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PREVENÇÃO DA OBESIDADE ATRAVÉS DE UM ESTILO DE VIDA · ... prevê que na primeira metade do terceiro milênio todos os brasileiros ... que este pode ter dificuldade no aprendizado,

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PREVENÇÃO DA OBESIDADE ATRAVÉS DE UM ESTILO DE VIDA

ATIVO.

Flávia Aparecida da Silva1 Wilson Rinaldi 2

RESUMO: O avanço tecnológico das últimas décadas trouxe inúmeros benefícios para a humanidade, mas também surgiram consequências negativas para a qualidade de vida das pessoas, que são problemas sérios de saúde, dentre estes se destaca a obesidade. Neste contexto, este estudo, demonstrou formas da disciplina de Educação Física contribuir para que os alunos adotem hábitos saudáveis ao longo de suas vidas e teve como objetivo oportunizar a vivência de informações e atividades físicas diversificadas para a prevenção e controle da obesidade de alunos do 2º Ano do Ensino Médio da Educação Pública de Nossa Senhora das Graças. Foram desenvolvidas neste estudo, aulas teóricas expositivas que enfocaram a obesidade e suas consequências negativas para a saúde, a importância de uma alimentação saudável e os benefícios da prática de atividade física para se ter boa qualidade de vida. Através dos resultados obtidos nas vivências e envolvimento dos alunos na aplicação, conclui-se que o trabalho alcançou o objetivo estabelecido e que a escola e a disciplina de Educação Física é o melhor caminho para a conscientização das pessoas de que é extremamente necessário adotar hábitos de vida saudável. Palavras-chave: Obesidade. Alimentação Saudável. Estilo de Vida Ativo.

1 Professora de Educação Física da Rede Estadual de Educação do Paraná.

2 Professor Doutor do Departamento de Educação Física, da Universidade Estadual de Maringá.

INTRODUÇÃO

O novo perfil do ser humano moderno leva o homem a buscar no conforto

material, a razão principal da vida, negligenciando as atividades físicas no seu

cotidiano, como consequência começou a surgir sérios problemas de saúde como a

obesidade.

O desequilíbrio no balanço entre a energia ingerida e energia gasta, se

permanecer por um longo período de tempo tem como consequência a obesidade.

Outra preocupação que surge na atualidade é que no Brasil e em diversos

países a prevalência de excesso de peso corporal cresceu significativamente entre

as crianças, jovens e adolescentes nas últimas décadas, tendo em vista que

crianças obesas tendem a se tornarem adultos obesos.

Um dos principais objetivos de prevenir e tratar a obesidade, é a condição que

esta oferece no aumento do risco de morbidade para as doenças crônicas como

hipertensão, dislipidemias, diabetes, doença coronariana e até mesmo alguns tipos

de câncer.

Além de todas as consequências para a saúde física, o sobrepeso, a

obesidade na infância e na adolescência, causa grandes danos sociais, provocando

efeitos psicológicos que lhes deixam marcas durante toda a sua existência.

Baseada nas evidências sobre o desconhecimento sobre promoção de saúde

surge, a necessidade do desenvolvimento de uma interferência no estilo de vida do

aluno, então a escola, por ser um espaço onde as pessoas passam grande parte do

seu tempo, torna-se um local propício para o desenvolvimento de atividades

educativas promotora de saúde, pois ela articula de forma dinâmica alunos e

familiares, professores e funcionários, proporcionando um ambiente favorável à

construção de hábitos de vida saudável.

OBESIDADE

De acordo com Marques-Lopes et al. (2004), o aumento da prevalência da

obesidade em quase todos os países durante os últimos anos, parece indicar uma

pré-disposição ou susceptibilidade genética para a obesidade, sobre a qual atuam

os fatores ambientais relacionados com os estilos de vida.

O desequilíbrio no balanço entre a energia ingerida ultrapassando a

energia gasta para a manutenção de processos vitais e trabalho desenvolvido se

permanecer por um longo período de tempo, terá como consequência a obesidade.

A obesidade aparece classificada como uma doença pela OMS

(Organização Mundial da Saúde) em 1997 (ANGELIS, 2003). Para se estabelecer se

uma pessoa tem seu peso dentro dos padrões a OMS propõe uma classificação

para o peso corporal baseado no índice de massa corporal (IMC = Peso Corporal

(Kg)/ Estatura 2 (M2)), definida como o peso, em quilogramas, dividido pela altura,

em metros ao quadrado (Kg/M2) (BOUCHARD, 2003).

