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i Pró-Reitoria de Graduação Curso de Engenharia Civil Trabalho de Conclusão de Curso OTIMIZAÇÃO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO UTILIZANDO ALGORITMOS GENÉTICOS E REDES NEURAIS ARTIFICIAIS Autor: Renato Filho Ximenes de Paula Orientador: Prof. Dr. Li Chong Lee Bacelar de Castro Brasília - DF 2016

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Pró-Reitoria de Graduação

Curso de Engenharia Civil

Trabalho de Conclusão de Curso

OTIMIZAÇÃO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO

UTILIZANDO ALGORITMOS GENÉTICOS E REDES NEURAIS

ARTIFICIAIS

Autor: Renato Filho Ximenes de Paula

Orientador: Prof. Dr. Li Chong Lee Bacelar de Castro

Brasília - DF 2016

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RENATO FILHO XIMENES DE PAULA

OTIMIZAÇÃO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO UTILIZANDO ALGORITMOS

GENÉTICOS E REDES NEURAIS ARTIFICIAIS

Artigo apresentado ao curso de graduação em

Engenharia Civil da Universidade Católica de

Brasília, como requisito parcial para a obtenção

de Título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dr. Li Chong Lee Bacelar de

Castro

Brasília

2016

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Artigo de autoria de Renato Filho Ximenes de Paula, intitulado OTIMIZAÇÃO DE VIGAS DE

CONCRETO ARMADO UTILIZANDO ALGORITMOS GENÉTICOS E REDES NEURAIS

ARTIFICIAIS, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em

Engenharia Civil da Universidade Católica de Brasília, em 15 de junho de 2016, defendido e

aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:

__________________________________________________

Prof. Dr. Li Chong Lee Bacelar de Castro

Orientador

Curso de Engenharia Civil – UCB

__________________________________________________

Prof. MSc. Luis Alejandro Pérez Peña

Examinador

Curso de Engenharia Civil – UCB

Brasília

2016

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DEDICATÓRIA

A nosso Deus, cujo nome é Jeová, pelo dom da

vida e por colocar em meu caminho pessoas que

me inspiram e motivam a seguir em frente pelo

carinho, humildade e força de vontade que

afloram.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus amados pais, Renato de Souza Paula e Ana Neide Ximenes de Paula, por priorizarem

a educação em minha vida e por todo esforço, dedicação e amor que demonstraram nessa longa

jornada. À minha querida namorada, Karla Maneta, por tornar factível a conclusão deste curso

através de seus conselhos sábios e de seu imensurável carinho. A meu grande amigo Erick Felix

por me auxiliar na implementação computacional do programa desenvolvido. A meu orientador

Li Chong Lee Bacelar de Castro pela instrução, atenção e paciência no processo de elaboração

deste estudo.

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OTIMIZAÇÃO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO UTILIZANDO ALGORITMOS

GENÉTICOS E REDES NEURAIS ARTIFICIAIS

RENATO FILHO XIMENES DE PAULA

RESUMO

O pré-dimensionamento é de extrema importância para concepção final de um projeto,

esta fase interfere sensivelmente na composição final dos custos e depende significativamente

da experiência e intuição do projetista. Algoritmos baseados em programação sequencial, são

limitados quando problemas envolvendo competências estritamente humanas são requeridas.

Este estudo tem por objetivo elaborar uma rede neural artificial capaz de efetuar um pré-

dimensionamento de seções transversais de vigas de concreto armado com custo mínimo a

partir de algumas variáveis iniciais. Para tanto, é desenvolvida uma aplicação baseada em

algoritmos genéticos que otimizam um conjunto de seções transversais retangulares de vigas de

concreto armado submetidas a flexão simples servindo como conjunto de treinamento para a

rede neural, de maneira a transferir conhecimento especializado de otimização a rede. Os

algoritmos genéticos são modelos computacionais inspirados em princípios da evolução

natural. Eles codificam, manipulam e modificam soluções codificadas em um espaço de busca

de maneira a encontrar melhores indivíduos. Redes Neurais Artificiais são sistemas baseados

no funcionamento do cérebro animal, que processa dados de maneira maciçamente paralela e

distribuída. Trata-se de um ramo da inteligência artificial capaz de aprender e generalizar

problemas, além de ser bastante empregado em problemas que envolvem otimização,

reconhecimento de padrões, aproximação de funções e previsão de sistemas. Portanto a

implementação das redes neurais artificiais tem por objetivo diminuir o tempo computacional

requerido frente aos algoritmos genéticos e demonstrar sua eficiência na modelação de funções

multidimensionais aplicada a processos de otimização.

Palavras-chave: Otimização. Algoritmos genéticos. Redes neurais artificiais. Concreto armado.

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ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 5

2 REDES NEURAIS ARTIFICIAIS ...................................................................................... 8

2.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 8

2.1.1 O que são Redes Neurais ................................................................................................ 8

2.1.2 Áreas de Aplicação .......................................................................................................... 9

2.1.3 Neurônio Biológico ........................................................................................................ 10

2.1.4 Neurônio Artificial ........................................................................................................ 12

2.1.4.1 Tipos de funções de ativação ....................................................................................... 14

2.2 ARQUITETURA DAS REDES NEURAIS ...................................................................... 17

2.3 PROCESSOS DE TREINAMENTO E APRENDIZADO ................................................ 19

2.4 REDE PERCEPTRON....................................................................................................... 21

2.5 REDE ADALINE .............................................................................................................. 26

2.6 REDES PERCEPTRON MULTICAMADAS ................................................................... 31

3 ALGORITMOS GENÉTICOS .......................................................................................... 38

3.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 38

3.2 ESTRUTURA DOS ALGORITMOS GENÉTICOS ........................................................ 38

3.3 COMPONENTES DE UM AG ......................................................................................... 40

3.3.1 Cromossomos ................................................................................................................ 40

3.3.2 Genes ............................................................................................................................ 40

3.3.3 Alelos ............................................................................................................................ 40

3.3.4 Indivíduos ...................................................................................................................... 40

3.3.4.1 Codificação Binária ..................................................................................................... 40

3.3.5 População ....................................................................................................................... 42

3.3.5.1 Avaliação ..................................................................................................................... 42

3.3.5.2 Seleção ......................................................................................................................... 42

3.4 OPERADORES GENÉTICOS .......................................................................................... 43

3.4.1 Crossover (Cruzamento) .............................................................................................. 43

3.4.2 Mutação ......................................................................................................................... 44

3.5 PARÂMETROS DE CONTROLE DOS ALGORITMOS GENÉTICOS ........................ 45

3.5.1 Tamanho da População ................................................................................................ 45

3.5.2 Taxa de Cruzamento .................................................................................................... 45

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3.5.3 Taxa de Mutação ........................................................................................................... 45

3.6 FUNÇÃO DE PENALIZAÇÃO ........................................................................................ 46

4 VIGAS DE CONCRETO ARMADO ................................................................................ 47

4.1 VIGAS DE SEÇÃO RETANGULAR COM ARMADURA SIMPLES ........................... 49

5 METODOLOGIA ............................................................................................................... 51

5.1 PREAMBULO ................................................................................................................... 51

5.2 FORMULAÇÃO ............................................................................................................... 51

5.3 IMPLEMENTAÇÃO DO ALGORÍTIMO GENÉTICO ................................................... 55

5.3.1 EXEMPLO DE OTIMIZAÇÃO .................................................................................. 58

5.4 IMPLEMENTAÇÃO DA REDE NEURAL PERCEPTRON MULTICAMADAS ......... 59

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ......................................................................... 65

ABSTRACT ............................................................................................................................ 66

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 68

APÊNDICE ............................................................................................................................. 70

A.1 CÓDIGOS FONTE DO PROGRAMA VIGOTIM ...................................................... 70

A.1.1 Classe Main .................................................................................................................... 70

A.1.2 Classe DimensionamentoViga ........................................................................................ 71

A.1.3 Classe CromosssomoViga .............................................................................................. 76

A.2 PROJETO DA REDE NEURAL EM JOONE ............................................................. 77

A.2.1 Estrutura da rede neural .................................................................................................. 77

A.2.2 RMSE ao longo das épocas de treinamento das topologias da Tabela 5.4 ..................... 78

A.2.2 Conjunto de treinamento da rede neural contendo as seções otimizadas por algoritmos

genéticos. .................................................................................................................................. 80

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1 INTRODUÇÃO

O processo de dimensionamento estrutural tem se tornado cada vez mais rápido, preciso

e padronizado, devido principalmente ao crescimento tecnológico nas últimas décadas que

proporcionou o surgimento de computadores mais robustos e softwares especializados. A

aplicação de algoritmos de otimização no cálculo estrutural, como por exemplo quando se

pretende diminuir uma função peso ou custo total através de mudanças na topologia, tipo de

material, configuração ou dimensionamento de elementos, tem sido amplamente explorada na

literatura, sua utilização torna possível a sistematização de processos e o pré-dimensionamento

de elementos de maneira a evitar custos excessivos, mantendo as exigências de conforto e

segurança. A necessidade de utilização de algum desses algoritmos se dá pelo fato de que

softwares de dimensionamento estrutural necessitam de valores iniciais que interferem

sensivelmente nos resultados finais, e são altamente dependentes da experiência, intuição e

tempo disponível do engenheiro calculista. Portanto, o dimensionamento de uma estrutura

sujeita à um pré-dimensionamento ineficiente, mesmo que atenda a critérios de segurança e

serviço, pode ter um custo elevado comparado a um que utilizou em seu pré-dimensionamento

um algoritmo de otimização.

O dimensionamento estrutural tem agregado diversos métodos de otimização, os quais

são divididos especialmente em dois grupos, os métodos heurísticos, a saber: Recozimento

Simulado, Algoritmos Genéticos, Redes Neurais Artificiais, Colônia de Formigas e Busca

Harmônica, que utilizam conceitos não-determinísticos inspirados em observações da natureza

para a busca de soluções ótimas de funções, e os métodos matemáticos, os quais se destacam:

Algoritmo Simplex, Algoritmo Conjugado, Método do Lagrangeano Aumentado, Newton-

Raphson e Quasi-Newton, que empregam o uso de derivadas de primeira e segunda ordens para

minimização ou maximização de uma ou mais funções.

Recentemente um novo ramo da inteligência artificial denominado Redes Neurais

Artificiais (RNA’s), tem ganhado espaço em diversas áreas da engenharia civil. Devido sua

capacidade de aprendizado e generalização, as RNA’s tornam possíveis soluções de vários

problemas, os quais seriam difíceis ou até mesmo impossíveis à programação baseada em regras

comuns. Sua estrutura se baseia no sistema nervoso animal, que é altamente não-linear,

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complexo e paralelo, com capacidade de realizar certos processos muito mais rapidamente que

qualquer computador existente, como reconhecimento de padrões, percepção e controle motor.

A sua aplicação na engenharia civil tem sido demonstrada por exemplo, nos domínios da

otimização estrutural, seleção de formas de madeira, avaliação de danos estruturais e estimativa

da resistência do concreto. Apesar de existir um vasto conteúdo sobre o uso de redes neurais na

engenharia civil, muito se tem a descobrir sobre suas potencialidades e aplicações, considerando

a recência de sua origem.

O processo de elaboração de um projeto estrutural necessita não somente de rotinas pré-

estabelecidas, cada projeto possui suas particularidades que dependem da avaliação e intuição

de cada projetista, isso ocorre por haver incontáveis possibilidades de concepção do projeto que

seriam impossíveis de serem analisadas por computadores convencionais, e exaustiva à

programação de softwares baseados em algoritmos sequenciais, pois sua modelagem

necessitaria levar em consideração inúmeras variáveis, situações e detalhes específicos e

restritivos de cada problema. Por isso, a atividade humana é muito importante à tarefas que

requerem o uso de intuição, reconhecimento de padrões, aprendizado e generalização. Ainda

assim, muitas dessas atividades poderiam se beneficiar da utilização de ferramentas

computacionais baseadas em processamento paralelo, real ou simulado, capazes de facilitar ou

mesmo substituir tais atividades, isso tornaria o processo de elaboração do projeto estrutural

sistemático, ágil e lucrativo. As RNA’s são utilizadas quando problemas não podem ser solúveis

por uma sequência de passos bem definidos, ou quando não há um modelo matemático que

relacione valores de entrada e saída de um sistema, existindo apenas correlações instrumentais

ou empíricas entre estes, basicamente as RNA’s podem ser utilizadas em atividades que

requerem intuição ou análise humana.

Neste estudo as Redes Neurais Artificiais (RNA’s) são apresentadas e discutidas, dando

ênfase a Rede Perceptron Multicamadas (PMC), que é o principal objeto de estudo. É

desenvolvido uma aplicação que utiliza uma rede PMC com aprendizado supervisionado, para

a concepção inicial de vigas biapoiadas de concreto armado. A rede adota como amostras de

treinamento valores otimizados de vigas de concreto armado, afim de aproximar a função que

relacionar os dados de entrada aos valores desejados de saída, isso é possível devido a

capacidade de a rede armazenar conhecimento especializado e generalizá-lo para situações

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distintas aos quais foi treinada. O alto paralelismo entre as unidades de processamento da rede

pode tornar o processo de otimização mais rápido e com menor gasto computacional ainda que

se utilize processadores sequenciais, porém o uso de circuitos integrados capazes de

processamento em paralelo tornaria a rede muito mais veloz, pois cada unidade de

processamento corresponderia a um neurônio artificial. Algoritmos genéticos são utilizados

como otimizadores na tarefa de instrução da referida rede PMC, para tanto será elaborado um

programa desenvolvido na linguagem JAVA, com auxílio da biblioteca JENETICS, para

otimizar um conjunto de vigas de comprimentos e/ou carregamentos diferenciados. Os

algoritmos genéticos foram escolhidos devido a facilidade de implementação e grande

aplicabilidade em problemas de otimização.

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2 REDES NEURAIS ARTIFICIAIS

2.1 INTRODUÇÃO

2.1.1 O que são Redes Neurais

Rede Neural é um processador maciçamente paralelo e distribuído, composto por

unidades de processamento simples que tem por finalidade armazenar conhecimento

experimental e torna-lo disponível para utilização. É definida como um sistema conexionista,

uma das divisões da Inteligência Artificial (IA). Seu interesse tem sido motivado pela

velocidade e forma com que o cérebro humano processa determinadas informações quando

comparado ao computador convencional. Atividades como reconhecimento de padrões,

controle motor e percepção de objetos são processadas pelo cérebro animal muito mais

rapidamente que qualquer computador existente. Isso acontece pela forma, complexidade e

paralelismo que o cérebro organiza seus constituintes estruturais, os neurônios. O conhecimento

é adquiro pela rede neural através de um processo de aprendizagem, onde ajustes nos pesos

sinápticos são efetuados afim de armazenar esse conhecimento e atingir o objetivo de projeto

desejado. (HAYKIN, 1999).

