32
1 FRANCIELLE SCORPIONI BARBOSA PREVALÊNCIA DE PRÓTESES TOTAIS EM UMA ÁREA DE PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE POTIRENDABA – S.P. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 2010

PREVALÊNCIA DE PRÓTESES TOTAIS EM UMA ÁREA DE PROGRAMA DE ... · Realizaram um estudo das condições de saúde bucal de idosos que freqüentam os grupos da terceira idade da unimed

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1

FRANCIELLE SCORPIONI BARBOSA

PREVALÊNCIA DE PRÓTESES TOTAIS EM UMA ÁREA DE PROGRAMA DE

SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE POTIRENDABA – S.P.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

2010

2

FRANCIELLE SCORPIONI BARBOSA

PREVALÊNCIA DE PRÓTESES TOTAIS EM UMA ÁREA DE PROGRAMA DE

SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE POTIRENDABA – S.P.

Monografia apresentada à Etec do Centro

Paula Souza Philadelpho Gouvêa Netto para

obtenção do diploma de Técnico em

Laboratório de Prótese Dentária sob a

Orientação do Prof º. Gustavo Cosenza

Botelho Nogueira.

São José do Rio Preto

2010

3

Dedico este trabalho a Deus,

aos meus pais Ademiltom e Roseneide;

e a minha irmã Geisielli.

4

Agradeço a colaboração do enfermeiro Janderson, do Programa de Saúde da

Família Antônio Abdalla Netto, as agentes comunitárias de saúde: Adriana Perpétua

Fortunato, Andréia Cristina Nobile, Estela Balsarini da Silva e Mara Giselda de

Souza Carneiro.

5

“Cuidado por onde andas, pois é sobre os meus sonhos que caminhas.”

Carlos Drummond de Andrade

6

Resumo

Este estudo foi realizado em um área que abrange um programa de saúde da família

com estratégia de saúde bucal, com o intuito de quantificar as pessoas com mais de

sessenta anos que fazem uso de prótese total, para isso foi aplicado um

questionário no qual foram feitos dados estatísticos para avaliar a porcentagem da

população usuária de prótese total.

7

Abstract

This study was conducted in an area covering a program of family health strategy for oral health in

order to quantify the over sixty that make use of dentures, for this was applied a questionnaire in

which they were made statistical data to assess the percentage of population using denture.

8

Lista de Gráfico:

Gráfico 1: porcentagem de participação dos homens e mulheres no estudo.

Gráfico 2: faixa etária dos homens participantes.

Gráfico 3: faixa etária das mulheres participantes.

Gráfico 4: Faixa etária do início da perda dentária.

Gráfico 5: variações do tempo de uso de prótese total.

Gráfico 6: motivo da escolha da prótese total.

Gráfico 7: variação de anos da utilização da mesma prótese total.

Gráfico 8: tipo de prótese encontrada na população pesquisada.

9

Lista de abreviaturas

SUS: Sistema Único de Saúde.

CPOD: Dentes Cariados, Perdidos e Obturados.

PIP: Perda de Inserção Periodontal.

PT: Prótese Total.

PTS: Prótese Total Superior.

PTI: Prótese Total Inferior.

FACS: Faculdade de Ciência da Saúde.

UNIVALE: Universidade Vale do Rio Doce

UNIMED: União dos Médicos.

10

SUMÁRIO

Resumo........................................................................................................06

Abstract ........................................................................................................07

Lista de Gráficos ..........................................................................................08

Lista de Abreviaturas....................................................................................09

