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Essential eyecare SILENT BUT VERY OFTEN IRREVERSIBLE, EYE DISEASES CAN BE CURBED WITH SOME PREVENTION AND BASIC CARE SILENCIOSAS MAS MUITAS VEZES IRREVERSÍVEIS, AS DOENÇAS DOS OLHOS PODEM SER MINIMIZADAS COM ALGUMA PREWeNÇÃQ E CUIDADOS BÁSICOS TEXT ANA TAVARES The saying that "the cyes are the win- dow to the soul" is more accurate than vve think. Gomplcx organs that detect lhe light and changc our perecption of clec- tric impulses, the eycs can reveal the pres- ence of other conditions, such as neurologi- cal or even orthopaedic disorders. However, amongst the countless yearly check-ups \ve have to do, our cyes are often not our first priority, meaning that many diseases go undetecíed nnfil it's too late. Specialists are quick to warn: more than glasses or prescrip- tions, there's one thing that eyes really need, and that's prevention. "I think people have this idea that if they go to thc optometrist, thcy won't Icave with- out «lasses," says Surali Nevillc, who has worked in the Optometry field lor over 20 years. "But it's a medicai examination thats just as importam as any other." adds the optometrist, who worked in the UK for inany years before opening SN & N Óptico in Lagos in 2010. Ideally, eyesight check-ups should be done every one to two years, if therc are no problems detected. For people with deterio- rating pathologies, appointments can bc made biannually or even quatterly, and with children, the recommended age for the first exam is from four years old, if there are no suspected problems or family histoiy The important thing is to ahvays go to a qualified professional: not ali optometry technicians in Portugal are lícensed in Optometry, a coursc only available at the universities of Minho ?? O ditado popular de que "os olhos são o espelho da alma"é mais verdadeiro do que se pensa. Órgãos complexos, que detectam a luz c transformam a sua percepção em impulsos eléctricos, os olhos podem acusar a presença de outras rendições, corno patologias neurológicas ou mesmo ortopédicas. No entanto, entre os inú- meros check-ups anuais que temos de fazer, são rn jitas vezes deixados para último plano, fazendo com que muitas doenças sejam detectadas tarde demais. Os especialistas deixam o alerta: mais do que óculos ou graduações, os olhos precisam de um cuidado especial - a prevenção. "Acho que as pessoas têm esta ideia de que se forem ao optometrista não saem de sem ócu- los," diz Surali Neville, que trabalha no ramo da Optometria mais de 20 anos. "Mas trata-se de um exame médico tão importante como qual- quer outro," acrescenta a optometrista, que tra- balhou vários anos no Reino Unido antes de abrir a SN &N Óptico, em Lagos, em 2010, Idealmente, os check-ups à visão deverão ser feitos anualmente ou de dois em dois anos, caso não se registem problemas. Para pessoas com pa- tologias em evolução, as consultas podem ocorrer semestralmente ou mesmo trimestralmente **

Press Review page€¦ · espelho da alma"é mais verdadeiro do que se pensa. Órgãos complexos, que detectam a luz c transformam a sua percepção em impulsos eléctricos, os olhos

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Page 1: Press Review page€¦ · espelho da alma"é mais verdadeiro do que se pensa. Órgãos complexos, que detectam a luz c transformam a sua percepção em impulsos eléctricos, os olhos

Essential eyecareSILENT BUT VERY OFTEN IRREVERSIBLE, EYE DISEASES CAN BE CURBED

WITH SOME PREVENTION AND BASIC CARE

SILENCIOSAS MAS MUITAS VEZES IRREVERSÍVEIS,AS DOENÇAS DOS OLHOS PODEM SER MINIMIZADAS COM

ALGUMA PREWeNÇÃQ E CUIDADOS BÁSICOSTEXT ANA TAVARES

The saying that "the cyes are the win-dow to the soul" is more accurate

than vve think. Gomplcx organs that detectlhe light and changc our perecption of clec-

tric impulses, the eycs can reveal the pres-ence of other conditions, such as neurologi-cal or even orthopaedic disorders. However,

amongst the countless yearly check-ups \ve

have to do, our cyes are often not our first

priority, meaning that many diseases goundetecíed nnfil it's too late. Specialists are

quick to warn: more than glasses or prescrip-tions, there's one thing that eyes really need,

and that's prevention."I think people have this idea that if they

go to thc optometrist, thcy won't Icave with-out «lasses," says Surali Nevillc, who has

worked in the Optometry field lor over 20

years. "But it's a medicai examination thats

just as importam as any other." adds the

optometrist, who worked in the UK for

inany years before opening SN & N Ópticoin Lagos in 2010.

