PROCEDIMENTOS E INSTRUO CRIMINAL

PROCESSO PENAL II ROSE3 Procedimentos dos Crimes da Competncia do Jri

3.1- Consideraes Preliminares:

CF/88 - art. 5, XXXVIII, reconhece a instituio do jri, assegurando:Plenitude de defesa; Sigilo de votaes; Soberania dos veredictose competncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Excluso > latrocnio O procedimento nestes crimes traado no art. 406 a 497 do CPP.

O tribunal do jri um rgo de primeira instncia ou primeiro grau, da Justia Comum. Pode ser estadual ou federal ( art. 109 da CF)

O jri foi disciplinado em nosso ordenamento jurdico pela primeira vez pela Lei de 18 de junho 1822, a qual limitou sua competncia ao julgamento dos crimes de imprensa. Foi disciplinado nas Constituies Federais, desde a de 1824. Atualmente est prevista na CF / 88 , art. 5 , XXXVIII, constitui clusula ptrea na CF, art. 60 4, IV;

O procedimento do jri sofreu mudanas relevantes, inseridas no CPP atravs da lei 11.689/08, criando procedimento especfico para os crimes dolosos contra a vida, tambm na sua primeira fase, ampliando nmero de jurados, modificando a elaborao de quesitos, extinguido o libelo crime acusatrio, etc.....

O rito processual do jri escalonado em duas fases:

A primeira "judicium accusationis". A segunda fase tem incio "judicium causae". 2.2 Procedimento do Jus Accusationis Desenvolve-se perante o juiz singular (sumariante), tambm chamada fase de admissibilidade:a) Inicia-se com o oferecimento da denncia ou queixa subsidiaria, podendo ser recebida ou rejeitada. Se recebida, o juiz determina que o seja citado para apresentar defesa preliminar no prazo de dez dias(CPP, art. 406). A defesa poder argir as preliminares e alegar tudo que interesse a sua defesa; oferecer documentos, justificaes, especificar provas que pretende produzir na Audincia de instruo, arrolar testemunhas (mximo de 8). As excees que houverem sero processadas separadas em autos apartados (CPP, art. 95 a 112)

b) Caso no seja apresentada a defesa preliminar, temos que analisar qual o tipo de citao, se por editar, suspende-se o processo...(CPP, art. 366); Se citao for por hora certa ou pessoal, o juiz nomeia um defensor para apresentar a defesa preliminar e o processo segue a revelia do ru;;

c) Apresentada a defesa preliminar, o juiz determina que seja ouvida a acusao (CPP, art.408) sobre as preliminares e os documentos em 5 dias e determina a realizao das diligncias requeridas pelas partes e a inquirio de testemunhas no prazo de 10 dias, ou seja, realiza-se a audincia de instruo (CPP, art. 408 e 411);

d) As provas sero produzidas numa s audincia, de forma similar aos procedimentos ordinrio e sumrio;

e) A primeira fase do jri se encerra com a audincia de instruo (debates orais), que deve concentrar todos os atos e diligncias pendentes, porm a inteno do legislador pode ser frustrada por circunstncias que fujam do controle do juiz, a exemplo, de oitivas de testemunhas mediante precatria;

f) Debates Orais;:

- A acusao, por primeiro, dispor do prazo de 20 minutos, prorrogveis por mais 10;

- Em seguida, por igual prazo, falar a defesa.;

- Se a ao se iniciar por meio de queixa aps a fala do querelante, falar o MP, por igual prazo . Se houver assistente, este falar depois do Promotor, no mesmo prazo de 10 minutos, prorrogando-se este prazo para a defesa.

Nas suas razes, O MP, querelante e assistente, regra, pediro a pronncia do ru para que seja julgado pelo jri, mas nada impede que peam diante das provas colhidas, a impronncia ou absolvio sumria do acusado. O defensor do ru deve manifestar-se pela impronncia, desclassificao do delito ou absolvio sumria, pois se houver manifestao pela pronncia do ru, configurar-se- cerceamento de defesa que acarreta nulidade do processo

Obs.: a primeira fase do procedimento do jri ( ou sumrio de culpa ) vai do recebimento da denncia at a pronncia e se desenvolve de modo semelhante ao procedimento comum ordinrio, com algumas nuances do sumrio.

As diferenas entre os dois ritos so:

1 ) no ordinrio e no sumrio, aps a apresentao da defesa preliminar, o juiz pode absolver sumariamente o ru; Havendo instruo, a deciso que pe fim a esta fase ser definitiva e ou interlocutria mista terminativa;

2 ) no jri, o juiz no pode absolver sumariamente o ru sem a instruo e a deciso que em regra pe fim ao processo interlocutria mista no terminativa (pronncia), ou de impronncia , de absolvio ou de desclassificao.DECISES QUE O JUIZ PODER PROFERIR NO FINAL DA 1 FASE:

I - PRONNCIA (CPP, art. 413) :

- D-se a pronncia quando parecer sustentvel uma acusao em plenrio por existir prova de fato tpico e indcios de que o ru seja o seu autor. A pronncia afirma a admissibilidade ou a viabilidade da acusao;

- A pronncia no propriamente sentena, mas deciso interlocutria, vez que no pe termo ao processo (sentena de carter nitidamente processual);

- O juiz presidente no tem competncia constitucional para julgamento dos crimes dolosos contra a vida, logo no pode absolver nem condenar o ru, sob pena de afrontar o princpio da soberania dos veredictos;

- Na Pronncia h um mero juzo de prelibao, pelo qual o juiz admite ou rejeita a acusao, sem penetrar no exame do mrito;

- O juiz deve fundamentar os motivos de seu convencimento na sentena de pronncia, no necessria prova plena de autoria, bastando meros indcios, isto , a probabilidade de que o ru tenha sido o autor do crime;- A sentena de pronncia no produz coisa julgada, pois encerra mero juzo de admissibilidade, podendo ser contrariada pelos jurados;- Na fase da pronncia vigora o princpio do "in dubio pro societate", uma vez que h mero juzo de suspeita no de certeza;- indispensvel que o juiz classifique o dispositivo em que o acusado ser julgado pelo jri(CPP, art. 414 1, 2 parte), quer como homicdio simples, quer qualificado . No poder fazer meno a regras sobre concursos de crimes, a causas de diminuio de pena, tais como o privilgio, as agravantes nem a atenuantes, a fim de preservar o campo de atuao soberana dos jurados;- Da pronncia cabe recurso em sentido estrito.

a) Aditamento e Modificaes:

- Proferida a sentena de pronncia e preclusa a via impugnativa, no mais poder ela ser alterada, a menos que se verifique circunstncia superveniente que modifique a classificao do delito. Ex: ru pronunciado como autor de uma tentativa de homicdio, e a sentena precisa ser alterada ( o MP em petio circunstanciada e juntando o atestado de bito ou laudo necroscpico , requerer ao juiz a alterao da pronncia. O juiz proferir nova sentena de pronncia, aps manifestao da defesa, colheita de provas e oitivas das partes).

Exemplo: Se a vtima falecer em conseqncias das leses produzidas pelo ru e o promotor tomar conhecimento deste fato na sesso do jri. Dever requerer-lhe a suspenso da sesso, a dissoluo do Conselho de Sentena e tomar as providncias supra citadas.

Justificativas: No se concebe possa a acusao em plenrio divergir da pronncia. Assim urge nova sentena de pronncia, a fim de que o promotor possa oferecer a acusao, j agora por homicdio. O que no se compreende poder o Promotor acusar algum em plenrio do jri por homicdio quando a pronncia fala em tentativa de homicdio. E muito menos, acusar algum por tentativa de homicdio, quando na realidade, ocorreu um homicdio.

