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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO CAMPUS ENGENHEIRO COELHO CURSO DE LETRAS PRISCILA REGINA BONFANTI A IMPORTÂNCIA DA CARREIRA DE DOCENTE: INCENTIVOS PARA EXERCÍCIO DA PROFISSÃO ENGENHEIRO COELHO 2013

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO CAMPUS ENGENHEIRO COELHO

CURSO DE LETRAS

PRISCILA REGINA BONFANTI

A IMPORTÂNCIA DA CARREIRA DE DOCENTE: INCENTIVOS PARA EXERCÍCIO DA PROFISSÃO

ENGENHEIRO COELHO 2013

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PRISCILA REGINA BONFANTI

A IMPORTÂNCIA DA CARREIRA DE DOCENTE: INCENTIVOS PARA EXERCÍCIO DA PROFISSÃO

Trabalho de conclusão de curso do Centro Universitário Adventista de São Paulo, do curso de Letras, sob orientação da Profª Ms.Tania Maria Lopes Torres.

ENGENHEIRO COELHO 2013

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Trabalho de Conclusão de Curso do Centro Universitário Adventista de São Paulo,

do curso de Letras, habilitação em Português e Inglês, apresentado e aprovado em

24 de novembro de 2013.

_________________________________________________

Orientadora: Profª Ms. Tania Maria Lopes Torres

_________________________________________________

Segunda Leitora: Profª Drª Ana Maria de Moura Schäffer

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RESUMO

Este trabalho tem por objetivo apresentar a importância da carreira de docente juntamente

com incentivos para exercício da profissão, analisando a sua importância na formação de

futuros profissionais e buscando descrições que o auxiliem diante dessa nova realidade. A

educação e o ensino atual são desafiadores para qualquer professor. É preciso refletir a

todo o momento a prática e o foco de formação de competência humana. Tanto no Brasil

quanto em outros países houve uma grande evolução do papel que o professor deve

desempenhar. Entre as características que hoje ele deve demonstrar estão a capacidade de

reflexão, autonomia e também inovação. Ser professor atualmente é estar aberto às

mudanças, é ter a habilidade de transformar os problemas em solução, é inovar para

atender às necessidades do educando. Quem é professor, ou pretende exercer essa função,

deve ter em mente que ensinar é muito mais que uma profissão, é amar o que faz e exercer

as atividades com compromisso e dedicação. A metodologia envolvida para este estudo

será a revisão bibliográfica juntamente com a realização de entrevistas com alunos do

Ensino Médio de uma escola situada na Cidade de Conchal - SP e também com alunos do

Ensino Superior, do Centro Universitário Adventista de São Paulo.

Palavras-chave: Carreira docente; Profissionalização; Motivação.

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ABSTRACT

This work aims to present the importance of teaching career along with incentives to practice

by analyzing its importance in the formation of future professionals seeking descriptions that

help on this new reality. The current education and teaching is challenging for any teacher.

We must reflect at all times the practice and training focus of human competence. Both in

Brazil and in other countries there has been a great evolution of the role that the teacher

should play. Among the features that today he must demonstrate are the ability to reflect,

autonomy and innovation. Being a teacher nowadays is to be open to changes, is to have the

ability to transform the problems in solution, is innovate to meet the needs of the learner. The

one who is a teacher, or intends to enter in this career, should keep in mind that teaching is

much more than to be a teacher, is to love what you do and engage in activities with

commitment and dedication. The methodology for this study was literature review along with

interviews with high school students from a school situated in the town of Conchal-SP, and

also with higher education students from the Centro Universitario Adventista of São Paulo.

Keywords: Teaching careers; Profissionalization; Motivation.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 7

2 A CARREIRA DE DOCENTE- A PROFISSÃO DE PROFESSOR ................................ 9

2.1 O professor aprendiz ................................................................................................................ 14

2.2 Carreiras e Salários: profissão não atraente .................................................................. 16

2.3 O papel do professor e da escola ..................................................................................... 168

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS .................................................................. 21

3.1 Análise dos Resultados – Ensino Médio ................................................................................ 21

3.2 Análise dos Resultados – Ensino Superior ......................................................................... 22

CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 24

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1 INTRODUÇÃO

Uma das carreiras mais desvalorizadas é a do professor. Isto se deve à má

remuneração e principalmente à rotina desgastante. Esses são alguns motivos pelos

quais alunos e professores se sentem desmotivados em seguir carreira nessa

profissão.

Lipp (2007, p. 15) destaca que:

Professor é uma profissão louvável, que merece respeito e consideração pela nobre missão, de quem a exerce, de transmitir seus conhecimentos aos alunos. Infelizmente, ocorreu uma deterioração das condições da formação e da prática profissional do professorado no Brasil, hoje tão desvalorizado no próprio universo acadêmico, na mídia e na sociedade em geral. Diversos trabalhos na literatura mundial mostram que ser professor é uma das profissões mais estressantes na atualidade.

Guimarães (2004, p.17) ressalta que “a formação de professores é uma das

temáticas que mais frequentemente têm estado presente nas discussões sobre a

educação brasileira nos últimos 20 anos”. Formar professores implica em

compreender a importância do papel da docência, propiciando uma profundidade

científico-pedagógica que capacite os futuros professores a enfrentar questões

fundamentais da escola como instituição social, uma prática social que remete às

ideias de formação, reflexão e crítica.

