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Pós-Graduação em Gestalt-TerapiaProfa: Priscila Lima
Fenomenologia = estudo ou ciência do fenômeno.
Fenômeno = tudo que aparece, descrever aparências.Fenomenologia
Banal
Descrição de um objeto de um ponto de vista qualquer
Fenomenologia Rigorosa
Considera o Ser como fundo de onde emerge a
descrição.
Séc. XX (1901, 1907,1911) Husserl deu um conteúdo novo a uma palavra já antiga: o sentido do ser e do fenômeno não podem ser dissociados.
Ideal Positivista Sujeito puro que asseguraria a objetividade e a coerência dos diferentes domínios do conhecimento objetivo.
• Husserl censura a psicologia ter tomado os métodos das Ciências Naturais e aplicá-los sem discernir que seu objetivo é diferente.
Influência de Brentano: fenômenos psíquicos (intencionalidade) fenômenos físicos
• A vida psíquica é um dado imediato, não
exige reconstrução, mas somente descrição. “Nós explicamos a natureza, compreendemos
a vida psíquica” (Dilthey).
Método ExperimentalMétodo Científico por excelênciaPressuposto: Cientista e objeto de
estudo são independentes.Método Experimental na
PsicologiaRestringir o objeto de estudo aos
aspectos externamente observáveis do psiquismo.
Método Experimental e Observação Externa A vivência ou experiência vivida só pode ser
alcançada diretamente pelo próprio sujeito. O comportamento revela, externamente,
aspectos da experiência de forma indireta que pode levar a enganos.
Ex: Criança e a minhoca.
As situações que uma pessoa vivencia não possuem apenas um significado em si mesmo,
mas adquirem um sentido para quem as experiencia, que se encontra relacionado à sua
própria maneira de existir.
Reduzido à pergunta:
Quanto dele existe para o indivíduo?Mundo absoluto
Mundo da CiênciaCOMUM
Neurótico
Em-si InsondadoConhecimento
Indireto – Apito de Galton
Meios de percepção estáveis + interesses
Inibições sociais e neuróticas
Fazendeiro Campo Agrônomo
Piloto de Comerciante
Pintor Milho
Namorados
Realidade objetiva – porção de terreno na qual um cereal é cultivado.
Realidade subjetiva ?
O Sentido É uma experiência íntima que geralmente escapa à observação do psicólogo , pois o ser humano não é transparente.
O mundo é um objeto intencional com referência a um sujeito pensante, o que invalida a objetividade absoluta.
Fenomenologia é ir às “coisas mesmas”. Descobri-las tais quais se apresentam aos meus sentidos, tais quais eu as percebo.
Mas é um ir em busca aliado à minha própria experiência subjetiva concreta: é um olhar e ver, não apenas uma colocação diante de algo.
É participação, movimento. Redução: desvinculado de preconceitos, atingir
o ponto mais essencial do objeto.
Redução: busca do significado, uma procura pelo subjacente, em detrimento do simples aparente.
Não é uma simples descrição do fenômeno, do aparente (fenomenismo).
Fazer fenomenologia é realmente se embrenhar por dentro da realidade, para desvendar o que está por detrás dela.
O Campo É uma totalidade em que as partes em relacionamento imediato reagem umas às outras.
OutroC.
FenomenológicoEU
Fenômeno integra a consciência e o objeto, unidos no próprio ato de significação.
O fenômeno está penetrado no pensamento e o pensamento só se expõe no fenômeno.
Totalidade de experiências das quais a pessoa toma consciência no momento da ação.
Afirmar pelo outro é projeção no campo fenomenal do outro: na fenomenologia nos postamos numa atitude de espera, de observação atenta, para permitir acesso do fenômeno à consciência.
Busco encontrar-me com meu cliente, com ele, e através dele. Abrir-me para perceber-lhe a essência, a totalidade.
Investigação da vivência das pessoas em determinadas situações.
Propõe-se a chegar à essência do conhecimento, através da redução fenomenológica.
ReduçãoRetornar ao mundo da vida, tal qual aparece antes de qualquer alteração produzida por teorias e preconceitos: retornar à experiência vivida e sobre ela fazer uma profunda reflexão.
Procurar captar o sentido da vivência experienciada pela pessoa.
O pesquisador deve iniciar o seu trabalho voltando-se para a sua própria vivência a
fim de refletir sobre ela para captar o significado da mesma em sua existência.
Há impossibilidade de uma redução ser completa?
