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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS SECRETARIA DE PLANEJAMENTO URBANO RELATÓRIO-SÍNTESE 1 RELATÓRIO-SÍNTESE ASSUNTO: 1 a AUDIÊNCIA PÚBLICA da fase final de apresentação da proposta do PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – PDDI – 2.006, em atendimento ao artigo 16, inciso IV, da Lei Orgânica do Município, e ao artigo 43, inciso II, da Lei Federal n o 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade). DATA:11/09/2006 LOCAL: Câmara Municipal de São José dos Campos Rua Desembargador Francisco Murilo Pinto, 33 Vila Santa Luzia São José dos Campos INÍCIO: 18:35 horas TÉRMINO: 22:05 horas 1ª PARTE: Abertura e esclarecimentos sobre o processo de aprovação do PDDI – 2006 pela Secretária de Planejamento Urbano – Arquiteta Eliana Pinheiro Silva. A Secretária chama para compor a mesa diretora da Audiência Pública o Engenheiro Marco Aurélio Castanho Angeli, Diretor de Planejamento Urbano e o Vereador José Luís, representando na Audiência o Presidente da Câmara de Vereadores. Composta a mesa, a Secretária cumprimenta a todos os presentes, agradece à Câmara, na pessoa do Vereador José Luís pela cessão do espaço para a realização da Audiência e passa a palavra ao Vereador José Luís para que faça suas considerações iniciais. O Vereador José Luís cumprimenta a todos: a Secretária, as autoridades presentes, a imprensa, o público; e em nome dos vereadores deseja uma boa noite de trabalhos, na qual se possa colaborar com a nossa cidade dentro dessa pauta tão importante para os próximos dez anos. Coloca ainda a Câmara à disposição para esse tipo de debates. Retomando a palavra, a Secretária Eliana pede licença para ler um texto que preparou, já que o tempo de que dispõe é curto (10 minutos) e ela não gostaria de omitir nenhuma informação. Em seu texto, explica que nesta noite está sendo iniciada a primeira de uma série de quatro Audiências Públicas do Plano Diretor de São José dos Campos. Explica ainda que o Plano Diretor é uma série de diretrizes nas áreas de Desenvolvimento Econômico, Desenvolvimento Social e Desenvolvimento Urbano- Ambiental que, aprovadas, deverão orientar o desenvolvimento da nossa cidade nos próximos dez anos. Trata-se, resumidamente, de uma boa carta de intenções, cujo princípio básico é a Prefeitura e os Cidadãos tornarem São José dos Campos uma cidade mais justa para todos, preservando o Meio Ambiente, respeitando as funções sociais da cidade e, principalmente, priorizando o bem estar coletivo. Afirma que, entre outros objetivos, o Plano pretende elevar a qualidade de vida da população,

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ASSUNTO: 1a AUDIÊNCIA PÚBLICA da fase final de apresentação da proposta do PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – PDDI – 2.006, em atendimento ao artigo 16, inciso IV, da Lei Orgânica do Município, e ao artigo 43, inciso II, da Lei Federal no 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade). DATA:11/09/2006

LOCAL: Câmara Municipal de São José dos Campos Rua Desembargador Francisco Murilo Pinto, 33 Vila Santa Luzia São José dos Campos

INÍCIO: 18:35 horas TÉRMINO: 22:05 horas 1ª PARTE: Abertura e esclarecimentos sobre o processo de aprovação do PDDI – 2006 pela Secretária de Planejamento Urbano – Arquiteta Eliana Pinheiro Silva. A Secretária chama para compor a mesa diretora da Audiência Pública o Engenheiro Marco Aurélio Castanho Angeli, Diretor de Planejamento Urbano e o Vereador José Luís, representando na Audiência o Presidente da Câmara de Vereadores. Composta a mesa, a Secretária cumprimenta a todos os presentes, agradece à Câmara, na pessoa do Vereador José Luís pela cessão do espaço para a realização da Audiência e passa a palavra ao Vereador José Luís para que faça suas considerações iniciais. O Vereador José Luís cumprimenta a todos: a Secretária, as autoridades presentes, a imprensa, o público; e em nome dos vereadores deseja uma boa noite de trabalhos, na qual se possa colaborar com a nossa cidade dentro dessa pauta tão importante para os próximos dez anos. Coloca ainda a Câmara à disposição para esse tipo de debates. Retomando a palavra, a Secretária Eliana pede licença para ler um texto que preparou, já que o tempo de que dispõe é curto (10 minutos) e ela não gostaria de omitir nenhuma informação. Em seu texto, explica que nesta noite está sendo iniciada a primeira de uma série de quatro Audiências Públicas do Plano Diretor de São José dos Campos. Explica ainda que o Plano Diretor é uma série de diretrizes nas áreas de Desenvolvimento Econômico, Desenvolvimento Social e Desenvolvimento Urbano-Ambiental que, aprovadas, deverão orientar o desenvolvimento da nossa cidade nos próximos dez anos. Trata-se, resumidamente, de uma boa carta de intenções, cujo princípio básico é a Prefeitura e os Cidadãos tornarem São José dos Campos uma cidade mais justa para todos, preservando o Meio Ambiente, respeitando as funções sociais da cidade e, principalmente, priorizando o bem estar coletivo. Afirma que, entre outros objetivos, o Plano pretende elevar a qualidade de vida da população,

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promover o desenvolvimento e a eqüidade social no Município e elevar a qualidade do Meio Ambiente para todos. (A Secretária interrompe sua fala para anunciar a presença das seguintes autoridades: Vereadora Dulce Rita, Maria América Teixeira, Secretária de Educação, William Nasi, Secretário de Obras, Edmundo Carlos de Carvalho, Secretário de Meio Ambiente, Alfredo Freitas, Secretário de Transportes, Alberto Alves Marques Filho, Secretário de Esportes e Lazer, João Francisco Sawaya de Lima, Secretário de Desenvolvimento Social, Antônio Fernando Pereira, Secretário da Defesa do Cidadão, Hiromiti Yoshioka, Presidente da FUNDHAS, Senhor Felício Ramuth, Diretor Presidente da URBAM, Vereador Robertinho da Padaria.) Retomando sua fala, a sra Eliana lembra que na primeira fase do Plano Diretor foi apresentado o Diagnóstico do Município em 14 reuniões públicas preparatórias, realizadas nas diversas regiões do Município. A Secretária informa que, nessa primeira fase, uma média de 150 pessoas participaram de cada reunião e foram coletadas 1.409 sugestões da população. Essas sugestões foram separadas por áreas, encaminhadas para as respectivas secretarias e retornaram para a Secretaria de Planejamento Urbano, que é a secretaria coordenadora do processo de elaboração do Plano Diretor, para elaboração das diretrizes. A sra Eliana informa que o Diagnóstico apresentado naquela primeira fase está disponível na página da Prefeitura na Internet desde o mês de fevereiro, e as Diretrizes estão disponibilizadas desde de 25 de agosto. Informa que serão realizadas, na Câmara Municipal, quatro Audiências Públicas para tratar das Diretrizes do Plano Diretor. Essas Audiências acontecerão em dias e horários diversos, oferecendo opções para que todas as pessoas interessadas tenham a oportunidade de participar. Cita as datas e horários das Audiências. Acrescenta que, em paralelo às Audiências, vêm sendo realizadas reuniões com os Conselhos das diversas áreas. Fala que à exemplo do que aconteceu na fase de apresentação do Diagnóstico, tem sido feita uma ampla divulgação das Audiências Públicas. Relata que foram encaminhados convites para participação às Sociedades de Amigos de Bairros, aos Vereadores, Autoridades e Conselhos. Foram feitos chamados à população através do rádio, da TV e de jornais. Foram ainda afixados cartazes nos ônibus urbanos e em todos os prédios da Prefeitura que atendam a um grande número de pessoas. Eliana comunica a todos que a partir daquele momento até o dia 22 de setembro às 16 horas as pessoas que desejarem apresentar sugestões, críticas ou propostas podem encaminhá-las. Essas contribuições podem ser entregues à mesa durante a Audiência, podem ser protocoladas na Secretaria de Planejamento Urbano, no 6o andar do Paço Municipal, ou encaminhadas através de e-mails para os endereços indicados no site da Prefeitura. A Secretária Eliana passa a discorrer sobre o funcionamento das Audiências Públicas. Elas transcorrerão em quatro partes. A primeira parte é justamente a que ocorre naquele momento, na qual são apresentados os esclarecimentos gerais por parte da Secretária. Na segunda parte será feita uma apresentação resumida das diretrizes pelos técnicos das diversas secretarias envolvidas. Eliana observa que a apresentação resumida das diretrizes se faz necessária por causa da limitação do tempo, mas que como todos os presentes receberam o Caderno completo, com todas

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as diretrizes, todos poderão ler com cuidado, retornando em uma próxima Audiência caso tenham alguma sugestão, ou encaminhando-a para a Secretaria de Planejamento Urbano como já foi dito. A Secretária explica que na terceira parte da Audiência ocorrerá a manifestação dos presentes. A partir do início da apresentação das diretrizes pelos técnicos, pelo período de uma hora, as pessoas que desejarem se manifestar poderão se inscrever com a Tânia na mesa localizada ao fundo do salão. Em seguida à apresentação dos técnicos, as pessoas inscritas poderão se manifestar, estando reservados três minutos para a fala de cada pessoa. Ao término desta parte, completa a Secretária, haverá um período em que a equipe da Prefeitura fará alguns comentários e responderá a algumas perguntas dos presentes. Eliana chama atenção para o fato de que é muito importante a leitura prévia do Diagnóstico, que está disponível no site da Prefeitura, para que se entenda as Diretrizes. Explica que as diretrizes foram elaboradas a partir do Diagnóstico e das contribuições feitas pelos munícipes durante as reuniões preparatórias. Afirma que o diagnóstico do Município foi elaborado pela Secretaria de Planejamento Urbano e demais secretarias municipais a partir de estudos internos específicos. Cita o Projeto de Macrodrenagem que nos possibilita conhecer os ciclos hidrológicos e seus efeitos na urbanização da Cidade. Cita a Pesquisa de Instrumentação, realizada junto com o NEPO, Núcleo de Estudos de População da Universidade de Campinas que possibilitou uma atualização dos dados socioeconômicos da Cidade, o conhecimento do déficit habitacional, da mobilidade urbana e da percepção dos problemas da cidade pela população. A Secretária Eliana menciona ainda o convênio de cooperação técnica realizado com o IPPUC, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, instituição com larga experiência em políticas urbanas, especialmente na aplicação dos instrumentos do Estatuto da Cidade. Explica que, após todos esses estudos, foram analisadas as peculiaridades dos diferentes bairros e regiões para que então fosse elaborado o Diagnóstico que foi apresentado nas 14 reuniões realizadas na primeira fase. Antes de passar à etapa de apresentação das diretrizes, Eliana agradece aos técnicos de todas as secretarias que trabalharam na elaboração do Diagnóstico e do Caderno de Diretrizes após longos meses de estudos para que nossa cidade ficasse cada vez melhor. Faz um agradecimento especial aos técnicos da Secretaria de Planejamento Urbano, com os quais tem a honra de trabalhar. Elogia o trabalho realizado, dizendo ter certeza de que será um exemplo para outras cidades. Finaliza essa parte agradecendo novamente a todos os presentes por terem vindo discutir a nossa cidade e prepará-la para os próximos dez anos. (Antes de dar início à apresentação das Diretrizes, a Secretária Eliana registra a presença do professor Batista Gargione, Reitor da UNIVAP e dos Vereadores Cristiano Pinto Ferreira e Lino Bispo.) 2ª PARTE: Apresentação das propostas de Diretrizes do PDDI-2006 pelas Secretarias Municipais (A sra Eliana informa os presentes sobre a seqüência das apresentações e convida o representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia - Sr Yosida - para dar início à apresentação das diretrizes).