Um aspecto muito relevante diante da carreira de docente está na jornada de

trabalho. Lipp (2007) ressalta que geralmente as jornadas de trabalho são muito

longas, iniciando-se muito cedo podendo se estender até a noite e que as pausas de

descanso e/ou refeições são breves e em lugares desconfortáveis. Também a

questão do trabalho realizado fora da sala de aula é muito ressaltada pela autora.

Para ela esse trabalho pode ser realizado também nos intervalos, observando os

alunos ou reunindo-se com os pais e até mesmo com alunos que os procuram para

tirar dúvidas sobre as matérias ou para “dividir” seus problemas pessoais. “O

professor acaba sendo o gerenciador de situações, que muitas vezes, foge ao seu

controle por despreparo” (LIPP, 2007, p.17).

Diante disto, esta pesquisa pretende apresentar os motivos pela baixa

atratividade da carreira de docente. A desmotivação não ocorre somente com alunos

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de Ensino Médio e Superior, mas também com professores atuantes, muitos dos

quais estão desistindo da carreira e se profissionalizando em outra muito diferente. A

valorização profissional é importante e muitos são os caminhos que podemos

recorrer para que ela aconteça.

Também será abordada nesta pesquisa a importância do professor-aprendiz.

O professor precisa saber aprender com seus alunos e vice-versa; afinal o

aprendizado é uma atividade recíproca.

Esta pesquisa será de grande relevância para alunos e professores, pois

apresenta-se de maneira simplificada vários argumentos sobre a carreira de

docente. A escolha do tema se justifica pela importância que as discussões em torno

dessa desmotivação do professor, de modo geral, vem assumindo no contexto

brasileiro, confirmando a necessidade de se preparar novos docentes, uma profissão

muito desvalorizada pelos alunos e também por atuantes da profissão.

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2 A CARREIRA DE DOCENTE- A PROFISSÃO DE PROFESSOR

Fonseca (1997, p. 22) relata que segundo documento produzido pela

Associação Nacional de Formação de Professores, educador é aquele que:

tem a docência como base de sua identidade profissional; domina o conhecimento específico de sua área, articulando ao conhecimento pedagógico, numa perspectiva de totalidade do conhecimento socialmente produzido que lhe permite perceber as relações existentes entre as atividades educacionais e a totalidade das relações sociais em que o processo educacional ocorre; é capaz de atuar como agente de transformação da realidade na qual se insere.

A autora (1997, p.23) ainda destaca que:

Segundo Tardif, Lessard e Lahaye (1991, p. 228), no exercício cotidiano de sua função, o professor defronta-se com vários limites concretos que não são, muitas vezes, previsíveis e passíveis de uma definição acabada. Ele, então, desenvolve habilidades pessoais, tais como capacidade de improvisação, macetes, gestos, atitudes e estilos que lhe possibilitam vencer as barreiras e construir uma maneira própria de ensinar. Estas habilidades formam os “habitus”, isto é, disposições adquiridas na e pela prática real, ou “personalidade profissional”, que expressam um saber-ser e um saber-fazer profissionais e pessoais, validados pelo trabalho cotidiano.

Almeida (2000, p. 33) ressalta que:

O início da carreira docente tem sido para muitos professores um período difícil, no qual vários problemas se evidenciam. É o momento da passagem do papel do aluno para o papel de professor, que, na maioria das vezes, ocorre com muitas incertezas e inseguranças. Notamos que muitos alunos que ingressam na carreira docente não têm a preparação necessária para atuar. A formação inicial não tem propiciado, em boa parte dos casos, o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos necessários para que o futuro professor tenha uma atuação consciente e conseqüente em sala de aula...

Por fim, Enricone (2009, p. 66) diz que “a docência engloba uma diversidade

de ações desenvolvidas pelos professores, além do espaço da sala de aula,

voltadas prioritariamente à formação de futuros profissionais, sustentadas por

conhecimentos e saberes próprios...”

Para Guarnieri (2005, p. 6), “há indicadores que sugerem que, para ter

sucesso profissional na tarefa de ensinar, é necessário ao professor conhecer,

dominar e articular os vários elementos que compõem o seu trabalho”. Atualmente a

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missão do professor ampliou-se para além da sala de aula, tudo isto para garantir

uma articulação entre a escola e a comunidade. O professor além de ensinar, deve

participar da gestão e do planejamento escolar, o que significa uma dedicação mais

ampla, a qual se estende às famílias e a comunidade.

A situação em que nos encontramos é que infelizmente a administração

escolar não fornece os meios pedagógicos necessários à realização das tarefas que

são cada vez mais complexas. Por este motivo os professores são compelidos a

buscar por seus próprios meios, maneiras de requalificação que se traduzem em

aumento não reconhecido e não remunerado da jornada de trabalho. É preciso que

a formação do professor seja continuada sempre. Conforme salienta Guimarães

(2004, p. 17):

A formação de professores é uma das temáticas que mais frequentemente tem estado presente nas discussões sobre a educação brasileira nos últimos 20 anos. Além da importância mundial que vem sendo atribuída à educação, como via de constituição de nacionalidades e consolidação de ideários político-econômicos, em termos nacionais o motivo desse destaque se prende também ao débito do país em relação a uma educação escolar de qualidade para toda a população. Nesse contexto de ausência de uma boa educação, insere-se ainda a má formação de nossos professores. Se o destaque a essa temática se deu inicialmente no contexto de um amplo esforço dos vários setores da sociedade brasileira para superar as mazelas de um regime militar que findava, hoje se dá também pela construção de uma escola democrática, de qualidade e em prol da cidadania. Contudo, mais do que saber da fragilidade da formação de nossos professores, imbricada no contexto sociopolítico de nosso país, está também a nos fustigar a constatação ansiosa de que precisamos de uma estrutura e de processos mais consistentes e mais ágeis que possam, num mesmo movimento, ir recuperando essa formação e mantendo-a atualizada.

