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Recuperação de Cobertura Vegetal Infra-estrutura física Solicitação de Patrocínio Setembro 2013 Alexandre Guimarães [email protected] www.vimarania.com.br (35) 8814-0795

Pré-projeto recuperação de cobertura vegetal · 2013-10-08 · Recuperação de Cobertura Vegetal 4 Premissas Para o sucesso desta iniciativa, consideramos: Simplicidade da solução;

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Recuperação de Cobertura VegetalInfra-estrutura física

Solicitação de Patrocínio

Setembro 2013 Alexandre Guimarães [email protected]

www.vimarania.com.br(35) 8814-0795

Recuperação de Cobertura Vegetal

1 Introdução

O novo Código Florestal, apesar de tratar de forma diferenciada os pequenos produtores rurais, obriga a recomposição das áreas de preservação permanente (APP's) como topos de morros, encostas íngremes e matas ripárias (de galeria e ciliares). No caso dos pequenos produtores, é permita alguma exploração destas áreas, como plantio de frutíferas ou apicultura, mas com restrições.

Apesar da maioria das pequenas propriedades estar situada em regiões de uso agropecuário antigo, com desmatamento anterior até mesmo ao primeiro código florestal, a recuperação destas áreas é obrigatória e terá custos arcados pelos produtores, independentemente de sua situação, sob a alegação de benefício para toda a sociedade, mesmo considerando que o produtor não terá nenhum benefício oriundo da sociedade em contrapartida. É óbvio o benefício ecológico e natural desta recomposição, especialmente pelo aumento da retenção das águas, diminuição da erosão e, indiretamente, da diversificação da produção. Entretanto, a obrigatoriedade sujeita o pequeno produtor a tornar-se um criminoso no caso de não cumprimento da lei, o que é um absurdo per si, haja vista a situação econômica e financeira da grande maioria dos pequenos produtores, muitos familiares.

Por isto, existe uma necessidade urgente de uma solução simples e barata para que o pequeno produtor consiga fechar ou isolar as APP's para que estas possam ser recuperadas, seja através do plantio de semente e mudas ou de forma natural e espontânea.

2 Apresentação

O Sítio Vimarânia é uma pequena propriedade agrícola, particular, situada em Conceição do Rio Verde, Sul de Minas Gerais. Com 45 hectares, hoje a propriedade é utilizada para exploração familiar de bovinocultura de corte a pasto e pequena produção diversificada de olericultura e avicultura, em modelo baseado na agroecologia, ou seja, sem uso de produtos químicos industrializados e de forma sustentável. Mas, o objetivo é iniciar uma produção orgânica de frutas diversas e ervas aromáticas e medicinais.

A propriedade foi adquirida em setembro de 2011 por Alexandre Guimarães, 45, após mais de 20 anos de atuação no mercado de tecnologia da informação, tendo atuado como consultor em grandes empresas como MRS Logística, Claro, Vale, C&A, TIM, Oi e GVT. Com o objetivo de buscar uma vida com mais qualidade, abandonou todos os negócios, sem se aposentar, para se dedicar à construção de um modelo de produção simples e sustentável. Com os dois filhos seguindo seus próprios caminhos, um mestrando na PUCSP em Economia Política e outro técnico mecatrônico na FIAT Automóveis, a propriedade é administrada e trabalhada apenas pelo casal, ela Marciléia Guimarães, 46, sem contratação de terceiros.

3 Objetivo

O objetivo deste projeto é viabilizar a implantação de infra-estrutura de isolamento da área que deverá ter sua cobertura vegetal recuperada no Sítio Vimarânia através de parceria com o patrocinador.

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Recuperação de Cobertura Vegetal

4 Premissas

Para o sucesso desta iniciativa, consideramos:

Simplicidade da solução;

Uso mínimo de recursos naturais, evitando moirões de madeira;

Menor esforço e maior agilidade na instalação;

Manutenção barata e ágil;

Parceria com outros segmentos produtivos da sociedade;

Apoio de entidades governamentais, em especial as ATER (assistência técnica e extensão rural);

Uso do projeto executado como modelo para divulgação da solução técnica e dos parceiros realizadores.