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O sr Yosida inicia cumprimentado a todos e se apresentando como representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia. Informa que as diretrizes dessa área foram desenvolvidas a partir de um trabalho da equipe Prefeitura, mas, também, com a colaboração das entidades, principalmente empresariais, sendo, portanto, um retrato do desejo da sociedade joseense com relação ao desenvolvimento econômico. Comenta que como o tempo de apresentação é curto, foram destacadas algumas diretrizes mais importantes dentre as cerca de 40 ou 50 diretrizes da área de desenvolvimento econômico. Com relação à políticas de desenvolvimento, o primeiro item a ser destacado é o fortalecimento da competitividade e inovação do Setor Industrial, um setor de grande importância que representa cerca de 67% do nosso PIB. Outro item destacado é o crescimento econômico sustentado, com a captação de novos investimentos e o apoio às empresas já instaladas, pois somente assim poderá ser mantida a geração de trabalho e renda. Outro item de destaque é a melhoria do mix da economia do Município, com o fortalecimento dos setores de comércio e serviços, que já vêm crescendo e vêm contribuindo de forma decisiva na geração de empregos. O Sr Yosida observa que também esse segmento empresarial colaborou na elaboração das diretrizes. O Sr Yosida destaca a questão da qualificação da mão de obra de alto nível para que nossas empresas possam desenvolver suas atividades, observando ainda a importância da mão de obra básica, tão importante, principalmente na geração do primeiro emprego. O representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Ciência e Tecnologia passa a falar de cada um dos segmentos da Economia, iniciando com setor de Ciência, Inovação, Tecnologia e Qualificação. Refere-se à importância desse segmento, cita o trabalho de implantação do Núcleo do Parque Tecnológico e observa a importância de sua consolidação para o futuro da Cidade. Outro aspecto importante, menciona, é a vinda das universidades públicas. Comenta que em SJC, há até pouco tempo, contava-se apenas com o ITA e a Faculdade de Odontologia da UNESP. Agora, já temos a FATEC e outras Universidades estão para se instalar. No segmento Industrial, destaca algumas diretrizes. A primeira delas é a criação de novos pólos industriais, através da implantação de distritos e condomínios industriais, de forma que a questão fundiária, do alto preço do terreno em SJC, não seja um inibidor do crescimento. Comenta que uma proposta apresentada é a criação de um pólo ao longo da Rodovia Carvalho Pinto, com a possível utilização do modelo PPP. Outra diretriz proposta é o fortalecimento das cadeias produtivas existentes e o desenvolvimento de novos arranjos produtivos. Finalmente, a terceira diretriz destacada desse segmento é a integração da Indústria com Universidades e Centros de Pesquisa. Observa que hoje a pesquisa está muito centrada nas Universidades e Centros de Pesquisa públicos, e é importante que essas pesquisas venham, cada vez mais, para o setor produtivo. O Sr Yosida passa a falar sobre o setor de Comércio, Serviços e Turismo, que, como já foi apontado, é muito importante para a criação de novos empregos e também como foi já foi dito, para a melhoria do mix da nossa economia. Ilustra citando as vagas de trabalho criadas com a instalação de empresas desse setor na cidade recentemente. Enumera as diretrizes destacadas para o setor de Comércio, Serviços e Turismo: a consolidação do Centro de Eventos, que já vem funcionando este ano; a criação de mecanismos específicos de apoio às micro e pequenas empresas, ressaltando sua importância na geração do trabalho e como base para o crescimento; a revitalização dos centros comerciais, citando o trabalho já

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feito pela Prefeitura no centro velho da cidade; e o fomento à criação de um “Convention & Visitors Bureau” para o fortalecimento do setor de Turismo na cidade. Passa a discorrer sobre as diretrizes para o setor Rural, observando que apesar de sua pequena representatividade no conjunto da economia, é importantíssimo para a fixação do homem no campo. Cita, como uma primeira diretriz destacada para o setor, a implantação de uma política de incentivo agropecuário e de estímulo à fixação do trabalhador rural no campo. Menciona trabalho que está sendo desenvolvido na Secretaria com a colaboração de um técnico especializado da Secretaria do Meio Ambiente (Amélia Oikawa) para implementação de algumas ações nesse sentido. Cita ainda, como diretriz, a implantação de arranjos produtivos locais relacionados ao agro negócio. Menciona, como exemplos, o caso da produção de orquídeas em Eugênio de Melo e a produção de shitake em São Francisco Xavier, segmentos importantes que devem contar como uma organização para que possam se desenvolver. Cita ainda, na área de Turismo Rural, a sugestão de diretriz encaminhada por munícipe de que fossem desenvolvidas atividades econômicas na estrada que liga Monteiro Lobato a São Francisco Xavier. O Sr Yosida encerra sua exposição lembrando que por uma questão de tempo foram apresentadas apenas parte das diretrizes que estão relacionadas no Caderno de Diretrizes entregue a todos, colocando-se à disposição para apresentação das demais e informando que no dia seguinte o conjunto completo de diretrizes seria apresentado no Conselho de Desenvolvimento Econômico. (aplausos do público) (A Secretária Eliana anuncia que a sra Rosana, da Secretaria de Habitação, vai apresentar as diretrizes da Secretaria). Iniciando sua apresentação, a Arquiteta Rosana cumprimenta a todos e afirma que as diretrizes da Secretaria de Habitação visam principalmente melhorar a qualidade de vida do cidadão joseense, e em especial da população de baixa renda. Aponta como primeira diretriz “uma cidade sem favelas”. Para alcançar essa diretriz, a representante da Secretaria de Habitação afirma que é preciso garantir à população de baixa renda o acesso à moradia. Para que esse acesso seja obtido, é necessário garantir a continuidade do que já vem sendo feito. É necessário, continua a arquiteta Rosana, buscar recursos para a implementação dos programas que estão em andamento; buscar parcerias com a iniciativa privada e órgãos governamentais, como vem sendo feito; criar o Banco de Terras, adquirindo terras em várias regiões da cidade, atendendo toda a população, de modo a permitir que a população fique o mais próximo possível dos locais onde já mora; e construindo novas unidades habitacionais. Outra diretriz que pode ser considerada básica é ‘uma cidade sem loteamentos clandestinos”. Aqui se busca garantir à população de baixa renda o acesso ao solo urbano. Para isso, também será preciso buscar recursos para os programas que já foram idealizados; identificar linhas de crédito para a aquisição de lotes urbanos; criar instrumentos legais que permitam a negociação de áreas remanescentes de parcelamentos clandestinos para a criação de lotes institucionais; e buscar parcerias com a iniciativa privada para a implantação de lotes para a população de baixa renda. Outra diretriz citada pela técnica da Secretaria de Habitação é “uma cidade monitorada”, uma cidade fiscalizada principalmente no que

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diz respeito a loteamentos clandestinos e início de favelas. Para tanto, pretende-se dar continuidade ao trabalho de fiscalização da cidade de forma efetiva e permanente, dotando a Fiscalização dos meios necessários (instrumentos, veículos, recursos humanos). Isso já vem sendo realizado com o trabalho de divulgação nas regiões onde mais ocorrem os loteamentos clandestinos e a instalação de placas (como na foto apresentada). Hoje, observa a sra Rosana, a população está bem ciente dos riscos e do que deve ser evitado. Outra diretriz refere-se ao “cidadão atendido”, que consiste em integrar a política de habitação com as demais políticas públicas, garantindo ao cidadão atendido pelo programa habitacional acesso aos benefícios concedidos pelos demais programas. Explica que a todo cidadão inserido no programa habitacional é proposta sua participação em outros programas. Ainda como parte da diretriz “cidadão atendido”, estão as metas: identificar o cidadão de forma única, para todos os programas e divulgar os programas à população carente por meio de ações integradas. A sra Rosana encerra a apresentação resumida das diretrizes de sua área, agradecendo a atenção das pessoas presentes. (aplausos do público) (A Secretária Eliana lembra a todos que as pessoas que desejem fazer uso da palavra devem se inscrever com a Tânia na mesa ao fundo da sala. O prazo para inscrição, que já vem transcorrendo, será de uma hora, e as pessoas inscritas poderão se manifestar após a apresentação dos técnicos). A Secretária convoca o representante da Secretaria de Saúde, sr Clarisvan do Couto Gonçalves ). O sr Clarisvan inicia sua exposição cumprimentando os presentes. Explica que o conjunto de diretrizes da área da Saúde que constam do Caderno de Diretrizes distribuído foi submetido ao Conselho Municipal de Saúde, analisado pelos conselheiros, votado e aprovado. Informa ainda que nessa mesma reunião do conselho surgiram sugestões de novas diretrizes que serão oportunamente encaminhadas para inclusão no documento. O assessor da Secretaria da Saúde afirma que as três primeiras diretrizes de Saúde que constam do caderno não estão nesse posição por acaso: as três primeiras diretrizes sintetizam todas as demais e, na verdade, são mais do que simples diretrizes, são os pilares da ação de Saúde. Explica que a Secretaria na busca de ações de Saúde no sentido da promoção, prevenção e recuperação, aliada ao componente social, à indispensável presença da participação social na área da Saúde tem como objetivo participar do planejamento, programação e organização do SUS em articulação com os demais níveis de governo. O sr Clarisvan comenta que a área da Saúde tem a particularidade de não atuar sozinha. Desde a Constituição de 1988, com a introdução do Sistema Único, a ação em Saúde passou a ser de responsabilidade concomitante dos três entes federativos, a União, os Estados e o Município. O assessor explica que as ações mais pontuais são, inegavelmente, cobradas e realizadas pelo gestor municipal, mas há integração no tocante à financiamento, à orientação de uma série de ações e serviços. Os serviços de alta complexidade, por exemplo, não são de responsabilidade do Município e a integração, a articulação com os demais níveis é fundamental para que as ações possam acontecer a contento na área municipal, que é onde as ações são disponibilizadas diretamente. Outro ponto fundamental e intimamente ligado ao primeiro, é a questão da forma como essa ação é disponibilizada. Ela deve se dar

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com humanização, com presteza, com qualidade, com resolutividade. Esse aspecto é não apenas uma diretriz, como já foi dito, mas um pilar e um objetivo do dia a dia da Secretaria de Saúde na busca da qualidade. Ao lado de tudo isso, complementa o representante da Secretaria de Saúde, e de modo intrinsecamente relacionado, temos ainda o componente social, a participação do controle social. De uma maneira também bastante específica, desde a Constituição de 1988, a área da Saúde passou a ter a presença constante do próprio cidadão a quem o serviço de Saúde se destina. O cidadão, mais que um simples usuário da ação em Saúde, é um agente transformador e orientador dessa ação. Isso se dá através das Conferências Municipais de Saúde e, principalmente, através do Conselho Municipal de Saúde e dos Conselhos Gestores de Unidades, que são fóruns de presença constante da população, de informação, discussão e implementação de novas ações. O sr Clarisvan encerra sua apresentação reafirmando a importância das três diretrizes destacadas do conjunto de diretrizes que constam do Caderno de Diretrizes, às quais, oportunamente, serão acrescidas outras que o COMUS encaminhará. (aplausos do público) (A Secretária Eliana convoca a representante da Secretaria de Educação sra Regina Scarpel para apresentar as diretrizes da sua área). A sra Regina cumprimenta a todos e informa que apresentará um resumo das diretrizes da Educação nos seus diversos segmentos. Com relação à Educação Infantil, que compreende as creches que atendem os alunos de 0-6 em tempo integral e as EMEIs IMEIs que atendem as crianças de 3 a 6 anos em período parcial, informa que hoje temos em atendimento 19.866 alunos. A previsão de ampliação de vagas é 4.780, sendo 1.760 vagas para creches e 3.020 para EMEIs. Com relação ao Ensino Fundamental, hoje o acesso é garantido para todas as crianças de 7 a 14 anos. Cita a nova Lei Federal, de fevereiro de 2006, que prevê o Ensino Fundamental de nove anos, e afirma que a Secretaria está trabalhando para sua implantação e, também, para a implantação da educação em tempo integral. Com relação à Educação Especial, já temos em nosso Município, a inclusão garantida aos alunos e a Secretaria trabalha para ampliar o atendimento ao aluno que tem um potencial acima da média. Com relação à Educação de Jovens e Adultos, esses jovens e adultos que não conseguiram concluir a escolaridade básica no tempo adequado, hoje têm atendimento garantido nas regiões onde há demanda, com vistas a erradicação do analfabetismo. Além da Educação Básica, esses alunos têm acesso também garantido à Ensino Profissional e à Educação Tecnológica. Com relação ao Ensino Médio é garantido o atendimento a todos os alunos concluintes do Ensino Fundamental. Quanto à Ensino Profissional, visando ampliar o atendimento aos alunos e garantir sua qualidade, o Município busca parcerias com empresas governamentais e não governamentais visando o atendimento de ensino e a inserção dos alunos no mercado de trabalho. A assessora da Secretaria Educação encerra sua exposição agradecendo a atenção e lembrando que apresentou apenas um resumo das diretrizes, contendo apenas as principais, e que o conjunto das diretrizes encontra-se no Caderno distribuído a todos.

