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Jornal DE LEIRIA Semanário Regional Director de Mérito José Ribeiro Vieira Director João Nazário Ano XXVIII Edição 1697 Quinta-feira, 19 de Janeiro de 2017 1,00 www.jornaldeleiria.pt PUBLICIDADE PUBLICIDADE Depois da Zara também Bershka e Pull&Bear fecham no centro de Leiria Inditex A Bershka do Edifício Garage, em Leiria, vai fechar em Março. O mesmo vai acontecer com a Pull&Bear da cidade. Em menos de um ano, o grupo fecha três lojas no centro Última Quando o final de vida reserva o abandono numa cama de hospital Nos últimos dois anos, 44 pes- soas permaneceram dias, semanas e até meses, internadas no Centro Hospitalar de Leiria após alta mé- dica, porque ninguém as foi bus- car. Só nos últimos seis meses, os hospitais de Caldas da Rainha e de Peniche registaram 32 casos. São situações que envolvem quase sempre idosos, com as famílias a alegarem falta de condições para os acolher. Págs. 4/5 Frederico Fezas Vital, empreendedor social “O sistema educativo tem de criar pessoas pensantes e autónomas e não ‘carneiros’” Leiria PSP apreende 40 kg de droga numa das maiores operações de sempre Pág. 10 Distrito Segurança Social suspende 33% das baixas médicas fiscalizadas Pág. 11 RICARDO GRAÇA Págs. 6/7 RICARDO GRAÇA

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JornalDE LEIRIA

Semanário RegionalDirector de Mérito José Ribeiro VieiraDirector João NazárioAno XXVIIIEdição 1697Quinta-feira, 19 de Janeiro de 2017€ 1,00

www.jornaldeleiria.pt

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Depois da ZaratambémBershka e Pull&Bearfecham nocentro de LeiriaInditex A Bershka do Edifício Garage,em Leiria, vai fechar em Março. Omesmo vai acontecer com a Pull&Bearda cidade. Em menos de um ano, ogrupo fecha três lojas no centro Última

Quando o final de vidareserva o abandono numacama de hospital� Nos últimos dois anos, 44 pes-soas permaneceram dias, semanase até meses, internadas no CentroHospitalar de Leiria após alta mé-

dica, porque ninguém as foi bus-car. Só nos últimos seis meses, oshospitais de Caldas da Rainha e dePeniche registaram 32 casos. São

situações que envolvem quasesempre idosos, com as famílias aalegarem falta de condições paraos acolher. Págs. 4/5

Frederico Fezas Vital, empreendedor social

“O sistema educativo tem de criarpessoas pensantes e autónomas e não ‘carneiros’”

LeiriaPSP apreende 40 kg de droganuma das maioresoperações desempre Pág. 10

DistritoSegurança Socialsuspende 33% das baixas médicasfiscalizadasPág. 11

RICARDO GRAÇA

Págs. 6/7RICARDO GRAÇA

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2 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Radar

Imagem Viagem Tiago Baptista

Açúcar causa dependência comoa cocaínaCláudia Cunha, nutricionista, Diáriode Notícias

Há professores doutorados doprivado a passar fomeGonçalo Velho, presidente doSindicato Nacional do EnsinoSuperior, i

Olho clínicoPaulo QuinteiroO comando da PSP deLeiria, liderado por Paulo

Quinteiro, realizou uma dasmaiores detenções de droga desempre. Durante a operaçãoBottle, foram apreendidos 40quilos de produto estupefacientee cerca de 60 mil euros. Nestaacção foram também detidas 16pessoas, tendo nove delas ficadoem prisão preventiva.

Joaquim Vicente NarcisoEste maestro é ummelómano apaixonado

pela arte e pela música. É umadas muitas faces que, desde há 30anos, compõem o Coro Cantábilis,de Leiria. Um projecto, lideradopor este maestro, e que nasceu danecessidade de convívio efortalecimento da equipa doextinto BNU. O coro foi agregadoà CGD e continua o seu percurso.

Alfonso LopezÉ o presidente do grupo

espanhol Postres Reina,que está a reforçar a sua apostaem Pombal. Nos próximos trêsanos vai investir entre seis a oitomilhões de euros para ampliar asinstalações e duplicar a produçãoda Docereina, produtora desobremesas. Vão ser criados 20novos postos de trabalho.

Impressões

João Lázaro

Viver no gerúndio

Cá se vai andando, é costume responder-sequando, rua fora, alguém, num gesto cortêse delicado, nos pergunta: como vai? Cá sevai andando…, réplica fácil e mil vezes

repetida. A mais das vezes mais parece um quasedesabafo ou queixume. Como se, com a usualexpressão, quiséssemos dizer que nos vamosarrastando vida fora à mercê de ventos, marés evontades alheias. Cá se vai andando, sobrevivendo,penando num acatamento resignado. Vivos,contudo, que de outro modo seria um absurdodizer-se do andar.Habituámo-nos a viver no gerúndio. Como se amontante nada tivesse valido a pena e o amanhãcomportasse uma dose tão grande de medo quenão nos atrevêssemos a conjugar a vida no futuro.Ficamos assim como que a meio do caminho, numaterra-de-ninguém, neutros como convém para nãodarmos nas vistas e arriscar pouco. É um modo devida, claro! Direito próprio de quem vai fazendoisto e aquilo sem se comprometer muito. Mas há, também, quem se inquiete pelasmadrugadas. Jorge de Sena tem um versolindíssimo em que diz “no gesto de amor quepoderia ter feito amanhã”. Assim vale a pena.Amanhã, que hoje pode a vida interromper-se, maso que fizemos até ontem, o que vamos fazendoainda hoje, ficará escrito e gravado na pedra doexistir.A vida concedeu-me este imenso privilégio de serum escutador por profissão. Durante os dias ouçocontar de estradas e das viagens nelas feitas. Genteque me diz dos percalços e sinuosidades da vida,mas também do ganho maior de ter vividoexperiências, de ter aprendido com elas, de seconduzir com um destino determinado sem perdera oportunidade de contemplar a paisagem. Nemtodos, é claro! Alguns chegam angustiados pelapressa de chegar. Vivem na autoestrada dopensamento. Medem-se a cada instante do

percurso e contabilizam ganhos e perdas de tempo.Vivem no gerúndio e lá vou tentando, com o meuparco saber, ajudá-los a olhar à volta e a descobriroutros, ilhas como eles, na esperança que sintamvontade de ser arquipélagos amanhã, continentesnum futuro próximo.Talvez por isso, mas não só por isso, me inquietatanto a vida da cidade. Desta, em que nos cruzamospelas ruas, praças e cafés, mas também de outrastantas, país e mundo fora, onde coabitamos econjugamos a vida de modo tão diferente. Talvezpor isso, mas não só por isso, valha a penacontinuar a insistir no diálogo e troca de diferentespensares entre quantos acreditam nos gestos deamor que poderão fazer amanhã.Quando nos dizem o tal “cá se vai andando”, valeráa pena perguntar: para onde? Poderão não terresposta, mas pelo menos inquietamo-los.

DR

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Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 3

O apelo às emoções está asobrepor-se aos factosPedro Jerónimo, investigador doObservatório de Ciberjornalismo,Expresso

Em nossa casa o Rui étreinador… mas de bancadaSusana Barata, mulher de Rui Vitória(treinador do Benfica), Revista Caras

Sejam actores da vossa própria vidaJerónimo de Sousa, líder do PCP, Público

Há excesso de política e dedogmas na saúdeJosé Manuel Silva, bastonário daOrdem dos Médicos, Expresso

Fórumdasemana Editorial

Não estamos a educar a actualgeração para ser feliz, mas paracumprir objectivos e atingir metasque não lhes trazem felicidade”.

A frase é de Frederico Fezas Vital, entrevistadodo Jornal de Leiria nesta edição, que se dedicaa fazer sonhar crianças em avançado estado dedoença, tendo abandonado uma vidaprofissional monetariamente confortável, quepassou pela advocacia e pela banca.Fezas Vital argumenta que “há coisas que nãose compram com dinheiro e com sucessoprofissional”, percebendo-se pela sua opçãopelo empreendedorismo social de que 'coisas'está a falar. Pelas suas palavras é evidente quese sente mais recompensado e feliz a intervirjunto de pessoas fragilizadas do que na 'guerra'do dinheiro e do poder tão associada à banca eà advocacia. Ganha menos, mas recebe mais e sente-se mais rico. Para isso, no entanto, teve que romper com oque está instituído como objectivo de vida noMundo Ocidental, que passa muito por umconceito de sucesso ligado ao dinheiro, aopoder, à aparência e à posse. Não é necessárioandar muito atento para perceber a glorificaçãodesse tipo de sucesso, nomeadamente porparte da comunicação social. Além das listas erankings que surgem regularmente a dar contadas maiores fortunas, dos mais poderosos, dosque mais vendem e que têm maior influência,foi criado um culto à volta das excentricidadesque só o dinheiro pode comprar. Se pensarmosum pouco, facilmente chegamos à conclusãoque os carros de luxo, as mansões tipo castelo,as joias de muitos milhares e as viagens a locaisparadisíacos com que músicos, actores,empresários e desportistas de topo tentammostrar o seu êxito e felicidade, têmincomparavelmente mais tempo de antena doque projectos de solidariedade e de filantropia.Obviamente, a mensagem vai passando,enraizando-se na sociedade uma forma depensar e de sentir muito direccionadas paraessas questões, com as pessoas adeslumbrarem-se e a terem como referênciasde vida o que essa minoria conseguiu eostenta.Recorrendo a uma palavra de Fezas Vital,estamos a criar 'carneiros' que encaixem nomundo existente, com a nova geração, nageneralidade, a não ser educada para pensar,para ser autónoma, para transformar o mundo.E a verdade é que este mundo necessitarapidamente de uma transformação, de quem opense de outra forma que não sob o prisma frioda tabela de Excel e perceba que a vida não seesgota nas metas e nos objectivos individuais.A continuarmos por este caminho, feito deindividualismo e de indiferença, o maisprovável é que se agravem os problemassociais, principalmente junto de pessoas maisfragilizadas, seja pela falta de meios, seja peladoença, seja ainda pela idade. No futuropoderá ser qualquer um de nós a viver asolidão trancado numa casa ou a ficar'esquecido' meses a fio num hospital –problema que abordamos nesta edição -,enquanto os nossos descendentes procuramalcançar as suas metas e os seus objectivos,nunca muito distantes de um emprego comestatuto e bem remunerado, uma boa casa eum carro de alta cilindrada.

João Nazário

Se não for a descida da Taxa Social Única (TSU), queseja a redução da factura energética ou do PagamentoEspecial por Conta (PEC). O que o presidente daConfederação da Indústria Portuguesa rejeita “emabsoluto”, segundo o Diário de Notícias, é que asubida do salário mínimo para os 557 euros fique semcontrapartidas para as empresas. Segunda-feira, e “nasequência do compromisso celebrado com osparceiros sociais”, o Governo aprovou o decreto-leique cria uma medida “excepcional e temporária de

Quecomentárioslhe mereceeste assunto?

apoio a emprego através da redução [de 1,25%] dataxa contributiva da Segurança Social a cargo daentidade empregadora”. O diploma foi promulgadopelo Presidente da República na terça-feira, tendoseguido para publicação em Diário da República, paradepois ser alvo de apreciação parlamentar. Nomesmo dia, no primeiro debate quinzenal deste ano,a medida foi alvo de um coro de críticas da esquerdaà direita, com várias vozes a considerarem que é umincentivo à manutenção de salários baixos.

Com os enormes desafios que temos pela frente paramanter os negócios, nós, empresários, temos muitadificuldade em compreender o que está a acontecer. OPaís teria muito a ganhar se na Concertação Social sediscutissem formas de criar condições para o aumentoda competitividade, como por exemplo as questões daqualificação, uma legislação laboral adaptada ao novotipo de relações laborais que estão a surgir com a novarevolução industrial, e a partir daí discutir o aumentodos salários. A questão do salário mínimo e da TSU sãoelementos acessórios e que nos parece estarem a serusados com fins políticos.

A subida do salário mínimocorresponde à evolução daeconomia e à necessidade que ostrabalhadores têm de fazer faceao custo de vida. E vemcombater uma políticageneralizada de baixos saláriosque se pratica em Portugal. Nãoconcordo com compensações àsempresas. Os últimos dadoseconómicos são suficientementeanimadores.

João Delgado,membro daMútua dosPescadores

Utilizando os dados disponíveis,desde 1995 até agora, e tendo emconta a produtividade do factortrabalho, o salário mínimonacional devia ser de 550 euros.Oferecer mais, e à custa doOrçamento do Estado, étecnicamente errado.

João Duque,professorcatedrático deGestão eFinanças

Jorge Santos,presidente daNerlei

Parece-me de elementar justiça e equidade em sedede concertação social que ao aumento do SMNtenha necessariamente de corresponder umconjunto de medidas que visem a atribuição decontrapartidas às entidades empregadoras. Emdetrimento da descida da TSU que, efectivamente,pode promover a manutenção de uma política debaixos salários, parece-me evidente que umaredução do PEC, do próprio IRC ou da facturaenergética podiam ser medidas substitutivas, comimpacto significativo na tesouraria das empresas. Oaumento do SMN, sem mais, é que me pareceverdadeiramente inaceitável.

Pedro daQuitériaFaria,advogado

Depende das indústrias. O que me parece é que nageneralidade das indústrias não há necessidade decontrapartidas. Uma empresa que não possa pagar osalário mínimo tem de rever o seu modelo de negócio.Agora, há muitas empresas que têm um modelobaseado em salários baixos e que têm contratosfechados que não conseguem rever, por exemplo nosector das limpezas e da segurança, e aí, talvez façaalgum sentido. E outras de mão-de-obra intensiva, nostêxteis ou no calçado.Ricardo

Pereira,empresário

Onde está a felicidade?

Deve a subida do salário mínimo ter contrapartidas para as empresas?

Parece-me que a questão não étanto a subida do salário mínimo,que vejo como desejável. Asempresas criadoras de riqueza ede valor deviam estar no centrodas atenções do governo, masnão é o que acontece. Semdúvida que a questão da facturaenergética é pertinente. Que estadiscussão sirva para que aquelesque podem ajudar o país acrescer tenham a devida atençãoe o apoio que merecem.

Ana MariaPacheco,presidente daAIRO

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4 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Abertura

Foram tratados.Tiveram alta. Mas continuam a viver no hospitalAbandono Nos últimos dois anos, 44 pessoaspermaneceram, dias, semanas e até meses, internadas noCentro Hospitalar de Leiria após alta médica, porqueninguém as foi buscar. Os casos envolvem quase sempreidosos

Maria Anabela [email protected]

� João foi internado no hospital de Lei-ria devido a um problema neurológi-co, que lhe deixou sequelas, ficandonuma situação de dependência. Emmeados de Outubro recebeu alta clí-nica, mas, passados três meses, con-tinua hospitalizado. A irmã, a única fa-miliar que lhe pode valer – o outro ir-mão está institucionalizado - alega nãoter condições para cuidar dele, mastem-se recusado a assinar o termo deaceitação, para que o idoso possa serencaminhado para uma unidade decuidados continuados. Esse interna-mento seria custeado pelo próprio,uma vez que, segundo a avaliação daSegurança Social, o utente terá activosfinanceiros superiores a 100 mil eurose, como tal, não tem acesso a com-participação. Só que essa solução im-plica o consentimento da família, oque ainda não se verificou.

A resolução do impasse deverá serditada pelo Ministério Público. En-quanto isso não acontece, João con-tinuará a viver no hospital, ocupandouma cama que devia ser usada para si-tuações de doença aguda e correndo,até, alguns riscos para a sua saúde, ine-rentes à permanência em ambientehospitalar.

A história de João está longe de serum caso isolado. Nos últimos doisanos, o Centro Hospitalar de Leiria(CHL), que abrange os hospitais de Lei-ria, Alcobaça e Pombal, registou 44 al-tas proteladas, ou seja, situações depessoas que permaneceram hospita-lizadas depois de clinicamente trata-das e que envolveram, quase sempre,idosos. Esses casos, totalizaram “935dias” de internamento após alta. Porseu lado, os hospitais de Caldas da Rai-nha e de Peniche contabilizaram, ape-nas no último semestre de 2016, 32 ca-sos de protelamento de alta por razõessociais. Neste momento, além do

caso de João, o hospital de Leiria temmais dois utentes em situação seme-lhante. Um dos casos, arrasta-se des-de final de Setembro. O outro, hácerca de um mês.

Famílias alegam falta de condiçõesAlguns destes casos serão puro aban-dono, mas muitas das situações sãojustificadas pela “falta de disponibi-lidade” e de “condições” das famíliaspara cuidarem dessas pessoas. Esse éo argumento que Amélia Magalhães,directora do Serviço Social do CHL,

ouve com mais frequência. Segundoconta, as famílias alegam, frequente-mente, que não têm condições paratratar dos seu entes devido a “falta detempo, por motivos profissionais”,mas também por questões económi-cas, “com baixos salários e baixas re-formas, que não permitem o recurso”a lares privados, dado que “é extre-mamente difícil” encontrar vaga eminstituições sociais que tenham acor-do com a Segurança Social”. Por outrolado, frisa, as respostas de serviço do-miciliário e de centro de dia, menosonerosas, “apesar do inestimável apoioque prestam, não são viáveis como so-lução sempre que a pessoa necessite deapoio durante a noite”.

“Nas situações caracterizadas porgrande dependência ou complexida-de de cuidados de saúde, por vezes, re-gista-se alguma dificuldade de adap-tação por parte da família (horários detrabalho, fraco suporte familiar, difi-culdades económicas, etc), que indu-zem a um adiamento da alta hospita-lar”, acrescenta o Centro Hospital doOeste (CHO). Segundo esta instituição,além da falta de recursos para recor-rer a um equipamento social (lar ouunidade de cuidados continuados) epara suportar o acréscimo de despe-sas com medicação ou aquisição demateriais de apoio, as famílias apon-tam também a falta de condições nashabitações para acolherem o seu de-pendente”.

A incapacidade, devido à idade,para cuidar do doente é outro dos mo-tivos que leva ao protelamento dealta, acrescenta o CHO. “Cada vezmais, temos cuidadores em idade deserem cuidados. Gente de 90 ou 100anos ao cuidado de pessoas com 70anos. O que vamos conseguir exigirdessas pessoas para tratarem de al-guém que está acamado?”, questionaGraça Pereira, enfermeira hospitalar edirectora técnica da Unidade de Cui-dados Continuados da Misericórdia da

Batalha, onde apesar de pontuais,também vão existindo casos de altasproteladas. “É uma problemática quevai ganhando peso”, reconhece a en-fermeira, segundo a qual há tam-bém situações em que na origem darecusa em cuidar do doente após a altaestão conflitos familiares.

Alguns desses conflitos, diz GraçaPereira, têm na sua essência “pro-cessos de divórcio, em que os filhos fi-caram apenas ao cuidado da mãe,com o afastamento do pai”. “Quandoestes precisam dos filhos, porque seviram numa situação de dependên-cia, os descendentes viram-lhes ascostas, argumentando: 'Se ele nuncame viu como filho, por que é que te-nho agora de o ver como pai'. São his-tórias de vida marcantes, em que,mesmo quando o caso segue a via ju-dicial, as pessoas não cedem e recu-sam-se a acolher o seu familiar”, con-ta a enfermeira, sublinhando, no en-tanto, que estes casos são uma mi-noria. Segundo diz, grande parte dassituações de alta protelada que co-nhece deve-se à falta de condições dafamília, “ou por motivos profissionais,

ou porque vivem distantes, ou porquetêm filhos pequenos ou porque nãotêm condições financeiras para ospôr num lar ou em cuidados conti-nuados”.

Ministério Público intervêm em fim de linhaSempre que é detectada uma situaçãoem que o doente tem alta mas não háfamiliares que assumam o seu aco-lhimento, é accionado o serviço socialdo hospital, que tenta resolver o pro-blema junto da família, da comuni-dade e da Segurança Social. Uma dassoluções passa pelo encaminhamen-to do doente para uma unidade daRede Nacional de Cuidados Conti-nuados Integrados (RNCCI). O pro-blema está na falta de vagas, nomea-damente, das que são co-financiadaspela Segurança Social. “Têm acesso àcomparticipação da Segurança So-cial os utentes que, isoladamente ouem conjunto com os restantes ele-mentos do seu agregado familiar, te-nham um património mobiliário (de-pósitos bancários, acções, certificadosde aforro ou outros activos financei-

44nos dois últimos anos, o CentroHospitalar de Leiria registou 44casos de doentes quepermaneceram internados apósalta, que totalizaram 935 dias deprotelamento de alta

32Só nos últimos seis meses, oshospitais de Caldas da Rainha e dePeniche tivema 32 situações deprotelamento de alta por razões deordem social

100612euros é o valor máximo, emactivos financeiros, a partir doqual os utentes deixam de teracesso à comparticipação daSegurança Social parainternamento em unidades daRede Nacional de CuidadosContinuados Integrados

Os números

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RCARDO GRAÇAS

Maria José Hespanha,investigadora

Idosos são “um dos grupossociais maismarginalizados”

� Além da falta de condições, o quepode levar uma família a deixar o seuidoso ou dependente no hospital?Esta questão é falada há vários anos.O aumento da população idosa e de-pendente e a diminuição da popula-ção activa, que possa tratar dos idosos,está a criar problemas às famílias quenão conseguem ter as condições paratratar dos seus idosos e dependentes.Por outro lado, os serviços de saúde es-tão vocacionados para a doença agu-da e não estão preparados para aco-lherem doentes em situação de de-pendência, que consomem muitoscuidados de saúde e recuperam mui-to lentamente. Este tema do abando-no dos idosos tem de ser tratado commuito cuidado. Há estudos que mos-tram que as famílias se preocupamcom os seus idosos e lhes disponibi-lizam bastante suporte afectivo, emo-cional, material e até financeiro. Oprincipal problema dos idosos é asua condição física. Em geral, sãopessoas com multi-patologias, queos colocam em situação de depen-dência. Perante um episódio de doen-ça aguda recorrem ao hospital, ondeacabam por permanecer algum tem-po, dado que os reequilíbrios e a re-cuperação do organismo é mais len-ta do que nos adultos. Se vive só ou sea família no momento não lhe podeprestar o apoio de que necessita, é pre-ciso encontrar uma resposta para quesaia do hospital com condições de se-gurança. Só que essas respostas nem sempreestão disponíveis. Exacto. A demora na saída do doen-te pode criar a ideia errada de que seencontra abandonado. Se o idoso temfamília e cuidadores, no hospital devehaver o cuidado de programar o seuregresso a casa com a maior antece-dência possível, chamar os cuidado-res e ensiná-los a prestarem os cui-dados de que o doente vai necessitar.Em 2009, escreveu que, "de uma for-ma geral a sociedade tolera e, por isso,torna-se cúmplice, do abandono, dafalta de respeito e da degradação dacondição social dos idosos". Estaideia continua actual?Bastante actual. Os idosos que de-veriam ser um grupo social prote-gido, constituem um dos grupos so-ciais mais marginalizados da nos-sa sociedade. Na maioria dos casos,auferem reformas ou pensões mui-to baixas, que lhes limitam o aces-so a bens de consumo essenciais.Isso é do conhecimento público, noentanto, não tem sido suficientepara pressionar os governos para aorganização e concretização de po-líticas que atendam as estes pro-blemas.

ros) de valor inferior a € 100.612,80(240 vezes o valor do Indexante deApoios Sociais)”, explica o Instituto deSegurança Social. Este organismo re-fere ainda que, para integrar a RNCCI,“terá que ser obrigatoriamente assi-nado um termo de aceitação pelopróprio [utente] ou seu representan-te”.

Quando se esgotam todas as hipó-tese de resolução do problema, juntoda família, da comunidade ou da Se-gurança Social, os hospitais recor-rem ao Ministério Público, para queseja nomeado um tutor ou tomada ou-tra opção entendida como “oportu-na”. No último ano, o CHL recorreuuma vez a esta via. “É uma medidaque não gostamos de tomar, mas quetemos de usar como último recursoperante a continua ausência de res-postas para retirar estes doentes dohospital e proporcionar-lhes condiçõesadequadas às suas necessidades”, diza directora do Serviço Social do CHL,que considera “inaceitável que hajaum doente que permaneça no hospi-tal desde 15 de Outubro de 2016 semninguém se interessar por ele”.

Amélia Magalhães nota que a per-manência de um paciente com alta clí-nica significa a “ocupação indevida deuma cama hospitalar, impedindo quea mesma se encontre disponível parareceber outros doentes que, em faseaguda da sua doença, necessitamimperativamente de cuidados médi-cos e de enfermagem em permanên-cia”. Além disso, “é um risco” para odoente, “já que poderá vir a adquiriroutros problemas de saúde, de natu-reza física (infecções hospitalares,alterações da mobilidade) ou psíqui-ca/emocional”.

Segundo explica aquela técnica, orecurso ao Ministério Público é feitoem “ultima instância” e “sempre”acompanhado de uma “exaustivaavaliação da situação”, para mini-mizar o risco de, após a decisão judi-cial, a pessoa não ser bem acolhida.

“As pessoas fazem isto [não aco-lhem os seus familiares após a alta]porque percebem que existem es-truturas que não os põem na rua. Anegligência de uns, protege os ou-tros”, conclui a enfermeira GraçaPereira.

Projecto de lei do PSD e CDS-PPCriminalização do abandono chumbadaO projecto de lei apresentadopelo PSD e CDS-PP que previapenas de prisão para quemabandonasse um idoso nohospital foi chumbado emJulho, com os votos contra doPCP, BE e PEV e a abstenção doPS. A esquerda parlamentarjustificou a sua posiçãoalegando que deixar idosos nohospital “não é abandono”,uma vez que ficam “em locaisonde recebem a assistência deque necessitam”. As bancadas que chumbaram oprojecto de lei defenderamainda que considerar essasituação como crime poderiafazer com que as famílias semrecursos pudessem vir aabandonar os idosos noutroslocais sem qualquerassistência. Na ocasião, o PSD eo CDS-PP reagiram à posição daesquerda com indignação.

Carlos Abreu Amorim, dabancada social-democrata,disse não compreender que “osmesmos grupos parlamentaresque querem o agravamentodaquilo que se passa ao níveldo crime de abandono deanimais, que já existe no nossoordenamento jurídico, senegam a legislar no sentido decriar um novo crime que é oabandono de idosos, umproblema latente e candente nasociedade portuguesa”. Alémde penas de prisão até doisanos e de sanções como oafastamento da herança paraquem abandonasse um idosonum hospital, o projecto de leiconjunto do PSD e CDS-PPprevia também acriminalização de quem seaproveitasse das limitaçõesmentais dos idosos para acederaos seus bens.

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6 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Entrevista

“Não estamos aeducar a actualgeração para ser feliz”

Frederico Fezas Vital Foi advogado e trabalhou nabanca. Há dez anos, mudou de vida para fundar a Terra dosSonhos, que trabalha com crianças em fase avançada dedoença. Diz que precisamos de um dia nacional dos sonhose lamenta que os jovens de hoje sonhem pouco

Maria Anabela [email protected]

� Largou o que muitos sonham -uma carreira de sucesso e uma si-tuação financeira confortável - parase dedicar à concretização de so-nhos de crianças doentes, com a cria-ção da Associação Terra dos Sonhos.Qual era o seu sonho quando tomouesta decisão?Era conseguir alguma coisa mais im-portante do que recompensa e con-forto material, que também são ne-cessários. Não sou nada fundamen-talista. Precisamos do nosso confor-to, mas há coisas que não se compramcom dinheiro ou com sucesso profis-sional, como ele é entendido na maiorparte dos casos. Sonhava e ambicio-nava ter um propósito e sentir-me acumprir uma missão maior do que eu.Todos nós queremos, por inerência danossa natureza, superar-nos, sermosmais do que nós, sairmos de nós. Mui-tas vezes, nem temos consciênciadisso, de que é essa sede de signifi-cado e de utilidade que nos faz mo-

ver. Não por reconhecimento, embo-ra este seja óptimo, mas porque con-seguimos, de facto, fazer a diferença.Parece uma frase feita, mas pelo quetenho feito nos últimos dez anos,valeu a pena.O que mais o motiva neste trabalho?Tanto na Terra dos Sonhos como nosoutros projectos de empreendedo-rismo social o que mais me recom-pensa é ver diante dos meus olhos aconcretização do meu trabalho. Nosvários projectos em que estou envol-vido o objectivo é sempre o mesmo:ajudar as pessoas a perceberem opoder que têm para mudar a sua rea-lidade para melhor, no sentido em quefizer mais sentido para as suas vidas.Isto aconteceu muitas vezes à minhafrente e por causa do trabalho quefaço. Se passei algumas dificuldadesfinanceiras, a verdade é que nuncanada me faltou. Troquei um maiorconforto financeiro, mas a equação fi-cou muito positiva. Não há nada quepague a recompensa que sinto quan-do faço uma formação de empreen-dedorismo social ou de capacitação,

quando ajudo determinado projectocomo mentor ou quando realizo o so-nho de alguém e vejo o que as pessoasfazem com aquilo que lhes dou, sejainspiração, seja motivação ou ferra-mentas concretas, como saúde emo-cional ou ferramentas técnicas. Em dez anos de existência, a Terrados Sonhos já realizou mais de 600sonhos de crianças em avançado es-tado de doença. Qual foi aquele quemais o marcou?Todos marcam à sua maneira. Mashouve um especial. O caso do Tiago,que queria visitar uma fábrica dematerial escolar. O Tiago sofria de umadoença que o isolava em casa e, comotal, nunca tinha tido muito contactocom escola. Não tinha a oportunida-de de viver as sensações do regressoàs aulas, quando abrimos aquela cai-xa de lápis nova ou os livros a cheirara novo. Levámos o Tiago à PapelariaFernandes. Foi um dia comoventetanto para Tiago como para os traba-lhadores da fábrica. Foi super-mar-cante pela simplicidade do sonho.Por que é Portugal precisa de um dia

nacional dos sonhos, como defende?Porque os portugueses são, por natu-reza, muito pessimistas. Estão muitasvezes, mais preocupados em olharpara o lado do que para as suas vidas.Têm uma falta de auto-estima cróni-ca e não acreditam no potencial de setransformarem. Devem ter o direito ea necessidade de sonhar como deveser.O que é sonhar como dever ser?Acreditar que somos capazes. Podersonhar e não estarmos constante-mente a ser deitados abaixo pelos ou-tros. Apostar realmente em nós mes-mos e começarmos a meter mãos àobra e a fazer aquilo em que são bons.Somos um povo como imensas capa-cidade. Temos criatividade, capaci-dade de sobrevivência, temos institu-to, somos naturalmente solidários ehospitaleiros. Estas qualidades têmde ser potencializadas. Infelizmente,o nosso pessimismo e necessidade deolharmos para o lado cerceia-nos. Omaior obstáculo aos nossos sonhos so-mos nós. Os portugueses precisamde alguém que os incentive a sonhar.

“O sonhador não éum parvo quepassa pelo mundoa fingir que estátudo bem. É umapessoa que vê oque está aacontecer e quesonha mais alto equer mais do queaquilo que tem”

Em destaque

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Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 7ENTREVISTA COM O APOIO DE:

RICARDO GRAÇA

� Como é que se identifica umaboa ideia? O problema da ideia é que muitasvezes não se converte num pro-jecto inovador. Ou porque a me-cânica desenhada em cima daideia não é funcional ou porque apessoa não tem capacidade paramobilizar os recursos, competên-cias ou a paixão suficiente. É pre-ciso educar as pessoas para tra-balharem a sério. Não falo em ar-ranjar conhecimentos, guardá--los e depois debitá-los, mas simem saber pensar, saber trabalharem equipa e ter gosto pelo traba-lho e pelas concretizações. Todos somos potenciais em-preendedores?Depende do conceito de em-preendedor. Empreender, no sen-tido mais lato da palavra, faz par-te do ser humano. Todos nós to-mamos a iniciativa de fazer mui-tas coisas pela nossa vida. Somosnaturalmente criativos, porquecriar é tomar decisões. A partir domomento em que tomo uma op-ção, estou a criar um caminhopara mim. No sentido mais lato,todos somos empreendedores.No sentido mais focado no con-ceito de empreendedor comer-cial ou social, acho que não. Porisso, é que as equipas são tão im-portantes. Há quem tenha perfilde timoneiro, para levar o barcoem frente, mas quem está nas ve-las, a afiná-las e a fazer o barcofuncionar como um todo, tambémé importante. Quais os erros mais comuns nosprojectos de empreendedorismo?Um deles é o não fazer escuta ac-tiva e não ouvir os outros, sobre-valorizando as nossas ideias esubvalorizando quem nos critica.Queremos tanto que as coisas fun-cionem, estamos tão apaixona-dos pelas nossas ideais, que aca-bamos por cair na esparrela de nãoouvir os outros. A falta de humil-dade é um erro sistemático. Outroerro é não trabalharmos suficien-temente a ideia, o planificar pou-co. Para passar do sonho à reali-dade não basta sermos uns so-nhadores e termos muita inspira-ção. Precisamos de um plano, fei-to com base no conhecimento. Também há lugar a pessimismono coração de um sonhador?Tem de haver. Se não tivesse cons-ciência da realidade, não teriamotivação para sonhar diferente,porque ia achar que está tudobem. O sonhador não é um parvoque passa pelo mundo a fingirque está tudo bem. É uma pessoaque vê o que está a acontecer eque sonha mais alto e quer maisdo que aquilo que tem.

Os nossos jovens sonham pouco?Sonham pouco e isso é preocupante.Que futuro tem um país, quando a ju-ventude não sonha? Foi o sonho queconduziu às grandes evoluções domundo. Alguém sonhou, alguém teveuma visão e foi capaz de mobilizar umpequeno grupo, uma comunidade,que depois foi alastrando e arrastan-do outras pessoas. A empatia e a ca-pacidade de trabalhar em colaboraçãosão a solução para a grande desertifi-cação de sonhos que temos no País.O sistema educativo, em que o su-cesso está muito centrado nas notas,é inibidor de sonhos?Há uma corrente, mais ou menos ge-neralizada, que defende que temos deeducar os nossos filhos para o mun-do que existe. Não concordo nada. Te-mos de educar as crianças para trans-formarem o mundo e não construir'carneiros' que encaixem no mundoexistente. Devemos dar-lhes ferra-mentas, que lhes permitam sobrevi-ver, mas também ferramentas paraque consigam mudar o enquadra-mento que têm. Caso contrário, não

há uma evolução, mas sim uma in-volução. O ser o tal desobediente crí-tico, como uma vez ouvir o professorLaborinho Lúcio dizer. Não é a deso-bediência pela desobediência, não é aindisciplina, mas a contestação fun-damentada, com pensamento livre ecom conhecimento adquirido, tam-bém porque o sistema educativo nosdá as ferramentas para o podermos irbuscar. O sistema educativo tem decriar pessoas pensantes e autónomase não 'carneiros'. Não estamos a edu-car a actual geração para ser feliz, maspara cumprir objectivos e atingir me-tas que não lhes trazem felicidade. Qual o seu principal sonho como em-preendedor social?Continuar a estar apaixonado pelosproblemas, no sentido de os dissecaro mais possível, porque acredito queas respostas estão dentro dos própriosproblemas. Sonho também não per-der a força nem esta energia e gozoque me dá poder ouvir as pessoas, deviver as suas vidas e de conseguir, comelas, descobrir respostas que estãodentro delas.

