Procesamiento de La Información y Toma de Decisión La Investigación en El Contexto Deportivo Del Pasado Al Futuro

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    Cuadernos de Psicologa del Deporte Direccin General de Deportes-CARM

    2006. Vol. 6, nm 2 Facultad de Piscologa

    ISSN: 1578-8423 Universidad de Murcia

    Direccin de Contacto:Lus Cid y Jos Alves. Escola Superior de Desporto de Rio Maior,

    Portugal. Departamento de Psicologia e Cincias Sociais do Desporto. Email:

    [email protected] y [email protected]

    PPRROOCCEESSAAMMIIEENNTTOODDEELLAAIINNFFOORRMMAACCIINNYYTTOOMMAADDEEDDEECCIISSIINN..LLAAIINNVVEESSTTIIGGAACCIINNEENNEELLCCOONNTTEEXXTTOODDEEPPOORRTTIIVVOO::DDEELLPPAASSAADDOO

    AALLFFUUTTUURROO

    Lus CidEscola Superior de Desporto de Rio Maior, Portugal. Departamento de Psicologia e Cincias Sociais do

    Desporto

    Jos AlvesEscola Superior de Desporto de Rio Maior, Portugal. Departamento de Psicologia e Cincias Sociais do

    Desporto

    RESUMEN

    Desde hace ya varias dcadas, las teoras del procesamiento de informacin han intentado darrespuesta sobre la forma como el ser humano, en concreto del que practica deporte, procesa lainformacin mentalmente y toma sus decisiones. A pesar de importantes aportaciones al conocimientode los procesos mentales, subyacentes a la toma de decisin, proporcionadas por un abordajepuramente cognitivo, actualmente, el estudio del procesamiento de informacin se ha centrado en unaperspectiva ms ecolgica que, soportada por modelos de sistemas dinmicos, valora sobre todo elpapel de la interaccin entre el sujeto y el contexto circundante.Para orientar el futuro de la investigacin en este mbito, es de suma importancia analizar y comprendersu trayectoria en el pasado. De esta forma, con este trabajo pretendemos contribuir a divulgar lainvestigacin realizada en el contexto deportivo portugus, a travs de la realizacin de una recensinde las publicaciones efectuadas por autores portugueses, desde el primer estudio publicado en 1965,hasta nuestros das.PALABRAS CLAVE

    Procesamiento de informacin, toma de decisin, deporte, historia

    ABSTRACT

    Since the last decades, the theories of the information processing, come trying to give us answers aboutthe way as a human-being, especially the sport performers, mentally treat information and takes its

    decisions. Despite the important contributes for the knowledge of the mental process in decision making,propose by the cognitive approach, currently, the study of information processing it has been oriented bythe ecological perspective, supported by the dynamic systems models, that valorise, above all, theconstant interaction between the athlete and the environment.To know the path to the future in the investigation in this domain, it is of extreme importance analyze andunderstand its past. So, with the present work, we intend to give our contribute for the knowledge of theportuguese investigations in this field. To accomplish such propose we have made a research ofportuguese authors publications, produced in the sport context, since the first study published in 1965until nowadays.KEY WORDS

    Information processing, decision making, sport, history

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    L. Cid y J.Alves

    Se ns no sonhssemoscompreender a complexidade do serhumano, nunca o estudaramos

    (Alves, 1997, pp.59)

    INTRODUAO

    O tempo de reaco, metodologia frequentemente adoptada para o estudo dos mecanismosenvolvidos no processamento da informao humana, em especial na tomada de deciso, traduz arapidez com que o sujeito trata a informao (Pachella, 1974, Welfford, 1980 e Alves, 1990). Tambmconhecida, na perspectiva de Alves (1982), por reaciometria, um mtodo de medio da velocidade dereaco, entendida como a resposta a um estmulo, traduzindo-se por um movimento voluntrio (acomotora passvel de ser modificada pela vontade) de resposta a um estmulo exterior, passando peloscentros de deciso do sistema nervoso central (SNC).

    A reconhecida importncia atribuda ao tempo de reaco (TR), conduziu os investigadores aconcederem-lhe um importante lugar nas suas preocupaes, em especial a partir dos finais da dcadade 70 (Alves e Brito, 1995). De facto, as teorias do processamento da informao (PI) passaram ento aprocurar as respostas sobre o modo como o ser humano, e aquele que pratica desporto em particular,processa a informao mentalmente (Alves, 1995). As teorias behavioristas (estmulo-resposta), queimperaram na primeira metade do sculo XX, no explicavam tudo, e com o renascimento dacronometria mental, em especial a partir da dcada de 60 (Meyer et al., 1989), a grande preocupaocentrou-se na compreenso dos fenmenos que se passam no interior da caixa negra (Alves, 1995,pp.32), bem como, dos factores cognitivos que mais os influenciam.

