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17/09/2020
Número: 0600228-94.2020.6.08.0000
Classe: PETIÇÃO
Órgão julgador colegiado: Colegiado do Tribunal Regional Eleitoral Órgão julgador: Juiz Estadual 2 - Dr. UBIRATAN ALMEIDA AZEVEDO
Última distribuição : 03/09/2020
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Desfiliação Partidária
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Tribunal Regional Eleitoral do Espírito SantoPJe - Processo Judicial Eletrônico
Partes Procurador/Terceiro vinculado
JOSE ESMERALDO DE FREITAS (REQUERENTE) IGOR AWAD BARCELLOS (ADVOGADO)
MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO (MDB) -
ESTADUAL (REQUERIDO)
PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data daAssinatura
Documento Tipo
3412595
03/09/2020 08:45 01. Inicial Petição
Página 1 de 24
EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL
REGIONAL ELEITORAL DO ESPÍRITO SANTO
JOSÉ ESMERALDO DE FREITAS, brasileiro, Deputado Estadual, inscrito no
CPF nº 283.113.297-53 e no RG nº 120.056 ES, com endereço profissional na Av. Américo
Buaiz, 205 - Enseada do Suá, Vitória - ES, 29050-950, Gabinete 802., filiado ao partido
MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO (MDB), pessoa jurídica de direito
privado inscrito no CNPJ nº 31.737.034/0001-97, com endereço na RUA ABIAIL DO
AMARAL CARNEIRO, Nº 191, ENSEADA DO SUÁ, Vitória / ES, CEP nº 29050535,
comparece, por meio de seu advogado (procuração anexa – com endereço profissional), com
amparo no art. 22-A, par. único, inc. II, da Lei dos Partidos Políticos e na forma da Resolução
TSE nº 22.610/2007, com o propósito de obter o reconhecimento de JUSTA CAUSA para
sua desfiliação da agremiação mencionada, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
01. DOS FUNDAMENTOS LEGAIS
Estabelece a Resolução TSE nº 22.610/2007 que o partido político poderá pleitear a perda do
mandato eletivo daquele que se desfilia sem justa causa – assim reconhecido como tal a
“grave discriminação pessoal” (inc. IV do parágrafo 1º do art. 1º) e os descumprimentos
reiterados do programa partidário, assim também considerado o vilipêndio dos ritos orgânicos
do partido (inc. III do parágrafo 1º do art. 1º).
O pedido pode ser formulado diretamente em juízo – art. 1º, §3º, da Resolução: “O
mandatário que se desfiliou ou pretenda desfiliar-se pode pedir a declaração da existência de
justa causa, fazendo citar o partido, na forma desta resolução”.
A competência do Tribunal Regional Eleitoral é atribuída pela própria Resolução TSE em seu
artigo 2º.
Num. 3412595 - Pág. 1Assinado eletronicamente por: IGOR AWAD BARCELLOS - 03/09/2020 08:43:38https://pje.tre-es.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20090308433715800000003222509Número do documento: 20090308433715800000003222509
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Com a mini reforma da Justiça Eleitoral, em 2015 (Lei nº 13.165), ocorreu alteração da Lei
dos Partidos Políticos (nº 9.096/95), para inclusão do art. 22-A que estabeleceu como regra a
perda do mandato eletivo, quando a desfiliação não possuir justa causa, justificando-se com
um dos motivos ao reconhecimento da justa causa, a “grave discriminação política e pessoal”
(art. 22-A, par. único, inc. II, da Lei dos Partidos Políticos)e os descumprimentos reiterados
do “programa partidário”, assim também considerado o vilipêndio dos ritos orgânicos do
partido (art. 22-A, par. único, inc. I, da Lei dos Partidos Políticos).
Nessa esteira, compete ao Requerente apresentar os fundamentos fáticos e documentais pelos
quais entende que existe evidente discriminação política e pessoal, que impede sua
permanência na Agremiação.
Nesse sentido, destaca-se a jurisprudência:
PETIÇÃO. INFIDELIDADE PARTIDÁRIA. AÇÃO DE PERDA DE CARGO
ELETIVO POR DESFILIAÇÃO PARTIDÁRIA SEM JUSTA CAUSA. (...) 6 -
Para alegar grave discriminação pessoal ou qualquer outra justa causa, não é
necessário o interessado ajuizar demanda de justificação de desfiliação
partidária, já que pode fazê-lo em sede defensória. (Petição n 119541,
ACÓRDÃO n 24605 de 03/05/2012, Relator(aqwe) EVA DO AMARAL COELHO,
Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 80, Data 09/05/2012, Página 2
e 3 )
Portanto, não seria sequer necessário ao Requerente o pleito, já que poderia fazê-lo em sede
de defesa na hipótese de acusação de infidelidade partidária. Todavia, são tão graves as
questões, que importam em ruptura imediata da relação estabelecida entre o
Requerente e o MDB do Espírito Santo, tamanha a perseguição sofrida e ainda os desvios
agressivos das diretrizes partidárias.
02. DOS FUNDAMENTOS FÁTICOS E DOS CASOS PARADIGMAS
O Deputado JOSÉ ESMERALDO vem sendo proclamado como INFIEL por alguns setores e
membros (inclusive, funcionários) do MDB, tanto no que diz respeito à matriz Municipal,
quanto sobre os auspícios da direção Regional.
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A discriminação política, partidária e pessoal, bem como os descumprimentos do programa
partidário (assim considerados os ritos orgânicos do partido) começou em prejuízo ao Dep.
José Esmeraldo, desde que esse se manifestou em favor de disputar a liderança partidária do
MDB no âmbito do Município de Vitória/ES e, ainda, declarando apoio a Marcelino Ayub
Fraga, que se movimentou para concorrer à presidência Regional do MDB.
A fim de comprovar a perseguição política, partidária pessoal, apresenta-se um relatório de
fatos ocorridos desde o início do ano de 2019 até a presente data:
1. No dia 26/04/2019 (sexta-feira), o MDB de Vitória/ES publicou no jornal de grande
circulação a CONVOCAÇÃO DA CONVENÇÃO, designando data para o dia 04/05/2019,
doc. 01;
2. No mesmo dia 26/04/2019, a chapa encabeçada pelo Dep. José Esmeraldo de Freitas,
apresentou a inscrição da Chapa “MDB RENOVAÇÃO PARA VALER”, doc. 02;
3. No dia 29/04/2019, conforme Ata de Reunião Extraordinária da Comissão Executiva
Municipal do MDB Vitória, a chapa do Dep. José Esmeraldo foi indeferida, doc. 03/04;
Ainda nesse sentido, comprova-se o fato alegado, a partir da petição de 28/04/2029 (REF.