De advogado a fundador da Terra dos SonhosMudou de vida pelos sorrisos… seus e dos outros Um dos seus sonhos de criançaera conseguir vencer o medode falar em público. Obstáculovencido. Hoje Frederico FezasVital dedica parte da sua vida adar conferências e formaçãosobre motivação, inovação eempreendedorismo. Outraparte importante passa-a aajudar a concretizar sonhos decrianças com doenças crónicasatravés da associação Terrados Sonhos, que fundou há dezanos. Mas nem sempre foiassim. Depois de ter queridoser artista, sonhou seradvogado. E foi… durante doisanos, “até perceber, pelaprática que Direito e Justiçanão são a mesma coisa”.Seguiu-se uma brevepassagem pela banca (BCP).Criou depois a editora Letras

Gordas, responsável pelapublicação de Armadilha, o livro que “dá a versão dosfactos” do ex-presidente doBenfica, João Vale Azevedo.Ainda seria director demarketing de um grupoempresarial. “Já tinha tidosucesso monetário, umasituação profissionalconfortável e que me davaestatuto, mas continuava sem me sentir feliz. Tinha quecriar valor”. Foi desta formaque nasceu a Terra dosSonhos, que já realizou cercade 620 sonhos de crianças.Frederico Fezas Vital (neto doex-presidente do BenficaAntónio Fezas Vital, jáfalecido) está também ligadoao Instituto deEmpreendedorismo Social.

Empreendedorismo

“Somosnaturalmentecriativos”

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8 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Sociedade

É surdo e quer apresentar queixa na PSP? Já tem quem o compreenda

Elisabete [email protected]

� No Comando Distrital da PSP deLeiria há dois agentes com o cur-so de Língua Gestual Portuguesa,o que lhes permite perceber ecomunicar com cidadãos surdos.Com o objectivo de contribuirpara o aumento e desenvolvi-mento das competências dos pro-fissionais da PSP no atendimen-to a pessoas surdas, ajudandopara a inclusão e estreitamento delaços com a comunidade e ga-rantir uma aproximação a todos,a Direcção Nacional da PSP orga-nizou duas edições do curso deLíngua Gestual Portuguesa, em B-Learning.

O chefe Sérgio Almeida, emLeiria, e o chefe Mário Rui Duar-te, em Caldas da Rainha, estão ap-tos a ajudar cidadãos surdos queapareçam na PSP em situaçõesque envolvam apoio à vítima,fiscalização rodoviária ou vio-lência doméstica. “Aprendemos,sobretudo, linguagem que tem aver com a nossa actividade poli-cial”, diz ao JORNAL DE LEIRIASérgio Almeida, que frequentouo primeiro curso.

O agente aproveitava os temposlivres para estudar através deuma plataforma online disponi-bilizada pela PSP. Sérgio Almeida,41 anos, considera que esta formade aprendizagem permitiu orga-nizar o seu tempo, ao mesmotempo que tinha possibilidadesde tirar dúvidas.

Aprender não foi fácil, pois “épreciso praticar muito”, afirma,acrescentando que é preciso irtreinando para não esquecer.Apesar de considerar uma “mais--valia” para a polícia, Sérgio Al-meida alerta, contudo, que “hámuitos surdos que também nãosabem língua gestual”.

Há cerca de 15 dias, recebeu umcasal de surdos na PSP de Leiria,o primeiro em dez anos. “Esta éuma forma da PSP estar maispróxima dos cidadãos e desta co-munidade, que tem as suas ca-racterísticas próprias”.

Reconhece que aprendeu o bá-sico. “Sugerimos à direcção na-cional que fossem dadas maisaulas práticas.” Sérgio Almeidatomou-lhe o gostinho e diz quegostaria de aprofundar os co-nhecimentos. “Se tivesse tempoe disponibilidade. É muito inte-ressante. Pena não ter muita

oportunidade de praticar, masde vez em quando os colegas pe-dem para fazer alguns gestos evou praticando.”

O chefe Mário Rui Duarte reali-zou o segundo curso, que decor-reu em Novembro, e já com trêssessões presenciais. No inícioconfessa que estava um pouco re-nitente quando sugeriram o seunome, pois imaginava que fosse“muito difícil”, mas rapidamente“tornou-se engraçado”, afirma,referindo que estudava mais ànoite quando chegava a casa. “Atéa minha filha, com cinco anos, co-meçou a aprender comigo”, re-vela. O agente de Caldas da Rai-nha conta que cada palavra temum gesto e “as que não têm é pre-ciso formá-las através de cadaletra”.

Para Mário Rui Duarte, 43 anos,esta aprendizagem irá facilitar otrabalho policial. “Se foi um fur-to, será mais fácil para nos expli-carem como era o suspeito”,exemplifica, alertando para o usodo calão que também existe nalíngua gestual, o que pode serum entrave na comunicação.

Desde que fez o curso ainda nãoatendeu nenhum surdo, mas aolongo dos 20 anos de polícia játeve de comunicar com estes ci-dadãos. “Normalmente, comu-nicávamos pela escrita.” Por isso,concorda que esta é uma “mais-valia para a PSP”, pois é uma

Proximidade Com o objectivo de aproximar os cidadãos à polícia, a PSP realizou dois cursos deLíngua Gestual Portuguesa, em B-Learning

Sérgio Almeida e Mário Rui Duarte aprenderam Língua Gestual Portuguesa

ELISABETE CRUZRICARDO GRAÇA

Leiria Cinco intérpretes para cerca de 300 surdosO presidente da Associação deSurdos da Alta Estremadura(ASAE) admite que a maioria dossurdos “sente grandesdificuldades com instituiçõespúblicas entre postos, hospitais,tribunais e segurança social”.Helder Chavinha revela que “amaioria dos surdos tem queescrever para poder comunicar”,o que nem sempre é o ideal, pois“por vezes, o português escrito épéssimo”. Nesse sentido, aaprendizagem da língua gestual éuma ferramenta que irá facilitar acomunicação. “Os agentes devemsaber utilizar os básicos da línguagestual, nomeadamente aquelesque trabalham diariamente narua e/ou no posto e recebem os

queixosos ou vítimas surdos”,refere. Dizer 'boa tarde', explicaro valor de uma multa ou de umadenúncia são, para HelderChavinha, conceitos básicosessenciais que os agentes devemsaber dizer. No distrito de Leiriaexistem “entre 250 e 300” surdose “menos de cinco intérpretes”. Acomunicação com as instituiçõespúblicas é difícil, pois nemsempre percebem o que significa“toda a papelada que lhes éapresentada”. “Um sonho dossurdos é haver um funcionárioem cada instituição pública, quesaiba utilizar o gesto paracomunicar facilmente com ossurdos ou ter um intérprete”,conclui o presidente da ASAE.

“forma da polícia estar mais pró-xima dos cidadãos”. O agentealerta também para a necessida-de de aumentar as aulas presen-ciais e de serem realizadas for-mações de 'reciclagem'. “Se nãopraticarmos depois esquecemose, felizmente, não aparecem sur-dos todos os dias na esquadra”,afirma, relatando que o interesseque a filha manifestou na línguagestual 'obriga-o' a manter o trei-no. “Está sempre a desafiar-me.”

30000Segundo a AssociaçãoPortuguesa de Surdos, estima-seque em Portugal existam cercade 120 mil pessoas com algumgrau de perda auditiva(incluindo aqui os idosos quevão perdendo a audiçãogradualmente) e cerca de 30 milsurdos falantes nativos de línguagestual portuguesa (na sua maioria surdos severos e profundos)

O número

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10 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Sociedade

Só nesta acção foi apreendida uma quantidade de droga três vezes superior à interceptada em 2016

PSP de Leiria apreende 40 quilosde droga e detém 16 pessoasElisabete [email protected]

� A operação Bottle, da responsabili-dade da PSP de Leiria, levou à apreen-são de cerca de 40 quilos de produtoestupefaciente e de mais de 60 mil eu-ros, numa das “das maiores opera-ções” realizadas por este ComandoDistrital. Só nesta acção policial, osagentes conseguiram apreender umaquantidade três vezes superior a todaa droga interceptada durante o ano de2016. Segundo dados da PSP, no anopassado, foram apreendidos cercade 12300 quilos de produto estupe-faciente, com realce para o haxixe eliamba.

O comissário Bruno Soares adian-tou que a operação Bottle, que de-correu na noite de quarta-feira e ma-nhã de quinta-feira da semana pas-sada, resultou de uma investigação de

PSP de LeiriaApreensões em 2016� 6,9 quilos de haxixe, em 139 apreensões� 4,9 quilos + 64 pés de liamba,25 apreensões� 478 gramas de cocaína, emseis apreensões� 79 gramas de heroína, em 11 apreensões� 17,33 gramas de pólen dehaxixe, em oito apreensões� 1,80 gramas de ecstasy, emduas apreensões � 23 gramas de outros tipos deestupefacientes, em oitoapreensões

cerca de um ano, no âmbito do “com-bate ao tráfico de estupefacientes” nazona de Leiria, que contemplou aexecução de 21 buscas domiciliárias”,dando cumprimento a “seis manda-dos de detenção fora de flagrantedelito, dez em flagrante delito por trá-fico de estupefacientes e posse de ar-mas ilegais e 14 buscas em veículos”.Este responsável acrescentou que,“tendo em conta a quantidade dedroga e de dinheiro apreendido”,esta apreensão foi “uma das maioresoperações realizadas pelo Comandoda PSP de Leiria”.

Das 16 pessoas detidas - 13 ho-mens e três mulheres, com idadescompreendidas entre os 18 e os 72anos – nove vão aguardar julgamen-to em prisão preventiva e quatro fi-caram sujeitas a apresentações pe-riódicas às autoridades da sua área deresidência. Três dos detidos, tinham

sido libertados pela PSP, prestandotermo de identidade e residência.

Entre o material apreendido, o co-missário destaca a “detenção de cer-ca de 40 quilos de droga, nomeada-mente haxixe, liamba e cocaína, cer-ca de 60 mil euros em numerário, cin-co balanças de precisão, duas armasde fogo ilegais, entre outras armas ile-gais, munições e oito viaturas”.

“Com esta operação consideramosque conseguimos combater forte-mente o tráfico de droga na zona deLeiria bem como outros crimes queestão associados ao tráfico de estu-pefacientes, como por exemplo, fur-tos, roubos ou crime de receptação”,acrescentou Bruno Soares.

A PSP apreendeu ainda alguns pa-cotes, com cerca de 20 quilos, de“produto indeterminado”, o que levaa PSP a considerar que quem comprouterá sido enganado pelo vendedor.

PSP realizou uma das maiores apreensões de droga do Comando de Leiria

Sistema da Valorlis registou, em 2016, aumento da recolha selectiva

Reciclagem na região poupou 64 mil árvores�Se costuma fazer reciclagem e se re-side num dos seis concelhos abran-gidos pelo sistema da Valorlis (Bata-lha, Leiria, Marinha Grande, Ourém,Pombal e Porto de Mós), então, estáenvolvido no esforço de recolha se-lectiva que, no ano passado, permitiuevitar o abate de mais de 64 mil ár-vores e reciclar vidro suficiente paraproduzir cerca de 11,5 milhões de

garrafas de 0,75 litros. Os dados da Va-lorlis referentes a 2016 revelam umnovo aumento na quantidade de re-síduos enviados para reciclagem. Nototal, o sistema multi-municipal re-colheu, no último ano, 10.372 tonela-das, ou seja, mais 307 toneladas (3%)do em 2015. É, aliás, necessário recuaraté 2011, para encontrar um númerosuperior (10.706 toneladas). Em te-

mos parcelares, foi nas embalagensque, em 2016, se registou o maior au-mento, com a recolha de 2.064 tone-ladas desses resíduos, o que repre-senta uma subida de 10,3% em rela-ção ao ano anterior. No papel/cartãoe no vidro houve aumentos de 2,5%e de 0,2%, com a recolha, respectiva-mente, de 4.293 e de 4.016 toneladas.Em comunicado, a Valorlis destaca o

envolvimento da população, que con-sidera “essencial” para alcançar estesresultados. Nuno Heitor, director-ge-ral da empresa, salienta que “a Valorlisreconhece o esforço da população eagradece todo o seu contributo, queé imprescindível para a recolha se-lectiva, procurando retribuir com umserviço cada vez melhor e que vá aoencontro das suas necessidades”.

RICARDO GRAÇA

Dados de 2016

Apoio na comprade medicamentoschegou a 768 pessoas

� No último ano, a Câmara de Lei-ria apoiou 768 pessoas na aquisi-ção de medicamentos, com ummontante superior a 76.800 euros,através do Programa de Atribuiçãode Comparticipação em Medica-mentos a Famílias Carenciadas.Este foi, segundo a autarquia, “omaior valor” registado desde oinício do programa, que começouem 2010 e que, desde então, en-volveu a atribuição de um mon-tante global de quase 326 mil eu-ros, beneficiando 3377 pessoas. Deacordo com dados divulgados pelaCâmara, o valor concedido em2016 abrangeu 539 pessoas, noâmbito das 389 candidaturas apro-vadas (há candidaturas que abran-gem vários elementos do mesmoagregado familiar). A maioria dosbeneficiários apoiados no ano pas-sado é só sexo feminino (67%). Oescalão etário com mais pessoasapoiadas situa-se entre os 40 e64 anos (49,3%), seguindo-se a fai-xa entre os 18 e os 39 anos (17,1%).Em comparação com 2015, regis-tou-se, no último ano, um au-mento de 61 candidaturas apro-vadas e mais 106 beneficiários doque no ano anterior.

Leiria

Formação sobre cozinhasaudável

� Contribuir para a mudança de há-bitos alimentares é um dos objec-tivos da formação que a AssociaçãoPortuguesa de AVC vai promoversobre culinária e alimentação sau-dável. As sessões decorrerão numasala do Estádio Municipal de Leiriae terão a duração de duas horas(entre as 20 e as 22 horas. O cursocomeça esta quinta-feira, dia 19, eprolonga-se até ao final do ano,com um total de sete sessões. A for-mação é orientada por Olívia San-tos (RTP1) e acompanhada pelosmédico daquela associação. “Todaa alimentação será preparada aovivo, comentada pela formadora ecomplementada cientificamentepelos nossos nutricionistas”, ex-plica a Associação Portuguesa deAVC. No final de cada sessão, “to-dos irão provar e levar as receitaspara exercício em casa”. A inscriçãodeve ser feita através de email ([email protected]), com a indi-cação do nome, morada e contac-to telefónico.

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SociedadeJornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 11

Segurança Social pretende combater a fraude nas baixas médicas

RICARDO GRAÇA

Inspecção avaliou 7642 utentes com subsídio por doença

Segurança Social dá ‘alta’ a 2494 pessoas com baixa médicaElisabete [email protected]

� Dos 7.642 beneficiários sujeitos a ve-rificação médica pelo Serviço de Ve-rificação de Incapacidades Tempo-rárias (SVIT), de um universo de 23.717utentes, cerca de 33% (2.494) foramconsiderados aptos para o trabalho nodistrito de Leiria, segundo dados en-viados ao JORNAL DE LEIRIA pela Se-gurança Social (SS).

“No âmbito do SVIT, quando um be-neficiário se considera apto para otrabalho o pagamento do subsídio dedoença é suspenso. Contudo, o bene-ficiário pode requerer uma reavaliação,nos termos da qual a suspensão podeser levantada (caso haja alteração dadecisão) ou cessado o subsídio (caso adecisão se mantenha)”, esclarece a Se-gurança Social.

Este organismo explica que, em2016, para além do processo regular deconvocatórias da SVIT, foi desenvolvidauma medida extraordinária no âmbi-

to do Plano de Combate à Fraude eEvasão Contributiva e Prestacionalque decorreu a partir de 18 de Julho,com especial atenção para os benefi-ciários com 40 ou mais dias de subsí-dio por doença sem verificações a

SVIT e beneficiários com baixa médi-ca que não eram submetidos a verifi-cação a SVIT há 60 ou mais dias.

Para a Segurança Social, o SVITdesempenha no sistema “um papelprimordial no quadro dos regimes ju-

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rídicos da protecção na doença, na in-validez ou na dependência” e é com-posto por médicos que efectuamexames para “avaliação da incapaci-dade temporária para o trabalho dosbeneficiários que se encontram com

baixa clínica e a receber subsídio pordoença”.

O exame clínico realizado pelo SVIT“não deve ser confundido com os exa-mes feitos pelo médico assistente,uma vez que não cabe ao SVIT prestarcuidados de saúde mas sim, através dascomissões de verificação e das comis-sões de reavaliação, conferir se o be-neficiário de subsídio por doença se en-contra apto ou não para regressar à suaatividade laboral à data da ação de ve-rificação ou reavaliação”, reforça a SS.

Assim, no âmbito do SVIT (incluin-do a medida extraordinária) foramconvocados a junta médica no ano de2016, cerca de 273.686 beneficiários desubsídio por doença a nível nacional,mais 48.422 (+21%) que em 2015 emais 80.405 (+42%) que em 2014. Das262.558 acções de verificação realiza-das, em cerca de 78% (205.980) sub-sistiu a incapacidade temporária parao trabalho e cerca de 22% (56.578) fo-ram, à data da verificação, considera-dos aptos para o trabalho.

23.717Foi o número de pessoas quereceberam subsídio por doençano distrito de Leiria, durante oano de 2016

O número

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12 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Sociedade

Depois de forçado a retirar vedação, Santuário promete reagir nas “instâncias próprias”

RICARDO GRAÇA

Providência cautelar determinou a restituição de posse de parcela a privados

Tribunal obriga Santuário de Fátimaa retirar vedação em terrenoMaria Anabela [email protected]

� O Tribunal de Santarém obrigouo Santuário de Fátima a retirar a ve-dação que os seus funcionárioshaviam colocado numa parcela deterreno junto ao restaurante CasaMarcelino, localizado na Cova daIria. A decisão judicial surge nasequência de uma providência cau-telar, interposta pelos proprietáriosdaquele estabelecimento contra oSantuário a reclamar a restituiçãoda posse do terreno.

Em causa está uma parcela comcerca de 200 metros quadrados,existente entre o restaurante e a es-trada da Moita do Martinho, onde,segundo se lê no despacho do juizda Comarca de Santarém “sempreo falecido António Marcelino [fun-dador da Casa Marcelino] exerceua posse efectiva, utilizando-a paracultivo de produtos”. Depois da suamorte, o espaço continuou a serusado pela família, quer como zonaajardinada quer como acesso aorestaurante, quer como zona decargas e descargas. Assim foi até fi-nal de Setembro último, quando oSantuário mandou vedar o terreno,“sem qualquer aviso prévio ou jus-tificação” e com recurso a “estacasde betão armado”, conta AntónioMarcelino, filho do fundador daCasa Marcelino.

Após o envio de uma carta aoSantuário, a solicitar a remoçãoda vedação - o que não foi feito -,a família recorreu à via judicial, in-tentando “um procedimento cau-telar de restituição provisória deposse”. O juiz que julgou a acção,à qual o Santuário irá opor-se, con-

siderou que a família “foi esbu-lhada [privada da posse] da parce-la em causa, de forma violenta,consubstanciada na instalação deuma vedação (…) colocada pelarequerida [Fábrica do Santuáriode Nossa Senhora de Fátima], atra-vés dos seus funcionários , e queimpede o acesso dos herdeiros àparcela do prédio”. Face a esseentendimento, o tribunal deter-minou a “restituição da posse”,com a retirada da vedação, sen-tença que foi cumprida no passa-do dia 6, na presença da GNR.

Segundo o despacho judicial, aconvicção do tribunal resultou,entre outros aspectos, de docu-

mentação apresentada relativa à li-quidação do imposto sucessório eao pagamento do IMI sobre a “to-talidade do prédio”, incluindo aparcela que foi vedada, e da “pro-va testemunhal”.

“Fomos surpreendidos com oacto do Santuário, totalmente im-previsto e sem justificação”, afirmaAntónio Marcelino, segundo oqual, a família “está na posse doterreno” desde, “pelo menos”,1957, “zelando-o e impedindo asua devassa por terceiros”. “Semqualquer aviso prévio, vieram e co-locaram estacas em betão armado,numa atitude muito pouco cristã”,acrescenta.

Depois de concluída a fase diocesana, o processo segue agora para o Vaticano

Beatificação de Lúcia nas mãos do Papa� Chegou ao fim a fase diocesana doprocesso de beatificação da irmã Lú-cia, uma das três videntes de Fáti-ma. O dossier passa agora para acompetência directa da Santa Sé edo Papa.

A conclusão desta esta etapa doprocesso foi anunciada, na semanapassada, pela Diocese de Coimbra.Em comunicado, a instituição in-forma ainda que a sessão solene deencerramento do Inquérito Dioce-sano terá lugar a 13 de Fevereiro, diaem que se assinalam 12 anos damorte de irmã Lúcia, no Carmelo deSanta Teresa de Coimbra.

A diocese explica ainda que o in-

quérito reúne “todos os escritos dairmã Lúcia” e “os depoimentos das60 testemunhas ouvidas acerca da«fama de santidade e das virtudesheróicas» da religiosa”. Após a ses-são de clausura do processo, todo omaterial será entregue à Congrega-ção das Causas dos Santos, emRoma, que lhe dá o seguimento.

O processo de canonização teveinício em 2008, três anos após amorte de Lúcia e depois de o Papaemérito Bento XVI ter concedidouma dispensa em relação ao perío-do de espera estipulado pelo Direi-to Canónico (cinco anos).

Em declarações à Sala de Im-

prensa do Santuário o reitor dizque recebeu a notícia com "muitaalegria" e que esta alegria "respon-sabiliza o Santuário e os seus pere-grinos naquela que é a sua tarefaprimordial, a oração". "O desafio quedeixo a todos é que rezem paraque o processo chegue ao seu termoo mais depressa possível", acres-centou Carlos Cabecinhas.

Por seu lado, a vice-postuladorada causa de beatificação da irmãLúcia, Ângela Coelho, reconheceuque o processo demorou algunsanos por “causa da quantidade dedocumentos deixados e a necessi-dade de os trabalhar bem”.“Cada

página que a irmã Lúcia escreveuteve de ser minuciosamente ana-lisada e estamos a falar de um uni-verso de 10 mil cartas que conse-guimos recolher e de um diáriocom 2000 páginas, para além deoutros textos mais pessoais”, afir-mou, citada por um comunicadodo Santuário.

A vice-postulador nota ainda queo processo de beatificação tem delevar em conta que se está na pre-sença de “uma mulher que viveuquase 98 anos, que se correspondeucom Papas, desde Pio XII até JoãoPaulo II, com cardeais, bispos” ecom muitas outras pessoas.

ReacçãoSantuário irá contestar acçãoEm resposta ao pedido deesclarecimentos enviado peloJORNAL DE LEIRIA, o gabinetede comunicação do Santuário deFátima informa que a instituição“confirma a notificação sobre aprovidência cautelar”.“Reagiremos a ela nas instânciaspróprias. Não temos maiscomentários a fazer nestemomento”, refere a resposta doSantuário.

Fátima Ministra daJustiça em encontrosobre prisões

A ministra da Justiça marcarápresença no Encontro Nacional daPastoral Penitenciária, quedecorrerá esta sexta-feira e sábado,em Fátima. Francisca Van Dunemparticipará na sessão de abertura dodia 21, marcada para as 10 horas,que contará ainda com as presençasdo bispo auxiliar de Lisboa, D.Joaquim Mendes, enquanto vogalda Comissão Episcopal da PastoralSocial e Mobilidade Humana, e deCelso Manata, director-geral daReinserção e Serviços Prisionais. Oencontro decorrerá no Hotel SantoAmaro, inspirando-se na nova CartaApostólica do Papa Francisco,Misericordia et misera.

Ourém Jornadas do ACES debatemadolescência

A adolescência vai ser o temacentral das jornadas doAgrupamento de Centros de Saúde(ACES) do Médio Tejo, que irãodecorrer nas próximas terça equarta-feiras, dias 24 e 25, emOurém. O seminário realiza-se nocine-teatro e contará comintervenções de vários profissionaisque diariamente lidam com jovens.Os desafios na adolescência, Aentrada na adolescência –puberdade e desenvolvimentoemocional e a sexualidade e acontracepção nestas idades sãoalguns dos temas em debate noprimeiro dia do encontro. Naquarta-feira, os trabalhos irãoincidir em temáticas como poli-consumos e dor crónica em adolescentes e a ética noatendimento de jovens.

Fátima TV de inspiração cristãinicia emissões em FevereiroA meados de Fevereiro iniciam-seem Fátima as emissões através daAngelus TV. Trata-se, segundo umcomunicado da instituição, de umaestação privada de inspiraçãocristã, que estará presente nasoperadoras por cabo em Portugal enos países de língua oficialportuguesa, com distribuição semcustos para os telespectadores. Serátambém disponibilizado naInternet. A Angelus TV darádestaque à informação religiosa eexibirá programas de oração,formação e evangelização. Alémdos programas temáticos,transmitirá em directo a eucaristiadiária das 11 horas e o rosário às21:30 horas, a partir do Santuário deFátima.

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SociedadeJornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 13

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A Praia das Rocas tem-se afirmado como um destino de eleiçãopara muitos turistas

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Complexo de Castanheira de Pera deve ser explorado o ano inteiro

Praia das Rocas aposta em escorregase mais animação para atrair turistasElisabete [email protected]

� A 80 quilómetros do litoral, ocomplexo turístico Praia das Rocastem-se afirmado como um destinode eleição para muitos turistas.Em três anos, a praia de Casta-nheira de Pera com ondas artificiaistem batido todos os recordes nonúmero de visitantes. Em 2016,foram contabilizadas 121 mil en-tradas, em cerca de três meses.

Com o objectivo de continuar acrescer e a disponibilizar maiorqualidade aos utentes, o complexovai apresentar novidades este Ve-rão. Apesar da grande atracção sera piscina com ondas, a maior doPaís, os visitantes vão poder agorausufruir de quatro escorregas, ce-didos gratuitamente pelo AquaS-how, o parque aquático do Algarve.Os veleiros também estão de voltaà praia, com a recuperação de umdeles, e a animação promete sermais e melhor.

José Pais, presidente do Conse-lho de Administração da Prazilân-dia, empresa municipal que gere ocomplexo Praia das Rocas, afirmaque a “preocupação é dar respos-ta aos clientes” e “aumentar a qua-

lidade da oferta”. O responsávelrevela ainda que pretende queeste projecto seja visto como umtodo e que, à semelhança de ou-tras unidades hoteleiras, este es-paço possa ser utilizado durante oano inteiro.

“Estamos a requalificar os bun-galows, para que sejam uma op-ção durante a época baixa. Alémde melhorarmos a roupa dos quar-tos, também vamos disponibilizar

mais canais de televisão e ofertastemáticas. Queremos promover oVerão, mas também ter retorno doproduto na época baixa”, salien-ta José Pais.

Lembrando que a Praia dasRocas tem vindo a desenvolver-se, sobretudo, nos últimos trêsanos, o presidente da Prazilândiaadianta que passar para a gestãoprópria a restauração/bar e a ani-mação no espaço trouxeram van-tagens. “Juntamente com os nos-sos parceiros, é mais fácil falar auma só voz e apostar em ofertasde produtos e na qualificaçãodo serviço. Conseguimos me-lhorar a relação qualidade/pre-ço”, garante.

Segundo José Pais, é necessário“criar um modelo de negócio paradar uma boa resposta” a quem vi-sita a Praia das Rocas, que deveser vista como “uma unidade tu-rística num todo”. Foi nesse sen-tido que a Prazilândia prevê in-vestir cerca de 35 mil euros, na re-qualificação dos bungalows e doveleiro, animação e instalaçãodos escorregas. Já a pensar noVerão, nas férias da Páscoa, aPraia das Rocas vai receber umacorrida de drones.

35A Prazilândia prevê investircerca de 35 mil euros, narequalificação dos bungalows edo veleiro, animação einstalação dos escorregas

O número

Fátima

Morreu o engenheiro da SantíssimaTrindade

� Autor do projecto de estruturas daBasílica da Santíssima Trindade, emFátima, José Mota Freitas faleceu,na última sexta-feira. Tinha 78 anos.Considerado um dos nomes maioresda engenharia em Portugal, MotaFreitas foi distinguido, em 2009, como Prémio Mundial de Engenharia Es-trutural (Outstanding Structure Award)– o 'Óscar da Engenharia' – precisa-mente pela obra da nova basílica deFátima. Já antes, em 2007, ano deinauguração do templo, Mota Freitastinha recebido o Prémio Secil de En-genharia Civil por esse seu trabalho.Em 2009, em entrevista ao JORNALDE LEIRIA, o engenheiro reconheciaque a Igreja da Santíssima Trindade(agora classificada como basílica) foia obra da sua vida, “pela repercussãoque teve” e pela forma como as artesda engenharia e da arquitectura sefundem.

Acidentes em Ourém

Dois mortos na mesmalocalidade numa só tarde

� Em menos de duas horas, re-gistaram-se, na terça-feira, doisacidentes com dois mortos notroço da EN113 que atravessa a lo-calidade de Alburitel, no conce-lho de Ourém. Segundo o Jornalde Notícias, o primeiro sinistroocorreu por volta das 16:30 ho-ras, quando uma viatura ligeirachocou frontalmente com umtractor, conduzido por um agri-cultor com cerca de 80 anos,que teve morte imediata. Poucodepois das 18 horas, na mesmalocalidade e na mesma via ocor-reu um atropelamento mortal, deque foi vítima um outro idoso,com 83 anos. Ao local dos doisacidentes acorreram os Bombei-ros Voluntários de Ourém, queforam chamados para o segundosinistro poucos minutos depoisde terem concluído os socorrosao primeiro caso.

Libertação de verbas comunitárias

Pedrógão Grande aumentaorçamento para 8,6 milhões

� A libertação de verbas comu-nitárias permitiu ao Municípiode Pedrógão Grande a aprovaçãode um orçamento de 8,6 mi-lhões de euros para 2017, com 12votos a favor e seis abstenções,segundo uma nota de imprensa.O orçamento regista um au-mento em relação a 2016, que secifrou então em cerca de cincomilhões de euros.

"A este aumento não é estra-nho a libertação de fundos eu-ropeus com eventuais financia-mentos do Portugal 2020. O au-mento de mais de três milhõesde euros pode ainda ser expli-cado por opções políticas de in-vestimento de capital e pelo re-forço de rubricas já contempla-das no ano anterior", adianta aCâmara no comunicado.

A autarquia especifica que foireforçado o investimento para aÁrea de Localização Empresarial,a remodelação do Centro de Saú-de da sede do concelho que,

"embora com mais de 80% de fi-nanciamento comunitário, temainda a comparticipação nacionala cargo da Câmara", a requalifi-cação urbana e ordenamento doterritório e eventual financia-mento para disponibilização derede wireless na sede do conce-lho.

Valdemar Alves, presidente daautarquia, refere que nos anos de2015 e 2016 o Município tevecomo objectivo "assegurar as me-lhores condições para submetercandidaturas ao Portugal 2020",pois ainda não tinham recebidoquaisquer apoios comunitários.

As GOP para 2017 assentamprioritariamente em 11 eixos es-tratégicos, com realce para in-centivos à fixação de cidadãos eempresas, modernização admi-nistrativa, desenvolvimento dacapacitação turística e da ativi-dade cultural, assim como daeducação e pedagogia e preser-vação patrimonial.

Nazaré lança concurso para reparar estradasA Câmara da Nazaré anunciou a abertura deconcurso para a reabilitação de estradas no valorde cerca de 246 mil euros. A empreitada tem umprazo de execução de 60 dias e abrangerá 23 ruasnas três freguesias do concelho.

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14 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Sociedade Educação

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Medidas de segurança estão asseguradas

Remoção de amiantopreocupa pais da escolaGuilherme Stephens

� Os trabalhos de remoção de telhasde amianto na Escola Básica 2,3 Gui-lherme Stephens, na Marinha Gran-de, está a gerar alguma preocupaçãoem alguns pais, que afirmam que asobras estariam a decorrer diaria-mente, após as aulas, deixando as sa-las com possível amianto.

O director do Agrupamento de Es-colas Marinha Grande Poente, Cesá-rio Silva, garante ao JORNAL DE LEI-RIA que os trabalhos estão a ser de-senvolvidos à sexta-feira, depois dasaulas, e sábado. “Percebo a preocu-pação dos pais. Estamos tranquilos,porque estão a ser cumpridas todas ascondições de segurança. O plano deremoção das telhas está a decorrer deacordo com o estipulado e está a seracompanhado pela ACT [Autoridadedas Condições de Trabalho] e pelaDGEstE [Direcção Geral dos Estabe-lecimentos Escolares].”

Cesário Silva revela ainda que na pá-gina do agrupamento estão disponí-veis as análises efectuadas à qualida-de do ar da escola. Segundo o docu-mento, os valores estão dentro dos pa-râmetros normais. Mesmo assim, a di-recção informa os pais que irá “tam-bém proceder à contra-análise atravésdo Instituto Dr. Ricardo Jorge”.

Catarina Silva, mãe de uma aluna,

Escola de Leiria tem 20 alunos com currículos específicos individuais

Fundação PT ajuda ESALV a apoiarjovens com dificuldadesElisabete [email protected]

� A Escola Secundária Afonso LopesVieira, em Leiria, foi contempladacom cinco computadores portáteis equatro tablets pela Fundação PT paraapoiar os 118 alunos com currículo es-pecífico individual (CEI) e com ne-cessidades educativas especiais (NEE)de carácter prolongado.

