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32. Salud Humana Processamento de produtos para saúde ortopédicos em sistema de comodato: inquérito nacional Santos, Michelle Augusta; Costa, Dayane de Melo; Lopes, Lillian Kelly Oliveira; Tipple, Anaclara Ferreira Veiga; Veloso, Thaís Rodrigues [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] Faculdade de Enfermagem Universidade Federal de Goiás Resumo Objetivos: Avaliar o gerenciamento e processamento de produtos para saúde (PPS) ortopédicos críticos, adquiridos em sistema de consignação/comodato. Metodologia: Trata- se de um estudo de corte transversal realizado com profissionais que atuavam em Centro de Material e Esterilização (CME) de hospitais das cinco regiões brasileiras. Os dados foram coletados por meio de questionário autoaplicável no formato impresso ou eletrônico. O projeto de pesquisa foi aprovado em comitê de ética em pesquisa (protocolo 558.585). Resultados: Dos 143 questionários respondidos, a maioria era das regiões Sul e Sudeste do país. Estrutura física que permite fluxo de trabalho unidirecional e realização de teste biológico foram exigências legais atendidas pela maioria dos hospitais (92% e 100%, respectivamente). Entre as inconformidades reportadas, destacam-se: prazo mínimo de entrega dos PPS no CME em intervalo < 24h do procedimento cirúrgico, limpeza exclusivamente manual de PPS, execução de limpeza antes e/ou após o procedimento cirúrgico exclusivamente por profissionais das empresas fornecedoras, não realização de teste biológico em cargas envolvendo implantes e próteses, não qualificação da autoclave, e uso de solução salina e compressa umedecida com álcool na etapa de pré-limpeza. Conclusão: O gerenciamento e o processamento de PPS consignados/comodatos em hospitais brasileiros apresentam falhas relacionadas tanto à estrutura quanto ao processo de trabalho em CME. Esses achados revelam a necessidade imediata de um “olhar” criterioso sobre esses aspectos por todos os atores envolvidos nesse processo, incluindo órgãos regulamentadores, fabricantes, empresas fornecedoras e serviço de saúde, para o fornecimento de PPS seguros para uso. Palavras-chave: Instrumentos cirúrgicos, Esterilização, Serviços terceirizados

Processamento de produtos para saúde ortopédicos em ......PPS críticos, como os utilizados em cirurgias ortopédicas, são obtidos por meio de empresas que os fornecem em sistema

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Page 1: Processamento de produtos para saúde ortopédicos em ......PPS críticos, como os utilizados em cirurgias ortopédicas, são obtidos por meio de empresas que os fornecem em sistema

32. Salud Humana

Processamento de produtos para saúde ortopédicos em sistema de comodato:

inquérito nacional

Santos, Michelle Augusta; Costa, Dayane de Melo; Lopes, Lillian Kelly Oliveira; Tipple,

Anaclara Ferreira Veiga; Veloso, Thaís Rodrigues

[email protected]; [email protected];

[email protected]; [email protected]; [email protected]

Faculdade de Enfermagem

Universidade Federal de Goiás

Resumo

Objetivos: Avaliar o gerenciamento e processamento de produtos para saúde (PPS)

ortopédicos críticos, adquiridos em sistema de consignação/comodato. Metodologia: Trata-

se de um estudo de corte transversal realizado com profissionais que atuavam em Centro de

Material e Esterilização (CME) de hospitais das cinco regiões brasileiras. Os dados foram

coletados por meio de questionário autoaplicável no formato impresso ou eletrônico. O

projeto de pesquisa foi aprovado em comitê de ética em pesquisa (protocolo 558.585).

Resultados: Dos 143 questionários respondidos, a maioria era das regiões Sul e Sudeste

do país. Estrutura física que permite fluxo de trabalho unidirecional e realização de teste

biológico foram exigências legais atendidas pela maioria dos hospitais (92% e 100%,

respectivamente). Entre as inconformidades reportadas, destacam-se: prazo mínimo de

entrega dos PPS no CME em intervalo < 24h do procedimento cirúrgico, limpeza

exclusivamente manual de PPS, execução de limpeza antes e/ou após o procedimento

cirúrgico exclusivamente por profissionais das empresas fornecedoras, não realização de

teste biológico em cargas envolvendo implantes e próteses, não qualificação da autoclave, e

uso de solução salina e compressa umedecida com álcool na etapa de pré-limpeza.

