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TECNOLOGIA As sete competências mágicas Adepta de uma nova mentalidade de gestão, a Yunit reinventa-se constantemente na capacidade de colocar a inovação ao serviço das necessidades dos clientes. Texto Sara Fonseca. Foto Giorgio Bordino O Ricardo Gonçalves Pereira recorda-se bem da intervenção de Gary Hamel, no World Management Fórum, a que assis- tiu em Madrid, em 2010, a propósito das mudanças necessárias nos paradigmas de gestão. "Nós somos assim: não temos um core business. Temos, sim, um conjunto de competêneias base a partir das quais vamos criando empresas com determina- do tipo de core businesses" , explica o CEO da Yunit ao definir a empresa que dirige. Participada pela Caixa Geral de Depó sitos (CGD), BES e Portugal Telecom (PT), a Yunit resulta da fusão entre a Pmelink e a Tradecom, ambas lançadas em 2001, no final da 'bolha das dotoom', quando em Portugal ainda se acreditava em pro- jetos capazes de aproveitarem o potencial da internet. "Na altura, criou-se um comi- de direção entre BES, CGD e PT, em que qualquer uma das entidades podia propor iniciativas, cabendo aos restantes a deci- são de aderirem ou não, e em que pro- porção", explica. A Pmelink, direcionada para empresas, nasceu de uma proposta do BES à qual as restantes aderiram, assim como a Tradecom, que tinha, no entanto, uma base mais tecnológica. À semelhança do contexto interna- cional - em que foram raras as exceções que conseguiram vingar -, dois anos mais tarde concluiu-se que os mode- los de negócio criados não eram viáveis. Impunha-se a questão: como aproveitar o potencial de ambas? "Tínhamos recur- sos humanos com bastante capacidade de pensar sobre as coisas, assim como um conjunto de processos muito bem monta- do", continua Ricardo Gonçalves Pereira, que havia assumido a Pmelink à data. A resposta encontrada foi precisamente a fusão, com sucesso, na Yunit, que assu- me o seu ADN tecnológico, utilizando a internet como ferramenta para potenciar negócios. A bordo continuaram os três acionistas que ainda hoje são parte fun- damental da estrutura da empresa, que evoluiu de comercializadora de produtos para fornecedora de serviços, ajudando outras empresas a melhorarem os seus processos de compra e venda. "A matriz base de competências manteve-se", conti- nua o CEO. "Embora hoje tenhamos pou- co a ver com o que éramos na altura." # A EMPRESA Soluções por medida A criatividade é o limite num vasto portefólio de serviços disponibilizados Fundação: 2003 Acionistas: Caixa Geral de Depósitos, Banco Espírito Santo e Portugal Telecom. Colaboradores: Mais de 100 em Lisboa, Porto e Coimbra. Áreas de negócio: Coporate, renováveis, comunicação e 4U. Serviços: Soluções inovadoras que ajudem à otimização dos processos de compra e venda das empresas nos mais variados sectores. Clientes: Hyundai, Ministério da Educação, Hotéis Tivolí, Banco Popular, Lavazza, grupo Chamartin, Lexmark, Sport Lisboa e Benfica, entre outros. Cultura: Metas definidas por projeto, com equipas independentes, num clima de flexibilidade total. Ricardo Gonçalves Pereira. CEO, nao tem dúvidas, quanto à importância da flexibilidade e do apoio dos acionistas no alcance das metas Em busca constante São precisamente as sete competências fundamentais (capacidade de negocia- ção, de catalogação, de transacionalidade, gestão de pagamentos, gestão operacional, tratamento de informação e capacidade de gestão de projetos) que a Yunit apli- ca a cada um dos seus diferentes negó- cios. A empresa está hoje subdividida em quatro áreas distintas, cada uma com a sua vertente específica de atuação: copo- rate (especializada em soluções de ?