5 Solução Técnica

A solução apresentada para o isolamento das áreas é baseada em cercas eletrificadas para contenção animal, de tal sorte que pequenos animais, tipicamente nativos, consigam atravessar sem danos, mas os de criação não ultrapassem.

A cerca eletrificada emite pulsos regulares de alta tensão, mas de baixíssima corrente, o que provoca dor superficial sem, entretanto, nenhum dano físico ou neurológico ao animal. Além disto, os animais acostumam-se com este elemento e já não ultrapassam mesmo que ela esteja desligada, por condicionamento.

O fio da cerca é de plástico com pelo menos 6 fios de aço inox entrelaçados e deve ser fixado em moirões com isolamento para que não haja condução para o terra, o que a tornaria inoperante. Habitualmente, as cercas de divisão de pastos feitas com eletrificação são executadas com apenas um fio e moirões de madeira, normalmente eucaliptos, mas há casos de uso de madeira retirada de pequenas matas locais, contrariando a proposta preservacionista.

A proposta aqui apresentada é feita com pelo menos 5 fios eletroplásticos, sendo 3 conectados ao eletrificador e 2 ao aterramento, para evitar que em terrenos muito secos o choque seja ineficiente. Nesta caso, o animal toca sempre em pelo menos 2 fios, um eletrificado e um aterrado, garantido o efeito esperado. Mas, ao invés do uso de moirões de madeira, a proposta é o uso de vergalhões de ferro de pelo menos 5/16” ( destes usados em construção civil) cortados com 2 metros.

A utilização do vergalhão tem diversos benefícios:

Custo unitário menor que o do moirões;

Transporte até o local de colocação muito mais fácil e menos cansativo (consegue-se, sem muito esforço, levar de 20 a 25 moirões morro acima, contra um, eventualmente dois, de madeira – sem trator ou tração animal);

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Providencia o aterramento por construção, de forma eficiente, já que todo moirão é também uma vara de aterramento;

No caso de não ser uma cerca de separação de APP, esta solução, usando até mesmo um único fio, pode ser adotada para piqueteamento de pasto com opção de ser móvel, permitindo ao produtor retirar toda a cerca e fazer novo piquete em outro local.

Além disto, a utilização de cerca elétrica permite o aumento do espaçamento entre moirões, podendo chegar a 10 metros em áreas planas. Também é importante ressaltar a diferença substancial entre a cerca eletrificada e a com arame farpado: o custo do fio eletroplástico é cerca de 70 % mais barato, além de ser muito mais fácil de colocar e mais leve.

Uma desvantagem deste sistema é a obrigatoriedade em manter a linha da cerca limpa, preferencialmente roçada, para evitar que o mato cresça e encoste nos fios, diminuindo a eficiência ou mesmo anulando a cerca.

Pode ser necessário, em alguns pontos, a colocação de moirões de eucalipto para permitir o esticamento mais eficiente do fio eletroplástico para que o moirão de vergalhão não se dobre, especialmente em vértices da cerca.

5.1 Esquema

O modelo aqui apresentado utiliza apenas três fios, sendo dois eletrificados e um aterrado, já que esta foi a solução adotada para avaliação temporária. No caso de animais menores que bovinos, como ovinos ou caprinos, torna-se necessário o uso de mais fios ou apenas o rebaixamento e aproximação dos fios, sendo que neste último caso não se tenha bovinos na propriedade.

Para isolamento do fio a ser preso no moirão, foi utilizada mangueira plástica, destas de uso em chuveiros domésticos, pois tem exatamente a medida interna adequada e ainda facilita o ajuste de altura nos moirões. Para evitar que o fio escorregue, foi utilizado arame como mostrado na foto abaixo.