A candidatura da ESALV não se des-tinou apenas aos alunos CEI, maspretendeu envolver todos os NEE,uma vez que “todos necessitam decomputadores”, afirma Adelina Mar-ques, professora da educação espe-cial. A fundação atribuiu um valor de3639,60 euros para a aquisição decomputadores e 399,60 euros para acompra de tablets. “Adquirimos osprogramas PTGRID2 e SPC e com oplafond que nos deram comprámoscinco computadores – um dos quaisfoi atribuído a uma menina com he-miparesia que não consegue escrevermanualmente - e quatro tablets”, ex-plica a docente.

Considerando estes equipamen-tos “um auxiliador muito bom” paraestes meninos, Adelina Marquesadianta que o interesse, concentraçãoe motivação dos alunos aumenta-ram, assim como a sua auto-estima.“Sabemos que os computadores sãoum meio muito facilitador dos co-nhecimentos e de um maior interes-se pelas actividades e foi por issoque nos candidatámos a este projec-to, para que estes meninos tambémtenham acesso às novas tecnologias.”

A professora reforça que estes alu-nos “têm o insucesso muito enraiza-do, pelo que aprender é um sacrifí-

cio”. A utilização das novas tecnolo-gias é “muito motivador”. AdelinaMarques informa ainda que os pro-gramas adquiridos destinam-se, so-bretudo, a alunos com problemas aonível da comunicação e linguagem ex-pressiva. “Utilizamos o PTGRID2 eSPC para estender as frases, através desímbolos, palavras escritas e sompronunciado, os meninos conseguemestruturar a linguagem verbal e es-crita, por tentativa e erro.”

O director da ESALV, Pedro Biscaia,revela que 11,3% dos alunos tem ne-cessidades educativas especiais, quevão desde uma leve dislexia a pro-blemas cognitivos mais graves, comoparalisia cerebral ou trissomia 21.“Antes, estes miúdos não chegavamao secundário. Este programa podeser não só um bom instrumento de in-tegração desses miúdos, mas tambémde desenvolvimento de competênciaspróprias às suas características”, afir-ma Pedro Biscaia.

Segundo o director, o trabalho comestes alunos já se revelou um suces-so. “Tínhamos um autista, num graumoderado e quando chegou à ESALV,no 8.º ano, não levantava os olhos enão cumprimentava ninguém. Hojeestá no segundo ano de um curso pro-fissional, sai à noite com os outros ecumprimenta-nos na rua. é um casode sucesso.”

Com a preocupação da integra-ção destes jovens, a ESALV vaiproporcionar que um grupo dealunos surdos também participe noErasmus+, integrando estágios in-ternacionais com os restantes co-legas dos cursos profissionais. “Dá-lhes uma auto-estima grande”,realça Pedro Biscaia.

AlunosO que são CEI?Os alunos com currículoespecífico individual (CEI) têmos programas adequados às suasdificuldades. “Aprendem coisasmais funcionais, como trabalharcom o dinheiro, fazer umacompra, um troco, saber ler oshorários dos autocarros ou doscomboios ou ir a uma caixamultibanco”, afirma AdelinaMarques, professora deeducação especial, salientandoque o objectivo é que adquiramcompetências que os ajudem aser mais autónomos. Estesjovens têm deficiênciascognitivas mais graves, pelo quesaber fazer uma cama, limpar acasa ou fazer um simples pedidonum restaurante sãoaprendizagens importantes parao seu futuro. Estes alunos têmpoucas aulas com os colegas doensino regular, aprendendo empequenos grupos com outrosmeninos com as mesmasdificuldades. “Os alunos commais de 16 anos têm de cumpriro Plano Individual de Transição,pelo que realizam pequenosestágios em contexto detrabalho.” Além disso, ainda têmuma vertente desportiva, que osajuda na integração, acrescenta adocente. O director da ESALV,Pedro Biscaia, lamenta a falta deresposta pós-escolaridadeobrigatória. “A nível ocupacionalnão têm para onde ir, porque asinstituições estão cheias.”

garante que não está contra a escola,mas assume algum receio com esta in-tervenção. “Estes trabalhos deve-riam ser feitos em períodos não lec-tivos e nunca em períodos lectivos.”Esta encarregada de educação pediuà escola para dar conhecimento dasanálises realizadas e apelou ainda à in-tervenção das várias autoridades paraque sejam confirmadas as condiçõesde segurança.

Fonte do Ministério da Educação(ME) também confirma que “ostrabalhos de remoção das telhas defibrocimento estão a ser realiza-dos de acordo com o plano de re-moção de amianto, previamenteaprovado pela ACT, estando asse-gurado que essa remoção não ocor-re na presença de alunos, docentese restante pessoal na escola”.

Segundo o ME, a obra tem umprazo de conclusão de três meses. Atutela reforça que a intervenção “estáa ser acompanhada pela delegação re-gional do Centro da DGEstE sema-nalmente, havendo o cuidado dereunir sempre com a Direção doAgrupamento, para a colocar a par daevolução dos trabalhos e esclarecerqualquer dúvida, assegurando o cum-primento rigoroso do plano aprova-do pelo ACT”. EC

Computadores vão ajudar jovens com necessidades educativas especiais

JORNAL DE LEIRIA/ARQUIVO

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16 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Sociedade Política

Nome do actual vereador foi aprovado pela concelhia

Jorge Claro é o candidato do PS à Câmara de Pombal � Actual vereador, Jorge Claro seráo cabeça-de-lista do PS à Câmara dePombal. O nome foi aprovado, nasegunda-feira, pela Comissão Po-lítica Concelhia.

Em comunicado, o presidenteda estrutura socialista, AlbertoGameiro Jorge, considera que setrata de “um candidato credível,capaz e profundamente conhe-cedor do concelho e das suas gen-tes”. O líder do PS de Pombaldestaca ainda o percurso profis-sional “irrepreensível” de JorgeClaro, assim como a sua dedica-ção “extremamente relevante”ao serviço público.

Alberto Gameiro Jorge asseguraainda que “o partido está unido emtorno desta candidatura democra-ticamente constituída e que se-guirá agora o seu curso estatutáriopara aprovação na Comissão Polí-tica Distrital de Leiria”.

Para já, Jorge Claro opta por não fa-zer comentários sobre a escolha do

Alcobaça

PS defendeinsolvência de empresamunicipal

� O PS de Alcobaça defendeu, nasegunda-feira, a insolvência ou adissolução da Cister SA, empresamunicipal detentora de cinco equi-pamentos escolares penhoradospelo fisco, e deu à autarquia umprazo de um mês para apresentaruma solução.

Em conferência de imprensa,os socialistas consideraram queexistem “apenas dois caminhospossíveis” para, “dentro da lega-lidade e defendendo os interessesdo município”, resolver o proces-so da empresa municipal CisterSA. Segundo a agência Lusa, umdos caminhos apontados pelo PSpassa pela aprovação de “um pla-no de insolvência, com a liquida-ção dos equipamentos e ressarci-mento possível aos credores”. Ooutro implicará “a dissolução daempresa”, sendo que em ambos oscasos os socialistas admitem queos dois centros escolares e três pa-vilhões detidos pela empresa pos-sam ser adquiridos “pela câmaraou por terceiro que garanta umcontrato de arrendamento quesirva o interesse público”.

Em causa está uma parceria pú-blico-privada iniciada em 2008com a criação da empresa Cister,SA, participada em 49% pela em-presa municipal Terra de Paixão eem 51% pela MRG – Engineneering& Solutions, SA.

A empresa tinha como objectivoa construção e conservação dedois centros Escolares (de Alcoba-ça e da Benedita) e de um pavilhãomultiusos (em Évora de Alcobaça),obras em que foi financiadora aCaixa Geral de Depósitos (CGD).

Em 2013, a empresa Terra dePaixão foi extinta e a câmara ad-quiriu a sua participação na Cister,SA, comprometendo-se a pagar,durante 23 anos, rendas referentesà utilização daqueles equipamen-tos, num valor superior a 63,5 mi-lhões de euros.

Os contratos acabaram, no en-tanto, por nunca obter o visto doTribunal de Contas (TdC), o queimpediu a autarquia de efectuar opagamento das rendas dos equi-pamentos, dificultando o equilí-brio financeiro da empresa que, emDezembro de 2015, viu penhoradoum centro escolar, colocado em lei-lão pela Autoridade Tributária eAduaneira (AT) por 970.994,50 €.

De acordo com o relatório decontas, citado pela Agência Lusateve acesso, a dívida ao fisco, quelevou depois à penhora dos outrosdois equipamentos, ascendia emJaneiro de 2016 a 1.440.466.07euros e deu origem a 48 processosde execução.

Maria Anabela [email protected]

� Jurista de 33 anos, Tiago Kalidásdos Santos é, para já, o único can-didato a assumir-se como tal. Mas,o PS de Castanheira de Pera pode-rá ter de optar entre dois candida-tos a candidatos à Câmara, actual-mente liderada pelo socialista Fer-nando Lopes, que não se pode re-candidatar devido à lei da limitaçãode mandatos. Gonçalo Abílio, em-presário e presidente da concelhiado PS, é outro dos nomes aponta-dos como possível candidato. Parao próximo dia 28, está convocadauma assembleia geral de militan-tes, para a aprovação de propostas.

Ao JORNAL DE LEIRIA, TiagoKalidás confirma a “vontade” de se“propor a candidato a presidenteda Câmara Municipal de Casta-nheira de Pera”. Diz que se dispo-nibiliza “enquanto castanheirenseatento e preocupado” e “enquantojovem apaixonado” pelo seu con-celho, por considerar que o muni-cípio “precisa de mais vontade,actividade e de uma lufada de arfresco no seu rumo para ter futu-ro”, o que, no seu entendimento,“só é possível com uma mudança

� Ricardo Morais Galo é o único can-didato à liderança da Comissão Po-lítica Concelhia do PSD da MarinhaGrande, que irá a votos no próximodomingo, dia 22. As eleições reali-zam-se depois da demissão dos ór-gãos da concelhia, apresentada emDezembro último, em discordânciacom a decisão nacional do partidoque vetou a intenção do PSD da Ma-rinha da Marinha Grande de apoiara candidatura do independente Au-rélio Ferreira à Câmara. Em decla-rações ao JORNAL DE LEIRIA, Ri-cardo Galo, que integrou a últimacomissão política, explica que de-cidiu candidatar-se para evitar queo partido “ficasse sem concelhianum momento tão importante” ecom o objectivo de “traçar um novorumo e de fazer algo melhor e dife-rente pela Marinha Grande”. Em re-lação ao processo autárquico, dizque “a seu tempo” as decisões serãotomadas, sendo certo que “o PSD iráapresentar candidatos próprios querà câmara quer às juntas de fregue-sias”. Da lista de Ricardo Galo à con-celhia fazem parte Manuel JoséSantos (vice-presidente) e João Cruz(secretário).

de paradigma, método e dinâmica,que se convertam, através do tra-balho, numa solução viável e prós-pera para Castanheira de Pera”.

Tiago Kalidás propõe-se a “opti-mizar” os serviços municipais, a“progressivamente melhorar ascondições dos acessos às localida-des”, a dinamizar “políticas deemprego” e a aproveitar as “enor-mes potencialidades” do conce-lho, sobretudo, ao nível do patri-mónio natural, histórico e cultural.

Por seu lado, Gonçalo Abílio dizestar “sempre disponível para aqui-lo que o partido entenda que pos-sa acrescentar valor”, mas escusa--se a confirmar se se irá apresentarcomo candidato a candidato. “Te-mos assembleia de militantes a 28de Janeiro para definir eventuaispropostas. Abrimos a discussão atodos e queremos envolver o maiornúmero de pessoas. Dessa reuniãosairá um candidato”, diz o presi-dente da concelhia.

seu nome para cabeça-de-lista. Estaaprovação acontece depois de, emautárquicas anteriores, Jorge Claro tersido apontado como possível candi-dato pelos socialistas. Em 2013, foinúmero dois da lista liderada porAdelino Mendes, regressando à po-lítica activa depois de um interregnode vários anos. No final da década de80 do século passado tinha sido ve-reador no executivo liderado porGuilherme Santos, falecido em 1989.

Licenciado em Engenharia Ali-mentar, Jorge Claro, 62 anos, foiinspector-chefe da Autoridade deSegurança Alimentar e Económi-ca (ASAE), estando actualmenteaposentado. Desempenhou ain-da funções de administrador doMercado Abastecedor de Coim-bra, de presidente da CooperativaAgrícola do Concelho de Pombal ede director da Unicentro – Uniãodas Cooperativas do Centro. Este-ve também na fundação e na di-recção da Rádio Cardal e foi pre-

sidente da Cercipom – Cooperati-va de Ensino e Reabilitação de Ci-dadãos Inadaptados de Pombal.Em termos profissionais, JorgeClaro foi ainda presidente da Co-missão de Avaliação da Proprie-dade Rústica na Repartição de Fi-nanças de Pombal.

Jorge Claro é o primeiro candi-dato aprovado em Pombal, pre-vendo-se que tenha como adver-sários Diogo Mateus, actual presi-dente da câmara eleito pelo PSD,e Narciso Mota, antigo líder daautarquia que, até ao final do mês,deverá apresentar a sua candida-tura como independente.

Segundo o Diário de Leiria, oPAN – Pessoas Animais e Nature-za também concorrerá em Pom-bal, com aquele jornal a referir onome de Álvaro Lopes como pro-vável cabeça-de-lista. O CDS-PPirá também apresentar candidatopróprio, o mesmo deverá aconte-cer com a CDU.

Autárquicas em Castanheira de Pera

Socialistas poderão ter dois candidatos a candidatos

Marinha Grande

Ricardo Galocandidata-seà liderança do PSD

Natural de Pombal, Jorge Claro,62 anos, é actual vereador do PS,cargo que havia desempenhadono executivo liderado porGuilherme Santos, no final dosanos 80 do século passado.Licenciado em EngenhariaAlimentar, foi inspector-chefe daAutoridade de SegurançaAlimentar e Económica (ASAE),estando actualmenteaposentado.

Em destaque

Tiago Kalidás, jurista de 33 anos, assume a vontade de ser cabeça-de-lista

DR

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Sociedade PolíticaJornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 17

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Luís Albuquerque diz-se “aliviado” e “satisfeito” com a sentença

ARQUIVO/JL

Vereador da coligação PSD-CDS/PP foi ilibado de dois crimes de corrupção e irá recandidatar-se à câmara

Absolvido pelo tribunal, Luís Albuquerque avança em OurémMaria Anabela [email protected]

� “Aliviado” e “satisfeito” com umadecisão que “comprova a inocênciaque sempre” afirmou. É desta formaque Luís Albuquerque, vereador elei-to pela coligação PSD-CDS/PP na Câ-mara de Ourém, reage à decisão doTribunal de Santarém que o absolveuda acusação de dois crimes de cor-rupção passiva.

Ilibado do processo judicial, o au-tarca tem agora caminho aberto paraavançar com uma nova candidaturaà câmara. Ao que o JORNAL DE LEI-RIA apurou, a concelhia do PSD, pre-sidida pelo próprio Luís Albuquerque,estaria a aguardar pelo desfecho dojulgamento para aprovar o nome docandidato, o que deverá acontecer embreve.

O acórdão do tribunal foi proferidona semana passada, com o colectivode juízes a considerar que Luís Al-buquerque não praticou qualquercrime, tendo a juíza Cristina Almei-

da sublinhado a sua “reputação depessoa honrada e honesta”, que sededica ao associativismo e à causa pú-blica. Segundo a Agência Lusa, a juí-za afirmou que o donativo de 4.000euros recebido pelo Centro Despor-tivo de Fátima (de que Luís Albu-querque era então presidente) doex-proprietário do terreno onde veioa ser construído o supermercadoAldi teve um percurso “totalmentetransparente”, estando devidamen-te documentado, e sem que haja in-dícios de ter sido dado a troco de qual-quer tipo de contrapartida.

Sobre um alegado donativo noâmbito de contrapartidas concedidasà Câmara Municipal por parte dosconstrutores do supermercado, a juí-za sublinhou não existir qualquerdocumento ou cheque que ateste aentrega de 20.000 euros por parte daempresa para o Clube Desportivo deFátima.

Sublinhando que a corrupção deveser censurada porque “corrói” o sis-tema, a juíza frisou, no entanto, que

isso não pode levar a que se permitam“caças à bruxa”.

“A sentença trouxe dois senti-mentos: alívio e satisfação. Desde oinício que disse que estava comple-tamente inocente e que a acusação

não tinha pés nem cabeça. A sentençaveio comprovar isso”, afirma o ve-reador, em declarações ao JORNALDE LEIRIA, lamentando o arrastar doprocesso, iniciado há sete anos. “Nãohá nada que pague aquilo que eu e a

minha família passámos ao longodeste tempo. Fez-se justiça. O acór-dão não deixa margem para dúvidas:fui absolvido, não por falta de provas,mas porque não houve crime ne-nhum”, realça Luís Albuquerque.

Sobre a candidatura à câmara, osocial-democrata reconhece queé chegado o momento de a comis-são política falar sobre o assunto,mas rejeita a ideia de que a decisãoestivesse dependente do desfechodo processo judicial em que estavaenvolvido. “Nada me impedia deser candidato. Se eu entendesseque havia alguma coisa, seria oprimeiro a abandonar todos os car-gos, porque entendo que quemexerce este tipo de funções deve serum exemplo, sem problemas coma Justiça”.

Do lado do CDS-PP, a presidente daconcelhia, Célia Silva, adianta que,“formalmente”, a estrutura aindanão decidiu que repetirá a coligaçãocom o PSD, situação que deverá ficarclarificada “até ao final do mês”.

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18 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Leitores A direcção do Jornal de Leiria recebe com agradopara publicação a correspondência dos leitores quetratem de questões do interesse público. Reserva-seo direito de seleccionar os trechos mais importantesdas Cartas ao Director devidamente identificadas,publicadas nesta secção.

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Mário SoaresGrupo deEscoteiros 251festejou terceiroaniversárioNo passado dia 7, o Grupo 251 deBarosa da Associação deEscoteiros de Portugal (AEP)festejou o seu terceiro aniversáriode existência na presença dos seuselementos, dirigentes, pais econvidados, nomeadamente, achefia regional, a Escola deFormação de Adultos, oAgrupamento 36 da MarinhaGrande, a Fraternidade NunoÁlvares - Núcleo da MarinhaGrande, o padre André, da Barosa,a presidente da União deFreguesias Marrazes-Barosa e avereadora da Juventude,Educação e Biblioteca. Foi uma manhã de festa, onde 11dirigentes do grupo foraminvestidos e quatro outrosreceberam a Insígnia de Madeira.Houve ainda tempo para unsbreves momentos deagradecimento e entrega de umalembrança simbólica. Por fim,cantámos todos juntos osparabéns e comemos uma fatia debolo de aniversário.Domingues António

2017… é destaque vamos re-desenhar a vida?Não é novo que no final de cadaano velho sejamos tentados afazer, cada um ao seu jeito, umaretrospetiva das experiênciasvividas nas últimas três centenas emeia (e mais qualquer coisa) dedias. Assim como somos tentadosa suspirar enquanto olhamos paratrás, também somos tentados ainspirar profundamente e amagicar o que de novo o novo anopoderá conter e transportar… eucreio que até os mais distraídos edesligados fazem isto. De certeza.Pelo menos tenho quase acerteza…Eu diria que, ao jeito de cada um,mais saudosista, desesperançado,otimista ou entusiasmado,dedicamos o nosso pensamento,de forma mais leve ou maisprofunda, a reviver asexperiências mais significativas, asboas e as menos boas, aquelas quenos criaram maior impacto,aquelas que nos pincelaram a vidade cores mais pardacentas ou maisvibrantes… Pelo menos tenho acerteza (ou quase) que todos (ouquase todos) o fazemos…Adiante. O que eu tenho a certeza,agora sim, é que depois dossuspiros e dos “inspiros” poucossão aqueles que param paraobservar seriamente ougenuinamente o que viveram e oque aprenderam, o que ficou

estagnado e o que pode e deve sercolocado em movimento... Issosim. Isso é que é o maior dosdesafios de cada final de anovelho ou início de ano novo. É certo que o podemos fazer emqualquer altura do ano… claroque sim. Abril, Maio ou Junho sãobons meses… já Agosto não!Andamos demasiado entretidos e

estupidamente (ou não) distraídosa (sobre)viver…Mas adiante. Eu proponho o mêsde Janeiro ou, já agora, o Agoracomo a altura ideal para nosdedicarmos a produzir umaobservação séria (séria sim, porqueé um assunto sério sempre deixadopara fazer nos amanhãs)acompanhada de uma introspeção

inspiradora de como podemosprojetar e redesenhar a nossa vidapara, de seguida, a pincelar decores brilhantes cheias deentusiasmo, daquelas corescarregadinhas de alegria e energiapara criar, daquelas cores plenasde amor-próprio para bem-crescere de ternura para partilhar…Sim. Tenho a certeza que Agora é o

tempo certo para nos observarmosseriamente despertando todos osnossos sentidos… porque “sentir écompreender”… e eu acredito quenão há outra forma de observar(seriamente)… Sim, eu insisto em desejar quetodos aqueles que passam por mimo consigam fazer …Os meus votos para 2017?Que redesenhemos a vida! … Edepois?! Que a preenchemos de cor!… Como?!Há que desacelerar. Respirar.Observar. Sentir. Questionar osentir. Refletir para depois agir.Eu sei, eu sei…Refletir?! Agir?! Eusei… dá trabalho!Pronto, pronto, vamos lá tentar denovo… Há que desacelerar…Respirar…2017… será que é desta?Paula Marques JorgeTexto escrito de acordo com a novaortografia

Paróquia da Vieirasolidária com GirassolO 5º ano da catequese da Paróquiade Vieira de Leiria organizou umacampanha de recolha de bens afavor do Centro de AcolhimentoGirassol, na Marinha Grande, quedecorreu durante o mês dedezembro.Os bens angariados foramentregues no passado dia 10 dejaneiro nas instalações do Girassolpor Miguel Sottomayor, pároco deVieira de Leiria, e por duasrepresentantes das catequistas do5º ano à diretora Catarina Mourato,que mostrou as instalações e deu aconhecer o funcionamento dainstituição.A campanha de recolha de bens foiestendida à comunidade de Vieirade Leiria que respondeu ao desafiocom enorme generosidade, doandovestuário, calçado, toalhitas parabebé, enlatados, leite, cereais depequeno-almoço, artigos dehigiene, entre outros. Os catequizandos do 5º anoofereceram ainda brinquedos aosquais associaram postais de BoasFestas desenhados e com umamensagem de amizade de suaautoria.Sob a tutela do Centro Regional deSegurança Social de Leria, oGirassol acolhe 14 crianças e jovensdos 0 aos 12 anos de idade, vítimasde abandono, maus tratos,negligência, ou outra situação derisco que mova a Comissão deProtecção de Menores, e/ou oTribunal, e/ou a Segurança Social aretirar às famílias biológicas a tutelados seus filhos.A catequese do 5º ano e a Paróquiade Vieira de Leira agradecem arecetividade do Girassol e agenerosidade de toda acomunidade que, decerto, farásorrir as crianças e jovens quevivem neste Centro.Ana Filipe

Mário Soares é uma personalidade histórica cuja acçãopolítica marcou, de forma indelével, a vida do nosso país, durante a segunda metade doséculo XX e os primeiros anos do século XXI.É inquestionável que faz parte daqueles queconstituíram a resistência à ditadura fascista e à guerracolonial, cuja grande maioria ficou no anonimato, e quesofreram a perseguição, a cadeia e o exílio, alguns nãoconseguindo sobreviver ao atroz sofrimento da torturanas masmorras da PIDE, que Mário Soares tambémconheceu. Ele faz parte também da plêiade deadvogados que ousaram subir às barras dos tribunaisdo regime, para defender esses militantes presos etorturados, na sua grande maioria comunistas.Homenagear Mário Soares é homenagear centenas demilhares de socialistas que se bateram para construirum país novo – lado a lado com outros militantes,trabalhadores e jovens – ao mesmo tempo queconstruíam e organizavam o PS como um partido paraassumir os destinos do nosso país. Fizeram-noanimados das mais profundas aspirações, que MárioSoares formulava nessa época de forma brilhante:«Queremos arrancar o nosso país dosubdesenvolvimento, do obscurantismo, dasubserviência e da incultura.» Foi com este espírito quemilhares e milhares de trabalhadores e de jovenssocialistas lutaram e apoiaram Mário Soares quandoeste se opôs à ocupação do jornal República e,rompendo com o IV Governo Provisório, apelou àmobilização nacional para defender todas as liberdadesdemocráticas (a começar na liberdade de informação),a democracia e o socialismo. Depois destes passos tãodeterminantes na história da revolução, decidiu mudara orientação do PS e subordiná-lo às condiçõesimpostas pelo FMI, para fazer entrar Portugal na CEE.Nessa altura, Mário Soares não hesitou em defender,publicamente, que «era preciso pôr o socialismo nagaveta». Nós fizemos parte dos milhares de militantesque não aceitaram esta viragem, o que nos valeusermos expulsos do PS. Abriu-se um período muitodifícil para a vida dos trabalhadores portugueses, aomesmo tempo que se viram despossuídos do apoio doPS aos seus combates, já que dele foram afastados ou

saíram, nessa altura, grande parte dos organizadoresdas comissões de trabalhadores e da luta por sindicatosdemocráticos e independentes. As consequências destamudança de orientação – nos sucessivos governos doPS e, depois, refinada quando assumiam o poder ospartidos da direita – estão à vista de nós todos. Naúltima etapa da sua vida, Mário Soares assumiu umapostura de combate a algumas das consequências destapolítica, ditada pelo FMI e pelas instituições da UniãoEuropeia, a política contida no memorando da troika eposta em prática (de forma refinada) pelo governo doPSD/CDS. Fê-lo com os meios democráticos ao seualcance – apelando à resistência e à mobilização.Lembremos a convocação de uma assembleia na AulaMagna da Reitoria da Universidade de Lisboa (emNovembro de 2013), na qual procurou unir todas asforças da oposição para pôr fim ao governo PSD/CDS.Lembremos ainda que Mário Soares não hesitou em ir aViana do Castelo para apoiar a mobilização unida dostrabalhadores dos estaleiros navais dessa cidade,realizada em Dezembro de 2013 e tendo como motor asua Comissão de Trabalhadores, com as duas centraissindicais e com todas as forças políticas representadasna Câmara Municipal, criando um movimento de todaa população daquela região para impedir a privatizaçãodesses estaleiros (…). Mário Soares participou emcombates, contra algumas medidas draconianasditadas pelas instituições da troika, tal como apeloupara que o grupo parlamentar do PS votasse contra aratificação do Tratado Orçamental da UE, naAssembleia da República. Mas, reconheçamo-lo, Soaresjamais afirmou ser contra estas instituições da troika,ser contra a União Europeia, ser contra o capitalfinanceiro. A personalidade forte e marcante de MárioSoares ilustra, da maneira mais acabada, a afirmação deque a realidade não é branca ou preta, tem muitascores. Para os trabalhadores e para os jovens, éimportante ter em conta o legado positivo de MárioSoares – o combate intransigente pela liberdade e pelademocracia que, para nós militantes da IVInternacional, significa retomar o caminho daRevolução do 25 de Abril.Carmelinda Pereira e Aires Rodrigues

RICARDO GRAÇA/ARQUIVO

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OpiniãoJornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 19

Acorrupção é a mais grave doença dosregimes democráticos, porque ataca na suaessência a igualdade perante a lei, a justiçaigual para todos e reduz o incentivo ao

trabalho e ao serviço público dos cidadãos e dasinstituições. Assim sendo, o bom governocaracteriza-se por não permitir o desenvolvimentoda corrupção, desde logo no seu próprio meio edepois no Estado e na sociedade.Para isso existem regras de boa governação, taiscomo: (1) a escolha para membros do Governo depessoas de idade madura, com provas dadas decompetência e de seriedade e com hábitosdemocráticos; (2) a cultura da transparência e dorigoroso cumprimento da lei, bem como apermanente disponibilidade de acesso dos meiosde comunicação a toda a informação relativa aactos dos governos e da administração pública; (3)a investigação rigorosa do enriquecimento semcausa conhecida e a existência de leis quepermitam condenar os casos de enriquecimentoilícito; (4) celeridade da justiça e a existência legalda figura do arrependido, com penas elevadas paraos condenados, naturalmente com todas asgarantias de defesa dos acusados; (5) remuneraçõesdos membros do Governo e dos servidores doEstado em altos cargos compatíveis com a suaimportância na hierarquia do Estado; (6) porúltimo, mas não menos importante, uma culturade condenação social da corrupção, cultura quepode ser desenvolvida através da pedagogiaexercida pela boa governação, que actuará peloexemplo e impedirá por todos as formas aimpunidade.A história recente da democracia portuguesa

mostra que estamos longe da adopção destasregras do bom governo e por isso não surpreendeque a corrupção esteja a minar os fundamentos donosso regime democrático. Com o perigo dacorrupção ser já sistémica, atingindo os mais altoscargos do Estado, ao mesmo tempo que aimpunidade se tornou num incentivo objectivopara a prática da corrupção e um obstáculo aoprestígio das instituições e ao crescimento daeconomia. Por exemplo, a falência do nossosistema financeiro resultou da convivência dopoder político com práticas ruinosas de troca defavores e de promiscuidade do Estado comentidades privadas poderosas. Também apromulgação de leis feitas para satisfazer sectoresconcretos da sociedade, bem como a prática de osgovernos e de as autarquias realizarem contractoscom entidades privadas por ajuste directo, sãofactores adicionais que favorecem a corrupção doEstado. O caso das contrapartidas resultantes da compra dematerial militar, que atravessou quatro governos daesquerda e da direita do espectro político nacional,mostrou o nível sistémico atingido pela corrupção.Caso que se tornou num exemplo claro dacolaboração do poder político com os interessesilícitos de entidades privadas, nacionais eestrangeiras, em que nem a condenação doscorruptores activos no estrangeiro levou asautoridades portuguesas a tomar quaisqueriniciativas de investigação.Continuaremos no próximo texto a tratar estetema.

Empresário

Expressar votos de BomAno que não seja àspessoas mais próximas ecúmplices com quem

partilhamos a vida, ou adesconhecidos que retribuirão oacto de cortesia de formaidêntica, pode tornar-se umaexperiência traumática. Da partede alguns, a retribuição do votochega em tom desenganado,acompanhado do pesaroso emeditabundo arquear desobrancelhas de quem nos invejaa credulidade e nos olha como sefôssemos crianças a quem umadulto não deva desfazer asilusões. Outros respondem, deforma segura mas seca como umaordem ou uma ameaça, quemelhor que o anterior terá queser com certeza porque pior seriaimpossível; e olham a linha dohorizonte com ar de quem passoupor muito mais do que possamosimaginar, esperando que a posedesperte a curiosidade e permitaa oportunidade de apresentaruma lista de acontecimentosnefastos imbatível. Há tambémos que atiram com um oxalágemido, resignado e suspirado alembrar um S. Sebastião cravadode flechas, como se cada dia doano fosse lá postoexclusivamente para conter umaprovação destinada a elevá-los aresistentes da vida. E há ainda osque reagem de forma agastada edura, com um não acreditoperemptório de quem sabeperfeitamente que “eles”, sejameles quais forem, irão tudo fazerpara impedir que os dias possamdecorrer conforme se desejem.Não entendo como se pode tratarassim uma possibilidade. Porqueuma possibilidade é uma coisaem aberto, a ser preenchida comquantidades variáveis de nós, dosoutros, e das circunstâncias,sendo que nós seremos sempre oingrediente principal. Apossibilidade de os dias seremdesta ou daquela forma dependesobretudo de como os saibamosolhar por ângulos mais ou menosóbvios, dando maior ou menoratenção às pequenas coisas,saboreando sempre ou quasenunca as proximidades,envolvendo-nos muito ou poucoem cumplicidades, cultivando ounão as relações diárias e sabendosentir momentos de felicidade sóporque sim, porque existimos e odia está de sol. Os que sofreramgrandes revezes ou tristezasfundas geralmente sorriem,desabafam talvez o acontecido, egarantem-nos, para se ouviremgarantir, que o ano será melhorcom certeza. Contra tudo, contratodos, e talvez contra si próprios,façam do vosso um bom ano,sim?

Professora de dança

HenriqueNeto

ClaraLeão

Mudar de Rumo – A corrupção (1) Bom Ano!

Para ser grande, sê inteiro: nadaTeu exagera ou exclui.Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes.Assim em cada lago a lua todaBrilha, porque alta vive.Fernando Pessoa

Oque nos faz felizes foi o tema do último escritode 2016. Nele afirmámos que a felicidade é umsentimento subjetivo, pelo que não pode sernem absoluto nem permanente. Podemos e

devemos procurar e conseguir momentos defelicidade. Formulados os tradicionais desejos para2017, certamente tendo a ver com a felicidade ou afins,é importante ter presente que os momentos felizesdependem em muito das nossas atitudes ecomportamentos.Assim, cabe-nos procurar gerir a vida de modo a que,quer nas relações connosco quer com os outros,evitemos que os excessos nos dominem. Em primeirolugar coloquemos as coisas no seu tempo, vivendo opresente sem a pressão constante e exagerada do quenos rodeia e nos interpela (sem stresse); mas tambémsem nos deixarmos submergir pelo passado (o que nospoderá conduzir à depressão); igualmente semexcessos de preocupação quanto ao futuro (de queresultará a ansiedade). Um presente cheio de passadoou de futuro não pode ser usufruído.É fundamental uma atitude de confiança pessoal,valorizando de forma justa o que fazemos ereconhecendo e assumindo os erros ou falhas quenaturalmente cometemos. Quando tal acontece, nãoesqueçamos que pedir desculpa não é sinal defraqueza, bem pelo contrário. Esforcemo-nos por nãopermitirmos que sentimentos de culpa nos corroam a

AntónioFrazão

Para ser felizpartir de dentro. Procuremos aceitar os outros como eles são,respeitando as diferenças, e assim teremos caminhoaberto para sermos aceites. Sejamos complacentes etolerantes com os outros, mas igualmente connosco.Aprendemos a falar, aprendemos a ler e a escrever masnão aprendemos, nem nunca ninguém nos ensinou, aescutar. E, no entanto, todos nós sentimos absolutanecessidade de sermos escutados. Interessemo-nospelas ideias, sentimentos e experiências vividas pelosoutros. Escutemos ativamente o que os outros querempartilhar connosco, e apreciemos o resultado nosoutros e em nós.Consideremos como positiva a vida que já vivemos,assumindo as boas e as más experiências que tivemos eque terão contribuído para sermos o que somos,mantendo-nos disponíveis para continuar a aprender.Mantenhamos uma atitude positiva em relação aopresente e ao futuro, não esquecendo que vale maisum sorriso, mesmo triste, do que a tristeza de nãosorrir. Aceitemos os desafios que a vida nos traz, nãoesquecendo que, por vezes, precisamos da ajuda dosoutros, tal como os outros precisam de nós.Exerçamos o direito a ter momentos em que pomos delado os problemas e as dificuldades procurandodivertir-nos. É importante manter os olhos bemabertos para as coisas boas e belas que nos rodeiam,desfrutando-as.Já agora convém também não esquecer que comersaudável, dormir bem e mexer-se é fundamental parao equilíbrio pessoal.Se fizermos felizes os que estão perto de nós, abrimoso caminho para a nossa felicidade.

