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Procedimento Operacional Padrão POP 004/2018 Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente e Serviço de Controle e Infecção Hospitalar Prevenção de Pneumonia Associada a Ventilação Mecânica (PAV) na UTI Geral Versão 1.0 Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. HU-FURG

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Procedimento

Operacional Padrão POP 004/2018

Setor de Vigilância em Saúde e

Segurança do Paciente e Serviço de

Controle e Infecção Hospitalar

Prevenção de Pneumonia

Associada a Ventilação

Mecânica (PAV) na UTI Geral

Versão 1.0

Hospital Universitário

Dr. Miguel Riet

Corrêa Jr.

HU-FURG

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Procedimento

Operacional Padrão

POP 004/2018

Serviço de Vigilância em Saúde e

Segurança do Paciente e Serviço de

Controle e Infecção Hospitalar

Prevenção de Pneumonia

Associada a Ventilação

Mecânica (PAV) na UTI Geral

Versão 1.0

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Material produzido pelo Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente e Serviço de

Controle e Infecção Hospitalar / Ebserh.

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte e sem fins comerciais.

Este documento será revisado a cada dois anos e atualizado sempre que necessário.

EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DR. MIGUEL RIET CORRÊA JR - HU-FURG

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ministério da Educação

POP: Prevenção de Pneumonia Associada a Ventilação Mecânica (PAV) na UTI Geral – Rio

Grande: Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. da Universidade Federal do Rio Grande

(HU-FURG), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), 2018. 16p.

Palavras-chaves: 1 – POP; 2 – PAV; 3 – UTI Geral

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EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DR. MIGUEL RIET CORRÊA JR - HU-FURG

Rua Visconde de Paranaguá, 102 – Centro

Rio Grande/RS – CEP: 96200-190

Telefone: (53) 3233.8800 | http://www.ebserh.gov.br/web/hu-furg

ROSSIELI SOARES DA SILVA

Ministro de Estado da Educação

KLEBER DE MELO MORAIS

Presidente

SANDRA CRIPPA BRANDÃO

Superintendente do HU-FURG

TOMÁS DALCIN

Gerente Administrativo do HU-FURG

FÁBIO AGUIAR LOPES

Gerente de Atenção à Saúde do HU-FURG

MARILICE MAGROSKI GOMES DA COSTA

Gerente de Ensino e Pesquisa do HU-FURG

EXPEDIENTE

GERSON SALLES MACHADO

Elaboração

TALITA WERNER

Revisão técnica

ADRIANE FREITAS DA SILVA

Revisão Ortográfica

UNIDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Produção

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HISTÓRICO DE REVISÕES

Data Versão Descrição Gestor do POP Autor/responsável por

alterações

16/05/2018 1.0

Prevenção de Pneumonia

Associada a Ventilação

Mecânica (PAV) na UTI

Geral

Gerson Salles Machado Gerson Salles Machado

Talita Werner

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3

2. O QUE É UM BUNDLE? ............................................................................................ 3

3. OBJETIVO DO BUNDLE ........................................................................................... 3

4. METAS ......................................................................................................................... 3

5. MEDIDAS ESPECÍFICAS RECOMENDADAS PARA PREVENÇÃO DE

PNEUMONIA .................................................................................................................. 4

5.1. Manter decúbito elevado (30- 45°) ............................................................... 4

5.2. Adequar diariamente o nível de sedação e teste de respiração espontânea .. 5

5.3. Aspirar a secreção subglótica rotineiramente ............................................... 5

5.4. Fazer a higiene oral com antissépticos ........................................................ 6

6. COMPONENTES DO BUNDLE ................................................................................. 6

6.1. MANTER DECÚBITO ELEVADO (30- 45°) ............................................ 6

6.2. ADEQUAR DIARIAMENTE O NÍVEL DE SEDAÇÃO E TESTE DE

RESPIRAÇÃO ESPONTÂNEA ......................................................................... 7

6.3. ASPIRAR A SECREÇÃO SUBGLÓTICA ROTINEIRAMENTE ............. 8

6.4. FAZER A HIGIENE ORAL COM ANTISSÉPTICOS .............................. 9

7. OUTRAS MEDIDAS DE PREVENÇÃO .................................................................... 9

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 13

9. ANEXOS .................................................................................................................... 14

