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Curso Portugus Instrumental Mdulo 1 SENASP/MJ - ltima atualizao em 09/10/2009
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Curso Portugus Instrumental Mdulo 1 SENASP/MJ - ltima atualizao em 09/10/2009
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Apresentao
O curso Portugus Instrumental criar condies para que voc possa:
Compreender e desenvolver a comunicao oral e escrita em situaes mais diversas, considerando o estilo pessoal e a adequao ao contexto comunicativo.
Ampliar os conhecimentos a respeito da lngua portuguesa de forma a aprimorar as habilidades comunicativas orais e escritas para informar, argumentar, persuadir,
emocionar e se relacionar com o outro.
Exercitar diferentes habilidades discursivas para comunicar-se com clareza e eficincia.
Revisar aspectos fundamentais construo de textos em Lngua Portuguesa.
Fortalecer uma atitude crtica e autocrtica como produtor de texto.
Para atingir seus objetivos, o curso est dividido em quatro mdulos:
Mdulo 1 Comunicao: uma experincia pessoal e coletiva
Mdulo 2 Produzindo textos
Mdulo 3 Cuidados a serem observados
Mdulo 4 Texto Ideal: utilizando os conceitos
A competncia de expressar-se por escrito uma exigncia cada vez mais emergente
no meio profissional.
O curso Portugus Instrumental busca mais que qualquer outra coisa, deixar claro
que a viabilidade dessa aprendizagem existe e depende essencialmente de um
esforo pessoal em conquist-la. Quem sabe at, depois de aprendida, possa ser a
escrita uma enorme fonte de prazer, como insinua Frei Beto:
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Deixa tua vocao literria explodir no impulso de vida que corre em tuas veias. No tenhas a pretenso de escrever melhor do que os outros. Basta-te a certeza de que ningum pode escrever igual a ti. O estilo o rosto do autor, e no h dois iguais. Escreve com a pele, no com a cabea. Entrega-te tua obra com paixo, ainda que ela te consuma e resulte na tua condenao e morte. H um tempo para cada coisa, diz o Eclesiastes. Nas letras h um tempo para ler e um tempo para ruminar o que se leu; h um tempo para engravidar de uma situao, idia, imagem ou histria, e um tempo para lev-las ao papel em sinais grficos. No vazes o teu talento em ansiedade. Dedica-te pacientemente ao trabalho e tem coragem de soltar feras, anjos, legies de demnios e fantasmas que povoam cavernas e vulces de tua topografia interior. A alma mais geogrfica que histrica. Tem acidentes, relevos, vales e montanhas; est sujeita a secas e tempestades, varia de estaes e climas. Ningum embarcaria se antes considerasse os perigos do mar. Toda travessia exige confiana no risco. Escreve-se assim: toma-se um punhado de palavras que escorrem cleres por veias, artrias, msculos e mos, derramando-se entre os dedos; esparrama-as sobre folhas secas brancas, dispondo-as ordenadamente, de forma que traduzam idias, sentimentos, emoes, recordaes, vises e propsitos. Respeita a respirao das palavras. Isso que a gramtica chama de pontuao. Deixa que elas descansem ao fim de um conceito, recobrem foras antes de iniciar uma nova frase, estejam cadenciadas por vrgulas e pontos nas oraes. No exija delas flego maior do que possuem e saiba que encerram curioso mistrio, pois as mesmas palavras que servem para registrar o mais inspido documento de cartrio prestam-se igualmente para compor as mais belas obras literrias. Elas formulam sentenas de morte e esperana de vida, bulas de veneno e declaraes de amor, anncios de guerras e tratados de paz. E, quando lapidadas pela sensibilidade e pela intuio, delas brotam poesias, tropis ritmados sobre nuvens. Servem inclusive prpria loucura. Nesse caso, dizem coisas que nem mesmo o raciocnio consegue conter e que extrapolam as leis da grafia e da sintaxe, pois refletem essa irreprimvel necessidade de exprimir o impondervel, de escrever o absurdo, de revelar o absoluto.
Fonte: CLAVER, Ronald. Escrever com Prazer. Belo Horizonte: Dimenso,1999, pp 13/14.
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Mdulo1 Comunicao: uma experincia pessoal e coletiva Este mdulo est dividido em trs aulas:
Aula1 Cuidando da Comunicao
Aula2 O Processo de Comunicao
Aula 3 - Argumentao e a Produo de Texto
Com o objetivo de capacit-lo a:
Identificar as funes da linguagem presentes no processo de comunicao;
Analisar um texto tendo como subsdios os elementos argumentativos utilizados Aula 1 Cuidando da comunicao
Antes de escrever, portanto, aprendei a pensar.