Como classificação, o sobrepeso oscila na faixa do IMC de 25 a 29,9

Kg/M2, e a obesidade quando o IMC for de 30 Kg/M2 ou mais. Este método é simples

e serve de base para se avaliar a implementação de novas práticas de saúde

pública ou outras intervenções importantes principalmente com as crianças e

adolescentes.

No Brasil, de acordo com últimos dados da Associação Brasileira para o

estudo da Obesidade (ABESO), aproximadamente 40% dos brasileiros são obesos

ou estão acima do peso (FISBERG, 2005). Ao comparar as estatísticas dos anos de

1974/75 e 1989, notou-se um aumento de sobrepeso e obesidade de 53%, e, caso

esse ritmo permaneça, Coutinho (1999), prevê que na primeira metade do terceiro

milênio todos os brasileiros poderão se tornar obesos.

“A obesidade é uma condição que aumenta o risco de morbidade para as principais doenças crônicas – hipertensão, dislipidemias, diabetes, doença coronariana, alguns tipos de câncer e colecistite e sua prevenção e tratamento apresentam-se como um dos grandes desafios deste século (TAUBES, 1998)”.

Nas estimativas da Sociedade Brasileira de Pediatria, o aumento de casos

de obesidade na adolescência vem aumentando, sendo um problema que atinge

crianças brasileiras. Os dados apontam que 15% das crianças estão obesas e

outras 15% estão acima do peso para sua idade.

IMPLICAÇÕES PSICOSSOCIAIS DA OBESIDADE

O sobrepeso na infância, além de todas as consequências para a saúde

física, causa graves danos sociais e econômicos, maiores do que aqueles

relacionados com muitas outras condições crônicas, como asma e doenças

musculoesqueléticas. Esses danos, segundo Gortmaker; Must e Perrin (1993),

incluem menor escolaridade, menor renda e cerca de 20% a menos de chance de

essas pessoas se casarem. De acordo com este autor, a discriminação contra

pessoas com sobrepeso pode explicar esses resultados.

Segundo Guedes e Guedes (1998), a preocupação quanto ao sobrepeso

diz respeito às consequências sociais, psicoemocionais, metabólicas e funcionais,

as quais limitam a participação das crianças em atividades físicas mais intensas, o

que, somando à maior ingestão de alimentos, resulta na persistência da obesidade.

O excesso de gorduras deixa o perfil físico diferente esteticamente dos

padrões exibidos na mídia como sendo os bem-aceitos, bem sucedidos. Isto pode

gerar distorções psicológicas ou de auto-estima, humilhações e discriminação,

preconceitos claramente observáveis no cotidiano escolar aos ditos “diferentes”

(SORBELLO et al., 2006).

Nas escolas de ensino público e privado pode-se observar entre os

adolescentes com obesidade, que este pode ter dificuldade no aprendizado, ser

excluído, ter baixa auto estima e insegurança. Nessa fase há um maior afastamento

do adolescente da sua família, deixando-se influenciar pelo grupo e aproximando-se

dos amigos para ser mais aceito. Quando isso não ocorre, o adolescente sente-se

rejeitado, tornando-se agressivo ou o inverso, ficando isolado, sentindo mágoas e

traumas, e ficando exposto aos comentários e a reprovação dos colegas de escola e

muitas vezes se tornam vítimas do bullying. Muitos dos que sofrem bullying por um

longo período passam a manifestar tendências suicidas (MOZ; ZAWADSKI, 2007).

É extremamente importante que a escola, família e todos os que tem

contato com o adolescente observem seu comportamento e tomem atitude se notar

que este, está sendo vítima de bullying.

RELAÇÃO ENTRE OBESIDADE E MÍDIA

O mundo atual tem oferecido para as crianças e adolescentes uma série

de opções que facilitam o acúmulo de energia, sob a forma de gordura, gerando a

obesidade. Através de alimentos industrializados, fast-foods, televisões, vídeo

games, computadores, entre outros, podem constituir um ambiente bastante

favorável ao aumento da prevalência da obesidade.