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(aplausos do público) (A Secretária Eliana convoca a representante da Secretaria de Esportes e Lazer sra Sandra Lúcia da Silva para apresentar as diretrizes da sua área). A sra Sandra cumprimenta a todos e inicia sua apresentação das diretrizes, citando primeiramente a diretriz que indica que toda a programação de atividades desportivas, recreativas e de lazer deve ser integrada com as áreas de Saúde, Cultura, Educação, Desenvolvimento Social e Meio Ambiente. Cita o Projeto Verão e o Projeto Olho Mágico, em parceria com a Educação e a Saúde. Outra diretriz apontada refere-se à continuação da implantação de espaços específicos nas áreas públicas para o desenvolvimento de atividades de esporte e lazer junto à comunidade. Cita ainda como diretriz “instituir sistema de manutenção corretiva e preventiva capaz de manter os equipamentos em funcionamento”. Outra diretriz apontada é ‘implantar programas e atividades que contribuam para a melhoria da qualidade de vida da população e complementem as seguintes manifestações”: o desporto educacional, onde se dá a iniciação esportiva, com as escolinhas de esporte em diversas modalidades; o desporto de participação, que procura estimular a prática de atividades desportivas através de recreação, esporte e lazer com participação voluntária da comunidade, como por exemplo, as colônias de férias para os diversos segmentos da população, as corridas de pedestres, os campeonatos de futebol amador, os jogos para os idosos, segmento da população cujo atendimento deve ser enfatizado, ruas de lazer, e o próprio Projeto Verão, já citado; o desporto de rendimento, com a ampliação das modalidades do Projeto Atleta Cidadão, que funciona em 8 modalidades e 40 categorias, com cerca de 44 atletas. Cita ainda a consolidação do Fundo de Apoio ao Desporto Não Profissional, que representa a cidade nos jogos regionais e abertos, bem como em competições realizadas pelas diversas federações e ligas esportivas. A representante da Secretaria de Esportes e Lazer encerra sua apresentação. (aplausos do público) (A Secretária Eliana convoca o sr Victor Chuster para apresentar as diretrizes da área da Cultura). O sr Victor Chuster cumprimenta a todos, se apresenta como representante da Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR) e inicia sua fala explicando que a Fundação Cultural tem como finalidade o desenvolvimento da cultura, da pesquisa e do ensino. Sua missão principal é formular, orientar, incentivar e patrocinar atividades artísticas e culturais. Para dar conta dessa missão, afirma o representante da FCCR, a Fundação desenvolve um trabalho apoiado em três eixos principais: difusão, formação e apoio à arte e à cultura. Nesse sentido, são apresentadas 6 diretrizes principais para o Plano Diretor, como um resumo das diretrizes na área de Cultura. Essas diretrizes têm como objetivo desenvolver as potencialidades expressivas, estimular a sensibilidade, ampliar a comunicabilidade, contribuir para a auto-estima e colaborar para a construção da cidadania. A primeira diretriz, afirma o Sr Chuster, é “resgatar as edificações e ambientes de interesse histórico-cultural”. Para isso, precisamos inventariar, preservar, recuperar, restaurar e conservar o patrimônio cultural e ambiental. A política a perseguir, afirma o representante da FCCR é “dar

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futuro ao passado” e o desafio é conseguir a preservação do bem cultural dando-lhe uma função ao longo do tempo. A segunda diretriz destacada é ‘fortalecer o arquivo público”. Captar, organizar, preservar, conservar, restaurar e disseminar ao público conjuntos documentais considerados de valor histórico e cultural para o Município. A política a perseguir é centralizar essas atividades em um só lugar, fortalecendo o Arquivo Público do Município. A terceira diretriz citada é “ construir o Teatro Municipal”, dotando a Cidade de um espaço físico adequado para a difusão da cultura. Como quarta diretriz, o sr Chuster menciona a implantação de espaços culturais setoriais. Além de importante instrumentos de formação, de lazer e de difusão da arte e da cultura, a construção de centros de cultura setoriais é uma das formas de democratização da arte e da cultura. A quinta diretriz destaca é “promover a criação de corpos estáveis para Orquestra, Coro e Companhia de Dança”. O Sr Chuster comenta que experiências semelhantes em outras cidades vieram permitir o aprimoramento constante, profissionalização e campo de trabalho aos artistas. A sexta e última diretriz é “criar escolas de dança, música e teatro”. Deve-se investir na realização de cursos de qualidade para auxiliar na formação do cidadão e possibilitar a formação de artistas locais. O representante da FCCR encerra sua exposição agradecendo a todos. (aplausos do público) (A Secretária Eliana chama a sra Maria Quitéria de Freitas para apresentar as diretrizes da área de Desenvolvimento Social). A representante da Secretaria de Desenvolvimento Social cumprimenta a todos e diz que gostaria de fazer algumas considerações antes da apresentação dos destaques das diretrizes. Observa que o conjunto completo de diretrizes trabalhado pela Secretaria encontra-se no Caderno e só serão apresentadas por ela as diretrizes principais. Informa que no ano passado foi realizada a Conferência Municipal de Assistência, e na Conferência foram trabalhadas propostas para os próximos dez anos. Foram ouvidos também o Conselho Municipal de Assistência Social, o Conselho do Idoso, o Conselho da Pessoa Portadora de Deficiência e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança. Também foram coletadas, para compor as diretrizes da área social, as sugestões encaminhadas pelos munícipes através da Secretaria de Planejamento. A primeira diretriz que destaca é ‘implantar o Sistema Único de Assistência Social. Essa diretriz vem bem de encontro ao que a Secretaria vem desenvolvendo: serviços, programas e projetos de forma regionalizada e descentralizada. A idéia é avançar nessa proposta através de parcerias com as entidades sociais, formando uma grande rede de proteção social, atendendo a população e visando a melhoria da qualidade de vida. A segunda diretriz destacada pela representante da Secretaria de Desenvolvimento Social é “implantar ou implementar o Sistema de Informação da Assistência Social (SIAS) junto à rede de proteção social do Município”. Comenta que o sistema já está implantado dentro das unidades da SDS, na FUNDHAS, e há a perspectiva de implantá-lo na rede de entidades sociais, com o objetivo de facilitar o acesso da população às informações, e, ao mesmo tempo, à medida que a população mude de local de residência, seu atendimento não seja prejudicado. As informações e os recursos são otimizados dessa forma. Informa que hoje existem 38 mil famílias cadastradas no sistema, nos

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diversos serviços oferecidos à população de São José dos Campos. A terceira diretriz é “implantar a Casa do Idoso”, espaço de convivência e serviços voltados para a população idosa. A proposta é implantar um centro de referência onde será desenvolvida toda uma política de atenção à população idosa. A sra Quitéria explica que será uma ação em conjunto com as demais secretarias municipais. Trata-se de um grande projeto a ser desenvolvido ao longo dos anos, pois a população de São José dos Campos está envelhecendo e é necessário prever um atendimento especial para essa demanda. Uma outra diretriz é implantar o Centro de Desenvolvimento de Habilidades e Potencialidade para a Pessoa com Deficiência, com a perspectiva de profissionalização. A sra Quitéria comenta que há uma legislação federal que obriga as empresas à contratação de pessoas portadoras de deficiência, mas essas pessoas não estão capacitadas ou habilitadas para serem incluídas no mercado de trabalho. O Centro teria então esta função de profissionalização da pessoa adulta com deficiência, e junto com o centro, toda uma política de atenção voltada para essa população especifica, também em parceria com as entidades sociais do Município. Como última diretriz destacada, menciona a “implementação e ampliação, através de parcerias, dos cursos de capacitação profissionalizante para usuários da rede de proteção social, com vistas à geração de renda.” Parte-se do entendimento de que a população em situação de vulnerabilidade social ou de baixa renda necessita de estímulo, de voltar a estudar, de se capacitar para o mercado de trabalho. Exemplifica com a Cooperativa Futura, de Catadores, cujos membros foram capacitados e estão realizando esse trabalho. A Secretaria, acrescenta ela, trabalha na perspectiva de criar autonomia através da capacitação para geração de renda. A sra Quitéria encerra sua apresentação. (aplausos do público) (A Secretária Eliana registra a presença do Verador Macedo Bastos e da Vereadora Amélia Naomi. Em seguida, chama a sra Rosane Ferreira Faria para apresentar as diretrizes da FUNDHAS). A sra Rosane cumprimenta a todos e explica que, como as demais Secretarias, apresentará apenas algumas diretrizes e que o conjunto completo de diretrizes da FUNDHAS encontra-se no caderno que todos receberam. As quatro diretrizes que apresentará foram selecionadas por serem, na verdade, macro-diretrizes. A representante da FUNDHAS informa que as diretrizes da instituição já foram apresentadas no seu Conselho Curador e no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. A primeira diretriz citada refere-se à descentralização dos serviços da FUNDHAS, com a regionalização do atendimento da população alvo. Essa diretriz atende ao que é determinado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e pela Lei Orgânica da Assistência Social que prevê que os equipamentos sociais devem estar cada vez mais próximos da população alvo, das famílias, das comunidades periféricas. A sra Rosane afirma que essa diretriz já vem sendo seguida e indica o mapa projetado, no qual aprecem os 22 núcleos descentralizados da FUNDHAS, atendendo hoje 8. 500 crianças e adolescentes. Afirma que a perspectiva é que a ampliação da FUNDHAS se dê dentro desse princípio de descentralização, cada vez mais atendendo a periferia da cidade, onde a criança e o adolescente precisam de uma atenção especial. A segunda diretriz é “promover a interação da

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FUNDHAS com a rede de serviços e demais políticas públicas. Afirma que a FUNDHAS não pode estar ilhada, precisa estar em interação com a sociedade e aponta, no slide projetado, os parceiros da instituição, sem os quais ela não consegue desenvolver seu trabalho de formação integral da criança e do adolescente: Secretarias Municipais, ONGs, SABs, Fundações, segmentos organizados da sociedade em geral. Essa articulação também já vem sendo adotada. A terceira diretriz destacada é “aperfeiçoar o programa de capacitação e atualização profissional das equipes técnica e administrativa”. A atualização continuada dos profissionais tanto da FUNDHAS quanto do CEPHAS vem acontecendo em todos os projetos, sempre com o olhar voltado para as questões federais e estaduais que norteiam nossas diretrizes. Trata-se de uma revisão contínua, principalmente quanto à um ponto principal: a reflexão sobre o que é melhor para a nossa criança e o nosso adolescente. Outra meta apontada pela Sra Rosane é “ampliar o programa de capacitação profissional de formação inicial continuada e de outros cursos técnicos de nível médio através da FUNDHAS e do CEPHAS”. Cita o projeto Maioridade que faz o acompanhamento do jovem egresso da FUNDHAS (e também o CEPHAS faz esse acompanhamento). As pesquisas indicam um destaque grande dos jovens que fazem parte do programa de formação continuada, que apresentam grandes vantagens em sua inserção no mercado de trabalho. Assim sendo, na perspectiva de ampliação da FUNDHAS, não se pode deixar de pensar na formação técnica e profissional dos jovens. A representante da FUNDHAS encerra sua apresentação agradecendo a todos e lembrando, mais uma vez, que além das quatro macro-diretrizes apresentadas, existem outras que constam do caderno. (aplausos do público) (A Secretária Eliana chama o Sr Jéferson Donizete de Lima para apresentar as diretrizes da área de Defesa do Cidadão). O Sr Donizete cumprimenta a todos e passa a citar as diretrizes de serviços públicos para a área de Defesa do Cidadão. Para a Guarda Civil Municipal, as diretrizes são “aumentar e qualificar o efetivo e expandir a capacidade de ação da corporação, aumentando o número de viaturas e armamentos”. Observa que já está em estudos o aumento do efetivo para acompanhar o crescimento da cidade e, também, a qualificação do efetivo atual. Para o Centro de Operações Integradas (COI), a diretriz indicada “é ampliar o número de câmeras e modernizar os equipamentos, expandindo-os para áreas ainda não cobertas pela segurança eletrônica”. Informa que estão sendo recebidas mais 73 câmeras, com as quais, em curto prazo, será dobrado o número de câmeras hoje existente. Trata-se de um investimento de 3 milhões de reais para implantação de novas câmeras e modernização da central de monitoramento. Frisa a grande eficiência do uso das câmeras contra o crime e o vandalismo, com redução satisfatória das ocorrências em suas proximidades. Na área da Defesa Civil, as diretrizes apontadas são: organizar e ampliar brigadas e equipes de técnicos; criar sistema de captação de informações sobre condições atmosféricas e de atendimento às calamidades e desenvolver ações de monitoramento em áreas de risco e capacitar e treinar os voluntários da defesa civil. Quanto à Fiscalização e Posturas Municipais, a diretriz é “ampliar, qualificar e modernizar o efetivo e os equipamentos, com vistas a oferecer atendimento rápido e eficiente aos munícipes’

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Na área do PROCON, são apresentadas como diretrizes a municipalização, a promoção de ações educativas e fiscalizatórias e a criação de uma Procuradoria de Defesa do Consumidor, visando oferecer um serviço mais rápido, eficiente e mais próximo aos munícipes. Finalmente, no setor de Abastecimento, as diretrizes são “criar uma política voltada para o desenvolvimento rural e tornar acessíveis à população os gêneros hortifrutigranjeiros”. O representante da Secretaria de Defesa do Cidadão encerra sua apresentação. (aplausos do público) (A Secretária de Planejamento Urbano torna a lembrar os presentes, que quem quiser se inscrever para fazer uso da palavra, deve fazê-lo com a Tânia, na mesa ao fundo do recinto. Após a apresentação dos técnicos a palavra será dada aos inscritos. A Secretária chama o sr Oswaldo Vieira de Paula Júnior para abordar as diretrizes do Desenvolvimento Urbano - Ambiental.) O sr Oswaldo cumprimenta a todos e inicia explicando que o primeiro aspecto a ser abordado no Planejamento Urbano é a questão do ordenamento territorial, ou seja, de como se organiza o território de São José dos Campos. (Sua explicação apóia-se no slide projetado com o Mapa da Organização Territorial). Refere-se ao Plano Diretor de 1995, quando foi definido um Macrozoenamento onde foram consideradas as áreas Urbana, de Expansão Urbana, Rural e as Áreas de Proteção Ambiental. Passados dez anos, foi necessário fazer uma nova leitura desse território para verificarmos se havia condição de manutenção do Macrozoenamento então proposto. Em função do que foi observado, e conforme consta inclusive no Caderno do Diagnóstico, disponível na Internet, chegou-se à conclusão de que alguns ajustes seriam necessários nessa organização territorial. Com relação à área rural, que é a grande porção do Município, sendo mais de 60% do Município território rural, a proposta é manter a figura da Área de Proteção Ambiental 1, 2 e 3. Explica que Área de Proteção Ambiental é aquela em que se deve ter um cuidado maior com o solo, pois é onde existem recursos naturais mais significativos, águas e florestas, e também por uma questão de topografia. Em função disso, afirma o representante da Secretaria de Planejamento Urbano, estamos propondo manter a APA I, de São Francisco Xavier, cujo perímetro hoje corresponde a uma APA estadual. Afirma que a proposta é manter exatamente o mesmo perímetro, respeitando ainda o perímetro do núcleo urbano de São Francisco Xavier. Da mesma forma, continua o sr Oswaldo, estamos propondo a manutenção da APA II, também abrangendo boa parte do território do distrito de São Francisco Xavier, nas regiões do Guirra, Fartura, Turvo, Roncador, Bonsucesso, Santo Agostinho, uma área de proteção de mananciais. Dentro dessa proposta, está sendo mantida, para baixo da Rodovia Carvalho Pinto a APA da Serra do Jambeiro (APA IIII), de grande importância porque todos os córregos que correm na malha urbana nascem nessa região. Cita os córregos Vidoca, Alambari, Cambui, Putins e Rio Comprido que nascem à montante da Carvalho Pinto e a importância de preservá-los. Essas três APAS ficam mantidas na zona rural do Município. Explica que, com relação à área urbana, também em 1995 foi criada a APA IV ou APA do Banhado que compreende toda a várzea de Eugênio de Melo, Vargem Grande, Fazenda Serimbura, Jaguarí, toda a extensão da concha do banhado. Também parte dessas áreas na APA IV foi transformada em APA Estadual. A proposta de Macrozoneamento que está sendo feita também respeita esses