- No caso de surgir prova nova durante a instruo criminal de algum fato no descrito na denncia, que implique uma alterao na classificao do crime, em virtude do aparecimento de elementar ou circunstncia at ento desconhecida, o juiz dever aplicar o procedimento previsto no CPP art. 384 ("mutatio libelli") , antes de prolatar a sentena de pronncia, sob pena de afrontar o princpio da ampla defesa. Ex.: Durante a instruo criminal, surge prova pericial at ento desconhecida, de que a me , ao matar o filho, no se encontrava sob o estado puerperal , desaparecendo, portanto, a elementar do infanticdio. O juiz no poder pronunciar a r diretamente por homicdio sem antes lhe dar oportunidade de se defender da nova imputao, nos termos do CPP, art. 384. Se o fizesse causaria inaceitvel surpresa para a defesa, que foi acusada de um fato, e acabou pronunciada por outro. - Para incluso de Qualificadoras no relatadas na denncia, h necessidade de aditamento a ela.

- CPP , art. aps o aditamento, os novos co-rus tero que ser citados, interrogados, podendo apresentar defesa, produzir provas... Se a participao no for em crime de competncia do jri. Obs.: CPP , art. 40( o juiz remeter as informaes ao MP para oferecimento da denncia). Lavrada a sentena de pronncia invivel a pretendida incluso na ao penal de partcipe do crime.

b) Liberdade Provisria (CPP, art. 414 2) :

- Antes da mudana processual, o CPP, art. 408 1 , in fine determinava que o juiz recomendasse o ru a priso. Hoje em decorrncia do princpio do Estado de Inocncia, consagrado na CF, art. 5 , LVII, o juiz dever motivar a manuteno, revogao ou substituio da priso anteriormente decretada; se o crime for afianvel, arbitrar o valor da fiana; se o ru estiver solto, a necessidade da decretao da priso;

Entendo que somente ser mantida ou decretada a Priso se estiverem presentes os requisitos e fundamentos da Priso Preventiva (motivos persistem - convenincia + necessidade). Ex: Ru perigoso, que possa influenciar no nimo das testemunhas CPP, art. 312.

Obs.: No obtm o acusado direito adquirido liberdade, que sempre provisria e pode ser revogada sem formalidades, desde que surjam motivos novos que recomendem providncias acauteladoras e protetivas do meio social, inclusive o no comparecimento injustificado ao julgamento perante o tribunal do jri.

c) Intimao da Pronncia e Recurso:

CPP, art. 420 - Pessoalmente ao acusado, defensor nomeado e ao MP Princpio da ampla defesa Tem se exigido tambm a Intimao Pessoal do Defensor;

CPP, art. 420, II > Defensor constitudo, querelante e assistente sero intimados por publicao no rgo da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo o nome do acusado, sob pena de nulidade;

Por edital, o acusado solto que no for encontrado;

Recurso Da sentena de Pronncia cabe recurso em sentido estrito (art. 581, IV) > No h de se falar mais em crise de instncia (prolongamento do procedimental de instncia por ausncia de intimao do ru) . Agora com a nova dinmica processual, CPP, art. 420 nico, no h mais distino entre acusado por crime afianvel ou inafianvel, determinando a lei que independentemente da natureza do crime doloso contra a vida, o acusado solto que no for encontrado ser intimado por edital.

d) Efeitos da Pronncia:

a) Primrios: - Admissibilidade da acusao, sendo o ru levado a julgamento pelo Tribunal do Jri;

b) Secundrios: efeito preclusivo = imutabilidade de sua afirmao; causa de interrupo da prescrio da pretenso punitiva. (CPP, art. 117 , II ).

Passada em julgado a sentena de pronncia, os autos sero encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Jri ( se na comarca o houver), sendo que este determinar a intimao do MP ou querelante e do defensor para em cinco dias apresentarem rol de testemunhas (mximo de 5), juntarem documentos e requererem diligncias (CPP< art. 421 e 422);- Compete ao juiz presidente em caso de deferimento, ordenar as diligncias requeridas e a intimao das testemunhas( provas) que sero exibidas em plenrio. Aps, o juiz far relatrio do processo, determinando sua incluso em pauta da reunio do Tribunal do Jri;Se na comarca tiver Tribunal do Jri, os autos sero encaminhados a ele para realizao do judicium accusationis. Caso contrrio, se a sentena de pronncia couber ao prprio Presidente do Tribunal do Jri, compete a ele tambm, todos os demais atos que sucedem ao encerramento do judicium accusationis.

II - DESCLASSIFICAO (CPP, art. 419

Quando o juiz se convencer de que h discordncia entre as provas colhidas nos autos e a denncia ou queixa, e que os crimes no so de competncia do jri e no for o juiz competente para julg-lo, remeter os autos ao juiz que o seja (CPP, art. 419. Ex.: Entende que se trata de leses corporais e no de tentativa de homicdio; que se trata de latrocnio ou leso corporal seguida de morte e no homicdio.

Neste caso, ser reaberto ao acusado prazo para a defesa preliminar e adotar-se- as regras do procedimento comum.

Obs. : Dever ser apurado o crime de acordo com o rito sumarssimo, sumrio ou ordinrio. A inobservncia do CPP, art. 419 causa de nulidade; a falta de concesso do prazo para a defesa constitui nulidade insanvel; a fundamentao no caso de desclassificao, no caracteriza nem implica prejulgamento.

Recurso: Em sentido estrito, CPP, art. 581, II (trata-se de incompetncia de juzo) > cabvel parte sucumbente (acusao). Defesa: s se pretender a absolvio (supresso da instncia).

Transitada em julgado a deciso desclassificatria do juiz do jri, passa a ser matria preclusa a classificao proposta pela denncia ou queixa. Essa classificao, no mais restaurvel, inviabiliza a instaurao de conflito de jurisdio diante da transitada em julgado, que, portanto, no pode ser conhecido.

- A desclassificao no anula os atos processuais praticados.

- Em caso de extino da punibilidade com relao ao crime de competncia do jri (morte do agente) ocorre a "prorrogatio fori";

- Da deciso de desclassificao cabe RSE. Se o recurso foi utilizado, a deciso foi reexaminada. Caso contrrio ocorreu precluso, no podendo o juiz impugnar deciso preclusa.

III - IMPRONNCIA ( CPP , art. 414 )

- o julgamento de inadmissibilidade de encaminhamento da imputao para o julgamento perante o Tribunal do Jri, porque o juiz no se convenceu da existncia de prova da materialidade do crime ou de indcios de autoria, ou de nenhum dos dois.

Trata-se de uma sentena terminativa, em que se afirma da inviabilidade da acusao, provendo-se a extino do processo sem julgamento do "meritum causae". No se julga o mrito, podendo conforme dispe o nico, ser oferecida nova denncia contra o ru at a extino da punibilidade.

A pronncia no exige certeza, porm a impronncia se impe quando de modo algum ensejariam o acolhimento da acusao pelo jri, ou seja, necessrio que no haja prova da materialidade ou indcio de autoria.

Se o ru for impronunciado em crime doloso contra a vida, o juiz somente proferir deciso no crime conexo, se for competente.

Obs mudana na Lei dos Juizados Especiais - Lei 11.313, de 28 de junho de 2006,: Art. 60 O juizado Especial Criminal, provido por juzes togados ou togados e leigos, tem competncia para a conciliao, o julgamento e a execuo das infraes penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexo e continncia.

Pargrafo nico Na reunio de processos, perante o juzo comum ou tribunal do jri, decorrentes da aplicao das regras de conexo e continncia, observar-se-o os institutos da transao penal e da composio dos danos civis.

- No h deciso definitiva em favor do acusado, equiparando-se a rejeio da denncia ou queixa (CPP , art. 409 U);

- Outro processo poder ser instaurado contra o ru a qualquer tempo (mesmo depois do transitado em julgado essa deciso de impronncia) > Necessria a obteno de provas novas a respeito do crime e de autoria e que o MP oferea nova denncia.