9.1. Anexo 1 - Protocolo de Despertar Diário em UTI ..................................... 14

9.2. Anexo 2 – Escala de Rass........................................................................... 15

9.3. Anexo 3 - Farmacologia das medicações .................................................. 16

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1. INTRODUÇÃO

A pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) é uma das complicações mais

importantes em unidades de terapia intensiva compondo 85% das pneumonias nosocomiais. Dados

mostram que a pneumonia é a segunda infecção nosocomial e a mais comum em UTI, com taxas

que variam de 9 a 40% das infecções e está associada a um aumento no período de hospitalização

e índices de morbimortalidade, repercutindo de maneira significativa nos custos hospitalares.

As mortalidades globais nos episódios de pneumonia associada à ventilação mecânica

variam de 20 a 60%, refletindo em grande parte a severidade da doença de base destes pacientes,

a falência de órgãos e especificidades da população estudada e do agente etiológico envolvido.

Estimativas da mortalidade atribuída a esta infecção variam nos diferentes estudos, mas

aproximadamente 33% dos pacientes com PAV morrem em decorrência direta desta infecção.

Tendo o conhecimento que a PAV traz consequências nefastas para o paciente (aumento

da permanência, aumento substancial do risco de morte) e para o hospital (impacto sobre o custo

do paciente, gerando grande prejuízo), é preciso buscar medidas de prevenção a esta implicação.

Adiante, baseado na Campanha 5 Milhões de Vidas do Institutes for Healthcare

Improvement (IHI) (2008) foi elaborado um pacote de medidas (Bundle) de PAV com o objetivo

de reduzir a incidência de PAV nas UTIs.

Os quatro primeiros itens deste POP formam um Bundle e deverão ser seguidos e

monitorados para verificar a adesão e produzir indicadores para melhorias. As demais

recomendações fazem parte do protocolo de prevenção de PAV e também devem ser implantadas

para uma assistência de qualidade.

2. O QUE É UM BUNDLE?

Conjunto de boas práticas que, quando implementadas em conjuntos, resultam em redução

da incidência de eventos adversos.

3. OBJETIVO DO BUNDLE

Diminuir a densidade de incidência de PAV na UTI Adulto.

4. METAS

Diminuir a densidade de incidência de PAV na UTI Adulto e na UCO em 30% em 4 meses

após a implementação de todos os componentes do Bundle.

Implementar os 04 componentes do Bundle até junho de 2018 com adesão mínima de 70%.

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5. MEDIDAS ESPECÍFICAS RECOMENDADAS PARA PREVENÇÃO DE

PNEUMONIA

Estas quatro medidas são fundamentais e devem ser gerenciadas em conjunto com as

posteriormente citadas para a prevenção das pneumonias hospitalares e da mortalidade

relacionadas à ventilação mecânica. A higienização das mãos antes e após o contato com o paciente

é de fundamental importância para a redução das IRAS.

A. Manter os pacientes com a cabeceira elevada entre 30 e 45º;

B. Adequar diariamente o nível de sedação e teste de respiração espontânea;

C. Aspirar a secreção subglótica rotineiramente;

D. Higiene oral com antissépticos (clorexidina veículo oral).

5.1. Manter decúbito elevado (30- 45°)

A VM está associada a altas taxas de pneumonia, pois o tubo endotraqueal inibe

mecanismos de defesa importantes do trato respiratório superior, contribui com a produção e

acúmulo de secreções de orofaringe, inibe mecanismos de tosse efetivos e pode ser uma fonte de

infecção. A colonização da orofaringe e estômago com micro-organismos patogênicos parece

preceder o desenvolvimento da pneumonia associada à ventilação mecânica. A utilização de

bloqueadores dos receptores de histamina para prevenção de úlcera gástrica altera o pH do suco

gástrico, o que facilita a colonização por micro-organismos patogênicos, além da presença da

sonda nasogástrica que facilita o refluxo das bactérias do estômago.

