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0 Procedimentos Relacionados ao Apoio e Diagnóstico II Habilitação Profissional de Técnico em Saúde Bucal Fotografia em Odontologia Módulo II Tatuí – 2018

Procedimentos Relacionados ao Apoio e Diagnóstico II · As vantagens do emprego da fotografia digital na odontologia são muitas, sendo elas essenciais para a documentação clínica

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Procedimentos Relacionados ao Apoio e Diagnóstico II

Habilitação Profissional de Técnico em Saúde Bucal

Fotografia em Odontologia

Módulo II Tatuí – 2018

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Conteúdo 1. Fotografia Digital na Odontologia ................................................................................... 2

1.1 As vantagens das fotografias digitais são: ....................................................................... 2

1.2 As desvantagens são: ....................................................................................................... 2

2. Macrofotografia .................................................................................................................. 3

2.1Objetiva Macro ................................................................................................................... 4

2.2Megapixel ........................................................................................................................... 4

2.3 Iluminação ......................................................................................................................... 6

2.4 Os desafios técnicos em macrofotografias e close-up ..................................................... 6

3. Filmes ou CCD ...................................................................................................................... 7

3.1 Câmera fotográfica, lentes e acessórios .......................................................................... 8

3.2 Como fazer fotos com câmera compacta (amadora) na odontologia . ............................ 8

3.3 Como fazer fotos com câmera Reflex (Profissional) na odontologia . ........................... 11

3.4 Como passar as fotografias para o computador sem precisar de fios? ........................ 11

Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 13

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1. Fotografia Digital na Odontologia As vantagens do emprego da fotografia digital na odontologia são muitas, sendo elas essenciais para a documentação clínica e são recursos valiosos quando se trata da especialidade Ortodontia.

As fotografias extra e intrabucais são necessariamente feitas pré e pós-tratamento, mas podem ser realizadas durante, permitindo uma avaliação da evolução do tratamento.

As fotografias podem servir para publicações científicas, conferências, cursos, levando os resultados e as informações aos profissionais da área com riqueza de detalhes.

Também se pode motivar o paciente a receber um determinado tratamento, mostrando-lhe fotografias pré e pós-intervenção.

As câmeras digitais convencionais consideradas não profissionais necessitam de algumas adaptações para um melhor resultado das fotografias intrabucais. Como também é necessário que o profissional saiba manipular a câmera digital.

A iluminação do ambiente é muito importante para se obter boas fotografias, mas em caso de fotografias intrabucais é necessário o recurso flash. O flash da câmera não é capaz de proporcionar uma iluminação adequada, formando sombras indesejáveis sobre dentes ou tecidos moles, além de alterar completamente a tonalidade e intensidade das cores dessas estruturas. A iluminação intrabucal deve ser feita com um flash circular.

1.1 As vantagens das fotografias digitais são: • possibilidade de visualização imediata da fotografia; • repetição da fotografia, se necessário, no mesmo instante; • as imagens não são afetadas pelo envelhecimento ou riscos; • custo reduzido para a revelação digital; • baixo custo para o armazenamento dos arquivos digitais.

1.2 As desvantagens são: • Necessidade de certo conhecimento de informática para dominar os ajustes da câmera e a

transferência de arquivos por ela gerados para o computador; • Investimento mais elevado em relação aos equipamentos convencionais; • Legalidade dos arquivos digitais. • Neste último item, o que se sugere é a impressão das fotografias de determinado caso e

assinatura do paciente ou do responsável, com uma cópia arquivada em seu prontuário odontológico.

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• Em odontologia, o maior desafio nas documentações fotográficas é obter imagens reproduzindo os contornos de forma natural, de assuntos relativamente pequenos e conseguir ótima iluminação dentro da boca.

• Certamente, é uma tarefa altamente especializada. Para fotografar uma boca há necessidade de aproximação, para facilitar o controle sobre o paciente, e para aumentar o tamanho da imagem.

• As fotografias em close-up e a macrofotografias são realizadas em aproximação e diferem entre sí devido à taxa de ampliação. Na macrofotografia (ou simplesmente macro) a ampliação é maior, mas o termo “macro” popularizou, sendo na atualidade utilizado corriqueiramente para determinar ampliações acentuadas ou modestas (clouse-up).