Nicolas Boileau
Como ponto de partida de um curso que trata do uso adequado da Lngua
Portuguesa em diferentes contextos, necessrio estabelecer alguns pressupostos
tericos que o ajudaro ao longo deste estudo a compreender melhor os conceitos
implicados em uma produo textual que se quer eficiente.
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A Lngua
Lngua um sistema arbitrado que se concretiza a partir da interao verbal feita atravs de prticas discursivas.
Essa definio traz como implicao fundamental a interlocuo, que a ao lingstica entre sujeitos.
i n t e r + l o c u o = ao lingstica entre sujeitos
A linguagem tomada como processo propcio comunicao de pensamentos, idias, conhecimentos, sentimentos, valores, etc. A lngua considerada, dessa forma, como sistema arbitrado por configurar-se como cdigo formado por palavras e leis combinatrias que caracteriza o grupo social que a utiliza. Construo lingstica Ao se afirmar que cada grupo se utiliza de recursos especficos da lngua, possvel reconhecer a existncia de diferentes combinaes possveis.
Ou seja, cada um de ns sujeito ativo que decide, intencionalmente ou no, entre
as mltiplas possibilidades de construo lingstica.
importante neste momento reportar-se ao ttulo deste mdulo, pois trata da lngua
como sistema e o sujeito como interlocutor ativo, ou seja, apesar de se configurar
como uma experincia essencialmente social, a lngua se concretiza a partir de uma
ao individual de um sujeito que mobiliza saberes sociais, lingsticos e cognitivos.
A fala O uso individual da lngua, denomina-se fala, da qual surgem as variedades
lingsticas. Parece complicado, mas no ! No cotidiano, voc recorre a discursos
com as mais diferentes caractersticas, determinadas sempre pelo contexto
comunicativo em que est inserido. Veja:
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Ao enviar um e-mail a um amigo ntimo ou um e-mail ao diretor de uma repartio a
que voc est subordinado:
Variao lingstica
So diversos os fatores que determinam a variao lingstica e esses fatores se
relacionam s vivncias particulares de cada falante, como:
Fatores socioeconmicos (trazem implicaes para as diferenas advindas do nvel de escolaridade e do acesso a bens culturais);
Fatores profissionais; Fatores subjetivos; Fatores regionais; e Fatores situacionais.
A pluralidade cultural e as condies socioeconmicas no Brasil
superdimensionam estes aspectos e, por isso, preciso refletir sobre os conceitos
adotados em relao ao que linguagem certa ou errada.
oiii, Fulano. blz? Mi manda akele doc q eu t pedi ainda hj. x] abraao ai ^^ Sandra
Prezado Senhor, Solicito-lhe o envio do documento anexo devidamente preenchido para que possamos tomar as providncias requeridas.
Atenciosamente,
Sandra Mara
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Pessoas que supervalorizam a lngua culta, considerando-a como nica forma a ser
aceita socialmente, muitas vezes agiro de maneira discriminadora e intolerante,
restringindo o conceito de lngua e de seu uso.
Por isso, os lingistas afirmam que no existe certo ou errado, mas uso dos
registros padro ou no-padro.
Quando voc diz: Me d este pacote..., est usando o registro no-padro, pois
gramaticalmente, no se inicia frases com pronomes pessoais oblquos.
J na frase: D-me este pacote..., voc est usando o registro padro, atendendo
regra gramatical que acabou de ser citada.
Adaptao da linguagem
A maior parte dos brasileiros, em seu dia-a-dia, usa mais o registro no-padro.
Pode-se dizer que esto errados?
Que no podem falar assim em suas casas com seus familiares?
Estas questes devero ser analisadas a partir do conceito de adequao.
A linguagem utilizada deve se adequar aos diferentes contextos de comunicao.
Mas, qual das duas opes
voc mais utiliza?
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Se voc est no meio familiar, poder fazer uso de um registro coloquial (no-
padro); se for apresentar um relatrio ou uma palestra no trabalho, dever utilizar o
registro culto (considerado como padro para situaes formais).
Reconhecer a importncia de se adequar aos inmeros contextos o primeiro passo
que damos em direo a uma comunicao eficiente, seja no mbito profissional ou
pessoal.
Seja qual for o ambiente em que se encontre e as pessoas com quem se
comunica, primordial reconhecer a necessidade de adaptao da linguagem
utilizada entre os interlocutores, o que envolve a reelaborao discursiva.
Na tirinha abaixo, com muito humor e muita perspiccia, Lus Fernando Verssimo
trata exatamente disto. Como voc deve falar para que seja entendido?