O mesmo autor ainda cita que:

Se a cultura profissional de professor foi definida como o conjunto de conhecimentos e práticas que o professor pode mobilizar para conduzir o trabalho pedagógico na sala de aula, é precisamente isso que a cultura universitária abafa, contaminando a identidade profissional do professor. Lamentavelmente podemos constatar que, em muitos casos, a representação social negativa da profissão de professor é repassada pelos próprios professores formadores e, pior, isso acontece também nos cursos de licenciatura em pedagogia onde o forte do currículo é a formação pedagógica (GUIMARÃES, 2004, p.13).

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Muitos são os motivos pela baixa atratividade à carreira de docente, por isso

Marques (2011, p. 11) relata que ao assumir a profissão, o professor deve saber que

existem percalços que devem ser conhecidos, tais como:

A política de incentivo a capacitação e carreira do professor é deficiente, sem lógica, pois seria a profissão que mais deveria ser assistida, pois é dessa profissão que se constrói um país rico e de futuro, mas na prática não se concretiza.

Os professores são qualificados pedagogicamente insatisfatórios, pois as instituições superiores, principalmente as públicas preocupa-se muito mais em pesquisa do que didática. Quando se lança bolsas de estudos, a escolha é realizada para poucos e ainda esses vão se aperfeiçoar na sua profissão técnica cientifica, fator esse já realizado no bacharel que volta a ser praticado no “strito senso”. Quando esses voltam passar seus conhecimentos não sabem ministrar aulas e também prepará-las, tornando assim um “círculo vicioso”, alunos do bacharel não sabe o que aprender e professores não sabem o que ensinar.

Os professores não atuam em equipes, dividindo conhecimentos, orientando os recém formados, e criando um laço de harmonia. Na verdade é a profissão que deveria dar exemplo de união e respeito ao próximo, mas na prática não acontece. Muitos desses profissionais vêem o seu companheiro como adversário, sendo assim não existe a arte da boa vizinhança.

Por estes motivos, o autor sugere que para que exista solução a estes transtornos

inerentes a profissão, é preciso:

Formar grupo de estudos de docentes de várias áreas e discutir a forma pedagógica prática que interajam alunos e professores.

Discutir relações educacionais entre professores da área pedagógicas com professores das áreas técnicas, havendo assim uma troca de experiências.

Estimular profissionais técnicos da área da docência, demonstrando realmente como é amoroso e gratificante relacionar com seu próprio doando o pouco que possui de conhecimento para o seu semelhante.

As instituições de ensino facilitar o acesso a bolsa de estudos para sua equipe de docentes.

Desenvolver avaliações semestralmente ou anualmente junto aos seus alunos, para fazer uma análise da metodologia utilizada, verificando se está bom e como fazer para melhorar ainda mais.

Promover estímulo interpessoal entre professor e aluno, proporcionando confiança entre os alunos para com o professor.

O Ministério da Educação e Cultura juntamente com as Secretarias Educacionais, promover trabalhos de melhorias e condições de trabalho ao profissional da área do magistério.

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Realizar intercâmbios entre instituições de ensino promovendo assim discussão entre culturas e ações profissionais praticadas.

Sair da indiferença e, buscar mudanças para que possa atingir seus objetivos desejados (MARQUES, 2011, p. 12-13).

“Enfim o excelente professor é aquele que gosta de si mesmo e ainda se

apaixona pelo seu próximo de maneira verdadeira e dignamente respeitador perante

suas ações diárias” (MARQUES, 2011, p. 14).

Para Voli (1998) o professor, desde a educação infantil à universitária,

representa um dos elementos-chave tanto na formação quanto no desenvolvimento

de gerações mais abertas, livres, seguras, competentes e principalmente mais

felizes e eficientes em suas vivências e também resultados. Sua influência não se

limita à formação acadêmica, pois de maneira direta e determinante, intervém na

formação do caráter e da personalidade da criança e, assim, consequentemente, em

sua vida adulta.

È claro que para que o professor possa ser um bom exemplo de vida para

seus alunos, acredito que a auto-estima desse profissional deve estar em alto grau.

Sobre isto, o autor Voli (1998, p. 36-47) apresenta algumas tendências, atitudes e

características de professores com elevada auto-estima, sendo elas:

1- Acreditam na própria capacidade, valor e importância como educadores e estão conscientes de que, ensinando e relacionando-se com seus alunos, crescem e amadurecem cada vez mais...

2- Estimulam sua própria confiança em si mesmos enquanto pessoas e, portanto, motivam-se a ter uma maior segurança e revisar as relações com seus alunos sob essa perspectiva...

3- Estimulam a reflexão e a consciência sobre a capacidade e os potenciais de cada um de seus alunos...

4- Praticam e ensinam partindo do princípio da interdependência das pessoas e das coisas...

5- Com seu exemplo, estimulam,motivam e ajudam seus alunos a procurar e encontrar por si mesmos as soluções de seus próprios problemas e conflitos pessoais, além dos acadêmicos...