    No entanto, e apesar de este interesse remontar h mais de cem anos atrs, quando Donderscriou (em 1869) o mtodo subtractivo, com o objectivo de medir a durao dos processos mentais,actualmente o processamento de informao e a tomada de deciso no contexto desportivo comea a

    ser estudada sob uma perspectiva ecolgica e enriquecida pelos modelos conceptuais das teorias dacomplexidade e dos sistemas dinmicos que confrontam a perspectiva cognitivista com a dificuldade emexplicar a criatividade e a adaptabilidade humana no desempenho das suas aces tcnico-tcticas(Arajo, 2005, pp.29). Esta abordagem valoriza sobretudo o papel fundamental das informaescontextuais na tomada de deciso do sujeito, quer na sua complexidade (muitos nveis de anlise emuitas variveis), quer a sua dinmica (evoluo no tempo), uma vez que no se pode separar opraticante/atleta do envolvimento da modalidade especfica.

    Apesar da importncia da investigao no que se refere ao conhecimento dos processoscognitivos subjacentes tomada de deciso e forma como o indivduo processa a informao, deacordo com Frazo, Arajo e Graa (2004), esta pode ser limitativa e no ajuda a compreender natotalidade que informao se utiliza na tomada de deciso e como que as estruturas do conhecimento

    se desenvolvem em funo da prtica de cada modalidade (contexto dinmico onde decorre a aco).

    Origens, Desenvolvimento e Evoluo a Nvel InternacionalPara direccionar o futuro da investigao nesta rea, de extrema importncia analisar e

    compreender o seu passado. Desta forma, utilizaremos na nossa exposio a metodologia de Mayer etal. (1989), que apresenta uma perspectiva histrica dividida em quatro fases fundamentais, igualmentereferidas por Alves (1990).

    Perodo Pr-Histrico (at 1850)

    Numa poca dominada pelo conhecimento na rea da astronomia, um astrnomo alemo(Amaral, 1967 e Chocholle, 1969) do observatrio de Konisberg (Brebner e Welford, 1980), de seu nome

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    Bessel, chamou em 18231, equao pessoal frmula correctiva aplicada para corrigir as observaes,segundo Roca (1983) aos diferentes tempos de registo, marcados por ele e os seus colegas, aquandoda passagem das mesmas estrelas e outros corpos celestes, pela linha dos seus telescpios. Reza a

    histria, segundo Chocholle (1969) e Alves (1990), que tudo comeou quando o director do observatrioastronmico de Grenwich, de seu nome Maskelyne, despediu em 1795, um assistente devido aoengano, de sensivelmente um segundo, no registo da passagem pelo meridiano de uma dada estrela.Foi este acontecimento, ao ficar registado nos relatrios do observatrio, que chamou a ateno deBessel, quase trinta anos depois.

    Apesar de Maskelyne ter passado anos a estudar essas diferenas fisiolgicas na reaco dosastrnomos (Roca, 1983), foi Bessel que continuou estas investigaes, descobrindo que existia umavariabilidade nas medidas da equao pessoal, pois um mesmo observador nem sempre obtinha omesmo valor. Sendo assim, a responsabilidade de ter sido o primeiro a investigar nesta rea atribudaa este astrnomo (Brebner e Welford, 1980).

    Toda esta situao levou criao do primeiro crongrafo da histria. De facto, Respold, em

    1828, um astrnomo alemo (Jensen, 1982), inventou um aparelho que registava o tempo em que se dum certo fenmeno, ou o tempo que ele perdura (Alves, 1995). Este instrumento veio a ser aperfeioadopor Donders por volta de 1860.

    De acordo com os registos de Ribot, em 1900, (Brebner e Welford, 1980), foi Heltmotz, em1850, o primeiro a usar o tempo de reaco quando pretendia medir a velocidade de conduo nervosa.De facto, o investigador alemo (Botelho, 1998) foi quem, de uma forma mais sistemtica e cientfica,conseguiu medir o impulso nervoso humano (Amaral, 1967, Jensen, 1982, Alves, 1982, 1990 e 1995,Roca, 1983, Meyer et al., 1989 e Ferreira, 1990). Atravs da estimulao de um nervo em dois locaisdistintos, verificou o tempo que demorava a resposta. A diferena entre os dois tempos registados eradividida pela distncia entre os locais, calculando assim a velocidade (Chocholle, 1969 e Alves e Arajo,1996) estimada em cerca de 100 ps/s, que so 35 m/s 2 (Alves, 1995). Graas a esta proeza, omtodo do tempo de reaco foi introduzido na investigao da especialidade, marcando assim o incio

    do perodo dourado da cronometria mental.

