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Riscagem por “cerqueamento” de bactérias e leveduras de solo ao redor do disco de micélio INTRODUÇÃO O conceito de controle biológico segundo Bettiol (1991), é a redução da densidade de inóculo ou das atividades determinantes da doença provocado por um patógeno ou parasita, nos seus estados de atividade ou dormência, por um ou mais organismos, realizado naturalmente ou através da manipulação do ambiente, hospedeiro ou antagonista, ou pela introdução em massa de um ou mais antagonistas. A seleção de microrganismos antagônicos constitui a base fundamental de todo o programa de controle biológico de doenças de plantas, determinando as chances de sucesso (AGRIOS, 1997). O controle de doenças por parte de fungos filamentosos ou leveduras é feito pela interrupção de algum estágio da doença ou do ciclo de vida do patógeno por meio de vários mecanismos, como por exemplo, a antibiose e a competição (PUNJA e UTKHEDE, 2003). A antibiose é um mecanismo de interação antagônica, que baseia-se na interação entre organismos, na qual um ou mais metabólitos produzidos pelo antagonista têm efeito negativo sobre o fitopatógeno, resultando na inibição do crescimento e/ou germinação. Outro mecanismo é a competição, que é a interação entre dois ou mais organismos empenhados na mesma ação, ocorrendo principalmente por alimentos (carboidratos, nitrogênio e fatores de crescimento), por espaço e por oxigênio (VENÂNCIO et al., 1999). O objetivo deste trabalho foi avaliar a ação antagônica de isolados de leveduras e bactérias sobre o crescimento micelial de fitopatógenos. Avaliação antagonismo aos 12 dias após o plaqueamento CONTROLE BIOLÓGICO in vitro POR ANTIBIOSE E COMPETIÇÃO DE LEVEDURAS E BACTÉRIAS DO SOLO SOBRE O CRESCIMENTO MICELIAL DE FUNGOS FITOPATOGÊNICOS SILVA, JAKELINNY M. e PAZ-LIMA, M.L. Instituto Federal Goiano campus Urutaí. E-mail: [email protected]. Isolados de fungos fitopatogênicos ( L. theobromae, Fusarium sp. e A. solani), bactérias de solo (M21 e P08) e leveduras de solo (M05, M20, M22, P01, P03, P05, P06, P13, P20, P22, C01, C07, C17, C18, C19 e C23) pertencentes à coleção micológica do IFGoiano Campus Urutaí. MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA Discos de micélio do isolado fitopatogênico ao centro da placa de Petri AGRIOS, G.N. Control of plant diseases. In: AGRIOS, G.N. Plant pathology. 4th ed. San Diego: Academic Press, 1997. p.171-221. BETTIOL, W. Controle Biológico de Doenças de Plantas. Jaguariúna: EMBRAPA-CNPDA, 1991. p.223-236. PUNJA, Z. K.; UTKHEDE, R. S. Using fungi and yeasts to manage vegetable crop diseases. Trends in Biotechnology, v.21, p.400- 407, 2003. VENÂNCIO, W.S., ZAGONEL, J., FURTADO, E.L., SOUSA, N.L. Controle biológico de doença de plantas. RAPP, 103-155p. 1999. Considerando os custos do controle químico, a perda de eficiência de alguns produtos e os problemas ambientais advindos das práticas para controle de fitopatógenos, o reconhecimento de cepas de leveduras, como a C17, eficientes no antagonismo de fitopatógenos representa uma alternativa importante e tecnicamente justificável. Dos 18 isolados utilizados no trabalho, 13 foram antagonistas à A. solani, 2 foram antagonistas à Fusarium sp. e 1 foi antagonista à L. theobromae. Os isolados de bactérias do solo P08 e M21 foram antagonistas apenas ao crescimento micelial de A. solani. O isolado C17 foi o isolado com maior efeito antagonista. Figura 1. Antagonismo in vitro de leveduras e bactérias do solo sobre o crescimento micelial de Alternaria solani. A. Isolado C07. B. Isolado C18. C. Isolado P08. D. Isolado M21. E. Isolado M22. F. Testemunha. Figura 2. Antagonismo in vitro de leveduras e bactérias do solo sobre o crescimento micelial de Fusarium sp. A. Isolado C07. B. Isolado P13 C. Isolado C19. D. Testemunha. Figura 3. Antagonismo in vitro de leveduras e bactérias do solo sobre o crescimento micelial de Lasiodiplodia theobromae. A. Isolado C17. B. Isolado M22 C. Isolado C01. D. Testemunha. Figura 4. Antagonismo in vitro de levedura do solo (isolado C17) sobre o crescimento micelial de fungos fitopatogênicos . A. Lasiodiplodia theobromae. B. Alternaria solani. C. Fusarium sp. Isolados Alternaria solani Fusarium sp. Lasiodiplodia theobromae M05 51 cdefB 77,5 abA 90 aA M20 54 cdeB 77 abA 90 aA M21 27,5 ghijB 76 abA 71,5 aA M22 79 abA 76,5 abA 90 aA P01 68abcdB 90 aA 90 aA P03 44,5 efghiB 82,5 abA 90 aA P05 56,5bcdeB 90 aA 90 aA P06 50,5 cdefgB 90 aA 90 aA P08 26 hijB 82,5 abA 90 aA P13 30 fghijC 65 bB 90 aA P20 68abcdB 90 aA 90 aA P22 70,5 abcB 90 aA 90 aA C01 43efghiB 80,5 abA 90 aA C07 23 ijB 35 cB 90 aA C17 18,5 jB 36,5 cA 43 bA C18 47 defghB 82 abA 90 aA C19 48,5 cdefghB 90 aA 90 aA C23 52,5 cdefB 80,5 abA 90 aA Testemunha 90 aA 90 aA 90 aA CV% = 8.74337 Tabela 1. Crescimento micelial (mm) de Alternaria solani, Fusarium sp. e Lasiodiplodia theobromae quando combinados com isolados de leveduras e bactérias do solo. Isolados Alternaria solani Fusarium sp. Lasiodiplodia theobromae M05 43,4 defghA 13,95 bcB 0 bB M20 40 fghA 14,5 bcB 0 bB M21 69,45 abcdA 15,6 bcB 20,6 bB M22 12,3 ijA 15,05 bcA 0 bA P01 24,45 ghijA 0 cB 0 bB P03 50,6 bcdefA 8,35 bcB 0 bB P05 37,3 fghiA 0 cB 0 bB P06 43,9 defghA 0 cB 0 bB P08 71,15 abcA 8,35 bcB 0 bB P13 66,75 abcdeA 27,8 bB 0 bC P20 24,5 ghijA 0 cB 0 bB P22 21,7 hijA 0 cB 0 bB C01 52,25 bcdefA 10,6 bcB 0 bB C07 74,5 abA 61,15 aA 0 bB C17 79,45 aA 59,5 aB 52,3 aB C18 47,85 cdefgA 8,95 bcB 0 bB C19 46,15cdefgh A 0 cB 0 bB C23 41,7 efghA 10,6 bcB 0 bB Testemunha 0 jA 0 cA 0 bA CV% = 34.42 Tabela 2. Inibição do crescimento micelial (%) de Alternaria solani, Fusarium sp. e Lasiodiplodia theobromae em relação à testemunha quando combinados com isolados de leveduras e bactérias do solo.