Psicólogo clínicoTexto escrito de acordo com a nova ortografia

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20 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Economia PUBLICIDADE

Leiria criou 2,3 empresas por cada encerramento em 2016Tecido empresarial Em 2016, o distrito viu nascer 1507 novas empresas e fechar667. O rácio nascimentos/encerramentos foi de 2,3, ligeiramente abaixo da média

Dinâmica do tecido empresarial

Fonte: Informa D&B

-7,5%

-6,5%-22,0%

2015 2016

insolvênciasencerramentosnascimentos

Nascimentos, encerramentos e insolvências no distrito

Rácio nascimentos/encerramentos em 2016 (número de constituições por cada extinção)

16291507

713 667173 135

Viseu

Vila Real

V. Castelo

Setúbal

Santarém

Porto

Portalegre

Ponta Delgada

Lisboa

Leiria

Horta

Guarda

Funchal

Faro

Évora

Coimbra

Castelo Branco

Bragança

Braga

Beja

Aveiro

Angra Heroísmo 2,52,1

3,42,3

2,11,81,8

2,52,8

1,82,2

3,52,3

2,62,4

32,4

2,52,3

2,12,2

1,8Média nacional 2,4

Raquel de Sousa [email protected]

� Em 2016 foram constituídas nodistrito de Leiria 1507 novas em-presas, o que o coloca em sétimo anível nacional nesta matéria. Os da-dos são da Informa D&B, e revelamainda que aquele número traduzuma queda de 7,5% face a 2015,quando foram criadas 1629 novassociedades. A nível nacional, aqueda na constituição de empresasfoi de 2,4%.

Com um total de 667 no anopassado, Leiria foi o sétimo distri-to com mais encerramentos. Mes-mo assim, este número traduz umadescida de 6,5% no desapareci-mento de empresas, em linha como que se verificou também a nívelnacional.

O rácio de nascimentos/encer-ramentos no distrito de Leiria é de2,3%, ligeiramente abaixo do ráciode 2,4% registado no país, revelamainda os dados da Informa D&B.

Quanto às insolvências, em 2016o distrito de Leiria foi o sexto a ní-vel nacional, com um total de 135,número que traduz uma quebra de22% face a 2015.

Analisando a posição de Leiria nocontexto nacional, representou7,1% dos nascimentos totais doano 2016, 3,2% dos encerramentose 0,6% das insolvências. Resulta-dos que para Vítor Hugo Ferreira in-dicam que “Leiria continua a apre-sentar uma performance acima damédia”.

Quanto à diminuição na criaçãode novas empresas, este econo-mista lembra que há dois tipos deempreendedorismo: o de oportu-nidade e o de necessidade (de cria-ção do próprio emprego) e que osdados existentes indicam que estetem baixado nos últimos anos, de-vido a alguma melhoria na econo-mia. Na região de Leiria, acres-centa o também professor de ino-vação e empreendedorismo noIPLeiria, “há muitas empresas acrescer e a criar emprego”, o quepoderá também ajudar a explicar aredução na constituição de novasempresas.

No ano passado, foram consti-tuídas em Portugal 37034 empresase outras organizações, de acordocom o barómetro da Informa D&B.“Este valor, que representa menos2,4% do que em 2015, interrompeum ciclo de crescimento de trêsanos consecutivos, mas mantém

tos”, adianta o estudo da InformaD&B. Em 2016 verificaram-se 3256novos processos de insolvência,face a 4232 em 2015.

Em termos sectoriais, e falandoainda a nível nacional (o estudo nãoapurou dados para cada distrito),foi nos serviços que foram criadasmais sociedades (11682). Mas foitambém onde se registaram maisencerramentos: 3891. Quanto a novosprocessos de insolvência, o maior nú-mero registou-se no retalho (553),embora tenha havido um númeromuito semelhante (551) nas indús-trias transformadoras.

as constituições acima das 37 mil,registo que na última década só ti-nha sido atingido no ano passado”,explica a consultora.

Já o número de encerramentosbaixou 6,8%, passando de 16634em 2015 para 15505 em 2016, “umadescida que foi mais acentuada nosegundo semestre do ano”.

As insolvências (processos ini-ciados em 2016, mas apenas depessoas colectivas) “tiveram umaforte queda (23%), mantendo umatendência continuada que se re-gista desde 2013 e que se estendea quase todos os sectores e distri-

Análise de uma décadaPortugueses “maisempreendedores”Além do barómetro anual, aInforma D&B analisou também asdinâmicas dos nascimentos,encerramentos e insolvênciasentre 2007 e 2016, “uma décadaque se caracterizou por grandesalterações na conjunturainternacional, pelos seus reflexosna economia a nível interno,como o crescimento dodesemprego, e ainda por medidasde apoio ao empreendedorismo, amaior facilidade na criação eencerramento de empresas,alterações fiscais ou o novoCódigo de Insolvências eRecuperação de Empresas”,refere a consultora. Citada emcomunicado, Teresa Cardoso deMenezes, directora geral daInforma D&B, diz que asconclusões do estudo “mostramtransformações significativas notecido empresarial português quese reflectem, entre outrosindicadores, num maiorempreendedorismo, na dimensãodas novas empresas e no seuperfil regional e sectorial, comsectores a ganharem dinamismopor troca com outros”. Naqueladécada nasceram cerca de 347 milempresas e outras organizaçõesem Portugal. Destas, 64%mantêm-se activas. Dasrestantes, 21% encerraram, 13%estão inactivas, 1% estãoinsolventes e 0,2% foramadquiridas; 1 803 são sucursais deempresas estrangeiras, aponta oestudo.

Bolsas são 27

Mais seisempresas no projecto IPL Indústria

� Os 27 estudantes do InstitutoPolitécnico de Leiria que esteano lectivo recebem bolsas deestudo no âmbito do projectoIPL Indústria estão desde o iní-cio desta semana a visitar asempresas que as suportam. Seisnovas empresas juntam-se esteano ao projecto: Geocam, Lu-brigaz, MD Moldes, StreamConsulting, Socem e GLN. Re-novam o seu apoio as empresasBöllinghaus Steel, Bourbon Au-tomotive Plastics, Incentea,Moldes RP, TJ Moldes, Vipex,BPN - Comércio de Peças paraCamiões, Caixa de Crédito deLeiria, Geco, EST, La Redoute,Moldoeste, Planimolde, P.M.M.e Ribermold.

As bolsas IPL Indústria sãouma das vertentes do proto-colo entre o IPLeiria, a Nerlei ea Cefamol, assinado em Julhode 2013, que tem como objec-tivo “promover a formação emcontexto empresarial, a disse-minação do conhecimento eda tecnologia, e acções de res-ponsabilidade social conjun-tas no sentido de beneficiar es-tudantes, docentes e empre-sas, aproximando a academia àrealidade industrial”, informauma nota do Politécnico deLeiria.

As bolsas, cujo valor supor-tará os custos de uma propinaanual fixada pelo IPLeiria, sãoconcedidas aos estudantes queingressam com melhor médianos cursos seleccionados pelasempresas. Para o presente anolectivo, os cursos seleccionadosforam: Engenharia Mecânica,Engenharia Informática, Enge-nharia e Gestão Industrial, En-genharia Automóvel, Enge-nharia Electrotécnica e deComputadores, Contabilidade eFinanças, Design Industrial eMarketing.

“Este reconhecimento e estaenvolvência das empresas, quetem vindo a ser cada vez maior,aproxima a academia ao tecidoempresarial da região. Estu-dantes e professores passam arelacionar-se de uma formamais profícua com as empre-sas, conhecendo as suas áreasde actuação, os desafios queenfrentam e a sua dinâmicaempresarial”, refere PedroMartinho, director daESTG/IPLeiria, citado naquelanota. “Promove-se ainda umcontacto mais eficaz entre es-tudantes, professores empre-sas e os parceiros do protoco-lo”, acrescenta.

37034novas empresas foramconstituídas em 2016, ano emque fecharam portas 15504. Orácio nascimentos/encerramentos foi de 2,4

O número

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EconomiaJornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 21

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Docereina foi inaugurada em Janeiro de 2013

RICARDO GRAÇA/ARQUIVO

Vinte novos empregos em Pombal

Oito milhões de euros para ampliar Docereina�A Postres Reina vai investir entre seisa oito milhões de euros nos próximostrês anos para ampliar as instalações si-tuadas no Parque Industrial Manuel daMota, em Pombal, e duplicar a pro-dução. A primeira pedra da nova uni-dade foi colocada ontem, já depois dofecho desta edição. A obra deverá ficarconcluída em cerca de 16 meses.

Em comunicado, a empresa expli-ca que está em causa uma nova uni-dade industrial junto à existente, quepermitirá duplicar a actual produçãoquando se encontrar na sua capaci-dade produtiva máxima, alcançandoas 35 mil toneladas anuais. O novo es-paço, com sete mil metros quadrados,será dotado “com a última tecnologia”existente.

Está prevista a instalação de no-vas linhas, com novos produtos, no-meadamente sobremesas e gelati-nas prontas, “especialmente pro-curados pelo mercado local e ex-portação: Angola, mercados da sau-dade e centro da Europa”.

“Com este novo investimento, es-

Marinha Grande

Lua Filmes comnovos parceirosna série Portugalin 150 seconds

� A série Portugal in 150 seconds,criada e produzida pela Lua Filmes,da Marinha Grande, conta agoracom mais dois media partners: RTPe Sporting TV. Estes dois canais te-levisivos juntam-se à Benfica TVque já era parceira da série. “Os epi-sódios já estão a ser transmitidos naSporting TV e em breve irão sertransmitidos na RTP Internacio-nal. Com estes novos media part-ners a série chega a uma audiênciamais vasta, permitindo-lhe alcan-çar um público ainda mais diver-sificado e continuar a crescer”,aponta nota da empresa. Portugalin 150 seconds é uma série comtrês vertentes - Cities & Villages,Museums & Monuments e Industry– que promove e divulga o melhordas marcas portuguesas, das em-presas e das indústrias.

timado inicialmente entre seis a oitomilhões de euros nos próximos trêsanos, pretende-se consolidar a apos-ta no mercado português, tanto a ní-vel económico como de emprego,criando-se até 20 novos postos de tra-balho fixos”, aponta o comunicado daPostres Reina.

Resultado de uma parceria entreesta empresa espanhola e o Grupo De-rovo, a Docereina foi iniciada em2009 e implicou um investimentode 11 milhões de euros, apoiado peloQuadro de Referência Estratégico Na-cional. Foi inaugurada em Janeirode 2013 numa cerimónia presidida porPaulo Portas, então ministro dos Ne-gócios Estrangeiros, mas no ano an-terior já tinha produzido cerca de 11mil toneladas de sobremesas, o cor-respondente a 100 milhões de uni-doses, fabricadas na sua maioria a par-tir de matéria prima nacional. Entreoutros produtos, das suas linhas saí-ram pudins, gelatinas, leite creme, ar-roz doce, flan de baunilha, natas docéu e serradura.

Três empresas vão beneficiar

Experiência-piloto ajuda agerir pessoas nos moldes

� Três empresas vão participarnuma experiência-piloto de seismeses que pretende capacitá-laspara uma melhor gestão dos seus re-cursos humanos, no âmbito do pro-grama Gestão de Pessoas. Resultadode uma parceria entre a Cefamol e aSana Recursos Humanos, foi dese-nhado, exclusivamente, para o sec-tor de moldes. “Está direccionadopara as suas características especí-ficas e engloba diversas acções queirão permitir aos associados parti-cipar, incorporando, o mais possível,

as vantagens inerentes na sua orga-nização”, explica uma nota da as-sociação da Marinha Grande. O pro-grama será apresentado na próximaquarta-feira, dia 25, num seminárioagendado para as 16:30 horas no au-ditório da Cefamol. Na altura serãosorteadas as três empresas que irãobeneficiar do programa. No finaldeste, o trabalho desenvolvido seráanalisado e apresentados ao sectoros indicadores de gestão que per-mitem quantificar o impacto pro-duzido.

Encontro decorre em Fátima

BNI Collippo partilha melhores práticas em evento de networking

� Decorre em Fátima, na próximasegunda-feira, um evento de net-working com cerca de 700 empresá-rios, ocasião em que terá lugar umareunião do grupo BNI Collippo, oque regista “melhor performance” en-tre os 82 grupos BNI existentes emPortugal, segundo uma nota desta or-ganização. Os 53 empresários do BNICollippo irão “partilhar as suas me-lhores práticas com todos os presen-tes”, de forma a que se consigam“mais e melhores negócios através do

BNI”. O Business Networking Inter-national “é a maior organização denetworking profissional de negócios ereferenciação do Mundo”. Há 11 anosem Portugal, conta com 2200 em-presários que, nos últimos 12 meses,“deram a ganhar uns aos outros 141milhões de euros”. Só os do grupo Col-lippo já conseguiram “mais de três mi-lhões de euros em negócios entreeles”, ou seja, “cada um consegue emmédia, por ano, 65 mil euros em ne-gócio para as suas empresas”.

Melhor pastel de pinhão é da ETP SicóEntre nove concorrentes ao concurso para eleger omelhor pastel de pinhão, venceu a proposta da ETPSicó, de Ansião. No pastel apresentado “prevaleceuo sabor e o potencial de afirmação como produtogenuíno identificador do concelho”.

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22 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Economia Gestão e competitividade internacional

DR

Empresa do concelho de Porto de Mós

Recursos internos e desempenhoexportador – o caso da Inovopedra Márcio Lopes [email protected]

� Hoje em dia, diversas empresasconseguem alcançar uma posiçãode vantagem competitiva no seg-mento onde actuam. Mas devido àintensa velocidade com que os mer-cados se modificam, poucas são asempresas que obtêm VantagemCompetitiva Sustentada (VCS). Alcançar uma VCS depende dos re-cursos que a empresa possui: capitalfísico, humano e organizacional. E acomposição desses recursos deveagregar quatro características: per-mitir conceber e implementar estra-tégias que aumentem a eficiência ea eficácia, explorando oportunidadese/ou neutralizando as ameaças; serraro na especificidade como se com-binam; ser de difícil imitação pelosconcorrentes; e ser de difícil substi-tuição.

Na edição de 5 de Janeiro, foi aquiapresentado o modelo sobre a Orien-tação para o Mercado Exportador(OME) enquanto recurso crucial parase obter um bom desempenho dasexportações. Em resumo, uma em-presa tem OME quando é capaz decriar um sistema de informação in-teligente sobre os clientes e os mer-cados, saber disseminá-lo no todo daorganização e, por fim, conceber eimplementar planos estratégicosadequados.

Ora, uma OME é um recurso in-terno da empresa que reúne asquatro características potenciado-ras da VCS e, consequentemente,um bom desempenho exportador.Mas deverá uma empresa investircontinuamente em OME para al-cançar VCS no mercado exporta-dor? Não!

As empresas têm recursos limita-dos. E conquistar novas quotas demercado internacional, indo ao en-contro das necessidades dos clientes,exige investimento em OME, mastambém em outros factores cruciaiscomo: tecnologia e inovação.

O caso da Inovopedra (LSI-Stone)Inequivocamente, a Inovopedra temOME. É uma empresa que facturacerca de 3,5 milhões de euros/ano,tem 29 colaboradores e 100% do vo-lume de negócios vem das exporta-ções. A Inovopedra foi fundada em1999 (Regina Vitório e Pedro Vazão)e em 2001 iniciou a sua actividade ex-portadora. Nos últimos três anos, ataxa média de crescimento das ex-portações foi acima dos 20%. A em-presa faz negócios à escala global. Ini-ciou a sua actividade exportadorapara a Europa, depois transitou paraos EUA, Rússia, Ásia (com muitas re-

lutâncias ao mercado chinês), África,Brasil, Austrália e Kuwait.

É uma empresa com uma intensadiversificação geográfica, e com OME.A administração, segundo ReginaVitório, reúne-se semanalmente comos clientes e, internamente, com osgestores de projecto. Há um fococontínuo para o cliente e o mercado,e isso cria um forte espírito de equi-pa, interdepartamental e coordena-do, capaz de perseguir objectivoscomuns. A empresa está atenta àsconstantes mudanças de tendênciasno mercado da rocha ornamental. Econsegue, num curto espaço de tem-po, reagir e adaptar-se às mudanças.

Regina Vitório gere a sua empresapara a criação de valor ao cliente. Ouseja: a OME é calibrada com outrasorientações estratégicas, tais como atecnologia e a inovação. É uma em-presa que combina, estrategicamen-te, a dotação dos recursos naturais da

Fase A: fase de relação positivaentre OME e desempenhoexportador. A empresa deveorientar recursos para asactividades de OME. Mas cadavez menos, e direccionarrecursos para outras áreas decriação de valor. Fase B: após o ponto óptimo,

visto que os recursos sãolimitados, a alocação derecursos para OME implicadesinvestimento em outrasorientações estratégicas daempresa, tais como: tecnologiae inovação. A empresadeteriorar o seu desempenhoexportador.

região (rocha) com a tecnologia in-tensiva. E design.

A Inovopedra apresentou um for-te crescimento das suas exportaçõesno período 2007/09, e está a crescerainda mais. Regina Vitório tem plenaconsciência de que a empresa está aatingir o seu ponto óptimo de inves-timento em OME (Fase A do gráfico).E tem, de igual modo, consciência deque as próximas decisões estratégicasda empresa serão no sentido da tec-nologia e da inovação para que nãoentre na Fase B do gráfico e, conse-quentemente, em U-invertido.

É uma empresa configurada à teo-ria Resource-Based View, capaz deadequar as suas forças internas (re-cursos) aos desafios impostos pelomeio envolvente dos vários mercadosonde actua. É uma empresa comVantagem Competitiva Sustentada, ecom uma inteligente Orientação parao Mercado Exportador.

OME e a Curva em U-invertido

Vinte e nove pessoas trabalham na unidade

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Economia MotoresJornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 23

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LICI

DA

DE

Peugeot ultrapassou VW no ranking dos ligeiros de passageiros

Parque automóvel antigo e novos modelos incentivam compra

Marcas francesas são as que maisvendem entre nósJacinto Silva [email protected]

� A Renault é a marca que em Por-tugal mais vende. Tal como em2015, os consumidores portuguesescontinuaram a preferir o construtorfrancês em 2016, mas houve mu-danças no ranking dos fabricantesmais vendidos, no ano transacto.

A mais óbvia aconteceu no se-gundo lugar do pódio com a tam-bém gaulesa Peugeot a ultrapassara germânica Volkswagen, que caiupara terceiro lugar, no número de li-geiros de passageiros vendido.

A explicação pode estar relacio-nada com os vários modelos comque o fabricante renovou a sua fro-ta ao longo de 2016, e que impul-sionaram um crescimento de 19,9%nos ligeiros de passageiros, paraum total de 19.864 unidades co-mercializadas. “Temos modelosmelhores e mais atractivos e, alémdisso, o mercado cresceu e voltouquase ao normal, após todos estesanos de crise. Outra explicaçãopode estar no envelhecimento doparque automóvel nacional. Anti-gamente, trocava-se de carro todosos quatro a seis anos, agora, no mí-nimo, a regra são os oito anos. Aspessoas sentem necessidade de tro-car de viatura”, refere António Mon-teiro, da LPM Peugeot. O conces-sionário para o distrito de Leiriaanuncia um crescimento de 16%,com 1400 carros novos vendidos,em 2016. “O ano correu mesmomuito bem. No conjunto das marcascomercializadas pela LPM, nos dis-tritos de Leiria e Santarém, vende-mos mais de quatro mil viaturas”,adianta António Monteiro.

A Volkswagen, que ocupava asegunda posição nos ligeiros depassageiros em 2015, em 2016 des-ceu para o terceiro lugar. Contudoa marca alemã teve um crescimen-to de 0,8%, vendendo 17.031 uni-dades.

No topo da tabela, está a Renault

DR

com a Citroën, na terceira posiçãodos que mais venderam. Renault ePeugeot ficaram em primeiro lugar.

Resultados somados deligeiros de passageiros e comerciaisSomando o total de veículos ligei-ros vendidos, ou seja, os de passa-geiros e os comerciais, a Renault li-dera no mercado global com vendasde 33.312 unidades, mais 24,5% doque no período homólogo, e a Peu-geot manteve a segunda posição em2016 com as vendas a atingirem as25.482 unidades, um crescimentode 16,5%, face a 2015.

A Volkswagen cimentou o ter-ceiro posto com 19.125 unidadesvendidas, e um crescimento de1,4%. A marca acabou o ano passa-do com uma quota de 10,5% no nos-so mercado, mais 0,1 pontos per-centuais face a 2015.

“Embora, a nível nacional, te-nha havia essa mudança com aPeugeot, na Lubrigaz, tivemos umaumento global de matrículas decerca de 28%, o que nos leva a dizerque o ano de 2016 nos correu mes-mo muito bem”, conclui Nuno Rol-dão, responsável do concessionáriopara o distrito de Leiria.

Na sexta-feira, dia 20

Leiribéria apresenta novo Leon

� A Leiribéria, em Leiria, vai apre-sentar a versão de 2017 do SeatLeon, no dia 20. Com a versão an-terior lançada em 2013, o constru-tor espanhol rejuvenesce assimum carro cujo interior conta agoracom iluminação ambiente LED,novas combinações interiores, pla-taforma de carregamento wirelesspara telefones e com um novo sis-tema de infoentretenimento com

um ecrã de maiores dimensões. Noexterior as diferenças também sãovisíveis. Por exemplo, os faróisdianteiros e luzes traseiras ganha-ram uma nova assinatura lumino-sa, os pára-choques foram redese-nhados e a grelha dianteira ficoumais larga. Um capítulo que nãopode ser esquecido é o da segu-rança. O Leon conta com sistemasde apoio à condução do Grupo

Volkswagen, como o Traffic JamAssist – que trava e acelera auto-maticamente o modelo espanholaté aos 60km/h em trânsito urba-no –, o Adaptive Cruise Control e aAssistência Avançada de Estacio-namento. Em termos de motori-zações, houve a adopção de um detrês cilindros de 1.0 litros TSI e deum diesel 1.6 TDI, ambos com 113cv de potência.

8anos é a idade média dosautomóveis nacionais, nomomento em que os seusproprietários equacionam a suatroca por um carro novo

O número

que, na região, está concessionadaà Lizauto, e continua a liderar comvendas de 25.861 unidades e umcrescimento de 26,5%, do volumede vendas, entre 2015 e 2016.

Falemos agora do carro que osportugueses mais compraram. Tra-ta-se do 208 da Peugeot, que atin-giu um total de 6.914 unidadestransaccionadas. Já o 308, tambémda marca francesa do leão registouvendas de 5.004 unidades, e, porfim, o 2008 chegou às 4.272 unida-des. Na Renault, o Clio continua aser o campeão de vendas.

No mercado de comerciais ligei-ros, a Volkswagen troca de lugar

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24 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Economia

Tempestade antieconómica

RAQUEL DE SOUSA SILVA

Alidata tem novos projectos para este ano

Solução made in Leiria ajuda nagestão de documentos em 30 paísesRaquel de Sousa [email protected]

�Assume-se como o “principalplayernacional para o sector oficinal e de af-termarket automóvel”. Aos 33 anos,a Alidata, software housede Leiria, vailançar um novo produto para estesector em 2017, uma aplicação quepermitirá às oficinas fazer a recepçãodos veículos a partir de um disposi-tivo com sistema operativo Android.

Este ano ficará ainda marcado porum “investimento muito forte” nosmercados dos Estados Unidos e Mé-xico, onde a empresa de Leiria querimplementar o Sendys Explorer (onome original era Aliprint, alterado hácerca de quatro anos para facilitar aentrada nos mercados árabes), quepermite ao utilizador converter do-cumentos e distribui-los ou carregá-los num local à sua escolha, propor-cionando-lhe uma maior flexibili-dade para editar, aceder, imprimir, re-cuperar e partilhar ficheiros.

Um software made in Leiria que jáestá disponível em mais de 30 mer-cados e que a empresa vende direc-tamente à OKI Japão, há cerca de trêsanos, depois de outros tantos de “in-vestimento sem qualquer perspecti-va garantida de negócio”, disse aoJORNAL DE LEIRIA Fernando Ama-ral, CEO do Sendys Group, onde se in-sere a Alidata.

Colômbia, Chile e Argentina são

outros dos países onde a empresaquer entrar este ano, nomeada-mente com as suas soluções CRM(gestão de clientes) e de gestãodocumental. Em Leiria a Alidatatem uma linha de help desk a fun-cionar 24 horas, para o mundo in-teiro, e vai agora criar um data-center para disponibilizar aplica-ções para os mercados onde actua.

Com 48 trabalhadores, a software

houseregistou em 2016 um volume denegócios de 2,4 milhões de euros(37% assegurados pelos mercadosexternos), indicador que deverá re-gistar um aumento de 11% este ano,estima Fernando Amaral.

“Comemorar 33 anos é o maiorcertificado de inovação que podemoster. Só inovando constantementeconseguimos estar num mercado tãocompetitivo”, aponta o CEO.

Nestas páginas discutimos amplamente, aolongo dos últimos anos, a questão dosproblemas do emprego no século XXI.Evidenciámos a problemática da

automação, da inovação tecnológica e daintensificação digital, que leva à substituição doimaterial e à criação de uma economia maisfortemente baseada no conhecimento e criatividade.Este fenómeno, aliado à “equalização” gerada pelaglobalização (países mais pobres a sair da pobreza ericos a estagnarem), ao crescimento daprodutividade sem aumento salarial (ou com aexclusão de imensas pessoas desta “economiamoderna”) e à remuneração crescente do capitalversus vários tipos de trabalho, tem levado aoaumento da desigualdade e à crescente insatisfaçãosocial. O populismo tem tirado partido desta situaçãoapresentando soluções fáceis, mas falaciosas, paraproblemas complexos e globais. Donald Trump é um pináculo desse populismo,defendendo algo próximo do “corporativismo” (ondealgumas empresas capturam não só o reguladorcomo o Estado, criando obstáculos à concorrência),muito distante do liberalismo implícito na matrizrepublicana. Na verdade, a própria Europa sofredestes males (captura de regulação, nacional eeuropeia, por grupos, bem como um crescentepopulismo). Apesar das promessas de protecionismo,

OpiniãoVítorHugo Ferreira

que terão um resultado desastroso caso sejamimplementadas como prometido, a verdade é que umrelógio parado está certo duas vezes por dia. Se algumas empresas anunciaram a sua intenção deinvestir nos EUA isso não é uma vitória do populismo,mas sim parte de um movimento de insourcing, quejá destacámos nestas páginas, e que começou hácerca de cinco anos (produzir no oriente pode nãocompensar os custos de qualidade e logística, peloque a produção automatizada, de séries de produtosmais curtas, junto dos mercados alvo se tornou maisatrativa). Por outro lado, enquanto a Ford anunciava amanutenção de uma fábrica no Michigan, criando700 empregos, a GM comunicava 3300despedimentos. Existem dois fatores que nos ajudama pensar que os empregos industriais não voltarão emnúmero suficiente: por um lado, a crescenteautomação (muito do valor agregado de umautomóvel vem do software que o executa), por outrolado, a diminuição do poder de compra das classesmédias. Estranhamente, os mercados têm reagido deforma calma aos ridículos anúncios de DonaldTrump, mas esta calma não se fará sentir sempre,pois a tempestade anuncia-se sem clemência.

Diretor executivo da D. Dinis Business School e docente do IPLeiriaTexto escrito de acordo com a nova ortografia

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27

Batalha

Vinho emqualquercircunstânciareabre

� O espaço Vinho em qualquer cir-cunstância, na Batalha, reabre a 26deste mês com a chancela do HotelVilla Batalha. “Com um serviço de ex-celência e uma carta dedicada aos pa-ladares portugueses com a assinatu-ra do chef Telmo Coelho”, o estabe-lecimento apresenta agora “um am-biente distinto em que predominamos tons fogo numa decoração mo-derna, intimista e acolhedora”, refe-re uma nota do hotel. “O serviço de vi-nhos, com um cardápio com mais de400 referências vínicas, será um car-tão-de-visita para experiências gus-tativas de qualidade superior”. Aber-to todos os dias para almoço, com ummenu Circunstância executivo, e parajantar, de segunda a sábado, “há de-gustações para todos os gostos”. Háainda um bar, a funcionar todos osdias e com serão prolongado às sex-tas, sábados e dias temáticos.

Pedrógão Grande

MatadouroRegional do Zêzere volta a funcionar

� Após vários meses encerrado, oMatadouro Regional do Zêzere vaivoltar a funcionar em PedrógãoGrande, depois de os presidentesde câmara deste concelho e daSertã terem unido esforços paraque voltasse a operar. O seu “em-penho em encontrar investidoresconseguiu” que dois empresários– um da Sertã e outro da Lousã,ambos ligados ao sector das carnes– se juntassem na criação da so-ciedade Mactril, que adquiriu asinstalações do Matadouro Regionaldo Zêzere. Em nota à imprensa, acâmara de Pedrógão Grande dizque o estabelecimento irá agora tertambém uma vertente de expor-tação, “facto que vem enriquecero tecido empresarial”. “Está cons-tituída, portanto, uma nova opor-tunidade factual de criação deemprego em Pedrógão Grande”.

20durante o ano passado, a Alidatacontratou duas dezenas denovos colaboradores

O númeroFernando Amaral prevê subida de 11% na facturação da Alidata

Empreendedorismo debatido em AlcobaçaO Parque de Negócios de Alcobaça recebe napróxima quarta-feira, dia 25, a partir das 14 horas, aconferência Ser empreendedor. A iniciativa estáinserida no âmbito do projecto Empreender Leiria -Inovar e Capacitar.

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Saúde e Bem-estarJornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 25

Hospital de Leiria registou 16 casos de gripe A

Utentes devem ligar primeiro para Saúde 24� Com o aumento do frio, crescem ocaso de doenças associadas ao fororespiratório. O Centro Hospitalar deLeiria (CHL) aconselha os doentes a te-lefonar primeiro para a Linha Saúde24 através do número 808 24 24 24,disponível 24 horas por dia, ou a di-rigirem-se ao centro de saúde para se-rem vistos pelo médico assistente.

“Caso haja necessidade, quer a Li-nha Saúde 24 quer o médico de fa-mília encaminharão os utentes parao Serviço de Urgência”, sublinha Eli-sabete Valente. A directora clínica doCHL adianta que foram registados 16

casos de influenza A (gripe A), nãotendo sido identificada qualquer es-tirpe de H3N2.

Segundo Elisabete Valente, com-parando com o período homólogo de2015 (1 de novembro a 15 de Janeiro),o crescimento dos acessos aos servi-ços de urgência não é significativo, ve-rificando-se um aumento de 1,77% nototal dos serviços de Leiria, Pombal eAlcobaça. “Se compararmos com operíodo de1 de Julho a 31 de Outubro,o crescimento é também residual,de 2,40%.”

Salientando a importância de

medidas preventivas, a directoraclínica informa que foi desenvolvi-da uma campanha de prevençãojunto da população sobre a impor-tância da vacinação e de cuidadosa ter para evitar o contágio. “Foiigualmente desenvolvida uma cam-panha de prevenção junto dos pro-fissionais, sensibilizando que a va-cinação em massa, além da protec-ção individual” terá a “capacidadede interromper a circulação dosmicrorganismos entre pessoas”. NoCHL foram vacinados 732 profis-sionais.

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26 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Economia Emprego

Programadores entre os mais procurados

Profissional das TI? Há empresas a precisar de si� As tecnologias da informação(TI) continuarão a marcar o mer-cado de trabalho durante este ano.Os responsáveis de empresas de re-crutamento ouvidos pelo DinheiroVivo lembram que ainda há umaprocura crescente, sem a corres-pondente oferta de profissionaisdesta área.

“O mercado laboral portuguêsestagnou há uns anos, as empresasreduziram as suas estruturas de re-cursos humanos e esqueceram-se de planear o futuro. Quando omercado voltou a abrir, fê-lo de for-ma muito rápida e as instituiçõesnão estavam preparadas. Hoje cus-ta-lhes encontrar certos profissio-nais”, aponta Sandrine Veríssimo,directora regional da Hayes.

“Os IT são os únicos que estãonum mercado candidate driven, ouseja, há mais procura do que ofer-ta e os próprios técnicos é que es-colhem onde é que querem traba-lhar”, refere por sua vez Nuno Tro-

ni, director da área de profissionaisda Randstad, que indica que os em-pregadores chegam a abrir pro-cessos de recrutamento em váriasempresas especializadas para amesma posição.

Entre as profissões mais procu-radas estão os programadores.“Tudo o que trabalhe com a áreadigital, CRM, e-commerce. Pes-soas que saibam mexer com DotNet, Java e Mobile têm sempremuita saída”, explica Sandrine Ve-ríssimo. Mas as novas tecnologiasabrangem mais do que os progra-madores especializados e os téc-nicos de informática. Com o avan-ço da digitalização e da inovação nomundo empresarial, as institui-ções cada vez mais pedem profis-sionais que se consigam moldar aosnovos tempos e tendências. “Aárea específica do marketing temvindo a sofrer constantes adapta-ções, fruto do exponencial pro-gresso tecnológico e digital, o que

por sua vez tem revolucionado avertente da comunicação. As pro-fissões ligadas ao marketing digital,social media e de gestão de pro-duto continuarão a ter destaquenas organizações”, exemplificaCarla Rebelo, directora-geral daAdecco.

Também noutras áreas a procu-ra continuará a aumentar, segundoesta responsável, que aponta o tu-rismo, o sector financeiro, o imo-biliário, a agro-indústria e as in-dústrias criativas de serviços, comopor exemplo as startups.

