Princípios Do Direito Do Trabalho

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Principios do Direito do Trabalho

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  • Aula: PRINCPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

    Professor:Nilson de Oliveira Nascimento

  • 1. Conceito: Os princpios jurdicos, so, em essncia, as estruturas basilares do ordenamento jurdico do Pas.

    Para a cincia do direito os princpios so proposies ideais que vo informar toda a compreenso do fenmeno jurdico.

    Os princpios de direito de trabalho se constituem nas linhas diretrizes ou postulados que inspiram o sentido das normas trabalhistas e configuram a regulamentao das relaes de trabalho.

  • 2. Funo dos princpios

    Os princpios tm vrias funes das quais se destacam: INFORMADORA, NORMATIVA E INTERPRETATIVA. Funo informadora serve de fonte de inspirao ao legislador e de fundamento para as normas jurdicas. Funo normativa serve como fonte supletiva, nas lacunas ou nas omisses da lei. Funo interpretativa serve como critrio orientador para os intrpretes e aplicadores da lei.

    Evidencia-se, pois, o carter integrador dos princpios, de orientar o legislador na fundamentao das normas jurdicas, assim como o de fonte normativa, para suprir lacunas ou omisses da lei.

  • 4. Limites aplicao dos princpios

    Existem limites ao uso dos princpios de direito do trabalho, de modo que o resultado da interpretao no seja absurdo, ilgico, contraditrio ou que viole os dispositivos legais. o juiz no pode ampliar a sua competncia e invadir o que privativo do legislador para aplicar princpios. O juiz no pode se valer dos princpios como um mecanismo de criao de normas. Os princpios esto acima do direito positivo, porquanto lhe servem de inspirao, mas no podem tornar-se independente dele.

  • 5. Fundamento legal da aplicao dos princpios no direito do trabalho

    Tem-se, na CLT, o art. 8.

    Art. 8 - As autoridades administrativas e a Justia do Trabalho, na falta de disposies legais ou contratuais, decidiro, conforme o caso, pela jurisprudncia, por analogia, por eqidade e outros princpios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevalea sobre o interesse pblico.

  • 6. Os princpios se constituem em fonte do direito do trabalho?

    No. A nica funo de carter normativo dos princpios constituda pela atuao como fonte supletiva em caso de omisso da lei.

    Em nenhum caso vigem como fontes de direito de uma forma direta, mas envoltos e expressos por outras normas.

  • 07. CLASSIFICAO DOS PRINCPIOS DO DIREITO DO TRABALHO:

    01. PRINCPIO DE PROTEO 02. PRINCPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DOS DIREITOS

    03. PRINCPIO DA CONTINUIDADE DA RELAO DE EMPREGO

    04. PRINCPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE

  • A - Princpio de Proteo

    Tal primado consubstancia-se num critrio fundamental orientador do direito do trabalho: ao invs de inspirar-se num propsito de igualdade, baseia-se em um amparo preferencial a uma das partes da relao de emprego: o trabalhador.

    Implica em uma violao do tradicional princpio de igualdade jurdica entre as partes, inclinando-se em favor de uma delas, qual seja, o trabalhador, para compensar certas desvantagens e desequilbrios.

  • O princpio da proteo vem consagrado e dividido pela doutrina trabalhista atravs de trs regras distintas:

    A - IN DUBIO, PRO OPERARIO;

    B - NORMA MAIS FAVORVEL;

    C - CONDIO MAIS BENFICA.

  • A - In dubio, pro operario Este o critrio que tanto o juiz como o intrprete, devem levar em conta todas as vezes que uma norma possuir vrios sentidos diferentes e uma escolha tiver que ser feita: deve prevalecer aquele sentido que for o mais favorvel ao trabalhador.

    Tal regramento encontra justificativa na autonomia do direito do trabalho. Admitindo-se seu carter especial, qual seja, a de permitir uma proteo maior parte mais fraca no contrato de trabalho: o trabalhador.

  • B Norma mais favorvel

    No direito de trabalho, a lei o ponto de partida, o mnimo que no se poder diminuir e outras fontes formais podem sobrepujar tais imperativos mnimos, criando condies de proteo mais favorveis.

    O sentido verdadeiro dessa regra surge quando existem vrias normas que so aplicveis a uma mesma situao jurdica, onde o intrprete vai aplicar aquela que for mais favorvel ao trabalhador.

  • C Condio mais benfica

    Esta regra pressupe a existncia de uma situao concreta, antes reconhecida, e determina que ela deve ser respeitada, na medida em que for mais favorvel ao trabalhador que a nova norma aplicvel.

