71
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS - UAECIA ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ - EAJ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA PRODUÇÃO DE ADESIVO PARA COLAGEM DE MADEIRA JALTIERY BEZERRA DE SOUZA Macaíba/RN Fevereiro de 2019

POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA …...popularmente conhecida como acácia, sendo sua madeira usualmente empregada na produção de celulose, papel, chapa de partículas

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Page 1: POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA …...popularmente conhecida como acácia, sendo sua madeira usualmente empregada na produção de celulose, papel, chapa de partículas

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS - UAECIA

ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ - EAJ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS

POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA PRODUÇÃO DE

ADESIVO PARA COLAGEM DE MADEIRA

JALTIERY BEZERRA DE SOUZA

Macaíba/RN

Fevereiro de 2019

Page 2: POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA …...popularmente conhecida como acácia, sendo sua madeira usualmente empregada na produção de celulose, papel, chapa de partículas

JALTIERY BEZERRA DE SOUZA

POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA PRODUÇÃO DE

ADESIVO PARA COLAGEM DE MADEIRA

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ciências Florestais da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte como parte das

exigências para obtenção do título de Mestre em

Ciências Florestais (Área de Concentração em Ciências

Florestais - Linha de Pesquisa: Tecnologia e utilização

de produtos florestais).

Orientadora:

Prof.ª Dr.ª Tatiane Kelly Barbosa de Azevedo

Macaíba/RN

Fevereiro de 2019

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I

POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA PRODUÇÃO DE

ADESIVO PARA COLAGEM DE MADEIRA

Jaltiery Bezerra de Souza

Dissertação de Mestrado em Ciências Florestais julgada para obtenção do título de

Mestre em Ciências Florestais (Área de Concentração em Ciências Florestais - Linha de

Pesquisa: Tecnologia e utilização de produtos florestais) apresentada em 27 de Fevereiro de

2019.

Banca Examinadora

Macaíba/RN

Fevereiro de 2019

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II

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Rodolfo Helinski - Escola

Agrícola de Jundiaí – EAJ

Souza, Jaltiery Bezerra de.

Potencial de uso dos taninos de Acacia mangium na produção de

adesivo para colagem de madeira / Jaltiery Bezerra de Souza. -

2019.

64f.: il.

Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais). Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, Unidade Acadêmica Especializada

em Ciências Agrárias, Programa de pós-graduação em Ciências

Florestais. Macaíba, RN, 2019.

Orientador: Tatiane Kelly Barbosa de Azevedo.

1. Acácia australiana - Dissertação. 2. Tanino - Dissertação.

3. Produção alternativa - Dissertação. 4. Adesão - Dissertação. I.

Azevedo, Tatiane Kelly Barbosa de. II. Título.

RN/UF/BSPRH CDU 582.736

Elaborado por Elaine Paiva de Assunção Araújo - CRB-CRB15/492

Page 5: POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA …...popularmente conhecida como acácia, sendo sua madeira usualmente empregada na produção de celulose, papel, chapa de partículas

III

A todos que contribuíram para realização deste projeto

DEDICO

Page 6: POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA …...popularmente conhecida como acácia, sendo sua madeira usualmente empregada na produção de celulose, papel, chapa de partículas

IV

AGRADECIMENTOS

__________________________________________________________________________

Agradeço em primeiro lugar a Deus pelas oportunidades que me foram dadas, pela

proteção e por ter colocado em minha vida pessoas muito especiais. À minha família por ser

meu porto seguro e me aturar nos momentos difíceis. Minha irmã, Willyane, pelo incentivo

diário entre as viagens. Meu irmão por sempre liberar o computador quando precisava para

escrever o trabalho. À minha mãe, Wilma, pelo apoio e força, por ser meu exemplo. Meu pai,

João Batista, pela preocupação. Aos amigos da Igreja que entenderam a minha ausência, porém

sempre que possível estive presente, em especial Moises Veloso, Lidiane Veloso, Rony Sales,

Geovana Belisa, Geórgia, Davi Justino, Rute Justino, Lucio Brandão. Aos amigos do mestrado:

Elias Costa, Kivia Pontes, Gabriela.

A todos os colegas do Laboratório de Tecnologia da Madeira da EAJ/UFRN pelo

companheirismo, em especial Anderson Carnaval, pelos ensinamentos e ao amigo João Paulo

Gomes pela grande ajuda na metodologia. À minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Tatiane Azevedo,

pela orientação, incentivo e preocupação e a todos os demais professores do Programa de Pós-

Graduação de Ciências Florestais da UFRN. Aos funcionários Fatima e Luciana do Laboratório

de Genética. Ao professor Dr. Mauro Pacheco pela disponibilidade do seu laboratório como

também da sua equipe. À CAPES pela concessão de bolsa de estudos. A todos que de maneira

direta e indireta contribuíram para a realização deste trabalho.

Page 7: POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA …...popularmente conhecida como acácia, sendo sua madeira usualmente empregada na produção de celulose, papel, chapa de partículas

V

RESUMO GERAL

_______________________________________________________

POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA PRODUÇÃO DE

ADESIVO PARA COLAGEM DE MADEIRA

Para que se obtenha êxito no processo de colagem de madeiras é necessário estudar e conhecer

as características de cada adesivo utilizado, visando o seu melhor aproveitamento, aumentando

a qualidade da peça e reduzindo os custos. O presente trabalho visou quantificar o teor de

substâncias tânicas presentes na casca da Acacia mangium Willd em função da influência do

preparo do solo e o período de coleta (seco e chuvoso), além de testar sua eficiência na produção

de adesivos para madeiras. As coletas foram realizadas na área experimental florestal da Escola

Agrícola de Jundiaí, Macaíba, Rio Grande do Norte, nos meses de junho de 2017 e janeiro de

2018, respectivamente, período chuvoso e seco. Foram abatidos oito indivíduos arbóreos no

período chuvoso e quatro no período seco para coleta de suas cascas. A quantificação dos

taninos foi realizada utilizando 250g de casca para 250 ml de água destilada. Após esse processo

foram avaliados o teor de sólidos totais, índice de Stiasny e teor de taninos condensados das

cascas da A. mangium coletadas nos dois períodos (seco e chuvoso), como também nas duas

subparcelas (preparo de solo mais intensivo e menos intensivo). Os taninos para produção de

adesivos foram extraídos utilizando 1kg de casca para 10L de água destilada, colocados em

uma autoclave na temperatura de 120°C por 2hs, em seguida foram colocados na casa de

vegetação e mantidos em uma temperatura de 40 ± 45ºC, até a completa evaporação (passando

a ser um material anidro). Após essa etapa foram produzidos os adesivos (Tanino de A.

mangium e Tanino de A. mearnsii) na qual foram misturados 360 g de pó de taninos, 40 g de

paraformaldeido em 400 ml de água destilada, posteriormente foi realizado os testes de

propriedade dos mesmo (pH, viscosidade e tores de sólidos), para realização dos testes de

qualidade (testes físicos e mecânicos dos adesivos) foi necessário a confecção de nove painéis

de Pinus sp. com dimensões de 30 x 30 cm, constituídos por cinco lâminas de Pinus sp., sendo

três paneis colados com adesivos de tanino A. mangium, três com tanino A. mearnsii e três com

o sintético Fenol-formaldeído, totalizando nove painéis. Em seguida conclui-se que o teor de

tanino da casca da espécie Acacia mangium da cidade de Macaíba/RN, na região Nordeste do

Brasil, não foi afetado pelo preparo do solo recebido e que a mesma pode ser classificada como

produtora de tanino no período chuvoso, podendo ser utilizado como adesivo para madeira.

Palavras-chave: Adesão, Acácia australiana, Produção Alternativa.

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VI

GENERAL ABSTRACT

__________________________________________________________________________

POTENTIAL FOR THE USE OF TANANS OF Acacia mangium IN THE

PRODUCTION OF ADHESIVE FOR WOOD COLLAGE

For this case, the portfolio selection process is necessary and know the circumstances more and

more, increasing the quality, increasing the quality of the action and reducing the costs. The

present work aims to quantify the chemical content of Acacia mangium Willd bark due to the

influence of the soil and the sample collection period, as well as the analysis of its production

of wood adhesives. The collections were sustained in the experimental area of the Jundiaí

Agricultural School, Macaíba, Rio Grande do Norte, in the months of June 2017 and January

2018, and in the rainy and dry season. Eight individuals were slaughtered in the period and four

in the dry period for collecting their bark. The tannin quantification was performed with the use

of 250g of bark for 250 ml of distilled water, the condensed tannins index of the A. mangium

bark collected in the two periods (dry and rainy). ), as well as in the two subplots (more intensive

and less intensive soil preparation). The tannins for the production of adhesives were extracted

with 1kg of peel to 10L of distilled water, in an autoclave of 121 ° C for 2hs, in washes washed

and dried at a temperature of 40 ± 45ºC, until complete evaporation. Tincture of wood for A.

mearnsii tannins, which were removed in 360g of powder, 40g of paraformaldehyde in 400 ml

of distilled water, even (pH, viscosity and loss of solids), nine panels of Pinus sp. With

dimensions of 30 x 30 cm, consisting of five slides of Pinus sp., Three collectors with adhesives

of A. mangium tannin, three with tannin A. mearnsii and three with the synthetic phenol-

formaldehyde, totaling nine panels. It is concluded that the content of the bark of the species

Acacia mangium of the city of Macaíba / RN, in the Northeast region of Brazil, was not affected

by the preparation of the soil received and that it can be classified as a tannin producer in the

rainy season, It can be used as a wood adhesive.

Keywords: Adhesion, Australian Acacia, Alternative Production

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VII

SUMÁRIO

__________________________________________________________________________

Página

1. INTRODUÇÃO GERAL ....................................................................................................... 12

2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................................. 14

2.1. Taninos vegetais ............................................................................................................... 14

2.1.2. Espécies produtoras de tanino .................................................................................... 16

2.1.3. Taninos e sua utilização................................................................................................ 17

2.1.4. Taninos para produção de adesivo .............................................................................. 20

2.1.5. Importância econômica dos taninos vegetais ............................................................. 22

2.1.6. Fatores edafoclimáticos que influenciam na produção de tanino ............................ 23

LITERATURA CITADA ....................................................................................................... 23

3. ARTIGO 1. TEOR DE TANINOS CONDENSADOS NA CASCA DA Acacia mangium

Willd EM RESPOSTA AO PREPARO DO SOLO E ÉPOCA DE AMOSTRAGEM ...... 30

RESUMO ...................................................................................................................... 31

ABSTRACT ................................................................................................................. 32

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 33

MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 35

RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 38

CONCLUSÕES ............................................................................................................ 42

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 42

4. ARTIGO 2. QUALIDADE DOS PAINÉIS COMPENSADOS PRODUZIDOS COM

TANINO DE Acacia mangium Willd. ................................................................................... 46

RESUMO ...................................................................................................................... 47

ABSTRACT ................................................................................................................. 48

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 49

MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 50

RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 53

CONCLUSÕES ............................................................................................................ 60

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 61

ANEXO 1 Normas da Revista Floresta e Ambiente (Artigo 1) .................................. 65

ANEXO 2 Normas da Revista Floresta e Ambiente (Artigo 2) ................................... 68

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VIII

LISTA DE FIGURAS

__________________________________________________________________________

REVISÃO DE LITERATURA

Figura 1. Estrutura de taninos hidrolisáveis. ........................................................................ ...14

Figura 2. Estrutura química de taninos condensáveis. ......................................................... ...15

Page 11: POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA …...popularmente conhecida como acácia, sendo sua madeira usualmente empregada na produção de celulose, papel, chapa de partículas

IX

LISTA DE TABELAS

__________________________________________________________________________

REVISÃO DE LITERATURA

Tabela 1. Exportação de taninos e extratos tanantes no ano de

2016...........................................................................................................................................22

ARTIGO 1

Tabela 1. Teor de Sólidos Totais (TST %), índice de Stiasny (I %) e Teor de Taninos Condensados

(TTC %), encontrados na casca da Acacia mangium, plantados com preparo de solo mais intensivo

(A1) e menos intensivo (A0), na região Litorânea do

RN.............................................................................................................................................38

Tabela 2. Teor de Sólidos Totais (TST %), índice de Stiasny (I %) e Teor de Taninos Condensados

(TTC %), na casca da Acacia mangium, em dois períodos de coletas seco e chuvoso, em área sob

tratamento de solo menos intensivo, na região litorânea do

RN.............................................................................................................................................40

ARTIGO 2

Tabela 1. Propriedades do adesivo (Teores sólidos, Viscosidade e pH) dos taninos da A.

mangium comparado com os comerciais Tanino A. mearnsii e o sintético fenol-

formaldeído...............................................................................................................................54

Tabela 2 Propriedades mecânicas (Cisalhamento e Dureza Janka) dos painéis colados com o

adesivo de taninos da A. mangium comparado com os comerciais Tanino A. mearnsii e o

sintético fenol-formaldeído.......................................................................................................56

Tabela 3. Propriedades mecânicas (Módulo de ruptura e de elasticidade) dos painéis colados

com o adesivo de taninos da A. mangium comparado com os comerciais Tanino A. mearnsii e

o sintético fenol-formaldeído.....................................................................................................58

Tabela 4. Propriedades físicas (Absorção de água em 2hs e 24hs) dos painéis colados com o

adesivo de taninos da A. mangium comparado com os comerciais Tanino A. mearnsii e o

sintético fenol-formaldeído.......................................................................................................60

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X

LISTA DE ABREVIATURAS

ABIPA – Associação de indústrias de painéis de madeira

ABNT – Associação brasileira de normas técnicas

FF – Fenol – formaldeído

GEFOR – Grupo de estudo em forragicultura.

