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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO – BLOCO V DIREITO PENAL III PROFESSORA: BRUNA VERENA FONTENELE ALUNO: CAIO MARTINS PINTO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA x BEM DE VALOR SENTIMENTAL

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA x BEM DE VALOR SENTIMENTAL

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Page 1: PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA x BEM DE VALOR SENTIMENTAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO – BLOCO V

DIREITO PENAL III

PROFESSORA: BRUNA VERENA FONTENELE

ALUNO: CAIO MARTINS PINTO

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA x BEM DE VALOR SENTIMENTAL

Piripiri, 07 de Maio de 2013.

Page 2: PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA x BEM DE VALOR SENTIMENTAL

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA x BEM DE VALOR SENTIMENTAL

Iremos procurar tratar aqui se o furto de um bem de valor economicamente irrisório, porém sentimentalmente considerável, poderá recair sobre a conduta do agente que comete o crime o Princípio da Insignificância.

Antes de começarmos tratar do assunto propriamente dito, é preciso saber de ante mão quais são os pressupostos que irão caracterizar o Princípio da Insignificância. São eles:

1. Mínima ofensividade da conduta do agente;

2. Nenhuma periculosidade social da ação;

3. Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;

4. Inexpressividade da lesão jurídica provocada.

Seguindo o raciocínio, agora precisamos iniciar a temática realizando um breve questionamento: Quem subtrai um objeto que tenha valor meramente sentimental pratica furto? Para tal resposta, teremos duas situações distintas e, tudo dependerá do valor do bem.

a) Se o bem possuir valor de troca (economicamente apreciável): em relação a este aplica-se o princípio da insignificância. 

b) Se o bem possuir valor de uso (valor sentimental daquele objeto): a eles não se aplica o princípio da insignificância.

Podemos concluir, portanto, que se o bem furtado possuir um valor economicamente apreciável irá recair sobre a conduta do infrator, se necessário, o Princípio da Insignificância. Contudo, se tal bem possuir valor irrisório associado a um imenso valor sentimental, não se aplicará o Princípio da Insignificância.

O grande questionamento a ser feito fica em torno do que é e o que não é significante para aquele que possui o bem. É algo bastante subjetivo, cabendo ao autor da ação provar que aquele bem tem um determinado valor sentimental agregado a ele por mais que seu valor econômico seja irrisoriamente relevante. Pode-se também ao réu, em sua defesa, procurar demonstrar de todas as formas viáveis que o bem, por ter valor meramente insignificante, recairá sim sobre sua conduta tal Princípio.

Dando aqui um parecer meramente opinativo e, creio eu, que nem um pouco vinculativo, acredito que tal Princípio é bastante subjetivo e cabe ao juiz realizar seu próprio juízo de valor para saber aquilo que é ou que não é significantemente sentimental. Digo isso porque o autor, apenas para ter suas vontades satisfeitas, pode tentar transformar um simples boné, por exemplo, sem valor sentimental e economicamente irrisório em algo com valor sentimental inestimável.

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É válido ressaltar ainda que os crimes cometidos contra a administração pública, a doutrina majoritária tem entendido que não se aplica o Princípio da Insignificância sobre o fundamento de que nestes crimes contra a administração o que esta em jogo não é o valor da res e sim os princípios da moralidade, honestidade probidade etc. Quanto ao Peculato, contudo, o STF tem entendido que é possível sim a aplicação do Princípio da Insignificância.

Outra ressalva é quanto ao porte de drogas em unidade militar. O Supremo entendeu que para este casa não se recai o Princípio da Insignificância.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:dUvdgaHDN-cJ:www.fortium.com.br/blog/material/CRIMES.CONTRA.O.PATRIMONIO.doc+&cd=8&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br acessado às 10:48 do dia 7 de Maio de 2013.