O processo de aprendizagem usual de uma rede neural (treinamento supervisionado),

consiste na introdução de exemplos de entrada e saída de dados, onde a rede extrai

características necessárias para modelar a informação relacional entre eles. Quando o processo

de aprendizagem cessa, o modelo formado pela rede pode ser utilizado para a resolução de

problemas distintos ao conjunto de exemplo dado. Portanto as redes neurais são capazes de

extrair características de exemplos e extrapola-los para a resolução de problemas com novos

valores de entrada. (BRAGA et al, 2000).

As redes neurais artificiais têm sido utilizadas para a resolução de uma ampla classe de

problemas complexos que envolvem o processamento de uma extensa massa de dados que

devem ser modelados e analisados de maneira multidisciplinar, levando em consideração tanto

aspectos estáticos, como dinâmicos. (KOVÁCS, 1996).

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As principais características das redes neurais são a capacidade de aprendizado e

generalização do conhecimento adquirido, o que confere a elas a possiblidade de resolução de

problemas nos quais métodos computacionais baseados em programação sequencial não são

aplicáveis. Outros aspectos relevantes envolvendo a aplicação de redes neurais são: Adaptação

por experiência, organização de dados, não-linearidade, tolerância a falhas, facilidade de

implementação, processamento paralelo e distribuído. Devido a tais características as redes

neurais têm sido utilizadas para a resolução de inúmeros problemas, nas mais diversas áreas do

conhecimento, como engenharia, medicina, biologia e finanças. (SILVA et al, 2010).

2.1.2 Áreas de Aplicação

Existem inúmeras aplicações onde a utilização de redes neurais é adequada, a

diversidade de uso se dá de tal maneira que a mesma topologia de rede pode ser utilizada para

várias outras finalidades. Essa universalidade funcional torna as redes neurais uma poderosa

ferramenta para a resolução de problemas complexos, onde não se tem uma relação definida

entre valores de entrada e saída de dados, ou seja, quando não há um modelo matemático ou

função que relacione variáveis de entrada à saídas desejadas, essa característica é acentuada

quando a rede tem função de aproximar funções. (SILVA et al, 2010).

As principais áreas de aplicação das redes neurais são:

a) Aproximador universal de funções: É aplicável a problemas onde se deseja modelar

uma função que relacione variáveis de entrada a saídas esperadas, tais funções podem

ser lineares, não lineares, contínuas ou discretas. É utilizado quando a modelagem por

técnicas convencionais é inviável devido à complexidade do problema, ou o

dinamismo da função.

b) Otimização de sistemas: É utilizada em problemas de minimização ou maximização

de funções com ou sem restrições, pode englobar problemas de otimização linear,

dinâmica ou combinatória. Um exemplo de aplicação para essa finalidade é a escolha

da melhor rota entre duas cidades.

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c) Sistemas de previsão: É aplicável a problemas onde partes anteriores de funções são

utilizadas para prever valores futuros, levando em conta a relação entre o domínio e

a imagem da função. Previsões do mercado financeiro, e previsões climáticas são

alguns dos exemplos de aplicações.

d) Reconhecimento e classificação de padrões: Quando o objetivo do problema consiste

em determinar a(s) classe(s) de um determinado valor de entrada, tais valores podem

apresentar ruído e ainda assim serem classificados adequadamente. Dentre as

aplicações, pode-se citar: reconhecimento de voz, imagens, caracteres e digitais.

2.1.3 Neurônio Biológico

Os neurônios são células do sistema nervoso responsáveis pela transmissão de

informação, essa transmissão é feita através da diferença de potencial elétrico na sua membrana.

Possuem corpo celular entre 5 a 150 µm e são compostos por núcleo, dendritos, axônios e outras

organelas; sua topologia abrange formas piramidais, estreladas, fusiforme, piriformes ou

esférica, sendo que cada forma varia com a localização e atividade funcional do neurônio.

(MONTANARI, 2016).

Figura 2.1 - Neurônio Biológico

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Os dendritos são terminações com superfície irregular que se afilam até a extremidade

e tem por função receber de forma contínua estímulos do meio ambiente, de células epiteliais

sensoriais ou de outros neurônios.

O corpo celular é composto pelas principais organelas citoplasmática (núcleo, retículo

endoplasmático, lisossomos, citoesqueleto, etc.). É responsável pelo processamento de todas as

informações advindas dos dendritos, produzindo um potencial de ativação que informará se o

neurônio poderá disparar um estímulo elétrico ao longo de seu axônio.

O axônio é um prolongamento que transmite estímulos elétricos vindos do corpo celular

a outros neurônios, a células glandulares ou musculares. Geralmente possui estrutura mais longa

que a dos dendritos e espessura constante e lisa, sua extremidade é composta por ramificações

denominadas de terminações sinápticas. (SILVA et al, 2010).

A transferência de informações se dá por meio de sinapses, que são ligações

responsáveis pela conectividade entre a extremidade do axônio de um neurônio pré-sináptico e

os dendritos de outros pós-sinápticos, tal conexão não é física existindo um espaço passível de

ser preenchido por uma substância neurotransmissora responsável por ponderar, ou seja,

controlar o fluxo de transmissão de estímulos elétricos entre neurônios. Essa transmissão resulta

em uma alteração do potencial elétrico da membrana pós-sináptica (dendritos), que dependendo

do tipo de neurotransmissor poderá ser excitatória ou inibitória. Na conexão excitatória há uma

despolarização da membrana pós-sináptica que proporciona a formação de impulso nervoso no

seu axônio, isso acontece devido a variações nos íons de potássio (K+) e sódio (Na+) dentro e

fora da célula, para tanto os impulsos das sinapses devem diminuir o potencial elétrico dentro

da célula de -70 mV (potencial de repouso) para -50 mV (potencial de ativação), ao atingir esse

limiar, há uma inversão do fluxo de sódio e potássio, e o interior da célula torna-se positivo em

relação ao exterior, essa inversão de polaridade propaga um impulso nervoso do axônio até as

terminações sinápticas que então liberam substâncias neurotransmissoras para as claves

sinápticas (regiões entre as terminações sinápticas e os dendritos) e o processo continua para o

neurônio seguinte. Na conexão inibitória, a polaridade se mantém, pois, os estímulos sinápticos

produzidos por neurônios pré-sinápticos não são suficientes para atingir o potencial de ativação

do neurônio pós-sináptico, ou seja, a despolarização não é alcançada. Existem dezenas de tipos

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de neurotransmissores, cada um determinará se haverá excitação ou inibição do neurônio

seguinte. O período de excitação é sempre antecedido de um período de refração (período em

que o axônio não pode ser estimulado até que estabeleça ou chegue próximo ao seu potencial

de repouso). (BRAGA et al, 2000).

Figura 2.2 - Variação do potencial de ação de um neurônio

2.1.4 Neurônio Artificial

O modelo estrutural das redes neurais artificiais foi baseado nas conexões existentes

entre os neurônios, e as funções que ocorrem no cérebro animal. Os neurônios artificiais são

réplicas muito simplificadas do neurônio biológico, com o objetivo de emular as

funcionalidades da célula, como a geração e propagação de impulsos elétricos entre outros

neurônios. As funções desempenhadas pelos neurônios são simples, como captar sinais de

entrada, pondera-los de acordo com a intensidade da conexão sináptica e reuni-los para

finalmente produzir uma resposta a partir de uma função de ativação previamente definida.

(SILVA et al, 2010).

Em 1943 foi proposto por Warren McCulloch e Walter Pitts um modelo de neurônio

que engloba as principais características do neurônio biológico, em um artigo intitulado: “A

Logical Calculus of the Ideas Immannet in Nervous Activity”, considerado o primeiro artigo

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sobre redes neurais. O modelo de neurônio era composto por n terminais de entrada

(representando os dendritos) e um único terminal de saída y (representando o axônio), cada

terminal de entrada é ponderado por um peso (substância neurotransmissora), que emula a

intensidade do sinal, podendo assumir valores positivos ou negativos, ou seja, valores

excitatórios ou inibitórios, respectivamente. Os valores ponderados são então somados,

adquirindo a forma de potencial de ativação, caso esse potencial atinja um limiar de excitação

(threshold), o neurônio perpetua o sinal, caso contrário, o inibe. (BRAGA et al, 2000). No

modelo de McCulloch & Pitts (1943) a função de ativação produzia apenas uma saída binária,

pois esta função era do tipo degrau. O diagrama em blocos da figura 3.3 exemplifica o modelo

de um neurônio artificial:

Figura 2.3 - Neurônio Artificial

O processamento de informações de entrada é composto por três etapas:

1. Pesos sinápticos (𝑤kj) são responsáveis por ponderar os valores de entrada do

neurônio, definindo a magnitude, ou seja, a importância de determinada entrada.

Cada sinal de entrada é ponderado por um peso próprio, tais pesos podem assumir

tanto valores positivos quanto negativos.

2. Um combinador linear soma os valores ponderados das entradas e agrega a bias (𝑏k),

formando um campo local induzido (𝑣), também denominado potencial de ativação.

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3. Uma função de ativação (𝜑(𝑣k)) restringe a amplitude da saída do neurônio, sendo

o valor obtido pelo combinador linear o argumento para esta função. Geralmente a

função de ativação possui sua imagem limitada aos intervalos [0, 1] e [-1, 1].

As expressões a seguir definem matematicamente o modelo de um neurônio artificial k:

Equação (1)

𝑣k =∑𝑤kj 𝑥j + 𝑏k

𝑚

𝑗=1

(1)

Equação (2)

𝑦k = 𝜑(𝑣k) (2)

2.1.4.1 Tipos de funções de ativação

A função de ativação determina o valor de saída do neurônio, pode ser classificada em

parcialmente diferenciável ou diferenciável. O tipo escolhido varia conforme o objetivo da

aplicação e a eficiência no projeto. As funções de ativação parcialmente diferenciáveis são:

Figura 2.4 – Funções de ativação parcialmente diferenciáveis

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a) Função degrau

Na função degrau as possibilidades de saída se limitam a 0 ou 1; para valores de campo

local induzido negativos, o valor da função é igual a 0, caso contrário o valor assumido é 1.

Equação (3)

𝜑(𝑣) = {1, 𝑠𝑒 𝑣 ≥ 00, 𝑠𝑒 𝑣 < 0

(3)

b) Função sinal

Na função sinal, os valores de saída são -1, 0, 1; para valores de campo local induzido

negativos a função assume o valor -1, para positivos assume 1 e para valores iguais a 0 a função

assume o valor 0.

Equação (4)

𝜑(𝑣) = {

1, 𝑠𝑒 𝑣 > 0 0, 𝑠𝑒 𝑣 = 0 −1, 𝑠𝑒 𝑣 < 0

(4)

c) Função linear por partes

A função linear por partes, também chamada de rampa simétrica, tem sua saída igual ao

valor do campo local induzido quando este se encontra entre limites estabelecidos, quando fora

dos limites assume o valor desses limites. Os limites expressos na Equação (5) serão [-a, a].

Equação (5)

𝜑(𝑣) = {

a, 𝑠𝑒 𝑣 > a

𝑣, 𝑠𝑒 − a ≤ 𝑣 ≤ a

−a, 𝑠𝑒 𝑣 < −a (5)

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As funções totalmente diferenciáveis são aquelas onde a derivada de primeira ordem é

existente em qualquer ponto da função, ou seja, não possuem nenhuma descontinuidade.

Figura 2.5 – Funções de ativação diferenciáveis

a) Função logística

A função logística possui valores no intervalo [0, 1], e é expressa conforme a Equação

(6), onde a constante β é igual ao grau de inclinação da reta que tangencia o ponto de inflexão

do gráfico.

Equação (6)

𝜑(𝑣) =

1

1 + 𝑒−𝛽.𝑣 (6)

b) Função tangente hiperbólica

A função tangente hiperbólica se assemelha a função logística, porém seus valores de

saída se encontram no intervalo [-1, 1]

Equação (7)

𝜑(𝑣) =

1 − 𝑒−𝛽.𝑣

1 + 𝑒−𝛽.𝑣

(

(7)

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17

2.2 ARQUITETURA DAS REDES NEURAIS

A arquitetura da rede está diretamente ligada a forma como os neurônios estão

organizados na rede, ou seja, a forma como estes estão distribuídos, conectados e arranjados.

Sua topologia pode ser definida de várias maneiras a depender da quantidade de camadas, da

função de ativação de cada neurônio, do número de neurônios, da forma como estão ligados e

do algoritmo usado para o aprendizado da rede, que tem por finalidade ajustar os pesos

sinápticos para a convergência adequada da rede. Todas as características citadas, que

distinguem a topologia, são função direta da quantidade de variáveis e da complexidade do

problema. (SILVA et al, 2010).

As principais arquiteturas existentes são:

a) Redes alimentadas adiante (feedforward) com camada única

As redes feedfoward de camada única, são compostas apenas por uma camada de

entrada, e uma camada de saída, são ditas de camada única pois apenas a camada de saída é

responsável pelo processamento das informações. Os principais tipos de rede formados por essa

arquitetura são a rede Perceptron e a rede Adaline.

Figura 2.6 - Rede do tipo feedforword de camada única

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18

b) Redes alimentadas adiante (feedforward) de múltiplas camadas

As redes feedforward de múltiplas camadas possuem uma ou mais camadas ocultas que

são compostas por nós computacionais (neurônios ocultos), ou seja, que processam informação

e extraem características, possuem também uma camada de entrada e uma de saída. Os

principais tipos de rede com essa arquitetura são a rede Perceptron Multicamadas (PMC) e a

Rede de Base Radial (RBF). Geralmente essas redes são totalmente conectadas, o que quer

dizer que cada nó de entrada é conectado a todos os neurônios da primeira camada oculta, e

cada neurônio é conectado a todos os neurônios da camada imediatamente posterior. São

utilizadas para diversos fins, aproximação de funções, classificação de padrões e otimização

são alguns deles. Redes com mais de uma camada oculta tem o potencial de classificar padrões

dispostos em regiões não-convexas.