Algumas tendências vão transi-tar de 2016 para o ano que agora seinicia, como a escassez de enge-nheiros. “Não é verdade que hajaengenheiros a mais. Continua ahaver procura, sobretudo na áreada engenharia da automação e damecatrónica. Encontrar bons pro-fissionais no ramo é quase comoencontrar uma agulha num pa-lheiro”, afirma Sandrine Veríssimo.

DR

Está a recrutar para entrada imediatacolaborador (M/F) para a área de Clientes:

Funções:� Efetuar e apoiar o atendimento ao público, quer presencial quer telefonicamente;� Promover a emissão e cobrança das faturas da empresa evitando a dívida;� Proceder ao depósito de valores;� Contribuir para manter, melhorar e atualizar a base de dados;� Efetuar contratos de fornecimento de água, rececionar pedidos de orçamentos, rececionar pedidos

de parecer a projetos;� Tratar informação, recolhendo e efetuando apuramentos estatísticos elementares elaborando

mapas, quadros ou utilizando qualquer outra forma de transmissão eficaz dos dados existentes;� Construir, executar, preencher e atualizar os mapas e ficheiros de controlo de gestão;� Tratar de toda a dívida de clientes e fornecedores da empresa;� Gerir informação associada à Gestão de Clientes;� Tratar informação, efetuando apuramentos estatísticos elementares elaborando mapas, quadros

ou gráficos; � Recolher, examinar, conferir e proceder à escrituração de dados relativos às transações financeiras

e contabilísticas fazendo a ligação com o Serviço de Contabilidade da empresa;� Cumprir com as normas de Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho legalmente vigentes e/ou em

vigor na empresa;� Contribuir para o bom desempenho dos processos do Sistema de Gestão Integrado e, no âmbito

das suas funções, assegurar o seu cumprimento.

Requisitos para admissão:� Licenciatura ou Bacharelato em Contabilidade, Gestão e Finanças ou similar;� Conhecimento, falado e escrito, da língua inglesa;� Domínio avançado em Excel (Obrigatório);� Carta de condução de ligeiros.

Competências Comportamentais:� Deve demonstrar desempenho nas seguintes competências:� Flexibilidade;� Orientação para os Resultados;� Sentido crítico e postura proactiva;� Capacidade de organização; � Capacidade de análise e raciocínio lógico.

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VENDA POR PROPOSTA EM CARTA FECHADAJornal de Leiria - Edição n.º 1697 - 19.01.2017

Nos autos acima identificados foi designado o dia 10 de fevereiro de 2017, pelas18,00 horas, nos escritórios do Sr. Administrador da Insolvência, para abertura depropostas que sejam rececionadas até as 18,00horas do dia 10 de fevereiro de 2017,pelos interessados na aquisição do seguinte bem:Verba Única - Prédio urbano, destinado a habitação, composto por casa de habi-tação de cave e rés do chão e logradouro, com área total de 641.35m2, área cober-ta 320m3, sito na Rua Dr. João do Vale, nº 22-C, Santa Cita, freguesia da Asseicei-ra, concelho de Tomar, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tomar sobo nº 962/19910715, da freguesia de Asseiceira e inscrita na matriz predial urbanada mesma freguesia sob o nº 2862, pelo valor base de 170.000,00€.O imóvel pode ser mostrado a potenciais compradores, desde que o solicitem paratelefone 253088817, telemóvel 916616157, ou por e-mail [email protected].

Condições de venda:1. O bem será vendido no estado físico e jurídico em que se encontra, sendo o fieldepositário do bem o Sr. Administrador da Insolvência, Carlos Alberto TeixeiraSalgado.Os interessados poderão contatar através do telefone/fax 253088817, do telemó-vel 916616157, ou por e-mail [email protected], onde será facultada todaa informação sobre o bem.2. O valor base de venda é de 170.000,00€.3. Só serão aceites propostas no limite mínimo de 85% do valor base, ou seja, de144.500,00€.4. Os proponentes devem juntar à sua proposta, como sinal e principio de paga-mento, cheque visado/ bancário emitido à ordem da Massa Insolvente de Ana Cris-tina Antunes da Costa Godinho, correspondente a 20% do valor ofertado, que seráimediatamente devolvido caso não seja adjudicado. 5. Os interessados deverão enviar as suas propostas em carta fechada, para os escri-tórios do Sr. Administrador da Insolvência, sito na Avenida São Gonçalo, 319 -2ºandar, 4810-525 Guimarães, devendo indicar a sua identificação e direção com-pleta, contatos telefónicos e eletrónicos e no envelope deve constar por fora a pala-vra “Processo nº: 1607/16.0T8LRA (J2) – Verba Única”.6. As propostas devem dar entrada na sede do administrador da insolvência, atéao dia 10 de fevereiro de 2017 às 18,00 horas7. As propostas serão abertas nos escritórios do administrador da insolvência, sitona Avenida São Gonçalo, 319 – 2º andar, 4810-525 Guimarães, no dia 10 de feve-reiro de 2017 às 18,00 horas.8. O Administrador da Insolvência reserva-se na faculdade de não aceitar ou rejei-tar qualquer proposta que considerem não adequar os interesses da Massa Insol-vente.9. O proponente cuja proposta seja aceite, após a notificação dos preferentes e emcaso de não exercício destes, será notificado para que no prazo máximo de trintadias a contar da notificação, pagar o valor da adjudicação dos bens, através de che-que visado, contra o qual se procederá à entrega do bem.10. Em caso de desistência de proposta apresentada o valor da caução reverte paraa massa insolvente.11. Todas as despesas com a escritura de compra e venda, registo e impostos devi-dos correm por conta do adquirente.

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Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 29

Ficha Técnica

Nome | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | || | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Morada | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | || | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | CP | | | | | - | | | | Localidade | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | País | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Telefone | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Profissão | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Habilitações Literárias | | | | | | | | | | | | | | N.º Elementos agregado familiar | | | NIF | | | | | | | | | | Data de nascimento | | | - | | | - | | | | |E-mail: | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | |

Junto envio cheque/vale postal n.º | | | | | | | | | | no valor de 35€ (Portugal), 65€ (Europa), 93€ (outros países do Mundo) emitido à ordem de Jorlis, Lda., para pagamento da minha assinatura anual do Jornal de Leiria (renovável anual-mente, salvo indicações em contrário). Para pagamento por transferência bancária para o NIB 003503930008317863056(anexar comprovativo). Para mais informações contactar pelo Tel. 244 800 400 - E-mail: [email protected]

Assinatura

Boletim de assinatura

JORLIS, LDA.GerênciaMaria Alexandra Vieira, João NazárioDirecção EditorialMaria Alexandra Vieira, Arnaldo SapinhoOrlando CardosoDirectorJoão Nazário ([email protected])Redacção([email protected])Raquel de Sousa Silva (coordenação)([email protected])Claúdio Garcia, Daniela Franco Sousa,Elisabete Cruz, Jacinto Silva Duro, MariaAnabela Silva, Miguel SampaioCopydeskOrlando [email protected] permanentesBruno Gaspar, Joaquim Paulo, JoãoNeves, José Luís Jorge, Lurdes Trindade, Paula Lagoa, Paula Sofia Luz, Sara VieiraDirecção GráficaGabinete Técnico JorlisPaginação e ProduçãoIsil da Trindade (coordenação)([email protected])Rita Carlos ([email protected]) Serviços Administrativos/AssinantesCília Ribeiro ([email protected]) ([email protected]) TesourariaPatrícia Carvalho ([email protected]) Serviços ComerciaisLúcia Alves ([email protected]), Rui Pereira ([email protected]) eSandra Nicolau ([email protected])Área de ProjectosSandra Nicolau ([email protected])Propriedade/EditorJorlis - Edições e Publicações, Lda.Capital Social: €600.000NIF 502010401MOVICORTES - Serviços e Gestão - 90%José Ribeiro Vieira (Herdeiros) - 10%MoradaParque Movicortes 2404-006 Azoia - Leiria Email [email protected]: 244 800 400 Redacção: 244 800 405Fax: 244 800 401 Impressão GrafedisportDistribuição VASPDia de publicação: Quinta-feiraPreço avulso: 1€Assinatura anual: 35€ (Portugal) 65€ (Europa) 93€ (outros países do mundo)Tiragem média por ediçãoMês de Dezembro: 15 000 exemplaresN.º de registo: 109980Depósito legal n.º 5628/84

O Jornal de Leiria está aberto à partici-pação de todos os cidadãos de acordocom o ponto 5 do Estatuto Editorialdisponível emhttps://www.jornaldeleiria.pt/empresa

Sudoku

Suave

GRAU DE DIFICULDADE

SOLUÇÃO DA SEMANA ANTERIOR

Palavras Cruzadas

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LICIDA

DE

HORIZONTAIS: 1-Refresco congelado, gelado. Debaixo. 2-Lugar onde se guardamcastanhas nos seus oiriços. 3-Coronel (abrev.). Enguia, eiró. Sem roupa. 4-Caixãofunerário, féretro. Som imitativo da voz do corvo. 5-Verteram, entornaram. 6-Céle-bre po-eta e músico grego, do séc. VII a.C. Faças girar. 7-Natural de Nápoles. 8-Meiguice, carinho. Entra em porto. 9-Onça (abrev.). Oferecia. Maior. 10-Coisainsignificante, bagatela. 11-Medida agrária. Momentos aflitivos. VERTICAIS: 1-Balcão de uma janela que ressai da parede. Escamece. 2-Tornar eter-no. 3-Rebolariam. Criminosa. 4-Sexto. Género de lepidópteros. 5-Nome antigo dorio Pó. Altura (Abrev.). 6-Arranquem. Trabalho manual. 7-Repetição de um som.Joeirara a areia das ostras para recolher pérolas. 8-Pele ou bolsa que envolve ostestículos. Indio (s.q.). 9-Nota musical. Apoquentarmos (Fig.). 10-Adomo tendentea dar imponéncia. 11-Arcas, cofres. Apelido.

Solução do problema anterior: HORIZONTAIS: 1 – BC. RODOPIAR. 2 – ERA. RARAS.E. 3 – IGUALDAR. TV. 4 – AAS. COM. NNO. 5 – RTP. SONATA. 6 – A. ILA. SOL. R. 7– ZECORA. EGA. 8 – ELO. DLC. UCI. 9 – RI. FOGAREUS. 10 – B. RASOS. MÊS. 11 –EVOCAREIS.IO. VERTICAIS: 1 – BAIA. AZERBE. 2 – CEGAR. ELI. V. 3 – RUSTICO. RO. 4 – R. A. PLO.FAC. 5 – ORLO. ARDOSA. 6 – DADOS. ALGOR. 7 – ORAMOS. CASE. 8 – PAR. NOE.R. S. 9 – IS. NALGUEM. 10 – A. TNT. ACUEI. 11 – REVOAR. ISSO.

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30 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Desporto

Perícia No sábado, em Leiria,estiveram a convite dos Amantesdos Ralis, alguns destes heróis dasquatro rodas para celebrar meioséculo de Rali de Portugal

Jacinto Silva [email protected]

� No sábado, no Kartródomo dos Mi-lagres e nos Pousos (Leiria), alguns doscampeões nacionais de rali, heróis davelocidade perfumada a gasolina, es-tiveram presentes a convite do Gru-po Amantes dos Ralis, para celebrar os50 anos do primeiro Rali de Portugal.Fomos falar com os veteranos, queguardam prateleiras cheias de troféuse baús recheados de memórias e comos aspirantes a semelhantes honrarias.

Primeira lição: não é nas zonas rá-pidas que o verdadeiro piloto se re-vela. É nas lentas. Quando mais rápi-do for nesses troços e, simultanea-mente, segurar o carro na trajectóriaóptima, mais evidente é a sua quali-dade. Entre os pilotos, é comum dizer-se que, nas zonas rápidas, "qualquerum pode conduzir", mas a qualidade,essa, vê-se nas lentas.

Ramiro Fernandes, à direita embaixo, é um dos nomes incontorná-veis, quando se fala de ralis em Por-tugal. Com 72 anos, desde os 14 anosque encetou uma ligação com o mun-do automóvel.

Quando começou a trabalhar paraa marca Fiat, por volta de 1971, iniciou-se em provas. Primeiro, no Campeo-nato de Iniciados, em 1973, tendosido sub-campeão, logo nesse ano.Acelerou durante quatro anos ao vo-lante de um Fiat 127, tendo vencido oRally do Benfica e depois passou parao Fiat Ritmo. "Comecei no modelo1300cc e fui até ao 2000TC. Pelo

meio, fiz dois Ralis de Portugal, comum Spyder Abarth e, entre 1988-1994, corri em Lancia 4wd e Delta In-tegralle." Ao todo, participou em 13 Ra-lis de Portugal e no campeonato na-cional, incluindo as ilhas e Espanha.Desse tempo, guarda amigos como ocampeão do mundo Markku Alén.

Havia muitas peripécias e, nãoraro, faltava a gasolina a meio de umtroço. "As equipas de fábrica trocavampneus a cada dois troços, nós fazía-mos 20." Sair de estrada era proibido,mas os acidentes aconteciam. NaMadeira, Fernandes caiu, no Abarthde matrícula IM-74-36, numa encos-ta, deslizando mais de 100 metros,sem controlo. Valeu-lhe o rollbar. Ocarro foi retirado, recuperado e voltouàs provas.

O carro favorito era o Fiat Ritmo, compublicidade da Modas Fétal. No en-contro de sábado, Ramiro pode con-duzir, com olhos salgados de saudade,uma réplica do seu antigo Fiat Ritmo,de há 30 anos. "Deu para reviver..."

Madrugadas à fogueira"Nem sequer havia um carro na mi-nha família." José Grosso (à direita, emcima), 50 anos, empresário do mun-do automóvel, começa assim a suahistória. A seu lado, está um Abarth131, igual ao que Alén usou para ven-cer o Rali de Portugal três vezes. É umdos seus grandes orgulhos.

Antigo campeão nacional de ralis deregularidade, conta com vários pré-mios no palmarés."Na minha juven-tude, sempre que podia à Lousã, Ar-

ganil e Serra de Sintra ver as provas.O início dos anos 80 foi a época deouro dos ralis, com os Grupos B.”

"Ter alguns destes carros na minhacolecção é um sonho que foi infla-mado pelas vezes em que ia dormir naserra de Arganil, ao lado de uma fo-gueira, para ver passar os carros", re-corda.A colecção começou com umBMW 2002 e, hoje, conta com maistrês carros de ralli... fora os outros."Além do BMW e do 131 Abarth, tenhodois Ford Escorts. Um deles era o an-tigo carro de Vasco Miranda e de Joa-quim Jorge." Mas não se pense que osveículos ficam a ganhar pó na gara-gem. Sempre que pode, participa emralis históricos. "Há quem coleccionejarras e quadros... a mim, deu-me paraisto", brinca.

“Tenho medo de ser o pendura”Carlos Cruz (foto de conjunto à es-querda) é um piloto de Leiria que en-trou “a sério” na competição em1995. "Comecei logo como piloto por-que tenho medo de ser pendura. Umdia, fiz o Rali da Maceira, uma 'provapirata'. Ganhei o vício e concorri nocampeonato, no Troféu AX", recorda.Em 1999, fez o campeonato e foivice-campeão, com os mesmos pon-tos do campeão. O factor de desem-pate não lhe foi favorável. "Em 2002,corri no Troféu Punto, após ter feito al-gumas provas do Grupo A. Agora, sóparticipo de vez em quando."

Até há pouco tempo, o piloto de 46anos não tinha histórias marcantes de

RICARDO GRAÇA

A voar bem baixinho

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Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 31

A reunir-se há20 anos, oGrupoAmantes dosRalis levouaté Leiria oFord RS200,daDiabolique, oFord EscortRS1800, daRodam, o Fiat124 Abarth, daLeiriauto, oFiat Ritmo130TC, daFétal, oCitroën VisaChrono(FranciscoRomãozinho),o ToyotaCelica 4WD,da SalvadorCaetano, oFord Sierra RSCosworth, daM. Coutinho eo MistubishiEvoIII, de RuiMadeira.

RICARDO GRAÇA RICARDO GRAÇA

JACINTO SILVA DURORICARDO GRAÇA

Celebrar os campeões“Quando bateres, bate a fundo”Vários são os nomes que sedestacam no mundo doautomobilismo nacional. JoaquimSantos, Santinho Mendes ouAntónio Coutinho fazem parte dalista. No sábado, no 14.º Encontrodos Amantes dos Ralis, Carlos Bicaà direita em cima) e Rui Madeiraestiveram sob os holofotes. QuandoMadeira, campeão do Mundo deProdução, em 1995, ao volante deum Mitsubishi Lancer, recebeu otítulo no Rali da Catalunha, foi aprimeira vez que uma equipaportuguesa alcançou um títulomundial de automobilismo. Asaventuras ao volante destearquitecto começou em 1989, naequipa do "padrinho", Carlos Bica,tetra-campeão nacional de rali(1988, 1999, 1990, 1991), no TroféuMarbella. "Desde muito novo que omeu sonho era competir. Entrei nauniversidade e o meu pai acedeu adeixar-me fazer competição. OCarlos Bica, pai, convenceu-o.“Comprámos um Seat Marbella, já ameio do troféu e fizemos as últimastrês provas, que correram bem. Noano seguinte, fiz o campeonato eganhei o Troféu Marbella." No anoem que foi campeão do mundo, nãoembarcou em alegrias precoces.Geriu prova a prova, sempre comsangue frio. " O Rali da Catalunhafoi feito "com o coração nas mãos",

porque o carro estava com umproblema de gestão electrónica.Segredo para se ser campeão? Nãohá. "Ser o melhor dá muito trabalhoe é precisa muita vontade econfiança." Já Carlos Bica nasceuem Celavisa, junto a Arganil, acatedral portuguesa dos ralis, edesde miúdo que se habituou a verpassar o Rali de Portugal. Quandotinha 14 anos, passava Setembro emCelavisa e o pai, também Carlos,atestava o carro da família aosábado de manhã e Carlos, filho, sótinha de lhe entregar a viatura nodomingo, às 17 horas, comcombustível suficiente para chegara Góis à bomba de gasolina."Enquanto houvesse gasolina,andava sempre no meio das serras aacelerar", diz. Quando não estavaem Arganil, vivia em Almada. "Fizamizade com Alén, Kakunen eWalter Röhrl. Certa vez, eu e o Röhrlestávamos neutralizados na Lousã eele perguntou por que nãolevávamos os motores até ao corte.Ao limite. Perguntei-lhe quantosmotores rebentava por ano. 'Entre14 a 20', disse. 'Pois, mas este aquitem de me fazer o ano todo',retorqui. Já o Alén dizia-me,'quando bateres, bate a fundo, que éa melhor maneira de não bateres.Nunca pises o travão!'" Bicaterminou a carreira em 1991.

acidentes. "Nem gosto de recordar,mas, há tempos, no Rali de CasteloBranco, atropelei um fotojornalistaque se tinha posicionado na entradapara uma escapatória."

O carro saltou e uma das rodas detrás travou mais e o carro entrou emdesequilíbrio e atravessou-se, contao co-piloto, Paulo Sousa Santos. “Ojornalista, que estava numa zona ve-dada aos espectadores, ficou umpouco maltratado, mas mais nin-guém ficou ferido”, diz Carlos Cruz,adiantando que tudo parecia em câ-mara-lenta. "O acidente demoroutrês segundos, mas pareceu um mi-nuto. Na minha cabeça, perguntei dezvezes 'mas ele não sai dali?' Obvia-mente, que àquela velocidade, não dátempo para perguntar isto. Mas, ali, euolhava para ele, perguntava, tentavacontrolar o carro e voltava a pergun-tar se ele não saía dali... e não saía".

O computador humanoAo lado de um piloto rápido, está sem-pre um homem ou mulher cujo tra-balho é ser, literalmente, um com-putador para cálculos de velocidadee trajectórias.

Paulo Sousa Santos (foto de con-junto, centro-esquerda), 50 anos, ad-vogado é o co-piloto de Carlos Cruz,tendo começado a correr com Paulo"Bibi", outro piloto da região, num Ci-troën AX, no início dos anos 90. Ao lon-go da carreia, alinhou com Carlos Al-meida, piloto de Caldas da Rainha, eTó Monteiro, também de Leiria.

Histórias tem muitas e assim que co-

meça a recordar, é difícil parar. As maisvivas são os amargos-de-boca e os aci-dentes. Nunca a expressão “morrer napraia” lhe esmagou tanto o coraçãocomo naquela vez em que, com Car-los Cruz, em VW Golf, poderiam tersido campeões e tiveram de desistirquase no final da última prova."Devi-do a um toque sem jeito nenhum.Numa curva, o carro deu um toque àdireita numa curva e a transmissão fi-cou desencaixada”, conta.

Chegados ao recinto final, o me-cânico limitou-se a encaixar a peça eo carro ficou como novo. "Bastava aoCarlos ter ficado em 7.º da Geral paraser campeão. Foi azar."

“Julgavam que estávamos mortos”Sustos a sério não teve muitos, mas amemória resvala sempre no mes-mo. Foi o maior que teve. Aconteceuno Rali de Albergaria-dos-Doze, comPaulo “Bibi” aos comandos de umPeugeot 106, da equipa LPM GrupoLena Competição. Paulo recorda-sede uma curva especial. "Nos treinos,percebemos que, para a fazer de-pressa, era preciso meter a roda dolado direito na valeta, prendendo ocarro. Ora, no fim-de-semana anteriorà prova, a organização deu um jeiti-nho no piso. Ao fazê-lo reduziram aaltura da valeta de 25-30 centímetros,para cerca de dez. No dia da prova, ía-mos em quarta a fundo, a 120/130km/h, quando o “Bibi” meteu o car-ro no sítio estudado. A roda não se se-gurou e saímos de frente. Foi um aci-

dente feio, com várias cambalhotas".O 106, diz, não tinha uma única peçadireita. Foi para a sucata. "O públicojulgava que tínhamos morrido e nin-guém se aproximou." Os dois Paulos,“Bibi” e Costa Santos, não sofreramum arranhão. Valeu-lhes o rollbar.

“Acompanhante de luxo”Fred Monteiro (foto de conjunto,centro-direita) e Bruno Roda, são pi-lotos de uma geração mais recente.Fred, 36 anos, começou nos karts aos12, avançou para a velocidade e, noano passado, competiu em rali. Ago-ra, regressará em Golf GTi.

No kart, participou no Campeo-nato da Europa e do Mundo, onde co-nheceu alguns dos pilotos que hojedão que falar no mundo automóvel."Pedro Salvador, Gonçalo Gomes,António Félix da Costa, Filipe Albu-querque e Álvaro Parente, para citaralguns".

Largou os karts e passou a correrem rali com o sogro, António SousaSantos, irmão de Paulo Sousa Santos,que competia no Troféu Seat Leon.

Bruno (foto conjunto centro-di-reita), 37 anos, é o navegador deFred. "Um dia, chegou ao pé de mime disse-me:'és o meu navegador'. E eualinhei. Não sabia nada. Fomos parao Porto treinar. Nos primeiros tempos,eu era uma espécie de acompanhan-te de luxo de piloto de rali", conta.Com o tempo, Bruno aprendeu a"cantar" as notas a Fred. "No início, pi-sava muitas vezes o travão imaginá-rio, do meu lado", admite o co-piloto.

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32 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Desporto

Futebol

Campeonato de Portugal – série EResultadosARC Oleiros-União Leiria 0-4CD Fátima-Benfica C. Branco 1-0Naval 1.º Maio-Operário Lagoa 1-5Sertanense-Vitória Sernache 2-0Sporting Ideal-Carapinheirense 4-1

ClassificaçãoP J V E D G

CD Fátima 37 16 12 1 3 38-16Sertanense 33 16 10 3 3 26-10Sporting Ideal 31 16 10 1 5 30-23União Leiria 29 16 9 2 5 25-12Operário Lagoa 29 16 9 2 5 28-16Benfica C. Branco 28 16 8 4 4 37-15Vitória Sernache 13 16 3 4 9 15-27ARC Oleiros 12 16 2 6 8 18-31Carapinheirense 12 16 3 3 10 16-30Naval 1.º Maio 2 16 0 2 14 15-68

Próxima jornada 22 de JaneiroBenfica C. Branco-ARC Oleiros, Carapinheirense-Naval 1.º Maio, Sertanense-Operário Lagoa, UniãoLeiria-Sporting Ideal, Vitória Sernache-CD Fátima

Divisão de Honra – AF LeiriaResultadosAC Marinhense-AE Óbidos 4-2ACR Maceirinha-GD Pelariga 1-0Atouguiense-Portomosense 0-0Beneditense-Moita Boi 2-1Caçadores Ansião-Nazarenos 14-0Guiense-GRAP 3-2Leiria e Marrazes-GD Peniche 0-3Sporting Pombal-Vieirense 1-0

ClassificaçãoP J V E D G

GD Peniche 28 14 8 4 2 28-14Sporting Pombal 27 14 8 3 3 22-14Moita Boi 27 14 8 3 3 26-14Caçadores Ansião 27 14 9 0 5 36-16GRAP 26 14 8 2 4 23-12Beneditense 26 14 7 5 2 19-10AC Marinhense 24 14 7 3 4 20-11ACR Maceirinha 22 14 6 4 4 16-17GD Pelariga 22 14 7 1 6 21-19Leiria e Marrazes 22 14 7 1 6 22-21Guiense 20 14 5 5 4 20-14Vieirense 15 14 4 3 7 7-13AE Óbidos 12 14 3 3 8 19-24Atouguiense 9 14 2 3 9 14-30Portomosense 6 14 1 3 10 8-29Nazarenos 1 14 0 1 13 6-49

Próxima jornada 22 de JaneiroAE Óbidos-Guiense, Moita Boi-AC Marinhense, GDPelariga-Beneditense, GD Peniche-Ansião, GRAP-Sporting Pombal, Nazarenos-Atouguiense, Portomo-sense-ACR Maceirinha, Vieirense-Leiria e Marrazes

1.ª Divisão de juniores – zona SulResultadosEstoril Praia-Belenenses 2-1Sportivo Loures-Nacional 1-3Sacavenense-AD Oeiras 2-2União Leiria-Naval 1.º Maio 2-0Vitória Setúbal-Académica 0-0

ClassificaçãoP J V E D G

Sporting 58 20 19 1 0 70-12Benfica 47 21 15 2 4 51-18Académica 38 21 11 5 5 39-26Belenenses 36 21 11 3 7 25-21União Leiria 34 21 9 7 5 32-28Naval 1.º Maio 28 21 8 4 9 34-38Vitória Setúbal 26 21 7 5 9 23-25Sacavenense 20 21 5 5 11 26-39Nacional 19 21 4 7 10 16-30Estoril Praia 19 22 5 4 13 28-45Sportivo Loures 18 21 4 6 11 20-42AD Oeiras 8 21 1 5 15 21-61

Próxima jornada 21 de JaneiroAcadémica- Loures, Belenenses-Setúbal, Nacional-Sacavenense, Naval-Sporting, AD Oeiras-União Leiria

Nacional de juvenis – série SulResultadosBenfica-Vitória Setúbal 2-0União Leiria-Sporting 0-2Belenenses-Real 0-0

ClassificaçãoP J V E D G

Sporting 16 6 5 1 0 16-3Benfica 16 6 5 1 0 14-4Sacavenense 9 6 3 0 3 7-10Oeiras 8 6 2 2 2 7-7Belenenses 5 6 0 5 1 6-7União Leiria 5 6 1 2 3 6-11Vitória Setúbal 4 6 1 1 4 5-11Real 2 6 0 2 4 3-11

nhense, Vieirense-AtouguienseFutsal2.ª Divisão – série DResultadosAmarense-Mendiga 4-4Boa Esperança-ADR Mata 2-2CD Fátima-Olho Marinho 2-4Ladoeiro-Casal Velho 2-5Os Patos-Núcleo SCP Pombal 2-2

ClassificaçãoP J V E D G

Casal Velho 30 13 9 3 1 57-28CD Fátima 24 13 8 0 5 62-44Olho Marinho 24 12 7 3 2 42-33Núc. SCP Pombal 20 13 6 2 5 46-52Amarense 20 13 6 2 5 47-44Mendiga 15 13 4 3 6 47-53Boa Esperança 15 13 4 3 6 40-43ADR Mata 14 12 4 2 6 41-41Os Patos 13 13 4 1 8 37-59Ladoeiro 7 13 2 1 10 45-67

Próxima jornada 21 de JaneiroADR Mata-Os Patos, Casal Velho-Boa Esperança, CDFátima-Amarense, Núcleo SCP Pombal-Mendiga,Olho Marinho-Ladoeiro

Nacional feminino – zona SulResultadosBenfica-Del Negro 10-0Golpilheira-Quinta Lombos 4-1Louriçal-Sporting 1-3Posto Santo-Atlético Povoense 1-6

ClassificaçãoP J V E D G

Benfica 27 9 9 0 0 46-4Sporting 24 9 8 0 1 27-8Golpilheira 15 9 5 0 4 25-26Louriçal 15 9 5 0 4 23-21Atlético Povoense 9 9 3 0 6 26-33Quinta Lombos 9 9 3 0 6 12-23Del Negro 6 9 2 0 7 15-34Posto Santo 3 9 1 0 8 10-35

Próxima jornada 22 de JaneiroAtlético Povoense-Golpilheira, Benfica-Louriçal, DelNegro-Posto Santo, Quinta Lombos-Sporting

Andebol

2.ª Divisão – zona CentroResultadosAlbicastrense-Estarreja AC 30-26Beira Mar-AC Sismaria 26-30Juve Lis-ACD Monte 29-28Marienses-São Bernardo 18-29Sanjoanense-Benavente 37-32

ClassificaçãoP J V E D G

Sanjoanense 31 11 9 2 0 359-281Albicastrense 31 11 10 0 1 339-292São Bernardo 29 11 8 2 1 320-274Estarreja AC 21 11 4 2 5 303-303Marienses 20 11 4 1 6 315-330Benavente 20 11 4 1 6 276-322Juve Lis 18 11 3 1 7 267-268ACD Monte 16 10 3 0 7 247-279AC Sismaria 16 11 2 1 8 268-297Beira Mar 14 10 2 0 8 246-294

Próxima jornada 21 de JaneiroAC Sismaria-Juve Lis, ACD Monte-Sanjoanense, Be-navente-Albicastrense, Estarreja AC-Marienses, SãoBernardo-Beira Mar

1.ª Divisão femininaResultadosAcadémico Porto-Juve Lis 23-25Colégio Gaia-Alavarium 28-21Juventude Mar-Santa Joana 23-20Maiastars-CA Leça 28-28Sports Madeira-Madeira SAD 15-30

ClassificaçãoP J V E D G

Madeira SAD 35 12 11 1 0 374-238Colégio Gaia 35 13 11 0 2 403-286Alavarium 31 13 9 0 4 332-277Maiastars 29 13 7 2 4 335-319SIR 1.º Maio/CJB 26 12 7 0 5 292-268Juve Lis 26 13 6 1 6 280-299Sports Madeira 23 12 5 1 6 300-316CA Leça 21 12 4 1 7 300-312Passos Manuel 21 12 3 3 6 241-296Santa Joana 19 13 3 0 10 266-321Académico Porto 18 13 2 1 10 262-360Juventude Mar 16 12 2 0 10 217-310

Próxima jornada 21 e 22* de JaneiroAcadémico Porto-Alavarium, CA Leça-Santa Joana,Juve Lis-Colégio Gaia, Maiastars-Juventude Mar, Pas-sos Manuel-Madeira SAD, SIR 1.º Maio/CJB-SportsMadeira, Passos Manuel-Sports Madeira*, SIR 1.ºMaio/CJB-Madeira SAD*

Andebol Derbyde Leiria joga-se estesábado na Gândara

Na primeira volta, o AC Sismariafoi a casa da Juve Lis ganhar porum (23-24), mas a época do clubeda Estação na zona Centro da 2.ªDivisão de andebol tem sidodiscreta. De tal forma que nãovencia há sete jornadas, umasequência que terminou com otriunfo em casa do Beira-Mar (26-30), no passado fim-de-semana.Agora, é a vez de a Juve Lis, quetem mais dois pontos, visitar opavilhão da Gândara. Este sábado,pelas 18 horas.

Futebol Fátima já garantiu lugar na fase de subida

A vitória deste domingo sobre oBenfica e Castelo Branco (1-0)colocou a equipa sénior de futeboldo Centro Desportivo de Fátimacom os dois pés na fase de subidado Campeonato de Portugal, emfutebol. A equipa de SilveiraRamos tem um dos dois primeiroslugares garantidos, ficando ooutro passaporte por decidir entreo Sertanense, o Operário, oSporting Ideal, a União de Leiria eos albicastrenses. Faltam duasjornadas.

Futebol A maiorgoleada da sempre na Divisão de Honra

Ao golear, este domingo, OsNazarenos por concludentes 14-0,o Caçadores de Ansião passou adeter o recorde da vitória maisdilatada alguma vez alcançada naDivisão de Honra da Associaçãode Futebol de Leiria, em senioresmasculinos. O anterior recordepertencia ao Ginásio de Alcobaça,que a 31 de Outubro de 2004esmagou o Arcuda, de Albergariados Doze, por 13-1. A Divisão deHonra começou a ser disputadaem 1991/92.

Hóquei em patinsTurquel segue emfrente na Taça CERS

Apesar da derrota deste sábado,frente aos alemães do RESGWalsum, por 5-2, o Hóquei Clubede Turquel apurou-se para osquartos-de-final da Taça CERS,competição europeia de hóqueiem patins, com um agregado de5-6. Na próxima eliminatória, osadversários da equipa de JoãoSimões serão os italianos doCarispezia Hockey Sarzana. Aprimeira mão será em Turquel, a4 de Fevereiro, e a segunda naLigúria, a 11 de Março.

Futebol Ex-União de Leiria é o chinêsmais caro de sempre

Lembra-se de Zhang Chengdong,um avançado que fez 17 partidase dois golos pela União de Leiriaem 2010/11? Pois muito bem,esse rapaz, que também alinhoupelo Mafra e pelo Beira-Mar,acaba de se tornar no jogadorchinês mais caro de sempre. OBeijing Guoan vendeu-o por 20milhões de euros ao HebeiFortune, clube que tem comotreinador Manuel Pellegrini eque apostou em jogadores comoGervinho e Lavezzi.

Atletismo JoãoFontela triunfa na Taça de Portugal

A Taça de Portugal de Velocidadee Barreiras realizou-se nopassado sábado, em Braga, comJoão Fontela a estar emevidência. O atleta da JuventudeVidigalense venceu a prova de 60metros barreiras, com o registode 8.25 segundos. No fim-de--semana, em Pombal, o clube deLeiria conquistou os títulosdistritais masculino e femininode juvenis em pista coberta,repetindo o feito da semanapassada, então no escalão júnior.

