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31-12-2018 "PORTUGAL MAIS IGUAL" COM ROSA MONTEIRO, SECRETÁRIA DE ESTADO PARA A CIDADANIA E A IGUALDADE A revista Liderança no Feminino foi conhecer a atual Secretária de Estado, que desde que assumiu o cargo tem desenvolvido um programa inovador, alinhado com a Agenda 2030 para o Desenvolvi- mento Sustentável. Vamos conhecer a mulher que defende a luta pelas igualdades sociais. A atual Secretária de Estado para a Cidada- nia e a Igualdade, Rosa Monteiro, é licenciada em Sociologia na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e doutorada em So- ciologia do Estado, Direito e Administração na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e investigadora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Rosa Monteiro é ainda perita em igualdade de género e estudos sobre as mulheres, reconhe- cida pelo Instituto Europeu para a Igualdade de Género, e foi vice-presidente da Associa- ção Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres entre 2012 e 2015. Na vertente politica, Rosa Monteiro foi verea- dora na Câmara Municipal de Viseu de 2013 a 2017 e foi técnica especialista para a área da igualdade de género e cidadania no Gabinete do Ministro Adjunto desde 2015 até Outubro de 2017. Desenvolver projetos para um Portugal Mais Igual, com o apoio dos parceiros sociais, socie- dade civil e autarquias é uma das premissas das atuais políticas públicas para a igualdade. Fique a conhecer o trabalho da Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade. APOIOS DO GOVERNO, NO ÂMBITO DA ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A IGUALDADE E NÃO DISCRIMINAÇÃO A Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, afirma que o pro- grama "Conciliação e Igualdade de Género", com financiamento EEA Grants, é inovador e está alinhado com os objetivos da Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discrimina- ção 2018-2030 - "Portugal Mais Igual". O EEA Grants é um programa de financiamen- to europeu que conta com três países doado- res (Noruega, Lichtenstein e Islândia). Portugal usufrui do programa ao apoiar e desenvolver projetos de forma robusta através da socie- dade civil, universidades, parceiros sociais e autarquias. No âmbito das políticas públicas da igualdade, o projeto do Instituto Nacional de Estatística vai permitir uma revisão aprofundada da base de dados estatísticos em matéria de género. Será também possível preparar um novo inquérito nacional aos usos do tempo com vista a perce- ber a dimensão e o impacto das desigualdades entre mulheres e homens em várias vertentes do seu quotidiano, incluindo as assimetrias que persistem no trabalho pago e não pago. Também o novo inquérito sobre a fecundidade dará a conhecer as razões dos comportamentos demográficos e os impactos das desigualdades. designadamente na dificuldade de conciliação da vida pessoal, familiar e profissional. Em complemento à lei da igualdade salarial que foi aprovada e publicada, este ano, em Diário da República, foi desenhado um pro- grama de candidaturas direcionado para os parceiros sociais. Com os estudos setoriais, identificar-se-á algumas causas para a persis- tência da discriminação salarial que penaliza as mulheres, o que para Rosa Monteiro é "um estudo de extrema relevância em vários seto- res de atividade." O financiamento também está disponível para projetos que combatam a segregação sexual das profissões e escolhas vocacionais de es- tudantes. Em entrevista à Revista Liderança no Feminino, a Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade dá como exemplo a criação do projeto "Engenheiras por um Dia". A participação reduzida de raparigas em áreas

PORTUGAL MAIS IGUAL COM ROSA MONTEIRO, · 2019-01-25 · 31-12-2018 "PORTUGAL MAIS IGUAL" COM ROSA MONTEIRO, SECRETÁRIA DE ESTADO PARA A CIDADANIA E A IGUALDADE A revista Liderança

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31-12-2018

"PORTUGAL MAIS IGUAL" COM ROSA MONTEIRO, SECRETÁRIA DE ESTADO PARA A CIDADANIA E A IGUALDADE

A revista Liderança no Feminino foi conhecer a atual Secretária de Estado, que desde que assumiu o cargo tem desenvolvido um programa inovador, alinhado com a Agenda 2030 para o Desenvolvi-mento Sustentável. Vamos conhecer a mulher que defende a luta pelas igualdades sociais.

