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IV SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA Luiz Fernando Orsini 19 de março de 2013 Prevenção de Inundações e Manejo de Águas Pluviais Paulo Preto/Futura Press Gabriel Borges/Diário do Vale Marcelo D Sants/Futura Press Ernesto Carriço/O Dia

Prevenção de Inundações e - funasa.gov.br · Ligações Diretas Lançamentos diretos de esgotos no sistema de drenagem ... Sondagens Integrais, Lago do Ibirapuera, São Paulo,

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IV SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA

Luiz Fernando Orsini19 de março de 2013

Prevenção de Inundações e

Manejo de Águas Pluviais

Paulo Preto/Futura Press

Gabriel Borges/Diário do Vale

Marcelo D Sants/Futura Press

Ernesto Carriço/O Dia

19 de março de 2013

Inundações no Brasil

• 2.606 estados de emergência ecalamidade pública entre 01/2010 e 03/2011

• 41% dos municípios sofrem inundações periódicas• Em 2007 o MIN gastou

R$ 53 milhões na prevençãoe R$ 348 milhões em“respostas aos desastres”

• Não existem estatísticassistemáticas

Fontes: Ministério da Integração Nacional,

IBGE, Contas Abertas

Douglas Magno/O Globo

Juatuba, MG, 5/1/2012

O que todos deveriam saber antes de

começar trabalhar com drenagem

Enchentes são fenômenos naturais associados a incertezas climáticas

Inundações são enchentes associadas a ações antrópicas

As inundações têm origem distribuída por toda a bacia hidrográfica

A redução dos riscos de inundação requer intervenções integradas em toda a bacia hidrográfica

O que todos deveriam saber antes de

começar trabalhar com drenagem

Intervenções pontuais trazem alívio momentâneo, mas podem produzir graves consequências no futuro

Drenagem urbana é uma questão de alocação de espaço

APs ocupam os espaços disponíveis, sejam estes adequados ou não

A importância do sistema de drenagem só é percebida quando chove

Os sistemas de drenagem convencionais são responsáveis por até 50% da poluição dos rios

SUMÁRIO

• Bacia Hidrográfica

• Impactos da Urbanização

• Como é hoje a prestação de serviços de AP

• Soluções de Engenharia

• Organização Institucional

• Manual de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais

• Bacia hidrográfica = toda a área que contribui para o rio– Não é só a região ribeirinha

• Tudo o que acontece na bacia afeta o rio– Bacia suja → rio sujo– Bacia impermeabilizada → mais água no rio

• Reduzir riscos de inundação requer intervenções no rio e na bacia

Bacia hidrográfica

Bacia hidrográfica

• Relevo• Sistema hídrico

natural• Sistema de

drenagem existente

• Tipo de solo• Urbanização e uso

do solo• Área de inundação

Córrego do Barreiro Santana de Parbaíba, SP

SUMÁRIO

• Bacia Hidrográfica

• Impactos da Urbanização

• Como é hoje a prestação de serviços de AP

• Soluções de Engenharia

• Organização Institucional

• Manual de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais

SUMÁRIO

• Impactos da Urbanização– Inundações

– Erosão e assoreamento

– Poluição

Aumento da faixa inundada

e ocupação de várzeas

antes

depois

Urbanização

ANTES

DEPOIS

Inundação pela ocupação de várzeas e

urbanização da bacia

Folha de S Paulo, 25/05/2005

Folha de S Paulo, 04/02/2004

Inundação pela ocupação de várzeas e

urbanização da bacia

Folha on Line, 08/09/2009

Ocupação de várzeas

Várzea do Carmo, séc XIX

Várzea do Carmo, hoje

Ocupação de várzeasRio Tamanduateí

Ocupação com privilégio ao sistema viário

Ocupação de várzeas

N. Friburgo, RJ Manaus, AM S. Paulo, SP

Luiz Yazaki Luiz Yazaki Luiz Yazaki

Inundação por ocupação de várzea

Brumadinho, MG, 05/01/2012

Rayder Bragon/UOL

Cambuci, RJ, 04/01/2012 Antonio Cruz/O Globo

!

Rio Santo Antonio, Nova Friburgo, RJ

Ocupação de várzeasSem distinção de classe social

Santo André, SP

Ocupação pelafalta de fiscalização

Ocupação “legal” de várzeas

Recifesetembro de 2006

Ocupação “legal” de várzeas

Posto de Saúde Águas de Lindóia, SP09/2005

FATEC/ETEC, Carapicuíba, SP, 20/12/2012

Alex Falcão/Futura Press

Luiz F Orsini

Ocupação “legal” de várzeas

Jacareí, abril/2007

Escola pública em APP

Com reservatório de amortecimento em construção a montante

Ocupação “legal” de várzeas

Tribunal de Contas do Município de São Paulo, março de 2013

Paradoxo da Ocupação de Área de

Preservação PermanenteAPP

Faixa da LT

Jacareí, abril/2007

Tecnologia curiosa para redução de riscos

de inundação

Jacareí, abril/2007

Soluções individuais

Barra Mansa, RJ, 01/2013

Av. São João, S. Paulo, 02/2013

Jacareí, abril/2007

SUMÁRIO

• Impactos da Urbanização– Inundações

– Erosão e assoreamento

– Poluição

Rio Água Quente – S. Carlos, SP

Erosão e Assoreamento

Erosão em área urbanizada

Rondonópolis, MT

Bom Jesus dos Perdões, SP16/01/2013

Rafael Oliveira/Futura Press

Erosão “invisível”

Av. Nove de JulhoCórrego SaracuraVale do Anhangabaú, S. Paulo

Erosão e deslizamento

Lavras, MG, 12/01/2011Defesa Civil

Nova Friburgo, RJ, 07/01/2011 Cristiano Lopes/O Dia

SUMÁRIO

• Impactos da Urbanização– Inundações

– Erosão e assoreamento

– Poluição

A poluição nem sempre é visível

Pirapora do Bom Jesus, SP

• 70% da população não tem esgoto tratado

• O esgoto de 132 milhões de pessoas não é tratado!

