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Proibida reprodução deste material em parte ou no todo, propriedade do CIP – Lei n° 9.610 1 APRESENTAÇÃO Acreditamos que, como nós, você lute “por um Brasil melhor” na perspectiva do desenvolvimento da Educação Profissional. Você encontrará um material inovador que orientará o seu trabalho na realização das atividades propostas. Além disso, percebera por meio de recursos diversos como é fascinante o mundo da “Educação Profissional”. Gradativamente, dominará competências e habilidades para que seja um profissional de sucesso. Participe de direito e de fato deste Curso de Educação a Distância, que prioriza as habilidades necessárias para execução de seu plano de estudo: Você precisa ler todo o material de Ensino. Você deve realizar toda as atividades propostas. Você precisa organizar-se para estudar. Abra, leia, aproveite e acredite que “as chaves estão sendo entregues, logo as portas se abriram”. Esta disposto a aceitar o convite? Contamos com a sua participação para tornar este objetivo em realidade. Equipe Polivalente COLÉGIO INTEGRADO POLIVALENTE “Qualidade na Arte de Ensinar”

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LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA

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APRESENTAÇÃO Acreditamos que, como nós, você lute “por um Brasil melhor” na perspectiva do desenvolvimento da

Educação Profissional.

Você encontrará um material inovador que orientará o seu trabalho na realização das atividades

propostas. Além disso, percebera por meio de recursos diversos como é fascinante o mundo da “Educação

Profissional”. Gradativamente, dominará competências e habilidades para que seja um profissional de

sucesso.

Participe de direito e de fato deste Curso de Educação a Distância, que prioriza as habilidades

necessárias para execução de seu plano de estudo:

Você precisa ler todo o material de Ensino.

Você deve realizar toda as atividades propostas.

Você precisa organizar-se para estudar.

Abra, leia, aproveite e acredite que “as chaves estão sendo entregues, logo as portas se abriram”.

Esta disposto a aceitar o convite?

Contamos com a sua participação para tornar este objetivo em realidade.

Equipe Polivalente

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SUMARIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 1 SUMARIO ....................................................................................................... 2 INTRODUÇÃO................................................................................................. 5 LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA ............................................................ 7 NOÇÕES DE HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA .......................................... 7

CONSTITUIÇÃO DO VOCABULÁRIO ............................................................................................... 7 FONÉTICA ...................................................................................................... 7

CONCEITOS DE FONÉTICA E FONEMA............................................................................................ 7 FIGURAÇÃO DOS FONEMAS. .......................................................................................................... 8 APARELHO FONADOR.................................................................................................................... 8 CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS .................................................................................................... 8 CLASSIFICAÇÃO DAS VOGAIS ....................................................................................................... 9 ENCONTROS VOCÁLICOS............................................................................................................... 9 CLASSIFICAÇÃO DAS. CONSOANTES ........................................................................................... 10 ENCONTROS CONSONANTAIS...................................................................................................... 10 DÍGRAFOS................................................................................................................................... 10 SÍLABAS...................................................................................................................................... 10 ORTOÉPIA E PROSÓDIA .............................................................................................................. 11 ORTOGRAFIA .............................................................................................................................. 11 ACENTUAÇÃO GRÁFICA ............................................................................................................... 13 SINAIS DE PONTUAÇÃO .............................................................................................................. 13

MORFOLOGIA............................................................................................... 14 ESTRUTURA DAS PALAVRAS........................................................................................................ 14 PALAVRAS PRIMITIVAS E DERIVADAS. ....................................................................................... 15 FORMAÇÃO DAS PALAVRAS......................................................................................................... 15

CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS.................................................................. 16 SUBSTANTIVOS........................................................................................................................... 16 FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS ...................................................................................................... 16 ADJETIVO.................................................................................................................................... 18

VERBO.......................................................................................................... 20 CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS..................................................................................................... 20 TEMPOS DO INDICATIVO ............................................................................................................ 20 TEMPOS DO SUBJUNTIVO............................................................................................................ 21 QUADRO DOS TEMPOS VERBAIS ................................................................................................. 21 FORMAS NOMINAIS .................................................................................................................... 21 FORMAÇÃO DOS TEMPOS SIMPLES.............................................................................................. 23 FORMAÇÃO DOS TEMPOS COMPOSTOS........................................................................................ 24 SUBJUNTIVO............................................................................................................................... 24 VOZES DO VERBO........................................................................................................................ 25 FORMAÇÃO DA VOZ PASSIVA. ..................................................................................................... 25

PRONOME .................................................................................................... 25 PRONOME PESSOAL .................................................................................................................... 26

EXERCÍCIOS ........................................................................................................................... 26 FORMAS DE TRATAMENTO........................................................................................................... 27 PRONOME POSSESSIVO. ............................................................................................................. 27 PRONOME DEMONSTRATIVO....................................................................................................... 28 PRONOME INDEFINIDO............................................................................................................... 28 PRONOME INTERROGATIVO........................................................................................................ 28 PRONOME RELATIVO................................................................................................................... 28

NUMERAL ..................................................................................................... 28 QUADRO DOS NUMERAIS ............................................................................................................ 29 NUMERAIS COLETIVOS................................................................................................................ 29 FLEXÃO DO NUMERAL ................................................................................................................. 30 LEITURA E ESCRITA DOS NÚMEROS ............................................................................................ 30 CARDINAL OU ORDINAL.............................................................................................................. 30

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ARTIGO........................................................................................................ 30

EMPREGO DO ARTIGO DEFINIDO ................................................................................................ 30 EMPREGO DO ARTIGO INDEFINIDO ............................................................................................ 30

ADVÉRBIO.................................................................................................... 30 CLASSIFICAÇÃO DO ADVÉRBIO................................................................................................... 30 ADVÉRBIOS INTERROGATIVOS ................................................................................................... 31 LOCUÇÕES ADVERBIAIS.............................................................................................................. 31 FLEXÃO DO ADVÉRBIO ................................................................................................................ 31

PREPOSIÇÃO................................................................................................ 31 CLASSIFICAÇÃO DAS PREPOSIÇÕES ........................................................................................... 31 LOCUÇÃO PREPOSITIVA.............................................................................................................. 31 CONTRAÇÃO E COMBINAÇÃO ...................................................................................................... 31 CRASE ......................................................................................................................................... 32

CONJUNÇÃO................................................................................................. 33 CONJUNÇÕES COORDENATIVAS.................................................................................................. 33 CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS ................................................................................................ 33 LOCUÇÃO CONJUNTIVA............................................................................................................... 34

INTERJEIÇÃO............................................................................................... 34 CLASSIFICAÇÃO DAS INTERJEIÇÕES........................................................................................... 34 LOCUÇÃO INTERJETIVA .............................................................................................................. 34

SINTAXE ...................................................................................................... 34 CONCEITOS BÁSICOS.................................................................................................................. 34

PERÍODO SIMPLES - TERMOS DE ORAÇÃO. .................................................. 34 TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO ............................................................... 34

SUJEITO...................................................................................................................................... 34 PREDICADO................................................................................................................................. 35

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO ............................................................ 35 COMPLEMENTO VERBAL. ............................................................................................................. 35 COMPLEMENTO NOMINAL ........................................................................................................... 36 COMPLEMENTO AGENTE DA VOZ PASSIVA OU AGENTE DA PASSIVA. ................................................ 36

TERMOS ACESSÓRIOS.................................................................................. 37 DA ORAÇÃO.................................................................................................. 37 VOCATIVO.................................................................................................... 37 PERÍODO COMPOSTO................................................................................... 38

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO ................................................................................. 38 PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO. .................................................................................. 38 ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS ................................................................................... 38 ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS ....................................................................................... 39 ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS. .................................................................................... 39 ORAÇÕES REDUZIDAS................................................................................................................. 40

SEMÂNTICA E ESTILÍSTICA.......................................................................... 40 SINÔNIMOS OU SINONÍMIA ....................................................................................................... 40 ANTÔNIMOS OU ANTONÍMIA ...................................................................................................... 40 HOMÔNIMOS OU HOMONÍMIA .................................................................................................... 41 PARÔNIMOS................................................................................................................................ 41 POLISSEMIA................................................................................................................................ 41

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO ......................................................................... 41 NOÇÃO DE ESTILÍSTICA............................................................................... 41

FIGURAS DE LINGUAGEM ............................................................................................................ 41 NOÇÕES DE LITERATURA ............................................................................. 54

CARACTERÍSTICAS DE UM TEXTO LITERÁRIO ............................................................................. 54 OS GÊNEROS LITERÁRIOS............................................................................ 52

CLASSIFICAÇÃO DOS GÊNEROS LITERÁRIOS................................................................................. 66 MANIFESTAÇÕES DA PROSA........................................................................................................ 66 MANIFESTAÇÕES DA POESIA. ..................................................................................................... 66 ELEMENTOS DO GÊNERO ............................................................................................................. 67 NARRATIVO OMANCE. ................................................................................................................. 67 ROTEIRO PARA ANÁLISE............................................................................................................. 67

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DE UMA OBRA DE FICÇÃO ........................................................................................................... 67 REDAÇÃO ..................................................................................................... 68

NOÇÕES GERAIS ......................................................................................................................... 68 A REDAÇÃO LITERÁRIA E SEUS TIPOS ........................................................................................ 68 A REDAÇÃO TÉCNICA E SEUS TIPOS............................................................................................ 70

EXERCÍCIOS ........................................................................................................................... 70 TIPOS E MODELOS DE CORRESPONDÊNCIAS E OUTROS DOCUMENTOS TÉCNICOS. ..................... 71

GLOSSÁRIO.................................................................................................. 94 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 95

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INTRODUÇÃO

Você esta iniciando o estudo do Módulo – LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA.

Você terá contato com teorias importantes que vão proporcionar um desempenho eficiente

durante o seu Curso.

A língua é um meio de comunicação utilizado pelo ser humano, constituindo-se no

principal instrumento para o processo de desenvolvimento da sociedade. Assim sendo,

necessita ser empregada e exercida permanentemente através da linguagem, procurando-se

sempre, a forma adequada de se fazer entender visando à boa comunicação.

No campo profissional, a expressão correta e compatível é fator preponderante para o

alcance do êxito e do sucesso na carreira escolhida.

Daí por que, ao estabelecermos um método de ensino da Língua Portuguesa semi-

indireto, com o emprego de módulos, procuramos oferecer a você, de maneira simples e

objetiva, os mecanismos básicos, necessários e indispensáveis ao exercícios da profissão de

Corretor de Imóveis.

Temos a certeza de que os assuntos aqui abordados são pertinentes à sua área de

atuação, razão pela qual esperamos poder contribuir, a partir da língua em uso e da

linguagem, para o aperfeiçoamento das relações entre você e seus clientes, e, por via de

conseqüência, para a obtenção de melhores negócios.

Nossa linha de trabalho abre um caminho atraente e seguro pela seqüência das

atividades – leitura, interpretação, reflexão e pela variedade de propostas que mostram

maneiras de pensar e agir, e que recriam situações de aprendizagem.

As aprendizagens teóricas são acompanhadas de sua contrapartida prática, pois se

aprende melhor fazendo. Tais praticas são momentos de aplicação privilegiados, oportunidades

por excelência, de demonstrar o saber adquirido.

Nessa perspectiva, dois objetivos principais serão perseguidos neste material. De um

lado, torná-lo habilitando a aproveitar os frutos da aprendizagem, desses saberes que lhe são

oferecidos de muitas maneiras, em seu estudo, ou até pela mídia – jornais, revistas, rádio,

televisão e outros – pois sabendo como foram construídos poderá melhor julgar o seu valor.

Por outro lado, capacitando-se para construir novos saberes. Daí a necessidade do seu estágio

para aliar a teoria à pratica.

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A soma de esforços para que estes módulos respondessem as suas necessidades, só foi possível

mediante a ação conjunta da Equipe Polivalente.

Nossa intenção é conduzir um dialogo para o ensino aprendizagem com vistas a conscientização,

participação para ação do aluno sobre a realidade em que vive.

A Coordenação e Tutores/Professores irá acompanhá-lo em todo o seu percurso de

estudo, onde as suas dúvidas serão sanadas, bastando para isso acessar o nosso site:

WWW.COLEGIOPOLIVALENTE.COM.BR

Equipe Polivalente

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NOÇÕES DE HISTÓRIA DA LÍNGUA

PORTUGUESA

CONSTITUIÇÃO DO VOCABULÁRIO

As palavras que constituem o nosso patrimônio léxico podem ser:

de origem latina; de formação vernácula ; de importação estrangeira.

A maioria das palavras da Língua Portuguesa são

provenientes do Latim vulgar, que os romanos introduziram na Lusitânia duzentos anos antes de Cristo.

PALAVRAS DE ORIGEM LATINA. Entre as palavras de origem latina, umas

são do período de formação do idioma entre os séculos VI e XI aproximadamente_ outras foram introduzidas mais tarde pelos escritores e letrados, principalmente no período áureo da literatura portuguesa, no século XVI. As primeiras, as formas populares, foram profundamente alteradas “na boca do povo iletrado e rude”, ao passo que as outras, as formas cultas ou eruditas, incorporaram-se à língua com leves alterações.

Formas populares: cuidar, chave, chama, leal, riso, sarar, teia, etc.

Formas cultas: cogitar, flama, legal, sendo, clave, sanar, etc.

PALAVRAS DE FORMAÇÃO VERNÁCULA No decorrer dos séculos vieram sendo

criadas no seio da língua, pelo gênio inventiva do povo luso-brasileiro, numerosas palavras que enriqueceram sobremodo o nosso vocabulário.

São as chamadas criações vernáculas, de que são exemplos os termos seguintes: coitado, fofoca, xereta, jeca, quicar, fofo, ranzinza, zunzum, beija-flor, malmequer, careta, você, girassol, xodó, etc.

PALAVRAS IMPORTADAS As palavras de importação penetram na

língua através das relações entre os povos e graças às influências que as culturas e civilizações exercem mas sobre as outras. Desde os primórdios da Língua Portuguesa, e mais intensamente na fase de sua expansão pelos continentes, numerosos termos peregrinos, importados e aprovados pelo uso, vieram enriquecer-lhe o patrimônio léxico. Assim é

léxico – conjunto dos vocábulos de um idioma. vernácula – linguagem sem mescla de estrangeirismo, que

usa de correção e pureza ao falar e escrever, idioma do pais nacional.

iletrado – inculto, rústico, ignorante, analfabeto. ranzinza – birrento; mal-humorado; teimoso, impertinente,

ranheta.

que encontramos no vocabulário português palavras oriundas:

a) do Grego – umas por influência do cristianismo, como: anjo, apóstolo, bíblia, outras criadas pelos sábios e cientistas, como: nostalgia, microscópio, telefone, etc;

b) do Hebraico – veiculadas pela sagrada

Escritura: aleluia, Páscoa, sábado, Jesus, Maria, etc;

c) do Alemão – guerra, norte, sul, Realengo,

Ricardo, Interlândia, etc;

d) do Árabe – algodão, alfaiate, azeite, algema, oxalá, alá, nácar, muçulmano, etc;

e) do Francês – elite, greve, avenida,

detalhe, pose, toalete, tricô, guichê, etc;

f) do Inglês – bife, clube, futebol, jóquei, náilon, esporte, tênis, vagão, xampu, etc;

g) do Italiano – maestro, piano, soneto,

pastel, lasanha, salsicha, etc;

h) do Espanhol – castanhola, cavalheiro, caudilho, ninharia, maçanilha, ojeriza, etc;

i) do Russo – rublo, mujique, esputinique,

vodca, sorvete, etc;

j) do Chinês – chá, chávena, nanquim, pequinês, etc;

k) do Japonês – biombo, jiu-jitsu, micado,

quimono, nissei, samurai, gueixa, etc;

l) do Turco – algoz, horda, lacaio, etc;

m) do Tupi – tatu, araponga, saci, pitanga, Iracema, Itu, Iguaçu, jibóia, pajé, etc;

n) das Línguas Africanas – macumba,

vatapá, maxixe, quilombo, marimbondo (ou maribondo), etc.

FONÉTICA

CONCEITOS DE FONÉTICA E FONEMA

FONÉTICA A fonética é uma ciência auxiliar da

lingüística e estuda os sons da fala; ou seja, os fonemas.

veicular – introduzir; transportar; transmitir; propagar;

difundir lingüística – ciência da linguagem, isto é, o estudo da

língua em si mesma e por si mesma, o mesmo que glotofobia.

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FONEMAS São as menores unidades sonoras da fala.

São os sons elementares e distintivos que articulados e combinados formam as sílabas e estas os vocábulos na comunicação oral.

Funcionam como elementos distintivos ou diferenciadores das palavras - porque são capazes de diferenciar uma de outra, como por exemplo: par, bar; mala, mola; gato, pato, rato.

Quando proferimos a palavra aplico; por exemplo, emitimos três sílabas e seis fonemas: a – pli - co. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais fonemas.

FIGURAÇÃO DOS FONEMAS.

Na língua escrita os fonemas são

representados por sinais gráficos ou signos, que chamamos letras.

Ao conjunto das letras denominamos alfabeto.

É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o sinal gráfico que representa o som.

Seria bom que cada fonema correspondesse a uma só letra, e vice-versa mas na realidade isso não acontece:

a) a mesma letra pode representar fonemas diferentes: exame (ezame), xale (chale), próximo (próssimo), sexo (secso);

b) o mesmo fonema pode ser figurado por

letras diferentes: casa, exílio, cozinha, tigela, laje; c) um fonema pode ser representado por

um grupo de duas letras que denominamos dígrafos: machado, mulher, unha, missa, carro;

d) há letras que, às vezes, não representam

fonemas; tão somente funcionam como notações gráficas: campo (cãpo), renda (rẽda);

e) usam-se letras simplesmente

decorativas: não representam fonemas nem funcionam como notações gráficas: hotel (otel), discípulo (dicípulo), exceção (eceção), quina (qina).

APARELHO FONADOR

A produção dos fonemas é feita no aparelho fonador, que é constituído de diversos órgãos.

Durante a expiração, o ar que sai dos pulmões passa pelos órgãos do aparelho fonador produzindo os sons da fala.

Compõem-se este aparelho: DOS PULMÕES. Que exercem o papel de reservatório de ar,

funcionando como dois foles, o que propicia a corrente de ar.

DOS BRÔNQUIOS E DA TRAQUÉIA Que são os canais que conduzem a corrente

de ar à laringe.

DA LARINGE Que é o órgão mais importante na produção

dos sons da fala, nela situando a glote, a epiglote e as cordas vocais.

DA GLOTE Pequena abertura localizada na laringe que,

à chegada do ar vindo dos pulmões pode abrir-se ou fechar-se. Ao abrir-se, o ar passa livremente, sem vibrar as cordas vocais, produzindo os sons surdos. Ao fechar-se, o ar faz vibrar as cordas vocais, e o som produzido é então sonoro.

DAS CORDAS VOCAIS Que são duas pregas horizontais diante da

glote que, quando vibradas, produzem os fonemas sonoros.

DA FARINGE Cavidade afunilada situada entre a boca e a

parte superior do esôfago servindo como condutora de ar para a boca e as fossas nasais.

DA ÚVULA É um apêndice flexível do véu palatino que,

quando se levanta, impede o ar de passar pelas fossas nasais, passando-se então pela boca e produzindo os sons orais. Caso contrário, abaixando-se a úvula, o ar passa em parte pelas fossas nasais, formando-se então os fonemas nasais.

DA BOCA E ÓRGÃOS ANEXOS A boca é propriamente o lugar onde os

fonemas se completam, onde participam as arcadas dentárias, os alvéolos, o palato duro ou céu da boca, o palato mole ou véu palatino e, ainda, a língua, os lábios e as bochechas, os quais se movimentam para moldar os fonemas.

DAS FOSSAS NASAIS Que são cavidades situadas no maxilar

superior, funcionando como coisa de ressonância dos fonemas nasais.

CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS

Os fonemas da língua classificam-se em:

vogais, semivogais e consoantes. VOGAIS O ar expelido pelos pulmões faz vibrar as

cordas vocais, produzindo fonemas que saem apenas pela boca ou pela boca e pelas fossas nasais sem encontrar nenhum obstáculo. A esse tipo de fonema dá-se o nome de vogal.

SEMIVOGAIS São os fonemas (i) e (u), átonos (mais

fracos) que se unem a uma vogal, formando com esta uma só sílaba: vai, andei, ouro, água.

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CONSOANTES Quando o ar expelido pelos pulmões

encontra obstáculo à sua passagem (língua, dente, lábios), produz fonemas chamados consoantes.

CLASSIFICAÇÃO DAS VOGAIS

As vogais são classificadas de acordo com os seguintes critérios:

QUANTO À ZONA DE ARTICULAÇÃO a) média: a - som produzido quando a língua

se conserva quase em repouso, baixa, a boca aberta e o véu palatino se levanta impedindo a passagem da corrente de ar para as fossas nasais;

b) anteriores: e, ê, i - sons produzidos quando

ponta da língua se eleva gradualmente em direção ao palato duro, e ao mesmo tempo vai diminuindo a abertura da boca; assim, ao proferirmos (é), a língua principia aquela elevação e estreita-se um pouco a abertura da boca; ao pronunciarmos (ê), os dois movimentos se acentuam; quando dizemos (i), a elevação da língua em direção ao palato duro é máxima e o estreitamento da boca é bem acentuado;

c) posteriores: ó, ô, u – sons produzidos

quando recuamos e elevamos progressivamente a ponta posterior da língua em direção ao véu palatino; arredondando e estreitando gradativamente os lábios.

QUANTO AO PAPEL DAS CAVIDADES

BOCAL E NASAL a) orais: a, é, ê, i, ó, ô, o – quando a corrente

de ar ressoa apenas na boca; b) nasais: á, é, í, ó, ú - quando a corrente de

ar ressoa em parte na cavidade nasal. Na escrita, indicamos a nasalidade das vogais por um til, um m ou um n: ã (romã), na (antes), am (ambos), en (entre), em (emprego), in (findo). As vogais nasais são sempre fechadas.

QUANTO À INTENSIDADE a) tônicas - aquelas vogais proferidas com

maior intensidade: cipó, pálido, pêndulo, pura; b) átonas - aquelas vogais pronunciadas com

intensidade fraca: cipó, pálido, pura; c) subtônicas - proferem-se com intensidade

secundária: arvorezinha, esplendidamente. QUANTO AO TIMBRE a) abertas: a (casa), é (café), ó (ótimo) -

sons proferidos quando a boca está mais aberta e é grande a distância entre a língua e o céu da boca; aquela abertura e esta distância são mais amplas para o a e menos amplas para o é e ó;

b) fechadas: ê (cedo), ô (povo), i (missa), u

(uva) – sons proferidos quando a boca estreita a

abertura e é pequena a distância entre a língua e o céu da boca; aquele estreitamento e esta aproximação são menos acentuados no ê e no ô, e mais acentuados no i e no u;

c) reduzidas: a (casa), e (leve), o (pálido) –

sons intermediários entre vogais abertas e as fechadas, proferidos fracamente.

ENCONTROS VOCÁLICOS

Os encontros vocálicos são três: ditongo, tritongo e hiato.

DITONGO É o grupo formado por semivogal mais

vogal: história; vogal mais semivogal: seu. A vogal e a semivogal ficam na mesma

sílaba, pois correspondem a uma só emissão de voz. Os ditongos podem ser: orais ou nasais,

crescentes ou decrescentes: a) orais - quando a vogal que o constitui é

oral: pau, quadro; b) nasais - quando a vogal que o constitui é

nasal: pão, quando; c) crescentes - quando a semivogal vem

antes da vogal: gênio, pátria, quatro, vácuo, tênue. Os ditongos crescentes classificam-se em

nasais. Orais - eo, io, ea, ia, ie, oa, ua, ue, uo. Exemplos: férreo, gênio, rósea, ausência,

cárie, páscoa, língua, tênue, vácuo. Nasais - uan, uen, uim. Exemplos: quanto, freqüência, pingüim. d) decrescentes: quando a vogal vem antes

da semivogal: pauta, meu, réu, riu, dói. Os ditongos decrescentes classificam-se em

orais e nasais: Orais - ai, au, éi, ei, éu, eu, iu, oi, ói, ou, ui. Exemplos: vai, automóvel, pastéis, leite,

céu, deu, partiu, afoito, dói, louco, gratuito. Nasais - ãi, ãe, em, ei, õe, ui, am, ão. Exemplos: paina, mãe, bem, cem, sermões,

muito, falam, órfão. TRITONGO É o conjunto de uma semivogal mais vogal

mais semivogal numa mesma sílaba: iguais. O tritongo pode ser: a) Oral- quando a vogal que o constitui é

oral: uai, uou, uei, uiu. Exemplo: quais, averiguou, enxagüei,

redargüiu. b) Nasal - quando a vogal que o constitui é

nasal: uão, uam, uem, uõe. Exemplo: saguão, águam, enxágüem,

saguões.

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HIATO É o encontro de duas vogais pronunciadas

em dois impulsos distintos, formando sílabas diferentes.

Pode correr hiato entre: a) duas vogais átonas. Exemplo: reação. b) uma vogal tônica e outra átona. Exemplo: rua. Os encontros vocálicos ia, ie, oa, ua, ue, io

e uo, quando átonos e finais, são normalmente considerados corno ditongos crescentes. No entanto, segundo a própria nomenclatura gramatical brasileira, tais grupos podem ficar também em silabas separadas, formando, assim, hiatos: his-tó-ri-a, co-lé-gi-o.

Tais ditongos são, portanto variáveis ou instáveis, pois ora realizam-se como ditongos, ora como hiatos. Os únicos ditongos verdadeiros, considerados estáveis, são os decrescentes.

CLASSIFICAÇÃO DAS. CONSOANTES

Podemos classificar as consoantes em: ORAIS Oclusivas :

Surdas: (p) (bilabial), (t) (linguodental), (k) (velar) Sonoras: (b) (bilabial), (d) (linguodental), (g) (velar)

Constritivas :

Fricativas : * Surdas: (f) (labiodental), (s) (alveolar), (x)

(palatal) * Sonoras: (v) (labiodental), (c) (alveolar), (j) (palatal)

- Laterais: * Sonoras: (l) (alveolar), (lh) (palatal) Vibrantes:

* Sonoras: (r) (alveolar), (rr) (velar)

NASAIS Sonoras: (m) (bilabial), (n) (linguodental),

(nh) (palatal).

Obs: São chamadas “surdas” as consoantes produzidas sem vibração das cordas vocais: (p), (t), (k), (f), (s), (x). “Sonoras” são as produzidas com vibração das cordas vocais: (b), (d), (g), (v), (z), (j), (1), (lh), (r), (rr), (m), (n), (nh).

oclusiva – consoantes explosiva, isto é, aquela que

pronunciada pelo fechamento ou oclusão do aparelho vocal, em determinado ponto imediatamente seguido da sua abertura repentina ou explosão , permitindo a saída do sopro expirador.

contritivas – apertura, cochamento. fricativa – Em que há fricção; que produz fricção.

Se o fechamento dos lábios ou a interrupção da corrente de ar é total, dá-se a oclusão; se parcial, a constrição.

ENCONTROS CONSONANTAIS

Encontro consonantal é a seqüência de duas ou mais consoantes numa mesma palavra. Os encontros consonantais mais freqüentes na Língua Portuguesa são: bl - oblíquo, br - braço, cr - ocre, dr - dramático, fl - camuflagem, fr - frasco, cl - bicicleta, gl - epiglote, gr - grama, pl - aplicar, pr - capricho, ti - atleta, tr - atração, vr - livre.

Esses encontros são inseparáveis. Há ainda alguns encontros consonantais separáveis ou disjuntos, pois ficam em sílabas separadas. Eis alguns deles: pt - apto, dv - advogado, gn - agnóstico, bs - obstante, tm - atmosfera, ft – afta, - ct – octogésimo, cc - occipital, ls - Wilson.

DÍGRAFOS

Dígrafo é o conjunto de duas letras representando um só fonema.

a) dígrafos que representam consoantes - ch - chuva, lh ilha, nh - ninho, rr - carro, ss - passo, gu - guerra, qu - quero, sc nascer, sc - cresça, xc - exceção.

b) dígrafos que figuram vogais nasais - am - tampa, em tempo, im - limpo, om - ombro, um - jejum, an - santa, en - venda, in - linda, on - sonda, un - mundo.

Obs: Dígrafo não é encontro consonantal,

pois representa um só fonema.

SÍLABAS

Sílaba é um fonema ou grupo de fonemas pronunciados num só impulso de voz.

CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

QUANTO AO NÚMERO DE SÍLABAS Quanto ao número de sílabas, classificam-se

os vocábulos em: a) monossílabos - os que têm uma só

sílaba: pó, luz, pão, boi, etc. b) dissílabos - os que têm duas sílabas:

café, livro, leite, caí, etc; c) trissílabos - os que são constituídos de

três sílabas: jogador, cabeça, saúde, etc; d) polissílabos - os que têm mais de três

sílabas: jesuítas, responsabilidade, americano, etc. TONICIDADE Quanto à tonicidade, as sílabas podem ser

átonas e tônicas. Na palavra Carolina há quatro sílabas: Ca-

ro-li-na. A sílaba “li” é pronunciada com maior força

que as outras. É a sílaba tônica da palavra, pois

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sobre ela recai o acento tônico, também chamado acento de intensidade.

As demais sílabas da palavra são átonas, ou seja, são pronunciadas com menor intensidade que a sílaba tônica.

É importante observar que o acento da sílaba tônica é um fato fonético e não deve ser confundido com o acento gráfico (agudo ou circunflexo) que às vezes o assinala.

Por exemplos:

Carolina - a sílaba tônica não recebe acento gráfico; Médico - a sílaba tônica é acentuada graficamente; Na palavra Carolina podemos observar, portanto: * Sílabas átonas pretônicas: Ca – ro * Sílaba tônica: li * Sílaba átona postônica: na

CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO ACENTO TÔNICO.

De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos com mais de uma sílaba classificam-se em:

a) oxítonos - quando a sílaba tônica é a última: jacá, colar, animal, você.

b) paroxítonas - quando a sílaba tônica é a penúltima: verdade, lápis, imensidade, táxi;

c) proparoxítonas - quando a sílaba tônica é a antepenúltima: lâmina, pêssego, árvore, lâmpada.

Obs: Nas palavras compostas considere-se a posição da sílaba tônica do último elemento. Ex: couve-flor (oxítona).

Os monossílabos, conforme a intensidade

com que são proferidos, podem ser tônicos ou átonos:

tônicos - são os proferidos fortemente na frase onde aparecem, como os em negrito no exemplo: Pálido, o sol do céu se despedia (Olavo Bilac). átonos - são os proferidos fracamente na frase em que aparecem. Não têm acento próprio e, por isso, necessitam apoiar-se na palavra que vem depois deles. No exemplo seguinte os monossílabos em negrito são átonos:

A solidão, carrego-a no bolso. Mas que temos nós com isso?

(C.D. Andrade).

ORTOÉPIA E PROSÓDIA

ORTOÉPIA A ortoépia ocupa-se da boa pronunciação

das palavras no ato da fala, e estabelece: a) a perfeita emissão das vogais e grupos

vocálicos, enunciando-os sem acrescentar nem

omitir ou alterar fonemas, tudo de acordo com as normas da fala culta.

Exemplos: roubo, ouro, mendigo, bandeja (e não: róbo, ôro, mendingo, bandeija);

b) a articulação correta dos

fonemas consonantais. Ex: mulher, comer, falar (e

não: mulhé, comê, falá); c) a correta ligação das palavras na frase. Ex: Encontramos um túnel escuro. Mencionamos aqui alguns casos freqüentes

de pronúncias errôneas e, ao lado, as pronúncias corretas:

Pronúncias Errôneas Pronúncias Corretas Adevogado Freiada tóxico (chi) estóra douze afróxa

Advogado Freada tóxico (cs) estoura doze afrouxa

PROSÓDIA A prosódia trata da correta acentuação

tônica das palavras. Quando o falante desloca a posição do acento tônico da palavra, comete uma infração denominada silabada. Exemplo: rubrica (bri é uma sílaba tônica); rubrica (se o falante desloca a sílaba tônica, comete silabada).

Registramos aqui algumas dessas palavras,

com a devida classificação tônica: a) oxítonas - refém, sutil, condor, cateter; b) paroxítonas - avaro, boêmia, ambrósia,

gratuito; c) proparoxítonas - âmago, elétrodo,

chávena. Há palavras que apresentam pronúncia

oscilante. As duas formas, nesse caso, são consideradas corretas: xérox ou xerox; acróbata ou acrobata; ortoépia ou ortoepia.

ORTOGRAFIA

A ortografia trata do emprego correto das letras e dos sinais gráficos, na língua escrita.

A) ALFABETO PORTUGUÊS. O alfabeto da Língua Portuguesa compõe-se

de 23 letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, 1, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z.

Existem ainda, além dessas, as letras k, w e y, que não pertencem ao nosso alfabeto e só se empregam nos seguintes casos:

na transcrição de nomes próprios estrangeiros e de seus derivados portugueses: Kant, Kantismo, Darwin, Darwinismo. nas abreviaturas e nos símbolos de uso internacional: kg - quilograma, km - quilômetro.

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na transcrição de palavras estrangeiras não aportuguesadas: kart, kodak, show, flamboyant.

B) EMPREGO DE CERTAS LETRAS: EMPREGO DAS LETRAS G E J. Escrevem-se com G:

os substantivos terminados em: -agem, -igem, -ugem. Ex: garagem, origem, ferrugem, viagem. Exceção: pajem. as palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. Ex: contágio, egrégio, relógio, refúgio. as palavras derivadas de outras grafadas com G. Ex: massagista (de massagem), engessar (de

gesso). os seguintes vocábulos: gibi, tigela, angico, ginete, gilete, sugestão, monge, apogeu, estrangeiro, auge, gesto, rabugento, rabugice, etc.

Escrevem-se com J: as palavras derivadas de outras terminadas em: -já. Ex: cereja: cerejeira, loja: lojista; granja:

granjeiro, granjear (e suas flexões). todas as formas da conjugação dos verbos terminados em: -jar ou -jear. Ex: gorjear: gorjeiam; viajar: viajei, viajemos.

as palavras derivadas de outras que têm J. Ex: jeito, jeitoso, desajeitado: ajeitar, nojo:

nojeira, nojenta, etc. as palavras de origem ameríndia (principalmente tupi-guarani), africana ou popular: canjica, jenipapo, jibóia, pajé, jiló, jeca, cafajeste, etc.

as seguintes palavras: alfanje, berinjela, cerejeira, alforje, rijeza, intrujice, ojeriza, jegue, ultraje, Jeremias, traje, jerico, jérsei, majestade, manjedoura, pegajento, sujeira, varejista, majestoso, rabujice.

EMPREGO DAS LETRAS S E Z Escrevem-se com S:

adjetivos com os sufixos: -oso, -osa. Ex: gracioso, graciosa, gostoso, gostosa, etc. verbos derivados de palavras cujos radicais terminam em -s. Ex: apressar (de pressa), atrasar (de atrás),

extasiar (de êxtase), etc. Incluem-se aqui os verbos terminados em -isar. Ex: pesquisar (pesquisa), analisar (análise).

formas dos verbos pôr e querer e de seus compostos: pus, pusemos, quiser, quisera, quiséssemos, compusera, etc.

as palavras em -ês e a forma feminina -esa, que são formadores de adjetivos pátrios ou que indicam posição social, e de substantivos femininos que indicam título honorifico e nos cognatos de verbos terminados em -ender. Ex: francês - francesa, burguês - burguesa,

marquês - marquesa, príncipe - princesa, defesa (defender), surpresa ( surpreender).

os seguintes vocábulos: ânsia, ansioso, cansar, descanso, análise, despesa, espontâneo, etc.

as seguintes palavras femininas: framboesa, indefesa, lesa, mesa, sobremesa, obesa, Teresa, turquesa, etc.

palavras com finais em: -ase, -ese, -ise e -ose, na grande maioria. Se o vocábulo for erudito ou de aplicação científica não haverá dúvida: hipóstase, análise, trombose, etc.

palavras como: pretensão - pretender, repreensão repreender, cuja correlação nd - ns seja possível.

Escrevem-se com Z: os derivados em: -zal, -:zeiro, -zinho, -zito: cafezinho, cafezal, cafezal, cafezeiro, cãozito.

os derivados de palavras cujos radicais terminam em: -z. Ex: enraizar (de raiz), esvaziar (de vazio),

cruzeiro (de cruz), etc. os verbos formados com o sufixo -izar, cujos radicais não terminam em: -s e palavras cognatas (de raiz comum). Ex: fertilizar, fertilizante, civilizar civilização, colonizar-colonização.

os substantivos abstratos em: -eza, derivados de adjetivos e denotando qualidade física ou moral. Ex: limpeza (de limpo), frieza (de frio),

pobreza (de pobre), etc. - as seguintes palavras: azar, vizinho, azedo, buzina, azeite, azáfama, baliza, bazar, cicatriz, ojeriza, prezado, vazar, etc.

Emprego da letra X. Em geral depois do ditongo escrevem-se com

x: faixa, caixote, feixe, baixo, etc. Geralmente, depois da sílaba inicial en:

enxada, enxame, enxaqueca, enxurrada, etc. Obs: Excepcionalmente, com ch: encharcar

(de charco), encher (e derivados), enchova, enchumaçar (de chumaço), enfim, toda vez que se trata do prefixo en mais palavra iniciada por ch.

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Em vocábulos de origem indígena ou africana: abacaxi, xavante, caxambu (dança negra), etc.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

a) Vocábulos oxítonos. Acentuam-se com o devido acento os

vocábulos oxítonos e os monossílabos tônicos terminados em:

-a, -e, -o, seguidos, ou não de s. Ex: será, serás, vovô, avós, pajé, pá, fé, pó. -em, -ens, em palavras de duas ou mais sílabas. Ex: ninguém, armazéns. -éis, -éu(s), ói(s). Ex: fiéis, chapéu, chapéus, herói, heróis. Obs: Não devem ser acentuados os oxítonos terminados em -i(s), -u(s). Ex: aqui, juriti, juritis, bambus.

Não devem ser acentuados os monossílabos terminados por: -em ou -ens. Ex: sem, bens.

b) Paroxítonos. Acentuam-se com o devido acento os

vocábulos paroxítonos terminados em: ditongos crescentes seguidos ou não de s. Ex: sábio, planície, espontâneo. -i, -is, -us, -um, -uns. Ex: júri, lápis, bônus, álbum, álbuns. -1, -n, -r, -x, -ns, -ps. Ex: fácil, hífen, revólver, látex, elétrons,

fórceps. -ei, -eis. Ex: jóquei, úteis. -ã, -ãs, -ão, -ãos. Ex: ímã, órfãs, órgão, bênçãos. c) Proparoxítonos. Acentuam-se todos os vocábulos

proparoxítonos. Ex: cívico, lágrima, pêssego, lâmpada. d) Ditongos. Acentua-se a base dos ditongos decrescentes

orais abertos: -éi, -éu, -ói e do tritongo -uói. Ex: anéis, ilhéus, herói, sequóia.