Ideally, eyesight check-ups should be

done every one to two years, if therc are no

problems detected. For people with deterio-

rating pathologies, appointments can bc

made biannually or even quatterly, and withchildren, the recommended age for the first

exam is from four years old, if there are no

suspected problems or family histoiy The

important thing is to ahvays go to a qualified

professional: not ali optometry technicians in

Portugal are lícensed in Optometry, a coursc

only available at the universities of Minho ??

O ditado popular de que "os olhos são o

espelho da alma"é mais verdadeiro do

que se pensa. Órgãos complexos, que detectam a

luz c transformam a sua percepção em impulsos

eléctricos, os olhos podem acusar a presença de

outras rendições, corno patologias neurológicas

ou mesmo ortopédicas. No entanto, entre os inú-

meros check-ups anuais que temos de fazer, são

rn jitas vezes deixados para último plano, fazendo

com que muitas doenças já só sejam detectadas

tarde demais. Os especialistas deixam o alerta:

mais do que óculos ou graduações, os olhos

precisam de um cuidado especial - a prevenção.

"Acho que as pessoas têm esta ideia de que se

forem ao optometrista não saem de lá sem ócu-

los," diz Surali Neville, que trabalha no ramo da

Optometria há mais de 20 anos. "Mas trata-se de

um exame médico tão importante como qual-

quer outro," acrescenta a optometrista, que tra-

balhou vários anos no Reino Unido antes de abrir

a SN & N Óptico, em Lagos, em 2010,

Idealmente, os check-ups à visão deverão ser

feitos anualmente ou de dois em dois anos, caso

não se registem problemas. Para pessoas com pa-

tologias em evolução, as consultas podem ocorrer

semestralmente ou mesmo trimestralmente **

Page 2: Press Review page€¦ · espelho da alma"é mais verdadeiro do que se pensa. Órgãos complexos, que detectam a luz c transformam a sua percepção em impulsos eléctricos, os olhos

?? and beira Interior. A real optometrist can

not only determine thc typc of glasses youneed, but also do the necessary eyesight

check-ups and then refer the patient to an

opbthalmologist, neurologist or even an

orthopacdist, depending on the problemíound. An oplulialmologist is a doctor who

specialises in Ophthalrnology, and can onlywork as an ophthalmic surgeon after further

studying. So whilst thc optometrist is able to

diagnose certain conditions, they rnust

always be treated by an cyc specialist.

"Especially until the age of 20 and after 50,

people should be seen annually by a doctor,"

says Dr Carlos Moedas, an ophthalmologistat thc Hospital Particular do Algarve (HPAIin Alvor since it opened 16 years ago. Tbc

eye specialist justifies this neecl with the fact

that eye diseases are often worscncd by con-ditions such as diabetes or high blood pres-

sure. "We tnustn't forget that diabetes is thefirst cause of blindness in developed coun-

tries,' he underlines, adding that eye dis-

cases are "deceptive .

One ol the most subtle and common dis-

orders today is glaucoma, where intraocular

pressure rises and allects the optic nerve,

causing black spots to appear in the periph-cral vision. For this reason, many peopledon't notice the disease until it's too late,when they already have tunnel vision. Once

again, prevention is crucial: "If detected

early, glaucoma is very treatable, by using

drops that lovvcr the tension in the eyes,"ensures Surali Ncville. [f detected later, the

damage is irrever.sible.

