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PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRAQUARASECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
HISTÓRIA
ELABORAÇÃOLeandra Santos Zeni
COLABORAÇÃOAdriana Nunes Costa
Angelita Aparecida de Brito NogueiraCleide Adriana Scarante JientaraDivanei do Lago Borges de Souza
Jaqueline Silva da RosaLindamir Cardoso dos Santos
Marinize de Jesus Micos SantosNeusa da Veiga Favoreto Lobo
Rosane do Rocio Sizanoski Waltrick
COORDENAÇÃOLeandra Santos Zeni
CONSULTORIAGeyso Dongley Germinari
PIRAQUARA2.5 HISTÓRIA2.5.1 FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS
HISTÓRIAS DO ENSINO DE HISTÓRIAA história, como disciplina curricular, surgiu no sistema público de ensino francês
no século XIX no contexto das lutas burguesas, do nacionalismo, da formação dos
“Estados-Nação” e do enfrentamento, pelos segmentos dominantes, às reivindicações
proletárias feitas na Comuna de Paris.
O conteúdo da disciplina centrava-se na formação do cidadão para a pátria.
Sendo assim, no momento em que a educação passou a ser um direito de todos numa
perspectiva laica, universal, gratuita e obrigatória, o conhecimento histórico escolar
serviu, justificou e consolidou os ideais nacionalistas no século XIX.
No Brasil, o conteúdo de história foi inserido no currículo do Colégio Pedro II1 em
1838, tratava-se da “(...) necessidade de retornar-se ao passado, com objetivo de
identificar ‘a base comum’ formadora da nacionalidade. Daí os conceitos tão caros às
histórias nacionais: Nação, Pátria, Nacionalismo, Cidadania”. (NADAI, 1986, p. 106)
Esse ensino tinha como objetivo criar uma identidade nacional homogênea em
torno de um Estado politicamente organizado. Assim, segundo NADAI (1993, p.146)(...) a história inicialmente estudada no país foi a História da Europa Ocidental, apresentada como verdadeira História da Civilização. A História pátria surgia como seu apêndice, sem um corpo autônomo e ocupando papel extremamente secundário. Relegado aos anos finais dos ginásios, com número ínfimo de aulas, sem uma estrutura própria, consistia em um repositório de biografias de homens ilustres, de datas e batalhas.
Os conteúdos selecionados de História do Brasil tinham como referência a
produção historiográfica do IHGB2 e, como a historiografia européia, enfatizavam a
história da nação.
A partir de 1860 a História Nacional apareceu sistematicamente nos currículos,
tendo como conteúdos seus heróis e datas históricas. O sentido patriótico das propostas
curriculares enfatizava valores e comportamento cívico, como por exemplo, a obediência
às leis.
Com a Lei 5.692/71 que reformulou o ensino de 1º e 2º graus, os conteúdos de
História e Geografia para as séries iniciais foram substituídos pelos Estudos Sociais que
englobavam ainda a Educação Moral e Cívica e os conteúdos de História permaneceram
no Segundo Grau (denominação extinta). A concepção que orientava a seleção e
1 Instituição de ensino superior do Rio de Janeiro fundada em 1739. Foi convertido em instituição de ensino secundário, sob a denominação de Colégio Pedro II em 1837.2 Instituto Histórico e Geográfico do Brasil.
organização dos conteúdos priorizava uma visão harmônica da sociedade. O objetivo era
preparar o aluno para a convivência cooperativa nos grupos sociais de convivência e
para o cumprimento dos deveres com a Comunidade, o Estado e a Nação.
O programa impunha um ensino diretivo, acrítico, no qual o passado aparecia
como uma sucessão linear de fatos de caráter político-institucional, livre de conflitos. As
desigualdades sociais eram tratadas como fatos universais e naturais.
O fim da ditadura militar3 e a redemocratização do país, na década de 1980,
marcaram a retomada do ensino de História como campo específico do saber escolar. Os
debates e discussões dos professores de todos os níveis colocaram novos problemas e a
necessidade da reestruturação dos conteúdos e metodologias, objetivando um ensino de
história mais crítico, dinâmico, participativo, que superasse a linearidade, o mecanicismo,
o factualismo e o ufanismo4 nacional.
OBJETO DE ESTUDO E FUNDAMENTOS TEÓRICO- METODOLÓGICOS
Refletindo sobre a trajetória de constituição da disciplina de História, podemos
observar que ela não foi (e não é) um saber neutro. Em muitos momentos as classes
dominantes utilizaram a história para moldar conceitos, valores e concepções, incutindo
nas pessoas a conformação com o mundo em que vivem. Essa história foi voltada para
as curiosidades, para verdades definitivas, a separação entre o passado e o presente e
para os vencedores que criam os fatos históricos.
Nela não se priorizava a explicação da realidade social em diferentes períodos
históricos, esclarecendo que a sociedade, hoje, é resultado do modo como foi construída
e, portanto, pode ser transformada se todos agirem para a mudança.
Objeto de estudo da HistóriaA história, como toda a ciência, define historicamente o seu objeto, o qual se
estabelece de acordo com o tempo e contexto social de uma determinada sociedade. A
forma como o objeto de estudo da história é definido e transposto como conteúdo escolar
depende dos objetivos, das intenções estabelecidas e da função que queremos que ele
tenha em relação aos indivíduos, à cultura e à sociedade na qual estamos e aquela que
almejamos.