CONVENÇÃO MUNICIPAL DE VITÓRIA-ES REGISTRO DE CHAPAS – DIRETÓRIO
MUNICIPAL), que registrou acusação em face do Dep. José Esmeraldo, bem como pleiteou o
indeferimento da chapa “MDB RENOVAÇÃO PRA VALER”, alegando indícios de
irregularidades no tocante à DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO atribuída ao Sr.
HELIOMAR COUTINHO DOS SANTOS, com recomendação de instauração de processo
ético disciplinar para apurar suposta responsabilidade.
4. No dia 08/05/2019, O Deputado José Esmeraldo de Freitas apresentou uma Notícia de
Fato à Promotoria Cível de Vitória/ES, apontando, especialmente, a utilização de sistema de
filiação em massa, com filiações retroativas, para fraude da Convenção Municipal de
Vitória/ES, conforme doc. 05.
Num. 3412595 - Pág. 3Assinado eletronicamente por: IGOR AWAD BARCELLOS - 03/09/2020 08:43:38https://pje.tre-es.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20090308433715800000003222509Número do documento: 20090308433715800000003222509
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5. Em 28/05/2019, o Dep. José Esmeraldo recebeu notificação da Procuradoria-Geral do
Ministério Público Estadual, dando-lhe conhecimento do GAMPES nº 2019.0012.6959-50,
que justamente seria uma denúncia de envolvimento do Dep. José Esmeraldo em fraude
(falsificação) nas declarações de consentimento individual de filiados para a disputa na
Convenção de Vitória. A denúncia foi protocolada naquele órgão em 02/05/2019, no curso
do prazo de recurso administrativo contra o indeferimento da Chapa. Veja-se que o
intuito foi impedir o desenvolvimento da Convenção de Vitória/ES, com a participação do
Dep. José Esmeraldo, posto que nem sequer havia sido esgotado o prazo de
recurso/decisão administrativa e as LIDERANÇAS do MDB já estavam acusando o Dep.
José Esmeraldo de conduta ilegal, conforme doc. 06.
Comprova-se o fato alegado, a partir da Notícia Crime registrada sob o nº. 2019.0011.9618-53
MP/ES, que registrou a seguinte acusação em face do Dep. José Esmeraldo:
Em razão da Resolução do MDB NACIONAL nº. 004/2018,
restou instaurado o processo interno do PARTIDO –
MUNICÍPIO DE VITÓRIA-ES., visando a eleição do
DIRETÓRIO MUNICIPAL e COMISSÃO DE ÉTICA E
DISCIPLINA, consoante EDITAL DE CONVOCAÇÃO,
publicado no jornal A Tribuna, edição de 26/04/2019.
Em tais circunstâncias, APRESENTADA CHAPA, subscrita
exclusivamente pelo Sr. JOSÉ ESMERALDO FREITAS,
candidato a presidente e beneficiário de fato da chapa sob a
dominação de “MDB RENOVAÇÃO PARA VALER”,
instruída com DECLARAÇÕES INDIVIDUAIS DE
CONSENTIMENTO DOS CANDIDATOS, consoante
exigência do ESTATUTO do Partido.
No entanto, uma DECLARAÇÃO INDIVIDUAL DE
CONSENTIMENTO DE CANDIDATO, apresenta divergência
grosseira quanto à assinatura lançada de próprio punho, no
tocante à supressão de letra, alteração de grafia e supressão de
sobrenome. A referida declaração, encabeçada por
“HELIOMAR COUTINHO DOS SANTOS”, lançado como
candidato ao Diretório Municipal – SUPLENTE, porém,
assinada por “HELIMAR COUTINHA”, [...].
No caso, forçoso se admitir indícios contundentes de
falsificação de documento particular, no que se refere à
assinatura, bem como de falsidade ideológica, no que se refere
ao conteúdo do referido documento.
[...]
Seja determinada a edição da competente ação penal em
desfavor do ora NOTICIADO, em confirmada a autoria e
materialidade, o mesmo se aplicando a eventual (is)
responsável (is) alcançados na fase inquisitória, para as ações
penais correspondentes, a qual prosseguirá até final da
condenação.
Num. 3412595 - Pág. 4Assinado eletronicamente por: IGOR AWAD BARCELLOS - 03/09/2020 08:43:38https://pje.tre-es.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20090308433715800000003222509Número do documento: 20090308433715800000003222509
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6. No dia 04/06/2019, o Dep. José Esmeraldo protocolou ofício de nº. 32/2019 na
Presidência da Assembleia Legislativa Capixaba, indicando à Procuradoria-Geral do
Ministério Público do ES sobre a necessidade de expedição de pedido de instauração de
investigação quanto ao possível crime de denunciação caluniosa em prejuízo ao Dep. José
Esmeraldo e à Assembleia Legislativa do ES. O pedido se deu por força da denúncia de
envolvimento do Dep. José Esmeraldo em fraude na assinatura de filiados. Não custa
lembrar, que a denunciação caluniosa decorre de imputação de conduta ilegal àquele
que sabidamente não cometeu (art. 339 do CP1).Veja-se que a própria Presidência da Casa
de Leis imputou absurda a acusação leviana perpetrada em face do Dep. José Esmeraldo, com
09 mandatos e nunca sancionado pela Justiça, conforme doc. 07/08.
7. No dia 10/07/2019, o Dep. José Esmeraldo de Freitas recebeu NOTIFICAÇÃO para
apresentação de defesa em Processo Ético Disciplinar de PED nº. 001/2019 instaurado pela
Comissão de Ética e Disciplina do MDB Nacional, para apuração de supostas práticas
infracionais de José Esmeraldo, conforme doc. 09/10.