• 30 bilhões de litros de esgotos são despejados diariamente nos rios brasileiros através dos sistemas de drenagem!

Atendimento de esgotos no Brasil*

*Inferido a partir de SNIS, 2010

Ligações Diretas

Lançamentos diretos de esgotos no sistema de drenagem

Nova Friburgo -Córrego Cônego

S. Paulo – Zona Leste

R. Janeiro – Rio Viegas

Ligações cruzadas

Al. CampinasSão Paulo L F Orsini, 2006

Ligações Cruzadas

esgotos – águas pluviais

Bacia do Córrego do Sapateiro SVMA, São Paulo, 2004

Passivo Ambiental

Sondagens Integrais, Lago do Ibirapuera, São Paulo, 2004

Resíduos sólidos

LixodutoRio = conduto de água, esgotos, lixo

Obstruções

Galeria do Córrego AnhangueraSão Paulo, 1986

Fabiano Rocha/O Globo

Bacia do AricanduvaSão Paulo, SP

Cascavel, PR, 2013

São Gonçalo, RJ, 26/01/2013

Reservatório de amortecimento Limoeiro – S. Paulo

Resíduos sólidosSofá no rio

Rio de JaneiroRio Viegas, 2003

S. Paulo

S. André, SP

Poluição difusa no Rio Pinheiros

Orsini, 2008

Poluição difusa no Rio Pinheiros

Orsini, 2011

SUMÁRIO

• Bacia Hidrográfica

• Impactos da Urbanização

• Como é hoje a prestação de serviços de AP

• Soluções de Engenharia

• Organização Institucional

• Manual de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais

• Drenagem é vista como uma atividade secundária

• Não existe planejamento– As soluções implantadas são pontuais– Têm caráter emergencial

• Obras de drenagem são implantadas sem projetos de engenharia

• Carência de técnicos capacitados para planejar, projetar, construir e operar

Serviços de drenagemo que existe por aí...

• Visão isolada do problema– Planos diretores, planos viários, de transporte

público, de águas, esgotos e lixo não consideram o sistema de drenagem (menos ainda o problema da poluição hídrica)

• Falta de interesse em destinar recursos para a drenagem e manejo de águas pluviais

• Projetos rejeitados pelos agentes financeiros por não terem um nível mínimo de qualidade

Serviços de drenagemo que existe por aí...

• Degradação do ambiente urbano• Aumento da frequência e da magnitude de

inundações• Mais poluição → menos disponibilidade de

água• Maiores gastos públicos

– O custo das inundações é muitas vezes maior que o custo das ações que poderiam evitá-las

Consequências

SUMÁRIO

• Bacia Hidrográfica

• Impactos da Urbanização

• Como é hoje a prestação de serviços de AP

• Soluções de Engenharia

• Organização Institucional

• Manual de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais

SUMÁRIO

• Soluções de Engenharia– Plano Diretor de Drenagem e Manejo de AP

– Princípios

– Sistemas de drenagem e manejo de AP

– Técnicas de manejo sustentável

– Modelagem computacional

Plano de Drenagem e Manejo de AP

Objetivos

1. Reduzir os impactos das chuvas sobre a cidade2. Criar as condições para uma gestão sustentável

da drenagem urbana3. Apresentar soluções para financiamento e

custeio4. Propor soluções institucionais para a gestão

eficiente dos serviços de drenagem

Fornecer para a Prefeitura subsídios técnicos e institucionais que permitam:

O que o Plano deve apresentar

• Soluções em nível de planejamentoabrangendo tanto medidas de controle não-estruturais como estruturais.– Medidas não-estruturais

• Medidas de gestão

• Posturas legais

– Medidas estruturais

• Anteprojetos de obras para redução dos riscos de inundações

SUMÁRIO

• Soluções de Engenharia– Plano Diretor de Drenagem e Manejo de AP

– Princípios

– Sistemas de drenagem e manejo de AP

– Técnicas de manejo sustentável

– Modelagem computacional

• Objetivo: manter o runoff original

• O excesso deve ser infiltrado ou armazenado

Manter o índice de escoamento natural

10%

10% 10%

Invariância Hidráulica

tempo

va

o

Vazão de restriçãoMETA

Excesso de volume a ser armazenado ou infiltrado

Vazão para as condiçõesfuturas de impermeabilização

Vazão para as condições atuais

Vazão para as condiçõesde pré-desenvolvimento

Vazão AfluenteQa

ReservatórioVazão EfluenteQe

NA Máximo

NA MínimoVolume deAmortecimento V

Equação da Continuidade

“O que sai = o que entra – o que infiltra - o que fica”

Infiltração Qi

Dispositivo de

amortecimento e infiltração

SUMÁRIO

• Soluções de Engenharia– Plano Diretor de Drenagem e Manejo de AP

– Princípios

– Sistemas de drenagem e manejo de AP

– Técnicas de manejo sustentável

– Modelagem computacional

• Sarjetas, sarjetões• Bocas de lobo• Galerias• Despejo nos rios• Canalização de córregos e rios

– Canais abertos– Canais fechados

Objetivo: coletar e afastar rapidamente a água

Sistema de drenagem convencional