Por estas razões, parece lógico que o posicionamento inadequado do paciente possa

impactar no surgimento da pneumonia. Além disto, o posicionamento do paciente em decúbito

elevado pode favorecer também a ventilação espontânea.

Não há dados suficientes para afirmar que a recomendação de manter pacientes com a

cabeceira elevada em 30 a 45˚ tenha impacto significativo na redução da PAV ou mortalidade

(qualidade de evidência II, segundo a publicação da Society for Healthcare Epidemiology of

America and Cambridge University - SHEA). Porém, em função de ser uma medida simples, de

fácil aplicabilidade, com baixo risco de complicação, nenhum custo e um benefício potencial, no

último compêndio de estratégias de prevenção de PAV, publicado pelo SHEA em 2014, esta

medida, classificada como uma medida básica foi recomendada. Ainda não está claro também, se

a elevação do decúbito apenas a 30° é suficiente, mas parece ser mais aceitável para pacientes com

menor grau de sedação e possibilita maior adesão ao posicionamento adequado.

A utilização do decúbito elevado diminui a incidência de PAV especialmente em pacientes

recebendo nutrição enteral. Outra razão para o acréscimo desta intervenção é a melhoria dos

parâmetros ventilatórios em comparação com a posição supina. Por exemplo, os pacientes nesta

posição apresentam um maior volume corrente quando ventilados com pressão de suporte e

redução no esforço muscular e na taxa de atelectasia.

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Segundo IHI, inúmeras dicas podem ser seguidas para facilitar a implantação desta

intervenção, como exemplo está a inclusão da intervenção na folha de controle da enfermagem e

o estimulo à notificação clínica caso a cama pareça não estar na posição adequada.

5.2. Adequar diariamente o nível de sedação e teste de respiração espontânea

A utilização da menor dose possível de sedação e a avaliação da prontidão do paciente para

a desintubação tem sido correlacionada com a redução do tempo de ventilação mecânica e,

portanto, a uma redução na taxa de PAV. A escolha do tipo de fármacos, intensidade e duração da

sedação estão associadas com o risco aumentado das taxas de eventos que incluem delírio,

imobilidade, infecção, eventos associados à VM, tempo prolongado de ventilação mecânica,

aumento do tempo de internação e morte. A diminuição do nível de sedação, que deve ser buscada

diariamente, e do tempo de sedação podem contribuir para o menor tempo necessário para a

extubação e possivelmente com menor mortalidade. Já a interrupção diária da sedação pode

apresentar alguns riscos, como por exemplo, a extubação acidental, o aumento do nível de dor e

ansiedade levam a possibilidade de assincronia com a ventilação, o que pode gerar períodos de

dessaturação.

Deve ser realizado o questionamento diário sobre a necessidade do suporte respiratório

com VM invasiva. A avaliação das causas que levaram ao uso da prótese mecânica e a situação do

paciente podem sinalizar se há condições para submetê-lo ao teste de respiração espontânea. A

adequação do nível de sedação pode contribuir para a suspensão dos sedativos, melhor avaliação

da presença de dor para a suspensão dos opioides utilizados para analgesia, contribuindo assim

para aumentar as chances de colocar o paciente em teste de respiração espontânea. Estas ações

contribuem para maior sucesso na retirada de prótese ventilatória. É importante implantar um

protocolo de avaliação diária da sedação, avaliar a prontidão neurológica para desintubação,

incluir precauções para evitar os eventos adversos, tais como maior monitorização e vigilância,

avaliação diária multidisciplinar e implementação de uma escala, a fim de evitar aumento da

sedação.