IBGE – Instituto brasileiro de geografia e estatística

I – Índice de stiasny

MDF - Fibras de média densidade

MSC – Massa seca do colmo

MOE – Modulo de elasticidade

MOR – Modulo de ruptura

OSB - Oriented Strand Board

SNIF – Sistema nacional de informação florestal

TC – Taninos condensados

TTC – Teor de taninos condensados

TST – Teor de sólidos totais

UF - Ureia formaldeído

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12

1. INTRODUÇÃO GERAL

__________________________________________________________________________

Acacia mangium Willd é uma espécie arbórea de rápido crescimento, rústica e tolerante

a várias condições edafoclimáticas (NEWAZ; MUSTAFA, 2004). No Brasil, essa espécie é

popularmente conhecida como acácia, sendo sua madeira usualmente empregada na produção

de celulose, papel, chapa de partículas e aglomerados. Apresenta também grande potencial de

uso como lenha e carvão, em função do seu poder calorífico, entre 4800-900 Kcal.Kg-1, e para

produção de madeira serrada, ligas e móveis (KRISNAWATI; KALLIO; KANNINEN, 2011),

além da serragem que fornece substrato de boa qualidade para cogumelos comestíveis (LIM et

al., 2003).

Essa espécie tem sido utilizada para recuperação de solo (GONÇALVES e LELIS, 2012)

e para o plantio de sistemas agroflorestais (OLIVEIRA et al., 2017), possuindo uma importância

na produção de mel e taninos (HOONG et al.,2009). Os taninos vegetais são constituídos por

polifenóis classificados em hidrolisáveis e condensados.

Os taninos hidrolisáveis são poliésteres da glicose, sendo classificados (taninos gálicos

ou taninos elágicos) a partir do ácido formado de sua hidrólise; já os condensados são

constituídos principalmente por monômeros do tipo catequina e conhecidos por flavonoides

(PIZZI, 1993).

Os taninos são de interesse econômico e ecológico (MONTEIRO et al., 2006), podem

ser utilizados como matéria-prima de produção de adesivo para colagem de madeira

(MENDOZA et al., 2017). A qualidade dessa colagem é verificada pela linha de cola, a qual

serve para predizer o desempenho do adesivo, quando submetido à aplicação de esforços. Para

tanto, é necessário estudar e conhecer bem as características de cada adesivo utilizado no

processo de colagem visando ao seu melhor aproveitamento, o aumento de qualidade da peça e

a redução de custos.

Nos países em desenvolvimento, o custo do adesivo é muito alto em relação ao custo

total das chapas. Isso porque quase todas as matérias-primas para fabricação de adesivos são

feitas à base de produtos derivados do petróleo. Com a crise do petróleo no início da década de

setenta, houve um grande estímulo para se pesquisar a viabilidade do uso de matérias-primas

naturais para a produção de adesivos (PIZZI, 1994).

Devido à importância de novas tecnologias na produção de adesivo renovável para

colagem de madeira, faz-se necessário estudar a utilização dos taninos de A. mangium na região

Nordeste do Brasil para produção do mesmo, visto que a espécie tem capacidade de se adaptar

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13

a qualquer região, surgindo como uma alternativa para essa produção.

Diante disto essa dissertação está dividida em dois capítulos, os quais compõem artigos

científicos produzidos através de trabalhos realizados com a espécie acácia (Acacia mangium

Willd).

O primeiro capítulo intitulado “Teor de tanino condensado na casca da Acacia mangium

Willd em resposta ao preparo do solo e época de amostragem” aborda o comportamento dos

níveis de teor de taninos condensados na casca da acácia (Acacia mangium Willd), no período

seco e chuvoso, como também sua resposta ao preparo do solo.

O segundo capítulo “Qualidade do adesivo produzido com o tanino da casca de A.

mangium Willd” teve como objetivo produzir e testar adesivo natural de tanino de A. mangium

comparando com os utilizados comercialmente.

O objetivo do presente trabalho foi analisar se os fatores externos (período de coleta e

preparo do solo) interferem na quantidade de taninos na casca da acácia, como também realizar

a extração dos mesmos para a produção de adesivo e verificar se tem utilidade para produção

de adesivo para colagem de madeira.

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14

2. REVISÃO DE LITERATURA

__________________________________________________________________________

2.1. TANINOS VEGETAIS

Os taninos são substâncias com sabor adstringente, amplamente distribuído entre as

plantas, favorecendo a sua proteção contra ataques de fungos, bactérias, vírus e ainda contra

herbívoros em geral, contem odor repulsivo e possui uma alta capacidade de causar intoxicações

em animais (POYER; SCHAEFER, 2014). Segundo Pizzi (1993), os taninos são constituídos

por polifenóis podendo ser classificados em dois grupos, sendo eles hidrolisáveis e

condensados.

Os taninos hidrolisáveis (Figura 1) consistem de ésteres de ácidos gálicos e ácidos

elágicos glicosilados formados a partir do chiquimato, nos quais os grupos hidroxila do açúcar

são esterificados com os ácidos fenólicos (MONTEIRO et al., 2005), Zucker (1983) relata que

a principal função dos taninos hidrolisáveis é a defesa das plantas contra os herbívoros.

Figura 1: Estrutura de taninos hidrolisáveis

Fonte: Nakamura, Tsuji e Tonogai (2003)

Já os taninos condensáveis (Figura 2) são polímeros de flavan-3-ol e/ou flavan-3,4-diol,

produtos do metabolismo do fenilpropanol (MONTEIRO et al., 2005), onde esses polímeros de 2 a

50 (ou mais) unidades de flavonoides, unidas por ligações carbono-carbono, são difíceis de

serem quebradas por hidrólises (ASHOK; UPADHYAYA, 2012). São comumente encontrados

em folhas, galhos, cascas, frutos, madeiras de várias árvores (BATTESTIN et al., 2004) e,

principalmente, nas cascas das árvores (AZEVEDO et al., 2017). Os taninos desse tipo também são

chamados de proantocianidinas, provavelmente pelo fato de apresentarem pigmentos

avermelhados da classe das antocianidinas, como cianidina e delfinidina, e esses taninos

também apresentam uma diversidade estrutural, resultante de padrões de substituições entre

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15

unidades flavânicas, diversidade de posições entre suas ligações e a estéreo-química de seus

compostos (SANTOS; MELLO, 1999).

Figura 2: Estrutura química de taninos condensados

Fonte: Lekha e Lonsane (1997).

Os taninos condensados são conhecidos por haver uma larga distribuição na natureza e

particularmente pela expressiva concentração encontrada tanto na madeira quanto na casca de

várias espécies (PIZZI, 1993). A ocorrência desses compostos é comum em angiospermas e

gimnospermas, principalmente em plantas lenhosas (SANTOS; MELLO, 1999). Os taninos

condensáveis têm função de assegurar a defesa contra microrganismos patogênicos (ZUCKER,

1983).

Ashok e Upadhyaya (2012) salientam que os taninos também são encontrados no cerne

de coníferas e podem desempenhar um papel na inibição da atividade microbiana, resultando,

assim, na durabilidade natural da madeira. Os taninos são uma subclasse de polifenóis vegetais,

que se distinguem de outros polifenóis pela sua capacidade de formar complexos e precipitar

proteínas (HAGERMAN, 2012), sendo também definidos como polímeros fenólicos solúveis

em água que precipitam proteínas. Apresentam um peso molecular alto e contêm grupos

hidroxilas fenólicos em quantidade suficiente para haver a formação de ligações cruzadas com

proteínas (BATTESTIN et al., 2004).

Os teores de taninos nas plantas variam em função de diferentes fatores, como idade da

árvore e posição da amostra; podendo ainda receber influência da temperatura, solo e

pluviosidade (SILVA, 2001); variando de acordo com a espécie vegetal, como também de uma

parte para outra no mesmo indivíduo (BASTTESTIN et al., 2004).

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16

2.1.2. ESPÉCIES PRODUTORAS DE TANINOS

No Brasil há várias plantas produtoras de tanino, destacando-se o barbatimão (BORGES

FILHO; FELFILI, 2003), acácia-negra (Acacia mearnsii) e o cerne do quebracho (Schinopsis

sp.).

Mousinho et al. (2018), em um levantamento bibliográfico, chegaram à conclusão que

de espécies com potencial produção de taninos, onde destacou-se as seguintes espécies: angico

vermelho (Anadenanthera colubrina); cajueiro (Anacardium occidentale); castanhola

(Terminalia catappa); goiabeira (Psidium guajava); jacarandá-mineiro (Jacaranda

cuspidifolia); jurema-preta (Mimosa tenuiflora); jurema-vermelha (Mimosa arenosa);

marmeleiro (Croton sonderianus Muell.Arg.); pau-pereira (Platycyamus regnellii); sucupira

(Pterodon emarginatus); algaroba (Prosopis juliflora). Sendo essa última exótica, mas todas

são encontradas na região semiárida (DINIZ et al., 2003). As espécies supracitadas foram

avaliadas realizando estudos para identificar a presença de taninos condensados em diversas

partes das plantas, como casca, folha, frutos com sementes, frutos sem sementes, casca da raiz

e cerne.

No levantamento bibliográfico realizado por Mousinho et al. (2018), a espécie que teve

maior destaque foi a Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan. var. cebil (Gris.) Alts. porque

apresentou tanino em todas as partes do vegetal (PAES et al., 2006b), em que o teor de taninos

condensados encontrado nos frutos é indicado pelos autores como a parte do vegetal com

potencial para exploração, sendo necessários estudos que verificassem a eficiência dos mesmos

no curtimento de peles, o que certamente reduziria a exploração predatória dessa espécie.

Atualmente, no Brasil, a espécie mais utilizada para produção de tanino é a Acacia

mearnsii, sendo então empregada pelas grandes empresas comerciais de taninos, como TANAC

e SETA, impulsionando, assim, a cultura da acácia-negra no país (MORA et al., 2002).

Para Hoong et al. (2009), a espécie Acacia mangium localizada na Malásia apresenta

um alto teor de taninos. Essa espécie é conhecida popularmente por acácia australiana, é uma

espécie arbórea pertencente à família Fabaceae, que ocorre naturalmente no Nordeste da

Austrália, Papua Nova Guiné, Papua Ocidental e Ilhas Molucas, e foi introduzida na América

do Sul, América Central, África e Ásia (RICHARDSON et al., 2011).

Uma característica significante da acácia é seu rápido crescimento em condições

desfavoráveis, como durante a seca ou em solos com baixa fertilidade, com pH entre 4,5 e 6,5

(SOUZA et al., 2010; BROICH et al., 2013; RAMDANI; HINO, 2013). Porém, pouco adaptada

a ambientes úmidos, com precipitação média anual entre 1000 mm e 4500 mm, temperatura

mínima de 12ºC e máxima de 34ºC.

Page 18: POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA …...popularmente conhecida como acácia, sendo sua madeira usualmente empregada na produção de celulose, papel, chapa de partículas

17

No Brasil, as espécies arbóreas apresentam algumas vantagens, como rápido

crescimento em virtude das condições edafoclimáticas favoráveis e devido ao melhoramento

genético utilizado no país, colaborando para suprir a demanda internacional e tornando-se um

grande exportador de produtos florestais (TIBURCIO et al., 2012). Diante disso, a acácia vem

despertando a atenção dos pesquisadores pela rusticidade e rápido crescimento (VEIGA;

CARVALHO; BRASIL, 2000).

