Pré-Modernismo Ensino Médio

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    PRÉ-VESTIBULARLIVRO DO PROFESSOR

    LITERATURA

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    © 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e dodetentor dos direitos autorais.

    ProduçãoProjeto e

    Desenvolvimento Pedagógico

    Disciplinas Autores

    Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales  Márcio F. Santiago Calixto  Rita de Fátima Bezerra

    Literatura Fábio D’ÁvilaDanton Pedro dos Santos

    Matemática Feres Fares  Haroldo Costa Silva Filho  Jayme Andrade Neto  Renato Caldas Madeira  Rodrigo Piracicaba Costa

    Física Cleber Ribeiro  Marco Antonio Noronha  Vitor M. Saquette

    Química Edson Costa P. da Cruz  Fernanda Barbosa

    Biologia Fernando Pimentel  Hélio Apostolo  Rogério Fernandes

    História Jefferson dos Santos da SilvaMarcelo PiccininiRafael F. de Menezes

      Rogério de Sousa Gonçalves  Vanessa Silva

    Geografa Duarte A. R. Vieira

      Enilson F. Venâncio  Felipe Silveira de Souza

    Fernando Mousquer 

    I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. —

    Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor]

    360 p.

    ISBN: 978-85-387-0573-4

    1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.

    CDD 370.71

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    Pré-modernismo

    O Pré-Modernismo compreende um conjuntode obras (de diversas características diferentes)

    que não podem mais ser inseridas nas estéticas doséculo XIX, (como, por exemplo, Realismo, Parnasia-nismo e Simbolismo), mas que também não podemser classificadas como modernistas por ainda pos-suírem resquícios das estéticas citadas. Por isso, oPré-Modernismo não pode ser classificado como umacorrente estética.

    O Pré-Modernismo engloba as obras que têmalgo de tradição e algo de ruptura com a tradição.Observamos criações híbridas, representativas deuma fase de transição na Literatura brasileira queirá desaguar no Modernismo.

    É por esse hibridismo literário que até hoje esseperíodo não recebeu um nome específico, tomandoemprestado da fase literária posterior – o Modernis-mo – o nome, acrescentando-se o prefixo de ante-rioridade “pré” para indicar seu caráter precursor.Percebe-se, então, que os escritores dessa fase nãosão modernos, porém promovem o rompimento como tradicional. Tal classificação foi definida pelo críticoAlceu Amoroso Lima, na década de 1950.

    Contexto histórico

    No quadro mundial, temos um clima tenso des-de o início do neocolonialismo (a disputa de paíseseuropeus por regiões da África e da Ásia). O pontoculminante desse período será a Primeira GuerraMundial. No campo artístico, teremos o surgimentode diversas vanguardas artísticas, que irão buscarnovas interpretações sobre a realidade.

    No Brasil, temos em 1894, com a posse doPrudente de Moraes – primeiro presidente civil donosso país –, a transição da República da Espada(representada pelos marechais Deodoro da Fonseca e

    Floriano Peixoto) para a República Velha. Tal período,

    que vai de 1894 a 1930, em grande parte será domi-nado política e economicamente pelas oligarquiasrurais paulista e mineira, tendo a primeira comobase econômica a produção de café e a segunda acriação do gado de corte e a produção de leite. Daí adenominação de “política do café-com-leite”, fazendoreferência à influência das duas forças hegemônicas

    brasileiras da época.Presencia-se nessa fase um surto urbanístico em

    nosso país, o crescimento industrial e o consequenteaumento da classe média com ideais reformistasacompanhada por jovens militares que seguiam ospreceitos positivistas. Além disso, observa-se a imi-gração intensificar-se (principalmente a imigraçãoitaliana nas regiões sul e sudeste).

    Interessante é que nas primeiras décadas donovo século que nascia houve no Brasil diversasrevoltas sociais, estabelecendo um conflito entreas forças conservadoras e as novas forças sociais.

    Nos últimos anos do século XIX, temos a Guerra deCanudos , eternizada nas páginas de Os Sertões , deEuclides da Cunha; em 1904 acontece à revolta contraa vacinação obrigatória, idealizada por Oswaldo Cruz(na verdade, uma camuflagem para a reivindicaçãode melhorias sociais); e em 1910, ocorre a Revolta daChibata, os marinheiros lutavam contra a puniçãocom castigos corporais (chibatadas) a que eramsubmetidos.

    Os escritores dessa época vão se aproveitar dascontradições dessa época em suas obras.

    Características

    Mescla de estilos

    Observa-se nas obras pré-modernistas res-quícios culturais do século XIX mesclados com asnovas formas de expressão artísticas do século XX.É transmitida à Literatura a passagem do antigoimobilismo social para a modernização, símbolo demobilidade.

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    Denúncia social

    A maioria das obras do Pré-Modernismoapresentam em seu cerne a denúncia da realidadebrasileira. As diferenças sociais, o preconceito, o

    esquecimento de parte da população, a centraliza-ção do poder, a intransigência dos governantes sãorevelados sem medo algum. Euclides da Cunha eLima Barreto são exemplos de escritores que, emsuas obras, revelaram a situação brasileira, e a partirdaí construíram sua crítica em relação à sociedadede sua época.

    O regional

    Evidencia-se nas obras dessa época, a preo-cupação em definir-se muito bem a região em queacontece cada história, tendo como consequência osurgimento de um grande painel do Brasil atravésde suas diversas regiões. Monteiro Lobato situarásuas principais obras na região do Vale da Paraíba;Euclides, no sertão baiano; Graça Aranha, no EspíritoSanto; e Lima Barreto, no Rio de Janeiro.

    Ficção e realidade

    Vemos nesse período obras que abordam os fa- tos políticos, econômicos e sociais do Brasil. A ficção

    e a realidade se aproximam. Como consequência, temos a partir das obras Pré-Modernismo, a “desco-berta do verdadeiro Brasil”.

     Autores e obras

    Os principais autores dessa fase são: GraçaAranha, Euclides da Cunha, Lima Barreto e MonteiroLobato, na prosa, e Augusto dos Anjos, na poesia.

    Graça Aranha

    José Pereira da GraçaAranha nasceu em 1868, noMaranhão. Cursou Direito noRecife. Após formado, tra-balhou como magistrado nointerior do Espírito Santo (deonde retira as fontes para acriação de Canaã). Em con-sequência da consagraçãoatingida devido ao sucesso de

    Canaã, torna-se um imortal da Academia Brasileira

    de Letras, rompendo com a mesma em 1924, devidoa seus ideiais modernistas. De todos os intelectuais

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    de renome na época, foi o único a apoiar a Semana deArte Moderna. Proferiu, na primeira noite da Semana,a conferência  A Função Estética da Arte Moderna,porém demonstrou muito mais uma empolgaçãopelos ideais da arte moderna do que propriamente

    um conhecimento, uma ideia clara do que fossearte moderna. Faleceu em 1931, na cidade do Riode Janeiro.

    Suas principais obras são: Canaã  (1902) e  A Estética da Vida (1921).

    Canaã

    Falar sobre a obra de Graça Aranha é falar sobreCanaã, sua principal criação, classificada como umromance ensaio ou romance de tese. Isso se deveaos seguintes fatos:

    1.º os ideais contidos no romance são mais•importantes, mais relevantes do que oenredo desenvolvido.

    2.º é considerado romance por concentrar•as características convencionais da nar-rativa longa.

    3.º há o constante debate de ideias.•

    O que se observa em Canaã é a confrontaçãode posturas tomadas diante de três temas: as teorias

    acerca do atraso social brasileiro; o papel da imigra-ção; a busca de um sentido para a existência.

    Tais discussões são personificadas nas figurasdos imigrantes alemães Milkau e Lentz, recém-che-gados ao interior do estado do Espírito Santo, ondeiriam se fixar e começar uma nova vida. Cada um re-presenta uma visão dos imigrantes sobre o Brasil.

    Milkau prega que o imigrante deve integrar-se àrealidade brasileira tanto de uma perspectiva socialquanto, até mesmo, racial, numa espécie de sonho dedemocracia étnica (Sergius Gonzaga). Percebe-se no

    personagem Milkau um tênue socialismo cristão, noqual vemos a pregação do amor, da solidariedade eda piedade para com o próximo, isto é, o brasileiro.

    O Brasil seria, então, para o alemão Milkau, a terra prometida, Canaã.

    Por outro lado, Lentz representa as ideias colo-nialistas. Acredita na superioridade da raça ariana evê na mistura de raças, na mestiçagem, um sinônimode atraso. Considerava a população um conjunto depessoas inferiores e incapazes, sendo a única possi-bilidade de progresso do país entregar-se nas mãosdos imigrantes alemães.

    Ao fim da obra, Lentz acaba aderindo às ideiasde Milkau.

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    Esse final de Canaã revela uma visão otimista do autor em relação ao futuro brasileiro, tendo comogrande mote a importância da imigração para opaís.

    Euclides da CunhaEuclides Rodrigues Pi-

    menta da Cunha nasceu em1866, em Cantagalo, no Estadodo Rio de Janeiro. Torna-seórfão de mãe prematuramente,aos três anos de idade. Temposdepois é matriculado na EscolaPolitécnica do Rio, sendo trans-ferido depois para a EscolaMilitar, devido a problemas fi-

    nanceiros de seu pai. Em 1888,é expulso da Escola Militar por desacatar o ministroda Guerra do Império. Forma-se em Engenharia Civile após a Proclamação da República é reintegrado àsForças Armadas. Aos trinta anos, reforma-se volun-

     tariamente no posto de capitão.

    Em 1897, torna-se correspondente da guerra deCanudos, no Estado da Bahia, do jornal O Estado deSão Paulo. Presencia os horrores finais da contendaentre os seguidores de Antônio Conselheiro e asForças Armadas, vindo a produzir nos quatro anosseguintes e publicar em 1902, Os Sertões . Após apublicação dessa obra, torna-se ainda mais res-peitado nos meios intelectuais, entra na AcademiaBrasileira de Letras e para o Instituto Histórico eGeográfico. É convidado por Rio Branco a integrar-se ao Itamarati.

