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1 D IREITO DA U NIÃO E UROPEIA B Materiais de Apoio Parte 4 | Os Princípios Fundamentais § 1. A Repartição de Competências Comissão das Comunidades Europeias c. Conselho das Comunidades Europeias. Acordo Europeu sobre os Transportes Rodoviários (AETR), 31 de março de 1971 [22/70] “6. A Comissão considera que o artigo 75.° do Tratado, que conferiu à Comunidade uma competência definida de forma ampla para pôr em prática a política comum de transportes, se deve aplicar tanto às relações externas como às medidas internas neste domínio. 7. O efeito útil desta disposição fica comprometido se os poderes que a mesma prevê, nomeadamente o de tomar «todas as disposições úteis», na acepção do n.° 1, alínea c), do artigo citado, não for extensivo à conclusão de acordos com Estados terceiros. 8. Embora originariamente esta competência não abrangesse a totalidade do domínio dos transportes, tenderia, contudo, a tornarse geral e exclusiva à medida que a política comum neste sector ia sendo posta em prática. 9. Pelo seu lado, o Conselho alega que, sendo as competências da Comunidade de atribuição, a competência para concluir acordos com Estados terceiros não pode ser admitida sem uma

Principios Do DUE

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Principios Do DUE

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    DIREITO DA UNIO EUROPEIA B

    Materiais de Apoio

    Parte 4 | Os Princpios Fundamentais

    1. A Repartio de Competncias

    Comisso das Comunidades Europeias c. Conselho das Comunidades

    Europeias. Acordo Europeu sobre os Transportes Rodovirios (AETR), 31

    de maro de 1971 [22/70]

    6. A Comisso considera que o artigo 75. do Tratado, que conferiu Comunidade uma

    competncia definida de forma ampla para pr em prtica a poltica comum de transportes, se

    deve aplicar tanto s relaes externas como s medidas internas neste domnio.

    7. O efeito til desta disposio fica comprometido se os poderes que a mesma prev,

    nomeadamente o de tomar todas as disposies teis, na acepo do n. 1, alnea c), do

    artigo citado, no for extensivo concluso de acordos com Estados terceiros.

    8. Embora originariamente esta competncia no abrangesse a totalidade do domnio dos

    transportes, tenderia, contudo, a tornar-se geral e exclusiva medida que a poltica comum

    neste sector ia sendo posta em prtica.

    9. Pelo seu lado, o Conselho alega que, sendo as competncias da Comunidade de atribuio, a

    competncia para concluir acordos com Estados terceiros no pode ser admitida sem uma

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    previso expressa do Tratado.

    10. Em particular, o artigo 75. visa apenas as medidas internas da Comunidade e no pode ser

    interpretado como autorizando a concluso de acordos internacionais.

    11. Mesmo que fosse doutra forma, esta competncia no pode ser geral e exclusiva, mas deve

    ser quanto muito concorrente com a dos Estados-membros.

    Comisso das Comunidades Europeias c. Repblica Federal da Alemanha, 5

    de novembro de 2002 [C-476/98]

    15. No final da segunda guerra mundial, ou aps esta, vrios Estados que posteriormente se

    tornaram membros da Comunidade, entre os quais a Repblica Federal da Alemanha,

    celebraram acordos bilaterais com os Estados Unidos da Amrica no domnio dos transportes

    areos.

    16. Desde o incio dos anos 90, pretendendo substituir este conjunto de convenes bilaterais

    por um nico acordo entre a Comunidade e os Estados Unidos da Amrica, a Comisso

    Europeia solicitou insistentemente ao Conselho um mandato para negociar com as autoridades

    norte-americanas tal acordo em matria de transportes areos.

    17. Assim, a Comisso formulou um primeiro pedido neste sentido ao Conselho, em 23 de

    fevereiro de 1990, com a apresentao de uma proposta de deciso do Conselho respeitante a

    um procedimento de consulta e autorizao para os acordos relativos s relaes comerciais

    dos Estados-Membros com os pases terceiros no domnio dos transportes areos. Em 23 de

    outubro de 1992, apresentou uma segunda proposta de deciso, com ligeiras alteraes. As

    duas propostas tomavam como base jurdica o artigo 113. do Tratado CE, visto que a Comisso

    considerava que a celebrao de acordos internacionais em matria de transportes areos se

    enquadrava no mbito da poltica comercial da Comunidade.

    18. O Conselho no deu seguimento a estas iniciativas da Comisso. A posio do Conselho a

    este respeito ficou expressa nas suas concluses de 15 de maro de 1993, nas quais declarava: -

    que a base jurdica adequada para desenvolver uma poltica externa no sector dos transportes

    areos o artigo 84., n. 2, do Tratado; - que os Estados-Membros mantinham a sua plena

    competncia quanto s relaes com pases terceiros no sector dos transportes areos, sem

    prejuzo das medidas j adoptadas ou a adoptar pelo Conselho nesta matria. A este respeito,

    salientou, no entanto, que, no decurso das negociaes bilaterais, os Estados-Membros

    interessados deveriam ter em devida conta as obrigaes impostas pelo direito comunitrio e

    manter-se informados dos interesses dos outros Estados-Membros; - que s seria possvel

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    conduzir negociaes a nvel comunitrio com pases terceiros se o Conselho considerasse essa

    abordagem conforme ao interesse comum, porque susceptvel de obter melhor resultado para

    todos os Estados-Membros do que o sistema tradicional de acordos bilaterais.

    19. Em abril de 1995, a Comisso suscitou novamente a questo, recomendando ao Conselho a

    adopo duma deciso que a autorizasse a negociar com os Estados Unidos da Amrica um

    acordo em matria de transportes areos. Na sequncia deste novo pedido, o Conselho

    conferiu Comisso, em junho de 1996, um mandato restrito para negociar com os Estados

    Unidos da Amrica, em colaborao com um comit especialmente designado pelo prprio

    Conselho, os seguintes aspectos: regras de concorrncia; propriedade e controlo das

    transportadoras areas; SIR; code sharing; resoluo dos conflitos; leasing; clusulas ambientais

    e medidas transitrias. Em caso de solicitao nesse sentido por parte dos Estados Unidos da

    Amrica, a Comisso estava autorizada a alargar as negociaes aos auxlios de Estado e a

    outras medidas destinadas a evitar a falncia das transportadoras areas; atribuio das faixas

    horrias nos aeroportos; idoneidade econmica e tcnica das transportadoras areas; s

    clusulas em matria de segurana; s clusulas de salvaguarda e a qualquer outra questo

    relativa regulamentao do sector. Em contrapartida, ficou explcito que o mandato no

    abrangia as negociaes relativas ao acesso ao mercado (incluindo o code sharing e o leasing,

    na parte em que dissessem respeito aos direitos de trfego), capacidade, designao das

    transportadoras areas e s tarifas. (...)

    21. At agora, no foi concludo qualquer acordo com os Estados Unidos da Amrica na

    sequncia da atribuio Comisso do mandato negocial de 1996.

    2. EFEITO DIRETO

    NV Algemene Transport- en Expeditie Onderneming Van Gend en Loos c.