Obs.: CPP, art. 386 , I e II ( fato no ocorreu ou o fato no crime ) > nesse caso a soluo absolutria. Doutrina.

Recurso. Caber apelao (art. 416 CPP )

IV - ABSOLVIO SUMRIA (CPP, art. 415)

Ocorrer quando o juiz verificar nos autos a prova da existncia do fato e da autoria e que o ru agiu ao abrigo de uma excludente da antijuridicidade ou da culpabilidade, ou que o fato atpico, ou de que o acusado no o autor;

- Tem carter de deciso definitiva, pois decide o "meritum causae"

- Decide que o ru inocente, pois o fato que praticou no ilcito (excludente de ilicitude), ou no ocorreu, ou ele no o autor ou ele no culpado (excludentes de culpabilidade).

- O juiz recorre de ofcio de sua deciso (efeito suspensivo) para tribunal;

- O fato praticado pelo ru no crime ou agiu nos casos que se permite a excludente ilicitude( CP , art. 23 );

- O ru no culpado (excludente da culpabilidade dirimente), CP , art. 20 1 . (erro sobre elemento do Tipo); CP, art. 21 (erro sobre a ilicitude do fato); CP, art. 22 (Obedincia hierrquica e coao irresistvel) ; CP , art. 26 (doena mental); CP , art. 28 1 (Embriaguez fortuita completa).

- - Exige-se prova segura para a absolvio sumria nos crimes de competncia do jri. No pode absolver sumariamente, com base no CPP, 386 , VII ou seja, se no existir prova suficiente para a condenao.

Obs.: Se o juiz no atender ao pedido de Absolvio Sumria, deve cuidar para no exercer influncia nos jurados.

- A insanidade ou deficincia mental deve ser comprovada. (Ex: no absolver oligofrnico. Capacidade Penal reduzida diminuio de pena).

- Os ilcitos conexos com os crimes dolosos contra a vida s sero apreciados, depois da confirmao da absolvio Sumria pelo recurso de ofcio. Obs. - Vide Lei 11.313, art. 60.

Obs - Quanto a conexo com crimes de competncia dosa juizados especiais, mudana recente na Lei dos Juizados Especiais - Lei 11.313, de 28 de junho de 2006,: Art. 60 O juizado Especial Criminal, provido por juzes togados ou togados e leigos, tem competncia para a conciliao, o julgamento e a execuo das infraes penais de maior potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexo e continncia.

Pargrafo nico Na reunio de processos, perante o juzo comum ou tribunal do jri, decorrentes da aplicao das regras de conexo e continncia, observar-se-o os institutos da transao penal e da composio dos danos civis.- Se o juiz que absolveu sumariamente no for competente para julgar o crime conexo, depois que transitar em julgado a deciso, dever remeter os autos ao juiz competente ( CPP , art. 411 ).

Recurso: apelao (CPP, art. 416)

O assistente no pode recorrer (CPP, 271)

A Defesa s se for o caso de ter sido a absolvio Imprpria.

2 FASE DO PROCEDIMENTO DO JULGAMENTO PELO TRIBUNAL DO JRI.

- S teremos a 2 fase do jri, o judicium causae, se houver pronncia do acusado por crime doloso contra a vida tentado ou consumado e esta deciso precluir para as partes, por ausncia de recurso ou confirmao da deciso em RSE.

- O ideal que todos os rus de um mesmo processo ou fatos conexos sejam jugados em julgamento nico, porm o prosseguimento do processo pode se tornar diferenciado nos casos em que houver mais de um acusado em virtude dos seguintes fatores:

a) O juiz pode pronunciar somente um dos acusados e impronunciar ou absolver os demais (haver judicium causae s para o primeiro);

b) o juiz pronuncia trs acusados e somente dois recorrem em sentido estrito (Correr o processo para o acusado contra o qual precluir a pronncia);

c) dois acusados so absolvidos sumariamente e, por apelao do MP, o tribunal reforma a sentena em relao a um deles( ocorrendo a precluso desta nova deciso, somente um ir a julgamento pelo jri);

d) Trs acusados so pronunciados e todos eles recorrem, porm um intempestivamente, o que implica precluso da pronncia com relao a ele, oferecimento de rol de testemunhas e seu julgamento pelo jri antes dos rus que apresentaram recurso em tempo hbil.

A precluso da deciso de pronncia o pressuposto para o incio da segunda fase do rito do jri. a delimitao da acusao a ser formulada perante os jurados.

Antes da reforma processual, o libelo era a pea inaugural do "judicium causae", consistente em uma exposio escrita e articulada do fato criminoso, contendo o nome do ru, as circunstncias agravantes e todas as demais que influenciavam na fixao da sano penal.

- Era composto de Introduo, onde constava a meno ao processo crime, a designao do acusador, pelo seu cargo e o nome do ru ( Ex.: Por libelo crime acusatrio, diz a justia pblica, por seu promotor de justia infra assinado , nos autos do processo crime 0000/2005 , que move contra Joo do Gole o seguinte: ), Articulado, no qual o fato criminoso e suas circunstncias vinham expostos em artigos sintticos e objetivos ( Que provar : 1) que o ru efetuou disparos de arma de fogo contra a vtima, produzindo-lhes os ferimentos descritos no laudo de fls. .... 2 ) que esses ferimentos foram a causa da morte da vtima ; 3) que o ru reincidente ) e Pedido : a acusao devia requerer a procedncia da ao , com o recebimento do libelo e a condenao do acusado pelo jri, como incurso no tipo incriminador, pelo qual tinha sido pronunciado ( ex.: Isto posto , requeiro seja o presente libelo recebido, e o ru levado a julgamento perante o jri, como incurso no art. 121 , caput, do CPP, a fim de ser condenado ).

- Devia espelhar-se com fidelidade na sentena de pronncia, sob pena de nulidade; No devia referir-se a regras de aplicao da pena (concursos formal, material e crime continuado), pois a pea dirigida ao jri, cuja a funo a de julgar fatos, e no aplicar pena; No devia conter artigo referente ao homicdio privilegiado. Quando havia mais de um ru, devia ser elaborado um libelo para cada ru; no caso de mais de um crime cometido pelo mesmo ru, devia ser elaborado um nico libelo, contendo uma srie de artigos para cada crime.

- A defesa podia oferecer Contrariedade ao Libelo: Era a contrariedade mera faculdade processual, pois a defesa no estava obrigada a apresent-la, no acarretando nulidade alguma sua ausncia. No exigia forma especial, no necessitava ser articulada e podia ser apresentada por negativa geral;

- Ao oferec-la, o defensor podia apresentar o rol de testemunhas que deviam depor no plenrio (mximo de 05), juntar documentos e requerer diligncias. Era a oportunidade prpria.

- Agora, com a imutabilidade do thema decidendum , haver possibilidade de oferecimento do rol de at o nmero de cinco testemunhas para cada parte, no prazo de 5 dias.

A pronncia passou a ser o nico parmetro para a delimitao da acusao livre para sustentar em plenrio, circunstncias agravantes que antes deveriam ser consignadas no libelo-crime acusatrio;

1) Desaforamento: CPP, art. 427.

- o deslocamento da competncia territorial do jri para a comarca mais prxima. Constitui assim, derrogao da regra de competncia territorial (CPP, art. 70), sendo o ru julgado fora do distrito da culpa por ato excepcional de instncia superior.

- Motivos:

a) Interesse de ordem pblica > Ex.: Casos Polmicos, que envolvem questes raciais, preferncias sexuais, paixes polticas.

b) Dvida sobre a imparcialidade do jri > corrupo no corpo de jurados; ru, pessoa querida ou odiada.

c) Ameaa a segurana do ru > crime despertou clamor popular: crimes brbaros;

d) Decurso de Tempo: Passados 6 meses do transito em julgado da pronncia, o julgamento no tiver se realizado(CPP, art. 428.