6- Promovem e facilitam a compreensão dos conceitos que ensinam. Não aceitam ou promovem conhecimentos apenas memorizados...

7- Por sua maneira de falar e comportar-se, e compartilhando os interesses e frustrações dos alunos, conseguem sua atenção e , assim, facilitam a compreensão dos temas abordados...

8- Levam a sério, respeitam e confiam em seus alunos como pessoas...

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9- Suscitam admiração, respeito e carinho em seus alunos, por sua maneira aberta e carinhosa de atuar e de relacionar-se. Têm esses mesmos sentimentos pelos alunos, que os percebem e, pouco a pouco, correspondem a eles.

10- Aceitam seus alunos como são. Apreciam suas diferenças pessoais, de uma perspectiva positiva de aprendizagem mútua e superação. Aceitam as aparentes facetas negativas de cada um como algo contingente e mutável. Promovem, então, a auto-reflexão, motivação ao autoconhecimento e crescimento de cada um.

11- Ajudam seus alunos a reconhecer seus dons pessoais, sua destreza e suas habilidades, a tirar proveito deles e a aceitar seus defeitos, limitações e fraquezas como algo superável, como fonte de aprendizagem e auto-superação. Utilizam em classe o metaconhecimento e o reforço individual e da classe como grupo.

12- Sentem-se confortáveis em suas relações com os alunos e desenvolvem mutuamente a interação e o senso de pertença...

13- Discutem com seus alunos sobre a necessidade de uma boa convivência em classe e estabelecem com eles as normas correspondentes...

14- São pacientes, compreensivos e flexíveis com a atuação de seus alunos dentro dos limites básicos de disciplina, comportamento social, convivência e respeito estabelecidos como normas de convivência...

15- Em sua atuação verbal e não –verbal, consideram e valorizam os sentimentos e as emoções pessoais de cada aluno...

16- Relacionam-se de forma positiva e construtiva com seus colegas do corpo docente...

17- Estimulam, solicitam e aceitam o apoio dos pais de alunos...

18- Desfrutam o que fazem e os resultados que alcançam, sejam quais forem...

19- Têm uma visão geral da educação como processo de aprendizagem para a vida, além de preparação acadêmica e cultural.

20- Utilizam e promovem o ensino multidisciplinar...

21- Organizam-se para tornar possível um trabalho em equipe, não apenas entre alunos, mas também entre professores...

22-São conscientes da importância dos novos paradigmas educativos de aprender a pensar...

23- Ensinam a aprender e facilitam o uso de técnicas de estudo...

24- Estão disponíveis para a pesquisa durante a própria atuação. Pessoalmente e com a ajuda de alunos e colegas, podem encontrar novas metodologias, formas alternativas de ensino, aprendizagem, avaliação, motivação, interação, conscientização etc...

25- Estão suficientemente seguros de si mesmos e de sua capacidade para motivar e, automaticamente, gerar disciplina em sua classe...

26- Estimulam a criatividade em seus alunos com programas, métodos e contextos propícios. Qualquer dinâmica pode ser lúdica,

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cooperativa, participativa e dirigida à abertura de possibilidades por parte de cada um. Promovem exercícios em classe com soluções alternativas, simulações, jogos, trabalhos artísticos etc...

27- Promovem e participam de programas de atualização ou reciclagem. Reservam o tempo necessário para a leitura da literatura especializada sobre sua matéria e sobre qualquer outro tema que lhes ajude a melhorar seus conhecimentos e metodologias.

28- São otimistas quanto às capacidades e potencialidades de seus alunos e têm esperanças realistas sobre cada um deles, dentro de seus níveis individuais de desenvolvimento e amadurecimento...

29- Reconhecem os diferentes estilos de aprendizagem e preferências tanto próprios como de seus alunos. Há alunos que têm dificuldades de aprendizagem quanto não lhe são dadas determinadas condições de ensino. Saber quando é o caso representa um fator determinante no êxito do professor. Percebem que cada pessoa responde em sua aprendizagem a diferentes estilos (ativos, reflexivos etc.) e a distintas preferências sensoriais (visual, auditiva, cinestésica), assim como a condicionamentos presentes e passados do próprio ambiente familiar e social...

30- Têm conhecimento sobre psicologia infantil, não apenas da perspectiva da psicologia do desenvolvimento, mas também da psicologia clínica. Percebem e valorizam na medida certa as situações pessoais que interferem na capacidade de concentração, aprendizagem e interesse da criança.

A auto-estima é um dos principais motivadores para que qualquer carreira,

especialmente a de professor, seja realizada com sucesso. É preciso amar a

profissão, pois é assim que ela será eficazmente realizada. Quando amamos o que

fazemos o trabalho se torna muito mais gratificante. Em muitas profissões a maior

parte do tempo se passa no ambiente de trabalho e por isso, devemos gostar do

nosso trabalho. Neste contexto, também podemos destacar a importância de ter

boas relações com colegas de trabalho.

Na escola não é muito diferente, é preciso ter uma boa relação com outros

professores, coordenadores, diretores e por fim, com os próprios alunos, tornando

isso motivo de alegria para enfrentar os problemas diários e a estressante correria

do dia-a-dia.