3 O Brasil foi governado pelos militares de 1964 a 1985. Esse período foi marcado pelo autoritarismo e ausência de democracia. 4 Ufano provém da língua espanhola e significa a vanglória de um grupo arrogando a si méritos extraordinários. Portanto, no caso do Brasil, pode-se afirmar que o ufanismo é a atitude ou posição tomada por determinados grupos que enaltecem o potencial brasileiro, suas belezas naturais, riquezas e potenciais.
A história é uma parte do conhecimento humano que busca compreender e
explicar as mudanças das relações de trabalho, cultura e poder ocorridas na vida de
homens e mulheres em sociedade em diferentes tempos e espaços.
Os homens produzem a vida e vivem de diversas maneiras. As relações que
estabelecem entre si são construídas pelo trabalho , entendido como toda atividade
humana intencional, que envolve formas de organização mediadas pelo poder , não
entendido de modo estritamente institucional ou repressor, mas como algo que se
manifesta no dia-a-dia das pessoas em todos os níveis da sociedade.
Uma vez que as pessoas se organizam de várias maneiras para suprir as suas
necessidades, elas são mediadas por relações de poder que se estabelecem
socialmente.
Nesse contexto, a cultura é uma criação humana resultante de complexas
operações crescentes do homem em confronto com a natureza. Sendo assim, este se vê
obrigado a transformar para manter-se vivo, ou seja, o homem, através do trabalho, cria
os bens materiais (objetos, vestimentas, instrumentos...) e não-materiais (idéias,
conceitos, valores...) para garantir sua própria sobrevivência.
Portanto, o objeto de estudo da história é a análise das relações sociais e de
produção em seus aspectos de mudança e permanência ao longo do tempo e em
diferentes sociedades.
Como ensinar HistóriaAo pesquisar o passado, o historiador busca analisar a relação do presente com o
passado. Desse modo, o conhecimento histórico continua sempre a enriquecer-se, pois o
que sabemos acerca da história dos homens e mulheres não é definitivo. A compreensão
do passado é modificada a partir das novas perguntas que fazemos no presente. Por
exemplo, a história que era escrita no século XIX sobre o Descobrimento do Brasil (1500)
é bastante diferente da história que é escrita, hoje, sobre o mesmo fato. É importante
ressaltar também que o conhecimento histórico é construído pelo pesquisador, portanto,
um mesmo acontecimento pode ter várias versões, de acordo com as concepções do
autor. O conhecimento é influenciado pelo seu tempo e pelo sujeito que o produziu.
Nesse sentido, o professor tem a necessidade de ser produtor, partícipe da
produção do conhecimento histórico, não se tornando somente eco do que foi dito-escrito
por pesquisadores, ou seja, ele deve realizar uma transposição didática dos conteúdos e
do procedimento histórico, permitindo pensar a transformação de um saber científico e
social, em escolar, buscando realizar na sala de aula atividade do historiador, articulando
os elementos do saber histórico com os do “fazer pedagógico”.
Assim, o objetivo é ensinar o conhecimento histórico de forma que o aluno tenha
condições de participar do processo do fazer, do contar, do narrar a história,
compreendendo e apossando-se de ferramentas que lhe possibilitem entender o que
gera as transformações sociais e explicar, historicamente, a realidade em que vive.
Por esse motivo, cabe ao professor compreender a história, construir uma prática
de ensino reflexiva e dinâmica e não ensinar a versão dada pelo poder, de heróis e
grandes vultos. Uma sociedade democrática precisa dar vez a todos os membros,
participantes da história, isso significa dar voz à memória das pessoas que não possuem
nomes em ruas e praças públicas. É preciso resgatar à memória esquecida, silenciada,
das pessoas comuns e não dos heróis, dos grandes vultos e das datas comemorativas.
Mas, como em sala de aula desenvolver a consciência histórica das crianças para
que estas venham a interpretar e compreender a realidade histórica em que vivem
podendo, no seu tempo, tornarem-se sujeitos de sua própria história e, por conseguinte,
da História social de seu tempo?
Realizando um trabalho em história que possibilite à criança:
discutir causas e efeitos de mudanças ao longo do tempo;
fazer inferências sobre inúmeras fontes históricas;
construir e comparar interpretações sobre o passado;
desenvolver hipóteses;
avaliar e sustentar idéias com argumentos
reconhecer que pode haver mais de uma versão sobre um acontecimento
histórico, compreendendo algumas razões gerais que explicam a diversidade das
versões sobre o passado.
se reconhecer como sujeito da História.
Para isso, é fundamental o trabalho do professor como mediador entre o aluno, o
conhecimento e a documentação histórica. Cabe ao docente estabelecer um diálogo
entre o conhecimento sistematizado, as memórias, as vivências dos alunos e a realidade,
por meio da ação interativa, onde o professor ajude o aluno na problematização e
contextualização, oferecendo condições para construção do conhecimento pelo próprio
aluno, ou seja, “fazer a história”.
Além disso, é essencial para o aluno ver-se como ser-sujeito da história, intervindo na
realidade, nos rumos da história vivida.
Com relação ao “fazer a história”, é necessário ao professor ter fundamentação
teórica, ou seja, ter conhecimento sobre a produção histórica e uma visão crítica das
relações estabelecidas, sem isto é impossível pensar em problematizar o conhecimento
histórico, isto é, desenvolver a compreensão histórica da realidade social.