Obs: os demais casos de ditongos e tritongos não se acentuam.

e) Hiatos. Acentuam-se o i e o u tônicos em hiatos

com vogais ou ditongos anteriores. Ex: saída, saúde, heroína.

Acentua-se a primeira vogal dos grupos -ôo, -êe, quando for tônica.

Ex: vôo, lêem.

Obs: Não se acentuam as referidas vogais quando seguidas de: l, m, n, r ou z, finais de sílabas, ou do dígrafo nh. Ex: paul, ruim, ainda, cairdes, raiz, rainha. Se as consoantes acima referidas iniciarem sílaba, tem lugar o acento. Ex: raízes, reúne, saíra.

f) Acento Diferencial. Emprega-se o acento diferencial como sinal

distintivo de vocábulos homógrafos: pára (verbo); de para (preposição); péla (subst. e verbo), de pela (contração de per + a); pélo (verbo), de pêlo (substantivo); pôr (verbo), de por (preposição); pôde (pret. perfeito do v. poder), de pode (presente do indicativo ).

g) Acento Grave. Usa-se apenas para indicar a crase da

preposição a com os artigos a, as e com os demonstrativos a, as, aquele(s), aquela(s), aquilo. Ex: à, àquele.

SINAIS DE PONTUAÇÃO

A) VÍRGULA (,). A vírgula mostra ao leitor as separações

breves de sentido entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na oração, quer no período.

Para separar palavras ou orações justapostas: Eu era um jovem forte, valente, belo e querido por todos.

Para separar vocativos: Olha, Ricardo, você vai passar por esta estrada.

Para separar apostos: Aristóteles, o maior filósofo de todos os tempos, foi o criador da Lógica.

Para separar orações intercaladas e outras de caráter explicativo: Não o direi, pensei comigo, a ninguém. Segundo afirma, há no mundo 396.000 espécies vivas de animais.

Para separar certas expressões explicativas, como: isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, etc.

Para separar orações adjetivas explicativas: Os homens, que são seres racionais, dominam os outros animais.

Para separar adjuntos adverbiais: “Eis que, aos poucos, lá para as bandas do oriente, clareia um cantinho do céu” (Visconde de Taunay).

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Para indicar a elipse de um termo: Na feira compramos frutas; no supermercado, açúcar; no açougue, carne.

Para separar certas conjunções como: porém, contudo, pois, entretanto, portanto, etc.

Para separar os elementos paralelos de um provérbio: Mocidade ociosa, velhice vergonhosa.

B) PONTO E VÍRGULA (;) O ponto e vírgula denota uma pausa mais

sensível que a vírgula e emprega-se principalmente: Para separar orações coordenadas de certa extensão: Sem virtude, precede a Democracia; o que mantém o governo despótico ou tirânico é o medo; e a honra seria o substrato ao principio monárquico (Bruno A. Andrade)

Para separar os considerandos de um: decreto, sentença, petição, regulamento, relatório, etc.

C) DOIS PONTOS(:) Anunciam uma citação ou um

esclarecimento: e dona Francisca então falou assim: — Vá dizer boa noite para o papai. (Alcântara Machado).

D) PONTO FINAL (.) O ponto final encerra o período e é de todos

os sinais de pontuação o que exige pausa mais ampla: Mestre Vitorino morava no mar. (Adonias Filho).

Usa-se também nas abreviações: Sr., V.Exa., pág.,etc.

E) PONTO DE INTERROGAÇÃO (?) Coloca-se após a palavra, a frase ou a

oração que incluem pergunta direta: —Nunca viu boneca?— Boneca? – Repetiu negrinha. Chama-se Boneca?(M. Lobato).

F) PONTO DE EXCLAMAÇÃO (!) Usa-se depois das interjeições, locuções ou

frases exclamativas, exprimindo: surpresa, espanto, susto, admiração, indignação, piedade, ordem súplica, etc: —Céus que injustiça! (C.C.B.); —Nunca! Gemeu o enfermo (M.A.); —Coitada de Dona Plácida! (M.A.).

G) RETICÊNCIAS (...) Indicam a interrupção da frase, sendo

muitas vezes de caráter subjetivo, determinado estados emotivos: hesitação, ansiedade, surpresa, dúvida, etc.: Lá fora... Bem, lá fora as pessoas circulam livres...

Obs: as reticências e o ponto de exclamação

são ótimos auxiliares da linguagem afetiva e

elipse – omissão de uma ou mais palavras que se

subentendem.

poética. Seu uso; porém, é antes arbitrário e subordina-se ao estado emotivo do escritor.

H) PARÊNTESES ( ) Usa-se para isolar palavras, locuções ou

frases intercaladas no período, com caráter explicativo, as quais são proferidas em tom mais baixo, em situação de aparte. Também entre parênteses devem ser postos os nomes de autores, obras, capítulos, etc, relativos a citações feitas. —Tive (por quê não direi tudo?) tive remorsos (M.A.).

I) TRAVESSÃO (—) Usa-se:

Nos diálogos, para indicar mudança de interlocutor, ou, simplesmente, início da fala de um personagem.

— Você é daqui mesmo? Perguntei. — Sou, sim senhor, respondeu o garoto (A. Machado).

Para separar expressões ou frases explicativas ou apositivas: E logo me apresentou à mulher, — uma estimável senhora — e à filha (M.A.)

Para isolar palavras ou orações para as quais se deseja chamar a atenção do leitor. Acresce que chovia — peneirava — uma chuvinha miúda, triste e constante, ... (M.A.).

Para ligar palavras em cadeia de um itinerário: Estrada Belém—Brasília. Ponte aérea Rio—São Paulo

J) ASPAS (“”) Empregam -se: No início e no final de uma

citação textual. Em palavras ou expressões que desejamos

destacar. Nos títulos de obras artísticas ou científicas. Nas palavras ou expressões estrangeiras,

arcaicas, de gíria, etc. L) PARÁGRAFO (§). Este sinal serve para indicar um parágrafo

de um texto ou artigo de lei.

MORFOLOGIA

ESTRUTURA DAS PALAVRAS

A análise da estrutura das palavras mostra-nos que são formadas de unidades ou elementos mórficos.

Ex: sol, dent-ista, in-quieto, cant-a-mos, cha-l-eira.

Os elementos mórficos ou estruturais das

palavras são os seguintes: Raiz, radical, tema: elementos básicos e significativos.

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Afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temática, vogal de ligação, consoante de ligação: elementos modificadores da significação dos primeiros; portanto são elementos secundários.

RAIZ. É o elemento originário e irredutível em que

se concentra a significação das palavras, consideradas do ângulo histórico.

Uma raiz pode apresentar-se alterada: ag-ir, ag-ente, ex-ig-ir, aí-o, at-or, at-ivo, aç-ão, etc.

RADICAL. É o elemento básico e significativo das

palavras, consideradas sob o aspecto gramatical e prático, dentro da língua portuguesa atual: cert-o, cert-eza, in-cert-eza, educ-ar, ilus-ório, perfum-e, a-pedr-ejar, etc.

Observação: - Em certas palavras só existe o radical: fé,

mar, sol, traz, etc., em outras, o radical coincide com a raiz: camp-o, noc-ivo, in-út-il, etc.

- Palavras derivadas do mesmo radical são chamadas cognatas: animar, desanimar, animação.

TEMA É o radical acrescido de uma vogal

(chamada vogal temática). Nos verbos o tema se obtém destacando-se

o -r do infinitivo: cant-ar, parti-r, etc. Nos nomes o tema é mais evidente em

derivados de verbos: caça-dor, deve-dor, fingi-mento, etc.

AFIXOS São elementos secundários que se agregam

a um radical ou tema para formar palavras derivadas. Quando são antepostas ao radical, recebem o nome de prefixos; quando propostos, sufixos.

Exemplos: in- (prefixo)

-at (radical)

-ivo (sufixo)

= inativo

des- (prefixo)

-anima (tema)

-dor (sufixo)

= desanimador

DESINÊNCIAS As desinências nominais indicam as flexões

de gênero (masculino e feminino) e de número (singular e plural) dos nomes (adjetivos e substantivos): menin-o, menin-a, menino-s, menina-s (desinências de gênero e de número).

As desinências verbais indicam as flexões de número e pessoa, tempo e modo.

Exemplo: Fal à sse mos radical vogal-

temática Desinência de tempo (imperfeito) e modo (subjuntivo)

Desinência de pessoa (1ª) e número (plural

VOGAL TEMÁTICA. É o elemento que, acrescido ao radical,

forma o tema de nomes e verbos. Nos verbos distinguem-se três vogais temáticas:

a) que caracteriza os verbos da 1ª conj.: amar, andar, etc;

b) que caracteriza os verbos da 2ª conj.: vender, receber, etc;

c) que caracteriza os verbos da 3ª conj.: partir, sorrir, etc.

VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO São fonemas que, em certas palavras

derivadas, se inserem entre os elementos mórficos, em geral, para facilitar a pronúncia de tais palavras.

Exemplos: cafe-t-eira, cacau-i-cultor, pe-z-inho, etc.

PALAVRAS PRIMITIVAS E DERIVADAS.

Quanto à formação, as palavras podem ser primitivas ou derivadas. Primitivas são as que não derivam de outras e derivadas são as que provêm de outras.

Exemplos: Primitivas: pedra, terra, dentre, pobre, etc.

Derivadas: pedreiro, enterrar,

dentista, pobrezinho, etc.

FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

Em nossa língua, as palavras formam-se a partir de dois processos básicos: a derivação e a composição.

DERIVAÇÃO A derivação consiste em derivar uma

palavra nova (derivada) de outra já existente (primitiva). Pode ser:

a) Sufixal - acrescentando-se um sufixo a um radical: felizmente, jogador, boiada;

b) prefixal - antepondo-se um prefixo a um

radical. Ex: incapaz, deslizar, refresco; c) parassintética (ou parassíntese) -

anexando-se ao mesmo tempo, um prefixo e um sufixo a um nome. Ex: alistar (a + lista + ar), empapelar (em + papel + ar), infelizmente (in + feliz + mente).

d) regressiva - substituindo-se a

terminação de um verbo pelas desinências: a, e ou o. Ex: mudar = muda, atacar = ataque, chorar = choro.

e) imprópria - mudando-se a classe

gramatical da palavra. Ex: Criança capeta (substantivo usado como adjetivo). Os bons serão premiados (adjetivo usado como substantivo).

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COMPOSIÇÃO Pelo processo da composição associam-se

duas ou mais palavras ou dois ou mais radicais para formar uma palavra nova. Pode efetuar-se por:

a) justaposição - unindo-se duas ou mais palavras (ou radicais), sem lhes alterar a estrutura: televisão, sempre-viva, passatempo.

b) aglutinação - fundindo-se duas ou mais

palavras, retirando-lhes um ou mais elementos fonéticos: aguardente (água ardente), embora (em boa hora), planalto (plano alto), etc.

REDUÇÃO Certas palavras apresentam, ao lado de sua

forma natural, uma forma reduzida: motocicleta/ moto, poliomielite/ pólio, José/ Zé.

HIBRIDISMO Quando uma palavra é formada a partir da

junção de elementos originários de línguas diferentes: monocultura (mono + cultura, grego e latim), televisão (tele + visão, grego e latim), alcoômetro (álcool + metro, árabe e grego).

ONOMATOPÉIAS Numerosas palavras devem sua origem a

uma tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os ruídos da natureza: fonfom, fonfonar = buzina de automóvel, tique-taque, tiquetaquear (relógio, pêndulo), zunzum, zunzunar (motor, etc).

CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

As palavras, em Português, são divididas em dez classes, distribuídas em dois grupos:

a) variáveis - substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo;

b) invariáveis - advérbio, interjeição, preposição, conjunção.

Iniciaremos agora o estudo de cada uma

dessas classes.

SUBSTANTIVOS

Substantivos são as palavras que designam os seres. Os substantivos dividem-se em:

a) comuns - os que se referem a seres da mesma espécie: menino, galo;

b) próprios - os que se aplicam a um ser particular: Deus, Brasil, São Paulo, Minerva;

c) concretos - os que designam seres de existência real ou que a imaginação apresenta como tais: avô, pedra, fada;

d) abstratos - os que designam qualidades, sentimentos, ações e estados dos seres: beleza, rapidez, brancura;

e) simples - os que são formados por um só radical: chuva, pão, lobo;

f) compostos - os que são formados por mais de um radical: guarda-chuva, passatempo, pão-de-ló;

g) primitivos - os que não derivam de outra palavra da Língua Portuguesa: pedra, ferro, dente;

h) derivados - os que derivam de outra palavra: pedreira, ferreiro, dentista;

i) coletivos - os que exprimem uma coleção de seres de mesma espécie: constelação (estrelas); alcatéia (de lobos); enxame (de abelhas); milênio (período de mil anos); colméia (de abelhas); cardume (de peixes); cáfila (de camelos); biblioteca (de livros).

FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS

Os substantivos flexionam-se para indicar o gênero, o número e o grau.

GÊNERO. Gênero é a propriedade que as palavras têm

de indicar o sexo real ou fictício dos seres. Na Língua Portuguesa são dois os gêneros:

o masculino e o feminino. Como regra geral, o gênero masculino é

marcado pela desinência -o e o feminino pela desinência -a.

A formação do feminino se realiza, mais freqüentemente, de três modos:

flexionando-se o substantivo masculino: filho - filha, mestre - mestra, leão - leoa. acrescentando-se ao masculino a desinência -a ou -um sufixo feminino: autor - autora, cônsul - consulesa, deus - deusa. utilizando-se uma palavra feminina com radical diferente: pai - mãe, homem - mulher, boi - vaca.

Há um tipo de substantivos - denominativos

de pessoas e animais - uns (os epicenos e sobrecomuns) só têm um gênero; outros, pelo contrário, têm os dois gêneros e chamam-se, por isso, comuns de dois gêneros.

a) epicenos: designam certos animais e têm um só gênero, quer se refiram ao macho ou à fêmea: o jacaré (macho ou fêmea), a cobra (macho ou fêmea), a onça (macho ou fêmea).

b) sobrecomuns: possuem uma só forma

para o masculino e o feminino, não admitindo sequer variação de artigo: a criança (menino ou menina), a testemunha (homem ou mulher), o cônjuge (homem ou mulher).

c) comum de dois gêneros: referem-se a

seres dos dois sexos sem alteração de forma. Distinguimos-lhes o gênero através do artigo ou adjetivo que os acompanham: o colega -a colega, o intérprete -a intérprete, o motorista -a motorista.

d) Por último, deve-se atentar para os

substantivos que têm uma significação no masculino e outra no feminino: o grama (unidade de peso ou massa) -a grama (relva), o capital (dinheiro) -a capital (cidade), o guia (pessoa que guia outros) -a guia (documento, pena grande

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das asas das aves), o cabeça (chefe) -a cabeça (parte do corpo), o rádio (aparelho receptor) -a rádio (estação emissora), o coma (perda dos sentidos) –a coma (cabeleira).

Os substantivos admitem flexão de número

(singular ou plural). A indicação do plural geralmente é feita pelo acréscimo da desinência -s à forma do singular.

Flexionam-se no plural de diferentes maneiras, conforme a terminação do singular:

a) substantivos terminados em vogal ou ditongo oral flexionam-se no plural acrescentando-se -s ao singular: asa - asas, regime - regimes, nó - nós, pai - pais, baú - baús, caju - cajus.

b) substantivos terminados em -r ou -z,

pluralizam-se acrescentando -es ao singular: colher - colheres, dólar - dólares, abajur abajures, cruz - cruzes, raiz - raízes, noz - nozes.

c) substantivos terminados em -al, -el, -ol, -

ul, pluralizam-se trocando o -l final por -is: pombal - pombais, papel - papéis, álcool - álcoois, túnel - túneis, sol - sóis. Exceções: mal - males, cônsul cônsules, real (moeda) - réis.

d) substantivos terminados em -il,

flexionam-se no plural de duas maneiras: os oxítonos mudam -il em -is: funil - funis. os paroxítonos mudam -il, em -eis: fóssil fósseis, réptil - répteis.

e) substantivos terminados em -m, trocam

esta letra por -ns: nuvem - nuvens, fim - fins, refém - reféns.

f) substantivos terminados em -s:

os monossílabos e oxítonos formam o plural mediante o acréscimo de -es: gás - gases, mês - meses, rês - reses, ás ases. Exceções: cais e xis são invariáveis: os cais, os xis. Cós faz cós ou coses. os paroxítonos e proparoxítonos são invariáveis: o pires - os pires, o atlas - os atlas, o ônibus - os ônibus.

g) substantivos terminados em -x.

Geralmente são invariáveis (entre parênteses o valor fonético do x): o tórax (cs) - os tórax, o pneumotórax (cs) – os pneumotórax, o ônix (cs) - os ônix, uma xérox (cs) - duas xérox.

h) substantivos terminados em ão:

uns formam o plural com o acréscimo de -s: mão - mãos, bênção bênçãos, sótão - sótãos. outros, mais numerosos, trocam -ão em -ões: limão - limões, mamão - mamões, anão - anões. outros, trocam -ão por - ães: pão - pães, escrivão - escrivães, capelão - capelães.

i) plural dos substantivos compostos. É formado de acordo com as seguintes normas: Pluralizam-se os dois elementos quando houver:

substantivo + substantivo: couve-flor — couves-flores. substantivo + adjetivo: guarda-noturno — guardas-noturnos, cachorro-quente — cachorros-quentes. adjetivo + substantivo: boa-vida — boas-vidas; má-língua — más-línguas. numeral + substantivo: quinta-feira —quintas-feiras. Exceções: Os grão-mestres — as grã-cruzes,

os terra-novas, os claro-escuros (ou claros-escuros). Varia apenas o segundo elemento quando

houver: Elementos unidos sem hífen: os pontapés, os vaivens; Verbo + substantivo: os guarda-roupas, os beija-flores; Elemento invariável + palavra variável: as ave-marias, os abaixo-assinados; Palavras repetidas: os quero-queros, os tico-ticos.

Varia apenas o primeiro elemento quando

houver: substantivo + de + substantivo: os pés-de-moleque, os sinais-da-cruz. o segundo elemento limita ou determina o primeiro: os pombos-correio, as canetas-tinteiro.

Os dois elementos ficam invariáveis

quando ocorrer: verbo + advérbio: os cola-tudo, os bota-fora; - verbo + substantivo plural: os troca-tintas, os saca-rolhas.

j) substantivos no singular - Alguns

substantivos são empregados apenas no singular. Exemplos: a fé, o norte, o sul.

l) substantivos no plural - Muitos

substantivos são empregados apenas no plural. Exemplos: bodas, núpcias, pêsames.

m) números e sentidos – Alguns

substantivos têm um sentido no singular e outro no plural. Exemplos: bem (virtude, benefício) bens (propriedade), letra (sinal gráfico) - letras (literatura), féria (renda) férias (dias de descanso), vencimento (vencida) - vencimentos (salários).

n) plurais em o aberto – Certos substantivos

que têm o “o” fechado tônico no singular, apresentam o aberto no plural.

Exemplos:

Singular (ô) Plural (ó) aeroporto aeroportos corpo corpos fogo fogos imposto impostos

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o) plural em o fechado – Certos substantivos que têm o “o” fechado tônico no singular apresentam o “o” tônico fechado no plural.

Exemplos:

Singular (ô) Plural (ó) acordo acordos almoço almoços bolso bolsos conforto confortos

GRAU. Os graus dos substantivos são: aumentativo

e diminutivo. a) o grau aumentativo exprime um

aumento do ser em relação ao seu tamanho normal. Pode ser:

Analítico: quando o substantivo é empregado ao lado de um adjetivo que indique aumento. Exemplos: cachorro grande, obra gigantesca. Sintético: quando o substantivo é formado por meio de sufixos que indiquem aumento. Exemplos: -aça: barcaça, -aço: calhamaço, -alha: fornalha, -ão: garrafão, -aréu: fogaréu, -arra: bocarra; -uça: dentuça. b) o grau diminutivo indica que o ser foi

diminuído em seu tamanho. Pode ser: Analítico: quando o substantivo é empregado ao lado de um adjetivo que indique diminuição: gato pequeno, semente minúscula. Sintético: quando é formado por meio de sufixos que indiquem diminuição: - acho: riacho, fogacho; -eco: livreco, jornaleco; -ejo: lugarejo, animalejo; -nho: livrinho, dedinho; -ito: mosquito; -ico: burrico, namorico; -im: espadim, flautim; -oca: sitioca, engenhoca.

ADJETIVO

Dá-se o nome de adjetivo à palavra que modifica o substantivo, atribuindo-lhe uma característica, qualidade ou estado.

Observe o exemplo: O homem é corajoso. A palavra, corajoso, dá ao substantivo

homem a idéia de uma qualidade, a de ser corajoso. A palavra, corajoso, é um adjetivo. CLASSIFICAÇÃO DO ADJETIVO O adjetivo classifica-se em:

Restritivo - quando indica uma característica circunstancial do substantivo. Ex: carro preto, moça feia, saia curta. Explicativo - quando indica uma característica essencial do substantivo. Ex: gelo frio, fogo quente. Pátrio - quando indica nacionalidade ou origem geográfica. Ex: povo italiano, vinho português. Campinas: campineiro. Espírito Santo: capixaba ou espírito-santense.

Eis alguns adjetivos pátrios: - Acre: acreano; - Amapá: amapaense; - Belém (palestina): belemita – Belém (Pará): belenense; - Belo Horizonte: belo-horizontino; - Cairo: cairota; - Campinas: campineiro; - Espírito Santo: capixaba, espírito-santense; - Lisboa: lisboeta, lisbonense; - Macapá: macapaense; - Madri: madrileno, madrilense; - Natal: natalense; - Pais de Gales: gaulês; - Petrópolis: petropolitano; - Porto Velho: porto-velhense; - Rio de Janeiro ( estado): fluminense; - Rio de Janeiro (cidade): carioca; - São Paulo (estado): paulista; - São Paulo (cidade): paulistano; - Teresina: teresinense; - Veneza: veneziano.

LOCUÇÃO ADJETIVA Locução adjetiva é a expressão formada por

substantivo + preposição que exerce a função de um adjetivo. Ex: amor de mãe - amor materno; porto do rio - porto fluvial; noite de tempestade – noite tempestuosa.

Alguns adjetivos e locuções adjetivas:

Adjetivo Locução Adjetiva

abdominal de abdômen sacarino de açúcar discente de aluno ótico de audição bovino de boi cefálico de cabeça canino de cão pluvial de chuva cardíaco de coração ocular de olho auditivo de ouvido filial de filho nasal de nariz naval de navio senil de velho óptico de visão

FLEXÃO DO ADJETIVO

GÊNERO. Quanto ao gênero, os adjetivos podem ser

uniformes e biformes. a) uniformes - são os que apresentam

apenas uma ronda: servem tanto para o masculino como para o feminino.

Exemplo: Rapaz inteligente

cruel gentil otimista simples

Moça inteligente cruel gentil otimista simples

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b) biformes - são os que apresentam duas formas: uma para o masculino e outra para o feminino. Exemplos: Menino amoroso

ateu bom chinês são mau judeu

Menina amoroso ateu bom chinês são mau judeu

NÚMERO. Flexionam-se no plural conforme as regras

existentes para o substantivo. Exemplo: filme bom tarefa fácil homem gentil filmes bons tarefas fáceis homens gentis Casos mais comuns de plural dos adjetivos

compostos: a) palavra invariável + adjetivo - o segundo

elemento vai para o plural: anti-social - anti-sociais; mal-educado – mal-educados.

b) adjetivo + adjetivo – o segundo

elemento vai para o plural: castanho-escuro; político-social; castanho-escuros; político-sociais.

Observações: têm os dois elementos no

plural: surdo-mudo - surdos-mudos; claro-escuro - claros-escuros; verde-claro, verdes-claros.

São invariáveis: azul-marinho - azul-celeste.

c) adjetivos designativos de cor +

substantivo - os dois elementos permanecem invariáveis: amarelo-ouro — amarelo-ouro; verde-garrafa — verde-garrafa.

Observações: são invariáveis as locuções

adjetivas constituídas de cor + preposição de + substantivo: cor-de-rosa — cor-de-rosa; cor-de-café — cor-de-café. São invariáveis: furta-cor — furtacor; infravermelho — infravermelho; ultravioleta — ultravioleta.

GRAU. A intensidade das características designadas

pelo adjetivo é expressa pelas variações de grau, que podem ser representadas pelo comparativo e superlativo.

a) Comparativo - pode ser: de igualdade - formado com o auxílio do advérbio tão e tem o segundo termo regido de quanto ou como. Ex: Sou tão alto como (ou quanto) você.

de superioridade: Analítico - formado com o auxílio do advérbio mais e tem o segundo termo regido de que (do que). Ex: Sou mais alto (do) que você.

Sintético - formado com palavras como: maior, melhor, pior, e tem o segundo termo regido de que (do que). Ex: O sol é maior (do) que a terra.

de inferioridade - formado com o auxílio do advérbio menos e tem o segundo termo regido de quanto ou como. Ex: Sou menos alto (do) que você.

b) superlativo: o grau superlativo subdivide-se em:

absoluto - a intensificação da qualidade é expressa sem nenhuma confrontação com outros seres. Pode ser: analítico - formado com o auxílio de um advérbio de intensidade.

Ex: A casa é muito alta. sintético - formado com o emprego de um dos sufixos: íssimo, érrimo ou imo.

Ex: Luciano é inteligentíssimo; A casa é altíssima; Roberto é paupérrimo; O exercício é facílimo.

relativo - a qualidade é destacada com relação a um conjunto de seres. Pode ser: de superioridade - formado com o auxílio das palavras o e mais e tem segundo termo regido da preposição de. Ex: Ele é o mais estudioso de todos.

O grau superlativo relativo de

superioridade pode ser: • Sintético: Ele é o maior da classe. - • Analítico: Ele é o mais alto da classe. de inferioridade: formado com o auxílio das palavras o e menos e tem o segundo termo regido da preposição de. Ex: Ele é o menos estudioso de todos.

O superlativo absoluto sintético apresenta-se em duas formas: popular e erudita.

Eis alguns: Superlativos absolutos sintéticos

populares:

Adjetivo Superlativo ágil agilíssimo pequeno pequeníssimo baixo baixíssimo mau malíssimo

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Superlativos absolutos sintéticos eruditos:

Adjetivo Superlativo ágil agílimo pequeno mínimo baixo ínfimo mau péssimo

VERBO

Verbo é a palavra que indica ação, estado ou fenômeno da natureza. Ex: Márcia brinca com a boneca (ação); José está contente (estado); Chove lá fora (fenômeno da natureza).

CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS

a) quanto aos elementos estruturais os

verbos podem apresentar: Radical - é a parte invariável que expressa o significado essencial do verbo. Ex: cantar, cantei.

Tema - é o radical mais a vogal temática, que indica a conjugação a que pertence o verbo. Ex: cantar.

Desinência modo-temporal – que designa o tempo e o modo do verbo. Ex: cantávamos - indica o tempo pretérito

imperfeito e o modo indicativo. Desinência número-pessoal – que designa a pessoa do discurso (1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural). Exemplo:

Pessoa Numero Plural 1ª canto 2ª cantas cantais 3ª canta cantam

b) quanto às conjugações temos: 1ª - vogal temática -a. Ex: cantar. 2ª - vogal temática -e. Ex: comer. 3ª - vogal temática -i. Ex: partir. c) quanto ao tempo:

Presente - ação simultânea ao ato de fala. Ex: estudo. Pretérito – aça o anterior ao ato de fala. Subdivide-se em:

Pretérito

Imperfeito abria Perfeito abriu Mais que Perfeito abrira

Futuro - ação posterior ao ato de fala. Subdivide-se em:

Futuro Presente abrirá Pretérito abriria

d) quanto ao modo: Indicativo - expressa um fato considerado indubitável. Ex: Estou alegre.

Imperativo - expressa uma ordem, advertência ou pedido. Ex: Volta logo. Dirige com cuidado. Vem até aqui, por favor.

Subjuntivo - expressa um fato possível, duvidoso, hipotético. Ex: É possível que chova. Se ele estudasse conseguiria um bom emprego.

e) quanto à forma:

Regulares - os que seguem um modelo comum de conjugação. Ex: cantar, bater, partir.

Irregulares - os que sofrem alterações no radical e nas terminações. Ex: dar, ouvir.

Defectivos - os que não possuem a conjugação completa, não sendo usados em certos modos, tempos ou pessoas. Ex: falir, abolir, precaver.

Abundantes - os que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Ex: matado - morto, enxugado - enxuto.

Anômalos - os que incluem mais de um radical em sua conjugação. Ex: ser (sou, fui). ir (vou, irei, ia).

TEMPOS DO INDICATIVO

a) Presente - expressa um fato atual. Ex: Ele estuda neste colégio. b) Pretérito Imperfeito - expressa um fato

que ocorreu num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente terminado. Ex: Ele estudava as lições quando foi interrompido.

c) Pretérito Perfeito (simples) – expressa

um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado. Ex: Ele estudou as lições ontem à noite.

d) Pretérito Perfeito (composto) - expressa

um fato que teve inicio no passado e que pode se prolongar até o momento atual. Ex: Tenho estudado muito para os exames.

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e) Pretérito mais-que-perfeito – expressa um fato ocorrido antes do outro fato já terminado. Ex: Ele já tinha estudado as lições quando os amigos chegaram (forma composta). Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram (forma simples).

f) Futuro do Presente (simples) - enuncia

um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual. Ex: Ele estudará as lições amanhã.

g) Futuro do Presente (composto) - enuncia

um fato que deve ocorrer posteriormente ao momento atual, mas já terminado antes de outro fato futuro. Ex: Antes de bater o sinal, os alunos já terá terminado o teste.

h) Futuro do Pretérito (simples) - enuncia

um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado. Ex: Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.

i) Futuro do Pretérito (composto) - enuncia

um fato que poderia ter ocorrido posteriormente a um determinado fato passado. Ex: Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria viajado nas férias.

TEMPOS DO SUBJUNTIVO

a) Presente - enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual. Ex: é conveniente que estudes para o exame.

b) Pretérito Imperfeito - expressa um fato

passado, mas posterior a outro já ocorrido. Ex: Eu esperava que ele vencesse o jogo.

O pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a idéia de condição ou desejo. Ex: Sele ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

c) Pretérito Perfeito (composto) - expressa

um fato totalmente terminado num momento passado. Ex: Embora tenha estudado bastante, não passou no teste.

d) Pretérito mais-que-perfeito (composto) -

expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado. Ex: Embora o teste já tivesse começado, alguns alunos puderam entrar na sala de exames.

e) Futuro do presente (simples) - enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Ex: Quando ele vier à loja, levará as encomendas.

O futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Ex: Se ele vier à loja, levará as encomendas.

f) Futuro do Presente (composto) - enuncia um fato posterior ao momento atual, mas já terminado antes de outro fato futuro. Ex: Quando ele tiver saído do hospital, nós o visitaremos.

QUADRO DOS TEMPOS VERBAIS

PRESENTE EU FALO Imperfeito – Eu falava

simples – Eu falei Perfeito composto – eu tenho simples – Eu falava

P R

Mais-que-perfeito

composto – Eu tinha (havia) falado simples – Eu falarei Do

Composto – Eu terei falado Simples – Eu falaria

I N

FUTU

RO

Do

Composto – Eu teria (havido) falado

Imperfeito – se eu falasse Perfeito – que eu tenha (haja) falado

PRETÉRIT

O

Mais-que-perfeito – se eu tivesse (houvesse) falado

simples –quando eu falar

SU

BJU

NTIV

O

FUTU

RO

Composto – quando eu tiver (houver) falado

AFIRMATIVO fala tu, fale você, falamos nós, falai vós, falem vocês

NEGATIVO não fales tu, não fale você, não falemos nós, não faleis vós, não falam vocês.

FORMAS NOMINAIS

Além dos três modos, indicativo, subjuntivo

e imperativo, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer também funções de nomes (substantivo, adjetivo e advérbio), sendo por isso chamadas de formas nominais. São elas: o infinitivo (impessoal e pessoal), o gerúndio e o particípio.

a) Infinitivo Impessoal – exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substantivo. Ex: Viver é lutar (= vida é luta).

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Ex: É preciso ler este livro. Era preciso ter lido este livro.

Usa-se o infinitivo impessoal: • quando o infinitivo não se refere a

nenhum sujeito. Ex: É proibido entrar nesta sala.

• nas locuções verbais. Ex: Vamos pensar no seu caso.

• quando o infinitivo exerce a função de complemento de adjetivos. Ex: São problemas fáceis de resolver.

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• quando o sujeito do infinitivo é um pronome oblíquo átono. Ex: Mandei-os sair.

• quando o infinitivo possui valor de imperativo. Ex: E Deus responde - Marchar! (C. Alves).

b) Infinitivo Pessoal - é o infinitivo

relacionado às três pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal, nas demais, apresenta desinências de número e pessoa, flexionando-se da seguinte maneira:

2ª pessoa do singular - Radical + ES. Ex: teres (tu)

1ª pessoa do plural- Radical + MOS. Ex: termos (nós)

2ª pessoa do plural- Radical + DES.

Ex: terdes (vós)

3ª pessoa do plural- Radical + EM. Ex: terem (eles) Ex: Fostes elogiado por teres confiança

nos companheiros.

O infinitivo pessoal é usado: • quando o sujeito do infinitivo é diferente

do sujeito da oração principal. Ex: Eu não te culpo por saíres desta cidade.

• quando, por meio de flexão, se quer

realçar ou identificar a pessoa do sujeito. Ex: Foi uma imprudência falares com ele desse modo.

• quando queremos indeterminar o sujeito

(nesse caso, flexiona-se o infinitivo na 3ª pessoa do plural). Ex: Ouvi baterem à porta.

c) Gerúndio - pode funcionar como

adjetivo ou advérbio. Ex: Saindo de casa, encontrei alguns amigos (função de advérbio).

Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta, uma ação concluída. Ex: Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.

d) Particípio - quando não é empregado na

formação dos tempos compostos, o princípio indica geralmente o resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Ex: Terminados os exames, os candidatos saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo (adjetivo verbal). Ex: Ela foi a aluna escolhida para nos representar. Ele era conhecidíssimo na cidade.

PARTICÍPIOS IRREGULARES A existência de mais de uma forma para o

particípio é a característica principal dos verbos chamados abundantes. De modo geral, a forma regular, construída com os sufixos -ado e -ido, é empregada nos tempos compostos da voz ativa, portanto com os auxiliares ter e haver. Ex: Ele tinha prendido o ladrão.

As formas irregulares, por sua vez, são geralmente empregadas na voz passiva, portanto, com o verbo ser. Ex: O ladrão fora preso por ele.

Algumas formas regulares são evitadas na língua culta, usando-se a forma irregular com quaisquer outros verbos auxiliares. É o caso, por exemplo, dos verbos ganhar, gastar e pagar.

Eis os particípios irregulares mais usuais:

Infinitivo Particípio Regular

Particípio Irregular

aceitar aceitado aceito acender acendido aceso benzer benzido bento eleger elegido eleito emergir emergido emerso entregar entregado entregue enxugar enxugado enxuto expressar expressado expresso expulsar expulsado expulso extinguir extinguido extinto imergir imergido imerso imprimir imprimido impresso inserir inserido inserto matar matado morto morrer morrido morto prender prendido preso romper rompido roto salvar salvado salvo soltar soltado solto submergir submergido submerso suspender suspendido suspenso

Há certos verbos da 2ª e 3ª conjugações que não possuem particípios regulares. São eles:

Infinito Particípio Irregular abrir aberto cobrir coberto dizer dito escrever escrito fazer feito ver visto vir vindo por posto Obs: Os derivados dos verbos citados também não possuem particípios regulares. Ex: descobri - descoberto; repor - reposto; refazer refeito.

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FORMAÇÃO DOS TEMPOS SIMPLES.

Tomando como referência o presente do indicativo, o pretérito perfeito do indicativo e o infinitivo impessoal (considerados geralmente como tempos primitivos), podemos, a partir deles, formar todos os outros tempos dos verbos regulares.

Do presente do indicativo forma-se: a) Pretérito Imperfeito do Indicativo. Radical

do presente -ava, -avas, -ava, -ávamos, -áveis, -ávam (1ª conj.)

+

indicativo -ia, -ias, -ia, -íamos, -íeis, iam (2ª e 3ª conj.)

b) Presente do Subjuntivo. Radical do

presente -e, -es, -e, -emos, -eis, -em (1ª conj.)

+

indicativo -a, -as, -a, -amos, -ais, -_ (2ª e 3ª conj.)

Exemplos:

Radical do presente do indicativo

Pretérito Imperfeito do

indicativo

Presente do

subjuntivo FAL

falava falavas falava falávamos faláveis falavam

fale fales fale falamos faleis falem

VEND

vendia vendias vendia vendíamos vendíeis vendiam

venda vendas venda vendamos vendais vendam

PART partia partias partia partíamos partíeis partiam

parta partas parta partamos partais partam

c) Imperativo - O imperativo pode ser afirmativo ou negativo.

O afirmativo é formado da seguinte maneira: as 2as pessoas são as mesmas do presente do indicativo, suprimindo-se apenas o -s final; as demais são as mesmas do presente do subjuntivo.

O negativo é inteiramente formado pelo presente do subjuntivo, antecedido pelo advérbio não.

Exemplo:

Presente do

Indicativo

Presente do

Subjuntivo

Imperativo Afirmativo

Imperativo Negativo

falo fale - - falas fales fala não fales fala fale fale não fale falamos falemos falemos não falemos falais faleis falai não faleis falam falem falem não falem

Do pretérito perfeito do indicativo formam-se:

a) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo. Tema + -ra, -ras, -ra, -ramos, - reis, -ram (1ª, 2ª e 3ª conj.).

b) Pretérito imperfeito do subjuntivo. Tema

+ -sse, -esses, -sse, -ssemos, -sseis, - ssem (1ª, 2ª e 3ª conj.).

c) Futuro do subjuntivo. Tema + -r, -res, -r,

-rmos, -rdes, -rem (1ª, 2ª e 3ª conj.). Exemplos: Tema do pretérito perfeito

do indicativo

Pretérito mais-que-

perfeito do

indicativo

Pretérito

imperfeito do

subjuntivo

Futuro do Subjuntivo

falara falasse falar

falaras falasse falares

falara falasse falar

faláramos falássemos falamos

faláreis falásseis falardes

FALA

falaram falassem falarem

vendera vendesse vender

venderas vendesses venderes

vendera vendesse vender

vendemos

vendêreis vendêsseis venderdes

VEN

DE

venderam vendessem venderam

partira partisse partir

partiras partisses partires

partira partisse partir

partíramos partíssemos partimos

partíreis partísseis partirdes

PARTI

partiram partissem partiram

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- Do Infinitivo Impessoal formam-se: a) Futuro do Presente do Indicativo –

infinitivo impessoal + -ei, -ás, - emos, -eis, -ão (1ª, 2ª e 3ª conj.).

b) Futuro do Pretérito do Indicativo -

infinitivo pessoal + -ia, -ias, -ia, -íamos, -íeis, -iam (1ª, 2ª e 3ª conj.).

c) Infinitivo Pessoal – infinitivo pessoal + -

es (2ª pess. sing.), -mos (1ª pess. pl.), -des (2ª pess. pl.), -em (3ª pess. pl.) (1ª, 2ª e 3ª conj.).