2.1 O professor aprendiz

Sobre este assunto, Moran (2007, p. 81) destaca que:

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Quando pensamos em educação, costumamos pensar no outro, no aluno, no aprendiz e esquecemos como é importante olhar os profissionais do ensino como sujeitos e objetos também de aprendizagem. Ao enfocá-los como aprendizes, muda-se a forma de ensinar. Se nos vermos como aprendizes, antes de professores, adotamos uma atitude mais atenta, receptiva e temos mais facilidade de nos colocar no lugar do aluno, de nos aproximar da maneira como ele vê, de modificar nossos pontos de vista. A atitude primeira do educador profissional de se perceber como aprendiz o torna atento ao que acontece ao seu redor, sensível às informações do ambiente, dos outros. É preciso que ele se coloque junto com o aluno como professor-ensinante e professor-aprendiz. Isso parece óbvio, ou só um jogo de palavras, mas não é, e essa mudança de atitude tem grandes conseqüências. Se nos colocarmos, como professores, sempre e somente no lugar dos alunos, trabalhamos com informações úteis para eles, adquirimos uma grande capacidade de senti-los, de adaptar a nossa linguagem, de sintonizar com suas aspirações, e isso é bom. Se, ao mesmo tempo que pensamos no aluno, também nos sentimos como alunos, estamos aprendendo junto, fazendo a ponte entre informação, conhecimento e sabedoria, entre a teoria e a prática, entre o conhecimento adquirido e o novo.

Para Ramos & Faria (2011) ensinar e aprender são indissociáveis, ou seja,

não se pode pensar em um sem estabelecer uma relação com o outro. O ensino e a

aprendizagem supõem uma aceitação de limites por parte dos professores e

também dos alunos, um posicionamento frente às diferenças de como ser professor

e como fazer, para que o conhecimento circule e não provoque impasses frente às

demandas dos alunos.

A aprendizagem é um processo de construção e reconstrução de conhecimentos, em que as referências do passado têm um valor de ligação, de continuidade e integração das experiências vividas. Em alguns casos, os estudantes se deparam com o medo; o medo de ver, de sentir, de caminhar rumo à autonomia, à responsabilidade e à autoria do saber. Em outros casos, o desejo de conhecer os coloca diante da falta e da desilusão, põe em confronto a onipotência e a estima de si mesmo. Conhecer envolve um saber, acontece de modo direto, no contato intersubjetivo, nas manifestações afetivas. (RAMOS & FARIA, 2011, p. 47-48)

Educadores são pessoas com dificuldade e problemas, como qualquer outra, mas

deles se espera que, como especialistas em conhecimento e aprendizagem, consigam

compreender melhor as questões fundamentais do mundo, dos outros e de si mesmos, que

saibam fazer escolhas sensatas e mostrar na prática o que aprenderam teoricamente

(MORAN, 2007).

... A educação é a construção de conhecimento e, neste entorno, há necessidade de habilidades e comportamentos. Para que o sistema educacional atinja os alunos, há uma série de quesitos – estamos falando de metodologias, objetivos, conteúdos e prática, que chegam até o aluno pela interação com o professor. Desta maneira, o aluno

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que ensina e aprende, tem tantas responsabilidades na sua aprendizagem quanto o professor tem de ensiná-lo. O professor precisa, por sua vez, estar apto para ensinar (e ser ensinado) e saber trabalhar com as situações e relações interpessoais (RAMOS & FARIA, 2011, p. 119).

O professor precisa estar aberto para que possam aceitar novos

aprendizados, especialmente vindo de seus próprios alunos. A troca de

conhecimentos se torna fundamental e muito relevante, especialmente para o aluno,

que vai se sentir importante e ainda mais motivado para adquirir novos

conhecimentos. É importante que o aluno tenha sua voz ativa, que ele se sinta

“confortável” para expor suas idéias e também suas dúvidas. O professor por sua

vez, necessita criar espaços para que essa troca de conhecimentos possa

acontecer.

2.2 Carreiras e Salários: profissão não atraente

Gatti (2000, p. 59) destaca que:

A valorização social real de uma área profissional traz reflexos nas estruturas de carreira e nos salários a ela relativos. O enaltecimento teórico feito à figura e ao papel do professor camufla uma situação profissional precária e pouco compensadora, tanto pessoal como economicamente. A idéia de que o professor é um profissional-um engenheiro de mentes, quem sabe?-, cujo trabalho é de crucial importância nas sociedades humanas, parece encontrar dificuldade em se consolidar na representação social de seu papel. Não se reconhece com clareza que é sobre os professores do ensino fundamental que repousam todas as possibilidades de formação futura das gerações. Tradução disto são a dificuldade de se conseguir consolidar estruturas de carreira para a categoria e os níveis salariais atribuídos a esses profissionais.

Para a autora Gatti (2000) a carreira de magistério não é atraente, pois

acarreta para aqueles que nela se ingressam, a necessidade de complementação de

salário através de mais aulas ou até mesmo com o exercício em outras atividades.

Com isto infelizmente diminui-se o tempo para preparação das aulas, correção de

trabalhos, entre outros.

Outro fato importante a ser destacado é que o início da carreira docente é um

período cheio de dúvidas e dificuldades. Sobre isto, Almeida (2000, p. 33) cita:

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O início da carreira docente tem sido para muitos professores um período difícil, no qual, vários problemas se evidenciam. É o momento da passagem do papel de aluno para o papel de professor, que, na maioria das vezes, ocorre com muitas incertezas e inseguranças.