Isso não significa ter o domínio total e absoluto do que aconteceu com a humanidade
até os dias de hoje pois, para isso, existem as enciclopédias, os livros, os filmes, a
Internet, mas precisa garantir ao aluno, quando estuda um fato histórico, a compreensão
de como examiná-lo historicamente.
Para isso, professor e alunos precisam ser pesquisadores, pois a pesquisa deve
estar presente em toda a ação educativa, “como seu princípio e como pré-requisito de
qualquer projeto emancipatório” (HORN, 2006, p.96), não apenas como recurso, mas
como atividade humana (trabalho) e assim, emancipadora e humanizadora.
ALGUNS ELEMENTOS PARA TRANSFORMAÇÃO DO SABER HISTÓRICO ACADÊMICO EM SABER HISTÓRICO ESCOLAR
a) NOÇÕES DE TEMPOÉ necessário ter clareza de que a história das diferentes sociedades não pode ser
contada, compreendida ou ensinada sem a ajuda do tempo. Segundo TURAZZI (2000,
p.5), “O tempo tem sua história e a história, por sua vez, não pode abrir mão do tempo.”
Apesar de existirem vários significados, trataremos do tempo que serve de
ferramenta para a história.
Tempo cronológico - localiza os fatos históricos no tempo a partir da cronologia e do
calendário predominante no mundo ocidental - linear, datado, sucessão de dias, noites,
meses, anos, séculos. É utilizado como instrumento para situar um acontecimento no
tempo.
Tempo histórico - permite a compreensão e explicação dos momentos históricos nos
movimentos de transformações rápidas(como as decisões políticas), longos (crenças,
mentalidade), rupturas (Revoluções) e continuidades das sociedades (desigualdades).
As imagens abaixo nos dão um exemplo dessa relação entre tempo cronológico e
tempo histórico.Imagem 1 Imagem 2 Imagem 3
Pela observação-comparação das imagens acima se percebe que,
contemporaneamente, existem diferentes formas de cultivar a terra, ou seja, diferentes
tempos históricos coexistem. A desigualdade se retrata nas diferentes tecnologias, na
distribuição das terras, nos problemas sociais graves.
Considerando que a industrialização é um traço marcante de várias sociedades na
atualidade, podemos observar, em relação a esse tema, que as sociedades possuem
diferentes níveis de industrialização. Apesar de estarem no mesmo tempo cronológico, o
tempo histórico é diferente, por que cada sociedade construiu seu processo de
industrialização de forma diferente, ou seja, diferentes tempos históricos coexistem na
mesma cronologia.
É possível perceber que o tempo histórico é feito de mudanças, as quais muitas
vezes encontram resistências, levam um determinado tempo para se efetivarem, mas,
também é feito de permanências, cujo ritmo de transformação é mais lento. Como o que
se observa no exemplo a seguir: Imagem 4 Imagem 5
Congada Folia de Reis
No Brasil existem algumas manifestações folclóricas trazidas pelos portugueses
no século XVII e XVIII que ainda são celebradas em várias regiões do Brasil. Costumes,
hábitos, festas, rituais, são alguns dos aspectos históricos que se transformam em um
ritmo bastante lento, ou seja, tradição que permanece quando tudo se transforma.
Com a utilização do tempo torna-se possível a compreensão das relações entre o
passado e o presente, bem como dos ritmos de transformação dos diferentes aspectos
que caracterizam e caracterizaram a nossa sociedade. É possível então, compreender
que o tempo não é linear e que os acontecimentos sejam individuais ou coletivos,
permanecem, mudam se transformam ou, até mesmo, desaparecem.
Com esse entendimento percebemos o porquê não é possível a análise de um fato
isolado, como: batalhas, guerras, eleições, invasões, etc. para estudá-lo. Apesar desses
fatos interferirem nas mudanças e permanências da organização política da sociedade,
não podem ser entendidos de maneira fragmentada, é necessário analisá-los numa
perspectiva de totalidade.
Como exemplo, podemos nos perguntar:
O que mudou e o que permaneceu com a Independência do Brasil?
Estudamos no período escolar que D. Pedro I, ás margens do Rio Ipiranga, no dia 7 de
setembro de 1822, gritou: “Independência ou morte”.
A partir desse acontecimento o Brasil deixou de ser dependente politicamente de
Portugal, iniciando a construção do Estado Nacional brasileiro, no entanto tal fato não
aconteceu da noite para o dia, muitos fatores internos e externos contribuíram para que
isso viesse ocorrer. Foi um movimento rápido, que marcou a linha do tempo, mas só
pode ser entendido na sua totalidade se analisarmos outros fatos históricos. Será que
essa mudança política influenciou na vida de todas as pessoas comuns?
Para os proprietários de escravos e grandes extensões de terras, sim. Pois
estavam com o caminho livre para continuarem enriquecendo. Mas houve mudanças em
todos os aspectos da sociedade? Imagem 6
1886/87 escravos no setor cafeeiro em Minas Gerais
Observando a gravura do período, percebemos que a mudança de “status”, ou
seja, Brasil Colônia para Brasil Império, não alterou o dia-a-dia de homens, mulheres e
crianças que aqui viviam e que o trabalho escravo ainda predominava.
