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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O DESAFIO DE UM BOM PLANEJAMENTO PARA O PROFESSOR Eliângela dos Santos Maia ORIENTADOR Prof. Dr. Vilson Sérgio de carvalho TAPAUÁ-AM JULHO/2008

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E …€¦professores é um tema que chama muita atenção, pois, planejar deve ser um desafio. Este trabalho contará com pesquisa bibliográfica, e

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O DESAFIO DE UM BOM PLANEJAMENTO PARA O

PROFESSOR

Eliângela dos Santos Maia

ORIENTADOR

Prof. Dr. Vilson Sérgio de carvalho

TAPAUÁ-AM

JULHO/2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O DESAFIO DE UM BOM PLANEJAMENTO PARA O

PROFESSOR

Eliângela dos Santos Maia

Trabalho monográfico apresentado ao Instituto “A vez do Mestre” – Universidade Cândido Mendes como parte dos requisitos para obtenção de Grau de Especialista em Docência do Ensino superior.

TAPAUÁ-AM

JULHO/2008

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, que nos proporcionou vida e

saúde, força para caminhar, prosseguir e chegar ao final

dessa jornada com êxito. Aos meus familiares, que sempre

me apoiaram a ajudaram a vencer as dificuldades, a minha

eterna gratidão. Ao professor e amigo Altevir Nascimento que

me mostrou o caminho a percorrer em busca desse sonho e

que muito me ajudou em todos os momentos. A o meu

querido tutor Vilson Sérgio de Carvalho que muito colaborou

para que esse sonho fosse possível e se tornasse real. A

todos que direto ou indiretamente colaboraram para que eu

pudesse chegar à conclusão desse curso.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus filhos: Jhon Andreo e José

Victor, a minha querida e amada irmã Luizimar. E aos muitos

professores que tiverem a coragem de se aventurar

verdadeiramente na arte de Planejar e tomar como desafio

essa arte que é maravilhosa. A “EDUCAÇÃO”.

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RESUMO

Planejar é uma exigência do ser humano; é um ato de pensar sobre o possível

e viável de fazer. É como a sociedade humana pensa o seu “o que fazer”. O

planejamento justifica-se por si mesmo, pois a sua necessidade é a sua própria

evidência e justificativa. No que diz respeito à postura do educador, é

importante destacar que o planejamento da atividade educativa é o ponto de

partida para promover mudanças necessárias no seu campo de ação. Desse

modo, é necessário que os docentes, na busca por qualificar sua ação, tomam

por base uma atitude consciente, capaz de perceber as distintas realidades e

mediar o processo de ensino-aprendizagem de modo a consolidar o ato

transformador que deseja. O planejamento educacional deve basear-se em

alguns elementos que são primordiais para o seu desempenho: Diagnóstico da

situação; Objetivos; Conteúdos; Procedimentos, Recursos e Avaliação.

Planejamento Educacional é um processo contínuo que se preocupa com o

para onde ir e quais as maneiras adequadas para chegar lá. É o de maior

abrangência entre os níveis de planejamento na educação escolar. Assim

sendo, acredita-se que todas as ações humanas requerem planejamento para

que sejam bem executadas e possam alcançar êxito.

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METODOLOGIA

Os desafios de um bom planejamento para o sistema educacional e para os

professores é um tema que chama muita atenção, pois, planejar deve ser um

desafio.

Este trabalho contará com pesquisa bibliográfica, e de campo. O instrumento

para realização da mesma será um questionário que constitui-se de 05(cinco)

questões do tipo descritiva a serem respondidas pelos professores e gestor da

Escola Municipal Professor Paulo Freire, na cidade de Tapauá.

O método de procedimento na abordagem desta pesquisa será o

fenomenológico, que consistirá na descoberta de pressupostos implícitos a

uma dada realidade, buscando ultrapassar a aparência dos fenômenos em

estudo, em busca da sua essência, nesse caso os desafios de um bom

planejamento para o professor.

O mesmo contará com uma pesquisa documentária indireta, que é o

levantamento de dados imprescindíveis a toda e qualquer pesquisa, onde

utilizou-se a pesquisa bibliográfica,(fontes secundárias), tendo como

embasamentos principais:Paulo Freire,(1980),Maximiliano Menegolla,(2000);

Danilo Gandin,(1994) entre outros, com intuito de reunir subsídios básicos para

o desenvolvimento deste trabalho

Na delimitação do estudo, a presente investigação será realizada em

Tapauá /Am, com Professores e Gestor da Escola Municipal Professor Paulo

Freire.

A amostragem utilizada será de caráter não-probalistica, na forma de

amostra intencional, onde, se caracteriza pelo emprego de critérios

previamente definidos e por um esforço deliberado para se obter amostras

representativas mediante a inclusão de áreas típicas ou grupos supostamente

capazes de fornecer as informações necessárias à investigação.

Procedimentos da Coleta de Dados – Estabeleceu-se a seleção e

delimitação do caso objeto de estudo, a partir da observação dos professores

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ao planejar e dos comentários feitos pelos mesmos na sala dos professores.