Cabvel somente aps o trnsito em julgado da pronncia. Os trs primeiros motivos podem ser requeridos pelas partes(MP, querelante ou acusado), do assistente ou por representao do juiz competente (decretado pelo Tribunal de Justia ou Tribunal Regional Federal, se for o caso).

Obs.: CPP, art. 428, decurso de prazo S as partes podem requerer, ouvidos o juiz presidente e a parte contrrias (Para a contagem do prazo referido no se computar o tempo de adiamentos, diligncias ou incidentes de interesse da defesa. Se no houver justificativa para a demora, o acusado poder requerer ao Tribunal que determine a imediata realizao do julgamento.

- Reaforamento: o retorno ao foro original, se no novo foro passar a existir problemas que no original no existem mais. H entendimento que aps o desaforamento, operou-se a precluso de o jri realizar-se na Comarca. O STF j se posicionou favorvel ao reaforamento.

- Foro mais prximo: o desaforamento deve ser para o foro mais prximo, salvo justificativa.

- Obs.: O pedido de desaforamento ser distribudo rapidamente e ter preferncia de julgamento na cmara ou turma competente. Se os motivos alegados forem relevantes, o relator pode determinar a suspenso do julgamento pelo jri, fundamentando sua deciso. .

2) Preparao do Julgamento:

Passada em julgado a sentena de pronncia, os autos sero encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Jri ( se na comarca o houver), sendo que este determinar a intimao do MP ou querelante e do defensor para em cinco dias apresentarem rol de testemunhas (mximo de 5), juntarem documentos e requererem diligncias (CPP< art. 421 e 422);- Compete ao juiz presidente em caso de deferimento, ordenar as diligncias requeridas e a intimao das testemunhas( provas) que sero exibidas em plenrio. Aps, o juiz far relatrio do processo, determinando sua incluso em pauta da reunio do Tribunal do Jri;- Se na comarca tiver Tribunal do Jri, os autos sero encaminhados a ele para realizao do judicium accusationis. Caso contrrio, se a sentena de pronncia couber ao prprio Presidente do Tribunal do Jri, tambm a ele compete todos os demais atos que sucedem ao encerramento do judicium accusationis.

- o presidente do tribunal do jri deixar o processo em ordem e marcar dia para o julgamento;

- Preparados vrios processos para a reunio deve ser estabelecida a ordem de julgamento observando quanto o preceito do art. 429 do CPP ( acusado preso, com mais tempo de recolhimento na priso e que foi pronunciado a mais tempo). Essa ordem pode ser alterada, desde que ocorra interesse pblico ou fora maior.

- Ser afixada na porta do edifcio do Tribunal do Jri a lista dos processos a serem julgados, observada a ordem legal, devendo o juiz presidente reservar datas na mesma reunio peridica para incluso de processos que tiver o julgamento adiado;

- O assistente dever requerer sua habilitao at 5 dias antes da sesso em que pretenda atuar;

- Havendo requerimento, o juiz presidente determinar a intimao das partes, do ofendido, se for possvel, das testemunhas e dos peritos para a audincia de instruo e julgamento, observadas as regras do art. 420 do CPP.

3) Organizao do Jri:

- Jri tem origem mstica, de carter religioso (vem do juramento, que a invocao de Deus por testemunha), diante da crena de que se reunindo 12 homens de conscincia pura sob a crena divina, a verdade infalivelmente ser encontrada entre eles.

- O jri constitudo por um corpo de jurados e presidido pelo juiz togado. Obs. CPP, art. 425 e 426.

- A falta de publicao dos atos de sorteio e de convocatrio de suplentes jurados nulidade relativa, e s anula o processo se argida no momento oportuno, com demonstrao de prejuzo Obs.: A reunio do jri refere-se reunio peridica dos jurados convocados. A sesso do jri refere-se ao trabalho de cada dia.

4) Funo do Jurado:

- O tribunal do jri integrado por um juiz de direito, que o seu presidente e pelos 25 jurados sorteados entre os inscritos na lista geral e anual;

- o jurado, em termos jurdicos, o leigo do Poder Judicirio, investido, por lei, na funo de julgar em rgo coletivo a que se d o nome de jri.

- Aos jurados so dadas algumas garantias e privilgios em decorrncia do relevante servio pblico exercido: presuno de idoneidade moral, priso especial, preferncia nas licitaes publicas, concursos, promoo ou remoo voluntria; no ter desconto ser feito em seus vencimentos quando faltar ao trabalho para prestar o servio em sesso do jri;- Em cada sesso sorteiam-se 7 para formar o Conselho de Sentena.

- CPP , art. 436 > refere-se a cidados , pessoa que est no gozo de seus direitos polticos ( exclui-se o estrangeiro ) deve ser brasileiro nato ou naturalizado; idade de 18 anos, no podendo ser includo o emancipado ou casado menor, sob pena de nulidade de julgamento ( lei refere-se a idade e no a capacidade civil ).

- Os maiores de setenta anos so isentos, porm podem servir de jurados se o desejarem.

- A incluso no corpo de jurado no um direito individual, mas um dever do cidado que for escolhido para integrar a lista anual e compor o Conselho de Sentena, pois o servio obrigatrio (CPP, art. 436 caput). - Obs.: CPP, art. 436 2 , CF , art. 5 VIII , art. 15 IV > sano A recusa imotivada ao servio do jri acarretar multa (1 a 10 SM); Resultar em prestao de servio alternativa (CPP, art. 438 1)sob pena de suspenso dos direitos polticos, at o seu cumprimento, caso a recusa seja motivada em convico religiosa, filosfica ou poltica. - Casos de excluso de certas pessoas, em decorrncia de suas funes, incompatibilidade com suas atividades (CPP , art. 436)

a) I a VIII isenes emergentes, diretas e exclusivamente da lei, incontornveis.

b) IX Iseno cronolgica.

c) X - iseno deve ser requerida pelo interessado e deferida apenas quando revelar a incompatibilidade entre o servio de jri e as ocupaes da pessoa alistada ou a ser includa na lista anual.

d) No pode servir no Conselho de Sentena o jurado impedido ou suspeito.

e) Exclui-se o jurado que tiver integrado o Conselho de Sentena nos 12 meses que antecederem a publicao da lista geral (CPP, art. 426 4);

OBS - Da deciso que incluir ou excluir jurado da lista geral cabe reclamao de qualquer do povo, dirigida ao juiz presidente, conforme se depreende do CPP, art. 426, pargrafo 1.

Organizao do Jri (CPP, art. 425 e 426) :

1) Alistamento de 80 a 1500 pessoas;

2) Publicao e divulgao da lista at o dia 10 de outubro de cada ano;

3) Publicao definitiva ( alterada de ofcio ou mediante reclamao de qualquer do povo, ou no) at o dia 10 de novembro;

4) Verificao dos nomes dos alistados na presena do MP, advogado indicado pela OAB, Defensor Pblico indicado pela Defensoria Pblica;

5) Urna geral fechada a chave, sob a responsabilidade do juiz presidente;

6) Intimao do MP, OAB, e Defensoria Pblica para acompanhar o sorteio dos jurados que atuaro na reunio peridica; 7) Sorteio de 25 nomes a portas abertas, cdulas tiradas pelo juiz presidente entre o 15 e o 10 dia til antecedente instalao da reunio(CPP, art. 433);

8) Convocao dos jurados para comparecerem no dia e hora designados para a reunio, oportunidade em que sero transcritos no expediente os artigos 436 a 446(direitos e deveres);

9) Fixao na porta do Tribunal do Jri da relao dos jurados convocados, nomes dos acusados e dos procuradores das partes, local, data e hora das sesses de instruo e julgamento;

10) Edital e intimao.

