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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO POTENCIALIDADES DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL E POLÍTICAS PÚBLICAS ORIENTADAS PARA O SETOR DA AGROINDÚSTRIA NO ESTADO DA PARAÍBA Mayne Ramos Almeida Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB Márcia Batista Fonseca Professor do Departamento de Economia - UFPB RESUMO O Estado da Paraíba mesmo com seus problemas políticos, econômicos, climáticos e sociais, possui potencialidades para atração de investimentos em produção no contexto da sustentabilidade. Este trabalho tem como objetivo mapear o potencial de investimento em produção sustentável no setor da agroindústria paraibana, buscando ressaltar as políticas públicas que são orientadas para promoção de investimentos neste setor. A pesquisa é de caráter exploratório, utilizando dados secundários extraídos do Mapa Estratégico disponibilizado pela FIEP, IBGE, BNDES entre outras fontes. Foram identificadas áreas potenciais para produção de diversas frutas típicas da região, produção bovina e, implantação de agroindústrias. Percebe-se que as políticas públicas orientadas para incentivo a produção sustentável no Estado são ofertadas pelo governo federal, e financiadas pelo BNDES. Em 2011, o Governo do Estado teve a iniciativa do primeiro programa sustentável para as agroindústrias, o qual reutiliza o lixo orgânico descartado por essas indústrias para produção de ração animal e adubos. O que se pode concluir com esse mapeamento é que a Paraíba possui capacidade de expandir sua produção tanto agrícola, quanto pecuária, pois a diversificação de produtos potenciais é maior do que as produções registradas pelo IBGE. Palavras-chave: Produção Sustentável. Políticas Públicas. Agroindústria.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

POTENCIALIDADES DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL E POLÍTICAS

PÚBLICAS ORIENTADAS PARA O SETOR DA AGROINDÚSTRIA NO

ESTADO DA PARAÍBA

Mayne Ramos Almeida

Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB

Márcia Batista Fonseca

Professor do Departamento de Economia - UFPB

RESUMO

O Estado da Paraíba mesmo com seus problemas políticos, econômicos, climáticos e sociais,

possui potencialidades para atração de investimentos em produção no contexto da

sustentabilidade. Este trabalho tem como objetivo mapear o potencial de investimento em

produção sustentável no setor da agroindústria paraibana, buscando ressaltar as políticas

públicas que são orientadas para promoção de investimentos neste setor. A pesquisa é de

caráter exploratório, utilizando dados secundários extraídos do Mapa Estratégico

disponibilizado pela FIEP, IBGE, BNDES entre outras fontes. Foram identificadas áreas

potenciais para produção de diversas frutas típicas da região, produção bovina e, implantação

de agroindústrias. Percebe-se que as políticas públicas orientadas para incentivo a produção

sustentável no Estado são ofertadas pelo governo federal, e financiadas pelo BNDES. Em

2011, o Governo do Estado teve a iniciativa do primeiro programa sustentável para as

agroindústrias, o qual reutiliza o lixo orgânico descartado por essas indústrias para produção

de ração animal e adubos. O que se pode concluir com esse mapeamento é que a Paraíba

possui capacidade de expandir sua produção tanto agrícola, quanto pecuária, pois a

diversificação de produtos potenciais é maior do que as produções registradas pelo IBGE.

Palavras-chave: Produção Sustentável. Políticas Públicas. Agroindústria.

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1 INTRODUÇÃO

O atual processo de globalização tornou as economias mais competitivas,

pressionando os Estados e municípios de estarem inseridos em contextos produtivos, pois sua

produção determinará sua inserção no mercado, e assim, a manutenção da competitividade.

Visto que o Estado da Paraíba, assim como os demais Estados brasileiros, convive atualmente

com alterações nas características climáticas, econômicas, sociais e políticas, há uma

preocupação com sua inclusão no contexto da competitividade, no intuito da geração do

crescimento e desenvolvimento do Estado.

No entanto, para que haja crescimento e desenvolvimento, é necessário direcionar os

investimentos nos setores que disponham de recursos naturais com maior potencial. Na

Paraíba são identificados potenciais em diversas áreas para o investimento, como exemplo a

mineração, a pecuária, a agricultura, o artesanato e agroindústria.

Vale ressaltar, que o aumento da produtividade das economias, acarreta também um

maior desgaste dos recursos naturais, por tanto, cada investimento em produção, carece de

cuidados especiais com o meio ambiente. Então para possibilitar esses investimentos no

Estado e que ainda estejam inseridos no contexto da sustentabilidade, surgiu a problemática

sobre quais são as potencialidades de produção sustentável existentes no Estado da Paraíba?

Percebe-se que com a identificação das potencialidades em mineração, pecuária,

agricultura, artesanato e agroindústria, podem-se projetar investimentos e processos de

produção sustentável, de forma que seja possível o atendimento as necessidades presentes da

população, sem que comprometam as gerações futuras com esgotamento da utilização dos

recursos naturais e seus descartes na natureza. A efetivação desses, entretanto, está

condicionada a intervenção direta ou indireta do Governo, através de políticas públicas

voltadas a produção e incentivo ao investimento.

1.1 OBJETVOS

1.1 Objetivo Geral

Mapear o potencial de produção sustentável no setor da agroindústria paraibana

1.1.1 Objetivo Específicos

Avaliar as políticas públicas orientadas ao incentivo e produção sustentável do setor

agroindustrial paraibano.

Destacar dentro do setor da agroindústria, a produção voltada para produtos derivados

do leite e frutas do período de 2008 a 2010.

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1.1 JUSTIFICATIVA

O Estado da Paraíba apresentou o PIB em 2008, crescimento real de 5,5% em relação

a 2007, atribuindo ao estado o 11° melhor resultado de crescimento do País e o 3° da Região

Nordeste. O valor do PIB do Estado foi estimado em R$ 25.697 bilhões, ou seja, 0,8% do PIB

nacional. Obteve com isso uma melhoria no ranking nacional, ficando com o 18° maior PIB

do País, resultando o 18° maior crescimento em volume, 29,5%, na série (2002-2008).

