais calorosa

por parte dos mesmos.

A professora regente Carmem, sempre muito prestativa, simpática e se colocou

sempre a disposição para sanar qualquer problema ou dúvidas que fossem surgindo,

além disso, todos os profissionais da escola estavam à disposição e sempre que

solicitados atenderam de forma muito gentil, sejam porteiros, zeladoras, merendeiras,

diretores, secretários enfim todos estavam inseridos nesse processo de ensino-

aprendizagem.

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6. Considerações Finais

A prática educacional tem, portanto, a finalidade primeira de reunir evidências

da prática de sala aula, iniciando com um consistente aporte teórico, concomitante e

articulado/integrado com a vivência do estágio em escolas de Educação Básica. E o seu

valor está na organização sistemática e reflexiva do processo, confrontando a vivência

com os pressupostos a partir da segunda metade do curso de formação e não somente no

seu final. Este tipo de organização permite a produção do conhecimento em movimento,

holístico, um “circuito pedagógico”, em vai-e-vem que avança, indo “das partes para o

todo e do todo às partes” (Carvalho e Porto, 2005, p. 55). Permite, assim, a avaliação

reflexiva, comprometida em potencializar a educação coletiva e pessoal e a auto-

avaliação, principalmente no que se refere ao crescimento pessoal e profissional.

Com isto, averigua-se que este notório momento na prática de ensino é

indescritivelmente inigualável, pois somente esta experiência é capaz de demonstrar o

teor da capacidade de cada estagiário em promover o aprendizado tanto em sala de aula

como na vida.

Portanto, é importante que possamos estar atentos para a formação continuada

no nosso cotidiano, e também na nossa vida acadêmica, para que cada vez mais

possamos desempenhar o papel que nos é exigido na construção do conhecimento dos

alunos nas escolas e na vida.

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7. Referências

CARVALHO, Marie Jane Soares e PORTO, Leonardo Sartori. Portfólio educacional:

proposta alternativa de avaliação. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2005.

ESTEBAN, M. T. (2004). Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. Rio de

Janeiro: DP&A.

FREIRE, Paulo. (1996). Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática

educativa. São Paulo, Paz e Terra.

GALIAZZI, M.C. e GONÇALVES, F. P. A natureza pedagógica da

experimentação.Química Nova, 27(2), pp.326-331

KULCSAR, Rosa. (1994). O Estágio Supervisionado como Atividade Integradora. In

PICONEZ, Stela C. B. (org.). A Prática de Ensino e o Estágio Supervisionado. 2ª

edição. Campinas, SP, Papirus.

TARDIFF, Maurice. (2002). Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis,

Vozes.