1
Fonte: www.eduardoeginacarli.blogspot.com F F o o i i , , s s e e m m d d ú ú v v i i d d a a , , o o c c h h a a m m a a d d o o c c i i c c l l o o d d a a b b o o r r r r a a c c h h a a o o f f e e n n ô ô m m e e n n o o s s ó ó c c i i o o - - e e c c o o n n ô ô m m i i c c o o m m a a i i s s e e x x p p r r e e s s s s i i v v o o q q u u e e t t e e v v e e l l u u g g a a r r n n a a A A m m a a z z ô ô n n i i a a , , n n o o f f i i n n a a l l d d o o s s é é c c u u l l o o p p a a s s s s a a d d o o ( ( x x i i x x ) ) e e n n a a v v i i r r a a d d a a d d e e s s t t e e ( ( x x x x ) ) . . P P e e d d r r o o M M a a r r t t i i n n e e l l l l o o . . A A A A A A b b b b b b a a a a a a t t t t t t a a a a a a l l l l l l h h h h h h a a a a a a d d d d d d a a a a a a b b b b b b o o o o o o r r r r r r r r r r r r a a a a a a c c c c c c h h h h h h a a a a a a , , A A D D U U F F A A C C , , 2 2 0 0 0 0 4 4 . . 2 2 6 6 p p . . SOCIEDADE (Seringalista x Seringueiro) Seringal: unidade produtiva de borracha. Local onde se travavam as relações sociais de produção. Barracão: sede administrativa e comercial do seringal. Era onde o seringalista morava. Colocação: era a área do seringal onde a borracha era produzida. Nesta área, localizava a casa do seringueiro e as “estradas” de seringa. Um seringal possuía várias colocações. Varadouro: pequenas estradas que ligam o barracão às colocações; as colocações entre si; um seringal a outro e os seringais às sedes municipais. Através desses trechos passavam os comboios que deixavam mercadorias para os seringueiros e traziam pélas de borracha para o barracão. Gaiola: navio que transportava nordestino de Belém ou de Manaus aos seringais acreanos. Brabo: Novato no seringal que necessitava aprender as técnicas de corte e se aclimatar à vida amazônica. Seringalista (coronel de barranco): dono do seringal, recebia financiamento das Casas Aviadoras. Seringueiro: O produtor direto da borracha, quem extraia o látex da seringueira e formavam as pélas de borracha. Gerente: “braço-direito” do seringalista, inspecionava todas as atividades do seringal. Guarda-livros: responsável por toda a escrituração no barracão, ou seja, registrava tudo o que entrava e saía. Caixeiro: Coordenava os armazéns de viveres e dos depósitos de borracha. Comboieiros: responsáveis de levar as mercadorias para os seringueiros e trazer a borracha ao seringalista. Mateiro: identificava as áreas da floresta que continha o maior número de seringueiras. Toqueiro: Abriam as “estradas”. Caçadores: abastecia o seringalista com carne de caça. Meeiro: seringueiro que trabalhava para outro seringueiro, não se vinculando ao seringalista. Regatão: negociantes fluviais que vendiam mercadorias aos seringueiros a um preço mais baixo que os do barracão. Adjunto: Ajuda mútua entre os seringueiros no processo produtivo. - Havia alta taxa de mortalidade no seringal: doenças, picadas de cobra e parca alimentação. - Os seringueiros eram, em sua maioria, analfabetos; - Predominância esmagadora do sexo masculino. - A agricultura era proibida, o seringueiro não podia dispensar tempo em outra atividade que não fosse o corte da seringa. Era obrigado a comprar do barracão. 