PRIMEIRO ESTAGIO MEDIAÇÃO

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  • 7/24/2019 PRIMEIRO ESTAGIO MEDIAO

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    2. A TEORIA DA MEDIAO

    2.1 O CONFLITO

    No raro visto como fenmeno negativo, o conflito pode ser concebido comoum processo ou estado em que duas ou mais pessoas divergem em razo demetas, interessesou objetivos individuais percebidos como mutuamente

    incompatveis.[10]

    Em Freitas Junior, tratase de conflito de intersubetivo de usti!a, no "ual ossueitos envolvidos no convergem "uanto # forma moralmente mais usta dedeciso alocativa e "ue $ obeto de pol%ticas p&blicas "ue oferecem meios pac%ficosde administra!o da disputa. ' "uesto central, portanto, recai no nus de decidir a"uem destinar um bem, material ou imaterial, presumidamente escasso, ou um

    encargo, material ou imaterial, "ue se considera inevit(vel, "uando )( antagonismo.' forma de solu!o interessa # urisdi!o e tamb$m ao modelo alternativo desolu!o de disputa * '+ -Alternative Dispute Resolution. [11]

    Na teoria da media!o o processo )eterocompositivo udicial, ao tratar adisputa como e/clusivamente relacionado ao direito, e/clui aspectos possivelmenteto ou mais relevantes do "ue a"ueles uridicamente tutelados. 'l$m disso, refor!a anaturea destrutiva do processo, referida por orton +eutsc).[12]

    +e fato, para esse autor, um processo se apresenta como destrutivo "uando

    )( enfra"uecimento ou rompimento da rela!o social pree/istente # disputa, emrao do modo pelo "ual esta $ conduida, com tend3ncia a se e/pandir ou seintensificar. 4om isso, o conflito se torna independente da causa inicial e assumefei!o competitiva e centrada na busca da vit5ria, despreandose as possibilidadesde coe/ist3ncia dos interesses. 6eulla alega "ue nos processos tradicionais apessoa comum se depara com modos e palavras "ue descon)ece e tem negada aparticipa!o direta, pois obrigada a confiar plenamente no advogado, numformalismo "ue substitui a espontaneidade cotidiana e 7nada $ o "ue parece8.9ustenta o autor "ue a orienta!o do advogado para negativa da situa!overdadeira por ra:es procedimentais no somente parece incompreens%vel, comotamb$m deteriora o relacionamento com o outro.[1;] J( "uanto ao processoconstrutivo, a doutrina ressalta a capacidade de estimular solu!:es criativas "uepermitam compatibiliar interesses aparentemente contrapostos< a possibilidade dospr5prios envolvidos ou do condutor do processo serem motivados a resolver as"uest:es sem atribui!o de culpa e de modo prospectivo< o desenvolvimento decondi!:es para reformula!o dos problemas diante de eventuais impasses< e adisposi!o das partes ou do condutor do processo em abordar, al$m das "uest:esuridicamente tuteladas, tudo "ue estea influenciando o relacionamento entre osenvolvidos. =betivase, assim, fortalecer a rela!o social pree/istente # disputa, o

    con)ecimento m&tuo e a empatia.[1>] No ponto, tamb$m se deve a orton +eutsc)a diferen!a entre procedimento competitivo e cooperativo segundo o modo como oobetivo pode ser alcan!ado. 9e para atingir uma meta se fa necess(rio "ue o outro

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    no atina a dele, o procedimento c)amase impositivo, baseado na competi!o< se,ao contr(rio, para "ue um obetivo sea alcan!ado $ imprescind%vel "ue o outroigualmente atina o procedimento ser( cooperativo.[1?] 4onforme 'lmeida, acompeti!o estimula a assertividade em busca da satisfa!o pessoaldesconsiderando necessidades, pontos de vista e interesses do outro. Nacolabora!o, ou coopera!o, a assertividade ocorre em sentido duplo, tanto nointeresse e necessidade pr5prios, "uanto no interesse e necessidades do outro.[1@]