A agroindústria paraibana possui uma considerável representação para economia do

Estado, obteve em 2008 uma representatividade de 6,1bilhões, representando em média de

23,73% do PIB paraibano segundo o IBGE 2011. O Cadastro Geral de Empregados e

Desempregados (CAGED) divulgou em 2010, que esse setor empregou 9.408 pessoas no

mercado formal, aumentando significativamente em relação ao ano de 2008 que foi de 8.132

pessoas. Visto que esse tipo de produção beneficia em maior escala os produtores rurais

residentes nos municípios localizados no interior.

E conforme o cadastro industrial da FIEP 2009, o Estado possui 72 empresas que

desenvolvem as seguintes atividades: produção de laticínios; processamento, preservação,

produção de conservas de frutas e legumes; moagem e fabricação de produtos amiláceos entre

outros. Callado et al. (2007) realizaram, uma pesquisa sobre os indicadores de desempenho

das Agroindústrias paraibanas, e nela observa-se que 38,1% das empresas são microempresas,

28,6% são pequenas empresas, 23,8% são de porte médio e apenas 9,5% são empresas de

grande porte. Ressalta-se que 57,1% das empresas produzem até 10 produtos, 28,6 entre 11 e

20 produtos, e apenas 14,3 acima de 20.

Ao analisar o Estado da Paraíba, existe a preocupação de aumentar a produção em

produtos industrializados, os quais as matérias primas utilizadas são da própria região,

sabendo que a produção agroindustrial demanda mão de obra, gerando emprego e renda para

comunidade que produz os produtos primários, e para os que produzem os produtos

industrializados, formando assim uma cadeia de desenvolvimento para o Estado.

Mas a produção agroindustrial segundo o Governo do Estado da Paraíba possui uma

grande quantidade de desperdício e descarte inadequado dos produtos que são industrializados

e comercializados. A Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) contabilizou

em um período de sete dias na pesagem dos resíduos, e o resultado obtido alcançou a marca

de 19.069 quilos de orgânicos e 2.632 quilos de sólidos em apenas um estabelecimento que

foi a Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços Agrícolas (Empasa), e sendo os

referidos descartados a céu aberto, sem tratamento algum.

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Essa situação resulta a importância da adoção de um estilo de produção sustentável,

visto que para continuar produzindo, é necessário proteger o meio ambiente das extrações

exageradas e descartes de materiais sem possibilidade de reutilização. Por isso destaca-se a

necessidade da interferência de ações do Estado na economia paraibana, agindo como o

agente provedor do crescimento econômico, desenvolvimento para região, e também

regulador de políticas ambientais.

Na realidade, pouco ainda se sabe sobre as políticas públicas existentes no território

Paraibano para investimentos em produção sustentável. Além dos investidores que podem ser

identificados como setor privado, setor público, pesquisadores e projetistas não possuem

ainda um mapeamento a respeito das potencialidades de recursos produtivos que o Estado

possui.

Visto que este é um tema recente e de pouca discussão no meio acadêmico, o estudo

possibilita a interação entre os conceitos de crescimento, desenvolvimento sustentável e

políticas públicas, aplicando-os no perfil da economia paraibana. O presente trabalho é

relevante para contribuir na geração de informações para o âmbito acadêmico, gestores

públicos e privados, e também a sociedade civil sobre as potencialidades existentes no Estado.

Este trabalho é importante para os gestores públicos que poderão elaborar políticas

públicas de incentivo a investimentos nas áreas potencias e também promover políticas de

preservação ambiental. Ao setor privado porque trará o auxílio que necessitam para efetuarem

decisões de investimentos em produções sustentáveis. E por fim, para a sociedade civil

residente no Estado, pois serão os beneficiados com geração de emprego e renda, além da

melhoria da qualidade de vida.

Além desta introdução, este artigo apresenta no segundo capítulo os conceitos de

produção sustentável, desenvolvimento econômico e políticas públicas. No terceiro capítulo

indica a metodologia necessária para concretização da pesquisa, que é documental, no sentido

de explorar os dados secundários publicados pelos órgãos responsáveis pela gestão e controle

das produções agrícolas, pecuárias, agroindustriais e políticas públicas. O quarto capítulo

mapeia as potencialidades que a Paraíba possui para produção sustentável, e o quinto capítulo

identifica as políticas de incentivo do governo, e analisa os resultados obtidos no decorrer da

pesquisa. Finalizando, são apresentadas as conclusões e as referencias.

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2 PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL, DESENVOLVIMENTO E POLÍTICAS PÚBLICAS

2.1 Produção Sustentável

O sistema produtivo é o responsável por transformar a matéria prima em produtos que

a sociedade aprecia e utiliza, de modo que gera algum tipo de resíduo que não entra de novo

na cadeia, pois é captado recursos de qualidade de uma fonte natural, e, por conseguinte, os

resíduos são devolvidos sem qualidade à natureza (CECHIN e VEIGA, 2010). A rigor, esses

autores julgam que a forma mais apropriada da expressão produção é o emprego da expressão

„transformação‟, porque isso é o que acontece com os elementos da natureza no processo

econômico.

No caso das indústrias, os recursos naturais são transformados em matérias primas,

sendo essas transformadas em produtos de consumo. O consumo dos recursos naturais pelas

indústrias gera gases poluentes, rejeites industrial sem reutilização (resíduos sólidos e fluentes

líquidos). O consumo dos recursos transformados pela sociedade gera consequentemente o

descarte desses produtos como embalagens plásticas, papéis, restos de equipamentos

eletrônicos, entre outros.

Esses descartes quando são maiores que a capacidade de absorção do meio ambiente

gera a poluição, por sua vez, causam desarmonia entre os ecossistemas e assim, os impactos

ambientais (LUTOSA et al, 2003). Entretanto a Figura1 demonstra o sistema de produção que

inicia da extração dos recursos naturais até as maneiras possíveis de poluição:

Figura 1 Sistema de produção e poluição

Fonte: Elaboração própria (2011).