• Acessórios de ampliação como filtros clouse-up, teleconverter, fole, tubo de extensão e o anel de inversão levam a perda de luminosidade ou perda de qualidade da imagem. Por isto não serão abordados nesta matéria. O assunto tem foco sobre a iluminação e objetivas, especialmente as objetivas macro intercambiáveis (removíveis) profissionais.

2. Macrofotografia

Este recurso permite tirar fotos de dentes e bocas a poucos centímetros obtendo uma imagem em que o tamanho se torna próximo ao real. Contudo há a incoveniente condensação de vapor d’água sobre as lentes da câmera por causa da respiração do paciente, causando perda da qualidade da imagem, o ideal é o uso de lentesclose-up que permitem tomadas intrabucais a aproximadamente 35cm da face do paciente, com a possibilidade de aproximação maior através do zoom da objetiva. O zoom da câmera é outro fator que devemos cuidar, ele pode ser empregado desde que seja óptico. O zoom digital produz efeitos de granulação nas fotos, perdendo qualidade da imagem. A macrofotografia é um ramo da fotografia voltada aos pequenos objetos, mostrando aos nossos olhos detalhes muitas vezes invisíveis a olho nu, sendo provavelmente este um dos motivos do seu encanto. A ampliação é uma relação numérica entre o tamanho original do assunto a ser fotografado, seja ele um inseto, um selo, uma folha etc., e o tamanho que o mesmo aparecerá no filme, ou CCD, e não no papel fotográfico após a imagem ser impressa.

Imagine que você irá fotografar um objeto que tenha apenas 5 cm, como um grande grilo. Imagine agora que você fez um enquadramento bem fechado nele, colocando-o por inteiro dentro do fotograma, ou seja, o seu grilo terá uma medida de 3,6 cm no filme, a medida de cada fotograma nas câmeras 35 mm. Para calcular a ampliação é só dividir o tamanho do assunto no filme pelo tamanho original do assunto, ou seja: 3,6/5,0 ~ 0,7. Pode-se falar então que a ampliação foi 1:0,7 (1 para 0,7). Pense agora em uma aproximação maior, colocando apenas parte do grilo na foto, enquadrando 3,6 cm do inseto. No filme ele terá esse mesmo tamanho, ou seja, 3,6 cm. Calculando a ampliação chegamos a 1:1 (um para um), que também é chamado de lifesize, ou tamanho real, já que o assunto aparecerá no filme do mesmo tamanho que ele realmente é. Você pode querer uma ampliação maior ainda, pegando apenas 1,8 cm do inseto, fazendo com que este espaço ocupe todo o fotograma. A ampliação será 2:1, ou seja, o objeto terá o dobro do tamanho original quando olhado no filme. Pensando nos termos relacionados a essa ampliação, começando de uma menor para uma maior ampliação nós temos a fotografia close-up, responsável pelas ampliações entre 1:10 e 1:1.

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Aumentando a ampliação chegamos a verdadeira macrofotografia, que começa no lifesize 1:1 e vai até 10:1. Maiores ampliações, ou seja, 10:1 ou maiores já caem no ramo da microfotografia, sendo normalmente utilizada uma câmera fotográfica acoplada a um microscópio.

2.1 Objetiva Macro

Quem quiser trabalhar profissionalmente com macrofotografia, apesar de caro, deve investir em uma objetiva macro (chamada de micro pela Nikkor). O resultado final será melhor que o que qualquer outro acessório possa conseguir. As objetivas macro conseguem alta qualidade, pois foram projetadas justamente para fotografias a curtas distâncias. As melhores objetivas macro, independente da sua potência, são aquelas de marcas renomadas, com vários elementos ópticos, tratamento antirreflexo e as que possuem a abertura máxima do diafragma bem ampliada, como f2,8, deixando a imagem clara e limpa durante o foco, facilitando-o muito. A mesma objetiva deve possuir aberturas do diafragma bem fechadas, entre f22 e f45 para conquista de grandes profundidades de campo (profundidade da área em foco). Ao comprar uma objetiva macro, alguns requisitos são importantes: • Marca: geralmente as objetivas “de marca” ou proprietárias são melhores (e mais caras) que as

universais. • Objetiva fixa: produzem imagens de melhor qualidade que as zoom. • Luminosidade: é indicada uma objetiva com a maior abertura do diafragma possível, para

deixar a imagem do visor mais clara e o foco facilitado. As macro 100 e 105 f2,8 são consideradas nobres. Quando uma objetiva permite grandes aberturas de diagrama, geralmente é projetada com muita tecnologia, fabricada com ótimos materiais, tratamento antirreflexo e acabamento esmerado.