Notamos que muitos alunos que ingressam na carreira docente não tem a preparação necessária para atuar. A formação inicial não tem propiciado, em boa parte dos casos, o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos necessários para que o futuro professor tenha uma atuação consciente e consequente em sala de aula. Para que esses aspectos necessários para atuar se desenvolvam, Esteves (1995, p. 41) considera que a formação inicial deve:

“ _ incluir formas de apoio e de direção aos professores no início de carreira, no sentido de lhes facilitar a transição do período de formação para o emprego propriamente dito;

_ prepará-los para responder aos desafios que o trabalho futuro na escola lhes colocará;

_ dotá-los de meios que lhes permitam escolher os conhecimentos essenciais perante a massa informativa disponível;

_ incidir num mínimo de conhecimentos relativos à investigação pedagógica, à informação e orientação, à educação intercultural, às novas tecnologias, ao ensino especial, aos direitos do homem e da democracia...”

Para Almeida (2000) no início da carreira docente o profissional não tem a

noção da dinâmica de uma sala de aula, é neste momento que todo o seu

referencial teórico aprendido é posto à prova. Neste momento de passagem da

teoria para a prática muitos jovens docentes não conseguem resolver os problemas

que vão aparecendo no cotidiano escolar, sentindo assim com muito mais peso as

dificuldades em transpor o seu conhecimento teórico para as situações reais que

estarão vivenciando. É por isto, que muitos desses docentes acabam precisando

atuar em mais escolas, dificultando assim seu trabalho, devido ao desgaste físico,

entre outros.

Para Almeida (2000) o caso de professores que abandonam o magistério no

início da carreira é raro. Isto ocorre por não conseguirem gerenciar seus dilemas.

Também são poucos os que continuam isto devido a falta de opção profissional.

Devido a isto, muitos desenvolvem um sentimento de incompetência, ficando assim

com sua auto imagem pessoal e também profissional abalados. O professor acaba

muitas vezes praticando antigos hábitos de seus antigos mestres e com isso,

acabam dificultando sua transformação na busca de uma atuação mais significativa

e inovadora em sua atividade profissional.

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2.3 O papel do professor e da escola

Em todos os lugares por onde passamos podemos adquirir algum tipo de

conhecimento. Isto ocorre também através da televisão, revistas, jornais, eventos,

palestras, entre outros.

Por este motivo, a escola deve ter qualidade. O autor Santos (2010)

apresenta alguns fatores decisivos para a qualidade na escola:

1- contar com forte liderança, capaz de criar um ambiente adequado para a constante melhoria do sistema e das pessoas;

2- melhoria sistêmica (a toda a comunidade) e não apenas à estrutura (recursos físicos);

3- utilização de métodos estatísticos que possibilitem, pela análise dos dados, tomar decisões consistentes;

4- conhecer e centrar-se nas necessidades dos alunos;

5- ter visão e valores conhecidos e aceitos pela sua comunidade interna;

6- ter mensagens e comportamentos consistentes, ou seja, a escola não pode pregar a macroadministração e praticar a microadministração, isso criaria o caos na gestão escolar;

7- criar ambientes de aprendizagem, enfatizando e praticando a educação continuada de todos os níveis e fazer que todos descubram a alegria de aprender como fonte de instrumento e realização profissional e pessoal;

8- adquirir profundo conhecimento da filosofia da melhoria da qualidade. Saber o que é importante para tornar efetivos os esforços de melhoria da qualidade;

9- agir proativamente, prevenindo e não resolvendo problemas, ou seja, remover de todos os processos tudo aquilo que possa dar origem a qualquer tipo de problema;

10- reduzir as variações (dos resultados dos processos). Isso também supõe que os processos sejam avaliados e permanentemente ajustados à realidade e aos objetivos previstos.

“Afinal, a escola tem o papel de possibilitar que o aluno transcenda sua

condição social e pessoal e que possa aprender o que é condição de possibilidade

para construção de adultos que se reconheçam como capazes” (GOLDANI, et al,

2010, p. 7).

A escola deve fornecer aos alunos todo tipo de conhecimento que ela possa

transmitir especialmente ao que se diz respeito à tecnologia. É fato que atualmente

desde muito cedo muitas crianças já possuem contato direto com esses recursos.

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O papel do professor também mudou. É preciso que eles façam de seus

alunos conhecedores de novos paradigmas. Podemos ver isto através dos

ensinamentos de sociologia, filosofia entre outros em muitas escolas. Estas novas

matérias escolares estão trazendo muito mais aprendizado e especialmente

conscientização, o que são ricas fontes para o futuro desses alunos.

Oliveira (2004, p.154) apresenta que o professor é tudo isto ao mesmo tempo:

FACILITADOR - ele cria situações que ajudam na aprendizagem.

ANIMADOR - ele incentiva os alunos a aprender.

ARTISTA - ele faz coisas para manter elevado o interesse dos alunos.

EXEMPLO - ele mostra aos alunos como se aprende.

ORIENTADOR - ele mostra onde o aluno pode aprender mais.

CONSELHEIRO - ele ajuda o aluno a lidar com problemas que atrapalham a aprendizagem.

AVALIADOR - ele verifica se o aluno está preparado para seguir adiante.

INCENTIVADOR DA CRIATIVIDADE - ele estimula o aluno a trazer para o grupo o que aprendeu em outros lugares.

LÍDER DE EQUIPE - ele estimula os alunos a relacionar-se, cooperar, aplicar o que aprenderam e ensinar uns aos outros.