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perímetros. O sr Oswaldo passa a abordar os pontos onde há proposta de mudança em relação a 1995. Relembra que 1995 foram criadas duas áreas de Expansão Urbana. Faz, primeiramente, um retrospecto do contexto que levou à criação da Zona de Expansão Urbana I, que abrange as regiões do Bairrinho, Bom Retiro, Capão Grosso, Cajuru, Serrote, e Pernambucana, criada dentro da perspectiva de incorporar de alguma forma os parcelamentos clandestinos ali instalados desde os anos 90 à área urbana, permitindo sua regularização fundiária e urbanística, e tornando possível a chegada de infra-estrutura. Comenta que hoje, com o processo de regularização de vários parcelamentos e a ocorrência de novos loteamentos regulares nas proximidades, percebe-se que a malha urbana está chegando e é necessário integrar esta zona na área urbana como um todo, dentro de um zoneamento específico que respeite suas peculiaridades, assunto que deverá ser discutido numa segunda etapa, quando será discutida a legislação de zoneamento especificamente. O sr Oswaldo afirma que a proposta é, então, de incluir esta porção dentro da zona urbana de fato. Já na região Norte, explica o sr Oswaldo, a situação é diferente. Também foi criada, em 1995 uma Zona de Expansão Urbana (Zona de Chácaras) em função da ocorrência de parcelamentos clandestinos (Freitas, Canindu, Caeté, Buquirinha I e II) e com a mesma perspectiva de incorporação à Zona Urbana que havia com relação à região Leste e Sudeste. Passados os dez anos, no entanto, alguns aspectos podem ser observados. Primeiro, em função da topografia, que é diferente da região Leste e impossibilita a ocupação dessas áreas. A legislação federal (Código Florestal) foi regulamentada no que diz respeito à ocupação dos topos de morros de forma restritiva. Outro ponto é que a maioria das propriedades continua com aspecto rural, à exceção da porção de terreno localizada junto à Vargem Grande (caminho para o Luso), onde acontecem loteamentos em suas colinas. Então, a proposta da Secretaria de Planejamento Urbano é de retração do perímetro urbano na região Norte por uma exigência da legislação ambiental, mas mantendo em território urbano os loteamentos já aprovados na Vargem Grande. Foi estabelecida uma faixa de 1. 000 metros de profundidade junto à Vargem Grande. Então, conclui o sr Oswaldo, o novo perímetro urbano de São José dos Campos não conta mais com áreas de expansão urbana, mas sim com uma grade porção urbana com os seguintes limites: a divisa com Jacareí, a Rodovia Carvalho Pinto, a divisa com Caçapava, a faixa de 1. 000 metros ao longo da Vargem Grande, ao longo da SP-50, até a altura do Costinha, uma faixa de 500 metros de profundidade de ambos os lados, onde os usos já aconteceram, e ainda a Estrada do Jaguari, mantendo a APA do Jaguari e da várzea do Paraíba em território urbano. A proposta, então, é de extinção da figura da Expansão Urbana. A idéia é que a cidade tenha essa configuração física, cresça e se renove dentro dessas condições. Um outro ponto a ser abordado, continua o sr Oswaldo, é de como organizar o espaço urbano assim definido. A proposta, dentro do âmbito do Plano Diretor é trabalhar com um Plano de Estruturação Urbana. O representante da Secretaria de Planejamento Urbano enumera os elementos do plano: Macroestrutura Viária, Macrodrenagem Urbana, Sistema de Parques Urbanos, Revisão da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, com a aplicação dos Instrumentos Urbanísticos. O sr Oswaldo passa a explicar cada um dos itens citados. Com apoio do mapa projetado, refere-se à Macroestrutura Viária proposta em 1995. Explica que a Macroestrutura abrange as principais vias do Município. Afirma que, decorridos 10 anos, é constatada a necessidade de revê-la e aprimorá-la. Observa

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que a cidade tem dificuldades de acessibilidade para algumas regiões. Explica o aspecto radial do sistema, onde há um anel central do qual partem as artérias. Exemplifica como o sistema é apoiado em poucas vias de acesso a algumas regiões citando as vias principais. Informa que está sendo proposto um sistema estrutural formado por vias existentes e vias projetadas. Dentro da proposta de Macroestrutura viária, as vias foram hierarquizadas, estabelecendo-se a função de cada uma dentro do sistema (arteriais, coletoras, expressas), sendo definido um perfil correspondente. Informa que existem muitas vias projetadas, principalmente nas regiões Leste e Sudeste onde o sistema é acanhado para comportar o crescimento que ali se observa. Observa que a idéia é fazer com que essas vias projetadas sejam absorvidas pelos novos parcelamentos. Comenta que nos mapas afixados na entrada será possível visualizar melhor o que está sendo proposto. Passa a tratar, em seguida, do tema da Macrodrenagem. Afirma que, à medida que as cidades crescem, aparece o problema da impermeabilização do solo e as águas das chuvas passam a chegar mais rapidamente às partes baixas do Município. Comenta que isso é um problema para a nossa cidade, composta de terraços e fundos de vale. Cita o exemplo da população que mora na região do Jardim da Granja, do Uirá, do Residencial Cambuí, estando muito próximas aos córregos. Diz que a Secretaria de Obras precisa estar constantemente realizando a limpeza dos córregos para que aquelas pessoas não venham a sofrer. Porém, afirma, não adianta ficar só limpando os canais, é preciso buscar outras soluções. Se for mantido o modelo de ocupação urbana atual, a Cidade vai sofrer com isso no futuro, por isso estão sendo apresentadas algumas propostas. Usando o mapa projetado, o sr Oswaldo aponta que a primeira proposta é a criação, ao longo desses córregos, de faixas, chamadas Faixas de Domínio de Curso d’água, constituídas pelas áreas lindeiras a esses cursos d’água que estão sujeitas à inundação e áreas de preservação permanente, constituídas como Áreas de Proteção Permanente, com um zoneamento, que será discutido posteriormente, que restrinja a ocupação. Dessa forma, principalmente na proximidade dos córregos onde a Cidade está em rápida expansão, a exemplo do Cajuru, do Alambari e principalmente do Putins serão criadas algumas áreas com um zoneamento restritivo para que a população não fique sujeita à influência desses córregos e sua inundações. Outra proposta, também pensando nessas áreas do Município que hoje são livres e que estão em franca expansão urbana (cita os loteamentos Santa Rosa, Santa Luzia, Santa Júlia) é de aplicar uma regra diferenciada de ocupação. Observa que é difícil controlar a ocupação do lote, pois em São José dos Campos, mesmo os lotes populares são caros e as pessoas acabam ocupando todo o terreno. A proposta então, a ser regulamentada na lei de parcelamento do solo, é de ampliação do índice de áreas verdes, passando este índice de 10% para 15% nos futuros loteamentos, o que vai proporcionar um controle mais efetivo da impermeabilização. Ainda dentro do sistema de Macrodrenagem, nos locais onde a ocupação já aconteceu, e à medida que à montante dessa área vão surgindo novos loteamentos, afirma que será necessária a criação de piscinões. O técnico aponta, no mapa projetado, os pontos em vermelho, nos quais estão previstos locais que, em princípio, apresentam a necessidade de instalação de pequenos diques para conter as águas da chuva, dando um tempo maior para o escoamento. Outra proposta apresentada dentro do Plano de Estruturação Urbana refere-se aos Parques Urbanos. O sr Oswaldo comenta que São José dos Campos como um todo apresenta um índice aceitável de áreas verdes por

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habitante. Porém quando observada internamente, percebe-se que se alguns setores da Cidade estão bem, outros nem tanto. O representante da Secretaria de Planejamento Urbano fala da importância da área verde para a qualidade de vida da população, o conforto ambiental e o lazer. Considerando as características da cidade, com seus fundos de vale e suas áreas verdes remanescentes, está sendo proposto um sistema de Parques Urbanos. Cita os parques já existentes, como o Santos Dumont, o Parque da Cidade e o do Santa Inês, e indica, em vários pontos da cidade, os núcleos propostos de futuros parques: o Senhorinha em áreas públicas ao longo da Salinas; uma área de expansão do Parque Caminho das Garças, no Putim, para atender o crescimento populacional que ocorre ali naquele setor; o Parque do Cambuí, que ocuparia toda a área da Brejauveira até a Itavema; o Parque Pararangaba; o Parque Novo Horizonte; o Parque da Divisa; o Parque do Paraíba do Sul; o Parque Boa Vista; o Parque do Caeté. O sr Oswaldo passa a abordar o tema dos Instrumentos Urbanísticos. Observa que esse assunto deve se tratado na proposta do Plano Diretor, mas regulamentado na Lei de Zoneamento. Explica que a implementação do Plano de Estruturação Urbana passa pela consolidação da Lei de Zoneamento e pela regulamentação dos Instrumentos Urbanísticos, que são instrumentos previstos pela legislação federal para fazer a gestão do solo urbano. Comenta que os termos são muito técnicos e ele procurará traduzi-los de uma forma simplificada. O primeiro dos instrumentos citados é a outorga onerosa do direito de construir, que consiste na concessão pela Prefeitura, em áreas onde a infra-estrutura permite, de um acréscimo no coeficiente de aproveitamento. Explica o conceito de coeficiente de aproveitamento e afirma que este plus negociado pela Prefeitura irá gerar um recurso, que será destinado a um fundo a ser criado, o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, e será usado para a implantação dos parques. Outro instrumento é a transferência do potencial construtivo. Nesse caso, a idéia é garantir a preservação dos patrimônios e, ao mesmo tempo, proporcionar aos proprietários de imóveis de valor histórico, cultural ou paisagístico para a Cidade o interesse em sua preservação através da possibilidade de transferência do potencial construtivo, fazendo com que o imóvel deixe de ser considerado um ônus para o proprietário. Outro instrumento proposto é o direito de preempção, em que o poder público tem preferência de compra quando um imóvel for colocado à venda. Ainda como proposta, há o estudo de impacto de vizinhança, que seria um estudo técnico para avaliar de que modo um determinado empreendimento pode interferir na região em que está localizado, provocando algum tipo de distúrbio, seja sob o aspecto viário, de transporte, ou mesmo por sua volumetria em relação às edificações vizinhas. Observa que hoje já são feitas exigências nesses casos, mas é necessário aprimorar com amparo legal. Cita ainda a concessão de incentivos para implantação de habitação de interesse social. O sr Oswaldo encerra sua apresentação dizendo que tentou traduzir a fala mais técnica do planejamento urbano de forma resumida. Diz ainda que, findado o processo do Plano Diretor, a idéia é partir para a discussão da Lei de Zoneamento que é a própria consolidação do Plano Diretor na área de planejamento urbano. Agradece a todos. (aplausos)