Nesse processo as máquinas e equipamentos não podem substituir os fatores primários

da produção, ou seja, os elementos da natureza. Cechin e Veiga (2010) consideram

ingenuidade acreditar que a tecnologia possua capacidade de qualquer substituição dos fatores

Recursos Naturais

Indústria de transformação

Sociedade

Descarte dos produtos

consumidos

Poluição

Rejeitos

industriais

Consumo dos

recursos naturais

Gases

Poluentes

Consumo dos recursos

transformados

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de produção primários, uma vez que a tecnologia possui limites biofísicos e a natureza possui

serviços insubstituíveis para sobrevivência humana, embora sem preço no mercado.

Contudo no contexto atual, a intervenção da humanidade na natureza continua a aumentar

sem cessar, desde a revolução industrial, o aumento da capacidade de produção vem

ocasionando ao mesmo tempo grandes danos ambientais, que ameaçam a própria

sobrevivência humana. Então, mesmo que haja um controle entre todas as atividades

produtivas da parte humana, e que se passe respeitar os princípios ecológicos básicos, sua

expansão não poderia ultrapassar os limites termodinâmicos que defendem a “capacidade de

carga” do planeta. E como não se conhece essa capacidade, é necessário que seja gerado

quanto antes às condições institucionais, socioeconômicas e culturais de maneira que

estimulem um progresso tecnológico que preserve tanto os recursos naturais, como também

mudanças nas direções de consumo (ROMEIRO, 2010).

A sustentabilidade ambiental está inserida na maneira em que se aborda o processo

produtivo, verificando a disponibilidade dos recursos naturais necessários para produção, a

viabilidade de inserção do progresso técnico que conserve os recursos e também se há

disponibilidade de capital substituírem tais recursos na produção. Sendo essas as formas que

se devem levar em consideração para todos os investimentos em produção com preservação

ambiental, atribuindo a economia a possibilidade de crescimento, desenvolvimento e

sustentabilidade (CECHIN e VEIGA, 2010).

2.2 Crescimento, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Para discorrer sobre desenvolvimento sustentável é preciso entender que não há ainda

uma definição universalmente aceita sobre desenvolvimento (SOUZA, 2007). Mas Nunes

(2006) afirma que o desenvolvimento objetiva expandir o potencial para um estado mais

completo, maior, e melhor.

A Organização das Nações Unidas (ONU) considera que o desenvolvimento econômico e

social é essencial para garantir a vida e o ambiente favorável para o homem e para as

condições de criação na Terra, sendo essas as condições necessárias para a melhoria da

qualidade de vida.

A relação entre crescimento e desenvolvimento é tratada por Souza (2007) como duas

correntes antagônicas: a primeira é inspirada em concepções mais teóricas que afirmam o

subdesenvolvimento de uma região é dado por não utilizar integralmente os fatores de

produção disponíveis, embora apresente recursos ociosos como terra e mão de obra. Deste

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modo associam o crescimento diretamente ao desenvolvimento, pois a região não cresce

devido a não utilização dos recursos produtivos, e isso os faz crescer menos que uma região

desenvolvida.

A segunda corrente Souza (2007) diz ser voltada para realidade empírica, entendem que o

crescimento é uma condição indispensável para o desenvolvimento. Encara o crescimento

como uma variação quantitativa do produto, e o desenvolvimento como mudanças qualitativas

no modo de vida da sociedade, das instituições e das estruturas produtivas. Nesse sentido

pode-se afirmar que o crescimento nem sempre implica em desenvolvimento, pois o aumento

da produtividade nem sempre implica diretamente para benefício de todos, mesmo que a

economia cresça, as taxas de desemprego podem não estar diminuindo com a rapidez

necessária.

Feitas essas considerações sobre o desenvolvimento em paralelo com o crescimento,

passa-se agora a abordagem sobre o crescimento e o desenvolvimento de forma sustentável,

pois a questão do desenvolvimento sustentável remete a possibilidade paradoxal entre o

crescimento econômico com o alinhamento do esgotamento dos recursos naturais (NUNES,

2009). E que de um ponto de vista histórico, verifica-se que a ciência do desenvolvimento

sustentável é um conceito normativo que surgiu com o nome de ecodesenvolvimento no início

da década de 1970 em um contexto de controvérsia entre crescimento econômico e meio

ambiente (CECHIN e VEIGA, 2010).

A controvérsia destes conforme Romeiro (2010) é dado pelo fato que surgiu em um

contexto de uma publicação do relatório Brundtland do Clube de Roma que anunciava

crescimento zero como forma de evitar catástrofes ambientais. É reconhecido nesse anuncio

que o progresso técnico é relativo aos limites ambientais, sem excluir a necessidade do

crescimento, mas que apenas o crescimento, não é suficiente para a eliminação da pobreza e

disparidades sociais. Cavalcanti (1994) aponta que para ocorrência de um provável

desenvolvimento, a economia, a tecnologia, a sociedade e a política devem estar interligadas.

Entretanto, Nunes (2006) define Desenvolvimento Sustentável como: “desenvolvimento

que, em cada ecorregião, consiste nas soluções específicas de seus problemas particulares,

levando em consideração os dados ecológicos da mesma forma que os culturais, necessidades

imediatas, e também aquelas em longo prazo”.

Já a ONU, através da Comissão Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

(CMMAD, 1987), conceitua desenvolvimento sustentável da seguinte forma: é aquele que

atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de todas as gerações

futuras atenderem às suas próprias necessidades. Com isso, observa-se que na conceituação

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supracitada as gerações futuras são tratadas como titulares ou herdeiras do direito a um meio

ambiente equilibrado e de um desenvolvimento saudável.