A associação da obesidade com algumas doenças, tanto em adultos

quanto em crianças, vem gerando cada vez mais a necessidade de descobrir suas

reais e possíveis causas, a fim de prevení-la ou combatê-la. Apesar dessas causas

parecerem ser múltiplas e complexas. Dietz e Gortmaker (1985), afirmam que

existem dados que possibilitam haver realmente uma relação causal entre a TV e a

obesidade. Normalmente, quando se assiste a TV, há vontade de comer, devido as

propagandas, e os alimentos escolhidos costumam ser de alto teor calórico e

gordurosos, como pipoca, batata frita, biscoitos, chocolates, doces e etc. A taxa

metabólica, durante a mesma atividade, diminui a níveis menores que os de repouso

(KLESGES; SHELTON; KLESGES, 1993). Assim, assistir a televisão provoca um

desequilíbrio na balança energética que tende ao acúmulo de energia, já que o

gasto calórico requerido para tal é menor do que o exigido em atividades como

correr, andar de bicicleta, patins, jogar bola e até em repouso, e ainda por produzir o

desejo de consumir guloseimas, aumentando a ingestão calórica.

Fisher (2002), aponta que a televisão, em especial, participa diretamente

na formação do jovem, sugerindo, estimulando e delineando determinadas formas

de existência coletiva ou da relação consigo mesmo e com o outro.

A TV divide ainda com a família, o espaço de formação no que se refere

às relações identitárias e de identificação afetiva e moral, bem como na transmissão

dos conteúdos culturais (SETTON, 2002).

Coimbra (2002), sinaliza o poder da mídia como um dos mais importantes

equipamentos sociais, no sentido de produzir esquemas de significação e

interpretação do mundo.

OBESIDADE E FAMILIA

A família tem papel primordial no combate da obesidade infantil na

adolescência, pois nesta fase da vida quase todas as crianças tem uma família.

Os distúrbios da dinâmica familiar, especialmente alterações do vínculo

mãe/ filho, são de grande relevância para a instalação da obesidade na infância

(ANDRADE, 1995). O desmame precoce com a introdução inadequada de alimentos

pode levar ao início da obesidade já no primeiro ano de vida em indivíduos

predispostos.

O tratamento da obesidade na criança costuma ser negligenciado por

parte da família, na expectativa de uma resolução espontânea, mas os estudos

apontam a prevalência da obesidade na fase adulta. Mello, Luft e Meyer (2004),

salientam a importância dos padrões paternos também serem modificados, senão o

insucesso do tratamento da obesidade já é previsto.

Pimenta e Palma (2001), nos diz que não se sabe se a obesidade tem

origem em fatores genéticos ou ambientais. É difícil afirmar que uma criança é

obesa, por que seus pais também são obesos, quando toda família possui hábitos

inadequados em relação à dieta e exercícios físicos.

ALIMENTAÇÃO E OBESIDADE

A alimentação é importante fator, tanto na prevenção como no tratamento

de obesidade, de muitas doenças de alta prevalência nas sociedades

contemporâneas. O aumento do consumo de alimentos com alta densidade

energética e a diminuição na prática de atividade física são variáveis diretamente

ligadas ao meio ambiente, que colaboram para o aumento da prevalência da

obesidade (PINHEIRO; FREITAS; CORSO, 2004).

Os adolescentes são considerados como um grupo de risco nutricional em

razão de seus hábitos alimentares pois, preferem trocar refeições saudáveis por

lanches, muitas vezes não tomam café da manhã e consomem alimentos

industrializados em grande quantidade.

Terres et al. (2006), orientam que comportamentos de omissão de

refeições também contribuem para o desenvolvimento da obesidade. Durante

períodos de restrição de alimentos e déficit energético a fome aumenta, enquanto há

redução na taxa metabólica. Esta prática evidencia a necessidade de medidas que

incentivem a realização das principais refeições, sendo esse o primeiro passo para

uma alimentação adequada.

É importante consumir seis refeições por dia, onde o café da manhã, o

almoço e o jantar são as principais refeições, e os lanches intermediários compostos

de frutas, sucos e outros alimentos de baixo teor calórico. Utiliza-se esta estratégia

para preservar o bom funcionamento do organismo, de forma que a quantidade de

glicose sanguínea não seja alterada.