A Acácia Australiana apresenta um bom potencial silvicultural no Brasil, sendo muito

utilizada em recuperação de áreas antropizadas, porém ainda pouco estudada no que se refere às

propriedades tecnológicas de sua madeira, sobretudo em árvores mais jovens (GONÇALVES;

LELIS, 2012). Recentemente, começou a ser utilizada em programas de reflorestamento como

planta sequestradora de carbono (HERIANSYAH et al. 2007, TONINI; HALFELD-VIERA;

SILVA, 2010).

Sua madeira pode ser aproveitada para produção de móveis maciços, construção pesada

e leve, chapas e embalagens, na produção de lenha e carvão com alto poder calorífico (entre

4800 e 4900 Kcal.Kg-1), também no processamento da celulose (SOUZA et al., 2010) e em outros

produtos, como chapas de fibras de média densidade (MDF), aglomerados e compensados

(SCHIAVO; MARTINS, 2003), e para produção de tanino. Para Hoong et al. (2011), os extratos

tânicos obtidos da casca da A. mangium para produção de adesivo encontram-se ricos em

compostos fenólicos e têm potencial de substituir o adesivo convencional de fenol-formaldeído

(FF) usado na indústria para colagem de madeira.

2.1.3. TANINOS E SUA UTILIZAÇÃO

Os taninos condensados constituem de 90% da produção mundial (ARBENZ;

AVÉROUS, 2015; GRASEL; FERRÃO; WOLF, 2016) e são muito empregados na indústria

vinícola (MANFROI et al, 2010).

No Brasil, a empresa TANAC S. A., em Montenegro, no Rio Grande do Sul, exporta

aproximadamente 85% da sua produção para mais de 70 países, cerca de 30.000 toneladas

anuais de extratos, colocando o país entre os maiores exportadores tânicos do mundo (TANAC,

2013), produzindo o mesmo para diversas utilidades, como indústria farmacêutica, bebidas, na

fabricação de plásticos, fungicidas, confecção de adesivos e como floculantes ou coagulantes

(SIMÕES et al., 2010). Já na região Nordeste do Brasil, o seu uso é no curtimento de pele

animal (SIMÕES et al., 2010). Por outro lado, o uso de tanantes comerciais, produzidos em

escala e com alto nível tecnológico, parece ser cada vez mais comum em grandes curtumes

(MEUNIER; FERREIRA, 2015).

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Além disso, de acordo com Özbay e Ayrilmis (2015), ao longo das últimas décadas, as

questões ambientais e de sustentabilidade tornaram-se os principais motores de pesquisa para a

produção de materiais ecológicos desenvolvidos a partir de recursos renováveis, visto que a

maioria dos adesivos produzidos é oriunda da indústria petrolífera, os adesivos tânicos surgem

como uma alternativa ambiental (ABDULLAH et al., 2013; ZHOU et al., 2013; ZHOU; PIZZI,

2014; CARVALHO et al., 2014).

O setor de curtimento de couro é um segmento industrial que utiliza bastante os taninos

vegetais, ocupando um papel de destaque na utilização dessa matéria-prima (GONÇALVES;

LELIS, 2001). De acordo com Gonçalves e Lelis (2001), a associação da palavra tanino com o

curtimento de pele animal vem de uma longa data. Os autores destacam que as substâncias

tânicas têm o poder de transformar a pele do animal em couro devido a sua ação adstringente

de retirar a água dos interstícios das fibras, contrair tecidos orgânicos moles e transformá-la em

material não putrescível.

Vários curtumes tradicionais da região Nordeste do Brasil utilizam os taninos vegetais

e mesmo com as diversas espécies arbóreas encontradas na região a única fonte utilizada é o

angico-vermelho (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan var. cebil (Gris.) Alts.) (DINIZ et

al., 2003). Outra espécie que tem potencial para produção de taninos é a jurema-preta (Mimosa

tenuiflora), a mesma possui crescimento rápido e ocorre em praticamente toda a região

Nordeste do Brasil e estudos apontam melhorias de sua aplicação no processo de curtimento de

couro (PAES et al. 2006a).

Os taninos são coagulantes vegetais efetivos, que estão em uma ampla faixa de pH, e

seu uso torna desnecessário o uso de alcalinizantes, como soda ou cal, além de não acrescentar

metais ao processo e proporcionar uma redução no volume de iodo a ser descartado devido a

sua composição orgânica, podendo ser biologicamente degradado ou eliminado termicamente

(SILVA, 2004). Com isso, os taninos são uma das possibilidades no tratamento de água para

abastecimento, sendo uma alternativa com grandes benefícios, se comparados aos coagulantes

químicos que normalmente são utilizados (STRÖHER et al., 2013).

Os taninos vegetais são importantes na produção de resinas e dispersantes para controlar

a viscosidade dos poços na indústria petrolífera. Essas resinas apresentam características de

ligação interna, tempo de formação de géis e viscosidade semelhantes às das resinas de uso

comercial (BATTESTIN, MATSUDA; MACEDO, 2004). A corrosão por dióxido de carbono

(CO2) é uma falha frequente na indústria de petróleo e gás, ocorrendo em todas as fases da

produção, então inibidores de corrosão naturais, não tóxicos e biodegradáveis, são utilizados

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para o controle da corrosão em sistemas de produção e transportes de produtos petrolíferos

(MARCOLINO et al., 2014).

Os taninos condensados têm determinados efeitos benéficos no metabolismo animal,

como aumento na absorção de aminoácidos e redução da população de parasitas no intestino

(NOVOBILSKÝ; MUELLER-HARVEY; THAMSBORG, 2011), o aumento na síntese de

proteína microbiana (MAKKAR, 2003) e redução da produção de CH4 ruminal, e

posteriormente sua eliminação para a atmosfera (GOEL; MAKKAR, 2012).

Puchala et al. (2012) avaliaram que caprinos alimentados com Sericea lespedeza

(leguminosa com 20% de taninos condensados em sua composição), sorgo forrageiro (Sorghum

bicolor) e alfafa (Medicago sativa) constaram uma menor produção de CH4 por massa seca de

colmo (MSC). Os autores relatam que, embora a presença de taninos condensados na dieta

tenha prejudicado sua digestibilidade, isso foi compensado por um aumento no consumo de

matéria seca da forragem, além de contribuírem para menores taxas de emissão de CH4.

Portanto, o uso de taninos em países como o Brasil cuja a base da dieta usada na

alimentação de ruminantes provém principalmente de pastagem apresenta perspectivas

favoráveis para o controle da emissão de CH4, sendo uma importante alternativa natural de

regulação do metabolismo e a fermentação ruminal, bem como do aquecimento global

(CAREGA; DANTAS, 2017). Entretanto, mais estudos são necessários para a incorporação

dessas forragens nos sistemas de alimentação de animais ruminantes (CAREGA; DANTAS,

2017).

O Barbatimão possui um alto teor de taninos condensado (de 20 a 30%) em suas cascas

do caule, o que provavelmente explica a atividade cicatrizante de feridas e úlceras. Os taninos

são substâncias polifenólicas de sabor adstringente, encontrados no interior dos vacúolos

vegetais, derivam de um intermediário biossintético comum, a fenilalanina, ou de seu precursor,

o ácido chiquímico, sintetizados através da Rota do Chiquimato. Estes precipitam as proteínas

dos tecidos lesados, formando um revestimento protetor que favorece a sua regeneração

(ARDISSON et al., 2002; CASTRO, 2009; JACOBSON et al., 2005).

A partir das técnicas de extração dos taninos da casca do barbatimão, foi possível

constatar que a planta em questão, bem como essas substâncias contidas na mesma, apresenta

propriedades satisfatórias na cicatrização de feridas e, posteriormente, as mesmas também se

adéquam aos métodos de formulação de cremes cicatrizantes (SILVA; ROSA, 2016).

Araujo et al. (2018) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a atividade

antibacteriana contra bactérias com relevância cariogênica, ou seja, elemento com capacidade

de auxiliar bactérias, localizadas na boca, a se metabolizarem com o mesmo, formando, assim,

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ácido que gera as cáries. Dessa maneira, avaliou-se o potencial tóxico e genotóxico das plantas

Anacardium occidentale L. e Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Bernam através do extrato

obtido das mesmas.

Araújo et al. (2018) concluíram que os extratos tânicos obtidos da A. occidentale têm

potencial como agente antimicrobiano com baixa toxicidade de células eucarióticas ou

atividade mutagênica (ocorrer mutação). Com realação ao extrato da A. macrocarpa, embora

ausente da atividade antibacteriana, também pode ser uma alternativa fitoterápica segura e

eficaz (ARAÚJO et al., 2018).

2.1.4. TANINOS PARA PRODUÇÃO DE ADESIVO

Os principais componentes em uma ligação adesiva são: adesivo, adesão e aderentes.

Industrialmente, os adesivos têm sido utilizados para produzir uma variedade de produtos de

madeira de alto valor, tais como vigas laminadas, compensados, Oriented Strand Board (OSB)

e aglomerados (SINGH et al., 2008). A função de um adesivo, além de aderir dois substratos, é

fluir e preencher espaços vazios entre as juntas a serem coladas, diminuindo, assim, a distância

entre elas, gerando interações entre o próprio adesivo e o substrato (PIZZI, 1994).

A adesão (fenômeno interfacial ou a energia de separação de dois substratos) entre a

madeira e o adesivo depende de uma série de fatores, como as características inerentes à própria

madeira (anatomia, química e física), características do adesivo (químicas e físicas) e do

processo adotado durante a colagem propriamente dita. Os mecanismos envolvidos no processo

de adesão podem ser explicados pelas teorias mecânicas, difusão de polímeros e adesão química

(MARRA, 1992).

Os adesivos sintéticos ureia-formaldeído e fenol-formaldeído são os mais utilizados na

colagem de madeira e seus subprodutos. Uma das vantagens do adesivo fenólico decorre da sua

resistência à ação da umidade, sendo, portanto, recomendado para a colagem de produtos

expostos ao ambiente (SILVA et al., 2012). O adesivo ureico, por sua vez, tem custo mais baixo,

porém apresenta baixa resistência à umidade, sendo mais indicado para uso interior (MELO et

al., 2010). Nos países em desenvolvimento, o custo do adesivo é muito alto em relação ao custo

total dos painéis, o que se deve ao fato de que quase todas as matérias-primas para fabricação

de adesivos são feitas à base de produtos derivados do petróleo. Dessa forma, várias pesquisas

têm sido realizadas buscando-se matérias-primas alternativas para a produção de adesivos.

Nesse esforço, estão em primeiro plano os adesivos obtidos de matérias-primas naturais, como

os taninos (SILVA et al., 2012).

Azevedo et al. (2015) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a qualidade dos

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taninos da jurema-preta obtidos da casca para a produção de adesivo formaldeído observando

o período de coleta (Chuvoso e Seco). Assim sendo, o estudo demonstrou que o adesivo

produzido com os taninos daquela planta apresentou o valor de teor sólido semelhante ao da

acácia negra (Acacia mearnsii), que é a espécie mais utilizada comercialmente para produção

de tanino (PAES et al.,2006b). O estudo mostrou também que não houve diferença significativa

entre os períodos de coleta para o teor sólido e tempo de gelatinização dos adesivos, porém o

período de coleta influenciou o pH e a viscosidade dos adesivos, obtendo-se viscosidade

elevada (AZEVEDO et al., 2015).

Carvalho et al. (2015) realizaram um trabalho para avaliar as propriedades físicas e

mecânicas de painéis do tipo Oriented Strand Board (OSB) produzidos com adesivos

comerciais de uréia-formaldeído (UF), fenol formaldeído (FF) e os taninos da Acacia mearnsii

e tânico de Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville. que apresentam potencial tanífero,

espécie conhecida popularmente como barbatimão (ALMEIDA et al., 2008).

Neste estudo, observou-se que em todas as propriedades avaliadas o desempenho dos

painéis produzidos com adesivo tânico de barbatimão foi melhor quando comparado com o dos

painéis produzidos com o adesivo tânico de acácia (CARVALHO et al., 2015). Os painéis

produzidos com os adesivos UF, FF e tânico de barbatimão atenderam a todos os pré-requisitos

estipulados pela norma de comercialização, tal fato demonstra grande potencial de utilização

dos taninos de barbatimão para produção de painéis OSB (CARVALHO et al., 2015).

Goulart et al. (2012) realizaram um trabalho com a finalidade de verificar a resistência

ao cisalhamento de painéis compensados produzidos com adesivo à base de taninos da espécie

Stryphnodendron adstringens (barbatimão). Neste trabalho, o adesivo de casca de barbatimão

apresentou a mesma resistência ao cisalhamento que o adesivo comercial de tanino de casca de

acácia-negra, mostrando-se, contudo, com menor resistência do que os painéis produzidos com

o adesivo fenol-formaldeído comercial. O adesivo à base de tanino da folha de barbatimão

apresentou possibilidade de aplicação apenas em associação com outros tipos de taninos.