Em seguida procedeu-se o trabalho de campo de forma ampla, com o objetivo

de conhecer plenamente a realidade a ser estudada. Para isso, utilizou-se a

documentação indireta, observação, e questionários distribuídos aos

professores e Gestor. Finalizando a presente etapa procedeu-se a redação do

relatório a partir de todo material coletado, podendo assim constatar a

relevância e importância deste trabalho para a classe docente.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO? 9

CAPITULO I

O QUE É PLANEJAMENTO 11

CAPITULO II

PLANEJAMENTO EDUCACIONAL 15

CAPITULO III

OS DESAFIOS DE UM BOM PLANEJAMENTO PARA OPROFESSOR 18

CAPITULO IV

O PLANEJAMENTO E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR 23

CAPITULO V

RELATÓRIO DA COLETA DE DADOS 29

CONCLUSÃO 32

BIBLIOGRAFIA 33

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INTRODUÇÃO

Planejar é uma exigência do ser humano; é um ato de pensar sobre o

possível e viável de fazer. È como a sociedade humana pensa o seu o que

fazer. O planejamento justifica-se por si só, pois, a sua necessidade é a sua

própria evidência e justificativa.

Este trabalho tem como tema O desafio de um bom Planejamento para o

professor, Evidenciará quais as dificuldades encontradas pelos docentes ao

planejar, e porque muitos não gostam de planejar suas aulas. Relatará ainda

os desafios de um bom planejamento para o professor.

O planejamento é importante porque evita a rotina e a improvisação;

contribui para a realização dos objetivos visados; promove melhor qualidade de

ensino; garante maior segurança ao professor.

Ao pensarmos em planejar nossas aulas, vem a tona a pergunta-O que irei

trabalhar ou fazer amanhã?De acordo com as normas de cada instituição, o

planejamento pode ser quinzenal, mensal e até anual. Na maioria das vezes

ouvem-se professores reclamando desses planos, outros ainda dizem: -

Porque tenho que planejar? Ao ouvir e ver essas questões é que me propus a

investigar de forma mais sucinta e minuciosa a questão do Planejamento

Educacional, e outros questionamentos que este trabalho irá apresentar.

No processo de planejamento, procuramos responder às seguintes

perguntas: O que pretendo alcançar? Como posso alcançar?Quais os recursos

necessários?Como analisar a situação a fim de verificar se o que pretendo foi

alcançado?

Portanto ao longo desse trabalho será explicitada a relevância e a

importância do Planejamento educacional, para cada docente, bem como as

partes que o compõe, assim como o conceito e aplicação do mesmo.

Objetiva-se que cada um compreenda que planejar é imprescindível na

prática educacional e que é só através de bons planos que conseguiremos

melhorar a educação e até nossas próprias vidas.

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Este trabalho tem sua estrutura da seguinte forma: Capítulo I O que é

Planejamento: Neste capítulo tenta-se definir de forma sucinta o que é

planejamento.

O Capítulo II-tem como tema Planejamento Educacional, tentando

evidenciar e definir Planejamento Educacional para uma melhor compreensão.

No Capitulo III-tenta-se justificar Os Desafios de um bom Planejamento para

o Professor, tenta-se verificar se planejar é mesmo um desafio, ou torna-se

com o tempo.

O Capítulo IV tem como titulo; O Planejamento e a Formação do Professor

acredita-se que este capítulo possa ser de muita relevância, pois, o mesmo

trata da importância de planejar para a vida de cada docente e para uma boa

prática educacional.

Por último e não menos importante, o capítulo V. que trata do Relatório da

Coleta de Dados, ou seja, traz toda importância deste trabalho, com os dados

obtidos no decorrer do mesmo.

.

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CAPÍTULO I

O QUE É PLANEJAMENTO?

É uma ação que fazemos do dia-a-dia ou a longo prazo. Sempre estamos

planejando com a finalidade de concretizar e satisfazer determinado objetivo,

só que o fazemos, muitas vezes de forma inconsciente.

É o ato de refletir, analisar e avaliar uma determinada questão, ou um

assunto para que se possa aplicá-lo em determinada realidade.

É pensar, prever, como deve ser como pode ser e como posso fazer para

realizar o que pretendo. É questionar, e acima de tudo, procurar meios e

soluções.

É definir objetivos e estabelecer metas; é criar possibilidades e estratégias, é

analisar os resultados, avaliando o que deu certo ou não.

Planejamento é um processo que consolida o caminho a ser percorrido para

atingir objetivos previamente construídos, destaca-se que seu significado é

resultado de uma reflexão diagnóstica racionalizada pela análise do contexto

que possibilita uma intervenção consciente na realidade, através de uma

reflexão crítica sobre os resultados obtidos.

É uma determinação antecipada dos objetivos que devem ser alcançados

pela organização e dos modos como faze-lo.

É um modelo teórico voltado para o futuro, da determinação dos objetivos ao

detalhamento dos planos a serem executados. É ainda um processo lógico e

necessário.

Dessa forma o planejamento é então o resultado de um processo que

envolve algumas fases: Reflexão Diagnóstica, Ação, Reflexão Crítica.

Cada uma dessas fases é resultado da evolução do planejamento e se

manifesta por meio de análises de um diagnóstico ou estudo do

estabelecimento de normas e padrões para que a ação seja realizada.

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O general do exercito chinês, Sun Tzu, no século XIV afirmou que:

Se você conhece o inimigo, e conhece a si mesmo, não precisa temer

o resultado de l00 batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o

inimigo, para cada vitória ganha, sofrerá também uma derrota. Se

você não conhece nem ao inimigo nem a si mesmo, perderá todas as

batalhas. (Sun Tzu, 2002, p.12)

Nesse contexto, o conhecimento da realidade, seja externa ou interna, é

essencial para reconhecer o cenário onde se insere. Desse modo é necessário

estudar, sob a perspectiva crítica, a situação existente, visando compor um

conjunto de dados baseados na descrição da realidade e seus reflexos na

situação atual.