Verifica-se, contudo que o desenvolvimento e a sustentabilidade também têm suas raízes

na economia. Percebe-se que os problemas ambientais e econômicos estão estritamente

conectados, pois além da melhoria dos indicadores sociais, é acrescida a questão da

preservação do meio ambiente, de modo que Souza (2007) afirma ser sustentabilidade uma

definição completa de Desenvolvimento.

2.3 Políticas Públicas para questões de produção sustentável

Conforme Lopz e Cardin (2009), Keynes ressaltou a incapacidade do mercado por si só

sustentar a economia, e manter os incentivos apropriados para decisões de investimento. Dá

Keynesiana surge a função primordial do Estado, emitir aos empresários sinais que estimulem

o investimento, de modo que dinamize a economia. Uma vez que não importa se a economia é

industrial ou em desenvolvimento, a intervenção do Estado continua central e o obviamente

necessária.

Para o setor público, uma estratégia de desenvolvimento é fundamental para orientar e

dar consistência intertemporal às suas políticas, atividades e investimentos (SICSÚ;

CASTELAR, 2009). Existem, na literatura, várias considerações a respeito de políticas

públicas. Enfatiza-se aqui Daneke e Steiss (1978 apud SMITH, 2003, p.14), para os quais

políticas públicas representam:

“um guia abrangente para as decisões presentes e futuras, selecionadas em função das

condições dadas de uma série de alternativas; a própria decisão ou um conjunto de

decisões designadas a realizar o curso de ações escolhidas; um programa projetado,

constituído por objetivos desejados e os meios de atingi-lo”.

Essas decisões levam à formulação da política pública e através dela os governos

traduzem seus propósitos em programas e ações que produzirão resultados ou as mudanças

desejadas no mundo real (SOUZA, 2003).

No contexto das políticas de produção sustentável, fazem-se necessário que o Estado

formule políticas ambientais, que induzam os agentes econômicos a assumirem posturas

menos agressivas ao meio ambiente, de modo a, por exemplo, diminuir a quantidade de

poluentes lançados no ambiente, e reduzir os desgastes dos recursos naturais. E nesse

contexto, Lutosa et al. (2010) apresenta através do quadro a seguir os instrumentos em que o

Estado pode intervir com políticas ambientais:

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Quadro 1 – Instrumentos de política ambiental

Comando e controle Instrumentos Econômicos Instrumentos de comunicação

- Controle e proibição do produto

- Controle do processo

- Proibição ou restrição das

atividades

- Especificações tecnológicas

- Controle do uso de recursos

naturais

- Padrões de poluição para fontes

específicas

- Taxas e tarifas

- Subsídios

- Certificados de emissão

transacionáveis

- Sistemas de devolução de

depósitos

- Fornecimento de informação

- Acordos

- Criação de redes

- Sistema de gestão ambiental

- Selos ambientais

- Marketing ambiental

Fonte: Lutoza et al. (2010, p. 169)

Os instrumentos de comando e controle podem ser chamados de instrumentos de

regulação direta, pois consistem em regular os locais que estão emitindo poluentes através de

regras que norteiam as ações dos agentes poluidores, atribuindo penalidades de multas e

cancelamento de licença, caso não seja cumprido.

Os instrumentos econômicos são formalizados como instrumentos de mercado que visam

a internalização das externalidades, ou seja, custos que não seriam incumbidos pelo poluidor

usuário. Uma das vantagens da utilização desses instrumentos econômicos permite a geração

de receitas fiscais e tarifárias por intermédio das taxas cobradas ou emissão de certificado.

Apesar de que essas taxas acarretam a diminuição de emissão e poluentes, ou então o Estado

pode diminuir o imposto a pagar, como incentivo a preservação.

Os instrumentos de comunicação podem ser utilizados para conscientizar e informar os

agentes poluidores e as populações atingidas sobre diversos temas ambientais, como por

exemplo, os danos ambientais causados, atitudes preventivas, mercado de produtos

ambientais, tecnologias menos agressivas, buscando soluções ambientais.

Independente do instrumento seja o Estado em nível federal, estadual ou municipal

cultiva um grande poder indutor do desenvolvimento. Essa função pode ser multiplicada,

entretanto, se o Estado for usado para estimular iniciativas e recursos do setor privado e da

sociedade, em vez de concentrar-se apenas em investimentos públicos diretos. O conceito de

reinvenção do governo, como vem sendo tratado no Brasil e em outros países, deve ser

inserido como estratégia fundamental para a promoção do desenvolvimento sustentável

(MAGALHÃES, 1994).

Antes de se partir para o mapeamento da atividade agroindustrial na Paraíba e suas

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potencialidades para a sustentabilidade faz-se necessário conhecer o embasamento

metodológico do artigo, apresentado na sessão seguinte.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Lakatos (2010) indica que a realização de uma pesquisa implica em levantamento de

dados de variadas fontes, quaisquer que sejam os métodos aplicados. Logo, a presente

pesquisa trabalha para o levantamento de dados obtidos de duas maneiras: pesquisa

documental e pesquisa bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica abrange uma bibliografia já tornada pública em relação ao

tema de estudo (LAKATOS, 2010). Por ser advinda de um material já elaborado, possui a

finalidade de elaborar uma revisão teórica (GIL, 2002). Os conceitos abordados a respeito dos

sistemas produtivos, crescimento, desenvolvimento, sustentabilidade e políticas públicas são

necessários para avaliação da solução do problema em estudo utilizando livros e artigos

científicos. (LAKATOS, 2010).

A pesquisa documental, nesse caso em particular, possui também uma significante

importância, pois como nesse tipo de pesquisa é usado o material consultado que ainda não

recebeu um tratamento analítico e pode ser reelaborado de acordo com os objetivos da

pesquisa (GIL, 2002).

Assim, esta pesquisa pode ser denominada como pesquisa com dados secundários, por

utilizar o documento com fontes primárias, obtidos da publicação oriunda do projeto

desenvolvido pela Federação das Indústrias do Estado da Paraíba – FIEP no ano de 2009,

intitulado como “Mapa estratégico para promoção do desenvolvimento sustentável no Estado

da Paraíba”. Este material mapeia os 223 municípios do Estado, por região geoadministrativa,

que totalizam 12, e destaca em seu conteúdo as potencialidades para investimentos

produtivos.