Portanto, para romper com o ensino linear e fragmentado, é necessário construir
relações que levem em conta os aspectos econômicos, sociais e culturais da sociedade
através dos tempos.
Outro ponto importante é entender que não é possível recuperar a História da
forma como esta realmente aconteceu, uma vez que não há como retornar ao passado,
ele já nos chega enquanto discurso, portanto, é impossível restaurar o real já vivido na
íntegra. A “verdade construída” sobre o passado faz parte das questões e problemas
colocados no presente.
b) PROBLEMATIZAÇÃOÉ importante estabelecer uma relação entre o presente e o passado e “não
reproduzir conhecimentos neutros e acabados sobre fatos que ocorreram em outras
sociedades e outras épocas.” (SCHMIDT, 2004. p.52).
Nessa perspectiva, é necessário construir problemáticas para os conteúdos, tendo
como referência a prática social, a qual não consiste em apenas partir do que o aluno,
“faz, sabe, conhece no seu cotidiano” em relação ao conteúdo estudado, mas tomar
como ponto de partida as práticas sociais como um todo. É a primeira leitura da
realidade, do contato com o conteúdo a ser estudado, é o momento de conscientização
do que ocorre na sociedade tendo o conteúdo como tema.
Cada conteúdo a ser ensinado permite que se levantem várias problemáticas.
Tendo a clareza que, ao se fazer às perguntas “Onde”? “Por quê?” “Como”? “Quando”?
não estamos construindo problematizações. Cabe ao professor contextualizar a
problemática e relacioná-la com o conhecimento histórico produzido.
É preciso levantar hipóteses buscando desvelar, resolver aspectos, problemas do
cotidiano das pessoas ou da sociedade, envolvendo o presente e o passado para
reconstruir, por meio dos documentos históricos, as possibilidades de interpretação do
passado e suas relações com o presente.
Uma forma de problematização é apresentada abaixo:
A população de Piraquara é formada pelas pessoas nascidas no município e pelas
pessoas que vieram de outros lugares do Brasil e de outros países, esses grupos são
denominados migrantes e imigrantes.
Diante dessa realidade: O que é migrante e imigrante? Quando esses grupos
chegaram ao município? De onde vieram? Como vieram? Por que vieram?
c) USO DO DOCUMENTO HISTÓRICOPara trabalharmos, por exemplo, com a problemática citada acima, é necessário,
além dos textos didáticos, levar para a sala de aula documentos históricos, os quais
estão para produção do conhecimento histórico, assim como o número está para a
Matemática. Eles cumprem sua função social porque são produtos da necessidade
humana de sobrevivência, ou seja, frutos do trabalho humano. No entanto, não revelam
nada por si mesmos e não são neutros, sofrem influência de quem os produziu.
O documento histórico pode ter duas interpretações-utilizações: pode ser
identificado como recurso didático (mapas, filmes, livros didáticos, etc.) e como fonte
histórica (fragmentos ou indícios de situações já vividas).
De qualquer modo, o documento histórico fundamenta todo trabalho em História,
por que permite o diálogo do aluno com realidades passadas e desenvolve o sentido de
análise histórica. É ele que dá uma base científica a esta disciplina e é a partir dele que
instrumentalizamos as crianças, para que construam compreensões mais elaboradas
sobre o mundo, superando os saberes do senso-comum.
Esse trabalho exige do professor uma ampliação da concepção do uso do
documento e a superação de que este serve apenas como uma ilustração da narrativa
histórica e de sua exposição.O docente não pode considerar documento apenas o que
está escrito mas, também, os documentos iconográficos5, fontes orais, testemunhos da
história local, além de diferentes linguagens, como, cinema, informática, etc.
Nessa perspectiva o documento assume o papel de responder às
problematizações, tendo como referência o conteúdo a ser ensinado.
TIPOS DE DOCUMENTOS
Esquema 1
Objetivos: - Fontes jurídicas e administrativas
Documentos pontuais
Subjetivos: - Fonte literária - Correspondências,
- Memórias - Romances - Autobiografias
Doc. escritos Objetivos: Doc.Adm.Repetitivos: - Fontes fiscais - Listas nominais
- Registros paroquiais
Documentos seriais Subjetivos: - Testamentos
- Imprensa
Esquema 2
5 “Gênero documental integrado por documentos que contêm imagens fixas, impressas, desenhadas ou fotografadas, como pinturas, fotografias e gravuras. Definição dada pelo Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, publicado pelo Arquivo Nacional, em 2005, e organizado por um Grupo de Trabalho coordenado por Silvia Ninita de Moura Estevão.
Iconográficos Originais - Pinturas - Gravuras - Filmes Reprodução - Fotografias
Orais - Testemunhos diretos
Documentosnão escritos Sonoros - Registro de discursos
- Conversas
- Registros musicais
Doc. Materiais - Construções Diversos
- Paisagens
- Artefatos - Utensílios
- Mobiliário
Abaixo seguem-se sugestões para a exploração do documento histórico em sala
de aula.
O primeiro passo é levar o aluno a identificar o documento, observando como este
se apresenta:
- de forma escrita (inventários, censos, gráficos, diários, cartas, registros paroquiais,
entre outros),
- de forma oral (entrevistas, programas de rádio, lendas contadas, entre outros.),
- de forma visual (pinturas, fotografias, programas de TV, gravuras, filmes, charges,
entre outros),
- de forma material (objetos, roupas, utensílios, instrumentos de trabalho,
construções, esculturas, mobiliários, entre outros).