    Idade do Ouro (1850-1900)

    Depois de construir, em 1866, dois instrumentos que usou nas suas experincias onomatografo e o nomatocrometro (Ferreira, 1990 e Botelho, 1998), um fisiologista holands (Posner eMitchell, 1967), Donders estudou, em 18683, vrios tipos de reaco (simples A, escolha B eselectiva C), dando origem ao mtodo subtractivo, que impulsionou definitivamente o desenvolvimentodo mtodo do tempo de reaco (Jensen, 1982, Alves, 1990 e Botelho, 1998). De origem extremamentesimples, permite obter o tempo gasto pelo sistema nervoso central, entre o input (entrada) da informaoe o output (sada) da resposta, ou seja, o tempo de deciso. Segundo Sternberg (1977) citado por

    Jensen (1982), o essencial da pesquisa recente da cronometria mental, deve-se utilizao do mtodode Donders.

    Segundo vrios autores, o termo tempo de reaco na altura definido como o intervalo detempo que separa uma estimulao de uma reaco voluntria (Amaral, 1967, pp.65), introduzido na

    1Alguns autores fazem referncia a 1820 (Chocholle, 1969, Brebner e Welford, 1980 e Roca, 1983)

    2Actualmente sabe-se que a velocidade de conduo nervosa se situa entre os 7 e 8 m/s.

    3Data do artigo original Over de snelheid van psychische processen, posteriormente traduzido, nessa mesma

    data, para francs e alemo. Devido publicao, em 1869, de um artigo idntico, muitas das vezes aparecemreferenciados na literatura as duas datas, bem como, a data da sua traduo para ingls por W.G. Koster,

    em1969.

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    literatura, pela primeira vez, em 18734, por Sigmund Exner (Cchocholle, 1969, Alves, 1982 e 1990 eJensen, 1982).

    Este mtodo passa a ser preferencial dos investigadores, em especial de Wundt, fundador na

    Universidade de Leipzig em 1879 do primeiro laboratrio de Psicologia Experimental (Freeman, 1976,Anastasi, 1977, Jensen, 1982 e Meyer et al., 1989). Segundo Alves (1995), a partir deste laboratrioque so feitos diversos esforos para descobrir as etapas do processamento de informao, recorrendoprincipalmente a mtodos fisiolgicos e introspeco (Freeman, 1976, pp.6). De acordo com Anastasi(1977), o bilogo ingls Galton, tambm inscreveu o seu nome na histria, ao estabelecer um laboratrioantropomtrico, primeiramente numa exposio internacional em 1884, e depois em Londres, ondefuncionou durante seis anos. Neste laboratrio, que recolhia diversos dados sobre as diferenasindividuais nos processos psicolgicos, eram tambm utilizadas medidas de tempo de reaco.

    No entanto, motivado pelos resultados contraditrios encontrados entre alguns investigadores,pelas crticas ao mtodo subtractivo e pelas baixas correlaes entre o TR e outros factores cognitivos, oentusiasmo foi-se desvanecendo com a passagem do sculo, entrando-se assim numa era negra(Welford, 1980).

    Idade Negra (1900-1950)

    Apesar das pesquisas na rea da cronometria mental, no terem cessado completamente(Meyer et al., 1989), tendo inclusivamente entrado num domnio prtico, atravs dos pilotos da aviao,durante a I Grande Guerra, e na rea desportiva onde se realizaram investigaes na rea da medicinadesportiva (Bacquaert et al., 1977 e Welford, 1980), este foi um perodo negro.

    Para alm das crticas devastadoras, lanadas principalmente por Kulpe, um dos maisinfluentes estudantes de Wundt (Sanders, 1980 e Meyer et al., 1989) sobre o mtodo do TR, foram duasas principais razes que acentuaram o abandono desta metodologia na primeira metade do sculo XX(Alves, 1988, 1990 e 1995): o incio da psicometria e as teorias behavioristas.

    De facto, segundo Alves (1988), com a revoluo industrial, no final do sculo XIX e princpiosdo sculo XX, a ateno dos investigadores centrou-se no sentido da identificao das capacidadesintelectuais a psicometria. Os trabalhos sobre a avaliao da inteligncia de Binet, em 1905,continuados por Raven e Bonardel, contriburam em muito para a psicologia avaliativa, no caminho daseleco e orientao profissional. Mais tarde, foram as teorias behavioristas, impulsionadas porWatson, centradas essencialmente no comportamento humano (estmulo-resposta), que contribuiriampara colocar de lado a cronometria mental.

    Foi necessrio esperar quase 50 anos pelas teorias da informao, por Shannon e Weaver,em 1949 (Alves, 1990), para que a investigao psicolgica, na rea dos processos cognitivos, voltasses luzes da ribalta e comeasse a brilhar uma vez mais (Meyer et al., 1989, pp.10).