5) Instalao de Sesso e Das ausncias:

- CPP , art. 453 > No dia e hora designados para a reunio do jri at o momento da abertura, o juiz presidente decidir sobre os casos de iseno e dispensa de jurados, o pedido de adiamento do julgamento e mandar consignar em ata;

a) MP : Ausncia justificada: Adiamento do julgamento para o primeiro dia desimpedido da mesma sesso peridica e cientifica as partes e testemunhas (CPP, art. 455) . - Ausncia injustificada - O juiz faz adiamento, comunicando ao procurador geral a data designada para a nova sesso (CPP, art. 455 U); b) Advogado do Acusado - Ausncia justificada: Adiamento do julgamento para o primeiro dia desimpedido da mesma sesso peridica e cientifica as partes e testemunhas (analogia com art. 455);

Ausncia injustificada do defensor do ru ser imediatamente comunicada a OAB, com a data designada para a nova sesso, obedecendo ao prazo mnimo de dez dias (CPP, art. 456) . No havendo justificativa para a falta, o julgamento ser adiado somente uma vez e o juiz intima a defensoria pblica para o novo julgamento ( 1 ).

c) Advogado da Acusao acusador particular (Querelante) No ser adiado o julgamento conforme se depreende do art. 457 CPP. Se a ao privada subsidiria ocorre perempo querelante perde direito de prosseguir na ao. No ocorre causa extintiva da punibilidade, reassumindo o MP como parte principal - no adia;

Obs. > Ao Privada Exclusiva conexa com a ao penal pblica;

No adia o julgamento > extino da punibilidade pela perempo, procedendo ao julgamento pela Ao Pblica.

d) Assistente No ser adiado, pois o assistente apenas um auxiliar da acusao e a sua ausncia no prejudica a realizao do julgamento(CPP, art. 457);

e) Ru Solto No ser adiado o julgamento, desde que tenha sido regularmente intimado> Antes da mudana da lei processual, diferenciava-se a ausncia quanto a qualidade da pena (crime afianvel no necessitava da presena do ru e em sendo inafianvel, sua presena era imprescindvel), mas O STJ, diante do direito constitucional do silncio, decidia que o julgamento poderia ser realizado na sua ausncia quando, regularmente intimado, deixasse de comparecer na data aprazada. A Doutrina recomendava decretao da priso preventiva. OBS Nas ausncias citadas no art. 457 do CPP (ru solto, assistente ou advogado do querelante intimado regularmente) no ser feito o adiamento, mas se houver requerimento ou fora maior superveniente, entendo que ficar a justificativa a apreciao do juiz presidente, conforme se depreende do 1;

f) Ru Preso Adia-se o julgamento somente se no houver requerimento de dispensa de comparecimento assinado pelo ru e seu defensor (CPP, art. 457 2). Caso contrrio sua presena obrigatria.

g) Testemunha : sem justa causa > multa (1 a 10 s.m.) mais processo penal por desobedincia ( CPP, art. 458 e 436 2 ) - Possibilidade de conduo coercitiva ; com justa causa > no adia o julgamento, exceto a arrolada com a clusula de imprescindibilidade de seu depoimento, com indicao de seu paradeiro com antecedncia necessria intimao (CPP, art. 461);

- CPP, art. 461 1 - testemunha imprescindvel Juiz adia o julgamento e determina a conduo coercitiva. - CPP, art. 461 2 obs. se a testemunha no foi encontrada no local indicado no adia novamente o julgamento. No conseguindo o intento de conduzir coercitivamente a testemunha imprescindvel para o dia designado, proceder-se- ao julgamento.

- defeso ao juiz dispensar o depoimento sob a considerao que seria renovao intil do anterior prestado no juzo de admissibilidade da acusao. nulo o julgamento assim realizado.

- As testemunhas em servio do jri no podero ter descontos em seu salrios

- H nulidade do julgamento se no foi efetuada a regular notificao da testemunha arrolada com a clusula de imprescindibilidade e o julgamento se realizou sob protesto da parte (acusao ou defesa - cerceamento ).

- As testemunhas sero colocadas em lugar onde uma no possa ouvir os depoimentos das outras.

6) Formao do Conselho de Sentena (CPP, art 462 e seguintes) - Resolvidas as ausncias e os casos de adiamento, o presidente verifica se a urna contm os 25 jurados sorteados, mandando o escrivo fazer-lhes a chamada.

- O juiz declara instalada a sesso, se presentes no mnimo 15 jurados, computados os jurados impedidos e suspeitos e o oficial de justia faz o prego, certificando nos autos (CPP, art. 462 e 463);

- Se no houver o nmero mnimo, o juiz procede ao sorteio dos suplentes, os quais tero seus nomes consignados em ata; o juiz determina a convocao dos suplentes, e designa nova data para a sesso do jri;

- O no comparecimento do jurado, sem justa causa resulta em multa a ser aplicada pelo juiz e dever constar da ata - CPP, 442;

Obs. : CPP, art. 446 - aplica-se aos suplentes os dispositivos referentes s dispensas, faltas, escusas e equiparao de responsabilidade penal prevista no CPP, art. 445;

- Causas de suspeio, impedimento e incompatibilidade de jurados (CPP, arts. 448 a 452);

a) Atos realizados pelo juiz antes do sorteio dos membros do conselho (CPP< art. 466 e 467):

-Esclarec-los- sobre os impedimentos, suspeio e as incompatibilidades constantes nos arts. 448 e 449 do CPP. Em caso de impedimentos, servir o que tiver sido sorteado em primeiro lugar.-Adverti-los- sobre a incomunicabilidade (dever ser certificada nos autos pelo oficial de justia) em caso de serem sorteados e as conseqncias de sua quebra (que uma vez sorteados no podero comunicar-se com outrem, nem manifestar sua opinio sobre o processo, sob pena de excluso do Conselho e multa)Recusas > Verificado que a urna contm as cdulas pertinentes aos jurados presentes e aps as advertncias, o juiz passa a sortear os 7(sete) nomes que devero compor o Conselho. Nessa oportunidade ( a defesa, depois a acusao ) poder recusar at 3 jurados cada uma, sem dar os motivos (CPP, art. 468) - Recusas Peremptrias. As partes podero ainda, suscitar impedimentos e /ou suspeio de qualquer jurado. (Forma art. 106 CPP ); CPP , art. 460 > se o jurado negar o impedimento e/ou suspeio alegada e o juiz no se convencer, ser ele includo no Conselho, devendo tudo ser constado na ata.

Obs. dois ou mais rus > As recusas podero ser feitas por um s defensor (CPP, art. 469). Haver separao do julgamento somente se no for obtido o nmero mnimo de 7(sete) jurados para compor o Conselho, realizando-se, por primeiro, o do ru a quem foi atribuda a autoria do fato. Se os acusados for co-autores, utiliza-se a regra do art. 429 do CPP .

Desacolhida argio de impedimento, suspeio ou incompatibilidade de juiz ou outrem, o julgamento no ser suspenso, mas dever constar da ata o seu fundamento e deciso (CPP, art. 470)

Obs. os jurados excludos por impedimento ou suspeio sero computados para o nmero legal. Se comparecerem 17 jurados e 4 estiver impedido, far-se- o julgamento, embora o nmero legal seja 15. Se em conseqncia das recusas, impedimentos e suspeio no houver nmero para a formao do Conselho de Sentena, o julgamento ser adiado para o primeiro dia desimpedido, devendo nesse caso, proceder-se ao sorteio dos suplentes.

O mesmo Conselho poder conhecer de mais de um processo na mesma sesso de julgamento, desde que as partes o aceitem, devendo prestar novo compromisso.

CPP, art. 472 - Formado o Conselho, dever ser feita a seguinte exortao: Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa deciso de acordo com a vossa conscincia e os ditames da justia . A seguir o juiz proceder a chamada individual ( nominal ) de cada jurado, que responder: Assim o prometo .