Usain Bolt, já ouviu falar? Com 9,58 segundos aos 100metros, é o homem mais rápido do mundo e detentordo recorde mundial da distância, marca alcançada a 16de Agosto de 2009, no Estádio Olímpico de Berlim. Poismuito bem, desde o passado sábado, uma rapariga deRio Maior e a zona do rossio, em Porto de Mós,passaram a ter um estatuto semelhante àquele atletajamaicano e àquela pista alemã. Pelo menos no queconcerne à frieza dos números. É que no decorrer doscampeonatos nacionais de marcha de estrada, a atletaolímpica Inês Henriques, de 36 anos, marchou pelasruas de Porto de Mós durante quatro horas, oitominutos e 25 segundos e cumpriu o seu mister: fixou

um novo máximo mundial dos 50 quilómetros.Pioneira, Inês Henriques aproveitou o facto de aAssociação Internacional das Federações de Atletismo(IAAF) ter aberto a distância ao sector feminino a partirdeste ano para marcar desde já posição. Por acaso atéhavia uma anterior marca de referência, pertença dasueca Monica Svensson desde 2007 (4:10.59 horas),mas tinha um estatuto meio clandestino. Agora, Inêsestá ao lado de Usain Bolt, Florence Griffith-Joyner,Renaud Lavillenie, Kenenisa Bekele ou Inessa Kravetsna lista dos melhores dos melhores. E Porto de Mós, láestá, mistura-se com cidades como Rio de Janeiro,Berlim, Gotemburgo, Seul ou Mónaco.

O que tem Porto de Mós que ver com Berlim?A

DA

L

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DesportoJornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 33

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União de Leiria em polvorosa

Sócios chumbam Regueirade Pontes, mas presidente diz que decisão não é vinculativa

� Foi apresentado com pompa e cir-cunstância em Setembro e previa a ex-ploração do espaço pertencente aoClube Atlético de Regueira de Pontes(CARP) durante 25 anos. No entanto,na passada sexta-feira, os associadosda União de Leiria chumbaram o pro-tocolo em Assembleia Geral.

Más notícias para o presidente Pau-lo Sarraipa. Para Regueira de Pontesjá tinham sido transferidas as mesasda secção de bilhar, que antes estavana sede do clube, no Estádio Munici-pal. Também já tinham sido feitas pe-quenas obras naquela que seria a se-gunda academia do clube e até a ex-ploração do bar passava a ser da res-ponsabilidade da União de Leiria

Só que... a voz dos sócios é sobera-na e o acordo, que previa, como con-trapartida, entre outras coisas, a cons-trução de novos balneários e a edifi-cação de um pavilhão gimnodespor-tivo onde hoje está um polidesporti-vo descoberto, terá mesmo de ser can-celado. Ou talvez não, garante o pre-sidente.

“A tomada de posição na Assem-bleia Geral não é vinculativa, porqueo que está previsto não traz custos àUnião de Leiria. Fizemos uma altera-ção ao protocolo, como me pediram,

Ultra-maratonista João Colaço aposta numa modalidade em expansão

Ultra Padel Club: um mimo para os fanáticos de Leiria e arredoresMiguel [email protected]

� Há quem lhe chame o chá dascinco em movimento, tal a rele-vância social que tem conquista-do, e a verdade é que o padelveio para ficar, com o número depraticantes ininterruptamente acrescer. Diz quem sabe que é vi-ciante. Tão viciante que quemexperimenta fica convencido. Ora,foi a pensar nestes obcecados – enoutros que o venham a ser –que João Colaço resolveu apostarno padel.

Engenheiro de profissão, o ul-tra-maratonista com mais quiló-metros nas pernas da nossa pra-ça deixou para trás o ramo auto-móvel – onde trabalhou nos últi-mos anos – e decidiu entrar nomundo dos negócios pela portaque mais lhe agrada, o desporto.E assim, na Ponte da Pedra, nas-ceu o Ultra Padel Club.

Leiria, mais concretamente oComplexo Municipal Dr. Rui Gar-cia da Fonseca, espaço geridopelo Clube Escola de Ténis deLeiria, foi pioneira no padel. Osprimeiros dois campos da regiãoCentro – e os terceiros do País – fo-ram edificados nas margens doLis. Contudo, há muito que são in-suficientes para a procura cres-cente. Ainda para mais, um delesestá ocupado com a escola de pa-del, pelo que para o praticante co-mum sobrava um para a “comu-nidade” existente.

Assim sendo, os três campos –

ainda por cima indoor – que o Ul-tra Padel Club agora disponibilizasão uma alegria para aqueles quetinham de esperar que vagasse otal campo. “Fizemos a prospecção,tentámos perceber se a ideia tinhapernas para andar e pareceu-nosque sim”, sublinha João Colaço. “Aideia era ter dois campos, nos ar-redores de Leiria, se possível ameio caminho entre Leiria e Mari-nha Grande e estamos mais oumenos nessa situação. Como o es-paço permitia três campos, fize-mos três.” O investimento ronda os80 mil euros.

Mais. Até agora, o padel na ci-dade sofria um forte abalo no In-verno. A chuva, o frio e a humi-dade condicionavam em muito aprática no Complexo MunicipalDr. Rui Garcia da Fonseca e o Ul-tra Padel Club acaba por ser tam-bém uma resposta a esse proble-ma, conforme assegura JoaquimDias, presidente do CETL. Porisso, aqui não há concorrência,mas trabalho em equipa e com-plementaridade.

De tal forma que as institui-ções decidiram fazer um proto-colo. “O CETL assume a gestão daescola de padel”, sob a orientaçãoda campeoníssima Susana Dias, eo “Ultra Padel garante condiçõesespeciais aos sócios do clube”,sublinha o responsável. E até oOpen Cidade de Leiria, que noano passado deixou 52 duplas defora porque faltavam campos,tem agora espaço para crescer.

“Regozijo-me com um em-

preendimento que faltava na ci-dade. Temos acompanhado estecrescimento exponencial no País,que tem sido impressionante. Ospróprios clubes de ténis mais con-vencionais estão a rapidamente afazer campos de padel. Neste mo-mento, existem de 9 a 10 mil pra-ticantes em Portugal”, explicaJoaquim Dias.

São peanuts, comparados comos mais de dois milhões existen-tes em Espanha, “onde é a se-gunda modalidade mais pratica-da”, mas o valor atesta o potencialde crescimento na região. A ver-dade é que quem pratica fica con-vencido. “É um vício terrível. Ra-pidamente, quatro amigos quenunca jogaram, estão a divertir-se. É muito menos técnico do queo ténis, em que tem de se praticarmuito tempo até conseguir trocarumas bolas minimamente decen-tes. Como o campo é fechado, abola está muito mais vezes emjogo, o que cativa”, salienta JoãoColaço.

É praticante e quer usar oscampos do Ultra Padel? Nuncaexperimentou e quer viciar-secom o seu grupo de amigos? Gos-taria de utilizar o espaço paraeventos de team building e cor-porate? O Ultra Padel está locali-zado na rua de São Miguel, naPonte da Pedra, a 5 quilómetrosdo centro de Leiria e a 11 do cen-tro da Marinha Grande. O localvai estar aberto todos os dias e asreservas poderão ser feitas on-line em www.ultrapadel.pt.

para que ficasse salvaguardado que oclube não tinha qualquer envolvi-mento em matérias financeiro, masmesmo assim não concordaram.”

Paulo Sarraipa diz não ter ficadosurpreendido. “Houve trinta malfei-tores que se arregimentaram. Depoisda minha tomada de posição relati-vamente à SAD, tinha sido informadoque isto ia acontecer. São pessoasque querem fazer mal à União de Lei-ria e eu tenho de defender a institui-ção.”

Esse grupo de sócios pede a desti-tuição do presidente, acusando-o deirregularidades devido à invalidadedas procurações com que a Direcçãoda União Desportiva de Leiria temfuncionado, já que segundo o artigo180.º do Código Civil, “um associadonão pode incumbir outrem de exerceros seus direitos pessoais”.

Paulo Sarraipa contrapõe, garan-tindo ter um parecer que provasque os actos de gestão que têm sidofeitos nesse contexto são “lícitos”.Diz ainda que apresentou uma quei-xa-crime na Polícia de InvestigaçãoCriminal e no Ministério Públicocontra os elementos desse grupoque pertenciam à anterior Direcçãopor gestão danosa.

João Colaço e Joaquim Dias: trabalho complementar pelo desenvolvimento do padel

RICARDO GRAÇA

Rui Amorim é o novo treinador da União de LeiriaA União de Leiria, ainda a tentar chegar à fase de subidado Campeonato de Portugal, em futebol, mudou detreinador. Depois da saída de Kata, Clescenco liderou aequipa em duas partidas. Agora entra Rui Amorim,técnico que começou a temporada no Salgueiros, antesde rumar ao Santa Clara. De momento estava sem clube.

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34 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

ViverPróxima estação: o admirável mundo novoda rádio onlineDigital Chamem-se podcasts ou mixtapes, hoje os programas deautor são na sua maioria produzidos por amadores, a partir de casa. Éna internet que a magia acontece

Cláudio [email protected]

� Basta um computador com ligação à internet e te-mos um estúdio pronto a emitir. Não só o vídeo nãocalou a magia da rádio como as plataformas digitaisestão a popularizar os programas de autor – a maio-ria produzidos por amadores, a partir de casa. Em Lei-ria também. Gerações inteiras que cresceram a copiarcassetes para oferecer às amigas, ou amigos, têm ago-ra a oportunidade de partilhar o gosto pessoal com omundo. E criar uma audiência. Tão simples como do-minar os rudimentos do software de edição, ligar o mi-crofone e gravar.

E porque não? As vantagens do digital explicam-se a si mesmas: espaço ilimitado, custos próximos dozero, disponibilidade imediata. A maioria mimetiza oprograma de autor típico das ondas hertzianas, de queAntónio Sérgio e o Som da Frente são, provavelmen-te, o melhor exemplo em Portugal. Mas há de tudo –do registo talk show aos podcasts, das conversas commúsica às playlists mais ou menos urgentes e mixta-pes mais ou menos originais (calma, este artigo trazglossário).

Neste imenso caldeirão, "há muita gente da indústria,músicos ou dj's, e muitos amantes de música, que estãono olho do furacão e lançam cá para fora novidades", dizo autor de É Quinta-Feira Foge Comigo, Pedro Miguel."Neste momento, em plataformas como o Mixcloud, seperdermos um pouco de tempo, podemos tropeçar emautênticas pérolas em estado bruto. Um verdadeiro el do-rado por descobrir", acrescenta. Mixcloud, um serviçode streaming baseado no Reino Unido, que soma maisde 1 milhão de contribuidores, responsáveis por mais de10 milhões de conteúdos.

Outro programa feito em Leiria é o FrequênciaCardíaca, de João Pedrosa, que integra a grelha do blo-gue Walkman Radio. O colaborador da editora Om-nichord Records confirma que algumas das novidadesmais entusiasmantes em todo o espectro do rock àelectrónica circulam com total liberdade através depodcasts e formatos similares, que procuram anteci-par tendências. "Na rádio os programas de autor es-tão a desaparecer" e a internet "veio colmatar essa au-sência", afirma.

O que se destaca neste fluxo criativo? A indepen-dência. E a organização em rede, ou seja, o seguir, gos-tar, partilhar, tal como acontece no Facebook, ferra-menta que, aliás, utilizam para chegar mais longe. Parao músico Leonel Mendrix, de Pombal, autor do horárioTime Machine, também na Walkman Radio, "o maisimportante é a partilha", ou seja, o comungar da pai-xão pela música. Daí ganha relevo o feedback que a webpermite e o conhecimento de que "há malta de todoo mundo a ouvir a plataforma e os vários programas",destaca.

Há dinheiro para ganhar nestas plataformas? Difi-cilmente. Mas a promoção funciona e em Leiria há umexemplo que o demonstra. "Parte do sucesso do En-

tremuralhas e do Monitor deve-se à Unidade 304, por-que é precisamente neste espaço que vou introdu-zindo algumas bandas ainda desconhecidas", explicaCarlos Matos, um veterano destas andanças. Mais, otop semanal da Unidade 304 elaborado com base nosvotos dos ouvintes via Facebook influencia o cartazdaqueles festivais, que se realizam em Leiria com cu-radoria da associação Fade In. "Muitas vezes esses vo-tos servem para nós apostarmos na banda A ou na ban-da B", reconhece. O programa criado em 1994 na Rá-dio Clube de Leiria migrou para o Mixcloud em 2013,depois de passar pela Alternativa 21 (também online),o que leva Carlos Matos à conclusão seguinte: "Re-presenta uma mudança de paradigma na forma comoas pessoas ouvem música. É mais interessante a todosos níveis. Tens uma reacção imediata de quem te ouvee isso cria uma grande empatia".

Junto com a possibilidade de ouvir o que se quer,na hora mais conveniente, vem a interactividade e, so-bretudo, uma diversidade estética sem limites. Mui-to mais do que nas emissoras comerciais nascidas nafrequência modulada, os gostos de nicho, as novas ten-dências e as minorias respiram nas rádios online. Con-forme explica Nuno Bernardino, as estações da gera-ção internet "permitem o aparecimento de pessoas quenoutras rádios não teriam oportunidade, indepen-dentemente do talento". É o caso da Rádio Quântica,onde o dj natural de Leiria, mas a residir em Lisboa,mantém um programa. Na Rádio Quântica há "coisasque não se ouvem em mais rádio nenhuma em Por-tugal", gente sem experiência, mas com "um contri-buto interessante para dar" e um "activismo políticobastante grande, sobretudo no que diz respeito à cenaLGBT e aos direitos das mulheres", salienta.

Em 2010, também surgiu em Leiria uma rádio on-line e com outro olhar, a Alternativa 21. Hoje menosactiva, continua a ser um lugar onde se encontram gé-neros musicais que só raramente passam noutras rá-dios. "É essa a principal razão para a sua continuida-de: o facto de ter uma base fiel de ouvintes", explicao fundador, Luís Carvalho. "As principais dificuldadessão a rentabilização de um projeto como este. A fal-ta de tempo é outra, obviamente".

Luís Carvalho lembra que "o público está a consu-mir música de maneira diferente a cada dia que pas-sa, a mudar comportamentos". Uma das diferenças éque não tempo nem paciência para esperar pelos con-teúdos, vai ao encontro deles. Também é mais exi-gentes e curioso, quer interagir. "E pode satisfazer essedesejo, por exemplo, através de programas de autorque são difundidos através de mixtapes, podcasts ouon demand... Sejam eles de música, informação ou en-tretenimento", refere o responsável pela A21.

No fundo, todos ganham: o produtor cria sem os li-mites da rádio tradicional, o ouvinte vê a oferta a au-mentar exponencialmente. E recupera-se a magia darádio? Tem a palavra Luís Carvalho: "Para alguns (maissaudosistas) talvez não. Para outros este é um novomundo. Na minha opinião, melhor".

Junto com apossibilidadede ouvir o quese quer, nahora maisconveniente,vem ainteractivida-de e,sobretudo,umadiversidadeestética semlimites. Muitomais do quenas emissorascomerciaisnascidas nafrequênciamodulada, osgostos denicho, asnovastendências eas minoriasrespiram nasrádios online

Carlos Matos(na foto)começou aUnidade 304em 1994 naRádio Clubede Leiria ehoje está emexclusivo nainternet paraouvir onde equandoquiser

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Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 35

RICARDO GRAÇA

Para ouvir onde e quando quiser

Glossário

Unidade 304Um programa derádio com música emcontramão – assim o

descreve o autor, acaminho da edição 1000

(faltam apenas 30 semanas).Começou na Rádio Clube de Leiria,em 1994, na frequência hojeocupada pela M80, mas, após 14anos de emissão contínua, migroudas ondas hertzianas para o online,na Rádio Alternativa 21. Desde 2013,está alojado no Mixcloud e épartilhado aos domingos noFacebook. Continua a privilegiar as"sonoridades contracorrente" e"imita fielmente um programa derádio", explica Carlos Matos, quededica 15 horas por semana àstarefas de preparação e produção,em casa. "A magia não se perde,acontece de outra forma", garante.

É Quinta-Feira FogeComigoAlojado noMixcloud, partilhado

no Facebook. O autor,Pedro Miguel, também

começou na Rádio Clube de Leiria,em 1999, com o título DisparemSobre o Pianista, nas tardes desábado. Entre pausas e regressos,por exemplo, através daAlternativa 21, a chama manteve-seacesa. "Em minha casa haviasempre um rádio ligado, umaespécie de banda sonoraconstante", explica. Memórias dascassetes gravadas para amigos eamigas, da onda média e da ondacurta, de ouvir o UK Top 40 àsegunda-feira, de António Sérgiono Som da Frente, mas também deCarlos Matos e David Fonseca nasrádios locais. "Eram mais livres doque hoje, a playlist era maisinteressante", diz Pedro Miguel,que olha para o fenómeno dospodcasts com tanto entusiasmocomo reserva: “Dantes divulgava-se. Hoje apenas se confirmam evalidam gostos. Também há o riscoclássico da oferta em demasia. Émuita coisa para assimilar".

Frequência CardíacaIntegra a grelha doblogue WalkmanRadio, mas

também se encontrana plataforma

Mixcloud. E, claro, é partilhadosemanalmente por João Pedrosanas redes sociais. "Tento semprelevar coisas novas ou antecipar",comenta, explicando o formato,que mistura os temas da playlistcom o disco em destaque.Sempre que possível, a bandaescolhida fala sobre as cançõesque estão a ser apresentadas. Aolongo de 60 minutos, oprograma vive da novidade, logoimplica pesquisa. Blogues,outras rádios e magazinesonline, em Portugal e noestrangeiro, são as fontesprioritárias de João Pedrosa, quecomeçou nesta causa há um ano.

Time MachineTambémdisponível noblogue Walkman

Radio, é uma viagemno tempo guiada pelo

músico Leonel Mendrix, dePombal, que às vezes edita comoRapaz Improvisado. Asreminescências remontam àsemissões nocturnas da ÍntimaFracção, de Francisco Amaral edaí vem o gosto pela rádio quereflecte estados de espírito. "Oconceito atravessa vários estilosde música que aprecio e a ideia épercorrer várias épocas desde oinício do século", detalha. "Ébaseado no meu gosto pessoal eé também uma forma dedescobrir música". Não hálocução, nem convidados, masuma sucessão de ambientes queajudam a iluminar estéticasalternativas.

Pedal de DistorçãoOutro contributode Leiria para aWalkman Radio.

Um programa deRicardo Ribeiro (o DJ

Peregrino), com a duração de 60minutos, que vasculha os maisvariados e géneros músicais:garage rock, psych rock,shoegaze, new wave, post-punk,space rock, indie rock, entreoutros.

Rankle & RoilPrograma de NunoBernardino, DJ deLeiria a residir em

Lisboa, alojado nagrelha da Rádio

Quântica, estação online quepretende dar voz aounderground português, a partirda capital, e também disponívelno Mixcloud. Depois de passarpelas ondas hertzianas, porexemplo nas rádios Oxigénio eQuímica FM, Nuno Bernardinochega ao modo internet numregisto sempre eclético. "O queme atrai é ter essa liberdadetotal, à minha medida. A ideia écriar um ambiente, um mood,que marque cada programa".

PodcastConteúdo digital, alojado online,que permite subscrição eactualizações automáticas, e quepode ser descarregado para umleitor ou dispositivo pessoalStreamingFluxo de transmissão de dadosnuma rede de distribuiçãoMixtapeUma compilação de canções,tradicionalmente em cassete,agora também nos formatosdigitais mais popularesOn demandPor iniciativa do consumidor, nahora e lugar mais conveniente

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Curtas

� A Câmara da Marinha Grande editou folhetosturísticos dos museus municipais em Português,Inglês, Espanhol e Francês, de distribuiçãogratuita, para promover estes espaços junto dosturistas. Ao todo, são oito publicações, duas porcada museu, nos quatro idiomas e nelas sãoapresentados o Museu do Vidro e Núcleo de ArteContemporânea, o Museu Joaquim Correia, aCasa-Museu Afonso Lopes Vieira e a ColecçãoVisitável do futuro Museu da Indústria de Moldes.Nos folhetos é apresentado o espaço, os seusobjectivos, o tipo de objectos ou obras a conhecer,localização e horário, complementados com váriasimagens. Os documentos estão tambémdisponíveis no site www.cm-mgrande.pt e espera--se que sirvam para divulgar os conteúdos dacidade dos vidreiros.

Visite Marinha Grande editafolhetos dos museus municipais

� Micael de Sousa, presidente do Centro dePatrimónio da Estremadura foi um dos vencedoresde um concurso de ideias académicas para novasformas de participação política e aproximação dos àgestão pública dos seus destinos. A apresentaçãodas melhores ideias foi feita na terça-feira, naFaculdade de Ciências Sociais e Humanas, daUniversidade Nova de Lisboa. Agora, umdocumento com uma síntese das propostas seráentregue ao Presidente da República. “Propus criaruma plataforma para as Assembleias Municipaisonde os vários pontos pudessem estar disponíveispara voto pelos munícipes. Assim, os eleitosmunicipais podem ter noção da opinião daspopulações, previamente antes das votações”,explica Micael de Sousa.

Proposta Ideia académicaaproxima populações ao poder

Álbum Rodrigo Cavalheiro grava a solo

� A primeira edição do Prémio dePoesia Francisco Rodrigues Lobo –Arquivo Livraria/Fundação CaixaAgrícola de Leiria está a receberinscrições de trabalhos. No valor demil euros e publicação em livro doprimeiro classificado, este galardão,cujo objectivo é incentivar a produçãopoética, cultural e literária locais,acontece no âmbito do Festival RondaPoética, promovido pela Arquivo epela Câmara de Leiria. Terá como júriPedro Mexia, Carlos André, OrlandoCardoso, Cristina Nobre e MariaCeleste Alves. O Ronda Poéticaacontece entre 17 e 21 de Março, cominiciativas em vários pontos da cidadede Leiria, sendo que o anúncio dovencedor do prémio de poesia seráfeito no último dia do evento. Oregulamento pode ser encontrado nosítio da Fundação Caixa Agrícola epágina de Facebook da Arquivo. Asinscrições devem ser feitas [email protected]. Pedro Mexia é consultorpara os assuntos culturais naPresidência da República e escrevepara o Expresso. É um dos membrosdo programa da TSF, GovernoSombra. Orlando Cardoso foi docentede História, é escritor e poeta. CarlosAndré, foi professor na Universidadede Coimbra e crítico literário, tendopublicadas obras sobre literaturasclássicas. É director do C. P. C. LínguaPortuguesa do Politécnico de Macau.Cristina Nobre é professoracoordenadora no Politécnico de Leiriae investigadora do CIID. A suainvestigação tem incidido sobreoAfonso Lopes Vieira. Maria CelesteAlves é licenciada em FilologiaGermânica, leccionou Português,Inglês e Alemão, no ensinosecundário, e Introdução às Ciênciasda Linguagem e LiteraturaComparada no Politécnico de Leiria.

Prémio de PoesiaRodriguesLobo

� O Orfeão de Leiria organiza mais uma série deespectáculos em 2017 denominados Concertos comHistória. Desta vez, o objectivo é a celebração dasartes, na primeira metade do século XX, na cidadedo Lis. A sexta edição desta iniciativa continua alevar o público, uma vez por mês, durante osprimeiros quatro meses do ano, a locais ligados àcriação artística, onde este assistirá a umconcerto alusivo, protagonizado pelas formaçõesinstrumentais ou vocais do Orfeão. Entre Janeiroe Abril, sob o tema Missões de Arte, serão evocadosNarciso Costa, Luiz Fernandes, Ernesto Korrodi eLino António. O primeiro concerto será naSecundária Domingos Sequeira, já no dia 27, com umaconversa com Augusto Mota sobre Narciso Costa (nafoto), e uma actuação da Big Band do Orfeão.

Leiria Orfeão dedica Concertoscom História a artistas locais

� O músico radicado em Leiria, Rodrigo Cavalheiro,vai lançar um novo álbum a solo com temas seusescritos em Português, onde a viola e a voz têm lugarcentral. A produção é de Afonso Rodrigues - SeanRiley –, que desafiou Cavalheiro a gravar estasmúsicas que estavam “na gaveta”. Ainda sem nome,o CD é uma "passarela de relâmpagos", adianta ocantor, para explicar o seu trabalho poético."Nestedisco, encontramos as grandes influências musicaisda minha vida, na parte do rock e da country music, deTownes van Zandt, e, em Português, de Cartola,Jobim, Chico Buarque, Vinicius de Moraes. Tudo istome influenciou neste trabalho. É um disco muitoíntimo, honesto, da alma", conta, de olhos marejadose coração aberto. O CD ainda sem data de lançamentoestá em pós-produção.

DR

RICARDO GRAÇA/ARQUIVO

AFONSO RODRIGUES

DR

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AlmanaqueDR

� A semana passada estive noHawaii. Não me querendo armarmuito ao pingarelho - sendo queesta coisa de um gajo ir para sítiosonde estão 30 graus em pleno mêsde Janeiro é um inevitávelgerador de ódios viscerais -,houve uma coisa durante aviagem que me deixouverdadeiramente orgulhoso e, aomesmo tempo, me fez perceberque, de certa forma, tinhasubvalorizado a sua realimportância: as ondas da Nazaré.

É óbvio que, como todos, percebia dimensão mediática que aregião conquistou nos últimosanos à conta do canhão da Nazaré,mas, ao mesmo tempo,pessoalmente não lhe conseguiatribuir o devido relevo numcontexto internacional, quandocomparado com sítios que hádécadas assentaram a suaeconomia na indústria do surf efizeram disso uma cultura tãoforte que se apropriou doimaginário que todos nós temosna cabeça quando pensamos emondas, pranchas e afins.

Ora, quando estás em pleno arealde Pipeline, a ver uma competiçãonas ondas mais conhecidas doPlaneta a acontecer mesmo ali àtua frente e, de repente, alguémte pergunta de onde és, respondesPortugal e a reacção é “a sério?Quero muito, muito ir à Nazaré”,assim sem pronúncias esquisitas ecom os olhos a brilharem,percebes que não estamos a falarde uma moda passageira, ou deum momento de mediatismofugaz.

É mesmo a sério. E não foi uma,nem duas, nem três, nem quatrovezes. Não foi só em Pipeline, foiem Waimea, foi em Honolulu, foiem contextos de surf como emconversas em bares manhososcom gente local, que nem sequertem no surf o seu modo de vida. ANazaré é o sítio onde mais queremir num futuro próximo.

Poder dizer-lhes que a Nazaré éuma praia da região onde nasci,que era um sítio onde passavaférias quando era puto e explicar-lhes que, por incrível que lhespossa parecer, todo estefenómeno é algo novo e aindabastante puro, foi um orgulhoimenso. Ali, no Hawaii, o Ronaldosão as ondas da Nazaré.Inacreditavelmente, nãoencontrei nenhum leiriense, noentanto não havia ninguém quenão soubesse assinalar-nos nomapa. Estamos sempre em todo olado!

Editor-in-chief, VICE Portugal

O canhão da Nazaré é o novo Ronaldo

Mesa deCabeceiraSérgioFelizardo

� Se estivesse ligado ao mundo da arte, o que seria?Provavelmente, escritor. Escrever é algo que me relaxa,que gosto de fazer. Usar a imaginação e expor no papelideias sobre o que me rodeia. O projecto que mais gozo lhe deu fazerDois projectos. Fazer parte do grupo de fundadores daAssociação Nacional de Gerontologia Social e daAssociação PorMaior. Duas iniciativas na área social eque vieram desenvolver actividades e intervir,colmatando necessidades identificadas nacomunidade. O espectáculo, concerto ou exposição que mais lheficou na memóriaTributo aos Pink Floyd, no Coliseu dos Recreios, 2016.Uma viagem ao som de músicas de outros tempos,músicas intemporais. O livro da sua vidaPela sua força, ideia transmitida, pelo que faz pensar,assim como a sua intemporalidade a Mensagem, deFernando Pessoa, marcou-me muito.Um filme inesquecívelA Cor Púrpura, de Steven Spielberg. A forçapersonificada por uma mulher afro-americana, queluta pelo seu sonho e não desiste, apesar da sociedadeopressora, marcou-me e é um grito à libertação dasmulheres e das minorias.Se tivesse de escolher uma banda sonora para si, qualseria?A discografia dos The Killers. Em vários momentos daminha vida, foram melodias que me acompanharam. Um artista que gostaria de ter visto no Teatro JoséLúcio da SilvaGostaria de ter visto Amy Winehouse. Uma viagem inevitávelDentro de Portugal a vila do Sardoal. Em cada ida, umregresso às origens maternas. Fora de Portugal, SãoTomé e Príncipe, um paraíso na terra… A repetir. Um vício que não gostava de terDependência do telemóvel.Um luxoTer tempo.Uma personalidade que admira

António Filipe Chambel, psicólogo

“Sempre quis jantar com a viúva Porcina!”

Winston Churchill e Mário Soares. Dois ícones dotrabalho pelo bem-comum. Dois exemplos quemarcam a história da sociedade, cada um noseu tempo. Uma actriz que gostava de levar a jantarRegina Duarte. Sempre quis jantar coma viúva Porcina. Um restaurante da regiãoPorto Artur em Leiria. Um prato de eleiçãoArroz de pato com couves da minhamãe e a massa de atum da minhamulher. Um refúgio (na região)São Martinho do Porto. Um sonho para LeiriaUm Centro de Artes e Espectáculos ondetodas as formas de arte tivessem lugar e ondetodos pudessem ver exposições, assistir aespectáculos, aceder a formas de arte muitas vezesmarginalizadas ou inacessíveis. E que o centrohistórico de Leiria fosse revitalizado e que assim setornasse atractivo para que os jovens o habitassem,rejuvenescendo aquela zona nobre e histórica.

AmyWinehouse

A Cor PúrpuraRegina Duarte

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38 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Murmúrios do Mundo

José Luís [email protected]

� Era noite escura quando o barco desatracou em Man-dalay. Somos cerca de quarenta passageiros, japoneses,americanos, italianos, dois polacos e um português. Ao queme dei conta, birmaneses, a bordo, só o pessoal de servi-ço. Vamos descer um trecho dessa longa estrada fluvial quesulca a Birmânia de alto a baixo, o rio Irauádi.Doze horas mais tarde o destino: Pagan (já não se chamaassim, tal como a Birmânia adquiriu novo nome. Por im-posição da junta militar que governa o país, Pagan passoua designar-se Bagan e a Birmânia é Myanmar.) Todos, a bor-do, mostraram contentamento. Também eu não escon-do a satisfação. O barco deixou o meio do rio, procuran-do a margem. Nas arribas do rio uma correnteza de tem-plos resplandece sob a luz do entardecer.

Reforcei o sentimento de júbilo por estar perante “umdos mais belos espectáculos do mundo”, palavras atri-buídas a Marco Polo referindo-se a Pagan, quando aindanesse dia, ao pôr-do-sol, trepando os tijolos compactos deuma íngreme escadaria exterior, subi ao topo de um pa-gode, o mais alto que encontrei. No cimo, em precário equi-líbrio, vejo o esqueleto da cidade. Sim, porque o sítio ar-queológico de hoje foi uma metrópole, capital de um rei-no poderoso com as raízes mergulhadas no século IX. Àminha volta, em todos os sentidos dos pontos cardeais, hámais de dois mil templos budistas alastrados numa me-seta tórrida.

Em lugar algum a devoção por Buda foi expressa comtanta grandeza e aparato. Porém, como uma fogueira queconsome rapidamente o combustível, no século XIII o ar-dor esmorece, os sinais de fraqueza são cada ano que pas-sa mais inquietantes e circulam crenças quanto a desgraçaspróximas. Na verdade os mongóis rondavam as portas da

nação e em 1287 os soldados de Kublai Khan banquetea-ram-se na cidade. O primeiro império birmanês tinha fi-nado.

O mapa que possuo, afinal, deixa-me confuso. Expli-cando melhor: com tal quantidade de templos assinala-dos, o que seleccionar, o que deixar de fora? Foi numa bi-cicleta alugada e sem qualquer ideia de qual o melhor ca-minho a seguir que na manhã seguinte à minha chegadaavancei por aquele oceano de tijolo e estuque. Nem todosos pagodes têm a mesma grandeza, ou gozam da mesmafama. Ananda, Mingalazedi, Shwezigon, Htilominlo,Shwesandaw, são ímanes que puxam torrentes de devo-tos, assim como todos os turistas, que não são muitos. Éà sombra das suas paredes, e dirigido aos estrangeiros, quefloresce um comércio envolto em manhas e secretismos:a venda de antiguidades, ou mais provavelmente cópiasde antiguidades. Foi à entrada do colossal Shwesandawque pela primeira vez o negócio me foi proposto.

— Está interessado em antiguidades?

FOTOS: DR

Birmânia, 2000

Está interessado em antiguidades?

Começou assim, sob a forma de um sussurro, a apro-ximação. Passado o momento de surpresa disse que simao homem, ainda jovem, que vindo não sei de onde se en-contrava parado a um passo de mim. Então o vendedorconduziu-me para longe de qualquer testemunha e sem-pre em tom confidencial pediu-me que aguardasse umpouco, para dar mais crédito à transacção, concluí. Quan-do regressou trazia apertado entre mãos um objectooculto em papel de jornal.

— Aqui está. Muito antigo. Era de um templo, mas par-tiu-se... alguém o encontrou e eu agora vendo-o — en-quanto isso abriu a folha de jornal e o fragmento de umbaixo-relevo do tamanho de um livro de bolso ficou a umpalmo dos meus olhos.

— São apenas trinta dólares — esclareceu.Não é um valor exagerado, mesmo que seja uma imi-

tação, embora tal quantia corresponda a um salário men-sal de muito trabalhador birmanês. O sujeito quer que eutoque a peça, que sinta sua textura, que antecipe o pra-zer da sua posse e, assim, empurra-ma para as mãos. Exa-mino-a com ares de entendido, que não sou, depois digoo que é hábito nestas situações, ou seja: é cara. Como tam-bém é hábito, o vendedor não desarmou e manifestou avontade de abater um pouco no preço. Ao mesmo tem-po afiançou que o que tenho em mãos é um pequeno te-souro, logo uma oportunidade única. Tudo condimenta-do com um sorriso cúmplice, a querer fazer-me sentir umeleito. Miro e remiro e nesse entretanto fico a saber que pos-sui outras coisas para vender, “estatuetas, peças de pra-ta... tudo muito antigo!” O indivíduo insiste nas ofertas,até eu anunciar que não estou comprador de nada. Entãoa peça que valia inicialmente trinta dólares desvaloriza deimediato e já a vende com um grande desconto.