Vivemos em uma constante guerra, nosso dia-a dia é uma batalha

interminável, lutamos em nossa vida pessoal e profissional, para que não

sejamos vencidos pelo cansaço é necessário que estejamos preparados.Caso

contrario sofreremos uma derrota a cada momento.

Sem conhecimento da realidade não é possível fazer e muito menos

executar um bom plano, certamente o professor que planeja sem esse

conhecimento, não alcançará seus objetivos.

A avaliação diagnóstica busca adquirir conhecimento do contexto de acordo

com a seqüência, objetivos, políticas, funções e meios. Definir a estratégia e

os objetivos é de fundamental importância para o planejador.

A ação trata-se da implementação e execução daquilo que foi planejado,

buscando consolidar a proposta construída para uma intervenção qualitativa.

O ato de planejar é uma ação que envolve toda e qualquer atividade

empreendida por uma pessoa ou instituição. Trata-se de refletir sobre o

possível e o viável a ser realizado, prevendo condições e meios necessários

para atingir objetivos.

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Planejar consiste em determinar antecipadamente o que deve ser feito e

como deve ser feito, de modo a atingir os objetivos pretendidos.

Nesse sentido, Castro (1976) destaca que:

Planejar implica uma reflexão para orientar de acordo com ela a

ação com o fim de alcançar determinados objetivos [...] significa

prever como alcançar certos objetivos, a partir de certas realidades

condicionantes e seguindo determinados caminhos traçados com

antecipação. ( P.51)

O planejamento é fundamental á atividade humana, tendo em vista ser o

indivíduo dotado de racionalidade, de modo a procurar sempre transformar

suas idéias em algo concreto, ainda que não o faça sempre de forma

consciente. O homem possui uma estrutura básica que o leva a divisar o futuro,

analisar a realidade e propor ações e atitudes para transformá-la.

O planejamento é um processo de busca de equilíbrio entre meios e fins,

entre recursos e objetivos visando ao melhor funcionamento do ambiente que

deseja promover mudanças.

Sobre essa temática Baffi(2000) afirma:

O ato de planejar é sempre uma reflexão que resulta numa tomada

de decisão sobre a ação, prevendo as necessidades e

racionalizando o emprego dos meios (materiais) e recursos

(humanos) disponíveis, com a função de concretizar os objetivos

dentro de uma temporalidade e em etapas previamente definidas a

partir de uma avaliação da situação. (p.2)

De acordo com essa afirmação de Baffi podemos constatar que planejar é

um ato cíclico, uma vez que parte do conhecimento da realidade para promover

ações que possam modificar o contexto e a ele retornar para avaliar, ao final,

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as alterações realizadas com recursos matérias e humanos que foram

disponibilizados dentro de um prazo antecipadamente determinado. Isso

implica afirmar que a reflexão que promove a tomada de decisão e atuação no

ambiente pode ocorrer em um espaço temporal curto ou longo, dependendo

das condições existentes, tanto no que diz respeito aos recursos quanto á

própria condição da interferência.

Os professores, sujeitos da ação pedagógica, e a escola devem assumir o

planejamento como um momento para envolver a todos em busca dos

objetivos que devem ser definidos coletivamente e buscar respostas para

questões como:

O que pretendemos alcançar?

Em quanto tempo pretendemos alcançar?

Como podemos alcançar?

O que fazer e como fazer/

Quais os recursos necessários?

Como analisar a situação a fim de verificar se o que pretendíamos foi

alcançado?

Como pode ser observado, o planejamento é uma descrição de intenções a

partir do delineamento dos objetivos que se busca, traduzindo-se em postura e

vivência críticas permanentes diante do trabalho pedagógico. O planejamento

possibilita a apropriação e participação do conjunto dos envolvidos na

construção de uma escola capaz de ser um espaço de crescimento para os

alunos e todos os que nela trabalham, em sintonia com a produção social do

conhecimento.

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CAPÍTULO II

PLANEJAMENTO EDUCACIONAL

Segundo Menegolla e Sant’ Anna (2000) O planejamento para Educação

aponta as seguintes características que o diferencia dos demais tipos:

a - Abordagem racional e crítica do problema;

b- Determinação dos objetivos e recursos que se deseja atingir;

c-análise das conseqüências, possibilitando construir cenários pessimistas e

otimistas para as necessidades levantadas;

d- Determinação das metas específicas, de modo a refletir, com exata

objetividade, os prazeres necessários para atingir o objetivo estabelecido;

e- Desenvolvimento dos meios, selecionado os recursos necessários e

existentes que possibilitem o sucesso do planejamento;

f- Processo contínuo, que engloba uma série de ações definindo desde a

filosofia da educação que se deseja até o estabelecimento dos processos que

atenderão ao que foi delineado.(p.37)

Considerando sua abrangência, o planejamento, como processo contínuo e

dinâmico, de reflexão, tomada de decisão, implantação e acompanhamento,

deve ser sempre uma ação coletiva, integrada capaz de por em prática aquilo

que foi traçado.

No entanto, sua composição ocorre em níveis diferenciados, tendo em vista

o alcance das ações, bem como o grau de responsabilidade que as decisões

envolvem.