Exemplos:

Infinitivo Impessoal

Futuro do Presente

do Indicativo

Futuro do Pretérito

do Indicativo

Infinitivo Pessoal

falarei falaria falar

falarás falarias falares

falará falaria falar

falaremos falaríamos falarmos

falareis falaríeis falardes

FALAR

falarão falariam falarem

venderei venderia vender

venderás venderias venderes

venderá venderia vender

venderemos venderíamos vendemos

vendereis venderíes venderdes

VENDER

venderão venderiam venderem

partirei partiria partir

partirás partirias partires

partirá partiria partir

partiremos partiríamos partirmos

partireis partiríeis partirdes

PARTIR

partirão partiriam partirem

d) Gerúndio - substitui-se o -r do infinitivo pela desinência -ndo. Ex: falando, vendendo, partindo.

e) Particípio - substitui-se o –r do infinitivo

pela desinência -ado, para os verbos da Ia conjugação, e -ido, para os da 2ª e 3ª conjugações. Ex: falado, vendido, partido.

FORMAÇÃO DOS TEMPOS COMPOSTOS

Os tempos compostos são formados pelos verbos ter ou haver (chamados auxiliares), seguidos do particípio do verbo que se quer conjugar (chamado principal). Ex: Tenho falado muito desse assunto.

São os seguintes os tempos compostos, aqui exemplificados com o auxiliar TER: Pretérito Perfeito Composto

Pretérito mais-que-perfeito Composto

Futuro do Presente Composto

Futuro do Pretérito Composto

Pres. do Ind. do V. Auxiliar

Imperfeito do Ind. do V. Auxiliar

Fut. do pres. do V. Auxiliar

Fut. do Pret. simples do V. Auxiliar

+ + + + Particípio Particípio Particípio Particípio tenho falado

tinha falado

terei falado

teria falado

tens falado tinhas falado

terás falado

terias falado

tem falado tinha falado

terás falado

teria falado

temos falado

tínhamos falado

teremos falado

teríamos falado

tendes falado

tínheis falado

tereis falado

teríeis falado

têm falado tinham falado

terão falado

teriam falado

SUBJUNTIVO

Pretérito Perfeito

Pretérito mais-que-perfeito

Futuro Composto

Pres. do Subjuntivo do V. Auxiliar

Imperf. do Subjuntivo do V. Auxiliar

Futuro do Subjuntivo do V. Auxiliar

+ + + Particípio Particípio Particípio tenha falado tivesse falado tiver falado tenhas falado tivesses falado tiveres falado tenha falado tivesse falado tiver falado tenhamos falado

tivéssemos falado

tivermos falado

tenhais falado tivésseis falado tiverdes falado

tenham falado tivessem falado tiverem falado

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FORMAS NOMINAIS Infinitivo

Impessoal Composto

Infinitivo Pessoa Composto

Gerúndio Composto

Infinitivo Impessoal do V. Auxiliar

Infinitivo Pessoal do V. Auxiliar

Gerúndio do V. Auxiliar

+ + + Particípio Particípio Particípio

ter falado teres falado ter falado temos falado terdes falado

ter falado

terem falado

tenho falado

Obs: Além dos verbos ter e haver, que entram na formação dos tempos compostos, os auxiliares ser e estar são os mais freqüentes na construção de locuções verbais. Ex: Ele é amado pelos pais. Ele está saindo do país.

Além desses quatro, há outros verbos que, juntando-se a um infinitivo ou gerúndio, podem eventualmente exercer a função de auxiliares, tais como: vir, ir, andar. Ex: Os parentes vêm chegando aos poucos. Os alunos iam entrando. Vou sair por aí. Andei estudando para o exame.

VOZES DO VERBO

Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. São três as vozes verbais:

a) ativa - quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo. Ex: Ele fez o trabalho.

b) passiva - quando o sujeito é paciente,

recebendo a ação expressa pelo verbo. Ex: O trabalho foi feito por ele.

c) reflexiva - quando o sujeito é ao mesmo

tempo agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação. Ex: Ele feriu-se.

Obs: Não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade. Nesta última, ocorre ação mútua. Ex: Os lutadores feriram-se (um ao outro).

FORMAÇÃO DA VOZ PASSIVA.

A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.

VOZ PASSIVA ANALÍTICA Constrói-se da seguinte maneira: Verbo ser + particípio do verbo principal. Ex: A escola será pintada. O trabalho é feito

por ele.

Obs: O agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a preposição de. Ex: A casa ficou cercada de soldados.

Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja explícito na frase.

Ex: A exposição será aberta amanhã. A variação temporal é indicada pelo verbo

auxiliar ser, pois o particípio é invariável. Observe a transformação das frases seguintes:

a) Ele fez o trabalho. Pret. Perfeito do Indicativo

O trabalho foi feito por ele. Pret. Perfeito do Indicativo

b) Ele faz o trabalho. Presente do Indicativo

O trabalho é feito por ele. Presente do Indicativo

c) Ele fará o trabalho. Futuro do Presente

O trabalho será feito por ele. ð Futuro do Presente

Nas frases com locuções verbais, o verbo ser

assume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Observe a transformação da frase seguinte:

O vento ia levando as folhas gerúndio.

As folhas iam sendo levadas pelo vento. Gerúndio.

Obs: É menos freqüente a construção da voz passiva analítica com outros verbos que podem eventualmente funcionar como auxiliares. Ex: A moça ficou marcada pela doença.

VOZ PASSIVA SINTÉTICA A voz passiva sintética ou pronominal

constrói-se com o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador se. Ex: Abriram-se as inscrições para o concurso. Destruiu-se o velho prédio da escola. Nos exemplos acima, inscrições e prédio são os núcleos do sujeito paciente; daí a concordância do verbo (3ª pessoa do plural e 3ª do singular). Além disso, observe-se que freqüentemente o agente não vem expresso na voz passiva sintética.

PRONOME

Pronome é a palavra que substitui ou

modifica um substantivo. No primeiro caso, trata-se de um pronome substantivo; no segundo, de um pronome adjetivo. Ex: Meu pai organizou esta exposição. (Meu e esta: pronome adjetivos).

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Esta casa é sua; a minha e aquela. (Esta: pronome adjetivo; e sua, minha, aquela: pronomes substantivos).

Os pronomes dividem-se em: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.

PRONOME PESSOAL

Pronome pessoal é a palavra que substitui o nome e define a pessoa do discurso, indicando:

A pessoa que fala: eu, nós. A pessoa com quem se fala: tu, vós. A pessoa de quem se fala: ele, ela, eles, elas.

Os pronomes pessoais subdividem-se em:

retos, oblíquos e de tratamento.

PRONOMES PESSOAIS RETOS: Número 1ª pessoa 2ª pessoa 3ª pessoa singular eu tu ele, ela plural nós vós eles, elas

PRONOMES PESSOAIS OBLÍQUOS:

1ª pessoa 2ª pessoa 3ª pessoa

Núm

ero

Tônicos Átonos Tônicos Átonos Tônicos

singula

r

me num te ti o, a, lhe, se

ele, ela, si

plu

ral

nos nos vos vós os, as, lhes, se

eles, elas, si

Obs: Os pronomes pessoais oblíquos tônicos são empregados com preposição. Ex: Ouvi falar dele. Nós cremos em ti. Formas empregadas com a preposição com. Pessoas Singular Plural 1ª pessoa contigo conosco 2ª pessoa contigo convosco 3ª pessoa consigo consigo

EXERCÍCIOS 1. Na frase: “A filha o escuta, muito atenta, quando

ele lhe conta histórias”, existem: a) dois pronomes pessoais oblíquos. b) três pronomes pessoais oblíquos c) dois pronomes pessoais retos d) um pronome pessoa reto e dois pronomes

pessoais oblíquos. e) dois pronomes pessoais retos e um pronome

pessoal oblíquo.

2. Anexando o pronome oblíquo em substituição da expressão sublinhada em:

“O presidente põe as faixas de campeão nos jogadores.” teremos:

a) O presidente põe-nas nas nos jogadores. b) O presidente as põe nos jogadores. c) O presidente põe-las nos jogadores. d) O presidente as põe-nas nos jogadores. 3. Assinale o item que completa o período: “___________ ano que passou foi muito ruim para

nós todos. Mas, __________ ano que está começando agora deverá ser bom. Ainda bem que __________ século já está terminando.”

a) esse, este, este b) este, esse, este c) este, esse, esse d) esse, este, esse e) esse, esse, esse 4. Em: “Luis convidou Cláudia e seu irmão para irem

no cinema, __________ aceitou o convite apressado, __________ recusou-se terminantemente.

a) aquele e esta b) este e aquela c) esse e aquela d) aquele e essa e) este e essa 5. Em todas as opções abaixo aparece um pronome,

exceto em: a) Dª Joana, que Deus a tenha. b) É em meus nove anos achei bonita a professora. c) Eles são muito levados. d) São seus filhos. e) Os livros são dele. 6. Assinale o item que completa o período abaixo:

“Se era para ______ encontrar ______ a fim de conversarmos, seria necessário que entre ______ e ______ não houvesse desconfiança.”

a) eu – você – mim – ti b) mim – ti – mim – você c) eu – tu – mim – tu d) eu – te – mim – ti e) mim p você – eu - tu 7. Considere as frases:

I – Traga o lápis e papel para mim. II – Houve um diálogo entre seu pai e mim. III - Cristina, gosto muito de si. Os pronomes estão corretamente empregados em:

a) I, II e III b) apenas I e II c) apenas II e III d) apenas I e) apenas II

Todos nós temos o poder de influenciaraqueles que estão perto de nós.

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FORMAS DE TRATAMENTO Entre os pronomes pessoais incluem-se os chamados pronomes de tratamento, que se usam no trato cortês e cerimonioso das pessoas.

QUADRO SINÓPTICO DAS FORMAS DE TRATAMENTO

Personalidades Formas Abreviatura Singular

Plural

No Envelope Vocativo

Presidente da República

Vossa Excelência

Só por extenso Excelentíssimo Senhor

Senhor Presidente

Presidente do Congresso Presidente do Supremo Tribunal

V. Exª ou Vossa Excelência

Facultativo Excelentíssimo Senhor

Senhor Presidente

Deputados, Senadores, Governadores, Prefeitos, Embaixadores, Ministros, Oficiais Generais

Vossa

Excelência

V. Ex.ª V. Ex.ªs

Exmº Sr. Exmª Sr.ª

A Sua Exª, o Senhor

Senhor (+ título)

Oficiais superiores e subalternos, Diretores de Repartição e Empresas, Bancos ou Sociedade, Chefes de Serviço, Pessoas de Cerimônia, etc.

Vossa Senhoria

V. Sª V. Sas

Ilmº Sr. Ilmos Srs.

Prezado Senhor

Rei, Rainha, Imperador

Vossa Majestade

V.M. VV. MM. A Sua Majestade Majestade

Príncipe, Princesa, Duque e Arquiduque

Vossa Alteza V.A. VV.AA A Sua Alteza Real Sereníssimo (+ o título)

Reitor de Universidade Vossa Magnificência

V. Mag.ª V. Mag.as

Exmº Sr. Magnífico Reitor

Juiz de Direito Vossa Excelência

V. Exª V. Exas Exmº Sr. Exmos. Srs.

Merítissimo Juiz

Papa Vossa Santidade

V.S. A Sua Santidade Santíssimo Padre

Cardeais Vossa Eminência

V.Emª V. Emas A Sua Eminencia Reverendíssima

Eminentíssimo Reverendíssimo

Bispo Vossa Excelência

V.Exª V. Exas A.S.Exª Rev.ma. Dom.

Exceletíssimo Reverendíssimo

Sacerdotes em Geral (todos os credos)

Vossa reverendíssima

V.Verª V.Rev.as Revmº P Reverendo Padre

Esses pronomes são da 2ª pessoa, mas se usam com as formas verbais da 3ª pessoa: Vossa Excelência, Senhor Presidente, é digno de nossas homenagens. Referindo-se a 3ª pessoa apresentam-se com o possessivo sua: Sua Senhoria, Sua Excelência. Ex.: Sua Excelência, Senhor Presidente, esta sendo esperado hoje.

PRONOME POSSESSIVO.

Observe o exemplo: Minha caneta é azul.

O pronome em destaque indica a posse da caneta pela primeira pessoa. É um pronome possessivo.

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O pronome possessivo é a palavra que indica relação de posse das pessoas do discurso sobre os seres em geral.

OS PRINCIPAIS PRONOMES POSSESSIVOS SÃO: Número 1ª pessoa 2ª pessoa 3ª pessoa

meu, minha

teu, tua seu, sua Singular

nosso, nossa

vosso, vossa

meus, minhas

teus, tuas seus, suas Plural

nossos, nossas

vossos. vossas

PRONOME DEMONSTRATIVO

Observe os exemplos: Este livro é ótimo. Aquele carro é rápido.

Os pronomes em destaque nos exemplos indicam a posição das pessoas ou dos objetos. São pronomes demonstrativos.

Pronome demonstrativo é a palavra que indica a posição das pessoas ou dos objetos, em relação à pessoa que fala.

OS PRINCIPAIS PRONOMES

DEMONSTRATIVOS SÃO: este esta estes estas isto 1ª

pessoa esse essa esses essas isso 2ª

pessoa aquele aquela aqueles aquelas aquilo 3ª

pessoa o a os as 3ª

pessoa

EMPREGO DO PRONOME DEMONSTRATIVO:

Este, esta e isto indicam que a pessoa ou objeto está perto do emissor ou falante.

Este lápis é meu. (aqui)

Esse, essa e isso indicam que a pessoa ou o objeto está longe do emissor ou falante e perto da pessoa com quem se fala.

Essa fruta é gostosa (aí).

Aquele, aquela e aquilo indicam que a pessoa ou o objeto está longe do emissor ou falante e também da pessoa com quem se fala.

Aquela casa é azul (lá).

PRONOME INDEFINIDO

Observe o exemplo: Alguém comeu a torta. O pronome em destaque indica a terceira

pessoa do discurso de modo indeterminado.

Pronome indefinido é a palavra que indica a terceira pessoa do discurso de modo indeterminado.

São pronomes indefinidos: alguém, ninguém, algum, alguma, alguns, algumas, algo, todo, toda, todos, todas, tudo, nada, outro, outra, outras, outros, outrem, qualquer, quaisquer, certo, certa, certos, certas, um, uma, uns, umas, etc.

PRONOME INTERROGATIVO

Observe o exemplo: Quem trouxe a caneta? O pronome em destaque introduz uma frase

interrogativa. Eis os principais pronomes interrogativos.: quem, que (invariáveis), qual, quais, quanto, quanta, quantos, quantas, etc.

PRONOME RELATIVO

Observe o exemplo: Este é o caderno que ganhei.

O pronome em destaque representa um substantivo anterior com o qual se relaciona. É um pronome relativo.

Este é o caderno que ganhei: (Este é o caderno o qual ganhei).

Pronome relativo é a palavra que representa um substantivo anterior com o qual se relaciona.

Os principais pronomes relativos são: que, quem, onde (invariáveis), o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.

FLEXÃO DOS PRONOMES Os pronomes variam em gênero (masculino

e feminino), número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda e terceira).

NUMERAL

Dá-se o nome de numeral à palavra que quantifica os seres ou indica a posição que podem.ocupar numa série.

Os numerais classificam-se em: cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários.

a) cardinais indicam quantidades. Ex: Dois meninos acabaram de chegar. b) ordinais indicam ordem. Ex: Pedro é o segundo da fila. c) multiplicativos indicam multiplicação

das quantidades. Ex: Ele tem o dobro de minha idade. d) fracionários indicam divisão das

quantidades. Ex: Ela tem

um terço de minha idade.

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QUADRO DOS NUMERAIS

Romanos Arábicos Cardinais Ordinais Fracionários I 1 um primeiro - II 2 dois segundo meio III 3 três terceiro terço IV 4 quatro quarto quarto V 5 cinco quinto quinto VI 6 seis sexto sexto VII 7 sete sétimo sétimo VIII 8 oito oitavo oitavo IX 9 nove nono nono X 10 dez décimo décimo XI 11 onze décimo primeiro ou

undécimo onze avos

XII 12 doze décimo segundo ou duocécimo

doze avos

XIII 13 treze décimo terceiro treze avos XIV 14 quatorze ou catorze décimo quarto catorze avos XV 15 quinze décimo quinto quinze avos XVI 16 dezesseis décimo sexto dezesseis avos XVII 17 dezessete décimo sétimo dezessete avos XVIII 18 dezoito décimo oitavo dezoito avos XIX 19 dezenove décimo nono dezenove avos XX 20 vinte vigésimo vinte avos XXX 30 trinta trigésimo trinta avos XL 40 quarenta quadragésimo quarenta avos L 50 cinqüenta ou

cincoenta qüinquagésimo cinqüenta avos

LX 60 sessenta sexagésimo sessenta avos LXX 70 setenta septuagésimo setenta avos LXXX 80 oitenta octuagésimo oitenta avos XC 90 noventa nonagésimo noventa avos C 100 cem centésimo centésimo

CC 200 duzentos ducentásimo ducentésimo CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo CD 400 quatrocentos quadringentésimo quadringentésimo D 500 quinhentos qüingentésimo qüingentésimo

DC 600 seiscentos sexcentésimo sexcentésimo DCC 700 setecentos septingentésimo septingentésimo

DCCC 800 oitocentos octingentésimo octingentésimo CM 900 novecentos nongentésimo nongentésimo M 1000 mil milésimo milésimo X 10.000 dez mil dez milésimos dez milésimos C 100.000 cem mil cem milésimos cem milésimos M 1.000.000 um milhão milionésimo milionésimo

NUMERAIS COLETIVOS

Certos numerais indicam um conjunto de seres. São os numerais coletivos. Eis alguns deles: Casal Centena Década Dezena Dúzia Grossa Lustro Milênio Novena

Quadriênio Quarentena Qüinqüênio Quinzena Século par composto de macho e fêmea de cem período de dez anos de dez de doze doze dúzias período de cinco anos período de mil anos período de nove dias

período de quatro anos período de quarenta dias período de cinco anos período de quinze dias período de cem anos

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FLEXÃO DO NUMERAL

Os numerais cardinais podem variar em gênero: um, uma, dois, duas.

Certos numerais cardinais variam em número: milhão - milhões, bilhão - bilhões.

Os numerais ordinais variam em gênero e número: primeiro - primeira, primeiros - primeiras.

Os numerais fracionários variam em gênero e número: a segunda parte; dois sextos.

LEITURA E ESCRITA DOS NÚMEROS

Intercala-se a conjunção e entre as

centenas e as dezenas e entre estas e as unidades. Exemplos: 3.655.264 = três milhões seiscentos e cinqüenta e cinco mil duzentos e sessenta e quatro.

Obs: Na escrita dos números por extenso não se põe vírgula entre uma classe e outra.

CARDINAL OU ORDINAL

a) Nas enumerações de século, rei, papa,

capítulo, empregam-se os algarismos romanos, que deverão ser lidos como ordinais de um a dez, e como cardinais de onze em diante.

Século I (século primeiro). Século XI (século onze).

b) Quando o numeral romano anteceder o

substantivo, deve ser lido sempre como ordinal. III capítulo (terceiro capítulo). IV século (quarto século). c) Um, artigo ou numeral? Não se deve confundir o artigo indefinido

um com o numeral cardinal um. Se a idéia '65xpressa for de quantidade, um

será numeral. Ex: Ele ganhou um presente. Se a idéia expressa for de indeterminação,

um será artigo. Ex: Ganhei um livro de histórias.

ARTIGO.

Dá-se o nome de artigo à palavra que,

anteposta ao substantivo, serve para determiná-lo ou indeterminá-lo. Observe a frase: “O menino entrou na sala”. Nesse caso, a palavra grifada é artigo definido, pois determina o substantivo, individualizando-o. Nesta outra frase: “Um menino entrou na sala”, a palavra grifada é artigo indefinido, pois o substantivo a que ele se refere passa a ter um sentido indeterminado.

Artigos Definidos Artigos Indefinidos o, a um, uma

os, as uns, umas

O artigo pode combinar-se com certas preposições, assumindo as seguintes formas: Preposição Artigos Definidos Combinações a de em por

+ o, a, os, as = ao, à, aos, às do, da, dos, das no, na, nos, nas pelo, pela, pelos, pelas

Preposição Artigos Definidos Combinações em de

+ um, uma, uns, umas =

num, numa, nuns, numas dum, duma duns, dumas

Obs: qualquer palavra que vier

acompanhada pelo artigo assume características de substantivo. Ex: Foi longo o meu sofrer. Os infelizes caminharam o dia todo.

EMPREGO DO ARTIGO DEFINIDO

O artigo definido é empregado: a) antes de nomes próprios de familiares ou

conhecidos: a Maria, o Gilberto, o Alfredo. b) antes de alguns nomes próprios

geográficos: a Bahia, a Argentina, os Estados Unidos.

Obs: Alguns nomes próprios que não aceitam o artigo definido: Roma, Madri, Portugal, etc.

EMPREGO DO ARTIGO INDEFINIDO

O artigo indefinido é empregado: a) para dar ênfase a um substantivo. Ex: Ele é um campeão. b) para indicar aproximação a um numeral. Ex: Esperei umas duas horas para ser atendido. Obs: o artigo indefinido é omitido diante

dos pronomes indefinidos certo, outro, qualquer. Ex: Trataremos da propaganda em outra reunião.

ADVÉRBIO

Advérbio é uma palavra invariável que acrescenta ao verbo uma circunstância, ou modifica, numa indicação de grau, um adjetivo ou um outro advérbio. Exemplos: Ele chegou cedo - Acrescenta uma circunstância ao verbo O menino é muito bonito - Modifica o sentido do adjetivo Você foi maravilhosamente bem nas provas - modifica o sentido do advérbio.

CLASSIFICAÇÃO DO ADVÉRBIO

Os advérbios, de acordo com as circunstâncias classificam-se em:

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a) tempo - ontem, hoje, amanhã, já, agora, cedo, tarde, breve, outrora, nunca, jamais, etc.

b) lugar - aqui, lá, abaixo, acima, acolá, cá,

ali, aí, além, dentro, fora, perto, longe, atrás, etc. c) modo - bem, mal, assim, depressa,

como, devagar, melhor, pior, e quase todos os advérbios terminados em mente: educadamente, livremente, etc.

d) intensidade - muito, pouco, assaz,

bastante, mais, menos, tão, demasiado, meio, todo, tanto, etc.

e) dúvida - talvez, porventura, quiçá, acaso,

certamente, provavelmente, decerto, certo, etc. f) afirmação - sim, certamente, deveras,

indubitavelmente, etc.

g) negação - não, absolutamente, tampouco (= também não).

ADVÉRBIOS INTERROGATIVOS

São as palavras: onde? aonde? donde?

quanto? quando? como? por que? Aparecem nas interrogações diretas ou indiretas.

Exemplos: Interrogações Diretas Interrogações

Indiretas Como aprendeu? Perguntei como

aprendeu. Onde você está? Não sei aonde vais. Quando volta? Perguntei quando

voltas. Por que estás triste? Quero saber por que

você está alegre

LOCUÇÕES ADVERBIAIS

Locução adverbial é o conjunto de palavras que tem o mesmo valor de um advérbio.

Eis as mais comuns: com certeza, sem dúvida, de muito, à direita, à esquerda, à distância, ao lado, de longe, de perto, às vezes, à toa, às pressas, passo a passo, de noite, hoje em dia, nunca mais, etc.

FLEXÃO DO ADVÉRBIO

Embora o advérbio pertença à classe de

palavras invariáveis, alguns advérbios se flexionam em grau.

O GRAU COMPARATIVO PODE SER: a) de igualdade. Ex: Ele me falou tão

educadamente quanto você.

b) de superioridade. Ex: Ele me falou mais educadamente que você.

c) de inferioridade. Ex: Ele me falou menos educadamente que você.

O GRAU SUPERLATIVO PODE SER: I) sintético. Ex: Ele me falou

educadissimamente. II) analítico. Ex: Ele me falou

educadamente.

Na linguagem familiar, alguns advérbios assumem forma diminutiva, com os sufixos -inho, - inha, -zinho. Ex: Vamos sair agorinha mesmo. Da sua casa ao colégio é longinho.

PREPOSIÇÃO

Preposição é a palavra que relaciona dois

termos entre si nas orações, subordinando um ao outro.

Exemplos: Livro de Maria Livro Termo regente de Preposição Maria Termo regido Pensei em você Pensei Termo regente em Preposição você Termo regido

CLASSIFICAÇÃO DAS PREPOSIÇÕES

As preposições classificam-se em: a) essenciais - são aquelas que funcionam

sempre como preposição: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, por, para, sem, perante, sobre, sob, trás.

b) acidentais - são aquelas que, embora

de classes diferentes, funcionam também como preposição: conforme, consoante, durante, fora, segundo, mediante, etc. Ex: O motorista não passava bem durante a viagem.

LOCUÇÃO PREPOSITIVA

Locução prepositiva é o conjunto de palavras que tem o valor de preposição: acima de, abaixo de, embaixo de, em cima de, de acordo com, em vez de, perto de, fora de. Ex: Ele estava perto de mim.

CONTRAÇÃO E COMBINAÇÃO

As preposições a, de, em, per, contraem-se

com os artigos e com alguns pronomes e advérbios, formando o que chamamos de contração.

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Eis algumas contrações: à(a+a) às (a + as) àquele (a + aquele) àquilo (a + aquilo) do (de + o) dele (de + ele) deste (de + este) daqui (de + aqui) daquele (em + aquele) nalgum (em + algum) Quando a preposição a combina-se com os

artigos e com o advérbio onde, ocorre o que chamamos de combinação.

Obs: Convém observar que na combinação não há perda de fonema. Eis as principais combinações:

a (a+o) aos (a + os) aonde (a + onde)

CRASE

Crase é a fusão de duas vogais iguais, ou de dois sons vocálicos iguais.

(`) sinal gráfico indicador de crase. Observe o exemplo: Obedecemos ao

regulamento. Nota-se, no caso acima, que não houve

crase porque se encontraram duas vogais diferentes (a + o = ao).

Entretanto, se no lugar do substantivo masculino regulamento adotarmos o substantivo feminino determinação, haverá o encontro de duas vogais iguais (preposição a + artigo definido feminino a), dando uma crase. Ex: Obedecemos à determinação.

A CRASE PODE SER FUSÃO:

da preposição a + o artigo feminino alas. Ex: Fui à Bahia.

da preposição a + o pronome demonstrativo elas. Ex: Sua proposta é igual à de todos nós.

da preposição a + a vogal inicial dos pronomes demonstrativos aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. Ex: Os jornais não se referiram mais àquele episódio.

OCORRERÁ CRASE DA PREPOSIÇÃO

MAIS ARTIGO: se o termo regente exigir a preposição a; se o termo regido aceitar o artigo feminino

a(s). Ex: Vou a Brasília. Neste caso não ocorreu a crase porque

faltou a segunda condição, isto é, o termo regido não aceita o artigo. Artifícios:

a) se pudermos empregar a combinação “da” antes da palavra, é sinal de que ela aceita o artigo. Se pudermos empregar apenas a preposição “de” é sinal de que não aceita o artigo. Ex: Vim da Bahia; Vou à Bahia; Vim de Brasília; Vou a Brasília.

b) toda vez que pudermos empregar ao, antes de palavra masculina, emprega-se a crase no caso análogo feminino. Ex: Vou à festa; Vou ao teatro.

CASOS PROIBITIVOS: Nunca ocorre crase antes de palavras que

não aceitam o artigo a: a) antes de masculino. Ex: Andei a pé. b) antes de verbo. Ex: Estou apto a discutir. c) antes de pronome de tratamento,

exceção feita a senhora, senhorita e Dona. Ex: Dirigiu-se a V. Sa. com aspereza; Dirigiu-se à Sra. com indelicadeza.

d) antes de pronomes em geral. Ex: Não me referia a ela.

e) nas expressões formadas de palavras repetidas. Ex: Estamos cara a cara.

f) antes dos nomes de cidades. Ex: Fiz uma viagem a Roma.

Obs: Se o nome da cidade vier determinado, ocorrerá a crase. Ex: Fiz uma viagem à Roma antiga. Vou à Minas de Tiradentes.

g) quando um a (sem o s de plural) preceder um nome no plural. Ex: Não falo a pessoas estranhas.

Obs: Havendo o -s de plural, é sinal de que ocorreu o artigo, portanto haverá crase., Ex: Não falo às pessoas estranhas.

CASOS OBRIGATÓRIOS: Sempre ocorre a crase: a) na indicação do número de horas. Ex:

Cheguei às dez horas. b) na expressão à moda de, mesmo que a

palavra moda venha oculta. Ex: Usam sapatos à (moda de) Luís XV.

c) nas expressões adverbiais femininas. Ex: Cheguei à tarde (tempo). Falou à vontade (modo).

d) nas locuções conjuntivas e prepositivas constituídas de palavras femininas: à medida que, à proporção que, à força de, à beira de, etc. Ex: À força de pensar, acabou adormecendo.

CASOS FACULTATIVOS: Pode ou não ocorrer a crase: a) antes de nomes próprios, femininos. Ex:

Não te refiras -a (ou à) Maria Clara deste modo. b) antes de pronomes possessivos

femininos. Ex: Não te dirijas -a (ou à) tua gente. c) depois da preposição até, se vier seguida

de um nome feminino que aceite o artigo a, porque esta preposição pode ser empregada sozinha (até), ou em locução com a preposição a (até a). Ex: Cheguei até a muralha ou Cheguei até à muralha.

CASOS ESPECIAIS: a) crase antes da palavra casa: A palavra

casa, no sentido de lar, residência própria da pessoa, se não vier determinada por um adjunto adnominal, não aceita o artigo, portanto não ocorre a crase. Por outro lado, se vier determinada por um adjunto adnominal, aceita o artigo e ocorre a crase. Ex: Voltei a casa cedo. Voltei à casa de meus pais (adjunto adnominal: meus).

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b) crase antes da palavra terra: A palavra terra, tomada em oposição a mar ou ar, se vier determinada, ocorre a crase, se não vier determinada, não aceita o artigo e não ocorre a crase. Ex: Os marinheiros já voltaram a terra. Os marinheiros já voltaram à terra dos seus sonhos.

c) antes dos pronomes relativos quem e cujo, não ocorre crase. Antes dos relativos qual ou quais ocorrerá crase, se o masculino correspondente for ao qual, aos quais. Ex: Esta é a festa à qual me referi. Este é o baile ao qual me referi.

CONJUNÇÃO

Conjunção é a palavra que liga orações ou

termos semelhantes da mesma oração. Observe os exemplos: a) o canário voou e sentou-se bem ao

ombro do dono.(Luís Jardim) b) a rua e os caminhos tinham mais bichos

do que gente.(Viriato Corrêa). No primeiro exemplo, a palavra “e” une

duas orações. É uma conjunção. No segundo exemplo, a palavra “e” une

duas palavras. É também conjunção. CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES: As conjunções podem ser:

coordenativas - são as que associam dois termos da oração ou duas orações independentes. Ex: Marleide e Lívia são’ secretárias. Os alunos chegaram, mas o professor estava em reunião.

subordinativas - são as que unem orações que se completam, sendo a segunda dependente da primeira. Ex: Falava enquanto comia. Chovia quando chegamos.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS As conjunções coordenativas podem ser: a) aditivas - expressam adição: e, nem,

também, etc. Ex: Eles compraram frutas e legumes. Alfredo não veio, nem telefonou.

b) adversativas – expressam

adversidade: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, etc. Ex: Teresa quer comprar o carro, mas não tem todo o dinheiro.

c) alternativas – expressam escolha ou

alternatividade: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, etc. Ex: Façam mais gols ou perderemos o jogo. O professor ora brinca, ora fala sério.

d) conclusivas – expressam conclusão:

logo, pois, portanto, por conseguinte, por conseqüência, por isso, etc. Ex: Sônia estudou bastante, portanto fará uma boa prova. Pedi o livro, logo devo pagá-lo.

e) explicativas – expressam motivo,

explicação: que, porque, pois, porquanto, etc. Ex:

Não falemos alto, porque as crianças estão dormindo. Vamos logo, que o trem vai partir.

É comum a conjunção explicativa aparecer

em período cuja primeira oração tenha o verbo no imperativo.

CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

As conjunções subordinativas podem ser: a) condicionais – expressam condição:

se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc. Ex: Se você não vier, não haverá almoço. Telefone-me hoje, caso queira ir ao teatro.

b) causais – expressam causa: porque,

já que, visto que, que, pois, porquanto, etc. Ex: Não comi o mamão porque ele está verde. Já que anoiteceu, vamos indo embora.

c) comparativas – expressam

comparação: como, assim como, tal qual, tal como, mais... que (do que), etc. Ex: O lutador é forte como um touro. Carolina falava mais alto que você.

As conjunções comparativas introduzem orações que estabelecem comparação em relação à oração principal.

d) conformativas – expressam

conformidade: segundo, conforme, consoante, como, etc. Ex: Cida fez o trabalho conforme o professor pediu. As chuvas chegaram, segundo a previsão do rádio.

e) concessivas – expressam concessão:

embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que, etc. Ex: Embora tenha pouca audiência, o programa continua no ar. Ainda que tivesse dinheiro, não compraria aquela casa.

f) integrantes - que, se. Ex: Seu Antônio

não sabe se voltará hoje. Convém que você treine mais.

g) finais - expressam finalidade: para

que, a fim de que, que, etc. Ex: Poupe dinheiro agora para que tenha algum mais tarde. Papai tudo fez a fim de que tivéssemos acesso ao diploma.

h) consecutivas – expressam

conseqüência: tal... que, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de forma que, de modo que, etc. Ex: Alzira levou tamanho susto que desmaiou. A peça está tão bem colocada que não sai.

i) proporcionais – expressam

proporcionalidade: à proporção que, à medida que, quanto mais... tanto mais, etc. Ex: O palestrante se inflamava à medida que ia falando. Quanto mais falava, mais vontade tinha.

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j) temporais – expressam tempo: quando, enquanto, logo que, depois que, etc. Ex: Quando voltar de viagem, virei vê-la. Enquanto entrávamos na água, as crianças brincavam na areia.

LOCUÇÃO CONJUNTIVA

Locução conjuntiva é o grupo de palavras

que tem o valor de uma conjunção. As locuções conjuntivas muitas vezes se

confundem com as conjunções. Algumas locuções conjuntivas: se bem que,

no entanto) por mais que, por menos que) uma vez que) etc.

INTERJEIÇÃO

É a palavra que comunica emoção e

sentimento ou que procura imitar ruídos. Observe o exemplo: Oba! Hoje é dia de

macarrão! No exemplo, a palavra oba comunica

emoção de alegria. É uma interjeição. Quanto ao sentido, a interjeição pode ser

considerada uma frase.

CLASSIFICAÇÃO DAS INTERJEIÇÕES

De acordo com a emoção ou o sentimento que comunica, a interjeição pode ser de:

alegria: ah!; oh!; oba!; eh! animação: coragem!; avante!; eia! admiração: puxa!; ih!; oh!; nossa! aplauso: bravo!; viva!; bis!; muito bem! desejo: tomara!; oxalá! dor: ai!; ui! silêncio: psiu!; silêncio! suspensão: alto!; basta! indignação: irra!; fora! chamamento ou surpresa: oi!; oa!; ó! advertência: atenção!; cuidado! ajuda: socorro!

LOCUÇÃO INTERJETIVA

Locução interjetiva é o conjunto de palavras que tem o mesmo valor de uma interjeição:

Minha Nossa Senhora!; Puxa vida!; Deus me livre! Raios te partam!; Meu Deus!; Que maravilha!; Ora bolas!; Ai de mim!

SINTAXE

CONCEITOS BÁSICOS

A Sintaxe estuda as relações que as palavras apresentam dentro de uma oração e também as relações das próprias orações dentro de um período composto.

Oração é um enunciado constituído por uma ou mais palavras, contendo um juízo ou raciocínio em tomo de um verbo claro ou oculto.

Ex: Fique! a sua presença a deixará feliz. Uma oração: Fique! Outra oração: a sua presença a deixará

feliz. Período é um enunciado contendo uma ou

mais orações. O período pode ser simples, quando apresenta uma única oração, que é também chamada absoluta, ou composto, quando representa duas ou mais orações.

Ex: O carteiro chegou (período simples – oração absoluta).

O carteiro chegou e entregou-me um telegrama da Gildinha (período composto por duas orações).

1ª oração: O carteiro chegou 2ª oração: e entregou-me um telegrama da

Gildinha.

PERÍODO SIMPLES - TERMOS DE ORAÇÃO.

Visão geral:

a) Termos Essenciais: Sujeito e Predicado. b) Termos Integrantes: Complemento

Verbal; Complemento Nominal (objeto direto e objeto indireto); Agente da Passiva.

c) Termos Acessórios: Aposto, Adjunto Adnominal e Adjunto Adverbial.

d) Vocativo.

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

São o Sujeito e o Predicado os termos essenciais da oração.

SUJEITO

CONCEITO Sujeito é o ser que pratica uma ação ou de

quem declaramos algo. Ex: Guilherme de Almeida escreveu o poema “Tênis”. Sujeito: Guilherme de Almeida. Predicado: escreveu o poema “Tênis”,

NÚCLEO DO SUJEITO O sujeito pode ser formado de uma ou

várias palavras. A palavra de maior importância é chamada de núcleo.

O núcleo do sujeito é sempre constituído por um substantivo ou palavra substantivada, ou por um pronome pessoal reto.

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Ex: Aqueles olhos verdes fitaram-me alegres. Núcleo: olhos (substantivo). Viver não é fácil. Núcleo: viver (palavra substantivada). Eles retomaram à fazenda depois. Núcleo: Eles (pronome pessoal reto).

CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO O sujeito pode vir expresso na oração,

sendo que neste caso dizemos que é um sujeito claro, na oração.

Exemplo: O lugar era bonito (o lugar é sujeito claro) ou pode estar indicado pela desinência verbal, quando dizemos que ele está oculto ou elíptico. Ex: Conheço um artista famoso (Eu - sujeito oculto, indicado pela desinência verbal).