- Que tal por quinze dólares? — diz agastado ao ver o ne-gócio escapar-se.

“À minhavolta, emtodos ossentidos dospontoscardeais, hámais de doismil templosbudistasalastradosnuma mesetatórrida”

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Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 39

Arquivologias

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40 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Vice Portugal

Esta página resulta de uma parceria com a VICE Portugal em que semanalmente será publicado, na íntegra, um texto escolhido pela redacção do JORNAL DE LEIRIA.A VICE Portugal faz parte do grupo internacional VICE Media, que se dedica ao jornalismo de investigação e às reportagens audiovisuais sobre notícias do mundo, viagens, arte, drogas, política, desporto, moda e sexo

DR

Por Sarah Berman, publicado na Vice Canadá

� Estudos recentes garantem que a depressão, a ansiedadeaguda, as dependências, entre outros problemas, podesser tratados com recurso a substâncias psicadélicas.

Estamos em 2017 e a marijuana legal está prestes a seruma realidade no Canadá. O momento está tão próximoque muitos devem já ter as suas primeiras sessões de fumodentro da lei completamente planeadas. No entanto,para aqueles que estão a pensar ir acender uma nas escadasdo Parlamento, no exacto momento em que o documentofor assinado, fica o lembrete: não serão os primeiros a fu-mar erva despenalizada.

O que (ainda) não existe é um produtor de cogumelosmágicos medicinais legalmente sancionado. No entanto,na sequência da mais recente onda de estudos, que su-gerem que determinadas substâncias psicadélicas podemser um tratamento efectivo para a depressão, ansiedadeaguda, dependências, entre outros problemas, essa rea-lidade pode não estar assim tão longínqua. Como se podeimaginar, alguns fãs destas teorias estão já a olhar para ocaminho percorrido pela cannabis medicinal no Canadá,de forma a aplicarem os mesmos argumentos aos cogu-melos. Irá demorar mais 20 anos até poderes cultivar osteus próprios, ou o precedente legal está já definido?

Spencer Allison, de 23 anos, está, precisamente, a todoo gás nesta jornada. Já leu muitos dos resultados das no-vas investigações sobre os tratamentos à base de psica-délicos, bem como algumas decisões legais a respeito e,em seu entender, é só uma questão de tempo até conse-guir plantar os seus próprios cogumelos medicinais. Al-lison tem andado a "chatear" um monte de burocratas dodepartamento de Saúde do governo canadiano para a ela-boração de uma nova "secção 56" que permita a excepção,tal como a concedida a Parker em 1997. Até agora, toda-via, a coisa não tem corrido bem.

Allison conta que se deparou com o caso de Parker naWikipedia e, depois, obteve um resumo dos argumentosapresentados, através do site do Tribunal de Recurso deOntario. "Fiz uma cópia e comecei a alterar todas as men-ções a epilepsia para depressão e descobri que, tudo o quese aplica à marijuana, também funciona com LSD e outrospsicadélicos", salienta.

A seu ver, o mesmo tipo de argumentação irá, even-tualmente, forçar o governo a autorizá-lo a cultivar emcasa."E acrescenta: "Acho que, mais ou menos, será ape-nas uma questão de quando". Tendo em conta toda estaexcitação (e cautela) no que respeita às possibilidades me-dicinais destas substâncias, decidi contactar alguns peri-tos legais e científicos, para tentar descobrir se o optimismode Allison se aguenta ao escrutínio.

Quando falei com Mark Haden, responsável da Asso-ciação Multidisciplinar para os Estudos Psicadélicos(MAPS, na sigla original em inglês), o alerta foi claro: a ervae os cogumelos são drogas completamente diferentes e,provavelmente, a sua legalização vai, também, ser com-pletamente diferente. Recentemente, Haden publicou umartigo em que explica de que forma, em seu entender, assubstâncias psicadélicas devem ser regulamentadas no Ca-nadá, o que inclui uma nova agência governamental parao licenciamento de "trip sitters".

"O caminho para a legalização da cannabis é totalmentediferente. Tem sido um caminho essencialmente políti-co", diz o especialista à VICE. Ainda de acordo com Haden,como os psicadélicos não têm a mesma popularidade ge-neralizada da erva, nunca veremos questões relacionadas

Quanto tempo falta até podermoscultivar cogumelos mágicos?

Devido ao factode as "trips"medicinaisserem umacoisa tão denicho, oresponsáveladmite que, omais provável,é que sejamabordadascomo qualqueroutro novo tipode tratamentoem busca deaprovaçãogovernamental

com cogumelos num boletim de voto nos Estados Unidos,ou um debate sobre o direito às micro-doses a fazer par-te da agenda política nas próximas eleições no Canadá.

Mas isto não quer dizer que a realidade dos cogumeloslegais esteja assim tão distante, assinala Haden. Devido aofacto de as "trips" medicinais serem uma coisa tão de ni-cho, o responsável admite que, o mais provável, é que se-jam abordadas como qualquer outro novo tipo de trata-mento em busca de aprovação governamental. "Basica-mente, é o que se chama de descoberta de novas drogase, qualquer companhia farmacêutica que alguma vez te-nha produzido um medicamento, passou pelo mesmo pro-cesso que nós estamos a passar", sublinha.

Neste momento, a MAPS está na terceira fase de testesclínicos de um tratamento psicoterapêutico baseado na uti-lização de MDMA, dirigido a vítimas de trauma. Um tra-tamento que Haden acredita poder ser receitado a partirde 2021. um segundo estudo sobre os efeitos dos cogu-melos psicadélicos no tratamento de depressões está qua-se no mesmo ponto, com os testes clínicos a avançaremresultados bastante prometedores. Haden acrescenta: "Acredito que, quando terminarmos a terceira fase do es-tudo, submetemos os dados ao departamento de Saúde,eles analisam-nos e dirão 'aprovamos'".

Se tudo correr bem, Haden espera que possam existirtipos diferentes de certificação para o cultivo doméstico.Os pacientes que consigam aprovação por parte do seu mé-dico terão, provavelmente, de fazer um curso de fim-de-semana, por exemplo, para que tenham conhecimento dasregras de segurança, dosagens e tudo o resto envolvido.Todavia, antes de aí chegarmos - quatro ou cinco anos, aseu ver - Haden antecipa que venha a haver alguma re-sistência. Para já, porque um tratamento para a depressãocom psicadélicos atingiria directamente as empresas nomercado dos anti-depressivos. E o que essas farmacêuti-cas fariam para proteger os seus lucros face a uma situa-ção destas, está ainda por se saber.

Tal como aconteceu com a erva, um desafio em tribu-nal poderia forçar uma decisão sobre o tema. John Con-

roy, que fez parte da equipa legal que ajudou a eliminaros regulamentos canadianos que proibiam o cultivo de ma-rijuana para fins medicinais, vê alguns paralelismos coma actual situação dos psicadélicos.

De acordo com Conroy, o facto de os cogumelos mági-cos crescerem na natureza, é uma semelhança interessantecom o caso da erva. O especialista recorda uma controvérsiaantiga, quando se discutia o que deveriam os agriculto-res fazer quando encontrassem cogumelos nos seus ter-renos: "Lembro-me de ir a uma reunião, há muitos anos,e de ouvir as pessoas perguntarem: 'Então o que é que de-vemos fazer se começarem a crescer nas minhas terras?Tenho de os destruir?'".

No entanto, apesar das semelhanças com erva a nívellegal, Conroy diz que não tem visto muito interesse em queum desafio do género siga adiante. "Pelo que eu sei até ago-ra, seria em tudo semelhante ao processo que foi desen-volvido com a marijuana. Quem quisesse cultivar em casa,teria de encontrar um médico para o apoiar", diz o espe-cialista legal, acrescentando que, dessa forma, se con-tornariam as acusações criminais.

Questionado sobre os principais obstáculos, Conroy sa-lienta que convencer os médicos a receitar este tipo de tra-tamento poderá muito bem ser o mais complicado. E jus-tifica: "Muitos deles, simplesmente, não estão nessaonda da 'medicina natural' e as escolas médicas, sabemos,não são propriamente fãs das novas políticas relativas àmarijuana".

No entanto, com a erva a abrir caminho já este ano, tan-to Haden como Conroy concordam que os cogumelos po-dem aproveitar o momento e acelerar para o caminho docultivo doméstico. Estabelecendo uma comparação comoutras mudanças na área dos direitos civis, Haden ante-vê um longo processo de debate e protestos, que, even-tualmente, culminarão com várias e rápidas alterações, noque diz respeito à legislação sobre drogas.

"Quando o balão rebenta, tendencialmente rebenta mui-to repentinamente. A cannabis foi a primeira fuga de ar dobalão", considera o responsável.

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Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 41

Entrevista

Cláudio [email protected]

� Esta exposição de fotografia patente na Arqui-vo Livraria não é apenas composta por fotos.É composta pelas fotografias e por alguns livros-objecto e instalações que foram criadas para oprojecto. O facto de eu ter chamado O Livro dosDesconfortos a uma exposição também pode geraralguma confusão. Entendo que os livros não têmque ter a forma de um livro como é convencio-nalmente conhecida, e, portanto, podemos contarhistórias sem ser num livro. Não obstante, criei paraa exposição, além da história visual que está dis-posta na galeria, um livro-objecto onde exploro ou-tras fotografias da mesma sessão fotográfica queabordam temas desconfortáveis.Que desconfortos são esses?O mote que nos fizemos durante a sessão [com amodelo Denise Alfaro Luz] foi falar de coisas des-confortáveis, quer minhas quer dela. E portantohouve uma partilha muito intensa enquanto íamosfazendo as fotografias. Assuntos que nos magoa-vam, que nos confortavam, porque obviamente-

RICARDO GRÇA

Carla de Sousa, fotógrafa

"A imagem é a minha forma de me expressar poeticamente"

também falámos de coisas boas.E com que objectivo?O objectivo era mesmo exploratório. Para mim, es-tas sessões fotográficas têm sempre um propósitomuito específico, que é o de chegar ao outro, à pes-soa que está para além da máscara que nós, todos osdias, envergamos perante a sociedade. Chegar aoâmago de cada um.As fotografias pretendem retratar estados de es-pírito específicos, ou temas, que surgem durante asconversas?Quando fotografo, normalmente vejo palavras. Aqui,vejo alguns desconfortos. Também vejo confortos, avida não é feita só de desconfortos. Desta sessão fo-tográfica resultou um conjunto de fotografias queteriam muitas histórias para contar. Escolhi esta mi-nha história, que aborda temas que para mim são ful-crais, mas o Paulo Kellerman [autor de dois contos]escolheu outras fotografias, a própria Denise também[responsável por uma instalação].Joga muito com as sombras e com a luz.Fotografar é escrever na luz, mas entendo que a som-bra é igualmente importante. Isso vai buscar talvezo meu lado mais melancólico e talvez me identifique

PerfilDas teias da Lei às teias de luzUm encontro entre duas mulheres,amigas de longa data, que secolocam, por iniciativa própria, forada respectiva zona de conforto.Pelas confissões que vãopartilhando entre si durante aconversa e porque uma delas sedeixa fotografar, em sessão, pelaprimeira vez. É o mote da exposiçãoO Livro dos Desconfortos, patentena Arquivo Livraria, em Leiria, até 1de Fevereiro. Imagens de Carla deSousa, que convidou Denise AlfaroLuz para modelo neste projecto.Denise Alfaro Luz tambémcontribui com uma instalação, oescritor Paulo Kellerman escreveudois contos – e há um vestidoespecial, feito por Lúcia Alves (mãede Carla de Sousa) eintervencionado por SóniaFrancisco. Licenciada em Direito,Carla de Sousa reside em Leiria,onde trabalha como advogada.Dedica-se de forma regular àfotografia (enquanto expressãoartística) desde 2012 e integra ocolectivo Zenith9. Tem participadoem exposições colectivas eindividuais em Portugal e noestrangeiro. Em 2014, o seu projectoEstados da minha mente foipremiado com o segundo lugar noPrémio Memórias 2014, organizadopela Fotogr'Arte. Antes, tinhavencido a Maratona FotográficaTASE 2013 na categoria Património.

mais com a sombra do que propriamente com a luz,embora seja a luz a determinar o clique. O resultado são ambientes subjectivos, enigmáticos.Sim, quando fotografo, o que tento transmitir não étanto a realidade captada, mas aquilo que me trans-mite em termos de sentir. Gosto de sentir o que merodeia e por isso fotografo. Tem uma profissão, trabalha na advogacia, quefunção tem a fotografia na sua vida de todos osdias?Assumo a fotografia como uma linguagem. Sempreescrevi poesia, a partir do momento em que passeia fotografar, passei a fotografar poesia. A imagem éa minha forma de me expressar poeticamente. A fo-tografia constitui a minha fonte de equilíbrio. A mi-nha profissão exige muito esforço intelectual e emo-cional e portanto a fotografia para mim veio equili-brar essa parte que nem sempre é muito positiva. Acaba por ser um lugar de conforto.É, mas também pode ser de desconforto, dependedos temas que eu pretenda abordar. Normalmente,os poemas e a poesia são sempre mais melancólicose assumo-me como melancólica. Não quer dizerque não fotografe quando estou feliz.

o que tentotransmitir não é tanto a realidadecaptada, masaquilo que me transmiteem termos desentir.Gosto de sentir o queme rodeia e por issofotografo

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42 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

A misteriosa fragilidade dos laços humanos, ossentimentos que esta fragilidade inspira e acontraditória necessidade de criar laços e, ao mesmotempo, de os manter flexíveis são os principais temasdeste livro. Bauman analisa assim o modo como anossa era, que ele designa por modernidade líquida,ameaça a capacidade de amar e os crescentes níveis deinsegurança, tanto nas relações amorosas como nasfamiliares, e até no convívio social com estranhos.Bauman nasceu na Polónia, em 1925, onde estudouSociologia. Iniciou a sua carreira na Universidade deVarsóvia, onde ocupou a cátedra de Sociologia Geral.Os seus livros e artigos foram censurados e em 1968 foiafastado da Universidade.

Amor LíquidoZygmunt BaumanRelógio D´Água

Um livro fundamental não só para perceber o homem,mas também a História recente de Portugal. A carreirapolítica de Mário Soares não se compara, na realidade,com a de nenhum outro português. No seu currículoconta com 70 anos de vida política ativa. Não admira,por isso que Mário Soares seja considerado um nomemaior do século XX português e o pai da democraciaportuguesa. Soares mostrou-se sempre à frente do seutempo. Para os portugueses sempre foi o «Bochechas».O homem que todos gritavam na rua «Soares é fixe».Afinal, Soares não se portava como um políticoremetido ao seu Olimpo, mas como um portuguêscomum, com as suas dúvidas e hesitações, baralhandonúmeros e menosprezando estudos.

Mário Soares - Uma VidaJoaquim VieiraEsfera dos Livros

Leiturasdasemana

Obrigatório

� Em formato de concerto-conferência, opianista e investigador João Costa Ferreiraapresenta, este sábado, dia 21, às 21:30 horas,no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, obraspara piano do compositor português JoséVianna da Motta (1868-1948). A apresentaçãoserá organizada em torno de duas temáticasque permitem compreender o essencial da obrapara piano do compositor: a influência dacultura alemã e a descoberta da música popularportuguesa. Começando com a interpretaçãode uma peça de fantasia, passando por duaspeças e acabando com cinco rapsódiasportuguesas, João Costa Ferreira traçará, numalinha cronológica, a evolução da música deVianna da Motta.

� A proposta da rubrica À conversa com…, daArquivo Livraria, em Leiria, é o escritor ejornalista Gonçalo Cadilhe, que estará emLeiria, no dia 21, sábado, às 18 horas, parafalar sobre o seu livro Nos Passos de SantoAntónio, uma viagem medieval. Neste livro, oautor segue Santo António, de Lisboa e dePádua, por Portugal, Andaluzia, Marrocos,Argélia, Sicília, Norte de Itália e Sul deFrança. Reconstrói a viagem feita há oitoséculos e descobre um dos maiores viajantesda História de Portugal. O livro apresentauma biografia humana, laica e polémica,profundamente documentada e inserida noinício do século XIII, época histórica queconhecemos mal. Gonçalo Cadilhe nasceu naFigueira da Foz, em 1968, onde reside semprequando não está em viagens.

Leiria À Descoberta de José Viannada Motta com Costa Ferreira

� Tiago Baptista, artista plástico de Leiria, inauguraa sua exposição OBSCUROver, no dia 21, sábado, às16 horas, no antigo edifício do Banco de Portugal,em Leiria. Licenciado em Artes Plásticas, pelaESAD, de Caldas da Rainha, nesta mostra,apresenta desenho, pintura e até dispositivosópticos sob a forma de instalações espaciais. Foivencedor do Prémio Aquisição Amadeo de Souza-Cardoso 2015, do Prémio Fidelidade Mundial, em2009, e, em 2013, foi finalista do prémio NovosArtistas, da Fundação EDP. Entre as exposições emnome próprio e colectivas, destacam-se, entreoutras, em 2016, Questionamentos, que esteve noPalácio Vila Flor, em Guimarães, e na Sala de ArteJovem, em Madrid, e, em 2015, A pequenarealidade, na Galeria 3+1, em Lisboa.

Exposição Tiago Baptista mostraOBSCUROver no Banco de Portugal

Gonçalo Cadilheleva-nos emviagem comSanto António

DR

JACINTO SILVA DURO/ARQUIVODR

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44 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Cine

ma

Agenda

Teat

ro

Comédia Filho da Treta, comJosé Pedro Comes e AntónioMachado, hoje, dia 19, às 21:30horas, no Teatro José Lúcio daSilva, em Leiria

Peça A Casa de Bernarda Alba,pela companhia de teatro Cénicode Direito, no dia 21, sábado,pelas às 21:30 horas, no Cine--Teatro Actor Álvaro, em Vieirade Leiria. Iniciativa organizadapelo Teatresco Grupo de Teatro,com o apoio da Câmara daMarinha Grande

O Cine-Teatro de Alcobaça JoãoD’Oliva Monteiro apresenta nodia 21, sábado, pelas 21:30 horas,a peça Fragmento entre Ruínas,adaptação minimalista do textoHamlet Machine, de HeinerMüller, encenada pelaComunidade de Artistas Livres

O Leirena Teatro - Companhia deTeatro de Leiria faz aapresentação da suaprogramação para 2017, no dia20, pelas 18 horas, no Moinho doPapel, em Leiria. O evento contacom a presença do secretário deEstado da Cultura, MiguelHonrado. A apresentação contacom uma dramatização realizadapelas Turmas de Teatro doLeirena

O artista plástico Tiago Baptistaapresenta a sua exposiçãoOBSCUROver, a partir do dia 21,sábado, às 16 horas, no antigoedifício do Banco de Portugal, emLeiria. Baptista reúne uma série detrabalhos, do desenho à pintura,passando também por dispositivosópticos que funcionam comoinstalações espaciais. Patente até 24de Fevereiro

Exposição O Livro dos Desconfortos,de Carla de Sousa a decorrer naArquivo Livraria, em Leiria, até 1 deFevereiro

Retratos e outras histórias,exposição com fotografias de ValterVinagre, patente no Museu doCiclismo, em Caldas da Rainha, atédia 19 de Fevereiro

Exposição Treze gatos, da artistaPaula Rito, na Galeria Quattro, emLeiria. Patente até ao dia 31 deMarço

Inauguração da Galeria Municipalde Vieira de Leiria – Edifício ActorÁlvaro, Marinha Grande, com aexposição colectiva Entre a Terra eo Mar, no dia 20, sexta-feira, às 19horas. A mostra estará patente até19 de Fevereiro

Exposição de pintura de HanneloreSchuh a decorrer até 31 de Janeiro,no Átrio da Biblioteca Municipal deAlcobaça

DR

DR

Art

es

Cria

nças

Espectáculo Palavra Cantada,no domingo, dia 22, às 16horas, no Teatro José Lúcioda Silva, em Leiria

Dia 25, entre as 10 e as 12horas, a Casa-museu JoãoSoares, em Cortes, Leiria, re-cebe a animação infantil Iti-nerâncias e sonhos no Baú dasNarrativas

Peça para famílias Dama Pé deMim, por Ana Madureira, sá-bado, dia 21, no Teatro Virgí-nia, em Torres Novas, às 11horas

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Exposição Cidade eArquitectura na Galeria deExposições do Espaço doTurismo nas Caldas da Rainha.A exposição mantém-se até 4de Fevereiro

O Claustro Monfortino, emFátima, recebe, durante o mêsde Janeiro, no âmbito da suaactividade Arte no Claustro, aexposição de pintura deAntónio Oliveira, Expotur

Exposição Rota das Freguesias – - Bajouca, patente na BibliotecaMunicipal Afonso Lopes Vieira,em Leiria

A Galeria Municipal da MarinhaGrande tem patente aexposição de pintura Mãos eAfectos, de Carla Martins, até aodia 29 de Janeiro

O Segredo da Alegria guarda-o oPássaro nas Asas, de HirondinoPedro, na Galeria da VilaMedieval de Ourém

Exposição Orfeão de Leiria – 70anos patente na BibliotecaMunicipal Afonso Lopes Vieira,em Leiria

Exposição NY: Uma Janela parao Mundo, fotografia de JorgeBernardes, patente naBiblioteca Municipal AfonsoLopes Vieira, em Leiria

Brinquedos e carros emminiatura, alusivos aosbombeiros, da colecçãoparticular de Paulo Ascenso, atéao final de Janeiro no MuseuEscolar de Marrazes, Leiria

Bordalo Pinheiro, 170 anosdepois por alunos de Belas Artes,exposição no Núcleo de ArteContemporânea do Museu doVidro, na Marinha Grande, até23 de Abril

Olinda Colaço apresenta aexposição A arte de pintar ovidro, até 27 de Fevereiro, noMuseu do Vidro da MarinhaGrande

PIM! Mostra de Ilustração ParaImaginar o Mundo, na galerianovaOgiva, em Óbidos, até 31de Janeiro, com obras de maisde duas dezenas de autores

Este domingo, dia 22, às 10:30horas, estreia absoluta do espectá-culo teatral Léguas de Línguas,orientado à primeira infância, noauditório Barão de Viamonte, nasede da Sociedade Artística Musicaldos Pousos, Leiria. Esta é uma cria-ção das professoras Yumiko Ishi-zuka (japonesa) e Inesa Marvkava(bielo-russa), Sandie Mourão (britâ-nica) e Laura Perdomo (cubana).Neste projecto multicultural, desti-nado a crianças com 3 ou mais anose desenvolvido pela Criação Colec-tiva, estão envolvidas oito mãos,quatro idiomas e três continentes.Há um limite de participação de 20crianças cada uma acompanhadapor dois adultos. A entrada é livre.

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Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 45

Mús

ica

Concerto Miss Cat e o Rapaz Cão,com Bruno Figueira, aoclarinete, na Leitaria da Praça(Praça Faria da Gama), emPombal, este sábado, dia 21, às22 horas

À Descoberta de José Vianna daMotta, concerto-conferênciaconduzido pelo pianista einvestigador João Costa Ferreira,este sábado, dia 21, às 21:30horas, no Teatro José Lúcio daSilva, em Leiria. O pianistaapresenta obras para piano docompositor português em tornode duas temáticas que permitemcompreender o essencial da obrapara piano de Vianna da MottaConcerto comemorativo do 25.ºaniversário do Grupo Coral doAteneu Desportivo de Leiria,sábado, dia 21, às 16 horas, noTeatro Miguel Franco, em Leiria

Ensaios abertos 2017 – Concertopara os pequenos adultos é aproposta que a OrquestraClássica de Fátima faz para ogrande auditório doConservatório de Música deOurém e Fátima, entre os dias 21e 28 de Janeiro, entre as 12 e 13horas. A direcção musical é deAndré Lousada

Letr

as

JORGE FERREIRA DR

A rubrica da Arquivo Livraria, emLeiria, À conversa com… recebe oescritor e jornalista Gonçalo Ca-dilhe, a propósito do lançamentodo seu livro Nos Passos de SantoAntónio, uma viagem medieval,este sábado, às 18 horas

A NAVA, a Câmara de Óbidos, aLivraria Santiago e a cantoraAnamar apresentam Fortuna, oprimeiro livro da artista, sábado,dia 21, às 17 horas, na LivrariaSantiago, em Óbidos. Sara Rodiapresenta o livro. Isabel Medinae Virgílio Castelo lêem excertos

Depois dos livros Eu sou Deus ePrometo Falhar, Pedro ChagasFreitas chega a Leiria para apre-sentar o livro Prometo Perder.Acontece na Biblioteca AfonsoLopes Vieira, em Leiria, no dia21, sábado, às 17 horas

Dia 20, sexta-feira, às 15 horas,no auditório do Edifício da Resi-nagem, na Marinha Grande, lan-çamento do livro A Restauraçãodo Concelho da Marinha Grandeem 1917 e da brochura ComissãoInstaladora e primeira vereaçãoda Câmara Municipal da Mari-nha Grande – Os protagonistas –Notas e Documentos, da autoriade Gabriel Roldão e Luís Abreu eSousa

Lançamento do livro Vereaçõesda Câmara de Pombal, Decisões |Influências 1927 – 1974, no dia 21,sábado, às 17 horas, no auditóriomunicipal, em Pombal

Filme Evolução, nos dias 23 e 24, às21:30 horas, e no dia 25, às 18:30 e21:30 horas, no Teatro MiguelFranco, em Leiria. Esta película foipremiada no Festival de SanSebastián, País Basco, com o PrémioEspecial do Júri e Prémio do JúriMelhor Fotografia, fez parte daselecção oficial do Festival deToronto e do IndieLisboa. Nicolas,de 10 anos, vive numa ilha isoladacom a mãe, numa aldeia em que sóexistem mulheres e rapazinhos.Todos os rapazes fazem estranhostratamentos médicos num hospitalà beira-mar. Só Nicolas se perguntao que está a acontecer. Ele senteque a mãe lhe mente e estádecidido a saber o que ela faz napraia à noite, com as outrasmulheres. As suas descobertasmarcam o início de um pesadelopara o qual é irremediavelmenteatraído.

LEIRIACineplace - LeiriashoppingTel. 244 826 516De quinta a quarta-feiraSala 1 . XXX - O Regresso de Xander2D. 14:30, 16:50, 21:30, 23:50* horas;Sala 1 . XXX - O Regresso de Xander3D. 19:10 horas; Sala 2 . Assassin'sCreed 2 D . 14:00, 16:30, 21:40,00:10*horas; Assassin's Creed 3 D .19:00 horas;Sala 3 . Ovelhas e Lobos 2D (VP) . 15:10horas; Nos Limites da Lei 2D . 13:00**,17:30, 19:40, 21:50, 00:05* horas;Sala 4 . Ozzy 2D (VP) . 13:20**, 15:20,17:20, 19:20 horas; Sala 4 . Passageiros2D . 21:20, 23:45* horas;

DR

Sala 5 . Viver na Noite 2D . 14:10, 19:00, 23:55* horas; O Nome do Medo2D . 16:50, 21:40 horas;Sala 6 . Cantar 2D (VP) . 14:00, 16:20,18:50 horas; Manchester by the Sea2D . 21:10, 00:00* horas;Sala 7 . Silêncio . 15:00, 18:10, 21:20horas*Sessão válida Sexta e Sábado **Sessão válida Sábado e Domingo

Cinema City LeiriaTel. 244 845 071De quinta a quarta-feiraSala 1 . Curta coração vs Razão+Vaiana (VP) . 11:15* horas;Sala 5-L . Curta coração vs Razão+Vaiana (VP) . 17:25* horas;Sala 1 . Assassin's Creed . 13:40*,16:00, 21:30 horas; Sala 7 . Assassin'sCreed . 18:45, 00:30*** horas; Sala 1 .Silêncio . 18:20, 23:55*** horas; Sala 7 .Silêncio . 12:20*, 15:30, 21:20 horas;Sala 2-K . O herói da Quinta (VP) .11:20* horas; Sala 2-K . Nos limites dalei . 13:30*, 15:30**, 17:30**, 19:30**,00h05*** horas; Sala 6-S . Nos limitesda lei . 21:35 horas; Sala 2-K . Cantar!(VP) . 16:10*, 18:30* horas; VIP 4 .Cantar! (VP) . 11:10* horas; Sala 3 .Ozzy (VP). 11:30*, 13:40*, 15:40, 17:40,19:40 horas; Sala 3 . Passageiros .21:45 horas; Sala 3 . Porquê ele? .00:20** horas; VIP 4 . XXX - ORegresso de Xander . 13:30*, 15:35,17:45, 19:55, 22:00, 00:20*** horas;5-L . Ovelhas e lobos (VP) . 11:40*,13:35*, 15:30* horas; 5-L . Viver nanoite . 16:20**, 23:50*** horas; 6-S .Viver na noite . 18:50 horas; 2-K .Viver na noite . 21:25 horas; 5-L .Beleza colateral . 19:50, 21:50 horas;6-S . Miss sloane - uma mulher dearmas . 13:00*, 15:50, 23:45*** horas* Só Exibe Sábado e Domingo** Não Exibe Sábado e Domingo*** Só Exibe Sexta e Sábado

MARINHA GRANDECasa da Cultura - Teatro StephensTel: 244 573 377De quinta a quarta-feira às 21:30 horas e Domingo, às 17:00horasSilêncio

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Leitaria daPraça comespectáculode Miss Cat

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46 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Gente lustre

EstóriasdanossaHistória

� Celso Rosa, diplomado emSom e Imagem pela EscolaSuperior de Artes e Design, foiseleccionado para participar nosétimo Festival Internacional deCinema da UniversidadNacional Autónoma de México,que decorre de 22 a 28 deFevereiro. Representará oPolitécnico de Leiria noencontro Aciertos: InternationalFilm School Meeting, com ofilme Curriculum Vitae 01 (tefaruru?).

Caldas da RainhaCelso Rosa em festival no México

� Lino Bogalho é o novopresidente da direcção doCírculo Cultural da Nazaré, maisconhecido por Mar-Alto.Promover o associativismodurante todo o ano, estreitar asrelações com os sócios e“apanhar a onda” do que demelhor a Nazaré tem paraoferecer, no âmbito das artes edo desporto, são alguns dosobjectivos da nova equipaliderada por este beneditenseque se assume como nazareno.

Nazaré Lino Bogalhopreside à direcção do Círculo Cultural

� Patrícia Shenriq (na foto) eMariana Sampaio, diplomadaspela Escola Superior de Artes eDesign de Caldas da Rainha,são, segundo o IPLeiria, asduas únicas portuguesas aparticipar na Artrooms, a“maior feira gratuita de artepara artistas independentes”,que decorre entre os dias 20 e23 deste mês em Londres.Ambas as jovens, de 23 e 25anos, são formadas em ArtesPlásticas.

Caldas Patrícia Shenriqe Mariana Monteiro naArtrooms em Londres

� Jorge Soares, presidente daAPMA, foi escolhido pela revistaVida Rural como uma dos 19agricultores que mais marcarama agricultura portuguesa naviragem e início deste século. As suas histórias forampublicadas no livro Agricultores que marcam. Fruticultor e tambémadministrador da Campotec,mereceu a distinção pelo seutrabalho como técnico, produtore dirigente associativo.

Alcobaça Jorge Soareshomenageado pelarevista Vida Rural

� A convite da Portugal MagEdições, sediada em França,Adélio Amaro está a coordenara primeira Colectânea dePoesia Lusófona em Paris. Aobra será apresentada emFrança e em Portugal. Naturalde Leiria, autor de váriosprojectos naquela área,Comendador Grande Oficial,Adélio Amaro é também, entreoutros cargos, vice-presidentedo Centro do Património daEstremadura.

Leiria Adélio Amarocoordena colectâneade poesia em Paris

� Ainda não foi descoberto qualquer relato muçulmanoque possa proporcionar-nos uma perspetivamuçulmana sobre a expulsão dos muçulmanosportugueses, mas o mesmo não se pode dizer dosjudeus. As narrativas judaicas caraterizam-se por umforte elemento messiânico e realçam o papel daintervenção divina. Um dos aspetos mais notáveis destes relatos é que osseus autores foram, quase sem exceção, vitimas dasexpulsões espanhola e portuguesa, ou descendentes deexilados ibéricos. O rabi Abraham Zacuto era natural deSalamanca e fugiu de Castela para Portugal em 1492. EmPortugal, os seus conhecimentos de astronomiagranjearam-lhe uma posição honrosa na corte e atradução da sua influente carta astronómica intituladaAlmanach perpetuum foi impressa na vila de Leiria nomesmo ano em que D. Manuel decidiu expulsar osjudeus e muçulmanos do seu reino.Ferro Tavares afirma que as autoridades judaicas deLeiria gozavam de autoridade jurisdicional sobre oshabitantes judeus de vilas vizinhas mais pequenas.Donde a importância da comuna judaica de Leiria, queteria um rabi-menor encarregado da sua administraçãoe que podia atuar como magistrado julgando emprimeira instância todas as causas cíveis e crimes entrejudeus ou entre cristãos e judeus, quando estes últimoseram os réus. Claro que a presença muçulmana emLeiria levanta algumas questões, pois que umdocumento de 1303 refere-se a uma mouraria com umamesquita em Leiria e a um individuo chamado Ibrãhim“Alcayde”. A comunidade muçulmana de Leiria seriaentão suficientemente numerosa para ter um local deculto e um alcaide. Mas Saul Gomes diz-nos que nãoencontrou provas de que alguma vez tivessem tido umacomuna legalmente constituída.D. João II exigiu um “empréstimo” de 50.000 reais aosjudeus de Leiria em 1490 e um judeu chamado Davidbem Mentos declarou que, porque “alguns judeus da

Ricardo Charters d’Azevedo

DR

Notas sobre muçulmanos e judeus em Leiria

dita vila lhe querem mal”, ele estava obrigado a pagar“tanto e até mais que os ricos que vivem na cidade”.Lembramos que isenções fiscais concedidas pela Coroaa indivíduos judeus ou muçulmanos eram muito malvistas. Os judeus e os muçulmanos eram obrigados aviver dentro dos seus bairros, e esta situação mantinha--se no século XV. Mas havia exceções. Para cada exceçãohavia sempre “algumas justas razões que a ela nosmoveram”: havia ainda alguns cristãos que tomavam dearrendamento lojas naqueles bairros, emboraprovavelmente regressassem às suas casas no fim do diade trabalho. O inverso era, por assim dizer, possível: em1455, a Câmara de Leiria, desejando facilitar o acesso deum médico judeu aos seus pacientes cristãos, obteveautorização da Coroa para abrir uma porta da casa deleque em tempos dera para o exterior da judiaria, mas quetinha sido entaipada em conformidade com a lei, poisque as judiarias eram “fechadas todas as noites”.O anti judaismo não se manifestava apenas nalegislação, mas também em atos isolados de violência

“Acomunidademuçulmanade Leiria seriaentãosuficiente-mentenumerosapara ter umlocal de cultoe um alcaide”

Mas SaulGomes diz--nos que nãoencontrouprovas de quealguma veztivessem tidouma comunalegalmenteconstituída

física, embora só se encontrem relatos sobre grandestumultos em documentos dos finais do século XVI,como nos indica Ferro Tavares. Mas há exemplos comoo da comuna judaica de Leiria que procurou obter “umforal de proteção” da Coroa, em 1378, por causa deataques e roubos que sofreu durante as festas daSemana Santa. A presença de artesãos de ambas asminorias era muito forte, e Portugal com umapopulação relativamente pequena e fortementeatingida pela peste negra no século XIV, tinha falta deartesãos e de mão de obra especializada. Um estudo dasprofissões praticadas pelos judeus nas principaiscidades portuguesas entre 1383 e 1450 mostra que osalfaiates, tecelões e sapateiros eram os gruposprofissionais dominantes. Em Leiria, Ferro Tavares,com um estudo semelhante para todo o século XV,revela onze alfaiates, dez sapateiros e nove ferreiros. Oenvolvimento dos judeus nos trabalhos em metais,como ferreiros, ourives ou armeiros, é notável.Texto escrito de acordo com a nova ortografia

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Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 47

História de Vida

Lurdes [email protected]

� Se António Menezes de Sá Pessoa não tivesse sidoum homem enérgico e com uma força de vontade forado comum, dificilmente conseguiria vencer as pedrasque foram surgindo no seu percurso de 82 anos.Aquele que foi presidente do Orfeão de Leiria entre1969 e 1972, “cantor e bardo de serviço” na instituição,poeta, artista plástico e um dos raros caligrafistas deLeiria, é um homem multifacetado que mostrou umaenorme capacidade no desempenho de todos os pa-péis que abraçou, desde os profissionais aos familia-res, passando pela acção cívica.