    2.2. MEDIAO

    6eulla prop:e um "uadro comparativo entre )eterocomposi!o e media!o.'ssim, a primeira teria procedimento formal< o tratamento seria indireto< $ centradaem causas< o meio $ a leitura< valese da burocracia e imposi!o< tem comoprotagonistas ui e advogado< parte da lei< foca o passado< o obetivo $ decidir"uem tem rao< o m$todo $ impositivo< o paradigma $ patriarcal, ordem, e/cluso epoder< concluise com uma senten!a< baseiase na ideologia do ui ou tribunal< austi!a $ cumprir lei e assegurar o pr3mio ou castigo< resulta em depend3ncia< e olimite $ )abilidade do advogado e a interpreta!o ideol5gica udicial.[1A]J( a media!o $ informal, direta< centrada nas pessoas, no di(logo e na coopera!oe escuta< tem como protagonistas os envolvidos e advogados< parte da necessidadee foca o futuro< pretende capacitar para participa!o e deciso respons(vel< $cooperativodid(tico, negocial, )armnico, inclusivo e baseado na confian!a< resultaem satisfa!o e emancipa!o< o tempo $ o dos mediandos< a usti!a $ baseada no

    recon)ecimento e na satisfa!o e responsabilia!o< tem como limite a ideologia damedia!o, o deseo dos mediandos, a capacidade do mediador e m(f$ dosenvolvidos.[1B]

    Nesse cen(rio, 6eula argumenta "ue o modelo adversarial no atende orelacionamento, procura conseguir vencer e impor a posi!o de um sobre o outro edeterminado 7valetudo8 orienta a a!o do advogado, formado para vencer.Campouco preserva a plenitude da dignidade )umana, entendida comoautodetermina!o, pois a autonomia na resolu!o dos conflitos interpessoais no $aplicada "uando do acesso # usti!a.[1D]

    Esse &ltimo aspecto, ali(s, $ destacado por Fernanda Cartuce ao defender"ue o protagonismo dos pr5prios envolvidos na media!o, ao tomar suas decis:es eser respons(vel por seu pr5prio destino, tem fundamento numa concep!o ampla dedignidade )umana.[20] ndo al$m, arat ressalta "ue a media!o constitui uminstrumento de realia!o da autonomia, da democracia e da cidadania, en"uantomedida "ue educa, facilita e auda a produir diferentes e a decidir sem ainterven!o de terceiros influenciados por um conflito.[21]

    +a% tamb$m a vincula!o doutrin(ria da media!o # cultura da pa, "ue $

    convivencial e baseada na supera!o das diverg3ncias e na promo!o do di(logo demodo )oriontal e participativo. Nessa compreenso, a modalidade se afasta dacultura demandista ou antagonista, fundada na l5gica bin(ria e dial$tica, na "ual se

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    confiam as disputas a uma deciso udicial impositiva, como se fosse )ouvesseincapacidade dos envolvidos alcan!arem por meios pr5prios a usti!a consensuadado caso concreto.[22] 'ssim, para 'lmeida, a postura colaborativa $ essencial namedia!o, cua atualidade fa essa forma autocompositiva se apro/imarintensamente dos princ%pios contemporGneos de constru!o de consenso, pautadosna sustentabilidade das diferen!as e "ue possibilitam criar solu!:es de m&tuobenef%cio.[2;] H sintom(tico, portanto, "ue a teoria da media!o sustente ae/ist3ncia de controv$rsias cua solu!o pela via )eterocompositiva e adversarial $inade"uada, sea pela naturea continuativa das rela!:es, sea pela comple/idadedo pr5prio relacionamento, sea ainda por no alcan!ar todo o universo do conflito.Em tais )ip5teses, torna se imperioso um tratamento diferenciado "ue incluatamb$m a disputa oculta e promova o restabelecimento da comunica!o, atransforma!o do lit%gio, a coopera!o, a corresponsabilidade e a constru!o de um