O sujeito claro pode ser simples ou composto.

Simples: um só núcleo. Ex: O negociante saiu.

Composto: mais de um núcleo. Ex: O vendedor e o cliente fizeram um bom negócio.

Indeterminado: aquele que não se pode identificar com precisão aparece com o verbo na 3ª pessoa do singular ou plural, sendo este último caso o mais comum, ou com a partícula de indeterminação do sujeito se junto a verbos intransitivos, transitivos indiretos, transitivos diretos e indiretos e de ligação. Exemplos: Aqui se estuda bastante.

Bebe-se bem neste local. Aspirava-se a um emprego

melhor. Precisa-se de vendedor. Obedece-se às normas. Era-se feliz outrora.

inexistente: em orações com verbos impessoais. Exemplos: Trovejou muito ontem. Faz calor neste local.

Há frutas sobre a mesa.

OS PRINCIPAIS VERBOS IMPESSOAIS SÃO:

- os que indicam fenômenos da natureza (chover, ventar, trovejar, nevar, relampejar, etc).

o verbo haver no sentido de existir ou indicando tempo. Ex: Há pessoas na sala (existem). Há 5

meses que não vejo Marina. os verbos ser, estar, fazer quando

referirem-se a fenômenos meteorológicos ou a decurso de tempo. Ex: Faz mo. São 10 horas. Está calor. Faz 5 anos que cheguei a esta cidade.

PREDICADO

CONCEITO Predicado é tudo que se afirma do sujeito.

Ex: Muitos estudantes ficaram nas salas. Sujeito: Muitos estudantes. Predicado: ficaram nas salas.

CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO: Predicado Verbal: apresenta como núcleo

um verbo (transitivo ou intransitivo). Ex: Os alunos reviam os exercícios. Núcleo:

reviam (verbo transitivo). Sujeito: Os alunos. Predicado: os exercícios. A menina chorou tristemente. Sujeito: A menina. Predicado verbal: chorou tristemente. Núcleo: chorou (verbo intransitivo).

Predicado Nominal: apresenta como

núcleo um nome (que é denominado predicativo do sujeito).

É formado com verbos de ligação (ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, etc). Ex: Os vestibulandos estavam tensos. Sujeito: Os vestibulandos. Predicado nominal: estavam tensos. Verbo de ligação: estavam. Núcleo: tensos (predicativo do sujeito = adjetivo = nome).

Predicado Verbo-Nominal: apresenta dois núcleos, um verbo e um nome sendo que este nome pode ser um predicativo ou do sujeito ou do objeto. Isso ocorre sempre com verbos transitivos e intransitivos. Ex: Eles chegaram alegres. Sujeito: Eles.

Predicativo verbo-nominal: chegaram alegres. Núcleo verbal: chegaram. Núcleo nominal: alegres (predicativo do sujeito = adjetivo = nome).

Ex: A garotada trazia as mãos sujas. Núcleo verbal: Trazia. Núcleo nominal: sujas (predicativo do objeto = adjetivo = nome).

ESQUEMATIZANDO DO QUE VIMOS TEMOS:

Simples Claro

Oculto ou Eliptico

Indeterminado

Sujeito

Inexistente Verbal

Nominal

Termos

Verbo-nominal

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

COMPLEMENTO VERBAL.

Há verbos que não exigem complemento. São os chamados intransitivos. Ex: A criança sorriu.

Neste caso o predicado é constituído apenas de um núcleo verbal, não havendo necessidade de outra palavra que tome o seu sentido mais satisfatório. Isto ocorre porque o verbo sorrir é intransitivo, não exigindo, portanto, um complemento.

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Entretanto, a grande maioria dos verbos necessita de um complemento para completar-lhes melhor o sentido. Ex: Paulo comprou.

Nesta oração o predicado se nos figura incompleto, exigindo um complemento verbal. Isto porque o seu núcleo é constituído por um verbo transitivo direto.

Complementando a oração em referência poderíamos ter: Paulo comprou um imóvel. Sujeito: Paulo. Predicado verbal: comprou um imóvel. Núcleo Verbal: comprou (verbo transitivo direto). Complemento Verbal: um imóvel (objeto direto).

OBJETO DIRETO É o complemento dos verbos transitivos

diretos, ligando-se aos mesmos diretamente, ou seja, sem o uso de uma preposição. Ex: Vimos um belo espetáculo. Sujeito oculto: (nós). Predicado verbal: Vimos um belo espetáculo. Núcleo Verbal: vimos (verbo transitivo direto). Complemento Verbal: um belo espetáculo (objeto direto).

O objeto direto pode vir representado pelos pronomes o, a, os, as, ou o pronome demonstrativo o (= isso).

Ex: Nós o compreendemos. Todos a viram. O objeto direto pode vir caracterizado ainda

de outros modos, como: objeto direto preposicionado. Ex: Os

justos verão a Deus. Neste caso a preposição a pode ser suprimida sem prejuízo gramatical.

objeto direto pleonástico. À maneira de um pleonasmo, o objeto direto pode aparecer repetido numa oração por motivo de ênfase ou realce. Ex: Aquelas belas lições foi este professor quem as proferiu.

OBJETO INDIRETO É o complemento que se liga ao verbo

obrigatoriamente por meio de uma preposição. Este complemento verbal refere-se aos verbos transitivos indiretos. Ex: Tudo dependerá de nossa força. Sujeito: Tudo. Predicado Verbal: dependerá de nossa força. Núcleo verbal: dependerá (verbo transitivo indireto). Complemento verbal: de nossa força (objeto indireto - prep. de).

Obs: Há verbos que são ao mesmo tempo

transitivos diretos e indiretos, exigindo, assim, dois complementos, quais sejam: objeto direto e objeto indireto.

Ex: Oferecemos presentes aos noivos. Sujeito oculto: (Nós). Predicado verbal: oferecemos presentes aos noivos. Núcleo verbal: oferecemos (verbo transitivo direto e indireto). Objeto direto: presentes. Objeto indireto: aos noivos.

COMPLEMENTO NOMINAL

É um termo que complementa o sentido de certos substantivos, adjetivos ou advérbios.

Há muitos homens que se prendem à raiz de verbos transitivos, exigindo, da mesma forma, um complemento verbal. Ao transformarmos esses verbos em nomes, seus complementos serão nominais.

Exemplos: Desejar sucesso (complemento verbal). Desejo de sucesso (complemento

nominal). Amar o próximo (complemento verbal). Amor ao próximo (complemento

nominal). Regressar à pátria (complemento verbal). Regresso à pátria (complemento

nominal). Complemento nominal vem sempre regido de

preposição e nem sempre está preso à raiz de um verbo.

Veja abaixo a estruturação do complemento nominal:

Substantivo Adjetivo Advérbio +

preposição =

complemento nominal Ex:

Tenho respeito(subst.) para(prep.) com os mais velhos(compl. nominal)

Estou contente(adjetivo) com(prep.) os resultados(compl. nominal). Votou contrariamente(advérbio) ao(prep.)

candidato(compl. nominal)

COMPLEMENTO AGENTE DA VOZ PASSIVA OU AGENTE DA PASSIVA.

Para entendermos melhor o que seja agente

da voz passiva, necessário se faz que antes tenhamos as seguintes noções sobre as vozes do verbo:

a) voz ativa - quando, na oração, o sujeito pratica a ação. Ex: O caminheiro colheu os frutos. O caminheiro é sujeito ativo, . pratica a ação de colher os frutos. O verbo colheu está na voz ativa.

b) voz passiva - quando, na oração, o

sujeito não pratica a ação, mas recebe-a. Ex: Os frutos foram colhidos pelo caminheiro. Os frutos é sujeito paciente, não pratica ação alguma, apenas sofre a ação. Foram colhidos é a expressão verbal na voz passiva. Pelo caminheiro é o complemento agente da voz passiva.

Portanto: agente da passiva é o complemento que designa o ser que pratica a ação sofrida pelo sujeito.

Outros exemplos: A lição foi explicada pelo mestre.

A lição - sujeito paciente foi explicada - expressão verbal na voz passiva pelo mestre - agente da passiva

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Nós fomos curados pelo médico. Nós - sujeito paciente fomos curados -

expressão verbal na voz passiva pelo médico - agente da passiva

Importante: Só é possível transformar uma

oração da voz ativa para a voz passiva quando esta oração tiver:

Sujeito Agente

Verbo Transitivo

Direto

Objeto Direto

Manuel

Os danos pagou foram pagos

os danos por Manuel

Sujeito

paciente

locução verbal com

verbo auxiliar

agente da passiva

À voz passiva com verbo auxiliar chama-se voz passiva analítica, e o complemento agente da passiva vem precedido das preposições por ou de. Ex: O poema foi escrito por (prep) Castro Alves (agente da passiva). Ele anda cercado de (prep) amigos (agente da passiva).

Mas a voz passiva analítica não exige sempre o complemento agente da passiva, caso em que ocorre com sujeito indeterminado. Ex: Arrombaram a porta (voz ativa). A porta foi arrombada (voz passiva).

Outra construção passiva que não apresenta o agente da passiva é a voz passiva sintética. Esta se forma com o pronome apassivador se, e o verbo da oração deve sempre concordar com o sujeito. Ex: Venderam-se os livros. Sujeito paciente: os livros. Verbo transitivo direto: venderam. Pronome apassivador: se.

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

São aqueles cuja ausência não implica em prejuízo lógico para a oração. Possuem uma função secundária de limitar o sentido dos substantivos ou exprimir alguma circunstância.

Exemplificando: As primeiras chuvas de outono molhavam os jardins da ,cidade.

Na oração acima temos: a) Termos essenciais: Núcleo do sujeito:

chuvas. Núcleo do predicado: molhavam. b) Termo integrante: Núcleo do objeto:

jardins. c) Termos acessórios: as, primeiras, de

outono, os, da ‘cidade.

Os termos acessórios podem vir expressos por:

ADJUNTO ADNOMINAL: É o termo que aparece junto a um nome

(substantivo) modificando ou restringindo o seu significado.

Podem ser adjuntos adnominais em uma oração:

artigo - A luz clareava as estradas. adjetivo - Seus olhos claros fitaram o céu

azul. locução adjetiva - As pessoas sem

escrúpulos causam inimizades. pronome adjetivo – Alguns vândalos

quebraram as vidraças. numeral - Três atletas venceram juntos.

ADJUNTO ADVERBIAL É o termo que exprime uma circunstância,

expresso por um advérbio, locução adverbial ou qualquer expressão adverbial.

Ex: Hoje começaram os exames finais (advérbio de tempo).

De repente o sol escondeu-se nas nuvens (locução adverbial de tempo). O dia é feito para o trabalho, a noite para o

descanso (expressão adverbial de fim). Outros exemplos de adjuntos adverbiais:

de lugar: Estaremos lá. de modo: Eles andam devagar. de dúvida: Talvez acertam o caminho. de intensidade: O aluno estudou muito. de causa: Não voltei devido à tempestade.

APOSTO É o tempo que esclarece, explica,

desenvolve ou resume outro termo da oração. O aposto pode ser:

explicativo: Gilda, minha irmã, é estudiosa. recapitulativo: Velhos, jovens e crianças,

todos apreciaram o filme. enumerativo: Eles só queriam três coisas, a

saber: saúde, paz e amor. especificativo: Nossa tia Dalva chegará

amanhã.

VOCATIVO

O vocativo é um termo independente da

oração, usado para chamar ou interpelar pessoas, animais ou coisas personificadas a quem nos dirigimos. Ex: Venha cá, menina! Meu nobre perdigueiro, vem comigo! (Castro Alves). Eh! garotas, são horas!

Por ser um termo à parte, o vocativo não pertence à estrutura da oração, não se anexando nem ao sujeito nem a predicado.

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PERÍODO COMPOSTO

O período composto é formado por mais de

uma oração, podendo apresentar os seguintes esquemas de formação:

a) composto por coordenação: é constituído de orações independentes, vindo ligadas por conjunções coordenativas ou simplesmente justapostas.

Ex: Saímos à noite lei fomos ao cinema. Agachou-se/ apanhou uma pedra /e/ atirou-a.

b) composto por subordinação: é constituído por uma oração principal e uma ou mais subordinadas ou dependentes.

Ex: Não fui à festa porque estava doente. Oração principal: Não fui à festa. Oração subordinada: porque estava doente.

c) misto: é constituído de orações

coordenadas e subordinadas. Ex: Voltei à casa e apanhei o pacote que

havia esquecido. Oração inicial: Voltei à casa. Oração coordenada: e apanhei o pacote. Oração subordinada: que havia esquecido.

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO

É aquele em que as orações não mantêm dependência entre si, são por isso independentes. Existe entre elas apenas uma relação de sentido. A essas orações independentes dá-se o nome de orações coordenadas, que podem ser assindéticas ou sindéticas.

Assindéticas: orações justapostas umas às outras sem nenhuma conjunção entre elas, vindo separadas, na escrita por vírgula, ponto e vírgula ou dois pontos. Ex: Chegou, desceu do carro, entrou rapidamente na loja. Oração inicial: Chegou. Oração coordenada assindética: desceu do carro. Oração coordenada assindética: entrou rapidamente na loja.

Sindéticas: são orações ligadas por uma

conjunção coordenativa e são classificadas de acordo com o sentido expresso por cada conjunção.

PODEM SER: Aditivas: expressam adição, seqüência de

pensamentos. Ex: Dormia durante o dia e trabalhava à

noite. Oração inicial: Dormia durante o dia. Oração coordenada sindética aditiva: e trabalhava à noite. Conjunção coordenativa aditiva: e. Adversativas: exprimem contraste, oposição, ressalva.

Ex: A espada vence mas não convence. Oração inicial: A espada vence. Oração coordenada sindética adversativa: mas não convence. Conjunção coordenativa adversativa: mas. Alternativas: exprimem alternância ou exclusão.

Ex: Vem agora ou perderá a vez. Oração inicial: Vem agora. Oração coordenada sindética alternativa: ou perderá a vez. Conjunção coordenativa alternativa: ou. Conclusivas: expressam conclusão, dedução, conseqüência.

Ex: Vives mentindo; logo não mereces fé. Oração inicial: Vives mentindo. Oração coordenada sindética conclusiva: logo não mereces fé. Conjunção coordenativa conclusiva: logo. Explicativas: exprimem explicação, motivo, razão.

Ex: Não falte à aula pois terás avaliação. Oração inicial: Não falte à aula. Oração coordenada sindética explicativa: pois terás avaliação. Conjunção coordenativa explicativa: pois.

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO.

No período composto por subordinação há

uma relação de dependência ou subordinação de uma oração a uma outra, denominada oração principal. As orações dependentes são chamadas subordinadas, que completem ou ampliam o sentido da principal, e de acordo com seus valores ou funções classificam-se em: substantivas, adjetivas e adverbiais.

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

Dá-se o nome de orações subordinadas

substantivas àquelas que exercem, em relação à principal, funções próprias de substantivos, quais sejam: sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo e aposto.

As orações subordinadas substantivas classificam-se em:

a) função de sujeito: subjetiva. Ex: É importante que você estude. Oração principal: É importante. Oração subordinada substantiva subjetiva: que você estude.

As orações subjetivas, geralmente, vêm propostas:

a verbo de ligação + predicativo: é bom, é útil, é conveniente, é agradável, é certo, parece certo, ficou claro, etc.

as expressões na voz passiva: sabe-se, soube-se, conta-se, diz-se, ficou decidido, etc.

aos verbos: convir, cumprir, constar, admirar, importar, urgir, ocorrer, acontecer, parecer, etc, quando empregados na 3ª pessoa do singular seguidos de que ou se.

b) função do objeto direto: objetiva

direta. Ex: Não sabemos se ele voltará. Oração principal: Não sabemos. Oração subordinada substantiva objetiva direta: se ele voltará.

c) função de objeto indireto: objetiva

indireta. Ex: Nós insistimos em que voltasse logo. Oração principal: Nós insistimos. Oração subordinada substantiva objetiva indireta: em que voltasse logo.

As orações objetivas indiretas vêm precedidas de preposição, exigida pelo verbo da oração principal, da mesma forma que o objeto

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indireto. Às vezes, essa preposição pode estar oculta.

d) função de complemento nominal:

completiva nominal. Ex: Sentiram medo de que fossem abandonados. Oração principal: Sentiram medo. Oração subordinada substantiva completiva nominal: de que fossem abandonados.

Do mesmo modo que o complemento nominal, as orações completivas nominais também vêm precedidas de preposição.

e) função de Predicativo: Predicativa. Ex:

O certo é que todos gostaram da festa. Oração principal: O certo é. Oração subordinada substantiva predicativa: que todos gostaram da festa.

A oração predicativa funciona sempre como um complemento do verbo ser.

f) função de aposto: apositiva. Ex: A

notícia chegou pelo rádio: o presidente foi deposto. Oração principal: A notícia chegou pelo rádio: Oração subordinada substantiva apositiva: o presidente foi deposto.

À maneira do aposto, as orações apositivas vêm, geralmente, após dois pontos ou entre vírgulas, sendo, neste caso, intercaladas à oração principal. Ex: Minha experiência, que a vida me ensinou, é manter sempre vivo o ideal de luta.

Observação importante: As orações subordinadas substantivas são, na maioria das vezes, introduzidas pelas conjunções integrantes que e se, podendo também aparecer introduzidas por outros conectivos tais como: quem, quando, quanto, qual, onde, como, etc. Ex: O diretor sabe quantos alunos se matricularam. A professora ensinou como resolver o problema.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Dá-se o nome de orações subordinadas

adjetivas àquelas que exercem a função de um adjunto adnominal de um termo da oração principal, tendo o mesmo valor e função dos adjetivos.

As orações subordinadas adjetivas refere-se a um termo antecedente, que pode ser um substantivo ou pronome.

Com relação ao sentido que transmitem ao termo a que se referem, as orações subordinadas adjetivas podem ser:

a) restritivas: quando restringem ou especificam o termo antecedente, sendo indispensáveis ao sentido da frase. Ex: Esta é a canção que foi premiada. Oração principal: Esta é a canção. Termo antecedente: canção. Oração subordinada adjetiva restritiva: que foi premiada.

b) explicativas: quando acrescentam uma

qualidade ao termo antecedente, esclarecendo um pouco mais o seu significado mas sem restringi-lo ou determiná-lo. São separadas do termo antecedente por uma pausa, representada, na escrita, pela vírgula. Ex: Os familiares de Angelita, que são argentinos entusiasmaram-se com a cidade. Oração principal: Os familiares de Angelita,

entusiasmaram-se com a cidade. Oração subordinada adjetiva explicativa: que são argentinos. Termo antecedente: familiares.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS.

Dá-se o nome de orações subordinadas adverbiais àquelas que exercem a função de adjuntos adverbiais de outras orações, vindo sempre introduzi das pelas conjunções subordinativas adverbiais.

As orações subordinadas adverbiais classificam-se em:

a) causais: quando exprimem a causa da ocorrência da oração principal. Ex: Estavam alegres porque fizeram um bom negócio. Oração principal: Estavam alegres. Oração subordinativa adverbial causal: porque fizeram um bom negócio.

b) comparativas: exprimem uma idéia de

comparação à oração principal. Ex: Cumprimentou-me alegremente como se eu fosse sua velha amiga. Oração principal: Cumprimentou-me alegremente. Oração subordinada adverbial comparativa: como se eu fosse sua velha amiga.

c) concessivas: exprimem idéia contrária à

da oração principal, sem, no entanto, impedir sua realização. Ex: Eles foram ao passeio embora o tempo não estivesse bom. Oração principal: Eles foram ao passeio. Oração subordinada adverbial concessiva: embora o tempo não estivesse bom.

d) condicionais: exprimem uma hipótese

ou condição para a ocorrência da oração principal. Ex: Se o espetáculo for bem sucedido terão bastante lucro. Oração principal: Se o espetáculo for bem sucedido. Oração subordinada adverbial condicional: terão bastante lucro.

e) conformativas: quando expressam a

conformidade de um fato em relação a outro. Ex: Planejei o trabalho conforme a disponibilidade do meu tempo. Oração principal: Planejei o trabalho. Oração subordinada adverbial conformativa: conforme a disponibilidade do meu tempo.

f) consecutivas: expressam uma idéia de

conseqüência referente à oração principal. Ex: O calor aumentou tanto que até as plantas secaram. Oração principal: O calor aumentou tanto. Oração subordinada adverbial consecutiva: que até as plantas secaram.

g) finais: expressam a finalidade ou

objetivo com que se realiza a oração principal. Ex: Todos aguardaram o final da sessão para ouvirem a sentença do juiz. Oração principal: Todos aguardaram o final da sessão. Oração subordinada adv. final: para ouvirem a sentença do juiz.

h) proporcionais: exprimem um fato

relacionado proporcionalmente à ocorrência da oração principal. Ex: Quanto mais desvendávamos o mistério mais emocionados ficávamos. Oração principal: Quanto mais desvendávamos o mistério.

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Oração subordinada adverbial proporcional: mais emocionados ficávamos.

i) temporais: exprimem uma circunstância

de tempo ao fato expresso na oração principal. Ex: Discutiremos o problema quando terminarmos o trabalho. Oração principal: Discutiremos o problema. Oração subordinada adverbial temporal: quando terminarmos o trabalho.

ORAÇÕES REDUZIDAS

As orações subordinadas estudadas até aqui

vieram sempre introduzi das através de uma conjunção e apresentavam os verbos numa das formas do indicativo ou do subjuntivo.

Entretanto, nem sempre as orações vêm assim representadas, podendo apresentar-se sem a conjunção e com verbo numa forma nominal (infinito, gerúndio ou particípio). Quando as orações apresentam essa forma recebem o nome de orações reduzidas.

Para reconhecer mais facilmente o tipo de oração que está sob a forma reduzida usamos um artifício, ou seja, fazemos o seu desenvolvimento do seguinte modo: enunciando-se o conectivo adequado ao sentido e passando-se o verbo para uma forma do indicativo ou do subjuntivo, conforme o caso.

Ex: Ao ouvir o sinal, todos podem entrar. Fazendo o desenvolvimento da oração

assinalada: Quando ouvirem o sinal, todos podem entrar. Conclusão: A oração desenvolvida mostra-nos claramente a sua caracterização: é uma oração subordinada adverbial temporal. Logo, a oração primeiramente assinalada é também uma oração subordinada adverbial temporal, reduzida de infinitivo. Outros exemplos:

Ouvimos um clamor pedindo por ajuda – Ouvimos um clamor que pedia por ajuda.

Análise: oração subordinada adjetiva restritiva, reduzida de gerúndio.

Terminado o espetáculo, a platéia aplaudiu de pé – Assim que terminou o espetáculo, a platéia aplaudiu de pé.

Análise: oração subordinada adverbial temporal, reduzida de particípio.

A única saída é modificarmos os projetos – A única saída é que modifiquemos os projetos.

Análise: oração subordinada substantiva predicativa, reduzida de infinitivo.

Preocupada com o seu atraso, telefonei para o escritório várias vezes. Porque me preocupei com o seu atraso, telefonei para o escritório várias vezes.

Análise: oração subordinada adverbial causal, reduzida de particípio.

O que acabamos de ver nesta unidade foi a sintaxe sob o aspecto das relações e funções das palavras e das orações no período, ou seja, a análise sintática.

Queremos informar ao aluno que o estudo da sintaxe não pára aqui, pois se ao analisarmos as relações de dependência das palavras na oração, sob o aspecto da subordinação, estaremos estudando a sintaxe de regência; se o estudo das relações de dependência das palavras for sob o ângulo da flexão, a sintaxe será de concordância e, por fim, se o que estiver em pauta for o estudo da disposição ou ordem das palavras e das orações no período, estaremos diante da sintaxe de colocação.

Na Unidade seguinte veremos aspectos básicos de duas outras importantes partes da Gramática, quais seja, a Semântica e a Estilística.

SEMÂNTICA E ESTILÍSTICA

NOÇÕES DE SEMÂNTICA Por Semântica entende-se o estudo da

significação das palavras, podendo ser estudada sob os aspectos descritivo ou histórico. A Semântica Descritiva estuda o significado atual das palavras; a História se preocupa com a evolução dos sentidos das palavras através do tempo.

Nesta Unidade veremos alguns aspectos de Semântica Descritiva, e da Estilística, através do estudo das figuras de linguagem.

Numa língua, um vocábulo adquire determinada significação dependendo do contexto em que vem inserido. Segundo algumas características peculiares, as palavras se agrupam, conforme as semelhanças ou diferenciações de sentido ou de forma. Assim, temos os agrupamentos conforme especificações abaixo:

SINÔNIMOS OU SINONÍMIA

São palavras que se igualam ou se

aproximam ‘quanto aos seus.. sentidos. Ex: ócio - folga; oco - vazio; consistir - basear-se, fundar-se; alerta - vigilante; rejeitar - repelir.

A sinonímia toma-se importante no uso da língua, pois é através dela que melhor procedemos ao processo de escolha do vocábulo que expressa o nosso raciocínio de modo mais claro ou eficaz.

ANTÔNIMOS OU ANTONÍMIA

São palavras que se opõem quanto ao seu

sentido. Ex: coragem - covardia, medo; sábio - ignorante; mesquinho - esbanjador, generoso; fé - descrença; insignificante - importante.

Há certos casos de palavras antônimas que são designadas por prefixos de sentido oposto, como: seguro - inseguro; leal - desleal; típico - atípico; progredir - regredir; comunista - anticomunista.

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HOMÔNIMOS OU HOMONÍMIA

São palavras que não se diferenciam em sua pronúncia mas em seu sentido, sendo claramente determinadas através de seu contexto.

Exemplo: calção (vestuário) - caução (penhor) nora (mulher do filho em relação aos pais dele). nora (aparelho para tirar água de poços, cisternas).

Devido aos aspectos gráficos e fonéticos, os homônimos são divididos em:

a) Homógrafos heterofônicos - iguais na escrita e diferentes na pronúncia.

Exemplos: rego (ê) - substantivo rego (é) - do vergo regar apelo (ê) - substantivo apelo (é) - verbo colher (ê) - substantivo colher (é) – verbo

b) Homófonos Heterográficos - iguais na pronúncia e diferentes na escrita.

Exemplos: cassa - verbo cassar - ato de anular caça - ato de caçar conserto - ato de consertar concerto - sessão musical cessão - ato de ceder sessão - tempo de uma reunião ou espetáculo seção - subdivisão, repartição.

c) Homófonos Homográficos - iguais na escrita e na pronúncia.

Exemplos: livre - adjetivo livre - do verbo livrar cedo - advérbio cedo - do verbo ceder pala - antepano que protege os olhos contra a claridade.

pala - poncho leve, de pontas franjadas.

PARÔNIMOS

São palavras que se assemelham na escrita

e na pronúncia. Exemplos: ratificar – confirmar

retificar – corrigir infligir – aplicar infringir – transgredir deferir – dar deferimento diferir – divergir

POLISSEMIA É o fato de uma mesma palavra possuir

mais de um significado. Exemplos: ponto (sinal de pontuação – parada de ônibus - livro de registro de entrada e saída de empregados).

levantar (elevar - obter - inventariar).

jogo (passatempo - balanço - oscilação - manha - astúcia).

mulher (ser humano de sexo feminino - esse mesmo ser após a puberdade - esposa).

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

As palavras, devido a seus vastos valores

significativos podem vir expressas em seus sentidos próprios ou denotativos, ou em seus sentidos figurados, também chamados conotativos.

Observe os exemplos: A criança quebrou um copo na cozinha. O Presidente quebrou o protocolo durante a

sua viagem. No primeiro exemplo, a palavra quebrar

designa o seu sentido real, ou seja, denotativo_ já no segundo, está em seu sentido figurado, assumindo, assim, o sentido conotativo.

As palavras usadas em seu sentido conotativo, adquirem um importante valor semântico, uma vez que assumem novos sentidos ou idéias impressionando de forma especial o ouvinte ou leitor.

NOÇÃO DE ESTILÍSTICA

FIGURAS DE LINGUAGEM

Como vimos no item anterior, certas palavras ora assumem um sentido próprio, ora um sentido figurado, podendo a pessoa mudar a cada momento o matiz da sua comunicação.

A linguagem falada ou escrita se enriquece, ganhando mais intensidade e beleza, quando quem a utiliza lança mão de certos recursos especiais de expressão, através da utilização das chamadas Figuras de Estilo ou Figuras de Linguagem.

FIGURAS DE PALAVRAS. a) metáfora - quando uma palavra ou

expressão está em sentido que não lhe é próprio, havendo, o que poderíamos dizer, uma comparação a nível mental.

Ex: Esta garota é um doce. b) metonímia - quando uma palavra é

utilizada em lugar de outra, com a qual acha-se intimamente relacionada.

Exemplos: - Acabei de adquirir um Picasso para a minha coleção. (o autor pela obra – uma obra de Picasso).

- Tomaram suas velas e partiram mar adentro sem rumo definido (a parte pelo todo - velas = embarcação).

- Tomou uma xícara de café (continente pelo conteúdo - o café contido na xícara).

- No tinir dos cristais os convivas se alegraram durante a festa (a matéria pelo objeto – cristais = copos).

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FIGURAS DE CONSTRUÇÃO a) Elipse- omissão de um termo numa

frase ou oração o qual pode ser facilmente subentendido. Temos elipses de sujeitos, verbos, preposições, conjunções, etc.

Ex: Pedro estava com fome. Preferiu não dizer nada durante a refeição (Elipse do Sujeito: Ele Preferiu não dizer nada). b) Pleonasmo - emprego redundante de

um termo a fim de reforçar uma expressão. Ex: Naquele momento chorou um choro marcado pelo ódio. c) Polissíndeto - é o uso repetitivo

intencional de uma conjunção (geralmente o conectivo e), sugerindo movimentos contínuos.

Ex: Cantava e chorava e sorria, numa explosão de emoções incontidas. d) Inversão - é a alteração da ordem

normal de termos ou orações a fim de dar maior realce à expressão.

Ex: Animais de criações em minha casa, desistimos- de ter. e) Silepse - concordância com um tempo

em nossa mente e não com o que vem expresso. A silepse pode ser de gênero, número e pessoa.

Exemplos: - Se acha Rosa Maria comprido, me chame de Ro. (Silepse de gênero).

- Está cheio de gente lá fora, o que será que eles querem? (Silepse de número).

- Os seus amigos ficamos todos alegres com seu retomo (Silepse de pessoa).

f) Onomatopéia - recurso que se vale do

som ou voz dos seres para a criação de palavras. Ex: No tic-tac do relógio as horas voaram esta manhã. FIGURAS DE PENSAMENTO a) Antítese - é a utilização de palavras ou

expressões de sentidos opostos, propiciando um excelente recurso estilístico.

Ex: Chorava de alegria com a chegada da amada. b) Apóstrofe - é uma interrupção para

dirigir-se a pessoas ou coisas reais ou fictícias no momento da expressão.

Ex: Oh! povos, não critiqueis o que não podeis entender! c) Eufemismo - é a utilização de uma

palavra ou expressão mais branda em lugar de uma palavra ou idéia desagradável.

Ex: Na hora em que mais necessitava meu amigo faltou-me com a verdade (= mentiu-me). d) Hipérbole - recurso expressivo pautado

numa afirmação exagerada.

Ex: Coitado, tinha um mundo de planos para o futuro! e) Ironia - quando dizemos, de forma

sarcástica, o contrário do que pensamos. Ex: Que beleza de serviço prestaste a esta comunidade! (= um serviço péssimo).

f) Personificação - recurso pelo qual

damos vida e ação a seres inanimados ou irracionais, como se fossem seres humanos. Ex: No jardim as flores somam com a chegada da primavera.

O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO E AS VARIANTES LINGUISTICAS

Para entender o processo de comunicação,

é preciso entender, primeiramente, que a origem de toda a atividade comunicativa do ser humano está na linguagem, ou seja, a capacidade humana de se comunicar através de uma língua, a qual representa um sistema de signos convencionais usados pelos membros de uma mesma comunidade; ao utilizar os signos que formam a nossa língua, obedecemos a certas regras de organização fornecidas pela própria língua. Exemplificando: É perfeitamente possível antepor ao signo casa o signo uma, formando a seqüência uma casa; se antes do signo casa colocarmos o signo um, não estaremos obedecendo às regras de organização da língua portuguesa.

A linguagem é um processo de comunicação de uma mensagem entre dois falantes pelo menos: O destinador ou emissor, que emite a mensagem, e aquele a quem a mensagem é destinada, ou seja, o receptor ou destinatário.

A língua falada e a língua escrita são dois meios de comunicação diferentes; a primeira é mais espontânea; a segunda obedece a um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com a significação paralela da mímica e da dicção, presentes na língua falada.

Variantes lingüísticas são as variações que ocorrem na língua, motivadas por vários fatores:

GEOGRÁFICOS Dão origem ao regionalismo, que são

expressões ou construções típicas de algumas regiões do país; quando essas construções ou expressões são muito marcantes, deixa-se de falar em regionalismo e fala-se em dialetos. Ex: “O guia turístico do Rio Grande do Sul é um baita guia, tchê”;

SOCIAIS O português das pessoas escolarizadas

difere daquele empregado pelas pessoas que não têm acesso à escola; assim, algumas classes sociais dominam uma modalidade da língua – a língua culta – que goza de prestígio e representa uma forma de ascensão profissional e social; já o

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português utilizado diariamente pelo povo, sem qualquer preocupação gramatical, é denominado língua popular, e objetiva somente comunicar informações e exprimir informações de forma eficaz. Ele é falado principalmente por pessoas de baixa escolaridade, ou mesmo analfabeto. Trocas como probrema, galfo, malmita , e expressões como “pra nóis fazer”, “ele chamou eu” são ocorrências freqüentes neste tipo de linguagem. Ainda socialmente condicionadas, existem certas formas de língua desenvolvidas por alguns grupos, sujeitas a transformações contínuas, e compreendidas facilmente por integrantes de uma comunidade restrita: as gírias. Ex: “Hoje paguei o maior mico, ‘mico’ significando ‘vexame’, ‘vergonha’, ‘constrangimento”.

PROFISSIONAIS O exercício de algumas atividades requer o

domínio das chamadas línguas técnicas, abundantes em termos específicos, e restrito apenas ao intercâmbio de certas categorias profissionais, como cientistas, economistas, médicos etc. Entre os economistas, por exemplo, usam-se as expressões viés de baixa ou viés de alta, para a alta ou a queda dos juros no mercado.

SITUACIONAIS Um mesmo indivíduo emprega diferentes

formas da língua, em diferentes situações comunicativas; se estivermos numa situação de intimidade (por exemplo, uma conversa com amigos ou parentes), usamos uma linguagem mais informal, sem grandes preocupações com a correção gramatical; esse tipo de linguagem é chamado de linguagem coloquial ou familiar; em situações mais formais (por exemplo, o discurso numa solenidade de formatura ou em uma missa de sétimo dia) usamos uma linguagem mais cuidada, procurando obedecer às normas gramaticais; esse tipo de linguagem é chamado língua culta ou norma padrão, e é utilizado nos livros didáticos, no ensino escolar, nos manuais etc.

Quando o uso da língua não se restringe às necessidades práticas do cotidiano comunicativo, incorporando preocupações estéticas, surge a língua literária, que procura produzir um sentimento estético no leitor, submetendo a escolha e a combinação dos elementos lingüísticos a atividades criadoras e imaginativas. Ex: “E a cidade morre. Daqui por diante apenas um bonde, um táxi ou uma conversa de noctívagos sacudirá por instantes o ar de morte que baixou sobre a cidade” (Fernando Sabino, O homem nu, 8ª ed. Rio de Janeiro: Sabiá, 1969, p.13). Abordaremos este item nos próximos seguimentos.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Quando nos comunicamos, essa ação envolve seis elementos: emissor ou remetente; a mensagem; o código utilizado; o canal (meio utilizado para veicular a mensagem), o referente

(objeto ou situação de que a mensagem trata); e, por fim, o receptor ou destinatário.

Cada um desses elementos está estreitamente ligado às seis funções desempenhadas pela linguagem. As seis funções são:

FUNÇÃO REFERENCIAL Esta função privilegia justamente o objeto ou situação de que a mensagem trata, ou seja, o referente, buscando transmitir informações objetivas sobre ele, abstendo-se de manifestações pessoais ou persuasivas. É uma função predominante nos textos de caráter científico, nos manuais de instrução e nas notícias veiculadas pelos jornais (textos jornalísticos), nos mapas, enfim em textos que se propõem a informar o leitor, transmitindo-lhe dados e conhecimentos precisos. Ex: “O batiscafo é composto de duas partes principais: um flutuador, que geralmente tem a forma de casco de navio, cheio de gasolina distribuída em vários compartimentos, e uma cabina esférica de aço”.

FUNÇÃO EXPRESSIVA OU EMOTIVA Esta função centraliza-se no emissor, que imprime no texto as marcas de sua atitude pessoal: emoções, opiniões, análises, avaliações. É visível, no texto, a presença (clara ou sutil) do emissor, mesmo em textos aparentemente impessoais, como relatórios, textos de imprensa, ou artigos críticos. Observe-se que os textos que utilizam a função expressiva obedecem a um projeto, no qual o emissor expõe suas opiniões, fornece argumentos para sustentá-las, procurando persuadir o receptor da mensagem; as manifestações expressivas terminam por tocar as manifestações conativas (que veremos adiante), mas têm cunho marcadamente pessoal. Essa função é predominante nas cartas pessoais, nos diários, nas canções sentimentais, na poesia confessional, nas resenhas críticas. Ex: “Quando sinto o perfume de lavanda, imediatamente me lembro da minha infância, dos lençóis limpos, da sensação de conforto e proteção que eu tinha ao lado de meus irmãos”.

FUNÇÃO CONATIVA Esta função privilegia o receptor, utilizando elementos consistentes para persuadi-lo, seduzi-lo, convencê-lo, envolvendo o receptor com os conteúdos transmitidos, tornando-se evidente em textos marcados por pronomes de tratamento ou da segunda pessoa (você, vocês, Vossa Senhoria; tu, vós), ou pelo uso de certas formas gramaticais, como o imperativo e o vocativo. Essa persuasão pode ser construída de forma sutil ou agressiva. É a função utilizada nos textos publicitários, nos discursos políticos, nos sermões religiosos etc. Ex: “Faça um 21”, “Revista. Todo mundo lê até durante o expediente. Quem pode comprar revista, pode comprar seu produto”, “Seja má. Se você não se

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contenta com os 5 minutos (se tanto!) regulamentares que ele dedica de atenção às mulheres em geral, faça o que elas não fazem”. (Nova, ago. 1996)

FUNÇÃO FÁTICA

A função fática se orienta sobre o canal de comunicação ou contato, buscando verificar e fortalecer a eficiência da comunicação, garantindo que o contato foi estabelecido; inicialmente ela foi utilizada para chamar a atenção através de “ruídos” (como psiu, ahn, ei). No caso dos textos escritos, o canal (suporte físico através do qual a mensagem enviada pelo emissor chega ao destinatário) é a própria página, com os sinais gráficos dispostos sobre ela; assim, a função fática, para fortalecer sua eficiência, utiliza, nos textos escritos, desde a seleção vocabular, até a disposição gráfica das letras, o tamanho e as cores das mesmas, a repetição sem exageros de certas palavras e expressões, e outros recursos sutis. Ex: “MITO – A mulher não pode ficar grávida enquanto estiver amamentando. VERDADE – Quando a mulher está amamentando, tem a fertilidade diminuída. Mas isso varia muito de pessoa para pessoa. Sem anticoncepcional pode ser pá-pum. A mulher que amamenta deve se prevenir com camisinha ou minipílulas”.