Figura 2.7 – Rede do tipo feedfoword de múltiplas camadas

c) Redes Recorrentes

Redes recorrentes tem suas saídas utilizadas para realimentação da própria rede, deve

possuir ao menos um laço de realimentação. Podem possuir laços de auto-realimentação, onde

a saída de um neurônio é utilizada como entrada para o próprio neurônio, e podem ter tanto

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19

uma camada de neurônios como múltiplas camadas. São constituídas por elementos de atraso

unitário (z-1) que possibilitam um comportamento dinâmico não-linear (HAYKIN, 1999). Sua

característica principal é a possibilidade de processamento dinâmico de informações, isto é,

podem trabalhar com sistemas variantes no tempo, como por exemplo: otimização, previsão de

séries temporais e controle de processos. (SILVA et al, 2010).

Figura 2.8 – Rede do tipo recorrente

2.3 PROCESSOS DE TREINAMENTO E APRENDIZADO

As Redes Neurais Artificiais possuem a capacidade de aprendizado de forma a

generalizar relações e extrapola-las por meio de exemplos. Esses exemplos são divididos em

exemplos de entrada e saída e são utilizados pela rede para sintonizar os pesos sinápticos de

maneira a minimizar o erro entre a saída da rede e a saída desejada (exemplo de saída),

modelando então uma função que os relaciona. O processo de ajuste desses pesos é regido por

algoritmos de aprendizagem, que diferem entre si pela forma com que pesos sinápticos são

modificados. (BRAGA et al, 2000).

O ajuste de pesos sinápticos é feito de maneira ordenada, com passos específicos a

depender de cada algoritmo de aprendizado, geralmente os pesos iniciais são compostos por

valores aleatórios contidos no conjunto fechado [0,1], e a sintonização sináptica se dá a partir

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20

desses valores. Cada peso tem a função de extrair características que envolvem o problema em

questão, criando hiperplanos de separabilidade ou parcelas que compõe funções, de forma a

relacionar adequadamente valores de entrada a valores de saída. Portanto, a função do algoritmo

de aprendizagem é modificar cada peso na proporção que esse peso interfere no erro de saída.

(SILVA et al, 2010).

Existem basicamente três tipos de treinamento de rede, são eles: Treinamento

supervisionado, treinamento não-supervisionado e treinamento com reforço. A distinção entre

eles é feita pela forma como o treinamento é disposto a rede, que está ligada a maneira como a

rede aprende a partir de estímulos externos.

O treinamento supervisionado é o método mais utilizado para instruir redes neurais, a

supervisão é feita por relações de entradas e saídas de dados que são definidas por um supervisor

externo, na forma de amostras, que compõe os exemplos de treinamento da rede. Nessa

modalidade de treinamento os pesos sinápticos são ajustados afim de melhor representar as

relações existentes nas amostras (entradas de dados e saídas). Os exemplos de algoritmos de

aprendizagem mais utilizados para o treinamento supervisionado são a regra delta e a regra

delta generalizada. (BRAGA et al, 2000).

No treinamento não-supervisionado não existe um supervisor ou professor que

acompanhe o processo de aprendizagem, há apenas uma apresentação de dados de entrada a

rede e esta se auto ajusta modelando e criando classificações e padrões próprios para esses

dados através de processos de regularização estatísticos. (BRAGA et al, 2000). A quantidade

de classificações ou padrões criados pela rede (clusters) é especificado pelo projetista, levando

em consideração o propósito para a qual a rede é criada. (SILVA et al, 2010).

O treinamento por reforço é considerado uma variação do treinamento supervisionado,

a diferença entre eles é a forma com que o resultado da rede é avaliado, enquanto no

supervisionado uma relação de dados de entrada e saída é utilizado para o treinamento da rede,

no treinamento por reforço é disposto um valor de entrada que após processado pela rede é

avaliado por um agente externo, cabendo a ele decidir se tal resultado é satisfatório ou não. O

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21

processo de ajustes de pesos é feito por tentativa e erro, até se obter um resultado satisfatório,

ou erro mínimo desejado. (SILVA et al, 2010).

Os conjuntos de treinamento referentes ao aprendizado supervisionado serão expressos

pelas matrizes Ω(x) (matriz de treinamento de entradas de dados) e Ω(d) (matriz de treinamento

de saídas de dados), conforme segue abaixo:

Ω(x) = [𝑥00 ⋯ 𝑥0n⋮ ⋱ ⋮𝑥m0 ⋯ 𝑥mn

]

Ω(d) = [𝑑00 ⋯ 𝑑0n]

Onde a posição m se refere aos elementos de entrada da rede para a matriz Ω(x) e também

aos elementos de saída de rede para a matriz Ω(d), e a posição n se refere à cada amostra de

treinamento da rede para ambas matrizes, ou seja, cada amostra de treinamento é representada

como uma coluna nas matrizes.

2.4 REDE PERCEPTRON

McCulloch e Pitts (1943) desenvolveram diversas topologias de redes neurais com

capacidade de execução de funções booleanas, porém sem a capacidade de aprendizagem,

somente com o trabalho de Rosenblatt (1958) o conceito de aprendizagem em RNAs foi

implementado de fato. Rosenblatt introduziu um modelo computacional denominado

perceptron, uma configuração simples de rede inspirada no funcionamento da retina. A rede

perceptron simples é composta por apenas uma camada de neurônios que atuam como

discriminadores lineares, cada neurônio soma estímulos externos ponderados por pesos

sinápticos, e então retorna um valor de saída de acordo com uma função de ativação intrínseca

a ele, as funções de ativação tipicamente usadas para esse modelo de rede são a função degrau

e a função bipolar. O modelo desenvolvido por Rosenblatt era formado por unidades sensíveis

a estímulos (retina), por um nível intermediário composto por unidades de associação e por um

nível de saída composto por unidades de resposta. A função principal deste modelo era o

reconhecimento de padrões como letras e números. (BRAGA et al, 2000).

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A rede perceptron composta por um único neurônio é capaz de classificar padrões do

tipo linearmente separável, ou seja, aqueles que se encontram em lados opostos de um

hiperplano, limitando-se a classificar padrões com apenas duas classes. (HAYKIN, 1999).

Figura 2.9 – Topologia de um Perceptron simples idealizado por Rosenblatt

Apesar de ser uma rede relativamente simples comparado ao neurônio biológico, a rede

perceptron atraiu a atenção de diversos pesquisadores na época, especialmente da comunidade

científica relacionada a inteligência artificial. (SILVA et al, 2010). Porém o interesse pelo

assunto não teve longa duração, devido principalmente as críticas de Minsky e Papers (1969)

em relação a sua capacidade computacional, que desestimularam os estudos da rede perceptron

do início da década de 70 até o final da década de 80. (BRAGA et al, 2000).

Na rede perceptron os estímulos são obtidos na camada de entrada, com informações

acerca do problema a ser mapeado pela rede, esses valores são ponderados, de maneira a

quantificar a importância de cada um em função de sua relação e influência com a saída

desejada. Em seguida uma função de ativação utiliza como argumento essa soma ponderada

adicionada ainda por um limiar, e retorna uma saída final para a rede. (SILVA et al, 2010).

A forma mais simples de se representar uma rede neural é através de um único neurônio,

o modelo a seguir exemplifica a topologia de uma rede neural perceptron de camada única,

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composta por um único neurônio. Em geral esse neurônio recebe n valores de entrada, e possui

uma única saída binária ou bipolar. O ajuste dos pesos sinápticos e limiar de ativação ocorrem

através de um processo de treinamento supervisionado, ou seja, aquele onde se dispõe à rede

exemplo compostos por valores de entrada e saída de dados afim de instruí-la.

Figura 2.10 – Modelo de uma rede Perceptron composta por um único neurônio

Para uma função de ativação do tipo bipolar, a saída yj da figura 3.13 assumiria os

seguintes valores expressos na Equação (8):

𝜑(𝑣j) =

{

1, 𝑠𝑒 ∑𝑤ji 𝑥i + 𝑏j

𝑚

𝑗=1

≥ 0

−1, 𝑠𝑒∑𝑤ji 𝑥i + 𝑏j

𝑚

𝑗=1

< 0

(8)

Considerando um neurônio composto por duas entradas (x1 e x2) a equação que define

o valor de yj é definida na Equação (9) como:

𝜑(𝑣j) =

{

1, 𝑠𝑒 ∑𝑤j1 𝑥1 + 𝑏j

𝑚

𝑗=1

≥ 0 ↔ 𝑤j1. 𝑥1 + 𝑤j2. 𝑥2 + 𝑏j ≥ 0

−1, 𝑠𝑒∑𝑤j2 𝑥2 + 𝑏j

𝑚

𝑗=1

< 0 ↔ 𝑤j1. 𝑥1 + 𝑤j2. 𝑥2 + 𝑏j ≥ 0

(9)

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Representando o par x1 e x2 como coordenadas de um plano cartesiano, onde cada par

ordenado se refere à uma amostra específica de exemplos de entrada e rearranjando a Equação

(9) de maneira a ter x2 em evidência, é possível obter a Equação (10):

𝜑(𝑣j) =

{

1, 𝑠𝑒 𝑤j1. 𝑥1 + 𝑤j2. 𝑥2 + 𝑏j ≥ 0 ↔ 𝑥2 ≥ −𝑥1. 𝑤j1

𝑤j2−𝑏j

𝑤j2

−1, 𝑠𝑒 𝑤j1. 𝑥1 + 𝑤j2. 𝑥2 + 𝑏j < 0 ↔ 𝑥2 < −𝑥1. 𝑤j1

𝑤j2−𝑏j

𝑤j2

(10)

Substituindo,

𝑤j1

𝑤j2= 𝑎 e

𝑏j

𝑤j2 = − 𝑐, tem-se a Equação (11):

𝜑(𝑣j) = {

1, 𝑠𝑒 𝑥2 ≥ −𝑎. 𝑥1 + 𝑐

−1, 𝑠𝑒 𝑥2 < −𝑎. 𝑥1 + 𝑐 (11)

A Equação (11) divide os pares ordenados (x1 e x2) em dois grupos distintos, os que

possuem o valor x2 maiores que a função afim −𝑎. 𝑥1 + 𝑐, cujo valor de saída é 1 e os que

possuem o valor menor que a função, cujo valor de saída atribuído é -1. A fronteira de

separabilidade entre os conjuntos das amostras pode ser definido então pela reta 𝑥2 = −𝑎. 𝑥1 +

𝑐, dividindo a amostra em dois grupos distintos. No gráfico a seguir, a função afim divide as

amostras em dois conjuntos específicos A e B, sendo que o conjunto A corresponde a saída 1

da rede, e o conjunto B a saída -1.

Figura 2.11 – Fronteira de separação entre amostras

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O ajuste dos pesos sinápticos e limiares expressos pelos coeficientes e constantes 𝑎 e 𝑐,

na Equação (11) da rede perceptron tem por objetivo adequar a reta 𝑥2 = −𝑎. 𝑥1 + 𝑐, afim de

classificar os conjuntos de amostra em dois grupos distintos. Este ajuste é realizado por meio

da regra de aprendizado de Hebb (1949). (SILVA et al, 2010).

A regra de aprendizado de Hebb é feita de maneira iterativa, onde ajustes sucessivos nos

pesos sinápticos são efetuados após cada apresentação de amostras de treinamento à rede.

Quando o valor de saída da rede é processado, ocorrem ajustes nos pesos (𝑤ji) proporcionais a

diferença entre o valor desejado (dj(a)) referente amostra a e neurônio j e o valor processado (y).

Se o valor for igual ao desejado, não ocorrem ajustes, se for diferente, os ajustes são efetuados.

O processo pode ser definido pelas equações a seguir:

Equação (12)

𝑤jiatual = 𝑤ji anterior + 𝜂 . (𝑑j(a) − 𝑦) . 𝑥(a) (12)

Equação (13)

𝑏j atual = 𝑏j anterior + 𝜂 . (𝑑j(a) − 𝑦) . 𝑥(a) (13)

Como a mesma regra de ajuste é aplicada para pesos e limiares, pode-se inserir o limiar

dentro do vetor dos pesos sinápticos, ou seja, adotar 𝑤j0 = 𝑏j, e sua entrada 𝑥0 = −1 ou 1,

conforme o critério do projetista. O coeficiente 𝜂 é a taxa de aprendizagem, seu valor reflete a

velocidade na qual a rede converge ao valor ideal, ou seja, a rapidez com que a rede é treinada.

Os valores adotados geralmente abrangem o intervalo 0 < 𝜂 < 1, e sua escolha é feita a critério

do projetista; uma adoção indevida de 𝜂 pode fazer a rede não convergir adequadamente, a

escolha de um valor muito pequeno, pode causar demora no processo de convergência, e de um

valor muito grande, um salto nos valores de pesos adequados. A rede perceptron composta por

um neurônio é capaz de executar todas as funções booleanas com exceção a função XOR (ou

exclusivo), devido esta não ser um problema linearmente separável.

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26

2.5 REDE ADALINE

A rede Adaline (Adaptive Linear Neuron) surgiu no mesmo período que a rede

perceptron, foi idealizada por Widrow e Hoff, e teve um enfoque diferente da rede perceptron,

já que sua principal aplicação se destinava ao processamento de sinais, enquanto a rede

perceptron tinha uma abordagem na área de psicologia. Embora sua relevância se restringe ao

meio acadêmico, foi de extrema importância para as RNAs, em virtude de seu algoritmo de

aprendizagem, a regra Delta, precursora da regra Delta generalizada, também denominada de

back-propagation.

Similarmente à rede perceptron, a rede Adaline é composta por apenas uma camada

neural de um neurônio e é do tipo feedforward, mas ao contrário da rede perceptron que tem a

modificação de seus pesos baseados nos resultados produzidos pela função de ativação, a rede

Adaline possui a atualização de seus pesos em função do campo local induzido, que é a soma

ponderada de suas entradas pelos pesos. (BRAGA et al, 2000).

