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1 EDUARDA VASCONCELOS DOS SANTOS PERCEPÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL SOBRE O TRABALHO QUE REALIZA EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS - ILPI Artigo apresentado ao curso de Graduação em Serviço Social da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Serviço Social. Orientadora: Profª Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira. Percepções do assistente social sobre o trabalho que realiza em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos - ILPI Acadêmica: Eduarda Vasconcelos dos Santos Orientador (a): Profª Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira Brasília - DF 2014 Pró-Reitoria de Graduação Curso de Serviço Social Trabalho de Conclusão de Curso

Pró-Reitoria de Graduação Curso de Serviço Social Trabalho ... · uma fundamentação legal, sendo isolados na legislação passada com a tentativa de garantir certos direitos

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EDUARDA VASCONCELOS DOS SANTOS

PERCEPÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL SOBRE O TRABALHO QUE REALIZA EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA

IDOSOS - ILPI

Artigo apresentado ao curso de Graduação em Serviço Social da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Serviço Social.

Orientadora: Profª Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira.

Percepções do assistente social sobre o trabalho que realiza

em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos - ILPI

Acadêmica: Eduarda Vasconcelos dos Santos

Orientador (a): Profª Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira

Brasília - DF

2014

Pró-Reitoria de Graduação Curso de Serviço Social

Trabalho de Conclusão de Curso

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EDUARDA VASCONCELOS DOS SANTOS

PERCEPÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL SOBRE O TRABALHO QUE REALIZA EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA

PERMANÊNCIA PARA IDOSOS - ILPI

Artigo apresentado ao curso de Graduação em Serviço Social da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Serviço Social.

Orientadora: Profª Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira.

Brasília 2014

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Artigo de autoria de Eduarda Vasconcelos dos Santos, intitulado “PERCEPÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL SOBRE O TRABALHO QUE REALIZA EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS - ILPI”, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Serviço Social da Universidade Católica de Brasília, em 26/11/2014, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:

______________________________________

Profª. Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira Curso de Serviço Social - UCB

Orientadora

______________________________________

Profª. MSc. Maria Valéria Duarte de Souza Curso de Serviço Social – UCB

______________________________________

Profº. Dra.Helga Cristina Hedler Curso de Serviço Social – UCB

Brasília 2014

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por estar constantemente guiando e protegendo meu caminho profissional, pessoal e espiritual.

Agradeço a minha família por me apoiar nas minhas escolhas, principalmente a minha mãe Selma por estar sempre presente, me aconselhando e me proporcionando segurança diante das dificuldades vividas, e sobre tudo por ser meu porto seguro, minha pedra preciosa. Ao meu pai Eduardo por ser compreensivo e por incentivar um sonho que parte de todos integrantes da família. Eu amo muito vocês, meus exemplos de dignidade e respeito.

Aos meus irmãos Eduardo, Fernanda, Washington e minhas amigas pelo apoio e paciência, por estarem dispostos a me ajudar quando necessário.

As companheiras de Estagio Supervisionado I e II realizado no Lar Maria Madalena pelas trocas de conhecimento.

Aos supervisores de estágio por proporcionarem um novo olhar da realidade dos idosos e da atuação e desafios do profissional na instituição.

Aos idosos por me acolherem como um membro da família são pessoas cheias de historias e conhecimentos, além de serem extremamente carinhosos e aconchegantes.

A orientadora Maria Liz pela paciência e dedicação a construção dessa pesquisa.

Aos professores de Serviço Social pelos conhecimentos passados, que contribuíram pra um novo pensar e agir.

Em especial as professoras-mestres Maria Valéria e Helga Cristina que foram de grande relevância para minha formação, além de fazerem seu trabalho com amor e carinho, dignas de respeito e admiração, obrigada por aceitarem fazer parte da banca examinadora.

A todos que contribuíram e de certa forma para que seja realizado o tão sonhado momento.

Muito obrigada!

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...”A velhice é apenas uma das etapas da

vida e que, portanto deve, e pode ser

vivida e considerada como as demais;

que o homem velho é um velho, mas que

ainda é um homem como tal precisa

continuar vivendo, dando e recebendo,

sem, ou apesar de o estereótipo negativo

que a sociedade ainda lhe impinge”.