1.0 Introdução ..............................................................................................11

2.0 Revisão de literatura ..............................................................................14

3.0 Objetivo ..................................................................................................16

4.0 Metodologia ........................ ...................................................................16

4.1 Local do estudo ......................................................................................16

4.2 População e amostra .............................................................................17

4.3 Critérios de inclusão...............................................................................17

4.4 Variáveis de interesse do estudo ...........................................................17

4.5 Período do estudo ..................................................................................17

4.6 Procedimento para coleta dos dados e instrumento para coleta............17

4.7 Cronograma ...........................................................................................18

4.8 Tabela de custo......................................................................................18

4.9 Compilação dos dados...........................................................................19

4.10 Apresentação dos dados......................................................................19

5.0 Aspectos Éticos......................................................................................19

6.0 Resultados .............................................................................................20

7.0 Discussão...............................................................................................25

8.0 Conclusão ..............................................................................................27

9.0 Referências ............................................................................................28

10.0 Anexo 1 ................................................................................................31

10.0 Anexo 2 ................................................................................................32

11

1.0 Introdução

As ações de cuidado à saúde bucal, historicamente, têm sido estruturadas

como uma prática caracterizada pelo curativismo. A alta incidência de perdas

dentárias é uma realidade que a população dos países subdesenvolvidos e em

desenvolvimento enfrenta apesar de todo avanço da odontologia (Moyses & Watt

2000)19.

No Brasil, os primeiros dados a respeito da condição de saúde bucal

foram apresentados no levantamento epidemiológico de 1986 (Brasil. Ministério da

Saúde 1988)2, retratando o resultado de uma prática de extrações em massa e com

necessidade de reabilitação com prótese dentária (Pinto 1988)20. Que impulsionada

por fatores sociais e econômicos criou a cultura da extração como melhor opção,

culminando em um modelo curativo mutilador que se transformou em opção única

para aqueles que não tinham condições de financiar os serviços de tratamento

(Mendes 1985)17, ( Pinto 1997)21.

Estudos de epidemiologia clássica em saúde bucal têm fornecido dados

sobre as condições bucais da população e suas necessidades de tratamento, e

apontaram à cárie e a doença periodontal como as doenças mais prevalentes e

responsáveis pela maioria das perdas dentárias (Löe & Brown 2000)16.

A perda dentária altera a homeostase do sistema estomatognático devido

à modificação de parte do esqueleto facial, associado a perca de osso alveolar e

resposta neuromuscular, interferindo na realização das funções de mastigação,

deglutição e fala. As próteses dentárias retratam a possibilidade de melhora na

realização dessas funções e do restabelecimento da estética, porém a adaptação

das próteses requer cuidados, uma vez que a modificação morfofuncional pode

dificultar a acomodação e estabilidade, principalmente nos casos de próteses totais

(Cunha et al 1999)8, (Fazito et al 2004)12.

Sabe-se muito pouco sobre a história da PT. A descoberta da primeira

prótese total existente foi em 1927, durante a ampliação de uma via pública, o

governo japonês mandou remover parte de um cemitério em Tóquio onde foram

encontrados restos mortais de 12 gerações da família Yagyu. Em uma urna

cerâmica, havia uma dentadura, que pertenceu a Hidam Nokami Yagyu, um famoso

samurai. A base da dentadura foi feita em madeira “tsuguê”, árvore nativa do Japão,

de grande resistência e utilizada até hoje na fabricação de pentes. Os dentes foram

12

produzidos com pedra-de-cera, algo parecido com a nossa pedra-sabão

(Dentadura)9.

Na grande maioria dos países desenvolvidos, como também dos países

em desenvolvimento, a população de idosos está em crescimento contínuo, recentes

estudos sobre a população idosa no Brasil vem apontando a transição demográfica

do país onde ocorre um envelhecimento populacional rápido, que tem causado

grande impacto na qualidade de vida da população, aumentando a prevalência de

doenças crônico degenerativas e consequentemente aumentando a procura nas

unidades de saúde, refletindo essa tendência também na saúde bucal (Chaimowicz

1997)5, (Colussi & Freitas 2002)6,( Rosa et al 1992)23.

A preocupação com a saúde bucal dos idosos, não se restringe ao Brasil,

mas também em vários países onde ocorre a transição demográfica, e a cárie pode

ser considerada o principal problema de saúde bucal das pessoas com mais de 60

anos (Ettinger 1993)11.

Paralelamente a esse quadro mundial o Brasil vem se reorganizando em

torno das suas ações de saúde, iniciado com a constituição de 1988 onde ocorre a

promulgação do sistema único de saúde (SUS). A Atenção Básica por sua vez

constitui um conjunto de ações de saúde, em âmbito individual ou coletivo,

abrangendo a promoção e proteção da saúde, a prevenção de agravos, o

diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde, no primeiro nível

de atenção do sistema de saúde (BRASIL. Ministério da Saúde 2006)3.