Conclusão: O gerenciamento e o processamento de PPS consignados/comodatos em

hospitais brasileiros apresentam falhas relacionadas tanto à estrutura quanto ao processo

de trabalho em CME. Esses achados revelam a necessidade imediata de um “olhar”

criterioso sobre esses aspectos por todos os atores envolvidos nesse processo, incluindo

órgãos regulamentadores, fabricantes, empresas fornecedoras e serviço de saúde, para o

fornecimento de PPS seguros para uso.

Palavras-chave: Instrumentos cirúrgicos, Esterilização, Serviços terceirizados

Page 2: Processamento de produtos para saúde ortopédicos em ......PPS críticos, como os utilizados em cirurgias ortopédicas, são obtidos por meio de empresas que os fornecem em sistema

INTRODUÇÃO

Os produtos para saúde (PPS)

utilizados na assistência à saúde são cada

vez mais complexos, sendo definidos

pelos fabricantes como de uso único ou

reutilizáveis. O PPS reutilizável devem ser

processados entre usos e o tipo de

processamento é definido segundo os

critérios propostos por Spaulding (crítico,

semicrítico e não crítico), os quais são

baseados no risco potencial para infecção

pelo uso do PPS (Rutala e Weber, 2013).

Por penetrar tecidos, ou sistema

vascular, com ausência de microbiota

colinizante, os PPS críticos, como

instrumental cirúrgico, devem ser

submetidos, obrigatoriamente, à

esterilização (Association of perioperative

registered nurses – Aorn, 2017), processo

que destrói todas as formas de vida

microbiana, incluindo esporos bacterianos,

até alcançar o nível de segurança de

esterilidade aceitável de 10-6. Para a

esterilização de material termorresistente,

o método mais recomendado é o vapor

saturado sob pressão (Associação

brasileira de enfermeiros de centro,

recuperação anestésica e centro de

material e esterilização – Sobecc, 2013).

Devido, principalmente, ao rápido

avanço técnológico e ao alto custo, alguns

PPS críticos, como os utilizados em

cirurgias ortopédicas, são obtidos por

meio de empresas que os fornecem em

sistema de consignação/comodato. As

vantagens desse sistema são o custo

reduzido e a expansão dos serviços

oferecidos. Por outro lado, sobretudo

devido à sua alta rotatividade entre

diferentes hospitais, a entrega desses

produtos ao serviço de saúde não ocorre

com antecedência necessária para o

cumprimento das etapas do

processamento (Seavey, 2010). Este

inclui, além da conferência da quantidade

e qualidade do instrumental, a limpeza,

secagem, empacotamento, esterilização,

armazenamento e distribuição, o que

requer que o CME atenda aos aspectos

relacionados à estrutura e processo de

trabalho segundo as recomendações de

boas práticas de processamento de PPS

nacionais e internacionais (Brasil, 2012;

Sobecc, 2013; Aorn, 2017).

É importante destacar que compete

ao responsável técnico, legalmente

habilitado, assumir a responsabilidade

pelo serviço de saúde ou pela empresa

processadora, conforme garantindo que

cada etapa do processamento do

instrumental cirúrgico seja realizada

seguindo um Procedimento Operacional

Padrão (POP), elaborado com base em

referencial científico de forma a garantir

uma prática segura, onde os riscos sejam

minimizados ou evitados (Rutala e Weber,

2013).

Apesar da relevância do tema e da

realidade vivenciada pelos profissionais

do CME, poucos estudos enfocam essa

Page 3: Processamento de produtos para saúde ortopédicos em ......PPS críticos, como os utilizados em cirurgias ortopédicas, são obtidos por meio de empresas que os fornecem em sistema

temática. Assim, esse estudo contribui

oferecendo um diagnóstico situacional das

condutas em hospitais que realizam

cirurgias ortopédicas e utilizam PPS

consignados/comodatados e pode

oferecer indicadores de qualidade para o

processamento desses PPS. Foi objetivo

do estudo avaliar o gerenciamento e

processamento de produtos para saúde

ortopédicos críticos, adquiridos em

sistema de consignação/comodato, em

hospitais brasileiros.

MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo de corte

transversal, realizado no período de

setembro de 2014 a dezembro de 2016

com trabalhadores que atuavam em CME

de serviços de saúde da rede pública,

privada e filantrópica das cinco regiões

brasileiras, e que realizavam

procedimentos cirúrgicos ortopédicos,

com uso de PPS em sistema de

consignação/comodato.