(Loureiro)

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária CFESS - Conselho Federal de Serviço Social CRAS - Centro de Referência de Assistência Social CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social ILPI - Instituição de Longa Permanência para Idosos IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística SEDEST - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do Distrito Federal

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PERCEPÇAO DO ASSISTENTE SOCIAL SOBRE O TRABALHO QUE REALIZA EM UMA ISTITUIÇÃO DE

LONGAPERMANÊNCIA PARA IDOSOS – ILPI

EDUARDA VASCONCELOS DOS SANTOS

Resumo: Objetivo: Analisar qual a percepções dos assistentes sociais sobre o trabalho que realiza em uma ILPI. Métodos: Estudo descritivo e exploratório de natureza qualitativa. O local do estudo foi uma ILPI filantrópica do DF. A coleta de dados se deu por entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados à luz da análise de conteúdo. Resultados: A amostra composta por três assistentes sociais, sendo dois homens e uma mulher com tempo de formação entre um e dois anos, sendo sua primeira atuação como profissional de Serviço Social, com idade entre 25 e 35 anos. A entrevista foi direcionada para o trabalho realizado pelo assistente social em uma ILPI, os principais desafios e limitações do trabalho do assistente social e contribuição na vida dos idosos e os instrumentos utilizados para viabilizar o atendimento social. Conclusão: A percepção dos assistentes sociais a respeito do seu trabalho na ILPI envolve a expressão de um movimento que articula conhecimentos e luta por espaços no mercado de trabalho, articular as políticas publica e o Estatuto do idoso, junto à instituição e familiares, sendo que na vida da pessoa idosa possibilita a garantia dos direitos que lhe foram negados após a velhice. Palavras chaves: Idoso; Instituição de longa permanecia para idosos – ILPI; Serviço Social. 1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional é uma conquista da humanidade, mas apresenta desafios a serem enfrentados pela sociedade e os formuladores de política. Segundo o IBGE (2010) em nível mundial, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais cresce de forma mais rápida que a de outras faixas etárias. Considera-se que em 2050 haja dois bilhões de idosos, 80% deles nos países em desenvolvimento. A população de 80 anos ou mais é a que mais cresce e poderá passar dos atuais 11% para 19% em 2050.

Compreendendo que este envelhecimento populacional está ocorrendo em um contexto de grandes mudanças sociais, culturais, econômicas, institucionais e nos diferentes arranjos familiares.

A motivação para o desenvolvimento deste trabalho justifica-se pela importância de viabilizar o real papel do assistente social nas instituições de longa permanência para idosos – ILPIS, tendo em vista a perspectiva de vida humana e por ser uma área em que o Serviço Social está envolvido.

O interesse pelo tema se deu a partir da experiência de estagio supervisionado I e II, realizado no Instituto de Integridade Lar dos Velhinhos Maria Madalena. Além de ser um assunto que necessita de mais

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aprofundamento no Serviço Social, tanto pelas novas condições sociais, quanto pelo enriquecimento acadêmico e pessoal.

Nota-se que a maioria das pessoas conhece alguma coisa sobre o Serviço Social, no entanto sendo informações superficiais ou que não correspondem ao seu real alcance e ação junto às pessoas e instituições, sendo muitas vezes confundido com assistencialismo, o local de doações e que resolve tudo, indos além de suas reais atribuições profissionais, tendo em vista o imaginário do início da profissão.

Dessa forma o assistente social está associado à elaboração, planejamento e execução de projetos voltados para o bem estar do idoso institucionalizado de acordo com suas competências profissionais. Sendo preciso um maior entendimento junto aos profissionais para que seja garantido um atendimento de qualidade ao idoso, pois é uma lacuna constante no cotidiano profissional do assistente social, uma luta que vem de anos, mostrando a todo o momento o papel e a importância desse profissional na sociedade.

Questão norteadora: Qual a percepção dos ass. Sociais sobre as atividades/ trabalho que realiza em uma ILPI. Objetivos Geral

Analisar qual a percepções dos assistentes sociais sobre o trabalho que realiza em uma ILPI.

Específicos

Caracterização dos assistentes sociais participantes da pesquisa. Qual o papel dos assistentes sociais no trabalho direcionado às

pessoas idosas residentes em uma ILPI; Desafios e limitações vivenciadas pelos assistentes sociais na ILPI; Verificar os instrumentais utilizados pelo Ass. Social no atendimento

junto aos idosos. 2. ENVELHECIMENTO

A história do idoso começa pela formulação de políticas públicas e por

uma fundamentação legal, sendo isolados na legislação passada com a tentativa de garantir certos direitos da pessoa idosa, e essa legislação começa na década de 70. A lei 8842/94, que dispõe sobre Política Nacional do Idoso, apesar de aprovada, que na pratica ainda não conseguiu ser viabilizada e implementada. O Estatuto do Idoso é a coroação de esforços do movimento dos idosos, das entidades de defesa dos direitos dos idosos e do Estatuto, constitui-se o instrumento jurídico formal mais completo para a cidadania do segmento idoso.