A Saúde da Família é a estratégia prioritária para reorganização da

atenção básica no Brasil, realizando importante diagnóstico situacional, alcançada

por meio da adscrição de clientela e aproximação da realidade da população

(BRASIL. Ministério da Saúde 2006)3.

A proposição pelo Ministério da Saúde das diretrizes para uma Política

Nacional de Saúde Bucal e de sua efetivação, tem, na Atenção Básica, um de seus

mais importantes pilares. Organizar as ações no nível da Atenção Básica é o

primeiro desafio, é sabido que sua consecução possibilitará a mudança do modelo

assistencial no campo da saúde bucal (BRASIL. Ministério da Saúde 2006)3.

Frente às considerações anteriormente apresentadas fica implícita a

necessidade de avaliação das condições atuais da saúde bucal da população, cabe

ainda salientar a importância dessa avaliação nas áreas e municípios onde há

estratégia de saúde da família implantada com estratégia de saúde bucal.

13

É com essa intenção que este estudo está sendo realizado em uma

cidade que se sabe muito pouco da sua formação. O primeiro possuidor de terras foi

Manoel Ponciano Leite que, por volta de 1.820 apareceu no local apossando-se de

cerca de 5 mil alqueires de terras, conquistadas por sua coragem e ousadia de se

aventurar pelo bravio sertão do Município de São José do Rio Preto em 1829. João

Antônio de Siqueira chegou ao local e adquiriu de Manoel Ponciano Leite (por

setecentos mil réis) aproximadamente 2.044 alqueires de terras, onde passou a

residir com sua numerosa família (A história das histórias de Potirendaba)1.

A formação da cidade propriamente dita teve início no ano de 1905, com

a distribuição das terras entre os herdeiros de João Antônio de Siqueira, realizada

pelo engenheiro Luiz Roncatti (que nessa partilha reservou área de cerca de 17

alqueires para a localização do Patrimônio, cujo padroeiro seria o Senhor Bom

Jesus). Tendo em mira a fundação do Patrimônio, cumprindo condições e acordos

estabelecidos por ocasião da partilha, Luiz Roncatti autorizou José Rodrigues da

Costa, a construir casas no arraial que seriam vendidas a medida que surgissem os

interessados, surgindo em 1907 a primeira casa de pau-a-pique e coberta de sapé.

Seguiram-se outras construções e formou-se o povoado que tomou o nome de “Três

Córregos”, em virtude dos três pequenos córregos que delimitavam a cidade. O

povoado continuava seu desenvolvimento e em 10 de Dezembro de 1919, pela lei

n.º1.676, era criado o “Distrito de Paz”, com o nome de “Potirendaba”, pertencente

ao Município de São José do Rio Preto (A história das histórias de Potirendaba)1.

14

2.0 Revisão de literatura

Na grande cidade de São Paulo (Rosa, et al 1992)23 realizou-se um

estudo sobre as condições de saúde bucal das pessoas com sessenta anos ou

mais. O trabalho foi realizado em domicílio, e em uma instituição. Levando em conta

o índice CPO-D, (que nos dá o número de dentes permanentes cariados, perdidos

(extraídos) e obturados em um indivíduo), o uso e a necessidade de prótese total ou

de outras necessidades protéticas e se havia lesões ocasionadas pela utilização da

PT.

Novamente na cidade de São Paulo mais precisamente na zona leste, foi

realizado um estudo com idosos em uma instituição, (Carneiro, 2005)4 o estudo

levou em conta o edêntulismo (não possuir nenhum dente em uma das arcadas ou

ambas), o índice CPO-D. Os dentes presentes e hígidos, a condição periodontal, a

perda de inserção periodontal (PIP), a utilização de próteses sejam elas totais ou

removíveis e a acessibilidade a ter uma assistência odontológica.

Na Clínica Odontogeriátrica da FACS/UNIVALE, (Dias, et al 2008)10 em

Minas Gerais, foi realizado um estudo que avaliou à escolaridade, a vida conjugal, a

necessidade de algum tipo de prótese dentária, a perda média dos dentes que

podem ocasionar possíveis problemas na mastigação. O trabalho também contou

com uma avaliação dos pacientes sobre a condição da sua saúde bucal, e se há

dificuldades na mastigação.