Para coleta de dados, foi utilizado

um questionário autoaplicável, elaborado

segundo recomendações nacionais e

internacionais (Brasil, 2012; Sobecc,

2013; Aorn, 2013), submetido à avaliação

por especialistas e teste piloto. Continha

questões abertas e fechadas relacionadas

às características dos serviços de saúde,

dos participantes, dos responsáveis

técnicos pelo CME, do fluxo de entrada e

saída de PPS comodatado, das etapas do

processamento e do tipo de

processamentos realizados. Três

estratégias foram utilizadas para coleta de

dados:

1) Cópias impressas do questionário

autoaplicável e do termo de

consentimento livre e esclarecido (TCLE)

foram entregues pessoalmente aos

trabalhadores de CME de hospitais de

uma região metropolitana da região

Centro-oeste do Brasil.

2) Cópias impressas do questionário

autoaplicável e TCLE foram distribuídas

aos participantes do 12º Congresso

Brasileiro de Enfermagem em Centro

Cirúrgico, Recuperação Anestésica Centro

Material e Esterilização, realizado em São

Paulo, no período de 22 a 25 de setembro

de 2015, mediante aceite dos

organizadores do evento. Os

questionários respondidos e o TCLE

assinados foram devolvidos após

preenchimento, em caixas localizadas em

pontos estratégicos do evento.

3) Uma versão eletrônica do questionário

autoaplicável elaborado por meio do

aplicativo Google FormTM (Google Inc.),

para preenchimento online, foi enviada por

e-mail aos membros da Sobecc,

fornecidos por essa associação. Ao clicar

no link, os participantes tinham acesso ao

TCLE, e em caso de aceite, ao

questionário. O link para o questionário

enviado por três vezes por quatro meses.

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Esta pesquisa está integrada ao

projeto âncora intitulado “Processamento

dos Produtos para Saúde Utilizados em

Cirurgias de Implantes Ortopédicos”,

aprovado em comitê de ética em pesquisa

(protocolo 558.585/2013). O TCLE foi

assinado pelos participantes que

preencheram a versão impressa do

questionário, e um item “Eu li e entendi as

informações acima” selecionado pelos que

preencheram a versão eletrônica.

A análise dos dados foi realizada

utilizando o pacote estatístico Sigma Plot

13 (Systat Software, Inc., San José,

Califórnia). Os dados foram descritos em

frequência simples. As respostas em

duplicada foram rastreadas por meio do

código postal, sendo a primeira resposta

(ordem cronológica) incluída na análise.

RESULTADOS

Um total de 143 questionários (34

impressos e 109 eletrônicos) foram

preenchidos. As frequências apresentadas

foram calculadas a partir do total de

respostas válidas para cada variável

investigada. A Tabela 1 apresenta as

características dos hospitais, dos CME e

dos participantes do estudo e fluxo de

entrada de produtos para saúde

comodatado. A maioria dos participantes

era das regiões Sudeste (60,2%) e Sul

(16,1%), de hospitais privados (42,6%),

que possuiam CME centralizado (82,3%;

n=116/141) e permitia fluxo de trabalho

linear/unidirecional (92,0%). Dos

participantes, 50,4% atuavam em CME

entre 4 à 10 anos e 55,0% eram

responsáveis técnico pelo CME.

A maioria dos participantes

afirmaram possuir sistema de

rastreabilidade (68,8%; n=97/141), sendo

que a relação empresa–hospital, hospital–

paciente e hospital–empresa rastreada em

73,6%, 42,1% e 33,6% dos hospitais,

respectivamente.

Tabela 1. Características dos hospitais, centro de matrial e esterilização e participantes do estudo e o fluxo de entrada de produtos para saúde comodatado. Goiânia, Brasil, 2017 (continua).

VARIÁVEIS N/N VÁLIDO# %

Região do Brasil Sul 19/118 16,1 Sudeste 71/118 60,2 Centro-Oeste 9/118 7,6 Norte 7/118 5,9 Nordeste 12/118 10,2 Tipo de serviço de saúde Público 60/143 41,9 Sem fins lucrativos 22/143 15,4 Privado 61/143 42,6

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Tabela 1. Características dos hospitais, centro de matrial e esterilização e participantes do

estudo. Goiânia, Brasil, 2017 (conclusão).