Em seguida, conforme determinao do art. 472 U, o jurado receber cpias da pronuncia ou se for o caso, das decises que julgaram admissvel a acusao e cpia do relatrio do processo.7) Da instruo em Plenrio (CPP, art. 473

a) Ofendido e testemunhas:

- A ordem das declaraes do ofendido e a inquirio das testemunhas na instruo se assemelha com a primeira fase;

- Conforme se depreende do art. 473, o juiz presidente, MP, assistente, querelante e o defensor do acusado tomaro as declaraes do ofendido direta e sucessivamente; depois nesta mesma ordem inquiriro as testemunhas de acusao;

a) -Se for testemunhas de defesa, o defensor do acusado formular as perguntas antes do MP e do assistente; Oitiva das testemunhas (acusao / defesa / e arroladas pelo juiz de ofcio)

1) Testemunhas de acusao - permite-se no Procedimento do Jri, que aps o juiz, inquira diretamente as testemunhas de acusao, sucessivamente o acusador, o assistente, o advogado do ru e por fim, os jurados que o quiserem. A lei exige a intermediao para o jurado;

2) Testemunhas de defesa - o juiz , o advogado do ru, o acusador particular, o promotor, o assistente que o quiserem inquiriro diretamente as testemunhas de defesa. Para os jurados a lei exige a intermediao- Os jurados podero formular perguntas atravs do juiz presidente ao ofendido e testemunhas;

-As acareaes, reconhecimento de pessoas e coisas, esclarecimentos de peritos, leitura de peas tratadas no art. 473 3 podero ser requeridas pelas partes e pelos jurados;Obs. Acareao CPP, art. 470 - possvel em plenrio; Obs. CPP, art. 229. As testemunhas devero aguardar no local prprio as determinaes do juiz presidente, pois podero ser reinquiridas a pedido das partes, sendo novamente chamadas e compromissadas.

b) Interrogatrio:

- O juiz proceder ao interrogatrio do ru ( no pode o juiz limitar-se a ler, em plenrio o interrogatrio por ele prestado na instruo criminal, constituindo tais procedimentos irregulares, nulidade substancial do julgamento ).

Obs. A falta de assinatura no termo de interrogatrio, porm, no anula o julgamento se comprovado que foi o ru interrogado. (CPP, art. 191). Dois ou mais rus devem ser interrogados separados; No causa nulidades a recusa do ru em falar, pois o silncio uma garantia constitucional ;

- Observada a ordem estipulada no art. 474, o MP, assistente, querelante e defensor podero formular perguntas ao acusado diretamente;

- O jurado pode formular perguntas ao ru, pois o julgamento est afeto a ele, mas as perguntas sero intermediadas pelo juiz;

Observao Os depoimentos e o interrogatrio sero registrados por meios de gravao ou similar e a degravao constar dos autos (CPP, art. 475);

c) Dos Debates ( CPP , art. 476 a 481 ):

- A fase dos debates em plenrio se constitui de acusao e defesa (obrigatria) e rplica e trplica (facultativa CPP, art. 476 4).

a) Fala em 1 lugar o MP ou acusador particular nos limites da pronncia, sustentando se for o caso, a existncia de agravantes ( CPP, art. 476 ).

Tempo uma hora e meia (CPP, art. 477)O promotor expor:

Pretenso punitiva nos limites da pronncia ou similar;

Argumentos que demonstrem a procedncia da pretenso;

No est obrigado a pedir condenao ( pode transmitir sua convico pela absolvio ) . Obs. O pedido de absolvio do promotor, no impede que o assistente da acusao pleiteie a condenao do ru. Em qualquer circunstncia diante da imposio da sentena de pronncia, os quesitos da acusao devem ser submetidos votao dos jurados.

Se houver acusador particular > Ao Privada Subsidiria > o MP fala depois deste (CPP< art. 476 2);

Ao Privada Exclusiva > o acusador particular fala depois do MP.

Assistente > fala depois do MP ( CP art. 476 1 );

b) Fala a defesa , finda a acusao por uma hora e meia ( art. 476 3 );

A defesa consiste:

Contrariar oralmente a pretenso punitiva do acusador;

Obs.: Estatuto do Advogado arts. 3 e 4 > profissional, no pode ser proferida por Estagirio Acadmico ;

No pode concordar com a acusao em todos os seus termos ( nulidade julgamento. CPP, art. 564 , III , L ) ;

Poder pleitear desclassificao para delito menos grave, excluso de qualificadoras e agravantes;

Apresentar teses incompatveis entre si , de modo alternativo ( negativa de autoria e legtima defesa , p. ex. : teses inconciliveis no geram nulidades e sim respostas contraditrias dadas a elas. )

Obs.: No gera nulidade, a conduta do defensor que abraa outra tese que julgar conveniente, abstendo-se da tese defendida pelo acusado em seus interrogatrios.

Rplica CPP, art. 476 4 > Faculdade da acusao: Facultativa ( complemento da manifestao anterior, nos limites da pronncia ) ;

Tempo legal uma hora ( art. 477 CPP ) um ou mais acusador ;

Mais de um ru eleva-se o tempo ao dobro;

Obs. : Na rplica podem ser novamente reinquiridas as testemunhas (CPP, 476 4) ;

Trplica CPP , art. 476 4 :

Faculdade de defesa, porm sua ausncia no pode ser considerada cerceamento de defesa. H entendimento que no pode ser apresentada tese defensiva nova por ofensa ao contraditrio (h opinies contrrias);

Tempo legal uma hora ( um ou mais defensor );

Mais de um ru trplica ser de 2 horas;

Obs.: antes do incio da trplica, pode a defesa reinquirir testemunha.

Observaes quanto ao tempo:

CPP, art. 476 e 477 mximo de 2 horas e meia ( defesa e acusao )

CPP, art. 477 1 - mais de um acusador ou defensor: combinam o prazo ou o juiz marca;

Dois ou mais rus ser acrescido uma hora para as partes . Observe os absurdos a que se pode chegar com a diviso do tempo: Pense um processo em relao a 10 rus com defensores distintos, cada um disporia de 15 minutos para a defesa e de 12 para a eventual trplica. ( Violao ao Princpio da Ampla Defesa ? Seria justo diminu-lo ( o prazo ) se houver um litisconsrcio passivo com defensores distintos ? Tourinho diz que deveria dividir somente o acrscimo e dar a cada defensor o prazo para o debate obrigatrio.

Os debates so orais, nada impedindo que as partes leiam em plenrio o que pretendem dizer.

- Apartes so garantidos pelo CPP. Art. 497, XII, inovao trazida pela Lei 11689/08, sob a regulamentao do juiz presidente. O tempo utilizado nos apartes que no podero exceder a trs minutos, ser acrescido na sustentao oral da parte que estava com a palavra. Os jurados e as partes podero pedir esclarecimentos ao orador atravs do presidente (CPP, art. 480);

Estipula o art. 478, que durante os debates as partes no podero se referir a deciso de pronncia, as decises posteriores que julgaram procedente a acusao ou ao uso de algemas... , ao silncio do acusado ou ausncia de interrogatrio por falta de requerimento, em seu prejuzo;

CPP, art. 480 1 ( o objetivo dos debates esclarecer os fatos aos jurados);

- Leitura de documento juntada anterior - 03 dias antes (CPP, art. 479 )

Encerramento dos debates ( 480 ): Juiz verifica se os jurados precisam de esclarecimento > Resposta Afirmativa - Esclarecimentos sobre questo de fato sero feitos pelo juiz presidente ( CPP, art. 480 1 e 2 ); Em caso de impossibilidade de realizar imediatamente diligncias requeridas pelas partes ou jurados, o juiz dissolver o Conselho, determinar a realizao das diligncias e realizar o julgamento em outro dia com outro conselho (CPP, art. 481);

d) Provas Novas :

- Quando surgirem novas provas, vejamos :

A lei permite a produo de novas provas durante o julgamento desde que requeridas tempestivamente e cientificada com antecedncia a parte contrria. Cuida-se evitar surpresas j que o sistema contraditrio faculta sempre parte adversa a contraprova a fim de que o julgador, no caso o tribunal do jri, possa livremente apreciar todos os elementos probatrios.