O segundo passo, como nos coloca SCHMIDT (2004, p. 96) é fazer o aluno
formular, responder questões como estas: “O que esta fonte me informa”? “O que posso
deduzir dessas informações?”, “Até que ponto posso acreditar no que ela diz”? “De que
outra fonte necessito para complementá-la ou confirmar o que está sendo apresentado?”
A partir disso, o professor vai informar o que diz o documento, ou seja, levantar os
aspectos relevantes como: a data, a qual é importante para entender o porquê ele foi
produzido naquele momento histórico e não em outro; o autor, o qual nem sempre é
identificado e buscar as prováveis intenções na produção daquele documento.
Cabe ao docente então, explicar o documento, levando o aluno a confrontar seus
conhecimentos com os do documento. Portanto, é necessário contextualizá-lo no tempo
e no espaço, possibilitando esclarecê-los.
Nessa perspectiva, é importante levar para sala, sobre um mesmo conteúdo,
diferentes tipos de documentos, por que eles fornecem indícios da trajetória de vida dos
indivíduos e revelam aspectos coletivos. Assim, os alunos podem construir conceitos,
hipóteses históricas, estabelecer as semelhanças e diferenças, permanências e
mudanças entre as fontes e a sua realidade social.
Onde buscar esses diferentes documentos? Onde encontrá-los?Podemos dizer que atualmente os documentos são guardados em centros de
documentação, em bibliotecas, museus, bancos de dados e arquivos que se
especializam na conservação e classificação das fontes que possuímos sobre o passado
e o presente. Além destes é possível buscá-los na História local e na História oral.
HISTÓRIA LOCAL: a História local é concebida não como uma história que privilegia
somente os aspectos históricos, políticos e um determinado espaço geográfico ou classe,
mas a visão da história da sociedade como um todo. Procura reconstruir as condições de
vida de diversos grupos sociais de determinadas localidades. Como afirma Goubert
(1998, p.73) “A volta à história local origina-se de um novo interesse pela História Social
– ou seja, a história da sociedade como um todo, e não somente daqueles poucos que,
felizes, a governavam, oprimiam e doutrinavam – pela história de grupos humanos
algumas vezes denominados ordens, classes, estados. A História local pode ser utilizada
como conteúdo de ensino, bem como, segundo Ossana (1994), como uma “Estratégia
Pedagógica”, em que as atividades partam da vida da criança para estabelecerem
relações mais amplas com a sociedade, pois é importante que os alunos percebam que
os problemas sociais, econômicos, políticos e culturais de uma localidade estão
relacionados com outras localidades e com outros paises.
HISTÓRIA ORAL: ela está intrinsecamente ligada ao entendimento de que a História é
feita por todos os homens, sendo assim, é possível trabalhá-la a partir de história oral de
pessoas da comunidade, de pessoas idosas, de mulheres, de crianças, de um
acontecimento local, constituindo-se assim, de importantes memórias sobre o passado.
Desta forma, há possibilidades de utilizar fontes orais para escrever, analisar e entender
um tipo de história mais complexa e significativa do que a história deixada apenas nos
textos escritos.
ARQUIVO: os arquivos podem ser nacionais, estaduais, municipais ou privados, como é
o caso de igrejas, associações, empresas ou famílias. O acervo dos arquivos públicos de
modo geral é constituído basicamente de documentos oficiais recebidos ou produzidos
por organismos públicos, podendo-se dizer que são guardiões da memória oficial. Além
destes, possuímos o arquivo pessoal, o qual não faz parte da vida de pessoas que
tiveram algum destaque público no cenário político, ou realizaram algo considerado
“importante” para a sociedade e que legitime a sua necessidade de ser arquivado e
divulgado publicamente. No entanto, são documentos, como nos coloca GERMINARI
(2006, p. 135) “que podem ser encontrados no interior das mais diversas residências,
arquivados em gavetas, em caixas de papelão, esquecidas temporariamente em cima
dos armários. Encontraríamos aí velhas fotos amareladas, certidões de nascimento,
escrituras de terrenos, agendas, cartas, bilhetes, enfim uma série de documentos que
revelam as experiências vividas pelas pessoas comuns.”
O desenvolvimento de um trabalho a partir dos documentos oriundos do próprio
espaço familiar do aluno proporciona uma proximidade com os acontecimentos históricos
trabalhados em sala de aula e proporciona, também, refletir acerca de como é construído
o conhecimento histórico.
È importante destacar que estas fontes revelam a história de homens
trabalhadores que, muitas vezes, são historicamente excluídos.
Uma vez compreendidos esses princípios, a aula de História não pode se
transformar num momento em que o aluno conheça apenas fatos já relatados, como se a
História fosse apenas coisa do passado, e muito menos reduzir a aula a um amontoado
de informações sobre fatos e acontecimentos históricos descontextualizados,
relacionados aos eventos políticos, às festas cívicas e às ações de “heróis nacionais”.
É preciso compreender a História como processo, apreendendo a realidade não de
forma fragmentada, mas na sua totalidade, a qual se apresenta de forma dinâmica e
contraditória, onde os fatos históricos são entendidos como ações humanas
significativas, escolhidos para a análise de determinados momentos históricos.
