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O Jornal Edição 3, Ano 2 Em 20 anos de grêmio estudantil no Gra- cinha, varias foram as propostas de um jornal fei- to por alunos e para alunos. E aqui estamos nós, tentando retoma-la. Com publicações periódicas, O Jornal tem como proposta base e inicial a apro- ximação dos alunos com questões da escola, e até de nível mundial. Em um formato didático e prático, O Jor- nal geralmente tem um tema pré-definido, o desta edição, em homenagem ás eleições, é política. O Jornal dispõe de diversos textos que interessam todos os tipos de público, dentre eles: Dois editoriais, sobre temas variados. Três artigos de opinião assinados, trazendo opini- ões variadas sobre temas do cotidiano. Até três artigos sobre esportes, dos mais variados. Dois artigos escritos por professores, tentamos dividir sendo um do ensino médio e outro do ensino fun- damental. Duas ou mais matérias de jornais mun- diais, variando entre um francês, um brasileiro e um estadunidense. Sempre que conseguirmos teremos uma entrevista com alguma personalidade brasileira, dependendo do tema pré-definido do jornal. Um conto ou poema, ao estilo dos velhos “Folhetins”. Uma matéria sobre o ensino fundamental, outra sobre o ensino médio e cinco tirinhas e charges, tiradas de diversos jornais. Com a publicação desta edição, espera- mos que essa tradição seja retomada. Nós, mem- bros da diretoria de imprensa do Grêmio Oda- ra, esperamos então, que essa tradição seja nova- mente aceita e introduzida na vida dos estudantes da escola, para que assim, forme-se (de novo) mais um patrimônio do Grêmio. Bem vindos a nova era do jornal Passam-se 6 anos da infeliz gestão de Gilberto Kassab em São Paulo, rejeitada por 48% dos paulista- nos, 2ª pior rejeição da história da cidade, superada apenas por Celso Pitta ao fim de seu mandato. Os pau- listanos, no domingo 28, foram às urnas escolher entre José Serra (PSDB), candidato que representa a manu- tenção do projeto político de Kassab para São Paulo, e Fernando Haddad (PT), representante da oposição na capital, da mudança. Dados os índices da aprovação da gestão Kassab, somados aos 47% de rejeição de José Serra, não é difícil compreender a vitória de Haddad. Caso ocorresse, a vitória de José Serra representa- ria enorme retrocesso na política da cidade de São Pau- lo. Há 20 anos no Palácio dos Bandeirantes, com Mário Covas, Geraldo Alckimin e o próprio Serra, o PSDB construiu em São Paulo um aparelho policial violento, patrocinou a exclusão social, privatizou aparelhos pú- blicos, como o metrô e foi incapaz de resolver a rela- ção da cidade de São Paulo com seus rios. Além disso, na capital, a gestão Serra/Kassab possui o pior índice de construção de metrô do mundo: menos de 2km por ano. Kassab cumpriu apenas 47% daquilo que prome- tera em 2008, tendo Serra agregado à seu plano de go- verno aquilo que Kassab não soube fazer. Por outro lado, o PT merece um voto de confian- ça dos paulistanos. As duas gestões petistas na capital, de Luiza Erundina e Marta Suplicy, constituiram as melhores gestões da história de São Paulo. Erundina foi responsável pela criação dos corredores de ônibus, implantou o Orçamento Participativo, tendo sido consi- derada uma das principais líderes da esquerda do país. Com Paulo Freire na Secretaria da Educação, desen- volveu os MOVAs (Movimento de Alfabetização), centros de alfabetização e instrução de adultos. Com Marilena Chauí na Secretaria da Cultura, foi responsá- vel pela construção do sambódromo do Anhembi e pela restauração da Biblioteca Mario de Andrade. Na área da Habitação, Erundina constituiu os Mutirões da Habitação, nos quais a prefeitura fornecia espaço, ma- terial e apoio para que as famílias construirem suas residências, reduzindo drasticamente o déficit habita- cional da cidade. Ainda, a prefeita conseguiu trazer de volta a capital a Fórmula 1, através da reforma do autó- dromo de Interlagos. Em sua gestão, Marta Suplicy criou os CEUs, estabelecimentos educacionais de grande porte, visan- do integrar a escola tradicional, com atividades extra- curriculares e centros esportivos e culturais. Marta, na área dos transportes, introduziu os corredores de ôni- bus sem muros nem grade e criou o Bilhete Único. A prefeita criou o “Vai e Volta”, sistema de transporte escolar para alunos de escolas municipais. Terminou seu mandato com 48% dos paulistanos avaliando sua gestão como boa/ótima, uma das melhores aprovações da história da cidade entratanto, por razões que intri- gam analistas políticos, não conseguiu transformar sua alta aprovação em votos para ser reeleita. A se analisar as gestões petistas e tucanas na capi- tal, é perfeitamente justificável, e ainda louvável, o voto paulistano no candidato Fernando Haddad. Agora nos resta torcer por uma mais uma gestão inovadora do Partido dos Trabalhadores na cidade de São Paulo, transformando aquela que é a principal cidade da Amé- rica Latina em uma cidade mais justa e igual. Voto de confiança Senadora Marta Suplicy e Ex-Presidente Lula em comício da campanha de Haddad

Primeira Edição do Jornal do Grêmio Odara

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Jornal Odara 1ª Edição

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Page 1: Primeira Edição do Jornal do Grêmio Odara

O Jornal Edição 3, Ano 2

Em 20 anos de grêmio estudantil no Gra-

cinha, varias foram as propostas de um jornal fei-

to por alunos e para alunos. E aqui estamos nós,

tentando retoma-la. Com publicações periódicas,

O Jornal tem como proposta base e inicial a apro-

ximação dos alunos com questões da escola, e até

de nível mundial.