Albino, Mori e Mendes (2010) avaliaram a interface madeira-adesivo por meio de

fotomicrografias, mensuração da espessura da linha de cola principal, teste de resistência ao

cisalhamento e percentagem de falhas na madeira utilizando juntas coladas provenientes das

posições radial e longitudinal da madeira de Eucalyptus grandis.

Durante o estudo, verificou-se que foi possível visualizar a linha de cola produzida pela

ligação entre o adesivo e a madeira, na qual se verificou a penetrabilidade do adesivo na

estrutura anatômica da madeira. Tanto os valores médios da espessura da linha de cola principal

quanto os valores médios da resistência ao cisalhamento, densidade básica e percentagem de

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falhas na madeira variaram no sentido radial da tora.

No sentido longitudinal, tanto os valores médios da espessura da linha de cola quanto

os valores médios da resistência ao cisalhamento e da percentagem de falhas na madeira

variaram de uma extremidade a outra da tora. Em relação à densidade básica da madeira, esta

apresentou valores médios iguais no sentido longitudinal da tora. Dessa forma, é necessário

mais estudo sobre uso de tanino para produção de adesivo.

2.1.5. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DOS TANINOS VEGETAIS

Uma economia extrativista baseada na exploração do Quebracho (Schinopsis spp),

árvore que produz tanino, desenvolveu-se na fronteira meridional de Mato Grosso por volta dos

anos 30 aos 50 do século XX (CORREA; CORREA, 2009). Essa atividade surgiu na região da

bacia do Prata, articulada à pecuária e aos seus subprodutos, em especial couros bovinos e peles

de animais silvestres. Isso porque o tanino foi o principal insumo no processo de beneficiamento

de couros, largamente utilizado por curtumes platinos e destinou-se também aos

estabelecimentos do Rio Grande do Sul e de outras praças nacionais e estrangeiras (CORREA;

CORREA, 2009).

Dessa maneira, pode-se ver que o tanino é extraído desde o século passado (CORREA

e CORREA, 2009), continuando ainda sendo explorado nos dias atuais. De acordo com os

dados do Sistema Nacional de Informações Florestais-SNIF (BRASIL, 2016), o Brasil exportou

taninos e extratos tanantes (Tabela 1).

Tabela 1: Exportação de taninos e extratos tanantes no Brasil no ano de 2016

Produto Quantidade (t) Valor US$

Extrato tanantes 4 31.278

Taninos 64 1.653.593

Total 68 1.684.871

Fonte: SNIF, *(t) tonelada.

É importante frisar a preocupação da região Sul do Brasil quanto à sustentabilidade

desse recurso florestal, com atuação de duas empresas a fim de gerar produtos oriundos da

extração de tanino. Diante desse cenário fica clara a grande importância de estudar o tanino

vegetal com expressiva geração de emprego e renda (MOURA, 2016).

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2.1.6. FATORES EDAFOCLIMÁTICOS QUE INFLUENCIAM NA PRODUÇÃO DE

TANINO

De acordo com Jacobson et al. (2005), ao realizarem um estudo em duas espécies de

barbatimão, Stryphnodendron adstringens e S. polyphyllum, encontraram valores maiores nas

produções de fenóis totais e taninos na época chuvosa do ano. O mesmo padrão foi observado

por Azevedo et al. (2017), que analisaram a melhor época de coleta da casca da jurema-preta

para extração de tanino e fizeram quatro coletas: agosto de 2008 (início do período seco),

dezembro de 2008 (fim do período seco), abril de 2009 (início do período chuvoso) e agosto de

2009 (fim do período chuvoso), sendo constatado que o período chuvoso diferiu

estatisticamente dos demais períodos.

Em geral, solos de baixa fertilidade proporcionam maiores níveis de fenóis totais e

taninos, nas duas espécies estudadas (JACOBSON et al., 2005). Chini et al. (2013) ao analisar

a relação do pH no solo e a quantidade de taninos, destacou que o teor de tanino condensado

(TC) no interior da planta é afetado pelo pH do solo, possuindo maior concentração TC em

cultivares que estavam localizadas em solos ácidos.

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ARTIGO 1

________________________________________________________________________

TEOR DE TANINOS CONDENSADOS NA CASCA DA Acacia mangium Willd EM

RESPOSTA AO PREPARO DO SOLO E ÉPOCA DE AMOSTRAGEM

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TEOR DE TANINOS CONDENSADOS NA CASCA DA Acacia mangium WIlld EM

RESPOSTA AO PREPARO DO SOLO E ÉPOCA DE AMOSTRAGEM

RESUMO: Os taninos vegetais são conhecidos por apresentarem potencial econômico,

ecológico e social, porém carece de informações sobre a interferência de fatores externos na

sua concentração no interior das plantas. O objetivo deste estudo foi analisar a influência do

período de coleta (chuvoso e seco) e do preparo do solo (mais e menos intensivo), no teor de

taninos condensados presentes na casca da Acacia mangium Willd., localizada na área

experimental de Macaíba/RN, sendo analisadas 4 árvores por período, coletadas em preparo do

solo diferente. Realizou-se extração e quantificação de taninos, constatando-se que a coleta no

período chuvoso apresentou TTC de 12,41%, enquanto no seco 6,81%. Já o preparo de solo

mais intensivo não apresentou diferença estatística. Conclui-se que o período de coleta (seco

ou chuvoso) influencia o TTC presente nas cascas da árvore A. mangium, sendo o chuvoso o

período que apresentou o maior TTC.

Palavras-chave: Acácia australiana; Tratos culturais do solo; Período de coletas.

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CONTENT OF CONDENSED TANNINS FROM Acacia mangium Willd BARK IN

RESPONSE TO SOIL PREPARATION AND SAMPLING PERIOD

ABSTRACT: Plant tannins are known to have economic, ecological and social potential, but

lack information on the interference of external factors in their concentration inside the plants.

The objective of this study was to analyze the influence of the collection period (rainy and dry)

and soil preparation (more and less intensive), in the content of condensed tannins present in

the bark of Acacia mangium Willd., Located in the experimental area of Macaíba / RN, 4 trees

per period were analyzed, collected in different soil preparation. Tannin extraction and

quantification was carried out, showing that the collection in the rainy season presented TTC

of 12.41%, while in the dry season 6.81%. The most intensive soil preparation did not present

statistical difference. It is concluded that the collection period (dry or rainy) influences the TTC

present in the bark of the A. mangium tree, with rainfall being the period that presented the

highest TTC

Keywords: Acacia australiana, cultural treatments, collection period

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1. INTRODUÇÃO

A Acacia mangium Willd pertencente à família Fabaceae, é conhecida popularmente

como acácia australiana e ocorre naturalmente no nordeste da Austrália (Richardson et al.,

2011). É uma espécie natural de florestas tropicais com precipitação média variando de 1500 a

3000 mm por ano (Perrineau et al., 2011).

Apresenta importância ecológica, destacando o seu rápido crescimento, inclusive sob

condições desfavoráveis, como em períodos secos ou em solos com baixa fertilidade,

desenvolvendo-se em ambientes com pH entre 4,5 e 6,5 (Souza et al., 2010, Broich et al., 2013;

Ramdani & Hino, 2013). Também apresenta um bom potencial silvicultural no Brasil devido à

sua boa adaptação, sendo utilizada em recuperação de áreas (Gonçalves & Lelis, 2012), para o

plantio de sistemas agroflorestais (Oliveira, 2017), possuindo uma importância na produção de

mel (Cordeiro et al., 2015).

Para fins tecnológicos, sua madeira pode ser aproveitada para produção de móveis

maciços, construção pesada e leve, chapas e embalagens, na produção de lenha e carvão de alto

poder calorífico (entre 4800 e 4900 Kcal.Kg-1), como também no processamento da celulose

(Souza et al., 2010). Hoong et al. (2011) identificaram que o extrato tânico obtido da casca da

A. mangium tem potencial para produção de adesivos utilizados nas indústrias de compensados.

Na planta, os taninos têm a função de protegê-las contra ataques de fungos, bactérias,

vírus e herbívoros (Poyer et al., 2015). De acordo com Pizzi (1993), podem ser classificados

como hidrolisáveis e condensados, sendo que os condensados representam 90% da produção

mundial (Duval et al., 2017).

Os taninos são bastante usados na região Nordeste do Brasil, sendo seu uso principal no

curtimento de pele animal (Gonçalves & Lelis, 2001), porém apresentam outras formas de

utilização, por exemplo, na indústria farmacêutica (Gozales et al., 1990, Carvalho et al., 2018),

na fabricação de plásticos (Raygorodsky, 2005), fungicidas (Simões et al., 2010), na indústria

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petrolífera como agentes dispersantes que controlam a viscosidade de argilas na perfuração de

poços (Tanac, 2013), tratamento de água (Pelegrino, 2011, Klumb & Faria, 2012, Tanac, 2013,

Nepomuceno et al., 2018), na fabricação de tintas e adesivos para madeira (Trugilho et al.,

1997), além disso são utilizados contra organismos xilófagos (Vital et al., 2001, Trugilho et al.,

2003, Colli et al., 2007) e tratamento de cárie (Araujo et al., 2018).

No Brasil existem algumas plantas que se destacam com potencial produção de taninos

vegetais, como o barbatimão (Borges Filho & Felfili, 2003) e acácia-negra (Acacia mearnsii),

cerne do quebracho (Schinopsis sp.). No Nordeste, o cajueiro (Anacardium occidentale),

jurema-preta (Mimosa tenuiflora), jurema-vermelha (Mimosa arenosa), sabiá (Mimosa

caesalpiniaefolia) e o angico-vermelho (Anadenanthera colubrina) (Diniz et al., 2003), essa

última tem o uso exclusivo no curtimento de pele animal, todavia encontra-se ameaçada de

extinção (Paes et al., 2006a). Já a espécie A. mangium por apresentar elevado teor de taninos

(Hoong et al., 2009), ser eficiente para produção de adesivos (Hoong et al., 2011) e se adaptar

bem à região Nordeste do Brasil (Silva et al., 2018) vem se destacando como uma alternativa

silvicultural para tal produção.

Quanto à fertilidade do solo, sabe-se que a mesma interfere na produtividade agrícola

(Taiz & Zeiger, 2009), como também pode afetar na qualidade do carvão (Assis et al.,2018), no

rendimento pirolenhoso (Assis et al.,2018) e na biomassa (Silva et al.,2018), sendo interessante

estudar o seu efeito na concentração de substancias tânicas. Azevedo et al. (2017) relataram

que o período de coleta afeta significativamente a concentração de taninos na casca de jurema-

preta (Mimosa tenuiflora).

Diante da importância da espécie estudada, este trabalho objetivou avaliar a influência

do preparo do solo na quantidade de taninos presentes na casca da A. mangium, como também

determinar a melhor época de coleta de casca para o maior rendimento de tanino na espécie.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Área experimental

O trabalho foi conduzido na Área de Experimentação Florestal, em um plantio de Acacia

mangium, com espaçamento entre plantas de 3 m x 3 m, com 4 anos de idade, localizado no município

de Macaíba, Rio Grande do Norte, Brasil. De acordo com a classificação de Köppen, o clima

local é caracterizado como tropical chuvoso (transição entre os tipos As e BSw), apresentando

estação chuvosa de outono e inverno, com temperatura média de 27°C, sendo a máxima de 32°C

e a mínima de 21°C, umidade relativa média anual de 76% e precipitação pluviométrica variando

entre 863,7 e 1.070,7 mm (Idema, 2013).

O solo da área é classificado como Latossolo Amarelo, textura arenosa e topografia

plana (Beltrão et al., 1975), com pH variando de 5,06 a 5,32 (Silva, 2018) que recebeu dois

processos de adubação do solo na fase de implantação, onde a área foi dividida em duas

subparcelas (1 e 2), as quais tiveram preparo do solo diferentes. Na subparcela 1 (preparo mais

intensivo) foram abertos sulcos com 40,0 cm de profundidade e 70,0 cm de largura. Após

realizou-se uma adubação de fundação com esterco bovino e superfosfato triplo. Em seguida

os sulcos foram fechados, posteriormente abetas covas com 20 cm de profundidade e 5 cm de

largura nas duas subparcelas (1 e 2) para realização do plantio das mudas.