Além do Mapa estratégico, está utilizando fontes de informação como o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para obtenção do nível de produção do leite e das

frutas no Estado da Paraíba. O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) também é uma

fonte de disponibilidade de dados para obter as políticas para metodologias de efetivação da

produção sustentável. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),

fornecendo informação para o tipo de incentivo financeiro que os investidores podem aderir

para sua produção. O banco de notícias do governo do Estado também auxiliou na

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identificação do mais atual programa de melhoramento da produção sustentável, o incentivo

da reutilização dos descartes das produções agroindustriais.

Vale salientar que esta pesquisa é contemporânea, os dados foram coletados para o

ano de 2010, e os resultados estão disponibilizados na sessão seguinte.

4 MAPEAMENTO DAS POTENCIALIDADES DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DA

AGROINDUSTRIA NA PARAÍBA

A Paraíba possui uma área de 56.469.466 Km², subdividida em 223 municípios com

população estimada em 3.766,834 milhões de habitantes, segundo dados do IBGE de 2010.

Possui uma vocação industrial, turística, mineral e comercial que favorece a sua dinâmica de

crescimento econômico. O Estado é dividido em 12 regiões geoadministrativa: João Pessoa

(1), Guarabira (2), Itabaiana (3), Campina Grande (4), Cuité (5), Monteiro (6), Patos (7),

Catolé do Rocha (8), Souza (9), Itaporanga (10), Princesa Isabel (11) e Cajazeiras (12),

ilustradas na Figura 2:

Figura 2 – Mapa das regiões geoadministrativas da Paraíba

Fonte: Mapa estratégico – FIEP, 2009

As atividades produtivas são desenvolvidas conforme a vocação de cada região

geoadministrativa, as quais possuem vantagens comparativas, dadas a sua proximidade com

outros mercados consumidores, a saber: Europa, África, Ásia, entre outros. Em virtude da

ampla diversificação regional de potencialidades de produção, a análise será resumida,

focando-se nas potencialidades para o investimento em produção sustentável da Paraíba, no

setor agroindustrial.

Uma vez que a matéria-prima para produção desses produtos em geral é extraída sem

preocupação ambiental e que a expansão das áreas de terras cultivadas podem reduzir parte da

biodiversidade, é necessário estudar os impactos socioambientais da produção para o Estado.

Em muitos lugares da Paraíba, até mesmo na área do semi-árido, existem estruturas naturais

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que são propícias à atividade agroindustrial de forma sustentável, em que se destacam as

regiões e suas potencialidades como segue no Quadro 2:

Quadro 2 – Potencialidades na agroindústria

REGIÃO

GEOADMINISTRATIVA POTENCIALIDADES

João Pessoa Derivados do leite e derivados da fruticultura

Guarabira Derivados do caju: castanha e polpa

Itabaiana Derivados do leite e da fruticultura

Campina Grande Derivados de frutas, leite e utilização de peles e couros

Cuité Derivados do leite, da fruticultura irrigada e de sequeiro

Monteiro Derivados do leite, da fruticultura

Patos Derivados do leite e utilização de peles e couros

Catolé do Rocha Derivados do leite

Souza Derivados da fruticultura irrigada e produção de ração animal

derivada do caroço do algodão

Itaporanga Derivados da fruticultura irrigada e derivados do leite

Princesa Isabel Derivados da fruticultura e do leite

Cajazeiras Beneficiamento do algodão, laticínios e derivados da fruticultura

Fonte: Elaboração própria com base no Mapa estratégico – FIEP, 2009.

As regiões paraibanas possuem potenciais para investimento em agroindústrias por

serem ricas em pecuária, fruticultura e horticultura. Dessas potencialidades pode se destacar a

produção de leite, iogurte, queijo, manteiga e outros. A fruticultura, por sua vez, deriva

polpas, sucos, doces, geléias e diversos utensílios para culinária local e para exportação.

No âmbito de produtos agropecuários, a produção do leite de gado é uma grande

referência para investimento em produtos derivados e com alto padrão de qualidade. Observa-

se que o nível da produção leiteira passou de 67 milhões em 1998 para 236, 776 milhões de

litros de leite em 2010 conforme a estimativa da Embrapa Gado do Leite, o que mostra a sua

explosão em relação aos outros produtos. O Gráfico 1 mostra a evolução de 1990 a 2010:

Gráfico 1 – Produção do Leite Bovino na Paraíba

Fonte: ZOCCAL , (2010) a partir dos dados fornecidos pela Embrapa Gado de Leite

155 155 156

78

124

140 154 156

67 76

100 100 113

126 137 145

156

174

134

214

236

1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010

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A pecuária abrange vários municípios do Estado, e se apresenta como uma

potencialidade produtiva de ampla exploração, por estes municípios possuírem áreas propícias

para pastagem, sem a necessidade de degradação ambiental provocada por desmatamento e

desapropriações. Sendo esse potencial de produção um agente fortalecedor para implantação

de agroindústrias. Abaixo se encontra o Quadro 3 com as especificações das áreas para

pastagem e para agroindustrialização:

Quadro 3 – Potencial de investimento para produção e agroindustrialização do leite

Região Municípios Investimentos propícios na agropecuária

João Pessoa João Pessoa, Bayeux,

Cabedelo, Conde e Santa Rita

Áreas com infra estrutura industrial para derivados de leite e

fruticultura e alto nível de consumidores

Campina

Grande

Alagoa Grande, Taperoá,

Soledade, Gado Bravo, Santa

Cecília, Massaranduba,

Alcantil, Riacho do Santo

Antônio, Boqueirão, Fagundes

e Caturité.

Plantel de gado Leiteiro e também potencial de ampliação da

capacidade de ampliação das agroindústrias existentes.