A velhice segundo Oliveira (2011), vem aumentando nos últimos anos, e com isso a população brasileira de acordo com os dados da organização Mundial de Saúde está crescendo e os números apontam que entre 1950 e

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2025 haverá um crescimento populacional de dezesseis vezes contra cinco, que tornará o Brasil o sexto país com mais idosos.

Segundo o censo demográfico de 2010 (IBGE, 2011), a população brasileira de hoje é de 190.755.199 milhões de pessoas, sendo que 51%, o equivalente a 97 milhões são mulheres e 49%, o equivalente a 93 milhões, são homens. O contingente de pessoas idosas, que, segundo a Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso, tem 60 anos a mais, é de 20.590.599 milhões, ou seja, aproximadamente 10,8 % da população total. Desses, 55,5 % (11.434.487) são mulheres e 44,5% (9.156.112) são homens.

Esse fenômeno desperta atenção de pesquisadores, observando-se, também no Brasil, um crescente interesse pelas questões ligadas à qualidade de vida na terceira idade (FREIRE, 2009).

Hoje, a faixa etária de 80 anos a mais numerosa é composta por 2.935.585 pessoas (IBGE, 2011), representando 14% da população idosa brasileira.

No Brasil a população idosa, considerada pela Lei nº 8.842/94 (Política Nacional do Idoso) por indivíduos com 60 anos e mais, compõe hoje o segmento populacional que mais cresce em termos proporcionais. De acordo com as projeções estatísticas, até o ano de 2025, seremos a sexta maior população idosa do mundo em números absolutos, com mais de 32 milhões de idosos, os quais corresponderão a 15% da população.

A qualidade de vida do idoso apresenta um quadro físico e biológico vulnerável a doenças crônicas. Causando neles incapacidade de realizar atividades que antes era possível. Para amenizar essa incapacidade o autor Oliveira (2011), defende que a auto-estima colabora para um estilo de vida, que proporciona o bem estar sócio-econômico, emocional, cultural e religioso do idoso. Outro beneficio, que deve ser investido para melhorar a qualidade de vida do idoso é garantir que participem de atividades como: dança teatro e música. Para autor Paes (2007), a velhice é um estado, que não afeta apenas o individuo, mas a família, comunidade e o estado no sentido de assegurar seus direitos na promoção de sua inserção na sociedade com autonomia, integração e com uma efetiva participação. Sinaliza ainda, que deve haver uma reflexão pertinente e uma atenção especial na reorganização desse segmento populacional.

Há décadas havia poucos idosos na sociedade e o que tinham era responsabilidade da família, sendo que esta responsabilidade era atribuída às mulheres por ser considerada sensíveis, delicada, entre outras características. Com o passar dos anos as mulheres deixam de ser dona do lar para entrar no mercado de trabalho se adequando as mudanças, ocasionando também preocupações do poder publico, dos profissionais de saúde, e da assistência social que tinham como foco lidar com os idosos fragilizados. (MURAKAMI, 2010).

As instituições de longa permanência para idosos (ILPI) são mais conhecidas como asilos, do grego asylon, que tem como significado do local onde as pessoas sentem-se abrigadas e protegidas contra diversos danos de qualquer natureza. Sendo que ILPI surge historicamente como caridade e atendimento básico as necessidades de vida. Essas necessidades esta relacionada á alimentação, ao banho, dormir, entre outros, que estão destinados aos “sem família, pobres e mentalmente enfermos. A identidade que se manifestou em seu período inicial estava à homogeneização dos

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velhos, a percepção da velhice como degeneração e decadência e a infantilização do idoso”. (CREUTZBERG; GONÇALVES; SOBBOTKA, 2004, p.25).

Com isso pode-se notar que com o passar dos anos os idosos são tratados como desnecessários sem serventia principalmente para os familiares que não estão mais presente no cotidiano deste idoso, devido à tumultuada jornada de trabalho. Nota-se que ao chegar á velhice a tendência ao aumento de limitações e incapacidades, faz com que os filhos sejam levados a dispor maior atenção e cuidados a seus pais, invertendo-se os papeis anteriores a relação de autoridades (ANNUNZIATOS, 2007).

3. INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊCIA PARA IDOSO - ILPIS

Os registros históricos assinalam que as primeiras instituições de

amparo aos idosos eram cristãs e surgiram por volta do século V d.C. (ALCÂNTARA, 2004). Essas instituições eram conhecidas como asilos, abrigos, lares, e tiveram sua imagem vinculada a estereótipos negativos ligados à rejeição familiar, abandono ou pobreza (POLLO e ASSIS, 2008).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) define as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) como instituições governamentais ou não-governamentais, de caráter residencial, destinadas ao domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania.