Figura 2.12 - Modelo de uma rede Adaline composta por um único neurônio

Na rede Adaline, os sinais de entrada e limiares são inicialmente ponderados pelos pesos

sinápticos e somados como na rede perceptron, compondo o campo local induzido (𝑣). A

função de ativação é responsável por converter o campo local induzido em uma saída final,

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geralmente binária ou bipolar. A expressão que define o processamento de informações da

Adaline, é idêntica ao do perceptron de acordo com a Equação (14) e Equação (15) a seguir:

𝑣j =∑𝑤ji 𝑥i + 𝑏j

𝑚

𝑗=1

↔ 𝑣j =∑𝑤ji 𝑥i

𝑚

𝑗=0

(14)

𝑦j = 𝜑(𝑣j) (15)

Na Equação (14) o limiar 𝑏j é inserido no vetor peso, assumindo o valor 𝑤j0

simplificando a expressão.

O bloco associador é responsável por auxiliar no processo de treinamento, o sinal obtido

por ele é igual a diferença entre as saídas desejadas da rede (𝑑j(a)) e o valor do campo local

induzido (𝑣𝑗) produzido após a apresentação de cada amostra de exemplos. O objetivo da

Adaline é minimizar o erro quadrático entre a saída da rede e os valores desejados, através de

ajustes nos pesos sinápticos de maneira a obter um conjunto ótimo de pesos. Definindo 𝑤 como

o vetor de pesos 𝑤 = [𝑏𝑗0 𝑤𝑗1 𝑤𝑗2…𝑤𝑗𝑚]𝑇 de um único neurônio j é possível expressar o erro

quadrático em função desse vetor, conforme a Equação (16) abaixo:

𝐸(𝑤) =

1

2 ∑(𝑑𝑗(a) −

𝑛

a =1

𝑣𝑗)2 (16)

Substituindo 𝑣𝑘 pelo resultado da Equação (14), obtém-se a Equação (17):

𝐸(𝑤) =

1

2 ∑(𝑑j(a) −

𝑛

a =1

∑𝑤ji 𝑥i

𝑚

𝑗=0

)2 (17)

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Equação (18)

𝐸(𝑤) =

1

2 ∑(𝑑j(a) −

𝑛

a =1

𝑤𝑇 𝑥(a))2 (18)

Onde 𝑥(a) se refere ao vetor de treinamento de entradas 𝑥(a) = [−1 𝑥1(a) 𝑥2(a)… 𝑥m(a)]𝑇,

𝑑j(a) é o valor desejado para a a-ésima amostra e n ao total de amostras de treinamento aplicadas

a rede.

Afim de se obter uma diminuição no erro quadrático médio, é aplicado um operador

gradiente em relação ao vetor 𝑤, para atingir uma configuração ótima dos pesos sinápticos.

Equação (19)

∇𝐸(𝑤) =

𝜕𝐸(𝑤)

𝜕𝑤 (19)

Substituindo 𝐸(𝑤) pela expressão obtida na Equação (18), obtém-se a Equação (20):

∇𝐸(𝑤) = 𝜕 [12 ∑ (𝑑j(a)−

𝑛

a =1 𝑤𝑇

𝑥(a))2]

𝜕𝑤

(20)

Pela regra da cadeia, obtém-se a Equação (21)

∇𝐸(𝑤) =

1

2∑

𝜕[ (𝑑j(a) − 𝑤𝑇 𝑥(a))2]

𝜕𝑤

𝑛

a =1

=1

2∑

𝜕𝑢2

𝜕𝑢 𝜕𝑢

𝜕𝑤

𝑛

a =1

(21)

Onde 𝑢 = 𝑑j(a) − 𝑤𝑇 𝑥(a) e

𝜕𝑢2

𝜕𝑢= 2𝑢, logo:

∇𝐸(𝑤) =

1

2∑2 (

𝑛

a =1

𝑑j(a)− 𝑤𝑇𝑥(a))𝜕

𝜕𝑤 (𝑑j(a)− 𝑤𝑇 𝑥(a)) (22)

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∇𝐸(𝑤) = −∑𝑥(a) (

𝑛

a =1

𝑑j(a) − 𝑤𝑇𝑥(a)) (23)

Ou ainda:

∇𝐸(𝑤) = −∑𝑥(a)

𝑛

a =1

(𝑑j(a)− 𝑣j) (24)

A expressão na Equação (24) define o gradiente do erro quadrático em relação ao vetor

peso, como o objetivo é minimizar a função erro, o processo de iteração para ajustes nos pesos

sinápticos deve ocorrer numa direção contrária ao gradiente à uma taxa 𝜂 (taxa de aprendizado),

ou seja:

Equação (25)

∆𝑤 = −𝜂 . ∇𝐸(𝑤) (25)

Substituindo o valor obtido na Equação (24) na Equação (18), tem-se:

∆𝑤 = 𝜂 .∑ 𝑥(a)

𝑛

a =1

(𝑑j(a) − 𝑣j) (26)

Ou ainda:

Equação (19)

𝑤𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 = 𝑤𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 + 𝜂 .∑ 𝑥(a)

𝑛

a =1

(𝑑j(a) − 𝑣j) (27)

Aplicando os passos contidos na Equação (18), a rede convergirá então para o mínimo

erro, obtendo a configuração ótima de pesos. O critério para finalização do processo iterativo

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se dá quando a diferença entre o erro quadrático médio (𝐸𝑞𝑚(𝑤)) obtido em duas épocas

consecutivas for menor que um erro estipulado.

Equação (28)

𝐸𝑞𝑚(𝑤) =

1

𝑝 ∑(𝑑j(a)− 𝑣j)2𝑛

a =1

(28)

Equação (29)

|𝐸𝑞𝑚(𝑤𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙) − 𝐸𝑞𝑚(𝑤

𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟)| ≤ 휀 (29)

A figura abaixo ilustra o processo iterativo de ajuste nos pesos sinápticos com o objetivo

de chegar a configuração ótima dos pesos através da minimização do erro quadrático médio.

Figura 2.13 – Ilustração do processo de minimização do erro pela Regra Delta

O processo de treinamento da rede Adaline aloca o hiperplano que separa as classes

numa posição de separabilidade ótima, ou seja, há um ajuste do hiperplano de maneira a

minimizar a soma dos quadrados das diferenças entre o valor estimado e o valor produzido.

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2.6 REDES PERCEPTRON MULTICAMADAS

A rede Perceptron Multicamadas, como o próprio nome sugere, é a rede perceptron

com mais de uma camada, ou seja, aquela que possui ao menos uma camada intermediária,

camada esta situada entre a camada de entrada e a de saída.

Tais redes tem a capacidade de solucionar problemas não linearmente separáveis, como

a função booleana XOR (ou exclusivo), implementar qualquer função contínua desde que tenha

uma camada intermediária, e caso tenha mais de uma camada intermediária qualquer função

existente. No que se refere ao reconhecimento e classificação de padrões, as redes Perceptron

com mais de uma camada são capazes de classificar problemas que estejam situados em regiões

não-convexas. (BRAGA et al, 2000).

A grande popularidade desta rede se deu com a publicação do livro Parallel Distributed

Processing (Rummelhart et al,1986), onde foi introduzido e explicado o algoritmo de

treinamento backpropagation, que sanou algumas das limitações envolvendo o treinamento de

redes complexas.

,

Figura 2.14 – Ilustração de uma rede Perceptron Multicamadas

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32

O funcionamento da rede Perceptron Multicamadas é semelhante ao da perceptron

simples, a diferença ocorre devido a existência de neurônios nas camadas intermediárias que

não recebem sinais diretamente da camada de entrada, tais neurônios são estimulados por sinais

advindos de neurônios situados na camada imediatamente anterior a eles. O processo de

treinamento ocorre de maneira supervisionada, com amostras de exemplos que são expostos à

rede afim de instruí-la, utilizando para esse fim um algoritmo de aprendizado, como por

exemplo, o backpropagation, também conhecido como regra Delta generalizada, composto por

duas fases distintas, a primeira denominada propagação adiante, e a segunda, propagação

reversa.

Na propagação adiante um conjunto de treinamento de entrada é inserido na rede, a rede

então processa esses dados camada a camada até produzir suas saídas, que são comparadas com

um conjunto de treinamento de saída, os desvios produzidos entre a saída da rede o conjunto de

treinamento é utilizado para efetuar os ajustes dos pesos e limiares de todos os neurônios.

Para facilitar o entendimento do funcionamento do algoritmo backpropagation, será

definido algumas variáveis de acordo com as figuras abaixo:

Figura 2.15 – Notação para demonstração do algoritmo backpropagation

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33

𝑊𝑗𝑖(𝐿)

se refere as matrizes de pesos sinápticos, onde os índices inferiores ji, indicam que

o elemento dessa matriz liga o j-ésimo neurônio da camada (L) ao i-ésimo neurônio da camada

(L-1).

𝑣𝑗(𝐿)

se refere ao potencial de ativação de cada neurônio j da respectiva camada (L), ou

seja, a soma dos produtos das entradas desse neurônio pelos respectivos pesos.

𝜑𝑗(𝐿)

se refere a função de ativação de cada neurônio j da respectiva camada (L), pode

ser uma função linear, degrau, bipolar, gaussiana, etc.

A primeira fase do processo de treinamento é a propagação adiante, podendo ser

expressa pelas seguintes equações:

Para o cálculo do potencial de ativação da primeira camada é utilizado a equação abaixo:

𝑣𝑗(𝐿)=∑𝑤𝑗𝑖

(𝐿). 𝑥i

𝑚

𝑗=0

(30)

Para o cálculo da função de ativação é utilizado o potencial de ativação como argumento

da função.

𝜑𝑗(𝐿)= g(𝑣𝑗

(𝐿)) (31)

Para o cálculo do potencial de ativação das outras camadas é utilizado uma equação

similar, onde os sinais de entrada são os resultados obtidos na função de ativação do neurônio

anterior.

𝑣𝑗(𝐿)=∑𝑤𝑗𝑖

(𝐿). 𝜑𝑖

(𝐿−1)

𝑚

𝑗=0

(32)

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34

A função que define o erro de aproximação, ou seja, a diferença entre a saída esperada

e a saída obtida é a função erro quadrático, ela mede o desempenho local da rede.

𝐸(a) =1

2 ∑(𝑑𝑗(a) − 𝜑𝑗

(3))2

𝑛3

j =1

(33)

Onde 𝑑𝑗(a) é o exemplo de treinamento referente ao j-ésimo neurônio, da a-ésima

amostra de treinamento e 𝜑𝑗(3)

é a saída do j-ésimo neurônio da última camada.

O erro quadrático médio pode ser definido como uma média aritmética dos erros após

uma época de treinamento, ou seja, após a apresentação de todas amostras de treinamento (n

amostras). Pode ser expressa pela equação abaixo:

𝐸𝑀 =

1

𝑛 ∑𝐸(a)

𝑛

a =1

(34)

O primeiro passo do algoritmo backpropagation consiste na sintonização dos pesos

presentes na última camada neural, esse processo visa minimizar diretamente o erro entre a

saída produzida pela rede e a saída desejada, o método utilizado é o do gradiente descendente,

para tal fim considere uma rede neural de 3 camadas como ilustrado na figura 3.18.

∇𝐸(3) =𝜕𝐸

𝜕𝑊𝑗𝑖(3)=

𝜕𝐸

𝜕𝜑𝑗(3)∙𝜕𝜑𝑗

(3)

𝜕𝑣𝑗(3)∙𝜕𝑣𝑗

(3)

𝜕𝑊𝑗𝑖(3)

(35)

Pela Equação 33, tem-se:

𝜕𝐸

𝜕𝜑𝑗(3)= −(𝑑𝑗(a) − 𝜑𝑗

(3)) (36)

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35

A derivada da função de ativação em relação ao campo local induzido é igual a própria

derivada de primeira ordem da função considerada.

𝜕𝜑𝑗(3)

𝜕𝑣𝑗(3)= 𝑔′(𝑣𝑗

(3)) (37)

𝜕𝑣𝑗(3)

𝜕𝑊𝑗𝑖(3)= 𝜑𝑖

(2) (38)

𝜕𝐸

𝜕𝑊𝑗𝑖(3)= −(𝑑𝑗(a) − 𝜑𝑗

(3)) ∙ 𝑔′(𝑣𝑗(3)) ∙ 𝜑𝑖

(2) (39)

Substituindo as parcelas referentes as equações 36 e 37 por −𝛿𝑗(3)

, temos:

𝛿𝑗(3)= (𝑑𝑗(a) − 𝜑𝑗

(3)) ∙ 𝑔′(𝑣𝑗(3)) (40)

∆𝑊𝑗𝑖

(3)= −𝜂 ∙

𝜕𝐸

𝜕∆𝑊𝑗𝑖(3) ↔ ∆𝑊𝑗𝑖

(3) = 𝜂 ∙ 𝛿𝑗(3)∙ 𝜑𝑖

(2) (41)

A Equação 39 pode ser expressa por um processo iterativo de ajuste dos pesos

sinápticos, da seguinte forma:

∆𝑊𝑗𝑖(3)(𝑡 + 1) = ∆𝑊𝑗𝑖

(3)(𝑡) + 𝜂 ∙ 𝛿𝑗(3)∙ 𝜑𝑖

(2) (42)

O segundo passo do algoritmo backpropagation é o ajuste dos pesos sinápticos situados

nas camadas intermediárias, o seu ajuste leva em consideração a diferença entre a saída desejada

e a saída da rede dos neurônios posteriores já que não se tem um valor de saída ideal para tais

neurônios. Tal ajuste é efetuado após os ajustes dos pesos da última camada, que servirão de

base para o ajuste dos pesos da camada anterior a esta, o que significa que o erro é

retropropagado e utilizado para correção dos pesos da camada intermediária.