Obs.: CPP, art. 479 Neste trduo previsto conta-se como dia do comeo aquele no qual foi despachada ou protocolada a petio instruda com as peas , cuja leitura se pretenda fazer em plenrio do tribunal do jri ; no se aplicando ao prazo a regra do 1 do art. 798 do CPP incluindo-se, o dia do comeo.

- Compreende-se nesta proibio :

a) Leitura de jornais ou qualquer escrito ( que versa sobre matria de fato do processo ) ;

b) Apresentao de armas , instrumentos do crime e qualquer outro meio de prova que possa causar surpresa outra parte ( antecedentes da vtima ou das testemunhas, laudo pericial de caso anlogo, memoriais , etc. );

c) permitida a leitura de livros, obras tcnicas, doutrina, jurisprudncia, bem como de reportagens, artigos, jornais, desde que sobre fatos genricos;

OBS - A violao desta regra constitui nulidade relativa, exigindo-se argio oportuna, isto , formulada logo em seguida, e efetiva comprovao de prejuzo.

Obs.: Em sentido amplo, documento a materializao do pensamento humano aplicado s artes, s cincias ou s relaes do Estado com os indivduos e dos indivduos entre si, abrangendo todos os modos de captao de manifestao do intelecto humano. Compreende tambm os monumentos, pinturas, marcas, armas , objetos que servem para provar uma verdade.

O dispositivo objetiva proteger o princpio da igualdade entre as partes no plenrio do jri, evitando surpresas e impedindo cerceamento da acusao ou da defesa.

e) Formulao dos Quesitos :

- O tema formulao de quesitos sofreu considervel alterao com a reforma processual introduzida atravs da lei 11689/2008. O objetivo da reforma foi simplificar a formulao e o entendimento dos quesitos para que os jurados julgassem com mais facilidade os fatos. - Os jurados sero questionados sobre a matria de fato e se o acusado deve ser absolvido (CPP, art. 482)

- Os quesitos sero redigidos em proposies afirmativas, simples e distintas, podendo cada um deles ser respondido com clareza e preciso. O juiz na elaborao dos quesitos levar em conta o fato delituoso e suas circunstncias, observando os termos da pronncia, interrogatrio e das alegaes das partes ( CPP , art. 482 u).

Impe o art. 483 do CPP, que os quesitos devem guardar a seguinte ordem:

1 - o pertinente materialidade do fato delituoso ( Aqui se deve fazer quesito sobre Nexo de Causalidade);

2 - a autoria e participao ( se for o caso, elaborar quesito sobre falta de dolo-culpa tentativa e desclassificao) ;

3 - se o acusado deve ser absolvido;

4 - se existe causa de diminuio de pena alegada pela defesa;

5 - se existe circunstncia qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na pronncia ou em decises posteriores que julgaram admissvel a acusao;

- (CPP, art. 483 1 e 2 ) Se mais de trs jurados responderem negativamente aos quesitos referidos no inciso I e II do caput do art. 483 (materialidade e autoria ou participao), encerra-se o julgamento e absolve-se o ru. Se mais de trs jurados responderem positivamente aos quesitos referidos, ser formulado aos jurados o seguinte quesito: O acusado dever ser absolvido? (esta pergunta abrange todas as teses de defesa apresentadas);- Caso os jurados decidam pela condenao, determina o art. 483 3 do CPP, que o julgamento prosseguir, devendo ser formulados os quesitos sobre as causas de diminuio de pena alegadas pela defesa e as circunstncias qualificadoras ou causas de aumento de pena, reconhecidas na pronuncia, ou decises posteriores que admitiram a acusao;

- Se durante os debates foi sustentada a desclassificao da infrao para outra de competncia do juiz singular, ser elaborado quesito pertinente aos jurados, a ser respondido depois do 2 ou 3 quesito(CPP, art. 483 3 );

- Se durante os debates foi sustentada a forma tentada do crime e havendo divergncias sobre a tipificao, o juiz formular quesito acerca da questo, a ser respondido aps o 2 quesito( 5 )Ateno Se o fato a ser analisado tem mais de um crime e mais de um acusado, formular-se- os quesitos em sries distintas (CPP, 483, 6 )

Obs. o Tribunal exerce um controle bem acentuado sobre as suas decises e tal controle se faz no campo da formulao dos quesitos ( Quesito mal formulado um dos motivos de nulidade de decises do Tribunal do Jri . )

Os jurados respondem monossilabicamente, motivo pelo qual devem os quesitos ser formulados em proposies simples, de molde a lhes permitirem a compreenso das perguntas e sem que haja possibilidade de impedir a real enunciao dos seus pensamentos.

Obs. conduta do art. 484 Leitura dos Quesitos / Nota / Explicao / Reclamaes. ( com explicao da significao legal de cada um, esclarecendo conseqncias das respostas afirmativas e negativas de cada um ) ; consulta as partes se tem reclamaes ou requerimentos a fazer.

Os tribunais no admitem a anteposio de quesitos sobre qualificadoras aos defensivos. Smula 162 do STF : " absoluta a nulidade do julgamento pelo jri, quando os quesitos de defesa no precedem os das circunstncias agravantes"

Obs. os jurados podem julgar outros crimes alm dos dolosos contra a vida CP, art. 78.

f) Votao:

- Caso na comarca no tenha sala prpria para a votao, o juiz deve anunciar o julgamento e determinar que o pblico deixe a sala, permanecendo o juiz presidente, os jurados, o MP, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivo e o oficial de justia. (CPP, art. 485). Nesta oportunidade, o juiz advertir que far retirar da sala quem se portar de forma inconveniente, pois no ser aceita qualquer interveno que possa perturbar a livre manifestao do conselho.- CPP, art. 486 - distribuio de cdulas > duas urnas, sendo uma da votao e outra das sobras. O oficial de justia recolher em urnas separadas as cdulas dos votos e as sobras;

- CPP, art. 480 3 > consulta dos autos pelos jurados.

- Distribudas as cdulas, o juiz l o quesito que deve ser respondido, e um oficial de justia as recolhe com os votos dos jurados, e depois, as no utilizadas;

- CPP, art. 488 o juiz verifica os votos em voz alta, determinando ao escrivo o registro no termo da votao de cada quesito e o resultado do julgamento. Quando chegar no quarto voto positivo ou negativo, passa a outro quesito.

- (CPP, art.. 489) As decises do jri so tomadas por maioria dos votos.

CPP, art. 490 Contradio nas respostas .

CPP, art. 490 U Quesitos prejudicados tem que ser declarado pelo juiz.

CPP, art. 491 Termo de Votao Especial: o termo a que se refere o art. 488, assinado. Finda a votao, inscreve-se o resultado da votao de todos os quesitos, com o nmero de votos afirmativos e negativos > A ausncia acarreta nulidade do julgamento; se no ficar registrado o nmero de votos positivos e negativos ( nulo ). Se no vier rubricado pelos jurados, pelo presidente e pelas partes.