    consenso efica.[2>] Na esp$cie, o conto da disputa pela larana, citado por diversosautores "ue estudam media!o, $ emblem(ticoI dois irmos brigam pela fruta e noc)egam a um acordo sobre "uem tem direito. ' me decide ento repartila em duaspartes rigorosamente iguais. or$m, um fil)o "ueria apenas a polpa e o outro, acasca. 4omo no )ouve consulta sobre os interesses de cada um, "ue tamb$m nonegociaram a mel)or forma de solu!o, o resultado final imposto, e no dialogado,foi menos satisfat5rio. ' doutrina da media!o enfatia, por isso, o uso dessemecanismo na solu!o de controv$rsias, por"ue a t$cnica pretende identificar asreais motiva!:es dos envolvidos e resolver situa!:es conflituosas de forma ampla e

    no pontual, ao ter em miraI crises latentes, pois no reveladas de forma plena

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    desforra e a figura perdedorgan)ador.[2D] Nessa perspectiva, embora alcanceoutros lit%gios familiares -ado!o, guarda, assist3ncia material, sucesso, etc., $ nofim do relacionamento de casais "ue se evidencia mais tormentoso o conflito, por"uetem in%cio uma comple/a negocia!oI perdas afetivas untamente com aspectosmateriais< e m&ltiplas separa!:esI ps%"uica, emocional, f% sica, fam%lias prim(rias,amigos e fil)os em comum. ' "uesto se torna mais grave "uando a prole funcionacomo instrumento de agresso m&tua, produindo no raro in&meras e sucessivasdemandas.[;0] Na )ip5tese, acentua van 'parecido ui "ue o auiamento dapeti!o inicial se apresenta como verdadeira 7declara!o de guerra8, restringindo adiscusso ao binmio perdegan)a, ao estresse e ao sofrimento, com marcasindel$veis.[;1]

    2.3 ESTRATGIAS DE MEDIAO

    4onforme 9ilva, e/istem diversas estrat$gias de media!o, cua escol)a deveobservar a autodetermina!o das partes< a viso do conflito como algo inerente #vida e "ue pode implicar respostas promissoras< a constru!o da alteridade< odesenvolvimento de novas formas de comunica!o< a promo!o de repara!:es< afle/ibilia!o de padr:es r%gidos de conduta< a cria!o do maior n&mero poss%vel dealternativas< e as condi!:es para a obten!o de um acordo.[;2] 'ssim, o modelo)arvardiano, surgido na (rea empresarial e direcionado para conflitos familiares, tempor base a negocia!o cooperativa, na "ual o mediador atua como fa cilitador dodi(logo para a descoberta dos reais interesses, para a desvincula!o do problema

    das pessoas e para solu!:es criativas de gan)os m&ltiplos, real!ando oprotagonismo dos envolvidos e o alcance do acordo como principal meta.[;;]J( a lin)a transformadora, a par de situar o acordo apenas como uma possibilidade,sublin)a a mudan!a de "ualidade do conflito, transformandoo de modo "ue aspartes compreendam a si mesmas e a pr5pria disputa. rocura viabiliar orestabelecimento de la!os afetivos, englobando integralmente a controv$rsia demodo a alcan!ar uma pluralidade de aspectos, tais como o emocional, o financeiro,o legal e o psicol5gico.[;>] ' abordagem narrativa prop:e desconstruir narrativasiniciais com diferentes vers:es da situa!o em lit%gio e, com isso, construir uma

    variante integrada a partir da )ist5ria narrada pelos pr5prios envolvidos, via discursoconvergenteI formula!o de "uest:es abertas< apresenta!o de resumos< ereconte/tualia!o dos discursos. = modelo interdisciplinar defende a forma!o dee"uipe multidisciplinar para a solu!o dos casos, sendo recomend(vel nos conflitosfamiliares. [;?]

    9em embargo de tais modelos ou escolas, elencamse ainda como t$cnicasde media!oI o rapport, instrumento de comunica!o eficiente do mediador com osenvolvidos, de modo a fi/ar a aceita!o e a confian!a< a escuta ativa entre osmediandos, por meio do est%mulo a se ouvirem um ao outro< o parafraseamento,

    reformula!o de frases para sem alterar o sentido organi(las e sinteti(las eneutraliar os conte&dos< o caucus, "ue so encontros em separado e sob

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    confidencialidade com os mediandos< e o teste de realidade, refle/o obetiva dosmediandos acerca do "ue est( sendo colocado ou proposto.[;@]

