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Agricultura

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Podem ser pequenos e parecerinofensivos, mas dão mais doresde cabeça aos humanos do quea maioria dos animais. O i dá-ttie

a conhecer os bichos que matamas nossas culturas

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Bichos. As pragasagrícolas são

uma dor de cabeça

Eles chegam sem avisar. Quando menos se espera, atacam as culturas

agrícolas e os estragos são catastróficos. As vezes, não há remédio ouarmadilha que nos valham. As dores de cabeça são muitas. Conheça

alguns dos bichos que assombram os agricultores portugueses

São bichos, bichinhos e alguns só sabe-

mos que chegaram depois dos estragosestarem feitos. Ninguém os convida,mas eles vêm e teimam em ficar. Os

prejuízos são imensos, as ajudas mui-to poucas. Uns culpam a globalização,outros as mudanças climáticas. O i apre-senta-lhe alguns dos predadores das

nossas culturas.

[email protected]

PSILA AFRICANAQOS CITRINOSE um inseto picador-sugador que temcomo hospedeiros exclusivos plan-tas da família das Rutáceas, cultiva-das e espontâneas, entre as quais os

citrinos.Este bichinho tem uma especial pai-

xão pelos limoeiros e limeiras, embo-

ra também se encontre nas laranjei-ras, tangerineiras, toranjeiras e cun-

quates.Quanto aos estragos do Psila Africa-

na, as folhas infestadas ficam distorci-

das, atrofiadas, encarquilhadas e adqui-

rem colorações amarelas, o que leva

ao enfraquecimento da planta e à que-bra de produção, não apenas a nívelda quantidade mas também da quali-

dade. Foi observado pela primeira vez

na Europa em 1994, na Ilha de PortoSanto (Madeira) e mais tarde, em 2002,nas Ilhas Canárias. Só em 2014 foi iden-

tificado na Europa Continental, em

dezembro na província de Pontevedra,

na Galiza em Espanha e em 201, em

Portugal, na região do Grande Porto.

A TRAÇA DA UVAA traça da uva, Lobesía botrana Denis &

Schiffermúller é uma das mais antigasdores de cabeça para os agricultores por-

tugueses. Considerada a principal pragadas vinhas da Região Demarcada do Dou-

ro (RDD), afeta drasticamente a economia

local com os prejuízos que origina AJém

dos estragos diretos provocados pelas lagar-

tas, os estragos indiretos assumem parti-cular relevo. Este bicho causa a destrui-

ção parcial ou total dos botões florais, a

destruição parcial dos cachos com redu-

ção do peso de colheita e a alteração da

composição dos bagos por desenvolvimen-

to de podridão cinzenta, com a consequen-

te perda de qualidade. A nocividade da tra-

ça da uva está muito ligada às condições

climáticas e microclimáticas do local onde

se desenvolve, sendo variável segundo as

regiões e os anos. Assim na RDD, a praga

apresenta de forma geral elevada nocivi-

DROSÓFILADE ASAS MANCHADASExistem moscas aborrecidas mas esta

é do piorio. Espécie oriunda do Japão,onde é vulgarmente conhecida como"mosca da cereja", foi identificada pela

primeira vez na Europa em 2008 e em

Portugal em 2012. A Drosophila suzukii

infesta uma grande diversidade de fru-tos, sobretudo os de pequena dimen-são. Existem registos de danos signifi-cativos em morangos, mirtilos. amo-

ras, framboesas, cerejas, ameixas,pêssegos e damascos. Também podeocorrer em uvas, figos, dióspiros e kiwis.

Esta mosca é bastante especial, já queos danos primários são causados pelasfêmeas que perfuram a superfície do

fruto para colocar os ovos e, posterior-mente, pelas larvas que se alimentamda polpa. O fruto infestado pode colap-sar alguns dias após a postura. É a úni-

ca do seu género capaz de causar danos

em frutos sãos, ao efetuar a posturanos mesmos, ao contrário das outras

espécies que colocam os seus ovos em

frutos já em decomposição ou numestado de maturação muito avançado.Destacam-se como medida de preven-

dade no Baixo Corgo, moderada nocivida-

de no Cima Corgo e reduzida nocividade

no Douro Superior.