Idade 20 - 30 anos 25/143 17,5 31 - 40 anos 63/143 44,0 41 - 50 anos 37/143 25,9 Mais de 50 anos 18/143 12,6 Experiência em CME

≤ 3 anos 27/137 19,7 4 à 10 anos 69/137 50,4 ≥ 10 anos 41/137 29,9 Nível de escolaridade Técnico – Profissionalizante 6/143 4,2 Nível superior 137/143 95,8 Tipo de CME Centralizado 116/141 82,3 Parcialmente centralizado 19/141 13,5 Descentralizado 6/141 4,2 CME possui POP para as etapas do processamento* Limpeza 132/135 97,8 Empacotamento 123/135 91,1 Esterilização 127/135 94,1 Armazenamento 115/135 85,2 Distribuição 107/134 79,8 A empresa fornecedora disponibiliza POP para as etapas do processamento*

Limpeza 63/109 57,8 Empacotamento 24/109 22,0 Esterilização 54/109 49,5 Aramazenamento 29/109 26,6 Distribuição 42/109 38,5 Checagem da integridade/funcionalidade dos Produtos para Saúde (PPS) comodatados

Sim 83/106 78,3 Não 23/106 21,7 Prazo mínimo de entrega do PPS no CME (menor tempo considerado) < 24 horas

89/135

65,9

≥ 24 horas 46/135 34,1 Área exclusive para recebimento, conferência e devolução do PPS comodatado

Sim 83/140 59,3 Não 57/140 40,7 #Número total de respostas para cada variável investigada. *Mais de uma opção poderia ser escolhida/marcada. CME - Centro de Material e Esterilização

A realização de limpeza

exclusivamente manual foi afirmada por

16,3% dos participantes. Predominou o

uso de detergente enzimático para

limpeza manual (97,2%) e automatizada

(93,9%) (Tabela 2). Uso de água tratada e

presença de sistema de pressurização de

água foram relatados por 70,9%

Page 6: Processamento de produtos para saúde ortopédicos em ......PPS críticos, como os utilizados em cirurgias ortopédicas, são obtidos por meio de empresas que os fornecem em sistema

(n=93/131) e 67,6% (n=96/142) dos

participantes, respectivamente. A maioria

afirmou utilizar escovas reutilizáveis

(81,4% - n=114/140), sendo que o

diâmetro (91,7%, n=121/132), comprimento

(90,9%, n=120/132) e rugosidade (59,8%,

n=79/132) considerados ao comprá-las.

Antes e após o procedimento cirúrgico, a

limpeza do PPS era realizada,

exclusivamente, por profissionais das

empresas fornecedoras dos PPS

comodatados em 30% e 63% dos casos,

respectivamente (Tabela 2).

Tabela 2. Características de limpeza dos instrumentos cirúrgicos emprestados no Brasil. Goiânia, Brasil, 2017.

VARIÁVEIS N/N VÁLIDO# %

LIMPEZA Método de limpeza Manual e automatizado 118/141 83,7 Apenas manual 23/141 16,3% Apenas automatizado - - Detergentes utilizados para a limpeza manual* Enzimático 139/143 97,2 Alcalino 13/143 9,1 Neutro 20/109 18,3 Outros Detergentes utilizados para a limpeza automatizada*

Enzimático Alcalino Neutro Outros

-

123/131 15/131 6/100

-

-

93,9 11,4 6,0 -

Equipamento de limpeza automatizado disponível*

Pressão do jato de água da máquina de lavar 6/34 17,6 Termodesifectadora 84/135 62,2 Lavadora ultrassônica convencional 51/135 37,8 Lavadora ultrassônica com jato pulsátil 69/135 51,1 Processamento prévio à cirurgia realizado por* Funcionários do CME/hospital 105/109 96.3 Equipe de cirúrgica do hospital 9/109 8,2 Funcionários da empresa terceirizada 10/109 9,2 Somente equipe da empresa* 3/10 30,0 Processamento após cirurgia realizada por* Funcionários do CME/hospital 108/143 75,5 Equipe de cirurgiões do hospital 11/143 7,7 Funcionário da empresa 35/143 24,5 Somente funcioários da empresa 22/35 63,0 #Número total de respostas para cada variável investigada. *Mais de uma opção poderia ser escolhida/marcada; CME - Centro de Material e Esterilização; POP - Procedimento Operacional Padrão