A atual Secretária de Estado para a Cidada-nia e a Igualdade, Rosa Monteiro, é licenciada em Sociologia na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e doutorada em So-ciologia do Estado, Direito e Administração na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e investigadora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

Rosa Monteiro é ainda perita em igualdade de género e estudos sobre as mulheres, reconhe-cida pelo Instituto Europeu para a Igualdade de Género, e foi vice-presidente da Associa-ção Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres entre 2012 e 2015.

Na vertente politica, Rosa Monteiro foi verea-dora na Câmara Municipal de Viseu de 2013 a 2017 e foi técnica especialista para a área da igualdade de género e cidadania no Gabinete do Ministro Adjunto desde 2015 até Outubro de 2017.

Desenvolver projetos para um Portugal Mais Igual, com o apoio dos parceiros sociais, socie-dade civil e autarquias é uma das premissas das atuais políticas públicas para a igualdade. Fique a conhecer o trabalho da Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade.

APOIOS DO GOVERNO, NO ÂMBITO DA ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A IGUALDADE E NÃO DISCRIMINAÇÃO

A Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, afirma que o pro-grama "Conciliação e Igualdade de Género", com financiamento EEA Grants, é inovador e está alinhado com os objetivos da Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discrimina-ção 2018-2030 - "Portugal Mais Igual".

O EEA Grants é um programa de financiamen-to europeu que conta com três países doado-res (Noruega, Lichtenstein e Islândia). Portugal usufrui do programa ao apoiar e desenvolver projetos de forma robusta através da socie-dade civil, universidades, parceiros sociais e autarquias.

No âmbito das políticas públicas da igualdade, o projeto do Instituto Nacional de Estatística vai permitir uma revisão aprofundada da base de dados estatísticos em matéria de género. Será também possível preparar um novo inquérito nacional aos usos do tempo com vista a perce-ber a dimensão e o impacto das desigualdades entre mulheres e homens em várias vertentes do seu quotidiano, incluindo as assimetrias que persistem no trabalho pago e não pago.

Também o novo inquérito sobre a fecundidade dará a conhecer as razões dos comportamentos demográficos e os impactos das desigualdades. designadamente na dificuldade de conciliação da vida pessoal, familiar e profissional.

Em complemento à lei da igualdade salarial que foi aprovada e publicada, este ano, em Diário da República, foi desenhado um pro-grama de candidaturas direcionado para os parceiros sociais. Com os estudos setoriais, identificar-se-á algumas causas para a persis-tência da discriminação salarial que penaliza as mulheres, o que para Rosa Monteiro é "um estudo de extrema relevância em vários seto-res de atividade."

O financiamento também está disponível para projetos que combatam a segregação sexual das profissões e escolhas vocacionais de es-tudantes. Em entrevista à Revista Liderança no Feminino, a Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade dá como exemplo a criação do projeto "Engenheiras por um Dia". A participação reduzida de raparigas em áreas

como as engenharias dão origem à segregação do mercado de trabalho. Rosa Monteiro salien-ta que "muitas mulheres têm formação nestas áreas, mas depois desistem da profissão devido à masculinização do setor. E as próprias em-presas também reconhecem esse problema."

O programa apoiará a realização de estudos sobre o impacto económico da segregação sexual das profissões (quanto é que se per-de com esta polarização?); áreas com maior participação de homens; gap salarial e divisão desigual do trabalho não pago. Com estes da-dos será possível perceber o impacto real das desigualdades sobre direitos e oportunidades na sociedade.

Já no próximo ano, na área da violência con-tra as mulheres e violência doméstica, serão reforçados os sistemas de gestão de informa-ção da Comissão para a Cidadania e Igualda-de de Género. Também será lançado um es-tudo sobre o impacto das medidas aplicadas a agressores.