Realizaram um estudo das condições de saúde bucal de idosos que

freqüentam os grupos da terceira idade da unimed de Londrina-Pr (Guerra & Turini,

2001)14 onde levou em conta a renda individual, a dificuldade para obter

atendimento, as reclamações da dificuldade financeira e da falta de serviços

públicos simultaneamente e a dificuldade de acesso ao serviço odontológico por

motivos como: falta de companhia que o leve ao dentista, medo e vergonha.

A periodicidade de visitas aos dentistas, a quantidade de dentes

permanentes na boca e os tipos de lesões que os edêntulos parciais possuem

também foram avaliadas. Além da porcentagem de pessoas utilizando algum tipo de

prótese.

Na cidade de Biguaçu, Santa Catarina (Colussi et al, 2004)7 foi realizado

um estudo com a população idosa aonde levaram em conta o grau de dependência,

o grau de escolaridade, à classificação socioeconômica, as condições de saúde

15

geral e a ingestão de medicamentos. Os idosos também foram questionados sobre a

sua última visita ao dentista. A permanência de dentes hígidos, o número médio de

dentes extraídos, e a necessidade de tratamento, exceto as reposições protéticas,

múltiplas ou não. O índice CPO-D, a prevalência da cárie de raiz, o percentual de

edêntulos, a não necessidade e a utilização de qualquer tipo de prótese.

Tanto o uso como as necessidades de prótese tiveram maior

percentagem para a prótese total em relação às outras condições protéticas.

Na cidade de Fortaleza, Ceará (Gaião et al 2005)13 foi realizado um

estudo com idosos institucionalizados, aonde foi avaliado: a média de anos de

institucionalização, o estado civil, o nível educacional, o índice de CPO-D, e a

utilização e necessidade de próteses sejam elas totais ou removíveis.

A quantidade de dentes perdidos e a condição dos dentes permanentes,

também foram avaliadas, aonde nestes levaram em conta se os mesmos

necessitavam de algum tipo de tratamento, e a quantidade de dentes com as raízes

expostas e se estas estavam cariadas ou obturadas.

Na cidade de Londrina, Paraná (Mesas et al 2006)18 foi realizado um

estudo aonde se levou em conta: a idade média da população, a média de

escolaridade e a classificação econômica. Do ponto de vista bucal foi analisado o

índice de CPO-D, a média de dentes hígidos, o edêntulismo, a presença de dentes,

a avaliação periodontal, a avaliação da mucosa, o uso e a necessidade de prótese

seja ela total ou removível.

16

3.0 Objetivo

Este estudo tem como objetivo determinar a prevalência populacional de

usuários de prótese dentária total em uma população adscrita a uma estratégia de

saúde da família com programa de saúde bucal implantado em um município de

pequeno porte.

4.0 Metodologia

Trata-se de um estudo transversal para quantificar a população usuária

de prótese total.

A pesquisa tem como objetivo o retrato preciso das características dos

indivíduos, situações ou grupos, e da freqüência com que ocorrem determinados

fenômenos (Polit & Hungler 1995)22.

A análise quantitativa de uma pesquisa envolve uma coleta sistematizada

de informações numéricas, mediante situações de muito controle, além da análise

dessas informações utilizando procedimentos estatísticos (Polit & Hungler 1995) 22.

4.1 Local de estudo

O estudo será realizado em uma área adscrita á uma estratégia de saúde

da família no município de Potirendaba, localizada no Noroeste do Estado de São

Paulo, com uma população estimada de 15.128 habitantes. Possui 5 Unidades de

saúde sendo, 1 Unidade Básica, 3 unidades de saúde da família e 1 hospital

filantrópico ( IBGE )15.

17

4.2 População e amostra

O estudo será conduzido no período de maio a junho de 2010 e farão

parte do estudo todos os usuários de prótese total cadastrados em uma estratégia

de saúde da família com saúde bucal implantada.

4.3 Critérios de Inclusão.

1. Ter mais de 60 anos.

2. Consentir em participar da pesquisa quando capaz de fazê-lo ou

autorizado pelo responsável.