    Renascimento (depois de 1950)

    Utilizando as teorias da informao como base de apoio, Hick, em 1952 e Hyman, em 1953,estudaram o TR em funo das tarefas desempenhadas (Meyer et al., 1989 e Alves, 1990),demonstrando como poderia ser interpretado o compromisso velocidade-exactido (desenvolvido depoispor Pew em 1969 e Pachella, em 1974), com base em teorias matemticas. As concluses, testadasmais tarde por Fitts, foram bvias o tempo de reaco aumentava com o aumento da quantidade deinformao (em bits)5.

    4Roca (1983) e Ferreira (1990) referem a data de 1893.

    5Segundo Amaral (1967), Jensen (1982) e Alves (1990), o primeiro autor a mostrar que o TR proporcional ao

    logaritmo do nmero de alternativas foi J. Merkel, em 1885.

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    As teorias do processamento de informao que comearam a surgir na dcada de 60 (Alves,1990 e Botelho, 1998), marcam um perodo de desenvolvimento da psicologia cognitiva. No entanto, oponto alto cabe a Sternberg, em 1969, data do centenrio da publicao do mtodo de Donders. Nesta

    altura revelado ao mundo a reviso tcnica do mtodo subtractivo e a proposio do mtodo dosfactores aditivos (o tempo de reaco total igual soma dos tempos gastos em cada uma das suasfases). Desta forma assiste-se a mais uma revoluo no estudo do PI, atravs da utilizao do mtododo TR (Alves, 1990b), voltando as atenes dos psiclogos cognitivos definitivamente para acronometria mental e, consequentemente, para o estudo dos processos mentais e a sua durao(Sanders, 1980, Alves, 1990 e Meyer et al., 1989).

    O desenvolvimento tal que, nos anos seguintes, houve mais produo cientfica nesta reaque durante todo o sculo (Chase, 1978). De facto, segundo Meyer et al. (1988), cerca de 40% daspublicaes em revistas da especialidade (Journal of Experimental Psychology, Human Perception andPerformance, Cognitive Psychology e outras), revelavam o TR como principal metodologia usada.

    Segundo Alves e Brito (1995), o paradigma dos tempos de reaco, nomeadamente a partir

    da dcada de 70, do sculo passado, tem sido o mtodo mais utilizado no estudo do PI, mormente emsituaes desportivas. Foi a importncia dada a este factor que motivou inmeros investigadores,psiclogos do desporto com formao base em Psicologia ou em Cincias do Desporto, internacionais enacionais, para a anlise e utilizao desta metodologia.

    Depois das teorias da informao, postuladas por Shannon e Weaver em 1949, nas quais seexplica que em todo o processo comunicativo h a interveno de um emissor e um receptor deinformao, e um canal de transmisso (Mandler, 1985), surgiram ao longo do tempo vrios modelos deprocessamento de informao (Miller, 1982), veja-se por exemplo os modelos de: Welford em 1968,Whiting em 1969, Marteniuk em 1976, Bard e Fleury em 1976, Singer em 1980, Schmidt em 1982, Alvesem 1985 e 1990. Apesar de cada um deles acentuar pontos distintos, todos tem um objectivo comum:organizar um quadro conceptual capaz de analisar os processos subjacentes execuo e ao controlode uma resposta perante determinado estmulo (Botelho, 1998, pp.64).

    Olhando para o Panorama PortugusO estudo do processamento de informao e da tomada de deciso, em especial atravs dos

    mtodos do tempo de reaco, comeou no campo desportivo (Alves e Arajo, 1996), h cerca de 25anos atrs, com a necessidade de estudar e/ou avaliar o sujeito, na tentativa de conseguir distinguir assuas caractersticas especficas.

    De facto, a importncia atribuda aos factores cognitivos como influenciadores da velocidadede processamento de informao, culminaram com inmeros trabalhos e publicaes nos anos 80 combase nos mtodos de cronometria mental (Brito, 1990 e 1991) e que se prolongaram na dcadaseguinte.

    Sem menosprezar o importante e valioso contributo dos estudos publicados por diversos

    autores em todo o pas, na nossa opinio fundamental e obrigatrio salientar aqueles que se tornaramcomo referncias nacionais incontornveis para quem se dedica ao estudo nesta rea:Jos Alves foi um pioneiro em Portugal na investigao neste domnio, e sem dvida uma

    referncia quer a nvel nacional, quer internacional. Desde os anos 80 que tem vindo a publicar trabalhosque procuram a pr em evidncia as relaes existentes entre os diversos factores cognitivos e oprocessamento de informao em diversas modalidades desportivas, tendo sido colaborador emdiversas instituies do ensino superior;

    Duarte Arajo que iniciou uma linha de investigao na rea da tomada de deciso nocontexto desportivo (em especial na modalidade de vela), a partir do final dos anos 90, e que foi umponto marcante de viragem neste domnio e que lhe valeram vrios prmios internacionais;

    Fernando Tavares teve especial incidncia nos jogos desportivos colectivos, particularmenteno contexto do Basquetebol onde tambm exerce funes no mbito da formao de treinadores.