Após o plantio das mudas, foram aplicados 100,0 g/planta de NPK na proporção 6-30-

6 em duas covetas laterais com 10 cm de profundidade e 15,0 cm de diâmetro, situadas a 15,0

cm da planta cada. Dois meses após o plantio, realizou-se a correção do solo com a aplicação

de calcário (2,0 t) no A1. O calcário foi utilizado para suprir a demanda de cálcio e magnésio

da cultura, considerando que a disponibilidade no solo estava abaixo do nível crítico (Alvarez

et al., 1999).

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2.2 Delineamento Experimental e Análise estatística.

Utilizou-se o delineamento experimental casualizado retirando as cascas do fuste em

dois preparo de solo (A0 e A1), como também em dois períodos (Chuvoso e Seco), com a

finalidade de compreender se esses fatores exerciam influencia na produção de taninos na casca

da A. mangium. Foram abatidas 08 árvores na primeira coleta, sendo 4 árvores no solo A0 e 04

no solo A1 e mais 04 árvores foram abatidas na segunda coleta, correspondendo o período seco

sedo essas retiradas da subparcela menos intensiva.

Para a análise estatística, os valores de Teor de Sólidos Totais (TST %), índice de Stiasny

(I %) e Teor de Taninos Condensados (TTC %), foram transformados em arcsen [raiz (TTC/100].

Essa transformação dos dados, sugerida por Steel & Torrie (1980), foi necessária para

homogeneizar as variâncias, com médias comparadas pelo teste de T (p ≥ 0,05). As análises

foram realizadas no infostat.

2.3 Seleção do material

Após o abate das árvores, as cascas foram separadas do fuste. Em seguida, foram

transportadas para o Laboratório de Tecnologia da Madeira da Unidade Acadêmica

Especializada em Ciências Agrárias-UFRN, Macaíba, RN.

As cascas foram secas ao ar até ser observado que estavam totalmente secas, para em

seguida serem moídas em um triturador forrageiro CID 105 LD 1,5CV Bivolt, objetivando obter

um material de menor granulometria. O material moído foi classificado, sendo utilizado o que

passou por uma peneira de malha de 2 x 2 cm.

Após essa operação foram retiradas amostras representativas de cascas da espécie a fim

de avaliar o teor de umidade (base seca) das cascas. Os materiais destinados à quantificação das

substâncias tânicas presentes na espécie foram moídos em um moinho do tipo Willey para

obtenção de uma menor granulometria.

As cascas foram classificadas e utilizada a porção que passou pela peneira de 35 “mesh”

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e ficou retida na de 60 “mesh”; em seguida, foi homogeneizada, pesada e conduzida à estufa de

ventilação forçada com temperatura de 60ºC para a determinação do teor de umidade do

material.

2.4 Extração e quantificação das substâncias tânicas

Para a extração, foram utilizadas 3 repetições de 25g do material seco, que foi posto em

um balão de 1000 mL e adicionados 250 mL de água destilada (relação 10:1), sendo mantido em

temperatura de ebulição da água por duas horas. Cada amostra foi submetida a duas sequências

de extrações a fim de se retirar o máximo de quantidade de extrativos presentes.

Após cada extração, o material foi coado em uma peneira de 60 mesh, passado em tecido

de flanela, para a retenção de partículas de serragem, homogeneizado e filtrado em cadinho de

vidro sinterizado de porosidade 2; em seguida, o extrato tânico foi completado para 500 mL,

utilizando água destilada. Após essa etapa foram retiradas três alíquotas de 50 mL de cada

extrato. Duas alíquotas foram utilizadas para a determinação do teor de taninos condensados

(TTC) e uma evaporada em estufa a 103 ± 2 por 48 horas para a determinação da porcentagem

de teor de sólidos totais (TST). Para as determinações do TST de cada amostra foi empregado

a Equação 1.

𝑇𝑆𝑇(%) =𝑀1−𝑀2

𝑀2𝑥100 (Equação 1).

Em que: TST = Teor de sólidos totais (%); M1 = Massa inicial (g); M2 = Massa final (g).

Para determinação do teor de taninos condensados (TTC) presente em cada amostra foi

empregado o método de Stiasny, descrito por Guangcheng et al. (1991), com algumas

modificações. Para tanto, aos 50 mL do extrato bruto foram adicionados 4 mL de formaldeído

(37% m/m) e 1 mL de ácido clorídrico concentrado.

Cada mistura foi submetida à fervura sob refluxo por 30 minutos. Nessas condições, os

taninos formaram complexos insolúveis que foram separados por filtração simples; em seguida

foi utilizado filtro de papel posto em funil de Büchner de 10 cm de diâmetro e 4 cm de

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profundidade. O material retido no filtro foi seco em estufa a 60 ± 2ºC por 48 horas e, em

seguida, calculado o índice de Stiasny (Equação 2).

𝐼(%) = (𝑀2

𝑀1) 𝑥100 Guangcheng et al. (1991) (Equação 2).

Em que: I = Índice de Stiasny (%); M1 = Massa de sólidos em 50 mL de extrato; M2 = Massa

do precipitado taninos – formaldeído.

Após a obtenção do Índice de Stiasny, calculou-se o teor de taninos condensados (TTC),

conforme a Equação 3.

𝑇𝑇𝐶 (%) =𝑇𝑆𝑇 𝑋 𝐼

100 (Equação 3).

Em que: TTC = Teor de taninos condensados (%); TST = Teor de sólidos totais (Equação 1); I

= Índice de Stiasny (Equação 2).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme pode ser observado (Tabela 1), o preparo do solo menos intensivo (A0)

apresentou TST de 14,80% e o mais intensivo (A1) 15,33%; já o I apresentou 83,89% para o

preparo do solo menos intensivo e 95,26% para o preparo do solo mais intensivo. E tratando-

se do teor de taninos condensados, observa-se que na Tabela 1 o preparo de solo A0 apresentou

12,41% e o preparo de solo A1 14,60%, cujo os dados não diferenciaram estatisticamente.

Tabela 1. Teor de Sólidos Totais (TST %), índice de Stiasny (I %) e Teor de Taninos Condensados

(TTC %), encontrados na casca da Acacia mangium, plantados com preparo de solo mais intensivo

(A1) e menos intensivo (A0), na região Litorânea do RN.

Table 1. Total Solids content (TST %), Stiasny index (I %) and Condensed Tannin content

(TTC %), found in the bark of Acacia mangium, planted with more intensive (A1) and less

intensive (A0) soil preparation, in the coastal region of RN.

Preparo de solo TST (%) I (%) TTC (%)

Menos Intensivo (A0) 14,80 a 83,89 a 12,41 a

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Mais Intensivo (A1) 15,33 a 95,26 a 14,60 a

Valores com a mesma letra na linha não diferem estatisticamente entre si pelo teste T ao

nível de 5%.

De acordo com Santos et al., (2012) solos ácidos diminui a disponibilidade de nutrientes

para a planta, a área estudada apresentou um pH variando de 5,06 a 5,32 (Silva,2018)

considerado ácido.

O preparo de solo A1 recebeu calcário, que tem por objetivo reduzir a acidez do solo

(Prezotti, 2018), já o preparo de solo A0 não. Diante disto esperava-se que o preparo de solo

menos intensivo (A0) que não teve correção de acidez, apresentasse maior concentração de teor

de taninos condensados (TTC) na casca, pelo motivo da planta não está com a disponibilidade

de nutrientes adequada, esperava-se que a mesma aumentasse seu mecanismo de defesa que é

a produção de tanino, responsáveis por protegê-la contra ataques (Poyer et al., 2015), fato que

não ocorreu na espécie estudada.

Entende-se que o método de preparo do solo (Adubação) não influenciou na quantidade

TTC na casca da planta (Tabela 1). A literatura não apresenta valores com a relação quantidade

de tanino e a nutrição mineral, contudo a mesma menciona estudos comparando a quantidade

de tanino na planta e os tipos de classificação de solo.

Sturion et al. (2004), ao analisarem o controle genético dos teores de polifenóis totais,

taninos e cafeína em progênies de erva-mate (Ilex paraguariensis st. hil.) cultivadas em três

classes de solos (Nitossolo haplico, Latossolo bruno, Cambissolo húmico), observaram que a

quantidade de taninos na erva-mate não foi influenciada por esse fator, já que o mesmo não

diferiu significativamente entre os locais estudados.

Chavarria et al. (2011), ao estudar sobre relações hídricas, rendimento e compostos

fenólicos de uvas em três tipos de solo (Argissolo Bruno-acizentado, Planossolo Háplico e

Neossolo Regolítico), observou que os mesmos apresentaram diferenças significativas, sendo

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que o Neossolo apresentou maiores valores na quantidade de taninos presentes nas sementes

(8,94 %) e na película (1,60 %) da uva. Essa diferença pode estar relacionada ao efeito de que

no período do estudo, ocorreram diversos eventos de chuva ao longo da maturação nessa área.

De acordo com Silva et al. (2011), os maiores valores de número de dias de chuva em

grande parte da região Nordeste do Brasil ocorrem no primeiro semestre do ano. Esse fato

confirma-se com os dados pluviométricos da cidade de Macaíba/RN coletados no pluviômetro

do Grupo de Estudo em Forragicultuta (GEFOR).

Onde no período da primeira coleta da casca da acácia em julho de 2017, denominado

período chuvoso, foi o mês que atingiu maior índice pluviométrico, registrando 357,8 mm, e o

menor índice ocorreu em outubro e novembro de 2017 com 0,0 mm, respectivamente, sendo a

segunda coleta realizada em janeiro de 2018 com 19,4 mm, denominado fim do período seco.

Em consonância com o período chuvoso e seco, foram realizadas as análises, conforme

observa-se na Tabela 2, em que o teor dos sólidos totais não deferiu estatisticamente,

apresentando os valores de 14,80% (Chuvoso) e 13,84% (Seco).

Observa-se que o índice de Stiasny foi de 83,89% para o período chuvoso, valor esse

quase o dobro do período seco que foi de 49,26%, diferindo estatisticamente. Da mesma

maneira foi observado no TTC, em que na coleta realizada no período chuvoso apresentou

valores de 12,41% e no período seco 6,81% (Tabela 2).

Tabela 2. Teor de Sólidos Totais (TST %), índice de Stiasny (I %) e Teor de Taninos Condensados

(TTC %), na casca da Acacia mangium, em dois períodos de coletas seco e chuvoso, em área sob

tratamento de solo menos intensivo, na região litorânea do RN.

Table 2. Total Solids Content (TST%), Stiasny index (I%) and Condensed Tannin content

(TTC%), in the Acacia mangium bark, in two dry and rainy periods, in soil treated area less

intensive, in the coastal region of the RN.

Períodos de coletas TST (%) I (%) TTC (%)

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41

Chuvoso (A0) 14,80 a 83,89 a 12,41 a

Seco (A0) 13,84 a 49,26 b 6,81 b

Valores com a mesma letra na linha não diferem estatisticamente entre si pelo teste T ao

nível de 5%.

Azevedo et al. (2017) ao analisarem a melhor época de coleta (Chuvoso e Seco) da casca

da jurema-preta para extração de tanino, observaram que no fim do período seco e início do

período chuvoso as medias de TST não deferiram estatisticamente, porém ao analisarem TTC

relataram que no período chuvoso apresentou maior concentração de TCC em relação ao

período seco.

Jacobson et al. (2005), ao realizarem um estudo em duas espécies de barbatimão,

Stryphnodendron adstringens e S. polyphyllum, encontraram valores maiores nas produções de

fenóis totais e taninos na época chuvosa do ano. Esses mesmos comportamentos supracitados

aconteceram para a espécie do presente estudo (Tabela 2).

Sabe-se que as fenofases de floração e frutificação da acácia diferem de acordo com a

localização geográfica, podendo florescer e frutificar durante todo o ano (Sedgley et al.,1992).

A segunda coleta (Período seco) foi realizada quando a acácia apresentava folhas e frutos, nesse

período apresentou o menor TTC na casca (Tabela 2). Vital et al. (2001) acreditam que a planta

se utiliza de uma estratégia para proteger os frutos, em que ela direciona os taninos da casca

para os frutos, evitando, assim, o ataque de predadores.

Segundo Paes et al. (2010), espécies com percentual superior a 10% de TTC apresentam

potencial para serem exploradas economicamente, valor esse que pode ser encontrado na

espécie A. mangium plantada na cidade de Macaíba/RN, região Nordeste do Brasil, desde que

seja coletada no período chuvoso.

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42

4. CONCLUSÃO

O teor de taninos presente nas cascas da Acacia mangium Willd, não foi afetado pelo

tratamento de solo recebido.