O monitoramento da limpeza era

realizado predominantemente por meio de

inspeção visual com uso lente

intensificadora de imagem (79,7%,

Page 7: Processamento de produtos para saúde ortopédicos em ......PPS críticos, como os utilizados em cirurgias ortopédicas, são obtidos por meio de empresas que os fornecem em sistema

n=110/138), seguido por inspeção visual

sem uso lente intensificadora de imagem

(45,2%, n=62/137), ATP residual (28,7%,

n=31/108) e teste químico (28,3%,

n=39/138). Spunbonded-Meltblowm-

Spunbonded (SMS) (83,2%, n=119/143),

papel grau cirúrgico (72%, n=103/143),

tecido de algodão (43,3%, n=62/143),

caixa da empresa (41,2, n=59/143), e

Tyvek (31,5%, n=45/143), caixa do

hospital (25,2%, n=36/143) e papel

crepado (8,4%, n=12/143) foram o sistema

de barreira estéril empregado para

embalagem dos PPS.

A realização da manutenção

preventiva da autoclave foi relatada por

87,9% dos participantes (Tabela 3).

Quanto à qualificação da autoclave, não

era realizada após reparos (52,3%;

n=46/88), quando da modificação para um

novo tipo de ciclo (63,6%; n=56/88),

usando PPS representativos da gama de

produtos identificados como os mais

difíceis de processar (86,4%; n=76/88) e

ao introduzir PPS novos ou modificados,

embalagem ou tipo de carregamento

(88,6%;n=78/88).

Tabela 3. Características da etapa de esterilização de produtos para saúde comodatados. Goiânia, Brasil, 2017 (continua).

VARIÁVEIS N/N VÁLIDO# %

ESTERILIZAÇÃO Autoclave de barreira Sim 113/138 81,9 Não 25/138 18,1 Temperatura, pressão, tempo de ciclo monitorados* Sim 128/141 90,8 Não 13/141 9,2 Indicador químico utilizado para esterilização a vapor* Classe I 105/143 73,4 Classe II 120/143 83,9 Classe IV 23/143 16,1 Classe V e/ou VI 127/142 89,4 Utilização do indicador biológico* Sim 141/142 100,0 Não 1/142 0,7 Frequência de realização do indicador biológico* Diariamente 96/108 88,9 Uma vez por semana 1/108 0,9 Outros 11/108 10,2 Indicador biológico realizado para ciclos de esterilização envolvendo implantes/próteses

Sim 134/140 95,7 Não 6/140 4,3 Manutenção preventiva da autoclave realizada Sim 124/141 87,9 Não 17/141 12,0

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Tabela 3. Características da etapa de esterilização de produtos para saúde comodatados. Goiânia, Brasil, 2017 (conclusão).

Frequência de manutenção preventiva* Menor que o intervalo de um mês 19/117 16,2 Mensal a annual 98/117 83,8 Qualificação de instalação da autoclave realizada Sim 107/131 81,7 Eu não sei 24/131 18,3 Qualificação de operação realizada após a instalação da autoclave

Sim 109/131 83,2 Não 22/131 16,8 Qualificação de desempenho imediatamente após a qualificação de instalação e operação para equipamento recém-instalado ou deslocado

Sim 55/88 62,5 Não 33/88 37,5 #Número total de respostas para cada variável investigada. *Mais de uma opção poderia ser escolhida/marcada.

O armazenamento dos PPS era

predominantemente realizado em área

exclusiva (96,5%) como mostra a Tabela 4

que inclui dados dessa e da rotina de

distribuição.

Tabela 4. Armazenamento e distribuição, cuidados no centro cirúrgico e fluxo de saída de produtos para saúde comodatados. Goiânia, Brasil, 2017 (continua).

VARIÁVEIS N/N VÁLIDO# %

ARMAZENAMENTO Área de armazenamento e distribuição em área exclusiva (estrutura física)*

Sim 137/142 96,5 Não 5/142 3,5 Área de armazenamento e distribuição climatizada* Sim 125/142 88,0 Não 17/142 12,0 Temperatura padronizada para área de armazenamento e distribuição

18 – 22 oC 77/107 72,0 23 – 30 oC 30/107 28,0 Umidade da área de armazenamento e distribuição entre 40 e 70% Sim 63/75 84,0 Não 12/75 16,0

DISTRIBUIÇÃO Transporte de instrumentais cirúrgicos para centro cirúrgico* Carrinho fechado e/ou cestas com proteção 74/142 52,1 Carinho aberto e/ou cestas sem proteção 63/142 44,4 Mesa auxiliary 8/34 23,5 Carregado pelo trabalhador 26/143 18,2

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#Número total de respostas para cada variável investigada. *Mais de uma opção poderia ser escolhida/marcada. CME - Centro de Material e Esterilização

DISCUSSÃO

Os resultados desse estudo

permitiram uma “visão panorâmica” da

realidade do gerenciamento e

processamento de PPS comodatados em

hospitais públicos, privados e filantrópicos

brasileiros. De modo geral, a maioria dos

hospitais atendeu às exigências

relacionadas à estrutura física do CME e

todos os trabalhadores possuíam nível de

escolaridade técnico ou superior.