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica, propõe que a nutrição seja

discutida como elemento constitutivo da saúde, referindo-se à abordagem das

necessidades diárias de ingestão de carboidratos, lipídios, proteínas, vitaminas e de

aminoácidos, e também do seu aproveitamento pelo organismo, no processo

metabólico que ocorre durante uma determinada prática corporal (PARANÁ, 2008).

A promoção de práticas alimentares saudáveis, que tem início com o

incentivo ao aleitamento materno, está inserida no contexto da adoção de estilos de

vida saudável. Para tanto, a socialização do conhecimento sobre os alimentos, o

processo de alimentação e a prevenção dos problemas nutricionais desde a

desnutrição até a obesidade, precisa ser enfatizada. Deve-se dedicar especial

atenção às ações de promoção de práticas alimentares saudáveis no âmbito

escolar, verificando tanto os lanches e refrigerantes que são vendidos nas cantinas

escolares, como a merenda escolar que deve atender as necessidades nutricionais

em quantidade e qualidade, e ser um agente formador de hábitos saudáveis

(MELLO; LUFT; MEYER, 2004).

ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE

De acordo com Guedes (2002), ter o entendimento sobre saúde, se torna

fundamental na medida em que a prática da atividade física, do exercício e do

esporte direcionados à preservação e melhoria da saúde deverá exigir decisões e

atribuições que nortearão a preposição de seus conteúdos.

O autor identifica a saúde como uma multiplicidade de aspectos do

comportamento humano voltados para o bem estar físico, mental, social e espiritual.

Dentro dessa concepção não basta apenas não estar doente, para se ter saúde é

preciso apresentar evidencias ou atitudes que afastem ao máximo os fatores de

risco que possam precipitar o surgimento de alguma doença.

Nahas (1997), admite a relação entre a atividade física e a qualidade de

vida. Citando Blair (1993) e Pateet al. (1996), o autor identifica nas sociedades

industrializadas, a atividade física enquanto fator de qualidade de vida, quer seja em

termos gerais, quer seja relacionada a saúde.

Matsudo e Matsudo (2000), reiteram a prescrição de atividade física

enquanto fator de prevenção de doença e melhoria da qualidade de vida. Os autores

afirmam que os principais benefícios à saúde advindos da prática de atividades

físicas referem-se aos aspectos antropométricos, neuromusculares, metabólicos e

psicológicos.

Estudos experimentais sugerem que a prática de atividades de

intensidade moderada atua na redução de taxas de mortalidade e de risco de

desenvolvimento de doenças degenerativas como as enfermidades

cardiovasculares, hipertensão, osteoporose, diabetes, enfermidades respiratórias,

entre outras. São relatados ainda efeitos positivos da atividade física no processo de

envelhecimento, no aumento da longevidade, no controle da obesidade e em alguns

tipos de câncer (MATSUDO; MATSUDO, 2000).

ATIVIDADE FÍSICA NO CONTROLE DA OBESIDADE

A falta regular de atividade física é sem dúvida um dos fatores

determinantes da epidemia global de excesso de peso e obesidade em todas as

faixas etárias (MATSUDO; MATSUDO, 2006). O envolvimento na atividade física

regular desde as fases iniciais da vida (na criança), durante a idade adulta jovem, na

meia idade e após os 50 anos é essencial para garantir um adequado controle do

peso e da gordura corporal.

Sallis (1995), afirma que o sedentarismo constitui a principal característica

na maioria dos indivíduos com excesso de peso corporal. Este comportamento

sedentário é um dos principais agentes causadores do excesso de gordura, como

também em contrapartida, a obesidade parece conduzir o indivíduo a uma

diminuição dos níveis de atividade física.

Pesquisas tem demonstrado que a inatividade se apresenta como

elemento resultante da obesidade e não necessariamente como fator

desencadeador desta (ZAMBONI, 1997).

Paoliet al. (2010),indica que a prática de atividade física é importante tanto

para prevenção como para o controle da obesidade. A dieta isoladamente, provoca

perda de gordura, mas a massa isenta de gordura também é perdida. Com o

exercício, seja isoladamente ou combinado com dieta, a gordura é perdida, mas a

massa isenta de gordura é mantida ou aumentada.

“A recomendação geral da atividade física para a saúde é a de acumular pelo menos 30 minutos de atividades moderadas no mínimo cinco dias por semana, de preferência todos os dias. Já no caso de objetivo de perda e controle de peso em indivíduos com excesso de peso e obesidade o mínimo

passa a ser 60 minutos, de preferência 90 minutos por dia, pelo menos cinco dias por semana de forma contínua ou acumulada (MATSUDO; MATSUDO, 2006)”.