A espécie Acacia mangium Willd localizada em um plantio na cidade de Macaíba/RN,

na região do Nordeste do Brasil, pode ser classificada como produtora de tanino para fins

comercias no período chuvoso, sendo a melhor época de coleta da casca para extração de tanino.

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46

ARTIGO 2

________________________________________________________________________

QUALIDADE DOS PAINÉIS COMPENSADOS PRODUZIDOS COM ADESIVO À

BASE DE TANINO DE Acacia magium Willd.

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47

QUALIDADE DOS PAINÉIS COMPENSADOS PRODUZIDOS COM ADESIVOS À

BASE DE TANINO DE Acacia magium Willd.

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi analisar a qualidade de painéis compensados

produzidos com adesivos de taninos da casca de Acacia mangium e compará-los com adesivos

comerciais. Realizando os testes de propriedade (pH, viscosidade e tores de sólidos) e de

qualidade (testes físicos e mecânicos dos adesivos) dos mesmos. Foram confeccionados 9

painéis de Pinus sp. sendo três para cada tratamento (A. mangium, A. mearnsii e Fenol-

formaldeído). Durante o estudo observou-se que a viscosidade do adesivo da A. mangium foi

de 2.168,84 cP, apresentado característica favoráveis a sua aplicação. No teste de flexão estática

os adesivos de tanino A. mangium apresentou valores superiores comparado com os outros

adesivos. Já para o teste de cisalhamento todos comportaram-se com valores acima de exigido

pela norma. Desta forma conclui-se que os taninos da A. magium apresentam potencial para

ser empregado na produção de adesivos para a indústria de painéis compensados.

Palavras-chave: Acácia Australiana; Taninos Condensados; Produção Alternativa, Casca.

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QUALITY OF COMPENSATED PANELS PRODUCED WITH ADHESIVES BASED

ON TANIUM OF Acacia magium Willd.

.

ABSTRACT: The objective of this work was to analyze the quality of the compensated panels

produced with adhesives of tannins of the bark of Acacia mangium and to compare them with

commercial adhesives. Conducting the property tests (pH, viscosity and solids) and quality

(physical and mechanical tests of adhesives) of the same. 9 panels of Pinus sp. being three for

each treatment (A. mangium, A. mearnsii and Phenol-formaldehyde). During the study it was

observed that the viscosity of the A. mangium adhesive was 2,168.84 cP, presented

characteristic favorable to its application. In the static bending test the A. mangium tannin

adhesives presented higher values compared to the other adhesives. Already for the shear test

all behaved with values above required by the standard. In this way, it can be concluded that A.

magium tannins have the potential to be used in the production of adhesives for the compensated

panel industry.

Keywords: Australian acacia, condensed tannin, alternative production, bark.

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49

1. INTRODUÇÃO

O mercado nacional de produtos de madeira vem tendo um avanço significativo, por

causa da instalação de novas unidades produtoras, da modernização do parque industrial e da

busca de novas pesquisas para desenvolver a tecnologia de produção (Roque, 1998).

Ao longo das últimas décadas, as questões ambientais e de sustentabilidade tornaram-

se os principais motores de pesquisa para a produção de materiais ecológicos desenvolvidos a

partir de recursos renováveis (Özbay & Ayrilmis ,2015), dentro dessa busca pela

sustentabilidade, os adesivos produzidos com taninos surgem como uma alternativa ambiental,

visto que a maioria dos adesivos produzidos é oriunda da indústria petrolífera (Abdullah et al.,

2013; Zhou et al., 2013; Zhou; Pizzi, 2014; Carvalho et al., 2014).

Os taninos são constituídos por polifenóis, sendo classificados em hidrolisáveis e

condensados (Pizzi, 1993), em que os condensados representam 90% da produção mundial

(Duval et al., 2017). Os taninos condensados são utilizados em diversas aplicações industriais,

como curtimento de peles de animais (Gonçalves & Lelis, 2001), na indústria farmacêutica

(Carvalho et al., 2018), na fabricação de plásticos (Raygorodsky, 2005), na indústria petrolífera

(Tanac, 2013), no tratamento de água (Nepomuceno et al., 2018), no processo de fabricação de

tintas (Trugilho et al., 1997), no tratamento de cárie (Araujo et al., 2018) e ainda como

fungicidas (Simões et al., 2010) e adesivos de madeiras (Hoong et al., 2011).

Os adesivos produzidos com os taninos têm a capacidade de substituir os adesivos

sintéticos, destacando-se no Brasil o gênero da Acacia mearnsii, sendo o mais utilizado

atualmente para produção de adesivo, sendo a região Sul a maior produtora (Hillig et al., 2002).

O mercado mundial de taninos vegetais produz cerca de 160 mil t/ano, onde 100 mil toneladas

são provenientes de plantios de acácia localizados no Brasil e África do Sul (Química, 2004).

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A espécie Acacia mangium oriunda da Malásia apresenta alto teor de taninos (Hoong et

al., 2009), com capacidade de produzir adesivos tânicos, resultados obtidos após a realização

de testes em lâminas de Mepisang (Goniothalamus), onde identificou que o adesivo tânico desta

espécie se comportou de forma positiva para colagem de madeira (Hoong et al., 2011).

Portanto, o presente trabalho objetivou avaliar a qualidade de painéis compensados

produzidos com adesivo à base de taninos de A. magium de um plantio localizado na região

Nordeste do Brasil, e compará-los com adesivos utilizados comercialmente.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Área experimental

A área experimental com o plantio de Acacia mangium aos 4 anos de idade está

localizada no município de Macaíba, Rio Grande do Norte, Brasil. A classificação de Köppen

caracteriza o local como sendo tropical chuvoso (transição entre os tipos As e BSw), no período

de outono e inverno apresenta-se a estação chuvosa, com temperatura média de 27 °C, sendo a

máxima de 32°C e a mínima de 21 °C, umidade relativa média anual de 76% e precipitação

pluviométrica variando entre 863,7 e 1.070,7 mm (Idema, 2013).

2.2 Seleção do material.

Foram abatidas 08 árvores no período chuvoso, sendo selecionadas em função do seu

vigor, escolhidas aquelas que apresentavam boas condições fitossanitárias (sem ataque de

fungos/pragas ou indício de doença). Logo após do abate das árvores, as cascas foram retiradas

do fuste, realizada a pesagem das mesmas para determinação da umidade inicial e

acondicionadas em sacos plásticos com a finalidade de não ter perda de umidade; em seguida,

foram transportadas para o laboratório de tecnologia da madeira da Unidade Acadêmica

Especializada em Ciências Agrarias da UFRN, Macaíba/RN. O material foi passado em um

triturador forrageiro elétrico bivolt para obter um material de menor granulometria. O material

moído foi peneirado e utilizado, passando por uma peneira de malha de 2 x 2 cm. Após essa

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operação, o material foi homogeneizado a fim de retirar amostras representativas da casca da

espécie, com o intuito de avaliar o teor de umidade (base seca) das cascas, utilizando uma estufa

com uma temperatura de 60ºC.

2.4. Extração de substâncias tânicas para a produção de adesivo.

Para as extrações de substâncias tânicas foram utilizados 1,0 kg de casca e 10 L de água

destilada (relação 1:10), colocados em um recipiente cilíndrico, confeccionado em aço inox,

sendo posto em uma autoclave com capacidade de 48 L com uma temperatura de 121°C.

As amostras de cascas foram submetidas a dois ciclos, totalizando duas horas de

extração. Após a primeira etapa, o extrato foi retirado e a casca foi submetida a mais duas horas

de extração em autoclave com a finalidade de se retirar a máxima quantidade de extratos

tânicos. Dessa maneira, a relação final da casca:solução foi de 1:20.

Após cada extração, o material foi passado em flanela e filtrado em uma peneira de 60

mesh para a retenção de partículas finas. O extrato obtido foi homogeneizado e transportado

para bandejas de alumínio, e posto para secar em estufa solar, até a sua completa evaporação.

O material anidro foi moído com auxílio de um almofariz e pistilo em porcelana; em seguida,

classificado utilizando o material que passou em peneira de 60 mesh para posterior produção

do adesivo.

2.5. Produção de adesivo tanino folmaldeído

Os adesivos foram produzidos no Laboratório de Anatomia da Madeira e Painéis de

Madeira da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras/MG. A produção foi realizada com

o auxílio de um bastão de vidro e de um agitador magnético de aquecimento SL-91 a uma

temperatura constante de 50 °C, na qual foram misturados 360 g de pó de taninos, 40 g de

paraformaldeído e 400 ml de água destilada.

2.6. Propriedades do adesivo produzido

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Foram determinadas as propriedades de viscosidade, teor de sólidos e pH dos adesivos,

cada propriedade foi realizada em triplicatas. A viscosidade foi determinada utilizando um

viscosímetro do tipo Copo Ford n° 5 e seguindo a Norma ASTM D-1200. Para determinar o pH

do adesivo, utilizou-se um pHmetro, de marca Tecnal.

O teor de sólidos dos adesivos foi calculado de acordo com Moslemi (1974), ao evaporar

a água das amostras, contendo 3 g de adesivo, que foram levados à estufa, com temperatura de

103 ± 2 °C, até atingirem massa constante.

2.7 Obtenção das lâminas e Confecção dos painéis compensados

Na confecção dos painéis compensados foram utilizadas lâminas de Pinus sp. com

espessura média de 2 mm e umidade de 8%, selecionando-se aquelas sem rachaduras e nós.

Foram produzidos painéis com dimensões de 30 x 30 cm, constituídos por cinco lâminas

de Pinus sp. colados com adesivos de tanino de A. mangium e os comerciais tanino A. mearnsii

e Fenol-formaldeído (linha simples). Sendo que para cada tratamento foram produzidos

três painéis, totalizando nove painéis. Para colagem foram utilizados 320 g.m² de

gramatura de adesivo espalhados de maneira uniforme com o uso da espátula. Após montagem

das lâminas, estas foram sobrepostas alternadamente e deixadas no tempo de assemblage de 15

minutos. Para o ciclo de prensagem dos painéis foi utilizado uma prensa hidráulica, de pratos

planos horizontais e aquecimento elétrico, com o tempo de fechamento de 35 segundos,

colocando uma pressão especifica de 10 kgf/cm², sendo que o tempo de prensagem durou 10

minutos em uma temperatura de 150 ºC

Após a prensagem dos compensados os mesmos foram aclimatados a 20 ± 2°C e

umidade relativa de 65 ± 5% e posteriormente esquadrejados, sendo retirados os corpos de

prova, segundo as especificações da norma da ABNT 31:000.05-001/2. Esses corpos de prova

foram adicionados a uma temperatura e umidade relativa constante, sendo 20ºC e 65%.

2.7.1 Avaliação das propriedades físicas dos painéis

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2.7.2 Absorção em água

Os corpos de prova foram pesados e imersos em água por duas horas, sendo, a seguir,

retirados e pesados novamente. Após a pesagem, os corpos de prova foram novamente imersos

em água por 24 horas e procedeu-se à nova pesagem. A absorção em água após duas e 24 horas

foi realizada segundo a norma ABNT. NBR- 9486 (ABNT, 1986b).

2.8 Avaliação das propriedades mecânicas dos painéis

2.8.1 Ensaio de cisalhamento na linha de cola, dureza Janka e Flexão estática (MOR e

MOE).

Os ensaios de resistência da linha de cola aos esforços de cisalhamento foram realizados

de acordo com a norma ABNT NBR 9534 (ABNT, 1986c), a dureza Janka foi de acordo com

a norma NBR 14810-3 (ABNT, 2006c). Já a determinação do Módulo de elasticidade (MOE)

e Módulo de Ruptura (MOR) à flexão estática foi baseada na norma ABNT NBR 9433/86

(ABNT, 1986a).

2.9. Análise estatística dos dados

Primeiramente, com o intuito de verificar a normalidade e homogeneidade dos dados,

foram realizados, respectivamente, os testes Shapiro-Wilk e por apresentarem valores não

paramétricos foi necessária a utilização do teste de Kruskall-Wallis. Em todos os outros casos,

a análise estatística das médias obtidas foi comparada pelo teste de T (p ≥ 0,05). As análises

foram realizadas no Biostat.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Propriedades dos adesivos

O teor de sólidos dos adesivos de tanino A. mangium foi de 47,26%, já para o tanino A.

mearnsii e fenol-formaldeído foram 46,0% e 52,63%, respectivamente, em que esses

valores diferiram estatisticamente (Tabela 1).

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54

Tabela 1: Propriedades do adesivo (Teores sólidos, Viscosidade e pH) dos taninos da A.

mangium comparado com os comerciais tanino A. mearnsii e o sintético fenol-formaldeído.