5.3. Aspirar a secreção subglótica rotineiramente

A presença do tubo endotraqueal em pacientes em ventilação mecânica contribui para o

desenvolvimento de pneumonia. O tubo endotraqueal facilita a colonização bacteriana da árvore

traqueobrônquica e predispõe aspiração da secreção contaminada pela diminuição do reflexo de

tosse, acumulo de secreção acima do balonete (espaço subglótico) e a própria contaminação do

tubo.

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5.4. Fazer a higiene oral com antissépticos (solução oral de clorexidine 0,12%)

A importância dos cuidados bucais em pacientes sob terapia intensiva tem sido alvo de

inúmeras investigações e os resultados alertam para a necessidade de se implementar diretrizes

adequadas e seguras.

Na última publicação do SHEA (2014), a utilização de clorexidine 0,12% para higiene oral

foi classificada como medida de efeito moderado. Apesar disso, esta medida faz parte do “bundle”

do IHI e quando aplicada em conjunto com outras medidas, parece ter um efeito positivo para

redução de PAV.

6. COMPONENTES DO BUNDLE

6.1. MANTER DECÚBITO ELEVADO (30- 45°)

Indicação

Todos os pacientes internados na UTI Geral que não possuam contraindicação.

Benefícios

Reduz o risco de aspiração de condensado do tubo, de conteúdo gastrointestinal ou

secreção oro/nasofaríngea.

Risco

Comprometimento da integridade da pele devido ao mau posicionamento no leito (ex:

paciente escorregar).

Ação

Manter elevada a cabeceira da cama do paciente em ventilação mecânica entre 30-45 graus.

Executores

Enfermeiros;

Técnicos de Enfermagem;

Fisioterapeutas;

Médicos;

Fonoaudiólogos.

O que fazer

Manter a cabeceira do leito entre 30 e 45º exceto pacientes com contraindicações.

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Avaliação do Processo

Diariamente: todos os profissionais da UTI;

De segunda a sexta; Enfermeira da SCIH juntamente com o enfermeiro e/ou médico da

UTI.

6.2. ADEQUAR DIARIAMENTE O NÍVEL DE SEDAÇÃO E TESTE DE

RESPIRAÇÃO ESPONTÂNEA (utilizar o protocolo ANEXO1)

Indicação

Todos os pacientes sedados em uso de Ventilação Mecânica.

Contraindicação

Ventilação difícil ou com parâmetros desfavoráveis (PEEP elevado, etc;)

Pacientes neurocirúrgicos com indicação de sedação protetora.

Benefícios

Reduz o acúmulo de sedativos;

O paciente estará sempre pronto a ser extubado quando as condições permitirem;

Diminuição do tempo em ventilação mecânica;

Diminuição do tempo de internação.

Riscos

Extubação acidental;

O aumento do nível de dor e ansiedade;

Dessaturação devido elevação do tônus muscular e baixa sincronia com o ventilador.

Ação

Realizar interrupções diárias da sedação até o paciente mostrar-se acordado e capaz de

seguir instruções, ou apresentar agitação e desconforto requerendo reintrodução da

sedação. A sedação deverá ser reiniciada caso o paciente não consiga evoluir o desmame

da ventilação.

Caso este item seja contraindicado, o médico deverá justificar o motivo na folha de

evolução clínica.

Executores

Médicos: Indicam a interrupção pela manhã;

Enfermeiros/técnicos de enfermagem: interrompem a sedação e monitoram a atividade

motora;

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Fisioterapeutas: monitoram os parâmetros ventilatórios, atividade motora e realizam o teste

de respiração espontânea.

Avaliação do Processo

Diariamente: Médicos, enfermeiros e fisioterapeutas;

De segunda a sexta: Enfermeira da SCIH juntamente com o enfermeiro e/ou médico da

UTI;

Caso este item seja contraindicado o médico deverá justificar o motivo na folha de

evolução clínica.