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    A investigao no domnio do processamento de informao em Portugal teve as suas razesnos trabalhos pioneiros realizados por Celestino Pereira em 1965, intitulado A Actividade Fsica naFormao dos Processos Simblicos Superiores, publicado na Revista de Educao Fsica, Desporto e

    Sade Escolar, e Rodrigues do Amaral em 1967, intitulado Tempos de Reaco Simples e AtenoDifusa. Anlise dos Resultados de Dois Grupos de Condutores de Veculos, publicado na RevistaPortuguesa de Psicologia. De acordo com Arajo (2002), o primeiro trabalho referido foi igualmente umadas primeiras publicaes no mbito da Psicologia do Desporto em Portugal.

    As primeiras provas acadmicas realizadas nesta rea (provas de aptido pedaggica ecapacidade cientfica, equiparveis a uma dissertao de mestrado), apresentadas no Instituto Superiorde Educao Fsica de Lisboa (actual Faculdade de Motricidade Humana), foram da autoria de Jos

    Alves em 1985 e intituladas Relao entre o tempo de reaco simples, de escolha e de deciso e otipo de desporto praticado (individual ou colectivo). Segundo Arajo (2002) tambm foram uma dasprimeiras no mbito da Psicologia do Desporto. Cinco anos mais tarde, em 1990, Jos Alves, concluiu oseu Doutoramento na mesma instituio com uma tese intitulada Inteligncia e Velocidade deProcessamento de Informao. Contributo para a identificao das fases de processamento deinformao mais influenciadas pela inteligncia, a primeira no nosso pas neste domnio.

    A primeira dissertao de Mestrado, apresentada na rea das Cincias da Educao, foi deautoria de Vtor Ferreira em 1990 e intitulou-se Tempo de Reaco Simples, de Escolha e de Deciso:Estudo comparativo em praticantes de ginstica artstica masculina de diferentes nveis de prtica.

    Apesar da primeira tese de Mestrado em Portugal na rea especfica da Psicologia do Desporto tersurgido em 1995, foi Duarte Arajo o primeiro portugus a concluir o Mestrado em Psicologia doDesporto (Europeu) em 1999 com uma tese intitulada Tomada de Deciso Dinmica: Nveis deexpertise em vela e controlo de situaes simuladas. Esta marcou um ponto de viragem no estudo doprocessamento de informao, rompendo com as teorias cognitivas e as abordagens tradicionais nestarea, voltando as linhas de orientao e o campo das preocupaes para uma perspectiva ecolgica, qual se adicionou uma abordagem psicodinmica. Recentemente, em 2005, este autor concluiu o seu

    Doutoramento com uma tese intitulada Abordagem Ecolgica da Dinmica da Tomada de Deciso noDesporto: Estudos na Vela e no Basquetebol

    De forma a contribuir para a divulgao da investigao realizada por autores portugueses narea do processamento de informao e da tomada de deciso no contexto desportivo, realizmos umrecenseamento das publicaes efectuadas at ao ano de 2006.

    Recenso de Trabalhos Publicados por Autores PortuguesesPara alm da pesquisa efectuada pelos meios virtuais na Web (e.g. revistas da especialidade

    on-line, bases de dados, bibliotecas) e do contacto directo com alguns dos autores de maior referencia anvel nacional, os locais fsicos de pesquisa privilegiados foram as instituies de ensino superior quetm linhas de investigao definidas neste domnio: Faculdade de Motricidade Humana da Universidade

    Tcnica de Lisboa, Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. No entanto, e para alm dasinstituies j mencionadas, tambm realizmos a nossa pesquisa em alguns dos principais plos deinvestigao e formao em Psicologia do Desporto e do Exerccio em Portugal at ao final do SculoXX, que segundo Serpa (1995), Cruz (1996) e Arajo (2002) so: Instituto de Educao e Psicologia daUniversidade do Minho, Instituto Superior de Psicologia Aplicada de Lisboa e a Universidade de Trs-os-Montes e Alto Douro. Assim como, outros plos que emergiram aps a entrada no novo sculo (Alves,Cid e Cielo, 2006): Escola Superior de Desporto de Rio Maior do Instituto Politcnico de Santarm.