A atividade física deve ser praticada em níveis saudáveis e que não

promova a exaustão, deve ser fonte de prazer, para que se torne um hábito de vida

saudável.

Jones et al. (2008), apontam estudos que concluem que as atividades de

intervenção na prevenção da obesidade nas escolas podem resultar em crescente

influência positiva sobre os níveis de atividade física e decrescente do sedentarismo.

Dessa forma, fica claro que a implementação e a manutenção de programas e

políticas de educação física em escolas devem ser firmemente encorajadas para

promover a saúde das crianças e dos adolescentes.

METODOLOGIA

A implementação do projeto foi desenvolvida com os alunos do 2º Ano do

Ensino Médio, estudantes no Colégio Estadual Doutor Ivan Ferreira do Amaral e

Silva Filho – EFM, situado em Nossa Senhora das Graças, Estado do Paraná, no

decorrer do primeiro semestre do ano letivo de 2013.

Ações realizadas:

1- Apresentação do projeto para a direção, equipe pedagógica, professores e

funcionários.

2- Apresentação do projeto para os alunos integrantes da implementação. Aplicação

do questionário sobre o perfil do estilo de vida individual, relacionado com a

manutenção da saúde e ao bem-estar individual, e aplicação dos resultados obtidos

no pentáculo do bem-estar de Nahas, MV, Barros, MVG e Francalacci, VL (2000)3.

3- Divisão dos alunos em sete grupos, sendo que cada grupo recebeu um tema que

fez parte da fundamentação teórica do projeto de intervenção:

3NAHAS, MVB, MVG e Francalacci, V.L. (2000). O pentáculo do bem-estar: base conceitual de vida

de indivíduos ou grupos. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, 5(2), 48-59.

Primeiro grupo-Obesidade; Segundo grupo-Implicações Psicossociais da

Obesidade; Terceiro grupo-Relação entre Obesidade e Mídia; Quarto grupo-

Obesidade e Família; Quinto grupo-Alimentação e Obesidade; Sexto grupo-Atividade

Física e Saúde; Sétimo grupo-Atividade Física no Controle da Obesidade.

Leitura, estudo e apresentação dos temas em forma de seminário e trabalho de

conclusão pessoal de todos os temas expostos.

4- Apresentação de palestra por uma nutricionista sobre o tema Alimentação

Saudável, questionamentos e debate.

Exibição do filme SuperSize Me – A Dieta do Palhaço.

Exposição do projeto para os pais dos alunos.

5- Exibição de um documentário do globo repórter sobre a obesidade e seu controle

através de hábitos saudáveis de vida com discussão em sala de aula.

- Verificação do peso e altura dos alunos e obtenção do IMC (índice de massa

corporal) calculados pelos alunos.

- Palestra com o senhor Renato Cabrera Fioravanti, integrante do projeto Qualidade

de Vida da cidade de Maringá sobre a Importância da Adoção de Hábitos Saudáveis

para a Prevenção de Doenças Cardiovasculares, na qual, além dos alunos

envolvidos no projeto, todos os alunos do Ensino Médio, professores e funcionários

da rede estadual e municipal de ensino também participaram.

6- Atividades práticas realizadas fora do ambiente escolar para que os alunos

tenham vivências de atividades diversificadas e prazerosas para continuarem

praticando quando concluírem o ensino médio:

1ª- Caminhada intercalada com corrida na pista própria para a realização destas

atividades;

2ª- Aula recreativa no campo de futebol, onde todos os alunos e alunas farão

exercícios de alongamento e aquecimento para jogarem futebol;

3ª- Jogos no ginásio de esportes municipal: voleibol, futsal, basquete e handebol;

4ª- Aula de dança e ginástica aeróbica e localizada numa academia particular;

5ª- Aula de capoeira com o grupo que pratica capoeira no município vizinho de

Santa Fé;

6ª- Aula de hidroginástica, na academia de natação do município vizinho de

Colorado;

7ª- Realização de uma feira com o tema Estilo de Vida Saudável aberta para toda a

comunidade para a exposição dos trabalhos dos alunos pertencentes ao projeto.