Segundo o Regulamento Técnico aprovado pela Resolução da Diretoria Colegiada- RDC/ANVISA Nº 283 de 26 de setembro de 2005, que define as normas de funcionamento para as Instituições de Longa Permanência para ANVISA, o administrador deve ser capaz de manter o padrão mínimo de estrutura física e de pessoas por ela exigida, além de proporcionar uma qualidade de vida aos internos que esteja de acordo com o Estatuto do Idoso. Ainda segundo a ANVISA, as ILPIS estão assim tipificadas quanto a sua modalidade assistencial podendo oferecer, conforme a sua capacidade de atendimento, cada uma delas ou mais de uma modalidade.

Segundo o Decreto n° 1948/96 regulamentada a Política Nacional de Idoso, a assistência na modalidade asilar ocorre no caso da inexistência do grupo familiar, abandono, carência de recursos financeiros próprios ou da própria família. E o idoso terá assegurada a assistência asilar pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, na forma da lei.

A Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) é considerada um sistema social organizacional. Para Niklas Luhmann (2005), autor no qual se fundamenta o presente estudo, sistemas sociais organizacionais ou organizações surgem da complexidade societal alcançada nas sociedades funcionalmente diferenciadas, para desenvolver atividades que se restringem ao cumprimento e satisfação de metas específicas e de muitas das necessidades humanas, desempenhando uma função social.

A ILPI que foi focada neste trabalho foi o Lar dos Velhinhos Maria Madalena, fundado em março de 1980, pelo Senhor Jorge Cauhy Junior, situado na SMPW trecho 03 Área Especial 01/02 Núcleo Bandeirante, Brasília - Distrito Federal. É uma instituição não-governamental (ONG) e sem fins lucrativos, de caráter filantrópico, com idosos acima de 60 anos. O objetivo da instituição é a socialização, a reintegração, a estimulação e o apoio aos idosos,

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com o atendimento integral nas áreas de saúde, higiene, alimentação e habitação.

Sendo assim ILPI é uma residência que abriga idosos em situações independentes ou não em situação de carência de renda ou familiar, ou com dificuldades de realizar tarefas diárias e que necessitem de cuidados prolongados.

4. SERVIÇO SOCIAL

O Serviço Social é considerado como uma profissão histórica, que no começo era vinculada a Igreja católica, tendo uma visão de caridade, assim com muitas lutas e conquistas, aprimorando suas praticas profissionais.

Nesse contexto é importante afirmar que o Serviço Social é uma profissão regulamentada pela Lei n° 8662/93, de 07 de junho de 1993, com alterações determinantes pelas resoluções CFESS n° 290/94 e n° 293/94, e balizada pelo Código de Ética, aprovado através da resolução CFESS n° 273/93, de 13 de março de 1993.

Pautado no código de ética profissional e da Lei 8.662/93 que regulamenta a profissão, é marcado pelas profundas mudanças no modo de produzir, distribuir e acumular riquezas, onde segundo avalia Mota (2010, p.22), “mais do que nunca, o contraste entre o crescimento vertiginoso das riquezas e a persistência ou ampliação do pauperismo é assustador”.

Dessa forma, segundo Mota (2010) fica visível uma nova relação entre profissionais e usuários, tendo como compromisso garantir uma construção de cidadania para todos. Assim, o profissional de Serviço Social em Instituições de Acolhimento a Idosos tem como prerrogativa se posicionar contra o abandono, desigualdade e vulnerabilidade social, onde os idosos têm seus direitos violados, seja por ação ou omissão do Estado, familiares ou comunidade, cabendo o profissional fazer a intervenção necessária para assim garantir o bem estar do idoso institucionalizado.

Conforme sustentam os artigos 229 e 230 da Constituição Federal de 1988.

At. 229 – Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores tem o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. Art. 230 – A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando a sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem estar e garantindo-lhes o direito a vida. (BRASIL, 1998)

A atuação do profissional de Serviço social é de extrema importância no enfrentamento das expressões da questão social, podendo desvelar a realidade concreta diante das complexidades existentes. Assim, construindo estratégias que envolvem as particularidades do usuário que estão em situação de vulnerabilidade ou exclusão social.

O assistente social tem como papel importantíssimo, a valorização e estimulação de atividades de lazer em centros de comunidade, clubes de convivência, associações culturais e esportivas, atividades de recuperação da história e habilidades de uma comunidade, a participação em cursos à distância e universidade aberta da terceira idade são ações que dão maior autonomia para os idosos e assim aumento sua capacidade funcional e motora.

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Dessa forma, o trabalho do profissional de Serviço Social, em uma ILPI, visa à implantação, ao aprimoramento e/ou à transformação de práticas educativas, com o objetivo de construir novas crenças em relação ao envelhecimento, contribuindo para promover melhor qualidade de vida do idoso, oferecendo-lhe suporte emocional, bem como à família e ao cuidador, para enfrentar a doença, as limitações cognitivas e funcionais, que geram sofrimento psíquico a todos (FALCÃO, 2010).