Reflexão profunda sobre preconceitos em nós estabelecidos, transformando-os em condicionamentos conscientes, sem jamais negar a sua existência (Merleau- Ponty, 1973).
“Consiste na descrição do processo tornando-o presente como objeto de consciência e podendo assim orientar a ação.” (Amatuzzi, 1995, p.67)
Filosofia: Sartre e Merleau-PontyPsiquiatria: JaspersPsicologia fenomenológica: Yolanda
Forghieri, Adriano Holanda, Amatuzzi, William Gomes, Amadeo Giorgo, etc.
Utilizar a redução fenomenológica para investigar formas concretas de existências:
“Estou pesquisando tal coisa; o que você pode dizer-me sobre isso a partir
da sua experiência pessoal?”
Diferente de uma opinião ou teoria. A pesquisa fenomenológica busca acessar
a apreensão da realidade a partir do sentido desta para uma subjetividade intencional.
Apesar da peculiaridades dos modos de existência, também somos seres humanos semelhantes existindo num mesmo mundo, é esta estrutura comum que nos possibilita compreendermo-nos e conhecermo-nos uns aos outros.
“Somos um para o outro colaboradores numa reciprocidade perfeita; nossas perspectivas deslizam uma na outra, coexistindo através
de um mesmo mundo” (Merleau-Ponty) O sujeito volta a sua própria vivência no seio da
relação intersubjetiva.
A pesquisa em Ciências Humanas é do tipo sujeito-sujeito, subjetividade-subjetividade, ou seja, intersubjetiva.
Ao invés de fatos temos fenômenos.Fenômenos são vividos.O fato humano É um conjunto de significados.
Pesquisa qualitativa Há reciprocidade no ato de observação,
observador e observado são interatuantes.
Pesquisador como facilitador do acesso ao vivido, não basta uma simples instrução.
A descrição do pesquisador deve ser confirmada pelo sujeito pesquisado quando possível.
Dimensão clínicaA pesquisa fenomenológica é dialética e mobilizadora.
Yolanda Forghieri (2004)Envolvimento ExistencialDistanciamento Reflexivo
Envolvimento Existencial Abertura a vivência a ser investigada,
colocando fora de ação os conhecimentos adquiridos sobre ela.
Penetrar na vivência de modo espontâneo e experiencial.
Não só recordar, mas reviver de modo intenso.
Sair de uma atitude intelectualizada para se soltar ao fluir de sua própria vivência.
Compreensão Pré-reflexiva Deixar surgir intuição, percepção, sentimentos
e sensações que brotam numa totalidade, proporcionando-lhe uma compreensão global.
Distanciamento reflexivo Há um distanciamento da vivência para refletir
sobre essa sua compreensão. Tentativa de captar e enunciar
descritivamente o significado daquela vivência em seu existir.
O distanciamento não chega a ser completo e deve manter sempre um elo de ligação com a vivência.
Enunciação com linguagem simples, semelhante à que é utilizada na vida cotidiana.
Na prática não há separação entre o Envolvimento Existencial e o
Distanciamento Reflexivo, mas apenas predominância, ora de um,
ora de outro.
O pesquisador parte dos enunciados do autor sobre determinada vivência, procura penetrar na vivência deste, para compreendê-los, relaciona-os à sua própria vivência e à de outras pessoas, reflete sobre tudo isto e chega às suas próprias enunciações acerca do assunto.
Obtenção do Material de Estudo: relatos espontâneos e sinceros do sujeito
sobre sua vivência – relatos autênticos e próximos da experiência vivida.
Procurar recordar situações que vivenciaram de forma intensa o assunto a ser pesquisado; tentar reviver e refletir sobre esta; fazer por escrito descrição minuciosa.
Relatar vivência para o grupo; todos devem ouvir comparando com a própria experiência; quem quiser pode reescrever.
Entregar os relatos por escrito.
Análise compreensiva dos relatos:1. Ler os relatos, envolvendo-se na vivência e
enunciando os significados captados, fazendo articulação entre eles, chegando a uma descrição da vivência englobando todos.
2. Submeter à apreciação de cada sujeito dos dados levantados e descrição final da vivência.
Descrição final.Comparar os significados e descrições elaboradas, elaborando uma descrição da vivência.
A pesquisa fenomenológica em psicologia é qualitativa e participante, e pode ter um caráter de intervenção.
Pesquisa orientada para descoberta.Resgate de significações do sujeito-
vivente.