Em seu livro, o autor Marques (2011, p. 09) destaca dez formas básicas para

conduzir o professor a um grau elevado da perfeição, sendo:

1. Amar o que faz!

2. Apaixonar com o que se propõem a fazer!

3. Lutar pelo ideal de ser bom profissional!

4. Buscar motivos em faze bem feito e com qualidade!

5. Fazer com qualidade e respeito todas as ações propostas!

6. Vontade em fazer bem e melhor!

7. Superar o seu próprio ser!

8. Nunca desistir dos seus objetivos!

9. Sempre querer aprender!

10. Interpretar as ações do ontem, executar o hoje e planejar o amanhã.

Estas formas realizadas com benevolência farão do professor eficiente e

eficaz nas ações propostas a realizar no seu dia a dia. Ainda, segundo o autor:

O auxílio para que faça cumpri estas ações, a sala de aula não pode ser apenas um local que expõe conteúdos de maneira aleatória sem

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haver um planejamento. Necessita ações com vontade e propor para si mesmo que a extensão da vida de um professor está dentro da sala de aula juntamente com seus alunos, agindo com princípios éticos e valores humanos para seu semelhante (MARQUES, 2011, p. 10).

Marques (2011, p. 33) cita que:

O professor atual deve respeitar a educação partindo de uma base e a sociedade comungando os mesmos desejos. Partindo da família a célula central da sociedade, desenvolvendo a sua parte, ensinando a educação dos primeiros passos da humanidade que é respeitar o seu próximo, e assim o professor desenvolver com qualidade, respeito, vontade as suas ações de profissional, fazer o que saber de melhor para a sua clientela.

Os pais são os primeiros professores na vida das crianças, são eles que

devem passar primeiramente a lição mais importante da vida, respeitar o próximo,

pois só assim, é que os professores passarão a ter aquela forte imagem, de merecer

total respeito e também ser um amigo, afinal, a maioria do tempo passamos na

escola e devemos ver em nossos professores um olhar de amigo.

A relação entre professor e aluno deve ser verdadeira. É muito gratificante ver

que alunos vêem seus professores como companheiros e amigos. Podemos

encontrar várias histórias de amizade verdadeira entre professor e aluno, o que se

torna um motivo inspirador para futuros docentes. Infelizmente nem tudo são flores,

como alunos mal-educados, mas se pensarmos em que mudanças podem

acontecer, o cenário atual da educação com certeza pode mudar.

É imprescindível que a carreira de docente seja vista com novos olhares para

que assim pessoas motivadas e que principalmente tenham vontade de adquirir

sempre novos conhecimentos para sempre oferecer aos seus alunos um

aprendizado de qualidade. É claro que para isto, a escola também precisa oferecer

aos seus docentes tudo que for necessário, portanto, união é a palavra chave.

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3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Os participantes da pesquisa foram alunos do Ensino Médio da Escola

Estadual Padre Orestes Ladeira, situada na cidade de Conchal - São Paulo.

Também participaram alunos do Ensino Superior do Centro Universitário Adventista

de São Paulo – Campus Engenheiro Coelho. A pesquisa contou com 20 alunos do

Ensino Médio e 20 alunos do Ensino Superior, tanto do sexo feminino quanto

masculino.

3.1 Análise dos Resultados - Ensino Médio

Através dos dados das entrevistas realizadas, constatou-se que a maioria dos

jovens ainda possui muitas dúvidas para a escolha de determinada profissão.

Quando penso na minha carreira profissional tenho muitas dúvidas, entre problemas para achar um bom emprego e sobre como será meu futuro. Penso em fazer Engenharia Civil e me especializar em cálculo estrutural ou faço ciências contábeis e me especializo em

administração de empresas. ( B.D.L.).

A maioria dos entrevistados apresentou essa dúvida. Já outros mencionaram

que escolherão a profissão da qual gostam ou com que possuem alguma afinidade.

Referente aos motivos sobre que profissão os chama mais atenção, se é o salário, o

amor, entre outras. A maioria dos entrevistados ressaltou que o salário é sim

importante, mas devemos escolher a profissão da qual gostamos e não pensar

somente na parte financeira.

Por fim, a última questão era relacionada sobre a não escolha da carreira de

docente. Quase 100% dos entrevistados relataram que os motivos da não escolha

deve-se ao baixo salário, desvalorização da profissão e medo de enfrentar a sala de

aula nos dias atuais.

Não sei se teria coragem de enfrentar uma sala de aula hoje em dia, ser professor e uma carreira muito nobre mas feita para pessoas com coragem, não me vejo com paciência para enfrentar crianças muito menos adolescentes hoje em dia (B.D.L).

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3.2 Análise dos Resultados - Ensino Superior

Com as entrevistas realizadas com alunos do Ensino Superior, felizmente,

100% dos alunos relataram que sempre quiseram ser professores, que sempre foi o

sonho de cada um. Referente à pergunta de quem os incentivou a carreira de

docente, um dos alunos relatou:

Ninguém me incentivou, eu sempre quis ser professora, meus pais não me apoiaram muito, pois dizem que ser professor, hoje em dia não é nada fácil, mas é o meu sonho, e graças a Deus, estou aqui no último ano, prestes a me formar (C.C.).