O planejamento educacional é um processo contínuo que se preocupa com

o para onde ir, e quais as maneiras adequadas para se chegar lá, tendo em

vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento

da educação atenda tanto as necessidades da sociedade, quanto as do

indivíduo.

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O planejamento para educação deve considerar três aspectos essenciais,

que são: a sua qualidade, a estratégia adotada e a sua consolidação pela

participação do coletivo. Freire (1980) diz que:

‘’ É preciso que a educação esteja em seu conteúdo, em seus

programas e em seus métodos adaptada ao fim que se persegue;

permitir ao homem chegar a ser sujeito, construir-se como pessoa,

transformar o mundo, estabelecer com os outros homens relações de

reciprocidade, fazer cultura e a história’’. (p.39)

Fala-se muito em formar sujeitos críticos, reflexivos, que possam vir a

transformar o seu meio, a sua própria realidade, mas, não basta apenas falar

disso nos bancos escolares é preciso que se dê base, suporte e condições

para esse sujeito ser transformador.

Na educação, o planejamento deve ser visto como uma exclusão de

medidas improvisadas; antecipação do futuro; estabelecimento de caminhos

que possam nortear mais adequadamente a execução da ação educativa, não

se limitando a prevê-la, mas também a avaliá-la.

Em se tratando de uma atividade inerente ao fazer humano, o planejamento

na educação deve se caracterizar como um processo que envolve a previsão

de ações com base no conhecimento da realidade, como a racionalização dos

meios e recursos para promover a intervenção no ambiente, o delineamento de

objetivos com metas e etapas efetivamente definidas de modo a permitir uma

criteriosa avaliação do que foi feito. Isso o torna um eficiente e eficaz meio para

alcançar os propósitos para o qual foi traçado.

Ele deve ser produto da reflexão sobre o ato de educar, instrumento

promotor de uma série de conhecimentos, habilidades e valores, algo cuja

finalidade fundamental é promover a assimilação de saberes que permitam ao

indivíduo resolver os problemas enfrentados em seu cotidiano.

Planejar, então significa agir de modo a fazer com que este sujeito possa

compreender analisar, interpretar o contexto para, nele, atuar criticamente,

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enfrentando as questões e os problemas abertos e difusos que a realidade

coloca.

Ao descrever o significado de planejamento educacional Menegolla (2000)

afirma:

‘’Planejar uma educação que configure a pessoa dentro das

estruturas sociais, que oprima a pessoa pelas direções definidas e

acabadas, é barrar a libertação da pessoa. È fazer da educação um

instrumento de conformismo de massas. É impedir o

comprometimento e o desenvolvimento integral da pessoa humana.

[...] É preciso planejar uma educação que, pelo seu processo

dinâmico, possa ser criadora e libertadora do homem. Planejar uma

educação que não limite, mas que liberte que conscientize e

comprometa o homem diante do seu mundo. Este é o teor que se

deve inserir em qualquer planejamento educacional. ‘’(p.26)

Diante disso, é possível afirmar que o planejamento educacional deve,

fundamentalmente, iniciar por uma reflexão sobre o tipo de educação

necessária para integrar e desenvolver o cidadão, de modo a permitir que ele

se insira na sociedade, compreendendo suas responsabilidades e seus

direitos, comprometendo-se consigo e com os outros para viver criticamente e

com liberdade. Com efeito, o ato de educar e educar-se, é acima de tudo, uma

projeção para o futuro, com base no passado e no presente,, capacitando o

indivíduo por meio da assimilação de saberes que permitam o enfrentamento

de problemas, que se modificam e que evoluem com o tempo.

18

CAPÍTULO III

OS DESAFIOS DE UM BOM PLANEJAMENTO PARA O

PROFESSOR:

A prática educacional exige que estejamos em constante aprendizado, em

uma busca incansável por conhecimento, um bom professor precisa conhecer

os meios, as formas e sentir-se bem ao planejar, pois, é necessário faze-lo,

para que se tenha êxito na prática da docência.

A prática do planejamento tem sido questionada quanto a sua validade como

instrumento de melhoria qualitativa, no processo de ensino com o trabalho do

professor. (Lopez, 2000) diz;

‘’A vivência do cotidiano escolar nos tem evidenciado situações

bastante questionáveis neste sentido. Percebe-se, de inicio, que os

objetivos educacionais propostos nos currículos dos cursos

apresentam-se confusos e desvinculados da realidade social. Os

conteúdos a serem trabalhados, por sua vez, são definidos de forma

autoritária, pois, os professores, via de regra, não participam dessa

tarefa. Nessas condições, tendem a mostrar-se sem elos

significativos com as experiências de vida dos alunos, seus

interesses e necessidades. ’’(p.41)

O principal objetivo da educação é criar homens que sejam capazes de fazer

coisas novas, não simplesmente de repetir o que outras gerações já tenham

feito homens que sejam criativos, inventivos e descobridores, objetiva também

formar mentes que possam ser críticas, que possam verificar, e não apenas

aceitar tudo o que lhes seja oferecido.

Se como docentes temos o desafio de formar cidadãos críticos, reflexivos,

de criar homens que sejam capazes de criar coisas novas, não podemos então

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simplesmente pegar o caderninho de planos do ano anterior e novamente

chegar à sala de aula e retransmitir esse conteúdo já batido e saturado aos

nossos alunos.

Para Libâneo (1994,).