• Profundidade de campo: que a objetiva permita fechar bem a abertura do diafragma, para conquista de grandes profundidades de campo, pelo menos f22, nas objetivas intercambiáveis.

• Sistema de flutuação das lentes: aberrações tendem a aparecer em fotografias a distâncias muito curtas. O sistema de flutuação ajusta o intervalo entre certas lentes da objetiva de acordo com a distância de foco, corrigindo eficazmente as aberrações.

• Foco: manual e automático, ambos velozes. Focagem interna / traseira: este fator minimiza o esforço de foco,tornando-o mais curto e

rápido.

Focalização manual em tempo integral: significa que o ajuste de foco pode ser realizado manualmente de forma integral, ou seja, em qualquer situação, tanto na opção manual como em autofoco.

2.2 Megapixel

O que é pixel? Pixel (do inglês, pictureelement) é o menor componente de uma imagem digital; seja impresso numa folha de papel, transportado via internet, projetado em dispositivos multimídia, visto em monitores de TV ou telas de computador ou, no nosso caso específico, nos fotos sensores das câmeras fotográficas digitais. Afinal, de quantos megapixels deve ser a câmera ideal para uso em Odontologia? 1 megapixel = 1.000.000 de pixels

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Tamanho Píxeis Megapixel 10 X 15 cm 1800 X1200 2,1 13 X 18 cm 2100 X 1500 3,2 15 X 21 cm 2500 X 1800 4,5 20 X 30 cm 3600 X 2400 8,6

Se você quer uma imagem que possa ser impressa em papel, no tamanho 10×15 cm, necessita que a imagem digital que tenha 1800 X 1200 pixels , ou seja, aproximadamente 2,1 megapixel.

Da mesma forma, se quiser imprimir num tamanho de 20×30 cm, precisará uma imagem de 8,6 megapixel.

E se você não quiser imprimir suas fotos e apenas vê-las no computador?

A – Se não precisa tratar a imagem obtida (recortar, ampliar, retocar, por exemplo), uma câmera com um mínimo de 3,2 megapixel é suficiente.

B- Se precisa tratar a imagem (eliminando áreas desnecessárias, ampliando parte de uma determinada área, etc.), vai precisar de uma câmera com um mínimo de 7,2 megapixel.

A foto 1 foi feita com uma câmera de ≈4,5 megapixel, sendo recortada minimamente para ficar “fotogênica”.

A foto 2 é uma ampliação de parte da foto 1; note que não há, praticamente, “falta de foco” da imagem.

A foto 3é uma montagem artística do que seria a ampliação da foto 1, feita com uma câmera de 3 Megapixel; observe que já é visível a “falta de foco” e pixels da imagem.

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2.3 Iluminação

A melhor forma para iluminar um objeto fotografando a curta distância em fotografias de close-up ou macro é utilizando o flash. Com ele, é possível conseguir grande profundidade de campo, assegurando uma imagem com foco em toda ou quase toda a sua extensão.

Outras vantagens do uso do flash é que “congela” a imagem, evitando que esta saia tremida, e reproduz as cores de forma fiel. Os mais indicados para fotografia em close-up e macro são os flash circulares e os Twin flash.

• Flash circular: chamado em inglês de Ring Flash, tem a construção do dispositivo de iluminação em forma de anel. O flash circular é altamente recomendado para fotografia Odontológica, mas deve ser bem utilizado para conquista de alta qualidade. Para isso, deve-se compreender bem como funciona a iluminação e percepção do olho humano.

O flash circular proporciona uma iluminação total da área fotografada, com iluminação uniforme e removendo totalmente as sombras. Isto parece o ideal, à primeira vista, mas é justamente a crítica dos fotógrafos profissionais sobre este tipo de iluminação.

Como a iluminação da imagem é extremamente uniforme, com a mesma intensidade de todos os lados, a imagem pode fica “achatada”, com o aspecto antinatural. Por isso, a iluminação não deveria ser igual em todos os sentidos, e sim direcionada, de preferência na diagonal, como a iluminação natural, com o lado superior um pouco mais forte que o inferior.

Quanto ao flash circular, além dele “chapar” a imagem, produz também enormes reflexos sobre os líquidos que se encontram na cavidade oral, como saliva e sangue.