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A Secretaria Eliana anuncia a presença do Vereador Cristóvão Gonçalves e, em seguida, chama a representante da Secretaria de Transportes, sra Dolores Moreno Pino para falar sobre as diretrizes da sua área). A sra Dolores cumprimenta a todos e inicia prometendo fazer uma apresentação mais rápida que a do sr Oswaldo. Aponta na tela projetada as principais diretrizes dos transportes. A primeira diretriz que apresenta é “priorizar o transporte coletivo em relação ao transporte individual”. Afirma que se trata de um desafio para os anos que virão atrair o usuário do transporte individual para o transporte público, Explica que as nossas vias apresentam uma limitação e pela quantidade de veículos que vêm sendo inseridos no sistema viário, chegará um momento em que sua capacidade será esgotada. Para atrair o cidadão para o transporte público, afirma que é preciso melhorar a qualidade desse transporte. Cita reuniões com a comunidade, estudos que vêm sendo feitos nesse sentido e a licitação do transporte público, que deverá propor um novo sistema. A idéia é ter um sistema mais confiável, com uma maior oferta e com mais informações para atrair o cidadão que hoje utiliza veículo particular. Outra diretriz citada é “organizar o serviço de transporte coletivo como um sistema único”. Comenta que o sistema está funcionando de forma concorrencial e isso precisa ser eliminado. O sistema deve, afirma a sra Dolores, funcionar com todas as modalidades atuando de forma complementar, o que irá proporcionar a melhoria da qualidade do transporte. A terceira diretriz apontada é “possibilitar às pessoas portadoras de necessidades especiais condições adequadas e seguras de acessibilidade autônoma aos meios de transporte urbanos”. Explica que hoje existe um sistema de vans para fazer esse atendimento que, no entanto, é insuficiente. Informa que no sistema de transporte, hoje, temos 0% de frota acessível, e a meta é partir para, no mínimo, um percentual de 30% de frota acessível, ou seja, uma frota que apresente facilidades de acesso como elevadores ou veículos com piso rebaixado. Comenta que a Secretaria tem feito reuniões com entidades que representam os portadores de necessidades especiais e também com os idosos para desenvolver estudos nesse sentido. A quarta diretriz citada é “estruturar a rede de transportes coletivos, interligando os diversos modais (ônibus, vans e alternativos), com integração tarifária”. Explica que teremos um sistema com 100% de integração tarifária, de modo que as pessoas que saírem de qualquer região da cidade, tendo como destino qualquer ponto da cidade, pagarão apenas uma tarifa. Poderão, eventualmente, fazer alguns transbordos no percurso, mas a tarifa será uma só. A quinta diretriz que menciona é ”equipar os terminais com sistema de informações do transporte coletivo”. Explica que estão sendo desenvolvidos estudos para que, não apenas os terminais mas também os pontos de ônibus de maior freqüência, possam contar com informações para o usuário, como a localização do veículo de determinada linha e horário e o tempo que levará para chegar àquele determinado ponto. A sexta e última diretriz apontada é ‘elaborar estudos de novos sistemas modais de transporte coletivo urbano e intermunicipal”. A sra Dolores refere-se à matéria apresentada recentemente nos jornais sobre o metrô de superfície ou VLT. Afirma que o Município precisa evoluir para um novo sistema de transportes, mais confortável e ágil, que complementará as outras modalidades de transporte. Encerra sua fala agradecendo a todos pela atenção.

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(aplausos) (Eliana Pinheiro chama o representante da Secretaria de Meio Ambiente, sr Urbano Patto para apresentar as diretrizes da área, finalizando a apresentação dos técnicos. A Secretária pede aos técnicos que fizeram as apresentações que, após a fala do representante do Meio Ambiente, reúnam-se com ela à mesa diretora para escutarem juntos a manifestação dos cidadãos). O sr Urbano Patto se apresenta e cumprimenta a todos. Inicia sua fala lembrando que o trabalho apresentado é um trabalho de equipe, produzido não só pelos técnicos da Secretaria de Meio Ambiente, mas que também procura resgatar as discussões que ocorrem na cidade em todos os tempos, tentando dar coesão às diversas experiências e visões e traduzi-las em algumas diretrizes simples e objetivas. Observa que boa parte do que se deve falar sobre Meio Ambiente já foi dito nas apresentações de outras secretarias, pois o meio ambiente perpassa todos os outros temas. Cita como exemplos dessa interação: quando se fala de Desenvolvimento Econômico, não se pode deixar de falar da ISO 14000; quando se fala em Habitação, não se pode deixar de referir-se às praças e áreas verdes; quando se fala em Saúde, ela é também resultado de uma ação ambiental; quando se fala em Educação, nos referimos também ao seu papel na formação das novas pessoas e sua conscientização quanto à questão ambiental; o Esporte e o Lazer também convivem com a questão dos Parques; a Cultura com sua visão de preservação do patrimônio está muito próxima da visão de preservação ambiental; o Desenvolvimento Social, com seu projeto cooperativa de reciclagem e a FUNDHAS com seu Centro de Educação Ambiental; a Secretaria de Defesa do Cidadão com toda a questão de fiscalização de posturas; e, principalmente, o Planejamento Urbano com as questões do macrozoneamento, da ocupação urbana, da drenagem, dos parques. Com relação ao texto apresentado sobre Meio Ambiente no Caderno de Diretrizes, informa que a Secretaria do Meio Ambiente (SEMEA) está encaminhando para a Secretaria de Planejamento Urbano, que coordena os trabalhos do Plano Diretor, algumas modificações de texto. Comenta que a SEMEA é uma secretaria nova e no momento em que as diretrizes foram elaboradas há cerca de alguns meses, muitas coisas estavam por serem elaboradas, implantadas, mas, felizmente, nesse período muito já se evoluiu. Cita, entre outros exemplos, a diretriz de implantação da educação ambiental, que já tem lei aprovada. Afirma que gostaria de ressaltar quatro pontos que considera fundamentais na questão ambiental, e que constam do conjunto de diretrizes. O primeiro deles é a questão da informação: mapeamentos, indicadores, dados que permitam um conhecimento cada vez mais profundo da nossa realidade ambiental. Outro bloco importante de diretrizes refere-se ao controle ambiental e fiscalização. O sr Urbano Patto afirma que não basta estudar, saber e produzir normas, é importante saber como transmiti-las à população, como passar as diretrizes e também como controlar, fiscalizar o processo. Refere-se ainda às diretrizes relacionadas aos programas temáticos. Com relação ao Ar, existem programas trabalhados com outras secretarias, como o relacionado à poluição veicular, inventário de fontes de poluição, estudo da questão do ozônio no Município. Outro ponto importante é a questão da Água, com o projeto de revitalização de nascentes e a conclusão do processo de tratamento de

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esgotos. O sr Urbano Patto afirma que um outro aspecto importante, que tem muito a ver com o que foi apresentado pelo sr Oswaldo, diz respeito à cobertura vegetal, que será o resultado do processo de implantação dos parques lineares, dos parques regionais, da preservação de árvores significativas e bosques, da arborização urbana. Outro ponto citado como meta a ser perseguida é a questão dos resíduos urbanos: readequação do nosso aterro sanitário, implantação do sistema já criado por lei, para os resíduos da construção civil, a melhora do sistema de reciclagem e coleta seletiva e a implementação de sistema de coletas especiais. Concluindo, diz que gostaria de dar um destaque para a questão da educação ambiental, pois nada do que foi dito será verdadeiramente possível sem um programa forte e amplo de educação ambiental. Afirma que deixou propositalmente este ponto como último para falar porque considera que não basta termos as melhores análises técnicas, os melhores indicadores, a melhor lei, se não conseguirmos fazer com que essas idéias estejam presentes na consciência das pessoas e na mudança de suas atitudes. Encerra, colocando-se à disposição para perguntas. (aplausos) 3ª PARTE: Manifestação dos cidadãos presentes: Leda de Fátima Rodrigues (CGU Vila Tesouro) – A sra Leda cumprimenta a todos. Inicia dizendo que gostaria de fazer um lamento, pois a 1a fase do Plano Diretor foi mais proveitosa, quando as reuniões ocorreram nas regiões, com a participação média, como disse a Eliana, de 150 pessoas. Considera lamentável a centralização na Câmara nessa segunda fase, pois nem todas as pessoas que participaram na primeira vão poder participar agora. (aplausos) A sra Leda diz que gostaria de falar sobre a Habitação relacionada com a Saúde, pois foi mencionada “uma cidade sem favelas”. Cita o conjunto Henrique Dias e a favela Santa Cruz II, que talvez muitas pessoas não conheçam, dizendo que lá a qualidade passa longe, com conseqüências para a saúde. Fala sobre o tratamento odontológico, que deveria ser mais amplo. Não se consegue tratar, por exemplo, um canal nos postinhos. Agradece a todos. (aplausos) Cosme Vitor (do Núcleo Estadual do Plano Diretor Participativo) – O Sr Cosme cumprimenta a Secretária e a mesa. Inicia dizendo que gostaria de registrar o seu protesto por causa do local e horário das reuniões. A centralização contradiz o Edital da 1a fase, na qual 14 bairros foram visitados. Afirma que as pessoas pobres não podem vir, pois não têm como pagar 4 reais pelas passagens. Refere-se à emenda 25 da Conferência das Cidades, dizendo que nenhuma de suas propostas foi contemplada e que está protocolando um pedido de providências dos movimentos sociais. Como segunda observação, diz que parece que estamos em dois mundos, pois na reunião que aconteceu no COMAN foi distribuído um material de melhor

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qualidade (mapas coloridos, informações técnicas); e o material distribuído ali para a população era muito inferior. Considera, então que estão sendo discutidas duas coisas diferentes: para os leigos e para os especializados. Outro ponto que gostaria de destacar é a ausência da discussão da Lei de Zoneamento no Plano Diretor. Considera impraticável descolar uma coisa da outra. Cita como exemplo a diretriz de habitação que fala de acabar com as favelas. Pergunta para onde vão essas pessoas. Diz que seria preciso discutir as ZEIS. Afirma que na apresentação dos loteamentos clandestinos foi mostrado o constrangimento que é para a população a colocação de placas e, no entanto, na Vargem Grande não há placa, e a Prefeitura permite a ocupação das várzeas, inclusive do rio que existe lá. Afirma que foi tampada uma nascente dentro de um condomínio. Então, conclui, se de um lado se faz a repressão das pessoas pobres, de outro se abre o Plano Diretor para que as pessoas ricas possam se apossar da Cidade. Passa a citar outros pontos que, segundo ele, não foram discutidos no Plano Diretor, como a questão dos condomínios fechados e do lixo. Cita a situação do pessoal que vive no traçado da Via Norte. Aponta uma contradição: fala-se em privilegiar o transporte coletivo, mas o projeto da Prefeitura hoje é a Via Norte e a ampliação da Pedro Friggi. Afirma que se a Pedro Friggi for ampliada, os clandestinos vão explodir e as condições de vida vão piorar ainda mais. Diz que é preciso fazer a discussão com a população, pois população precisa entender o que está sendo discutido e qual é o seu futuro. Critica a apresentação feita do Plano Diretor e declara que sente vergonha diante de uma apresentação tão simplista, pois estamos discutindo uma cidade pujante como São José dos Campos e o seu futuro para daqui a dez anos. Reafirma que é preciso discutir a Lei de Zoneamento com o Plano Diretor. Diz que não é verdade que os ônibus são priorizados, citando a péssimas condições do ônibus (sucatão) que atende o seu bairro, Altos de Santana. Reclama que não há transporte para os trabalhadores à noite (corujão). Cobra discussões no Plano Diretor como: o IPTU progressivo , o Fundo de Habitação, o Conselho Municipal da Habitação e o gerenciamento do banco de terras. (aplausos) Robson Viana Marques (advogado morador da Vila Rossi) – Cumprimenta a todos e se apresenta. Mora na Vila Rossi desde 1958. Diz que está lutando contra a construção da Via Norte no interior do banhado. Dirigindo-se aos presentes, pede que levantem a mão apenas aqueles que não são servidores públicos da Prefeitura ou da Câmara, ou que não exerçam cargos de confiança, ou que não estejam ali presentes por força de convocação. (as pessoas levantam a mão) O sr Robson diz que imaginava que houvesse menos pessoas do povo ali. De qualquer forma, diz, é uma pena que se esteja falando para tão poucos representantes do povo. Afirma, ainda, que protocolou algumas propostas que não foram contempladas, mas pela forma como está sendo conduzido o Plano Diretor ele sabe que não terá eco. Afirma que, até aquele momento, nas apresentações técnicas viu uma série de promessas, mas sobre o projeto de lei que será votado na Câmara,