‘’ Conteúdos são conhecimentos sistematizados, selecionados das

bases das ciências e dos modos de ação acumulados pela

experiência social da humanidade e organizados para serem

ensinados na escola; são as habilidades e hábitos, vinculados aos

conhecimentos, incluindo métodos e procedimentos de

aprendizagem e de estudo; são atitudes e convicções envolvendo

modos de agir, de sentir e de enfrentar o mundo. ’’(p.80)

A competência básica de todo e qualquer professor é marcada pelo domínio

do conteúdo específico. Somente a partir desse ponto é possível construir a

competência pedagógica.

Nenhum professor conseguirá êxito em seu trabalho se não for capaz de

compreender, com razoável profundidade e com a necessária adequação á

realidade escolar e social, os conteúdos específicos de sua área de

conhecimento que serão objeto de sua atividade.

Como trabalhar a interdisciplinaridade e a transversalidade sem ter domínio

básico de sua área de atuação? É necessário, dentre as competências exigidas

ao profissional da educação, domínio do saber disciplinar, sem o qual não se

efetiva a transmissão de conhecimentos.

De acordo com Candau (1997,).

“É a partir do conteúdo específico que o tratamento pedagógico deve

ser trabalhado. Enquanto as unidades específicas não assumirem

como responsabilidade própria a formação dos professores, muito

pouco poderão fazer as unidades de ensino.”(p46).

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O ato de ensinar envolve sempre uma compreensão bem mais abrangente

do que o espaço restrito do professor em sala de aula, ou as atividades

desenvolvidas pelos alunos. Tanto o professor quanto o aluno e a escola

encontram-se em contextos mais globais que interferem no processo educativo

e precisam ser levados em consideração na elaboração e execução do ensino.

Neste sentido, os professores precisam aprender a construir uma visão

cultural de modo, ao ensinar, não só transmitam e possibilitem a construção

dos conhecimentos dos alunos, mas sejam eles próprios agentes de

transformação cultural. Cada docente deve ter claro um projeto de formação

cultural que servirá de orientação para suas ações.

Com tanta diversidade cultural, social, intelectual é muito difícil para o

docente acompanhar tanta diversidade, mudanças constantes, e torna-se um

desafio cada vez maior planejar, pois, é preciso conhecer a realidade onde a

escola e os discentes estão inseridos, para que assim se possa elaborar bons

planos e conseguir executa-lo com êxito.

De maneira geral, podemos constatar que o professor entende do conteúdo

que ensina. Mesmo que o conteúdo fique diluído em técnicas e métodos, pode-

se afirmar que ele conhece os itens do programa e sabe como transmiti-los a

seus alunos. A prática do professor está vinculada ao conteúdo que ele sabe e

ensina. Como conseqüência, o professor acaba ensinando aquilo que ele sabe,

nem sempre aquilo que o aluno precisa ou gostaria de aprender. Se isso

corresponde à realidade, então, é desta situação que deve partir o

planejamento.

De acordo com Vasconcellos (1998)

‘’O professor deve procurar tomar consciência de qual é o seu

projeto, e conhecer-se nos vários pontos de vista: humano - traço de

firmeza de caráter, capacidade de perceber e respeitar o outro como

pessoa, como diferente, tolerância; ético – Princípios parâmetros,

coerência, senso de justiça, compromisso com o bem comum;

21

intelectual- capacidade de rever os pontos de vista, inteligência no

trato com a realidade, aprender seu movimento, ir além do senso

comum; profissional – competência, domínio da matéria e da

metodologia de trabalho, segurança nos conceitos e tácticas,

interesse, ânimo no que faz, preparo das aulas, atualização.’’(p.45)

Portanto, planejar é tão importante que ajuda o professor a evitar a

improvisação, a organizar a própria ação educativa, a implantar um processo

de transformação, a agir de modo mais racional, a ser mais claro, mais

objetivo, mais preciso, mais justo e a administrar melhor o seu tempo de aula.

Assim sendo planejar leva, também, ao crescimento pessoal do professor. O

professor que planeja, reflete e quem reflete não age simplesmente por agir. As

decisões são tomadas conscientemente. Tal atitude é própria do professor -

educador, aquele que transcende ao ato de ensinar bem, com eficiência, corre,

também, atrás da eficácia e esta só é conseguida no ato de planejar as aulas

com competência, engajamento e compromisso com as transformações

sociais.

Toda ação humana é política em essência, embora nem sempre essas

ações sejam atos conscientes. Uma vez conscientes ou não, as ações do ser

humano contrariam ou reforçam uma prática, um conceito, uma definição ou

uma estrutura já instituída. Não existe, portanto, ação neutra, toda ação causa

uma reação, ou seja, no caso do planejamento uma resposta.

Semelhantemente, planejar constitui um ato humano repleto de

intencionalidade. Ao planejar, o professor deve estar consciente da importância

e da abrangência de sua atividade para descobrir representações equivocadas,

desmontando mitos e preconceitos. Ajudar o sujeito pessoal e coletivo a se

convencer que sua ação é importante, embora limitada.

Avaliar a atuação da escola e projetar os passos futuros, destacar a

necessidade de ter-se claro as metas que se deseja atingir e organizar os

meios que a viabilizem é tarefa do planejamento. É necessário planejar as

ações que se articulam em torno do projeto educacional da escola, construído

coletivamente. Esse é o caminho para se combater as atividades

22

desarticuladas e casuístas, caminhando na construção de práticas educativas

sintonizadas com as atuais necessidades dos alunos e da sociedade.