Fonte: http://literal.terra.com.br/verissimo/biobiblio/ostipos/ostipos.shtml?biobiblio2
Aula 2 - O Processo de comunicao
Aproveitando o exemplo da tirinha anterior voc estudar agora o processo de
comunicao.
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Entre os diferentes aspectos envolvidos no processo comunicativo, destaca-se a
inteno do emissor no momento da comunicao, o que implica definir:
O que se quer comunicar; Para quem; Como se vai comunicar; Qual canal de comunicao ser utilizado; e Em que contexto ela ocorrer.
Tais aspectos nos reportam s funes da linguagem, propostas por Roman Jakobson: funo emotiva (ou expressiva), funo referencial (ou denotativa), funo apelativa (ou conativa), funo ftica, funo potica, funo metalingstica.
Funes da linguagem
Todo processo comunicativo, implica intencionalidade. Para cada um dos elementos
da comunicao corresponde uma funo da linguagem. Ao se comunicar,
entretanto, utilizam-se concomitantemente vrios recursos e, conseqentemente, o
discurso serve a diversas funes.
importante definir qual o objetivo de comunicao para estabelecer o foco a ser
dado a partir das funes possveis.
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Fonte: http://www.graudez.com.br/literatura/funling.htm
Funo emotiva (ou expressiva)
Centralizada no emissor, revelando sua opinio, sua emoo. Nela prevalece a 1 pessoa do singular, interjeies e exclamaes. a linguagem das biografias, memrias, poesias lricas e cartas de amor.
Funo referencial (ou denotativa)
Centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informaes da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3 pessoa do singular. Linguagem usada nas notcias de jornal e livros cientficos.
Funo apelativa (ou conativa)
Centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, comum o uso de tu e voc, ou o nome da pessoa, alm dos vocativos e imperativo. Usada nos discursos, sermes e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.
Funo ftica
Centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou no o contato com o receptor, ou testar a eficincia do canal. Linguagem das falas telefnicas, saudaes e similares.
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Funo potica
Centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela metafrica. Valorizam-se as palavras, suas combinaes. a linguagem figurada apresentada em obras literrias, letras de msica, em algumas propagandas etc.
Funo metalingstica
Centralizada no cdigo, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua funo e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente os dicionrios so repositrios de metalinguagem.
Postura comunicativa
Conhecer a lngua uma necessidade, pois a conscincia de suas mltiplas
possibilidades que nos d condies de fazer escolhas, de optar por esta ou aquela
forma, por esta ou aquela palavra, por esta ou aquela postura comunicativa.
Quando voc conhece, pode se posicionar criticamente, por exemplo, diante da
dinmica de evoluo da lngua.
O que influencia uma pessoa a usar vcios de linguagem novos como o
gerundismo e incorpor-los nossa maneira de falar com tanta rapidez?
Talvez a resposta esteja no fato de que, muitas vezes, as pessoas no analisam
como falam ou como escrevem e apenas agem por intuio...
Devemos ento pensar em como utilizar os conhecimentos que temos a respeito da
lngua em favor de uma comunicao eficiente. Leia o artigo publicado na Revista
Lngua, da professora Beth Brait:
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Todos ns, mortais, temos a impresso de que os escritores nascem sabendo
escrever bem: seus textos saltam prontos da imaginao privilegiada para as
pginas impressas de um livro. Por mais que eles insistam em afirmar que
escrever significa mais transpirao que inspirao, que o processo um eterno
pisar em grilos, exigindo rigorosa disciplina, ficamos com a sensao de que isso
tudo s vale para os que no nasceram escritores. Para poetas e prosadores natos,
basta preencher as folhas brancas com palavras, frases, pargrafos que,
magicamente, materializam-se em histrias, personagens, espaos, paisagens,
mundos cativantes. Nada de releituras, emendas, trocas de palavras, eliminao
de excessos, incluso de trechos, correo de deslizes.
Ledo engano. A atividade da escrita um processo trabalhoso, exigindo de seu
empreendedor bem mais que talento. Independentemente de sua finalidade,
escrever requer observao, conhecimentos, vivncia, pesquisa, planejamento,
conscincia das formas de circulao, muita pacincia e, conseqentemente,
leituras, releituras, construo e reconstruo. Com os grandes escritores,
podemos identificar os esforos exigidos por essa atividade, surpreendendo
alguns momentos em que eles demonstram a forte e ambgua relao que
mantm com seus textos, expondo a maneira como administram detalhes que
envolvem a escritura e, tambm, aps a publicao, o interesse pelas formas de
recepo. E essas exposies entreabrem uma fresta para que os demais
escreventes conheam alguns percursos e percalos do escrever, do dar
acabamento a um texto, das formas de v-lo correr mundo.