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ção a limpeza da parcela. Retirar todosos frutos já maduros ou sobre madu-ros que não foram colhidos para comer-cialização e os infestados e manter osolo limpo de restos de frutos é cru-cial para manter uma desejável baixadensidade da população.

MOSCA DA AZEITONA0 azeite português é bom e a nossagastronomia agradece, mas há um ini-migo da oliveira que não dá sossegoaos agricultores por terras lusas. Amosca da azeitona (Bactroccra oleae)é o principal inimigo da oliveira e dosolivicultores. Esta praga encontra-sepor toda a bacia do Mediterrâneo emais recentemente chegou à Américado Norte e Central. No Entre Douro e

Minho, tem vindo a expandir-se, emparte como resultado do abandono dacultura da oliveira e da não apanha daazeitona, fator que, de ano para ano,favorece o aumento das populações. Anão serem tomadas medidas para oseu controlo, a mosca da azeitona podeprovocar sérios prejuízos aos novosolivais que têm sido plantados no EntreDouro e Minho e que vão começandoa entrar em produção. A atividade dalarva no interior da azeitona afeia oseu desenvolvimento e provoca a sua

queda prematura. Azeitonas de mesasão desvalorizadas pela simples pica-da de postura da mosca, e os prejuízospodem ser totais. Azeitonas atacadaspela mosca dão origem a azeites áci-dos e com índices elevados de peróxi-dos. Grande parte da colheita pode serperdida, pois as azeitonas caem pre-maturamente e apodrecem.

MOSCA DOMEDITERRÂNEOAs moscas não se medem aos palmos, esta

pequena destruidora leva tudo à frente.Ataca os frutos de variadíssimas espéciesfruteiras - pêssegos, damascos, nectari-nas, maçãs, pêras, laranjas, tangerinas,figos, dióspiros, nêsperas, uvas e muitosoutros - e pode causar a perda total daprodução.

O combate a uma praga deste tipo sótem sucesso se for organizado coletiva-mente pelos produtores, sobretudo atra-vés das associações e contando com o

apoio técnico-científico dos serviços públi-cos. O controlo da mosca do Mediterrâ-neo torna-se muito difícil se apenas umou outro produtor isolado fizer os trata-mentos necessários, pois a mosca passamuito facilmente e com grande rapidezde uns pomares para os outros e mes-mo de umas regiões para as outras.

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Os prejuízostambém sãouma praga.Quem acodeaos agricultores?

As contas sãodolorosas. Algumasresultam em menos50 mil eurosde produção.Os agricultores levamas mãos à cabeça masas soluções estão longeda vista e do coração.A agricultura é a baseda economia de algunsconcelhos, o queacontece quandoas pragas sãoincontroláveis?

[email protected]

No norte do país, bem junto ao Douro,há um concelho cheio de agricultores a

roer as unhas. Em Resende, famílias intei-

ras dependem da produção de cereja e,

no mês de junho, milhares de pessoasdeslocam-se todos os anos ao Festival

dedicado àquele fruto. Mas no ano pas-

sado "quase não houve cereja", garante

Alípio da Fonseca. 0 produtor de cerejada velha guarda do concelho resenden-

se diz sentir-se "frustrado".

A produção do ano passado sofreu uma

queda de 50%. "Estamos todos em pâni-

co a tentar perceber como é que se pode

lidar com isto". As previsões, segundo os

que trabalham a terra todos os dias, é

que este ano a praga da Dmsophila SvaxM

irá ser ainda pior. A mosca oriunda do

Japão que destrói tudo o que é cultura

de pequenos frutos chegou para ficar.