6.3. ASPIRAR A SECREÇÃO SUBGLÓTICA ROTINEIRAMENTE

Indicação

Todos os pacientes entubados ou traqueostomizados que permanecem com o balonete

insuflado.

Contraindicação

Pacientes com lesões em orofaringe que impeçam o procedimento.

Benefícios

Reduz o risco de aspiração de secreção contaminada.

Riscos

Provocar náuseas em pacientes com nível de sedação reduzido.

Ação

Verificar a pressão do balonete utilizando o cufômetro, mantendo a pressão entre 20 e 25

cmH2O antes da aspiração;

Aspirar a secreção subglótica utilizando sonda de aspiração após aspiração do tubo

endotraqueal ou cânula de traqueostomia com balonete insuflado.

Executores

Enfermeiros;

Fisioterapeutas.

Avaliação do Processo

Diariamente: Fisioterapeutas e enfermeiros;

De segunda a sexta: Enfermeira da SCIH juntamente com o enfermeiro e/ou fisioterapeuta

da UTI.

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6.4. FAZER A HIGIENE ORAL COM ANTISSÉPTICOS (SOLUÇÃO ORAL DE

CLOREXEDINE 0,12%)

Indicação

Todos os pacientes entubados ou traqueostomizados.

Contraindicação

Pacientes alérgicos à Clorexedine.

Benefícios

Reduz a flora bacteriana bucal diminuindo o risco de PAV.

Riscos

Escurecimento dos dentes;

Reações alérgicas ao clorexedine.

Ação

Realizar a limpeza dos dentes e da cavidade oral utilizando gaze embebida em clorexedine

0,12% pelo menos 3 vezes ao dia.

Executores

Técnicos de Enfermagem.

Avaliação do Processo

Diariamente: Enfermeiros;

De segunda a sexta: Enfermeira da SCIH juntamente com o enfermeiro da UTI.

7. OUTRAS MEDIDAS DE PREVENÇÃO

Fazer uso criterioso de bloqueadores neuromusculares

Os BNM estão indicados para a intubação endotraqueal e durante a VM a fim de eliminar

o assincronismo com o respirador em pacientes com insuficiência respiratória grave ou para

reduzir o risco de extubação acidental devido à via aérea instável. Deve-se utilizar de BNM

preferencialmente nas primeiras 48 h nos quadros de Síndrome de Angústia Respiratória Aguda -

SARA com relação PaO2/FiO2 < 150 para manter VM controlada. A utilização de bloqueio

neuromuscular está condicionada a uma sedação profunda, a monitorização adequada do nível de

consciência e do bloqueio neuromuscular.

Complicações associadas ao uso de BNM em UTI podem ser a perda da capacidade de

despertar diária, risco de desconexão do ventilador ou das vias aéreas, efeitos cardiovasculares ou

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autonômicos (ex.: vagolíticos), redução do fluxo linfático, lesão de pele, nervos periféricos,

córnea, entre outros.

Uso criterioso de BNM está limitado às indicações clínicas específicas, como asma grave

e síndrome compartimental abdominal.

Dar preferência por utilizar ventilação mecânica não-invasiva

A VMNI está indicada como estratégia ventilatória para evitar intubação traqueal em um

grupo seletivo de pacientes, bem como parte do processo de desmame, contribuindo com o menor

período de intubação e consequentemente, com a redução do tempo de VM. O uso da VMNI para

evitar intubação, segundo a SHEA, está recomendado com nível de evidência I.

Contraindicações da VMNI estabelecidas pelas diretrizes Brasileiras de VM

Contraindicações absolutas (sempre evitar)

-Necessidade de intubação de emergência;

-Parada cardíaca ou respiratória.