Em um formato didático e prático, O Jor-

nal geralmente tem um tema pré-definido, o desta

edição, em homenagem ás eleições, é política. O

Jornal dispõe de diversos textos que interessam

todos os tipos de público, dentre eles:

Dois editoriais, sobre temas variados.

Três artigos de opinião assinados, trazendo opini-

ões variadas sobre temas do cotidiano. Até três

artigos sobre esportes, dos mais variados. Dois

artigos escritos por professores, tentamos dividir

sendo um do ensino médio e outro do ensino fun-

damental. Duas ou mais matérias de jornais mun-

diais, variando entre um francês, um brasileiro e

um estadunidense.

Sempre que conseguirmos teremos uma

entrevista com alguma personalidade brasileira,

dependendo do tema pré-definido do jornal. Um

conto ou poema, ao estilo dos velhos “Folhetins”.

Uma matéria sobre o ensino fundamental, outra

sobre o ensino médio e cinco tirinhas e charges,

tiradas de diversos jornais.

Com a publicação desta edição, espera-

mos que essa tradição seja retomada. Nós, mem-

bros da diretoria de imprensa do Grêmio Oda-

ra, esperamos então, que essa tradição seja nova-

mente aceita e introduzida na vida dos estudantes

da escola, para que assim, forme-se (de novo)

mais um patrimônio do Grêmio.

Bem vindos a nova era do jornal

Passam-se 6 anos da infeliz gestão de Gilberto

Kassab em São Paulo, rejeitada por 48% dos paulista-

nos, 2ª pior rejeição da história da cidade, superada

apenas por Celso Pitta ao fim de seu mandato. Os pau-

listanos, no domingo 28, foram às urnas escolher entre

José Serra (PSDB), candidato que representa a manu-

tenção do projeto político de Kassab para São Paulo, e

Fernando Haddad (PT), representante da oposição na

capital, da mudança. Dados os índices da aprovação da

gestão Kassab, somados aos 47% de rejeição de José

Serra, não é difícil compreender a vitória de Haddad.

Caso ocorresse, a vitória de José Serra representa-

ria enorme retrocesso na política da cidade de São Pau-

lo. Há 20 anos no Palácio dos Bandeirantes, com Mário

Covas, Geraldo Alckimin e o próprio Serra, o PSDB

construiu em São Paulo um aparelho policial violento,

patrocinou a exclusão social, privatizou aparelhos pú-

blicos, como o metrô e foi incapaz de resolver a rela-

ção da cidade de São Paulo com seus rios. Além disso,

na capital, a gestão Serra/Kassab possui o pior índice

de construção de metrô do mundo: menos de 2km por

ano. Kassab cumpriu apenas 47% daquilo que prome-

tera em 2008, tendo Serra agregado à seu plano de go-

verno aquilo que Kassab não soube fazer.

Por outro lado, o PT merece um voto de confian-

ça dos paulistanos. As duas gestões petistas na capital,

de Luiza Erundina e Marta Suplicy, constituiram as

melhores gestões da história de São Paulo. Erundina

foi responsável pela criação dos corredores de ônibus,

implantou o Orçamento Participativo, tendo sido consi-

derada uma das principais líderes da esquerda do país.

Com Paulo Freire na Secretaria da Educação, desen-

volveu os MOVAs (Movimento de Alfabetização),

centros de alfabetização e instrução de adultos. Com

Marilena Chauí na Secretaria da Cultura, foi responsá-

vel pela construção do sambódromo do Anhembi e

pela restauração da Biblioteca Mario de Andrade. Na

área da Habitação, Erundina constituiu os Mutirões da

Habitação, nos quais a prefeitura fornecia espaço, ma-

terial e apoio para que as famílias construirem suas

residências, reduzindo drasticamente o déficit habita-

cional da cidade. Ainda, a prefeita conseguiu trazer de

volta a capital a Fórmula 1, através da reforma do autó-

dromo de Interlagos.

Em sua gestão, Marta Suplicy criou os CEUs,

estabelecimentos educacionais de grande porte, visan-

do integrar a escola tradicional, com atividades extra-

curriculares e centros esportivos e culturais. Marta, na

área dos transportes, introduziu os corredores de ôni-

bus sem muros nem grade e criou o Bilhete Único. A

prefeita criou o “Vai e Volta”, sistema de transporte

escolar para alunos de escolas municipais. Terminou

seu mandato com 48% dos paulistanos avaliando sua

gestão como boa/ótima, uma das melhores aprovações

da história da cidade – entratanto, por razões que intri-

gam analistas políticos, não conseguiu transformar sua

alta aprovação em votos para ser reeleita.

A se analisar as gestões petistas e tucanas na capi-

tal, é perfeitamente justificável, e ainda louvável, o

voto paulistano no candidato Fernando Haddad. Agora

nos resta torcer por uma mais uma gestão inovadora do

Partido dos Trabalhadores na cidade de São Paulo,

transformando aquela que é a principal cidade da Amé-

rica Latina em uma cidade mais justa e igual.