SUGESTÕES DE TRABALHO COM ALGUMAS LINGUAGENS/DOCUMENTOS
Trabalho com imagens.O uso da imagem, da iconografia e das representações gráficas pelos professores
propicia um trabalho significativo em sala de aula.
È importante salientar que a imagem não se esgota em si mesma, isto é, há
sempre muito mais a ser analisado, apreendido, além daquilo que se lê e vê. A imagem é
uma espécie de ponte entre a realidade retratada e outras realidades, no passado e no
presente. Ela não é retrato de uma verdade, “nem a representação fiel de eventos ou de
objetos históricos, assim como teriam acontecido ou assim como teriam sido”.(PAIVA,
2006, p.20)
Sugerem-se, abaixo, formas de exploração da imagem apresentada: Imagem 7
Tarsila do Amaral – A família 1925
a) Como é classificado este documento: uma fotografia, um desenho, uma pintura?b) Quantas pessoas aparecem nessa pintura?c) As pessoas aparecem alegres ou tristes?d) Quais são as pessoas que aparecem? Crianças, adultos, homens, mulheres?e) Quais os animais que aparecem na imagem?
f) As pessoas nos olham como se quisessem falar alguma coisa. O que será que gostariam de nos falar?g) Onde parece que eles trabalham?h) Qual é o instrumento de trabalho que aparece na imagem?i) Alguém da família de vocês usa o mesmo instrumento no trabalho?
Trabalho com fotografias.A fotografia é uma representação da realidade, ela é construída, traz expressões
de realidades vividas em outros tempos. Pode servir como uma alternativa a mais de
leitura da realidade e ser transformada em fonte histórica, por que, na maioria das vezes,
é utilizada enquanto ilustração, como uma complementação e afirmação de algo que está
sendo dito em documentos escritos.
Para utilizá-la como documento, é necessária a observação atenta dos sujeitos
daquele tempo que se quer retratar: o olhar do fotógrafo, do fotografado e do contratante.
Sendo assim, as questões propostas abaixo representam alternativas viáveis de
exploração desse tipo de documento histórico.
Carolina Martinez Sanchez, Juan Ruiz Martinez e filhos
a) Como é classificado este documento: uma fotografia, um desenho, uma pintura?b) Qual deve ter sido a intenção da família em tirar esta fotografia?c) Quais as pessoas que fazem parte desta família?d) Quem é o mais velho? E o mais novo?e) Sua família é assim?f) Quais as semelhanças? Quais as diferenças?g) Quem mais faz parte da sua família e que não faz parte da família das crianças da
foto?h) Que dia da semana será que eles tiraram esta foto? Por quê?
i) Por quê o vestuário dos meninos e das meninas eram muito parecidos com os dos adultos?
Trabalho com músicas.Sabe-se que a letra de uma música serve como recurso didático e em História ela
é considerada um documento. Entretanto, uma pergunta sempre nos surge: como
realizar um encaminhamento metodológico, utilizando uma música?
Em primeiro lugar é necessário ter clareza do objetivo a ser alcançado com
determinada música. Outro fator essencial é que existem inúmeras leituras, análises,
bem como conclusões, as quais podem ser tomadas em sua totalidade ou parcialidade,
dependendo da turma. Nesse sentido, algumas questões apontadas abaixo podem ser
utilizadas para orientar a exploração da música como documento histórico.
Pode-se estabelecer um roteiro:
- Relação com o conteúdo de História.
- Relação com o tempo: presente, passado.
- Descrição das informações importantes.
- Sujeito(s) histórico(s)
- Autor(es) da música
- Contexto histórico em que foi feita.
Também é possível realizar diversas reflexões e análises, partindo para a procura de
outras músicas sobre o mesmo conteúdo.
Trabalho com filmeSeja qual for o objetivo do filme: descrever, distrair, criticar, denunciar ou militar, a
sociedade não é mostrada, é encenada, ou seja, é recorte de diversos elementos que
compõem o real e o imaginário. Essa encenação demonstra uma visão de mundo e
mantém relações com o mundo real, podendo ser o seu reflexo ou a sua recusa,
revelando ou ocultando diferentes aspectos sociais, econômicos, políticos, culturais. Por
isso são necessários critérios objetivos e não-preconceituosos na análise de elementos
como: papéis sociais e seus personagens, relações sociais, hierarquia, relações de
poder, lugares, fatos, relação entre campo e cidade, centro e periferia, rico e pobre,
classe trabalhadora, etc.
2.5.2 CONTEÚDOS Os conteúdos são selecionados e tornam-se significativos em função “do conteúdo
social que carregam e não pela quantidade de fatos que os constituem” (HORN, 2006, p.
109).
Para formação da consciência histórica deve-se levar em consideração o grau de
desenvolvimento e abstração próprio dos alunos (conhecimentos prévios), subordinando
a seleção de conteúdos e enfoques didáticos às necessidades e à relação de cada ano
com o conhecimento histórico.
Sendo assim, os conteúdos estão organizados a partir de eixos norteadores:
Percepção histórica; Criança como Sujeito Histórico; Criança e Convivências; História
Local e sua relação com totalidade; As Crianças e a vida em sociedade. A partir desses
eixos trabalha-se com conteúdos significativos para cada ano.