Outrossim, há também além do pedido de nomeação de Comissão Interventora o pedido de
afastamento do Deputado José Esmeraldo feito pelos membros da Comissão da Executiva do
MDB – MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO – REGIONAL- ES- ESTADO DO
ESPÍRITO SANTO. Logo, o pedido de EXPULSÃO do Deputado José Esmeraldo foi
subscrito pela própria direção Regional do MDB/ES.
Por oportuno, destaca-se a Jurisprudência aplicável:
ELEITORAL. FIDELIDADE PARTIDÁRIA. AÇÃO DE DECLARAÇÃO DE
JUSTA CAUSA. ART. 1º, §3º DA RESOLUÇÃO TSE Nº 22.610.
LEGITIMIDADE. DETENTOR DE MANDATO POLÍTICO OU SUPLENTE.
GRAVE DISCRIMINAÇÃO PESSOAL. PERSEGUIÇÃO. INSTAURAÇÃO DE
PROCEDIMENTO INTERNO DE EXPULSÃO. AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO
DA DECISÃO INTERNA. ATO CONTRÁRIO AO ESTATUTO PARTIDÁRIO.
CONVENÇÃO PARTIDÁRIA CONSIDERADA VÁLIDA PELO E. TRE/AL.
PROCEDÊNCIA EM PARTE. (...) 3. Ao instaurar processo de expulsão contra os
requerentes, a agremiação partidária foi de encontro à decisão desta Justiça
Especializada, em verdadeiro sinal de revanchismo, sendo suficiente a
configurar atos de grave discriminação pessoal contra aqueles filiados.
(PEDIDO DE DECLARAÇÃO DE JUSTA CAUSA n 61, ACÓRDÃO n 6031 de
1"Dar causa à instauração de investigação policial, (...) instauração de investigação administrativa, inquérito civil
ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente:" [...]
Num. 3412595 - Pág. 5Assinado eletronicamente por: IGOR AWAD BARCELLOS - 03/09/2020 08:43:38https://pje.tre-es.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20090308433715800000003222509Número do documento: 20090308433715800000003222509
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18/05/2009, Relator(aqwe) ORLANDO MONTEIRO CAVALCANTI MANSO,
Publicação: DOE - Diário Oficial do Estado, Data 20/05/2009, Página 81/82 )
PETIÇÃO. AÇÃO DE PERDA DE CARGO ELETIVO POR DESFILIAÇÃO
PARTIDÁRIA. JUSTA CAUSA COMPROVADA. IMPROCEDÊNCIA. 1. Se a
simples instauração de procedimento disciplinar já revela claro caráter
intimidativo, capaz de suscitar ressentimento e desgaste ao investigado, não
restam dúvidas de que a injusta aplicação de penalidade de expulsão, torne inviável
a boa convivência dentro do partido. 2. Verificando-se a grave discriminação a
autorizar, nos termos do art. 1º, §1º, inciso IV, da Resolução TSE nº 22.610/07, a
desfiliação com justa causa, julga-se improcedente o pedido de decretação de perda
do cargo eletivo. (REQUERIMENTO n 134997, ACÓRDÃO n 11931 de
25/06/2012, Relator(aqwe) WILSON SAFATLE FAIAD, Publicação: DJ - Diário de
justiça, Volume 119, Tomo 1, Data 06/07/2012, Página 2-3 )
É importante destacar que o subscritor da petição de expulsão do Deputado José
Esmeraldo é o PRÓPRIO PRESIDENTE DO MDB/ES (há época), Welington Coimbra,
o que por si só já demonstra a impossibilidade de que ambos convivam em mesmo ambiente
partidário, bem como constitui prova cabal da ausência de imparcialidade interna corporis, já
que esse último era integrante da chapa adversária, quer seja, que disputou a Presidência do
Diretório Regional do MDB.
Comprova-se o fato alegado, a partir da petição datada em 01/07/2020 (anexo), dirigida ao
Diretório Nacional do MDB em Brasília, que registrou a seguinte acusação em face do Dep.
José Esmeraldo, doc. 11.
(Trecho extraído dos PEDIDOS)
[...] ato contínuo, a admissão dos adendos ora processados, para que, além de
REFERENDADA/CONVALIDADA a intervenção, junto à COMISSÃO DE
ÉTICA E DISCIPLINA do MDB NACIONAL, instaurados os
procedimentos de EXPULSÃO dos filiados –
MARCELINO AYUB FRAGA e JOSÉ
ESMERALDO DE FREITAS [...]. grifo nosso.
Por oportuno, destaca-se a Jurisprudência aplicável:
Ação declaratória de existência de justa causa. Desfiliação partidária. A
correspondência enviada pela presidência de diretório regional a parlamentar
evidencia o clima de animosidade existente entre as partes, a configurar grave
discriminação pessoal apta para justificar a saída da legenda, o que é ainda
reforçado pela sugestão do próprio partido de que se efetive a respectiva desfiliação.
Agravo regimental a que se nega provimento. (Recurso Ordinário nº 2371, Acórdão,
Relator(a) Min. Arnaldo Versiani, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico,
Data 06/08/2010, Página 52-53)
Num. 3412595 - Pág. 6Assinado eletronicamente por: IGOR AWAD BARCELLOS - 03/09/2020 08:43:38https://pje.tre-es.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20090308433715800000003222509Número do documento: 20090308433715800000003222509
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Pelo que se pode observar até aqui, evidente que o pedido de expulsão formulado e subscrito
pelo então Presidente do MDB Regional (doc. 12), demonstra em um só tempo: (i)
perseguição política e revanchismo e (ii) desinteresse da própria cúpula partidária Municipal e
Regional quanto à permanência do Dep. José Esmeraldo entre os filiados do MDB.
8. Em 19/07/2019, o Dep. José Esmeraldo recebeu nova notificação do MPES, para
apresentação de defesa administrativa em face de mais uma denúncia “anônima” em seu
desfavor. Agora se tratando de supostamente ter em seu gabinete servidor fantasma (assessor
externo de gabinete). A referida notícia “anônima” foi encaminhada ao Ministério Público
dentro do contexto delineado até aqui, podendo-se PRESUMIR que foi o próprio partido
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e/ou os membros contrários ao Dep. José Esmeraldo que lhe denunciaram
anonimamente, senão vejamos:
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Por oportuno, destaca-se a Jurisprudência aplicável:
Petição. Perda de Cargo Eletivo. (...) Mérito Comprovação do clima de animosidade
enfrentado pelo Requerido no partido, recusando-lhe a possibilidade de futura
candidatura, acusando-o de contratar funcionário fantasma, sugerindo sua
expulsão, insultando-o, chegando ao limite de que uma eventual candidatura sua ao
cargo de Deputado Estadual culminaria com deserções das fileiras da agremiação.