FUNÇÃO METALINGÜÍSTICA

A função metalingüística se volta para os

elementos do código, explicando-os, analisando-os, definindo-os. Verificamos o uso desta função nos dicionários, nos poemas que falam da própria poesia, nas canções que falam de outras canções, nos textos didáticos, nas análises literárias, e até mesmo em numerosas situações cotidianas. Ex: “O que você quer dizer com isso?”, “Aspirar também significa desejar”, “Língua é um sistema de signos convencionais usados pelos membros de uma mesma comunidade”.

FUNÇÃO POÉTICA

A função poética está voltada para a

mensagem, utilizando recursos de forma e conteúdo que chamam a atenção para a própria mensagem, causando, nos leitores, surpresa, “estranhamento” e prazer estético, num arranjo original de formas e significado. O texto possui ritmo e sonoridade, desenvolvendo o sentido figurado das palavras (sentido conotativo), passível de diversas interpretações. Nas mensagens poéticas, a organização do código coloca as palavras em primeiro lugar, tornando-as quase um fim em si mesmas, e não um meio de significar outras coisas. As palavras valem pelo que elas são, e não pelo que elas representam (significam). Os lugares privilegiados desta função são os textos literários, mas podemos encontrá-la também em slogans publicitários, canções populares, textos de propaganda, provérbios e outras produções verbais.

Ex: “Meses e meses recolhida e murcha, Sai de casa, liberta-se da estufa, a flor guardada (o guarda-chuva). Agora, cresce na mão pluvial, cresce. Na rua, sustento o caule de uma grande rosa negra, que se abre sobre mim na chuva.”

(MOTA, Mauro, Itinerário, 2 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1983, p. 24.)

Considerando as funções discriminadas

acima, é importante procurar, nos textos, a função predominante, já que os enunciados apresentam várias funções ao mesmo tempo, inexistindo a exclusividade, ou seja, não encontramos um texto que apresenta somente uma função.

PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO NA EMPRESA

Através do estudo das variantes lingüísticas

e das funções da linguagem, você já pôde observar que existem várias formas de linguagem empregadas no ato comunicativo. Na comunicação empresarial escrita, deve prevalecer o uso da norma culta, a objetividade, a clareza e a concisão, numa preocupação primordial com a eficácia e a exatidão da comunicação. O tipo de redação que passaremos a tratar não se pauta pelas normas do estilo literário e da expressividade artística, mas sim, pelos indicadores da boa redação administrativa, institucional, jornalística ou didática, de caráter prático e utilitário, tendo como único objetivo produzir uma comunicação eficaz.

Na produção de uma comunicação eficaz é fundamental a simplicidade dos textos comunicativos, tornando a linguagem menos complexa e mais direta. na esfera empresarial. É ponto pacífico que as comunicações inadequadas, pretensiosas e prolixas trabalham contra o conceito de organização e contra a finalidade última de suas atividades, seja a de prestar serviços, oferecer produtos, seja a de disciplinar procedimento ou assegurar direitos e instruir pessoas.

A redação empresarial eficiente obedece aos seguintes requisitos:

A) clareza B) concisão C) correção D) precisão E) coerência F) concatenação G) consistência H) propriedade no uso das palavras

Além dos requisitos mencionados acima,

objetividade, naturalidade, adequação ao leitor e informalidade são pilares da redação eficaz.

CLAREZA Consiste na expressão límpida do

pensamento, tornando o texto inteligível. como a clareza é requisito básico de todo texto técnico,

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deve-se evitar a ambigüidade, ou seja, construções que possam gerar equívocos de compreensão.

A ambigüidade decorre geralmente da dificuldade em identificar a que palavra se refere um pronome que possui mais de um antecedente na terceira pessoa.

Ambíguo – o desembargador comunicou a seu assessor que ele seria exonerado.

Claro - o desembargador comunicou a seu assessor a exoneração deste.

Há, ainda, outro tipo de ambigüidade, decorrente da dúvida sobre a que se está se referindo a oração reduzida.

Ambíguo – Sendo indisciplinado, o chefe da seção repreendeu o funcionário.

Claro – O chefe da seção repreendeu o funcionário por ser este indisciplinado.

Outro exemplo de duplicidade de sentido: Ambíguo - Atribuíram mérito superior ao

nosso trabalho. Claro - Atribuíram ao nosso trabalho mérito

superior.

Nessa oração, a ambigüidade decorre do entendimento de que o mérito atribuído foi superior ao trabalho executado (1º caso).

CONCISÃO O redator conciso mostra sobriedade na

linguagem, obtendo o máximo efeito comunicativo, com um mínimo de palavras, dispensando o supérfluo, as redundâncias, as repetições desnecessárias, as frases longas, as adjetivações inúteis. Clareza e concisão devem estar juntas, concorrendo, prioritariamente, para a eficiência na redação, reservando-se primeiro lugar à clareza. Por outro lado, não convém, certamente, exagerarmos na concisão, sob pena de prejudicar a clareza, a inteligibilidade da construção.

Prolixo - Cadastros que estejam voltados para o aperfeiçoamento da técnica de registros são tudo que precisamos.

Conciso - Precisamos de cadastros voltados para o aperfeiçoamento da técnica de registros.

Redundante – para evitar que o episódio se repita, a diretoria baixou medidas que punem a reincidência do fato, não permitindo que o mesmo ocorra de novo.

Conciso – a diretoria baixou medidas punitivas para evitar a reincidência do fato.

CORREÇÃO As incorreções na linguagem comprometem

o redator e, de conseqüência, a empresa ou instituição que o emprega, denunciando a falta de conhecimento gramatical e desrespeito aos padrões da língua culta. A correção, somada à clareza e à concisão, resulta numa redação satisfatória, talvez impecável. A desobediência aos preceitos gramaticais está contida em dois grupos: erros de sintaxe e erros nas palavras.

Erro de sintaxe (erros na estrutura da frase – solecismo).

Ex: Fizemos tudo por si na reunião; contamos consigo hoje, na convenção.

Correto - Fizemos tudo por ti na reunião; contamos contigo hoje, na convenção.

Erro nas palavras (erro na estrutura ou no emprego da palavra).

Ex: Ele aspira um cargo de chefia. Correto: Ele aspira a um cargo de chefia. PRECISÃO Para um texto ser preciso, ele precisa

conter todos os elementos necessários à comunicação feita, respondendo às indagações e interesses eventuais.

Ex: “Convido Vossa Senhoria a participar da abertura do Primeiro Seminário Regional sobre o uso eficiente de energia no Setor Público, a ser realizado em 5 de junho próximo, às 9 horas, no auditório da Escola Nacional de Administração Pública, localizada no Setor de Áreas Isoladas, nesta capital”.

COERÊNCIA A coerência deve ser entendida como

unidade do texto. Num texto coerente todas as partes se encaixam de maneira complementar, de modo que não haja nada destoante, nada ilógico, nada contraditório. Existe uma solidariedade entre as partes do texto, possibilitando um bom entendimento do mesmo.

Texto incoerente: Embora seu livro seja fundamental para nossos alunos, vamos adotá-lo imediatamente em nossa escola.

Texto coerente: Considerando que seu livro é fundamental para nossos alunos, vamos adotá-lo imediatamente em nossa escola.

CONCATENAÇÃO A concatenação de idéias está inserida em

um elemento textual chamado coesão. A concatenação é a conexão que deve existir entre os enunciados de um texto, quando organicamente articulados entre si. As relações de sentido de um texto são manifestadas por uma categoria de palavras denominadas conectivos ou elementos de coesão. Dentre esses elementos de coesão podemos citar as preposições (a, de, para, com, por, etc); as conjunções (que, para que, quando, embora, mas, e, ou, etc); os pronomes (ele, ela, seu, sua, este, esta, esse, essa, aquele, o qual, que, etc): os advérbios (aqui, aí, lá, assim, etc). Ex: “É sabido que a violência nas escolas cresce assustadoramente. É sabido, ainda, que não se achou ainda uma solução para o problema. Em vista disso, a sociedade está se unindo para tentar modificar esse quadro. Para tanto, convoca uma reunião com todos os diretores de escolas da rede municipal”.

Como você viu, no exemplo acima, os segmentos do texto estão ligados entre si, por meio de palavras que servem para dar continuidade ao que foi dito anteriormente e acrescentar novos dados.

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CONSISTÊNCIA Um texto é consistente quando dá

informações confiáveis e corretas, demonstrando conhecimento do assunto e tratando apenas do que é significativo para quem o lê. Ex: “Comunicamos que, a 7 do corrente, foi instalado o Instituto de Cibernética Jurídica, órgão integrante desta Instituição. São objetivos do novo Instituto estudar as implicações sociais da cibernética no campo do Direito e divulgar conhecimentos sobre os sistemas utilizáveis no setor jurídico. Para isso, o novo órgão entrará em contato com o Poder Público, a Universidade, a indústria especializada e promoverá cursos, conferências e seminários.”

PROPRIEDADE NO USO DA PALAVRA Essa propriedade se refere ao uso

apropriado da linguagem, o cuidado no emprego das palavras, evitando cacoetes lingüísticos e termos surrados. Na escolha das palavras, devemos preferir a que traduz, com mais precisão, o que queremos dizer.

Ex: Seu depoimento tem relação com o nosso parecer.

Seria mais apropriado dizer: Seu depoimento confirma nosso parecer. Ex: Os maiores de sessenta anos estão

infensos do pagamento daquele imposto. A construção correta é:

Os maiores de sessenta anos estão isentos do pagamento daquele imposto.

ALGUMAS EXPRESSÕES A EVITAR E EXPRESSÕES DE USO RECOMENDÁVEL

O sentido das palavras liga-se intimamente à tradição e ao contexto de seu uso. Assim, alguns vocábulos e expressões (locuções), por seu emprego continuado com determinado sentido, passam a ser usadas sempre em tal contexto e com tal forma, que se tornam “expressões de uso consagrado”. Não obstante, a linguagem dos textos técnicos deve pautar-se, sempre, pelo padrão culto formal da língua, não devendo constar desses textos coloquialismos ou expressões de uso restrito a determinados grupos, o que acabaria por comprometer a compreensão por parte dos leitores.

A seguir, apresentamos uma pequena lista de expressões cujo uso ou repetição deve ser evitado, indicando com que sentido devem ser empregadas, e sugerindo alternativas para palavras que são costumeiramente usadas em excesso:

A PARTIR DE/ NA MEDIDA EM QUE À medida que (locução proporcional) – à

proporção que, ao passo que, conforme: Os preços deveriam diminuir à medida que diminui a procura. Na medida em que (locução causal) – uma vez que, pelo fato de que: Na medida em que se esgotaram todas as possibilidades de acordo, o processo foi litigioso. Evite: à medida que/na medida que...

AMBOS/ TODOS OS DOIS Ambos significa ‘os dois’ ou ‘um e outro’.

Evite as expressões pleonásticas como ambos dois, ambos os dois, ambos a dois. Quando quiser enfatizar a dualidade, empregue todos os dois: Todos os dois assessores entregaram os relatórios exigidos.

ANEXO/ EM ANEXO O adjetivo anexo concorda em gênero e

número com o substantivo a que se refere: Encaminho as atas anexas./Dirigimos os anexos projetos ao diretor de arte. A locução adverbial em anexo é invariável: Encaminho as minutas em anexo. Empregue também conjuntamente, juntamente com.

ASSIM Use após a apresentação de uma proposta

ou situação, fazendo uma ligação com a idéia seguinte. Use os substitutos: dessa forma, desse modo, ante o exposto, diante disso, conseqüentemente, por conseguinte, assim sendo, em face disso, face ao exposto, em vista disso.

BEM COMO Evite a repetição, alternando com e, como

(também), igualmente, da mesma forma. AO NÍVEL DE/ EM NÍVEL DE A locução ao nível significa ‘a mesma altura

de’: Fortaleza localiza-se ao nível do mar. Evite seu uso com o sentido de em nível, com relação a, no que se refere a. Em nível significa ‘nessa instância’: Em nível político, será difícil chegar-se a um acordo entre os parlamentares. A nível de constitui modismo, devendo ser evitado.

DEVIDO A Evite a repetição; pode ser substituído por

em virtude de, graças a, por causa de, em razão de, provocado por.

DESSE PONTO DE VISTA Evite repetir, e empregue também sob este

ângulo, sob este aspecto/ por este prisma, desse modo, destarte, assim.

DIRIGIR Quando empregado com o sentido de

encaminhar, alterne com transmitir, endereçar, mandar, encaminhar, remeter, enviar.

NO SENTIDO DE Utilize também com vistas a, a fim de, com

o fito (finalidade, objetivo, intuito, fim) de, com a finalidade de, tendo em vista ou tendo em mira, tendo por fim.

INFORMAR Use as variações comunicar, avisar, noticiar,

participar, levar ao conhecimento, dar conhecimento, instruir.

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EM FACE DE Sempre que a expressão em face de

equivaler a diante de é preferível a regência com a preposição de; evite, assim, face a, frente a.

RELATIVO A Empregue também referente a, concernente

a, tocante a, atinente a, pertencente a, que diz respeito a, que trata de, que respeita.

ONDE Como pronome relativo significa ‘em que’

(lugar): A cidade onde nasceu./ O país onde viveu. Evite, então, construções como “a lei onde é fixada a penalidade” ou “a reunião onde o assunto foi discutido”. Nesses casos, faça a substituição, empregando em que, na qual, no qual, nas quais, nos quais. O correto é: A reunião na qual o assunto foi discutido./ A lei na qual é fixada a penalidade.

RESSALTAR Varie com destacar, sublinhar, frisar,

salientar, relevar, distinguir, sobressair. NEM Conjunção aditiva que significa ‘e não’ e

‘tampouco’, dispensando, portanto, a conjunção e: Não foram feitos reparos à proposta de comercialização da soja, nem à nova proposta de pagamento. Evite, ainda, a dupla negação não nem, nem tampouco. Ex: Não pôde encaminhar os relatórios no prazo, nem não teve tempo para revisá-los.

ENQUANTO Conjunção proporcional equivalente a ao

passo que, à medida que. Evite empregar a construção enquanto que, usada coloquialmente.

ADEQUAÇÃO VOCABULAR

Na comunicação cotidiana, quando empregamos os vocábulos que constituem o nosso repertório, estamos refletindo nossa visão de mundo, nossas experiências diversas. O domínio do vocabulário varia de pessoa para pessoa, e é através dessa troca que adquirimos novas experiências e novos vocábulos, redefinindo nosso vocabulário.

Quando contamos com um vocabulário vasto, compreendemos melhor o que se passa a nossa volta, melhorando nosso desempenho e adequação no processo comunicativo.

O conhecimento do significado dos vocábulos garante uma parte essencial do entendimento entre as pessoas. No entanto, para haver comunicação, é necessário que o repertório vocabular seja comum entre os falantes. As dificuldades no processo comunicativo acontecem devido ao fato de que o sentido dos vocábulos está relacionado a inúmeros fatores – sociais, profissionais, de região, de escolaridade, de idade – culturais, enfim. Desse modo, cada grupo de pessoas apresenta um vocabulário próprio, que

pode coincidir, ou não, com o de outro grupo. O vocabulário usado no âmbito profissional, nos grupos desportivos, religiosos e políticos, permite uma especificidade muitas vezes desejada ou necessária. Esse vocabulário é entendido por vezes somente por aqueles que fazem parte do grupo (lembra-se das línguas técnicas?). Mas, à medida que vamos aprendendo o que esses termos específicos significam, eles passam a fazer parte do nosso vocabulário, incorporando-se ao nosso cotidiano.

Neste tópico, procuraremos demonstrar que a adequação vocabular é de grande importância para a compreensão de qualquer texto, caracterizando o vocabulário de uso genérico e de uso específico.

Como o nosso objetivo é trabalhar principalmente com a redação técnica, a lista abaixo vai ajudá-lo a esclarecer suas dúvidas quanto à grafia e o sentido das palavras, para que você passe a usá-las com propriedade.

ABSOLVER Relevar da culpa imputada, inocentar: O réu

foi absolvido. ABSORVER Esgotar, embeber em si: A água da chuva

foi absorvida pelo solo. ASCENDER Elevar-se, subir: Aquele homem ascendeu

socialmente. ACENDER Atear (fogo), inflamar-se. ACENDER Sinal gráfico, inflexão vocal: Esta palavra

não tem acento.

ACENTO Sinal gráfico; ASSENTO Banco, lugar: Ele tomou assento ao meu

lado.

ACERCA DE Sobre, a respeito de: No discurso, o

deputado falou acerca de seu projeto habitacional. A CERCA DE A uma distância aproximada de: A creche

fica a cerca de vinte metros do prédio principal. HÁ CERCA DE Faz aproximadamente (tanto tempo): Há

cerca de dois anos, nos deparamos com um caso semelhante; existem aproximadamente: Há cerca de mil títulos na biblioteca do colégio.

ACIDENTE Acontecimento casual, desastre: A demissão

foi um acidente na sua vida profissional. A tempestade provocou vários acidentes.

INCIDENTE Episódio; que incide, que ocorre: O

incidente da demissão já foi superado.

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ADOTAR Escolher, preferir; assumir; pôr em prática. DOTAR Dar em doação, beneficiar: Ele o dotou com

aplicações em títulos do governo.

AFIM Que apresenta afinidade, semelhança,

relação (de parentesco): Se o assunto era afim, por que não foi colocado no mesmo capítulo?

A FIM DE Para, com a finalidade de: O projeto foi

encaminhado com muita antecedência, a fim de permitir um exame minucioso.

ALEATÓRIO Casual, fortuito, acidental. ALHEATÓRIO Alienante, que desvia ou perturba.

ANTE - (PREPOSIÇÃO) Diante de, perante: Ante tal fato, devemos

repensar nossa metodologia de ensino. ANTE – (PREFIXO) Expressa anterioridade: antepor, antever,

anteprojeto, antediluviano. ANTI – (PREFIXO) Expressa contrariedade, oposição: Aquele

rapaz é anticomunista.

AO ENCONTRO DE Para junto de; favorável a : Ele foi ao

encontro de seus amigos./ O plano de carreira foi ao encontro das necessidades dos funcionários.

DE ENCONTRO A Contra; em prejuízo de: O veículo foi de

encontro ao muro./ O governo não apoiou a medida, pois vinha de encontro aos interesses dos partidos.

AO INVÉS DE Ao contrário de: Ao invés de demitir dez

funcionários, a empresa contratou mais trinta. (é inaceitável o cruzamento *ao em vez de)

EM VEZ DE Em lugar de: Em vez de demitir dez

funcionários, a empresa demitiu quarenta.

EVOCAR Lembrar, invocar: Evocou na palestra o

início de sua carreira. INVOCAR Pedir (a ajuda de); chamar, proferir: Para

alcançar seus objetivos, ele invocou a ajuda de Deus.

CASSAR Tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar: O mandato do deputado foi cassado.

CAÇAR Procurar, perseguir,

procurar, apanhar (geralmente animais): Ele participou da caça à raposa.

CASUAL Aleatório, fortuito, ocasional: O encontro

dos dois foi casual. CAUSAL Relativo à causa, causativo.

CAVALEIRO Que anda a cavalo. CAVALHEIRO Indivíduo distinto, gentil,

nobre.

CENSO Alistamento,

recenseamento, contagem. SENSO Entendimento, juízo, tino:

Ele possui bom senso para solucionar os problemas que surgem.

CERRAR Fechar, encerrar, unir, juntar: As janelas

estavam cerradas. SERRAR Cortar com a serra, separar, dividir.

CESSÃO Ato de ceder: A documento de cessão de

terras foi lavrado em cartório SEÇÃO Subdivisão de um todo, setor, repartição,

divisão: Em qual seção do tribunal ele trabalha? SESSÃO Espaço de tempo que dura uma reunião, um

congresso, reunião, espaço de tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A próxima sessão de cinema será às 14:00 horas.

CHÁ Planta, infusão. XÁ Antigo soberano persa.

COMPRIMENTO Medida, tamanho, extensão. CUMPRIMENTO Saudação.

CONCERTO Acerto, composição, harmonização: O

concerto de Guarnieri foi muito aplaudido. CONSERTO Reparo, remendo, restauração: Alguns

defeitos físicos não têm conserto.

COZER Cozinhar, preparar. COSER Costurar, ligar, unir.

DESCRIÇÃO Ato de descrever, representação, definição. DISCRIÇÃO Discernimento, reserva, prudência, recato.

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DESPENSA Local em que guardam mantimentos,

depósito de provisões. DISPENSA

Licença ou permissão para deixar de fazer algo a que se estava obrigado; demissão.

DESPERCEBIDO Que não foi notado, para o que não se

atentou: Apesar de sua importância, a fala do ministro passou despercebida.

DESAPERCEBIDO Desprevenido, desacautelado: Ele embarcou

totalmente desapercebido dos desafios que lhe aguardavam.

EMERGIR Vir à tona, manifestar-se. IMERGIR

Mergulhar, entrar, afundar (submergir)

EMIGRAR Deixar o país para residir em outro.

IMIGRAR Entrar em um país estrangeiro para nele viver.

EMINENTE (EMINÊNCIA) Alto, elevado, sublime.

IMINENTE (IMINÊNCIA) Que está prestes a acontecer, pendente, próximo.

EMITIR (EMISSÃO) Produzir, expedir, publicar.

IMITIR (IMISSÃO) Fazer entrar, introduzir, investir.

EMPOÇAR Reter em poço ou poça, formar poça. EMPOSSAR Dar posse a alguém, tomar posse,

apoderar-se: O ministro será empossado no cargo na próxima segunda-feira.

ESPIAR Espreitar, observar secretamente, olhar. EXPIAR Cumprir pena, pagar, purgar.

FLAGRANTE Diz-se do ato que a pessoa é surpreendida a

praticar: O bandido foi preso em flagrante, quando furtava.

FRAGRANTE Que tem fragrância ou perfume; cheiroso.

INDUZIR Causar, sugerir, aconselhar, levar a: O réu

declarou que havia sido induzido a praticar o crime. ADUZIR Expor, apresentar: A defesa, então, aduziu

novas provas em contrário.

INFLAÇÃO Ato ou efeito de inflar, emissão exagerada

de moeda, aumento persistente de preços. INFRAÇÃO

Ato ou efeito de infringir ou violar uma norma.

INFLIGIR Cominar, aplicar (pena, repreensão,

castigo): O juiz infligiu uma pena leva ao réu, que era primário.

INFRINGIR Transgredir, violar, desrespeitar (lei,

regulamento etc): O motorista infringiu as leis de trânsito.

MANDADO Ato de mandar, ordem escrita expedida por

autoridade judicial ou administrativa: mandado de segurança, mandado de prisão etc.

MANDATO Garantia constitucional para proteger direito

individual líquido e certo; autorização que alguém confere a outrem para praticar atos em seu nome; delegação, procuração: A duração do mandato do deputado é de dois anos.

PÓS (PREFIXO) Posterior a, que sucede, após: pós-

moderno, pós-operatório. PRÉ (PREFIXO) Anterior a, que precede, à frente de, antes

de: pré-primário, pré-modernista. PRÓ (ADVÉRBIO) Em favor de, em defesa de: Meu parecer foi

pró-eleições diretas.

RECREAR Proporcionar recreio, divertir, alegrar, RECRIAR Criar de novo.

REPRESSÃO Ato de reprimir, contenção, proibição. REPREENSÃO Ato de repreender, admoestação enérgica,

advertência: O aluno foi repreendido pelo professor.

SUBENTENDER Perceber o que não estava exposto

claramente. SUBTENDER Estender por baixo.

SUSTAR Parar, interromper-se; interromper,

suspender: O cheque foi sustado. SUSTER Sustentar, manter; fazer parar, deter.

TAXA Imposto, multa, tributo. TACHA Prego pequeno; mancha; defeito.

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TACHAR – censurar, qualificar: O rapaz foi tachado de subversivo.

TAXAR Fixar a taxa de, regular, regrar: O imposto

sobre mercadorias foi taxado em 2%.

TRÁFEGO Trânsito de veículos, percurso, transporte. TRÁFICO Negócio ilícito, comércio, negociação.

TRÁS Atrás, detrás, em seguida, após (cf. em

locuções: detrás, por trás) TRAZ 3ª pessoa do singular do presente do

indicativo do verbo trazer.

VESTIÁRIO Guarda-roupa; local em que se trocam

roupas. VESTUÁRIO As roupas que se vestem; traje.

VULTOSO De grande vulto, volumoso: Ele pediu uma

quantia vultosa para fazer a perícia técnica. Vultuoso (p.us.) - atacado de vultuosidade (congestão da face).

OUTRAS RECOMENDAÇÕES NA

ESCOLHA DOS VOCÁBULOS

Na elaboração de um texto técnico, prevalecem alguns cuidados no uso dos vocábulos. Não se devem utilizar palavras de difícil compreensão, mas também não se pode permitir que a língua falada interfira na língua escrita, que são dois meios de comunicação diferentes. A língua falada é mais solta, acompanhada de mímica e de entonação, elementos que, naturalmente, não aparecem na língua escrita. Justamente por isso devemos utilizar termos claros, evitando cacoetes de linguagem, chavões e cacófatos, sob pena de empobrecer a redação. O uso da língua culta é obrigatório nos textos de que tratamos. Além desses cuidados, devemos atentar, também, para o significado correto dos vocábulos, de modo a não ocorrer em deturpação de sentido do que queremos dizer.

A seguir, apresentamos alguns vocábulos que podem ser utilizados livremente, e outros, cujo uso convém ser evitado em algumas situações:

ADMITIR Não utilize como sinônimo de dizer, declarar

ou afirmar. Admitir significa aceitar ou reconhecer fato em geral negativo: O ministro admitiu que a inflação pode voltar.

ADVÉRBIO Evite começar períodos com advérbios

formados com o sufixo mente: Curiosamente, o PT

venceu as eleições. É melhor escrever: Ao contrário do que previam as pesquisas, o PT venceu as eleições.

ALEGAR Significa aceitar como prova, explicar e

desculpar-se. O aluno alegou que não fez a tarefa porque estava doente.

ALÉM DISSO, ALÉM DO QUE Melhor evitar. Geralmente pode ser

substituído por e ou por um ponto. O artista fez exigências descabidas, pedindo diariamente dois litros de uísque importado. Além disso, exigiu que todas as toalhas fossem de linho egípcio. É melhor escrever: O artista fez exigências descabidas, pedindo diariamente dois litros de uísque importado e toalhas de linho egípcio.

AMBIENTE/MEIO AMBIENTE Prefira ambiente ao pleonasmo meio-

ambiente. ANO Sempre escreva sem ponto de milhar. Ex:

1998. BIMENSAL Para qualificar algo que acontece duas

vezes por mês, empregue quinzenal. Não confunda com bimestral, que significa uma vez a cada dois meses.

CACÓFATO Mesmo que os textos não sejam lidos em

voz alta, evite a ocorrência de sons desagradáveis formados pela união das sílabas finais de uma palavra com as iniciais de outra. Ex: conforme já, marca gol, confisca gado, uma herdeira etc.

CACOETE DE LINGUAGEM Evite expressões pobres, repetidas à

exaustão, perfeitamente dispensáveis em textos técnicos. Ex: via de regra, até porque, sal da terra, rota de colisão, trocar figurinhas, a toque de caixa, visivelmente emocionado, bater de frente com, causar espécie, elevada estima e distinta consideração, avançada tecnologia, carreira meteórica, longo e tenebroso inverno, a nível de, aparar arestas, em nível de, luz no fim do túnel, erro gritante, conseqüências imprevisíveis, duras críticas, quebrar o protocolo, pergunta que não quer calar, inflação galopante, lançar farpas, ataque fulminante etc.

CARGO Escreva sempre com minúscula. Ex:

presidente, secretário, papa, deputado, desembargador, juiz, promotor,etc.

CÓLERA Quando significa raiva é palavra feminina:

Ela chegou ao limite da cólera. Quando designa a doença, pode ser masculino ou feminino. Ex: O

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amor nos tempos do cólera (livro de Gabriel García Marques).

CHEFE DA NAÇÃO Use apenas quando se referir às sociedades

tribais. Quando se trata de sociedades não tribais, como é a nossa, emprega-se chefe de Estado ou chefe de governo.

CULMINAR Evite essa expressão como sinônimo de

terminar. Use-a apenas no sentido literal, de chegar ao ponto mais alto: A participação do Brasil nas Olimpíadas culminou na conquista de um título importante para a natação.

DISCIPLINA Escreva sempre com minúscula: direito,

ciências sociais, geografia, filosofia, português, matemática.

E Evite começar frase com essa conjunção.

Ex: O ministro da economia anunciou o aumento da contribuição do INSS. E, além disso, informou que a idade requerida para aposentadoria também será modificada.

ESTADO/ESTADO Utilize maiúscula para designar conceito

político ou unidade da Federação: o Estado de Goiás, golpe de Estado. Quando significar situação ou disposição, empregue minúscula: O meu estado de espírito está péssimo.

FALECER Falecer é um eufemismo que significa haver

falta ou carência. Use a palavra morrer. GARANTIR Não utilize como sinônimo de dizer; garantir

significa asseverar, responsabilizar-se, afiançar. LEMBRAR Não deve ser utilizado como sinônimo de

dizer. LINGUAGEM COLOQUIAL Utilize uma linguagem próxima da coloquial,

respeitando a norma culta, escolhendo a expressão mais clara possível. O encarregado do almoxarifado não sabe quanto gastou na compra é melhor que. O encarregado do almoxarifado não sabe precisar com exatidão o montante gasto na transação comercial.

MEIA-NOITE Significa o horário que marca o fim de um

dia, não o começo de outro dia. O correto é escrever/dizer: A manifestação começa à meia-noite de hoje.

NORTE/SUL Use maiúscula somente quando se referir

aos hemisférios, ao às regiões Norte e Sul do Brasil. Ex: As chuvas têm castigado a região Sul do país.

ONG Sigla de organização não-governamental.

Deve ser grafada em caixa alta (maiúsculas). PAÍS Deve ser escrito com minúscula, mesmo

quando se referir ao Brasil. Ph.D. Abreviatura da expressão philosophiae

doctor (doutor em filosofia). Com o uso generalizado para outras áreas, traduz-se por doutor.

QUE Evite em excesso, para tornar o texto mais

elegante e conciso. RESSALTAR Significa destacar, tornar saliente. Não

empregue como sinônimo de dizer. REVELAR Não utilize como sinônimo de dizer.

Significa tirar o véu, desvelar. SALIENTAR Não use como sinônimo de dizer. Significa

ressaltar, tornar saliente, distinto ou visível. VÁLIDO Só use no sentido restrito de ter validade,

vigência: Essa promoção é válida somente até sexta-feira.

VIATURA O termo é um jargão policial; substitua por

carro de polícia.

Essas considerações a respeito da adequação vocabular serão complementadas sob o título Produção do texto técnico.

O que Deus tem reservado para nós é muitomelhor do que nossas lembranças maismaravilhosas ou nossos sonhos mais loucos.

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TEXTOS: LEITURA E PRODUÇÃO

NOÇÃO DE TEXTO

Sem nenhuma dúvida, a palavra texto é familiar a qualquer estudante de primeiro e segundo graus, aparecendo freqüentemente no linguajar cotidiano, tanto dentro da escola quanto fora dela. embora escutemos com freqüência as expressões “texto bem elaborado”, “o texto daquela peça é ruim”, “o texto não está suficientemente claro”, é necessário que se façam duas considerações fundamentais sobre a natureza do texto, partindo da questão: o que é um texto, afinal?

A primeira consideração feita é a de que um texto não se resume a amontoado de frases, mas a um bloco significativo, constituído por várias unidades lingüísticas menores¸ que só são entendidas dentro do contexto no qual estão inseridas. O termo contexto se refere a uma unidade lingüística maior, onde se encaixa uma unidade lingüística menor. Ex: A nossa cozinheira está sem paladar. Para entender o sentido exato deste texto minúsculo, é preciso considerar o contexto, ou situação concreta, em que ele foi produzido. Dito durante o jantar, após experimentar um bife, esse texto pode significar que o bife está sem sal; dito em um consultório médico pode significar que a empregada está acometida de alguma doença. Se eu digo ou escrevo a seguinte frase: “A estátua que desabou ao vivo”, ela será incompreensível, desprovida de sentido.Considere, agora o seguinte parágrafo: “Símbolo da queda de Sadam Hussein na manhã do dia 9 de março, a estátua que desabou ao vivo, via satélite de Bagdá para o mundo, pode ser de um sósia do ditador”. Inserida no parágrafo, a frase adquire sentido, por estar dentro de um contexto.

Como peças de um quebra-cabeça, constatamos que a frase se encaixa no contexto do parágrafo, o parágrafo se insere no contexto do capítulo, o capítulo se encaixa no contexto da obra toda.

A segunda consideração é a de que todo texto contém um pronunciamento dentro de um debate de escala mais ampla. Assim, ao construir um texto, o autor quer, através dele, marcar uma posição ou participar de um debate de escala mais ampla, mesmo que aparente total neutralidade.

“... um jovem de 25 anos chamado John Hinckley Jr. entrou numa loja de armas de Dallas, no Texas, preencheu um formulário do governo com endereço falso e, poucos minutos depois, saiu com um Saturday Nigth Special – nome criado na década de sessenta para designar um revólver pequeno, barato e de baixa qualidade. Foi com essa arma que Hinckley, no dia 30 de março de 1981,acertou uma bala no pulmão do presidente Ronald Reagan e outra na cabeça de seu porta-voz, James Brady.

Reagan recuperou-se totalmente, mas Brady desde então está preso a uma cadeira de rodas...”

Embora o autor de um texto jornalístico se preocupe apenas em transmitir os fatos de maneira neutra, impessoal (lembra-se da função referencial?), existe, seguramente, por trás do exemplo escolhido, um pronunciamento contra o risco da venda indiscriminada de armas. Qualquer texto, por mais neutro que pareça, manifesta sempre um posicionamento frente a uma questão qualquer posta em debate (no caso em questão, a venda indiscriminada de armas).

AS VÁRIAS POSSIBILIDADES

DE LEITURA DE UM TEXTO

Um texto, quando lido de maneira fragmentária, pode parecer um aglomerado de noções desconexas, ao qual o leitor pode atribuir o sentido que quiser. As interpretações de textos, entretanto, são limitadas pela conexão, pela coerência entre seus vários elementos. A coerência é garantida, sobretudo pela reiteração, a redundância, a repetição ao longo do discurso.

Para perceber a reiteração (repetição, renovação), devemos percorrer os textos inteiros, tentando localizar todas as recorrências, ou seja, todas as figuras e temas (assuntos) que conduzem a um mesmo significado.

Alguns textos permitem mais de uma leitura, e as mesmas figuras podem ser interpretadas segundo mais de um plano de leitura.

Para exemplificar, analisaremos o seguinte poema:

Retrato

1 Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo. 5 Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, 10 tão simples, tão certa, tão fácil:

- Em que espelho ficou perdida minha face?

(Cecília Meireles: poesia. Por Darcy Damasceno, Rio de Janeiro,

Agir, 1974., p. 19 – 20) O autor, nos versos 1 e 9, ao dizer que não tinha este rosto e estas mãos com as características do momento presente, faz pressupor que ele os tinha com características opostas, no passado. No verso 9, quando ele diz: “Eu não dei por esta mudança”, define dois planos distintos: um do passado, outro, do presente, ambos com características opostas entre si.

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SIGNIFICADO QUE REMETEM AO PRESENTE (EXPLICITAMENTE

SIGNIFICADOS QUE REMETEM PASSADO (IMPLICITAMENTE)

Eu não tinha este rosto de hoje assim calmo, assim triste assim magro nem estes olhos tão vazios nem o lábio amargo Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas, e frias, e mortas eu não tinha este coração que nem se mostra

Eu tinha aquele rosto de outrora tão irrequieto, tão alegre tão cheio e olhos tão expressivos e o lábio doce eu tinha aquelas mãos enérgicas e vivas, e cálidas, e dinâmicas, eu tinha outro coração que se manifestava

As figuras do eixo 1 agrupam-se em função do significado das coisas estáticas, enquanto que as figuras do eixo 2, em contraponto, expressam dinamismo e posse da vitalidade plena.

Ao dizer “Eu não dei por esta mudança”, o poeta expressa sua perplexidade diante dela, diante do contraste entre o que ele era outrora e no que se tornou.

Agrupando as figuras a partir de um elemento significativo, estamos perto de depreender o tema do texto. No poema em questão, podemos dizer que o tema (o assunto do poema) é a decepção da consciência súbita e inevitável da passagem do tempo, do envelhecimento.

Paralelamente aos indicadores do envelhecimento físico, indicado por palavras como magro, frias, mortas, outras figuras como triste, amargo, que nem se mostra, nos levam a entender que o envelhecimento físico foi acompanhado pela perda da energia, do entusiasmo, da alegria de viver.

O poema permite, então, duas leituras: o desgaste material das coisas com o passar dos anos, e o desgaste psíquico, a perda de ilusões do ser humano com o passar do tempo.

Não podemos, entretanto, dizer que um texto, ao implicar várias leituras, possa admitir que qualquer interpretação seja correta, nem que o leitor possa dar ao texto o sentido que lhe aprouver.

Para impedir que a interpretação seja pura invenção do leitor, contamos com os indicadores das várias possibilidades de leitura que o texto admite; podemos observar, então, que no interior do texto aparecem figuras ou temas que têm mais de um significado, e que apontam para mais de um plano de leitura, como no caso do poema examinado, em que os estados da alma (triste, amargo) possibilitaram concluir que o tema poderia ser também o envelhecimento psíquico (a desilusão, a amargura) do autor . Esses temas e figuras que apontam para mais de uma possibilidade de leitura são chamados relacionadores.