Voto de confiança

Senadora Marta Suplicy e Ex-Presidente Lula em comício da campanha de Haddad

Page 2: Primeira Edição do Jornal do Grêmio Odara

Em nosso cotidiano é cada vez mais co-

mum a triste cena de algum individuo reclaman-

do, generalizando ou rejeitando todos os políti-

cos, as atividades políticas e as pessoas interessa-

das pela política. Mesmo o termo política já gera

certa repulsa de grande parte da população. A

frase “Todo político é ladrão” já foi ouvida por

todos nós ao menos uma vez na vida, e cada vez

mais nos deparamos com figuras despolitizadas

que usam dessa generalização e da própria indig-

nação política como justificativa para a confor-

mação e acomodação com a situação da política

atual.

Mas, afinal, do que esses seres distantes

da política estariam se afastando? Será que a de-

cisão de abstenção já não seria uma decisão polí-

tica?

A política, em suas origens na Grécia

Antiga, era vista como todas as atitudes relacio-

nadas à coisa pública. Esta, no entanto, era me-

nos complexa do que atualmente, dado que pou-

cos tinham o direito de participação. Mas com a

Revolução Francesa, marco no qual se abriram as

portas para a participação massiva e universaliza-

da na politica, começa a surgir o sistema de re-

presentação e, depois, da representação partidá-

ria.

O que ocorre hoje é que muitas pessoas

veem a política como simplesmente os partidos e,

desiludidas com tal instância de poder, acabam

por desistir da política como um todo. Nas pala-

vras do político italiano, Pietro Barcellona: "[...]

a vida coletiva continua a funcionar como uma

máquina, mas os cidadãos não creem mais no

Estado e nos partidos, que lhes aparecem como

uma força hostil e incompreensível, e fogem da

realidade para tentar encontrar alguma compreen-

são para a frustração de ter de se submeter a uma

ordem insensata".

O fato é que nós, cidadãos, esquecemo-

nos, diversas vezes, dos muitos outros meios e-

xistentes de participação política, considerando

política sob o entendimento da tradição grega.

Tais formas de participação, como a atividade

estudantil, sindical e ambiental constituem tam-

bém parte muito importante da política. Essas

manifestações também deveriam ser usufruídas

para a fiscalização dos que governam e como

meio de aperfeiçoamento dos meios de represen-

tação, fazendo com que os últimos de fato sejam

representativos de todo a população, e não só

pequenos grupos restritos. Assim, o crescimento

de tais atitudes políticas não necessariamente

partidárias e as respectivas cobranças provavel-

mente poderiam produzir maior aproveitamento

dessas dimensões da política, diminuindo o poder

dos que nos representam ou, ao menos, levando-

os a tornarem-se mais representativos.

A questão não se encontra, todavia, no

desmerecimento da política partidária, porque

esta também possui grande importância. O fato é

que precisamos submetê-la aos valores coletivos

e ao poder democrático dos cidadãos, para que

então verdadeiramente funcione. E para tal, vale

clamar novamente pelas atitudes políticas a se-

rem exercidas pelos cidadãos além do simples

voto ou da fácil abstenção da atividade política,

ressaltando atitudes cotidianas de caráter exigen-

te e fiscalizador de seus representantes políticos.

Afinal, o que é a política se não a atuação do po-

vo sobre o bem público que lhe é de direito?

Por Rachel Befi

A política vale a pena?

Nasci em uma família bem fragmentada

em relação a política. Meu avô assina a Veja até

hoje, é o passatempo de seu domingo, junto a

uma Itaipava e a deliciosa comidinha caseira da

minha avó. Meu pai, de esquerda, me fala do

mandato de Erundina, aquele povo alegre, a cida-

de não abandonada, ao menos uma vez. Minha

mãe, mas confusa do que não sei o que, votou no

43, que segundo minha madrasta era uma união

do 40 do Serra e do 3 do Haddad. Na Vila, minha

escola de infância, os professores sempre nos

influenciavam ao PT, visto que a guerra enérgica

em nossa abandonada São Paulo é entre PT e

PSDB. Desde que sei o que é “política”, PT é o

“menos pior”, e o Serra... bom , não preciso nem

comentar, não é mesmo?

Agora, no Gracinha, certamente com

mais garra e cegueira do que na Vila, o professor

que carrega a tocha do PT, protegendo a tudo,

contra todos ataca seu “inimigo” com argumentos

e apelações piores do que uma criança de cinco

anos, implorando a sua mãe que compre o choco-

late. Não o desmerecendo, só acredito que dis-

cussões mais limpas e menos apelativas sejam

mais apropriadas a um professor tão seguro de

seus conhecimentos.

Como se não bastasse as apelações do

petista roxo, descubro que Kassab foi bom

“porque plantou árvores”. Depois desse belíssi-

mo argumento fico, ciente de meus atos, tenden-

ciosa ao PT. Mas pensando bem, visando que

acredito com toda a minha fé, que o primeiro tur-

no existe pra votar em quem você acreditar, e não

fazer “voto-útil” (alias que termo mau emprega-

do! Voto útil são todos os votos, não? Se são vo-

tos, são úteis! São pronunciamentos de cidadãos,

como ser inútil? Não quero saber se Levy e seu

aerotrem tem pouquíssimas chances de serem

eleitos, um voto no Levy, é um voto útil”), PT e

PSDB não são as únicas opções.