    Administrao fiscal neerlandesa, 5 de fevereiro de 1963 [43/75]

    O presente processo tem origem num processo pendente na Tariefcommissie, um tribunal

    administrativo neerlands, perante o qual foi instaurado em 6 de maro de 1961 um recurso de

    anulao de uma deciso da Administrao Fiscal neerlandesa relativa aplicao de um

    determinado direito aduaneiro sobre a importao de ureia formaldedo proveniente da

    Repblica Federal da Alemanha. Esta deciso baseia-se na nova pauta aduaneira neerlandesa

    que entrou em vigor em 1 de maro de 1960 e que foi elaborada no Protocolo de Bruxelas de 25

    de julho de 1958 pelo Reino da Blgica, o Gro-Ducado do Luxemburgo e o Reino dos Pases

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    Baixos, tendo sido ratificado neste ltimo pela lei de 16 de dezembro de 1959.

    Gabrielle Defrenne c. Socit anonyme belge de navigation arienne

    (Sabena), 8 de abril de 1976 [43/75]

    1. Por deciso de 23 de abril de 1975, que deu entrada na Secretaria do Tribunal em 2 de maio

    seguinte, a cour du travail de Bruxelas suscitou, nos termos do artigo 177. do Tratado CEE,

    duas questes relativas ao efeito e aplicao do artigo 119. do Tratado, que diz respeito ao

    princpio de igualdade de remunerao entre trabalhadores do sexo masculino e trabalhadores

    do sexo feminino, por trabalho igual.

    2. Estas questes foram suscitadas no mbito de um litgio que ope uma hospedeira de bordo

    sua entidade empregadora, a SA Sabena, e que tem por objeto uma indemnizao reclamada

    pela requerente no processo principal pelo facto de, entre 15 de fevereiro de 1963 e 1 de

    fevereiro de 1966, ter sido vtima, como trabalhadora do sexo feminino, de uma discriminao

    em matria de remunerao relativamente aos seus colegas do sexo masculino que

    desenvolvem igual trabalho na qualidade de comissrios de bordo.

    3. De acordo com o acrdo que determinou o reenvio, as partes esto de acordo quanto ao

    facto de o trabalho de hospedeira de bordo ser idntico ao de comissrio de bordo e de no ser

    contestada, nestas condies, a existncia, durante o perodo referido, de uma discriminao

    em matria de remunerao em detrimento da hospedeira de bordo.

    Orsolina Leonesio c. Ministrio da Agricultura e das Florestas da Repblica

    Italiana, 17 de maio de 1972 [93/71]

    1. 1) Por despacho de 3 de novembro de 1971, que deu entrada na Secretaria do Tribunal de

    Justia em 17 de novembro de 1971, o Pretore di Lonato submeteu a este Tribunal duas questes

    tendentes interpretao do Regulamento (CEE) n. 1975/69 do Conselho, de 6 de outubro de

    1969, e do Regulamento (CEE) n. 2195/69 da Comisso, de 4 de novembro de 1969, relativos

    designadamente concesso de prmios aos exploradores agrcolas que procedam ao abate das

    suas vacas leiteiras.

    2. Pela primeira questo, pede-se ao Tribunal que diga se as disposies do Regulamento n.

    1975/69 e do Regulamento n. 2195/69 so diretamente aplicveis na ordem jurdica italiana e,

    em caso afirmativo, se criam para os particulares direitos individuais que os tribunais nacionais

    devam tutelar. A segunda questo visa substancialmente saber se, quando esto preenchidas

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    as condies referidas no artigo 5, n. os 1 e 2, e nos artigos 6. e 9. do Regulamento n.

    2195/69, estes regulamentos, na medida em que respeitam ao prmio ao abate, conferem ao

    explorador agrcola interessado, em relao ao respectivo Estado-membro, um direito ao

    pagamento deste prmio, direito que o juiz nacional deve salvaguardar imediatamente e que o

    dito Estado no pode submeter a condies suplementares, designadamente quanto ao prazo

    de pagamento que resulta do artigo 10. do Regulamento n. 2195/69.

    3. Estas questes foram colocadas tendo em considerao o facto de a demandante no processo

    principal, estimando ter preenchido todas as condies s quais os regulamentos acima

    referidos submetem a concesso de um prmio ao abate de vacas leiteiras, ter intentado

    perante o Pretore di Lonato um pedido de injuno tendente a condenar o Ministrio da

    Agricultura e das Florestas italiano no pagamento deste prmio. Alm disso, resulta do

    processo que as autoridades nacionais, embora atribuindo o prmio por autorizao

    provisria, suspenderam o seu pagamento com o fundamento de que este estaria subordinado

    adopo prvia, pelo Parlamento italiano, de disposies legislativas concedendo os crditos

    necessrios.

    Franz Grad c. Finanzamt Traunstein, 6 de outubro de 1970 [9/70]

    1. Por deciso de 23 de fevereiro de 1970, entrada no Tribunal de Justia em 16 de maro de

    1970, o Finanzgericht Mnchen apresentou, nos termos do artigo 177. do Tratado CEE,

    diversas questes destinadas a obter a interpretao do artigo 4., da deciso do Conselho de 13

    de maio de 1965, relativa harmonizao de certas disposies com incidncia na concorrncia

    no domnio dos transportes ferrovirios, rodovirios e por via navegvel, e do artigo 1. da

    Primeira diretiva do Conselho de 11 de abril de 1967, relativa harmonizao das legislaes

    dos Estados-membros respeitantes aos impostos sobre o volume de negcios.

    Subsidiariamente, em caso de resposta negativa a estas questes, o Finanzgericht formulou

    outras questes destinadas a obter a interpretao, designadamente dos artigos 80. e 92. do

    Tratado CEE.

    Quanto primeira questo

    2. Atravs da primeira questo, o referido rgo jurisdicional pede ao Tribunal que declare se

    as disposies do artigo 4., segundo pargrafo da Deciso, conjugada com o artigo 1. da

    diretiva, produzem efeitos diretos nas relaes jurdicas entre Estados-membros e particulares,

    de modo a constituir, na esfera jurdica destes, direitos subjetivos individuais que aos rgos

    jurisdicionais incumbe proteger.

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    Werner Mangold c. Rdiger Helm, 22 de novembro de 2005 [C-144/04]

    20. Em 26 de junho de 2003, W. Mangold, ento com 56 anos, celebrou um contrato com R.

    Helm, que exerce a profisso de advogado, tendo esse contrato comeado a produzir efeitos

    em 1 de julho de 2003. (...)

    22. Segundo W. Mangold, o referido artigo 5., na medida em que limita a durao do seu

    contrato, incompatvel com a Diretiva 2000/78, embora essa limitao esteja em

    conformidade com o 14, n. 3, da TzBfG. (...)

    25. O Arbeitsgericht Mnchen tem dvidas quanto compatibilidade do 14, n. 3, primeira

    frase, da TzBfG com o direito comunitrio. (...)

    27. O rgo jurisdicional de reenvio interrogase sobre a compatibilidade de uma

    regulamentao, como o 14, n. 3, da TzBfG, com o artigo 6. da Diretiva 2000/78, na medida

    em que a reduo de 58 para 52 anos, sem razo objetiva, pela Lei de 2002, da idade em que

    permitido celebrar contratos de trabalho a termo, no garante a proteo das pessoas mais

    velhas no trabalho. O princpio da proporcionalidade tambm no foi respeitado. (...)

    31. Foi nestas condies que o Arbeitsgericht Mnchen decidiu suspender a instncia e colocar

    ao Tribunal de Justia as seguintes questes prejudiciais: 1) a) O artigo 8., n. 3, do

    acordoquadro [] deve ser interpretado no sentido de que, transposto para o direito interno,

    probe um tratamento mais desfavorvel resultante da diminuio da idade de 60 para 58

    anos? (...)