RESULTADOS DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS NA APLICAÇÃO DO PROJETO

1ª Ação: No início do ano letivo realizou-se a apresentação do projeto para a

direção, equipe pedagógica, professores e funcionários da escola. Esta foi realizada

como uma sinopse de como aconteceria a implementação do projeto com os alunos,

desta forma, vivenciaram a parte teórica através da exposição do trabalho no data-

show com vídeos ilustrativos sobre o tema obesidade; o lanche servido foi todo

organizado de acordo com uma alimentação saudável; finalizando, foi realizada uma

atividade prática, numa sala caracterizada como uma danceteria, onde todos

dançaram ritmos musicais diversificados. Após a experiência, todos ficaram

satisfeitos e se prontificaram a colaborar na implantação do projeto.

2ª Ação: Apresentação do projeto para os alunos integrantes do trabalho e

aplicação do questionário sobre o perfil do estilo de vida individual do adolescente

com aplicação dos resultados no pentáculo do bem-estar . Observou-se que os

adolescentes possuem hábitos alimentares inadequados com grande consumo de

frituras. Quanto aos hábitos relacionados à prática de atividade física, verificou-se

que todos participam da aulas de educação física, mas fora desta, somente 50% dos

alunos realizam outras atividades físicas fora do horário escolar.

Diante dos resultados obtidos quanto aos hábitos alimentares e em relação a

prática de atividade física dos alunos, constata-se a preocupação de que deve ser

realizada a conscientização para que os alunos tenham hábitos de vida saudável

quando estiverem fora do ambiente escolar.

3ª Ação: Caracterizou-se na divisão dos alunos em sete grupos, onde cada

grupo apresentou para os demais, o tema de sua pesquisa. Esta etapa foi

surpreendente porque os alunos fizeram apresentações fantásticas utilizando vários

recursos tecnológicos como apresentação no data-show, gravação de filme com os

próprios alunos contracenando, imagens na TV pendrive e experiências, utilizando a

ciência para demonstrar as características da obesidade e os efeitos da atividade

física para combatê-la.

Constatou-se que nesta faixa etária, os alunos estão aptos a compreender o

que lhes é proposto, portanto, confirma-se a importância do trabalho de

conscientização na adolescência.

4ª Ação: Palestra com nutricionista sobre o tema Alimentação Saudável, com

enfoque na pirâmide alimentar. Através desta ação, os alunos compreenderam

especificamente a importância de ter uma dieta nutritiva e equilibrada.

A apresentação do filme SuperSize Me, também auxiliou esta compreensão,

porque neste documentário comprova cientificamente como uma alimentação

desregrada causa prejuízos para a saúde.

O resultado desta ação foi positivo, isto se efetivou, na apresentação do

projeto para os pais dos alunos. Foi montado um vídeo mostrando as apresentações

dos trabalhos desenvolvidos pelos seus filhos e também foi servido um lanche

saudável preparado pelos alunos, para que os pais também se conscientizassem

sobre a importância da adoção de hábitos de vida saudável.

5ª Ação: Através da exibição de um documentário do globo repórter, veio à

tona às consequências negativas de ordem psicossocial para o indivíduo obeso

principalmente na adolescência e destacou-se a superação de muitos jovens através

dos esportes e práticas comuns de atividade física.

Foi realizada a verificação do peso, altura e cálculo do IMC pelos alunos. Os

resultados obtidos foram satisfatórios, porque 75,86% dos alunos apresentaram

peso adequado, 13,80% apresentaram baixo peso e 10,34% estavam com

sobrepeso. Tanto os alunos com baixo peso e aqueles com sobrepeso ficaram

preocupados e afirmaram que iriam reverter estes resultados.

A finalização desta ação foi com uma palestra realizada por um palestrante

integrante do projeto qualidade de vida da cidade de Maringá, apresentada para os

alunos integrantes do projeto e para todos os professores e funcionários das redes

estadual e municipal de ensino, além da obesidade foi enfocado outros fatores de

risco causadores das doenças cardiovasculares e vários tipos de câncer que

poderiam serem evitados através da alimentação saudável e da prática de atividade

física.

6ª Ação: Foi a mais motivante, pois através das atividades práticas realizadas

nesta ação muitos tiveram oportunidade de vivenciar experiências que a maioria

nunca havia praticado.