    2.4. MEDIAO E CONCILIAO

    ' doutrina procura faer a distin!o entre media!o e concilia!o a partir dapresen!a nesta &ltima do terceiro imparcial, "ue apresenta alternativas para aobten!o de um acordo influenciando o conte&do, en"uanto o mediador no formulapropostas e, sim, promove o di(logo, como um facilitador da comunica!o.=utra diferen!a entre a media!o e a concilia!o, embora ambos os m$todos deusti!a consensuada, $ "ue a segunda no foca a transforma!o do relacionamentoentre os dissidentes.[;A]

    'l$m disso, na concilia!o o debate $ superficial e centrado apenas na

    disputa como e/posta no in%cio da demanda, limitandose ao atendimento dointeresse pessoal, numa pauta obetiva< na media!o, ao rev$s, )( uma imerso naestrutura relacional, e/plorando a fundo os problemas, a demonstra!o dos reaisinteresses e a constru!o de alternativas inteligentes, numa interven!o "ualitativa,com desconstru!o do conflito e atendimento das demandas de todos os envolvidos,em pauta subetiva.[;B] ' concilia!o tem foco na identifica!o de responsabilidadespelo passado e pela corre!o presente das conse"3ncias, com solu!:esreparadoras e corretivas< a media!o ultrapassa a no!o de culpa pelo ocorrido,mirando o futuro. Na media!o, vigora a confidencialidade< na concilia!o, a

    publicidade $ a regra.[;D] Na concilia!o, os advogados permanecem com a posturaantagnica dos processos )eterocompositivos, atuando como defensores e porta voes e almeando a satisfa!o de um interesse imediato do cliente< a media!oe/ige mudan!a de comportamento, pois so os mediandos os autores da solu!o,a"ueles "ue t3m poder decis5rio, funcionando o advogado como assessor legal naescol)a do mediador "uando a media!o ocorrer em Gmbito privado e comoconsultor, na identifica!o dos interesses e necessidades do cliente.[>0]

    2.5 PRINCPIOS E LIMITES

    orais e 9anomOa relacionam os seguintes princ%pios formadores da atua!odo terceiro na media!oI imparcialidade, como caracter%stica fundamental diante dopapel de restaurador do di(logo entre os envolvidos e condutor do processoB] e tendo em mira os obetivos estrat$gicos do oder Judici(rio,em 2D denovembro de 2010, ten)a editado a esolu!o 12?, disciplinando a pol%ticanacional para o tratamento ade"uado dos conflitos de interesses no Gmbito do oderJudici(rio.

    9egundo 'evedo, a abordagem do conflito consagrada na esolu!o, seconduida com t$cnica apropriada, tende a ser um importante meio decon)ecimento, amadurecimento e apro/ima!o de seres )umanos. 'l$m disso,"uando ade"uadamente impulsionada pelo Judici(rio, vai estimular relevante

    altera!o no seu papel e nos n%veis de satisfa!o da popula!o, pois, segundo oautor, ( constatado "ue o ordenamento ur%dico processual se organia emprocessos destrutivos, lastreados no direito positivo.[>D]

    +esse modo, a esolu!o tem como obetivo e/presso dar efetividade aodireito constitucional de acesso # usti!a com o fito de alcan!ar a ordem ur%dicausta, portanto, uma perspectiva formal e material do princ%pio. 4om tal prop5sito,atribui ao Judici(rio a pol%tica p&blica permanente de tratamento ade"uado dosconflitos de interesses, organiando nacionalmente mecanismos de solu!oalternativa de controv$rsia no modelo consensual de modo a ser este incentivado eaperfei!oado.

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    4om a regulamenta!o, o 4NJ recon)eceu "ue a media!o $ instrumentoefetivo de pacifica!o social e de solu!o e preven!o de lit%gios, cua implanta!otem reduido a e/cessiva udicialia!o dos conflitos e a "uantidade de recursos eprocessos em e/ecu!o.

    ' esolu!o foi obeto de atualia!o em ;1 de aneiro de 201;. 'ssim, navigente configura!o, a pol%tica udici(ria obetiva e/pressamente assegurar a todoso direito # solu!o das controv$rsias por meios ade"uados # respectiva naturea epeculiaridade, devendo os 5rgos udiciais, no prao de 12 -doe meses, ofertarinstrumentos de composi!o, em especial os c)amados meios consensuais como amedia!o e a concilia!o, bem como atendimento e orienta!o ao cidado.