Obs. Possibilidade ou no da coexistncia de homicdio qualificado e privilegiado (aplicao conjunta dos 1 e 2 do art. 121 do CPB) : Predomina a opinio de que existe possibilidade legal da coexistncia de circunstncias qualificadoras objetivas com homicdio privilegiado que sempre se refere a circunstncias subjetivas. Pacfica a impossibilidade de homicdio privilegiado e qualificado por circunstncias subjetivas. Afirmada a minorante, o quesito da qualificadora estaria prejudicado. Qualificadoras objetivas com o homicdio privilegiado ( sempre se refere a circunstncia subjetivas ) . Ateno: Na hiptese de os jurados considerarem o homicdio privilegiado tambm qualificado por circunstncia objetiva, deve prevalecer reduo da pena pelo primeiro, segundo a jurisprudncia dominante.

b) Sentena > CPP, art. 492:

a) Condenatria - Desde que o Conselho de Sentena julgue procedente a acusao, cumpre ao juiz presidente prolatar a sentena Condenatria, observando as diretrizes traada pelo art. 492, I, a f ( fixa a pena base, considera as circunstncias agravantes e atenuantes alegadas nos debates, impor os aumentos e diminuies reconhecidas pelo jri, observar as demais disposies do art. 387, Se estiverem presentes os requisitos da priso preventiva mandar o acusado recolher-se a priso, estabelecer os efeitos da condenao).

Obs. - O juiz deve fundament-la , salvo quanto s concluses que resultaram das respostas dos quesitos (o juiz reporta as concluses as quais chegou o Conselho de sentena ) ; quanto aplicao da pena, atenuantes e agravantes, deve fundament-la ( CP, art. 68 ).b) Absolvio : (CPP, art. 492, II) O juiz presidente apenas reporta-se a deciso dos jurados, determinando seja o ru colocado em liberdade, revoga as medidas provisoriamente decretadas e impe a medida de segurana, se cabvel; Se a absolvio for imprpria - CP, art. 26, caput ( reconhecida a inimputabilidade ), o juiz impor medida de segurana - CPP, art. 492, II,.c.

d) Desclassificao (CPP< art. 492 1 e 2 ):

- Desclassificao Prpria - Quando os jurados desclassificam o crime para no doloso contra a vida, sem, no entanto, afirmar qual o novo delito. Ex: Na tentativa de homicdio os jurados negam o quesito referente ao "animus necanti", mas no dizem qual foi o crime cometido. Neste caso, o juiz presidente assume a capacidade decisria sobre o fato sem estar condicionado a manifestao do Conselho de Sentena, podendo absolver ou condenar por qualquer crime, desde que no seja doloso contra a vida.

- Desclassificao Imprpria - Quando os jurados desclassificam o crime para no doloso contra a vida, afirmando qual o novo delito no doloso contra a vida que foi cometido. Ex. - Acolhem a tese levantada pela defesa de que o crime foi cometido por imprudncia, afirmando tratar-se de homicdio culposo. Neste caso, o juiz est vinculado definio legal dada pelo Jri.

- Ateno - Segundo a lei 9099/95, em caso de desclassificao prpria, o juiz presidente no mais julga o crime imediatamente. Dever proferir a sentena, declarando apenas que os jurados desclassificaram o crime doloso contra a vida, deixando transcorrer o prazo para apelao. No havendo apelao, o juiz presidente aplicar o procedimento da lei 9099/95. Isso tambm pode ocorrer no caso de desclassificao imprpria.

Observaes:

- Para outra infrao de competncia do juiz singular > juiz presidente julga ( CP, art. 492 1 ) ;

- Para outra infrao de competncia do Juizado Especial > na sentena o juiz registra a desclassificao sem aplicar pena. Aps o T e J da sentena, remete ao juizado Especial Criminal , onde ser observada a Lei 9.099/95(transao penal, por exemplo) .

Um crime de competncia do jri conexo com outro ou outros crimes da competncia do juiz singular, se o Conselho de Sentena decidir pela desclassificao para outro que no se inclua na sua competncia , o juiz presidente julga (CPP, art. 492 2 ).

STF - "Desclassificada pelo Tribunal do Jri, a tentativa de homicdio para leses corporais, a competncia para o julgamento , tanto desse crime remanescente quanto do conexo, de crcere privado , se desloca para o juiz presidente..."(RTJ, 101/997)

Capez diz que, se no entanto, o jri absolver o ru da imputao principal , continuar competente para julgar os crime conexos, pois se absolveu , porque entendeu que tinha competncia para o crime doloso contra a vida.

A sentena prolatada de acordo com as respostas proferidas pelos jurados, havendo nulidade se for contrria ao termo de votao dos quesitos, devendo ainda, ser lida pelo juiz, de pblico, antes de encerrada a sesso do julgamento.

Obs. art. 596 > apelao no impede a liberdade do ru. OBS Antes de encerrada a sesso a sentena ser lida pelo presidente (CPP, art. 493)

c) Ata de Julgamento ( CPP , art. 494 ).

- o registro por escrito feito pelo escrivo, em livro prprio, dos trabalhos da sesso de julgamento com meno especial aos fatos e circunstncias referidas nos itens do art. 495 e tambm, s argies das partes e a outros fatos e circunstncias que podem causar a eiva, como a de ser o jurado surpreendido dormindo durante os debates. R. T . 642 / 279 .

- A ata a imagem do julgamento e deve ser aceita , irrestritamente, em sua forma e contedo, salvo a prova convincente de sua inexatido. Em regra, vale como prova de omisso de ato que a lei impe ou da prtica de ato que ela veda. Deve ser assinada pelo presidente e pelas partes.

* A falta da ata sujeita o escrivo a sanes administrativas e penais ( CPP , art. 496 ).

* Pode ocorrer responsabilidade criminal ( CP, art. 319 e 356 ) .

d) Atribuies do Juiz Presidente (CPP, art. 497):

- A presidncia do Tribunal do Jri exercida por um juiz de direito.

- A organizao judiciria pode designar um juiz com a competncia exclusiva para presidir as sesses de julgamento, cabendo as demais funes relacionadas com o processo do jri, inclusive quelas pertinentes organizao do corpo de jurados e a convocao do jri.

- O juzo pode ser exercido por mais de um magistrado, com atribuies funcionais diversas, exigindo-se identidade fsica do juiz apenas na presidncia de cada sesso de julgamento. ( o juiz que der incio a sesso, deve ser o mesmo at o encerramento desta ) .

- Atribuies especficas do art. 497 do Presidente do Tribunal do Jri, dispondo este do poder de polcia, de carter preventivo e repressivo.

I regular a polcia das sesses....

II - requisitar auxlio de fora pblica, inclusive impedido a entrada de arruaceiros

III regular os debates ( CPP, art. 474 ) > ultrapassagem de tempo ; desvirtuamento de julgamento;

IV resolver questes incidentes ( incompetncia de jurados, aplicao de multas de jurados faltosos; aplicao das sanes s testemunhas que no comparecerem;)

V nomear defensor ao ru indefeso ( tal providncia visa salvaguardar o direito de defesa e no fere direito lquido e certo, mesmo de patrono constitudo, ainda que o ru esteja satisfeito com a orientao imposta sua defesa);

VI retirar da sala o ru;

VII - "Suspender a sesso pelo tempo indispensvel execuo de diligncias requeridas ou julgadas necessrias, mantida a incomunicabilidade dos jurados"

VIII - interromper a sesso para repouso ou refeio dos jurados ( pode ocorrer mesmo durante a fala das partes ) ;

IX ( CPP, art. 66 ) em consonncia pode decidir a preliminar de extino da punibilidade.

X resolver as questes de direito que se apresentarem no decurso do julgamento;

Atribuio mais importante do juiz presidente esta no inciso XI, nesta est inserida a determinao oitiva em plenrio de testemunhas no arroladas pelas partes.

XII regular os apartes.

Obs. No obstante o carter pessoal de tais atribuies, no est o juiz presidente impedido de consultar o tribunal sobre alguma providncia, salvo as questes de direito, nem de impedir s partes as observaes que lhe paream teis.

BIBLIOGRAFIA

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