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36

∇𝐸(2) =𝜕𝐸

𝜕𝑊𝑗𝑖(2)=

𝜕𝐸

𝜕𝜑𝑗(2)∙𝜕𝜑𝑗

(2)

𝜕𝑣𝑗(2)∙𝜕𝑣𝑗

(2)

𝜕𝑊𝑗𝑖(2)

(43)

𝜕𝜑𝑗(2)

𝜕𝑣𝑗(2)= 𝑔′(𝑣𝑗

(2)) (44)

𝜕𝑣𝑗(2)

𝜕𝑊𝑗𝑖(2)= 𝜑𝑖

(1) (45)

𝜕𝐸

𝜕𝜑𝑗(2)= ∑

𝜕𝐸

𝜕𝑣𝑘(3)∙𝜕𝑣𝑘

(3)

𝜕𝜑𝑗(2)

𝑛3

𝑘=1

=∑𝜕𝐸

𝜕𝑣𝑘(3)∙

𝜕∑ 𝑤𝑘𝑗(3)

. 𝜑𝑗(2)

𝑛3

𝑘=1

𝜕𝜑𝑗(2)

𝑛3

𝑘=1

(46)

𝜕𝐸

𝜕𝜑𝑗(2)= ∑

𝜕𝐸

𝜕𝑣𝑘(3)∙ 𝑤𝑘𝑗

(3)

𝑛3

𝑘=1

(47)

𝜕𝐸

𝜕𝑣𝑘(3)=

𝜕𝐸

𝜕𝜑𝑗(3) ∙ 𝜕𝜑𝑗

(3)

𝜕𝑣𝑘(3)

= −(𝑑𝑘(a) − 𝜑𝑘(3)) ∙ 𝑔′(𝑣𝑘

(3)) = − 𝛿𝑘(3)

(48)

𝜕𝐸

𝜕𝜑𝑗(2)= −∑ 𝛿𝑘

(3)∙ 𝑤𝑘𝑗

(3)

𝑛3

𝑘=1

(49)

Substituindo o resultado das Equações 44, 45 e 49 em 43, obtém-se:

∇𝐸(2) =𝜕𝐸

𝜕𝑊𝑗𝑖(2)= −(∑ 𝛿𝑘

(3)∙ 𝑤𝑘𝑗

(3)) ∙

𝑛3

𝑘=1

𝑔′(𝑣𝑗(2)) ∙ 𝜑𝑖

(1) (50)

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37

Substituindo as parcelas referentes as Equações 44 e 49 por −𝛿𝑗(2)

, temos:

𝛿𝑗(2)= (∑ 𝛿𝑘

(3)∙ 𝑤𝑘𝑗

(3)) ∙

𝑛3

𝑘=1

𝑔′(𝑣𝑗(2)) (51)

Como o ajuste de pesos deve ser feito em direção contrária ao gradiente erro, obtém-se:

∆𝑊𝑗𝑖

(2)= −𝜂 ∙

𝜕𝐸

𝜕𝑊𝑗𝑖(2) ↔ ∆𝑊𝑗𝑖

(2) = 𝜂 ∙ 𝛿𝑗(2)∙ 𝜑𝑖

(1) (52)

A Equação 52 pode ser expressa por um processo iterativo de ajuste dos pesos

sinápticos, da seguinte forma:

∆𝑊𝑗𝑖(2)(𝑡 + 1) = ∆𝑊𝑗𝑖

(2)(𝑡) + 𝜂 ∙ 𝛿𝑗(2)∙ 𝜑𝑖

(1) (53)

A correção dos pesos sinápticos dos neurônios ligados diretamente a camada de entrada

são efetuados de maneira similar a equação 42, e o processo de diferenciação é idêntico.

∆𝑊𝑗𝑖(1)(𝑡 + 1) = ∆𝑊𝑗𝑖

(1)(𝑡) + 𝜂 ∙ 𝛿𝑗(1)∙ 𝑥𝑖 (54)

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38

3 ALGORITMOS GENÉTICOS

3.1 INTRODUÇÃO

Os Algoritmos Genéticos, introduzidos por John Holland no final da década de 60, são

métodos de otimização e busca, do grupo dos algoritmos evolucionários, inspirados no

princípio da seleção natural e evolução, teoria proposta por Charles Darwin, na qual afirma que

indivíduos mais adaptados ao meio ambiente são mais propensos a sobreviverem e gerarem

descendentes. Seu objetivo é varrer o espaço de busca de maneira a encontrar uma solução

ótima sem a necessidade de aplicar métodos de derivação, utilizando apenas operações simples

em indivíduos de um grupo, denominado população. (LACERDA; CARVALHO, 1999).

Os algoritmos genéticos são muito utilizados em problemas onde existe um dado

conjunto de elementos e busca-se encontrar o melhor indivíduo ou grupo de indivíduos que

atendam a restrições previamente definidas. (CASTRO, 2012).

3.2 ESTRUTURA DOS ALGORITMOS GENÉTICOS

O processo de funcionamento dos AG’s é composto por diversas fases, seu objetivo

consiste em criar uma população de possíveis soluções para o problema e submetê-las a

operações de cruzamento e mutação para então avalia-las segundo uma função de aptidão. A

estrutura de funcionamento dos algoritmos genéticos segue as seguintes etapas:

Avaliação: Cada solução contida na população presente é avaliada através de uma

função de aptidão, podendo ser composta pela função a ser otimizada, um ordenamento linear

ou um ordenamento exponencial. Tem por objetivo definir o nível de aptidão de cada indivíduo.

Seleção: São selecionados indivíduos da população de acordo com seu nível de aptidão,

expresso pela função de aptidão. Indivíduos com maior percentual de aptidão tem maior

probabilidade de serem selecionados.

Cruzamento: Indivíduos são combinados através de troca de seus materiais genéticos,

que expressam a solução codificada.

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Mutação: Indivíduos tem parte do seu material genético modificado, acrescentando

variabilidade genética em seu material.

Atualização: Os novos indivíduos gerados são inseridos na população

Finalização: O processo é finalizado caso um critério de encerramento seja atendido,

como a convergência de uma porcentagem da população para um mesmo valor, ou um número

máximo de iterações.

Figura 3.1 – Estrutura de uma AG tradicional

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40

3.3 COMPONENTES DE UM AG

3.3.1 Cromossomos

Cromossomo representa uma determinada solução do problema, é o conjunto de genes

que traz consigo informações acerca das variáveis associadas a função objetivo.

3.3.2 Genes

O gene descreve uma determinada variável da função objetivo, é a unidade básica do

cromossomo. Possui a quantidade de bits suficiente para abranger todo o espaço representativo

da variável associada.

3.3.3 Alelos

Alelos são todos os valores possíveis que o gene pode assumir, afetando diretamente as

características do mesmo.

3.3.4 Indivíduos

Indivíduos são codificações de possíveis soluções do problema, que são manipulados

afim de produzirem novos indivíduos. É a unidade fundamental do algoritmo genético, onde

está contida as variáveis do problema a ser otimizado. Existem diversos tipos de codificação,

como a codificação binária e a codificação real, cada qual com suas vantagens e desvantagens,

principalmente acerca da dimensionalidade e precisão numérica requerida.

3.3.4.1 Codificação Binária

A codificação binária é um dos tipos mais utilizados em processos de otimização por

AG’s devido a sua praticidade e facilidade de implementação, além de poder representar com

certa precisão as variáveis de problemas formados por conjuntos reais. Um indivíduo pode ser

representado por uma sequência binária 𝑠 = [𝑏𝑛… 𝑏2𝑏1 𝑏0], onde 𝑏𝑖 = {0,1} e n é o número

de bits suficiente para representar todo o espaço amostral das variáveis, ou seja, o maior valor

em módulo do intervalo real.

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41

Para a representação de variáveis reais no alfabeto binário é necessário a discretização

do conjunto real, ou seja, é preciso tornar um conjunto infinito em finito de maneira que a

quantidade de elementos desse conjunto seja possível de ser representada pela codificação

binária. O tamanho de cada gene pode ser representado pela equação:

𝑛 = [log2(𝑡. 10𝑝)] + 1 (55)

Onde 𝑛 representa o comprimento do gene necessário para a representação do maior

valor em módulo do conjunto real referente a variável em questão, 𝑡 representa a amplitude do

conjunto real da variável (𝑥𝑚á𝑥 − 𝑥𝑚í𝑛) e 𝑝 representa a precisão requerida em casas decimais.

O cromossomo é composto pela concatenação de alelos binários que representam as

variáveis como mostra a figura 4.2. Sua decodificação para o valor real da variável (𝑥) é feita

através das equações 56 e 57.

Figura 3.2 – Cromossomo formado pela concatenação de alelos

𝑥 = 𝑥𝑚í𝑛 + (𝑥𝑚á𝑥 − 𝑥𝑚í𝑛2𝑛 − 1

) ∙ �̂� (56)

𝑠 = [𝑏𝑛𝑏𝑛−1… 𝑏2 𝑏1 𝑏0] ↔ �̂� =∑𝑏𝑖 ∙ 2

𝑖

𝑛

𝑖=0

(57)

Onde �̂� representa o valor inteiro que indica a posição da variável 𝑥 no espaço de busca

discretizado advindo da conversão do valor binário do cromossomo para o valor inteiro.

Encontra-se no intervalo fechado [0, 2𝑛-1].

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3.3.5 População

A população é o conjunto de indivíduos (cromossomos) que representam as possíveis

soluções do problema, a população inicial é escolhida aleatoriamente, e as subsequentes passam

por processos de seleção e mutação. A geração define o número de vezes que a população

passou pelo processo de seleção, mutação ou reprodução. Um processo muito usual é a

conservação do melhor indivíduo sem que haja alteração genética deste de uma geração a outra,

tal processo é denominado elitismo e tem por objetivo evitar perdas de material genético

valioso.

3.3.5.1 Avaliação

A avaliação consiste na determinação do nível de adaptabilidade de cada indivíduo, esse

nível é determinado através de uma função de aptidão que indica o quão bem adaptado é o

indivíduo, consiste muitas vezes na própria função a ser otimizada, onde as variáveis que

compõem o indivíduo são substituídas na função a ser otimizada produzindo um resultado que

é comparado aos demais ou em um ordenamento linear, na qual os limites da função objetivo

dos indivíduos são enquadrados em um limite previamente definido, normalmente nos

intervalos 1 ≤ 𝑀á𝑥 ≤ 2 𝑒 𝑀á𝑥 +𝑀í𝑛 = 2, onde 𝑀á𝑥 𝑒 𝑀í𝑛 representam os limites das

aptidões a serem definidos.

3.3.5.2 Seleção

Após a avaliação dos indivíduos, um método de seleção é utilizado para escolher os

melhores, ou seja, os com maiores aptidões, afim de efetuar cruzamentos e mutações e gerar

uma população com indivíduos mais aptos. Os métodos de seleção levam em consideração a

probabilidade de seleção do indivíduo e está relacionada a aptidão de cada um, indivíduos com

alta aptidão tem probabilidade proporcionalmente alta de serem selecionados.

Um dos métodos mais utilizados no processo de seleção é o método da roleta, consiste

na determinação da probabilidade de seleção de cada indivíduo, que é diretamente proporcional

a sua aptidão. É determinado pela razão entre a aptidão do indivíduo e a soma das aptidões. O

método consiste no ordenamento decrescente em função da aptidão de cada indivíduo e a

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elaboração de uma coluna de aptidões acumuladas, então um número aleatório situado no

intervalo [0, Soma total das aptidões] é selecionado, o indivíduo que possui aptidão acumulada

imediatamente acima do número selecionado é escolhido. O processo se repete até que todos

os indivíduos sejam substituídos por novos indivíduos, podendo ocorrer repetições de

indivíduos selecionados. A equação 57 é responsável por determinar a probabilidade 𝑝𝑖 de

seleção de cada indivíduo, onde 𝑓𝑖 é a aptidão do indivíduo em questão, 𝑁 é o número de

indivíduos na população e 𝑓𝑗 representa cada indivíduo j.

𝑝𝑖 =

𝑓𝑖

∑ 𝑓𝑗𝑁

𝑗=1

(58)

A figura 4.3 mostra como a seleção é feita e exemplifica como a seleção é proporcional

a probabilidade de seleção 𝑝𝑖 devido a porcentagem representativa de cada indivíduo na roleta.

Figura 3.3 – Ilustração do Método da Roleta

3.4 OPERADORES GENÉTICOS

3.4.1 Crossover (Cruzamento)

No crossover indivíduos (pais) são combinados afim de produzir novos indivíduos

(filhos), como a probabilidade de seleção é maior em indivíduos com maior aptidão, genes de

indivíduos com grande aptidão tendem a aparecer com frequência na população ao longo do

tempo, proporcionando a convergência do algoritmo. O processo de crossover consiste na

divisão de duas ou mais partes dos cromossomos de dois indivíduos da população, no

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cruzamento de um ponto, parte do fragmento de um indivíduo é recombinado com a parcela de

outro e vice-versa.

Figura 3.4 – Ilustração do processo de cruzamento de um ponto

3.4.2 Mutação

A mutação ocorre logo após o processo de crossover com uma determinada

probabilidade de ocorrência, ela é responsável pela diversidade genética na população,

incorrendo em uma amplitude de busca necessária à não estagnação em um mínimo ou máximo

local e mantendo um nível mínimo de abrangência no espaço de busca. O operador de mutação

traz mudanças aleatórias nas características do indivíduo, por meio de alterações nos alelos

(valores dos bits). O processo de mutação para codificação binária mais utilizado é a mutação

binária simples, onde posições na cadeia do indivíduos são escolhidas aleatoriamente e seus

valores são invertidos, ou seja, se o valor do alelo escolhido corresponde a 1 seu novo valor

será 0, caso seja 0 o novo valor corresponderá a 1.

Figura 3.5 - Ilustração do processo de mutação binária simples

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3.5 PARÂMETROS DE CONTROLE DOS ALGORITMOS GENÉTICOS

3.5.1 Tamanho da População

O número de indivíduos define o tamanho da população, a escolha adequada do tamanho

da população interfere na velocidade de convergência e eficiência do algoritmo. Quanto maior

é a população, maior a diversidade de indivíduos e mais próximo da solução ótima convergirá

o algoritmo, porém se esse número for demasiado, o desempenho do algoritmo será afetado,

aumentando o tempo computacional para sua convergência, em KHAN (2002) é sugerido que

o tamanho da população ( 𝑛𝑝𝑜𝑝) se enquadre no intervalo 𝑙 𝑒 2 ∙ 𝑙, onde 𝑙 é o tamanho do

cromossomo e 𝑛𝑝𝑜𝑝 o tamanho da população.