Contraindicações relativas (analisar caso a caso, risco x benefício)

- Incapacidade de cooperar, proteger as vias aéreas, ou secreções abundantes;

- Rebaixamento de nível de consciência (exceto acidose hipercápnica em Doença Pulmonar

Obstrutiva Crônica - DPOC);

- Falências orgânicas não respiratórias (encefalopatia, arritmias malignas ou hemorragia digestivas

graves com instabilidade hemodinâmica);

- Cirurgia facial ou neurológica;

- Trauma ou deformidade facial - Alto risco de aspiração;

- Obstrução de vias aéreas superiores;

- Anastomose de esôfago recente (evitar pressurização acima de 20 cmH2O).

Várias são as vantagens do uso da VMNI, como a manutenção das barreiras naturais de

proteção da via aérea, a diminuição da assistência ventilatória, a necessidade de sedação e o tempo

de internação na UTI.

O uso da VMNI para evitar intubação, segundo a SHEA está recomendado com nível de

evidência I.

Circuito do ventilador

A frequência da troca do circuito do ventilador não influencia na incidência de PAV.

Recomenda-se a troca de circuito entre pacientes, quando houver sujidade ou mau funcionamento

do equipamento.

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Umidificadores

A preferência do sistema passivo de umidificação das vias respiratórias em pacientes

mecanicamente ventilados é devido à facilidade de manuseio e ausência de condensados nos

circuitos, além do relativo baixo custo;

Deve-se substituir o sistema de umidificação quando em mau funcionamento ou com

presença de secreção visível;

Manter o filtro HME em posição verticalizada.

Recomenda-se a troca dos umidificadores passivos a partir de 48 horas, podendo ser

utilizado no máximo até 7 dias.

Sistema de aspiração

Não existe diferença na incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica quando

comparados aos sistemas de sucção aberto ou fechado.

Existe uma possível vantagem do sistema fechado em relação à manutenção da pressão

positiva das vias aéreas. Além disso, este tipo de sistema de aspiração pode ser útil em pacientes

infectados com patógenos multirresistentes ou Mycobacterium tuberculosis reduzindo o contato

do profissional com secreções ou aerossóis contaminados. Recomenda-se a troca do sistema

fechado de aspiração a cada 72 horas

Evitar extubação não programada (acidental) e reintubação

A falha na extubação é definida como a necessidade de reintubação nas primeiras 24 horas

após a retirada da VM. A reintubação aumenta a incidência de PAV, secundária ao aumento do

risco de aspiração da secreção da orofaringe.

Recomenda-se que a retirada do tubo endotraqueal seja realizada quando as condições

clínicas permitirem. A utilização de protocolos de sedação e aceleração do desmame e ventilação

não invasiva auxiliam na decisão, na condução e na melhoria do atendimento.

A monitorização da frequência de extubações acidentais (eventos/100 dias de tubo

traqueal) permite mensurar a qualidade da assistência e orientar os programas de educação

continuada. Toda extubação acidental deve ser notificada no VIGIHOSP.

Monitorizar pressão de cuff

A excessiva pressão do cuff pode comprometer a microcirculação da mucosa traqueal e

causar lesões isquêmicas. Porém se a pressão for insuficiente, pode haver dificuldade na ventilação

com pressão positiva e passagem da secreção subglótica por entre o tubo e a traqueia

(microaspiração).

Recomenda-se, portanto, que a pressão do cuff permaneça entre 20-25cmH20. Assim deve-

se evitar pressões do balonete maiores que 25 cmH2O. O paciente deve estar com a cabeceira

elevada de 30 a 45 º durante a verificação da pressão do cuff, salvo pacientes com contraindicações.

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Cuidados com inaladores e nebulizadores

O cuidado com os inaladores e nebulizadores está diretamente relacionado à manipulação

dos dispositivos e da água utilizada, que são fatores que contribuem para sua contaminação.

Logo recomenda-se sua troca a cada 24 horas. Inaladores, nebulizadores, tendas e

reservatórios devem ser submetidos à limpeza e, no mínimo, desinfecção de nível intermediário.