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Os isoladores para o caso de moirões de madeira foram utilizadas roldanas plásticas, são bem mais baratas (cerca de R$ 0,15 cada) que as vendidas especialmente para cercas elétricas. São de fácil colocação, apenas um prego, como visto na foto abaixo.

Nas fotos seguintes são mostrados o esquema de fixação dos isoladores e dos fios eletroplásticos já esticados, sendo dois eletrificados e o do meio aterrado (sem isolador, enrolado diretamente no vergalhão), com espaçamento de aproximadamente 30 cm.

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6 Especificação

Para a implantação da solução apresentada no Sítio Vimarânia será necessário cercar três cursos d'água e um topo de morro. Os cursos d'água são dois que delimitam a propriedade, sendo apenas uma das margens pertencente ao sítio, e um outro curso no centro, cujas duas margens pertencem ao sítio.

Serão necessários aproximadamente 6 Km de cerca, conforme diagrama abaixo, com as linhas estimadas:

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Desta forma, o material necessário é:

60 rolos de fio eletroplástico - R$ 4.200,00;

200 vergalhões de 5/16” - R$ 3.200,00;

180 metros de mangueira plástica – R$ 504,00;

4 Kg de arame galvanizado 20 BWG – R$ 80,00;

40 moirões de eucalipto – R$ 240,00;

10 l de óleo queimado – R$ 10,00

200 roldanas plásticas – R$ 30,00;

Além do custo do material, é necessário o preparo do terreno com roçada da linha da cerca. Portanto, deve-se adicionar o custo de combustível para uma roçadeira, estimado em 60 litros, ou seja, aproximadamente R$ 180,00.

O valor do trabalho não será computado, mas é estimado em cerca de 420 horas-homem.

Desta forma, o valor total necessário para a instalação da infra-estrutura física para permitir a recomposição da cobertura vegetal e adequação do Sítio Vimarânia ao novo Código Florestal é de R$ 8.444,00.

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6.1 Comparativo

Para efeito de comparação, segue abaixo a relação de recursos necessários para a mesma cerca feita de forma convencional, de moirões de eucalipto, e quatro fios de arame farpado, mesmo que o recomendado seja cerca com cinco. Considerando a prática normal da região.

2.000 moirões de eucalipto – R$ 10.000,00

rolos de arame farpado (400m) – R$ 11.400,00

40 Kg de grampos – R$ 360,00

500 l de óleo queimado – R$ 500,00

20 horas de trator para distribuição dos moirões – R$ 1.400,00

Estima-se um total de 480 horas-homem para a instalação desta cerca. O custo total da cerca de arame farpado, portanto, é de R$ 23.660,00. Além de ser muito mais cara que a cerca eletrificada, este valor demonstra a realidade a que o pequeno produtor de regiões montanhosas com muitos cursos d'água pequenos estará sujeito, é um valor elevadíssimo para a realidade do pequeno produtor, ainda mais considerando que um investimento desta ordem de grandeza ele não consegue fazer nem para melhorar sua produção.

7 Ganhos e Benefícios

Os benefícios diretos e tangíveis deste projeto, para a propriedade, são:

Redução de erosão;

Aumento da retensão de águas pluviais;

Adequação legal;

Aumento de animais nativos responsáveis por polinizações;

Aumento de animais para controles de pragas das culturas e barreiras biológicas.

Benefícios intangíveis:

Servir de modelo para produtores da região, estimulando recuperação de mais áreas;

Aumento do fluxo contínuo de água na bacia hidrográfica (redução de enxurradas);

Aumento de massa verde para troca de carbono da atmosfera;

Apoio à redução da emissão de CO2;

Permitir conservação genética de espécies nativas.

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Benefícios para o patrocinador:

Aumento de visibilidade no segmento de pequenos produtores;

Ampliação de mercado-alvo;

Explorar a necessidade de manutenção de cercas eletrificadas;

Associação de imagem de responsabilidade sócio-ambiental;

Exploração de mídia espontânea;

Case para divulgação de solução alternativa.