Table 1: Adhesive properties (Solids, Viscosity and pH) of A. mangium tannins compared to

commercial ones tanino A. mearnsii and the synthetic phenol-formaldehyde.

Adesivos Propriedades dos adesivos

Teores sólidos (%) Viscosidade(cP) pH

Tanino A. mangium 47,26 b 2.168,84 b 4,18 c

Tanino A. mearnsii 46,00 c 662,94 c 5,60 b

Fenol-formaldeído 52,63 a 5.456,01 a 12,20 a

Em que: Médias seguidas por letras minúsculas diferentes, na mesma coluna, diferem entre si

(Tukey, P > 0,05).

Carvalho (2016), utilizando a mesma metodologia realizada neste trabalho, encontrou o

teor de sólidos de 47,9% para o adesivo produzido com os taninos de A. mangium, semelhante

ao encontrado neste trabalho. Já para Acacia mearnsii, Teodoro & Lelis (2005) observaram um

teor sólido de 45,87%, valor inferior aos dados da A. mangium.

O teor de sólidos está relacionado com a percentagem de pontos reativos com o agente

ligante; quando se encontra um teor de sólido alto, aumenta-se a viscosidade do adesivo, isso

prejudica seu espalhamento e penetração na madeira (Carvalho et al., 2016). O maior valor de

viscosidade foi para o fenol-formaldeído, que também apresentou uma maior porcentagem

de teor de sólidos, corroborando a existência de uma relação positiva entre essas variáveis

analisadas.

A viscosidade do adesivo da A. mangium, A. mearnsii e fenol-formaldeído foi,

respectivamente, 2.168,84 cP, 662,94 cP e 5.456,01 cP., valores esses que diferiram

estatisticamente entre si (Tabela 1). Porém, Mori et al. (2001) relataram que uma viscosidade

elevada (> 6.000 cP) faz com o que os adesivos à base de taninos fiquem inadequados, visto

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55

que afeta diretamente a formulação, a sua aplicação e a resistência da linha de cola, fator esse

que não foi encontrado para os adesivos analisados.

Por se tratar de adesivos já utilizados comercialmente, A. mearnsii e fenol-formaldeído,

já eram esperados resultados positivos, enquanto a A. mangium se destacou por apresentar

características físicas positivas quanto às propriedades do adesivo, onde não precisou ser feita

nem uma diluição e nem sulfitação para redução de sua viscosidade.

Os adesivos de taninos da A. mangium e o da A. mearnsii apresentaram valores de pH,

respectivamente, 4,18 e 5,60; já o fenol-formaldeído apresentou 12,20 (Tabela 1). Iwakiri

(2005) afirma que os adesivos devem manter o pH em uma faixa de 2,5 a 11, uma vez que

valores superiores a esse limite podem causar a degradação das fibras de madeira e um pH com

um valor menor tem a capacidade de provocar uma alta formação de espuma na mistura,

prejudicando a sua aplicação. Diante disso, observa-se que os adesivos de taninos da A.

mangium e o da A. mearnsii e encontraram valores de pH na faixa estabelecida por Iwakiri

(2005), enquanto o fenol-formaldeído (utilizado comercialmente) apresentou um valor superior.

Teodoro & Lelis (2005), ao realizarem um trabalho sobre a colagem de madeira

sólida com adesivo natural à base de tanino, observaram um pH de 4,61 para A. mearnsii,

valor um pouco superior do que A. mangium deste trabalho.

3.2 Propriedades mecânicas dos painéis

De acordo com Guimarães Junior (2008), o cisalhamento tem como objetivo analisar a

qualidade da colagem. Diante disso, na Tabela 2, apresentam-se os resultados dos ensaios de

resistência do cisalhamento na linha de cola.

Percebe-se na Tabela 2 que não houve diferença estatística entre os tratamentos

produzidos com os taninos de A. mangium, A. mearnsii e o sintético Fenol-formaldeído, que,

respectivamente, apresentaram os seguintes valores: 1,02 MPa, 1,01 MPa e 1,44

MPa.

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Tabela 2: Propriedades mecânicas (Cisalhamento e Dureza Janka) dos painéis colados com o

adesivo de taninos da A. mangium comparado com os comerciais tanino A. mearnsii e o

sintético fenol-formaldeído.

Table 2: Mechanical properties (Shear and Janka hardness) of the panels glued with the A.

mangium tannin adhesive compared to the commercial tanino A. mearnsii and the synthetic

phenol-formaldehyde.

Adesivos Propriedades mecânicas dos painéis

Cisalhamento (MPa) Dureza Janka (MPa)

Tanino A. mangium 1,02 a 51,23 a

Tanino A. mearnsii 1,01 a 35,45 a

Fenol-formaldeído 1,44 a 53,77 a

Em que: Médias seguidas por letras minúsculas iguais, na mesma coluna, não diferem entre si

(Tukey, P > 0,05).

Os dados (Tabela 2) mostram que o valor médio de resistência ao cisalhamento foi maior

para o painel colado com o adesivo Fenol-formaldeído, porém não deferindo

estatisticamente dos demais adesivos, fato que demonstra que a interação entre cola e

madeira foi positiva para todos os adesivos.

Silva et al. (2012), ao realizarem a mesma metodologia para teste de compensados de

três lâminas, fabricados com madeira de Pinus taeda e adesivos à base de taninos de Pinus

oocarpa, obtiveram 1,72 MPa para o valor médio de cisalhamento na linha de cola. Resultado

este superior ao encontrado neste trabalho para o Tanino A. mangium.

Já Goulart et al. (2012) observaram que os adesivos produzidos com os taninos da

Acacia mearnsii apresentaram resistência ao cisalhamento de 2,02 MPa. Hoong et al. (2009)

realizaram um trabalho associando os taninos da A. mangium e fenol-formaldeído, nas seguintes

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proporções: 90:10 e 80:20, respectivamente, com 90% dos taninos da acácia observou a

resistência ao cisalhamento de 1,86 MPa e quando adicionou 20% do fenol-formaldeído

observou 2,01 MPa. Essa diferença de valores entre os autores supracitados pode estar atrelada

ao tempo de cura e à pressão da colagem (Nascimento et al., 2013), como também ao tempo de

assemblagem (Lima et al., 2011), em que esses fatores podem exercer uma influência na

colagem e, consequentemente, no cisalhamento.

Todos os tratamentos apresentaram-se coerentes em relação aos dados encontrados na

literatura e obtiveram valores superiores a 1 MPa, que é o valor mínimo requerido pela norma

europeia EN 314-2 (1993b), sem a exigência de avaliar a porcentagem de falha na madeira.

A Dureza Janka é descrita como sendo a resistência à penetração de uma semiesfera de

metal de 1 cm², sendo essa análise importante para que se possa entender a aplicabilidade do

material (Ribeiro, 2017). Os valores de Dureza Janka para os painéis colados com os adesivos

de tanino da A. mangium, tanino de Acacia mearnsii e fenol-formaldeído expressaram o valor

de 51,23 MPa 35, 45 MPa e 53,77 MPa, respectivamente.

Uma das matérias-primas mais utilizadas no setor moveleiro no Brasil são os painéis

produzidos de madeira aglomerada (Associação de Indústrias de Painéis de Madeiras – ABIPA,

2015). Soratto et al. (2013), ao realizarem teste de dureza Janka em painéis aglomerados

produzidos 100% com matérias de madeira, encontraram uma dureza de 40,65 MPa, valor

semelhante ao encontrado neste trabalho, já que não houve diferença estatística entre os

tratamentos.

Os painéis feitos com adesivo tânico de A. mangium se comportou estatisticamente

diferente aos demais adesivos comercias (Tanino A. mearnsii e Fenol-formaldeído) para a

propriedade mecânica de módulo de elasticidade (MOE) paralelo e para o módulo de ruptura

(MOR) paralelo o mesmo se comportou igual aos adesivos comerciais. Já para os testes de flexão

realizados de forma perpendicular (MOE e MOR) o adesivo tânico de A. mangium diferenciou do

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Tanino A. mearnsii, porém não diferenciou do sintético Fenol-formaldeído. Desta forma

evidenciando que os painéis colados com os adesivos de Tanino A. mangium apresenta maior

Módulo de elasticidade, tornando mais rígido e menos elástico (Tabela 3).

Tabela 3: Propriedades mecânicas (Módulo de ruptura e de elasticidade) dos painéis colados

com o adesivo de taninos da A. mangium comparado com os comerciais tanino A. mearnsii e o

sintético fenol-formaldeído.

Table 3: Mechanical properties (Modulus of rupture and elasticity) of the panels bonded with

the A. mangium tannin adhesive compared to the commercial tanino A. mearnsii and the

synthetic phenol-formaldehyde.

MÓDULO DE ELASTICIDADE MÓDULO DE RUPTURA

Adesivos MOE (MPa) MOR (MPa)

Perpendicular Paralelo Perpendicular Paralelo

Tanino A. mangium 1835,99 a 6538,53 a 32,74 a 59,35 a

Tanino A. mearnsii 1233,79 b 3038,29 b 20,02 b 37,44 a

Fenol-formaldeído 1361,53 ab 3777,41 ab 25,26 ab 39,91 a

Em que: Médias seguidas por letras minúsculas iguais, na mesma coluna, não diferem entre si

(Tukey, P > 0,05).

Em um estudo realizado por Carvalho et al. (2016) que teve como objetivo avaliar a

influência dos adesivos naturais e sintéticos em painéis compensados de Pinus oocarpa.

Observaram que os valores médios para MOR paralelo e perpendicular para os Painéis colados

com adesivos de tanino de A. mangium foram respectivamente 38,17 MPa e 20,91 MPa. Já para

MOE os autores mencionados anteriormente observaram 3819,34 MPa (Paralelo) e 1388,97

MPa (perpendicular), valores inferiores ao encontrado neste trabalho (Tabela 3).

No mesmo estudo ainda foi avaliado os painéis colados com adesivos da

Stryphnodendron adstringens onde obtiveram para o MOR paralelo o valor de 46,03 MPa,

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59

comportando-se menor que o adesivo de Tanino A. mangium, maior que o de Tanino A.

mearnsii e aproximado ao Fenol-formaldeído para o mesmo teste realizado (Tabela 3).

E para o MOR perpendicular o valor encontrado foi de 29,25 MPa (Carvalho et al.

2016), sendo menor que Tanino A. mangium e maior que os comerciais, Tanino A. mearnsii e

Fenol-formaldeído (Tabela 3).

Iwakiri et al. (2012) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a qualidade de

painéis compensados de Pinus oocarpa colados com o adesivo sintético fenol-formaldeído onde

encontrou-se valores médios de MOE e MOR paralelo que foram respectivamente 7079 Mpa

e 61,68 MPa, já para analise perpendicular observou-se 3674 MPa (MOE) e 47,35 MPa

(MOR), valores superiores ao encontrado neste trabalho (Tabela 3) para realização dos mesmo

teste com o fenol-formaldeído, fato esse que pode ser atribuído a estrutura do painel a qual foi

constituídos de formas diferentes.

3.3 Propriedades física dos painéis

Para realizar o teste de propriedades físicas dos painéis, utiliza-se a absorção de água

em que os valores médios estão apresentados na Tabela 4, tanto após duas horas quanto após

24 horas.

Tabela 4: Propriedades físicas (Absorção de água em 2hs e 24hs) dos painéis colados com o

adesivo de taninos da A. mangium comparado com os comerciais Tanino A. mearnsii e o

sintético fenol-formaldeído.

Table 4: Physical properties (Absorption of water in 2hs and 24hs) of the panels adhered with

the A. mangium tannin adhesive compared to the commercial Tanino A. mearnsii and the

synthetic phenol-formaldehyde.

Tratamento Teste de absorção de água

2hs (%) 24hs (%)

Tanino A. mangium 59,64 a 83,14 a

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Tanino A. mearnsi 52,22 a 79,28 a

Fenol-formaldeído 45,41 a 58,42 a

Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si pelo teste de Kruskall-Wallis ao nível de

confiança 95%.

No período de 2 e 24hs de imersão, os painéis fabricados com os adesivos apresentaram

a tendência relacionado a absorção, em que o fenol-formaldeído apresentou menor valor,

seguido do adesivo de tanino da A. mearnsii, e por fim A. mangium. Apesar dessa tendência, os

valores não apresentaram diferença significativa. Os maiores valores de absorção encontrados

para os taninos ocorrem pela presença dos grupos de hidroxila da molécula tânica, que a torna

hidrofílica fazendo com o que o adesivo tânico não resista à umidade (Carneiro et al., 2009).