3. Fazer uso de prótese total superior, inferior ou ambas.

4.4 Variáveis de Interesse do Estudo

Dados sócios demográficos, fator que levou a escolha da prótese, tempo

de uso da mesma.

4.5 Período do Estudo

O estudo será realizado de janeiro á agosto de 2010.

4.6 Procedimento para coleta dos dados e instrumento para coleta

Esse estudo será feito por meio de coleta de dados a partir de um

instrumento estruturado (ANEXO 1), que será preenchido pelo autor do estudo, por

meio de entrevista.

18

4.7 Cronograma

Período Atividades Materiais

Janeiro á Abril Organização do processo de

trabalho Impressos

Maio Coleta dos dados Impressos para a

coleta de dados

Junho Comparação com a literatura Dados contabilizados

Julho/Agosto

Preparação do material para

publicação/ divulgação dos

resultados

Impressos

4.8 Tabela de custo

Produto Quantidade Gastos em reais

Computador com

impressora 1 R$ 2.500,00

Folhas de sulfite em

formato A4 para

impressão

2 pacotes R$ 30,00

Xérox 100 R$ 20,00

Caneta 1 caixa R$ 15,00

Lápis 3 caixas R$10,00

Cartucho

p/impressão 4 R$ 70,00

Borracha 5 R$ 6,00

* Os custos com a pesquisa serão de responsabilidade do pesquisador.

19

4.9 Compilação dos dados

Os dados serão agrupados por especificidade feitos duplos entrada em

planilha confeccionada pelo programa de Excel versão 2000.

4.10 Apresentação dos dados

Os dados serão apresentados por meio de figuras, gráficos e tabelas em

forma descritiva.

5.0 Aspectos Éticos

O estudo será encaminhado ao comitê de ética e pesquisa da FAMERP

para ser apreciado e após iniciará a coleta dos dados.

20

6.0 Resultados

Foi analisado nesse período um total de 276 pacientes que fazem parte

da área de cobertura do programa de saúde da família com estratégia de saúde

bucal, sendo que destes 135 clientes pertencem ao sexo masculino e 141 clientes

pertencem ao sexo feminino.

O questionário foi aplicado a 85 clientes que se enquadravam aos

critérios de inclusão pré-estabelecidos, destes 27 indivíduos, ou seja, 32% da

amostra pertencem ao sexo masculino, e 58 indivíduos, ou seja, 68% da amostra

pertencem ao sexo feminino. Como podemos verificar no gráfico abaixo. sexo

68%

32%

feminino

masculino

Gráfico 1: porcentagem de participação dos homens e mulheres no estudo.

21

Foi realizada uma avaliação por faixa etária de todos os participantes da

pesquisa, separando-os por sexo, para os participantes do sexo masculino

encontramos os seguintes dados:

0

2

4

6

8

10

12

14

60 -69 anos 70 -79 anos 80 anos e mais

Contagem de idade masculino

Gráfico 2: faixa etária dos homens participantes.

Já para os participantes do sexo feminino encontramos os seguintes

dados:

32

19

7

0

5

10

15

20

25

30

35

60 -69 anos 70 -79 anos 80 anos e mais

feminino

Contagem de sexo

sexo

Feminino

Gráfico 3: faixa etária das mulheres participantes.

22

A idade de inicio da perda dentária variou da seguinte forma:

11

13

16

8

6

3

1

2

7

5

8

4

1

0

5

10

15

20

25

10-19 anos 20-29 anos 30-39 anos 40-49 anos 50-59 anos 60-69 anos não se lembra

masculino

feminino

Contagem de sexo

idade que começou a perca dentaria

sexo

Idade de inicio da perca dentária

Gráfico 4: Faixa etária do início da perda dentária.

Concomitante a idade da perda dentária, o tempo de uso de prótese total

variou da seguinte maneira:

20%

28%

32%

12%8%

11 a 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 anos mais de 40 anos menos de 10 anos

Tempo de uso de prótese total

Gráfico 5: variações do tempo de uso de prótese total.