Fonte: BRAIT, Beth. Escrever, argumentar, seduzir. Revista Lngua. Disponvel em: . Acesso em: 25 out 2007.
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Comunicao eficiente
A conscincia de que escrever exigir muito trabalho, no quer dizer que tal ao
seja impossvel. Ao contrrio, voc chamado a uma atividade que impe reflexo
e conhecimento. Se por um lado define-se o que escrever e como faz-lo, impe-se
que se pense tambm na natureza dessa escritura como algo dirigido a mais algum
e, portanto, coletivo.
Quando voc escreve um texto, seu papel de emissor e como tal, responsvel pela
elaborao da mensagem e a escolha mais adequada dos elementos que permearo
todo o texto e que determinaro o interesse do receptor.
Ao se remeter intencionalidade do autor, remete-se tambm conscincia do
potencial comunicativo do texto. Inerente ao ato da escrita, est a necessidade de
socializar nossas idias, sentimentos, certezas e incertezas sobre os mais diferentes
assuntos. Por isso preciso considerar, no momento da produo escrita, os
elementos da comunicao e suas implicaes na construo textual.
A eficincia comunicativa do seu texto est irremediavelmente ligada a todo um
trabalho consciente e bem executado.
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Aula 3 - Argumentao e a produo de texto
Quanto mais conscincia voc tem do valor das palavras, mais fica exigente no emprego delas.
Carlos Drummond de Andrade
Em seu cotidiano, das mais diversas maneiras e com os mais diversos propsitos,
voc pensa e argumenta: seja no trabalho para apresentar uma nova idia aos
colegas ou ao chefe; seja em poca de eleio para convencer que o seu voto em
determinado poltico tem razo de ser; seja no comrcio, ao tentar convencer
algum de que preciso lhe dar um desconto; seja em casa, ao tentar convencer os
filhos de que ler melhor do que conversar com os amigos no Messenger...
Veja o quadrinho na pgina seguinte e reflita sobre a consistncia argumentativa. Consistncia argumentativa possvel argumentar sobre o que no se conhece?
Fonte: http://www.depositodocalvin.blogspot.com/
cabvel afirmar que a argumentao um recurso cujo propsito se centra na
tentativa de persuadir algum.
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Ao se argumentar, se objetiva convencer algum a pensar como ns ou
simplesmente, gostaramos de apresentar nossas idias. Para tanto, utiliza-se muitas
vezes a funo apelativa e referencial da linguagem.
A funo apelativa subsidia a argumentao com informaes relevantes e
funo referencial busca os recursos lingsticos para chamar a ateno do
receptor.
Componentes do discurso
Ao se produzir textos, o uso adequado de argumentos crucial, pois eles
representaro os fundamentos de suas idias, as quais sero por eles validadas e
defendidas a fim de convencer o leitor de que essa a correta ou de que essa
apresentada de maneira aceitvel.
Em um discurso argumentativo, distinguem-se variados componentes, dentre eles, a
tese, os argumentos, as premissas e a concluso:
A tese ou proposio a idia fundamental defendida pelo autor de um texto e,
portanto, passvel de discusso, j que expressa um ponto de vista.
Os Argumentos devem ser eficientes, pois a argumentao que garante a
aceitao da idia apresentada.
Premissas so as razes que o sustentam o argumento dando suporte para a
concluso.
Concluso a alegao final que encerra o texto.
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O Desenvolvimento da tese
O desenvolvimento da tese considera que a mesma sempre produto de opes
que
seguem
a
seguinte
hierarqu
ia:
Estes trs pontos conduzem ao objetivo do texto.
Com uma definio antecipada possvel evitar que o texto se torne um amontoado
de idias que pouco se correlacionam ou que no contribuam efetivamente para a
construo de um tecido argumentativo que produza o sentido desejado.
O desenvolvimento da tese exige que em primeiro lugar se delimite o tema, o que
possibilita a reflexo sobre o pressuposto do qual se partir.
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O pressuposto est irremediavelmente ligado ao capital cultural, as ideologias,
vivncias, leituras. O pressuposto traduz a viso sobre o assunto e norteia toda a
argumentao na medida em que define a coerncia interna do texto.
A ordenao adequada dos argumentos determina seu encadeamento e conduz
unidade de sentido.
O sentido do texto
Leia o poema de Clarice Lispector a seguir e depois volte a ler de baixo para cima. Perceba o quanto a ordenao das afirmaes feitas muda completamente o sentido final do texto.
