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Professor: Rodrigo Sodero Instagram: @profrodrigosodero Facebook/FANPAGE: Rodrigo Sodero III e Professor Rodrigo Sodero PÓS - GRADUAÇÃO EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO PRÁTICA PROCESSUAL PREVIDENCIÁRIA

PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO PRÁTICA … · preliminar de contestação. Pode ser prorrogada (art. 65, ... inexistência de foro federal na comarca de seu domicílio

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Professor: Rodrigo Sodero

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Facebook/FANPAGE: Rodrigo Sodero III e ProfessorRodrigo Sodero

PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO

PREVIDENCIÁRIO

PRÁTICA PROCESSUAL PREVIDENCIÁRIA

COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA

De início, cumpre se distinguir jurisdição decompetência.

Jurisdição: é a atividade do Estado que tem porobjetivo fazer atuar concretamente a lei nos conflitosde interesse.

Competência: é a delimitação da jurisdição. Traduz aideia de divisão da jurisdição entre os órgãos dosJudiciário.

Os critérios para determinação da competência são decaráter objetivo, funcional e territorial.

COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA

Critério objetivo: subdivide-se na competência emrazão do valor da causa, da matéria e da pessoa.

Critério funcional: diz respeito às funções do juizdentro do processo (Exemplo: Câmara ou Turma deTribunal é responsável pelo julgamento de determinadamatéria).

Critério territorial: a competência é definida pelodomicílio das partes, pela situação da coisa ou pelolugar de certos atos ou fatos.

COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA

A competência pode ser classificada em absoluta ourelativa.

A incompetência absoluta pode ser declarada de ofícioe pode ser alegada em qualquer tempo ou grau dejurisdição, independentemente de exceção (art. 64, § 1º,do CPC).

O CPC prevê em seu art. 64 que a alegação deincompetência relativa deve ser feita como questãopreliminar de contestação. Pode ser prorrogada (art. 65,do CPC).

COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA

Para fins de definição da competência para

julgamento das ações previdenciárias, podemos

dividi-las em causas que discutem as prestações

comuns e de índole assistencial e aquelas cuja

origem é acidentária (acidente do trabalho ou

doenças equiparadas; vide arts. 19 a 23, da Lei

8.213/91).

COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA

O valor da causa ainda é critério para oajuizamento das ações perante o JEF (art. 3º,da Lei 10.259/01).

Atenção: o JEF não é competente para julgarmandado de segurança (art. 3º, § 1º, inciso I, daLei 10.259/01).

COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA

Prestações comuns previdenciárias:

Estabelece o art. 109, inciso I, da CF, que compete aosjuízes federais processar e julgar as causas em que aUnião, entidade autárquica ou empresa pública federalforem interessadas na condição de autoras, rés,assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as deacidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral eà Justiça do Trabalho.

A competência em estudo é definida em razão dapessoa, cabendo, portanto, à Justiça Federal julgar oslitígios em que estes entes estejam presentes,observadas a exceções mencionadas na parte final dodispositivo.

COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA

Assim, as ações que buscam a concessão,restabelecimento, manutenção, anulação ou revisão debenefícios previdenciários cuja origem não estejaligada a acidente de trabalho e doenças equiparadas,devem ser propostas na Justiça Federal.

Atenção: diz a Súmula 689, do STF, que o seguradopode ajuizar ação contra a instituição previdenciáriaperante o juízo federal do seu domicílio ou nas varas daCapital do Estado-Membro.

COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA

Prestações comuns previdenciárias e a competência federaldelegada:

Estabelece o art. 109, § 3º, da CF, que serão processadas ejulgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dossegurados ou beneficiários, as causas em que forem parteinstituição de previdência social e segurado, sempre que acomarca não seja sede de vara de juízo federal.

Condição para utilização da competência federal delegada:inexistência de foro federal na comarca de seu domicílio.

COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA

Atenção: no caso de mandado de segurança não é cabível adelegação de competência, já que é privativo da JustiçaFederal o julgamento da ação mandamental contra ato daautoridade coatora federal (art. 109, inciso VIII, da CF).