Enfim, tudo isso pra dizer que ainda não

entendo de política, não sei se vale entender. Es-

pero que todos me entendam, afinal, não é nada

pessoal.

Por Moraiá Biagioni

Vale a pena entender?

O JORNAL PÁ GINA 2

Luiza Erundina, no primeiro ano de governo, em 1989: mar-

cas da gestão ainda se refletem em seu capital eleitoral

Opinião

Page 3: Primeira Edição do Jornal do Grêmio Odara

A comemoração dos 300 anos do

nascimento de Rousseau – um pensador

em certa medida extemporâneo, que se

opunha tanto aos valores da nobreza quan-

to aos da burguesia – recentemente convi-

dou a reflexão acadêmica à discussão acer-

ca da origem da desigualdade, do papel da

educação, do significado da vontade geral,

da soberania popular etc. É impelido pela

recordação de suas ideias que gostaria,

aqui, de provocar algumas reflexões.

Primeiramente, a gritante a desi-

gualdade socioeconômica em nossa cidade

não permite, eticamente falando, qualquer

indiferença quanto às ações para dissipá-la.

Nada nos desculpa pelo abandono ou ne-

gligência com relação a valores como a

igualdade, o conhecimento e a participação

nas decisões da coisa pública. Para dar um

único exemplo, como não nos inquietar-

mos com o avanço dos grupos interessados

na especulação imobiliária na cidade? Com

uma visão controversa e excludente de

progresso, eles impiedosamente agravam

as consequências da baixa renda, inviabili-

zando de vez aos mais empobrecidos a

chance de uma moradia digna e bem loca-

lizada, ao mesmo tempo em que entopem

nossas ruas de carros, ao erigir com uma

arquitetura egoísta prédios de profundos

subsolos, cada vez com mais oferta de va-

gas de garagem.

E não seria igualmente lamentável a

meritocracia acrítica e ideológica que visa

a desmoralizar o valor da escolha política

das periferias, numa tentativa demagógica

de rotulá-las como ignorantes – defenden-

do veladamente uma espécie de aristocra-

cia intelectual a la Platão –, como se o po-

vo menos letrado não fosse capaz de com-

preender as consequências todas das deci-

sões da prefeitura que sentem na pele?

Será mesmo que sua condição social não

lhes pode garantir uma sensibilidade políti-

ca maior?

Ora, cidadania é participação de

todos! E essa participação requer tempo; e

arrumar tempo mesmo e sobretudo numa

metrópole de ritmo alucinante como a que

vivemos. Tempo pra refletir, pra pesquisar

sobre a vida e conhecer as propostas de um

candidato, se as tem e se são consistentes.

Tempo pra averiguar se nossos valores

estão alinhados com a demanda mais ur-

gente e prioritária de uma sociedade que se

pretenda verdadeiramente inclusiva. Tem-

po pra discutir, rever, aperfeiçoar e, enfim,

difundir as próprias ideias e escolhas, sem

o que não praticamos nem consolidamos a

democracia.

Como Rousseau nos ensinou, a

vontade geral, numa democracia de verda-

de, não é a somatória das vontades indivi-

duais, menos ainda as de indivíduos tão-

somente autointeressados, mas aquele quo-

ciente mesmo em que nos reconhecemos

unidos porque alcançado a partir da coinci-

dência entre as vontades individuais res-

peitadas, livres e soberanas ao mesmo tem-

po em que representadas por um governo

legítimo – porque um assim não trai as

necessidades dos indivíduos, sobretudo as

dos mais necessitados.

Por fim, não seriam também risí-

veis, nesse tempo de eleições, os falaciosos

discursos que reduzem toda adesão parti-

dária a um dogmatismo ingênuo, bem co-

mo, no outro extremo, aqueles que nunca

aceitam oposições ou críticas como ao

menos dignas de averiguação, ou ainda os

que alegam poder assegurar alguma neu-

tralidade política pelo simples fato de não

se identificar razoavelmente com um parti-

do? No sentido da participação passiva na

democracia, também calar-se e omitir-se é

dizer, escolher e agir; ora, não há como

não estar se posicionando. Logo, bom sen-

so, bons valores e boa educação, como

insistia Rousseau, são imprescindíveis para

a sensibilidade política, cada vez mais rara.

Por André Fávero (professor de Filosofia –

EM)

O JORNAL PÁ GINA 3

Cuidemos da Política

Ao meu jeito, desde muito pequeno,

gosto de política, inclusive a partidária.

Tenho na memória momentos e pessoas

especiais, graças à política. Ia votar com

meu pai, que sufragava a oposição à Dita-

dura Militar, como apreciava discutir con-

juntura política com meu tio Alfredo. Vale

lembrar que meu pai não apreciava a polí-

tica partidária.

Com o tempo – e não demorou mui-

to, aprendi que política vai muito além da

partidária. Na nossa existência, o ato polí-

tico é recorrente e cotidiano. Como cada

um carrega interesses particulares, faz a

defesas desses também a todo instante.

Assim como veio outra descoberta: o valor

do ato político ganha peso quando o coleti-

vo se sobrepõe ao individual. Por que cada

um buscar uma saída, se o problema é de

um grupo ou de todos?