Carvalho et al. (2014), ao realizarem testes de absorção de água nos painéis produzidos

e colados com o adesivo da A. mearnsii, observaram que no período de 2hs apresentaram um

valor de 91,4%, valor superior ao encontrado para o adesivo da A. mangium deste estudo. Diante

disso, conclui-se que os valores encontrados para absorção de água estão coerentes com os

valores encontrados na literatura.

4. CONCLUSÃO

A utilização do adesivo produzido com tanino da A. mangium, localizado na cidade de

Macaíba/RN, situado na região Nordeste do Brasil, apresentou boas características, sendo

eficientes na produção de adesivo para madeira, em relação aos adesivos comercialmente

utilizados na atualidade. Devido a essas características, ele surgi como uma alternativa social,

econômica e ambiental, promovendo assim um desenvolvimento sustentável.

As propriedades do adesivo de tanino da A. mangium, foram adequadas para aplicação,

característica essa sendo essa expressa na sua boa viscosidade.

Page 62: POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA …...popularmente conhecida como acácia, sendo sua madeira usualmente empregada na produção de celulose, papel, chapa de partículas

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Os painéis produzidos com lâminas de Pinus sp. e colados com o adesivo de tanino da

A. mangium apresentaram comportamento mecânico superior aos adesivos comerciais, para os

testes físicos os indicaram a utilização desse adesivo para produtos de uso interno.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO 1 – Normas da Revista Floresta e Ambiente (Artigo 1)

__________________________________________________________________________

Formatação: Os textos (incluindo o Resumo) devem ser editados em Word, em papel tamanho

A4 com todas as margens com 2,5 cm, fonte Times New Roman, tamanho 12 e com

espaçamento duplo. As páginas e as linhas não devem ser numeradas. Figuras, tabelas e

ilustrações devem estar inseridas no corpo do texto. No item “REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS” (ver item Referências) o texto deve conter espaçamento simples.

-Página inicial: Para os artigos submetidos em PORTUGUÊS e ESPANHOL - os artigos

devem conter, nesta ordem: Titulo, Resumo, Palavras-Chave, Título em Inglês (Title), Resumo

em Inglês (Abstract), e Palavras-Chave em Inglês (Keywords).

Para os artigos submetidos em INGLÊS - os artigos devem conter, nesta ordem: Título, Resumo

e Palavras-Chave.

Título: Objetivo e sucinto, evitando expressões como “Estudos sobre; Contribuição ao; sobre

um; Levantamento de; Investigação de, etc.”. Deve ser centralizado e conter no máximo 20

palavras. Nome científico deve estar em itálico e somente use nome vulgar caso a espécie seja

amplamente conhecida e inequívoca.

Resumo: Deve conter no mínimo 40 e no máximo 150 palavras.

Palavras-chave: Inserir de três a cinco palavras-chave. Palavras presentes no Título do artigo

não devem ser usadas.

Corpo do texto: O artigo deve ser estruturado com os seguintes Itens: INTRODUÇÃO;

MATERIAL E MÉTODOS; RESULTADOS E DISCUSSÃO (podendo ser em itens separados);

CONCLUSÕES; e REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

Introdução: Deve ser breve, esclarecer o problema estudado, citar literaturas relevantes sobre

o tema e concluir com o objetivo do estudo.

OBSERVAÇÕES: Não colocar nomes dos autores, filiação, endereço de e-mail,

agradecimentos e fonte de financiamento. Essas informações serão prestadas durante a

submissão do artigo através do sistema de submissão. O nome do arquivo Word não deve conter

os nomes dos autores.

Figuras, tabelas, equações e unidades de medidas

Figuras: Devem ser apresentadas com resolução acima de 300 dpi e ter alinhamento justificado.

O título das Figuras deve ser autoexplicativo, numerado em algarismo arábico, alinhado na

margem esquerda, sem recuo e posicionado logo abaixo da figura. Aqui incluem-se gráficos,

fotografias (nítidas e com contraste), desenhos, etc. Todas as figuras devem estar citadas no

texto. Artigos submetidos em Português/Espanhol deverão apresentar os títulos das Figuras em

Português/Espanhol e também em Inglês.

Tabelas: Devem suplementar e não duplicar o texto. Devem ser numeradas em algarismos

arábicos, enviadas em formato editável e ter o alinhamento justificado. O título deve ser

autoexplicativo, alinhado na margem esquerda, sem recuo e posicionado acima da tabela. Todas

as tabelas devem estar citadas no texto. Artigos submetidos em Português/Espanhol deverão

apresentar os títulos das Tabelas em Português/Espanhol e também em Inglês.

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Equações: Devem ser numeradas e citadas no texto.

Unidades de medidas: Devem ser apresentadas conforme o Sistema Internacional de Unidades

(SI).

Citações: Devem ser apresentadas conforme sistema autor-data

- Um autor: Gottlieb (1996) ou (Gottlieb, 1996)

- Dois autores: Stell & Torres (1989) ou (Stell & Torres, 1989)

- Mais de dois autores: Valle et al. (1998) ou (Valle et al., 1998) Referências bibliográficas: As referências devem ser apresentadas em ordem alfabética. Cada

referência deverá ser apresentada em parágrafo próprio, sem recuo e com espaçamento simples

(1.0). Os parágrafos das referências deverão ser separados entre si por um parágrafo adicional

(uma linha vazia).

Atenção: 1) Referências com mais de 10 anos de publicação devem ser evitadas e estão

limitadas a, no máximo, 50% de todas as citações do artigo.

Os exemplos de referências:

Livros e folhetos Harborne JB. Introduction to ecological biochemistry. 3rd ed. London: Academic Press;

1988.

Capítulo de livro Kuiters AT, van Beckhoven K, Ernst WHO. Chemical influences of tree litters on herbaceous

vegetation. In: Fanta J, editor. Forest dynamics research in Western and Central Europe.

Wageningen: Pudoc; 1986.

Artigos publicados em revistas científicas

Latorraca JVF, Albuquerque CEC. Efeito do rápido crescimento sobre as propriedades da

madeira. Floresta e Ambiente, 2000; 7(1): 279-291.

Artigos aceitos para publicação Almeida MV. Qualidade da madeira de E. urophylla da região de Seropédica – RJ. Floresta e

Ambiente. In press.

Santana R. Effect of the fost growth on the wood. Floresta e Ambiente. In press.

Referências legislativas

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Portaria n. 187, de 16 de setembro de 1998.

Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF (1998 set. 24); Sec. 2: 8301-

8302.

Normas técnicas

Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR-6023: informação e documentação –

referências – elaboração. Rio de Janeiro; 2000.

Patentes Nogueira MM. Branqueamento de celulose kraft através de oxigênio. BR. n. MT023467.

1978 maio 31.

Casa Erlan Ltda, Silva MA. Embalagens especiais. BR n. DT456345. 1990 out. 12.

Page 68: POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA …...popularmente conhecida como acácia, sendo sua madeira usualmente empregada na produção de celulose, papel, chapa de partículas

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Traduções

Willeitner H. Proteção florestal. Trad. M Peixoto. São Paulo: Nova; 1985. Original em inglês.

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ANEXO 2 – Normas da Revista Floresta e Ambiente (Artigo 2)

__________________________________________________________________________

Formatação: Os textos (incluindo o Resumo) devem ser editados em Word, em papel tamanho

A4 com todas as margens com 2,5 cm, fonte Times New Roman, tamanho 12 e com

espaçamento duplo. As páginas e as linhas não devem ser numeradas. Figuras, tabelas e

ilustrações devem estar inseridas no corpo do texto. No item “REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS” (ver item Referências) o texto deve conter espaçamento simples.

-Página inicial: Para os artigos submetidos em PORTUGUÊS e ESPANHOL - os artigos

devem conter, nesta ordem: Titulo, Resumo, Palavras-Chave, Título em Inglês (Title), Resumo

em Inglês (Abstract), e Palavras-Chave em Inglês (Keywords).

Para os artigos submetidos em INGLÊS - os artigos devem conter, nesta ordem: Título, Resumo

e Palavras-Chave.

Título: Objetivo e sucinto, evitando expressões como “Estudos sobre; Contribuição ao; sobre

um; Levantamento de; Investigação de, etc.”. Deve ser centralizado e conter no máximo 20

palavras. Nome científico deve estar em itálico e somente use nome vulgar caso a espécie seja

amplamente conhecida e inequívoca.

Resumo: Deve conter no mínimo 40 e no máximo 150 palavras.

Palavras-chave: Inserir de três a cinco palavras-chave. Palavras presentes no Título do artigo

não devem ser usadas.

Corpo do texto: O artigo deve ser estruturado com os seguintes Itens: INTRODUÇÃO;

MATERIAL E MÉTODOS; RESULTADOS E DISCUSSÃO (podendo ser em itens separados);

CONCLUSÕES; e REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

Introdução: Deve ser breve, esclarecer o problema estudado, citar literaturas relevantes sobre

o tema e concluir com o objetivo do estudo.

OBSERVAÇÕES: Não colocar nomes dos autores, filiação, endereço de e-mail,

agradecimentos e fonte de financiamento. Essas informações serão prestadas durante a

submissão do artigo através do sistema de submissão. O nome do arquivo Word não deve conter

os nomes dos autores.

Figuras, tabelas, equações e unidades de medidas

Figuras: Devem ser apresentadas com resolução acima de 300 dpi e ter alinhamento justificado.

O título das Figuras deve ser autoexplicativo, numerado em algarismo arábico, alinhado na

margem esquerda, sem recuo e posicionado logo abaixo da figura. Aqui incluem-se gráficos,

fotografias (nítidas e com contraste), desenhos, etc. Todas as figuras devem estar citadas no

texto. Artigos submetidos em Português/Espanhol deverão apresentar os títulos das Figuras em

Português/Espanhol e também em Inglês.

Tabelas: Devem suplementar e não duplicar o texto. Devem ser numeradas em algarismos

arábicos, enviadas em formato editável e ter o alinhamento justificado. O título deve ser

autoexplicativo, alinhado na margem esquerda, sem recuo e posicionado acima da tabela. Todas

as tabelas devem estar citadas no texto. Artigos submetidos em Português/Espanhol deverão

apresentar os títulos das Tabelas em Português/Espanhol e também em Inglês.

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Equações: Devem ser numeradas e citadas no texto.

Unidades de medidas: Devem ser apresentadas conforme o Sistema Internacional de Unidades

(SI).

Citações: Devem ser apresentadas conforme sistema autor-data

- Um autor: Gottlieb (1996) ou (Gottlieb, 1996)

- Dois autores: Stell & Torres (1989) ou (Stell & Torres, 1989)

- Mais de dois autores: Valle et al. (1998) ou (Valle et al., 1998) Referências bibliográficas: As referências devem ser apresentadas em ordem alfabética. Cada

referência deverá ser apresentada em parágrafo próprio, sem recuo e com espaçamento simples

(1.0). Os parágrafos das referências deverão ser separados entre si por um parágrafo adicional

(uma linha vazia).

Atenção: 1) Referências com mais de 10 anos de publicação devem ser evitadas e estão

limitadas a, no máximo, 50% de todas as citações do artigo.

Os exemplos de referências:

Livros e folhetos Harborne JB. Introduction to ecological biochemistry. 3rd ed. London: Academic Press;

1988.

Capítulo de livro Kuiters AT, van Beckhoven K, Ernst WHO. Chemical influences of tree litters on herbaceous

vegetation. In: Fanta J, editor. Forest dynamics research in Western and Central Europe.

Wageningen: Pudoc; 1986.

Artigos publicados em revistas científicas

Latorraca JVF, Albuquerque CEC. Efeito do rápido crescimento sobre as propriedades da

madeira. Floresta e Ambiente, 2000; 7(1): 279-291.

Artigos aceitos para publicação Almeida MV. Qualidade da madeira de E. urophylla da região de Seropédica – RJ. Floresta e

Ambiente. In press.

Santana R. Effect of the fost growth on the wood. Floresta e Ambiente. In press.

Referências legislativas

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Portaria n. 187, de 16 de setembro de 1998.

Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF (1998 set. 24); Sec. 2: 8301-

8302.

Normas técnicas

Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR-6023: informação e documentação –

referências – elaboração. Rio de Janeiro; 2000.

Patentes Nogueira MM. Branqueamento de celulose kraft através de oxigênio. BR. n. MT023467.

1978 maio 31.

Casa Erlan Ltda, Silva MA. Embalagens especiais. BR n. DT456345. 1990 out. 12.

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Traduções

Willeitner H. Proteção florestal. Trad. M Peixoto. São Paulo: Nova; 1985. Original em inglês.