Todo o exagero é prejudicial, as pequenas sombras proporcionadas por este direcionamento devem ser difusas, quase imperceptíveis. Existem modelos de flash circulares que fazem esta função com perfeição, com vários níveis de graduação entre os lados direto / esquerdo e possibilitam girar e fixar nesta nova posição a lâmpada na frente da objetiva. Quem quiser obter um resultado muito além do que uma boca bem iluminada, obtendo sim uma boca natural, deverá utilizar esta técnica.

• Twin Flash: flash com duas cabeças dispostas relativamente próximas da porção anterior da objetiva para iluminação em macro fotografia. Este equipamento permite graduação regulável de luz entre um lado e outro.

Pode-se conseguir resultados excepcionais com este equipamento, desde que se aprenda a “jogar” bem com o balanço bilateral de iluminação.

2.4 Os desafios técnicos em macro fotografias e close-up

• Profundidade de campo: Profundidade de campo é a área que estará em foco. É um fator crítico. Como em documentação fotográfica odontológica, toda a área de interesse deve estar em foco, há a necessidade de obtenção de grande profundidade de campo.

Em fotografias em close-up e principalmente em macro, ocorre uma brutal redução da profundidade de campo. Existem apenas três fatores que interferem na profundidade de campo: a distância entre a câmera e o objeto a ser fotografado, a distância focal da objetiva e a abertura do diafragma da objetiva.

• Distânciaentre a câmera e o objeto a ser fotografado: Quanto menor a distância entre a câmera e o objeto a ser fotografado, menor será a profundidade de campo.

• Distância focal da objetiva: Quanto maior a distância focal da objetiva, menor será a profundidade de campo.

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• Abertura do diafragma da objetiva: Das três únicas alternativas que pode-se lançar mão para aumentar a profundidade de campo, em odontologia, as duas primeiras foram descartadas, pois as fotografias devem ser realizadas em curta distância, com objetivas de distância focal relativamente longas.

Resta apenas o terceiro fator: a abertura do diafragma. Quanto mais fechado o diafragma, maior será a profundidade de campo. Lembre-se que o número “f” aumenta à medida que as aberturas tornam-se menores, ou seja, é inverso. Em fotografias intrabucais, deve-se utilizar aberturas o mais fechadas possíveis, como f11, f16, f22 ou f32.

• Velocidade e mobilidade nas fotografias close-up e macro; utilize o flash: como já foi explanado, há necessidade absoluta de trabalhar com aberturas do diafragma bem fechadas, para conquista de profundidade de campo.

Quando se tem o diafragma bem fechado, ocorre um problema: a quantidade de luz que entra pela objetiva e atingem o filme ou sensor torna-se muito pequena. Uma alternativa seria aumentar o tempo de exposição, para proporcionar uma imagem com a densidade correta. Só que, neste caso, como o tempo de exposição tornar-se-ia muito longo, a imagem ficaria “tremida”.

Para resolver este dilema, pode-se utilizar o tripé. Só que, clinicamente, o trabalho com o tripé nas fotografias intrabucais torna-se inviável, devido à demora técnica, pois ocorre uma grande dificuldade de posicioná-lo frete a uma boca de um paciente em uma cadeira odontológica, e ainda manter esse paciente estabilizado durante o disparo.

O trabalho com o tripé deve ser reservado para algumas fotografias extrabucais e de laboratório. Então, a solução para trabalhar com aberturas do diafragma bem fechadas, conseguir densidade de exposição correta, imagem nítida, tudo isto com grande mobilidade e velocidade é realmente o uso do flash como meio de iluminação.

3. Filmes ou CCD

Sem dúvida nenhuma, a melhor escolha é o CCD. Ou seja, ao pensar em adquirir um equipamento, sua melhor opção é uma câmera digital tipo SLR. Definitivamente, o filme foi aposentado. O preço de uma câmera digital já se igualou aos modelos que utilizam filme, e o número de recursos das câmeras digitais é incomparavelmente maior.

Já existem no mercado câmeras digitais de altíssima resolução, que igualam e até superam a qualidade da imagem produzida pelos antigos filmes. Todavia, alguns conservadores ainda utilizarão os filmes por mais algum tempo.

Mas não se engane com alguns modelos de câmera digital tipo point-and-shoot. Cuidado ao comprar sua nova câmera digital!