    Em 1909, foi assassinado ao tentar lavar suahonra em confronto com o tenente Dilermano Reis.Euclides já desconfiava que sua esposa o traía comesse militar e quando ela deu à luz a um filho de ca-belos loiros e olhos azuis confirmou suas suspeitas.

    Suas principais obras são: Os Sertões   (1902);

    Contrastes e Confrontos  (1907); e À Margem da His-tória (1909).

    Os Sertões 

    Em 1898, quando pediu baixa das forças arma-das, passou a viver como engenheiro e jornalista eacompanhou, na função de repórter correspondente,a fase final da Campanha de Canudos (começadaem 1897).

    A partir das reportagens feitas sobre Canudosé que teremos a base da narrativa que constitui Os

    Sertões  (escrito entre 1898 e 1901).

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    Euclides da Cunha acompanhou a quarta eúltima expedição das forças Armadas contra o ar-raial de Canudos. O escritor, na função de repórter,chega ao local de batalha como ferrenho apoiador dogoverno, porém ao vislumbrar tamanha tragédia e

    disparidade de forças que aconteciam naquele localmuda sua perspectiva e vê naquela guerra o símbolodo abandono do homem do sertão.

    Observa-se em Os Sertões   a denúncia de umcrime à nação (Massaud Moisés).

    Para escrever essa obra, Euclides baseou-se nasciências da época, todas com uma perspectiva colo-nialista (teorias provindas da Europa) e positivista.Seguindo esses preceitos técnicos, divide Os Sertões  entre três partes muito bem definidas. São elas:  ATerra, O Homem, A Luta.

     A TerraEm A Terra , temos o estudo geográfico da região

    de Canudos, ou seja, do sertão, baseado nas teoriascientíficas do final do século XIX.

    O meio opressivo é descrito em todos seusdetalhes e acaba por se tornar um dos elementosintensificadores da dramaticidade da obra. É mos-

     trada uma paisagem uniforme, seca, com vegetaçãorala e pobre. Esse meio é um dos determinantes docomportamento do sertanejo.

    O Homem

    Em O Homem ,  observamos questões sobre amestiçagem e etnia do sertanejo. Euclides vê namistura de raças um mal. Tal mescla resultaria emseres bestiais, voltados à violência, ao desequilíbrio.A miscigenação seria uma involução da espécie. Leiaeste trecho:

     De sorte que o mestiço – traço de união entreas raças – é quase sempre um desequilibrado(...). E o mestiço – mulato, mameluco ou cafuzo – , menos que um intermediário, é um decaído, sem

    a energia física dos ascendentes selvagens, sema atitude intelectual dos ancestrais superiores.

    Porém, nessa parte da obra encontramos agrande polêmica de Os Sertões , revelada a partir deuma contradição: quando há análises embasadasnas teorias científicas colonialistas do século XIX,Euclides cai em erro, contudo quando faz suas ob-servações pessoais acerca do assunto tratado fazgrande literatura, o que faz de Os Sertões uma dasobras mais importante não só da Literatura Brasileira,

    mas também da cultura do Brasil.

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     A Luta

    A Luta é o momento mais dramático da obrae também o de maior relevância dentro de Os Ser-tões .

    Para escrevê-la, Euclides da Cunha contou comalgumas fontes além da ida à última expedição comoa leitura de textos sobre o acontecimento e entrevis-

     tas com participantes da guerra.

    Nesta parte, observamos o grande erro come- tido pelo governo ao mandar tropas para acabaremcom o arraial. Desvela-se, em A Luta, a extremaviolência das forças armadas e também sua difi-culdade de ação devido ao meio natural hostil emque se encontravam, sendo aliado do sertanejo, jáadaptado à natureza que o cercava. Nenhum método

     tradicional de batalha era eficaz naquele local onde

    os “Hércules-Quasímodos” tinham o pleno domíniodo ambiente. Porém, o conhecimento da região nãobastava; os soldados das forças republicanas pos-suíam pesadíssimo armamento contra os quais ossertanejos não tinham chances.

    Desde o início da guerra já era conhecido o ladoderrotado, entretanto esses bravos lutaram até seuúltimo homem cair, nunca se entregaram ao inimigo,que punia-os implacavelmente com a degola. Ao finalda contenda, os sobreviventes (pouquíssimos) deCanudos eram apenas idosos, mulheres e crianças.Leia um dos trechos mais tristes e dramáticos de A

     Luta.

    Os novos combatentes imaginaram-na [aguerra] extinta antes de chegarem a Canudos.Tudo o indicava. Por fim os próprios prisioneirosque chegavam e eram, no fim de tantos mesesde guerra, os primeiros que apareciam. Notou-seapenas, sem que se explicasse a singularidade,que entre eles não surgia um único homem feito.Os vencidos, varonilmente ladeados de escoltas,eram fragílimos: meia dúzia de mulheres tendoao colo crianças engelhadas como fetos, seguidas

    dos filhos maiores, de seis a dez anos (...)Um dos pequenos – franzino e cambalean-

    te – trazia à cabeça, ocultando-a inteiramente porque descia até os ombros, um velho quepe reúno, apanhado no caminho. O quepe, largo egrande demais, oscilava grotescamente a cada passo sobre o busto esmirrado que ele encobria por um terço. E alguns espectadores tiveram acoragem singular de rir. A criança alçou o rosto, procurando vê-los. O riso extinguiu-se: a boca erauma chaga aberta de lado a lado por um tiro.

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    Os prisioneiros de Canudos.

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    Corpo de Antônio Conselheiro, chefe místico de Canudos, 13dias após o sepultamento.

     Aspectos formaisA obra Os Sertões   é simultaneamente ensaio,

    relato histórico, reportagem e ficção.

    Apresenta uma linguagem ornamentada, utili-zando-se de palavras arcaicas, antíteses, hipérbatos(inversão frasal) e paradoxos. Pode-se afirmar, então,que no tocante à linguagem, a obra de Euclides apre-senta um estilo barroco.

    Lima Barreto

    Afonso Henrique de LimaBarreto nasceu no ano de 1881,no Rio de Janeiro. Filho de umaprofessora primária e um operário

     torna-se órfão de mãe precoce-mente. Em 1902, abandona aEscola Politécnica onde cursavaengenharia para empregar-sena Diretoria do Expediente daSecretaria da Guerra com o fimde sustentar seu pai que havia

    enlouquecido e sido internado na Colônia dos Alie-nados. Foi nesse período que Lima Barreto começou

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    a escrever em diversos jornais do Rio, publicandocrônicas e contos. Levando uma vida de dificuldadese preconceito racial, além de sofrer de alcoolismo,acaba tendo profundas crises depressivas, sendointernado duas vezes no Hospício Nacional. Morreu

    em 1922, aos 41 anos, de um colapso cardíaco, emplena miséria e esquecimento. Sua obra viria a serredescoberta somente na década de 1970.

    As principais obras de Lima Barreto são:  Re-cordações do Escrivão Isaías Caminha (1909); Triste Fim de Policarpo Quaresma (1911); Vida e Morte de M. J. Gonzaga (1919); Os Bruzundangas (1923); Clarados Anjos (1924); Cemitério dos Vivos (1957 – ediçãopóstuma).

    Características

    A literatura produzida por Lima Barreto destaca-se por estar desligada dos padrões literários quevigoravam em sua época.

    Um dos aspectos que o diferencia é a preferênciapor personagens representantes das classes maisbaixas da sociedade carioca, a “gente humilde” dossubúrbios da então capital federal. Temos tocado-res de violão (espécies de malandros), funcionáriospúblicos, jornalistas pobres etc. Aos poderosos (re-presentadas algumas vezes por figuras históricas),burgueses, intelectuais reserva a caricatura, nointento de ridicularizá-los.

    Um dos traços mais marcantes de sua obra éa aproximação do que é ficcional com o que é real,percebemos que o autor dá uma atenção especialaos fatos históricos e costumes sociais da época.Temos em Lima Barreto um cronista dos costumesda sociedade no início do século XX.

    Quanto à linguagem,  percebemos um estilodespreocupado e simples, de ritmo fluente e tomcoloquial, aproximando-se muito do estilo que seriausado pelos modernistas de 1922.

    Obras

    Recordações do Escrivão Isaías Caminha 

    Narrado em primeira pessoa,  Recordações do Escrivão Isaías Caminha conta a história do jovemIsaías (filho de uma ex-escrava e de um padre)que vem do interior tentar a vida na capital. Aospoucos, vai perdendo suas ilusões, ascende porémsocialmente por influência de seu “protetor” RicardoLoberant, dono do jornal onde trabalhava. Acabaabrindo no interior um cartório onde passará o resto

    de sua vida, vitorioso economicamente e derrotadono plano ideológico.

    Triste Fim de Policarpo Quaresma 

    Obra-prima de Lima Barreto, Triste fim de Poli-carpo Quaresma conta a história do funcionário públi-co aposentado Policarpo Quaresma em sua luta pela“salvação do Brasil”. Para tanto, propõe ao governo a

    instituição do tupi-guarani como idioma oficial brasi-leiro; além disso alimenta-se unicamente de comidasbrasileiras, cumprimenta as pessoas chorando, comoum legítimo índio goitacaz, e faz pesquisas que re-sultam em fracasso sobre o nosso folclore.

    A obra é narrada em terceira pessoa (narradoronisciente), sendo dividida em três partes. Cada umadessas partes centra-se em um local.

    A primeira acontece no subúrbio carioca, ondePolicarpo lutará pela cultura genuinamente brasileirae acabará sendo desconsiderado pelos outros, sendo

    internado num hospício.A segunda parte é o momento em que Quares-

    ma sai da casa de alienados e decide ir viver na roça,pois tinha a convicção de que, “em se plantando tudodá” nas mais férteis terras do mundo (as do Brasil).Porém, acaba também fracassando e vendo que a re-alidade não era como pensava: além da esterelidadeda terra, percebe a má distribuição da mesma.