𝑙 ≤ 𝑛𝑝𝑜𝑝 ≤ 2 ∙ 𝑙 (59)

3.5.2 Taxa de Cruzamento

A taxa de cruzamento determina a probabilidade de cruzamento entre dois indivíduos,

é representado por um número entre 0 e 1, sendo que 0 expressa uma probabilidade nula de

cruzamento, e 1 uma probabilidade de 100%. O processo de cruzamento para cada par de

indivíduos acontece com o sorteio de um número entre 0 e 1, se o número sorteado for menor

que a taxa de cruzamento, tais indivíduos são cruzados afim de gerar novos indivíduos com

materiais genéticos diversificados. A taxa de cruzamento interfere na inserção de novos

indivíduos na população, quanto maior o valor da taxa maior o número de substituições. O valor

ideal se encontra entre 0,6 e 0,9. (LACERDA; CARVALHO, 1999)

3.5.3 Taxa de Mutação

A taxa de mutação determina a probabilidade de mutação em cada população após o

processo de cruzamento, da mesma forma que a taxa de cruzamento é expresso por um valor

entre 0 e 1. O processo é similar ao do cruzamento, sendo diferenciado por tratar de cada

indivíduo da população ao invés de pares. Um número entre 0 e 1 é sorteado para cada

indivíduo, se o número sorteado for menor que a taxa de mutação, a depender do processo de

mutação, posições do cromossomo são escolhidas aleatoriamente e modificadas. Valores baixos

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de mutação podem provocar a convergência do algoritmo para mínimos locais, já valores muito

altos podem transformar o algoritmo em um simples buscador aleatório, perdendo assim sua

funcionalidade. Segundo Tanomaru (1995) valores inferiores a 0,01 para a taxa de mutação são

indicados.

3.6 FUNÇÃO DE PENALIZAÇÃO

Na otimização por algoritmos genéticos não é necessário uma modelagem específica

das restrições do problema, porém para tratar dessas restrições muitas vezes utiliza-se as

funções de penalização, que incrementam ou decrementam um valor na função de aptidão caso

essas restrições sejam violadas com a finalidade de “puni-las” por tal violação, tornando um

problema com restrições em um sem restrições.

O método de penalização adotado neste estudo é o de penalidades estáticas, onde, para

cada restrição violada é adotado uma função intrínseca a ela multiplicada por um coeficiente de

peso, que determina a importância da violação. A função 𝑓𝑝𝑒𝑛𝑎𝑙

(𝑥) é definida abaixo:

Para restrições de igualdade:

𝑓𝑝𝑒𝑛𝑎𝑙

(𝑥) = 𝛼 ∙∑ 𝑟𝑗Φ𝑗

2(𝑥𝑗)

𝑛

𝑗=1

(60)

Para restrições de desigualdade:

𝑓𝑝𝑒𝑛𝑎𝑙

(𝑥) = 𝛼 ∙∑ 𝑟𝑘

𝑚

𝑘=1

[𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜[0,Φ𝑘(𝑥𝑘)]]

(61)

𝛼 → Constante pênalti para todas as restrições (Parâmetro a definir empiricamente)

𝑟 → Constante pênalti para cada restrição (Parâmetro a definir empiricamente)

Φ → Função pênalti (Função que penaliza cada restrição independentemente)

𝑛 → Número de restrições de igualdade

m → Número de restrições de desigualdade

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4 VIGAS DE CONCRETO ARMADO

Viga pode ser considerado um elemento estrutural de barra, ou seja, aquele em que o

comprimento supera em três vezes a maior dimensão da seção transversal, submetido

majoritariamente a esforços de flexão e cisalhamento, sua principal função é vencer vãos e

transferir esforços de lajes, paredes e outros elementos aos pilares da edificação. Quando os

esforços resistidos pela viga se restringirem a flexão, cujo o plano de ação contenha um dos

principais eixos de inércia, diz-se que a viga está solicitada a flexão normal simples (Figura

5.1), quando os esforços por ela resistidos incluem ações normais à seção transversal, diz-se

que a viga está solicitada a flexão normal composta. (Figura 5.2). (CASTRO, 2012).

Figura 4.1 – Viga solicitada a flexão normal simples

Figura 4.2 – Viga solicitada a flexão normal composta

Uma viga de concreto armado é composta basicamente por concreto e aço, tal junção se

dá pelo fato de o concreto resistir bem a solicitações de compressão, e o aço tanto a solicitações

de compressão quanto de tração, ocupando regiões comprimidas e tracionadas respectivamente,

de uma mesma seção transversal de uma viga. As principais características que viabilizam a

utilização do concreto armado são: a aderência entre o concreto e o aço, a proximidade dos

valores de coeficiente de dilatação térmica dos dois materiais e a proteção do aço pelo concreto

envolvente. (MICHAUD et al, 2015).

O colapso da estrutura de concreto armado é caracterizado pela ruptura do concreto

comprimido ou alongamento excessivo das armaduras tracionadas, que são definidos na prática

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como estado limite último de ruptura ou de deformação plástica excessiva e levam em

consideração deformações limites para o concreto comprimido e armadura tracionada. As vigas

de concreto armado são dimensionadas de maneira a resistir aos esforços solicitantes e alertar

aos usuários, por meio de deformações e fissuras expressivas, uma eventual ruptura. Portanto

as vigas devem apresentar boas características de ductilidade respeitando a posição da linha

neutra imposta pela norma, utilizando se necessário, armadura de compressão para a disposição

da linha neutra nos domínios 2 ou 3, que definem as estruturas subarmadas. As estruturas são

ditas superarmadas, quando a linha neutra se encontra no domínio 4, levando a uma ruptura

frágil, ou seja, sem aviso de colapso. O dimensionamento das vigas de concreto armado também

deve considerar os estados limites de serviços, que são aqueles relativos ao conforto,

durabilidade ou aparência da estrutura. (ABNT NBR 6118, 2014).

São considerados as seguintes hipóteses na análise dos esforços resistentes de uma seção

de uma viga: (ABNT NBR 6118, 2014)

a) As seções transversais se mantêm planas após a deformação (modelo de viga Euler-

Bernoulli);

b) As deformações das barras passivas aderentes devem ser as mesmas do concreto em

seu contorno, tanto em tração quanto em compressão;

c) As tensões de tração do concreto devem ser desprezadas no ELU (Estado Limite

Último);

d) A distribuição de tensões resistentes de compressão do concreto é feita de acordo

com o diagrama parábola-retângulo, que são válidas para tensões de compressão

inferiores a 0,5 ∙ 𝑓𝑐. Sua tensão de pico é igual a 0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑, sendo 𝑓𝑐𝑑 a resistência

de cálculo à compressão do concreto, podendo o diagrama ser substituído pelo

retângulo de profundidade 𝑦 = 𝜆 ∙ 𝑥, onde 𝜆 pode assumir os seguintes valores:

𝜆 = {

0,8 , 𝑓𝑐𝑘 ≤ 50𝑀𝑃𝑎

0,8 −𝑓𝑐𝑘 − 50

400, 𝑓𝑐𝑘 > 50𝑀𝑃𝑎

(62)

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49

E a tensão constante até a profundidade y, pode ser expressa como 𝜎𝑐 = 𝛼𝑐 ∙ 𝑓𝑐𝑑, onde

o parâmetro 𝛼𝑐 pode ser definido segundo a Equação 62:

𝛼𝑐 = {

0,85 , 𝑓𝑐𝑘 ≤ 50𝑀𝑃𝑎

0,85 ∙ (1 −𝑓𝑐𝑘 − 50

200), 𝑓𝑐𝑘 > 50𝑀𝑃𝑎

(63)

4.1 VIGAS DE SEÇÃO RETANGULAR COM ARMADURA SIMPLES

Vigas de armadura simples são aquelas que necessitam apenas de armadura longitudinal

para resistir a esforços de tração, no entanto, por razões construtivas são dotadas também de

armadura na região comprimida para suporte e amarração dos estribos, sendo que a resistência

a compressão oferecida por elas não é levada em consideração no dimensionamento da viga.

A figura 5.3 ilustra um modelo de viga retangular sujeita a ação de um momento fletor

de projeto 𝑀𝑠𝑑, com a adoção do diagrama retangular de tensões para o concreto. A estrutura

estará em equilíbrio, caso atendas as equações 63 e 64.

Figura 4.3 – Distribuição de tensões em uma viga simplesmente armada

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Onde:

Rcd e Rsd → Esforços resistentes de projeto

x → Linha neutra

y → Altura do retângulo de tensões de compressão

z → Distância entre os esforços de resistência do aço e concreto

d → Altura útil da viga

Equações de equilíbrio estático:

∑𝐹𝑥 = 0 ∴ 𝑅𝑐𝑑 − 𝑅𝑠𝑑 = 0 → 𝜎𝑐 ∙ (𝑏𝑤 ∙ 𝑦) − 𝑓𝑦𝑑 ∙ 𝐴𝑠 = 0 (64)

∑𝑀0 = 0 ∴ 𝑅𝑐𝑑 ∙ 𝑧 = 𝑀𝑠𝑑 → 𝜎𝑐 ∙ (𝑏𝑤 ∙ 𝑦) ∙ (𝑑 −𝑦

2) = 𝑀𝑠𝑑 (65)

Considerando que o concreto do modelo utilizado tenha resistência característica a

compressão inferior a 50Mpa (𝜎𝑐 = 0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑) e as equações são válidas apenas para os

domínios 2 e 3, obtém-se:

𝐴𝑠 =

0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑦

𝑓𝑦𝑑 (66)

𝑦 = 𝑑 ∙ (1 − √1 −𝑀𝑠𝑑

0,425 ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑑2 ∙ 𝑓𝑐𝑑

) (67)

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5 METODOLOGIA

5.1 PREAMBULO

Na aplicação proposta será utilizado algoritmos genéticos para otimização paramétrica

de vigas de concreto armado biapoiadas submetidas a flexão simples. O objetivo é encontrar as

dimensões e arranjos ideais do concreto e das barras de aço de um conjunto de vigas, de maneira

a obter o menor custo possível para cada uma, respeitando as restrições impostas pela ABNT

NBR 6118 de 2014. Quarenta vigas com carregamentos e/ou comprimentos diferenciados serão

otimizadas por uma aplicação baseada em algoritmos genéticos e os dados otimizados da seção

serão empregados no treinamento de uma rede neural perceptron multicamadas com a

finalidade de transferir conhecimento especializado de otimização e diminuir o gasto

computacional, em relação ao AG, após o treinamento da rede. Por conseguinte, um novo

conjunto de vigas será inserido na rede neural afim de comparar os dados obtidos com valores

otimizados por algoritmos genéticos.

5.2 FORMULAÇÃO

Seja um conjunto de 40 vigas retangulares e biapoiadas de concreto armado, de

comprimentos 𝐿𝑗 e submetidas a carregamentos distribuídos e constantes de projeto 𝑞𝑗𝑑. As

figuras a seguir representam o modelo de viga j e a sua seção transversal. Cada viga possui um

carregamento e um comprimento próprios.

Figura 5.1 – Modelo de viga j e sua seção transversal

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Pretende-se minimizar o custo das vigas considerando o custo do concreto, aço e forma,

ou seja:

min(𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙,𝑗) = 𝑚𝑖𝑛 [[𝐶𝐶 ∙ 𝑏𝑤 ∙ ℎ + 𝐶𝐴 ∙ 𝛾𝑙𝑖 ∙ 𝑛𝑏𝑎𝑟 + 𝐶𝐹 ∙ (𝑏𝑤 + 2 ∙ ℎ)] ∙ 𝐿𝑗] (68)

Onde:

𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙,𝑗 → Custo total da viga j (R$)

𝐶𝐶 → Custo do Concreto em função do 𝑓𝑐𝑘 (R$/m³)

𝐶𝐴 → Custo do Aço em função do diâmetro e da resistência (R$/kg)

𝐶𝐹 → Custo da Forma (R$/m²)

𝑛𝑏𝑎𝑟 → número de barras longitudinais na seção

𝑏𝑤 → base da seção transversal da viga (m)

ℎ → altura da seção transversal da viga (m)

𝐿𝑗 → Comprimento da viga j (m)

𝛾𝑠 → Peso linear da barra longitudinal (kg/m)

O problema de dimensionamento está sujeito à algumas restrições. Para o indivíduo que

não atenda à uma ou mais restrições laterais de norma, é adicionada na função custo total,

funções pênalti Φ𝑘 referente as restrições k (violadas), afim de penalizar, proporcionalmente à

intensidade da violação, o indivíduo por tais violações, diminuindo a probabilidade de seleção

do mesmo frente a indivíduos não penalizados e evitando que suas características “negativas”

sejam passadas para futuras gerações.

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53

Restrições laterais paramétricas:

Dimensões da seção transversal

0.30 𝑚 ≤ ℎ ≤ 0.60 𝑚, 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 ℎ ∈ ℝ+

0.20 𝑚 ≤ 𝑏𝑤 ≤ 0.60 𝑚, 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑏𝑤 ∈ ℝ+

Dimensões, arranjos da armadura e resistência do concreto

1 ≤ 𝑛𝑐 ≤ 10, 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑛𝑐 ∈ ℕ∗

𝑑𝑙(𝐶𝐴50) = {6.3, 8.0, 10.0, 12.5, 16.0, 20.0, 25.0, 32}, 𝑑𝑙 𝑒𝑚 𝑚𝑚

𝑑𝑙(𝐶𝐴60) = {7.0, 8.0, 9.5}, 𝑑𝑙 𝑒𝑚 𝑚𝑚

𝑓𝑐𝑘 = {20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 55, 60}, 𝑓𝑐𝑘 𝑒𝑚 𝑀𝑃𝑎

Restrições laterais de norma e função pênalti relativa a restrição violada:

Flechas horizontais e verticais máximas prescritas pela Norma – NBR – 6118

(Carregamento distribuído constante)

𝑓𝑚á𝑥 =5 ∙ 𝑝 ∙ 𝐿4

384 ∙ 𝐸𝐼≤ 𝑓𝑙𝑖𝑚 =

𝐿

250 (69)

Φ𝑓,𝑙𝑖𝑚 =𝑓𝑚á𝑥 − 𝑓𝑙𝑖𝑚

𝑓𝑙𝑖𝑚

(70)

Espaçamentos mínimos horizontais e verticais, respectivamente, da armadura:

Φ𝑎ℎ,𝑚í𝑛 =

𝑎ℎ,𝑚í𝑛 − 𝑎ℎ𝑎ℎ,𝑚í𝑛

(71)

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54

𝑎𝑣 ≥ 𝑎𝑣,𝑚í𝑛 = 𝑚á𝑥 [

2 𝑐𝑚𝜙𝑙

0,5 𝑑𝑚á𝑥

]

(72)

Φ𝑎𝑣,𝑚í𝑛 =𝑎𝑣,𝑚í𝑛 − 𝑎𝑣𝑎𝑣,𝑚í𝑛

(73)

Taxa de armadura mínima e máxima, respectivamente, prescrita pela norma:

𝜌𝑚í𝑛 ≤ 𝜌 ≤ 𝜌𝑚á𝑥

Φ𝜌,𝑚á𝑥 =𝜌 − 𝜌𝑚á𝑥𝜌𝑚á𝑥

(74)

0,0015 𝐴𝑐 ≤ 𝜌 ≤ 0,04 𝐴𝑐

Φ𝜌,𝑚í𝑛 =𝜌𝑚í𝑛 − 𝜌

𝜌𝑚í𝑛

(75)

Domínio de deformação:

𝛽𝑥 ≤ 𝛽𝑥,𝑑𝑡𝑙 = 0,45

Φ𝛽𝑥,𝑚á𝑥 =𝛽𝑥 − 𝛽𝑥,𝑑𝑡𝑙𝛽𝑥,𝑑𝑡𝑙

(76)

Hipótese das seções planas:

𝑏𝑤≤ (

𝑏𝑤)𝑙𝑖𝑚

= 5 (77)

Φℎ/𝑏,𝑚á𝑥 =

ℎ𝑏𝑤

− (ℎ𝑏𝑤)𝑙𝑖𝑚

(ℎ𝑏𝑤)𝑙𝑖𝑚

(78)

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55

5.3 IMPLEMENTAÇÃO DO ALGORÍTIMO GENÉTICO

O programa proposto para a otimização do custo de seções transversais de vigas de

concreto armado submetidas à flexão simples (nomeado VIGOTIM) foi desenvolvido na

linguagem JAVA com auxílio da biblioteca JENETICS. Esta biblioteca permite a maximização

ou minimização de uma dada função de aptidão sem a necessidade de ajusta-la, ou seja, os

parâmetros de ajustes necessários são realizados diretamente no Evolution Engine (motor de

evolução) que é a classe responsável por executar os passos necessários para a criação de uma

nova geração.