Para inalação, sugere-se dar preferência às medicações em aerossol em dose única.

Sonda enteral na posição gástrica ou pilórica

O refluxo gastroesofágico pode contribuir para a aspiração de conteúdo colonizado pelas

vias aéreas inferiores e consequente aumento no risco de PAV.

Apesar disso, existem pacientes que se beneficiariam com o uso da sonda em posição pós pilórica,

como pacientes que necessitam de posição prona para ventilação, pacientes queimados e pacientes

com lesão cerebral grave e pressão intracraniana elevada.

M. Outros dispositivos

Respirômetros, sensores de oxigênio e outros dispositivos devem ser desinfetados a cada paciente.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada

à Assistência à Saúde/Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Brasília: Anvisa, 2017.

Diretrizes Brasileiras de Ventilação Mecânica, Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) – 2013:1-

136.

Diretrizes Brasileiras Sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular Associação de Medicina

Intensiva Brasileira (AMIB), 2013;1-24.

Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Higienização das Mãos em Serviços de Saúde.

Brasília:ANVISA, 2007.

SHEA, The society for Healthcare Epidemiology of America for Compendium of Strategies to

Prevent Healthcare-Associated Infections in Acute Care Hospitals,

https://www.shea-online.org/index.php/practice-resources/priority-topics/compendium-of-

strategies-to-prevent-hais . Acessado em 10/04/2018.

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9. ANEXOS

9.1. Anexo 1 - Protocolo de Despertar Diário em UTI

Enfermeiro: Pausa diária da sedação Sempre às 8hs + Registro da infusão (ml/h)

Médico: Avaliar as condições favoráveis para a pausa da sedação na manhã seguinte Utilizar

Escala de Rass (anexo 2)

Fisioterapeuta: monitora parâmetros ventilatórios + teste respiração espontânea

Interrupção diária da sedação

Contra - indicações

1. SDRA

2. TCE/HIC

3. Uso de BNM

4. Agitação

5. Convulsão

6. Abstinência alcoólica

7. Isquemia cardíca

Sempre avaliar a possibilidade de

extubação antes de retomar

sedoanalgesia Quando reiniciar sedoanalgesia:

1. Agitação, ansiedade, dor

2. Hipoxemia (SatO2<

88%)

3. FR>35

Como reinício:

1. Metade da dose da interrupção

2. Ideal: Manter somente analgesia

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9.2. Anexo 2 – Escala de Rass

Avaliação diária da sedoanalgesia:

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SEMPRE:

1. Infusões em BI diferentes

2. Respeitar dose máxima

3. Atentar: solução simples,

concentrada ou PURO

Sedoanalgesia:

1) Analgesia: - Morfina;

- Fentanil;

- Cetamin;

- Dexmedetomidina.

2) Sedação: - Midazolam;

- Propofol;

- Dexmedetomidina.

9.3. Anexo 3 - Farmacologia das medicações

Fármaco Diluição padrão Concentração Início de

ação

Meia-vida Manutenção

Morfina 10amp + 90ml

de SF0,9%

1mg/ml 5-10min 3-4hs 2-30mg/h

Fentanil

2amp + 80ml de

SF0,9%

0,05mg/ml 1-2min 2-4hs 0,7-10mcg/Kg/h

Fenta PURO Não diluir 5amp BIC

Cetamina 1amp + 90ml de

SF0,9%

5mg/ml 5-10min 2-3hs 1-2mg/Kg

Midazolam 2amp + 80ml de

SF0,9%

5mg/ml 2-5min 3-11hs 0,02-0,1mg/Kg/h

Mida PURO Não diluir 5amp BIC

Propofol Não dilui 10mg/ml 1-2min 3-12hs 5-50mcg/Kg/min

Dexmedetomidina

Precedex

2ml (200mcg) +

48ml SF0,9%

5-10min 1,8-3,1h 0,2-0,7mcg/Kg/h

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