    A terceira parte é o momento em que abandonaa agricultura para alistar-se nas tropas pró-Floriano.A causa era a Revolta da Armada (1893). Ao finalda revolta, Floriano persegue impiedosamente seus

    inimigos, prendendo-os e fuzilando-os. Policarpo es- tarrecido com o que o estadista que admirava estavafazendo dirige-lhe uma carta fazendo duras críticas,por esse motivo acaba sendo preso e condenado àmorte.

    Essa obra pode ser classificada como um ro-mance social que estabelece a seguinte questão:até onde vão os limites de uma ideologia? A partirdo fanatismo, da xenofobia de Policarpo Quaresma(anti-herói), Lima Barreto fará uma severa críticaao patriotismo exacerbado e à sangrenta revoluçãoFlorianista.

    Observa-se em Triste fim de Policarpo Quares- ma, a luta entre o ideal e o real, sendo este segundoo que vence a batalha. O resultado é a melancolia,a decepção e a desilusão de Policarpo Quaresma,agora consciente da realidade brasileira e da inuti-lidade de seus esforços para tentar fazer um Brasilmais brasileiro.

     Iria morrer, quem sabe se naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito, no intuito decontribuir para a sua felicidade e prosperidade.Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade

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    também; e, agora que estava na velhice, como elao recompensava, como ela o premiava, como elao condecorava? Matando-o. E o que não deixarade ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse

     lado da existência que parece fugir um poucoà sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.

     Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eramgrandes? Pois que fossem... Em que lhe contri- buiria para a felicidade saber o nome dos heróisdo Brasil? Em nada... O importante é que eletivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suascoisas de tupi, do folk-lore, das suas tentativas

    agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma! 

    O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Umadecepção. E a agricultura? Nada. As terras nãoeram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotis- mo se fizera combatente, o que achara? Decep-ções. Onde estava a doçura de nossa gente? Poisele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor,um encadeamento de decepções.

    Contudo, quem sabe se outros que lhe se-guissem as pegadas não seriam mais felizes? E logo respondeu a si mesmo: mas como? Se não se fizera comunicar, se nada dissera e não prenderao seu sonho, dando-lhe corpo e substância?

    José Bento Monteiro Lobato nasceu no ano de1882, em Taubaté (estado de São Paulo). Formou-sena Academia de Direito de São Paulo. Tornou-sepromotor e vai exercer a função na cidade de Areias,região do Vale da Paraíba. No ano de 1911, herdou a

    fazenda de seu avô, mas não soube administrá-la. Em1917, publicou o polêmico e célebre artigo Paranoiaou Mistificação, contra a exposição de Anita Malfatti,demonstrando completo desconhecimento sobre aarte moderna. Entre 1927 e 1931, viveu nos EstadosUnidos como adido comercial. Volta entusiasmadocom a extração mineral que lá era feita, vendo o gran-de fator do desenvolvimento daquele país. Em 1931,fundou a Companhia de Petróleo do Brasil, que acabafalindo. Fundou a Editora Monteiro Lobato e Cia. e,em 1944, a Editora Nacional. Faleceu em 1948.

    Suas principais obras na literatura “geral” (ter-

    mo utilizado pelo próprio autor) são: Urupês  (contos,1918); Cidades Mortas  (contos, 1919); Negrinha (con- tos, 1920). Na literatura infanto-juvenil: Reinações de Narizinho (1931); Viagem ao Céu (1932); As Caçadasde Pedrinho (1933); Geografia de Dona Benta (1935); Histórias de Tia Nastácia (1937).

    Características e obras

    A inovação na literatura “geral” de MonteiroLobato encontra-se tão-somente na temática: adecadência das cidadezinhas da antiga região cafei-

    cultora do Vale da Paraíba que aos poucos vai sendoabandonada por todos, restando apenas o caboclo;

     tal assunto é tratado na obra Cidades Mortas .

    Outro fator importante na obra de MonteiroLobato é a análise do tipo humano característicoda região, representado na figura de Jeca Tatu.Este é visto primeiramente como um preguiçoso eindolente; porém, depois toma consciência de que ocomportamento do caboclo deve-se à subnutrição,marginalização e esquecimento do povo do interior;encontramos essa análise na obra Urupês .

    Quanto à técnica narrativa e à linguagem,mantém-se a tradição realista do conto de final ines-perado, mais especificamente seguindo os passos doescritor francês Guy de Maupassant.

    Monteiro Lobato é o criador da literatura infan- to-juvenil brasileira. A característica fundamental desua obra voltada a esse público específico é a mesclade três aspectos: a realidade, a fantasia e o universocultural infantil brasileiro (paisagens brasileiras ondese encontravam, por exemplo, a mula-sem-cabeçae o saci-pererê). Monteiro Lobato é o responsávelpela “nacionalização do imaginário infantil” (Sergius

    Gonzaga). Utiliza-se de uma linguagem coloquial eacessível e não apresenta o moralismo da literaturainfanto-juvenil tradicional da época provinda da

    Monteiro Lobato

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    Europa (porém, é importante salientar que não está totalmente liberta do moralismo).

     Augusto dos Anjos

    Augusto Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceuno ano de 1884, no interior da Paraíba. Formou-sena Faculdade de Direito do Recife. Trabalhou comoprofessor algum tempo na Paraíba.Tempos depois,casou-se e foi para o Rio de Janeiro, onde formoufamília. Em 1914, mudou-se para Leopoldina, MinasGerais, morrendo nesse mesmo ano.

    Sua única obra é o livro de poemas Eu (1912).

     Temas e características

    Os poemas de Augusto dos Anjos podemser classificados como poesia científico-filosófica-pessimista.

    O cientificismo revela-se pela utilização de termos científicos, estranhos, até então, na poesiabrasileira. Esse é um dos traços que tornam a poe-sia de Augusto dos Anjos uma arte de ruptura como passado.

    As questões metafísicas, a tendência simbolistae uma ânsia pelo cósmico revelam a face filosófico-meditativa dos seus versos.

    No niilismo – princípio filosófico através doqual a negação é o grau máximo da sabedoria – en-contramos o traço pessimista na poesia de Augustodos Anjos.

    Quanto aos aspectos formais de sua obra temosa frequente utilização do soneto em decassílabose rima. Além disso, encontramos algumas figurasde linguagem muito recorrentes em sua obra comohipérbole, o paroxismo (exaltação máxima de umasensação ou sentimento) e a hipérbole. Antecipou

     também alguns procedimentos vanguardistas comocoloquialismos e linguagem agressiva, carregada de

     termos científicos.

    Vejamos agora alguns de seus poemas maisconhecidos.

     Mora, entre feras, sente inevitável

     Necessidade de também ser fera.

    Toma um fósforo. Acende teu cigarro! 

    O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja.

    Se a alguém causa inda pena a tua chaga,

     Apedreja essa mão vil que te afaga,

     Escarra nessa boca que te beija! 

    Budismo moderno

    Tome, Dr., esta tesoura, e... corte

     Minha singularíssima pessoa.

    Que importa a mim que a bicharia roaTodo o meu coração, depois da morte?! 

     Ah! Um urubu pousou na minha sorte! 

    Também, das diatomáceas da lagoa

     A criptógama cápsula se esbroa

     Ao contato de bronca destra forte! 

     Dissolva-se, portanto, minha vida

     Igualmente a uma célula caída

     Na aberração de um óvulo infecundo;

     Mas o agregado abstrato das saudades  Fique batendo nas perpétuas grades 

     Do último verso que eu fizer no mundo! 

    Psicologia de um vencido

     Eu, filho do carbono e do amoníaco,

     Monstro de escuridão e rutilância,

    Sofro, desde a epigênesis da infância,

     A influência má dos signos do zodíaco.

     Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância...

    Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia

    Que se escapa da boca de um cardíaco.

    Já o verme – este operário das ruínas –

    Que o sangue podre das carnificinas 

    Come, e à vida em geral declara guerra,

     Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

     E há-de deixar-me apenas os cabelos,

     Na frialdade inorgânica da terra! 

    Versos Íntimos

    Vês?! Ninguém assistiu ao formidável

     Enterro de tua última quimera.

    Somente a Ingratidão – esta pantera –

     Foi tua companheira inseparável! 

     Acostuma-te à lama que te espera! 

    O Homem, que, nesta terra miserável,

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     As questões seguintes se baseiam no trecho do romanceCanaã, do escritor maranhense Graça Aranha (José

    Pereira da Graça Aranha, 1868-1931).“O agrimensor olhou a árvore.

    – Faz pena – disse compassivo – botar tudo issoabaixo.

    – Eu, por mim – acudiu Milkau, levado pelo mesmosentimento –, preferiria um lote onde não fosse precisoesse sacrifício.

    – Não há nenhum – respondeu Felicíssimo.

    – O homem – notou Lentz a sorrir com ar de triunfo– há de sempre destruir a vida para criar a vida. Edepois, que alma tem esta árvore? E que tivesse... Nós

    a eliminaríamos para nos expandirmos.E Milkau disse com a calma da resignação:

    – Compreendo bem que é ainda a nossa contingênciaessa necessidade de ferir a Terra, de arrancar do seuseio pela força e pela violência a nossa alimentação;mas virá o dia em que o homem, adaptando-se aomeio cósmico por uma extraordinária longevidade daespécie, receberá a força orgânica da sua própria epacíca harmonia com o ambiente, como sucede com

    os vegetais; e então dispensará para subsistir o sacrifíciodos animais e das plantas. Por ora nos conformaremos

    com este momento de transição... Sinto dolorosamenteque, atacando a Terra, ofendo a fonte da nossa própriavida, e ro menos o que há de material nela do que o

    seu prestígio religioso e imortal na alma humana...