Figura 5.2 – Exemplo de aplicação desenvolvida com auxílio da biblioteca JENETICS

O programa é composto basicamente por três classes distintas, conforme segue:

CromossomoViga, DimensionamentoViga e a classe base Main que é a classe de execução do

AG, responsável pelos processos de evolução da população.

Figura 5.3 - Diagrama simplificado de classes do programa VIGOTIM

Main

DimensionamentoViga CromossomoViga

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56

A classe CromossomoViga é responsável por determinar as variáveis diretas e indiretas

da função objetivo necessárias à avaliação de cada indivíduo da população, as variáveis diretas

são inseridas diretamente na função custo total da viga e no dimensionamento da viga, as

variáveis indiretas são utilizadas apenas no dimensionamento da viga para então determinar

parâmetros que serão inseridos na função custo total da viga. As diferentes topologias de seções

de vigas serão definidas a partir de 6 variáveis, totalizando 2.376.000 seções distintas possíveis.

Maiores especificações sobre os domínios das variáveis encontram-se nas restrições laterais

paramétricas. (Item 5.2).

Tabela 5.1 – Variáveis e domínios da viga

Variáveis Domínios

Altura da Viga (ℎ) 0.30 𝑚 ≤ ℎ ≤ 0.60 𝑚

Base da Viga (𝑏𝑤) 0.20 𝑚 ≤ 𝑏𝑤 ≤ 0.60 𝑚

Número de Camadas de barras (𝑛𝑐) 1 ≤ 𝑛𝑐 ≤ 10

Diâmetro da Barra Longitudinal (𝑑𝑙) 6.3; 8.0; 10.0; 12.5; 16.0; 20.0; 25.0; 32.0

7.0; 8.0; 9.5 𝑚𝑚

Resistência do Aço (𝑓𝑦𝑘) 500 e 600MPa

Resistência do Concreto (𝑓𝑐𝑘) 20; 25; 30; 35; 40; 45; 50; 55; 60 MPa

A classe DimensionamentoViga é responsável por adicionar ao carregamento

distribuído de projeto o carregamento do peso próprio da viga, calcular a armadura de tração

necessária à cada indivíduo, penalizar possíveis indivíduos que não atendam às características

e restrições impostas pela norma e calcular o custo total penalizado da viga, que é a soma do

custo total da viga mais a função de penalização. O custo total penalizado (função objetivo)

pode ser definido segundo a expressão:

𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑝𝑒𝑛𝑎𝑙,𝑗 = 𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙,𝑗 + 𝑓𝑝𝑒𝑛𝑎𝑙,𝑗(𝑥) (79)

Onde:

𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙,𝑗 = [𝐶𝐶 ∙ 𝑏𝑤 ∙ ℎ + 𝐶𝐴 ∙ 𝛾𝑙𝑖 ∙ 𝑛𝑏𝑎𝑟 + 𝐶𝐹 ∙ (𝑏𝑤 + 2 ∙ ℎ)] ∙ 𝐿𝑗

(80)

𝑓𝑝𝑒𝑛𝑎𝑙,𝑗

(𝑥) = 100 ∙∑ 𝑟𝑘

𝑚

𝑘=1

[𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜[0,Φ𝑘(𝑥𝑘)]] (81)

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57

A classe Main possui o Evolution Engine, que é a classe base responsável por gerar

indivíduos aleatórios (vigas), que são posteriormente avaliados pela classe

DimensionamentoViga, através da função custo total penalizado, afim de obter o nível de

aptidão de cada indivíduo. Os melhores indivíduos, obtidos probabilisticamente pelo método

de seleção por torneio, são cruzados e mutados e inseridos em uma nova população de

indivíduos mais aptos, população esta que também é avaliada. O processo se repete até que um

critério de parada seja satisfeito, como um número máximo de gerações, ou a convergência de

uma porcentagem alta da população para um mesmo valor.

A população inicial pode ser determinada em função do comprimento do cromossomo

que é obtido pela soma dos comprimentos dos genes. Pela equação 55 é possível determinar o

comprimento de cada gene, que representa cada variável do problema.

O vetor G representa os comprimentos de cada gene relativos as variáveis encontradas

na Tabela 5.1, sendo 𝐺 = {𝑛ℎ; 𝑛𝑏𝑤; 𝑛𝑛𝑐; 𝑛𝑑𝑙; 𝑛𝑓𝑦𝑘; 𝑛𝑓𝑐𝑘} = {3; 4; 4; 4; 1; 4}. Logo o

comprimento 𝑙 do cromossomo é igual a 20. Portanto, o tamanho da população pode ser obtido

pela Equação 59, como segue:

𝑙 ≤ 𝑛𝑝𝑜𝑝 ≤ 2 ∙ 𝑙

20 ≤ 𝑛𝑝𝑜𝑝 ≤ 40

𝑛𝑝𝑜𝑝 = 40

(82)

A probabilidade de mutação (𝑝𝑚) foi obtida a partir da equação proposta por HESSER

& MANNER (2000), onde a taxa de mutação é inversamente proporcional ao número de

indivíduos da população e inversamente proporcional ao quadrado do comprimento do

cromossomo.

𝑝𝑚 =

1

𝑛𝑝𝑜𝑝 ∙ √ 𝑙 (83)

𝑝𝑚 =

1

40 ∙ √ 20 = 0,0056 (84)

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58

5.3.1 EXEMPLO DE OTIMIZAÇÃO

No exemplo que se segue uma viga de concreto armado biapoiada com 4 metros de vão

e submetida a um carregamento distribuído de 20 kN/m é otimizada pelo programa VIGOTIM

afim de se obter um custo mínimo para a viga. A Tabela 5.2 mostra a seção ótima após 100

gerações.

Tabela 5.2 – Seção transversal otimizada para o custo mínimo

q (kN/m) L (m) Custo (R$) bw (cm) h (cm) nc dl (mm) fck (MPa) Aço

20,00 4,00 294,25 22,08 36,23 5,00 7.0 20,00 CA-60A

A Figura 5.4 ilustra o desempenho do algoritmo durante as 100 gerações

Figura 5.4 – Evolução do custo total da viga

280,00

290,00

300,00

310,00

320,00

330,00

340,00

350,00

360,00

370,00

380,00

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Cu

sto

(R

$)

Gerações

Desempenho do AG

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59

5.4 IMPLEMENTAÇÃO DA REDE NEURAL PERCEPTRON MULTICAMADAS

Para o desenvolvimento da rede neural perceptron foi utilizado o editor JOONE (Java

Object Oriented Neural Engine) que é uma ferramenta baseada em módulos Java, utilizada para

construir e executar aplicativos de Inteligência Artificial (IA). Esta framework permite o

desenvolvimento, treinamento e validação de redes neurais artificiais, além de possibilitar a

criação de diversas topologias, a fácil modificação de funções de ativação e o ajuste direto de

parâmetros de rede como momentum, taxa de aprendizado e limite de épocas de treinamento.

Figura 5.5 – Exemplo de rede recorrente desenvolvida em JOONE

A escolha da rede perceptron multicamadas foi baseada na sua capacidade de aproximar

funções. Como o objetivo era tornar a rede capaz de criar uma representação interna do processo

de otimização de vigas de concreto armado, foi utilizado o conjunto das vigas otimizadas por

algoritmos genéticos como amostra de treinamento.

Inicialmente foram configuradas as entradas e saídas de dados da rede, para a camada

de entrada foi definido cinco nós, sendo um nó de cada para o carregamento distribuído (q), o

comprimento da viga (L), a base da viga (bw), a resistência a compressão do concreto (fck) e a

tensão de escoamento do aço (fyk). Para a camada de saída foi definido 6 nós, representando à

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altura da viga (h), a área de aço tracionado (As), o número de camadas de barras (nc), o diâmetro

da barra longitudinal (ϕl), o custo total da viga (R$), e a posição da linha neutra (x/d) expressa

pelo adimensional (βx). Os valores de entrada e saída foram normalizados individualmente de

modo que permanecessem na gama 0 e 1.

Tabela 5.3 – Parte do conjunto de treinamento

Entrada Saída

Carga

distribuída

(kN/m)

Vão

(m)

Base da

seção

(cm)

Aço

(CA50/60)

Concreto

(MPa)

Altura da

seção

(cm)

Área de aço

tracionado

(cm²)

Número de

camadas

Diâmetro

da barra

(mm)

Custo

Total

(R$)

βx

10 2,0 20,11 50 20 20,26 0,72 1 8,00 82,02 0,09

12 2,0 20,04 60 20 21,83 0,66 1 8,00 86,05 0,09

15 2,0 20,66 50 20 21,65 1,00 1 12,50 86,87 0,11

10 2,5 20,29 60 20 21,43 0,91 3 7,00 107,07 0,12

15 2,5 20,52 50 20 20,44 1,71 6 6,30 113,13 0,20

17 2,5 25,24 60 20 20,02 1,65 1 8,00 122,86 0,19

10 3,0 24,98 50 20 22,93 1,51 3 6,30 156,49 0,13

12 3,0 20,38 60 20 23,01 1,48 4 7,00 143,13 0,19

15 3,0 21,01 60 30 22,83 1,81 3 7,00 166,18 0,15

20 3,0 20,56 50 20 27,32 2,47 1 12,50 176,65 0,22

10 3,5 23,52 60 20 24,34 1,64 2 8,00 188,60 0,17

15 3,5 20,22 50 20 31,85 2,19 6 6,30 220,37 0,17

10 4,0 27,72 60 20 27,12 1,99 3 7,00 256,56 0,16

15 4,0 21,04 60 30 31,17 2,42 2 7,00 287,88 0,15

20 4,0 22,08 60 20 36,23 2,82 5 7,00 294,25 0,21

O algoritmo de treinamento adotado é o backpropagation (RUMELHART;

MCCELLAND, 1986), que é o foco da framework JOONE. Para a definição do número de

neurônios e de camadas escondidas não há uma regra fixa, apenas metodologias empíricas

restritas à algumas topologias. Para a elaboração de uma rede neural é essencial a seleção de

algumas redes candidatas, que deverão ser submetidas a testes de generalização com intuito de

definir àquela capaz de melhor modelar a função a ser aproximada.

O conjunto das 40 vigas otimizadas pelo programa VIGOTIM foi dividido

aleatoriamente em dois subconjuntos, as amostras de treinamento e as amostras de validação,

compondo 87,5% e 12,5% do conjunto de vigas, respectivamente. Foram testadas 4 topologias

distintas de rede, cada uma com números distintos de neurônios, porém com o mesmo número

de camadas ocultas, duas no total. Todas as redes foram submetidas as mesmas amostras de

treinamento e validação. Foi imposto um limite de 50.000 épocas de treinamento para cada uma

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61

das redes, sendo que cada época consiste na apresentação de todas as amostras de treinamento

para a aplicação do algoritmo backpropagation, afim de observar a raiz quadrada do erro

quadrático médio (RMSE) de cada uma frente as amostras de treinamento e validação. Cada

rede foi testada duas vezes com parâmetros de taxa de aprendizagem e taxa momentum distintos,

com o objetivo de selecionar a que detinha o menor RMSE. A Tabela 5.3 mostra o desempenho

de cada rede após as 50.000 épocas de treinamento.

Tabela 5.4 – Topologias candidatas, parâmetros de rede e erros

Rede Nº de

Camadas

Nº de nós em

c/ camada

escondida

Nº de épocas

de

treinamento

Taxa de

aprendizagem

Taxa

momentum

RMSE

(treinamento) RMSE

(validação)

1A 2 11 50.000 0,2 0,3 0,017533 0,412202

1B 2 11 50.000 0,6 0,5 0,016393 0,430132

2A 2 15 50.000 0,2 0,3 0,005649 0,414891

2B 2 15 50.000 0,6 0,5 0,002144 0,227017

3A 2 20 50.000 0,2 0,3 0,003215 0,271507

3B 2 20 50.000 0,7 0,6 0,001354 0,381790

4A 2 25 50.000 0,2 0,3 0,002482 0,403190

4B 2 25 50.000 0,7 0,6 0,002157 0,677094

Após testar todas as redes pode-se notar que a rede 2B foi a que obteve melhor resultado,

com RMSE igual a 0,002144 para as amostras treinadas, e RMSE igual a 0,227017 para as

amostras de validação. A Figura 5.5 mostra o desempenho da rede ao longo das épocas:

Figura 5.6 – Gráfico do RMSE da rede 5B gerado pelo JOONE

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O desempenho da rede pode ser avaliado através da relação entre as amostras de

treinamento de saída obtidas pela otimização das seções das vigas e os valores da saída da rede

treinada após a introdução das amostras de entrada. Os valores de saídas desejados contidos na

Tabela 5.3 podem ser comparados ao desempenho da rede 2B, após a introdução dos valores

de entrada contidos na mesma tabela. A Tabela 5.5 compara os parâmetros otimizadas por

algoritmos genéticos e os valores otimizados pela rede 2B após ser treinada. Os valores em

destaque representam as amostras de validação, as quais não foram utilizadas no processo de

treinamento.