Portanto, tomar o projeto educacional como referência, no momento do

planejamento, significa retoma-lo, reelaborá-lo, aperfeiçoa-lo. E isso é condição

essencial para que ele ganhe vida no cotidiano escolar e constitua-se em eixo

articulador da prática educacional e da formação dos educadores em serviço.

No entanto existem professores que desconhecem o projeto político

pedagógico da escola em que trabalham, outros as escolas nem o possuem,

como poderão colocá-lo em prática?

Dias (2003) destaca que:

‘’[...] a escola é organizada com a finalidade de atingir certos

objetivos, os quais dão sentido à organização escolar e orientam,

consequentemente, a tomada de decisões no que se refere à

natureza dos currículos e programas, ao tipo de edifício escolar, à

quantidade e qualidade do equipamento, ao número e qualificação

do pessoal escolar. Portanto, quem quer que se proponha a

trabalhar em uma escola precisa procurar informar-se sobre seus

objetivos e, na medida do possível, dar sua própria contribuição para

o aperfeiçoamento dos mesmos. ’’(p.3)

23

CAPÍTULO IV

O PLANEJAMENTO E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR:

Este capítulo tratará da formação do professor, discutindo questões do tema

que possibilitem a compreensão eo vínculo que existe entre um bom

planejamento, para a prática docente de cada um.

Este estudo se torna necessário pela necessidade de ampliar as discussões

e debates sobre a relação conflituosa entre as exigências do mercado de

trabalho profissional da educação; pela emergência em compreender tal

relação, bem como as suas implicações no processo de ensino aprendizagem.

O professor, como intelectual orgânico das classes subalternas, compreende

a questão curricular como o projeto macro de seu planejamento. Por isso, os

conteúdos devem estar de acordo com a realidade do aluno, respeitando sua

individualidade, suas experiências culturais.

A aprendizagem é um sistema de inclusão e por isso é preciso que o

professor compreenda que o aluno deverá ter uma postura de elaboração

própria diante d o saber conhecimento, mas é necessário que cuide da

aprendizagem dos alunos nesta sociedade do conhecimento.

Para o exercício da prática docente é preciso que o professor esteja em

constante busca pelo conhecimento, em constante aprendizado, pois a cada

dia torna-se mais difícil o ato de ensinar, planejar e principalmente colocar em

prática o planejamento.

É necessário que haja mais palestras, reciclagens, treinamentos e mesmo

encontros mensais, para que professores gestores e pedagogos, possam

trocar idéias sobre sua prática docente. Buscando dentro das experiências de

cada um resolver os seus problemas, suas dificuldades e assim conseguir

êxito, e executar com exatidão seu plano mensal, semanal e diário.

O compromisso do intelectual em que a desigualdade é, na maioria das

vezes, legitimidade, gerando a degradação do trabalho, perda do poder,

24

expropriação capitalista da habilidade e do conhecimento, deve ser com uma

pedagogia que verdadeiramente desafie o aprender e conhecer. Afinal a

pedagogia é decisiva em tempos de conhecimento.

O compromisso do professor é de produzir conhecimento. E esta produção

gera aprendizagem. E aprender é um ato político, é a constituição de um

sujeito. A constituição de um sujeito é necessária, é o saber de si, no qual a

singularidade se expressa na dimensão do outro.

‘’A socialidade de todos os dias que tentamos compreender o cerne e bem o

lugar em que a potência social tenta se exprimir. ’’(Maffesoli, 2001, p.77)

Por isso, o professor como intelectual é facilitador da aprendizagem e o

aluno construtor. Assim, a educação é para imaginar novas maneiras em que o

conhecimento proporcione bem-estar, pois é nesse sentido que o ser humano

produz sua condição social. Desse modo, o professor que aprende a silenciar

os ruídos, compreende a vivência das classes subalternas, a partir da

concretude do cotidiano em que se encontra.

De certo modo, s classes subalternas não visualizam um projeto futuro

amplo, pois seu futuro está nas necessidades mais imediatas de subsistência:

Está sempre preocupada com o que vai ser no dia seguinte, se terá ou não o

alimento para aquele dia. Isto é uma preocupação centrada na produção e

manutenção da própria existência. Por isso, é preciso que os trabalhadores

busquem um sentido para sua existência que supere estas situações que

condenam a todos e todas a uma condição subhumana.

Se o professor não estiver preparado para agir nessa situação, ele não

saberá como li dar com as diversas situações que aparecerão no cotidiano

escolar, não podendo assim elaborar e executar um bom planejamento.

Por isso é tão importante que o professor tenha uma boa formação, um bom

acompanhamento, e esteja em constante aprendizado.

25

4.2- A escola como espaço de Formação Continuada

A sociedade brasileira vive um desenvolvimento desigual, em que uma

minoria tem acesso aos direitos de moradia, alimentação, educação, entre

outros, enquanto a maioria da população encontra-se muito distante de tais

recursos. Neste sentido, as classes subalternas buscam na educação escolar

uma possibilidade de mudanças concretas em suas condições de vida e acaba

se defrontando com uma escola que por vezes, vivencia um processo de

distanciamento dos interesses populares, reforçando o individualismo e

estimulando a competitividade.

Dessa forma, refletir sobre a formação do professor e professora constitui-se

em uma reflexão sobre a formação dos mesmos frente a esta realidade social,

em nosso caso, uma sociedade dividida em classes, com interesses

antagônicos.