Configuração de grave discriminação pessoal. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO.
Num. 3412595 - Pág. 9Assinado eletronicamente por: IGOR AWAD BARCELLOS - 03/09/2020 08:43:38https://pje.tre-es.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20090308433715800000003222509Número do documento: 20090308433715800000003222509
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(PETIÇÃO n 060013042, ACÓRDÃO de 24/10/2018, Relator(aqwe) NICOLAU
LUPIANHES NETO, Publicação: DJEMG - Diário de Justiça Eletrônico-TREMG,
Data 30/10/2018 )
No dia 08/08/19, o Dep. José Esmeraldo protocolou Defesa Administrativa no processo
administrativo nº 001/2019 - pedido de expulsão junto ao MDB, pelo qual, diversas questões
processuais merecem pontuação, pois demonstram evidente VIOLAÇÃO ÀS
GARANTIAS CONSTITUCIONAIS e, ainda, vilipêndio do rito procedimental.
Especialmente, chama atenção o fato de ser instaurado procedimento de expulsão em âmbito
nacional, com caráter arbitrário, já que diametralmente oposto ao Regimento Interno, que dita
ser de competência ESTADUAL eventual infração ética, doc. 13.
No dia 07/10/2019, o Dep. José Esmeraldo de Freitas recebeu a decisão da
Procuradoria-Geral do Ministério Público Estadual (Notícia de Fato nº
2019.0012.6959-50), que arquivou a investigação sobre fraude em face do
Deputado José Esmeraldo de Freitas. A principal acusação do Partido em prejuízo
deste Deputado, inclusive, para instar processo de expulsão. Portanto, o suposto envolvimento
em fraude, restou superado pela Procuradoria-Geral, comprovando-se a denunciação
caluniosa promovida pela gestão do MDB em prejuízo ao Dep. José Esmeraldo, doc. 14.
Estatuto do MDB:
Art. 12. As medidas disciplinares serão aplicadas pela Comissão de Ética e
disciplina da área do punido, cabendo recurso, com efeito suspensivo, no prazo de
5 (cinco) ias da notificação, para igual Comissão hierarquicamente superior, que
decidirá em caráter definitivo.
Parágrafo único. Da decisão absolutória haverá recurso de ofício para a Comissão
hierarquicamente superior.
9. No dia 25/10/2019, o Desp. José Esmeraldo de Freitas recebeu mais duas decisões de
arquivamento de denúncias “anônimas” (autos nº 2019.0015.9106-82 e 2019.0015.9107-95 –
denúncias surgidas após o Dep. José Esmeraldo se candidatar a cargos de direção partidária).
Nos dois casos, o Exmo. Procurador-Geral do Ministério Público do ES entendeu inexistir
qualquer indício de irregularidade na conduta pública do Dep. José Esmeraldo, doc. 14.
Num. 3412595 - Pág. 10Assinado eletronicamente por: IGOR AWAD BARCELLOS - 03/09/2020 08:43:38https://pje.tre-es.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20090308433715800000003222509Número do documento: 20090308433715800000003222509
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10. Há uma aparente impressão de que a perseguição se encerrou no próprio ano de 2019.
Entretanto, verdade é que o recesso constitucional do judiciário e do parlamento (20 de
dezembro a 20 de janeiro), imprimiu sensação de calmaria, que após foi ampliada pela
ocorrência da pandemia do COVID-19.
11. Entretanto, bastou aproximação às campanhas eleitorais de 2020, que o MDB tornou a
agir em reforço a todos os atos de perseguição e vilipêndio de normas partidárias.
12. No dia 26/06/2020, o Dep. José Esmeraldo recebeu o Ofício de nº. 35/2020, por meio
de e-mail, com DECISÃO, pelo qual, o MDB nacional determina o encaminhamento de
“nova representação” no bojo do Processo Ético Disciplinar - PED nº. 001/2020, para a
Comissão de Ética Disciplinar se manifestar quanto o pedido de suspensão cautelar em face
do referido, bem como de Marcelino Ayub Fraga. Destaque-se, que tal representação foi
formulada pela COMISSÃO INTERVENTORA ESTADUAL DO MDB DO ESPÍRITO
SANTO e pelos representantes: José Maria Pimenta, Luzia Alves Toledo, Antônio
Caldas Brito, Lucas Henrique Salles Barreiro Nobre e Rocleison Gonçalves Costa, esses
últimos, adversários e, ou apoiadores dos adversários do Dep. José Esmeraldo na disputa
intrapartidária ocorrida no MDB, conforme doc. 15.
Excelência, os filiados do partido já referenciados têm interesse direto em prejudicar o
Requerente, visto que a sua suspensão e por consequência a sua expulsão abre caminho para a
a manutenção do poder e hegemonia por parte do grupo adversário ao Dep. José Esmeraldo
no partido no ES.
É de bom alvitre registrar que embora tal processo tenha ganhando nova numeração/ano, quer
seja, tenha sido revestido de “nova roupagem”, o seu conteúdo nada mais expõe uma sucessão
de ilações requentadas em face do requerente e que inclusive já foram objeto de análise no
Processo Ético Disciplinar de nº. 001/2019.
Assim, formulou-se “novo” processo para assegurar a continuidade de uma sanha ardilosa que
visa punir o requerente por ter integrado chapa adversária de determinado grupo.
Num. 3412595 - Pág. 11Assinado eletronicamente por: IGOR AWAD BARCELLOS - 03/09/2020 08:43:38https://pje.tre-es.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20090308433715800000003222509Número do documento: 20090308433715800000003222509
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O PED 001/2020, segue com o aproveitamento de um processo pretérito que emenda
discussões e ilações causadas notadamente pela disputada que se perdura para o comando do
partido ainda no ano de 2020.