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ele não viu nada de concreto. Lamenta que as Audiências Públicas não estejam sendo realizadas nos bairros com acesso facilitado à população que é quem vai sofrer as conseqüências. Conclui dizendo que o artigo 43 do Estatuto da Cidade está sendo violentamente espancado, pois seus incisos dizem que deve ser garantido o debate nas audiências e consultas públicas, mas a maioria das pessoas ali presentes são pessoas diretamente ligadas à Prefeitura e estão ali fazendo número. Agradece a todos. (aplausos) Vicente Cioffi (Núcleo Regional do Plano Diretor) - O sr Cioffi cumprimenta a mesa, os técnicos, a Secretária e os presentes. Inicia referindo-se à campanha nacional conduzida pelo Conselho Nacional das Cidades com relação ao Plano Diretor Participativo, com o objetivo de sensibilizar as prefeituras, os técnicos e as pessoas para que o Plano Diretor seja realmente participativo. Cita a resolução 25 do governo federal que estabelece parâmetros para o processo de discussão do Plano Diretor. Afirma que, infelizmente, o processo em São José dos Campos já começou com alguns equívocos. Cita as deficiências: não foi formado o conselho gestor do plano, não acontecem as reuniões por bairros, as reuniões temáticas, as reuniões com leituras comunitárias do plano, as reuniões para leituras técnicas. Acrescenta que, na primeira fase, pelo menos houve um ponto positivo que foram as 14 reuniões nos bairros. Lamenta que, agora, as reuniões não estejam sendo realizadas nos bairros, pois a população esperava verificar, em um período curto de tempo, se suas propostas foram contempladas no Plano. Comenta que a apresentação das diretrizes é importante, mas deveria ser apresentado o Projeto de Lei. Diz que o Projeto de Lei não pode ser enviado à Câmara sem que se conheça suas entrelinhas, ou o que se quer com o Plano, pois ele nada mais é do que um planejamento que é fruto de um consenso de todos os setores da sociedade. Reafirma que o projeto em São José dos Campos deixa muito a desejar. Informa que protocolou um documento junto à Secretária protestando nesse sentido e solicitando que seja reavaliado o processo. Pede que a reunião que estava ocorrendo ali fosse levada para os bairros, para que a população possa perceber onde estão suas propostas. Diz que o assunto é sério, pois está sendo discutido o futuro da cidade. Observa que a própria Câmara, recentemente, protestou, (o que foi muito positivo), contra o fato de que o Plano está sendo votado de forma rápida. Pede, mais uma vez, que se avalie a possibilidade de rever o processo. Agradece a todos e se despede. (aplausos) Antônio Martins (Movimento dos Sem Teto) – O sr Antônio cumprimenta a todos e se apresenta como morador da Nova Tatetuba. Inicia sua fala dizendo que, para ele, não existe Plano Diretor em São José dos Campos. Diz que talvez possa existir no papel, mas na prática, não, ou eles não teriam sido expulsos, na maior forma de violência que já aconteceu em São José dos Campos. Foi, diz o sr Antônio, uma violência presenciada por muitos dos presentes para favorecer o Carrefour, a Marcondes César e revendedoras de carros. Diz que a Prefeitura está lidando com o povo e não com animais. Refere-se à apresentação do Meio Ambiente e questiona como pôde o

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Carrefour ser construído sobre três fontes de água e onde está o cuidado com o Meio Ambiente. Declara que não tem medo de dizer que aqui em São José dos Campos a Prefeitura é quem manda. Diz que é joseense, pois tem seu título de eleitor e vota aqui há 18 anos. Insiste em que o Plano Diretor precisa funcionar na prática. Encerra dizendo que quem manda em São José é a Maria Rita e o Cury. (aplausos) Professor Batista Gargione (UNIVAP) - O professor Gargione inicia dizendo que gostou muito da apresentação da FUNDHAS e do Desenvolvimento Urbano Ambiental, mas, com relação às demais, considera que se trata muito mais de um plano de governo das secretarias e não um Plano Diretor. Explica que o Plano Diretor é baseado em dois artigos da Constituição, os artigos 182 e 183. Um deles regula as funções sociais da cidade de modo a garantir o bem estar de seus habitantes. Trata-se, continua o professor, de um princípio constitucional do qual não se pode fugir. Cita a Lei 10. 257/2001 (Estatuto da Cidade) que veio regulamentar esse artigo e o outro artigo que diz que “aquele que possuir como sua área urbana de até 250 m2 por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural”. Afirma que não se ouviu falar disso na apresentação. Considera que existem duas São José dos Campos: uma, onde vivem as pessoas que tem acesso a uma boa educação e saúde, e na outra aqueles que estão à margem do caminho, para os quais o Plano Diretor apresentado, que é um plano de governo, não serve. (aplausos) O professor Gargione continua sua fala dizendo que é preciso reformular, discutir um pouco mais. Afirma que é preciso tratar as 25 regiões do Município e, com exceção da FUNDHAS, que descentralizou, isso não foi feito. Não há um diagnóstico para as 25 regiões. É preciso tratar cada região e verificar o que seus habitantes querem para poder desenvolver cada uma das regiões. Menciona o trabalho feito pela UNIVAP que trata das 25 regiões. Considera que o Plano Diretor apresentado viola especialmente o artigo segundo da Lei 10. 257. Faz a leitura de alguns trechos da lei: “garantia ao direito a uma cidade sustentável, entendido como direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e lazer para as gerações presentes e futuras; gestão democrática por meio da participação da população, associações representativas da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano; planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população ....(o professor interrompe a leitura para comentar que não viu nada que tratasse desta distribuição espacial e prossegue em seguida).... e das atividades econômicas do Município e do território sob sua influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente; adequação dos instrumentos de política econômica e financeira e dos gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos que geram bem estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais; regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por

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população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificações consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais; e simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas de edificação, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta de lotes para os pobres”. O professor encerra sua participação agradecendo a todos. (aplausos) Hamilton Gataldi (OAB) – O Sr Hamilton Gastaldi se apresenta como representante da OAB, mas diz que todos que o conhecem sabem que representa também o Jardim Apolo, condomínio atípico que foi criado à custa de muito sacrifício e protesto. Afirma que se conseguiu vencer o protesto e a lógica do Direito predominou. Parabeniza a equipe que elaborou o plano, que considera democrático por excelência. Considera que muitos discursos são prematuros, pois o plano não pode ser implementado do dia para a noite. Afirma que conhece o primeiro mundo e o plano está à altura do primeiro mundo. Considera que, na prática, muitas coisas precisam ser adequadas. O Dr Gastaldi se posiciona contra a mistura de usos comerciais e residenciais. Considera que a interferência entre zonas residenciais e comerciais é coisa de quinto mundo. Diz que há quem defenda jogar edifícios no Esplanada e comércios no Apolo. Afirma que o Plano Diretor deve estar atento à qualidade de vida. Reforça a idéia de que não deve jogar comércio na zona residencial e encerra afirmando estar certo de que essa gestão vai fazer o plano se adequar à nossa realidade. (aplausos) Felipe Birman (Condomínio do Jardim Apolo) – O sr Birman cumprimenta a todos. Apresenta-se como proprietário de imóvel no Jardim Apolo, localizado na divisa com a Av. Nove de Julho. Mais do que proprietário, afirma ser vítima desse imóvel. Chama a atenção para as inúmeras casas fantasmas que estão na Nove de Julho e na São João; casas onde não há condição de moradia. Pede bom senso para que se observe que as condições econômicas e sociais do Plano Diretor de 1995, quando naquela área foi estabelecida uma ZR-1 ou zona estritamente residencial, eram completamente diferentes das que se tem agora, em 2006. Refere-se a uma situação absurda de contrastes ou pontos em ambas as avenidas onde hoje pode haver comércio e onde só pode haver residências. Pede a mudança de zoneamento de ZR-1 para ZR-2, que admite um comércio restrito. Diz que é muito cômodo para os moradores de dentro do Jardim Apolo considerar que se vai estragar a qualidade de vida. Afirma que qualidade de vida é salário, é trabalho. Pede a todos que passem por ali e vejam quantas casas estão com moradores. Diz que as casas estão abandonadas naquela região porque há barulho e, ao mesmo tempo, não se está dentro nem fora de um condomínio. Refere-se à privacidade de certa foram egoísta dos moradores daquele condomínio. Pede, então, mais uma vez, o bom senso de se reconhecer que a São João é comércio e a Nove de Julho é comércio: é o destino manifesto de São José dos Campos para os próximos dez anos, e isso não pode ser mudado, sob pena de se estrangular o progresso em benefício de facilidades para certos moradores. Encerra solicitando que seja registrado seu pedido de mudança de

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zoneamento, esclarecendo que não se trata de construção de prédio ou de bar, mas sim um comércio restrito que a Prefeitura tem condição de fiscalizar. Agradece a todos. (aplausos) Elias Rahal (APROESP) – O sr Rahal cumprimenta a mesa e os presentes. Afirma que a reunião é importante e observa que o contraditório também é importante. Refere-se ao documento elaborado pela Prefeitura e afirma que o que soma não é o homogêneo e sim o heterogêneo, mas que as discussões devem ser ampliadas. Diz que tem vários questionamentos a partir da leitura do texto, e cita os temas do Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Indústria, da ausência de intercâmbio entre a Tecnologia e as Universidades. Considera que teremos tempo, nas outras reuniões que acontecerão, para debater e também para pressionar os vereadores no sentido de não aprovarem o Plano sem uma discussão exaustiva. Afirma que não é porque o executivo exige que tem que ser aprovado, pois a população tem que reagir e fazer valer seus interesses. (aplausos) O sr Rahal prossegue dizendo que gostaria de se ater naquele dia ao tema do Desenvolvimento Social na questão da Habitação, que considera crucial para São José dos Campos. Observa que, nas diretrizes, não há nenhuma referência a uma legislação específica de incentivo ao cooperativismo em todas as suas formas. Diz que gostaria de se ater ao cooperativismo habitacional. Cita a experiência secular dos estados do sul do Brasil nessa área. Comenta que a única iniciativa levada pela Prefeitura, que considera positiva, é a cooperativa dos catadores, mas existem outras formas de cooperativismo e a que vê como mais importante é a habitacional, pois se relaciona com a dignidade e a segurança das pessoas. Diz que São José dos Campos, uma cidade que conta com 1 bilhão de reais no orçamento, tem recursos para investir nessa área. Menciona, ainda, os exemplos mais recentes de legislação voltada para o cooperativismo dos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará, experiências que devem ser debatidas. Afirma que sua proposta de amplo debate deste tema está relacionada com o fato de que, hoje, os municípios têm que regularizar os loteamentos clandestinos e sabe-se que onde há legislação específica para o cooperativismo habitacional há economia para o erário, pois custa mais caro para o erário regularizar o clandestino com todos os investimentos que se fazem necessários. Outro aspecto da legislação especifica para formação de cooperativas habitacionais é que, com ela, se pode minimizar os conflitos fundiários existentes. Como seu tempo de fala se esgota, o sr Rahal encerra, manifestando a intenção de retornar nas outras audiências para abordar outros aspectos do assunto, e afirmando que colaborará também em outras áreas. Despede-se e agradece a todos. (aplausos) Ricardo Debiase (AMA Apolo) – O sr Debiase cumprimenta a todos e se apresenta como representante da AMA Apolo, associação que faz oposição à SOCIMJA, outra

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associação do Apolo. Fala da situação grave de cisão no bairro, em conseqüência de ações praticadas pela própria Prefeitura, como o fechamento de ruas que fazem ligação entre bairros, dando direito a determinada associação a se auto-intitular Condomínio Atípico Apolo. Afirma que estão vivendo uma situação equivalente a dos loteamentos clandestinos. Considera que essa irregularidade precisa ser corrigida imediatamente, pois faz com que áreas públicas fiquem inacessíveis. Cita a Pça Flávio Roberto Craveiro, com 16 mil m2 de área, fechada para uma minoria. Considera que o problema é sério, pois eles se acham condôminos, co-proprietários de algo que ainda não possuem, dando uma conotação de invasão de área ou ocupação de luxo. Isso, explica o sr Debiase, para que no futuro tenham homologada essa situação, e incorporem ao seu patrimônio a área pública invadida. Afirma que está fazendo uma denúncia e, ao mesmo tempo um pleito para que sejam tomadas providências que corrijam a situação. Insiste na irregularidade, pois todas as ruas, com exceção de uma no Apolo, têm saída. Cita. Ainda. a mudança que foi feita no sistema viário do bairro e que vê como condenável, os portões e o constrangimento que é a entrada no bairro por conta de uma segurança que não existe, pois considera que não há segurança com 12 portarias. Diz que toda essa situação é absurda. Refere-se à situação de cisão que foi criada e aos moradores que estão no bairro há trinta anos, aposentados que vivem de proventos e são obrigados a pagar uma fortuna para manter o alpinismo social dos que desejam morar em um condomínio fechado. Afirma que cabe à Prefeitura revogar o decreto em que autoriza precariamente a colocação dos portões. Diz que isso tem a ver com o parcelamento urbano, pois no momento em que se fala de metros quadrados de praça por habitante, uma área de 16 mil m2 está sendo reservada para poucos felizardos usufruírem e ainda incorporarem ao seu patrimônio a mais valia que a área proporciona. Encerra insistindo na correção desse erro. (aplausos) Delma Vidal (Cidadã) – A sra Delma diz que gostaria de lamentar estarmos esperando há mais de um ano a possibilidade de discutir o Plano e que agora, infelizmente, vamos ser atropelados pelo prazo. Afirma que até agora viu apenas algumas diretrizes e gostaria de comentar alguns pontos. Primeiramente, diz que gostaria de lembrar que se espera que um Plano Diretor seja mais do que uma lista de boas intenções. Entende que é que é preciso ter objetivos, reconhecer deficiências e indicar políticas públicas para atingir metas. Comenta que participa de uma ONG que irá apresentar sugestões em um documento mais longo, mas naquele momento gostaria de abordar a questão do futuro da Cidade, em termos também ligados à habitação já que todos estavam discutindo esse assunto. Questiona para onde vai a nossa Cidade e afirma que ela está, nitidamente, entregue aos especuladores imobiliários. Afirma que não viu nas diretrizes nenhuma referência ao controle da expansão urbana. Indaga até onde e como queremos crescer. Considera que São José já está no limite das dimensões de uma cidade vivível. (aplausos)