    MTODO

    A nossa investigao baseou-se naquilo que Dosil (2004) chamou de fontes de documentaoprimrias em Psicologia do Desporto e Actividade Fsica, sendo preferencialmente utilizadas as

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    seguintes palavras-chave: Processamento de Informao, Tomada de Deciso, Tempo de Reaco,Velocidade de Reaco, Processos Cognitivos. Concretamente, foram alvo da nossa pesquisa asseguintes fontes de informao:

    1. Peridicos Nacionais de Educao Fsica e Desporto Agon, Ludens, Horizonte, TreinoDesportivo, Motricidade Humana, Boletin SPEF, Revista Portuguesa de Cincias do Desporto,Motricidade, Desporto.investigao & Cincia;

    2. Peridicos Nacionais de Psicologia Psicologia, Anlise Psicolgica, Psychologica, Psicologia:Teoria, Investigao e Prtica;

    3. Peridicos Internacionais Internacional Journal of Sport and Exercise Psychology, InternacionalJournal of Sport Psychology, The Sport Psychologist, Journal of Sport & Exercise Psychology,Journal of Applied Sport Psychology, Revista de Psicologa del Deporte e Cuadernos dePsicologa del Deporte;

    4. Outros Peridicos Nacionais e Internacionais;

    5.

    Actas de Congressos Internacionais de Psicologia do Desporto e do Exerccio e de Cincias doDesporto;6. Actas de Congressos Nacionais de Psicologia do Desporto e do Exerccio e de Cincias do

    Desporto;7. Dissertaes de Mestrado (apresentadas nas instituies acima mencionadas);8. Dissertaes de Doutoramento (apresentadas nas instituies acima mencionadas);9. Provas Acadmicas de Aptido Pedaggica e Capacidade Cientfica, (apresentadas nas

    instituies acima mencionadas);10. Livros de Psicologia do Desporto e da Actividade Fsica;

    RESULTADOS

    Como ponto prvio do resultado da nossa pesquisa, queremos salientar em primeiro lugarque, apesar de serem publicados frequentemente inmeros artigos na rea da Psicologia do Desporto edo Exerccio nos peridicos nacionais, lamentamos o facto de no nosso pas ainda no existir umarevista da especialidade. Em consequncia, apenas encontrmos, nos peridicos nacionais consultados(i.e. de Psicologia e das Cincias do Desporto), 4 revistas que dedicaram exclusivamente rea daPsicologia do Desporto e do Exerccio um dos seus nmeros:

    a) Ludens, vol.12, n2, 1990, da Faculdade de Motricidade Humana da UniversidadeTcnica de Lisboa;

    b) Psicologia, vol.10, n1/2, 1995, da Associao Portuguesa de Psicologia;c) Anlise Psicolgica, vol.19, n1, 2001, do Instituto Superior de Psicologia Aplicada de

    Lisboa;

    d)

    Psychologica, n39, 2005, da Faculdade de Psicologia e Cincias da Educao daUniversidade de Coimbra;Num pas cujos primeiros trabalhos de psicologia aplicada ao desporto surgiram h mais de 40

    anos um nmero francamente reduzido.

    1 Perodo at 1999Como se pode observar no quadro 1, dos 93 trabalhos realizados at 1999, a maioria (73,1%)

    foram publicados em peridicos nacionais (incluindo aqueles que foram submetidos a revistasenglobadas na categoria de Outros Peridicos) e em comunicaes apresentadas em congressosnacionais e internacionais (embora cerca de metade destes ltimos se tenham realizado em Portugal).

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    Quadro 1.- Processamento de Informao e Tomada de Deciso no Contexto Desportivo.TrabalhosRealizados por Autores Portugueses at 1999

    PNEFD PNP PIPDE OP CNPDE/CD CIPDE/DC DM DD PA L/CL

    19 2 1 7 11 31 4 3 2 1320,4% 2,2% 1,1% 7,5% 11,8% 33,3% 4,3% 3,2% 2,2% 14,0%

    Legenda: PNEFD (Peridicos Nacionais de Educao Fsica e Desporto); PNP (Peridicos Nacionais de Psicologia); PIPD (PeridicosInternacionais de Psicologia do Desporto e do Exerccio); OP (Outros Peridicos Nacionais e Internacionais); CIPDE/CD (CongressosInternacionais de Psicologia do Desporto e do Exerccio / Cincias do Desporto); CNPDE/CD (Congressos Nacionais de Psicologia doDesporto e do Exerccio / Cincias do Desporto); DM (Dissertaes de Mestrado); DD (Dissertaes de Doutoramento); PA (Provas

    Acadmicas Aptido Cientfica e Pedaggica); L/CL (Livros / Captulos de Livros)

    Salientamos tambm a existncia de 13 publicaes (14,0%) includas na categoria Livros eCaptulos de Livros, que corresponde a diversos manuais e a colectnea de estudos. No entanto,apenas foi editado um livro inteiramente dedicado a esta rea Processamento de Informao eInteligncia, da autoria de Jos Alves e publicado em 1995.

    Realamos ainda o facto de as publicaes em revistas nacionais, da rea exclusiva daPsicologia, terem sido quase inexistentes (i.e. apenas duas), assim como, em peridicos internacionaisda especialidade (i.e. apenas um). Embora na categoria de Outros Peridicos estejam englobadosmais dois trabalhos apresentados em peridicos internacionais.