    Yvonne van Duyn c. Home Office, 4 de dezembro de 1974 [41/74]

    2. Estas questes foram suscitadas no mbito de um recurso interposto contra o Home Office

    por uma cidad neerlandesa, a quem foi recusada a entrada no Reino Unido para ocupar um

    emprego de secretria na Church of Scientology (Igreja de Cientologia).

    3. Tal recusa deveu-se poltica do Reino Unido em relao referida organizao, cujas

    atividades so consideradas como um perigo social. (...)

    9. Na segunda questo pergunta-se ao Tribunal se a diretiva do Conselho, de 25 de fevereiro de

    1964 (64/221/CEE), para a coordenao de medidas especiais relativas aos estrangeiros em

    matria de deslocao e estada justificadas por razes de ordem pblica, segurana pblica e

    sade pblica, diretamente aplicvel, no sentido de conferir aos particulares direitos que

    estes podem invocar em juzo num Estado-membro.

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    10. Resulta da deciso de reenvio que, de entre as disposies da diretiva, a nica em questo

    o n. 1 do artigo3., que prev que as medidas de ordem pblica ou de segurana pblica

    devem fundamentar-se, exclusivamente, no comportamento pessoal do indivduo em causa.

    Ministrio Pblico c. Tullio Ratti, 5 de abril de 1979 [148/78]

    The board of directors of the undertaking Silvam, of Senago (Milan), represented by Mr Ratti,

    decided to package its solvents and to affix to the container labels conforming to Council

    Directive No 73/173/EEC of 4 June 1973. It also decided that Council Directive No 77/728/EEC

    of 7 November 1977 would be applied to its varnishes.

    Those two directives have not yet been incorporated into the Italian legal system. Law No 245

    of 5 March 1963 (Gazzetta Ufficiale, p. 1451), applying both to solvents and varnishes, remains

    in force in Italy at the present time.

    Law No 245 is in some aspects more stringent than the aforesaid directives (it requires in all

    cases an indication of the quantity of benzene, toluene and xylene in the solvent or varnish)

    and in others less so (it does not require a reference to all the ingredients considered to be

    toxic, corrosive, irritant, oxidizing or highly inflammable) than the aforesaid directives. This

    causes difficulties both as regards products manufactured in Italy and imported products.

    Mr Ratti was prosecuted by the Pubblico Ministero for an infringement of Law No 245 before

    the Fifth Criminal Chamber of the Pretura, Milan.

    Marks & Spencer plc c. Commissioners of Customers & Excise, 11 de julho

    de 2002 [C-62/00]

    12. A Marks & Spencer uma sociedade de venda a retalho, estabelecida no Reino Unido e

    especializada na venda de produtos alimentares e de vesturio.

    13. A Marks & Spencer vendia vales de compra a sociedades a um preo inferior ao do seu valor

    nominal. Os vales de compra eram seguidamente vendidos ou dados a terceiros, que podiam

    utiliz-los, entregando-os Marks & Spencer a fim de receber em troca bens cujo preo era

    equivalente ao valor nominal destes vales.

    14. Em dezembro de 1990, a Marks & Spencer sustentou perante os Commissioners que devia

    declarar o IVA sobre as quantias que recebia pela venda dos vales e no sobre o seu valor

    nominal.

    15. Em janeiro de 1991, os Commissioners decidiram que a Marks & Spencer devia declarar o

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    IVA sobre o valor nominal dos vales. A Marks & Spencer assim procedeu at que o Tribunal de

    Justia se pronunciou sobre essa questo (...). Neste acrdo, o Tribunal de Justia declarou

    que o artigo 11., A, n. 1, alnea a), da Sexta Directiva deve ser interpretado no sentido de que,

    quando um fornecedor vende a um adquirente, com desconto, um vale com a promessa de o

    aceitar posteriormente pelo seu valor nominal para pagamento da totalidade ou de parte do

    preo de um produto comprado por um cliente que no o adquirente do vale e que no

    conhece, em princpio, o preo real de venda desse vale pelo fornecedor, a contrapartida

    representada pelo vale o montante realmente recebido pelo fornecedor pela venda do vale.

    16. Na sequncia do acrdo Argos Distributors, j referido, verificou-se que o regime do IVA

    aplicado pelos Commissioners aos vales de compra vendidos pela Marks & Spencer era

    incorreto. Assim, por carta de 31 de outubro de 1996, a Marks & Spencer apresentou-lhes um

    pedido de reembolso do IVA por si indevidamente pago em razo deste erro no que toca ao

    perodo decorrido do ms de maio de 1991 ao ms de agosto de 1996, ou seja, 2 638 057 GBP.

    Este pedido foi retificado por cartas de 6 e 22 de novembro de 1996.

    17. Por ofcio de 11 de dezembro de 1996, os Commissioners indicaram que estavam dispostos a

    reembolsar a parte do IVA referente venda dos vales de compra respeitante ao perodo que

    no era afetado pela introduo do prazo de prescrio de trs anos que entrou em vigor em 18

    de julho de 1996. O reembolso correspondente, ou seja, a quantia de 1 913 462 GBP, foi

    efetuado a favor da Marks & Spencer em 15 de janeiro de 1997. (...)

    21. (...) O Court of Appeal decidiu no se pronunciar ainda sobre esse aspecto do litgio e

    submeter ao Tribunal de Justia a seguinte questo prejudicial: Quando um Estado-Membro

    no tenha transposto corretamente para a sua legislao nacional o artigo 11., A, da Diretiva

    77/388 do Conselho, compatvel com o princpio da eficcia dos direitos que um sujeito

    passivo do imposto retira do artigo 11., A, ou com o princpio da proteo da confiana

    legtima, aplicar uma legislao que suprime com efeito retroativo um direito, conferido pelo

    direito nacional, de pedir o reembolso das quantias pagas a ttulo do IVA mais de trs anos

    antes da apresentao do pedido?

    M.H. Marshall c. Southampton and South-West Hampshire Area Health

    Authority (Teaching), 26 de fevereiro de 1986 [152/84]

    3. A recorrente, que nasceu em 4 de fevereiro de 1918, foi empregada da recorrida desde o ms

    de junho de 1966 at 31 de maro de 1980. Desde 23 de maio de 1974, foi titular de um contrato

    de trabalho com a categoria de dietista principal.

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    4. A 31 de maro de 1980, ou seja, aproximadamente quatro semanas aps ter atingido 62 anos

    de idade, a recorrente foi despedida, embora tivesse exprimido a vontade de continuar

    empregada at aos 65 anos de idade, ou seja, at 4 de fevereiro de 1983.

    5. Segundo a deciso de reenvio, o nico motivo do despedimento foi o facto de a recorrente

    ser uma mulher e ter j ultrapassado a idade de reforma prevista pela recorrida para as

    mulheres. (...)

    7. Na altura, a legislao do Reino Unido em matria de penses, o Social Security Act de 1975,

    previa nos artigos 27., n. 1, e 28., n. 1, que as penses estatais seriam concedidas a partir dos

    65 anos para os homens e a partir dos 60 anos para as mulheres. (...)

    9. Tendo sofrido um prejuzo financeiro correspondente diferena entre o vencimento

    enquanto trabalhadora da recorrida e a sua penso e tendo perdido o gosto que lhe dava o seu

    trabalho, a recorrente props uma ao contra a recorrida num Industrial Tribunal, afirmando

    que o seu despedimento, na altura e pelo motivo indicado pela recorrida, constituiu um

    tratamento menos favorvel em razo do sexo e, por conseguinte, uma discriminao ilegal em

    violao do direito comunitrio.