Tendo clareza sobre as Leis6, deve-se estabelecer a relação com a História e
Cultura Indígena e da África. Entendendo que não se trata de cumprir as Leis
burocraticamente e muito menos de reforçar situações de preconceito, mas de revermos
a urgente necessidade de reescrever a nossa história sob a ótica da presença e
participação desses povos, não como escravos, mas como sujeitos históricos produtores
da cultura brasileira.
Assim sendo os conteúdos que tratam da História e Cultura da África, bem como,
a Cultura Indígena não podem ser tratados em momentos esporádicos, mas na relação
constante entre eles, sendo a igualdade enfatizada como princípio. Isso pressupõe
semelhanças e diferenças, não inferioridade. Percebendo que as diferenças
encontradas, por exemplo, nos indicadores socioeconômicos, em relação à população
negra, indígena, entre outras, evidenciam falta de oportunidade e de acesso e não falta
de capacidade e competência.
Abaixo se aponta um exemplo de exploração da cultura afro-descendente em
alguns conteúdos.
6 História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e indígena - Lei 10.639/03, 11645/08 ; Constituição Federal de 1988: arts. 210,215,231 e 232; Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: arts. 26, 32, 78 e 79, Lei 10.172/01: Capítulo sobre Educação Escolar Indígena; Parecer 14/99 – Conselho nacional de Educação; Resolução 03/99 – Conselho Nacional de Educação e Decreto Presidencial 5.051/04.
1º ANO 2º ANO 3º ANO Conteúdo: brinquedos e brincadeiras.Nesse conteúdo deve ser trabalhado os brinquedos e brincadeiras no Bairro, no Município, no País e em outros países, como na África. Explorar também os brinquedos e brincadeiras indígenas. Estabelecer as semelhanças e diferenças; permanências e mudanças na forma de brincar, nas brincadeiras que permaneceram, etc.
Conteúdo: Ser criança em diferentes tempos e lugares.Trabalhar as crianças de Piraquara, de outras regiões do Brasil, indígenas, da África e de outros paises. Estabelecer as semelhanças e diferenças; permanências e mudanças no que é ser criança hoje e outros tempos.
Conteúdo: CotidianoBasicamente todos os conteúdos dessa categoria devem estar sendo relacionados não somente com a Cultura Indígena, da África, mas com outros paises, outros povos.
Assim, em todos os anos e na maioria dos conteúdos, estará se trabalhando com
as relações sociais e a História da África e também de outros lugares e povos.
Outro ponto importante a ser esclarecido é que, a partir do conteúdo selecionado,
é necessário ao professor definir os objetivos e os critérios de avaliação para o plano de
trabalho docente que está sendo elaborado, tendo clareza que os objetivos e critérios de
avaliação propostos no quadro abaixo são anuais, ou seja, ao final de um determinado
ano, verificar se o educando, com a mediação necessária do professor entre o aluno e o
conhecimento histórico, através da documentação histórica, apropriou-se do que foi
sugerido para aquele momento.
CONTEÚDOS ORGANIZADOS POR ANO E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO REFERENCIAIS FINAIS
1º anoOBJETIVO CONTEÚDO CRITÉRIO ANUAL DE
AVALIAÇÃO
- Perceber que o
passado é
diferente do
presente em seus
aspectos culturais,
econômicos,
sociais.
Eixo: PERCEPÇÃO HISTÓRICA
• BRINQUEDOS E
BRINCADEIRAS
- A história do brinquedo
- Brinquedos manuais e industrializados
hoje e em outros tempos
- Brinquedos e brincadeiras realizadas
hoje e em outros tempos e outros
lugares.
• FAMÍLIA
- Organização familiar que a criança
convive hoje (número de pessoas, grau
de parentesco, trabalhos realizados
pelas pessoas da família).
- Organização familiar da criança no
passado (número de pessoas da família
do pai, da mãe, ou responsáveis,
trabalhos realizados pelas pessoas da
família).
- Diferentes organizações familiares:
mãe e filhos; pai e filhos; pai, mãe e
filhos; avós e netos; tio e sobrinhos; etc.
- Organiza o fluxo do
tempo humano em
passado, presente e
futuro, e percebe as
diferenças entre essas
dimensões temporais
nos aspectos culturais,
econômicos e sociais,
por meio de
discussões, análises,
representação com
desenhos, atividades
dirigidas, entre outros.
2º anoOBJETIVO CONTEÚDO CRITÉRIO ANUAL DE
AVALIAÇÃO
- Compreender que
a sua vida, de outras
crianças da
localidade e de
outros lugares, no
presente e no
passado, constitui-se
historicamente.
Eixo: CRIANÇA COMO SUJEITO
HISTÓRICO
• IDENTIDADE PESSOAL
- Nome (origem: quem escolheu,
porque foi escolhido, significado e
apelido enquanto identidade).
- Sobrenome (origem: descendência).
• A CRIANÇA
- Ser criança em diferentes tempos e
lugares (atividades realizadas,
brincadeiras, trabalho, etc.).
- Direitos e deveres de criança. (art. 5,
6 e 227 da Constituição Federal;
Estatuto da criança e do Adolescente;
Declaração Universal dos Direitos da
Criança).
- Exploração do trabalho infantil
- A produção industrial e a criança hoje
e em outros tempos (produtos
pensados para elas, jogos,
propagandas).