Dessa forma as atribuições do assistente social no âmbito profissional são de coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas e projetos na área de Serviço Social, com prestação e elaboração de pareceres, parcerias e contatos institucionais dentre outros.

Ressalta-se, então, a importância do incremento de atividades para que a pessoa possa envelhecer em boas condições e permanecer ativa, conseguindo manter as relações com as pessoas (CALDAS, 2007).

O trabalho do assistente social pode produzir resultados concretos nas condições materiais, sociais e culturais da vida de seus usuários, em seu acesso e usufruto de políticas sociais, programas, serviços, recursos e bens, em seus comportamentos, valores, seu modo de viver e de pensar, suas formas de luta e organização, suas práticas de resistência. (YASBEK, 2002).

Contudo, a atuação do assistente social, está relacionada às técnicas de intervenção para promover atividades que elevem a autoestima do idoso e o fortalecimento de vínculos familiares, que é de suma importância para a evolução física e mental do idoso. Também são atribuição do profissional garantir o direito ao acesso as políticas públicas dos idosos institucionalizados, levando em consideração a articulação com outros profissionais e com a instituição.

Assim, com as inúmeras conquista que a profissão alcançou durante sua trajetória profissional, a luta continua constante em vários setores, principalmente em relação ao papel e atribuições do assistente social no âmbito profissional. 5. MÉTODO

Estudo descritivo e exploratório de natureza qualitativa em virtude do potencial de apreensão crítica da realidade. Os significados atribuídos pelos sujeitos a sua experiência social cotidiana permitem um desvelamento maior das relações sociais e dos mecanismos de dominação/exclusão inerentes à sociedade capitalista.

As informações coletadas por meio de entrevistas semiestruturada, por ser um material que possibilita contextualizar a realidade social. Segundo Minayo (2011) a entrevista semiestruturada, possui em sua composição perguntas fechadas e abertas, para que o pesquisador tenha maior liberdade para abordar seu tema sem ficar limitado em seu roteiro de indagações e permite aos sujeitos explicitar suas percepções acerca do seu trabalho no cotidiano de uma ILPI.

O local do estudo foi o Lar de Idosos Maria Madalena, fundado em 1980 localizado No Núcleo Bandeirante – Distrito Federal, Brasil. O Lar é uma instituição regularmente reconhecida como ILPI, de caráter filantrópico, que abriga idosos desamparados, sem fins lucrativos. Atualmente residem na

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instituição 96 idosos, sendo que tem capacidade para 100 deles, e que conta com o trabalho do assistente social em seu quadro profissional.

A amostra foi intencional e constituída por três assistentes sociais que trabalham na instituição.

A coleta de dados se deu por entrevista semiestruturada em duas partes: 1 - caracterização dos sujeitos (sexo, idade, formação); e 2 - roteiros propriamente ditos da entrevista focalizada no tema-percepção do papel do assistente social e do seu trabalho em uma ILPI.

Para obter um padrão adequado sobre as funções do assistente social e seus atributos em ILPIS, construiu-se um roteiro de entrevista. Uma versão preliminar da entrevista foi submetida a juízes (graduados em serviço social) e um estudo piloto indicou que as questões permitiam boa compreensão e a identificação dos temas de interesse.

As perguntas relacionadas ao papel dos assistentes sociais na instituição foram: Qual o papel dos assistentes sociais em uma ILPI?Qual o realizado pelo assistente social em uma ILPI? Quais são os principais desafios e limitações vivenciadas pelo (a) Assistente Social na ILPI- Lar dos Velhinhos Maria Madalena? Qual a contribuição do trabalho dos assistentes sociais na vida dos idosos e na ILPI? Quais são os instrumentais utilizados para viabilizar o atendimento social aos idosos da ILPI?

As entrevistas foram agendadas conforme a disponibilidade dos participantes, que assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ao confirmarem sua participação como voluntários na pesquisa.

Os dados foram analisados à luz da análise de conteúdo, utilizando-se a técnica de análise temática. Para Minayo (2010), a análise de conteúdo é a expressão mais comumente usada para representar o tratamento dos dados de uma pesquisa qualitativa.