    10. Este tribunal (...) considerou existir violao do princpio da igualdade de tratamento

    enunciado na Diretiva 76/207. (...)

    39. Tendo a primeira questo recebido uma resposta afirmativa, coloca-se a questo de saber se

    o n. 1 do artigo 5. da Diretiva 76/207 pode ser invocado por particulares perante os tribunais

    nacionais.

    40. A recorrente e a Comisso propem que seja dada uma resposta afirmativa a esta questo.

    Afirmam especialmente que, no que diz respeito ao artigo 2., n. 1 e ao artigo 5., n. 1, da

    Diretiva 76/207, estas disposies so suficientemente claras para permitir aos tribunais

    nacionais aplic-las sem interveno legislativa dos Estados-membros, pelo menos quando em

    presena de uma discriminao manifesta.

    Faccini Dori c. Recreb Srl, 14 de julho de 1994 [C-91/92]

    2. Esta questo foi suscitada no mbito de um litgio que ope Paola Faccini Dori, residente

    em Monza (Itlia), Recreb Sri (a seguir Recreb).

    3. (...) Em 19 de janeiro de 1989, a sociedade Interdiffusion Sri celebrou na estao central de

    Milo (...) um contrato sobre um curso de ingls por correspondncia com P. Faccini Dori, sem

    que esta o tivesse previamente solicitado.

    4. Alguns dias mais tarde, P. Faccini Dori informou a sociedade, por carta registada de 23 de

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    janeiro de 1989, de que cancelava a encomenda. A sociedade respondeu-lhe, em 3 de junho de

    1989, que tinha cedido a sua posio contratual Recreb. Em 24 de junho de 1989, P. Faccini

    Dori confirmou por escrito Recreb a renncia assinatura do curso, invocando

    nomeadamente a faculdade para o efeito consagrada na diretiva sobre os contratos negociados

    fora dos estabelecimentos comerciais.

    5. (...) Aquela diretiva tem por objetivo melhorar a proteo dos consumidores e pr fim s

    disparidades existentes entre as vrias legislaes nacionais no respeitante a esta proteo (...).

    A diretiva visa atribuir ao consumidor um direito de resoluo durante um perodo de pelo

    menos sete dias, a fim de lhe dar a possibilidade de avaliar as obrigaes decorrentes do

    contrato.

    6. Em 30 de junho de 1989, a Recreb requereu ao Giudice conciliatore di Firenze que proferisse

    contra P. Faccini Dori a injuno de pagamento da soma acordada, acrescida de juros e das

    despesas.

    7. Em despacho injuntivo proferido em 20 de novembro de 1989, aquele juiz condenou

    P.Faccini Dori a pagar tais quantias. Esta deduziu oposio contra a injuno perante o mesmo

    magistrado. Afirmou, novamente, que tinha rescindido o contrato nos termos previstos na

    diretiva.

    8. Verifica-se entretanto que, data dos factos, no tinha sido tomada em Itlia qualquer

    medida de transposio da diretiva, embora o prazo para transposio tivesse terminado em 23

    de dezembro de 1987. Com efeito, a Itlia s transps a diretiva com o Decreto legislativo n.

    50, de 15 de janeiro de 1992, que entrou em vigor em 3 de maro de 1992.

    9. O tribunal de reenvio interrogou-se sobre se poderia aplicar as disposies da diretiva,

    apesar de esta no ter ainda sido transposta em Itlia data dos factos.

    A. Foster e outros c. British Gas plc, 12 de julho de 1990 [C-188/89]

    2. Esta questo foi suscitada no mbito de um litgio que ope A. Foster, G. A. H. M. Fulford-

    Brown, J. Morgan, M. Roby, E. M. Salloway e P. Sullivan, ex-empregadas da empresa British

    Gas Corporation, sociedade British Gas plc, sucessora nos direitos e obrigaes da BGC, sobre

    a reforma obrigatria de que foram objeto por parte da BGC.

    3. Por fora do Gas Act de 1972, que regia a BGC por ocasio dos factos do litgio na causa

    principal, esta era uma pessoa coletiva criada por lei, encarregada de desenvolver e manter, em

    regime de monoplio, um sistema de distribuio de gs na Gr-Bretanha.

    4. Os membros da direo da BGC eram nomeados pelo secretrio de Estado competente. Este

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    ltimo tinha igualmente o poder de dirigir BGC diretivas de carcter geral, para questes de

    interesse nacional, bem como instrues referentes sua gesto.

    5. A BGC tinha, por seu lado, a obrigao de apresentar ao secretrio de Estado relatrios

    peridicos sobre o desempenho das suas funes, a sua gesto e os seus programas. Esses

    relatrios eram seguidamente transmitidos s duas cmaras do parlamento. Nos termos do Gas

    Act de 1972, a BGC tinha ainda direito de apresentar ao parlamento projetos de lei com a

    autorizao do secretrio de Estado.

    6. A BGC estava obrigada a manter um oramento equilibrado durante dois exerccios

    financeiros sucessivos. O secretrio de Estado podia ordenar-lhe que destinasse certos fundos a

    fins especficos ou os entregasse ao Tesouro Pblico.

    7. A BGC foi privatizada por fora do Gas Act de 1986. Essa privatizao originou a constituio

    da British Gas plc, recorrida na causa principal, sucessora nos direitos e obrigaes da BGC

    com efeitos a partir de 24 de agosto de 1986.

    8. As recorrentes na causa principal foram reformadas pela BGC em datas compreendidas entre

    27 de dezembro de 1985 e 22 de julho de 1986, ou seja, quando completaram 60 anos. Essas

    reformas constituem a expresso de uma poltica geral ento seguida pela BGC, que consistia

    em despedir os seus empregados quando estes atingiam a idade em que, por fora da legislao

    britnica, tinham direito a uma penso estatal, ou seja, 60 anos para as mulheres e 65 para os

    homens.

    9. As recorrentes na causa principal, que desejavam continuar a trabalhar, apresentaram nos

    rgos jurisdicionais britnicos um pedido de indemnizao, alegando que o seu

    despedimento por parte da BGC era contrrio ao n. 1 do artigo 5. da Diretiva 76/207. Nos

    termos desta disposio, a aplicao do princpio da igualdade de tratamento no que se refere

    s condies de trabalho, incluindo as condies de despedimento, implica que sejam

    asseguradas aos homens e s mulheres as mesmas condies, sem discriminao em razo do

    sexo.

    10. Nos termos do despacho de reenvio, as partes no processo na causa principal esto de

    acordo em considerar, com base no acrdo Marshall, que essas reformas so contrrias ao

    disposto no n. 1 do artigo 5.. (...) As partes no esto de acordo quanto questo de saber se o

    n. 1 do artigo 5. da diretiva pode ser invocado contra a BGC.

  • 12

    3. INTERPRETAO CONFORME

    Marleasing SA c. La Comercial Internacional de Alimentacion, 13 de

    novembro de 1990 [C-106/89]

    2. Estas questes foram suscitadas no mbito de um litgio que ope a sociedade Marleasing

    SA, demandante no processo principal, a um determinado nmero de demandadas, entre as

    quais figura La Comercial Internacional de Alimentacin SA. Esta ltima foi constituda sob a

    forma de uma sociedade annima por trs pessoas, entre as quais a sociedade Barviesa, que

    entrou com o seu patrimnio.