Barreiras físicas que permitem um fluxo

linear/unidirecional entre as áreas do CME

são de fundamental importância para

evitar contaminação cruzada de PPS

durante o processamento (Brasil, 2012;

Sobecc, 2013). Da mesma forma,

trabalhadores com formação adequada

para execução de atividades em CME é

fundamental para o sucesso desse

procedimento, o qual exige qualificação e

conhecimento técnico-científico

correspondente à função exercida (Tipple,

Tabela 4. Armazenamento e distribuição, cuidados no centro cirúrgico e fluxo de saída de produtos para saúde comodatados. Goiânia, Brasil, 2017 (conclusão).

CENTRO CIRÚRGICO E DEVOLUÇÃO Qualquer pré-limpeza realizada em instrumentos cirúrgicos enquanto ainda está no centro cirúrgico Sim 69/141 48,9 Não 72/141 51,1 Pré-limpeza realizada em instrumentos cirúrgicos enquanto ainda está no centro cirúrgico*

Spray enzimático 26/141 18,4 Enxague com solução salina 4/108 3,7 Enxague com água 12/108 11,1 Limpeza enzimática - - Compressa umedecida com água estéril / destilada 12/141 8,5 Compressa umedecida com solução salina 11/141 7,8 Compressa umedecida com água de torneira 1/141 0,7 Compressa umedecida com álcool 3/141 2,1 Instrumental canulado irrigado com água estéril/destilada 7/141 4,9 Instrumental canulado irrigado com água da torneira 2/141 1,4 Instrumental canulado irrigado com soro fisiológico 6/141 4,2 Outras 10/141 7,0 Tempo médio entre o uso de spray enzimático e o início da limpeza no CME

≤ 1 hora 14/21 66,7 > 1 hora 7/21 33,3

Outros 9/141 6,4 Etapa de processamento realizada no CME do hospital antes da devolução à empresa

Somente limpeza 127/139 91,4 Limpeza, Embalagem e Esterilização 11/105 10,5

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Aguliari, Souza, Pereira, Mendonça e

Siqueira, 2007).

Entretanto, a disponibilidade de POP

tanto pelo serviço de saúde como pela

empresa fornecedora de PPS comodatado

não foi unâmine nos hospitais avaliados

neste estudo. Protocolos escritos

permitem padronizar a execução do

processameno, bem como serve de guia

aos trabalhadores em casos de dúvidas, o

que facilita no entendimento e

desempenho das atividades que garante

uma prática segura, visando minimizar os

riscos para saúde (Aorn, 2017).

Apesar da maioria dos

participantes afirmarem o uso de sistema

de rastreabilidade, maior enfoque foi dado

à relação Hospital-Paciente. Entretanto,

no caso de PPS comodatado, faz-se

necessário que a relação Hospital-

Empresa também seja monitorada. Devido

à alta rotatividade desses produtos entre

diferentes serviços de saúde, e isso

facilita o acesso ao histórico de

movimentação dos PPS em caso de

intercorrências relacionadas ao seu

processamento, uso e/ou fabricação

(Sobecc, 2013; Aorn, 2017).

Para que a conferência dos produtos

(quantidade/integridade/funcionalidade) e

todas as etapas do processamento sejam

cumpridas, recomenda-se que as caixas

cirúrgicas sejam entregues com no

mínimo 48 horas de antecedência do ato

cirúrgico (Seavey, 2010). Caso seja a

primeira vez em que a empresa foi

contratada, o prazo é de 72 horas (Flynn e

Besc, 2012). Assim, a entrega de PPS

realizada em período < 24 horas, como

evidenciado neste estudo, aponta para

falhas no seu gerenciamento, que

interferem na qualidade e segurança do

processamento, sobretudo na etapa da

limpeza.

Todavia, a limpeza exclusivamente

manual também revelada nesse estudo,

alerta para o não cumprimento da

legislação vigente, que exige processo

manual seguido obrigatoriamente por

automatizado em caso de PPS de

conformação complexa (Brasil, 2012).