Pôster 18 antagonismo jakelinny

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Page 1: Pôster 18 antagonismo   jakelinny

Riscagem por “cerqueamento” de bactérias e leveduras de solo

ao redor do disco de micélio

INTRODUÇÃOO conceito de controle biológico segundo Bettiol (1991), é a redução

da densidade de inóculo ou das atividades determinantes da doença provocado por um patógeno ou parasita, nos seus estados de atividade ou dormência, por um ou mais organismos, realizado naturalmente ou através da manipulação do ambiente, hospedeiro ou antagonista, ou pela introdução em massa de um ou mais antagonistas. A seleção de microrganismos antagônicos constitui a base fundamental de todo o programa de controle biológico de doenças de plantas, determinando as chances de sucesso (AGRIOS, 1997).

O controle de doenças por parte de fungos filamentosos ou leveduras é feito pela interrupção de algum estágio da doença ou do ciclo de vida do patógeno por meio de vários mecanismos, como por exemplo, a antibiose e a competição (PUNJA e UTKHEDE, 2003).

A antibiose é um mecanismo de interação antagônica, que baseia-se na interação entre organismos, na qual um ou mais metabólitos produzidos pelo antagonista têm efeito negativo sobre o fitopatógeno, resultando na inibição do crescimento e/ou germinação. Outro mecanismo é a competição, que é a interação entre dois ou mais organismos empenhados na mesma ação, ocorrendo principalmente por alimentos (carboidratos, nitrogênio e fatores de crescimento), por espaço e por oxigênio (VENÂNCIO et al., 1999).

O objetivo deste trabalho foi avaliar a ação antagônica de isolados de leveduras e bactérias sobre o crescimento micelial de fitopatógenos.

Avaliação antagonismo aos

12 dias após o plaqueamento

CONTROLE BIOLÓGICO in vitro POR ANTIBIOSE E COMPETIÇÃO DE LEVEDURAS E BACTÉRIAS DO SOLO SOBRE O CRESCIMENTO

MICELIAL DE FUNGOS FITOPATOGÊNICOSSILVA, JAKELINNY M. e PAZ-LIMA, M.L.

Instituto Federal Goiano campus Urutaí. E-mail: [email protected].

Isolados de fungos fitopatogênicos (L. theobromae, Fusarium sp. e A. solani), bactérias de solo (M21 e P08) e leveduras de solo (M05, M20, M22, P01, P03, P05, P06, P13, P20,

P22, C01, C07, C17, C18, C19 e C23) pertencentes à coleção micológica do IFGoiano Campus Urutaí.