Ao considerar a saída coletiva mais

carregada de valor, não ignoro, por outro

lado, que ela gera mais trabalho, discussão,

debate e algumas rusgas. Mas é nesse pro-

cesso coletivo que as saídas ganham mais

qualidade e justiça. Creio que os erros co-

letivos sejam mais raros. As saídas indivi-

duais resolvem dificuldades individuais,

mas são egoístas e perigosas. Servem, mui-

tas vezes, para manter uma ordem produto-

ra de mazelas.

Nesse sentido, é menos surpreen-

dente do assustador como o caminho indi-

vidual ganhou força na sociedade contem-

porânea. Não são poucos aqueles que não

compreendem que sua realidade não dife-

re, em essência, da de pessoas próximas.

Ignoram com gosto. O outro não passa de

concorrente, que disputa espaços de influ-

ência e poder. Como se as existências não

pudessem ser partilhadas. Felizmente, po-

rém, não são poucos os traçam outros ca-

minhos.

Ao mesmo tempo, o fazer política é

histórico. Já houve tempo, no Brasil e em

grande parte do mundo, que nem todas as

filiações partidárias eram legais e os sindi-

catos e associações em geral, controlados

ou proibidos. A democracia no Brasil pou-

co prevaleceu durante todo o século XX.

Ocorreram eleições presidenciais na cha-

mada República Velha (1889-1930) com a

participação de 2% dos brasileiros! Esses

tempos ficaram no passado, o que não é

pouca coisa.

O que é fazer política hoje? Ainda é

a partidária, apesar de razoável descrédito,

a sindical e das associações em geral, co-

mo a dos grêmios estudantis, dos morado-

res de um bairro, das minorias étnicas,

sexuais, regionais e nacionais. Essas cate-

gorias tendem a aumentar. Mais do que

isso: o fazer política ganhou novas dimen-

sões com a realidade virtual. Tornou-se

possível a militância virtual, ainda que

muitos questionem a sua validade e eficá-

cia, pois defendem que política se faz na

rua e não nas redes sociais. De qualquer

forma, o mundo virtual já permite que as

pessoas se reunião no espaço público – o

ambiente privilegiado do ato político.

Quem não se lembra da polêmica acerca

do local que seria escolhido para a constru-

ção de uma estação de metro em Higienó-

polis, que produziu o já famoso Churras-

cão da Gente Diferenciada? Mais recente,

duas manifestações na praça Roosevelt:

Existe Amor em São Paulo; na primeira,

uma resistência ao conservadorismo de um

dos candidatos à prefeitura de São Paulo,

na outra, um alerta aos que disputam o

segundo turno: a cidade não pode ficar

alheia ao debate de uma política cultural.

Muita gente reunida nos dois encontros. E

como bem lembraram os organizadores: o

foi político, mas não partidário.

Por fim, vale destacar que apesar

das constantes práticas individualistas, não

é pequeno o grupo que se organiza e luta.

Parece que aumenta o grupo daqueles que

brigam para que os benefícios criados pe-

los homens cheguem para todos. Apesar de

muitos entraves, vejo um futuro com coi-

sas boas para a maioria. E graças à políti-

ca.

Prof.

Plínio Labriola Negreiros

POLÍTICA: PARA QUÊ?

Professores

Page 4: Primeira Edição do Jornal do Grêmio Odara

O JORNAL PÁGINA 4

Um assunto abordado com frequência é a

Copa do Mundo de 2014 a ser realizada no Bra-

sil. É com algum pesar que nós ainda estejamos

preocupados com o que acontecerá até lá, visto

que a riqueza no nosso país é mal distribuída e

assim o capital se concentra em algumas porções

do território.

Nos dias de hoje, as informações chegam

e saem muito rapidamente e com relativos erros,

a mídia é um apoio ou uma “falsa amiga” é preci-

so analisar e abranger os conteúdos acessados.

Isso não é diferente para o nosso assunto aborda-

do, as informações que a mídia acaba oferecendo

não são de grande importância se referindo ao

assunto Brasil, o que nós vemos nos jornais e

sites constantemente aborda a construção dos

estádios para o evento. De modo algum devemos

tirar o mérito de que essa parte do “projeto Copa”

está realizando-se com certo êxito, todavia o que

alguns acabam esquecendo são as outras partes

dessa idealização, iniciada no período no qual o

Brasil foi escolhido para ser a sede da Copa do

Mundo de 2014.

Um evento de tal porte que

atrairá diversos países e estran-

geiros ao nosso país precisa ter

uma infraestrutura capaz de

suportar o que é o maior espe-

táculo de esportes em todo o

planeta. Sem querer entrar no mérito, mas já en-

trando é dever da cúpula da cada município

(nesse caso, o que está sendo eleito nesse mês)

sede e do governo federal que trouxe a Copa para

o Brasil, investir e administrar as outras partes,

tais como aeroportos, transporte, policiamento e

etc.