A maioria delas possui o recurso macro acoplado à câmera, entretanto, ao se acionar essa ferramenta, a objetiva se aproxima exageradamente do objeto a ser fotografado. Algumas vezes ficando a apenas 2 centímetros do assunto.

Isso pode distorcer a imagem, escurecer o objeto, obrigar o uso do flash para iluminação, o que causará uma superexposição. O flash desse tipo de câmera não está preparado para trabalhar com qualidade a uma distância tão pequena.

Finalmente, uma grande vantagem da imagem digital: revisão instantânea. Tanto para iniciantes, como para profissionais ou fotógrafos experientes, a exibição imediata da imagem captada faz a qualidade aumentar e diminui custos.

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3.1 Câmera fotográfica, lentes e acessórios

O tipo de câmera fotográfica mais utilizada em macrofotografia foi a câmera 35 mm reflex, agora substituída pelo equipamento digital, também tipo SLR (single lensreflex). Este tipo de câmera permite que você veja através do visor exatamente o que aparecerá na fotografia, facilitando seu trabalho.

Existem objetivas específicas para macrofotografia, as lentes macro, que permitem grandes ampliações e possuem uma excelente qualidade ótica. O maior inconveniente dessas lentes é o preço, sempre elevado.

Para sanar este problema, já que não são todos que podem adquirir uma lente macro, existem alguns acessórios que permitem uma maior ampliação com o uso de lentes normais. O acessório mais popular de todos é o filtro Close-up, que como o próprio nome diz, permite que você chegue mais perto do assunto a ser fotografado, proporcionando assim uma maior ampliação.

Todavia, não se deve utilizar lentes close-up ao se fotografar a cavidade oral, exatamente porque elas nos fazem aproximar demais do nosso objeto de estudo: o dente. Uma aproximação exagerada do fotógrafo produzirá sombras na cavidade oral e será difícil fazer a focalização. Além disso, a respiração do paciente pode embaçar a lente, e a água do motor de alta-rotação também pode atingir a câmera.

Portanto, é altamente recomendável que se trabalhe apenas com a objetiva macro 100mm. Foles de extensão e tubos também devem ser evitados pelos mesmos motivos da lente close-up.

Outro acessório muito utilizado em macrofotografia, apesar de não ser o responsável pela ampliação em si, é o flash. Um flash é uma fonte de luz que irá iluminar um objeto em casos de pouca luz. A vantagem do flash é permitir o uso de menores aberturas de diafragma, proporcionando uma maior profundidade de campo, bem critica em macrofotografia.

Outra vantagem é permitir o uso de velocidades mais altas, o que é necessário no caso de objetos em movimento ou se a câmera estiver sendo utilizada na mão.

3.2Como fazer fotos com câmera compacta (amadora) na odontologia - Ajuste e Técnica. As câmeras compactas recebem essa denominação não só pelo tamanho compacto, mas também pelos poucos recursos, qualidade fotográfica inferior e por terem lente fixa. Como exemplo de compactas digitais, toda série Coolpix da Nikon, Cybershot da Sony e Powershotda Canon. Geralmente essas câmeras possuem preços mais baixos, mas algumas com tela do tipo touchscreen (sensível ao toque) ou com mais recursos alcançam valores não tão baixos. No geral, tome cuidado com as mais em conta, porque geralmente faltarão os recursos mínimos para fotografia odontológica, e procure por marcas mais conhecidas no meio fotográfico.

Apesar da gama extensa de modelos e marcas de câmeras digitais no mercado, conseguimos padronizar os ajustes e a técnica. Após os ajustes e da aplicação da correta técnica fotográfica, ainda assim notará diferenças de cor entre as fotografias realizadas por câmeras de marcas diferentes, mesmo realizando um balanço de branco efetivo.

Caso ainda não seja familiarizado com a câmera será necessário então estar com o manual para poder acompanhar os ajustes sugeridos.

• Ajustes: 1. Câmera no Modo P (Programa); 2. Função macro ativada (o símbolo é uma tulipa); 3. Flash ativado, “forçado” (não é o auto e nem o SL); 4. Flash ajustado para potência mínima;

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5. Foco central ou spot; 6. Modo de medição central ou spot; 7. ISO 100; 8. Máxima resolução da câmera em megapixels.