Tabela 5.5 - Valores previstos e desempenho da rede 2B para os parâmetros da viga

ALGORITMO GENÉTICO RNA - 2B

Viga h As nc dl Custo βx h As nc dl Custo βx

1 20,26 0,72 1,00 8,00 82,02 0,09 20,30 0,66 1,00 8,00 81,65 0,09

2 21,83 0,66 1,00 8,00 86,05 0,09 19,28 0,85 0,89 8,21 92,47 0,14

3 21,65 1,00 1,00 12,50 86,87 0,11 21,64 0,94 1,00 12,50 87,14 0,11

4 21,43 0,91 3,00 7,00 107,07 0,12 21,39 0,90 3,00 7,01 102,22 0,12

5 20,44 1,71 6,00 6,30 113,13 0,20 20,44 1,66 6,00 6,30 114,04 0,20

6 20,02 1,65 1,00 8,00 122,86 0,19 20,02 1,60 1,00 8,00 122,36 0,19

7 22,93 1,51 3,00 6,30 156,49 0,13 22,93 1,47 3,00 6,30 155,69 0,13

8 23,01 1,48 4,00 7,00 143,13 0,19 27,76 1,24 1,89 7,14 169,12 0,13

9 22,83 1,81 3,00 7,00 166,18 0,15 22,82 1,76 3,00 7,00 166,93 0,15

10 27,32 2,47 1,00 12,50 176,65 0,22 27,32 2,43 1,00 12,50 176,37 0,22

11 24,34 1,64 2,00 8,00 188,60 0,17 24,37 1,57 2,00 7,99 191,12 0,17

12 31,85 2,19 6,00 6,30 220,37 0,17 31,84 2,15 6,00 6,30 220,25 0,17

13 27,12 1,99 3,00 7,00 256,56 0,16 27,12 1,95 3,00 7,00 256,51 0,16

14 31,17 2,42 2,00 7,00 287,88 0,15 31,16 2,38 2,00 7,00 287,44 0,15

15 36,23 2,82 5,00 7,00 294,25 0,21 36,14 2,80 5,00 7,00 294,91 0,21

16 37,20 3,44 5,00 7,00 317,56 0,23 37,19 3,41 5,00 7,00 317,76 0,23

17 33,18 2,06 4,00 7,00 299,39 0,17 33,10 2,03 4,00 7,01 298,94 0,17

18 37,38 3,20 1,00 10,00 343,89 0,19 44,79 3,96 1,95 9,28 490,32 0,19

19 37,56 3,00 6,00 7,00 350,75 0,21 37,61 2,97 6,00 7,00 348,87 0,21

20 39,15 2,18 5,00 7,00 362,12 0,17 39,18 2,13 5,00 6,99 361,31 0,17

21 44,37 2,80 3,00 7,00 413,63 0,18 44,35 2,76 3,00 7,00 414,51 0,18

22 44,78 3,66 3,00 7,00 445,53 0,23 44,81 3,63 3,00 7,00 445,55 0,23

23 41,86 2,52 3,00 7,00 434,89 0,17 41,88 2,50 3,00 7,00 434,20 0,17

24 44,91 2,86 4,00 7,00 521,20 0,17 44,01 2,83 4,14 6,96 509,66 0,18

25 50,08 3,03 5,00 7,00 597,02 0,18 50,09 2,98 5,00 7,00 600,55 0,18

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63

A Figura 5.7 compara o desempenho da rede neural treinada aos valores desejados,

otimizados por algoritmos genéticos:

Figura 5.7 – Desempenho da Rede 2B e saídas esperadas

0

20

40

60

80

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40

h

Desejado Obtido

0

1

2

3

4

5

6

7

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40

As

Desejado Obtido

0

2

4

6

8

10

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40

nc

Desejado Obtido

0

2

4

6

8

10

12

14

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40

dl

Desejado Obtido

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40

Custo

Desejado Obtido

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40

βx

Desejado Obtido

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64

Os detalhamentos das seções das vigas 1, 10 e 25, otimizadas pela rede neural treinada

são ilustrados a seguir:

Figura 5.8 – Detalhamento da Viga 1

Figura 5.9 – Detalhamento da Viga 10

Figura 5.10 – Detalhamento da Viga 25

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65

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A utilização de vigas otimizadas por algoritmos genéticos como amostras de

treinamento para a rede neural produziu resultados muito satisfatórios, uma vez que o erro

(RMSE) resultou em valores muito baixos para a diferença entre valores desejados e os valores

obtidos pela rede, conforme ilustrado na figura 5.7.

No desenvolvimento do programa VIGOTIM o ajuste das constantes pênalti individuais,

bem como a constante para todas as restrições, foi definido empiricamente devido a inexistência

de metodologias fixas que definam tais parâmetros. Os ajustes se deram de forma que o

indivíduo escolhido não violasse a nenhuma das restrições impostas. Esse fato pode ocorrer

quando a penalização imposta não é suficientemente elevada para eliminar indivíduos inválidos

(com violações de restrição), ou seja, o indivíduo mais apto (com menor custo) admite violações

de restrições para minimizar ao máximo seu custo, ainda que tais violações o penalizem, tal

fato pode ser remediado aumentando o valor das constantes pênalti.

Os valores dos preços dos materiais foram obtidos nos insumos do SINAPI (Sistema

Nacional de Custos e Índices da Construção Civil) de Brasília de julho de 2014. O custo de

lançamento do concreto e mão de obra não foram contabilizados devido à grande variabilidade

nos preços e na produtividade destes itens em diversas regiões do Brasil, porém tais custos

devem ser considerados em uma aplicação prática, bem como especificações acerca de

dimensões usais de forma, por exemplo. No dimensionamento de elementos estruturais deve

ser levado em considerações muitos outros fatores aos quais não foram aqui tratados, devido a

simplificação didática. Porém adaptações podem ser feitas afim de tratar tais fatores.

Para a análise do RMSE para as amostras de validação da rede neural perceptron,

através da framework JOONE, foi necessário a importação de um arquivo para tal fim através

do gerenciador de códigos MACRO EDITOR. A escolha das melhores taxas de aprendizado e

momentum para os testes finais de rede também se deram de maneira empírica, pois a escolha

das taxas mais adequadas para uma determinada rede ainda não é consolidada, existindo apenas

limites de eficiência para tais. Quanto maiores eram as taxas de aprendizado, maiores eram as

amplitudes de oscilação do RMSE para amostras de treinamento e mais rapidamente a rede

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convergia, porém, um ajuste excessivo dos pesos sinápticos tornava a rede incapaz de atingir o

mínimo global do problema (menor RMSE), pois o ajuste não era sensível o suficiente e

“saltava” o valor ótimo. Em contrapartida um valor muito pequeno para a taxa de aprendizado,

a tornava lenta, exigindo uma quantidade maior de iterações para se atingir um valor

satisfatório. O termo momentum é um valor utilizado para acelerar o processo de convergência

da rede neural através da diferença entre o peso atual e o anterior (entre duas iterações

consecutivas). Como o grau de inclinação da reta que tangencia a função erro (RMSE) diminui

conforme se aproxima do valor mínimo, o termo momentum se utiliza desse princípio para

modificar de forma mais acentuada os pesos sinápticos que produzem valores de RMSE

distantes do mínimo (reta tangente muito inclinada) e mais sutilmente valores de RMSE

próximos do mínimo (reta tangente pouco inclinada). O ajuste da taxa momentum segue as

mesmas recomendações da taxa de aprendizado, porém com limites de valores usuais distintos.

Todos os valores de entrada foram normalizados de modo que permanecessem no

intervalo entre 0 e 1, evitando que ordens de grandeza diferenciados interferissem mais ou

menos nos ajustes dos pesos sinápticos, como ocorre com as variáveis número de camadas e

preço total. A função de ativação utilizada foi a sigmoide para as camadas ocultas e a linear

para a camada de saída. As funções sigmoides das camadas ocultas ponderadas pelos pesos

sinápticos da camada de saída eram responsáveis pela delineação da função multidimensional

que relacionava os dados, e as funções lineares mesclavam (somavam) esses valores

caracterizando então a função final de correlação de dados.

A utilização de AG’s como amostra de treinamento para redes neurais é útil quando se

pretende sistematizar o processo de otimização, uma vez que, após o treinamento da rede, esta

não mais necessita de sintonização dos pesos, reduzindo-se apenas a simples cálculos de soma

e produto. Com o crescimento do poder computacional nas últimas décadas, a utilização das

redes neurais para solução de problemas tem se tornado muito mais eficiente, possibilitando a

criação de redes mais complexas e com menor tempo de aprendizado. Softwares como JOONE,

utilizam-se de Threads, para a execução de iterações concomitantemente a outras, diminuindo

significativamente o tempo computacional requerido. Portanto, a implementação do processo

proposto à problemas práticos de pré-dimensionamento, tornaria o projeto muito mais ágil,

eficiente e econômico em comparação a métodos puramente estimativos.

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OPTIMIZATION OF REINFORCED CONCRETE BEAMS USING GENETIC

ALGORITHMS AND ARTIFICIAL NEURAL NETWORKS

Abstract: The preliminary design is extremely important for the end stage of a project design,

this stage interferes significantly in the final composition of the costs and significantly depends

on the experience and intuition of the designer. Algorithms based on sequential programming

becomes limited when problems involving strictly human skills are required. This study aims

to develop an artificial neural network able to make a preliminary design of cross-sections of

reinforced concrete beams with minimum cost from some initial variables. To achieve that, it

was developed an application based on genetic algorithms that optimizes a set of rectangular

cross sections of reinforced concrete beams subjected to simple bending serving as a training

set for the neural network, in order to transfer expertise to network optimization. Genetic

algorithms are computational models inspired by principles of natural evolution. They encode,

manipulate and modify coded solutions in a search space in order to find better individuals.

Artificial Neural Networks are systems based on the functioning of the animal's brain, which

processes massively parallel and distributed way. It is a branch of artificial intelligence capable

of learning and generalizing problems, besides being very used in problems involving

optimization, pattern recognition, function approximation and system predicition.

Keywords: Optimization. Genetic algorithms. Artificial Neural Networks. Reinforced

concrete.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE

A.1 CÓDIGOS FONTE DO PROGRAMA VIGOTIM

A.1.1 Classe Main

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A.1.2 Classe DimensionamentoViga

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A.1.3 Classe CromosssomoViga

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A.2 PROJETO DA REDE NEURAL EM JOONE

A.2.1 Estrutura da rede neural

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A.2.2 RMSE ao longo das épocas de treinamento das topologias da Tabela 5.4

RNA 01 - A

RNA 01 – B

RNA 02 – A

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RNA 02 – B

RNA 03 – A

RNA 03 – B

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RNA 04 – A

RNA 04 – B

A.2.2 Conjunto de treinamento da rede neural contendo as seções otimizadas por algoritmos

genéticos.

Viga q L Custo bw h nc Bitola fck Aço

1 10 2,00 82,02 20,11 20,26 1 8.0 20 CA50

2 12 2,00 86,05 20,04 21,83 1 8.0 20 CA60

3 15 2,00 86,87 20,66 21,65 1 12.5 20 CA50

4 10 2,50 107,07 20,29 21,43 3 7.0 20 CA60

5 15 2,50 113,13 20,52 20,44 6 6.3 20 CA50

6 17 2,50 122,86 25,24 20,02 1 8.0 20 CA60

7 10 3,00 156,49 24,98 22,93 3 6.3 20 CA50

8 12 3,00 143,13 20,38 23,01 4 7.0 20 CA60

9 15 3,00 166,18 21,01 22,83 3 7.0 30 CA60

10 20 3,00 176,65 20,56 27,32 1 12.5 20 CA50

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11 10 3,50 188,60 23,52 24,34 2 8.0 20 CA60

12 15 3,50 220,37 20,22 31,85 6 6.3 20 CA50

13 10 4,00 256,56 27,72 27,12 3 7.0 20 CA60

14 15 4,00 287,88 21,04 31,17 2 7.0 30 CA60

15 20 4,00 294,25 22,08 36,23 5 7.0 20 CA60

16 25 4,00 317,56 23,46 37,20 5 7.0 20 CA60

17 10 4,50 299,39 22,02 33,18 4 7.0 20 CA60

18 15 4,50 343,89 22,10 37,38 1 10.0 20 CA50

19 17 4,50 350,75 22,95 37,56 6 7.0 20 CA60

20 10 5,00 362,12 20,12 39,15 5 7.0 20 CA60

21 15 5,00 413,63 20,43 44,37 3 7.0 20 CA60

22 20 5,00 445,53 21,69 44,78 3 7.0 20 CA60

23 10 5,50 434,89 21,21 41,86 3 7.0 20 CA60

24 15 5,50 481,54 20,01 46,45 3 7.0 20 CA60

25 10 6,00 521,20 21,80 44,91 4 7.0 20 CA60

26 12 6,00 541,54 21,24 47,00 4 7.0 20 CA60

27 15 6,00 599,27 25,21 47,48 6 7.0 20 CA60

28 10 6,50 597,02 20,34 50,08 5 7.0 20 CA60

29 15 6,50 721,82 27,98 50,11 8 7.0 20 CA60

30 10 7,00 689,20 21,06 53,01 3 7.0 20 CA60

31 15 7,00 822,43 26,50 55,88 5 7.0 20 CA60

32 20 7,00 911,32 28,10 58,82 7 7.0 20 CA60

33 10 7,50 842,93 26,42 53,04 8 8.0 20 CA60

34 15 7,50 1003,22 23,89 56,81 7 7.0 30 CA60

35 10 8,00 975,55 21,09 56,31 5 7.0 30 CA60

36 11 8,00 1009,61 27,85 57,65 2 12.5 20 CA50

37 12 8,00 1034,01 21,74 58,88 7 7.0 30 CA60

38 10 8,50 1168,16 25,82 56,84 3 7.0 30 CA60

39 11 8,50 1218,36 27,08 57,50 5 7.0 30 CA60

40 12 8,50 1250,42 27,03 58,92 9 7.0 30 CA60