A próxima questão era sobre o que mais havia chamado a atenção na carreira

de docente. Uma das entrevistadas disse:

O que mais me chamou a atenção, foi a forma de como professores ensinam, como eles são importantes para o futuro, claro que o salário de um professor não é digno, mas o amor, o carinho e a dedicação foi o que mais me chamou atenção (L.S.).

Por fim, a última questão era sobre se os alunos estavam felizes com a

escolha de ser docente, e felizmente, 100% dos entrevistados relatam estar muito

felizes, mesmo diante das várias dificuldades que poderão sofrer futuramente.

Muito feliz, porque eu sei que os professores são muito importante para o futuro, e saber que daqui dois meses, vou estar formada, me deixa muito feliz. Sonho realizado! (C.C.).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do estudo realizado, verificou-se que a carreira de docente sofre

muito devido a sua desvalorização. É fato que ser professor atualmente é para

muitos um ato de coragem, visto que os alunos atualmente não respeitam mais seus

professores como antigamente e isto infelizmente pode trazer sérios problemas,

especialmente para os mestres que sofrem com o estresse e o desânimo em sala de

aula, e na maioria das vezes, acarretando problemas pessoais sem solução.

As entrevistas realizadas com os alunos do ensino médio mostraram que a

carreira de docente não seria uma escolha, devido a sua desvalorização, o que se

torna um fato preocupante, afinal o que seria do mundo sem a presença do

professor? Assim como dizia a velha canção, “...todo bom começo tem um bom

professor...”

Já as entrevistas realizadas com os alunos do ensino superior apresentaram

resultados muito motivadores, onde 100% deles demonstraram que acreditam na

carreira de docente e que amam a profissão, motivo este de grande valor, afinal

quando fazemos algo que amamos, as coisas saem ainda melhores.

Este trabalho foi de grande riqueza e conhecimento. Sinto-me ainda mais

motivada a continuar e me tornar uma profissional que faça a diferença em sala de

aula, que consiga resgatar nos alunos a vontade de aprender. O professor muitas

vezes projeta em seus alunos sua personalidade, e por isso, é preciso que seja o

melhor exemplo que a criança possa utilizar como modelo de ser humano.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Edições Loyola, 2000.

CIRIBELLI, M. C. Como elaborar uma dissertação de mestrado através da

pesquisa científica. Rio de Janeiro: Editora 7Letras, 2003.

ENRICONE, D. Professor como aprendiz: saberes docentes. Porto Alegre:

EDIPUCRS, 2009.

GATTI, B. Formação de professores e carreira: problemas e movimentos de

renovação. 2. ed. Editora Autores Associados, 2000.

GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas,

2009.

GOLDANI, A.; TOGATLIAN, M.A.; ALBUQUERQUE, R. Desenvolvimento, emoção

e relacionamento na escola. Rio de Janeiro: E-papers, 2010.

GUARNIERI, M.R. Aprendendo a ensinar: o caminho nada suave da docência.

2.ed. Campinas: Autores Associados, 2005.

GUIMARÃES, V. S. Formação de professores: Saberes, identidade e profissão. 3.

ed. Campinas: Editora Papirus, 2004.

LIPP, M. N. O stress do professor. 5. ed. Campinas: Editora Papirus, 2007.

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RAMOS, Maria Beatriz Jacques.; FARIA, Elaine Turk. Aprender e ensinar:

diferentes olhares e práticas. Porto Alegre: Editora PUCRS, 2011.

RAMPAZZO, L. Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Editora Loyola, 2005.

REIS, Linda G. Produção de monografia: da teoria à prática. 2. ed. Brasília: Senac-

DF, 2008.

RATIER, R..; SALLA, F. Pesquisa com estudantes do Ensino Médio comprova a

baixa atratividade da docência. Revista Nova Escola. Artigo disponível em:

<http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/carreira/ser-professor-escolha-

poucos- docencia - atratividade - carreira –vestibular – pedagogia - licenciatura-

528911.shtml>. Acesso em: 31 de outubro de 2013.

MORAN, J. M. Educação que Desejamos: Novos desafios e como chegar lá. 2. ed.

Edição. Campinas: Editora Papirus, 2007.

OCDE, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômicos.

Professores são importantes: atraindo, desenvolvendo e retendo professores

eficazes. Editora Moderna, 2007.

RAMOS, M. B. J.; FARIA, E. T. Aprender e ensinar: diferentes olhares e práticas.

Porto Alegre: Editora PUCRS, 2011.

TENÓRIO, F. G. Gestão de ONGs: principais funções gerenciais. 9. ed. Rio de

Janeiro: Editora FGV, 2005.

VOLI, Franco. A auto-estima do professor. São Paulo: Edições Loyola, 1998.

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ANEXOS

Anexo 1 – Entrevista com Alunos do Ensino Médio

Nome Escola: _______________________________________________________

Turma: ________________________________

Nome do Aluno (a): __________________________________________________

Perguntas

1- Quando você pensa em escolher determinada profissão, qual é a sua primeira

escolha? E por que?

2- Quando você vai escolher sua profissão, o que mais te chama a atenção?

Salário? É por amor?

3- Por que não a escolha da carreira de docente? Por que não ser professor?

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Anexo 2 – Entrevista com Alunos do Ensino Superior

Nome Faculdade: ____________________________________________________

Turma: ________________________________

Nome do Aluno (a): __________________________________________________

Perguntas

1- O que te incentivou a escolher a profissão de docente?

2- O que mais te chamou a atenção nesta profissão?

3- Você está feliz com sua escolha?