"Eyesight care is essential and it's

changing." warns I.ufsa Matias de Freitas,

owner of Kykus Eyecare in Albufeira and

with a masters in Optometry and Vision ?>

?? e, no caso das crianças, a idade aconselhada

para o primeiro exame é a partir dos quat [ o anos,

se não houver suspeitas ou antecedentes fanica-

res. O importante é recorrer sempre a profissionais

qual ! ficados: nem todos os técnicos de optome-tria rio nosso país são licenciados em Optometria,um curso só disponível nas Universidades do

Minho e Beira Interior. Um verdadeiro optometris-ta pode determinar não só o tipo de óculos queprecisa, mas também fazer os check-up^ necessá-

rios à visão e depois encaminhar o paciente para

um oftalmologista, neurologista ou até ortopedis

ta, consoante o problema encontrado. Já o oftal-

mologista é um médico especializado em

Oftalmologia, que só fica apto a exercer como

cirurgião oftalmologista após ainda mais anos de

estudos. Assim, enquanto o optometrista podeaté diagnosticar certas patologias, estas terão

sempre de ser tratadas no oftalmologista.

"Sobretudo até aos 20 anos e depois dos 50,

as pessoas devem ser vistas anualmente por um

médico," garante o Dr. Carlos Moedas, oftalmolo-

gista do Hospital Particular do Algarve (HPA) de

Alvor desde a sua abertura, há 16 anos atrás.

O especialista justifica esta necessidade com

o facto de as doenças dos olhos serem muitas

vezes potenciadas por condições como a diabe-

tes ou a tensão alta. "Não podemos esquecer quea diabetes é a primeira causa de cegueira nos paí-

ses desenvolvidos," sublinha, acrescentando ainda

que as doenças dos olhos são "traiçoeiras".

Uma das patologias mais discretas e comuns

na actualidade éoglaucoma, em que a tensão intra-

ocular sobe e atinge o nervo óptico, causando pon-tos negros que começam a aparecer na periferiada visão. Por este motivo, éfrequentequeos pacien-tes não reparem na doença até já ser tarde demais,

quando a visão já está tubular. Mais uma vez, o

papel da prevenção é fulcral: "Se detectado cedo,

oglaucomaémuitotratável,atravésdousodegotas

que baixam a tensão nos olhos,"garante SuraP Ne-

ville. Detectado tarde, os danos são irreversíveis.

"Os cuidados com a visão são essenciais e

estão a mudar," alerta Luísa Matias de Freitas, pro-

prietária da KykusFyeCare, em Albufeira, e mestra-

da em Optometria em Ciências da Visão. "Como

temos maior esperança de vida, surgem doençasàs quais não estávamos habituados, como a reti-

nopatia diabética e a degeneração macular da

idade." Para além do glaucoma, cs:as condiçõessão as duas patologias mais severas do século no

que toca à cegueira, explica a optometrista.

Assim, há que estar atento a factores de risco

como os antecedentes familiares, diabetes ou ten-são alta, bem como a sintomas como visão dis-

torcida, alteração da percepção das cores e visão

de manchas ou flashes de luz. Outro importantefactor de risco é a exposição exagerada ao sol, queaumenta as probabilidades de aparecimento de

cataratas e da degeneração macular da idade

(DMI). "As pessoas aqui [Algarve] mu tas vezes não

tem noção de que vivem no sítio com mais sol da

Furopa," lembra o Dr. Carlos Moedas. "O olho émais sensível ao sol do que a pele e o sol é a ?>

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Science. "As wc have a longcr life span, dis-

eases we werent used to have appeared,such as diabetic relinopalhy and age-rrlaledmacular degencration." Bcsides glaueoma,these are Ivvo of 1 lie mosl severe diseases of

the century when it comes to blindness,

explains the optometrist.Thcrcfore. \vc must bc awarc of tlic risk

factnrs stich as family history. diabetes and

high bluod [jressure, as well as symploms like

distorted evesight, change in colour percep-tion and blurrcd vision or llashcs ol lighi.

Another important risk factor is over-

exposure to lhe sun, wíiicli increases the

appearance of cataracts and age-related mac-ular degenerai ion 'AMI)). "l\'oplc herr [in

the Algarve | very often dnn't realise that theylive in llie place wiih lhe mosl sun in

Europe, Dr Carlos Moedas points out. "The

eyc is more sensitivo to the snn than the skin,

and the sun is the mam cause of AMD." Ver)'often put down to age, AMD destroys the

central vision arca, making tasks likc thrcad-

ing a needle or simpty reading impossible.Therefore the best protection is avuidíng

prolongcd sun expostire. especially between

1 lam and 4pm, as well as wearing sunglass-

cs ali vear rotind and a vvide brim hat.