A análise dos dados obtidos constou de três etapas. A primeira foi à ordenação dos dados, que englobou as seguintes etapas: 1. Transcrição dos dados em sua íntegra; 2. A leitura exaustiva, que possibilitou a tomada de decisão sobre quais deles efetivamente estavam de acordo com os objetivos da pesquisa (4); 3. Organização dos dados, onde foi possível estabelecer os núcleos de sentido. Estes núcleos possibilitaram que o elemento unitário do conteúdo fosse submetido a posterior classificação. Na segunda etapa, os dados foram classificados ou categorizados. A categorização é um procedimento de agrupar dados, considerando a parte comum existente entre eles. A terceira etapa foi a de análise final, procurando estabelecer as relações entre os dados e a realidade, à luz da literatura consultada. 6. ASPECTOS ÉTICOS

Para preservar a identidade dos sujeitos as entrevistas foram numeradas por E1, E2 e E3, com a letra E de entrevista e o numeral. O projeto foi encaminhado para o CEP da UCB e aprovado pelo N° CAAE 38101514.0.0000.0029. 7. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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A pesquisa permitiu a análise do trabalho profissional a partir da vivência de três (03) assistentes social, no qual dois (02) são do sexo masculino e uma (01) do sexo feminino.

A característica de femininalização da profissão desde sua origem permeou, por muito tempo, a trajetória histórica do Serviço Social. Segundo Craveiro e Machado (2011), na contemporaneidade, ainda pode-se observar a prevalência das mulheres na profissão de Serviço Social, visto que, no imaginário da população, a mulher possui as características mais evidentes para o exercício do Serviço Social, no entanto essa realidade vem se modificando.

No caso dos assistentes sociais no Lar Maria Madalena (ILPI) a realidade foge à regra, a instituição aqui analisada mostra-se diferente, pois tem predominância masculina, tendo dois do sexo masculino e um feminino.

Segundo Silva (2007) o Serviço Social ainda tem um número muito inferior de homens em seus quadros, comparado com o número de mulheres, o que já não ocorre com a Medicina que apresenta uma tradição de composição masculina.

No que diz respeito ao tempo de graduação todos possui mais de um ano e meio de atuação na área e no máximo dois (02) anos de formados. Mesmo com pouco tempo de atuação Iamamoto (2009), chama atenção para o fato dos (as) assistentes sociais serem, capazes de decifrar uma dada realidade, e a partir dessa realidade construir sua proposta de trabalho de forma criativa, preservando e efetivando direitos, a partir das demandas que surgem no cotidiano.

Quanto à instituição de formação dois (02) formados em uma instituição particular e um (1) formado em uma instituição pública, sendo que somente um tem pós- graduação em História.

A análise da entrevista permitiu a identificação de cinco categorias, quais sejam: O papel do assistente social em uma ILPI; O trabalho do Assistente Social em uma ILPI; Desafios e limitações vivenciadas pelos assistentes sociais na ILPI; Importância e contribuição do assistente social na vida dos idosos e na ILPI; Instrumentais utilizados para viabilizar o atendimento social aos idosos. 7.1 O PAPEL DOS ASSISTENTES SOCIAIS EM UMA ILPI

A atuação do profissional de Serviço Social é baseada no atendimento as demandas referentes ao processo de acolhimento de idosos, que envolvem tanto aspectos sociais quanto aspectos psicológicos. Sendo que o profissional deve conhecer todos os meios de viabilização e garantia dos direitos assegurados por lei para que possa realizar a intervenção necessária.

E2 “O papel do assistente social na instituição e garantir o direito e qualidade de vida dos idosos residentes, na qual cada assistente social tem... que realizar um trabalho de qualidade da instituição [...] para tanto tem que ter um mínimo de conhecimento sobre a política do idoso, saber passar informações, acolher e acompanhar as atividades dos idosos”. E1 “... o conhecimento das políticas faz com que o Assistente Social tenha uma autonomia dentro da instituição conhecendo melhor a

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realidade dos idosos para melhor intervir e promover ações de bem estar e lazer”.

De acordo com a Tipificação Nacional dos Serviços Sócioassistenciais (2009), no acolhimento institucional deve ser desenvolvido um trabalho social, no qual os profissionais devem acolher os idosos, escutá-los, proporcionar o desenvolvimento do convívio familiar, grupal e social.

A prática profissional requer que o/a assistente social seja um profissional, “qualificado, que reforce e amplie sua competência crítica; não só executivo, mas que pensa, analisa, pesquisa e decifra a realidade” (IAMAMOTO, 1997, p. 31). 7. 2 O TRABALHO DOS ASSISTENTES SOCIAIS EM UMA ILPI

É importante observar que esses aspectos operacionais voltam-se mais para a dimensão burocrática, considerando as demandas institucionais, dos usuários e serviço social na organização de funções, favorecendo que o trabalho de todos seja efetuado, que “o serviço funcione”, concordando com os depoimentos que iniciam essa parte do trabalho.