Em sua tese de doutorado Lima partiu da compreensão da rede de relações

que permeia e envolve os professores com o conhecimento no mundo do

trabalho e construiu o seguinte conceito: ”” Formação contínua é a articulação

entre o trabalho docente, o conhecimento e o desenvolvimento profissional do

professor, como possibilidade de postura reflexiva dinamizada pela práxis. ”“

(2001)

A formação contínua do professor deve ser vista como um processo, em que

a prática se constitui em um instrumento de formação, e no qual professores e

técnicos tornan-se uma equipe pesquisadora e investigadora de caminhos com

novas metodologias para a realização de um trabalho coletivo.ensinar é, pois,

acima de tudo, um aprender constante. As questões sobre o que ensinar

devem nos conduzir a reflexões mais profundas sobre as finalidades da

educação, sobre nossos valores e intenções.

Mesmo considerando a dialética existente na educação, destacamos que,

para a visão tradicional, as escolas são simplesmente locais de instrução,

cabendo ao professor sistematizar os conhecimentos, os quais são

26

apresentados de forma acabada ao aluno que por sua vez, recebe estímulos

para reter tais informações passivamente.

A pedagogia crítico libertadora aprece não como algo pronto e sim como

processo em constante construção. As escolas são vistas como espaços de

luta e de possibilidades que devem ser construídos cotidianamente, com o

reconhecimento, entretanto, de que não podemos entender educação sem

compreendê-la como sujeita a limitações.

Democratizar a escola significa criar mecanismos de participação coletiva.

Os mecanismos deverão ser construídos pela equipe de cada escola, por meio

de um processo de reflexão de seus limites, possibilitando a busca da

superação de situações problemáticas concretas que se apresentam no dia a

dia. É o que afirma Giroux (1997):””as condições materiais sob as quais os

professores trabalham constitui a base para delimitarem ou fortalecerem suas

práticas como intelectuais””.(p.29)

O sistema educacional passa por inúmeras crises e a forma que

frequentemente utiliza para superar esta situação é, criar as chamadas

reformas educacionais, ou seja, propostas de mudanças que vêm de cima para

baixo e não reconhecem no professor o profissional ativo, capaz de elaborar

projetos, planos, cujos objetivos contribuam para as necessárias

transformações na educação.

Uma das questões problemáticas que se pode identificar na maioria das

propostas de reformas educacionais é que pouco se valoriza e estimula a

capacidade do professor em reconhecer seus limites e buscar sua superação.

Assim sendo, nenhuma reforma educativa terá êxito desejado se não passar

por esse compromisso central: o resgate à valorização da ação reflexiva dos

professores.

Blanco,(2002) afirma:”É importante que a formação se centralize na escola

para que as suas necessidades reais sejam traçadas, com a formação sendo

vinculada à construção do projeto educativo institucional”.(p.11)

27

“Pimenta (1997) a respeito da formação continuada afirma: ‘‘A atividade é

práxis, compreende que esta práxis se faz na relação com o conhecimento em

um dado momento histórico de dada realidade”. (p.83)

A valorização dos processos de reflexão e sua incorporação efetiva à vida

do professor representam a teia que entrecruza o saber adquirido, formal ou

informalmente. A condição do professor está para além de um mero executor,

ultrapassa os limites da titulação e dos certificados que ele possa exibir em seu

currículo. Está sim na sua competência profissional e intelectual. Está nos seus

saberes vários e nos inúmeros conhecimentos que se entrelaçam e se

entrecruzam na vida, no trabalho, nas associações e grupos que freqüentam

enfim, nas experiências em geral.

A formação contínua estaria, assim, a serviço da reflexão e da produção de

um conhecimento sistematizado, capaz de oferecer a fundamentação teórica

necessária para a articulação com a prática e a crítica criativa do professor em

relação ao aluno, à escola e à sociedade. Estaria ainda ajudando a pensar a

profissão, a profissionalização, o profissionalismo e o desenvolvimento

profissional do professor.

O compromisso com a transformação explicita-se a partir das pequenas

mudanças como, por exemplo, na construção de novas relações entre alunos e

professores, entre escola e comunidade e entre metodologias participativas e

planejamento participativo, colocando-se em evidência que o debate oferece

aos professores a oportunidade de se organizarem coletivamente para

melhorar as condições em que trabalham.

A escola que defendemos é entendida como espaço de luta contra a

exclusão social, mesmo dentro de seus limites, ou seja, palco de contradições,

a escola tanto reproduz a ideologia dominante como pode ser instrumento de

mudanças. Neste último caso, a grande força está nas mãos dos educadores

que assumem uma postura crítica diante da realidade, fazendo uma opção

consciente pelos que são excluídos.

Esses professores de acordo com Gramsci, são intelectuais orgânicos, ou

seja, professores que atuam de forma consciente, assumindo o compromisso

28

de difundir a concepção de mundo revolucionário entre as classes subalternas.

Representam a união entre teoria e a prática.

Nos dias atuais, em que o professor em sala de aula é muito mais que um

simples educador, ele necessita ainda mais de conhecimentos atualizados,

capacitações, e principalmente bons conteúdos, para que seu planejamento

possa se tornar uma arma contra o preconceito, a discriminação social e

política, pois, ele é muito mais que educador, é médico, amigo, psicólogo,

companheiro e acima de tudo exemplo aos seus discentes.