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Page 1: Press Review page - clipquick.com€¦ · vamos criando empresas com determina-do tipo de core businesses", explica o CEO da Yunit ao definir a empresa quedirige. Participada pela

TECNOLOGIA

As sete competênciasmágicasAdepta de uma nova mentalidade de gestão, a Yunit reinventa-se constantemente na capacidadede colocar a inovação ao serviço das necessidades dos clientes. Texto Sara Fonseca. Foto Giorgio Bordino

O Ricardo Gonçalves Pereira recorda-sebem da intervenção de Gary Hamel, noWorld Management Fórum, a que assis-

tiu em Madrid, em 2010, a propósito das

mudanças necessárias nos paradigmas de

gestão. "Nós somos assim: não temos umcore business. Temos, sim, um conjuntode competêneias base a partir das quaisvamos criando empresas com determina-do tipo de core businesses"

, explica o CEOda Yunit ao definir a empresa que dirige.

Participada pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), BES e Portugal Telecom (PT),a Yunit resulta da fusão entre a Pmelinke a Tradecom, ambas lançadas em 2001,

já no final da 'bolha das dotoom', quandoem Portugal ainda se acreditava em pro-jetos capazes de aproveitarem o potencialda internet. "Na altura, criou-se um comi-té de direção entre BES, CGD e PT, em quequalquer uma das entidades podia proporiniciativas, cabendo aos restantes a deci-são de aderirem ou não, e em que pro-porção", explica. A Pmelink, direcionada

para empresas, nasceu de uma propostado BES à qual as restantes aderiram, assim

como a Tradecom, que tinha, no entanto,uma base mais tecnológica.

À semelhança do contexto interna-cional - em que foram raras as exceções

que conseguiram vingar -, dois anosmais tarde concluiu-se que os mode-los de negócio criados não eram viáveis.

Impunha-se a questão: como aproveitaro potencial de ambas? "Tínhamos recur-sos humanos com bastante capacidade de

pensar sobre as coisas, assim como umconjunto de processos muito bem monta-do", continua Ricardo Gonçalves Pereira,

que havia assumido a Pmelink à data. A

resposta encontrada foi precisamente a

fusão, com sucesso, na Yunit, que assu-me o seu ADN tecnológico, utilizando a

internet como ferramenta para potenciarnegócios. A bordo continuaram os trêsacionistas que ainda hoje são parte fun-damental da estrutura da empresa, queevoluiu de comercializadora de produtospara fornecedora de serviços, ajudandooutras empresas a melhorarem os seus

processos de compra e venda. "A matrizbase de competências manteve-se", conti-nua o CEO. "Embora hoje tenhamos pou-co a ver com o que éramos na altura."

# A EMPRESA

Soluçõespor medidaA criatividade é o limite num

vasto portefólio de serviços

disponibilizados

Fundação: 2003Acionistas: Caixa Geral de

Depósitos, Banco Espírito Santo

e Portugal Telecom.

Colaboradores: Mais de 100em Lisboa, Porto e Coimbra.

Áreas de negócio: Coporate,renováveis, comunicação e 4U.

Serviços: Soluções inovadoras

que ajudem à otimização dos

processos de compra e vendadas empresas nos mais variados

sectores.

Clientes: Hyundai, Ministério

da Educação, Hotéis Tivolí,Banco Popular, Lavazza, grupoChamartin, Lexmark, Sport Lisboa

e Benfica, entre outros.

Cultura: Metas definidas

por projeto, com equipasindependentes, num climade flexibilidade total.

Ricardo Gonçalves Pereira. CEO, naotem dúvidas, quanto à importância

da flexibilidade e do apoio dosacionistas no alcance das metas

Em busca constanteSão precisamente as sete competênciasfundamentais (capacidade de negocia-ção, de catalogação, de transacionalidade,gestão de pagamentos, gestão operacional,tratamento de informação e capacidadede gestão de projetos) que a Yunit apli-ca a cada um dos seus diferentes negó-cios. A empresa está hoje subdividida em

quatro áreas distintas, cada uma com a

sua vertente específica de atuação: copo-rate (especializada em soluções de ?