    3. Resulta dos fundamentos do despacho de reenvio que a Marleasing pede, a ttulo principal,

    com fundamento nos artigos 1261. e 1275. do cdigo civil espanhol, que privam de efeito

    jurdico os contratos sem causa ou cuja causa seja ilcita, a anulao do contrato de sociedade

    que institui La Comercial, com fundamento em que a sua constituio desprovida de causa

    jurdica, afetada de simulao e foi efetuada com fraude dos direitos dos credores da sociedade

    Barviesa, co-fundadora de La Comercial. La Comercial pede que se julgue totalmente

    improcedente o pedido, invocando, nomeadamente, o facto de a Diretiva 61/151, atrs citada,

    cujo artigo 11. contm a lista limitativa dos casos de invalidade das sociedades annimas, no

    incluir a inexistncia de causa jurdica entre esses casos.

    4. (...) O Reino de Espanha era obrigado a transpor a diretiva em vigor desde a sua adeso,

    transposio ainda no ocorrida na data do despacho de reenvio.

    Konstantinos Adeneler e outros c. Ellinikos Organismos Galaktos (ELOG), 4

    de julho de 2006 [C-212/04]

    24. Os demandantes no processo principal, que exercem as profisses de encarregados da

    recolha de amostras, secretrios, tcnicos e veterinrios, celebraram, com efeitos a partir do

    ms de maio de 2001 e antes do limite do prazo de transposio da Diretiva 1999/70 para a

    ordem jurdica helnica, ou seja, em 10 de julho de 2002, com o ELOG, pessoa coletiva de

    direito privado do sector pblico com sede em Salnica, vrios contratos a termo sucessivos,

    tendo os ltimos cessado entre os meses de junho e de setembro do ano de 2003 e no tendo

    sido renovados. Cada um desses contratos, tanto o contrato inicial como os contratos

    sucessivos, foi celebrado por um perodo de 8 meses, existindo entre os diversos contratos

    intervalos variveis, de 22 dias, no mnimo, a 10 meses e 26 dias, no mximo. Os demandantes

  • 13

    no processo principal foram sempre contratados novamente para ocupar o mesmo lugar que

    aquele para o qual o contrato inicial tinha sido celebrado. Todos os trabalhadores em causa

    tinham um contrato a termo na data em que entrou em vigor o Decreto presidencial n.

    81/2003. (...)

    26. Os demandantes no processo principal intentaram ento uma ao no Monomeles

    Protodikeio Thessalonikis destinada a obter a declarao de que os contratos em causa devem

    ser considerados contratos de trabalho sem termo, nos termos do acordo-quadro. Para esse

    efeito, alegam que o seu trabalho ao servio do ELOG era regular e satisfazia necessidades

    estveis e duradouras na acepo da legislao nacional, de modo que a celebrao sucessiva

    de contratos de trabalho a termo com a sua entidade patronal tinha sido abusiva, no existindo

    nenhuma razo objetiva que justificasse a proibio, prevista no artigo 21., n. 2, da Lei n.

    2190/1994, de transformar as relaes laborais em causa em contratos de trabalho sem termo.

    27. Segundo o rgo jurisdicional de reenvio, a requalificao dos contratos em causa constitui

    um pressuposto necessrio da deciso relativa a outras pretenses dos demandantes no

    processo principal, como a sua reintegrao e o pagamento de salrios em dvida.

    28. Tendo em conta que o artigo 5. do acordo-quadro deixa discricionariedade dos Estados-

    Membros as modalidades da sua transposio para a ordem jurdica interna e que no

    suficientemente claro e incondicional para poder ter efeito direto, o rgo jurisdicional de

    reenvio pergunta, em primeiro lugar, a partir de que data, em caso de transposio tardia da

    Diretiva 1999/70, a legislao nacional deve ser interpretada em conformidade com esta

    ltima. A este respeito, pe vrias possibilidades, concretamente, a data da publicao da

    referida diretiva no Jornal Oficial das Comunidades Europeias, que corresponde data da sua

    entrada em vigor, a do termo do prazo de transposio da mesma diretiva e a da entrada em

    vigor do Decreto presidencial n. 81/2003.

    The Queen, a pedido de Delena Wells c. Secretary of State for Transport,

    Local Government and the Regions, 7 de janeiro de 2004 [C-201/02]

    20. Em 1947, foi concedida uma old mining permission para a pedreira de Conygar Quarry

    atravs duma interim development order nos termos do Town and Country Planning

    (General Interim Development) Order 1946.

    21. A pedreira de Conygar Quarry compreende dois locais, com uma superfcie ligeiramente

    superior a 7,5 ha cada um, separados por uma estrada, beira da qual se encontra a casa de D.

    Wells. Esta adquiriu a sua casa em 1984, ou seja, 37 anos aps a concesso da referida

  • 14

    autorizao de explorao, mas numa poca em que a pedreira j no era explorada havia

    muito tempo. Contudo, durante o ms de junho de 1991, a explorao foi retomada por um

    breve perodo.

    22. pacfico que o local extremamente sensvel no plano do ambiente. A zona da pedreira

    ou a zona adjacente mesma foi objeto de numerosas classificaes importantes para a

    proteo da natureza e do ambiente.

    23. No incio de 1991, os proprietrios da pedreira de Conygar Quarry requereram MPA

    competente o registo da sua old mining permission em conformidade com o Planning and

    Compensation Act 1991.

    24. O referido registo foi concedido por deciso de 24 de agosto de 1992, a qual declarava,

    contudo, que nenhuma explorao podia legalmente ter lugar sem que fosse apresentado

    MPA um pedido de fixao de novas condies e sob reserva de esse pedido vir a ser

    definitivamente deferido.

    25. Em consequncia, os referidos proprietrios requereram MPA competente que fixasse

    novas condies de explorao.

    26. Dado que a MPA competente, por deciso de 22 de dezembro de 1994, imps condies

    mais severas do que as propostas pelos proprietrios da pedreira de Conygar Quarry, os

    mesmos exerceram o seu direito de recurso para o Secretary of State.

    27. Por deciso de 25 de junho de 1997, o Secretary of State imps 54 condies de explorao,

    deixando alguns aspectos apreciao da MPA competente.

    28. Estes planos foram aprovados pela MPA competente por deciso de 8 de julho de 1999.

    29. Nem o Secretary of State nem a MPA competente analisaram a questo de saber se era

    necessrio proceder a uma avaliao dos efeitos sobre o ambiente nos termos da Diretiva

    85/337. Em momento algum foi tida em considerao uma declarao formal em matria de

    ambiente.

    30. Por carta de 10 de junho de 1999, D. Wells solicitou ao Secretary of State que adoptasse

    medidas adequadas, ou seja, revogar ou alterar a autorizao de explorao, a fim de remediar

    a falta de avaliao dos efeitos no ambiente no procedimento de autorizao. No tendo o seu

    pedido tido resposta, D. Wells interps ento recurso para a High Court of Justice.

    32. Considerando que o litgio que lhe foi submetido necessita da interpretao do direito

    comunitrio, a High Court of Justice (England & Wales), Queen's Bench Division

    (Administrative Court) decidiu suspender a instncia e submeter ao Tribunal de Justia as

    seguintes questes prejudiciais: (...) 4) Podem os particulares i) impugnar a falta de exigncia,

    por parte do Estado, de avaliao do impacto ambiental ou ii) isso est-lhes vedado pelas

    limitaes impostas pelo Tribunal de Justia doutrina do efeito direto, nomeadamente do

  • 15

    efeito direto horizontal ou pela imposio de nus ou obrigaes aos particulares por ato do

    Estado?