29

CAPÍTULO V

RELATÓRIO DA COLETA DE DADOS

Os professores consideram que planejar é sim um grande desafio, pois, não

basta chegar e elaborar um plano de qualquer jeito. A má formação, o

despreparo, e principalmente o baixo salário contribuem para a falta de

motivação dos docentes, é o que este trabalho constatou.

Sarmento (2000) diz:

“Eu costumo dizer que as professoras e os professores vivem hoje um

dilema: a desprofissionalização e a brutalização versus a humanização

do seu trabalho”. Existem elementos políticos que pressionam

fortemente no sentido da desprofissionalização do trabalho dos

professores, como a redução do seu trabalho docente:

recomendações, regulações, fichas de trabalho, modos operativos que

resultam de um mercado educacional bastante competitivo e que

restringem tanto sua capacidade de criar os próprios instrumentos de

trabalho, quanto sua autonomia de interação com os outros

profissionais, com as crianças e com as comunidades “(Sarmento, In

Revista Criança, p.7, 2007)”.

Os professores questionados sobre o que vem a ser um bom planejamento

educacional, dizem que: ““ O mesmo deve proporcionar subsídios ao docente e

a sua prática educativa, precisa ser flexível e maleável, adaptar-se as diversas

necessidades que podem vir a aparecer no decorrer de sua execução e

principalmente respeitar o ambiente escolar e individual de cada um,

adequando-se aos diversos ambientes educacionais.

Disseram ainda que planejar torna-se um desafio porque nem sempre há

disposição, curiosidade, e tempo para que se faça uma análise da realidade e

assim possa ter um conhecimento de loco, para que o planejado possa ser

executado com êxito.

30

Alegam ainda que encontram muitas dificuldades ao elaborarem bons

planos; a falta de recurso pedagógico, ansiedade, preocupação, dificuldades ao

elaborar metas e objetivos para atender as reais necessidades dos discentes:

criar estratégias que contribuam verdadeiramente para o processo ensino-

aprendizagem. Levando em conta que falta recurso didático, merenda escolar e

um bom acompanhamento pedagógico, todos dizem fazer o melhor para

alcançar os objetivos propostos.

Rubem Alves (1985 p. 45,47) ”relata que para que haja aprendizagem é

necessário que eu deseje fazer a coisa, do contrário nenhum esforço será

válido”.

“As autoridades educacionais acham que vão melhorar a qualidade

do ensino com cursos de capacitação que, sistematicamente, dão

mais conhecimento aos professores”. “O que é preciso mudar é a

“cabeça” deles, pois a primeira tarefa da educação é ensinar a ver,

ou seja, o educador é parte de uma tarefa mágica, capaz de

encantar crianças e adolescentes, o que é bem diferente de

simplesmente dar aula”. (Revista Nova Escola, p.45-47, 2002).

Todos os entrevistados concordam que um bom planejamento, é capaz de

proporcionar melhores condições no processo ensino aprendizagem, pois, ao

planejar é possível saber; O que fazer. Quando fazer, e o que utilizar para

alcançar os objetivos desejado .Afinal o plano atividades a serem executadas

é uma direção a ser seguida, um caminho a ser percorrido, evitando assim o

improviso e a insegurança.

Porém, como alcançar bons resultados em nossos planejamentos, se nos

falta o principal? Capacitações, estímulo (boa remuneração), material didático,

suporte pedagógico, etc.

Os livros didáticos que são distribuídos às escolas não estão de acordo com

a realidade do aluno, a Secretária de Educação mandou um conteúdo

programático que vem sendo utilizado há seis anos nas escolas municipais

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deste município, a estrutura física também deixa a desejar, não dá para

desenvolver um bom trabalho com condições tão precárias assim.

Assim sendo, os dados coletados só reafirmam que planejar é um grande

desafio para os professores na Escola Municipal Professor Paulo Freire, ainda

há alguns que se sentem despreparados para esse ato tão importante na

educação que é planejar.

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CONCLUSÃO

O ato de planejar se torna um desafio, uma prática prazerosa de acordo

com o momento e a formação de cada um. Existem educadores e apenas

professores, o educador gosta do que faz, escolheu o magistério por gostar

dessa profissão, gosta de ensinar e realmente educa, e existe o professor por

necessidade, que está lá por está, por necessidade, que exerce o magistério

por que não teve outra opção é alienado e aliena seus alunos.

No entanto, há quem goste de planejar e executar seus planos, que tem

sempre suas aulas bem planejadas, não tornando-se repetitivo, respeitando a

cultura de cada um.

É preciso tornar a formação de professores mais atraente e eficaz,

disponibilizando bolsas de estudos vinculadas ao desempenho e subsidiando

centros que, associados a escolas fundamentais e médias, se disponham a

formar uma vanguarda de profissionais. Ao mesmo tempo, é essencial difundir

uma nova lógica de reconhecimento do trabalho docente, especialmente dos

que ensinam nas condições sociais mais carentes, por meio de avaliação dos

alunos no inicío e no fim do ano, premiando e promovendo os responsáveis

pela evolução dos que mais precisam da escola.

Portanto, acredita-se que com melhores salários, incentivos profissionais, o

professor possa diminuir sua necessidade de trabalhar três turnos, diminuindo

assim sua ansiedade, o estresse e a falta de criatividade ao elaborar seus

planos, podendo dessa maneira tornar-se um bom planejador, buscar desafios

e novas estratégias, para transformar a sua realidade e a de seus discentes.

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