Quando existem, no texto, outros termos que não direcionam para um certo plano de leitura, há o que chamamos de desencadeadores de outro plano de leitura, como se comprova pela leitura desta fábula:

O útil e o belo

Parou um veado à beira do rio, mirando-se no espelho das águas. E refletiu: Bem malfeito de corpo que sou! A cabeça é linda, como estes formosos chifres que todos os animais invejam. Mas as pernas...Muito finas, muito compridas. A natureza foi injusta comigo. Antes me desse menos pernas e mais galharada na cabeça. Que lindo diadema seria. Com que orgulho eu passearia pelos bosques ostentando um enfeite único em toda animalidade!... Neste ponto interrompe-se o latido dos veadeiros, valentes cães de caça que lhe vinham na pista, como relâmpagos. O veado dispara, foge a toda e embrenha-se na floresta. E enquanto corria pôde verificar quão sábia fora a natureza, dando-lhe mais pernas do que chifres, porque estes, como toda a sua formosura, só serviam para enroscar-se nos cipós e atrapalhar-lhe a fuga; e aquelas, apesar de toda feiúra, constituíam a sua única segurança. E mudou de idéia, convencido de que antes mil pernas finas, mas velocíssimas, do que formosa, mas inútil galhaça.

Com a leitura dessa fábula, o leitor responderia sem hesitar que se trata de uma história de homens, e não de animais. Como o leitor chegou a essa conclusão? Através de elementos desencadeadores dessa possibilidade de leitura. E quais são esses elementos desencadeadores? Ora, são os sentimentos de insatisfação, próprios do ser humano, que aparecem no texto, como a insatisfação e a vaidade. A reiteração do traço semântico (de significado) humano nos obriga a ler a fábula como uma história de gente. No plano humano, o veado não é o veado, mas sim, homem insatisfeito, para quem “a grama do vizinho é sempre mais verde”, e que, sempre desejando o que não tem, quer possuir algo que o diferencie dos demais, como o diadema de galhos. No início da leitura, o termo veado propõe a leitura do texto como uma história de bichos. À medida que vamos lendo o texto, identificamos elementos que contêm traços humanos, que não permitem que se leia o texto como uma história de animais, pois desencadeiam um novo plano de leitura, passando a fábula a ser lida como uma história de homens.

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Os textos publicitários também podem usar elementos desencadeadores de outro plano de leitura, como neste anúncio:

OS TUBARÕES DO ORÇAMENTO, OS ELEFANTES DAS ESTATAIS, AS COBRAS DA INFORMÁTICA, AS ZEBRAS DO FUTEBOL, AS GATAS DA MODA E OS DINOSSAUROS DO ROCK. PARA LIDAR COM TODOS ESTES BICHOS, SÓ COMEÇANDO COMO FOCA.

Ao fazer uma homenagem aos jornalistas,

que muitas vezes iniciam suas carreiras como “focas” (jornalista novato), o Grupo Pão de Açúcar utilizou categorias profissionais para desencadear o plano de leitura como um texto que fala de seres humanos.

Conquanto tenhamos usado textos literários e publicitários para ilustrar este tópico, é importante salientar que um mesmo texto pode ser lido de várias formas, por várias leituras, pois o significado que cada um atribui àquilo que lê depende de um conhecimento prévio que o leitor tenha sobre aquele assunto. O conhecimento prévio do leitor sobre o assunto fará com que ele estabeleça uma relação com outros textos, perceba outros significados ocultos nas entrelinhas. Por exemplo, se eu leio um texto de um autor que já conheço, isso me permite estabelecer uma relação entre aquele texto e outros já lidos, o que me permitirá uma compreensão mais plena do texto. Se eu leio um texto sobre química e não tenho nenhum conhecimento prévio sobre aquele assunto, minha leitura do texto não será idêntica a de um professor de química, que possui um vasto conhecimento anterior sobre o assunto. Mesmo um simples classificado de jornal pode ser lido de diferentes maneiras, conforme o leitor que o lê, pois os desejos, as intenções, as possibilidades de cada um, influem na forma como ele fará a leitura do texto.

NOÇÕES DE LITERATURA

INTRODUÇÃO A história da humanidade perpetua-se por

meio da Literatura. As obras produzidas deixam às gerações futuras todas as tradições, costumes, méritos, derrotas, enfim, a cultura de um povo.

Em nossos dias, quando a ciência progride e avança cada vez mais rápido, não podemos deixar de olhar para trás e vermos as obras egípcias, greco-romanas, hindus, e o que elas nos proporcionam: admiração, êxtase, conhecimento. E mais do que isso, servem de modelo a novas criações. Observa-se, pois, que para se conhecer e entender, mesmo em parte, um povo, uma cultura, é preciso conhecer sua Literatura.

CARACTERÍSTICAS DE UM TEXTO LITERÁRIO

Podemos ver que a arte é um meio de comunicação. Qualquer povo, por mais diferente, possui manifestações artísticas.

Em cada manifestação há um ato de comunicação e, como tal, tem seu código com signos ou sinais próprios. A pintura, por exemplo, utiliza-se do código visual, e a Literatura é a arte que utiliza o código lingüístico: a base da literatura.

Há uma distância da linguagem literária para a linguagem informativa do jornal, pois a primeira é polivalente, isto é, permite mais de uma interpretação.

Cada escritor possui uma maneira de pensar, uma maneira própria de ver o mundo. Logo cada um tem uma forma própria de usar a linguagem, a isto denominamos estilo individual.

Quando um escritor cria um texto podemos perceber que a visão que ele tem do mundo real está inteiramente ligada à época em que vive.

Por isso, cada escritor tem o seu estilo individual, mas a época que o formou poderá dar-lhe o que chamamos estilo de época. Estudar Literatura é compreender os estilos de cada época, sua periodização, os autores desse período e suas principais obras.

Muitas vezes o estilo individual, associado ao estilo de época, leva o escritor a um tipo de texto onde o pensamento é expresso através de imagem. É o que chamamos de poema.

Observe os textos a seguir: TEXTO A Deixa que o olhar do mundo devasse. Teu grande amor que é teu maior segredo? Que terias perdido, se mais cedo, Todo o afeto que sentes, se mostrasse? Basta de enganos! Mostra-me sem medo Aos homens, montando-os face a face. Quero que os homens, todos, quando eu

passe, Invejosos, apontem-me com o dedo. Olha: não posso mais! Ando tão cheio Deste amor, que minha alma se consome

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De te exaltar aos olhos do Universo... Ouço em tudo teu nome, em tudo o leito: E, fatigado de calor teu nome, Quase o revelo no final de um verso.

(Olavo Bilac)

TEXTO B Um dia, ao começar a escrever um livro

didático sobre Literatura, tive que dar uma definição de poesia e embatuquei. Eu, que desde os dez anos de idade faço versos; eu, que tantas vezes. sentira a poesia passar em mim como uma. corrente elétrica aos meus olhos sob a forma de misteriosas lágrimas de alegrias, não soube no momento forjar.

Já não digo uma definição racional, dessas que, segundo a regra da lógica devem convir a todo definido e só ao definido, mas uma definição puramente empírica, artística literária. No aperto me socorri de Schiller, em que o crítico era tão grande quanto o poeta, e disse com ele: Poesia é a força que atua de maneira diversa e inapreendida além da consciência.

(Manuel Bandeira)

Podemos perceber, pela forma, que existe uma diferença entre os textos A e B. No texto A existe rima e musicalidade: devasse/mostrasse, segredo/cedo. A posição da rima é estabelecida e ordenada.

Nas estrofes I e II o primeiro verso rima com o quarto, e o segundo com o terceiro. Nas duas últimas estrofes, III e IV, cada verso rima com seu correspondente: O primeiro com primeiro (cheio/ leio), o segundo com o segundo (consome/ nome) e o terceiro com o terceiro (universo/ verso)

O texto B não está preso a qualquer rigor formal. O primeiro é poesia; o segundo é prosa.

Na prosa, em geral, as palavras aparecem no sentido denotativo (preocupação com o pensamento); na poesia, no sentido conotativo (preocupação com a palavra).

TEXTO C Desde que foi lançado, em 1927,

Metrópolis, a ficção científica expressionista do diretor austríaco Fritz Lang (1890-1976), vem provocando polêmicas e reações desencontradas. O escritor inglês H. G. Wells chamou-o de “o mais tolo dos filmes”. Para o diretor espanhol Luiz Bunuel, tratava-se de “um maravilhoso álbum de fotografias”.

Adolfo Hitler gostou tanto de Metrópolis que chegou a convidar Lang, um judeu, a dirigir filmes nazistas. Lang, porém, fugiu do nazismo e, anos mais tarde, renegou a mensagem política do filme.

(Extraído da Revista Veja, 20/02/85, pág. 77)

TEXTO D Auriverde pendão da minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança Estandarte que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperança; Tu, que da Liberdade após a guerra Foste hasteado dos heróis na lança, Antes de houvessem roto na baralha

Que servires a um povo de mortalha. (Castro Alves)

Observamos que o texto C é em uma prosa

puramente informativa, com a linguagem em estilo jornalístico, já o texto D nos traz de novo uma mensagem bastante poética, em forma de um poema cujo estilo de época é o romântico, com grande riqueza quanto aos aspectos rítmicos, ou seja, a musicalidade, e às rimas, alternadas nos seis primeiros versos e emparelhadas nos dois últimos.

OS TEXTOS E SUA TIPOLOGIA

Você, como aluno e leitor, já deve ter tomado contato com diversos tipos de textos e suas classificações. Temos textos poéticos e textos científicos, textos em verso e textos em prosa, textos religiosos e textos políticos, textos verbais e textos não-verbais, textos publicitários e muitas outras formas de classificação.

Na tradição escolar já se implantou uma classificação bastante útil para a leitura e a produção de textos. Trata-se da classificação dos textos em narrativos, dissertativos e descritivos.

Ainda que, na maioria das vezes, não encontremos um texto puro, pois podemos encontrar num único texto elementos da narrativa, da dissertação e da descrição, passaremos a estudá-los separadamente de acordo com suas características, ocupando-nos inicialmente da narração.

TEXTO NARRATIVO

O texto narrativo relata as mudanças progressivas de estado que ocorrem com as pessoas e coisas através do tempo, existindo sempre uma relação de anterioridade e posterioridade. Na narração sempre se relata um fato, um acontecimento, do qual participam personagens. Aquele que conta, que narra o acontecido é denominado narrador. Percebe-se o predomínio das frases verbais, indicadoras de um processo ou ação.

Além da presença do narrador, do fato relatado e dos personagens, a narração pode apresentar outros elementos, como:

ENREDO O enredo é a estrutura da narrativa, o

desenrolar dos acontecimentos, a tessitura dos fatos. Observe que o enredo se faz normalmente de incidentes, de intriga, ou seja, todo enredo está centrado em um conflito.

NARRADOR É quem narra os acontecimentos. Quando

ele participa das ações como personagem, a narrativa é na primeira pessoa (eu); nesse caso, tudo o que ficamos sabendo passa pelo olhar e interpretação do personagem-narrador.Caso o

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narrador não participe dos acontecimentos como personagem, temos uma narrativa em terceira pessoa, na qual o narrador onisciente (aquele que tem ciência de tudo) “lê” os pensamentos e sentimentos do personagem, expressando seu ponto de vista a respeito dos personagens e dos fatos relatados.

PERSONAGENS São os seres que vivem os acontecimentos,

participando ativamente deles. O personagem principal é chamado protagonista (você pode observar isso nas novelas, em que sempre há um personagem principal, o protagonista); aquele que se opõe ao protagonista é o antagonista (popularmente denominado vilão).

AMBIENTE É o espaço, os cenários onde transitam os

personagens e onde os acontecimentos se desenrolam.

TEMPO É a época, o momento em que se passam

os acontecimentos. Para que fique mais clara a definição do

texto narrativo, exemplificaremos com este pequeno texto: “Era uma vez dois irmãos. Um era otimista, o outro, pessimista. Certa vez, no Natal, ao abrirem seus presentes, os meninos encontraram o seguinte: o pessimista tinha ganhado uma bicicleta linda, de dez marchas, moderna e sofisticada. O otimista, ao abrir a linda caixa que recebera, deparou-se com um monte de fezes de cavalo. Disse então o pessimista:

Viu? Ninguém gosta de mim. Agora, com certeza, mais cedo ou mais tarde, eu vou cair e quebrar a cabeça com essa bicicleta que corre tanto...

Enquanto isso, o otimista já saíra correndo para a rua, disparado, gritando:

Cadê meu cavalinho? Cadê meu cavalinho que ganhei no Natal?

(Tânia Zagury, O adolescente por ele mesmo 5ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1996, p. 93).

É importante que você perceba que é

comum encontrarmos, no corpo da narrativa, passagens descritivas, como ocorre no texto acima, no qual o narrador descreve (mesmo que de forma sucinta) a personalidade dos personagens (os meninos).

TEXTO DESCRITIVO

A descrição é o que chamamos de retrato verbal de objetos, pessoas, cenas ou ambientes. Ela trabalha com imagens, permitindo que o leitor visualize o que está sendo descrito. No entanto a

descrição não se resume a uma simples enumeração de detalhes. É essencial que o autor, ao fazer uma descrição, saiba captar o traço particular que diferencie o objeto ou ser descrito de todos os demais objetos ou seres semelhantes. No caso de pessoas, é fundamental um retrato que valorize não somente a descrição física, mas também a descrição psicológica.

A descrição possui, muitas vezes, um caráter subjetivo, pois ao fazer o retrato do personagem, ele insere aí sua visão pessoal, o que não deve ser considerado um defeito, já que sem essa subjetividade a descrição seria apenas um retrato frio e sem vida, uma fotografia. Assim, em maior ou menor grau, o autor revela a impressão que ele tem daquilo que descreve, exceto nas chamadas descrições técnicas ou científicas.

Quando o autor, ao descrever, procura mostrar uma imagem bastante próxima da realidade, ele faz uma descrição objetiva. Mas, como já mencionamos anteriormente, excetuando as descrições técnicas ou científicas, dificilmente você encontrará uma descrição em que a subjetividade esteja ausente. O que distingue uma descrição objetiva de uma descrição subjetiva é o grau de interferência do sujeito (autor) na descrição.

Você deve observar, ainda, que o texto descritivo relata as características de um objeto ou de uma situação qualquer num certo momento estático do tempo, não existindo, obviamente, a anterioridade e posterioridade presentes no texto narrativo, ou seja, não existe nada que indique progressão de um estado anterior para outro posterior. Se por acaso ocorrer essa progressão, o texto passa a ser um texto narrativo. Veja um exemplo de texto descritivo:

Eis Brasília às seis da tarde. O trânsito flui

lentamente. As lojas comerciais baixam suas portas. Pessoas lotam os pontos de ônibus. Os bares colocam suas mesas nas calçadas, esperando os fregueses habituais. Pedestres atravessam as ruas, apressados. Luzes pálidas incidem sobre os prédios e casas. Anoitece. Encontramos no texto características de um texto

descritivo, pois: - São relatados vários aspectos de um lugar

(Brasília), num determinado tempo, que é estático (seis da tarde);

- Tudo é simultâneo, não existindo progressão temporal entre os enunciados.

Uma observação final e importante é a de

que dificilmente você encontrará um texto que seja exclusivamente descritivo. É freqüente encontrarmos trechos descritivos inseridos numa narração ou numa dissertação.Num romance, por exemplo, que é essencialmente um texto narrativo, você perceberá várias passagens descritivas de pessoas, objetos, personagens ou ambientes.

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TEXTO DISSERTATIVO

O texto dissertativo se caracteriza pela defesa de um ponto de vista, de uma idéia, ou pelo questionamento acerca de um assunto determinado. Na dissertação, o autor trabalha com argumentos (o texto dissertativo é um texto argumentativo), com dados, com fatos, utilizando-os para justificar seu ponto de vista.

A dissertação é organizada em três partes distintas. São elas:

INTRODUÇÃO Na introdução você vai explicar o assunto a

ser discutido, apresentando uma idéia, de um ponto de vista que você irá defender com argumentos.

DESENVOLVIMENTO OU

ARGUMENTAÇÃO Nessa parte, você desenvolverá seu

raciocínio inicial, defendendo seu ponto de vista com argumentos pertinentes, fornecendo dados, citando exemplos, fazendo referências a pontos de vista semelhantes, etc.

CONCLUSÃO Você dará um fecho que comprove a idéia

inicial, e que seja coerente com os argumentos apresentados, retomando a idéia inicial.

A dissertação, tal como a descrição, pode

ser objetiva ou subjetiva. Nas dissertações objetivas, os argumentos são expostos de forma objetiva e impessoal, com o texto escrito na terceira pessoa, e o autor não se inclui na explanação (desenvolvimento), facilitando, por parte do leitor, a aceitação das idéias expostas. É o que acontece, por exemplo, nos textos de caráter científico, que requerem objetividade. Já nas dissertações de caráter subjetivo, o autor se inclui na explanação, colocando seu ponto de vista e usando verbos na primeira pessoa, conferindo um cunho pessoal ao texto.

Você já deve ter tido oportunidade de constatar que a maioria dos concursos, inclusive o vestibular, propõe a produção de textos dissertativos. Assim, você deverá produzir, preferencialmente, uma redação objetiva, imparcial, escrita em terceira pessoa.

É importante considerar que, na dissertação, predominam os conceitos abstratos, ou seja, as referências ao mundo real se dão através de conceitos amplos, de modelos genéricos. Nos discursos dissertativos da filosofia ou da ciência, por exemplo, as referências ao mundo concreto ocorrem somente como recursos de argumentação, para ilustrar teorias gerais ou leis.

O texto dissertativo é basicamente constituído de enunciados de caráter abstrato que, de maneira ampla e genérica, buscam organizar vários fatos singulares e concretos.

Na dissertação não existe, em princípio, uma progressão temporal entre os enunciados (como ocorre na narração). No entanto existe entre

os enunciados relação de natureza lógica, ou seja, relações de implicação (o fato e sua condição, causa e efeito, uma premissa e uma conclusão, etc).

Para um melhor entendimento, observe os exemplos abaixo, de dissertação objetiva e dissertação subjetiva.

DISSERTAÇÃO SUBJETIVA

Nós, brasileiros, nos encontramos cada vez mais descrentes com as instituições políticas do Brasil. A cada ano que passa os problemas se avolumam. Dentre os fatores que contribuem para esse sentimento de desesperança, está o descaso do governo com a educação, os baixos salários pagos aos professores, a incapacidade do governo em brecar o processo inflacionário, a impunidade dos corruptos que têm saqueado os cofres públicos, e o descaso com a saúde pública.

Apesar de tudo, continuo defendendo a idéia de que o Brasil é um país que pode dar certo. Para isso, é fundamental a participação da sociedade.

Preste atenção no caráter subjetivo, pessoal, do texto, sobretudo no segundo parágrafo, quando o autor manifesta de forma inconteste o seu ponto de vista introduzido pela passagem continuo defendendo...No entanto, mesmo quando a dissertação é subjetiva, é melhor evitar construções do tipo: “Eu acho que”, “na minha opinião”, “no meu ponto de vista”, evitando redundâncias. Se for você que estiver escrevendo o texto (lógico!), você não precisa marcá-lo o tempo todo com pronomes de primeira pessoa.

DISSERTAÇÃO OBJETIVA “Mais do que diversão, os desenhos

animados podem ser um eficiente instrumento pedagógico para transmitir valores éticos, morais e modelos de comportamento para as crianças. Por isso, eles deveriam ser incorporados por professores à dinâmica da sala de aula, de modo a suscitar discussões e estimular reflexões”.

É o que defende um grupo de 12 pesquisadores do Lapic (Laboratório de Pesquisa sobre a Infância, Imaginário e Comunicação), um grupo multidisciplinar ligado à Escola de Comunicação e Artes da USP, coordenado pela professora Elza Dias Pacheco, e que acaba de concluir a pesquisa “Desenho Animado na TV: Mitos, Símbolos e Metáforas”.

(Desenhos Podem Ajudar a Aprender, por Marta Avancini)

Nesse texto dissertativo, o autor não

aparece para o leitor como uma pessoa definida, embora seja visível que ele nos esteja transmitindo sua visão pessoal sobre o assunto (lembra-se da função expressiva?); ele simplesmente expõe o fato de forma objetiva e impessoal, conferindo ao texto

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um caráter imparcial, com a utilização de verbos na terceira pessoa.

TEXTOS PUBLICITÁRIOS É necessário estudar em separado o texto

publicitário, pela especificidade de sua redação, criatividade e originalidade. Quando você estudou as funções da linguagem, você viu que a função conativa (aquela que procura seduzir, convencer, envolver) é bastante utilizada nos textos publicitários. No entanto o texto publicitário não utiliza somente essa função, mas também a função fática, a função poética e a função expressiva, jogando com as emoções, anseios, necessidades, preconceitos e todo tipo de sentimentos do receptor de suas mensagens.

Com o passar dos anos, a propaganda tornou-se um meio poderoso de difusão dos hábitos de consumo, não só de produtos, como também de conceitos e idéias.

A redação publicitária é diferente das outras, pois o redator vai utilizar a linguagem (e também a imagem) de forma criativa, utilizando os vários níveis de linguagem para atingir um determinado público, obedecendo basicamente a quatro regras: atenção, informação, desejo e apelo.

O texto procura chamar atenção, fazer-se notar (óbvio!), mas também informa o leitor/espectador/ouvinte sobre as qualidades do produto anunciado, despertando a motivação/desejo para a compra do produto anunciado, e, finalmente, faz um apelo para que o comprador em potencial adquira aquele produto. Ex: “Se fosse seu carro, você já teria trocado” (texto publicitário de uma campanha da Brastemp, na qual aparece uma antiqüíssima máquina de lavar roupas, um texto relatando as vantagens da nova Brastemp e ainda um bilhete sobre esse texto: “Brastemp Mondial, vai dizer que você ainda não tem?”).

A publicidade ainda explora o uso de expressões da língua falada, objetivando criar uma atmosfera de intimidade com o leitor. Em um anúncio da Kibon, aparece o seguinte texto: “Vai morango aí, freguesa?”. Em outro anúncio, o anúncio utiliza dois termos característicos da imprecisão do código oral (treco e coiso) para valorizar o produto anunciado: “Esse treco serve pra você nunca mais esquecer o nome daquele coiso”. (o produto anunciado era um dicionário visual).

Outra característica facilmente comprovada nos anúncios publicitários é o uso de frases curtas, de adjetivos, o uso do verbo no imperativo, o uso da segunda pessoa, advérbios.

Exemplos: “Se alguém bater em você, chame a gente”. (campanha do Bamerindus Seguros, referindo-se à batida de carros) “Não faça lipo. Faça aspiração”. (campanha de Diet Shake, decompondo a

palavra lipoaspiração, para incentivar o consumo do produto) “Uma programação para quem é tarado por futebol – Se você é do tipo que fica todo assanhado quando o assunto é futebol, então não pode perder a programação da TVA”. (anúncio de emissora de TV, mostrando a foto de duas bolas de futebol dentro de um sutiã de renda). “Veja. Sinta. Tenha. Uma pele

perfeita. Lisa Renovada Uniforme Equilibrada Suave”. (anúncio do creme

Idealist, de Estée Lauder) Nos textos publicitários é comum o uso da

ambigüidade, da dubiedade de sentido nas frases, que na publicidade passa a ser uma qualidade, o que não ocorreria, naturalmente, num texto técnico. Quando utiliza palavras que oferecem dupla possibilidade de leitura, a publicidade procura chamar a atenção pelo lado humorístico da situação.

Exemplos: “A gente nem tem roupa para receber o prêmio”. (mensagem da revista Playboy, conhecida, sobretudo pelas fotos de mulheres nuas). “Foi bombom para você também?” (anúncio do bombom Sonho de Valsa, da Lacta). “Tem coisa melhor que ficar falada no bairro?” (anúncio do jeans Di Paolucci, mostrando os corpos de duas jovens vestidas com o jeans da marca).

Todas as características do texto publicitário obedecem a uma lógica pré-determinada: o uso de adjetivos e advérbios procura criar uma caracterização exagerada do produto anunciado; a função apelativa (mais usada) se destina a convencer o receptor; e finalmente, utiliza frases curtas, pois geralmente a mensagem é apresentada num espaço pequeno (página de revista ou jornal), ou em um tempo curto (intervalos comerciais de rádio e TV).

Quando se trata de um texto radiofônico, as repetições, principalmente do nome do anunciante, são propositais. Quem elabora o anúncio radiofônico sabe que os ouvintes estão sempre trocando de estação, então a repetição permite que a mensagem sempre seja captada, mesmo que pela metade.

Segundo o pesquisador Jésus Martín Ribeiro, nossa sociedade constrói dia a dia a imagem que cada um tem de si. Para ele, a publicidade é um espelho, apesar de bem

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deformado, pois a imagem do lado de lá é muito mais bela que a imagem do lado real.

O poder da publicidade, atualmente, não se restringe a convencer o consumidor a adquirir determinado produto, mas também a idealizar modelos estéticos, sexuais e comportamentais. O receptor da mensagem quer ter a beleza, a ousadia, a sensualidade dos modelos que vê nas telas ou nos outdoors.

TEXTO TÉCNICO

A ORGANIZAÇÃO DO TEXTO TÉCNICO Entende-se como redação técnica textos

que se destinam a informações sobre o uso de alguma norma ou instrução. A redação técnica se divide em oficial, comercial e científica. A redação oficial se refere às comunicações oficiais emanadas do Poder Público (ofício, exposição de motivos, o aviso, o memorando oficial, etc); a redação comercial é a utilizada no comércio e na indústria (cartas comerciais, memorandos, circulares); e, na redação científica, se incluem as dissertações, os ensaios, as monografias, relatórios, manuais de instrução, descrições e narrações técnicas propriamente ditas, as teses, etc.

Já o termo redação empresarial é utilizado para designar a reunião de duas áreas, comercial e bancária.

No que se refere à linguagem, os documentos técnicos apresentam características básicas: ela deverá ser clara, harmônica e objetiva, procurando oferecer comodidade ao destinatário, elemento fundamental da comunicação técnica. Essa modalidade de redação deve possuir o que chamamos qualidade de estilo, constituído pelos seguintes elementos.

HARMONIA A harmonia é responsável pela sonoridade

do texto; ele deve ser organizado de modo a não ferir os ouvidos do leitor. Para isso, é necessário que se evitem elementos que, embora sejam consideradas qualidades na linguagem literária, prejudicam a linguagem técnica. Dentre esses elementos nocivos à linguagem técnica, podemos citar:

A REPETIÇÃO Que apresenta um todo gradativo,

iniciando-se pela gradação, seguida das rimas, de cognatismo e de pleonasmos.

A RIMA É a repetição da sílaba no interior ou final

de vocábulos, sendo mais comum a rima na sílaba final.

Ex: O diretor chamou, com horror, o coordenador e o professor que me falaram ontem sobre o amor.

COGNATISMO É a repetição da raiz, enfeixando palavras

da mesma família. Ex: Infelizmente, o rapaz se aborreceu com

a felicidade dos irmãos, que foram felicitados pelos felizes amigos.

PLEONASMO É a repetição de idéias que tornam a

frase redundante. Ex: Nós vamos voltar para trás. /Vi com

estes olhos que a terra há de comer./ Existe um elo de ligação entre eles./ Ela teve uma hemorragia de sangue.

Repetição de palavras: É muito comum o excesso do que, do se e dos pronomes pessoais no interior do discurso. Para corrigir essa falha, devem-se reorganizar os períodos ou substituir as palavras.

Ex: Solicito que me remeta o relatório de produção, que é necessário para que eu possa estabelecer as novas metas que me foram propostas

Simplificando: Solicito a remessa dos

relatórios de produção, necessários para o estabelecimento das novas metas que me foram propostas.

Ex: Eu necessito de uma resposta urgente, para que eu possa implantar novas medidas de segurança, que eu acho imprescindíveis.

Ex: Necessito de uma resposta urgente, para implantar as novas medidas de segurança, que são imprescindíveis.

CACOFONIA É a junção de palavras, produzindo um som

desagradável. Ex: Mande-me já a encomenda. Nunca ganhei tantos presentes.

ECO Consiste na repetição de um som numa

seqüência de palavras. Ex: O resultado da votação não causou

comoção na população. Para facilitar a compreensão da organização

de um texto técnico, colocaremos, aqui, algumas normas da ABNT para elaboração de documentos técnicos.

TIMBRE Quanto aos ofícios, deverá constar sempre

na parte superior dos documentos de comunicação, visando à identificação do órgão emissor, Deverá estar em posição horizontal, no meio da folha, a 1,5 cm da borda e, existindo brasão ou logotipo, este poderá ficar em posição vertical rente à margem direita ou esquerda. Na elaboração de carta, considera-se o mesmo princípio, e deverá ter as mesmas características do ofício. Nos memorandos não há necessidade, em função de ser um documento interno no qual todos que o emitem ou recebem estão inseridos no mesmo contexto de trabalho ou órgão.

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ÍNDICE E NÚMERO No ofício são colocados a 2,5 cm da

margem esquerda; é normal que se separe o índice do número por um traço diagonal (/), sendo que o número e o ano são separados por um hífen (-).Ex: Ofício nº ABNT/408-01, isto é, ofício número 408 do ano de 2001, expedido pela ABNT. Quanto ao índice e número de uma carta, deve-se colocar as iniciais do órgão ou setor a ele vinculado da mesma forma que no ofício, também do lado esquerdo, alinhado à data. Alguns preferem que estes dados se posicionem no lado superior direito, visando facilitar a procura da mesma, quando arquivada.

LOCAL E DATA Tanto no ofício quanto na carta, deve estar

alinhado ao índice e número, do lado direito, devendo conter local, dia, mês e ano da sua expedição. É importante que se escreva por extenso o nome do mês; quanto ao ano, não é conveniente que se separe por ponto o milhar da centena, nem abreviá-lo.

REFERÊNCIA OU EMENTA No ofício, deve ser alinhada a 2,5 cm da

margem esquerda e dois espaços abaixo do índice e número, ou localizar-se do lado direito abaixo da data, desde que não ultrapassem a metade da folha. Na carta, sua utilização segue os mesmos critérios do ofício. Lembrando que o texto deverá ser breve e objetivo, fazendo com que o destinatário identifique logo o assunto a ser tratado.

VOCATIVO No ofício, deverá localizar-se a 5 cm da

margem esquerda e a três espaços duplos da referência ou da ementa. O tratamento recomendado deverá ser de acordo com o cargo ou função do receptor, seguido por dois pontos. Na carta, o vocativo segue o mesmo esquema do ofício, sendo que, se existir um relacionamento maior entre o remetente e o destinatário, o vocativo pode vir precedido da palavra ‘prezado’. Ex: Prezado Senhor.

TEXTO Tanto no ofício quanto na carta, inicia-se

com parágrafo a 5cm do vocativo, sendo o objeto do documento, e apresenta abertura, desenvolvimento e fecho. O primeiro parágrafo e o fecho não são enumerados. Os demais se enumeram, para facilitar a localização do assunto por parte do destinatário à eventual pesquisa.

FECHO Em caso de ofício ou carta o fecho não é

numerado. É alinhado ao parágrafo, ficando a dois espaços duplos deste último, ou sob fórmula de cortesia. Ex: Atenciosamente.

ASSINATURA Nos três casos (ofício, memorando e carta),

fica a 4 cm abaixo do fecho, contendo o nome e o cargo do signatário, sem sublinhar o local da assinatura.

ANEXOS Também nos três casos ficam a dois

espaços da assinatura e a 2,5cm do lado esquerdo da margem do papel.

ENDEREÇAMENTO Na carta, é também chamado de endereço

interno, e posto junto à margem esquerda do papel, a 2,5 cm, localizando-se abaixo do índice e do número da carta, a um espaço e meio, devendo ser idêntico o constante no envelope. Ocupa geralmente de três a cinco linhas sempre dispostas em blocos; deve-se observar a grafia correta do nome ou da razão social, a fim de evitar constrangimentos. No ofício, localiza-se na parte inferior esquerda, a 2,5cm da margem esquerda do papel, seguindo-se o mesmo critério da carta quanto à sua disposição em efeito de blocos, e ocupa de duas a três linhas.

INICIAIS DO REDATOR E DO

DIGITADOR Nos três casos (carta, ofício, memorando), a

2,5cm da margem inferior, sendo que no memorando não são necessárias as iniciais do redator.

TRANSPORTE DA MENSAGEM No oficio, deve-se transportar pelo menos

duas linhas, deixando o endereçamento na primeira folha, transportando-se o restante dos elementos, não sendo necessário o transporte do timbre, indicando-se o número da folha. Repete-se o índice e o número; sua localização fica a 2,5cm da margem esquerda, a 2,5 cm do todo da folha ou 2,5cm abaixo do timbre, se esse o tiver. Na carta também com duas linhas, sendo que todos os elementos que o sucedem são transportados.

COESÃO E COERÊNCIA Embora a correção gramatical seja uma

qualidade muito importante, no que se reporta às qualidades do estilo, uma redação absolutamente correta, do ponto de vista gramatical, pode se mostrar inaproveitável. Problemas decorrentes de falhas na estruturação da frase, da incoerência de idéias, da falta de unidade e da falta de ênfase podem invalidar uma composição.

A unidade do parágrafo é conseguida quando dizemos uma coisa de cada vez, desprezando o que não é essencial ou não se relaciona com a idéia predominante no parágrafo (tópico frasal, ou idéia-núcleo), estabelecendo, assim, uma relação clara entre a idéia principal e a secundária. Quando o texto é redigido de modo claro, coerente e objeto, a margem de erros gramaticais é mínima, não comprometendo a eficácia da redação.

Por coerência entende-se a relação entre a idéia predominante e as secundárias.

Exemplo de texto coerente: A manhã era clara e luminosa. Eu podia enxergar claramente a paisagem ao redor, as árvores, os animais, os tons

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claros e escuros provocados pelas sombras das árvores e pelos raios de sol que se infiltravam por entre os galhos.

Exemplo de texto incoerente: A manhã era clara e luminosa. A forte neblina e o céu encoberto por nuvens escuras só me permitiam distinguir vagamente a sombra dos animais e das árvores.

Conquanto a unidade e a coerência possuam características próprias, quase sempre a falta de uma ocasiona a ausência da outra. A unidade, como já mencionado, pode ser alcançada mediante a atenção que se dá ao tópico frasal, ou seja, a idéia-núcleo do parágrafo, tendo o cuidado de não acrescentar, nas idéias secundárias, termos que não tenham ligação com o tópico frasal. Ou seja, a unidade é conseguida quando se tem, em todo o texto, uma só idéia predominante. A relação entre a idéia principal e as secundárias devem ser indicadas de maneira clara.

Exemplo de falta de unidade no texto: O brasileiro tenta mostrar que a corrida

armamentista que se trava entre as grandes potências é uma loucura. As telenovelas têm mostrado cenas gravadas em lugares paradisíacos.

Exemplo de texto com unidade: Uma das utilidades do vinho, além de tornar

a conversa do outro mais agradável, é impressionar os convivas. Para isso, um velho truque é decorar o nome de uma uva, chamar o garçom e pedir, com ar “blasé”: “Vê o melhor chardonnay que você tiver aí”.

No primeiro caso, percebemos facilmente

que a idéia principal é a corrida armamentista travada entre as grandes potências. No entanto, não existe nenhuma relação entre a idéia principal e a secundária (as cenas paradisíacas mostradas nas novelas).

Seria possível, entretanto, estabelecer uma relação entre a idéia principal e a secundária através da partícula se. Teríamos, então:

O brasileiro tenta mostrar que a corrida armamentista que se trava entre as grandes potências é uma loucura. Se não colocarmos um ponto final nessa situação, em caso de conflito, até mesmo os lugares paradisíacos mostrados nas telenovelas podem acabar desaparecendo.

Outras formas para garantir a unidade no parágrafo:

1. Sempre que possível, usar tópico frasal explícito:

Ex: O arcadismo tem um espírito nitidamente reformista. Ele pretende reformular o ensino, o comportamento social, os hábitos, constituindo uma manifestação artística de um novo tempo e de uma nova ideologia. Em Portugal, essas mudanças se fazem sentir desde o começo do século.

1. Evite os pormenores

impertinentes, as redundâncias e as acumulações: Ex: Um dos mais movimentados e agitados

centros financeiros do mundo todo, Zurique, também famosa e conhecida por seus gostosos

chocolates, cujo sabor é inesquecível, e também mundialmente conhecida por seu comércio especializado em artigos caros, finos e requintados, além de possuir uma paisagem de cartão postal, uma das mais belas da Suíça, tem atraído ultimamente um grande número de pessoas doentes que decidem pôr fim à própria vida na Dignitas, uma ONG que pratica a eutanásia legalmente

O período acima é prolixo e centopeico

(longo, caudaloso). Os pormenores excessivos, grifados no texto, são dispensáveis, não servindo de reforço à idéia-núcleo (“Em Zurique, pessoas doentes decidem pôr fim à própria vida”).

Eliminando os pormenores e redundâncias,

teríamos: Um dos mais movimentados centros

financeiros do mundo, Zurique, além de possuir uma paisagem de cartão postal, tem atraído ultimamente um grande número de pessoas doentes que decidem pôr fim à vida na Dignitas, uma ONG que pratica a eutanásia legalmente.

2. Frases entrecortadas prejudicam a

unidade do parágrafo. Selecione as mais importantes, transformando-as em orações principais de períodos curtos.

Ex: Levantei-me cedo hoje de manhã. Eu tinha perdido o guarda-chuva. O ônibus demorou a passar. Eu fiquei ensopada. Eu apanhei um bruto resfriado.

Reformulação: Levantei-me cedo hoje de manhã. Como

tinha perdido o guarda chuva e o ônibus custasse a passar, fiquei ensopada e apanhei um bruto resfriado.

3. Coloque em parágrafos diferentes

idéias igualmente importantes, relacionando-as através de expressões que dêem idéia de transição:

Ex: O governo Lula se empenha

arduamente em acabar com a fome, através do Projeto Fome Zero. Muitos obstáculos, no entanto, entravam o projeto, impedindo uma ação mais eficiente. A participação hesitante da sociedade, as dificuldades burocráticas que impedem que os recursos cheguem ao seu destino são fatores difíceis de serem contornados. Todos sabem que uma divisão de tarefas, com a participação das associações de bairros, que passariam a fiscalizar o desperdício de alimentos, campanhas de mobilização em prol do mesmo objetivo, seriam fundamentais para o bom resultado do projeto. Os representantes de diversos setores da sociedade vêm falhando lamentavelmente, em virtude de uma falta de conscientização coletiva.

A reformulação do texto, considerando apenas as idéias mais importantes, ficaria assim:

O governo Lula se empenha arduamente em acabar com a fome através do projeto Fome Zero. No entanto muitos obstáculos, como a burocracia e

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a falta de participação da sociedade, entravam o projeto.

Ora, uma divisão de tarefas e uma participação mais ampla e direcionada da sociedade seriam fundamentais para o bom resultado do projeto. Entretanto, os representantes de diversos setores da sociedade vêm falhando lamentavelmente, em virtude de uma falta de conscientização coletiva.