E2 “... eu fico responsável pelas entrevistas domiciliares junto com familiares e idosos, elaboração de relatórios. Nestas entrevistas eu analiso a necessidade do idoso ser institucionalizado...” E1 “... Eu atuo parte externa nas parcerias com as redes próximas a unidade do Lar Maria Madalena, na busca de passeios e benéficos tanto previdenciários quanto relacionado a saúde para os idosos.. porque esta instituição filantrópica e necessita destes parceiros na questão financeira....” E3 “... Eu fico na parte interna, ou seja, responsável pela resolução de demandas da instituição, como ir ao banco com os idosos em consultas seja elas com os idosos ou funcionário”.

Assim, podemos dizer que para os participantes desse estudo, a função do assistente social volta-se fortemente para atender as exigências da instituição. O trabalho do assistente social sofre interferências institucionais, dificultando a proposição de ações que modifiquem a realidade institucionalizada.

7.3 OS DESAFIOS E LIMITAÇÕES VIVENCIADAS PELOS ASSISTENTES SOCIAIS NO TRABALHO REALIZADO EM UMA ILPI.

E1 “O grande desafio e limitação são as relações de poder e falta de aproximação com as redes da localidade em que fica a ILPI, pois falta colaboração para resoluções de problemas com as redes de hospitais”.

Segundo Whitaker (2007) o conceito de rede transformou-se, nas últimas duas décadas, em uma alternativa prática de organização, capaz de possibilitar e responder às demandas de flexibilidade, conectividade e descentralização das esferas de atuação e articulação sociais diversas.

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7.4 IMPORTÂNCIA E CONTRIBUIÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA VIDA DOS IDOSOS E NA ILPI.

O Serviço Social tem grande importância na articulação e intervenção das demandas apresentadas na instituição, colocando em foco sempre o idoso, que o sujeito principal de qualquer ação.

E3 “O profissional tem papel e importância fundamental na questão da garantia de direito aos idosos, primeiro por ser uma porta e entrada, os idosos chegam encaminhados pela SEDEST”. E2 “... o assistente social é importante na resolução de demandas como INSS, CRAS, auxilio funeral, entre outros, que possibilita que aos idosos mantenha o acesso aos seus direitos, além de proporcionar bem estar ao mesmo”.

7.5 - INSTRUMENTAIS UTILIZADOS PARA VIABILIZAR O ATENDIMENTO SOCIAL AOS IDOSOS

A utilização dos instrumentais no cotidiano da prática profissional é um fator preponderante para o assistente social. Como todos os profissionais têm seus instrumentos de trabalho, que permitem que realizem a intervenção necessária a cada usuário.

E1

São instrumentos de trabalho, como entrevistas, análises sociais, relatórios, levantamento de recursos, encaminhamentos, visitas domiciliares, dinâmicas de grupo, pareceres sociais, contatos institucionais, plano de trabalhos, prontuários, entre outros, que são a forma mais eficaz para prestar um atendimento aos idosos institucionalizado.

O assistente social é responsável por fazer uma análise da realidade social e institucional, e intervir para melhorar as condições de vida do usuário. A adequada utilização desses instrumentos requer uma contínua capacitação profissional que busque aprimorar seus conhecimentos e habilidades nas suas diversas áreas de atuação.

A atuação do assistente social faz-se desenvolvendo ou propondo políticas públicas que possam responder pelo acesso dos segmentos de populações aos serviços e benefícios construídos e conquistados socialmente, principalmente, aquelas da área da Seguridade Social. De modo geral, as instituições que requisitam o profissional de Serviço Social ocupam-se de problemáticas relacionadas à: crianças moradoras de rua, em trabalho precoce, com dificuldades familiares ou escolares, sem escola, em risco social, com deficiências, sem família, drogadas, internadas, doentes; adultos desempregados, drogados, em conflito familiar ou conjugal, aprisionados, em conflito nas relações de trabalho, hospitalizados, organizados em grupos de interesses políticos em defesa de direitos, portadores de deficiências; idosos asilados, isolados, organizados em centros de convivência, hospitalizados; minorias étnicas e demais expressões da questão social.

Devido à experiência acumulada no trabalho institucional, o assistente social tem-se caracterizado pelo seu interesse, competência e intervenção na

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gestão de políticas públicas e hoje contribuindo efetivamente na construção e defesa delas, a exemplo do Sistema Único de Saúde – SUS –, da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas – e do Estatuto do Idoso –, participando de conselhos municipais, estaduais e nacionais, bem como das conferências nos três níveis de governo, onde se traçam as diretrizes gerais de execução, controle e avaliação das políticas sociais.