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A sra Delma continua dizendo que a anti-cidade está crescendo, e temos verdadeiros barris de pólvora em nosso Município. Menciona a questão dos loteamentos fechados, descaracterizando a cidade, levantando muros enormes e criando condições muito difíceis para os que não estão lá dentro e problemas também para os que estão dentro, que ainda nem sabem os problemas que têm. No extremo oposto, temos a população carente sendo acumulada em bairros com infra-estrutura ruim, com enormes dificuldades a vencer, tendo que cruzar a cidade para trabalhar. Encerra, afirmando que gostaria de ter visto duas diretrizes no Plano: uma delas dizendo que a cidade não permitiria que o mercado imobiliário controlasse o processo de urbanização e outra que estabelecesse procedimentos para melhorar a permeação entre os diversos níveis de renda em nosso Município, para que a gente não tenha esses pólos de classes sociais que não conseguem se integrar. (aplausos) Jonas Martins (Vice Presidente da SOCIMJA) – O sr Jonas cumprimenta a todos e se apresenta como morador do Jardim Apolo. Inicia sua fala afirmando que vivemos em um estado democrático e a democracia pressupõe que a maioria prevaleça sobre a minoria, desde que não seja ao arrepio da lei. Afirma que lá no bairro a situação é a seguinte: há uma imensa maioria silenciosa que segue as regras da cidade, cumpre seus direitos e obrigações e uma minoria que costuma se contrapor, como foi visto, e não obedece ao que a Cidade decidiu que deveria ali ser feito. Afirma que havia cerca de 80% de moradores que desejavam ardentemente o fechamento do Jardim Apolo, seguindo as regras da Cidade, a legislação. Referido-se a uma observação feita por uma pessoa que se manifestou anteriormente, no sentido de que lá as casas estão abandonadas diz que o dado concreto é que lá existem 12 esquinas, e portanto 24 propriedades, sendo que 6 estão desocupadas e todas as demais estão ocupadas por famílias, já que ali é um bairro residencial ZR-1, (unifamiliar). Afirma que a maioria dos moradores do Jardim Apolo, por enquanto silenciosa, encaminhará proximamente ao sr Prefeito um abaixo assinado, solicitando que seja mantida a legislação atualmente vigente. Com relação a comércios ilegais, considera que o Departamento de Fiscalização da Prefeitura tem conhecimento das dificuldades encontradas para remover os ilegais que lá se instalaram ao arrepio da lei, ou seja, quando a lei proíbe. Imaginem, pergunta, o que aconteceria se o bairro fosse aberto para ZM-2. Diz que o Jd Apolo não se ressente da falta de nenhum comércio, pois existem comércios nas proximidades. Se a Prefeitura achar necessário, diz o sr Jonas, que faça uma enquete para verificar qual é a vontade da maioria Quanto ao direito de ir e vir, considera que está plenamente preservado, e tanto a Prefeitura como o Ministério Público sabem disso: o assunto já foi questionado e todas as informações foram prestadas. Encerra solicitando uma vez mais, formalmente, em nome da sociedade que representa o Jardim Apolo, que lei atual seja mantida na íntegra: que o Jardim Apolo, nas duas extremidades, Avenidas Nove de Julho e São João, continue ZR-R1. Agradece a todos. (aplausos)

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José Moraes Barbosa (Fórum Permanente em Defesa da Vida) - O sr Moraes inicia sua fala apresentando dados sobre o crescimento de São José dos Campos, que em 50 anos decuplicou sua população. A previsão é que em 2002 a população estará em torno de 1 milhão de habitantes. Diz que não queria ser repetitivo, mas gostaria de reforçar as afirmações da sra Delma. Afirma que essa população, que foi vítima de um crescimento desordenado e avassalador, tornou-se também vítima do rodoviarismo: nos últimos dez anos a frota de automóveis aumentou 73%. Fala de sua preocupação com o que vai acontecer daqui a dez anos, pois, pelo andar da carruagem, a frota continuará crescendo. Há grandes indícios de que os administradores da cidade incentivem o uso de automóveis, inclusive porque gera impostos para as prefeituras. Considera que não se prioriza, efetivamente, outras alternativas de transporte, o que é um absurdo. Refere-se ao grave problema do aumento da poluição atmosférica e dos casos de doença respiratória no Município. Cita, ainda, a situação de inadequação de empresas instaladas aqui de forma incompatível com aspectos climáticos, topográficos, históricos, sociológicos e geográficos. Exemplifica com o caso da ampliação da Petrobrás que certamente causará impactos violentos sobre a cidade. Afirma que São José dos Campos é vítima de um passivo ambiental considerável e, infelizmente, não se observa, por parte das autoridades nenhuma iniciativa de verificar o óbvio. Afirma que saúde e qualidade de vida não são prioridades no Município, e sim a arrecadação: o prefeito e seus secretários enxergam a Cidade como uma caixa registradora. Em nome da empregabilidade e do aumento da arrecadação se permitiu tudo ou quase tudo nesse Município, e, obviamente, isso afeta a saúde e a qualidade de vida da população. Cita dados que indicam a baixa quantidade de áreas verdes do Município (4m2/hab), em relação ao que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (12m2 /hab). Cita ainda as inversões térmicas, comuns ao nosso Município e os nossos córregos, que são pequenos “tietês”. Finaliza, dizendo que é emergencial estabelecer um limite para o crescimento do Município que poderá se tornar um quasímodo difícil de se administrar e, como último ponto, considera que faltou o debate com profissionais que poderiam acrescentar muito à discussão, citando vários renomados acadêmicos e o INPE. Lamenta profundamente o fato de estarmos discutindo à toque de caixa o Plano Diretor num dos Municípios mais ricos desse país. Agradece a todos. (aplausos) Carlos Augusto Pavanelli (SOCIMJA) – O sr Pavanelli cumprimenta mesa e a todos e inicia sua fala afirmando que, em nome da SOCIMJA, não vai ficar debatendo com o grupo opositor, pois considera que o Plano Diretor não é o foro adequado para isso. Diz que gostaria de esclarecer que a SOCIMJA é uma associação que representa a imensa maioria dos moradores do bairro e tem por obrigação fazer valer o que essa maioria decide em assembléia. Afirma que todas as decisões são feitas em assembléia, que nenhuma lei é contrariada e o direito de ir e vir está preservado. Refere-se à lei, de 1999, que permitiu o fechamento de vários bairros, e declara que a associação apenas seguiu o direito e o desejo de um bairro todo. Diz que o Jardim Apolo tinha problemas de segurança, área verde abandonada e tráfico de drogas e nesse último ano, período em que o bairro esteve fechado. não houve nenhuma reclamação. Com relação à mudança de zoneamento no entorno do bairro, considera

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que não seria lógico, uma vez que a Lei de Fechamento justamente permitia o fechamento apenas em bairros estritamente residenciais. Lembra os comércios ilegais instalados nas esquinas do bairro que tiravam vantagem do erário público, pois não pagavam nem o ISS, sendo trabalhoso e dispendioso para o Município removê-los de lá. Afirma que o bairro cuida de suas áreas verdes e não impede ninguém de acessá-las, pois a área verde é do Município. Diz que a SOCIMJA, composta por cerca de 180 proprietários, é aberta a quem queira entrar ou sair, diferentemente da outra associação, que se diz representante do Apolo, conta com 16 membros e é fechada, ou seja, quem quiser participar precisa ter seu nome proposto à diretoria. Encerra, reafirmando que a associação está dentro da lei e que ele está tranqüilo com relação à sua representatividade. Agradece a todos. (aplausos) (A Secretaria Eliana diz que gostaria de lembrar, antes de ouvirmos a próxima pessoa que irá se manifestar, que irão acontecer mais três Audiências Públicas, em horários e dias diversos para que as pessoas interessadas tenham opções de participar. Lembra, ainda, da importância da leitura das Diretrizes e, se possível, também do Diagnóstico, disponível na Internet. Explica que nas apresentações feitas pelos técnicos são abordadas apenas parte das diretrizes por uma questão de tempo). Vera Lúcia de Souza (Presidente da SAB do Coqueiro) – A sra Vera Lúcia cumprimenta a todos e inicia sua fala agradecendo a oportunidade de se expressar. Como representante da SAB do Coqueiro, afirma que os moradores dos loteamentos clandestinos gostariam de ser vistos e tratados como seres humanos, nem melhores nem piores do que ninguém. Diz que o Coqueiro existe há 16 anos e sofre com a falta de regularização, pois tudo que se pede para um bairro clandestino é negado, sob a justificativa de que se trata de um bairro não regular. Considera inadmissível que um bairro onde vivem mais de trezentas famílias não tenha rede de esgoto e asfalto. Refere-se ao fato de que muitas crianças e mesmo adultos sofrem por doenças respiratórias por conta da poeira, e outras inúmeras doenças por conta das fossas, que não se consegue que sejam limpas quando cheias. Refere-se à área de proteção permanente, onde vivem 42 famílias, que um dia serão retiradas de lá, mas enquanto isso não acontece, sofrem com rachaduras em suas casas, e nem sequer fossas possuem, jogando seu esgoto à céu aberto. Pergunta onde está a preocupação da sociedade e dos órgãos do meio ambiente com essas pessoas, que pedem socorro. Afirma que não se pode esperar mais. Fala não apenas como presidente da SAB do Coqueiro, mas como cidadã, e sua preocupação é com todos os bairros clandestinos. Afirma que as pessoas que compraram seus lotes nesses bairros não tinham outra opção e querem regularizar a situação. Encerra, insistindo que não se pode esperar mais, pois são seres humanos que vivem ali. Agradece a todos e despede-se. (aplausos) Amélia Naomi (Vereadora) – A vereadora Amélia Naomi inicia sua fala registrando que a bancada do PT fez naquele dia uma representação ao Ministério Público questionando as Audiências Públicas porque o compromisso da Secretaria, assumido

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durante as 14 reuniões da primeira fase, era de que haveria quatro Audiências Públicas regionais. Diz que espera que as Audiências Públicas realmente aconteçam nas regiões. Afirma, ainda, que, infelizmente, não foram incorporadas as sugestões encaminhadas pela população na 1a fase, registradas, inclusive, nos relatórios das reuniões que estão disponíveis na Internet. Exemplifica com o caso do da discussão do Transporte Coletivo e a sugestão de um Plano Diretor de Transportes, que agora não apareceu. Considera que as diretrizes apresentadas agora para a área fazem apenas uma menção a um item que fará ainda parte da discussão da licitação de transportes, que é “estruturar a rede de transporte coletivo interligando os diversos modais”. Com relação a essa proposta, observa, ainda há divergências, e o assunto será votado pela Câmara. No que tange ao tema da Saúde, informa que a Prefeitura mandou para a Câmara o Plano Plurianual que foi votado no ano passado, sendo que em junho desse ano foram votadas várias alterações. A vereadora informa que o PT protocolou uma representação no Ministério Público, pois as alterações foram tantas que seria necessária uma outra Audiência Pública para homologar as mudanças. Afirma que lendo agora as diretrizes da Saúde, na página 14, pôde observar que 80% delas constam daquela revisão do Plano Plurianual. Cita, como exemplo, a proposta de implantação do Hospital de Clínicas da Região Norte, que não aparecia no Plano Plurianual do ano passado e apareceu na revisão. A vereadora observa, no entanto, que a proposta do Plano Diretor deveria ser para dez anos. Por outro lado, observa que não há nenhuma diretriz relacionada à implantação de um Hospital Geriátrico. Comenta que esteve no Hospital Municipal e constatou que quase 80% dos leitos estão ocupados pelos idosos, que precisam de atendimento especializado. Considera que nas diretrizes apresentadas estão as marcas da administração Eduardo Cury para dois anos. Afirma que não são diretrizes de um Plano Diretor, que devem ser de uma cidade para todos e nas quais se deve ter uma perspectiva de médio e longo prazos. Outro aspecto que gostaria de abordar, diz, é a questão dos grandes loteamentos, que ela vem questionando bastante. Refere-se ao grandes loteamentos que requerem a realização de Audiências Públicas, como o Alphaville, o loteamento da Serveng e o da Castor. Comenta que esses loteamentos, pelo seu porte, já estão direcionando o crescimento da Cidade para dez anos, e é preciso que a Prefeitura traga esses empreendimentos para uma discussão clara. Acrescenta que a Prefeitura também deveria deixar mais claro no mapa viário quais são os investimentos e as regiões de crescimento da cidade. Finaliza reafirmando a necessidade de mais Audiências Públicas e maior participação da sociedade na elaboração do Plano Diretor, como foi colocado na proposta da UNIVAP. (aplausos) (Antes de passar a palavra para o Vereador Wagner Balieiro, que irá falar em seguida, a Secretária Eliana lembra que as pessoas que assim desejarem podem fazer suas contribuições por escrito até o dia 22 de setembro às 16 horas. Essas contribuições podem ser entregues à mesa, enviadas por e-mail, aos endereços disponíveis no site da Prefeitura, ou ainda encaminhadas à Secretaria de Planejamento Urbano). Wagner Balieiro (Vereador) - O Vereador Wagner Balieiro cumprimenta a mesa e todos os presentes. Inicia sua fala comentando o debate sobre a questão da