    Enquanto os outros assim discursavam, Felicíssimo, noseu amor ingênuo à Natureza, mirava as velhas árvores,e com a mão meiga festejava-lhes os troncos, comoos últimos afagos dados às vítimas do momento dosacrifício. Dentro da mata penetrava o vento da manhãe nas folhas passava brandamente, levantando ummurmúrio baixo, humilde, que se escapava de todas asárvores, como as queixas surdas dos moribundos.”

    ( in : ARANHA, Graça. Obra Completa. Rio de Janeiro: MEC-Instituto

    Nacional do Livro, 1969. p.106-107.)

    (Unesp) No romance1. Canaã , publicado em 1902,defrontamo-nos com duas personagens de tempe-ramentos bastante fortes, Lentz e Milkau, imigrantesalemães cujas concepções do homem e do mundo sãoopostas. Verique com atenção a participação dessas

    duas personagens no trecho de Graça Aranha e, emseguida:

    sintetize, com suas próprias palavras, os dois tiposa)

    de “homem”, ou seja, de comportamento do ho-mem no mundo, defendidos, respectivamente, porLentz e por Milkau;

    mostre, com base no texto, que os fundamentos dab)consciência ecológica, hoje em dia bastante dis-seminados no mundo, já se encontram presentesnesse trecho de Canaã .

    Solução:`

    Os dois imigrantes, Milkau e Lentz, são os perso- a)nagens que defendem concepções de vida e demundo de modo diferentes: Lentz preconiza a “leida força”, com princípios voltados ao Darwinismo. Já para Milkau, a “lei do amor” deve prevalecer, éidealista e acredita na relação harmônica entre ohomem e a natureza.

    Um dos fundamentos da consciência ecológicab)está no respeito à preservação do meio ambiente.Comprova-se tal fato no diálogo inicial: “Faz pena(...) botar tudo isso abaixo”/ “...preria um lote onde

    não fosse preciso esse sacrifício.” 

    (Elite) Leia o excerto a seguir.2.

    “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem oraquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos dolitoral.

     A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista,revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, odesempeno, a estrutura corretíssima das organizaçõesatléticas.

    É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules- Quasímodo, reete no aspecto a fealdade típica dos

    fracos. O andar sem rmeza, sem prumo, quase

    gigante e sinuoso, aparenta a translação dos membrosdesarticulados.

    [...] 

    É o homem permanentemente fatigado.

    [...] Entretanto, toda esta aparência de cansaço ilude.

    Nada é mais surpreendedor do que vê-lo desaparecerde improviso. Naquela organização combalidaoperam-se, em segundos, transmutações completas.Basta o aparecimento de qualquer incidente exigindo- lhe o desencadear das energias adormecidas. Ohomem transgura-se. Empertiga-se, estadeando

    novos relevos, novas linhas na estatura e no gesto;e a cabeça firma-se-lhe, alta, sobre os ombros possantes, aclarada pelo olhar desassombrado e forte;e corrigem-se-lhe, prestes, numa descarga nervosainstantânea, todos os efeitos do relaxamento habitual

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    (Fuvest) No capítulo “O Boqueirão”, de3. Triste m dePolicarpo Quaresma , a personagem principal vive umaexperiência decisiva, que faz mudar radicalmente seuponto de vista quanto ao processo de consolidação doregime republicano no Brasil.

    Descreva essa mudança de ponto de vista peloa)qual passou Quaresma.

     Aponte, no capítulo citado, a experiência decisivab)que determinou essa mudança e identique o que

    tal experiência veio revelar à personagem.

    Solução:`

    Quaresma discorda dos excessos repressivos doa)regime de Floriano.

    O seu ferimento em batalha revelou-lhe a inutilida- b)de do seu idealismo diante dos mesquinhos jogos políticos.

    (Elite) Leia as seguintes armações sobre1. Os Sertões  e responda.

    Euclides descreve, respectivamente, nas duas pri-I.meiras partes do livro, o homem e o meio ambienteque constituíam o sertão na região de Canudos, va-

    lendo-se, para isso, das teorias cientícas da épocaprovindas da Europa.

    O autor descreve, na terceira parte do livro, as di-II.versas etapas da Guerra de Canudos e denunciao massacre dos sertanejos pelas forças armadasbrasileiras, revelando a miséria e o subdesenvolvi-mento da região.

    Descrevendo os sertanejos, Euclides idealiza suasIII.qualidades morais e físicas e conclui que seu hero-ísmo era resultado da fé nos ensinamentos religio-sos do líder Antônio Conselheiro.

    Quais estão corretas?I.a)

    II.b)

    III.c)

    I e II.d)

    I e III.e)

    Marque2. V para as armativas verdadeiras e F para asfalsas em relação a obra Os Sertões , de Euclides daCunha.

    No texto de Euclides, misturam-se o requinte da lin-  )( guagem, a intenção cientíca e o propósito jorna-lístico.

    dos órgãos; e da gura vulgar do tabaréu canhestro,

    reponta, inesperadamente, o aspecto dominador deum titã acobreado e potente, num desdobramentosurpreendente de força e agilidade extraordinárias.” 

    (CUNHA, Euclides da. Os Sertões. Rio de Janeiro:Record/Altaya. p. 114-115)

    Este é um trecho de uma das mais relevantes obrasda produção intelectual brasileira: Os Sertões , deEuclides da Cunha. Ele era correspondente do jornalO Estado de S. Paulo  no conito de Canudos, ocorridono sertão baiano em 1896-1897. Das reportagensenviadas e das anotações feitas no local, o jornalistadecidiu publicar um livro em 1902.

     À época, a grande relevância desta obra estavaem mostrar um outro lado do conito liderado por

     Antônio Conselheiro: a grande brutalidade dastropas governamentais e uma outra visão do homemque vivia longe do literal (o sertanejo, não apenas uminferior e fanático, mas alguém dotado de qualidadespróprias).

    Com base nestas informações responda:

    Os Sertões a) pode ser classicado como uma obrade história? Se sim, por que estamos estudandoessa obra em literatura?

    O que levou ao conito de Canudos de acordob)com Euclides da Cunha?

    Solução:`

    Sim, pois Euclides realiza um estudo sobre oa)conito levantando os mais diversos aspectos,

    sempre se preocupando em analisar os acon- tecimentos – embora sua análise esteja hojesuperada –, e não em narrá-los de forma ctícia.

    Estuda-se essa obra em literatura pelo fato dehaver uma preocupação estética na construçãodo relato, além do fato de alguns acontecimentosserem ctícios, servindo tão-somente para inten - sicar a dramaticidade da obra.

    O conito de Canudos esteve no contexto dasb)mudanças ocorridas na passagem da monarquia para a república. Nesta mudança, havia o des- compasso entre o povo do litoral (partidário daRepública, da ciência, urbanizado, que acreditavana superioridade da raça branca e da civilizaçãosobre o mestiço) e o povo do interior, dos sertões(que, com a queda da monarquia, se via comoque desamparado e não aceitava as mudançasque a ordem republicana, com as característicaslistadas anteriormente, propunha).

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     A obra euclidiana insere-se numa tradição da litera-  )( tura brasileira que tematiza o povoamento do sertão,iniciada ainda no Romantismo com Bernardo Gui-marães.

    Euclides escreveu )(  Os Sertões com base nas reporta-

    gens que realizou como correspondente do jornal OEstado de S. Paulo.

     Antônio Conselheiro é uma personagem ctícia cria-  )( da pelo imaginário do autor.

    O episódio de Canudos, retratado no texto de Eucli-  )( des da Cunha, faz parte dos movimentos de protestosurgidos logo após a proclamação da independên-cia do Brasil.

     A sequência correta de preenchimento dos parênteses,de cima para baixo, é:

     V, F, V, F, Fa) V, V, V, F, Fb)

    F, F, V, V, Fc)

    F, V, F, F, V d)

     V, V, F, F, Fe)

     A questão 3 refere-se ao texto abaixo.

    “Livro posto entre .................., Os Sertões   assinalamum m e um começo: o m do imperialismo literário, o

    começo .................... aplicada aos mais importantes dasociedade brasileira (no caso, as contradições contidasna diferença de cultura entre .................)

    (CÂNDIDO, Antônio. Literatura e Sociedade.

    São Paulo: Companhia Editora Nacional, s.d. p. 133.)

     Assinale a alternativa que preenche corretamente as3.lacunas do texto anterior.

     A literatura e a sociologia naturalista – da associa-a)ção onírica e simbolista – regiões litorâneas e o in-terior.

     A literatura e o paneto pró-monárquico – da aná-b)

    lise cientíca – a região nordeste e o sul industria-lizado.

     A literatura e a sociologia naturalista – da análisec)cientíca – as regiões litorâneas e o interior.

     A literatura e o paneto pró-monárquico – da asso-d)ciação onírica e simbolista – a região nordeste e osul industrializado.

     A literatura e a sociologia naturalista – da associa-e)ção onírica e simbolista – a região nordeste e o sulindustrializado.

    (UFRJ)4.

    Meus Sete Anos

    Papai vinha de tarde

    Da faina de labutarEu esperava na calçada

    Papai era gerente

    Do Banco Popular

    Eu aprendia com ele

    Os nomes dos negócios

     Juros hipotecas

    Prazo amortização

    Papai era gerente

    Do Banco Popular

    Mas descontava chequesNo guichê do coração

    (ANDRADE, Oswald de. Obras Completas. 5. ed. Rio de Janeiro:

    Civilização Brasileira, 1971. p. 162.)

    Na literatura brasileira, a idade de oito anos é tomadacomo referência a uma infância harmoniosa.

    No poema de Oswald de Andrade, essa referência estáconsiderada no título e recebe um tratamento que revelaum traço característico do Modernismo brasileiro.

    Identique esse traço, justicando sua resposta.(UERJ) “Caso raro: fazendo uma poesia formalmente5.trabalhada, elaborada em linguagem cienticista-natu-ralista, atingiu uma popularidade acima das expectativas,em função de seu pessimismo, sua angústia em face deproblemas pessoais e das incertezas do novo séculoque despontava.”