23

Os fatores determinantes para a escolha da prótese total pela população

pesquisada no estudo foram os seguintes:

38

44

30

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

indicaçao do cirurgiao dentista opçao propria valor do tratamento dentario

Contagem de o que levou a escolha da prótese total

o que levou a escolha da prótese total

Motivo da escolha da prótese total

Gráfico 6: motivo da escolha da PT.

O tempo de uso da atual prótese variou da seguinte maneira:

Tempo de uso da atual prótese

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

11 a 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 anos mais de 40 anos menos de 10 anos

Gráfico 7: variação de anos da utilização da mesma prótese total.

24

O tipo de prótese utilizado pela população pesquisada variou da seguinte

forma:

Tipo de prótese

20

6

38

21

0

10

20

30

40

50

60

70

feminino masculino

superior e inferior

superior

Gráfico 8: tipo de prótese encontrada na população pesquisada.

25

7.0 Discussão

O trabalho realizado contou com 276 idosos que poderiam participar da

pesquisa, mas por não estarem entre os critérios de inclusão o questionário não foi

aplicado. Deve-se ressaltar que entre os pacientes alvos da pesquisa foi encontrado

quem alega não utilizar a prótese total por não se adaptar, pacientes que não

necessitam utilizá–la, e pacientes que não foram encontrados em casa durante o

período da pesquisa.

Por esses motivos 30,79% da amostra, ou seja, 85 pacientes com mais

de 60 anos utilizam prótese total, e desses 69,41% utilizam prótese total superior e

inferior sendo que 64,40% são mulheres e 35,59% são homens. Já com relação à

utilização somente de PTS o índice é de 30,58% e desses 76,92% são mulheres e

23,07% são homens. Não foi encontrado o uso somente de PTI.

O trabalho está de acordo com o que foi realizado na cidade de São

Paulo, (ROSA, et al 1992)23 quando comparado com as pesquisas feitas em

domicílio, pois, quando comparado com as pesquisas feitas na instituição os

resultados encontrados são bem significativos, já que no presente estudo 69,41%

dos idosos faz uso de prótese total superior e inferior. Os resultados do trabalho

foram: em domicílio, 76% usavam prótese total superior e inferior, e em relação aos

examinados nas instituições somente 30% usava PTS e PTI, e o restante

apresentava o processo mastigatório deficiente.

Relacionando os resultados com o trabalho realizado na cidade de São

Paulo (Carneiro et al 2005)4 o índice encontrado é expressivo já que 100% dos

pacientes utilizam PTS; e 69,41% utiliza PTI, não estando de acordo com os

resultados encontrados: para a arcada superior 48,12% usavam prótese total e para

a inferior a porcentagem foi de 22,53%.

Com relação ao trabalho realizado na Clínica Odontogeriátrica da

FACS/UNIVALE (Dias, et al 2008) 10 não é possível fazer comparação, pois, ele

aborda a necessidade de algum tipo de prótese dentária que é de 87,8%.

Já comparando o estudo com o trabalho realizado com os grupos da

terceira idade da Unimed de Londrina-Pr, (Guerra & Turini, 2001)14 chega-se a

conclusão de que está em total desacordo, já que todos os entrevistados utilizam

PTS, enquanto que somente 69,8% dos freqüentadores do grupo da terceira idade

da Unimed utilizam prótese total superior.

26

O trabalho realizado na cidade de Biguaçu (Colussi et al, 2004)7 obteve

os seguintes resultados: 60,3% dos idosos utilizam prótese total superior e 27,0%

utiliza prótese total inferior. Já no estudo realizado 100% dos idosos utilizam PTS;

nada admirável já que um dos critérios foi a utilização de PT; enquanto a arcada

inferior 69,41% utiliza prótese total.

Contudo não foi possível comparar os resultados do presente estudo com

o realizado na cidade de Fortaleza (Gaião et al 2005)13 já que este se focou na

necessidade e na não utilização de prótese total e removível.

No trabalho realizado na cidade de Londrina – Pr (Mesas et al 2006) 18

foram encontrados os seguintes resultados: entre as mulheres 71,9% utiliza prótese

total superior 71,9% e 41,9% utiliza prótese total inferior; já para os homens os

resultados foram 40,2% para prótese total superior e 22,4% para prótese total

inferior. No presente estudo 100% das mulheres e 100% dos homens usam PTS,

não estando de acordo com o resultado obtido em Londrina. Com relação a PTI

34,48% das mulheres e 22,22% dos homens usam, estando assim de acordo com o

trabalho comparado.