    Fazendo uma anlise geral ao contedo das publicaes apresentadas, podemos referir que agrande maioria dos trabalhos, salvo algumas excepes, reflectem as tendncias de investigaoseguidas naquela altura (i.e. linha cognitivista). De acordo com o que pudemos constatar, partesubstancial dos mesmos, relacionam-se com o estudo das implicaes de diversos factores com oprocessamento de informao e tomada de deciso do sujeito, tais como:

    Factores Relativos aos Processos Cognitivos (e.g. inteligncia memria, ateno,percepo);

    Factores Relativos ao Estmulo (e.g. intensidade, incerteza, complexidade,

    probabilidade); Factores Relativos ao Sujeito (e.g. idade, gnero, tempo de prtica);

    Factores Relativos ao Ambiente Envolvente (e.g. tipo de modalidade, nvel de prtica)Por ltimo, fundamental referir ainda que cerca de 78% de todas as publicaes

    encontradas (i.e. 73), foram realizadas por apenas trs autores (incluindo aquelas que foram publicadasem co-autoria): Jos Alves, Duarte Arajo e Fernando Tavares (ver grfico da figura 1).

    Figura 1.- N Publicaes dos autores de maior referncia nacional em funo do nmero total no 1perodo

    1 Perodo - at 1999

    33

    21 19

    93

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90100

    Alves, J. Tavares, F. Arajo, D. Total

    Autor es

    NPublicaes

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    2 Perodo 2000 a 2006De acordo com o quadro 2, evidente o forte incremento das publicaes com a viragem do

    novo sculo. extraordinrio, e um dado inquestionvel, que o nmero de trabalhos realizados emapenas sete anos (i.e. 84) seja muito prximo ao total dos trabalhos realizados num perodo de 25 anos(i.e. foi a partir dos anos 80 que a investigao neste domnio mais se desenvolveu).

    Quadro 2.- Processamento de Informao e Tomada de Deciso no Contexto Desportivo. TrabalhosRealizados por Autores Portugueses de 2000 a 2006

    PNEFD PNP PIPDE OP CNPDE/CD CIPDE/DC DM DD PA L/CL8 1 4 4 26 20 15 1 0 5

    9,5% 1,2% 4,8% 4,8% 30,9% 23,8% 17,9% 1,2% 0% 5,9%Legenda: PNEFD (Peridicos Nacionais de Educao Fsica e Desporto); PNP (Peridicos Nacionais de Psicologia); PIPD (PeridicosInternacionais de Psicologia do Desporto e do Exerccio); OP (Outros Peridicos Nacionais e Internacionais); CIPDE/CD (CongressosInternacionais de Psicologia do Desporto e do Exerccio / Cincias do Desporto); CNPDE/CD (Congressos Nacionais de Psicologia do

    Desporto e do Exerccio / Cincias do Desporto); DM (Dissertaes de Mestrado); DD (Dissertaes de Doutoramento); PA (ProvasAcadmicas Aptido Cientfica e Pedaggica); L/CL (Livros / Captulos de Livros)

    semelhana do que aconteceu at 1999, os meios preferenciais de veiculao daspublicaes neste perodo, continuam a ser os peridicos nacionais e os congressos nacionais einternacionais, representando na sua totalidade cerca de 65,4% das publicaes realizadas (i.e. 65,4%).Salientando-se ainda o facto de que apenas oito dos eventos internacionais se realizaram em Portugal.

    Embora as publicaes nos peridicos na rea da Psicologia continuem a ser escassas,assistimos, por outro lado, a um importante aumento das publicaes em revistas internacionais (i.e.9,8% incluindo os trabalhos abrangidos pela categoria de Outros Peridicos).

    No que se refere s dissertaes de mestrado, a evoluo faz-se no mesmo sentido, ou seja,parece-nos clara a aposta neste domnio. Das 15 provas pblicas referenciadas, 10 foram apresentadas

    na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e 3 na Faculdade de Motricidade Humana daUniversidade Tcnica de Lisboa. Nesta ltima instituio, foi igualmente submetida a provas pblicas anica dissertao de doutoramento (a que fizemos referncia anteriormente).

    Outra informao a salientar a de que, at presente data, existem j 5 publicaes (5,9%)includas na categoria de Livros e Captulos de Livros, dois dos quais so integralmente dedicados aoestudo da tomada de deciso no contexto desportivo - O Contexto da Deciso. A Aco Tctica noDesporto e Tomada de Deciso no Desporto, publicados em 2005 e 2006 respectivamente, por DuarteArajo.