- Compreende que o
seu modo de vida e de
outras crianças na
localidade e de outros
lugares pertencem a
processos históricos
específicos de cada
sujeito, por meio de
discussões, análise de
documentos históricos,
tais como: fotografias,
depoimentos orais,
escritos.
3º anoOBJETIVO CONTEÚDO CRITÉRIO ANUAL DE
AVALIAÇÃO
- Compreender as
permanências e
mudanças nas
formas de
convivência em
diferentes locais e
tempos.
Eixo: CRIANÇA E CONVIVÊNCIAS
• A criança e outras pessoas
- A criança e as pessoas de todas as
idades: o que é ser idoso, jovem –
hoje.
• A criança e a família
- Diferentes organizações familiares
hoje e outros tempos
- Cotidiano das famílias hoje e outros
tempos: indígenas, africanas,
imigrantes, etc.
• A criança e a escola
- História da escola: porque recebeu
aquele nome; quem era o patrono.
- Direitos e deveres do aluno
- Organização escolar: pessoas que
compõe o grupo, funções, relações
com a comunidade, etc.
- A escola de outros tempos e
lugares: castigos, escolas indígenas,
freqüência em tempo de colheita, etc.
- Compreende a si e os
outros como participes
de diferentes grupos
sociais de convivência,
percebendo as
permanências e
mudanças nessas
relações, através das
discussões, análises,
comparações,
atividades dirigidas,
entre outras.
4º ano
OBJETIVO CONTEÚDO CRITÉRIO ANUAL DE AVALIAÇÃO
- Estabelecer
relações de
permanência e
mudanças,
semelhanças e
diferenças,
coexistência e
predominância no
estudo da história
local na sua relação
com aspectos mais
amplos da história
regional, nacional.
Eixo: HISTÓRIA LOCAL E SUA RELAÇÃO COM A TOTALIDADE
• Nomes e lugares
- Origem do nome do município
- Origem e influência do nome do
município e de outros municípios do
Estado e do Brasil
- A formação político administrativa de
Piraquara.
• Cotidiano
- O lazer hoje e outros tempos no
Município - outros Municípios do
Estado: festas públicas e privadas,
parques, viagens, etc.
- O lazer e a questão do acesso.
- Trabalho: agrícola, industrial, tropeiro,
escravo, prestação de serviços, etc. -
hoje - outros tempos no município, no
Estado e em diferentes lugares.
- Memórias de famílias: como as
pessoas viviam no município em outros
tempos: relações religiosas, de
trabalho, de lazer, de cultura, política.
- Costumes alimentares na cidade e no
campo - hoje e outros tempos
- O imaginário: causos e contos
• Movimentos populacionais
- Imigrantes e migrantes (lugar de
origem, motivos que levaram (e)
migrar, condições de trabalho,
condições na chegada ao Brasil,
Paraná, Piraquara, costumes que
permanecem, etc.).
- Estabelece as noções
de permanência e
mudanças,
semelhanças e
diferenças, coexistência
e predominância a partir
de pesquisa sobre a
história local, em textos
históricos e
documentos, na sua
relação com a história
Regional e Nacional.
5º ano
OBJETIVO CONTEÚDO CRITÉRIO ANUAL DE AVALIAÇÃO
- Compreender que
as noções de
cidadão e cidadania
estão relacionadas
com o contexto de
cada época e de
cada sociedade.
Eixo: AS CRIANÇAS E A VIDA EM
SOCIEDADE
• Cidadania: o que ser cidadão
hoje.
• A história dos direitos do
cidadão:-Ser cidadão: na Grécia, em Roma, na
Idade Média, na Revolução Inglesa (1640-
1688), na Revolução Americana (século
XVIII), na Revolução Francesa (século
XVIII).
• A história dos direitos humanos
e cidadania no Brasil
- Mulheres e cidadania do Brasil –
inserção no mercado de trabalho e
direitos políticos.
- A cidadania de índios e negros no
Brasil – a construção da cidadania
indígena e negra, direitos negados e
conquistados, movimentos sociais e
organizações.
- Cidadania e Trabalho no Brasil –
escravidão, trabalho assalariado
(imigração e operários) e flexibilização
do das relações de trabalho
(tecnologia, globalização,
desemprego, condições do trabalho
hoje).
Compreende que as
noções de cidadão e
cidadania estão
relacionadas com o
contexto de cada época
e de cada sociedade,
através das discussões,
análises, comparações,
atividades dirigidas,
entre outras.
REFERÊNCIAS:
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1995.
EDUCAR EM REVISTA. Dossiê: Educação Histórica. Curitiba, PR: Ed, UFPR, n.1,
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Autêntica, 2004.
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Paulo: Companhia das letras, 1998. P.216.
HORN, Geraldo Balduíno; GERMINARI, Geyso Dongley. O ensino de História e seu currículo: teoria e método. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
NADAI, Elza. A escola pública contemporânea: os currículos oficiais de história e o
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PAIVA, Eduardo França. História & imagens. 2ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
_____. Ensino de História no Brasil: trajetórias e perspectivas. Revista Brasileira de História: memória, história e historiografia – ANPUH. São Paulo: Marco Zero, vol. 13, n
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SCHIMIDT, Maria Auxiliadora & CAINELLI, Marlene. Ensinar história. São Paulo:
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ESQUEMA 1 e 2
PROENÇA, Maria Cândida. Didáctica da história. Lisboa: Universidade Aberta, 1992.)