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No te amo mais
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis
Tenho certeza que
Nada foi em vo
Sinto dentro de mim que
Voc no significa nada
No poderia dizer mais que
J te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
tarde demais.
tarde demais.
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
Eu te amo!
E jamais usarei a frase
J te esqueci!
No poderia dizer mais que
Voc no significa nada
Sinto dentro de mim que
Nada foi em vo
Tenho certeza que
Ainda te quero como sempre quis
Estarei mentindo dizendo que
No te amo mais
Argumentao eficiente
possvel utilizar vrios recursos para alcanar uma argumentao eficiente, entre
eles, destacam-se:
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Citao: apresentao, no corpo do texto, de uma informao extrada de outra fonte devidamente indicada e que d autoridade ao texto. A citao pode ser direta
ou indireta.
Direta refere-se transcrio integral e literal de uma parte do texto pesquisado.
Nesse caso, indica-se obrigatoriamente sua fonte. Exemplo: O fenmeno bullying,
termo de gnese inglesa, definido como: (...) um comportamento cruel intrnseco
nas relaes interpessoais, em que os mais fortes convertem os mais frgeis em
objetos de diverso e prazer, atravs de brincadeiras que disfaram o propsito de
maltratar e intimidar (FANTE, 2005, p.29).
Indireta refere-se transcrio das idias do autor consultado, porm usando as
suas palavras, ou seja, parafraseando. Exemplo: Fante (2005, p. 73) afirma que o
agressor compraz-se em oprimir, humilhar, subjugar os mais fracos. Geralmente,
pertence a uma famlia desestruturada, apresenta carncia afetiva, tem dificuldades
de se adaptar s normas, entre outros.
Evidncias: apresentao de informaes (dados, estatsticas, percentuais) que comprovem as idias. As informaes devem ser fidedignas e do conhecimento de
todos. Voc s persuadir seu interlocutor com informaes verdadeiras, que tm
respaldo na realidade.
Exemplos e ilustraes apresentao de exemplos conhecidos e de fatos que ilustrem ou facilitem a compreenso das idias expostas.
Argumentos de valor universal: apresentao de idias universalmente aceitas sobre as quais no se contesta.
Relao de causalidade: estabelecimento das relaes de causa e conseqncia.
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OBS: As citaes devem ter relao direta com o assunto tratado no texto,
reforando as idias apresentadas.
O uso adequado das citaes evita que se recorra ao plgio.
Construo de textos Alm de todos os recursos, lembre-se de que a construo de textos uma atividade relacionada diretamente capacidade argumentativa, o que implica o estabelecimento de relaes, confronto de idias, anlise, problematizao e criticidade. Assim como no ato de leitura, a aquisio dessas habilidades um processo paulatino e que exige, portanto, a prtica insistente de exerccios que instiguem o raciocnio e oportunizem a maturao intelectual.
Importante! No h receitas definitivas ou concludentes sobre o assunto
abordado, apenas o consenso de que trabalho rduo s pode trazer resultados
profcuos.
Antes de terminar o estudo desta aula leia as dicas do texto 10 Dicas para Aumentar
seu Poder de Persuaso.
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Resumo
Neste mdulo, voc estudou que ...
A lngua apesar de se configurar como uma experincia essencialmente social, se
concretiza a partir de uma ao individual de um sujeito que mobiliza saberes sociais,
lingsticos e cognitivos.
Reconhecer a importncia de se adequar aos inmeros contextos o primeiro passo
que damos em direo a uma comunicao eficiente, seja no mbito profissional ou
pessoal.
Entre os diferentes aspectos envolvidos no processo de comunicativo, destaca-se a
inteno do emissor no momento da comunicao, o que implica definir o que se
quer comunicar; para quem; como se vai comunicar; qual canal de comunicao
ser utilizado e em que contexto ela ocorrer.
Conhecer a lngua uma necessidade, pois a conscincia de suas mltiplas
possibilidades que nos d condies de fazer escolhas, de optar por esta ou aquela
forma, por esta ou aquela palavra, por esta ou aquela postura comunicativa.
Quando voc escreve um texto, seu papel de emissor e como tal, responsvel pela
elaborao da mensagem e a escolha mais adequada dos elementos que permearo
todo o texto e que determinaro o interesse do receptor.
A argumentao um recurso cujo propsito se centra na tentativa de persuadir
algum.
Em um discurso argumentativo, distingui-se variados componentes, dentre eles: a
tese, os argumentos, as premissas e a concluso.
possvel utilizar vrios recursos para alcanar uma argumentao eficiente, entre
eles, destacam-se: a citao, as evidncias, os exemplos, as ilustraes,
argumentos de valor universal e a relao de causalidade.