    O autor a que se refere o trecho acima é consideradoum

    romântico.a)

    pré-modernista.b)

    modernista.c)

    barroco.d)

    parnasiano.e)

    (Elite) Considere as seguintes assertivas sobre6. Os Ser- tões , de Euclides da Cunha.

    Para narrar os fatos históricos ocorridos em Canu-I.dos, o autor utilizou as teorias cientícas desenvol-vidas no século XIX que enfatizavam a questão dodeterminismo do meio.

    Elaborado inicialmente como uma reportagem jor-II.nalística, o livro é uma denúncia da miséria em queviviam os sertanejos, revelando também o abismo

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    existente entre as zonas rurais e urbanas do Brasilno nal do século XIX.

     A visão de Euclides da Cunha em relação ao ho-III.mem do sertão é idealista, uma vez que o autormostra os habitantes de Canudos como brasileiros

    antipatrióticos por lutarem bravamente contra asforças militares do governo.

    Quais estão corretas?

    I e II.a)

    I e III.b)

    II e III.c)

    I.d)

    I, II e III.e)

    (PUC-Rio) A obra Pré-Modernista de Euclides da Cunha7.

    situa-se entre a ..... e a ..... .

    História, Psicologia.a)

    Geograa, Economia.b)

    Literatura, Sociologia.c)

     Arte, Filosoa.d)

     Teologia, Geologia.e)

    (UFRJ) Um jornalista selecionou duas expressões para8.se referir ao autor de Os Sertões :

    “do carioca Euclides da Cunha” e

    “o repórter Euclides”

    Essa escolha teve como efeito de sentido destacar

    o contraste entre as crenças que o homem Euclidesa)da Cunha tinha e a realidade observada pelo jorna-lista Euclides da Cunha.

    a ironia presente no fato de o escritor Euclides dab)Cunha, ccionista, produzir um texto baseado num

    trabalho de campo como repórter.

    a potencialidade da Língua Portuguesa, que possi-c)bilitou ao autor se referir a Euclides da Cunha por

    meio de expressões diversas.o descompasso entre as teorias formuladas em ga-d)binete e as teorias que inuenciaram Euclides da

    Cunha.

    a conrmação das posições ideológicas do cidadãoe)Euclides da Cunha quando exercia sua atividade de

     jornalista.

    (Elite) Considere as seguintes armações.9.

    O romanceI. Canaã , de Graça Aranha, tem comopersonagens centrais Lentz e Milkau, dois imigran-

    tes que discutem ao longo do texto suas teses an-tagônicas sobre os objetivos e as perspectivas daimigração no Brasil.

    Os Sertões II. , de Euclides da Cunha é dividido emquatro partes: A Terra, O Homem, A Mulher e ALuta.

     TantoIII. Canaã  quanto Os Sertões   foram publicadosem 1902.

    Quais estão corretas?

    I.a)

    III.b)

    I e III.c)

    II e III.d)

    I, II e III.e)

    (UEL) Nas duas primeiras décadas do século XX, as10.obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, tãodiferentes entre si, têm como elemento comum:

    a intenção de retratar o Brasil de modo otimista ea)idealizante.

    a adoção da linguagem coloquial das camadas po-b)pulares do sertão.

    a expressão de aspectos até então negligenciadosc)da realidade brasileira.

    a prática de um experimentalismo linguístico radi-d)cal.

    o estilo conservador do antigo regionalismo român-e)tico.

    O texto a seguir refere-se às questões 11 e 12.

    O Poeta Come Amendoim - texto I

    Noites pesadas de cheiros e calores amontoados...

    Foi o sol que por todo o sítio imenso do Brasil

     Andou marcando de moreno os brasileiros.

    Estou pensando nos tempos de antes de eu nascer...

     A noite era pra descansar. As gargalhadas brancas dosmulatos...

    Silêncio! O Imperador medita os seus versinhos.Os Caramurus conspiram à sombra das mangueirasovais.

    Só o murmurejo dos cre’m-deus-padre irmanava oshomens de meu país...

    Duma feita os canhamboras perceberam que não tinhamais escravos,

    Por causa disso muita virgem-do-rosário se perdeu...

    Porém o desastre verdadeiro foi embonecar estaRepública temporã.

     A gente inda não sabia se governar...

    Progredir, progredimos um tiquinhoQue o progresso também é uma fatalidade...

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    Será o que Nosso Senhor quiser!...

    Estou com desejos de desastres...

    Com desejos do Amazonas e dos ventos muriçocas

    Se encostando na canjerana dos batentes...

     Tenho desejos de violas e solidões sem sentido... Tenho desejos de gemer e de morrer...

    Brasil...

    Mastigado na gostosura quente do amendoim...

    Falado numa língua curumim

    De palavras incertas num remeleixo meladomelancólico...

    Saem lentas frescas trituradas pelos meus dentesbons...

    Molham meus beiços que dão beijos alastrados

    E depois semitoam sem malícia as rezas bemnascidas...

    Brasil amado não porque seja minha pátria,

    Pátria é acaso de migrações e do pão-nosso ondeDeus der...

    Brasil que eu amo porque é o ritmo no meu braçoaventuroso,

    O gosto dos meus descansos,

    O balanço das minhas cantigas amores e danças.

    Brasil que eu sou porque é a minha expressão muitoengraçada,

    Porque é o meu sentimento pachorrento,Porque é o meu jeito de ganhar dinheiro, de comer ede dormir.

    (ANDRADE, Mário de. Poesias Completas. São Paulo:

    Martins, 1996. p. 109-110.)

     Texto II

      A política é a arte de gerir o Estado, segundoprincípios denidos, regras morais, leis escritas, ou

    tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de

    explorar o benefício de interesses pessoais. Constituia política uma função, ou o conjunto das funções doorganismo nacional: é o exercício normal das forçasde uma nação consciente e senhora de si mesma. Apoliticalha, pelo contrário, é o envenenamento crônicodos povos negligentes e viciosos pela contaminação deparasitas inexoráveis. A política é a higiene dos paísesmoralmente sadios. A politicalha, a malária dos povosde moralidade estragada.

    (BARBOSA, Rui. apud:  ROSSIGNOLI, Walter. Português: teoria e práti-

    ca. 2. ed. São Paulo: Ática, 1992. p. 19.)

    (Cesgranrio) Apesar de suas diferenças de natureza11.histórico-literária, é possível constatar um traço deidentidade entre o texto de Mário de Andrade e o deRui Barbosa. Esse elemento corresponde à

    constatação da riqueza de nossa cultura.a)

    negação do fervor patriótico.b)

    visão satírica da corrupção política.c)

    riqueza de expressões de valor antitético.d)

    ênfase na função crítico-social da literatura.e)

    (Cesgranrio) Do ponto de vista do uso da língua, o texto12.II de Rui Barbosa diverge do texto I por apresentar

    preferência marcada por brasileirismos no nível daa)seleção vocabular.

    quebras na organização sintática dos períodos.b)

    falta de uma pontuação rigorosa e clara.c)

    menor aproximação com a fala corrente do homemd)brasileiro.

    presença de desvios em relação à norma-culta.e)

    (Elite) Considere as seguintes armações sobre13. OsSertões , de Euclides da Cunha.

    Na prosa grandiloquente do livro, a linguagem re-I.cebe um tratamento artístico elaboradíssimo, apro-ximando-se da linguagem barroca.

    Na primeira parte do livro, Euclides da Cunha falaII.sobre as características geológicas e topográcas

    do sertão, especialmente de Canudos.

    O sertão de Canudos é descrito de maneira ideali-III.zada por Euclides da Cunha, visto que ele recria oespaço a partir de sua imaginação, em que há umaperfeita harmonia entre o homem e a natureza.

    O material fornecido pelo episódio de Canudos foiIV.trabalhado por Euclides da Cunha em Os Sertões ,com base no cienticismo que a cultura do século

     XIX lhe propiciou.

    Quais estão incorretas?

    I.a)

    II.b)

    III.c)

    IV.d)

    I, II e IV.e)

    (UFRGS) Uma atitude comum caracteriza a postura14.literária de autores Pré-Modernistas, a exemplo de LimaBarreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Euclides da

    Cunha. Pode ela ser denida como:

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    a necessidade de superar, em termos de um pro-a)grama denido, as estéticas românticas e realistas.

    pretensão de dar um caráter denitivamente bra-b)sileiro à nossa literatura, que julgavam por demaiseuropeizada.

    uma preocupação com o estudo e com a observa-c)ção da realidade brasileira.

    a necessidade de fazer crítica social, já que o Rea-d)lismo havia sido inecaz nessa matéria.

    aproveitamento estético do que havia de melhore)na herança literária brasileira, desde suas primeirasmanifestações.

    (UFF) Leia o trecho de15. Os Sertões , de Euclides daCunha.

    “Daquela data ao termo da campanha a tropa iria viverem permanente alarma.

    [...] A tática invariável do jagunço, impunha-se temerosa naqueleresistir às recuadas, restribando-se* em todos os acidentesda terra protetora. Era a luta da sucuri exuosa* com o touro

    pujante. Laçada a presa, distendia os anéis; permitia-lhe aexaustão do movimento e a fadiga da carreira solta; depoisse restringia repuxando-o, maneando-o nas roscas contráteis,para relaxá-las de novo, deixando-o mais uma vez se esgotarno escarvar*, a marradas, o chão; e novamente o atrair, retrátil,arrastando-o – até ao exaurir completo...”

    * retribar = estar rme, estar escorado.

    * exuoso = sinuoso, retorcido.

    * escarvar = cavar supercialmente.

     Assinale a alternativa incorreta em relação ao trecho.

    O jagunço, ao aproveitar-se dos “acidentes da terraa)protetora”, conseguia superar-se e confrontar-secom o inimigo, trazendo-lhe novas diculdades.

    O “touro pujante”, apesar de sua força, na ilusão dob)movimento livre, acaba se exaurindo.

    No confronto, a “sucuri exuosa” vence, pois usac)os recursos de que dispõe.