    Seda Kckdeveci contra Swedex GmbH & Co. KG, 19 de janeiro de 2010

    [C-555/07]

    12. S. Kckdeveci nasceu em 12 de fevereiro de 1978. Era empregada da Swedex desde 4 de

    junho de 1996, ou seja, desde os 18 anos.

    13. A Swedex despediu-a por carta datada de 19 de dezembro de 2006, tendo o despedimento

    produzido efeitos, atendendo ao aviso prvio legal, em 31 de janeiro de 2007. O empregador

    calculou o prazo de aviso prvio como se a trabalhadora tivesse uma antiguidade de 3 anos,

    apesar de estar ao seu servio h 10 anos.

    14. S. Kckdeveci impugnou o seu despedimento por ao intentada no Arbeitsgericht

    Mnchengladbach (Alemanha). Nesse rgo jurisdicional, alegou que o prazo do seu aviso

    prvio devia ter sido de quatro meses contados a partir de 31 de dezembro de 2006, ou seja, at

    30 de abril de 2007, nos termos do disposto no 622, n. 2, primeiro pargrafo, ponto 4, do

    BGB. Este prazo corresponde a uma antiguidade de dez anos. O litgio em causa no processo

    principal ope assim dois particulares a saber, por um lado, S. Kckdeveci e, por outro, a

    Swedex.

    15. Segundo S. Kckdeveci, o 622, n. 2, segundo pargrafo, do BGB, na parte em que prev

    que o tempo de trabalho prestado por um trabalhador antes dos 25 anos de idade no

    contabilizado para calcular a durao do aviso prvio, constitui uma medida discriminatria

    baseada na idade, contrria ao direito da Unio, pelo que no deve ser aplicado.

    16. O Landesarbeitsgericht Dsseldorf, pronunciando-se em sede de recurso, constatou que o

    prazo de transposio da Diretiva 2000/78 j tinha terminado no dia em que ocorreu o

    despedimento. Este rgo jurisdicional considerou igualmente que o 622 do BGB contm

    uma diferena de tratamento que se baseia na idade e, embora no esteja convencido do

    carcter inconstitucional da disposio, considera, pelo contrrio, que a sua conformidade com

    o direito da Unio questionvel. Pergunta, a este respeito, se a eventual existncia de uma

    discriminao direta em razo da idade deve ser analisada luz do direito primrio da Unio

    (...). Sublinhando que a disposio nacional em causa clara e que, caso se colocasse a questo

    da sua interpretao, o seu resultado no seria conforme com a referida diretiva, pergunta

    igualmente se, para no aplicar essa disposio num litgio entre particulares, deve, para

    garantir a proteo da sua confiana legtima, submeter previamente um pedido de deciso

  • 16

    prejudicial ao Tribunal de Justia, para que este confirme a incompatibilidade da referida

    disposio com o direito da Unio.

    4. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

    Andrea Francovich e Danila Bonifaci e outros c. Itlia, 19 de novembro de

    1991 [C-6/90 & C-9/90]

    3. A Diretiva 80/987 visa assegurar aos trabalhadores assalariados um mnimo comunitrio de

    proteo em caso de insolvncia do empregador, sem prejuzo das disposies mais favorveis

    existentes nos Estados-membros. Para esse efeito, prev nomeadamente garantias especficas

    para o pagamento de crditos em dvida respeitantes remunerao.

    4. De acordo com o artigo 11., os Estados-membros deviam adoptar as disposies legislativas,

    regulamentares e administrativas necessrias para dar cumprimento diretiva num prazo que

    terminou em 23 de outubro de 1983. No tendo a Repblica Italiana respeitado essa obrigao,

    o Tribunal declarou o seu incumprimento por acrdo de 2 de Fevereiro de 1989.

    5. A. Francovich, parte no processo principal a que se refere o processo C-6/90, havia

    trabalhado para a empresa CDN Elettronica SnC, em Vicenza, e apenas havia recebido por

    isso pagamentos espordicos por conta do seu salrio. Por isso intentou uma ao na pretura

    di Vicenza, que condenou a empresa demandada no pagamento do montante de cerca de 6

    milhes de LIT. No decurso da fase executiva, o huissier do tribunal de Vicenza teve de redigir

    certido negativa de penhora. A. Francovich invocou ento o direito de obter do Estado

    italiano as garantias previstas pela Diretiva 80/987 ou, a ttulo subsidirio, uma indemnizao.

    6. No processo C-9/90, Danila Bonifaci e trinta e trs outras assalariadas intentaram uma ao

    na pretura di Bassano del Grappa, afirmando que haviam trabalhado na qualidade de

    assalariadas para a empresa Gaia Confezioni SrL, declarada em situao de falncia em 5 de

    abril de 1985. No momento da cessao das relaes de trabalho, as autoras eram credoras de

    um montante de mais de 253 milhes de LIT, que havia sido admitido no passivo da empresa

    falida. Mais de cinco anos aps a falncia, no lhes havia sido pago qualquer montante e o

    administrador da falncia havia-as informado de que uma repartio, mesmo parcial, a seu

    favor era absolutamente improvvel. Por consequncia, as recorrentes moveram uma ao

    contra a Repblica Italiana pedindo, tendo em conta a obrigao que lhe incumbia de aplicar a

    Diretiva 80/987 a partir de 23 de outubro de 1983, que a mesma fosse condenada a pagar-lhe os

    crditos que lhe so devidos a ttulo de salrios em atraso, pelo menos relativamente aos trs

  • 17

    ltimos meses ou, subsidiariamente, uma indemnizao.

    Gerhard Kbler contra Republik sterreich, 30 de setembro de 2003 [C-

    6/90 & C-9/90]

    5. G. Kbler est vinculado ao Estado austraco, desde 1 de maro de 1986, por um contrato de

    direito pblico, na qualidade de professor catedrtico em Innsbruck (ustria). Quando da sua

    nomeao, foi-lhe atribudo o vencimento de professor catedrtico no dcimo escalo,

    acrescido do subsdio normal de antiguidade.

    6. Por carta de 28 de fevereiro de 1996, G. Kbler solicitou a atribuio do subsdio especial de

    antiguidade dos professores universitrios, ao abrigo do 50a da GG. Alegou que, embora, na

    verdade, no tivesse quinze anos de antiguidade como professor em universidades austracas,

    tinha, em contrapartida, a antiguidade exigida se a durao dos seus servios nas universidades

    de outros Estados-Membros da Comunidade fosse tomada em considerao. Sustentou que a

    condio de uma antiguidade de quinze anos adquirida unicamente em universidades

    austracas - sem ser tida em conta a obtida em universidades de outros Estados-Membros

    constitua, desde a adeso da Repblica da ustria Comunidade, uma discriminao indireta

    injustificada em direito comunitrio.

    7. No litgio resultante desta pretenso de G. Kbler, o Verwaltungsgerichtshof (ustria)

    submeteu ao Tribunal de Justia, por despacho de 22 de outubro de 1997, um pedido

    prejudicial registado na Secretaria do Tribunal de Justia sob o nmero C-382/97.