Page 2: Press Review page - clipquick.com€¦ · vamos criando empresas com determina-do tipo de core businesses", explica o CEO da Yunit ao definir a empresa quedirige. Participada pela

? compras para empresas), comunica-

ção (agência de marketing digital focada

em comunicação on-line), renováveis

tque ajuda os clientes a reduzirem custos

energéticos) e 4U (que absorveu o negócio

originário da Pmelink e cuja loja on-line

continua a ser líder nacional). "Um dos

nossos maiores desafios é que trabalha-

mos por projeto. Temos uma componenterelativamente baixa de receitas recorren-

tes, o que nos obriga a estarmos continua-

mente atentos ao mercado e a propor o

que for mais adequado a cada momento",

explica Ricardo Gonçalves Pereira. Não

estar parado e manter a cabeça erguida na

deteção continua de novas oportunidade é

o lema da Yunit, que lançou em 2011 novas

ofertas em todas as frentes (veja caixa).A empresa optou por uma lógica de

teoria de gestão da carteira, ou seja, não

ter uma "estrela", mas,, sim ofertas quefuncionem melhor ou pior, mas que

garantam sempre a nossa sustentabilida-

de. "I listoricamente somos uma empresa

que deu prejuízo durante bastante tem-

po, até 2007. Apenas somámos lucros pela

primeira vez em 2008, por isso, sabemos

bem que, ou nos reinventamos constan-

temente, ou nada funciona."

Ao sabor da flexibilidade

Esta capacidade de procura e adaptação às

necessidades momentâneas de mercado

só é possível graças a uma estrutura orgâ-nica dotada de grande flexibilidade. O ano

2011 caracterizou-se tanto pelo lançamen-to de novos projetos, como pela anulaçãode negócios e, embora terminem o ano

praticamente com o mesmo número de

colaboradores, a Yunit sofreu alteraçõesem um terço da sua estrutura.

Ricardo Gonçalves Pereira não temdúvidas de que cada projeto exige hojeum esforço de vendas muito superior do

que há um ou dois anos, até porque a pre-disposição dos clientes para investirem é

bastante mais reduzida, dados os receios

quanto ao atual contexto económico.

Mas nada que desmoralize a equipa da

Yunit. Todos sabem que a forma de estar

e trabalhar tem de ser diferente. "Antes

pediam-nos que os ajudássemos a ope-racionalizar projetos para aumentar as

vendas, hoje querem sobretudo reduzircustos." A empresa sente que, para aju-dar os outros, foi retirada da sua zona de

conforto, tal como todas a grande maioriado tecido económico nacional, indepen-dentemente da área de atuação, no entan-to este desafio não é olhado como umadificuldade. "Estamos numa maratona e

sempre a sprintar. É de facto cansativo,

mas não nos podemos esquecer de que,no fim deste sprinl, convém não ter esgo-tado todas as energias e sacrificado algo

que nos impeça de chegar ao final, pois a

corrida continua."

Segundo o CEO, a lógica de modelos

de negócio abertos conta com o apoiototal dos três acionistas, com cada umdos grupos a ter responsáveis de acom-

panhamento do que é feito. "Desde quedemonstremos valor, CGD, BES e PT são

recetivos a cooperantes."

Projetar o futuro

Subjacente a cada uma das áreas está a

Yunit Serviços, responsável pela delinea-

ção da estratégia futura. E 2012 não será

muito diferente de 2011, com grande enfo-

que em fazer crescer os projetos lançadosrecentemente. "Estamos também a criarredes de agentes Yunit pelo país fora, emcada uma das áreas, numa tentativa de

descentralização do negócio em Lisboa

e no Porto", avança Ricardo GonçalvesPereira. Com os pés bem assentes na Ter-

ra, a empresa não tem grandes expectati-vas de resultados para os próximos meses,

que acredita serem de enrijecimento, comcontrolo de custos e fomento de criativi-dade. A internacionalização está, parajá, descartada a curto prazo, mas não a

possibilidade de alguns dos investimen-tos recentes se poderem tranformar em

spin-offs levando à criação de outras áreas

de negócios."Não é fácil ser diferenciador e inova-

dor, sobretudo trazendo um lastro de pre-juízos significativos, mas o balanço é até

agora muito positivo. É com orgulho queestamos a contribuir com a nossa quota

parte para criar valor para Portugal e paracriar uma mentalidade de gestão que não

esteja instalada", conclui. O

Esta iniciativa resulta de uma parceria entre a

EXAME e a Espírito Santo Ventures para divulgarcasos de sucesso e promover a inovação do

tecido empresarial português. As empresas foramescolhidas pela EXAME e pela Espirito Santo

Ventures de entre as várias participadas por esta.

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