    No trecho, a imagem da luta entre a “sucuri exuo-d)sa” e o“touro pujante” é uma metáfora da luta entreos jagunços e os expedicionários.

     A “sucuri exuosa” e o “touro pujante” estão eme)constante confronto sem que haja um vencedor.

    (Cesgranrio) Ao longo da Literatura Brasileira, percebe-16.se, de forma recorrente, a tematização da paisagem/realidade local. Tendo em vista a produção literáriado século XX, assinale a opção em que a tendênciaindicada para cada período apresentado a seguir não esteja correta.

    Na fase Pré-Modernista, no início do século, umaa)

    literatura frívola, com atmosfera Belle Époque , con-vive com outra, voltada para problemas regionais.

    Na primeira fase do Modernismo, há o registro dab)vida das grandes cidades, com destaque para SãoPaulo, por inuência do grupo paulista.

    No período do Neo-Simbolismo de 1930, acentua-c)se a observação da realidade externa, em detri-mento da interna.

    Nos anos 1940, o amadurecimento da renovaçãod)temática o a busca de naturalidade da linguagemccional dão nova feição ao regionalismo.

    Na década de 1970, nota-se uma pluralidade dee)tendências, indo desde a alegoria e o fantásticoao ultrarrealismo e à literatura-verdade (romance-reportagem, por exemplo).

    O texto a seguir refere-se às questões 17 e 18.“Isoladas a princípio, estas turmas adunavam-se peloscaminhos, aliando-se a outras, chegando, anal, conjuntasa Canudos. O arraial crescia vertiginosamente.

      A edicação rudimentar permitia à multidão semlares fazer até doze casas por dia; – e, à medida quese formava, a tapera colossal parecia estereografar afeição moral da sociedade ali acoutada. Era a objetivaçãodaquela insânia imensa. Documento iniludível permitindoo corpo de delito direto sobre os desmandos de umpovo.

      Aquilo se fazia a esmo, adoudadamente.

      A urbs  monstruosa, de barro, denia bem a civitas  sinistra do erro. O povoado novo surgia, dentro dealgumas semanas, já feito ruínas. Nascia velho. Vistode longe, desdobrado pelos cômoros, atulhandoas canhadas, cobrindo área enorme, truncado nasquebradas, revolto nos pendores – tinha o aspectoperfeito de uma cidade cujo solo houvesse sido sacudidoe brutalmente dobrado por um terremoto.”

    Euclides da Cunha 

    (Fuvest) Por uma questão de estilo, o autor refere-se a17.

    Canudos empregando diversos termos sinonímicos. Citequatro desses termos:

    (Fuvest) O núcleo da obra de que se extraiu o fragmento18.são os acontecimentos de Canudos.

    Diga, em síntese, o que aconteceu ali.a)

    Quem era o chefe místico de Canudos?b)

    (Mackenzie) Sobre19. Os Sertões , é incorreto armarque

    o autor, militar em sua origem, desaprova a causaa)dos sertanejos.

    apresenta certa diculdade em termos de enqua-b)dramento em um único gênero literário.

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    sua linguagem tende ao solene, com vocabulárioc)erudito e tom grandiloquente.

    origina-se de reportagens parad) O Estado de S. Pau- lo , nas quais o autor expõe fatos relacionados àGuerra de Canudos.

    Euclides da Cunha segue um esquema determinis-e)ta na estrutura das três partes da obra.

    (UFRJ) Leia o texto:1.

    “Quaresma veio a recordar-se do seu tupi, do seu ‘folk-lore’, das modinhas, das suas tentativas agrícolas - tudoisso lhe pareceu insignicante, pueril, infantil.

    Era preciso trabalhos maiores, mais profundos; tornava-se necessário refazer a administração. Imaginava umgoverno forte, respeitado, inteligente, removendotodos esses óbices, esses entraves, Sully e Henrique IV,espalhando sábias leis agrárias, levantando o cultivador...Então sim! O celeiro surgiria e a pátria seria feliz.

    Felizardo entregou-lhe o jornal que toda manhã mandavacomprar à estação, e lhe disse:

    – Seu patrão, amanhã não venho ‘trabaiá’.

    – Por certo; é dia feriado... A Independência.

    – Não é por isso.

    – Por que então?

    – Há ‘baruio’ na Corte e dizem que vão ‘arrecrutá’. Vou pro mato... Nada!

    – Que barulho?

    – ‘Tá’ nas ‘foias’, sim ‘sinhô’.

     Abriu o jornal e logo deu com a notícia de que osnavios da esquadra se haviam insurgido e intimadoao presidente a sair do poder. Lembrou-se das suasreexões de instantes atrás; um governo forte, até à

    tirania... Medidas agrárias... Sully e Henrique IV...

    Os seus olhos brilhavam de esperança. Despediu o

    empregado. Foi ao interior da casa, nada disse à irmã,tomou o chapéu, e dirigiu-se à estação.

    Chegou ao telégrafo e escreveu:

    ‘Marechal Floriano, Rio. Peço energia. Sigo já. –Quaresma’.”

    Essa revolta de que fala o narrador eclodiu em setembrode 1893 e durou até março de 1894. Os canhõesforam dirigidos à cidade do Rio de Janeiro e exigiu-sea renúncia do Marechal Floriano. Portanto, PolicarpoQuaresma lê, no jornal, a eclosão da Revolta:

    do Desterro.a)

    dos Dezoito do Forte.b)da Lapa.c)

    da Armada.d)

    Colorada.e)

    (PUC-Rio) “Antônio Cândido, em sua obra2. Formaçãoda Literatura Brasileira , ao escrever sobre Romantismo,

    considera que, nesse estilo, o patriotismo se aponta aoescritor como estímulo e dever. Com efeito, a literaturafoi considerada parcela dum esforço construtivo maisamplo, denotando o intuito de contribuir para a grandezada nação. Manteve-se durante todo o Romantismo estesenso de dever patriótico, que levava os escritores nãoapenas a cantar a sua terra, mas a considerar as suasobras como contribuição ao progresso. Acrescenta aindatrês elementos românticos nacionalistas: desejo de expri-mir uma nova ordem de sentimentos, agora reputados deprimeiro plano, como o orgulho patriótico, extensão doantigo nativismo, desejo de criar uma literatura indepen-dente, diversa, não apenas uma literatura, (...); a noção járeferida de atividade intelectual não mais apenas comoprova de valor do brasileiro e esclarecimento mental dopaís, mas tarefa patriótica de construção nacional”

     A obra de Lima Barre to, Triste Fim de PolicarpoQuaresma: 

    é romântica e exemplica as palavras de Antônioa)Cândido, já que seu protagonista se comportacomo um romântico.

    não é romântica e contraria as palavras de Antôniob)Cândido, à medida que as atitudes do protagonistavão se revestindo de heroísmo romântico.

    não é romântica e contradiz as palavras de Antônioc)Cândido, tendo em vista que o protagonista aca-ba por se submeter a uma visão antinacionalista e,portanto, antirromântica.

    é romântica e ratica as palavras de Antônio Cândi-d)do, porque o orgulho patriótico-romântico do pro-tagonista encontra lugar de ação no decorrer danarrativa.

    opõe-se ao Romantismo e não retrata as palavrase)de Antônio Cândido, pois ironiza as posturas nacio-

    nalistas românticas por meio do protagonista.(UFPR) “E era agora que ele (Policarpo Quaresma) che-3.gava a essa conclusão, depois de ter sofrido a misériada cidade e o emasculamento da repartição pública,durante tanto tempo! Chegara tarde, mas não a ponto deque não pudesse antes da morte, travar conhecimentocom a doce vida campestre e a feracidade das terrasbrasileiras.[...]

      E ele viu então diante dos seus olhos as laranjeiras,em or, olentes, muito brancas, a se enleirar pelasencostas das colinas, como teorias de noivas; os

    abacateiros, de troncos rugosos, a sopesar com esforçoos grandes pomos verdes; as jabuticabas negras aestalar dos caules rijos; os abacaxis coroados que nem

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    reis, recebendo a unção quente do sol; as abobreiras ase arrastarem com ores carnudas cheias de pólen; asmelancias de um verde tão xo que parecia pintado; ospêssegos veludosos, as jacas monstruosas, os jambos,as mangas capitosas;...”

     A respeito do romance Triste Fim de Policarpo Quaresma ,de Lima Barreto, do qual foi transcrito o trecho anterior,é correto armar:

    narrador e protagonista, elementos que se fundem )( ao longo do romance, concluem que as melhores al-ternativas para a construção de um projeto nacionalestariam no ambiente interiorano e numa economiade base agrícola;

    o mesmo patriotismo exaltado que conduzira Qua-  )( resma às suas experiências no campo é responsá-vel, mais adiante, pelo abandono abrupto de seusprojetos rurais;

    este trecho integra a segunda parte do romance, )( que corresponde à empreitada do protagonista nocampo, antecedida pelo malogro reformista experi-mentado na seção inicial e seguida por seu “tristem” nos desdobramentos de seu retorno ao Rio de

     Janeiro;

    o preciosismo vocabular e a acumulação descritiva )( que marcam o parágrafo nal do trecho citado são

    reveladores das inuências parnasianas que marcam

    o estilo de Lima Barreto;

    a técnica do romance confessional, onde a narrativa )( 

    é construída po r meio da rememoração de experi-ências do próprio protagonista, pode ser assinaladacomo uma das inovações desta obra de Lima Barre-to, procedimento que só voltaria a ser exercitado emnossa literatura pelos autores modernistas.

    (Mackenzie) Olga, Ricardo Coração dos Outros, Alber-4.naz e Genelício são personagens representativas de umromance que apresenta tendências Pré-Modernistas.

     Tais personagens são encontradas em

    Os Sertões.a)

    Urupês.b)

    Cidades Mortas.c)

     A nova Califórnia d) .

    Triste m de Policarpo Quaresma.e)

    (Vunesp) Volume contendo doze histórias tiradas do5.sertão paulista, foi citado por Rui Barbosa, em discursono Senado, apontando a personagem Jeca Tatu comoo protótipo do camponês brasileiro.