1° Ciclo da Borracha - Acre (1877-1813) Consolidação do valor comercial da Borracha (Forma-se o mercado consumidor do “ouro negro”) O Capital Monopolista Internacional financia toda a produção Gumífera (A Amazônia torna-se alvo do Imperialismo) Mão-de-obra Abundância de seringueira ECONOMIA - A partir da segunda metade do século XIX, por causa da crescente demanda internacional por borracha, os seringalistas com a ajuda financeira das Casas Aviadoras de Manaus e Belém, fizeram um grande recrutamento de nordestinos para a extração da borracha nos Vales do Juruá e Purus. - De 1877 até 1911, houve um aumento considerável na produção da borracha que, devido às primitivas técnicas de extração empregada, estava associado ao aumento do emprego de mão-de-obra. - O Acre chegou a ser o 3° maior contribuinte tributário da União. A borracha chegou a representar 25% da exportação do Brasil. - Como o emprego da mão-de-obra foi direcionado à extração do látex, houve, no Acre, escassez de gêneros agrícolas, que passaram a ser fornecidos pelas Casas Aviadoras. Sistema de Aviamento - Cadeia de fornecimento de mercadorias a crédito, cujo objetivo era a exportação da borracha para a Europa e EUA. No 1° Surto, não sofreu regulamentações por parte do Governo Federal. AVIAR= fornecer mercadoria a alguém em troca de outro produto. - O Escambo era usual nas relações de troca – as negociações eram efetuadas, em sua maioria, sem a intermediação do dinheiro. - Era baseado no endividamento prévio e contínuo do seringueiro com o patrão, a começar pelo fornecimento das passagens. - Antes mesmo de produzir a borracha, o patrão lhe fornecia todo o material logístico necessários à produção da borracha e à sobrevivência no seringal. Portanto, o seringueiro já começava o trabalho endividado. Nessas condições, era quase impossível para o seringueiro se libertar do patrão. “O sertanejo emigrante realiza ali, uma anomalia, sobre a qual nunca é demasiado insistir: é o homem que trabalha para escravizar-se”. Euclides da Cunha. CONSEQÜÊNCIAS - Povoamento da Amazônia. - Genocídio indígena provocado pelas “correrias”, ou seja, expedições com o objetivo de expulsar os nativos de suas terras. - Povoamento do Acre pelos nordestinos; - Morte de centenas de nordestinos, vítimas dos males do “inferno verde”. - Revolução Acreana e a conseqüente anexação do Acre ao Brasil (1889-1903); - Desenvolvimento econômico das cidades de Manaus e Belém; - Desenvolvimento dos transportes fluviais na região amazônica; CAPITAL INTERNACIONAL (Casas Exportadoras) Casas Aviadoras Seringalistas Seringueiros V V U U L L C C A A N N I I Z Z A A Ç Ç Ã Ã O O G G o o o o d d y y e e r r - - 1 1 8 8 3 3 9 9 P P N N E E U U M M Á Á T T I I C C A A D D u u n n l l o o p p - - 1 1 8 8 8 8 8 8 CRISE (1913) - Em 1876, sementes de seringa foram colhidas da Amazônia e levadas para a Inglaterra pelo “pesquisador” Henry Wichham. - As sementes foram tratadas e plantadas na Malásia, colônia inglesa. - A produção na Malásia foi organizada de forma racional, empregando modernas técnicas, possibilitando um aumento produtivo com custos baixos. - A borracha inglesa chegava ao mercado internacional a um preço mais baixo do que a produzida no Acre. A empresa gumífera brasileira não resistiu à concorrência Inglesa. - Em 1913, a borracha cultivada no Oriente (48.000 toneladas) superava a produção amazônica (39.560t). Era o fim do monopólio brasileiro da borracha. - Com a crise da borracha amazônica, surgiu no Acre uma economia baseada na produção de vários produtos agrícolas como mandioca, arroz, feijão e milho. - A castanha, a madeira e o óleo de copaíba passaram a ser os produtos mais exportados da região. - As normas rígidas do Barracão se tornaram mais flexíveis. O seringueiro passou a plantar e a negociar livremente com o regatão. - Vários seringais foram fechados e muitos seringueiros tiveram a chance de voltar para o nordeste. - Houve uma estagnação demográfica; - Em muitos seringais, houve um regresso a economia de subsistência. - Crise da economia nordestina; - Grande Seca de 1877; - Ilusão do enriquecimento fácil; - Recrutamento promovido pelos governos de Manaus e Belém; Elaborado pelos professores: Eduardo Carneiro e Egina Carli [email protected]