Durante as férias visitei o Canadá, mais

precisamente a cidade de Toronto e seus arredo-

res. Tive uma experiência válida e talvez incômo-

da, estava sozinho e o meu voo foi cancelado,

com toda infraestrutura que lá existe resolveram

o meu problema, que depois descobri que foram

cancelados todos os voos para Nova York, para

onde eu estava indo. O que aconteceria se esse

incidente ocorresse aqui? Cancelarem vários vo-

os para uma grande cidade? Bom o tempo que

essa administração tem não é de se esbanjar, tem

que fazer com calma e seriedade, a Copa do

Mundo talvez tenha sido trazida para o nosso país

antecipadamente. Atualmente o único estado que

tem um aeroporto internacional razoável é São

Paulo, só que não suportaremos apenas um aero-

porto com voos de outras grandes cidades. A so-

lução caso isso acontece seria uma paralização de

voos domésticos? E como fica a situação das ou-

tras sedes? Perguntas que temos menos de 2 anos

para responder e nos preocupar.

Por Felipe Pina

O caminho para o hexa tem muitos obstáculos

O futebol é o esporte mais popular do mun-

do com mais de sete milhões de praticantes regu-

lares ou ocasionais. Além disso, é indiscutivel-

mente, um dos cartões-postais e paixões do Bra-

sil. Esta arte retratada como “jogo de trancos e

pontapés”, pelo ilustre escritor Lima Barreto, está

ha um bom tempo sendo, muitas vezes, esmagada

pelos grotescos erros de arbitragem.

Lances importantes no futebol nacional ou

mesmo no internacional são marcados pelos erros

da arbitragem, tornando-se inesquecíveis, como o

chute de Lampard, pela Inglaterra contra a Ale-

manha que ultrapassou em 33 cm a linha do gol,

mas o lance não foi validado, nas oitavas de final

da última Copa do Mundo. Ou mesmo o memo-

rável erro do juiz Javier Castrili, na semifinal do

Campeonato Paulista de 1998 entre Corinthians e

Portuguesa, no qual ele marcou um pênalti ine-

xistente contra a equipe lusitana, nos acréscimos

do 2° tempo que se convertido levaria a equipe

do Parque São Jorge para a final a competição.

O presidente da FIFA (Federação Internacio-

nal de Futebol Associado), Joseph Blatter, por

muito tempo “titubeou” na aplicação da tecnolo-

gia no futebol, recurso que é empregado com su-

cesso em outras federações como na NFL

(National Football League), liga estadusunidense

de futebol americano, ou na NBA (National Bas-

ketball Association), liga norte-americana de bas-

quete.

A animadora notícia para os fãs do futebol é

que nessas ultimas semanas de outubro a FIFA

vem realizando testes para a aplicação dessas tão

discutidas tecnologias e já fechou o contrato com

duas empresas (GoalRef e Hawk-Eye) para insta-

lar sensores nas traves de estádios pelo mundo. A

inovação tecnológica consiste em um chip dentro

da bola que quando a mesma passa totalmente

pela linha do gol, monitorada por sensores nas

traves, faz com que o relógio do árbitro vibre,

indicando o gol. A modernosa invenção tem até

data de estreia em um jogo oficial, e serra posta

em prova no dia 06 de dezembro de 2012, no

Mundial de Clubes no Japão. Mas claro, que a

receosa como por tradição FIFA já fez um seguro

que a isenta em caso de falha da nova tecnologia.

A decisão de colocar o, já apelidado, “juiz eletrô-

nico”, foi correta, porém atrasada e o poderoso

órgão supremo do futebol mundial já descarta o

debate para a aplicação de outras tecnologias,

como a utilização do replay pelo quarteto de arbi-

tragem ou aparelhos que monitorem a linha de

impedimento, o que seria extremamente saudável

para o esporte e todos envolvidos (times, atletas,

torcedores, árbitros e etc...).

Por Marco Magli

Esporte retrógrado

Protesto em oposição ao presidente da Fifa, Joseph Blatter

Page 5: Primeira Edição do Jornal do Grêmio Odara

Tantas campanhas ditas politica-

mente corretas e factualmente incorre-

tas são difundidas pela internet e reper-

cutem fora dela que não custava nada

essa massa em estado de rebeldia à

deriva abraçar um bom combate.

Há várias causas à disposição de

soldados efetivamente interessados no

aperfeiçoamento da nossa ainda imper-

feita democracia. Um exemplo? O fim

do voto secreto no Congresso, ao me-

nos para os casos de cassação de man-

datos comprovadamente incompatíveis

com o decoro parlamentar.

O assunto de quando em vez volta

à discussão no Parlamento. Sempre que

há algum escândalo envolvendo depu-

tados e/ou senadores ou quando assisti-

mos a alguma absolvição escandalosa.

A última, em 2011, favoreceu a

deputada Jaqueline Roriz, flagrada em

vídeo recebendo dinheiro de origem

desconhecida pelas mãos de um conhe-

cido frequentador - Durval Barbosa, o

delator e participante do esquema que

resultou na queda do então governador

do DF, José Roberto Arruda - de terre-

nos onde a política se mistura à corrup-

ção.

Em 2006, em meio a renúncias e

absolvições de parlamentares envolvi-

dos no escândalo do mensalão, a Câ-

mara aprovou o fim do voto secreto.

Foram 383 votos a favor, nenhum con-

tra e quatro abstenções, em primeiro

turno.

Na época houve muita animação e

apoio à decisão. Mas o tempo passou, o

clima de indignação arrefeceu e a coisa

por ali ficou faltando completar o pro-

cesso de votação na Câmara e remeter

a proposta ao Senado.