     Aponte o autor e sua obra.

    Monteiro Lobato –a) Urupês.

    Lima Barreto –b) Cemitério dos Vivos.

    Monteiro Lobato –c) Cidades Mortas.

    Coelho Neto –d) Fogo-fátuo.

    Euclides da Cunha –e) Contrastes e confrontos .

    (Fatec) Assinale a alternativa6. incorreta.

    Nos primeiros vinte anos deste século, a produ-a)

    ção literária brasileira é marcada por diversidades,abrangendo, ao mesmo tempo, obras que questio-nam a realidade social e obras voltadas aos lugares-comuns herdados de autores anteriores.

    Pode-se armar que um dos traços modernos deb)Euclides da Cunha é o compromisso com os pro-blemas de seu tempo.

     A importância da obra de Lima Barreto situa-se noc)plano do conteúdo, a partir do qual se revela seucaráter polêmico; a linguagem descuidada, porém,revela pouca consciência estética, em virtude de

    sua formação literária precária.O estilo parnasiano permanece inuenciando au-d)tores e caracterizando boa parte da obra poéticaescrita durante o período pré-modernista.

    Graça Aranha faz parte do conjunto mais signica-e)tivo de escritores do Pré-Modernismo. Nos anosanteriores à Semana de Arte Moderna, Graça Ara-nha interveio a favor da renovação artística a que sepropunham os escritores modernistas.

    Os dois textos referem-se às questões 7 e 8.

     Texto A:“O que mais a impressionou no passeio foi a misériageral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste,abatido da gente pobre. Educada na cidade, ela tinha dosroceiros ideia de que eram felizes, saudáveis e alegres.Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas nãoeram de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquelesapé sinistro e aquele “sopapo” que deixava ver a tramadas varas, como o esqueleto de um doente.

    Por que, ao redor dessas casas, não havia culturas, umahorta, um pomar? Não seria tão fácil, trabalho de horas?E não havia gado, nem grande, nem pequeno. Era raro

    uma cabra, um carneiro. Por quê? (...) Não podia serpreguiça só ou indolência.”

    (Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma.)

     Texto B:

    “O silêncio de êxtase em que cou foi interpretado pelo

    estudante como uma prostração de saudade. Ele foraacordar na alma do patrício a nostalgia que o tempoconsumidor havia esmaecido, lembrando-lhe a terranativa onde lhe haviam rolado as primeiras lágrimas.Céus que seus olhos lânguidos tanto namoravam nas

    doces manhãs cheirosas quando, das margens remotasdos grandes rios vinham, em abaladas, brancas, sob oazul do céu, as garças peregrinas/ campos de moitas

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    verdes onde, nas arroxeadas tardes melancólicas, aosom abemolado das autas pastoris, o gado bravio,

    descendo das malhadas, em numeroso armento, junto, entrechocando os chi fres aguçados, mugiamagoadamente quando, por trás dos serros frondosos,

    lenta e alva, a lua subia espalhando pela terra morna oseu diáfano e pálido esplendor.”

    (Coelho Neto, A Conquista.)

    (Fatec) Assinale a alternativa correta.7.

     Ambos os textos são narrados em terceira pessoa.a)No primeiro, pelo discurso do narrador, passa aperspectiva de um personagem que, habituado aosgrandes centros urbanos, choca-se com a pobrezados subúrbios.

    No texto B o narrador expõe as lembranças de umab)personagem que, exilado de sua terra natal, conta aum interlocutor suas experiências em contato coma natureza tropical.

    No texto de Lima Barreto ca clara a acusação àc)indolência dos roceiros como a única responsávelpela realidade do seu meio – opinião, de resto, par-tilhada por Monteiro Lobato em suas referências apersonagem Jeca Tatu.

    Os dois textos tratam, em princípio, do espaço rurald)observado por personagens oriundas do espaçourbano e em crise com a falta de perspectiva nas

    cidades.

    No texto A, depreende-se, através do contato dee)uma personagem citadina com a realidade rural, aperspectiva crítica dos problemas da população docampo.

    (Mackenzie) “Às vezes se dá ao luxo de um banquinho8.de três pernas – para os hóspedes. Três pernas permitemo equilíbrio, inútil, portanto, meter a quarta, que aindao obrigaria a nivelar o chão. Para que assentos, se anatureza os dotou de sólidos, rachados calcanharessobre os quais se sentam?”

    O trecho anterior é claramente representativo da obrade

    Lima Barreto.a)

     Augusto dos Anjos.b)

    Euclides da Cunha.c)

     Aluísio Azevedo.d)

    Monteiro Lobato.e)

    (UFRJ)9.

    “Crítico feroz do Modernismo, grande incentivador dadisseminação da cultura, defensor dos valores e riquezasnacionais; conhecido, particularmente, pela sua grande

    obra infantil, em que se destacam as personagens doSítio do Picapau Amarelo.”

    O nome do autor a que se refere a armativa acima é

    Lima Barreto.a)

     José Lins do Rego.b)Monteiro Lobato.c)

    Mário de Andrade.d)

    Cassiano Ricardo.e)

    (Vunesp) Leia os versos que seguem:10.

    “Como quem esmigalha protozoários

    Meti todos os dedos mercenários...

    Na consciência daquela multidão...

    E, em vez de achar a luz que os céus inama,

    Somente achei moléculas de lamaE a mosca alegre da putrefação!”

    Esses versos apresentam em conjunto característicasrelativas a ritmo, métrica, vocabulário, sintaxe e guras

    de linguagem, tornando possível a identicação de um

    estilo mesclado de dois estilos artísticos diferentes. Esseestilo foi marca inconfundível de um autor brasileiro queos críticos em geral consideram de difícil enquadramentohistórico-literário.

     Tendo em vista tais informações, assinale a alternativacorreta.

    O autor é Machado de Assis e os estilos mescladosa) são Realismo e Modernismo.

    O autor é José de Alencar, da última fase, e os esti-b)los mesclados são Romantismo e Realismo.

    O autor é Augusto dos Anjos e os estilos mescla-c)dos são Simbolismo e Naturalismo.

    O autor é Castro Alves e os estilos mesclados sãod)Romantismo e Realismo.

    O autor é Sousândrade e os estilos mesclados sãoe)Romantismo e Modernismo.

    (UERJ) TEXTO I

    O Livro e a América

     Talhado para as grandezas,

    P’ra crescer, criar, subir,

    O Novo Mundo nos músculos

    Sente a seiva do porvir

    – Estatuário de colossos –

    Cansado doutros esboços

    Disse um dia Jeová:

    “Vai, Colombo, abre a cortinaDa minha eterna ocina

     Tira a América de lá”

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    ...............................................

    Filhos do sec’lo das luzes!

    Filhos da Grande nação!

    Quando ante Deus vos mostrardes,

     Tereis um livro na mão:O livro – esse audaz guerreiro

    Que conquista o mundo inteiro

    Sem nunca ter Waterloo ...

    Eólo de pensamentos

    Que abrira a gruta dos ventos

    Donde a Igualdade voou! ...

    ...............................................

    Por isso na impaciência

    Desta sede de saber,

    Como as aves do deserto – As almas buscam beber ...

    Oh! Bendito o que semeia

    Livros ... livros à mão cheia ...

    E manda o povo pensar!

    O livro caindo n’alma

    É germe – que faz a palma,

    É chuva – que faz o mar.

    (ALVES, Castro. Obra Completa. Rio de Janeiro:

    Nova Aguilar, 1986. p. 76-78.)

     VOCABULÁRIO:

    Estatuário (verso 5) = escultor, aquele que fazestátuas.

    Eólo (verso 18) = vento forte.

     TEXTO II

    O Ensino na Bruzundanga

      Já vos falei na nobreza doutoral desse país; é lógico,

    portanto, que vos fale do ensino que é ministrado nassuas escolas, donde se origina essa nobreza. Há diversasespécies de escolas mantidas pelo governo geral, pelosgovernos provinciais e por particulares. Estas últimas sãochamadas livres e as outras ociais, mas todas elas são

    equiparadas entre si e os seus diplomas se equivalem.Os meninos ou rapazes, que se destinam a elas, nãotêm medo absolutamente das diculdades que o curso

    de qualquer delas possa apresentar. Do que eles têmmedo, é dos exames preliminares.

      Passando assim pelo que nós chamamospreparatórios, os futuros diretores da República dos

    Estados Unidos da Bruzundanga acabam os cursosmais ignorantes e presunçosos do que quando paralá entraram. São esses tais que berram: “Sou formado!

    Está falando com um homem formado!”.

      Ou senão quando alguém lhes diz:

      – “Fulano é inteligente, ilustrado...”, acode ohomenzinho logo:

      – É formado?

      – Não.

      – Ahn!

      Raciocina ele muito bem. Em tal terra, quem nãoarranja um título como ele obteve o seu, deve ser muitoburro, naturalmente.

      Apesar de não ser da Bruzundanga, eu me interessomuito por ela, pois lá passei uma grande parte da minhameninice e mocidade.

      Meditei muito sobre os seus problemas e creio queachei o remédio para esse mal que é o seu ensino. Vouexplicar-me sucintamente.

      O Estado da Bruzundanga, de acordo com asua carta constitucional, declararia livre o exercíciode qualquer prossão, extinguindo todo e qualquer

    privilégio de diploma.

      Quem quisesse estudar medicina, frequentariaas cadeiras necessárias à especialidade a que sedestinasse, evitando as disciplinas que julgasse inúteis.

     Aquele que tivesse vocação para engenheiro de estradade ferro, não precisava estar perdendo tempo estudandohidráulica. Cada qual organizaria o programa do seucurso, de acordo com a especialidade da prossão liberal

    que quisesse exercer, com toda a honestidade e sem asescoras de privilégio ou diploma todo poderoso.