Primeiro Ciclo da Borracha - professora egina

Embed Size (px)

Citation preview

Fonte:

www.eduardoeginacarli.blogspot.com

““FFooii,, sseemm ddúúvviiddaa,, oo cchhaammaaddoo cciicclloo ddaa

bboorrrraacchhaa oo ffeennôômmeennoo ssóócciioo--eeccoonnôômmiiccoo mmaaiiss

eexxpprreessssiivvoo qquuee tteevvee lluuggaarr nnaa AAmmaazzôônniiaa,, nnoo ffiinnaall ddoo ssééccuulloo ppaassssaaddoo ((xxiixx)) ee nnaa

vviirraaddaa ddeessttee ((xxxx))””..

PPeeddrroo MMaarrttiinneelllloo.. AAAAAAAA bbbbbbbbaaaaaaaattttttttaaaaaaaallllllllhhhhhhhhaaaaaaaa ddddddddaaaaaaaa bbbbbbbboooooooorrrrrrrrrrrrrrrraaaaaaaacccccccchhhhhhhhaaaaaaaa,, AADDUUFFAACC,, 22000044.. 2266pp..

SOCIEDADE (Seringalista x Seringueiro)

Seringal: unidade produtiva de borracha. Local onde se travavam as relações sociais de produção. Barracão: sede administrativa e comercial do seringal. Era onde o seringalista morava. Colocação: era a área do seringal onde a borracha era produzida. Nesta área, localizava a casa do seringueiro e as “estradas” de seringa. Um seringal possuía várias colocações. Varadouro: pequenas estradas que ligam o barracão às colocações; as colocações entre si; um seringal a outro e os seringais às sedes municipais. Através desses trechos passavam os comboios que deixavam mercadorias para os seringueiros e traziam pélas de borracha para o barracão. Gaiola: navio que transportava nordestino de Belém ou de Manaus aos seringais acreanos. Brabo: Novato no seringal que necessitava aprender as técnicas de corte e se aclimatar à vida amazônica. Seringalista (coronel de barranco): dono do seringal, recebia financiamento das Casas Aviadoras. Seringueiro: O produtor direto da borracha, quem extraia o látex da seringueira e formavam as pélas de borracha. Gerente: “braço-direito” do seringalista, inspecionava todas as atividades do seringal. Guarda-livros: responsável por toda a escrituração no barracão, ou seja, registrava tudo o que entrava e saía. Caixeiro: Coordenava os armazéns de viveres e dos depósitos de borracha. Comboieiros: responsáveis de levar as mercadorias para os seringueiros e trazer a borracha ao seringalista. Mateiro : identificava as áreas da floresta que continha o maior número de seringueiras. Toqueiro: Abriam as “estradas”. Caçadores: abastecia o seringalista com carne de caça. Meeiro: seringueiro que trabalhava para outro seringueiro, não se vinculando ao seringalista. Regatão: negociantes fluviais que vendiam mercadorias aos seringueiros a um preço mais baixo que os do barracão. Adjunto : Ajuda mútua entre os seringueiros no processo produtivo. - Havia alta taxa de mortalidade no seringal: doenças, picadas de cobra e parca alimentação. - Os seringueiros eram, em sua maioria, analfabetos; - Predominância esmagadora do sexo masculino. - A agricultura era proibida, o seringueiro não podia dispensar tempo em outra atividade que não fosse o corte da seringa. Era obrigado a comprar do barracão.