Possibilidade de crescimento e incremento de atividades no

dinamismo industrial de alimentos, para abastecimento de

mercados além das fronteiras da Paraíba.

Patos Diversos municípios

Potencial de investimento para agroindústria de derivados do leite

e também agroindústria para utilização de peles e couros, não só

provenientes da bovinocultura, mas também da caprinovinocultura,

produzindo como matéria prima para atividades de coureiro-

calçadista

Cuité

Cuité, Baraúna, Santa Rosa,

Damião, Picuí, Seridó e

Sossego.

Municípios com áreas potenciais de investimentos para pastagens

nativas e bovinocultura mista.

Catolé do

Rocha Diversos municípios

Potencial para investimento em industrialização de derivados do

leite

Itabaiana Diversos municípios

Potencial para investimentos em produtos lácteos visando o

beneficiamento do leite, o transformado em leite pasteurizado,

queijo, requeijão, coalhada, iogurte, entre outros.

Itaporanga Diamante Implantação de agroindústria de produtos derivados do leite

encontra-se como potencial de investimento na região.

Princesa Isabel Toda região

Implantação de agroindústria de produtos derivados do leite

encontra-se como potencial de investimento na região, pois a

bovinocultura mista é uma das principais atividades da Região.

Fonte: Elaboração própria com base no Mapa estratégico – FIEP, 2009.

No âmbito da produção agroindustrial, Romeiro (2003) afirma a possibilidade de

construir um ecossistema agrícola baseado em sistemas de produção que respeitem os

mecanismos básicos de preservação ecológica. O autor utiliza o exemplo da diminuição da

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infestação de pragas com alternância de cultivos de espécies distintas em uma mesma área,

reciclar e repor os nutrientes necessários ao solo, além da utilização de agrotóxicos naturais,

que não contaminem o solo. Do mesmo modo pode-se manter uma paisagem agrícola

entremeada de bosques e matas.

Sendo a agricultura um potencial de produção na Paraíba, ocasiona-se para Estado o

potencial da implantação de agroindústrias. Abaixo o Quadro 4 contém as especificações das

áreas para cultivo e para agroindustrialização dos mesmos:

Quadro 4– Potencial de investimento para produção e agroindustrialização da fruta

Região Municípios Investimentos propícios na agropecuária

João

Pessoa

Mataraca, Santa Rita, Caapora,

Mari, Cruz do Espírito Santo,

Lucena, Baía da Traição,

Alhandra, Sapé, Pitimbú,

Conde, Jacaraú, e

Mamanguape.

Áreas com potencial de investimento em cultivo de abacaxi, coco-da-

baía, inhame, mamão, acerola, maracujá, manga, limão, laranja e caju.

Campina

Grande

Esperança, Natuba, Lagoa

Seca, Lagoa de Roça e Arara

Essa é uma área capaz de atrair investimentos em cultivo e a produção

agroindustrial de beneficiamento de frutas como laranja (tangerina,

pocan, cravo e comum), limão taithy, banana pacovan, manga (rosa,

espada e Tommy Atkins), acerola, jaca, jaboticaba, caju, mamão, graviola

e maracujá.

Patos Diversos municípios

Potencial de investimento para agroindústria de derivados do caju, pois

possui facilitação pela EMATER de implantação de agroindústria nesse

ramo, devido a pesquisas desenvolvidas pela EMBRAPA na região.

Cuité Diversos municípios Municípios com áreas potenciais de investimentos para

agroindustrialização do caju, para beneficiamento da polpa e da castanha.

Sousa Pombal Potencial da industrialização da fruta coco anão, pois pode-se produzir a

água de coco, leite de coco e o coco seco ralado para culinária.

Cajazeiras Diversos municípios

Agroindústria do beneficiamento do algodão, arroz e caju. O potencial de

produção desses possibilita consequentemente o potencial para

investimento na agroindústria.

Cuité Diversos municípios Possui diversas áreas de potencial para investimento em fruticultura

irrigada.

Itabaiana Diversos municípios Possui diversas áreas de potencial para investimento em amendoim e

algodão herbáceo e outros ramos para fruticultura irrigada.

Itaporanga Diversos municípios Possui diversas áreas de potencial para investimento em fruticultura

irrigada.

Princesa

Isabel Toda região

Implantação de agroindústria de produtos derivados do caju com escala

industrial. E também é orientada a produção do maracujá no tocante do

cultivo e beneficiamento do produto.

Fonte: Elaboração própria com base no Mapa estratégico – FIEP, 2009.

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O Sistema IBGE de Recuperação de Automática (SIDRA) aponta o nível de produção

das frutas de lavoura temporária e permanente na Paraíba do ano de 2008 à 2010, apresentado

pelo Quadro 5 a seguir:

Quadro 5 – Frutas produzidas na Paraíba

LAVOURA TEMPORÁRIA E PERMANENTE

Frutas 2008 2009 2010

Quantidade

Produzida

Rendimento

(mil R$)

Quantidade

Produzida

Rendimento

(mil R$)

Quantidade

Produzida

Rendimento

(mil R$)

Abacaxi (mil frutos) 345.015 1.038.687 263.000 1.076.305 273.910

1.210.137

Algodão (mil

toneladas) 2.626 177 2.666

294 501 539

Alho (toneladas) 15 216.826 16 302.289 16

518.692

Amendoin (toneladas) 1.496 359.231 810 274.033 196

286.400

Abacate (toneladas) 710 66.348 718 66.158 708

73.541

Banana (Cacho) 260.670 3.165.312 267.468 3.160.292 209.380

3.788.936

Castanha de Caju

(toneladas) 3.238 213.299 2.152

197.379 2.231 113.527

Coco (mil frutos) 64.486 799.744 63.765 755.883 63.267

788.584

Goiaba (toneladas) 4.708 206.262 4.552 213.482 4.196

225.104

Laranja (toneladas) 5.314 5.100.062 6.073 4.695.049 5.527 6.021.746

Limão (toneladas) 2.527 366.763 2.778 377.281 2.212

521.087

Mamão (toneladas) 28.906 1.021.821 27.776 1.348.294 29.507

1.484.536

Manga (toneladas) 22.228 765.376 20.215 602.125 20.341

599.057

Tangerina (toneladas) 13.974 478.106 19.514 524.944 14.436

566.780

Uva (toneladas) 1.980 1.825.344 1.980 1.612.043 1.620

3.240

Milho (toneladas) 119.202 20.746.305

101.241 15.032.484 11.505

15.265.119

Arroz (toneladas) 8.487 6.998.506 8.437 7.070.978 484

6.242.880

Fonte: IBGE (SIDRA) – Produção agrícola,(2010).