Estrutura apenas para realização de

limpeza manual, também foi encontrado

em outros estudos realizados em

diferentes regiões do Brasil (Tipple,

Agualiari, Souza, Pereira, Mendonça e

Siqueira, 2007; Mendonça, Bezerra,

Tipple e Tobias, 2017).

Como evidenciado por Alfa e Nemes

(2004), quando comparado a PPS com

lúmen submetido à limpeza manual

seguida de automatizada, aqueles

submetidos ao processo exclusivamente

manual apresentaram 50 vezes mais

sujidade, o que favorece a formação de

biofilme. Este consiste numa agregação

tridimensional de células sésseis que são

irreversivelmente aderidas a um substrato,

a uma interface ou entre si, em meio a

uma matriz de substâncias poliméricas

Page 11: Processamento de produtos para saúde ortopédicos em ......PPS críticos, como os utilizados em cirurgias ortopédicas, são obtidos por meio de empresas que os fornecem em sistema

extracelulares (Extracellular Polymeric

Substances - EPS) por elas produzidas

(Vickery, Hu, Jacombs, Bradshawy e

Deva, 2013).

A realização do processamento de

PPS comodatado é de responsabilidade

do serviço de saúde contratante (Brasil,

2012). Assim, a execução desse processo

por trabalhadores das empresas

fornecedoras, como evidenciado neste

estudo, é um fato preocupante, pois não

possuem vínculo empregatício com os

serviços de saúde que utilizam os PPS,

não recebem orientações/supervisão nem

participam de atividades educacionais e

desconhece os protocolos padronizados

em cada instituição.

O monitoramento da limpeza é um

dos pontos críticos do processamento por

permitir a detecção de sujidade residual,

deterioração, descoloração, partes

quebradas e ranhuras nos PPS antes que

sejam submetidos às etapas

subsequentes (Sobecc, 2013; Who, 2016;

Aorn, 2017). Apesar de questionável

(Descôteaux, Poulin, Lortie, Murray e

Gingras, 1995; Fengler, Pahlke, Bisson e

Kraas, 2000), a inspeção visual é um dos

métodos preconizados para essa

finalidade e exige um local limpo e

previamente desinfetado (álcool 70%),

coberto por tecido de cor clara, com

iluminação adequada e lentes de

ampliação de oito vezes (Sobecc, 2013;

Who, 2016; Aorn, 2017). Todavia, a

realização desse procedimento sem uso

de lentes intensificadoras de imagem foi

afirmado neste estudo, o que torna esse

método de monitoramento ainda menos

confiável e ameaça a qualidade dos PPS

fornecidos.

Quanto aos tipos de embalagens

utilizadas nos hospitais participantes deste

estudo, vale destacar que o recomendado

para o processo de esterilização a vapor

saturado sob pressão, o uso de tecido de

algodão deve ser atrelado a um plano de

registros para sua aquisição/substituição

(Brasil, 2012). Estudo realizado por

Rodrigues et al. (2006), que simulou

condições de lavagem e esterilização

desse tipo de embalagem, evidenciou que

65 processamentos foi a quantidade

segura, em caso de embalagem dupla.

Todavia, seu uso em camada única

(37,6%) para a montagem dos pacotes e

negligenciamento do monitoramento de

sua vida útil foram identificados em

hospitais de médio e grande porte da

região Centro-Oeste do Brasil (Freitas,

Tipple, Felipe, Rodrigues e Melo, 2012).

Embora afirmado pela maioria dos

participantes, dentre os testes para

controle de rotina do processo de

esterilização (físicos, químicos e

biológicos), apenas o teste biológico era

realizado em todos os hospitais. O

monitoramento de parâmetros críticos do

ciclo de esterilização por meio de

indicadores físicos e químicos em

Page 12: Processamento de produtos para saúde ortopédicos em ......PPS críticos, como os utilizados em cirurgias ortopédicas, são obtidos por meio de empresas que os fornecem em sistema

conjunto com o biológico é fundamental,

visto que seus resultados reunidos

permitem monitorar o desempenho de

cada ciclo (Calicchio, 2011). Vale destacar

que, apesar da realização de teste

biológico ter sido afirmada por todos os

participantes, o mesmo não ocorreu para

cargas contendo próteses/implantes,

sabendo que e sua liberação deve ocorrer

após a leitura negativa do teste (Brasil,

2012).