8 Divulgação e Parceiros

Após a implantação da solução, será necessário divulgá-la para promover retorno aos patrocinadores, seja pela exposição da imagem, seja pela possibilidade de ampliação de negócios para que outros produtores adotem a mesma solução.

Além dos mecanismos já utilizados pelos patrocinadores de acordo com suas políticas de publicidade que poderão fazer uso das imagens da solução, é possível o uso da Internet para divulgação, seja através das redes sociais, blogs temáticos, press releases, vídeos no Youtube, etc, bem como o uso de mídia espontânea, como canais de TV para o público Rural ou programas ambientais.

Além do apelo pela simplicidade, a solução aqui apresentada é mais aderente aos princípios de sustentabilidade e preservação do meio ambiente pela minimização do uso de recursos naturais locais. Ainda há a continuação do projeto, que pode ser considerada a fase da recuperação propriamente dita, quando serão plantadas sementes e mudas de espécies nativas; esta etapa tem forte apelo publicitário que ajuda a reforçar a ideia de responsabilidade sócio-ambiental, ainda em pauta pela grande mídia.

Inicialmente, empresas fabricantes ou distribuidoras de vergalhões, fios eletroplásticos e eletrificadores de cercas e equipamentos como roçadeiras (necessárias para a manutenção das cercas) podem ter mais relação com este projeto, mas, qualquer empresa ou cidadão que queira demonstrar sua relação de respeito ao meio-ambiente e à produção familiar de alimentos pode se tornar um parceiro realizador.

9 Valores e Condições

Para a completa execução deste projeto, espera-se dos patrocinadores uma verba de R$ 8.444,00 (oito mil, quatrocentos e quarenta e quatro reais) através do fornecimento do material relacionado no item 6 – Especificação ou de quotas de participação. Em caso de um único patrocinador não se interessar no apoio integral, os interessados deverão informar o valor para que se possa, então, definir quotas de patrocínio e o Sítio possa tentar complementar com outros participantes.

O apoio e acompanhamento para divulgação do trabalho através da área de marketing do patrocinador é imprescindível.

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Em contrapartida, o Sítio Vimarânia será responsável pelos custos de mão de obra para execução do projeto, bem como pela permissão do uso de imagens referentes ao projeto pelos patrocinadores.

Não haverá exclusividade no uso das imagens do projeto para o patrocinador produzidas pelo Sítio ou por outros eventuais parceiros, ressalvado que não haverá parceiros concorrentes, sob nenhuma hipótese e apenas com conhecimento prévio do patrocinador e demais patrocinadores. Será de propriedade do patrocinador todo e qualquer material produzido pelo próprio patrocinador, para seu uso exclusivo.

Os valores só deverão ser liberados pelos patrocinadores no caso de se atingir a totalidade dos recursos necessários. Também, no caso de doação de equipamentos úteis para a manutenção deste tipo de solução, como roçadeiras, só deverão ser efetivadas após a disponibilidade total dos recursos pelos demais patrocinadores.

10 Conclusão

A parceria para a realização de um projeto de recuperação ambiental em pequenas propriedades rurais representa uma nova etapa no modelo de desenvolvimento sustentável, já que, notadamente, o pequeno produtor é quase sempre excluído do processo de discussão e formação deste modelo. O pequeno produtor não é representado nem politicamente, pois a bancada ruralista representa apenas os grandes investidores do mercado de alimentos com suas commodities.

A demonstração de que é possível integrar preservação, racionalidade e tecnologia com produção agropecuária em pequena escala, mas que é responsável por 70 % do alimento na mesa do brasileiro, é uma oportunidade interessante para se mudar o paradigma de que projetos ambientais são sempre grandes e um sonho impossível para a maioria. Pode-se demonstrar que pequenas ações feitas por pequenos agentes têm grandes consequências.

Portanto, este projeto, apesar de simples, pode ser uma oportunidade interessante para o parceiro realizador mostrar seu empenho na luta por uma sociedade mais justa, digna e sustentável.

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