O Quadro 5 representa parte da frutas produzidas pelo estado, nota-se que a produção

do abacaxi destaca com 273.910 (mil frutos) produzidos, rendendo cerca e 1.210.137

bilhões, fazendo da Paraíba como o primeiro lugar no ranking nacional desse produto

conforme exposto no SENAR PB (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural da Paraíba) e

que o potencial de produção está localizado nos municípios de Mataraca, Santa Rita, Caaporã,

Mari e Cruz do Espírito Santo, situados na região geoadministrativa de João Pessoa.

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Existe uma gama de outras frutas, tais como, a acerola, o maracujá, graviola, caju,

entre outras, que não foram mencionadas, mas que possuem potencial para cultivo

demonstrado no Quadro 4.

Por tanto, a tabela 1 e o gráfico 2 relatam o nível do PIB da agroindústria da Paraíba

dos anos de 2004 à 2008, relacionado ao PIB geral do Estado (produção dos setores

agregados), possibilitando adaptar esta relação conforme os relatos do IBGE 2011.

Tabela 1 – Representação da Agroindústria no PIB da Paraíba.

Gráfico 2 – Representação da Agroindústria no PIB da Paraíba.

ANO PIB-Geral PIB-Agroindústria

2004 15.022,40 1.216,81

2005 16.868,64 1.197,67

2006 19.951,32 1.436,49

2007 22.201,75 1.243,30

2008 25.696,64 1.567,50

15.022,4016.868,64

19.951,32

1.197,67 1.436,49 1.243,30 1.567,50

22.201,75

25.696,64

1.216,81

-

5.000,00

10.000,00

15.000,00

20.000,00

25.000,00

30.000,00

2004 2005 2006 2007 2008

PIB-Geral

PIB-Agroindustria

Linear (PIB-Geral)

Linear (PIB-Agroindustria)

Fonte: IBGE,2011.

Essa relação demonstra o crescimento constante da economia paraibana e que o setor

da agroindústria não ficou indiferente, acompanhou o crescimento da produção, mas não na

mesma proporção, demonstrando a necessidade de investimentos nesse tipo de produção.

Para ocorrência de investimentos na produção desse setor, se faz importante a

intervenção do Estado, com promoção de políticas públicas orientadas para o incentivo de

cultivo, de criação, e da agroindustrialização. Pois o setor agroindustrial é um dos setores que

mais dinamizam a economia do Estado, além de atribuir aos produtos locais agregação de

valor aos produtos primários, gerando crescimento da produção interna, gerando emprego e

renda para pequenos e médios produtores e assim promover o desenvolvimento local.

5 AÇÕES E POLÍTICAS PÚLICAS PARA PRODUÇÃO AGRÍCOLA, PACUÁRIA

E AGROINDUSTRIA: ANÁLISE DOS RESULTADOS

No que se referem às atividades econômicas e sociais, várias políticas serão orientadas

para viabilizar o aproveitamento de oportunidades da capacidade de iniciativa da região,

segundo a estratégia de desenvolvimento. Um dos maiores desafios é o de aproximar

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estratégias sustentáveis na elaboração das políticas de desenvolvimento rural, em particular da

agricultura, pecuária e agroindústria (MAGALHÃES, 1994).

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) afirma que para

apoiar o produtor, são elaborados projetos e programas direcionados para assistir

tecnicamente, financiar e normatizar as práticas rurais sustentáveis. É dessa maneira que se

almeja alcançar o grande desafio do milênio, o de manter o Brasil como provedor mundial de

matérias-primas e alimentos coligado à necessidade da conservação do meio ambiente.

O MAPA sugere que o desenvolvimento das atividades agrícolas, florestais e

pecuárias está sendo feito, portanto, a partir da observação da realidade local, e que se busca

desenvolver e estimular as boas práticas na agropecuária privilegiando os aspectos sociais,

econômicos, culturais, bióticos e ambientais. Nesse caso, estão incluídos os seguintes

programas para investimentos:

Sistemas de produção integrada – O sistema resulta em produzir alimentos seguros

para o consumo humano, através do monitoramento durante todas as etapas de

produção, analisando os resíduos de agrotóxicos e uso de tecnologias apropriadas

que aperfeiçoam o modo de trabalhar. Os procedimentos dão continuidade ao

sistema produtivo com sustentabilidade dando longo dos anos elevação dos padrões

de qualidade e competitividade dos produtos ao patamar de excelência.

Agricultura orgânica – Garantir a qualidade de vida com proteção ao meio ambiente

é o alvo da produção orgânica vegetal e animal. Possui como principal

característica a não utilização de adubos químicos, agrotóxicos, ou substâncias

sintéticas que avance contra o meio ambiente. Esse processo é considerado

orgânico, pois contempla o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais

recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais.

Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) – Objetiva promover a recuperação

de áreas de pastagens degradadas, acrescentando na mesma propriedade, diferentes

sistemas produtivos, como os de grãos, fibras, carne, leite e agroenergia. Busca-se

uma melhor fertilidade do solo por meio da aplicação de técnicas e sistemas de

plantio apropriados para otimização e a intensificação de seu uso.