A manutenção preventiva e a

qualificação da autoclave (instalação,

operação e desempenho) são essenciais

para um processamento seguro. Enquanto

a manutenção preventiva foi afirmada pela

maioria dos participantes, a qualificação

da autoclave era realizada pela minoria (<

50%). São desafiadores, visto que a

manutenção propicia a conservação dos

equipamentos e detecção precoce de

possíveis falhas (Padoveze, Quelhas e

Nakamura, 2011). Já a qualificação, reuni

um conjunto de ações que atestam a

funcionalidade do equipamento (Brasil,

2010).

Entretanto, essa recomendação tem

sido questionada. Bruna, Pinto e Graziano

(2012) demonstraram que não houve

crescimento microbiano nos PPS

esterilizados, contaminados por Serratia

marcescens de produtos e armazenados a

alta temperatura (37oC) e alta umidade do

ar (> 70%) após 30 dias de incubação nas

condições determinadas.

Assim como para o armazenamento,

cuidados para prevenir a ocorrência de

“eventos relacionados” também devem ser

adotados durante a distribuição de PPS. O

uso de carrinhos abertos e/ou cestas de

arame sem proteção ou carregado pelo

trabalhador, como relatado neste estudo,

aumenta o risco de contaminação

acidental, pois, nesses casos, os produtos

ficam expostos à microbiota do ambiente

e dos trabalhadores, e ao risco de queda

ao chão (Graziano, Silva e Januncio,

2011; Brasil, 2012; Sobecc, 2013).

Após uso dos PPS, ainda no centro

cirúrgico, recomenda-se a pré-limpeza do

PPS por meio da aplicação de água estéril

no intuito de evitar o ressecamento e

facilitar a remoção de sujidade (Aorn,

2017). Embora não recomendados, o uso

de solução salina e álcool na pré-limpeza

foram condutas identificadas neste

estudo. Independentemente do método de

aplicação, solução salina não é

recomendada para esse fim, por

causarem corrosão no PPS (Aorn, 2017).

O uso de álcool em produtos

contaminados com sangue (Prior, Fernie,

Rentrew e Heneaghan, 2004) e/ou

bactéria (Costa, Lopes, Honghua, Tipple e

Vickery, 2017) mostrou ter ação fixadora

de matéria orgânica, pois aumentou a

quantidade de proteína residual nos PPS

quando comparada imersos em água.

Ambas as práticas interferem

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negativamente sobretudo na etapa da

limpeza.

Além do uso de produtos não

recomendados na pré-limpeza dos PPS, o

início da limpeza desses produtos no CME

em intervalo acima de 1 hora após uso de

spray enzimático e/ou do término da

cirurgia também foi evidenciado neste

estudo. Secagem da matéria orgânica por

longo intervalo de tempo (240 minutos)

aumentou significativamente a dificuldade

de limpeza, devido à presença de proteína

residual mais elevada quando

comparados aos PPS imersos em água

(Costa, Lopes, Honghua, Tipple e Vickery,

2017).

Obedecendo ao exigido pela

legislação brasileira (Brasil, 2012), apenas

realização de limpeza após o uso e antes

da devolução dos PPS comodatados foi

relatada nesse estudo. Todavia, essa

conduta é preocupante ao considerar o

fato de que esses produtos são

predominantemente submetidos à limpeza

exclusivamente manual, conduta não

recomendada para produtos de

conformação complexa. Adicionalmente, o

longo período de armazenamento das

caixas cirúrgicas nas empresas entre usos

por diferentes serviços de saúde, pode

propiciar o aumento da carga microbiana

e/ou a formação de biofilme nos produtos,

o que compromete os processamentos

subsequentes.

CONCLUSÃO

Conlui-se que o gerenciamento e o

processamento de PPS ortopédicos

críticos adquiridos em sistema de

consignação/comodato em hospitais

brasileiros apresentam falhas

relacionadas tanto à estrutura quanto ao

processo de trabalho em CME. Esses

achados revelam a necessidade imediata

de um “olhar” criterioso sobre esses

aspectos por todos os atores envolvidos,

que inclui representantes de órgãos

reguladores/fiscalizadores, fabricantes,

empresas fornecedoras, serviços de

saúde contratantes, responsável técnico e

trabalhadores de CME, bem como do

centro cirúrgico, no intuito de garantir o

fornecimento de PPS seguro e contribuir

para uma assistência cirúrgica de

qualidade.

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FINANCIAMENTO

O estudo contou com

financiamento do Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq) (nº 14/2013, número de processo:

484578 / 2013-8).