    ' implanta!o do programa no deve preudicar proetos similares emfuncionamento e deve observar, al$m da boa "ualidade dos servi!os e da

    dissemina!o da cultura de pacifica!o social, a forma!o e o treinamentoapropriados de servidores, conciliadores e mediadores, em uma rede entre 5rgosdo oder Judici(rio e entidades p&blicas e privadas parceiras, inclusiveuniversidades e institui!:es de ensino.

    +a% a obriga!o de os Cribunais criarem n&cleos permanentes de m$todosconsensuais de solu!o de conflitos, inclusive em mat$ria penal e restaurativa,compostos por magistrados da ativa ou aposentados e servidores, sem preu%o doest%mulo a programas de media!o comunit(ria. +evero ser criados ainda centros

    udici(rios de solu!o de conflitos e cidadania como unidades do oder Judici(rionos Ju%os com compet3ncia c%vel, faend(ria, previdenci(ria e de fam%lia, "ue serorespons(veis pela realia!o das sess:es e audi3ncias de concilia!o e media!o,bem como pelo atendimento e orienta!o ao cidado, com atua!o do inist$rio&blico, da +efensoria &blica, da rocuradoria e de advogados. Cais centrospodero ser organiados por (reas tem(ticas -uiados especiais, fam%lia,precat5rios, empresarial, etc. e tero separadamente setores de solu!o pr$processual, processual e de cidadania.

    3.2. MEDIADORES E CONCILIADORES

    +iferentemente da 3nfase dada # diferen!a formulada pela teoria damedia!o, a esolu!o do 4NJ optou por uma disciplina uniforme entre media!o econcilia!o, ao instituir em ane/o o 45digo de Htica, "ue fi/a princ%pios e regras "ueimp:em ao mediador e ao conciliador a necessidade de lisura, termo decompromisso e submisso #s orienta!:es do Jui 4oordenador.+essa forma, ao conciliadorPmediador so aplic(veis as mesmas ra:es deimpedimento e suspei!o udicial, a serem informadas aos envolvidos. 'penasmediadores e conciliadores capacitados e submetidos # reciclagem permanente e #avalia!o do usu(rio sero admitidos, sendo vedada de modo absoluto a presta!o

    de servi!os profissionais, de "ual"uer naturea, aos envolvidos em processo deconcilia!oPmedia!o sob sua condu!o. = 45digo, em sintonia com a teoria damedia!o, estabelece os seguintes princ%pios e diretries "ue devem formar a

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    consci3ncia dos terceiros facilitadores e representam imperativos de condutaIa 4onfidencialidade dever de manter sigilo sobre informa!:es para atuar obtidasna sesso, salvo autoria!o e/pressa das partes, viola!o # ordem p&blica ou #sleis vigentes, no podendo ser testemun)a do caso, nem atuar como advogado dosenvolvidos, em "ual"uer )ip5tese.

    b +eciso informada * "ue assegura ao urisdicionado a plena informa!o"uanto aos direitos e ao conte/to f(tico no "ual est( inserido.

    c 4ompet3ncia * dever de "ualifica!o para atuar, com capacita!o peri5dicaobrigat5ria.

    d mparcialidade dever de agir com aus3ncia de favoritismo, prefer3ncia oupreconceito, garantindo "ue valores e conceitos pessoais no interfiram no resultado

    do trabal)o, vedada a aceita!o de "ual"uer esp$cie de favor ou presente.

    e ndepend3ncia e autonomia significa atua!o com liberdade, sem sofrer"ual"uer presso interna ou e/terna, sendo permitido recusar, suspender ouinterromper a sesso se ausentes as condi!:es necess(rias para o bomdesenvolvimento, estando o dispensado de redigir acordo ilegal ou ine/e"u%vel.

    f Empoderamento * como est%mulo aos envolvidos no aprendiado paramel)or resolu!o de seus conflitos futuros em fun!o da e/peri3ncia de usti!avivenciada.

    g 6alida!o * incentivo aos interessados para percep!o rec%proca comoseres )umanos merecedores de aten!o e respeito.