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participação e a possibilidade de audiências nos bairros. Afirma que, para ele, essa necessidade ficou clara, inclusive porque a maior parte das discussões daquela noite foram sobre o Jardim Apolo e é preciso estender o debate para outras regiões e bairros. Afirma que, na etapa anterior, as discussões nos bairros foram boas, e existe uma expectativa da população com relação ao que ocorreu naquela fase. Observa que na apresentação que aconteceu até aquele momento, o que se viu foram um conjunto de diretrizes, mas não o Plano em si. Afirma que o que a Câmara vai votar não são aquelas diretrizes, e sim o que está apresentado nos mapas que afixados na entrada. Sugere que nas próximas três audiências o conteúdo dos mapas seja mais detalhado em seus significados, pois ali, sim, está o planejamento proposto para os próximos dez anos. Observa que, se isso não ocorrer, e só acontecerem realmente essas quatro Audiência Públicas, a discussão do Plano em si ocorrerá apenas na Câmara, entre os vereadores. Passa, em seguida, a apresentar suas contribuições com relação às diretrizes. Comenta, inicialmente, que no Diagnóstico era apresentada a questão dos vazios urbanos entre áreas já urbanizadas. Sua sugestão, que inclusive já apresentou na 1ª fase das discussões do Plano Diretor, é de que esses espaços sejam destinados à ocupação pelos Programas Habitacionais para a população de baixa renda. Outra observação que faz, e diz que gostaria de ver a questão colocada de forma clara no Plano Diretor, é com relação aos bairros que estão em área de proteção ambiental. Não está claro, afirma o Vereador, o que vai acontecer com esses moradores, com esses bairros. Cita dois bairros na APA III que se encontram nessa situação de indefinição, enquanto, segundo o que foi apresentado, já se sabe o que vai acontecer com os bairros da Vargem Grande, em condomínios de alto padrão, que não estavam em conformidade com a legislação, mas se deu um jeito e se resolveu. Acrescenta ainda, como sugestão, que sejam incluídas diretrizes de segurança no Plano Diretor. Finaliza, comentando a questão do abastecimento de água. Questiona até quando vai vigorar essa política em que o morador precisa fazer uma parceria e pagar para obter algo que, teoricamente, ele deveria ter por direito; sendo que esse morador já é uma vítima do loteamento clandestino em que mora. Como o seu tempo se esgota, o Vereador Wagner Balieiro encerra, afirmando que tem outras sugestões a fazer, que deixará para a próxima Audiência. (aplausos) Ângela Silva (Núcleo Regional Plano Diretor Participativo/ Vale do Paraíba) – A sra Ângela inicia sua fala comentando que nas Audiências Públicas feitas em outras cidades, quando se levava a campanha do Plano Diretor Participativo mostrava-se que até a década de 80 o Plano Diretor era clientelista, era pelos grandes empresários, era elaborado pelo legislativo, executivo e técnicos das prefeituras. Afirma que o que vê em São José dos Campos hoje é exatamente isso: continua-se raciocinando com o mesmo pensamento, não se levando em conta que, em 2001, a Lei 10. 257 trouxe a noção do Plano Diretor Participativo. Afirma, ainda, que a função social da propriedade deveria estar contida no Plano Diretor e, fazendo suas as palavras do Professor Gargione, indaga onde está a função social da propriedade no Plano apresentado. Diz que já havia feito esta colocação na reunião do COMAN, observando que lá a apresentação foi muito melhor e lembrando que naquela reunião

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já protestou contra o processo de discussão do Plano Diretor e o desprezo com relação à participação popular. Reclama que a discussão começou em fevereiro e só agora foi retomada, e indaga qual o sentido de se apresentar outras sugestões, se aquelas feitas na primeira fase foram ignoradas. Considera que as diretrizes apresentadas são para apenas alguns anos, como no caso da Assistência, e apenas levando-se em consideração a questão do dinheiro. A sra Ângela afirma que não se pode discutir diretrizes para dez anos com esse enfoque. Afirma, ainda, que o Plano Diretor está sendo feito para os loteadores, os grandes empreendedores, como no caso do Cambuí, que irá certamente favorecer o Carrefour; e as pessoas que serão escorraçadas de lá não estão presentes ali nem em lugar nenhum para discutir o assunto. A sra Ângela se diz preocupada com o Plano Diretor. Diz que não há discussão se as pessoas só podem falar em três minutos. Comenta que a pessoa que explanou a parte de Transportes deveria ter falado muito mais, pois trata-se do meio de locomoção das pessoas, de como vão circular na cidade nos próximos dez anos. Falou-se em metrô de superfície, mas como isso será explicado se a pessoa que apresentou falou menos de que ela própria (Ângela) estava falando Considera lamentável, triste o desprezo com que foi tratado o assunto. Diz que continuará participando, monitorando. A sra Ângela diz, ainda, que é preciso entender o que é Plano Diretor. Considera que o Plano Diretor tem, sim, que discutir problemas como o do Jardim Apolo, mas a discussão tem que ser nos bairros e por temas. Reclama, novamente, do tempo perdido entre fevereiro e setembro. Declara-se contra fechamento de bairros e diz que a discussão sobre segurança deve ser feita de forma diferente. (aplausos) A sra Ângela conclui dizendo que é preciso abordar outros pontos importantes que não viu no Plano Diretor apresentado, como a Casa Abrigo para mulheres, e pergunta quando esse tipo de tema será discutido. Pede novamente que haja discussão nos bairros e que haja discussão por temas, pouco importando se o Prefeito for cassado por improbidade administrativa, se não foi responsável quando tinha que ser. Pede que a população seja ouvida, e se o Ministério Público estiver presente que veja como cassar este Plano Diretor para que realmente haja um Plano Diretor para dez anos. (aplausos) Pedro Machado (AMA-Apolo) – O sr Pedro cumprimenta a todos e se apresenta. É formado em Direito pela UNIVAP e fala pela AMA Apolo na qualidade de morador do bairro e na qualidade de cidadão joseense. Na qualidade de morador, afirma que é cada vez maior o número de moradores descontentes com a situação do bairro que vão procurar a Associação de Moradores e Amigos do Apolo. Explica que a associação é aberta a todos, inclusive não moradores, que podem se afiliar como colaboradores, isentos de pagamento de qualquer taxa. Na qualidade de cidadão joseense, o sr Pedro diz que está ali, inclusive para que mais tarde não seja acusado de enriquecimento ilícito, porque deseja devolver para a população joseense as ruas e áreas públicas que pertencem a todos. Aproveita para convidar os presentes a passear no Apolo no fim de semana com seus cães, quando poderão verificar que a

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entrada no bairro está realmente muito restrita, sendo o ingresso liberado muito na base da aparência das pessoas. Indica o site da associação que contém várias matérias de jornais que atestam o que está afirmando. Faz um desafio ao sr Pavanelli, dizendo que se sua associação é realmente livre, que permita, então, que só se associe que assim o desejar. Afirma que o bairro existe há trinta anos e a AMA Apolo deseja que ele retorne à sua condição original. Com relação às esquinas, na Nove de Julho e São João, defende que elas possam se tornar comerciais, obviamente com restrições a determinados tipos de comércios, como bares, restaurantes, casas noturnas, bordéis e edifícios. Finaliza, dizendo que espera contar com o apoio dos representantes das secretarias da Prefeitura e dos vereadores ali presentes para que não continue a situação de aberração que existe no bairro atualmente. Agradece a todos. (aplausos) 4ª PARTE: Comentários das Secretarias Expositoras Antes de passar a palavra aos técnicos para algumas considerações, a Secretária Eliana diz que gostaria de lembrar mais uma vez que aquela era a primeira de uma série de quatro Audiências Públicas que serão feitas em horários e dias diferentes para que todas as pessoas que queiram participar possam fazê-lo. Lembra ainda a todos que, naquele Plano Diretor, não se estava mexendo em Lei de Zoneamento. Informa que a revisão da Lei de Zoneamento começará a ser discutida após a aprovação do Plano Diretor. Observa que são duas coisas bastante diferentes – Plano Diretor e Lei de Zoneamento - , embora algumas pessoas tenham feito críticas sem levar isso em consideração. Explica que o Plano traz macro diretrizes e a Lei de Zoneamento analisa cada pedaço da cidade. Referindo-se à fala do Vereador Wagner Balieiro sobre os loteamentos da Vargem Grande, afirma que aqueles loteamentos existem porque a lei assim permite. Diz, ainda, que a Prefeitura não quebra o galho, e sim faz cumprir a lei. A Secretária reforça a recomendação de que se leia o Caderno do Diagnóstico e o Caderno de Diretrizes, pois percebe que muitas pessoas se manifestaram sem ter lido os textos. Exemplifica, fazendo a leitura de um dos princípios do Plano Diretor que conta das diretrizes: “direito à Cidade para todos, compreendendo o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos ao trabalho e ao lazer”. Afirma que todos os itens constantes do Estatuto da Cidade estão presentes nas diretrizes do Plano Diretor, ou estarão no Zoneamento quando essa lei for discutida. (A Secretária de Planejamento Urbana passa a palavra aos técnicos que desejarem fazer algum comentário) (Observação: Algumas pessoas do público se manifestam nessa parte, porém, como não falaram ao microfone, suas falas não foram registradas). Oswaldo Vieira de Paula Júnior (Secretaria de Planejamento Urbano) - Diz que gostaria apenas de esclarecer alguns pontos. O primeiro deles refere-se à questão da setorização, abordada pelo Professor Gargione. Explica que a Prefeitura adota uma setorização da cidade, os chamados setores socioeconômicos que foram utilizados

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para a realização da Pesquisa de Instrumentação de 2003, que inclusive está sintetizada no Caderno do Diagnóstico, disponível na Internet. Explica que essa pesquisa, ou seja o conhecimento dos dados socioeconômicos da população, vai fundamentar o zoneamento, inclusive nos aspectos de adensamento ou não adensamento. Cita as tabelas do Caderno do Diagnóstico que apresenta o perfil da população por setor socioeconômico. Esclarece, ainda, que os setores estão ajustados de modo a se compatibilizarem com os setores censitários do IBGE. Diz que, em função do tempo que dispunha para a sua apresentação, não pôde abordar esse assunto, mas que existe uma proposta de oficialização desses setores dentro do Plano Diretor. Como segundo ponto, refere-se à questão dos bolsões urbanos, levantada pelo Vereador Wagner Balieiro. Explica que os loteamento clandestinos que estão dentro da zona urbana permanecem como ZEIS. Acrescenta que, juntamente com a Secretaria de Habitação, o que está sendo proposto é uma diferenciação dentro do zoneamento para os clandestinos que não são de baixa renda. Com a retração do perímetro urbano, esses loteamentos vão permanecer como bolsões urbanos para fins de regularização na zona rural. Finalmente, comenta sobre a questão das áreas verdes, levantada pelo sr Moraes, explicando que a política dos parques urbanos visa corrigir os desequilíbrios apresentados por algumas regiões, melhorando a condição ambiental e de lazer, e ao mesmo tempo promovendo uma renovação urbana. Com relação ao tamanho da cidade, assunto levantado pela sra Delma, o técnico da Secretaria de Planejamento afirma que o que se pretende com o macrozoneamento é delimitar o espaço físico, a área urbana ideal. Comenta que é claro que isso precisa estar associado a uma fiscalização. Observa, porém, que o crescimento de uma cidade, sob o aspecto populacional, envolve uma complexidade maior: migração, política de desenvolvimento, emprego, entre outros fatores. Clarisvan do Couto Gonçalves – Secretaria de Saúde - O representante da Secretaria da Saúde diz que gostaria de complementar o que havia dito no início, sobre o que foi observado pela Vereadora Amélia Naomi com relação ao Plano Plurianual. Explica que a área da Saúde tem uma particularidade, pois além do Plano Plurianual, que é a grande base, conta com mais dois instrumentos que são a Agenda de Saúde e o Plano de Saúde. Explica, ainda, que o Plano de Saúde é anual, e tem como base as orientações tiradas da Secretaria e das Conferências Municipais de Saúde, que ocorrem em São José dos Campos não de quatro em quatro anos, como previsto na legislação, mas de dois em dois anos. As propostas da sociedade, discutidas nas conferências, são levadas ao Conselho Municipal de Saúde e incorporadas ao Plano de Saúde. A Saúde, portanto, afirma o sr Clarisvan, tem um instrumento a mais, que não foi levado em consideração pela Vereadora. Urbano Patto – Secretaria de Meio Ambiente – O técnico da SEMEA diz que gostaria de fazer uma observação com relação ao que disse o Professor Gargione sobre usucapião urbano. Afirma que se trata de dispositivo auto-aplicável, de acordo com o Estatuto da Cidade. Outro ponto que gostaria de abordar, refere-se à intervenção da representante do bairro do Coqueiro. Afirma que considera muita sólida a sua fala em termos da situação crítica vivida hoje pela população que ocupa aquela área, com prejuízos ambientais muito sérios. Diz que, justamente, a proposta que inclui os parques lineares e a incorporação das áreas de cursos d’água para

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preservação, as diretrizes para ocupação urbana e a visão da fiscalização é de procurar garantir que no futuro isso não venha a acontecer novamente, independentemente de se tratar de loteamento clandestino ou não. 5ª PARTE: Encerramento A Secretaria de Planejamento Urbano observa que o tempo já está avançando e muitas pessoas já estão abandonando o local. Ela, então, dá por encerrada a reunião, marcando um novo encontro para a quarta-feira às 18:30 horas no mesmo local. (aplausos) (Observação: Duzentas e cinqüenta e quatro pessoas assinaram a lista de presença desta reunião.).