Agora com o caso do senador

Demóstenes Torres volta-se a debater o

assunto, embora timidamente. É que a

situação dele é tão grave, há tanta into-

lerância em relação ao disfarce de de-

fensor da ética, são tantos os inimigos

que o senador colecionou por causa

desse papel e é tão inconsistente (senão

inexistente) sua sustentação política,

que o corporativismo dificilmente pros-

perará ao abrigo do voto secreto quan-

do o processo for ao exame do plenário

no Senado.

Portanto, ainda não será dessa vez

que uma crise resultará em avanço e o

voto secreto no Parlamento continuará

servindo de salvaguarda a representan-

tes da sociedade que não desejam dar

satisfações aos seus representados.

Note-se, então, que esse assunto

se inscreve entre aqueles passíveis de

intervenção popular. Energia solta no

ar há de sobra. Pena que em boa medi-

da desajeitada e por isso desperdiçada.

Falta compreensão para distinguir

o que realmente é importante para a

melhoria do processo político daquilo

que tanto serve para aplacar consciên-

cias de inocentes úteis quanto presta

serviço ao (não raro remunerado) ofício

da má-fé.

Roncos da reação. Há duas ques-

tões não respondidas pelas tropas de

ataque à Veja: as denúncias divulgadas

pela revista eram verdadeiras ou falsas?

Ajudaram ou prejudicaram na elucida-

ção de casos de corrupção?

Considerando a veracidade e o

benefício (abertura de inquéritos, pro-

cessos e demissões) resultante das re-

portagens e reveladores do compromis-

so com os fatos, resta a evidência de

inequívoco desconforto com a vigência

da liberdade de imprensa no País e o

indisfarçável desejo de alguma forma

de revogação da regra.

Certamente não se veem assim,

mas esses grupos atuam à semelhança

de setores conhecidos durante a ditadu-

ra como "bolsões radicais" contrários à

retomada do Estado de Direito.

Revisão. Leitor pondera e tem

razão: se Carlos Augusto Ramos é tra-

tado na imprensa como chefe de um

esquema criminoso, acusado em pro-

cesso na Justiça de Goiás por diversos

delitos entre os quais lavagem de di-

nheiro, não faz sentido nos referirmos a

ele como mero "contraventor".

Ademais... É como já avisou dou-

tor Márcio Thomaz Bastos: o homem

silenciará na CPMI a fim de não se

incriminar mais do que já está.

Por Dora Kramer - O Estado de

S.Paulo

Sem pai nem mãe

O JORNAL PÁGINA 5

O Presidente Obama, que em

seu discurso pronunciado em Cairo

no ano de 2009 afirmara pretender

reconciliar os EUA com o Mundo

Árabe-Muçulmano, condenou re-

centemente os ataques contra os

Estados Unidos e clamou ao mundo

uma frente unida contra a violência.

A seis semanas da eleição presiden-

cial, o candidato democrata – acu-

sado de fraqueza por seu adversário

republicano, alertou o Irã que o

tempo “não era ilimitado” para que

o país respondesse quanto à questão

nuclear.

Em um discurso um tanto can-

sativo, substancialmente tratando

dos desafios dos EUA, conquanto

pronunciado com eloquência habi-

tual, sob aplausos polidos da audi-

ência, Barack Obama prestou vi-

brante omagem ao embaixador nor-

te-americano na Líbia, Chris Ste-

vens, morto em Benghazi no último

11 de setembro. “Com três colegas,

Chris foi morto na mesma cidade

que ele ajudou a salvar”. “Os ata-

ques contra nós não são somente

ataques contra a América” ele insis-

tiu, “são ataques contra os ideais

que fundaram as Nações Unidas.”

O presidente norte-americano

dedicou longa parte de sua fala à

discorrer sobre a liberdade de ex-

pressão, responsabilizando às inú-

meras reprises do “vídeo anti-Islã”

como origem das violências. “Eu já

disse claramente que o Governo dos

Estados Unidos não tem nada a ver

com essse video; essa mensagem

deve ser rejeitada, pos insulta não

somente o Islã, mas também a A-

mérica”. Os republicanos veem

nisso um sinal de graqueza e de

“desculpas inúteis” perante os paí-

ses árabes. Mas Obama citou sua

própria experiência, fazendo alusão

à uma divisão que assola a política

nos Estados Unidos: “Eu mesmo,

eu aceito que as pessoas no meu

país me tratem por nomes horríveis

todos os dias, e eu sempre defende-

rei seu direito de fazê-lo”.

Destacando os progressos na

Tunísia, Egito, Líbia e Yemen, o

presidente convidou o mundo à

combater as causas da raiva e esco-

lher “entre as forças que nos sepa-

ram e aquelas que nos unem”. Ca-

sualmente, ele comentou que em

um mundo onde uma mensagem de

ódio pode ser difundida por um

simples clique em um telefone, os

Estados Unidos não podem contro-

lar tudo.

Apesar de ter criticado Mitt

Romney por não citar o Afeganis-

tão em seu discurso na convenção

republicana, o candidato à reeleição

não fez mais que uma breve refe-

rência ao tema. Ele também não

anunciou nada de novo sobre a Sí-

ria. Concentrou-se no Irã, tema que

é o coração da campanha eleitoral,

desqualificando qualquer política

de contenção: “Um Irã equipado de

armas atômicas não é um desafio

que pode ser contido. Isto pode cau-

sar a destruição de Israel, ameaçará

a segurança dos países do Golfo e a

estabilidade da economia mundial”.