27

8.0 Conclusão

O estudo nos mostrou que as mulheres têm uma maior utilização de

prótese total do que os homens. Porém tanto as mulheres quanto os homens

começaram a perda dentária na juventude.

Outro ponto importante que se deve ressaltar é que a maioria dos

pacientes faz uso de prótese total há mais de quarenta anos. No entanto o tempo

que eles permanecem sem trocar a prótese total é menos de dez anos, provando

assim que eles estão informados sobre o tempo de vida útil da prótese

recomendada pelos dentistas.

Um fato que chama a atenção nesse estudo é a forma que os pacientes

começaram a usar prótese total, já que 44 pessoas responderam que foi opção

própria, uns por falta de recurso outros por não ter acesso à informação.

28

9.0 Referências

1. A história das histórias de Potirendaba. Disponível em:

www.potirendaba.sp.gov.br [11 abril 2010].

2. Brasil. Ministério da Saúde. Divisão Nacional de Saúde Bucal. Levantamento

epidemiológico em saúde bucal - Brasil, zona urbana, 1986. Brasília:

MS; 1988.

3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento

de Atenção Básica. caderno de atenção básica saúde bucal. Brasília:

Ministério da Saúde, 2006.

4. Carneiro RMV; Da Silva DD; De Souza MLR; Wada RS. Saúde bucal de

idosos institucionalizados, zona leste de São Paulo, Brasil, 1999. Cad.

Saúde Pública vol.21 no.6 Rio de Janeiro Nov./Dez. 2005.

5. Chaimowicz F. A saúde dos idosos às vésperas do século XXI: problemas,

projeções e alternativas. rev Saúde Pública 1997;31(2). Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-

89101997000200014&script=sci_arttext [15 fevereiro 2010].

6. Colussi CF, Freitas SFT. Aspectos epidemiológicos da saúde bucal do

idoso no Brasil. Cad Saúde Pública 2002; 18(5): 313-20.

7. Colussi CF; De Freitas SFT; Calvo MCM. Perfil epidemiológico da cárie e do

uso e necessidade de prótese na população idosa de Biguaçu, Santa

Catarina. Rev. Brasileira de Epidemiologia. Vol. 7, Nº 1, 2004. p 88- 97.

8. Cunha CC, Felício CM, Bataglion C. Condições miofuncionais orais em

usuários de próteses totais. Pró-Fono. 1999; 11(1): 21-6.

29

9. Dentadura. Disponível em:

HTTP://www.brasilescola.com/odontologia/dentadura.htm [11abril2010].

10. Dias LCS; Cordeiro GP; De Oliveira LS; Pereira VG; Rodrigues SM; Dias CA.

Interferência da condição de saúde bucal do idoso em sua vida social

e afetiva. Disponível em : http:// www.cedeplar.ufmg.br/

seminários/seminário_diamantina/2008/D08A135.pdf [15fevereiro2010].

11. Ettinger RL. Oral health needs of the elderly – an international review. Int

Dental Journal 1993; 43(4): 348-54.

12. Fazito LT, Perim JV, Di Ninno CQMS. Comparação das queixas alimentares

de idosos com e sem prótese dentária. Rev CEFAC. 2004; 6(2): 143-50.

13. Gaião LR; De Almeida MEL; Heukelbach J. Perfil epidemiológico da cárie

dentária, doença periodontal, uso e necessidade de prótese em

idosos residentes em uma instituição na cidade de Fortaleza, Ceará.

Rev Brasileira de Epidemiologia 2005; 8(3): 316-23.

14. Guerra MEM; Turini B. Estudo das condições de saúde bucal de idosos

que freqüentam os grupos de terceira idade da unimed de Londrina-

Pr. (2001). Disponível em:

file:///E:/idoso%20bucal%20Unimed%20de%20Londrina%20-%20Pr.htm

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15. Instituto brasileiro de geografia e estatística. Disponível em

http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1 [10 março 2010].