    8. Por carta de 11 de maro de 1998, o secretrio do Tribunal de Justia perguntou ao

    Verwaltungsgerichtshof se julgava necessrio manter o seu pedido prejudicial luz do acrdo

    de 15 de janeiro de 1998, Schning-Kougebetopoulou.

    9. Por despacho de 25 de maro de 1998, o Verwaltungsgerichtshof convidou as partes no

    litgio submetido sua apreciao a pronunciarem-se sobre o pedido do secretrio do Tribunal

    de Justia, observando a ttulo preliminar que a questo de direito objeto do processo

    prejudicial em causa tinha sido resolvida de modo favorvel a G. Kbler.

    10. Por despacho de 24 de junho de 1998, o Verwaltungsgerichtshof retirou o seu pedido

    prejudicial e, por acrdo do mesmo dia, negou provimento ao recurso de G. Kbler,

    invocando que o subsdio especial de antiguidade constitua um prmio de fidelidade que

    justificava objetivamente uma derrogao s disposies do direito comunitrio relativas

    livre circulao de trabalhadores. (...)

    12. G. Kbler intentou uma ao de indemnizao contra a Republik sterreich no rgo

    jurisdicional de reenvio, a fim de ser ressarcido do prejuzo sofrido devido ao no pagamento

  • 18

    de um subsdio especial de antiguidade. Alega que o acrdo do Verwaltungsgerichtshof de 24

    de junho de 1998 violou disposies do direito comunitrio diretamente aplicveis, conforme

    interpretadas pelo Tribunal de Justia nos acrdos em que decidiu que um subsdio especial

    de antiguidade no constitui um prmio de fidelidade.

    Erich Dillenkofer, Christian Erdmann, Hans-Jrgen Schulte, Anke Heuer,

    Werner, Ursula e Trosten Knor contra Bundesrepublik Deutschland, 8 de

    outubro de 1996 [C-178/94, C-179/94, C-188/94, C-189/94 & C-190/94]

    3. Nos termos do artigo 1., a Diretiva 90/314/CEE tem por objeto aproximar as disposies

    legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados-Membros relativas s viagens

    organizadas, s frias organizadas e aos circuitos organizados, vendidos ou propostos para

    venda no territrio da Comunidade. ()

    6. O artigo 8. precisa que os Estados-Membros podem adoptar ou manter, no domnio

    regulado pela diretiva, disposies mais rigorosas para defesa do consumidor.

    7. De acordo com o artigo 9., os Estados-Membros poro em vigor as medidas necessrias para

    dar cumprimento diretiva, o mais tardar em 31 de dezembro de 1992.

    8. Em 24 de junho de 1994, o legislador alemo adoptou a lei de aplicao da diretiva do

    Conselho de 13 de junho de 1990 relativa s viagens organizadas. Essa lei aditou ao Brgerliches

    Gesetzbuch (Cdigo Civil alemo) um novo 651 k, nos termos do qual: ()

    9. Esta lei entrou em vigor em 1 de julho de 1994. Aplica-se aos contratos celebrados depois

    dessa data e relativos a viagens a comear depois de 31 de outubro de 1994.

    10. Os demandantes so compradores de viagens organizadas, que, em consequncia da

    falncia, em 1993, dos dois operadores a quem tinham comprado as respectivas viagens, no

    partiram ou tiveram de regressar do local de frias sua custa, sem que tenham conseguido

    obter o reembolso das somas que haviam pago a esses operadores ou das despesas em que

    incorreram para regressar.

    5. PRIMADO

    Flaminio Costa c. ENEL, 15 de julho de 1964 [6/64]

    Flaminio Costa, advogado em Milo, entende no ser devedor de uma fatura no montante de

    1925 LIT (lira italiana), que lhe foi exigido por fornecimento de eletricidade pelo Ente

  • 19

    nazionale per l'energia elettrica, ou ENEL. Interps recurso para o juiz de paz, competente em

    primeira e ltima instncia, em razo do valor do pedido, alegando que a lei de 6 de dezembro

    de 1962 relativa nacionalizao da indstria elctrica em Itlia era contrria a um deter-

    minado nmero de disposies do Tratado de Roma e inconstitucional. Para este fim, solicitou

    e obteve o reenvio do processo, a ttulo prejudicial, por um lado, para o Tribunal

    Constitucional da Repblica Italiana, e, por outro, para este Tribunal, ao abrigo do artigo 177.

    do Tratado.

    Politi Sas c. Ministrio das Finanas da Repblica Italiana, 14 de dezembro

    de 1971 [43/71]

    The facts and procedure may be summarized as follows:

    1. The Politi undertaking imported: chilled pigmeat from Sweden on 8 July 1966; frozen

    pigmeat and ham from Belgium on 11 August 1966; fresh and chilled meat and edible offals

    of domestic swine from France on 16 September 1969; chilled pigmeat from Ireland on 29

    October 1969.

    For each of these importations it was required to pay: a duty for administrative services

    amounting to 0.5% of the value of the products imported (this being a duty introduced by

    Italian Law No 330 of 15 June 1950); a statistical levy at the rate of Lit. 10 per quintal of the

    imported produces (cf. in particular, Article 42 of both the Decrees of the President of the

    Italian Republic Nos 1339 of 21 December 1961 and 723 of 26 June 1965).

    The Politi undertaking considered that these charges should not have been imposed and

    brought interlocutory proceedings before the President of the Tribunale di Torino against the

    Ministry for Finance of the Italian Republic for the purpose of obtaining a refund of the sums

    paid. The undertaking maintains that the provisions of national law in question were not

    applicable to imports of pigmeat into Italy because they were incompatible with Regulations

    Nos 20 and 121/67. 2.

    Internationale Handelsgesellschaft mbH c. Einfuhr- und Vorratsstelle fr

    Getreide und Futtermittel, 17 de dezembro de 1970 [11/70]

    1. Por despacho de 18 de Maro de 1970, que deu entrada no Tribunal de Justia em 26 de

    maro de 1970, o Verwaltungsgericht (tribunal administrativo) Frankfurt am Main submeteu,

    nos termos do artigo 177. do Tratado CEE, duas questes relativas validade do regime dos

  • 20

    certificados de exportao e da cauo com ele conexa a seguir regime de caues

    previsto pelo Regulamento n. 120/67/CEE do Conselho, de 13 de junho de 1967, que estabelece

    a organizao comum de mercado no sector dos cereais (JO 1967, p. 2269) e o Regulamento n.

    473/67/CEE da Comisso, de 21 de agosto de 1967, relativo aos certificados de importao e

    exportao.

    2. Resulta da fundamentao do despacho de reenvio que o tribunal administrativo se tem

    recusado at agora a admitir a validade das disposies em causa e que, por essa razo,

    considera indispensvel pr fim insegurana jurdica existente. Segundo a apreciao desse

    tribunal, o regime de caues seria contrrio a certos princpios estruturais do direito

    constitucional nacional que deveriam ser salvaguardados no mbito do direito comunitrio,

    pelo que a primazia do direito supranacional deveria ceder perante os princpios da lei

    fundamental alem. Mais especificamente, o regime de caues violaria os princpios da

    liberdade de ao e de disposio, da liberdade econmica e da proporcionalidade que

    resultam, designadamente, dos artigos 2., n. 1, e 14. da lei fundamental. O compromisso de

    importar ou exportar que resulta da emisso dos certificados, conjugado com a cauo que

    com estes se prende, constituiria uma interveno excessiva na liberdade de disposio do

    comrcio, enquanto o objetivo dos regulamentos poderia ter sido atingido por meio de

    intervenes com consequncias menos gravosas.