MATERIAL E MÉTODOS

RESULTADOS

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

Discos de micélio do isolado fitopatogênico ao centro

da placa de Petri

AGRIOS, G.N. Control of plant diseases. In: AGRIOS, G.N. Plant pathology. 4th ed. San Diego: Academic Press, 1997. p.171-221.BETTIOL, W. Controle Biológico de Doenças de Plantas. Jaguariúna: EMBRAPA-CNPDA, 1991. p.223-236.PUNJA, Z. K.; UTKHEDE, R. S. Using fungi and yeasts to manage vegetable crop diseases. Trends in Biotechnology, v.21, p.400-407, 2003.VENÂNCIO, W.S., ZAGONEL, J., FURTADO, E.L., SOUSA, N.L. Controle biológico de doença de plantas. RAPP, 103-155p. 1999.

Considerando os custos do controle químico, a perda de eficiência de alguns produtos e os problemas ambientais advindos das práticas para controle de fitopatógenos, o reconhecimento de cepas de leveduras, como a C17, eficientes no antagonismo de fitopatógenos representa uma alternativa importante e tecnicamente justificável.

Dos 18 isolados utilizados no trabalho, 13 foram antagonistas à A. solani, 2 foram antagonistas à Fusarium sp. e 1 foi antagonista à L. theobromae.

Os isolados de bactérias do solo P08 e M21 foram antagonistas apenas ao crescimento micelial de A. solani.

O isolado C17 foi o isolado com maior efeito antagonista.

Figura 1. Antagonismo in vitro de leveduras e bactérias do solo sobre o crescimento micelial de Alternaria solani. A. Isolado C07. B. Isolado C18. C. Isolado P08. D. Isolado M21. E. Isolado M22. F. Testemunha.

Figura 2. Antagonismo in vitro de leveduras e bactérias do solo sobre o crescimento micelial de Fusarium sp. A. Isolado C07. B. Isolado P13 C. Isolado C19. D. Testemunha.

Figura 3. Antagonismo in vitro de leveduras e bactérias do solo sobre o crescimento micelial de Lasiodiplodia theobromae. A. Isolado C17. B. Isolado M22 C. Isolado C01. D. Testemunha.

Figura 4. Antagonismo in vitro de levedura do solo (isolado C17) sobre o crescimento micelial de fungos fitopatogênicos . A. Lasiodiplodia theobromae. B. Alternaria solani. C. Fusarium sp.

Isolados Alternaria solani Fusarium sp. Lasiodiplodia

theobromae

M05 51 cdefB 77,5 abA 90 aA

M20 54 cdeB 77 abA 90 aA

M21 27,5 ghijB 76 abA 71,5 aA

M22 79 abA 76,5 abA 90 aA

P01 68abcdB 90 aA 90 aA

P03 44,5 efghiB 82,5 abA 90 aA

P05 56,5bcdeB 90 aA 90 aA

P06 50,5 cdefgB 90 aA 90 aA

P08 26 hijB 82,5 abA 90 aA

P13 30 fghijC 65 bB 90 aA

P20 68abcdB 90 aA 90 aA

P22 70,5 abcB 90 aA 90 aA

C01 43efghiB 80,5 abA 90 aA

C07 23 ijB 35 cB 90 aA

C17 18,5 jB 36,5 cA 43 bA

C18 47 defghB 82 abA 90 aA

C19 48,5 cdefghB 90 aA 90 aA

C23 52,5 cdefB 80,5 abA 90 aA

Testemunha 90 aA 90 aA 90 aA CV% = 8.74337

Tabela 1. Crescimento micelial (mm) de Alternaria solani, Fusarium sp. e Lasiodiplodia theobromae quando combinados com isolados de leveduras e bactérias do solo.

Isolados

Alternaria solani Fusarium sp. Lasiodiplodia

theobromae

M05 43,4 defghA 13,95 bcB 0 bB

M20 40 fghA 14,5 bcB 0 bB

M21 69,45 abcdA 15,6 bcB 20,6 bB

M22 12,3 ijA 15,05 bcA 0 bA

P01 24,45 ghijA 0 cB 0 bB

P03 50,6 bcdefA 8,35 bcB 0 bB

P05 37,3 fghiA 0 cB 0 bB

P06 43,9 defghA 0 cB 0 bB

P08 71,15 abcA 8,35 bcB 0 bB

P13 66,75 abcdeA 27,8 bB 0 bC

P20 24,5 ghijA 0 cB 0 bB

P22 21,7 hijA 0 cB 0 bB

C01 52,25 bcdefA 10,6 bcB 0 bB

C07 74,5 abA 61,15 aA 0 bB

C17 79,45 aA 59,5 aB 52,3 aB

C18 47,85 cdefgA 8,95 bcB 0 bB

C19 46,15cdefghA 0 cB 0 bB

C23 41,7 efghA 10,6 bcB 0 bB

Testemunha 0 jA 0 cA 0 bACV% = 34.42

Tabela 2. Inibição do crescimento micelial (%) de Alternaria solani, Fusarium sp. e Lasiodiplodia theobromae em relação à testemunha quando combinados com isolados de leveduras e bactérias do solo.