• Técnica: O mais Importante da técnica é ficar afastado cerca de 40 cm do assunto a ser fotografado,

mesmo que enquadre mais do que se necessita. Se o assunto é boca, pode aparecer nariz e queixo, não tem problema. Nunca aproxime a câmera do rosto, assim evita distorção do tipo barril, o “efeito barril”.

Observando e preservando a distância mínima de 40 cm, se ainda a luz do flash estiver muito forte, cubra o flash com fita veda-rosca, papel sulfite ou micropore branco - qualquer anteparo branco na frente do flash - para diminuir a sua potência.

A fotografia é realizada em dois estágios: primeiro se faz o foco e depois é feita a foto em si.

Como a máquina está no modo P, primeiro aperta-se o botão do disparador até a metade para se fazer o foco e, sem soltar, ainda com o botão pressionado, aperta-se até o fim para fazer a fotografia.

Tome cuidado com o enquadramento para não realizar fotos tortas, com desvio da linha

oclusal e nem com o sorriso invertido, que são os molares abaixo da linha dos incisivos centrais. Para fotos de corredor bucal, o correto é focar no terço médio dos incisivos superiores e olhar na periferia para verificar se a foto não está torta. Já em fotografias oclusais, tanto superiores quanto inferiores, é necessário utilizar o espelho oclusal.

Comecemos fazendo uma foto frontal de uma boca. Praticamente todas as máquinas de

balada têm um dispositivo identificado por uma flor; é o efeito macro. Ao ativá-lo poderemos ficar mais perto daquilo que vamos fotografar.

Na figura abaixo temos a tomada fotográfica e seu resultado. Importante ressaltar que a foto da direita NÃO foi manipulada, ou seja, não houve qualquer tipo recorte ou tratamento de imagem.

1- Desligue o efeito macro

2- Fique a uma distância aproximada de 1,5m

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Obviamente agora você abrangeu uma área maior.

Vamos aproveitar o excesso de pixels (já falamos sobre isso anteriormente), para ajustar essa foto às nossas necessidades. Afinal, queremos apenas a boca, certo?

Muito simples: vamos recortar apenas a parte que nos interessa.

Veja o resultado:

Vamos comparar as fotos feitas com (esquerda) e sem (direita) efeito macro.

Perceba que o efeito macro distorce a imagem; os lábios ficam mais volumosos, o tamanho relativo entre os dentes anteriores e posteriores é alterado, tem-se a sensação de que o arco fecha abruptamente.

IMPORTANTE: Fique o mais distante possível do que vai fotografar!!

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3.3 Como fazer fotos com câmera Reflex (Profissional) na odontologia - Ajuste e Técnica. Reflex vem de Single LensReflex (SLR). Hoje em dia, já se colocou a palavra Digital na frente e a abreviatura ficou DSLR. O seu funcionamento acontece com a luz entrando pela lente única (single lens) e refletindo (reflex) num jogo de espelhos onde vemos a imagem direta.

A lente pode ser trocada por outras específicas, dependendo o assunto fotográfico; na Odontologia utilizamos uma lente do tipo macro, de preferência de 90mm, 100mm ou 105mm.

São as câmeras ideais para fotografia odontológica. A famosa Dental Eye da Yashica nada mais é que uma Reflex de filme com lente fixa e flash incorporado. Na digital é necessário adquirir os acessórios separadamente – recomendo os da marca Sigma: a lente 105mm macro e o flash circular.

Ao contrário do que muitos imaginam, é bem mais fácil de se conseguir fotos boas e padronizadas com essa câmera do que com qualquer compacta. Ainda serão notadas as diferenças de cor entre as fotografias realizadas por câmeras de marcas diferentes, porém com uma facilidade e possibilidade maior de ajuste.

Caso ainda não seja familiarizado com a câmera, será necessário então estar com o manual para poder acompanhar os ajustes sugeridos.

• Ajustes: 1. Câmera no Modo M (Manual); 2. Lente no Modo M (Manual); 3. Flash ajustado em TTL; 4. ISO 100 ou 200; 5. Abertura f/27 ou f/29 ou equivalente; 6. Velocidade 1/125 ou 1/160; 7. Máxima resolução da câmera em megapixels.

• Técnica: Primeiro deve se determinar a ampliação marcada na lente, por exemplo, 1:1 ou 1:1,5, e todas as fotos do mesmo caso devem ser realizadas nessa mesma ampliação para não ter diferenças de tamanho nas fotografias, seguindo, assim, um padrão.