O presidente, no entanto, não cedeu

as pressões de Benyamin Nétanya-

hou, que exigiu “linhas vermelhas”

para a questão iraniana. O Primeiro-

Ministro israelense comparecerá à

ONU dia 26/09.

Obama defende EUA e adverte o Irã

Page 6: Primeira Edição do Jornal do Grêmio Odara

O JORNAL PÁGINA 6

Política é um assunto muito

presente em nossas vidas. Seja

quando estamos escutando rádio e

está acontece o horário eleitoral gra-

tuito, ou na televisão. A política está

presente no ambiente em que vive-

mos. No 9º ano o projeto de série é

“São Paulo”, portanto saber o siste-

ma político da nossa cidade é funda-

mental. Os professores introduzem

tal tema de diversas maneiras.

A matéria na qual o tema é

mais presente é história. Nela vemos

a política desde a idade moderna,

começando pelo teatro político até o

horário eleitoral de hoje em dia.

Também aprendemos sobre o que é

um estado e como funciona o nosso

sistema de governo, trazendo notí-

cias sobre os três poderes e ações na

cidade que implicam com a socieda-

de civil. Em português esse ano vi-

mos sobre editoriais, e produzimos

um nosso falando sobre o horário

eleitoral gratuito. Política também é

um tema aparente nas aulas interdis-

ciplinares. Sempre estamos discutin-

do sobre a nossa cidade e como nós

cidadãos podemos ajuda-la a crescer

e ao preparar o Congracinha alguns

grupos discutem extremamente esse

tema. Sendo assim a política é fun-

damental desde antes do colegial.

Por Valentina Kacelnik

A política é fundamental

Escola

O jovem sempre esteve ligado à po-

lítica. A UNE na ditadura teve im-

portância primordial, os “caras pin-

tadas” derrubaram um presidente da

república. Mas e hoje? Alguns di-

zem que a juventude se alienou em

tempo e espaço, outros preferem

alegar que somos todos alienados.

O Gracinha sempre esteve à frente

das outras escolas neste ponto. Sem-

pre que qualquer um escuta o nome

da nossa escola, vem a cabeça uma

formadora de opiniões, de cidadãos,

e não máquinas de passar em vesti-

bular. No ensino fundamental esse

contato ainda é quase imperceptível.

Uns não sentem falta, outros podem

sentir, mas enfim, a política não é

assunto recorrente para os alunos do

EF (salvo algumas exceções).

Porém no EM essa aproximação é

obvia. Aulas de Sociologia e Filoso-

fia entram na grade horária. As au-

las de Física são dominadas por au-

las de política externa ou de política

de tempos atrás. Geografia, História,

Português, até mesmo Matemática

dá um jeito de falar sobre política.

Agradável? Prejudicial? Não sei,

mas é imprescindível para com os

ideais da escola.

A aproximação é dada de maneira

de uma maneira um tanto repentina,

e os que não gostam talvez fiquem

atordoados. Mas talvez a principal

conquista dessa aproximação seja o

aprendizado de que política não é

somente a partidária. Isso é funda-

mental e condizente com o que di-

zem fora dos muros da escola, que

“O Gracinha é uma escola formado-

ra de cidadão ativos”.

Segundo os gregos antigos, a políti-

ca é um termo que se refere a todos

os procedimentos relativos à pólis, à

cidade e Estado. Porém devemos

pensar mais profundo, ampliar nos-

sos horizontes. A filósofa alemã

Hannah Arendt dizia que a política é

a “convivência entre diferentes”.

Assim como ela também disse, o

termo indica também a “pluridade

dos homens” e pluridade significa

coexistência de diferentes. Em su-

ma, a política segundo ela é uma

incessante busca pela igualdade en-

tre opiniões distintas. Há ainda uma

terceira definição, a de Maquiavel,

que escreveu que a política é a arte

de persuadir, de manter e exercer o

governo e o poder.

Enfim, o ensino médio nos aproxi-

ma da política em si, isso é fato ine-

gável. Mas o que devemos fazer a

partir desse ponto? Já que mesmo de

maneira involuntária, somos seres

políticos. É preciso agir, mudar o

que julgamos não estar certo, o jo-

vem tem sim uma força inegável na

sociedade, e é esse o principal a-

prendizado que temos no EM.

Por Guilherme Almeida

O poder esquecido dos jovens

Manifestação dos "caras-pintadas" pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello

Page 7: Primeira Edição do Jornal do Grêmio Odara

O JORNAL PÁGINA 7

Anúncios e interesses

Resultado do concurso de fotografia!

Manoela Amorim

Carolina Petry

Danielle Gimenes Manoela Amorim

O Grêmio não obteve acesso ao arquivo digital

da fotografia do 5o colocado, André Hanna. A

mesma encontra-se exposta no mural do grêmio,

no Pátio Azul

1º lugar

2º lugar

3º lugar

4º lugar

6º lugar

Olívia Nagayama e André Barion

Page 8: Primeira Edição do Jornal do Grêmio Odara

Entretenimento

O JORNAL PÁGINA 8

Soneto da Separação

De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente.

Vinicius de Moraes

Realização: Diretoria de

imprensa do Grêmio Odara