Portanto, os assistentes sociais precisam ter consciência do saber que acumulam, e do seu uso na construção e busca de estratégias de enfrentamento para que as ações interventivas sejam direcionadas com base no compromisso com a ampliação e garantia de direitos. (FÁVERO, 2010)

É apontado pela literatura que o uso da entrevista como técnica de coleta de dados possui algumas limitações. Para Gil (1999) p.118, as principais limitações da entrevista dentre outras, “a falta de motivação do entrevistado para responder as perguntas que lhe são feitas; a inadequada compreensão do significado das perguntas” foi vivenciada nesta pesquisa.

Ribeiro (2008) identifica como pontos fracos da técnica: o consumo de tempo na aplicação, a não garantia do anonimato, a sensibilidade aos efeitos no entrevistado. Estas limitações da técnica interferem na qualidade da entrevista, que devem ser contornadas pelo entrevistador.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através deste trabalho de conclusão de curso foi possível constatar que o trabalho do assistente social sofre interferências institucionais quando relacionados a dificuldades financeiras enfrentadas pela instituição, por ser uma instituição filantrópica, necessita de ajuda de terceiros e colaboradores, na qual esses recursos interferem no atendimento voltado aos idosos residentes na ILPI.

Por outro lado, destacamos que as ILPS são um campo de atuação do assistente social que trabalha na articulação de medidas que propicie melhores condições como autonomia e aumento da autoestima dos idosos, além de possibilitar um acesso na garantia de seus direitos como, por exemplo, a aposentadoria, entre outros, que às vezes por falta de custeio na locomoção do idoso até o lugar desejado prejudica determinada intervenção.

A percepção dos assistentes sociais a respeito do seu trabalho na ILPI envolve a expressão de um movimento que articula conhecimentos e luta por espaços no mercado de trabalho, sendo este direcionado as pessoas idosas residentes na instituição, na qual poderá centra-se na promoção da vida, dessa forma estimulando e favorecendo a independência dos idosos em suas atividades.

O papel deste profissional de articular as políticas públicas e o Estatuto do idoso, junto à cidadania, instituição e familiares, sendo que na vida da pessoa idosa possibilita um melhor atendimento e uma garantia dos direitos que lhe foram negados após a velhice, e assim estimulando os residentes, favorecendo a independência em suas atividades diárias, promovendo estratégias referentes ao bem estar do idoso institucionalizado.

Os grandes desafios vivenciados pelos assistentes sociais na ILPI estão relacionados à hierarquia, ou seja, a questão de poder que acaba dificultando uma ação mais ousada, que possibilite novos caminhos para desenvolver um trabalho de qualidade aos idosos, tentando viabilizar os direitos, fazendo com

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que sejam garantidos, pois todos são dignos de direito independente da situação que o mesmo esteja.

Dessa forma, destacou-se a tensão e o peso das demandas exigências impostas pela instituição que interfere na ação e fazer do assistente social na garantia de direitos.

Os assistentes sociais, enquanto trabalhadores, para cumprirem o compromisso profissional, enfrentam também a precarização e a cada dia mais a “[...] redução dos recursos humanos e materiais para operar atendimentos e projetos de intervenção" (FÁVERO, 2010:138).

A formação do assistente social é de cunho humanista, portanto, comprometida com valores que dignificam e respeitam as pessoas em suas diferenças e potencialidades, sem discriminação de qualquer natureza, tendo construído como projeto ético-político e profissional.

Para tal, o assistente social deve desenvolver como postura profissional a capacidade crítica/reflexiva para compreender a problemática e as pessoas com as quais lidam, exigindo-se a habilidade para comunicação e expressão oral e escrita, articulação política para proceder a encaminhamentos técnico-operacionais, sensibilidade no trato com as pessoas, conhecimento teórico, capacidade para mobilização e organização.

Perceptions of social worker on the work conducted in a Long Term Care Institutions for the Elderly – ILPI Summary: Objective: To investigate the role and importance of the social worker in the construction and development of strategies relating to access to the well being of the institutionalized elderly. Methods: A descriptive, exploratory study of a qualitative nature. The study site was a philanthropic ILPI the DF. The data collection was carried out by semi-structured interview. Data were analyzed based on content analysis. Results: The sample consists of three social workers, two men and a woman with training time between one and two years, and its first performance as a professional social work, aged between 25 and 35 years. The interview was directed to the social work peloassistente in a LTCF, the main challenges and limitations of the work and the contribution in the lives of the elderly and the instruments used to permit social care. Conclusion: The perception of social workers about their work in ILPI involves the expression of a movement that articulates knowledge and fight for spaces in the labor market, coordinating policies and publishes the Statute of the elderly, with the institution and family, and in the life of the elderly allows the guaranteed rights that were denied after old age. Keywords: Elderly; Institution long stood for seniors - ILPI; Social Service.

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