    Em relao ao contedo dos trabalhos referenciados neste perodo, podemos dizer que osmesmos se centraram essencialmente na preocupao com a incorporao da teoria com a prtica, como objectivo claro de proporcionar um enriquecimento dos processos de treino e, consequentemente, do

    desempenho desportivo. Por outras palavras, assiste-se a uma integrao de novos paradigmas (i.e.teoria dos sistemas dinmicos e da psicologia ecolgica), na tentativa de compreender a forma como asaces so coordenadas com os acontecimentos contextuais (i.e. o constante ajustamento docomportamento do sujeito determinado pelos constrangimentos e pela evoluo da sua relao com oenvolvimento).

    Em suma, embora no se tenham perdido as linhas de investigao sob a perspectivacognitivista, com a viragem do sculo, assiste-se a um forte incrementos dos trabalhos que visam acompreenso da tomada de deciso no contexto desportivo, alicerados numa abordagem maisfuncionalista da relao ambiente-atleta.

    Por ltimo, continuamos a constatar que os autores de referncia continuam a ser Jos Alvese Duarte Arajo (ver figura 2). Os seus trabalhos (incluindo as publicaes em co-autoria) representamcerca de 62% (i.e. 52 publicaes) do valor total encontrado.

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    Figura 2.- N Publicaes dos autores de maior referncia nacional em funo do nmero total no 2perodo

    2 Perodo - 2000 a 2006

    38

    14

    84

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    Arajo, D. Alves, J. TotalAuto res

    NPublicaes

    A Inves tigao Rumo ao Fu turo com a Entrada no Novo Scu loApesar da resistncia em sair do laboratrio, quer por influncias das abordagens puramente

    cognitivas, quer por barreiras operacionais, a investigao actual comea a entrar no terreno onde oatleta se movimenta. Os primeiros passos foram dados com a utilizao de simuladores. Os trabalhos deFernando Tavares com basquetebolistas e de Duarte Arajo com velejadores, bem como de outrosautores em diversas modalidades (futebol, orientao, etc.), so um exemplo da tentativa deaproximao desta rea ao contexto real do atleta.

    De acordo com Frazo, Arajo e Graa (2004) a utilizao da simulao atravs do

    computador (i.e. reproduzir em laboratrio as caractersticas dinmicas e de interaco com o contextoespecfico da modalidade) uma estratgia relevante para a investigao que permite introduzir emanipular as condies funcionais reais e consequentemente estudar a dinmica do comportamentocontextualizado em tempo real.

    Actualmente a investigao neste domnio ultrapassou a utilizao de simuladores e situa-senum processo de estudo e compreenso do comportamento e da tomada de deciso do sujeito emfuno dos constrangimentos da situao, ou seja, o estudo da tomada de deciso na relao funcionalentre o atleta e o terreno onde se movimenta aconselha-se Arajo, Davids e Hristovski (2006) parauma reviso mais aprofundada desta temtica (i.e. The ecological dynamics of decision making in sport)

    reflectindo este artigo a linha de investigao adoptada pelo autor e, de certa forma, resume tambm otrabalho que tem realizado nos ltimos anos.

    De acordo com Arajo (2005), os modelos cognitivos puros do desempenho do atleta queassentam as suas bases na metfora do computador6 no conseguem explicar todas as acestcnico-tcticas dos atletas, especialmente aquelas que envolvem altos nveis de criatividade eespectacularidade. No contexto desportivo, partida, os atletas no esto perante um conjunto deestmulos conhecidos. A sua aco passvel de influenciar uma situao com inmeras variveis(umas conhecidas e outras no), que mudam ao longo do tempo. Isto implica que sejam activos (i.e. agir

    6Para Damsio (2000, pp.366), a metfora do crebro-como-computador completamente inapropriada, uma

    vez que o crebro desempenha actividades de computao, mas a sua organizao e o seu modo defuncionamento pouco tm a ver com o que ns chamados computador.

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    para encontrar as informaes), e que acompanhem a dinmica do que se passa sua volta, em vez deesperar de forma passiva pelos estmulos para dar uma resposta.

    Em suma, no podemos deixar de reforar o ponto de vista de Arajo (2003, pp.92)

    Realamos que no h dvida alguma que a psicologia cognitiva do desporto trouxe contribuiesfundamentais ao desporto. Mas trouxe tambm a possibilidade de se explorar outras vias para se obterrespostas que esta via no consegue obter. De facto, o estudo continuo do processamento deinformao em situaes reais de prtica desportiva, bem como, o modo como os atletas vo interagindocom o meio envolvente (i.e. a forma como gerem os constrangimentos do contexto, que um sistemadinmico e complexo) e utilizam a informao para a tomar as suas decises tcnico-tcticas, parecerser o caminho a percorrer no futuro. Estas parecem ser as bases das novas linhas de investigaoorientadas pelas perspectivas ecolgica e dinmica que, de certa forma, vem complementar asabordagens puramente cognitivas.

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