Alípio tem, no entanto, esperança que o

inverno tenha estado do lado dos queproduzem cereja. "O inverno cá em cima

foi frio e ela pode ser que esteja mais fra-

ca este ano. Eu tenho as armadilhasexpostas e ela não está a cair, tudo indi-

ca que está adormecida".Elizabete Figueiredo, professora do Ins-

tituto Superior de Agronomia, explicaque os meios de proteção preventivos

assumem maior relevância nesta praga.A utilização de armadilhas (dispositivoe isco) poderá ser utilizada para captu-ra em massa e, combinada com os cui-dados essenciais de manutenção da cul-

tura, nomeadamente retirada de frutosmaduros e a limpeza do solo, deverá pro-duzir resultados. Segundo a docente, o

grande problema no combate a esta pra-

ga é o facto de não existirem comporta-mentos generalizados por parte de todos

os produtores no que toca à proteção das

culturas com meios de prevenção:"Enquanto não se mudar a forma de

negócio com que os produtores lidam

com os seus trabalhadores, em que pas-

sem a ser pagos não só pelas horas de

trabalho / peso do fruto, mas sim sobre

a qualidade do fruto que apanham, isto

não vai mudar".

"VENDEU-SE CEREJA ESPANHOLA EM VEZ

DA NOSSA" Alipio da Fonseca tem sido

muito atívo na procura de respostas paracombater a Drosophila Susukii e sente-

se revoltado por os produtos fítofarma-

"Quem nos dera queos seguros ajudassem

com as crisesclimatéricas, quanto

mais falar nas pragas..."

A mosca oriundado Japão que destrói

tudo que é culturade pequenos frutos

veio para ficar

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As pragas agrícolas,juntamente coma aleatoriedade

da metereologia, são umpoderoso inimigo

das culturasSHUTTERSTOCK

cêuticos homologados para o combateà praga, em Portugal, chegarem sempreatrasados em comparação com os outrospaíses da Ur ião Europeia. "Estes não sãoeficientes. Nós já somos pobres, mas senos dificultam a luta contra este tipo deprejuízos, fica muito difícil conseguir-mos trabalhar. No ano passado vendeu-se cereja esp anhola em vez de se vendera nossa, eles tem produtos homologadosque a União Europeia permite e nós não,e ninguém percebe porquê".

A associaçíio Douro Dinâmico chegoua enviar um pedido de autorização paraaplicação do;s outros produtos ainda nãohomologados em Portugal, mas este foirecusado pé as entidades,

João Mact ado, presidente da Confe-deração dos Agricultores de Portugal,explica que o facto da União Europeiareduzir a lisia de fitofármacos permiti-dos no combate às pragas dificulta emmuito a vida dos produtores portugue-ses. E quando abordado sobre as homo-logações do nosso país, afirma: "Este ésem dúvida um problema. As homolo-

gações em Portugal acabam sempreatrasadas porque somos um país peque-no e a nível de concorrência estamossempre em desvantagem".

QUEM paga os prejulzos? Alípio senteque nada c feito pelos produtores. No

último ano, o prejuízo final da produçãode cereja do agricultor de Resende foide 50 mil euros. Elisabete Figueiredoavisa que, normalmente, este tipo de pre-juízos não são protegidos por seguros:"Quem nos dera que os seguros ajudas-sem com as crises climatéricas, quantomais falar nas pragas...".

João Machado afirma porém que "tudodepende da cultura de que se está a falar,porque há seguros que cobrem prejuí-zos relacionados com pragas agrícolas,ainda que não exista nenhum específi-co para as mesmas". Para Machado, as

pragas activas em Portugal são já sufi-cientemente antigas e estão estáveis hátempo suficiente para que os danos pro-vocados possam ser previsíveis.

A presidente da Douro Dinâmico, Ale-xandra Janela Pires, por seu turno, reve-la-se preocupada. A engenheira teme queos agricultores possam "no meio do deses-

pero, usar produtos ilegais para o com-bate a este tipo de inimigos". Mas a ver-dade é que "ninguém sabe como ganharesta luta". Haverá alguém que os acuda?

"As homologaçõesacabam sempre

atrasadas porquesomos um país

pequeno"

"O meu medo é queno meio do desesperousem produtos ilegais

para combate a este tipode inimigos"

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