      Semelhante forma de ensino, evitando o diploma eos seus privilégios, extinguiria a nobreza doutoral; e dariaaos jovens da Bruzundanga mais honestidade no estudo,mais segurança nas prossões que fossem exercer, com

    a força que vem da concorrência entre os homens devalor e inteligência nas carreiras que seguem.

    (BARRETO, Lima. Os Bruzundangas.

    São Paulo: Ática, 1985. p. 49-51. Adaptado.)

     TEXTO III

    Hino Nacional

    Precisamos descobrir o Brasil!

    Escondido atrás das orestas,

    com a água dos rios no meio,

    o Brasil está dormindo, coitado.

    Precisamos colonizar o Brasil.

    O que faremos importando francesas

    muito louras, de pele macia,alemãs gordas, russas nostálgicas para

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    garçonetes dos restaurantes noturnos.

    E virão sírias delíssimas.

    Não convém desprezar as japonesas...

    Precisamos educar o Brasil.Compraremos professores e livros,

    assimilaremos nas culturas,

    abriremos dancings  e subvencionaremos as elites.

    Cada brasileiro terá sua casa

    com fogão e aquecedor elétricos, piscina,

    salão para conferências cientícas.

    E cuidaremos do Estado Técnico.

    Precisamos louvar o Brasil.Não é só um país sem igual.

    Nossas revoluções são bem maiores

    do que quaisquer outras; nossos erros também.

    E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões...

    os Amazonas inenarráveis ... os incríveis João-Pessoas...

    Precisamos adorar o Brasil!

    Se bem que seja difícil caber tanto oceano e tanta

    solidãono pobre coração já cheio de compromissos ...

    se bem que seja difícil compreender o que queremesse homens,

    por que motivo eles se ajuntaram e qual a razão de seussofrimentos.

    Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!

     Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado,

    ele quer repousar de nossos terríveis carinhos.

    O Brasil não nos quer! Está farto de nós!Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil.

    Nosso Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?

    (ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião. Rio de Janeiro: José

    Olympio, 1973. p. 36.)

     Analisando-se comparativamente os textos I, II e II I,11.quanto ao estilo de época a que pertencem, pode-severicar que

    I e III são fruto daa) arte pela arte simbolista.

    I, II e II I são exemplos do indianismo romântico.b)I e II representam a crítica social do Realismo-Na-c)turalismo.

    II e I II apresentam características da linguagem mo-d)dernista.

     Texto para as próximas 2 questões. 

    (PUC-Rio) Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo?E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara todaela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-lae querê-la muito, no intuito de contribuir para a suafelicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso,a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice,como ela o recompensava, como ela o premiava, comoela o condecorava? Matando-o. E o que não deixara dever, de gozar, de fruir na sua vida? Tudo. Não brincara,não pandegara, não amara - todo esse lado da existênciaque parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, elenão vira, ele não provara, ele não experimentara.

    Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia

    e por ele zera a tolice de estudar inutilidades. Que lheimportavam os rios? Eram grandes? Pois se fossem...Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nomedos heróis do Brasil? Em nada... O importante é queele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suascausas de tupi, do folklore , das suas tentativas agrícolas...Restava disso tudo em sua alma uma satisfação?Nenhuma! Nenhuma!

    (Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma.)

    O autor do trecho acima é Lima Barreto. Suas obras in-12.tegram o período literário chamado Pré-Modernismo. Tal

    designação para esse período se justica, porque ele

    desenvolve temas do nacionalismo e se liga às van-a)guardas europeias.

    engloba toda a produção literária que se fez antesb)do Modernismo.

    antecipa temática e formalmente as manifestaçõesc)Modernistas.

    se preocupa com o estudo das raças e das culturasd)formadoras do nordestino brasileiro.

    prepara pela irreverência de sua linguagem as con-e) quistas estilísticas do Modernismo.

    O trecho acima pertence ao romance13. Triste Fim de Poli- carpo Quaresma , de Lima Barreto. Da personagem quedá título ao romance, podemos armar que

    foi um nacionalista extremado, mas nunca estudoua)com anco as coisas brasileiras.

    perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcio-b)nado com a realidade brasileira.

    defendeu os valores nacionais, brigou por eles ac)vida toda e foi condenado à morte justamente pelosvalores que defendia.

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    foi considerado traidor da pátria, porque participoud)da conspiração contra Floriano Peixoto.

    era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelase)pessoas que o cercavam.

     Texto para as próximas 5 questões.(Faap) Quando Pedro I lança aos ecos o seu gritohistórico e o País desperta esturvinhado à crise deuma mudança de dono, o caboclo ergue-se, espia eacocora-se, de novo.

      Pelo 13 de maio, mal esvoaça o orido decretoda Princesa e o negro exausto larga num uf! o caboda enxada, o caboclo olha, coça a cabeça, imagina edeixa que do velho mundo venha quem nele pegue denovo.

      A 15 de novembro troca-se um trono vitalício pelacadeira quadrienal. O país bestica-se ante o inopinado

    da mudança. O caboclo não dá pela coisa.  Vem Floriano: estouram as granadas de Custódio;Gumercindo bate às portas de Roma; Incitatus derrancao país. O caboclo continua de cócoras, a modorrar...

      Nada o desperta. Nenhuma ferretoada o põe de pé.Social, como individualmente, em todos os atos da vida,

     Jeca antes de agir, acocora-se.

    Monteiro Lobato 

    É nesta crônica que Monteiro Lobato fotografa a imagem14.do caipira, apresentado como uma “raça intermediária”,que perdeu o primitivismo do índio sem, no entanto,adquirir a força do colonizador. A crônica foi extraídado livro

    Negrinha.a)

    O Macaco que se Fez Homem.b)

    Urupês.c)

    O Presidente Negro.d)

    O Escândalo do Petróleo.e)

    O texto fala de fatos históricos, respectivamente:15.

    Monarquia - Lei do Ventre Livre - Eleição de Flo-a)riano.

    Regência - Tráfego negro - Posse de Floriano.b)

    Maioridade - Libertação dos escravos - Posse dec)Floriano.

    Parlamentarismo - Libertação dos escravos - Presi-d)dencialismo.

    Independência - Libertação dos escravos - Repú-e)blica.

     A crítica é unânime em classicar o escritor Monteiro16.

    Lobato ligado ao movimento

    Pré-Modernismo.a)

    Surrealismo.b)

    Futurismo.c)

    Dadaísmo.d)

    Cubismo.e)

    Sobre Monteiro Lobato não procede a seguinte ar-17.mação.

    Nasceu em Taubaté e morreu em São Paulo. Advo-a)gado, Promotor Público. Fundou a Companhia dePetróleos do Brasil.

    Inovador quando defende a arte de Anita Malfattib)em famoso artigo publicado pelo Estado: “Paranoiaou Misticação”.

     Avançado quando satiriza o purismo da linguagemc)no conto também famoso: “O Colocador de Pro-nomes”.

    Promoveu campanhas nacionais em favor do ferrod)e petróleo: Preso pelo Governo Vargas em 1941,exila-se na Argentina.

    Crítico veemente do sistema agrícola brasileiro nae)gura de Jeca Tatu, símbolo da miséria e do atrasoa que foram relegados nossos caipiras.

    (PUC-SP)18.

    “Triste a escutar, pancada por pancada.

     A sucessividade dos segundos,

    Ouço em sons subterrâneos, do orbe oriundos,

    O choro da energia abandonada.”

     A crítica reconhece na poesia de Augusto dos Anjos,como exemplica a estrofe, a forte presença de umadimensão

    niilista.a)

    patológica.b)

    cósmica.c)estética.d)

    metafísica.e)

    (UFRGS) Lima Barreto é um autor que se caracteriza19.por criar tipos

    rústicos, ligados ao campo.a)

    aristocratas, ligados ao campo.b)

    aristocratas, ligados à cidade.c)

    burgueses, ligados à cidade.d)

    populares, ligados ao subúrbio.e)

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       E   M_

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    20

    Os comentários acima são endereçados por MonteiroLobato

    ao nordestino.a)

    ao menor.b)

    ao sertão.c)ao caboclo.d)

    ao paulistano.e)

    (Unicamp) O trecho a seguir, escolhido por Lima Bar-21.reto como epígrafe para introduzir sua obra, Triste Fimde Policarpo Quaresma , comenta o confronto entre oideal e o real:

    “O grande inconveniente da vida real e o que a tornainsuportável ao homem superior é que, se transportamospara ela os princípios do ideal, as qualidades passam a

    ser defeitos, de tal modo que, na maioria das vezes, ohomem íntegro não consegue se sair tão bem quantoaquele que tem por estímulo o egoísmo ou a rotinavulgar.”

    Renanm Marc-Aurele 

    Cite dois episódios do livro em que o comporta-a)mento idealista de Policarpo é ridicularizado poroutras personagens.

    Considerando-se a epígrafe citada, como pode serb)analisada a trajetória de Policarpo Quaresma?

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    21   E   M_

       V_

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    D1.

    B2.

    C3.

    O traço característico do Modernismo brasileiro é a4.ruptura com a tradição, por meio de uma avaliaçãocrítica da abordagem temática e da linguagem literária

    do passado.B5.

     A6.

    C7.

     A8.

    C9.

    C10.

    E11.

    D12.

    C13.

    C14.

    E15.

    C16.

    “Arraial”, “tapera colossal”, “urbs monstruosa” e “docu-17.mento iniludível”.

    18.

    O confronto entre as forças armadas e os sertane-a) jos seguidores de Antônio Conselheiro.

    O chefe místico de Canudos era Antônio Conse-b)lheiro.

     A19.

    D1.

    E2.

    F, V, V, F, F3.

    E4. A5.

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    22  E

       M_

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    _   0   1   1

    C6.

    E7.

    E8.

    C9.

    C10.

    D11.

    C12.

    C13.

    C14.

    E15.

     A16.

    B17.

    C18.

    E19.

    D20.

    21.

     A sugestão de tornar o tupi-guarani língua ociala)do Brasil e a adoção de hábitos indígenas.

    Policarpo parte do ideal e choca-se com o real, queb)o consome.

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