    3.3. PROCEDIMENTO DE MEDIAO/CONCILIAO

    = 45digo estabelece tamb$m regras "ue regem o processo deconcilia!oPmedia!o. 9o por igual normas de conduta para o bomdesenvolvimento do trabal)o de modo a engaar os envolvidos, alcan!ar apacifica!o e obter o comprometimento com eventual acordo entabuladoI

    a nforma!o dever de esclarecimento sobre o m$todo de trabal)oempregado, apresentandoo de forma completa, clara e precisa, e sobre osprinc%pios deontol5gicos, as regras de conduta e as etapas do processo.

    b 'utonomia da vontade * respeito aos diferentes pontos de vista de forma aassegurar uma deciso volunt(ria e no coercitiva aos envolvidos, "ue det3mliberdade para tomar as pr5prias decis:es.

    c 'us3ncia de obriga!o de resultado dever de no impor um acordo e deno tomar decis:es pelos envolvidos, podendo, no m(/imo, criar op!:es no caso da

    concilia!o.

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    d +esvincula!o da profisso de origem dever de esclarecer aos envolvidos"ue atuam desvinculados de sua profisso de origem, informando a possibilidade deconvoca!o de um profissional, caso )aa necessidade de orienta!o ouaconsel)amento, com a concordGncia de todos.

    e 4ompreenso "uanto ao m$todo de composi!o assegurar "ue osenvolvidos, ao c)egarem a um acordo, compreendam perfeitamente as cl(usulas.

    4. CONCLUSO

    4omo visto, a defesa do esgotamento do monop5lio urisdicional na fun!o depacifica!o da sociedade aponta diversas ra:es para tantoI sobrecarga dostribunais, custos elevados com as demandas, e/cessivo de formalismo, volume dea!:es auiadas, crescimento populacional, multiplica!o de lit%gios, morosidade,

    falta de meios or!ament(rios, e/cesso de recursos, n&mero inade"uado de u%es eservidores, legisla!o ultrapassada e demandas in&teis ou desnecess(rias.+a% a terceira onda ou terceiro movimento de acesso # usti!a centrar a discussona insufici3ncia da via contenciosa como modelo de resolu!o satisfat5ria dasdisputas surgidas na sociedade, propondo respostas diversificadas diante dacomple/idade do tema. Lma delas, sem d&vida, $ a usti!a consensuada.

    'ssim, a concilia!o, a arbitragem e a media!o, como meios alternativos desolu!o de lit%gios, serem apresentados pela doutrina numa perspectiva de sistemapluriprocessual e com m&ltiplas portas, "ue confere amplitude ao princ%pio

    constitucional de acesso # usti!a de modo a ultrapassar a via meramente udicial)eterocompositiva.

    No particular, a teoria da media!o, "ue comumente distancia essa t$cnicada"uela usada na concilia!o, p:e 3nfase na ade"ua!o do modelo, por"uevinculado ao escopo de )armoniar a sociedade mediante crit$rios ustos eprocessos construtivos, com abandono de f5rmulas e/clusivamente positivadas eobservGncia da cultura da pa. 'l$m disso, para essa doutrina, a "ualidade demodelo autocompositivo com participa!o cooperativa dos mediandos assegura suapertin3ncia na resolu!o de disputas envolvendo v%nculos continuativos,especialmente familiares, bem assim na solu!o da demanda remanescente.+iante dessa circunstGncia, a regulamenta!o pelo 4onsel)o Nacional de Justi!a naesolu!o 12?, especialmente as ra:es apresentadas nos consideranda e asregras e princ%pios estabelecidos no 45digo de Htica, adota visivelmente conceitos,diretries, limites e estrat$gias sustentados pela teoria da media!o.

    = 5rgo administrativo, ao estabelecer a pol%tica udici(ria nacional para otratamento ade"uado dos conflitos de interesses, regulando especialmente amedia!o no Gmbito do Judici(rio, recon)ece um cari mais ampliado do acesso #

    usti!a, identificado como realia!o de uma ordem ur%dica usta.