- A primeira atividade foi realizada na pista de caminhada, foi executada uma

caminhada intercalada com trote, os alunos colocaram em prática os estudos sobre

a zona de frequência, pois cada um preparou o seu próprio programa de

treinamento.

- A segunda foi realizada no campo de futebol e todos vivenciaram a

experiência até mesmo as meninas que nunca tinham tido esta oportunidade.

- A terceira atividade possibilitou a prática dos esportes em outros ginásios

localizados no município, esta atividade teve como objetivo mostrar-lhes que mesmo

quando estiverem fora da escola, tem outros locais que pode ser utilizado para fonte

de lazer e saúde.

- A quarta atividade se deu numa academia localizada na cidade, foram

desenvolvidos exercícios nos aparelhos, ginástica aeróbica e dança. Esta também

trouxe bons resultados porque até mesmo os alunos mais tímidos participaram.

- A quinta atividade também se destacou, pois foi realizada num município

vizinho, numa academia de capoeira, integrando os alunos do projeto com outros

alunos praticantes de capoeira.

- A finalização desta ação foi numa academia de natação e hidroginástica em

outro município, foi muito estimulante para todos, pois participaram de uma aula de

hidroginástica divertida e dinâmica.

Esta ação foi primordial para o alcance do objetivo proposto no projeto, pois

através dela os alunos vivenciaram efetivamente práticas de atividades físicas fora

do âmbito escolar, ou seja, vivenciaram possibilidades de práticas que poderão

executar quando concluírem os estudos e a educação física deixar de ser

obrigatória, mas sim, um estilo de vida.

7ª Ação: Esta se constituiu na realização de uma feira no Colégio, com o tema

“Estilo de Vida Saudável“, na qual todos os alunos, funcionários e professores

participaram desenvolvendo trabalhos relativos ao tema do projeto. Quanto aos

alunos integrantes do projeto, eles foram o pivô da feira, foram divididos em equipes

coordenando os principais trabalhos da feira.

A primeira equipe ficou responsável pela divulgação da feira, através da

organização de um passeio ciclístico, confeccionaram cartazes e faixas para

convidar toda a comunidade para visitar a feira.

A segunda equipe produziu um documentário sobre as consequências da

obesidade e a importância de se ter hábitos de vida saudável, organizaram uma sala

como um cinema e apresentavam o filme para os visitantes.

A terceira equipe trabalhou verificando o peso, a altura, o cálculo do IMC e

também fizeram a aplicação do questionário do estilo de vida individual e aplicaram

os resultados no pentáculo do bem-estar de Nahas.

A quarta equipe ficou responsável pela organização de uma atividade prática,

para que todos os visitantes vivenciassem uma prática estimulante e prazerosa, eles

organizaram uma sala caracterizando uma pista de dança, foram utilizados vários

estilos musicais de acordo com a faixa etária do grupo.

O trabalho realizado pelos alunos nesta feira demonstrou que o objetivo

proposto pelo projeto foi alcançado, porque todos participaram efetivamente da

produção e realização da feira, além de demonstrar que tinham entendido o que lhes

foi proposto, transmitiram o que aprenderam para outras pessoas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização deste estudo permitiu concluir que a disciplina de Educação

Física ao desenvolver este tema como conteúdo, estará contribuindo de forma

significativa para o futuro da humanidade, pois, esta simples intervenção pedagógica

de melhorar a qualidade de vida de toda sociedade. Desta forma, destaca-se a

importância de conscientizar os alunos do ensino médio para a adoção hábitos

saudáveis ao longo de toda vida, observando que muitos ao concluir este grau de

estudo já interrompem e formam novas famílias, mas, com o desenvolvimento deste

trabalho de prevenção, estarão preparados para educar seus filhos com hábitos

saudáveis.

Este trabalho alcançou de maneira satisfatória o objetivo proposto, os alunos

obtiveram diversos tipos de informações através de pesquisas, palestras,

discussões, vídeos, exposição de trabalhos e da prática de atividades físicas

diversificadas que favoreceu a compreensão da importância de viver num estilo de

vida ativo para prevenir a obesidade.

Portanto, ao finalizar o trabalho, acredita-se que os alunos apliquem no

cotidiano os conhecimentos adquiridos e nós professores de Educação Física nos

sentimos bem, por termos desenvolvido nosso papel de educador e contribuído de

forma efetiva na formação de cidadãos conscientes de como é importante ter

qualidade de vida.

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