4. Embora se possa colocar em

parágrafos diferentes idéias igualmente importantes, a idéia-núcleo não deve ser fragmentada em vários parágrafos.

Ex: Nas últimas semanas, o tráfico de

drogas produziu duas notícias chocantes. Um pai de família acabou por matar a tiros

um filho dependente, quando ele tentava vender a TV da família para comprar cocaína.

A mãe do rapaz disse: “Era ele ou nós, não havia outra alternativa”.

A mãe do rapaz foi ouvida por Débora Abreu, da sucursal de Fatos, no Rio de Janeiro.

Semanas antes, em São Paulo, um pai matou o filho caçula pelo mesmo motivo.

“Foi uma reação inevitável”, disse o irmão da vítima, em entrevista a Luiz Ortiz, de Fatos.

REFORMULANDO O TEXTO: Nas últimas semanas, o tráfico de

drogas produziu duas noticias chocantes. Um pai de família acabou por matar a tiros um filho dependente quando ele tentava vender a TV da família para comprar cocaína. “Era ele ou nós, não havia outra alternativa, disse a mãe, ouvida por Débora Abreu, da sucursal de Fatos, no Rio de Janeiro. Semanas antes, em São Paulo, um pai matou o filho pelo mesmo motivo. “Foi uma reação inevitável”, disse o irmão da vitima em entrevista a Luiz Ortiz, de Fatos.

Resumindo: para conseguir unidade através da estrutura do parágrafo, você deve:

1. Atentar somente para o essencial, colocando de modo claro a idéia em tópico frasal.

2. Não se afastar da idéia predominante expressa no tópico frasal, passando, por descuido, para outro assunto totalmente alheio ao que se propôs discutir.

3. Evitar a acumulação de pormenores ou fatos que se sobreponham à idéia-núcleo.

4. Usar os conectivos de transição e palavras de referência para fazer uma relação entre as frases ou os parágrafos, para dar coerência, e, conseqüentemente, unidade ao texto.

5. Evitar as digressões (desvios de rumo ou de assunto) impertinentes ou irrelevantes, ou seja, que não sirvam à fundamentação das idéias desenvolvidas.

A PRODUÇÃO DO TEXTO TÉCNICO

A redação de um texto técnico não

configura um bicho-de-sete-cabeças. Os critérios que a regem são os mesmos que regem qualquer outro tipo de composição (clareza, coerência, objetividade, ordenação lógica, correção gramatical, etc). Sua estrutura e estilo apresentam, entretanto, algumas características próprias, obedecendo a um padrão mais ou menos comum, no qual predominam a objetividade, eficácia e clareza. Qualquer redação que deixe em segundo plano o feitio artístico da frase (lembra-se da função poética e da linguagem literária?) pode ser considerada uma redação técnica.

Para comprovar o que foi dito acima, veja as características sempre presentes em uma redação técnica:

a) impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia ocorrer em um texto mais pessoal;

b) o uso do padrão culto de linguagem, passível de um bom entendimento, evitando vocábulos de uso restrito, como a gíria e o jargão;

c) formalidade e padronização, possibilitando uma uniformização dos textos;

d) a concisão, que exclui do texto os excessos lingüísticos que nada lhe acrescentam.

Quanto à forma (partes que compõem o

texto), ela é praticamente a mesma em diversos tipos de textos técnicos. Como exemplo, especificamos abaixo as partes que compõem a carta empresarial, utilizáveis em qualquer outro tipo de cartas técnicas.

1 – Cabeçalho:

a) timbre; b) índice e número; c) a data; d) a linha de atenção; e) a referência ou assunto; f) vocativo;

Obs: A linha de atenção é utilizada quando

se deseja que a correspondência seja aberta por determinado funcionário, que deverá encarregar-se do assunto da carta. Indica-se o nome da pessoa e/ou do departamento a que se deseja encaminhar especificamente a correspondência.

2 – Texto: É o corpo da carta, compreendendo

a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. 3 – Fecho: O fecho compreende: a) a despedida (a fórmula de cortesia); b) a assinatura; c) as iniciais (de quem redigiu ou ditou a

carta; em seguida as de quem a

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transcreveu ou datilografou, separando-as por dois pontos (☺, por diagonal (/) ou por hífen (-);

d) as indicações de anexos; e) o aviso de cópias; f) o pós-escrito (acréscimo de alguma(s)

frase(s) a uma carta depois de esta ter sido redigida no seu formado original. A abreviação usada e P.S. (“post scriptum”).

Detalhando as partes da carta, temos: TIMBRE O timbre contém o nome da empresa, o seu

endereço completo, número de telefone, fax, e indicação de filiais, agências, etc.

ÍNDICE E NÚMERO Empregado apenas quando a

correspondência da empresa é descentralizada, indicando o setor ou departamento que está expedindo a carta. Em seguida ao índice, aparece o número de ordem da carta; como a numeração é reiniciada a cada ano, ela é seguida pelo número indicativo do ano.Ex: DC/105-03 (Carta nº 105, de 2003, expedida pelo Departamento de Cobrança). São colocados preferencialmente no canto superior esquerdo do papel, na mesma altura da data.

DATA Indicação do lugar, dia, mês e ano em que

se expede a carta. Ex: São Paulo, 29 de abril de 2003.

ENDEREÇO Também chamado de endereço interno, o

endereço compreende o nome (pessoa física) ou a razão social (pessoa jurídica) e o endereço do destinatário. Geralmente é colocado na margem esquerda do papel, logo abaixo do índice e do número da carta, devendo ser idêntico ao endereço externo (constante no envelope), disposto em bloco, ou seja, todas começando junto à margem esquerda.

Ex: Senhores Paolucci & Ramos S/A Avenida Amendoeiras, 348 95600 Americana – SP Senhor Prof. Carlos Meira Av. Cândido Mendes, 890 87900 Passo Fundo - RS Obs: Em alguns casos, além do nome do

destinatário, coloca-se o cargo que ele ocupa na empresa. Atualmente, é de praxe omitir, na correspondência estritamente comercial, o tratamento e o título profissional do destinatário, iniciando-se diretamente pelo seu nome civil.

Ex: Carlos Antônio da Silva Avenida Paulista, 132 40309 São Paulo – SP

LINHA DE ATENÇÃO Pode ser colocada dentro do endereço, após

o nome da empresa, de forma abreviada ou por extenso.

Ex: Tecelagem Avenida S/A At. Luiz Bertolucci Avenida Bento Gonçalves, 304 78 501 Silvânia – GO Metalúrgica Simões S/A Á atenção do Sr. Iran Mendes – Dep.

Financeiro Travessa Iracema, 345 95070 Caxias do Sul – RS REFERÊNCIA OU ASSUNTO É a síntese do conteúdo da carta. Ela

aparece, tradicionalmente, entre o endereço e o vocativo, a igual distância dos dois, junto à margem esquerda , ou do meio em direção à margem direita, dependendo do estilo de disposição da carta no papel. Ela pode ser precedida de abreviatura Ref., ou não.

Ex: Brahms & Cia. Ltda. Caixa Postal 683 82911 Petrópolis – RJ

Ref. Pedido nº 34-99 Prezados Senhores ..................................................

.........................................................................

.......... Indústria de Móveis Meireles Ltda. Rua Arapongas, 256 98743 Goiânia - GO

Prazo de entrega de móveis Prezados Senhores Obs. Em certos casos, não é recomendável

que se use referência na carta, pois a antecipação do conteúdo pode deixar o destinatário desmotivado para ler a carta. Ex: uma carta de pedido de emprego, aumento de salário, etc.

VOCATIVO O vocativo é a saudação de cortesia dirigida

ao destinatário, antes de passar ao texto da carta. Não é recomendável que se abrevie qualquer dos termos do vocativo. O vocativo pode se limitar ao pronome de tratamento, ou ser acrescido do cargo ou função do destinatário.

Ex: Senhores Senhor Gerente Em uma carta em que exista um

relacionamento mais íntimo entre o remetente e o destinatário, devido a uma correspondência mais

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assídua, o vocativo pode vir antecedido do termo prezado.

Ex: Prezado Senhor: Quando existe um grau ainda maior de

amizade entre o remetente e o destinatário, o vocativo passa a ser nominal.

Ex: Prezado Senhor Antônio Em cartas de caráter muito formal, dirigidas

a autoridades, o vocativo é antecedido do tratamento convencional.

Ex: Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional

É importante observar que, em comunicações mais formais, o tom da carta deve corresponder à formalidade do vocativo utilizado. Por outro lado, quando existe um grau maior de intimidade, pode existir um menor grau de formalidade.

O vocativo pode vir precedido de pontuação (:), ou não, conforme o estilo da carta, não existindo normas rígidas sobre o assunto, coexistindo perfeitamente três estilos de pontuação: pontuação aberta, pontuação fechada, pontuação mista (na qual somente o vocativo (:) e a despedida (,) serão pontuados). Veja exemplos em “Aspectos da Redação Técnica”.

Obs. Ao final deste tópico, você encontrará

uma lista com as formas de tratamento mais usadas e seus respectivos usos.

O TEXTO DA CARTA EMPRESARIAL

O texto é a parte que contém a mensagem que se quer transmitir.Ele se divide em três partes que são a introdução, o desenvolvimento e a conclusão (ou encerramento).

Nas cartas rotineiras, a introdução é só a entrada no assunto.

Desenvolvimento – A finalidade do desenvolvimento é expor claramente ao destinatário o assunto da carta. O assunto deve ser só um, sendo preferível redigir várias cartas, quando existirem muitos assuntos a serem tratados em diferentes departamentos. Encerramento (ou fecho) - É o

parágrafo que finaliza o texto (ou corpo da carta). Pode-se englobar, no encerramento, a fórmula de cortesia da carta, principalmente em comunicações mais rotineiras. Eis algumas fórmulas padronizadas de

cortesia: • Aproveito a oportunidade para renovar a V.

Exa. os meus protestos de respeito. • Aproveito a oportunidade para apresentar a

V. Sa. os protestos de minha consideração. • Antecipamos nosso agradecimento pelas

providências que forem tomadas. • Subscrevemo-nos atenciosamente. • Atenciosas saudações.

• Servimo-nos do ensejo para apresentar a V. Exa. nossos protestos de elevada estima e distinta consideração.

O PLANEJAMENTO DO TEXTO DA CARTA

Para uma carta ser considerada bem escrita

é preciso que o remetente conheça o assunto sobre o qual versa a carta, para poder expressá-lo com clareza. É imprescindível, ainda, um bom conhecimento de elementos como: adequação vocabular, pontuação, correção da linguagem, estrutura da frase,etc. Além desses requisitos, o planejamento do texto da carta é de grande ajuda para o redator.

Os passos a serem seguidos são os seguintes:

CONCEBER O ASSUNTO É neste momento que surge a necessidade

da carta, que pode ser uma proposta de compra, um cancelamento de pedido, um pedido de mercadorias. Quando o assunto da carta é concebido por outra pessoa que não o redator, o redator se ocupa do levantamento de dados.

LEVANTAMENTO DE DADOS Neste passo, reúnem-se as informações

sobre o que deverá ser especificado na carta, como preços, condições, forma de pagamento, dados pessoais, estoque, prazo para pagamento ,etc. Esses dados deverão ser anotados à parte, para consulta, quando da consecução da carta.

SELEÇÃO DOS DADOS Após a pesquisa para levantamento de

dados, selecionam-se os que devem ser utilizados na carta, segundo o objetivo da correspondência. Se a carta se destina a atender solicitações, deve responder ao estritamente solicitado. Se o objetivo da carta for solicitar algo ao destinatário, ela deve ater-se a esse assunto, visto que uma das características da redação técnica é a objetividade, não cabendo, assim, menção a fatos externos ao assunto tratado e com o qual não tenham nenhuma relação.

ORDENAÇÃO DE DADOS Selecionados os dados, eles deverão ser

ordenados, ou seja, colocados em seqüência, o que sem dúvida facilitará a compreensão. A ordenação dos dados facilita a divisão da carta em parágrafos, de acordo com os diferentes aspectos de um mesmo assunto. Assim, em uma carta em que se solicitam várias providências, deve ser colocada primeiramente a providência inicial, seguidas as outras, que virão especificadas em cada parágrafo.

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RASCUNHO E REVISÃO Concluídas as etapas mencionadas, far-se-á

um rascunho da carta, no qual será verificado se a carta obedece às qualidades de clareza, eficiência, objetividade, se a unidade do texto está garantida através de conectivos adequados, se não existe nenhuma contradição ou falta de lógica no texto (incoerência);deve ser verificado também se o pronome de tratamento é adequado à pessoa a quem se dirige, e se o vocativo e o fecho (incluindo a fórmula de cortesia) seguem o mesmo tom (mais formal ou menos formal). A revisão deve eliminar os elementos desnecessários, as redundâncias, verificar se o texto utiliza a norma culta, se a ortografia e a pontuação estão corretas, se o objetivo está devidamente enfatizado, e outros itens que se fizerem pertinentes.

REDAÇÃO DEFINITIVA Após todos esses cuidados, feitas as

correções necessárias, passa-se à redação definitiva do texto.

DATILOGRAFIA OU DIGITAÇÃO Nesta etapa, a única preocupação é com a

apresentação da carta, que deve possuir uma estética impecável, valorizando o texto.

De posse destas informações, você já tem instrumentos para redigir uma carta empresarial. Mais à frente, ao estudar mais detalhadamente os aspectos do texto técnico, você encontrará modelos de diversos tipos de carta. Neste item, acrescentamos as formas de tratamento que você poderá utilizar.

OS GÊNEROS LITERÁRIOS

A partir de seus conteúdos, os textos

literários podem ser agrupados em gêneros literários. Podemos, por isso, falar em diferentes “famílias” de textos literários, ou seja, obras que têm elementos comuns que podem ser enquadrados no mesmo gênero.

Características comuns a diversas obras permitem agrupá-las por semelhança estrutural. A esse conjunto de características comuns a um determinado número de obras damos o nome de gênero literário, e podem ser em prosa ou em poesia.

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CLASSIFICAÇÃO DOS GÊNEROS LITERÁRIOS

Gênero Narrativo

Compreende as obras de ficção em geral e reúne as expressões literárias que têm como base o mundo real e objetivo. Ex.: Romance, Novela, Conto, Crônica.

a) Prosa

Gênero Dramático

Abrange as composições teatrais. No drama as ações das personagens se opõem gerando choque dramático. Ex.: Tragédia, Comédia, Drama.

Gênero Lírico

Compreende as expressões literárias que têm como base a emoção, expressões do sentimento, estados da alma. Ex.: Hino, Soneto, etc.

Gênero Épico

Expressões poéticas de grande extensão contendo assuntos grandiosos e ações heróicas. Ex.: Epopéia

b)

Gênero Satírico

Formado pelas composições sarcásticas destinadas a ridicularizar, a criticar. Ex.: Sátira.

Estes são os gêneros literários e, como foi

citado, eles podem ser em poesia ou em prosa. Faremos a seguir uma caracterização dos gêneros literários em prosa.

MANIFESTAÇÕES DA PROSA

ROMANCE Descrição longa em que se manifestam ações

e sentimentos de personagens, numa transposição da vida para um plano fictício.

NOVELA Uma narrativa de diálogos rápidos, narração

direta, tudo para condicionar o leitor a querer o final da história.

CONTO Uma narrativa breve, de ação restrita; não

há variedade de personagens. Tempo e espaço limitados.

CRÔNICA Uma manifestação da prosa que apresenta

um fato do cotidiano com ação rápida e sintética. FÁBULA Uma manifestação em prosa, onde o assunto

é a vida dos animais, com a finalidade de dar lição de ordem moral.

BIOGRAFIA Uma manifestação em prosa com descrição

da vida de personagens notáveis no campo político, artístico, religioso, social ou militar.

MANIFESTAÇÕES DA POESIA.

POEMA LÍRICO Aquele em que há expressão de sentimentos,

emoções. Tudo que existe é capaz de motivar emoções,

quaisquer que sejam elas. Por essa razão há uma grande variedade de temas líricos, conforme alguns exemplos abaixo descritos:

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Hino - composição onde o poeta glorifica alguém ou celebra algum acontecimento.

Ode - pequena composição com elevação do pensamento.

Canção - pequena composição, quase sempre popular, sobre vários assuntos.

Soneto - composição poética de forma fixa, com 14 versos distribuídos em 2 quartetos e 2 tercetos. Em geral a última estrofe contém a idéia central.

POEMA ÉPICO OU EPOPÉIA Compreende as composições de feitos

heróicos de caráter lendário ou histórico de uma cultura.

POEMA SATÍRICO Composição sarcástica destinada a

ridicularizar, a criticar. É muito comum o poema satírico utilizar a função referencial para poder exercer sua crítica. Observe o fragmento de Gregório de Matos:

“A cada canto um grande conselheiro,

Que nos quer governar cabana e vinha;

Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro”

ELEMENTOS DO GÊNERO NARRATIVO ROMANCE.

Dentre as formas do ficcionismo, o romance

toma lugar de destaque, tanto pela sua extensão como também pela sua complexidade e importância, fazendo-se preferência de grande parte do público leitor.

Em um romance podemos distinguir os seguintes elementos:

a) o tema: que é o assunto, a idéia central da narrativa.

b) as personagens: são as pessoas que tomam parte na ação, nos acontecimentos.

c) o narrador: a pessoa que narra os fatos. O narrador pode ser uma personagem da história, fazendo a narração na 1ª pessoa do discurso, e pode ainda ter as características da onisciência e da onipresença. Ou então a narrativa pode ser feita sob o ponto de vista da 3ª pessoa do discurso, que apenas narra os fatos.

d) o enredo: é o trama, ,o desenrolar das ações das personagens. Para ter unidade o enredo deve apresentar os fatos inter-relacionados. São as seguintes as fases de um romance: apresentação, complicação, clímax e epílogo.

e) o ambiente: é o lugar onde os acontecimentos se desenrolam, o espaço físico, o meio social, a atmosfera mental e moral que atua sobre as ações das personagens, envolvendo-os.

f) o tempo: é o espaço de tempo ou a, época em que transcorrem os fatos narrados.

g) o discurso: é o modo como o narrador relata a fala ou pensamento das personagens. O discurso pode ser: direto, quando são as personagens que falam, através de diálogo; indireto, quando o

narrador faz-se intérprete das personagens, não havendo diálogo; e indireto livre, quando acontece uma espécie de monólogo interior das personagens, expresso pelo narrador, o qual confunde-se com as personagens.

ROTEIRO PARA ANÁLISE DE UMA OBRA DE FICÇÃO

A leitura de uma obra de ficção pode ser

muito mais proveitosa quando devidamente orientada por um roteiro, principalmente quando se pretende fazer uma análise ou até mesmo um simples comentário sobre a mesma.

Dessa forma, daremos um roteiro através do qual o leitor poderá, de forma mais clara e objetiva, observar os aspectos de maior destaque em sua leitura: a estrutura da obra, a caracterização das personagens, a técnica narrativa, o estilo, etc.

ROTEIRO. a) Dados sobre o autor e a obra.

autor: dados biográficos e escola ou corrente literária a que pertence;

obra: se a mesma é romance, novela, conto. Editora, edição, ano de publicação e outros dados.

b) Estrutura.

personagens: se são individuais ou típicas. Identificação das personagens principais, que são os protagonistas e antagonistas, e das demais, ou secundárias; caracterização física e psicológica das mesmas.

enredo: verificar onde começa e termina cada parte: apresentação, complicação, clímax e epílogo; se há unidade e organicidade na narrativa, isto é, se os fatos encadeiam-se naturalmente e de maneira lógica.

o ambiente: observar o local dos acontecimentos, qual o ambiente predominante, se o físico ou o social; se nas descrições predominam os elementos físicos ou os de natureza emocional, intelectual ou psicológica; as descrições são detalhadas? são indispensáveis, são impressionistas ou expressionistas?

tema: observar se o romance (conto ou novela) trata-se de aventura, ação, suspense, horror, conflito amoroso ou psicológico ou ficção científica.

tempo: se a narrativa é lenta, com muitas descrições ou comentários do autor, ou se é breve, em virtude da sucessão rápida dos acontecimentos - se a narrativa é de ordem cronológica ou do tipo flash-back (recuo no tempo).

ponto de vista: se o narrador é também uma personagem; em que pessoa gramatical é feita a narrativa 1ª - eu ou 3ª ele ou ela; se o narrador é onisciente e onipresente, ou se o seu conhecimento da história é restrito; se o narrador acompanha as personagens como

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simples espectador, neutro, ou julga, comenta e prevê o comportamento delas; se o narrador tem o hábito de dirigir-se ao leitor.

c) linguagem e estilo. Observar se o estilo é espontâneo,

convencional, vulgar, retórico. se há o uso de recursos metafóricos ou a

linguagem direta; se é claro, conciso ou prolixo; se gramaticalmente é correto ou não; se há o uso de gírias, regionalismos,

vulgarismos, arcaísmos, neologismos.

d) Idéias e Concepções. Se o autor revela concepções filosóficas,

religiosas ou políticas. Se o leitor observar durante a leitura os

aspectos listados neste roteiro, será capaz de fazer um bom comentário ou mesmo uma excelente análise da obra lida, aproveitando-se muito mais do enriquecimento cultural que a Literatura proporciona ao ser humano.

Nesta unidade que acabamos de estudar, vimos apenas uma pequena introdução aos estudos literários. Ao aluno que interessar, convém lançar mão de várias obras teóricas de Literatura versando sobre as escolas literárias a níveis nacional e internacional.

Deve ainda o estudante buscar a leitura das obras literárias de destaque, à disposição em boas livrarias e bibliotecas. Só assim terá uma visão mais ampla e concreta do que seja Literatura e da sua grande importância no campo do saber humano relacionado à arte de escrever.

REDAÇÃO

NOÇÕES GERAIS

Ao elaborarmos qualquer tipo de trabalho

escrito estamos desenvolvendo uma atividade de composição ou, mais comumente, redação.

Aspectos importantes para a realização de qualquer trabalho escrito devem, no entanto, serem observados com bastante atenção, como:

delimitação do tema ou assunto a ser escrito; delimitação da forma em que o mesmo será

desenvolvido; catalogação e organização das idéias num

critério logístico que permita a definição do início, meio e fim do trabalho escrito, ou seja, a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

Se começarmos a escrever qualquer coisa de

imediato, isto seria o passo inicial rumo a uma barreira de dificuldade, que fatalmente nos levaria a um trabalho descoordenado, de baixo nível, sem despertar qualquer interesse no leitor.

Para evitarmos que isso aconteça, antes de iniciarmos uma composição devemos pensar,

raciocinar e não se apavorar se as idéias demorarem a surgir, pois com uma certa dose de esforço e concentração elas surgirão; para facilitar essa fase, faça bastante perguntas a você mesmo a respeito do tema.

Em seguida, escreva as idéias para não esquecer, não se preocupando se as mesmas são boas ou não. Depois dessa fase, elimine as idéias ridículas, desnecessárias, que fogem ao tema proposto, evitando o uso de expressões vulgares e gírias, que não devem aparecer numa redação. Em seguida à seleção de idéias, organize as mesmas para que tenham clareza e ordem lógica.

Passemos agora a considerar algumas noções sobre os elementos de uma redação:

TÍTULO Indica o assunto ou tema a ser tratado. CONTEÚDO

é todo o corpo do trabalho escrito: são as idéias colocadas através da palavra;

deve obedecer uma lógica de raciocínio, permitindo ao leitor uma visão clara sobre o assunto;

segue, para maior clareza, três fases: Introdução, onde se dá a colocação das idéias principais, permitindo ao leitor o acompanhamento das mesmas na fase seguinte; Desenvolvimento: que é a apresentação do assunto em seus pormenores, são as impressões do autor, enfim tudo o que for de interesse ou relevância dentro do tema proposto, dentro das chamadas idéias secundárias, e, finalmente; a Conclusão: que é o fecho da redação; onde o autor, de maneira sucinta, pode fazer um comentário pessoal, ou uma generalização de tudo o que já foi dito antes. Conforme já definida por Aristóteles, a conclusão é o que pede alguma coisa antes e não admite nada mais depois.

A REDAÇÃO LITERÁRIA E SEUS TIPOS

Quanto à sua forma e conteúdo, dizemos que

uma redação pode ser literária ou técnica. Na redação literária o autor pode dispor de

toda sua criatividade e imaginação, utilizando-se tanto da linguagem conotativa quanto da denotativa. Consideramos, na redação literária, três tipos: a descrição, a narração e a dissertação.

Já na redação técnica deve a pessoa que escreve observar os aspectos da objetividade, eficácia e exatidão da comunicação.

Quanto à redação técnica veremos em item posterior.

A DESCRIÇÃO Através da descrição estabelecemos as

características essenciais de um objeto. É uma espécie de retrato feito por palavras referente a pessoa ou personagem, uma cena, objeto, ambiente ou paisagem.

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Para se fazer uma descrição deve o redator proceder da mesma forma que dissemos, anteriormente, que é válida, como dissemos, para qualquer trabalho, escrito, começando pela delimitação do tema, estabelecimento e classificação das idéias formalizando um esboço ou plano e finalmente a escrita propriamente dita.

Vejamos um exemplo de um plano para a descrição de um edifício histórico de uma cidade: Introdução A – Situação

1) cidade 2) bairro 3) rua

Desenvolvimento B – Aspectos Externos e Internos 1) estilo arquitetônico 2) estado de conservação 3) número de dependência 4) mobiliários 5) outros detalhes C – Aspectos Históricos 1) Época da fundação 2) fundador 3) origem do nome 4) episódio históricos dignos de nota.

Conclusão Impressões pessoais elaboradas numa ótica apreciativa de ordem genérica.

Mostraremos agora, a título de ilustração

excerto de um texto descritivo caracterizando uma paisagem urbana:

[“Comprida, tortuosa, ora larga, ora estreita, a Rua do Siriri se estende desde o alto de São Cristóvão até a Avenida Barão de Maroim. ]1 [Mas o seu trecho principal, porque habitado, vai da Rua das Laranjeiras até a Estância.

Aí, não há mais casas de palha. São de taipa ou de tijolos, cobertas de telha. Às vezes pequeninas, portas e janelas apenas, sem reboco, pouco mais altas que um homem. Outras, melhores, são largas, acaçapadas, com grandes beirais.]2 [Aqui e ali, uma construção mais nova, de platibanda e enfeitada de cornijas, dá ao local um tom mais elegante e mais alegre”.]3

(Amando Fontes, “Rua do Siriri”, p. 15).

1 - Introdução 2 - Desenvolvimento 3 – Conclusão

A NARRAÇÃO Utilizando-se de uma narração, fazemos o

relato de um fato, onde há um seqüência de ações desenvolvidas por personagens, obedecendo um sistema cronológico. Através da narração podem ser feitas composições baseadas em acontecimentos episódicos ou peripécias da vida cotidiana real. Convém notar que uma narração pode vir permeada com traços descritivos.

O relato de um fato narrativo implica, fundamentalmente, na existência dos seguintes elementos:

o quê - o fato em si; quem - protagonista; quem – antagonista; como - o modo como se desenrolou o fato; quando - a época, o momento em que

ocorreu o fato; onde - o lugar da ocorrência; por quê - a causa, a razão da ocorrência.

EXEMPLIFICAÇÃO DE UM TEXTO

NARRATIVO: “O mancebo desprezava o perigo, e, pago até

da morte pelos sorrisos que seus olhos furtavam de longe, levou o arrojo a arrepiar a testa do touro com a ponta da lança. Precipitou-se então o animal com fúria cega e irresistível. O cavalo baqueou trespassado, e o cavaleiro, ferido na perna, não pôde levantar-se. Voltando sobre ele o boi enraivecido arremessou-o aos ares, esperou-lhe a queda nas armas, e não se arredou senão quando, assentando-lhe as patas sobre o peito, conheceu que seu inimigo era cadáver”.

(Rebêlo da Silva, “Última Corrida de Touros...” in Antol. Nac. p. 207)

DISSERTAÇÃO / ARGUMENTAÇÃO Para muitos autores a dissertação confunde-

se com a argumentação, mas na realidade há diferenças entre estas duas composições.

Na dissertação o autor explica ou interpreta idéias, expressa o que sabe ou acredita saber sobre determinado assunto, externa opinião sobre o que é ou lhe parece ser em relação ao tema proposto.

Já a argumentação visa convencer, persuadir ou influenciar o leitor, ou, quando em linguagem falada, o ouvinte. Pela argumentação procuramos formar a opinião do leitor, convencê-lo de que a razão está conosco, mostrando evidência de provas e à luz de um raciocínio lógico e consistente.

EXEMPLO DE UM TRECHO

DISSERTATIVO: “Oração e trabalho são os recursos mais

poderosos na criação moral do homem. A oração é o íntimo sublimar-se da alma pelo contato com Deus. O trabalho é o inteirar, o desenvolver, o apurar das energias do corpo e do espírito, mediante a ação contínua sobre si mesmos e sobre o mundo onde labutamos”.

(Rui Barbosa, in Ant. Nac. p. 128)

EXEMPLO DE UM TRECHO DE ARGUMENTAÇÃO.

Em seu conhecimento “Sermão da Sexagésima”, Pe. Antônio Vieira, em 1655, argumenta:

“Há de tomar o pregador uma só matéria, há de defini-la para que se conheça, há de dividi-la para que se distinga, há de prová-la com a escritura, há de declará-la com a razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências

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que se hão de responder às dúvidas, há de satisfazer as dificuldades, há de impugnar e refutar com toda a força da eloqüência os argumentos contrários, e depois disso há de colher, há de apertar, há de concluir, há de acabar”.

A REDAÇÃO TÉCNICA E SEUS TIPOS

Considerações iniciais: Ao estudarmos a redação literária e seus

tipos observamos que o seu aprendizado toma-se um tanto mais utilitário às pessoas de vocações literárias, que gostam de extravasar suas idéias ou até mesmo sentimentos, em prosa ou em verso, empregando livremente a sua criação artística através de uma linguagem mais estilizada.

E as demais pessoas, que não serão literatas, mas profissionais liberais, de nível secundário ou superior, técnicos das mais diversas áreas, terão de fazer outras espécies de composição, como descrição de aparelhos, relatórios científicos, teses, relatórios administrativos, atas, correspondências oficiais, comerciais, e outros tipos de redação técnica ou científica.

Neste estudo, teceremos alguns comentários sobre aspectos da Redação Técnica mais comumente empregada nos escritórios dos setores públicos e/ ou privados.

CONCEITO DE REDAÇÃO TÉCNICA Por redação técnica entende-se toda forma

de linguagem escrita pautada na objetividade, eficácia e exatidão da comunicação. É o caso, por exemplo, da redação oficial, a correspondência comercial e bancária, os papéis e documentos notoriais e forenses.

Entretanto, quando tal comunicação tiver caráter estritamente científico, recebe, equivalentemente, o nome de redação científica.

A seguir veremos algumas orientações básicas sobre expressões de tratamento, abreviaturas, e, a seguir, os principais tipos e. modelos de correspondências e outros documentos, como requerimento, procuração, recibo e contrato, por sua ampla utilização nas comunicações administrativas.

EXPRESSÕES DE TRATAMENTO a) Casos em que se emprega o pronome

Vossa Excelência: (V. Exa. ou V.Excia.) e Excelentíssimo Senhor

(Exmo. Sr): para o Presidente da República, Presidente do Conselho de Ministros, o Presidente do Tribunal Federal e do Tribunal Federal de Recursos, Ministros de Estado, Embaixadores, Governadores de Estado, Deputados e Senadores, Oficiais Generais do Exército, Marinha e Aeronáutica, Presidentes de Academias, Reitores, Juízes, Diretores de Escolas Superiores, Secretários de Estado, Prefeitos, e outras personalidades, portadoras de títulos de grau ou honoríficos.

O vocativo com o qual se inicia qualquer comunicação às pessoas anteriormente indicadas

consta da palavra Senhor, seguida do título do destinatário.

Exceções: para os juízes: Meritíssimo Juiz para os reitores: Magnífico Reitor

b) Casos em que se emprega o pronome

Vossa Senhoria (V.Sa.): Para representantes civis, militares ou

religiosos aos quais não cabem os tratamentos mencionados na letra a, chefes de empresas e a particulares em geral.

Observações: Emprega-se Vossa; Reverendíssima (V.R

vma. ou V.Reva) para Arcebispos e Bispos; Vossa Majestade (V.M.) para Reis e Rainhas; Vossa Alteza (V.A.) para os Príncipes e Princesas; Vossa Santidade (V.S.) para o Papa.

EXERCÍCIOS

1. Se Narizinho ao visitar o Palácio das Abelhas

tivesse que se dirigir à Rainha, que pronome de Tratamento usaria?

a) Vossa Alteza b) Sua Majestade c) Sua Alteza d) Vossa Majestade Imperial e) Vossa Majestade 2. Assinale a única frase correta quanto ao uso dos

pronomes pessoais. a) Você não pode ir sem eu. b) Meu amigo, o diretor quer falar comigo c) Entre eu e tu não há inimizade. d) Era para mim encontrar a solução do problema e) Para mim, jogar futebol é a melhor diversão. 03. Assinale a alternativa em que o pronome grifado

foi empregado corretamente: a) Aguarde um instante. Quero falar consigo. b) É lamentável, mas isso sempre ocorre com nós

dois. c) O processo está aí para mim examinar. d) Vossa Senhoria preocupa-se com problemas cuja

solução foge a vossa alçada. e) Já se tornou impossível haver novos

entendimentos entre eu e você. 04. É numeral cardinal: a) Capítulo V b) Papa Paulo VI c) IV Feicom d) Dom João II e) Luiz XV

05. Assinale a alternativa que apresenta erro na

indicação do ordinal a) 70º sectuagésimo d) 30º trigésimo b) 80º octogésimo e) 40º c) 90º nonagésimo

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ABREVIATURAS a - are(s) Al. - alameda apart. ou apto. – apartamento Av. – avenida cap.-capitão,capítulo cel. - coronel cf ou cfr. - confira, confronte Cia. - companhia cm - centímetro(s) cx. - caixa D. - Dom, digno Da. - Dona DD. – digníssimo dm - decímetro(s) Dr. Drs. - doutor, doutores Dca. Dras. -doutora, doutoras dz. - dúzia(s) ed. - edição Ema. - Eminência Etc. - et cetera (e o resto) Exa. - Excelência Exmo. - Excelentíssimo figo – figura g - grama(s) h - hora(s) ha - hectare(s) hab. - habitante(s) ido - idem (o mesmo) i.e. - isto é Ilmo. – Ilustríssimo Ir. - irmão, irmã Jr. - Júnior kg - quilograma(s) km - quilômetro(s) km2 - quilômetro( s) quadrado( s) kw - quilowatt I-litro(s) Ltda. - Limitada m - metro(s). m2 - metro(s) quadrado(s) m3 - metro(s) cúbico(s) m ou min - minuto(s) mm - milímetro( s ) N.B. - nota bene (note bem) N.E. - nordeste N.O. - noroeste O.K. - all correct (tudo bem) pág. págs. - página, páginas P.D. - pede deferimento Pe.Pes.-padre,padres p.f. - próximo futuro pg. - pago p.p. - próximo passado u.e. - uso externo (receita) prof. profs. - professor, professores u.i. - uso interno (receita) P.S. - post scriptum (escrito depois) V - volt ql. - quilate(s) v. vv. - verso, versos R. - rua, réu, ré

abreviatura – SIQUEIRA & BERTOLIN – Português

Dinâmico – Comunicação e expressão. 73 série – IBEP – São Paulo. pág. 191.

Remte. - remetente Rev. ou Revdo. - Reverendo Revmo. - Reverendíssimo S. - São, Santo(a), sul S.A. - Sua Alteza, Sociedade Anônima séc. - século S.O. – sudoeste Soc. - sociedade Sr. Srs. - Senhor, Senhores Sra. Sras. - Senhora, Senhoras Srta( s) - Senhorita(s) tel. - telefone TV-televisão. V. - você, veja, visto Va.- viúva V.A. - Vossa Alteza vb. - verbo V.Ema. V.Emas - Vossa Eminência Vossas Eminências V.Exa. V.Exas. - Vossa Excelência Vossas Excelências v.g. - verbi gratia (por exemplo) V.M. - Vossa Majestade V.Revma. - Vossa Reverendíssima V.Sa. V.Sas. - Vossa Senhoria Vossas Senhorias W.C. - water-closed (banheiro)

TIPOS E MODELOS DE CORRESPONDÊNCIAS E OUTROS

DOCUMENTOS TÉCNICOS.

Neste item, trabalharemos alguns aspectos do texto técnico, detalhando somente aqueles mais utilizados por profissionais do mercado imobiliário, e que, com ligeiras modificações, servirão de modelo para outros tipos de correspondência. A correspondência, quanto à espécie, pode ser dividida em:

Particular, familiar ou social: trocada entre particulares, versando sobre assuntos íntimos, pessoais.

Bancária: enfocando assuntos relacionados à vida bancária, tais como: solicitação de extrato, carta de apresentação, aviso de vencimento, carta de crédito, etc.

Comercial – ocupa-se da transação comercial ou industrial.

Oficial – utilizada no serviço público, civil ou militar.

Naturalmente, não nos ocuparemos, aqui, da

correspondência bancária e particular, por não serem pertinentes à atividade profissional em questão. Enfocaremos somente alguns tipos de texto da correspondência oficial e comercial bastante utilizados, quais sejam: o ofício, o requerimento, a circular, o relatório e a carta.

OFÍCIO Oficio é o instrumento de comunicação do

serviço público, ou seja, uma correspondência com características peculiares enviada de uma autoridade para outra autoridade ou desta para outrem. As

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entidades civis, religiosas ou comerciais não expedem ofícios, mas cartas.

Correspondência comum na vida dos órgãos públicos, deve o oficio apresentar sobriedade e naturalidade, numa linguagem clara, simples e precisa.

Quanto ao papel utilizado, normalmente é o formato 33cm x 22cm.

Relativamente ao campo de utilização da correspondência oficial, o art. 4° do Decreto Lei 200, de 25-2-1967 discrimina a organização administrativa pública assim: “Art. 4° - A Administração Federal compreende: I - A administração direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II – A administração indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) autarquias; b) empresas públicas; sociedades de economia mista”. Nos Estados e Municípios a estrutura é mais ou menos a mesma. E ainda, somem-se a essas repartições públicas todos os órgãos que compõem os poderes legislativo e judiciário.