"(liasses must have UV protection and

shades ol brown are the best lilters, iollowed

by blaek and green. (Irey isn't an elleel ive I il-

ter,' says Luísa Matias de I reitas. "On the

beaeh, glasses also protect you from the sand

on windy days, which can cause scratches on

the córnea," adds Surali Nevillc. " Thanks to

LU regulations, even the cheapest sungluss-

es have UV proleclion in Ktirope. Bui when

buying from a Street vendor, vve don't know

what we re actually buying,'

warns the owncr

of SN1 & X Óptico.Although Ophthalmology has secn dra-

malie progress in recent years, parlieularly in

the diagnostic and therapeutie field, many

?? patients still sec laser treatment as the

tiltimatc "magic uand . Laser is cifective in

the treatment and curhing of certain disor-

ders, such as lovv myopia. ocular diabetes

and prematuro glaucoma, but the rcsults

arciVt as immcdiate as pcople think (going to

work 011 the sarne day isn't recouiuieruled,

for example), and the postoperative is

suioolh bui nol inexislenl. l)r Carlos

Moedas also notes that there are other alter-

natives for patients wíth fragile córneas or

with high myopia prescriptions, astigmatism

orfarsightcdness: implantable contact Icnses,

in which l IPA is a pioneer.In facL laser surgery in short-sighted

patients should only bc dono after thcir pre-

scription is stabiliscd and prcferably alter the

age of 20, in mild or moderate cases. "Laser

treatment is effective," says the cye spccial-

isí, "bui il lias to he used earelully, in lhe

right places, by the right people". ¦

??¦ principal rausa da D Ml." Muitas vezes encaia-

da como algo próoro da idaac, a DMI destrói a

zona centra! da visão, tomando impossíveis ta-

refas como enfiar uma fnha na agulha ou, sim-

plesmente, ler. A melhor medida de protecção é

por isso evitar a exposição exageada ao sol, espe-

c'almente entre as 11 lie as 16h, bem como o uso

de óculos de sol ao longo de todo o ano c de cha

péus com abas. "Os óculos deverão ter protecção

UV e os melhores filtros são os de tons casrarihos,

seguidos dos pretos e verdes. 0 cinzento não é

um fltro eficaz," diz I uísa Matias de Freitas. "Na

praia, os óculos também protegem da areia em

dias de vento, que pode provocar arrannões na

córnea." comenta a nda Surali Neville. "Graças às

regulações da LiYão Europeia, mesmo os óculos

ma s baratos já têm protecção UV na Europa, (vias,

quando compramos óculos a urr vendedor de

rua, não sabemos o que estamos a comprar,"

alerta a oplcnelnsta da SN & N Óptico.

Apesa' de a Oftalmclog :

a ter tido avanços

dramáticos nos últimos anos, sobretudo no campodo diagnostico e terapêutica, muitos pacientes

ainda encaram o laser como o cerraceiro "passe

de mágica" 0 lase' é eficaz no tratamento e trava-

gem de cetas patologias, como baixas miopias,

diabetes ocular e glaucoma precoce, mas os

resultados não são tão imediatos como as pes-

soas pensam (ir trabalhar no mesmo dia não é

aconselhado, por exemploi e o pós-operató''o é

suave mas não inexistente. O Dr. Carlos Moedas

recorda ainda que existem outras alternativas

pa r a pacientes comi a córnea fragilizada ou com

altas deptrias de miopia, astigmaísmo ou h'per-

rnelrorjia: as lentes de contacto implantáveis,

solução na qual o HPA é pioneiro. Aliás, a cirurgia

aser em pacientes com miopia só deverá ser fe ta

depois de esta se enconfar estabilizada e, de pre

ferência, após os 20 anos de idade, em casos de

gravidade ligeira ou moderada. "O laser é eficaz,"

diz o especialista, "mas tem de ser usado criterio-

samente, nos sítios certos, pelas pessoas certas" ¦