Rosa Monteiro frisa a urgência do trabalho, su-blinhando que "são várias as áreas que terão um reforço de financiamento. Esperamos re-ceber boas candidaturas que possam dar con-tributos decisivos para a política de igualdade."

O projeto direcionado para o ensino superior tem como base a compreensão da integra-ção da igualdade entre mulheres e homens nos vários cursos das instituições de ensino

superior. Para a Secretária de Estado, é muito importante a criação de "oportunidades que induzam de forma mais premente a integra-ção e inclusão destas matérias no ensino e na investigação científica. São várias as enti-dades envolvidas, e o projeto que lançámos será complementar a outras dinâmicas que algumas universidades já estão a desenvolver através de planos para a igualdade."

LEI DA PARIDADE ENTROU EM VIGOR EM JANEIRO DE 2018

Questionada sobre o impacto da lei da parida-de, Rosa Monteiro salienta que "a avaliação é muito positiva. Os dados que apurámos em ju-lho de 2018 comparativamente a julho de 2017 indicam um aumento de 4 pontos percentuais de participação de mulheres nos órgãos de administração. Também nas empresas cota-das em bolsa, o aumento foi de 4 pontos per-centuais (de 12 por cento passou para 16). No setor empresarial do Estado passámos de 28 para 31%. O salto mais significativo verificou-se no setor empresarial local, onde a participa-ção de mulheres em cargos mais altos era de 20 e atingiu os 28%."

A Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade frisa que "apesar de estarmos lon-ge do objetivo, o impacto foi imediato e cons-tatamos isso nas nomeações que as empresas fizeram para os seus órgãos de administração, ao terem tido em conta a nova legislação."

Rosa Monteiro - Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade

Rosa Monteiro - Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade

PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA VIDA POLÍTICA

No dia 8 de março deste ano, a Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade de Géne-ro apresentou uma proposta de lei de revisão da lei da paridade de 2006.

A proposta de lei pretende garantir e reconhe-cer o patamar de 40% para a representação mínima de cada um dos sexos e, por outro lado, alterar o regime de sanção, determi-nando a rejeição da lista incumpridora se esta não for corrigida dentro do prazo. Rosa Mon-teiro considera que "os partidos têm de dar o exemplo. O princípio da rejeição das listas é um requisito de garantia de que a lei é cum-prida. Também propomos, em relação à orde-nação das listas, que os dois primeiros lugares tenham de ser atribuídos de forma paritária para garantir maior efetividade de eleição real de mulheres."

BALANÇO DO PRIMEIRO MANDATO, ENQUANTO SECRETÁRIA DE ESTADO PARA A CIDADANIA E A IGUALDADE

"O balanço é difícil, principalmente em áreas como a igualdade, porque a minha tutela tem diversas áreas de intervenção que exigem um trabalho contínuo", afirma.

Quando entrou em funções, a Secretária de Estado começou por criar a já mencionada Estratégia Nacional para a Igualdade e Não Discriminação. "Fizemos um planeamento de política pública a médio e longo prazo, algo que nunca tinha sido realizado", ressalva.

Na área da interculturalidade e migrações foi elaborada uma revisão da estratégia de inte-gração das comunidades ciganas, incluindo o apoio a projetos para a criação de equipas municipais de mediadores interculturais.

Rosa Monteiro - Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade

EDIÇÃO ESPECIAL

DEZEMBRO 2018

LIDERANÇA no

A NOVA VISÃO DA COMUNIDADE

DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA

MARIA DO CARMO SILVEIRA

CAMPANHA "MINUTO DE IGUALDADE"

TERESA FRAGOSO

ENTREVISTA ESPECIAL

ROSA MONTEIRO SECRETÁRIA DE ESTADO PARA A CIDADANIA E A IGUALDADE