1° Ciclo da Borracha - Acre (1877-1813)

Consolidação do valor comercial da Borracha (Forma-se o mercado consumidor do “ouro negro”)

O Capital Monopolista Internacional financia toda a produção Gumífera

(A Amazônia torna-se alvo do Imperialismo)

Mão-de-obra Abundância de seringueira

ECONOMIA - A partir da segunda metade do século XIX, por causa da crescente demanda internacional por borracha, os seringalistas com a ajuda financeira das Casas Aviadoras de Manaus e Belém, fizeram um grande recrutamento de nordestinos para a extração da borracha nos Vales do Juruá e Purus. - De 1877 até 1911, houve um aumento considerável na produção da borracha que, devido às primitivas técnicas de extração empregada, estava associado ao aumento do emprego de mão-de-obra. - O Acre chegou a ser o 3° maior contribuinte tributário da União. A borracha chegou a representar 25% da exportação do Brasil. - Como o emprego da mão-de-obra foi direcionado à extração do látex, houve, no Acre, escassez de gêneros agrícolas, que passaram a ser fornecidos pelas Casas Aviadoras.

Sistema de Aviamento - Cadeia de fornecimento de mercadorias a crédito, cujo objetivo era a exportação da borracha para a Europa e EUA. No 1° Surto, não sofreu regulamentações por parte do Governo Federal. AVIAR= fornecer mercadoria a alguém em troca de outro produto. - O Escambo era usual nas relações de troca – as negociações eram efetuadas, em sua maioria, sem a intermediação do dinheiro. - Era baseado no endividamento prévio e contínuo do seringueiro com o patrão, a começar pelo fornecimento das passagens. - Antes mesmo de produzir a borracha, o patrão lhe fornecia todo o material logístico necessários à produção da borracha e à sobrevivência no seringal. Portanto, o seringueiro já começava o trabalho endividado. Nessas condições, era quase impossível para o seringueiro se libertar do patrão.

“O sertanejo emigrante realiza ali, uma anomalia, sobre a qual nunca é demasiado insistir: é o homem que trabalha para

escravizar-se”. Euclides da Cunha.

CONSEQÜÊNCIAS - Povoamento da Amazônia. - Genocídio indígena provocado pelas “correrias”, ou seja, expedições com o objetivo de expulsar os nativos de suas terras. - Povoamento do Acre pelos nordestinos; - Morte de centenas de nordestinos, vítimas dos males do “inferno verde”. - Revolução Acreana e a conseqüente anexação do Acre ao Brasil (1889-1903); - Desenvolvimento econômico das cidades de Manaus e Belém; - Desenvolvimento dos transportes fluviais na região amazônica;

CAPITAL INTERNACIONAL (Casas Exportadoras)

Casas Aviadoras

Seringalistas

Seringueiros

VVUULLCCAANNIIZZAAÇÇÃÃOO GGooooddyyeerr -- 11883399

PPNNEEUUMMÁÁTTIICCAA DDuunnlloopp -- 11888888

CRISE (1913) - Em 1876, sementes de seringa foram colhidas da Amazônia e levadas para a Inglaterra pelo “pesquisador” Henry Wichham. - As sementes foram tratadas e plantadas na Malásia, colônia inglesa. - A produção na Malásia foi organizada de forma racional, empregando modernas técnicas, possibilitando um aumento produtivo com custos baixos. - A borracha inglesa chegava ao mercado internacional a um preço mais baixo do que a produzida no Acre. A empresa gumífera brasileira não resistiu à concorrência Inglesa. - Em 1913, a borracha cultivada no Oriente (48.000 toneladas) superava a produção amazônica (39.560t). Era o fim do monopólio brasileiro da borracha. - Com a crise da borracha amazônica, surgiu no Acre uma economia baseada na produção de vários produtos agrícolas como mandioca, arroz, feijão e milho. - A castanha, a madeira e o óleo de copaíba passaram a ser os produtos mais exportados da região. - As normas rígidas do Barracão se tornaram mais flexíveis. O seringueiro passou a plantar e a negociar livremente com o regatão. - Vários seringais foram fechados e muitos seringueiros tiveram a chance de voltar para o nordeste. - Houve uma estagnação demográfica; - Em muitos seringais, houve um regresso a economia de subsistência.

- Crise da economia nordestina; - Grande Seca de 1877; - Ilusão do enriquecimento fácil; - Recrutamento promovido pelos governos de Manaus e Belém;

Elaborado pelos professores: Eduardo Carneiro e Egina Carli

[email protected]