13. Registre-se que em 06/07/2020 foi encaminhado pelo De. José Esmeraldo por meio de
seu patrono, documento por meio de e-mail ao Presidente da Comissão de Ética Nacional do
MDB, Sr. Jorge Luiz Caruso, solicitando informações com Declaração por Certidão e vista
aos autos do dito Processo, tendo em vista, o seu direito a observância dos preceitos
relacionados ao devido processo legal, ao princípio constitucional do contraditório e da ampla
defesa previstos no artigo 5º, inciso LV, da CRFB/88, bem como às disposições estatutárias
do próprio MDB, incluindo nelas o Código de Ética e Disciplina para franquear a ele a
participação das formalidades prescritas pela norma partidária e de conhecer e examinar as
acusações feitas em seu desfavor, o que restou sem resposta, conforme doc. 16.
14. Em 06/07/2020, o Deputado José Esmeraldo recebe em seu e-mail o Ofício de nº.
39/2020 às 19:35 da noite (anexo), o dando “ciência” da reunião da Comissão de Ética e
Disciplina que se realizaria na manhã seguinte, quer seja, em 07/07/2020 (terça-feira) às 10:30
hs em Brasília, pelo qual, houve votação pela SUSPENSÃO PARTIDÁRIA (SANÇÃO) de
forma CAUTELAR E SEM A OBSERVÂNCIA DE QUALQUER PROCEDIMENTO
PREVISTO NO REGIMENTO INTERNO E NO CÓDIGO DE DISCIPLINA DO
PARTIDO, conforme doc. 17.
15. Cumpre ressaltar que a comunicação feita por e-mail ao Dep. José Esmeraldo quanto a
reunião realizada na data de 07/07/2020, às 10:30 hs, NÃO foi acompanhada de
disponibilização de endereço ou link para o seu acesso a mesma, mas que curiosamente, o
ofício CEDN/MDB de nº. 03/2020 de 06/07/2020 (fls. 213) expedido pelo Presidente Jorge
Caruso – Presidente da Comissão de Ética e Disciplina Nacional que convoca o
Presidente Deputado Federal Baleia Rossi para a reunião da Comissão de Ética e Disciplina
do MDB, informa que a referida reunião se daria pela plataforma “Zoom”, em 07/07/2020 às
10:30 hs, visando discutir relatório do sr. EDUARDO BATTAGLIA KRAUSE e que
inclusive disponibiliza link para tanto, conforme doc. 18.
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No compilado de documentos contido no PED 001/2020, o ofício CEDN/MDB de nº. 03/2020
e o Ato Convocatório respectivamente contidos em fls. 213/214, ratificados pelo Deputado
Federal Baleia Rossi – Presidente Nacional do MDB que encaminha aos Membros da
Comissão de Ética e Disciplina Nacional do MDB o relatório do Sr. EDUARDO
BATTAGLIA KRAUSE para discussão e votação na reunião de 07/07/2020, também
confirma a disponibilização do link para a participação da reunião, mas menos para o
principal interessado, quer seja, para o Dep. José Esmeraldo, ora representado.
Quer seja, minimamente deveria ter sido disponibilizado o link de acesso a reunião que
decidiria sobre a punição (suspensão/expulsão) do filiado representado JOSÉ ESMERALDO
FREITAS, mas o contrário disto, somente demonstra e comprova a GRAVE
DISCRIMINAÇÃO E PERSEGUIÇÃO PESSOAL E POLÍTICA em face do requerente,
além da violação dos princípios e garantias constitucionais do devido processo legal, ampla
defesa e do contraditório, quando tratado com desigualdade, veja-se doc. 17:
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Enquanto para o requerente Dep. José Esmeraldo, não há qualquer referência a
possibilidade de participação ou acompanhamento do feito, quer seja, NÃO FOI
DISPONIBILIZADO LINK DE ACESSO A REUNIÃO SOBRE A SUA SUSPENSÃO
CAUTELAR, senão vejamos, abaixo:
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É relevante consignar, que ainda que considerássemos a possibilidade de a suspensão
provisória se dar sem a oitiva do requerente, não significa que ele não possa participar seja
diretamente ou indiretamente dos atos de instrução do procedimento, por meio até mesmo do
acompanhamento do seu causídico.
A exemplo disso, Excelência, bem sabemos que nos inquéritos policiais, ou seja, mesmo nos
procedimentos de caráter inquisitório é pacífico franquear para as partes a oportunidade do
acompanhamento da defesa para melhor instrução do procedimento, pois em verdade o que
existe é ao menos o contraditório diferido.
Então, por quê em um Processo Ético Disciplinar, pelo qual, se discute até mesmo a expulsão
do filiado Dep. JOSÉ ESMERALDO DE FREITAS com MANDATO PARLAMENTAR em
vigência, o contraditório e a ampla defesa foram preteridos?
Ressalta-se que o art. 40 do Código de Ética e Disciplina do MDB dita:
Art. 40. Aplicam-se ao processo ético deste Código, subsidiariamente, as normas
do Código de Processo Penal e legislação complementar pertinente.
Assim, a aplicação do Código de Processo Penal aos feitos administrativos, por óbvio, que
também atrai a aplicação dos FUNDAMENTOS axiológicos e principiológicos da norma
nacional ao âmbito interno do Processo Ético-Disciplinar do MDB.
Além disso, é importante registrar que conforme consta em Ata de Reunião realizada em
07.07/2020, dos 10 votantes, 07 deles votaram para a SUSPENSÃO e EXPULSÃO
SUMÁRIA do requerente, tendo sido, declinada a possibilidade de EXPULSÃO
naquele momento, somente depois de mediação feita pela Presidência da Comissão de
Ética, em razão do risco de uma futura nulidade do processo.
16. Somente em 27/07/2020, o Deputado José Esmeraldo recebe em seu e-mail
documentos e requerimentos da representação da Comissão Nacional Interventora e outros
pela SUSPENSÃO PARTIDÁRIA (SANÇÃO) de forma CAUTELAR E SEM A
OBSERVÂNCIA DE QUALQUER PROCEDIMENTO PREVISTO NO REGIMENTO
INTERNO E NO CÓDIGO DE DISCIPLINA DO PARTIDO – doc. 19.
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17. Em 13/08/2020, o Deputado José Esmeraldo recebe em seu e-mail o Ofício 049/2020
com a Ata da Reunião da Comissão da Executiva Nacional do MDB, realizada em 12/08/2020
que deliberou pela suspensão provisória da filiação do requerente, pelo prazo de 60 (sessenta)
dias, com a devolução dos autos para a Comissão de Ética. Destaca-se, mais uma vez, sem
oitiva do requerente, doc. 20.