Conservação do Solo - Ações voltadas para o uso racional dos recursos naturais,

priorizando a água, o solo e a biodiversidade, visando à promoção da agricultura

sustentável, aumentando assim, a oferta de alimentos e melhorando os níveis de

emprego e renda no meio rural.

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Recuperação de áreas degradadas – O objetivo do governo é recuperar quinze

milhões de hectares de áreas de pastagens degradadas entre os anos de 2010 e 2020,

sendo uma das metas do programa do governo federal de redução da emissão de

gases de efeito estufa. Isso porque o solo degradado acarreta a consequência da

perda de sua capacidade física e química (fertilizantes) de manter o sistema

produtivo no local, o que o impossibilita de reter gás carbônico (CO2). A

degradação ambiental atribui custos elevados à sociedade, além do empobrecimento

do produtor rural. Para recuperar as áreas degradadas, o programa faz o

mapeamento das áreas degradadas em parceria com o Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais (Inpe), definindo as táticas de intervenção de tecnologias

sustentáveis, assistência técnica e crédito rural facilitado; e implantando projetos

demonstrativos em parceria com órgãos públicos e privados.

E para implementação desses programas há uma necessidade de conscientização do

produtor em virtude dos processos sustentáveis de produção, para que com isso o agente

possa ir a busca de recursos para investimentos voltados a produção sustentável.

Os investimentos em recursos financeiros que o setor público federal ou estadual

disponibiliza para a agroindustrialização são os investimentos públicos em parceria com a

iniciativa privada – Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) em termos de

financiamentos com capital até R$ 50 mil, dependendo da capacidade econômico-financeira

da empresa ou investidor. A finalidade desses investimentos é para implantação, ampliação,

distribuição, comercialização, marketing, modernização da infra-estrutura, operacionalização

das atividades entras outras, mas nenhuma foi identificada para a gestão de produção

sustentável.

Existe uma carência das agroindústrias paraibanas em termos de políticas de produção

sustentável. Levando-se em consideração o descarte de produtos orgânicos e embalagens, um

estudo da Embrapa mostrou que na Paraíba o nível de descarte de produtos orgânicos chega a

ser 19.069 kg por semana e 2.632 kg de resíduos sólidos só em empresas de beneficiamentos

de frutas. A política recente criada pelo Estado para resolução do problema através da Empasa

é o Programa “O nosso lixo tem futuro” que deriva do lema “O que é da terra volta para

terra”, criado em setembro de 2011, com o fim de destinar os resíduos liberados no meio

ambiente para sua reutilização em transformação de fertilizantes.

Percebe-se que esse programa, se aplicado pelas empresas, dará continuidade ao sistema

de produção representado na Fig.1, dando destino aos rejeitos de lixo no meio ambiente.

Assim, a política complementa a Fig.1 reutilizando os rejeitos emitidos na produção.

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6 CONCLUSÕES

Diante da situação em que se encontra o país, quanto ao contexto da competitividade

entre as economias, os Estados e municípios vivenciam atualmente a pressão de se manterem

competitivos para que deste modo, estejam inseridos no mercado e que por seguinte, haja

geração do crescimento e desenvolvimento econômico.

Este estudo em específico buscou mapear as potencialidades produtivas no Estado da

Paraíba para investimentos em agricultura, pecuária e agroindústria, e demonstrado os tipos

de políticas necessárias para produção sustentável. O que se pode concluir com esse

mapeamento é que a Paraíba possui capacidade de expandir sua produção tanto agrícola,

quanto pecuária, pois a diversificação de produtos potenciais é maior do que as produções

registradas pelo IBGE.

É necessária, entretanto, a conscientização dos agentes e das instituições, para realizar

investimento sustentável na agroindústria do Estado, dada a importância sócio-econômica do

setor. O Estado está com níveis propícios para abastecer a produção de produtos derivados

tanto do leite quanto de fruta. A produção da agroindústria abastece todo o Estado e ainda os

Estados circunvizinhos, com produtos de marcas reconhecidas, mix de produtos e padrões de

qualidade necessários para expandir no mercado nacional.

As políticas públicas identificadas em âmbito federal buscam garantir a preservação e

ainda recuperar as áreas degradadas da produção agrícola e pecuária brasileira. Existe também

parceria entre as esferas pública (Federal e Estadual) junto à iniciativa privada no sentido de

fornecer financiamento de expansão da produção e abertura de crédito para produção

agroindustrial.

Uma política pública específica do Governo do Estado da Paraíba, pode-se citar a

implementação do Programa “nosso lixo tem futuro, que busca a adesão de indústrias e

estabelecimentos para reutilização de rejeitos na formação de rações animais e adubos

naturais, que teve origem a partir da preocupação com o descarte do lixo orgânico diretamente

lançado ao meio ambiente.

Nota-se com esse estudo que a produção agroindustrial possui uma significante

representatividade na economia paraibana, pois o crescimento da produção dos produtos

primários aumentará a capacidade de industrialização dos produtos, e, por conseguinte o

aumento do emprego e renda será refletido tanto no âmbito rural quanto no agroindustrial.

Assim, conforme o efeito multiplicador de Keynes o aumento do emprego e da renda trará um

aumento no consumo, o aumento do consumo movimentará o próprio mercado interno da

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região. Portanto, esses fatores de crescimento são os responsáveis pela promoção do

desenvolvimento, e com o auxílio das políticas públicas, esse desenvolvimento será de

maneira sustentável, sem degradar o meio ambiente.

Como propostas para pesquisas futuras, podem ser realizadas pesquisas de campo nas

agroindústrias para mensurar a capacidade de produção das agroindústrias, mapeando os

municípios fornecedores das matérias primas, e o destino da produção, além de identificar as

políticas ambientais praticadas para assim, averiguar a abrangência do desenvolvimento que

esse setor acarreta para região.

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2007.

Mayne Ramos Almeida

Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Campina Grande,

Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Pernambuco,

Funcionária da Prefeitura Municipal de Campina Grande.

Email: [email protected]

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