Mesmo nos momentos de maior dificuldade, sou-be dar a volta à situação pensando primeiro nos queestavam à sua volta. “Tive de enfrentar a perda dosmeus dois filhos, o Paulo com 19 anos, e o André com39, custou muito. Fui obrigado a reerguer-me com to-das as minhas forças, não podia entregar-me à dor. Ou-tros precisavam de mim.”

António Menezes de Sá Pessoa nasceu em Leiria em1935, na Rua D. António da Costa. O pai, António SáPessoa, natural da Covilhã, veio para Leiria em ne-gócios ligados às solas e cabedais e casou em segun-das núpcias com aquela que viria a ser sua mãe, Ma-ria do Carmo Marques da Cruz Menezes, da Reixida.António é neto de Maria do Carmo Menezes, a mulherque em Setembro de 1917 recebeu em sua casa, na Rei-xida, Lúcia e Jacinta, as duas videntes de Fátima. “Pas-sávamos o tempo entre Leiria e a Reixida, onde o meupai construiu uma casa lindíssima”, revela o pintor,que chegou a ser professor de Educação Física na Es-cola Comercial de Leiria.

“Juntei rapazes e raparigas no mesmo espaço a fa-zerem ginástica, até que um dia o director da escolame chamou à atenção, depois de uma denúncia… ig-norámos o problema e continuei o projecto”, conta An-tónio de Sá Pessoa. “Pude dar aulas de substituiçãoporque fiz o curso de Educação Física na tropa, emVendas Novas, com a devida autorização do Ministé-rio da Educação.”

O também ex-empresário fez o 5º ano dos liceus esó depois de casado e já com filhos regressou à esco-la para concluir os estudos, fazendo os 6º e 7º anos.Recorda “as excelentes professoras” que teve, Hele-na Carvalhão e Isabel Aragão, com quem aprendeumuito do que hoje sabe.

Casou com a professora Cecília Galamba, contra-riando a vontade da família da mulher, incluindo “otio, padre José Galamba”, apenas pelo facto de o seupai ser protestante. Acabou por conquistar a famíliade Cecília, com quem teve cinco filhos.

Foi um grande admirador do seu pai, que à profis-são de comerciante juntou a de professor efectivo deCaligrafia, Dactilografia e Estenografia na Escola Co-mercial de Leiria. Fala, ainda hoje, com alguma má-goa, de um momento que o marcou, relacionado coma expulsão do pai da escola, em 1949, acompanhadode outras pessoas muito conhecidas em Leiria, comoRocha Vieira ou José Gonçalves.

Uma expulsão relacionada com o facto de o pai terassistido a um comício no velho teatro D. Maria Pia,por ocasião da campanha eleitoral de Norton de Ma-tos, além de ter participado também nas campanhasde Humberto Delgado. “Ele abriu mesmo a casa na Rei-xida ao partido da oposição.”

António de Sá Pessoa suspeitou que a denúncia par-tira de um padre de Leiria, que o acusara de ser “co-munista”. Mas não era, segundo o filho, que um diaresolveu deslocar-se “à PIDE, na Rua António MariaCardoso, acompanhado do irmão Rui de Sá Pessoa”.Alegou, perante o agente dos serviços externos, queo seu progenitor não era comunista, que a denúnciaera falsa. Mais tarde, quando o mesmo agente da PIDE

LURDES TRINDADE

se deslocou à Reixida para falar com o seu pai, teve “acerteza que a denúncia partira do tal padre Vieira daRosa…”

“Herdei do meu pai a arte da escrita”, diz. Aludiuàs centenas de trabalhos de caligrafia que tem em casa,a que chama de “pergaminhos” apesar de nem todosserem feitos em pele de carneiro. “O meu pai fazia asletras, e eu desenhava as gravuras. Aconteceu, porexemplo, quando um governador civil nos enco-mendou pergaminhos para oferecer às 16 câmaras dodistrito de Leiria.”

A caligrafia, também chamada de arte da escritabela, “requer muita técnica”, explica o artista que de-senha e pinta cada letra tal como pinta um quadro emaguarela. “Não treme. Pinta as letras a tinta-da-china com pincel, com muito rigor e exigência. Faz tra-balhos lindíssimos”, conta a mulher, Cecília Galam-ba, defendendo que o marido deveria ter, ao longo dosanos, valorizado mais a sua arte. “Raramente cobra-va dinheiro, só às Câmaras Municipais”, revela Antóniode Sá Pessoa, que já fez pergaminhos para várias ins-tituições do país e até do estrangeiro.

Sempre teve muitas encomendas. Joaquim Vieira,jornalista e escritor, natural de Leiria, orador convi-dado da sessão comemorativa do 36.º aniversário do25 de Abril, em 2010, foi uma das pessoas a quem a câ-mara de Leiria ofereceu um pergaminho de agrade-cimento, elaborado por António de Sá Pessoa. Há mui-

DR

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tos outros…Desde muito novo dedica-se também à pintura e es-

creve poesia. “A aparente simplicidade da poesia deSá Pessoa é isso mesmo: aparente e, por isso, enga-nadora. Esconde uma profundidade de sentimentose de pensamento, que é apanágio de quem tem coi-sas importantes para dizer e ideias elevadas a trans-mitir.” É assim que Travassos Santos escreve no pre-fácio do seu livro Poemas do tempo que não se esque-ce, cujos poemas reflectem emoção, vida, sentimen-to, dor, alegria. E memórias.

Tal como os seus quadros a aguarela, que registam me-mórias de uma cidade antiga, perpetuando ruas e casasde Leiria, algumas já destruídas. O seu desejo é fazer“uma exposição para quem não se lembra de como eraesta Leiria de outros tempos”, explica o homem que tam-bém foi empresário da área dos pré-esforçados.

Em muitos dos seus trabalhos registam-se in-fluências de vários poetas e escritores que admira ecujos livros são leitura obrigatória. Marques da Cruz,poeta e seu tio-avô, é um dos que mais admira, masnão resiste a Fernando Pessoa, entre muitos outros.Num dos seus pergaminhos está lavrado o poemacomposto por Pessoa para a Virgem Maria, em Agos-to de 1935, cinco meses antes da sua morte. Não terásido por acaso que António Menezes de Sá Pessoa oescolheu. Como nasceu no Verão desse mesmo ano,impunha-se a homenagem!

1 - O seu pai,sr. Pessoa,como eraconhecido,com os quatrofilhos aindapequenos2 - António deSá Pessoa comCecíliaGalambarodeados dosseus cincofilhos, nobaptizado deMaria, a maisnova3 - Com CecíliaGalamba, amulher e acúmplice dedécadas

António Menezes de Sá Pessoa, ex-empresário, poeta, caligrafista

“Herdei do meu pai a arte da escrita”

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48 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Canto livre

Ninjas e Princesas

� Olá paizinhos com olheiras até aos joelhos elatidos crónicos do tímpano ao cerebelo. Vocêstambém costumam acordar com vontade dearranjar problemas? Não? Ainda bem. Antes debeliscar a genitália sensível dos hatersprofissionais deixem-me ir a um lugar-comumpara vos dizer que amo os meus filhosincondicionalmente e que a felicidade deles é aminha felicidade. E, a não ser que por algummotivo vindo directamente do Demo setransformem em pessoas execráveis, será parasempre assim. É, eu acredito na força dos laçosde sangue mas até eles não aguentam tudo. Ditoisto, quero-vos confidenciar que ando numaconversa prolongada com uma amiga minha quepertence ao clube dos modernos super liberaisdo qual eu gostaria de fazer parte mas nãoconsigo. É tramado e difícil ao mesmo tempo.Basicamente ela diz que para mim deveria serigual os meus filhos serem homossexuais ouhétero. É mas não é. É no amor que lhes tenho eque lhes quero dar até ao fim dos dias. Mas, sepuder, que não posso, escolher, prefiro quesejam heterossexuais. Dêem-me só um minutopara ir ali buscar o meu estojo de palavrasescolhidas meticulosamente que já continuo aexposição deste problema que não o é.Estranhamente o assunto é perigoso e eu nãoquero aparecer numa valeta amortalhado numabandeira com muitas cores, tenho filhos para

Prefiro héteroRicardo Graça

RICARDO GRAÇA

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criar. Ok, estou de volta. Porque raio tens tu depreferir alguma coisa na vida sexual dos teusfilhos? Pergunta ela. Na sexual talvez não(embora, por defeito de personalidade, até nessatenha) mas na vida acho que sim, respondo eu. Ea vida tem menos problemas se não tiveres delidar com a questão de assumir que és gay. E elaresponde: “Se todos pensassem como eu, sempreconceito algum, essa dificuldade já nãoexistiria”. Eu digo que é verdade, que gosto depensar que não sou preconceituoso mas o mundoestá longe de ser perfeito. Para além dessa que é aúnica razão com força suficiente para aguentarum debate, num tom muito mais egocêntrico,custa-me a descontinuidade desta bela linhageme um clima de pouco à vontade nos jantares deNatal lá em casa. Depois de divagarmos porvários tentáculos do assunto ela arruma-o comum “és um cromo de um atrasado”. Infelizmentenão o posso negar, como também não possonegar como penso, não o impondo a quem querque seja. Sendo que aos filhos, sei que o farei, porinerência do cargo. E é nesta responsabilidade,nestas manobras difíceis com o veículo longo,carregado de genética, meio envolvente,experiências e acaso te digo, minha amiga, não épor mim que o mundo não cumprirá o seudesígnio, daqui a alguns anos já não haverá“cromos” como eu. Por enquanto, disfrutemos dasalutar diferença.

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Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 49

Impressão digital

NaturalidadeLeiria

ResidênciaLeiria

FormaçãoEngenhariaCivil, Energia eAmbiente,História

OcupaçãoAdjunto nogabinete deapoio àvereação doMunicípio deLeiria epresidente dadirecção doCEPAE

A poesiasurgiunummomentoda minhavida emqueprecisavade umescape

Cláudio [email protected]

� Ainda tem idade para jogos de tabuleiro?Pode parecer uma coisa de crianças, mas, no fundo, osjogos são como os livros, há para todas as idades e gos-tos. Existem jogos complexos, profundos e desafiantes,que criam experiências únicas, especialmente pensadospara adultos.Aprende alguma coisa útil para sobreviver nos corre-dores da Câmara Municipal de Leiria?Aprendem-se muitas coisas úteis com os bons jogos parasobreviver em todos os corredores desta vida. Desen-volvem competências sociais e emocionais, para além dasmais óbvias competências de gestão, da implementaçãotáctica e pensamento estratégico. Têm uma grandevantagem: se nos enganarmos podemos sempre jogar ou-tra vez e melhorar, aprendendo com os erros. Costuma levar jogos de tabuleiro para o gabinete deapoio à vereação?Tento levar só os ensinamentos dos jogos. Monopólio, Não Te Irrites ou Descobridores de Catan?O Catan é excelente para introduzir pessoas neste hob-bie dos jogos de tabuleiro modernos. Neste momento jáo arrumei na prateleira porque foram publicadas tantascoisas melhores depois. Aprecio um bom jogo económico,com tema de enquadramento e que dê liberdade de mo-vimentos, onde competimos pelo competência e não paradestruir os adversários.Para quem nunca passou do Risco, o que há de novo em2017?São publicados milhares de jogos anualmente. Aconse-lho uma visita aos encontros semanais de jogos de ta-buleiro em Leiria no centro cívico, na sede da AFA queacolhe o Clube de Boardgamers de Leiria. Também po-dem passar na Leiriacon, a convenção nacional que se fazanualmente na Praia da Vieira, no último fim-de-

Micael Sousa, adjunto no gabinete de apoio à vereação do Município de Leiria

"Os jogos têm uma grande vantagem: podemos jogar outra vez e melhorar"

semana de Janeiro. Para 2017 estou com muita curiosi-dade em dois lançamentos de autores nacionais: o Lis-boa de Vital Lacerda e o Brasil do Paulo Soledade e doNuno Sentieiro.O seu dia mais feliz no Clube de Boardgamers de Leiria.O dia em que percebemos que o clube já não dependiaapenas dos fundadores, que já tínhamos um grupo tãogrande que garantia a realização dos encontros semanais,que podíamos transformar este hobbie num projecto deintervenção social.Estudou Engenharia Civil, também Energia e Ambiente,um ano de Engenharia Informática, História, e, agora,Estudos do Património, sempre no ensino superior. É in-decisão ou sede de conhecimento?Diria que é uma sede de conhecimento viciante.Pode parecer diletante, mas estas áreas relacionam-se todas entre si.Não é muito comum, um engenheiro civil com amor àpoesia – de onde vem a inspiração?Surgiu num momento da minha vida em que precisavade um escape para sobreviver às rotinas e processos “qua-drados” da vida real, já lá vão mais de 10 anos.Nunca pensou cursar Arquitectura?Era a outra opção. Optei pelo mais pragmático na al-tura.O poeta é mesmo um fingidor?Quando ensaio poesia sinto-me a amplificar emoções.Entre a pintura, a fotografia e a escrita, do que não ab-dica mesmo? Tenho abdicado da pintura por falta de tempo e da lo-gística a que obriga. Lá saem uns rabiscos de vez em quan-do. A fotografia e a escrita vão sendo mais imediatas, em-bora sejam coisas para consumo próprio, escapes pes-soais.Quem são os artistas que mais admira?São tantos… Aprecio o surrealismo fotográfico de ManRay e a escrita distópica de George Orwell. Na pintura te-

nho ainda mais dificuldade em escolher, mas adoro o mo-dernismo de Amadeo de Souza Cardoso.É presidente da direcção do CEPAE – Centro dePatrimónio da Estremadura pelo menos até 2018. O quegostaria de ver acontecer neste período?Gostaria de ver materializada uma rede dos patrimóniosda região implementada no território, em que nós e osque nos visitam possamos aceder a toda a nossa rique-za patrimonial.Conseguia viver sem blogues e redes sociais?Acho que não. Uso essas ferramentas de forma interac-tiva para abordar conteúdos concretos. Conheci imen-sas ideias, projectos e pessoas por esta via. Ajuda a dinamizar o Fórum Cidadania Leiria no Facebookporque a experiência como membro da assembleiamunicipal ficou aquém das expectativas?Trata-se de um projecto colectivo que surge do secreta-riado da concelhia do PS de Leiria. Precisamos urgente-mente de aproximar os cidadãos do exercício da políti-ca. A experiência na assembleia municipal foi muito im-portante, permitiu aprender muito.Mas revê-se na cidadania de sofá, via internet?Revejo-me em toda a cidadania participativa. Estou con-victo de que o futuro da democracia passa pela incor-poração das novas tecnologias de informação e comu-nicação. Essas podem ser usadas em qualquer local, in-cluindo o sofá.É verdade que é um mestre do sushi?Sou apenas entusiasta por sushi, fundindo a tradição comos sabores locais. Adoro fazer e comer. Aquelas horas pas-sadas na cozinha, naquele trabalho minucioso, sabem ameditação. A malta até costuma gostar do resultado oupelo menos disfarçam bem.Voltamos à Câmara de Leiria: quando passa pelo gabi-nete da presidência, dá asas à imaginação?Tento dar isso e o meu melhor. O nosso presidente é mui-to exigente, e ainda bem.

FOTOS: RICARDO GRAÇA

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50 Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017

Para fora cá dentro

Bon Iver – 22, a Million Viagem extracorporal que me temvindo a ajudar acombater estas idas evindas sem interessede autocarro entreLeiria e Lisboa.

ParkinsonsForam uma nova revolução na minha vida neste anoque passou. Admito que nunca tinha ouvido falardeles, até ao dia em que anunciaram o lançamento dodoumentário Long Way to Nowhere no Teatro MiguelFranco. Tive a oportunidade de os ver no PopularAlvalade e muita coisa mudou em mim novamente.

Alqueidão da Serra Ao longo dos anos o meu gosto pela natureza nãodecresceu, embora o contacto com a mesma não sejatão frequente. Um dos destinos na região queaconselho, pelo sossego, e pela beleza tanto da vistacomo do lugar, são os moinhos do Alqueidão da Serra.

RevsUma revista comeditoriais muito bons,que preza pela qualidadede toda a execução, quevai desde o papel, aotamanho (muto grande,a3+), à qualidade daimpressão, à qualidadedos fotógrafos emodelos, que emboranão tão conhecidos,desenvolvem trabalhosirreverentes, eespectaculares.

Agartha Boutique: um hotel improvávelinventado por um engenheiro civilCláudio [email protected]

� Sérgio Freitas estava no Togo, em África, a trabalharpara uma multinacional portuguesa do sector daconstrução civil, quando tomou a decisão que lhe mu-dou a vida: deixar a engenharia por conta de outreme abraçar um projecto pessoal ligado ao turismo.Num certo sentido, trata-se do regresso às origens. Opromotor do Agartha Boutique Hotel escolheu a zonade Tomar, de onde é natural, para dar corpo ao in-vestimento. Recuperou o terreno que tinha compra-do há 15 anos, no lugar de Monchite, freguesia de Sa-bacheira, e avançou para uma nova rotina.

Inaugurado em Setembro do ano passado, a 45 mi-nutos de Leiria, na fronteira entre os concelhos de To-mar e Ourém, o Agartha Boutique Hotel materializaa visão de Sérgio Freitas para o alojamento turístico:o equilíbrio entre a tranquilidade do convívio com anatureza e as comodidades do mundo moderno.Para trás fica uma "vida muito stressante", com "reu-niões na Holanda, Espanha e Portugal", praticamen-te "só trabalho", de manhã à noite. "Uma pessoa che-ga a um ponto em que revê os objectivos de vida e nes-se sentido tenta encontrar um espaço útil à socieda-de e bom em termos de continuidade para nós", refere."Aqui consigo controlar o meu próprio tempo, não es-tar dependente. Transmite uma paz enorme".

Diz o antigo engenheiro que este é um destino im-provável – construído num lugar improvável, entre va-les e serras, por alguém improvável, que até aqui se de-

Localizado a17 quilómetrosde Fátima,entre vales eserras, perto dalagoa doAgroal, oferecedormidasdesde 79 eurospara duaspessoas. Noespaço saúdehá massagens,yoga e reiki

dicava a gerir obras internacionais, e baptizado comum nome improvável, que, no entanto, reflecte o es-pírito do empreendimento. "É um termo místico quedesigna o interior da Terra, pois estamos num localmuito especial, envolvido pela mãe-natureza”, explica.

Nestes primeiros meses de actividade, os hóspedestêm chegado tanto do estrangeiro como de Portugal.Com nove quartos, todos decorados de forma ex-clusiva, mais uma casa familiar com dois quartos esala, o Agartha beneficia da proximidade aos centrosurbanos de Tomar (10 quilómetros) e Fátima (17), daligação ao IC9, com saída em Carregueira - Fungalvaz,ali mesmo ao lado, mas, sobretudo, da vizinhançacom a praia fluvial do Agroal, na maior nascente dorio Nabão.

A arquitetura é assinada por Filipe Saraiva, que pro-jetou a reabilitação do edifício primitivo em harmo-nia com materiais de construção locais, como o cal-cário, e com a integração da natureza no próprio imó-vel – por exemplo, no átrio da recepção, uma olivei-ra centenária dá as boas-vindas a quem chega.

Entretanto, no restaurante Abundância, que serveos hóspedes e está aberto ao público em geral, o che-fe de cozinha Pedro Rodrigues tem apostado nosegmento da cozinha tradicional portuguesa, dentrodo conceito da quinta para a mesa, com preferênciapor produtos locais. Outros serviços do Agartha in-cluem uma sala multiusos com capacidade para 75pessoas sentadas, o espaço saúde para massagens derelaxamento, rejuvenescimento e terapêuticas, ses-sões de yoga e também reiki.

Uau! Música quesalva vidas eum destinopara esquecertudo nassugestões dafotógrafaCarolinaSepúlveda

FOTOS: DR

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Jornal de Leiria 19 de Janeiro de 2017 51

Aconteceu

� Os professores de Alcobaça foram alvo de umahomenagem no passado dia 11 de Janeiro – a dataremete para a primeira aula pública em Portugal, queteve lugar a 11 de janeiro de 1269, no Mosteiro deAlcobaça. Na semana passada, um grupo de jovensalunos respondeu ao repto lançado pela câmaramunicipal e homenageou os professores que naqueleconcelho contribuem para enobrecer a profissão. Oespetáculo PegaDá assinalou o Dia Municipal daEducação e decorreu no Cine-Teatro de Alcobaçaperante uma plateia repleta. As comemorações do DiaMunicipal da Educação começaram com a palestraEducação Superior: conhecimento ao serviço dasociedade e do desenvolvimento dos territórios”, pelovice-presidente do Instituto Politécnico de Leiria, RuiPedrosa, no auditório da biblioteca municipal.

� O futuro Centro de Artes na Villa Portelacomeçou a ser imaginado esta semana. Nasegunda-feira, a convite da Câmara Municipalde Leiria, um grupo de agentes comintervenção na cultura visitou o edifício que afamília Charters d'Azevedo cedeu parausufruto da cidade e dos seus habitantes evisitantes. A ideia é que o chalet do século XIXinspirado na arquitetura helvética, construídoem 1894 pelo bisavô do actual proprietário,possa contribuir para a candidatura de Leiria aCapital Europeia da Cultura. Naqueles 17 milmetros quadrados pode vir a surgir todo umconjunto de actividades e exposições ligadasàs indústrias criativas contemporâneas – será adinâmica das artes na região a ditar o destinodo projecto, sob gestão da autarquia. Estátambém anunciada uma cafetaria e salão dechá. O acordo alcançado entre Ricardo Chartersd'Azevedo e a Câmara pressupõe oarrendamento do espaço no valor de 3.500euros por mês.

Professores homenageados emAlcobaça numa data histórica

� A terceira edição do Portugal GT Tour, um eventoorganizado pelo Núcleo de Desportos Motorizadosde Leiria, aconteceu no domingo, 15 de Janeiro,com mais de 100 pessoas presentes. Depois deuma visita ao Centro de Interpretação daBatalha de Aljubarrota, os participantes nainiciativa, e respectivos bólides, dirigiram-sea um restaurante na zona de Alcanena. Omomento mais especial estava guardadopara o final do almoço: o leilão de umapintura de Manuel Gorjão, natural de Leiria. Areceita obtida reverte na íntegra a favor daAssociação Portuguesa de Paralisia Cerebral deLeiria (APPC-LEIRIA), uma instituição particularde solidariedade social sem fins lucrativos.

Grandes máquinas e um almoçocom fins solidários

� Mais de 100 atletas, de várias colectividades,participaram no último sábado no festival depatinagem artística Pinguins de Madagáscar,organizado pelo Patinamar Nazaré Clube. Pelopavilhão gimnodesportivo da Nazaré, passaramtambém a Associação Alcobacense CD, ACSismaria, ARCACEN, HC Leiria, SIR Pimpões e SCRBombarrelense. O convívio entre atletas e amostra do trabalho desenvolvido pelos clubes sãoalguns dos objectivos do evento. No Patinamar,por exemplo, que conta, actualmente, com 50atletas, o sucesso nas competições tem suscitadocada vez mais procura. O festival contou comapoio da Câmara Municipal da Nazaré e atraiumuito público.

Festa da patinagem artística no pavilhão da Nazaré

� O Grupo Coral CantábiLis, de Leiria, celebrou 30anos, no sábado com a apresentação do livro GrupoCoral CantábiLis – Memórias Fotográficas, quartovolume da colecção Etnografia e Tradição, edição coma coordenação de Adélio Amaro, no Teatro MiguelFranco. A sessão contou com um espectáculo onde osmomentos de convívio ao longo dos anos, no grupocoral, foram recordados. Situações como os intervalosdas refeições. Quinze minutos para comer e 45 paraensaiar sem interrupções. Também Adriano Santos,antigo gerente da agência do BNU onde o colectivo foicriado, foi lembrado com um poema de AntónioCarvalho. O coro, liderado por Joaquim VicenteNarciso, foi acompanhado ao piano por SérgioVaralonga.

Cantábilis soprou 30 velas de aniversário

Futuro Centro de Artes da VillaPortela começoua ser imaginado

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� O Centro de Saúde Dr. Arnaldo Sam-paio, em Marrazes, Leiria, foi assalta-do na madrugada de ontem, após ar-rombamento. O comissário BrunoSoares explica que o furto só foi de-tectado pela manhã, quando o centrode saúde se preparava para abrir ao pú-blico. Os suspeitos ter-se-ão introdu-zido no edifício “através do método dearrombamento”, esclarece.

Segundo o comissário, a PSP está a“apurar mais detalhadamente” o ma-terial que foi furtado, sabendo-se,para já, que “terão levado equipa-mento informático”. No interior docentro de saúde foram ainda provo-cados “danos em diversas portas dosdiferentes compartimentos e em al-gumas máquinas de venda automá-tica”. A secção de polícia técnica daPSP de Leiria “está a recolher vestí-gios” e a investigar o crime.

Num comunicado, PSP anunciouque identificou um jovem com 19anos, suspeito de ser o autor de umfurto ocorrido dias antes, no interiorde uma residência em Peniche. No se-guimento das diligências efectuadas,

a polícia recuperou três televisões,cinco pólos de marca e duas garrafasde bebidas. A nota de imprensa refe-re ainda que foram ainda identifica-dos outros dois jovens suspeitos de re-ceptação do material furtado. A PSPinforma ainda que deteve, na terça-feira, um homem por circular nummotociclo com chapa de matrícula fal-sa. O motociclo foi apreendido e o de-tido foi notificado a comparecer às au-toridades judiciárias competentes.

Jorlis - Edições e Publicações, Lda.Parque Movicortes2404-006 Azoia - LeiriaTel. 244 800 400 Fax 244 800 [email protected]

Só existe uma coisa melhor do que fazernovos amigos: conservar os velhos.

Elmer G. Letterman

Aprovadas medidas excepcionais para obras

Visita do Papa permite ajustesdirectos até 5,1 milhões

Leiria

Centro de saúde de Marrazesassaltado por arrombamento

� Está aprovada a legislação que per-mite obras por ajuste directo até umlimite de 5,1 milhões de euros, devi-do à visita do Papa a Fátima. O de-creto-lei que estabelece as medidasexcepcionais de contratação públicafoi publicado na terça-feira, em Diá-rio da República (DR).

Entre as obras da responsabilidadeda Câmara de Ourém abrangidas pelodiploma estão essencialmente inter-venções na rede viária e estaciona-mento, assim como a construção doparque de lazer do Moimento.

As medidas excepcionais são justi-ficadas pela necessidade de “garantiracessos seguros, condições de es-coamento rodoviário rápido e efi-caz" a Fátima, num ano em que se ce-lebra o Centenário das Aparições,que contará com a visita do Papa aoSantuário. "Neste contexto, conside-rando a transversalidade e dimensãodo evento, torna-se convenienteadoptar, até Dezembro de 2017, um re-gime de contratação de empreitadasde obras públicas e de aquisição debens e serviços que combine a cele-ridade procedimental exigida pelaproximidade da data, em segurança,com a defesa dos interesses do Esta-do e a rigorosa transparência nosgastos públicos", alega o decreto-lei.

Em vigor até ao final do ano, as me-didas excepcionais abrangem con-

Até Março Bershka e Pull&Bear encerram

Grupo Inditex fecha mais duas lojas no centro de LeiriaRaquel de Sousa [email protected]

� A Bershka do Edifício Garage, emLeiria, vai fechar em Março. Tam-bém a Pull&Bear vai encerrar, já nofinal de Janeiro segundo foi possí-vel apurar. Em menos de um ano,o grupo espanhol Inditex fechaassim três espaços de comérciode pronto-a-vestir no centro dacidade, já que a Zara encerrou noVerão.

Pedro Faria, proprietário do edi-fício onde a Bershka abriu portasem Maio de 2009, confirma que oespaço fechará em Março. Já rece-beu aliás uma carta de rescisãodo contrato de arrendamento, nosprazos previstos na lei. Documen-to que, segundo disse ao JORNALDE LEIRIA, não adianta qualquermotivo para o fecho. Em causapoderão estar entre 15 a 20 postosde trabalho. Para o espaço estão jáem cima da mesa várias possibili-dades de ocupação.

A funcionar na Avenida Heróisde Angola, também a Pull&Bear vaifechar (a marca, tal como a Bers-hka, tem uma outra loja aberta noLeiriaShopping). Tudo aponta paraque tal aconteça já no final destemês, de acordo com a informaçãoque vários trabalhadores transmi-tiram ao Sindicato do Comércio,Escritórios e Serviços de Portu-gal. Valter Ferreira, dirigente des-te sindicato, refere que trabalhamna loja cerca de 15 pessoas, a maio-

ria das quais ficará desempregada. “Este tipo de encerramentos é

completamente obscuro, sobretu-do em grupos como o Inditex, quenão dá sequer qualquer explicaçãopara os motivos por trás do fechodas lojas”, diz Valter Ferreira. “Con-torna a lei com dinheiro, ou seja,oferece nas rescisões valores li-geiramente acima da lei e as pes-soas, completamente desampara-das, sabendo que vão ficar sem em-prego, aceitam”.

Para Lino Ferreira, presidenteda associação Acilis, e porque es-tas são “lojas-âncora” que cha-

tratos de empreitada, locação e aqui-sição de bens imóveis e serviços daresponsabilidade da administração di-recta e indirecta do Estado, do sectorempresarial do Estado e do municípiode Ourém. Nas empreitadas, o ajus-te directo abrange obras até a um li-mite de 5,1 milhões de euros, mas ficaa entidade adjudicante obrigada aconvidar, “pelo menos”, três entida-des distintas para apresentação depropostas. Nos contratos de aquisiçãode bens e serviços foi estabelecido umtecto de 207 mil euros, abaixo doqual será possível recorrer ao ajuste di-recto.

De acordo com a lista publicadaem DR, entre as obras que a Câma-ra de Ourém pretende fazer ao abri-go das medidas excepcionais estãoa requalificação da Avenida BeatoNuno, da Rotunda e da Avenidados Pastorinhos, da estrada da Fa-zarga e da Avenida Papa João XXIII,assim como a beneficiação de ruasno centro urbano da cidade de Fá-tima. A estrada que liga a rotundaSul e a sede de freguesia e o Largoda Igreja Matriz de Fátima tam-bém serão requalificados.

A Câmara admite que algumasobras não ficarão concluídas até à vin-da do Papa, existindo, contudo, “a ele-vada probabilidade de poderem estarterminadas até Dezembro de 2017”.

Loja abriu no centro da cidade em meados de 2009

RICARDO GRAÇA

mam pessoas para a cidade, o seuencerramento “penalizará todo ocomércio”.

Em menos de um ano, o grupoespanhol fecha assim três lojas nocentro de Leiria. A Zara encerrou noVerão de 2016, cerca de 13 anos de-pois de abrir no edifício O Paço. Ti-nha então cerca de 1900 metrosquadrados de área de venda, o quefazia dela o maior ponto de vendada cadeia espanhola em Portugal.Em 2011, um ano depois da aber-tura do LeiriaShopping, onde exis-te uma loja da insígnia, o espaço docentro da cidade sofreu obras ereabriu mais pequena e com menos20 colaboradores. Acabaria por fe-char menos de cinco anos depois.

Para já, e segundo foi possívelapurar, a Zara Home, espaço dedi-cado à venda de artigos para acasa, a funcionar na Avenida Heróisde Angola, deverá manter-se deportas abertas.

Além desta insígnia, daPull&Bear, da Zara e da Bershka, fa-zem parte do grupo Inditex a Stra-divarius e a Oysho (ambas presen-tes no LeiriaShopping), a Uterqüee a Massimo Dutti. Esta última co-meçou por abrir também no Edifí-cio Garage, em meados de 2009,mas acabaria por fechar no Verãode 2012. Agora está presente ape-nas no LeiriaShopping.

O JORNAL DE LEIRIA tentou ou-vir a Inditex mas até ao fecho des-ta edição não recebeu resposta àsperguntas enviadas.

7.000De acordo com informaçãodisponível no site do GrupoInditex, este tem 7.000 lojas em91 mercados

8Em Leiria, neste momento, ogrupo tem oito lojas abertas,entre espaços situados no centroda cidade e no LeiriaShopping

Os números

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