    Administrao das Finanas do Estado c. Sociedade annima Simmenthal, 9

    de maro de 1978 [106/77]

    1. Por despacho de 28 de julho de 1977, que deu entrada na Secretaria do Tribunal de Justia

    em 29 de agosto seguinte, o Pretore de Susa submeteu ao Tribunal de Justia, nos termos do

    artigo 177 do Tratado CEE, duas questes prejudiciais relativas ao princpio da aplicabilidade

    direta do direito comunitrio, tal como enunciado no artigo 189 do Tratado, a fim de

    determinar as consequncias decorrentes desse princpio em caso de contradio entre uma

    norma de direito comunitrio e uma disposio posterior de direito interno.

    2. Convm recordar que, em fase anterior do litgio, o Pretore colocara j ao Tribunal de Justia

    questes prejudiciais para poder avaliar da compatibilidade com o Tratado e com certas

    disposies regulamentares nomeadamente o Regulamento n. 805/68 do Conselho, de 27

    de junho de 1968, que estabelece a organizao comum de mercado no sector da carne de

    bovino , de taxas sanitrias, impostas s importaes de carne de bovino por fora do texto

    nico das leis sanitrias italianas, cujo mais recente nvel de imposio fora fixado pela tabela

  • 21

    anexa Lei n. 1239 de 30 de dezembro de 1970.

    3. Na sequncia das resposta dadas pelo Tribunal no acrdo de 15 de dezembro de 1976,

    Simmenthal/Ministrio das Finanas italiano, o Pretore, julgando a cobrana das referidas

    taxas incompatvel com as disposies de direito comunitrio, ordenou Administrao das

    Finanas do Estado que restitusse os direitos indevidamente cobrados, acrescidos dos

    respectivos juros.

    4. A tal se ops a Administrao das Finanas.

    5. Tendo em conta os argumentos expendidos pelas partes ao longo do processo que se seguiu

    a esta oposio, entendeu o Pretore que a questo que lhe era colocada era a da contradio

    entre certas normas comunitrias e uma lei nacional posterior, a saber a Lei n. 1239/70.

    Comisso das Comunidades Europeias c. Repblica Francesa, 4 de abril de

    1974 [167/73]

    1 Por requerimento apresentado em 14 de setembro de 1973, a Comisso intentou no Tribunal,

    nos termos do artigo 169. do Tratado que institui a Comunidade Econmica Europeia, uma

    ao destinada a obter a declarao de que a Repblica Francesa, ao no ter suprimido, no que

    diz respeito aos nacionais dos outros Estados-membros, a disposio do segundo pargrafo do

    artigo 3 da lei francesa, de 13 de dezembro de 1926, relativa ao Code du travail maritime,

    alterado pelo Despacho n. 58/1358, de 27 de dezembro de 1958, no cumpriu as obrigaes que

    lhe incumbem por fora das disposies do Tratado em matria de livre circulao dos

    trabalhadores, e dos artigos 1., 4. e 7. do Regulamento n. 1612/68 do Conselho, de 15 de

    outubro de 1968, relativo livre circulao dos trabalhadores no interior da Comunidade.

    Hiptese 1 Os Regulamentos Roma I (Regulamento n. 593/2008) e Roma II (Regulamento n. 864/2007)

    contm normas relativas lei aplicvel s obrigaes contratuais e extracontratuais,

    respectivamente, em caso de conflito de normas provenientes de diferentes ordenamentos

    jurdicos. Aps a sua entrada em vigor, o Governo portugus pretende saber se se encontra

    obrigado a revogar o disposto nos artigos 15. a 65. do Cdigo Civil, relativos aos conflitos de

    leis. O que lhe diria?

    Hiptese 2 A Sra. Kapferer (cidad austraca residente em Viena) props uma ao contra a Schlank &

    Schick GmbH, sociedade alem com sede em Hamburgo, que possui um escritrio em

    Salzburgo e que se dedica venda de livros por correspondncia. Imagine que, de acordo com o

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    Regulamento n. 44/2001 (relativo competncia judiciria, ao reconhecimento e execuo de

    decises em matria civil e comercial), a ao devia ter sido proposta junto do tribunal de

    Salzburgo. Todavia, a ao correu os seus termos no tribunal de Viena, conforme determinavam

    as normas constantes do Cdigo de Processo Civil austraco.

    Mais tarde, a Schlank & Schick GmbH apresentou um pedido de reviso da sentena do tribunal

    de Viena (que dera razo Sra. Kapferer), alegando a violao do Regulamento n. 44/2001 e do

    princpio do primado do direito da Unio Europeia.

    Quid iuris?

    6. UNIO DE DIREITO

    Partido Ecologista Les Verts c. Parlamento Europeu, 23 de abril de 1986

    [294/83]

    1. Por requerimento apresentado na Secretaria do Tribunal em 28 de dezembro de 1983, Os

    Verdes Partido Ecologista, associao sem fins lucrativos, com sede em Paris, e cuja

    constituio foi declarada na Prfecture de Police em 3 de maro de 1980, interps, nos termos

    do segundo pargrafo do artigo 173. do Tratado CEE, um recurso com vista anulao, por um

    lado, da deciso da Mesa do Parlamento Europeu de 12 de outubro de 1982, relativa

    repartio dos crditos inscritos no nmero 3708 do Oramento Geral das Comunidades

    Europeias, e, por outro lado, da deciso da Mesa alargada do Parlamento Europeu, de 29 de

    outubro de 1983, que aprovou a regulamentao da utilizao dos crditos destinados ao

    reembolso das despesas das formaes polticas que viessem a participar nas eleies europeias

    de 1984.

    7. PROTEO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS

    Hiptese 3 Imagine que a Diretiva n. X/2010/UE desconforme com uma disposio da Conveno

    Europeia dos Direitos do Homem. Estando a correr o prazo de transposio, como considera que

    os Estados-membros (que tambm so parte naquele tratado internacional) devem proceder?

    Hiptese 4 Imagine que o Parlamento Europeu e o Conselho aprovaram um regulamento sobre a livre

    circulao de trabalhadores, que prev a obrigao de os Estados-membros elaborarem uma

    base de dados sobre os trabalhadores provenientes de outros Estados-membros que se

    encontrem no seu territrio e que inclua informaes sobre a sua vida pessoal e religiosa.

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    Imagine, agora, que Bartolomeu (cidado portugus que trabalha e reside em Paris) solicitou s

    autoridades francesas a consulta dos elementos que lhe digam respeito, por forma a verificar a

    sua veracidade, e que, chocado com o contedo das informaes constantes dessa base de

    dados, pretende impugnar a validade daquele regulamento. Quid iuris?

    Hiptese 5 Por Resoluo do Conselho de Segurana das Naes Unidas, o Sr. Mustaf foi designado como

    pessoa suspeita de apoiar o terrorismo, cujos fundos e outros recursos financeiros deviam ser

    congelados. Na sua sequncia, foi adoptado o Regulamento n. X/2010/UE, pelo qual os seus

    fundos e recursos financeiros na Unio Europeia foram integralmente congelados.

    Face a esta situao, o Sr. Mustaf recorreu ao Tribunal Geral, invocando a invalidade daquele

    regulamento por violao do seu direito de propriedade. Por sua vez, o Conselho alegou que

    aquele regulamento era necessrio para cumprir o teor da Resoluo do Conselho de Segurana

    das Naes Unidas.

    Quid iuris?