O ofício, contém, obrigatoriamente, as seguintes partes:

a) Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão expedidor:

Ofício nº 145/DP

b) Local e data em que foi assinado, datilografado por extenso, com alinhamento à direita:

Brasília, em 25 de abril de 2003. c) Vocativo, que invoca o destinatário (consulte

a lista dos pronomes de tratamento), seguido de vírgula:

Senhor Chefe de Gabinete,

d) Texto. Quando não se tratar de simples encaminhamento de documentos, o ofício deve apresentar a seguinte estrutura:

o Introdução, na qual é apresentado o

assunto que motiva a comunicação. Não utilize frases feitas, tais como: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “É com grata satisfação que”. Empregue, preferencialmente, a forma direta: “Cumpre-me informar que”, “Submeto à apreciação de Vossa Senhoria”, “Informo Vossa Excelência de que”;

o Desenvolvimento, no qual se detalha o

assunto, objeto da comunicação; se forem vários os assuntos, eles devem ser tratados em parágrafos distintos, para maior clareza;

o Conclusão, na qual é reafirmada ou reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.

No texto, excetuando-se o primeiro

parágrafo e o fecho, todos os demais parágrafos devem ser numerados.

e) Fecho, que tem como finalidade arrematar o

texto e saudar o destinatário. Visando à uniformização dos mesmos,

adotam-se os seguintes critérios: Para autoridades superiores, inclusive o

Presidente da República: Respeitosamente, Para autoridades da mesma

hierarquia ou de hierarquia inferior: Atenciosamente,

Assinatura do autor da comunicação; e

Identificação do signatário, que deve ser a seguinte:

(espaço para a assinatura) NOME (em maiúsculas) Diretor do Departamento de

Serviços Gerais Secretaria da Administração

Federal Obs. É recomendável que não se deixe a

assinatura em uma página isolada. Todas as três modalidades de comunicação

(aviso, exposição de motivos e ofício) devem trazer, a partir da folha dois de seu texto, e em todas as folhas de seu anexo, a pelo menos 1 cm de sua borda, o seguinte cabeçalho:

Fl. (indicar nº da folha) do Of. nº 145/DP, de

25.04.03. Nas folhas em que houver cabeçalho, o texto

deverá ser iniciado a 2,5cm deste. A diagramação do ofício segue as

especificações abaixo, nas quais as distâncias constam em centímetros, por motivo de padronização. No sentido horizontal, 1 cm corresponde a cerca de 4 toques datilográficos (1 toque = 2,5 mm). No sentido vertical, 1 cm equivale a um espaço dois (espaço um = 0,5 cm), aproximadamente.

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Caso seja utilizado processador de texto, empregue as medidas em centímetro:

a) margem esquerda: a 2,5 cm ou dez toques da borda esquerda do papel;

b) margem direita: a 1,5 cm ou seis toques da borda direita do papel;

c) tipo e número do expediente: horizontalmente, no início da margem esquerda ( a 2,5 ou dez toques da borda do papel); verticalmente, a 5,5 cm ou seis espaços duplos (espaço dois) da borda superior do papel;

d) local e data: horizontalmente, o final da data deve coincidir com a margem direita, e, verticalmente, deve estar a 6,5 cm ou sete espaços duplos (espaço dois) da borda superior do papel;ocativo: a 10 cm ou dez espaços duplos da borda superior do papel;

e) texto: o texto inicia-se a 1,5 cm ou a três espaços simples do vocativo;

f) espaço entre os parágrafos do texto: 1 cm ou um espaço duplo (espaço dois );

g) fecho: centralizado, a 1 cm ou um espaço duplo do final do texto;

h) identificação do signatário: 2,5 cm ou três espaços duplos do fecho;

Obs: O avanço de parágrafos do texto deve

ser sempre o mesmo, ou seja, o equivalente a 2,5 cm ou dez toques.

OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE

OFÍCIOS Nas redações de ofícios e outras

comunicações oficiais devem ser evitados: • expressões locais ou regionalismos; • expressões de duplo sentido; • estrangeirismos, exceto quando

indispensáveis, por não possuírem tradução exata ou constituírem expressões de uso consagrado, como algumas em latim: ad referendum ou royalties, que deverão ser destacadas em negrito, ou colocadas entre aspas;

• repetição de palavras ou utilização de palavras cognatas, como: competente, compete; designado e designação, menção e mencionado etc;

Na próxima página, você encontrará

modelos padrão de ofícios.

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Modelo de Oficio (padrão) 5,5 cm 6,5 cm Ofício nº 524/SG-PR 10 cm

2,5 cm

Brasília, 23 de fevereiro de 1998. 1,5cm Senhor Deputado, 5cm 1,5cm

Complementando as informações transmitidas pelo telegrama nº 32, de janeiro último, informo a Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em sua carta nº 4375, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instituída pelo Decreto 22, de 4 de fevereiro de 1992 (cópia anexa).

2 Em comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que – na definição e demarcação de terras indígenas – fossem levadas em consideração as características sócio-econômicas regionais.

3. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art.231, § 1º da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal e estadual competente.

4. Os órgãos públicos estaduais e municipais deverão encaminhar as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade civil.

A Sua Excelência o Senhor Deputado (nome) Câmara dos Deputados 10.160 – Brasília – DF 2cm

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(Fls. 2 do Ofício nº 524/SG-PR, de 23 de fevereiro de 1998) 2,5 cm 5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão oficial de proteção ao índio serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos. 6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro da Justiça, sobre os limites e a demarcação de terras indígenas, seja informada de todos os elementos necessários, inclusive daqueles assinados em sua carta, com a necessária transparência e agilidade. 1.0 cm Atenciosamente 2,5 cm (Nome e cargo do signatário)

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PODER JUDICIÁRIO São Paulo COMARCA DE AMPARO 3º OFÍCIO JUDICIAL CÍVEL Ofício nº 3/C/1344/98 Processo nº 0876/98 Amparo, 15 de setembro de 1998. Ilustríssimo Senhor: Atendendo ao constante dos autos nº 0876/98 de SEPARAÇÃO CONSENSUAL, requerida por ARMANDO DE CASTRO E SILVA e LUCIANA RIBEIRO SILVA, que se processam perante este Juízo e Cartório respectivo, solicito de Vossa Senhoria as necessárias providências, no sentido de ser descontada mensalmente, na folha de pagamento do Senhor ARMANDO DE CASTRO E SILVA, funcionário dessa instituição, a importância equivalente a 30% (trinta por cento) de seus ganhos líquidos, feitos todos os descontos em folha, a título de pensão alimentícia, devendo tal importância ser depositada, mediante quitação na forma da lei, na conta corrente nº 32.556-9, Agência 450-4, do Banco Bradesco S/A., desta cidade. Na resposta, solicito mencionar número do processo e ofício, bem como os nome das respectivas partes. Nesta oportunidade, apresento a Vossa Senhoria meus protestos de estima e consideração. NAGASHI FURYAMA Juiz de Direito

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OFÍCIO - ESQUEMA PADRÃO

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LEGENDA PARA O ESQUEMA PADRÃO DE OFÍCIOS: 1 - Timbre do órgão 2 - Numeração e data 3 - Invocação 4 - Introdução 5 - Explanação 6 - Fecho 7 - Despedida 8 - Assinatura 9 - Destinatário (nome, cargo, endereço) 10 - Iniciais (redator e datilógrafo)

Quanto à dobragem do papel para ofícios:

Quanto ao endereçamento no envelope, a regra é simples: o nome e endereço do destinatário deve estar mais ou menos no centro do envelope, deixando uma distância proporcional entre as margens e o selo.

MODELO 1

CIRCULAR O termo circular define uma comunicação

(carta, manifesto ou ofício) reproduzida em muitos exemplares e dirigida, simultaneamente, a várias pessoas ou a um órgão, objetivando transmitir avisos, ordens ou instruções de interesse geral. A circular deve ser datada, endereçada e assinada (ou autenticada). Ela não obedece a padrões rígidos quanto a sua forma.

Quando se tratar de carta-circular, o receptor deve ter a impressão de que a carta foi redigida especialmente para ele. Para atingir esse objetivo, o redator deve utilizar uma redação que não seja de todo impessoal.

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EXEMPLOS DE CIRCULAR: São Paulo,

26 de maio de 2003. Sr. Fulano de Tal Caixa Postal 695 SÃO PAULO – SP Senhor (es): Temos o prazer de comunicar a V. Sa. (s) a

inauguração da filial das Lojas Garden, nessa cidade. Continuaremos, como sempre, a prestar a nossos clientes o melhor dos nossos serviços. Esperando merecer de V.Sa. a consideração e confiança com que sempre nos distinguiram, subscrevemo-nos.

Atenciosamente. Lojas Garden S.A. CIRCULAR Nº 50, DE 23 DE MAIO DE.... O DIRETOR GERAL DO TESOURO DO

ESTADO, no uso de suas atribuições, comunica aos Srs. Exatores que, de conformidade com a Portaria nº 2.380, desta data, do Excelentíssimo Senhor Secretário da Fazenda, ficaram determinados, para o corrente exercício, os valores de R$ .....................

(..............................) por cabeça de gado bovino, e de R$...................................

(...............................) para a arroba de lã, para base de cálculo da Taxa de Cooperação, constante do Decreto nº 43.786, de 5 de março de.................

Fulano de Tal Diretor Geral em Substituição Brasília, 13 de maio de 2003.

Senhor(a) Professor(a):

Frente à impossibilidade de alguns professores em comparecer ao Churrasco de Confraternização marcado para 14 de junho, estamos tentando outra data, que será comunicada posteriormente.

Atenciosamente, Jussara

Costa Nunes Coordenadora

Pedagógica

4.4. RELATÓRIO Relatório é a exposição de fatos de uma

administração pública ou privada, acompanhada, se necessário, de gráficos, mapas, tabelas, ilustrações. O relator deve tomar como base um fato real, descrever o(s) fato(s), fazer uma interpretação, e, finalmente, apresentar propostas práticas para sanar os problemas detectados.

Podemos dividir o relatório em três classes distintas:

Quanto ao número de signatários: individual; coletivo;

Quanto à periodicidade:

Normal: surgimento regular; Eventual: surgimento irregular;

Quanto à finalidade:

Tantos tipos quanto forem os objetivos Há vários tipos de relatórios: relatório de

viagem, relatório administrativo, relatório de estudo de caso, de cadastro, de inspeção, de inquérito, de rotina, parcial, progressivo, de pesquisa, científico, contábil, etc. Não importando o tipo de relatório, ele obedece sempre à mesma divisão: introdução, corpo ou desenvolvimento e conclusão.

Introdução: onde é indicado o motivo da feitura

do relatório. Corpo ou desenvolvimento: seção central,

ordenada com destaque dos títulos e assuntos principais, respeitando-se a ordem de sucessão dos fatos.

Conclusão: como o próprio nome indica, é o

encerramento do relatório, a sua parte final, da qual constam:

• considerações finais; • deduções lógicas de argumentação; • sugestões dispostas de maneira clara

e ordenada. • agradecimentos, despedidas etc.

Dentre diversos tipos de relatório, citaremos

apenas aqueles que poderão ter utilidade prática nas áreas a que se destinam. São eles:

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Relatório de gestão social ou anual: é normal, pois é elaborado em períodos regulares, em regra um ano (civil, financeiro ou fiscal); é o “report” de maior importância, pelos esclarecimentos que presta e pela divulgação que promove; exigido por lei ou estatuto, é dirigido aos sócios ou aos acionistas, ou, ainda, ao povo, se a entidade de onde ele emana for associativa, de fim comercial ou estatal.

De inquérito: inclui-se entre os eventuais, ou

seja, são feitos esporadicamente, em virtude de incumbência especial (estudo de normas de trabalho, seleção fortuita de pessoal, visita ou apuração de uma denúncia).

Parcial: diz respeito à fração de exercício ou de

gestão, podendo ser mensal, trimestral, conforme o tempo que abrange.

Progressivo: é aquele que é preparado

periodicamente durante inquéritos, pesquisas ou investigações.

Conclusivo: possui uma conclusão resultante

da análise de outro(s) relatório(s). Científico: estabelece fatos e conclusões, com

uma determinada finalidade; De tomada de contas: constará de um parecer

minucioso e objetivo sobre os elementos apresentados pela entidade, com apreciação a respeito da regularidade ou não das contas, e pela atuação do administrador ou responsável pelo órgão que faz a prestação das contas.

Administrativo: É uma comunicação escrita

submetida à apreciação de uma autoridade superior, geralmente ao final de um exercício, relatando a atuação administrativa. Eles podem ser uma simples carta ou memorando, ou uma exposição de uma conferência, de um gráfico, de uma tabela, desde que requeridos ou utilizados pelos administradores.

Relatório técnico-científico: É o documento

original, através do qual se difundem as informações correntes, sendo elaborado principalmente para descrever experiências, investigações, métodos, processos e análises.

ELEMENTOS DO RELATÓRIO

Os elementos dos relatórios se distribuem

seqüencialmente, desta forma:

1. Folha de rosto – É a página que contém os elementos essenciais à identificação da obra, como entidade, empresa, setor ou departamento, título, autor, local e data; pode haver duas ou mais folhas de rosto (textos em mais de uma língua, edições fac-similadas, etc).

2. Sumário – será organizado ao final do trabalho, incluindo os títulos principais e os subtítulos, com a respectiva página.

3. Introdução – apresentação inicial do trabalho já elaborado, dando imediata ciência ao leitor sobre o aspecto relevante de seu conteúdo.

4. Desenvolvimento – trata-se do texto propriamente dito, uma explanação clara, simples e objetiva do assunto.

5. Conclusão – finalização do trabalho, confirmando, com argumentos, o ponto de vista do autor, apresentada nos mesmos moldes da introdução.

6. Anexos – materiais ilustrativos complementares que se fizerem necessários – tabelas, fotos, gráficos, ilustrações, tabelas, etc – mesmo que não sejam estritamente necessários para a compreensão do assunto.

7. Bibliografia – indicações cuidadosas e precisas, permitindo a identificação de publicações, no todo ou em parte. Quanto à localização, as referências

bibliográficas podem ser: a) inteiramente incluídas no texto; b) parte no texto, parte em nota de

rodapé; c) em nota de rodapé ou de fim de texto; d) em listas bibliográficas, sintéticas ou

analíticas; e) encabeçando resumos.

TÉCNICAS PARA A ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS

A primeira providência é preparar um plano ou

esquema. Com a ajuda do esquema, fica mais fácil perceber a importância do assunto a ser tratado, selecionar os fatos importantes, estabelecer uma hierarquia entre as idéias. Na organização do relatório, é preciso considerar o tema, as circunstâncias, o receptor, a utilidade das informações e a pertinência das sugestões finais.

Escrever muito não significa, necessariamente, escrever bem. O relatório deve se restringir às informações realmente úteis, que podem ser complementadas com tabelas, gráficos, fotos e outras ilustrações que, muitas vezes, causam mais impacto do que as palavras.

No esquema, procure determinar os verdadeiros objetivos do relatório. Faça as seguintes perguntas:

• Por que escrever este relatório? • Quem lerá o relatório? • O que pretendo escrever? • Como fazê-lo?

Respondendo a essas perguntas, você pode

passar à redação do relatório, obedecendo a certas normas:

Estilo - O estilo da redação de um relatório (seja ele de qual tipo for) deve ser formal, considerando as seguintes regras:

- ausência de pronomes pessoais (eu, nós);

- inexistência de abreviações;

- uso da terceira pessoa (Fulano decidiu);

- ausência de estrangeirismos ou regionalismos (a não ser quando imprescindíveis à

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compreensão do assunto);

- preferência pela voz ativa;

- ausência de gírias ou expressões coloquiais.

Ênfase nos pontos importantes - O redator

técnico deve usar a disposição das frases e das palavras no período, com o intuito de realçar as idéias principais. Para isso ele deve considerar que o início do parágrafo é o melhor lugar para colocar a frase que deseja enfatizar. Ela também pode ser colocada no final do parágrafo, se o relator quiser variar, mas nunca deve estar diluída no meio do parágrafo. A ordem inversa também pode ser utilizada para realçar idéias. Ex: Se não for possível modificar o projeto, outras soluções deverão ser encontradas. Ordem inversa: Outras soluções deverão ser encontradas, se não for possível modificar o projeto.

Utilize sempre palavras específicas, pertinentes ao assunto, empregando verbos no imperativo, evitando sempre que possível a voz passiva. Ex: Foram feitas várias alterações. Voz ativa: Fizemos várias alterações.

Divida o relatório em secções e subseções, ou itens e subitens, para realçar as idéias e garantir a atenção do receptor. Os títulos devem ser curtos e uniformes, ou seja, quando no primeiro título aparecer um substantivo, no segundo você pode usar um gerúndio, o que contribui para maior clareza do texto. Ex: 2.1. Definição do campo de atuação. 2.2. Atuando com professores/pesquisadores. (no primeiro título, você utilizou o substantivo atuação; no segundo, você empregou o gerúndio atuando).

Eficácia da redação – Para garantir uma

comunicação eficiente, você deve: - observar a concordância gramatical; - não utilizar um rosário de frases curtas; - eliminar as palavras desnecessárias; - não usar pontos de exclamação ou

reticências, que dão ao texto um caráter subjetivo;

- não utilizar expressões prolixas ou linguagem conotativa (sentido figurado). Ex: O vendedor é rápido como um raio. (linguagem conotativa)/ O vendedor é muito rápido. (linguagem denotativa). Usar expressões simples e curtas. Ex: Com referência ao fato.../ Prefira: Referente ao fato; Durante o ano de 1998.../Prefira: Em 1998...

- evitar fragmentos de frases. Ex: Embora não tenhamos alcançado nossos objetivos. (fragmento de frase)/Embora não tenhamos alcançado nossos objetivos, fomos elogiados pelo diretor. (frase completa)

* Despertar interesse – para conseguir este

objetivo, atente para as seguintes regras: - o relatório deve ser compreensível e fácil de

ler; - a organização das idéias e a concatenação

dos parágrafos (rever Unidade do parágrafo) são fundamentais para manter o leitor atento;

- a distribuição do texto no papel ou apresentação da matéria de forma estética contribui para despertar a atenção do leitor;

- a variação no comprimento dos parágrafos torna a leitura menos cansativa. Uma

seqüência de parágrafos longos é excessivamente cansativa, da mesma forma que uma seqüência de parágrafos curtos;

- Utilize informações precisas. Por exemplo, ao invés de dizer que o inverno foi rigoroso, diga “Neste inverno, a temperatura foi a 3 graus”; no lugar de “Carlos é bom digitador”, prefira “Carlos digita 300 toques por minuto”.

RELATÓRIO ADMINISTRATIVO

PLANO OU ESQUEMA DA MENSAGEM

Relatório de Produção 1. Objetivo 2. Estabelecimento do cronograma 3. Tarefas realizadas 3.1. Quantidade 3.2. Qualidade 4. Tarefas que serão realizadas 4.1. A curto prazo 4.2. A médio prazo 4.3. A longo prazo 5. Tarefas impossíveis de realizar 5.1. Impossibilidade técnica 5.2. Insuficiência de recursos humanos 5.3. Insuficiência de recursos financeiros 5.4. Necessidade de atualização do maquinário e

contratação de pessoal especializado. Após colher o material informativo que sustentará a

mensagem (assunto), e planejada a exposição de idéias, a etapa seguinte é a organização do texto.

O objetivo do relatório vai determinar a direção e organização da mensagem. Considere se a mensagem é informativa, persuasiva ou de orientação.

O passo seguinte é definir o tipo de estrutura narrativa que será seguido: se ela obedecerá a uma ordem cronológica, ou se apresentará, desde o início, os fatos mais relevantes.

Você também pode optar pela dissertação (ver “Os textos e sua tipologia”), seguindo a estrutura introdução, desenvolvimento e conclusão.

As questões “o quê?/ quem?/ como?/ onde?/ e por quê?”, usuais na redação jornalística, têm alcançado maior eficácia.Observe que a ordem da narrativa parte dos fatos mais importantes para os menos significativos.

As estruturas mais comuns de relatórios são: - apresentação de solução de problemas; - enumeração de fatos; - exposição cronológica dos fatos; - argumentação;

Na apresentação que segue a exposição

cronológica dos fatos, expõe-se inicialmente o problema e, em seguida, as causas e efeitos, concluindo com uma solução lógica.

Quando a apresentação segue a exposição cronológica dos fatos, o problema é exposto inicialmente e, em seguida, causas e efeitos, concluindo com uma solução lógica. O esquema seria o seguinte:

1. problema; 2. causa;

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3. efeito; 4. soluções.

Já na exposição por enumeração de fatos ou pormenores, identifica-se em primeiro lugar a idéia principal, que servirá de base para a construção do relatório. A seguir, apresentam-se os fatos que comprovam ou fundamentam a idéia principal.

APRESENTAÇÃO DE SOLUÇÃO DE

PROBLEMAS O modelo indicado para a elaboração desse

tipo de relatório consiste na apresentação da proposição, ou seja, da idéia que se quer “vender”; em seguida, passa-se à apresentação do histórico, provas, argumentos, justificativas, encerrando o relatório com decisões ou conclusões.

Modelo:

Proposição: A Diretoria da Empresa

Anhangüera, reunida no dia 16 de abril último,resolveu alterar sua política de vendas, após análises e discussões sobre as diversas formas de crédito, que vinham sendo praticadas há mais de cinco anos.

Histórico: 1. 40% para clientes preferenciais,

com volume de compra superior a 50 mil mensais;

2. 30% para clientes com volume de compra entre 50 e 30 mil mensais; 3. 20% para clientes com volume de compra até 20 mil mensais;

O prazo para pagamento de mercadorias

também foi alterado, passando para 45 dias para clientes especiais, com volume de compra superior a 30 mil mensais.

ENUMERAÇÃO DOS FATOS (Preocupação espacial)

Este segundo modelo de desenvolvimento do

texto consiste na estrutura com a exploração de elementos espaciais, fazendo uma descrição dos fatos.

Proposição : A Diretoria da Empresa

Fecho de Ouro, reunida no último dia 20 de abril, resolveu alterar sua programação de vendas para a Capital e interior de São Paulo.

Haverá a necessidade de os vendedores alterarem a sua programação de visitas e, particularmente, o volume de vendas, conforme descrito a seguir:

Valorização do 1. Na capital, serão intensificadas as

visitas para estimular as vendas elemento centrais. A cota de produtos à

disposição também será alterada: das espacial antigas 90.000 unidades para 150.000 unidades

2. No interior serão consideradas relevantes as cidades de regiões mais desenvolvidas. As visitas serão em número de duas mensais e terão a sua disposição menor volume de produtos: das antigas 200.000 unidades para 180.000 unidades.

Manifestação Assim esperamos melhorar nossa distribuição na capital e interior do de estado de São Paulo

expectativa

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EXPOSIÇÃO TEMPORAL: CRONOLOGIA DOS FATOS

Introdução: Para dar melhor continuidade às nossas relações comerciais, consideramos relevante relatar-lhes fatos que vêm ocorrendo ultimamente, e que ameaçam nosso longo e harmônico relacionamento.

A partir do dia 4 de

fevereiro fomos surpreendidos com um novo vendedor.

Passamos a ser atendidos por um profissional de poucos recursos técnicos, que não satisfazia a nossas necessidades de informação sobre o produto.

Relato Durante o mês de fevereiro, as visitas foram interrompidas e retomadas, revelando o desinteresse em nos atender.

Cronológico dos Em março, os preços foram reajustados sem prévio aviso. Anteriormente seu vendedor avisava com antecedência sobre nova lista. Em abril, nossas surpresas foram maiores: nossa percentagem diminuiu.

fatos Conclusão Diante de todos

estes fatos, solicitamos urgentemente uma reunião com a diretoria de marketing da Araguaia, a fim de esclarecermos e solucionarmos os problemas.

Argumentação: Introdução: A diretoria da empresa

Fecho de Ouro, que se reuniu no último dia 24 de maio, comunica a seus vendedores algumas decisões relevantes nas transações comerciais com nossos clientes:

Problema: Constatamos queda de vendas e desajuste no atendimento aos nossos clientes. Há inúmeras reclamações, bem como perdas de clientes considerados estratégicos. Nossos produtos têm chegado aos locais de venda em desvantagem com a concorrência, encontrando clientes predispostos a não colocá-los ao alcance do consumidor.

Causa: Constatamos como causa, em primeiro lugar, a ausência de visitas sistemáticas e a carência de esclarecimento aos clientes.

4.5. CARTA

Para escrever uma carta comercial, ou mesmo outras de ordem pessoal, é desejável que o redator se mantenha sempre atualizado, através da leitura de jornais, revistas e livros, e que reflita cuidadosamente sobre a mensagem que deseja produzir, excluindo das cartas comerciais expressões vazias de significado, como: verdadeiro caos, efetivamente, ensejo, lacuna preenchida, por especial obséquio, mui respeitosamente, para os devidos fins, motivos de ordem superior, oportunamente, e outras semelhantes.

O uso desnecessário de semelhantes expressões produz um texto desestimulante, resultando em uma redação ineficaz quanto aos objetivos a que se propõe. A redação administrativa deve destacar-se pela precisão e concisão, centrada exclusivamente na informação e no receptor.

Devem-se eliminar os estrangeirismos, as gírias, os pleonasmos viciosos, as redundâncias, as figuras de linguagem, as opiniões pessoais, os parágrafos intermináveis e outros elementos que sirvam de obstáculo ao entendimento da mensagem. Os defeitos geralmente encontrados na redação administrativa são erros de estrutura da frase (fragmentos de frases, sujeito sem predicado, redundâncias, pleonasmos, oração subordinada sem oração principal etc), e erros gramaticais (emprego incorreto dos pronomes, ausência de concordância nominal e verbal, regência verbal inadequada).

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A correspondência comercial tem a função primordial de informar, persuadir, solicitar informações ou providências, centrando-se no receptor e na mensagem. O redator deve possuir um estilo próprio e conciso, criativo e original, mesmo obedecendo a um certo padrão que rege as cartas comerciais, no que diz respeito às introduções, às fórmulas de saudação e aos fechos de cortesia. Ele deve empregar palavras cujo sentido lhe seja conhecido, e que sejam apropriadas ao momento, redigindo o texto com o mesmo cuidado que teria com uma obra literária, pois a carta comercial exerce também a função de relações públicas e, quando unida à propaganda, é um veículo através do qual a empresa alcança a venda de seus produtos ou serviços.

Feitos esses comentários, disporemos a seguir exemplos de introduções e fechos de cortesia comuns nas cartas comerciais.

INTRODUÇÕES COMUNS NA

CORRESPONDÊNCIA

As introduções devem levar o receptor a continuar a leitura do texto; uma introdução antiquada desestimula o leitor e desmerece o redator. As introduções usuais são:

• Participamos-lhes que... • Atendendo às solicitações

constantes de sua carta datada de...

• Temos a satisfação de comunicar a V. Exa. que...

• Solicitamos a V. Sa... • Informamos a V. Sa ... • Em vista do anúncio publicado no... • Damos ciência a V. Sa... • Comunicamos que...

DEVEM SER EVITADAS AS

INTRODUÇÕES CLICHÊS, COMO: • Venho por meio desta... • Escrevo estas mal traçadas linhas... • Torna-se imperiosa... • É com grata satisfação que... • Venho por meio desta... • Permita-me, oportunamente, dizer... • Lamentamos profundamente ter de

informar que... • No presente momento... • Serve esta para inteirá-lo...

FECHOS DE CORTESIA

É CONSTITUÍDO PELO ÚLTIMO PARÁGRAFO, E OS MAIS COMUNS SÃO:

• Respeitosamente. • Atenciosamente. • Saudações. • Cordiais saudações. • Cordialmente. • Apreciaremos sua pronta resposta. • Subscrevemo-nos atenciosamente. • Com distinta consideração. • Abraços.

Evite estes fechos arcaicos:

• Sem mais para o momento, reitero a V. Exa. protestos de elevada estima e distinta consideração.

• Sendo o que se nos apresenta para o momento.

• Com as expressões de nossa elevada consideração, subscrevemo-nos atenciosamente.

• Agradecendo-lhe, desde já, firmo-me com admiração e respeito.

• Sendo tão somente para o momento, apresento a V. Sa. protestos de estima e consideração.

• Com nossos agradecimentos, renovamos as expressões de nossa elevada consideração e distinta amizade.

A ELABORAÇÃO DO TEXTO

A objetividade e a rapidez são na exposição do pensamento são exigências da vida moderna, que levam o redator a buscar o vocabulário exato, a concatenação de idéias, a clareza do pensamento, a unidade do texto. Nunca é demais frisar as qualidades da redação, quais sejam: Exatidão: evite empregar palavras vagas, pouco usadas, compridas, difíceis, além da capacidade de compreensão do leitor. Desejando impressioná-lo, você pode alcançar um resultado não desejado, como a ineficácia da comunicação. Seja exato, atenha-se aos fatos, evitando imprecisões como: alguns, quase todos, há dias, muitos, poucos. Coerência de idéias: Existe uma transição lógica entre uma frase e outra? Utilizaram-se os conectivos adequados? Existe contradição entre a idéia-núcleo e as idéias complementares? (rever unidade do parágrafo, coesão e coerência) Clareza: qualidade indispensável em qualquer correspondência comercial. Mesmo que existam expressões técnicas no texto, a redação deve ser tão clara que mesmo um leigo no assunto consiga apreender-lhes o sentido. Concisão: o redator deve observar o meio-termo, não escrevendo de forma tão prolixa ou concisa que se torne incompreensível para o leitor.

SIMPLIFICANDO O TEXTO Ao escrever o texto o redator deve se restringir ao essencial, por economia de tempo e levando em conta a objetividade e concisão. Prefira expressões mais curtas, no caso, as da direita: Acusamos o recebimento: recebemos. Segue anexo a esta: anexamos. Na expectativa de: esperamos. Um cheque nominal na importância de: um cheque de. No decorrer do ano em curso: durante. Será prontamente atendido: será atendido. No corrente mês de maio: neste mês. Anteriormente citado: citado. Evite estas expressões clichês: Agradecemos-lhe antecipadamente.

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Aguardamos ansiosamente sua resposta. No devido tempo. Permita-me dizer. Pela presente acusamos o recebimento. Rogamos acusar o recebimento. Lamentamos informar. Servimo-nos desta para inteirá-lo.

ESTÉTICA DAS CARTAS COMERCIAIS As margens esquerda e direita do papel devem ser de 3 cm. O espaço entre as linhas pe de 1,5. Entre os parágrafos colocam-se dois espaços de 1.5 ou três espaços simples. O vocativo pode usar fórmulas como: Prezado Senhor, Senhor Diretor, Senhores, Prezado Amigo, etc. Como outras correspondências técnicas, as cartas comerciais apresentam as seguintes partes: cabeçalho ou timbre; índice e número (algumas vezes apenas números); local e data; endereço ou destino; vocativo; introdução; explanação; ou desenvolvimento; fecho, ou encerramento; assinatura; iniciais (redator e datilógrafo, ou digitador; Obs. Algumas cartas comerciais, de cunho mais informal, não fazem uso de todas as partes citadas, o que não constitui erro nem interfere na eficácia da redação. Modelos: São Paulo, 10 de maio de 2003. Senhor Empresário: Estamos iniciando a comercialização de cartões de natal confeccionados pelos menores da Creche Nossa Senhora de Fátima. Tal iniciativa de deve a uma postura de incentivo à criatividade infanto-juvenil, de integração do menor à sociedade por meio da arte. Convidamos V. Exa. a participar desse processo de integração, adquirindo os cartões da Creche Nossa Senhora de Fátima. Agradecemos, desde já, em nome dos menores, a sua ajuda. Atenciosamente.

Ana Vasconcelos de Souza Diretora Social Porto Alegre, 21 de março de 2003. SvRP/654 –XX Sr. T. A. André Bartholomeu Diretor da Organização Loyde Ltda Rua Castro Alves, 1.100 Santa Maria (RS) Prezado Senhor: Desejando divulgá-la entre os dirigentes de empresas públicas ou privadas, reproduzimos a mensagem da Hewlett Packard para o Dia da Secretária. “Sem ela, você estaria perdido num vendaval de cartas, planos, cálculos, compromissos, lembretes e obrigações sociais; sem ela, você teria de multiplicar desculpas, corrigir erros, justificar atrasos e, quem sabe, mudar de profissão. Sua secretária contribui, de forma inconteste, para seu sucesso. A ela, você deve parte de seu êxito. Quando mais uma vez se comemora o Dia da Secretária, é você quem deve ter um gesto de amizade, em retribuição à sua dedicação e eficiência. Ela merece ser lembrada sempre”. Na oportunidade, enviamos a V. S a. material publicitário referente a essa data cada vez mais festejada em todos os escritórios do país. Atenciosamente, Régis Pereira Chefe do SvRP MT/SB

Deus nos envolve e nos protege com oseu imenso e maravilhoso amor.

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MODELO 2

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MODELO 3

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REQUERIMENTO É o instrumento utilizado para solicitar algo a uma autoridade pública. Não se encaminha requerimento

a firmas comerciais. Neste caso, o pedido deverá ser objeto de carta. O requerimento deverá ser dirigido a autoridade competente para decidi-lo a ser encaminhado através da autoridade a que estiver diretamente subordinado o peticionário.

Características do requerimento:

Pessoa gramatical – Por deferência, emprega-se no preâmbulo a terceira pessoa do singular, que deve

acompanhar o restante do requerimento.

Vocativo – Compreende o pronome de tratamento e o nome do cargo ou função do destinatário, não se

mencionando o nome civil da autoridade, pois, como já mencionado, o requerimento não se dirige à pessoa, mas ao cargo

ou função que ela ocupa. Depois do vocativo, não se coloca nenhuma fórmula de saudação.

Preâmbulo – compreende o nome do requerente (preferencialmente em caixa alta, todo ele), seguido pela sua

qualificação (nacionalidade, estado civil, idade, filiação, naturalidade, domicílio etc.).Nem sempre é necessário que se

coloquem todos esses dados. Quando o requerente é funcionário do órgão ao qual dirige o requerimento, basta indicar

nome, cargo, o setor do órgão onde exerce suas funções, já que os outros dados constam de sua ficha funcional. Quando o

requerimento é feito por um aluno de escola particular ou estadual, basta colocar o nome do aluno, a série e o turno em que

ele estuda, pois os outros dados já constam de sua ficha escolar. A qualificação é mais, ou menos completa, de acordo com

a finalidade a que se destina o requerimento.Na qualificação, é importante distinguir residência, que é o local onde a pessoa

mora habitualmente, de domicílio, que é a sede legal da pessoa, onde ela se presume presente, para efeitos legais.

Texto – a exposição do pedido, em termos claros e concisos, de forma objetiva.

Podem-se invocar leis, decretos ou outros documentos, para fundamentar o pedido, que deve ser feito de

forma cortês, mas sem polidez excessiva, evitando expressões exageradas como: “vem mui respeitosamente”, “vem

humildemente solicitar”, etc. Lembre-se de que você está solicitando algo sob o amparo da lei, e não favores que dependam

da disposição de espírito da autoridade à qual se dirige.

Fecho: É a parte final do documento.São costumeiras as seguintes formas:

Nestes termos,

Pede deferimento.

Abreviação:

N. T.

P. D.

Aguarda deferimento.

A. D.

Termos em que pede e espera deferimento.

Termos em que pede deferimento.

- Local e data: São Paulo, 12 de abril de 2003.

- Assinatura

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MODELOS DE REQUERIMENTO

Senhor Diretor da Escola Alfredo Nasser:

FULANO DE TAL, aluno desta Escola, regularmente matriculado, cursando a primeira série do primeiro

grau, turma B, turno matutino, requer a Vossa Senhoria a dispensa das aulas de educação física, por motivos de saúde,

conforme atestado médico em anexo.

Termos em que pede deferimento.

Goiânia, 17 de abril de 2003.

Fulano de Tal.

.......... .................................................................................................................

Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal

FULANO DE TAL, ocupante do cargo de Escriturário, nível 6, exercendo suas funções junto à Secretaria de

Administração, requer a V.Exa. a concessão do auxílio-família, nos termos do art........, do Estatuto.....................,por se

encontrar licenciado para tratamento de saúde.

Nestes termos, pede deferimento.

Belo Horizonte, 12 de maio de 2003.

Fulano de Tal

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MODELO 4

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PROCURAÇÃO É o instrumento através do qual alguém recebe de outra pessoa poderes para, em nome dela, praticar

atos ou administrar haveres. A procuração pode ser pública, se for lavrada em cartório, ou particular, se passada pela própria pessoa

que a dá. Quem passa a procuração é o outorgante, e quem a recebe, o outorgado, o qual, pode substabelecê-la, isto é, transferir a outrem o mandato, sendo esta pessoa o substabelecido.

Modelo-padrão de procuração para fins comerciais:

PROCURAÇÃO

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RECIBO Recibo é o instrumento escrito pelo qual alguém declara haver recebido alguma coisa. MODELO 6

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CONTRATO É o instrumento através do qual se estabelece um acordo entre duas pessoas ou entidades, as quais se obrigam, uma com a outra, a fazer alguma coisa. O contrato pode ser público, quando passado por tabelião ou oficial de registro público; e particular, quando feito e assinado por particulares.

MODELO 7

Não se esqueça: você tem valor.

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GLOSSÁRIO

léxico – conjunto dos vocábulos de um idioma. vernácula – linguagem sem mescla de estrangeirismo, que usa de correção e pureza ao falar e escrever, idioma do pais nacional. iletrado – inculto, rústico, ignorante, analfabeto. ranzinza – birrento; mal-humorado; teimoso, impertinente, ranheta. veicular – introduzir; transportar; transmitir; propagar; difundir lingüística – ciência da linguagem, isto é, o estudo da língua em si mesma e por si mesma, o mesmo que glotofobia. oclusiva – consoantes explosiva, isto é, aquela que pronunciada pelo fechamento ou oclusão do aparelho vocal, em determinado

ponto imediatamente seguido da sua abertura repentina ou explosão , permitindo a saída do sopro expirador. contritivas – apertura, cochamento. fricativa – Em que há fricção; que produz fricção. elipse – omissão de uma ou mais palavras que se subentendem.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste módulo, você encontrou conteúdo, textos e interpretações para apoiá-lo no seu Curso. Aqui, a

teoria é acompanhada da sua contrapartida – estágio – que será de grande valor para o seu enriquecimento

profissional.

Não pretendemos de forma alguma ditar receitas infalíveis. Nossa intenção é conduzir um diálogo

direcionado a você e dessa forma, ajudá-lo a desenvolver habilidades de estudo – consultas a dicionários

enciclopédias e leitura de textos – tornando-o apto a superar os limites que esse material encerra.

Agora, vamos ao seu desempenho. Se você acertou tudo, passará para o próximo módulo. Caso

contrário, esclareça suas dúvidas com o seu professor/tutor, de acordo com a sua disponibilidade de tempo e

esteja você onde estiver, seja por telefone, fax ou internet (www.colegiopolivalente.com.br)

O desafio de toda Equipe Polivalente é saber articular um ensino profissionalizante de modo a ser

compreendido pela comunidade. O único modo para articulá-lo e vivê-lo, é dando testemunho de vida.

O seu sucesso é também sucesso do CIP.

Afinal, o CIP é você!!!