    O princpio da condio mais benfica tem a ver com o direito adquirido pelo empregado e que passou a fazer parte definitiva do seu patrimnio e que integrou a relao de trabalho e o contrato de trabalho.

    De acordo com o princpio da condio mais benfica, os direitos que os trabalhadores adquiriram, integram o seu patrimnio e deles no podem ser privados por uma nova disposio legal in pejus. Salvo excees.

  • Incorporado pela legislao trabalhista atravs do Artigo 468 da CLT e Smulas 51 e 288 do C. Tribunal Superior do Trabalho, o princpio informa que clusulas contratuais benficas somente podero ser suprimidas caso suplantadas por clusulas posteriores mais benficas, mais favorveis, mantendo-se intocadas (direito adquirido) em face de qualquer subseqente alterao menos favorvel ao contrato ou regulamento de empresa.

  • 02 Princpio da irrenunciabilidade

    A irrenunciabilidade a impossibilidade do empregado abrir mo voluntariamente dos direitos concedidos pela legislao trabalhista em benefcio prprio.

    A proibio de renunciar importa em excluir a possibilidade de poder realizar-se, de maneira vlida e eficaz, o desligamento voluntrio dos direitos, no mbito alcanado por aquela proibio.

  • Quais so os efeitos da violao do princpio da irrenunciabilidade?

    Dada a ndole das normas declaradas irrenunciveis, as renncias que ocorrerem contra as mesmas carecem de qualquer efeito: so absolutamente ineficazes, ou seja, insanavelmente nulas.

    O que se considera nulo a clusula e no o contrato, que permanece vigente.

  • 03. Princpio da continuidade da relao de emprego

    Tudo o que vise conservao da fonte de trabalho e a dar segurana ao trabalhador, gera um benefcio no s a ele, mas tambm para a empresa e para a sociedade, na medida em que contribui para aumentar o lucro e a melhorar o clima social das relaes entre as partes.

    Como ensina Alice Monteiro de Barros esse princpio revela que o direito do trabalho tende a resistir dispensa arbitrria ou sem justa causa e prestigiar a manuteno do contrato de trabalho em caso de sucesso trabalhista e de suspenso ou interrupo do contrato de trabalho.

  • 04 Princpio da primazia da realidade

    Em caso de discordncia entre o que ocorre na prtica e o que emerge de documentos ou acordos, deve-se dar preferncia aos fatos (contrato-realidade).

    O significado que se deve atribuir a este princpio o da prevalncia dos fatos sobre as formas, formalidades ou as aparncias.

  • Em matria de trabalho, o que vai importar o que ocorre na prtica, muito mais do que aquilo que conste em documentos, formulrios e instrumentos de controle.

    claro que no se pode concluir absolutamente que esta primazia dos fatos sobre os documentos pactuados significa que as estipulaes contratuais carecem de todo valor.

  • Hierarquia das fontes no Direito do Trabalho

    A questo referente hierarquia das fontes fundamenta-se na constatao de que, diante da pluralidade de fontes formais, possvel que mais de uma delas disponha de maneira conflitante sobre a mesma hiptese. Assim, essencial a disposio ordenada das fontes formais segundo uma preferncia.

    No Direito do Trabalho, tal como ocorre em relao s fontes do Direito em geral, as diversas fontes compem uma unidade coerente, havendo uma hierarquia entre elas.

  • No entanto, apesar da existncia de uma ordem entre as fontes do Direito do Trabalho, a hierarquia existente entre elas bastante peculiar, podendo ser chamada de flexvel, e difere da regra de hierarquia rgida e inflexvel aplicvel no Direito Comum.

    No mbito do Direito do Trabalho, porm, a hierarquia de normas no revestida da mesma rigidez, uma vez que a fonte superior pode ser superada pela inferior, desde que esta seja mais benfica ao empregado, ou seja, no h uma distribuio esttica entre as normas jurdicas, de tal forma que a norma que for mais favorvel ao empregado ou a norma que lhe garanta condio mais benfica, prevalecer sobre as demais.

  • Assim, no Direito do Trabalho deve ser aplicada sempre a norma que oferecer maiores vantagens ou benefcios ao trabalhador.

    Esse critrio est fundamentado no princpio protetor do Direito do Trabalho, que traz em seu bojo trs idias: regra do in dubio, pro operario; regra da norma mais favorvel; e regra da condio mais benfica.