18. Em 18/08/2020, o Deputado José Esmeraldo recebe em seu e-mail NOTIFICAÇÃO
para apresentar defesa no prazo de 15 dias úteis no PED 001/2020, quer seja, no Processo
Ético Disciplinar que objetiva a sua SUSPENSÃO e EXPULSÃO do MDB, prazo esse que
ainda não se esgotou – doc. 21.
A verdade é que desde que o requerente resolveu colocar o seu nome à disposição para
integrar a chapa diversa da apoiada pelos integrantes da cúpula do MDB, foi se tornando
insustentável a permanecer no partido, pois a todo o instante recebe ataques com
representações infundadas e com decisões e notificações arbitrárias.
Por oportuno, destaca-se a Jurisprudência aplicável, mutatis mutandis, pois que a
SUSPENSÃO ilícita deve ser entendida nos mesmos limites dos paradigmas abaixo:
PEDIDO DE DECRETAÇÃO DE PERDA CARGO ELETIVO DE VEREADOR.
DESFILIAÇÃO PARTIDÁRIA OCORRIDA APÓS 27/03/2007 (CONSULTA TSE
N° 1398). JUSTA CAUSA RECONHECIDA. PEDIDO JULGADO
IMPROCEDENTE. 1. Preliminares de impossibilidade jurídica do pedido, ausência
de litisconsórcio necessário e ausência de interesse de agir rejeitadas. 2. Grave
discriminação demonstrada através da expulsão do filiado por deliberação de
Assembléia Extraordinária sem a existência de ampla defesa. 3. Comprovada a
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ocorrência da hipótese prevista no art.1º, § 1°, IV, da Resolução TSE Nº
22.610/2007, impõe-se reconhecer a justa causa para a desfIliação partidária. 4.
Improcedência do pedido. (PEDIDO DE DECRETAÇÃO DE PERDA DE CARGO
ELETIVO n 2968, ACÓRDÃO n 5034 de 10/07/2008, Relator(aqwe) MANOEL
CAVALCANTE DE LIMA NETO, Publicação: DOE - Diário Oficial do Estado,
Data 14/7/2008, Página 59/60 )
AÇÃO DE PERDA DE CARGO ELETIVO POR INFIDELIDADE PARTIDÁRIA.
RESOLUÇÃO TSE N.º 22610/07. DEPUTADO ESTADUAL. (...) SUSPENSÃO
TEMPORÁRIA. REPERCUSSÃO NEGATIVA. DESGASTE DE SUA IMAGEM.
EXISTÊNCIA DE MOTIVAÇÃO A SER CONSIDERADA COMO JUSTA
CAUSA PARA A DESFILIAÇÃO. AÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE. (...)
Decorre justa causa para a desfiliação a irregular a (...) a suspensão cautelar da
sua filiação - em desrespeito ao princípio do contraditório -, a repercussão
negativa que o fato teve na mídia, desgastando sua imagem perante a opinião
pública e das notícias veiculadas de que pessoas da cúpula do partido o queriam vê-
lo pelas costas. Mesmo porque o requerido não é julgado, nestes autos, por qualquer
outro fato que não seja a sua desfiliação partidária. (...) (FEITO NÃO -
ESPECIFICADO n 323, ACÓRDÃO n 5741 de 30/07/2008, Relator(aqwe) JOSÉ
PAULO CINOTI, Publicação: DJ - Diário de justiça, Volume 1789, Data
12/08/2008, Página 264/265 )
AÇÃO DE DECRETAÇÃO DE PERDA DE CARGO ELETIVO. DEPUTADO
ESTADUAL. IMPOSIÇÃO DE GRAVES SANÇÕES AO REQUERIDO DE
FORMA ARBITRÁRIA, COM INOBSERVÂNCIA DAS NORMAS
ESTATUTÁRIAS. GRAVE DISCRIMINAÇÃO PESSOAL. JUSTA CAUSA
CONFIGURADA. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO.(...).4. Foi imposta ao
primeiro requerido, de forma arbitrária, a grave sanção de suspensão por 6
meses, com a consequente interdição do exercício político-partidário nesse
período, prejudicando sobremaneira sua atividade parlamentar e também sua
participação nas atividades e decisões do partido, em importante momento de
definição quanto às candidaturas do pleito de 2016.5. A sanção foi aplicada pelo
presidente regional do partido requerente com inobservância das normas
estatutárias, que exigem o respeito às garantias constitucionais do contraditório
e da ampla defesa, bem como que a decisão seja tomada pela maioria absoluta
dos membros da Comissão Executiva. O primeiro requerido não foi nem
mesmo informado sobre o teor exato da acusação a ele dirigida. (...) 7. O
conjunto probatório produzido nos presentes autos, que ganha especial relevância
ante a ausência de procedimento regularmente instruído e processado no âmbito
interno do partido, aponta para a insubsistência dos motivos elencados pelo
requerente para a aplicação da sanção de suspensão ao primeiro requerido,
corroborando, assim, a existência da grave discriminação pessoal por ele sofrida.
(...) (PETIÇÃO n 20303, ACÓRDÃO de 09/10/2017, Relator(aqwe) CRISTINA
SERRA FEIJÓ, Publicação: DJERJ - Diário da Justiça Eletrônico do TRE-RJ, Tomo
258, Data 18/10/2017, Página 68/72 )
19. Como outros pontos de relevância, podemos destacar os vídeos de circulação
promovida pelo próprio Presidente (há época) do MDB Estadual, dando conta de possuir
pleno apoio da cúpula partidária Nacional, especialmente, afirmando que as violações à
Ampla Defesa, Contraditório e Devido Processo Legal possuíam amparo na cúpula
nacional do MDB.
Por oportuno, destaca-se a Jurisprudência aplicável:
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PEDIDO DE DECLARAÇÃO DE JUSTA CAUSA (PET. Nº 135-66) E PEDIDO
DE PERDA DE CARGO ELETIVO (PET. Nº 1221-72). PROCEDIMENTOS
REGULADOS NA RES.-TSE Nº 22.610/07. CONEXÃO. REUNIÃO DOS
FEITOS. AGRAVO INTERPOSTO EM FACE DE DECISÃO
INTERLOCUTÓRIA. NÃO CABIMENTO. ART. 11 DA RESOLUÇÃO TSE Nº
22.610/07. RECURSO NÃO CONHECIDO. DECISÃO POR MAIORIA.
PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE ATIVA (PET. Nº 1221-72). REJEIÇÃO.
MÉRITO. VEREADOR ELEITO. AFASTAMENTO DA PRESIDÊNCIA DO
DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PARTIDO. PROCEDIMENTO QUE NÃO
OBSERVOU O DIREITO AO CONTRADITÓRIO E A DEFESA. OFENSA À
CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ART. 5º, LV). EFICÁCIA HORIZONTAL DOS
DIREITOS FUNDAMENTAIS. GRAVE DISCRIMINAÇÃO PESSOAL
CONFIGURADA. JUSTA CAUSA RECONHECIDA. PEDIDO DE
DECRETAÇÃO DE PERDA DE CARGO ELETIVO. IMPROCEDÊNCIA.
DECISÃO UNÂNIME. (...) 3. De acordo com o colendo STF, no RE nº 201.819/RJ,
"(...) os direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente
não apenas os poderes públicos, estando direcionados também à proteção dos
particulares em face dos poderes privados." 4. Colhe-se dos autos, que o
procedimento de afastamento do parlamentar da direção municipal do PSOL,
não observou o exercício do contraditório e da ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes, como impõe a Carta Política de 1988, em seu art. 5º,
LV. 5. Mensagem encaminhada pelo Presidente do Diretório Estadual do partido ao
chefe de gabinete do parlamentar, dando como certa a expulsão do mandatário,
sem que tenha sido garantido a ele o devido processo constitucional, demonstra
a existência de grave discriminação pessoal. 6. A grave discriminação pessoal
estará caracterizada quando o partido, ao agir, ofende direitos do mandatário,
estejam eles fixados no estatuto da agremiação, em lei ou no texto
constitucional. (...) 8. Pedido de declaração de justa causa julgado procedente, e
improcedente o de perda de cargo eletivo. (REPRESENTACAO n 13566,
ACÓRDÃO n 8503 de 25/01/2012, Relator(aqwe) FRANCISCO MALAQUIAS DE
ALMEIDA JUNIOR, Publicação: DEJEAL - Diário Eletrônico da Justiça Eleitoral
de Alagoas, Tomo 17, Data 31/01/2012, Página 02/03 )
Outrossim, é importante registrar que não há Procuração dos representantes JOSÉ MARIA
PIMENTA, LUZIA ALVES TOLEDO, ANTÔNIO CALDAS BRITO, LUCAS
HENRIQUE SALLES BARREIRO NOBRE e ROCLEISON GONÇALVES COSTA
outorgando poderes especiais para o advogado Sirlei de Almeida, inscrito na OAB/ES de nº.
7.657, subscritor da petição de fls. 01/27 do PED 001/2020 para propor pedido de
expulsão/suspensão em face de JOSÉ ESMERALDO DE FREITAS.
Quer seja, o processo Ético Disciplinar é inaugurado com peça de autoria dos representantes
JOSÉ MARIA PIMENTA, LUZIA ALVES TOLEDO, ANTÔNIO CALDAS BRITO,
LUCAS HENRIQUE SALLES BARREIRO NOBRE e ROCLEISON GONÇALVES
COSTA, que atribuem supostas práticas de atos atentatórios à ética partidária ao filiado
JOSÉ ESMERALDO DE FREITAS com pedido de punição de suspensão e expulsão, sem ao
menos está acompanhada de Procuração específica para o advogado Sirlei de Almeida.
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Por outro lado, há Procuração (fls. 81 PED 001/2020) do MDB representado na pessoa do
Presidente da Comissão Interventora Washington Reis para o advogado Sirlei de Almeida,
inscrito na OAB/ES de nº. 7.657 representar em juízo ou fora dele [...], perante a Comissão
Executiva Nacional do MDB, [...], Comissão Nacional de Ética e Disciplina do MDB, [...].
Vejamos:
Nesse sentido, indaga-se: Qual equidistância e a isenção do Partido MDB para referendar
decisão da Comissão de Ética e Disciplina pela punição de JOSÉ ESMERALDO DE
FREITAS quando o mesmo advogado que subscreve as peças que instrui o processo de
punição de seus filiados - representados é o mesmo Advogado dos filiados representantes –
leia-se, todos adversários ou amigos dos adversários do filiado Dep. JOSÉ ESMERALDO DE
FREITAS?
Nos órgãos de imprensa local, há veiculação de noticias oriundas do próprio partido como na
reportagem abaixo datada em 21/08/2020, dando como certa a expulsão de MARCELINO
AYUB FRAGA e JOSÉ ESMERALDO DE FREITAS, sem que nem mesmo o Processo
Ético Disciplinar tenha sido concluído e ainda em prazo de defesa, senão vejamos:
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20. Em caráter conclusivo, pode-se apontar: consoante demonstrado, a perseguição
política, partidária e pessoal, passou a ocorrer em prejuízo ao Requerente, desde quando
submeteu seu nome à disputa pela Presidência do MDB Municipal de Vitória/ES, bem como
por ter declarado apoio a Marcelino Ayub Fraga, para disputa à Regional. A partir disso,
diversas situações impensáveis foram praticadas pela cúpula Municipal, Regional e até
mesmo Nacional do MDB. O Dep. José Esmeraldo veio a ser acusado de fraude (o que
sabidamente não seria possível, como reconheceu a Procuradoria-Geral do Ministério Público,
também sofreu injusto pedido de expulsão partidário e até mesmo SUSPENSÃO da filiação
de forma arbitrária e sem observância dos procedimentos próprios. Enfim, evidente, que não
há possibilidade de que o Dep. José Esmeraldo se submeta ao comando de Luzia Toledo
(MDB Municipal de Vitória), Welington Coimbra (MDB Regional) ou a Baleia Rossi
(MDB Nacional), considerando a impraticável relação de disputa travada, com
acusações levianas em face do Dep. José Esmeraldo.