Recurso: deve ser direcionado ao TRF! (art. 109, § 4º, da CF)

COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA

Ações acidentárias:

Estabelece a parte final do art. 109, inciso I, da CF, que

compete aos juízes estaduais processar e julgar as

causas referentes à benefícios previdenciários de

natureza acidentária (Súmula 15, do STJ e 501, do STF).

Ação de revisão de benefício acidentário: a

competência é da justiça estadual (precedente: STJ,

AgRg no CC 117.486/RJ).

COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA

Ação que envolve pensão por morte de origem

acidentária: a competência é da justiça estadual

(precedentes: STJ, CC 132.034/SP e STF, AgrAI

722.821).

Ação de acumulação de benefício comum com

benefício acidentário: competência da justiça federal

(precedente: STF, RE 461.005/SP).

COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA

Competência para declaração da morte presumida:

quando requerida com o único objetivo de recebimento

da pensão por morte é de competência da justiça

federal, não se confundindo com a declaração de

ausência prevista nos arts. 22 a 29 do CC e 1.159 a

1.169, do CPC (precedente: STJ, CC 130.296/PI).

JEF: O JEF não seria competente, pois haveria a

necessidade de citação por edital do segurado ausente

(precedente: STJ, cc 93.523 – Savaris critica – p. 532).

COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA

Ações referentes à benefício assistencial:

O art. 29, parágrafo único, da Lei 8.742/93, estabelece

que o INSS será responsável pela execução e

manutenção do benefício assistencial, razão pela qual,

na forma do art. 109, inciso I, da CF, compete aos juízes

federais processar e julgar as causas referentes a esta

prestação.

Atenção: a competência federal delegada é possível

neste caso!

COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA

Havendo conflito de competência entre juízesfederais e estaduais caberá ao STJ dirimir acontrovérsia.

Quando o conflito se der entre juiz federal e juizestadual investido na competência federal, é doTRF a competência para dirimi-lo (Súmula 3, doSTJ).

COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA

Se o conflito ocorrer entre juiz federal de vara

comum e juiz federal de vara do JEF, a

competência para decidi-lo também será do TRF

(Súmula 428, do STJ).

Já no que condiz ao conflito entre JEF´s caberá à

Turma Recursal do Estado o julgamento.

INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES

PREVIDENCIÁRIAS

A comprovação do indeferimento administrativocomo condição das ações previdenciárias é temade debate frequente no Poder Judiciário.

Interesse de agir: necessidade + adequação =necessidade concreta da atividade jurisdicional eadequação de provimento e procedimentodesejados.

Sem a comprovação do indeferimento doadministrativo ou da omissão de resposta no prazolegal (art. 49, da Lei 9.784/99), não existiriainteresse de agir do requerente.

INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES

PREVIDENCIÁRIAS

Consequência: extinção da ação sem apreciaçãode mérito (art. 485, inciso VI, do CPC).

Particularmente, entendemos pela desnecessidadeda comprovação do indeferimento do pedidoadministrativo para a propositura das açõesprevidenciárias, sob pena de afronta ao princípioda inafastabilidade do controle jurisdicional (art. 5º,inciso XXXV, da CF).

INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES

PREVIDENCIÁRIAS

Ações de revisão de impugnação de ato deconcessão ou de impugnação de ato dereajustamento: há evidente interesse de agir, poissó é cabível quando o INSS comete algumequívoco no cálculo da RMI ou no reajuste daprestação previdenciária.

Exceção (pode gerar discussão!): quando adocumentação não foi apresentada à época dopedido de concessão (ressalva do STF quando dojulgamento do RE 631.240/MG).

INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES

PREVIDENCIÁRIAS

Ações de restabelecimento: há evidente interessede agir, pois o INSS pratica ato administrativoinvasivo.

Importante: segundo a TNU o pedido deprorrogação do auxílio-doença não é necessáriopara a configuração do interesse de agir nas açõesde restabelecimento deste benefício (PEDILEF5006414-91.2012.4.04.7005, julgado em 19.08.2015).

Ações de manutenção: está presente o interessede agir, pois há perigo iminente de cessação,cancelamento, suspensão ou diminuição do valordo benefício.

INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES

PREVIDENCIÁRIAS

Ações de anulação: o interesse de agir está presente,pois o benefício foi concedido à terceiro em prejuízo dorequerente, que também o pleiteouadministrativamente.

Exceção: quando não há pleito administrativo por partedo requerente o interesse de agir certamente serádiscutível.

INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES

PREVIDENCIÁRIAS

Ações de concessão:

O STF, na decisão proferida RE 631.240/MG,

entendeu pela necessidade do prévio ingresso na

via administrativa - com indeferimento ou omissão

de resposta no prazo legal (art. 49, da Lei 9.784/99)

- para a caracterização do interesse de agir nas

ações previdenciárias de concessão de benefício.

STJ: REsp repetitivo 1.369.834/SP.

INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES

PREVIDENCIÁRIAS

O STF estabeleceu um regime de transição emrelação às ações propostas anteriormente aojulgamento do RE 631.240/MG (27.08.2014).

Nos casos de ações ajuizadas perante JEF`sitinerantes, a ausência de prévio requerimentonão deve implicar a extinção do feito.

Caso o INSS já tenha apresentado contestação demérito, está caracterizado o interesse de agir pelaresistência de pretensão, ainda que nãoformulado o requerimento na esferaadministrativa.

INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES

PREVIDENCIÁRIAS

Os demais processos serão sobrestados para:

Intimação do autor para dar entrada no pedidoadministrativo em 30 dias, pena de extinção doprocesso sem o julgamento do mérito.

Comprovada a postulação, o INSS deverá semanifestar em até 90 dias.

INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES

PREVIDENCIÁRIAS

Se concedido o benefício administrativamente ounão puder ser analisado o requerimento porrazões atribuíveis ao próprio requerente(ausência de comparecimento para perícia ouentrevista, por exemplo), deve-se extinguir oprocesso sem o julgamento do mérito.

Na hipótese de indeferimento na esferaadministrativa, reputa-se caracterizado ointeresse processual, devendo-se prosseguir ofeito, superada esta preliminar.

INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES

PREVIDENCIÁRIAS

Em todo caso, quando da análise administrativaou judicial, para efeitos de fixação da DIB (oucomo formalizado o requerimentoadministrativo), será levada em conta a data doinício do processo (sendo posteriormentedecidido, em cada caso, se o marco inicial será oajuizamento da ação ou da citação do INSS).

Atenção: entendemos que no caso de ação deconcessão do melhor benefício, o préviorequerimento administrativo é desnecessário,tendo em vista que é obrigação do INSS concedera mais beenéfica prestação ao segurado.

INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES

PREVIDENCIÁRIAS

Atenção: pela mesma razão, entendemos quenão é necessário o prévio requerimento deconcessão específico do benefício comocondição da ação previdenciária quando osegurado requer prestação diversa da que temdireito (exemplo: requer benefício assistenciale tem direito a aposentadoria por idade) ou,no caso de benefício por incapacidade,quando o INSS tem ciência da situação dorequerente, devido as perícias médicasperiódicas que é submetido!

INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES

PREVIDENCIÁRIAS

Atenção: do mesmo modo, no caso de lide presumidao requerimento administrativo deve ser dispensado(STJ, AgRg no REsp 1.331.251/PR!

Exemplo: concessão da aposentadoria especial comreconhecimento da especialidade de tempo de serviçode posterior a edição da Lei 9.032/95 para ocontribuinte individual não cooperado (art. 259, incisoI, da IN INSS/PRES 77/2015).

Atenção para o Enunciado 79, do FONAJEF: Acomprovação de denúncia da negativa de protocolode pedido de concessão de benefício, feita perante aouvidoria da Previdência Social, supre a exigência decomprovação de prévio requerimento administrativonas ações de benefícios da seguridade social.

INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES

PREVIDENCIÁRIAS

Demora para o ajuizamento da ação judicial: não érazoável exigir do segurado que o indeferimentoadministrativo formalizado pelo Poder Público sejarecente. Uma vez indeferido o pedido administrativo,abre-se espacço para a revisão judicial de tal atoadministrativo (TNU, PEDILEF05041086220094058200)