Após determinada a ampliação, não se deve mexer mais no anel da lente e o foco é feito se aproximando até visualizar o assunto e, depois, indo pra frente ou pra trás para fazer o foco fino com o botão do disparador semi-pressionado. Só então bater a foto.

Tomar cuidado com o enquadramento para não realizar fotos tortas, com desvio da linha oclusal e nem com o sorriso invertido, que são os molares abaixo da linha dos incisivos centrais. Para fotos de corredor bucal, o correto é focar no terço médio dos incisivos superiores e olhar na periferia pra verificar se a foto não está torta. Já em fotografias oclusais, tanto superiores quanto inferiores, é necessário utilizar o espelho oclusal.

3.4Como passar as fotografias para o computador sem precisar de fios? A tecnologia Wireless ou sem fio está por toda parte: são telefones, notebooks, handhelds, celulares, home theaters, teclado, mouse e diversos aparelhos eletrônicos que contam com essa tecnologia. Já tinham sido lançadas câmeras digitais compactas com transmissão sem fio em 2005 pela Canon e Nikon, mas não pegou. Até há pouco tempo só estava disponível para câmeras Reflexsemi-profissionais e profissionais através de um transmissor próprio, grande e com alto custo. Foi lançado no dia 01 de novembro de 2007 o primeiro cartão de memória com tecnologia Wi-Fi Wireless (sem fio), chamado de Eye-Fi Card. O cartão de memória é do tipo SD e permitirá que

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todas as câmeras digitais que usem um cartão de memória do tipo SD se tornem também wireless, sem fio. A utilização é bem fácil e prática a quem está acostumado com computador. Além do cartão de memória, acompanha um leitor de cartão USB 2.0 e um software que controla a transmissão de dados. Primeiro deve-se instalar o software, colocar o cartão de memória no leitor, plugar o leitor na entrada USB do computador e começar a configurar o programa. Após esse passo é só colocar o cartão de memória na máquina e sair fotografando. Se estiver próximo à área de abrangência do receptor Wi-Fi, o cartão já transmite as fotos para o lugar programado numa velocidade de 200Kb/s, o que equivale a 15 segundos numa foto de 8 megapixels, o que significa que demoraria cerca de 3h para descarregar o cartão inteiro de 2Gb. Para comparar, um leitor de cartão USB 2.0 transmite na faixa de 10Mb/s (10.000 Kb/s), que equivale transferir os mesmos 2Gb em apenas 3 minutos. Uma grande vantagem é que esse software permite passar as fotos diretamente para a internet num site de armazenamento de fotos, como o mais conhecido Flickr, e também descarrega as fotos numa pasta determinada no computador. Para receber as fotos, o computador necessita estar equipado também com a tecnologia Wi-Fi, comum nos notebooks, e a máquina fotográfica digital deve ser compatível com cartão de memória do tipo SD.

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Referências Bibliográficas 1. Bastos, G.K. A fotografia digital na ortodontia. São Paulo: Santos; 2004. 2. Masioli, Marco. Fotografia Odontológica. São Paulo: 2ª ed. Artmed; 2010. 3. Yoshio, Ivan.A Arte da Fotografia Digital na Odontologia. São Paulo: 1ª ed. Santos; 2011. 4. Yoshio, Ivan.Conjunto básico para fotografia odontológica. Disponível em:

http://ivanyoshio.com/conjunto-basico-para-fotografia-odontologica/Acesso em: 13 jan. 2013. 5. Yoshio, Ivan.Conjunto ideal para fotografia odontológica. Disponível em:

http://ivanyoshio.com/conjunto-ideal-para-fotografia-odontologica/Acesso em: 13 jan. 2013. 6. Yoshio, Ivan.Legalidade da fotografia digital na odontologia. Disponível em:

http://ivanyoshio.com/legalidade-da-fotografia-digital-na-odontologia/ Acesso em: 13 jan. 2013. 7. Yoshio, Ivan.Obtenção da cor correta nas fotografias odontológicas. Disponível em:

http://ivanyoshio.com/obtencao-da-cor-correta-nas-fotografias-odontologicas/Acesso em: 13 jan. 2013.

8. Yoshio, Ivan. O mito do megapixel e sua relação com a qualidade fotográfica. Disponível

em: http://ivanyoshio.com/o-mito-do-megapixel-e-sua-relacao-com-a-qualidade-fotografica/ Acesso em: 13 jan. 2013.