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Como sabido, o entendimento sedimentado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e pelo TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) é de que somente a desfiliação injustificada acarreta a perda de
mandato eletivo, o que não se aplica ao caso em apreço.
Ademais, ficou evidente pela série de processos administrativos, proposições de acusações
infundadas, denúncias travestidas de anonimato, e outros, de que esses procedimentos foram
fomentados por pessoas que pertencem a mais alta cúpula do partido, não existindo
imparcialidade na condução dos atos direcionados ao Deputado José Esmeraldo.
03. DA JURISPRUDÊNCIA DO TRE/ES APLICÁVEL
O Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Espírito Santo, em recente julgado, confirmou
que nos casos em que a ampla defesa e contraditório são violados em processos Éticos-
partidários oriundos de disputas pelo comando dos diretórios partidários regionais, por si só,
incide em justa causa para deixar a agremiação partidária sem perda do mandato
parlamentar. Vejamos:
EMENTA
AÇÃO DECLARATÓRIA DE JUSTA CAUSA PARA DESFILIAÇÃO
PARTIDÁRIA. PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA INDEFERIDO. AUSÊNCIA
DE EVIDENTE PROBABILIDADE DO DIREITO. DESVIO REITERADO DO
PROGRAMA PARTIDÁRIO. AUSÊNCIA. FALTA DE GARANTIA DE
LEGENDA. AUTONOMIA PARTIDO. DESTITUIÇÃO DE PARLAMENTAR
DA PRESIDÊNCIA DE DIRETÓRIO MUNICIPAL. MEDIDA
DISCIPLINAR.INOBSERVÂNCIA DO ESTATUTO PARTIDÁRIO E DA
CONSTITUIÇÃO. JUSTA CAUSA PARA DESFILIAÇÃO PARTIDÁRIA .
PROCEDÊNCIA. 1. O suposto desvio reiterado do programa partidário não pode ser
invocado como justa causa, pois as circunstâncias que o envolvem evidentemente
não foram decisivas para que o Parlamentar requeresse a desfiliação, nem tampouco
foram suficientes para tornar a sua vida insuportável dentro da agremiação, que é
elemento subjetivo imprescindível para a verificação de justa causa. 2. A falta de
garantia de legenda, não representa justa causa de desfiliação, uma vez que a
Constituição assegura aos Partidos Políticos autonomia para adotar os critérios de
escolha. 3. A destituição do Parlamentar da Presidência do Diretório Municipal
ao arrepio do próprio Estatuto partidário e da Constituição, porque o
Parlamentar não teve oportunidade para se defender, é, por si só, justa causa
para desfiliação partidária (precedentes). 4. Procedência. Vistos etc. Resolvem os
Membros do Egrégio Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo, de
conformidade com a ata e notas taquigráficas da sessão, que integram este julgado, à
unanimidade de votos, JULGAR PROCEDENTE O PEDIDO OBJETO DA AÇÃO
DECLARATÓRIA DE EXISTÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA O FIM DE
DESFILIAÇÃO PARTIDÁRIA AJUIZADA POR DANILO BAHIENSE
MOREIRA EM FACE DO PSL/ES, para ainda, agora por maioria de votos,
JULGAR IMPROCEDENTE O PEDIDO DE RETROAÇÃO DOS EFEITOS DO
DECISUM À DATA DE 04.04.2020. Sala das Sessões, 12/08/2020.
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O reconhecimento a justa causa para o requerente desfiliar-se da agremiação partidária
(MDB) a qual pertence atualmente, é uma questão de cristalina justiça, uma vez que o
presente caso não comporta outro entendimento a não ser a aplicação da justa causa para a
desfiliação do MDB pelo requerente.
Acrescenta-se que de modo taxativo o art. 44 do Código de Ética do MDB autoriza a
eventual suspensão do filiado única e exclusivamente nos seguintes casos: a) urgência, na
hipótese de o representado poder frustrar o regular processo ético; b) quando a demora do
processo puder tornar a aplicação da penalidade ineficaz ou; c) quando estiverem ameaçadas
de obediência as resoluções dos órgãos partidários, os princípios programáticos ou a unidade
do Partido, o que, a toda evidência, não é o caso do que aconteceu com o requerente.
Portanto, da leitura do referido artigo, não se constata qualquer fundamentação em seu
caput que ao menos sinalizasse a necessidade de aplicação do pretendido procedimento
cautelar, tendo por ocasião sido violadas todas as regras do devido processo legal.
Arremata-se que o espaço de liberdade confiado à agremiação partidária pelo legislador
constituinte encontra-se substantivamente limitado pela preservação de um conjunto de
valores elencados no caput de seu art. 17, quais sejam: “o regime democrático”, o
pluripartidarismo e a defesa da dignidade da pessoa humana, sendo insustentável para o
requerente permanecer associado a sigla partidária por todos os fatos e fundamentos jurídicos
já expostos.
04. DOS REQUERIMENTOS E PEDIDOS
Ante o exposto, REQUER:
a) A citação do Requerido, na pessoa de seu Presidente em exercício (WASHINGTON REIS
DE OLIVEIRA – [email protected] ou no endereço RUA ABIAIL DO
AMARAL CARNEIRO, Nº 191, ENSEADA DO SUÁ, Vitória / ES, CEP 29050535), para
apresentar a sua defesa no prazo de 05 dias, nos termos do art. 4º da Resolução
TSE nº 22.610/2007, sob pena de revelia.
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b) A intimação do Ministério Público para apresentação de Parecer, nos moldes do art. 6ª da
Resolução supra.
c) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, em especial pelos
documentos acostados à Inicial, por testemunhas a serem arroladas e novos documentos que
se mostrarem necessários.
d) O julgamento procedente, a fim de declarar a ocorrência de justa causa (art. 1º, §3º, da
Res. TSE nº 22.610/2007), permitindo-se por consequência a desfiliação partidária do
Requerente e a manutenção de seu mandato estadual, autorizando-o a filiação em partido
outro que julgar adequado.
Vitória/ES, 03 de setembro de 2020.
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Igor Awad Barcellos
OAB/ES nº. 24.825
Num. 3412595 - Pág. 24Assinado eletronicamente por: IGOR AWAD BARCELLOS - 03/09/2020 08:43:38https://pje.tre-es.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20090308433715800000003222509Número do documento: 20090308433715800000003222509