16. Löe H & Brown J 1993. Classification and epidemiology of periodontal

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17. Mendes EV. A evolução histórica da prática médica: suas implicações no

ensino, na pesquisa e na tecnologiamédica. Belo Horizonte PUC-MG;

Finep; 1985.

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idosos de comunidade urbana de Londrina, Paraná. Rev. Brasileira de

Epidemiologia. 2006; 9(4): 471-80.

19. Moyses ST, Watt R. Promoção de saúde bucal – definições. In: YP Buisch,

organizador. Promoção de saúde bucal na clínica odontológica. São

Paulo: Artes Médicas-APCD-EAP; 2000. p. 1-22.

20. Pinto VG. Epidemiologia das doenças bucais no Brasil. In: L Krieger,

organizador. Promoção de saúde bucal. São Paulo: Artes Médicas; 1988.

p. 27-42.

21. Pinto, VG Epidemiologia das doenças bucais no Brasil Artes Médicas, São

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22. Polit DF, Hungler, B. P. Fundamentos de pesquisa em enfermagem. 3 ed.

Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

23. Rosa AGF, Fernandez RAC, Pinto VG, Ramos LR. Condições de saúde bucal

em pessoas de 60 anos ou mais no Município de São Paulo (Brasil).

Rev Saúde Pública 1992; 26(3): 155-60.

31

10.0 Anexos

Anexo I -

Pesquisa de Saúde Bucal

1- Qual sua idade? ______ anos.

2- Seu sexo:

( ) Feminino. ( ) Masculino.

3- Há quantos anos você usa prótese dentaria?

( ) Menos de 10 anos.

( ) 11a 20 anos.

( ) 31 a 40 anos.

( ) Mais que 40.

4- A sua prótese total é:

( ) superior. ( ) inferior. ( ) Ambas.

5- Com que idade começou a perca dentária?

6- O que te levou a escolha da prótese total:

( ) Indicação do cirurgião dentista.

( ) Valor do tratamento dentário.

( ) Opção própria.

7- Há quanto tempo você faz uso da sua atual prótese?

( ) Menos de 10 anos.

( ) 11 a 20 anos.

( ) 31 a 40 anos.

( ) Mais de 40 anos.

32

Anexo 2 - Termo de Consentimento

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Estamos convidando você para participar de uma pesquisa que está sendo realizada pela

aluna, Francielle Scorpioni Barbosa com orientação do Profª. Gustavo Cosenza Botelho Nogueira.

Este projeto tem como objetivo analisar a prevalência de prótese dentaria total em uma população

adscrita por unidade de saúde da família com saúde bucal modalidade um em município de pequeno

porte. Sua participação seria em responder a um questionário que seria analisado e comparado com

as respostas de outros pacientes. Queremos deixar claro que o seu nome nunca será divulgado, nem

a origem das informações que você nos fornecer. Durante a pesquisa, você poderá tirar qualquer

dúvida a respeito do trabalho, e se necessário, entrar em contato com a aluna Francielle Scorpioni

Barbosa pelo telefone (017) 3249-21-22. Você também não terá nenhuma despesa com a pesquisa.

Eu, .........................................................(paciente ou responsável) fui informado dos objetivos

da pesquisa acima de maneira clara e detalhada. Sei que em qualquer momento poderei solicitar

novas informações e modificar minha decisão se assim, a pesquisadora Francielle Scorpioni Barbosa

certificou-me de que todos os dados desta pesquisa serão confidenciais, bem como o meu tratamento

não será modificado em razão desta pesquisa e terei liberdade de retirar meu consentimento de

participação na pesquisa, face a estas informações. Caso existam gastos adicionais, estes serão

absorvidos pelo orçamento da pesquisa. Caso tiver novas dúvidas sobre este estudo, qualquer

pergunta sobre os meus direitos como participante deste estudo ou se penso que fui prejudicado pela

minha participação, posso chamar o pesquisador. Declaro que recebi cópia do presente Termo de

Consentimento.

______________________

Assinatura do Paciente

_________________________

Nome do Paciente

___/___/___

_____________________

Assinatura do Pesquisador

_________________________

Nome do Pesquisador

___/ ___/ ___