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Vistos etc,   Trata-se de Ação Declaratória c/c Obrigação de Fazer, com pedido subsidiário de RescisãoContratual, Reparação de Danos e Concessão de Tutela de Urgência, inaldita altera pars.,proposta por Lucco – Produções Artísticas Ltda, Rodrigo Peres de Paula Medeiros, Lucas Correade Oliveira, Lara Menezes da Silva e Dayane de Oliveira Camargo, em desfavor de Maykow deCarvalho e Melo, Bruno Rigamonte Carneiro e MEGA Produções Artísticas Ltda – ME. Alegam os Autores que representam os interesses do cantor sertanejo Luccas Lucco, em todo oterritório nacional e no exterior, narrando a conquista de prêmios, composições e publicações,que demonstram a fama do artista. Narram que, para a continuidade do trabalho do cantor, buscou-se a música chamada “Só nãodeixa eu tomar birra”, composta pelas Autoras Lara e Dayane, em co-autoria com os RequeridosMaykow e Bruno, conforme negociações realizadas entre as Autoras e os Requeridos, viaaplicativo de celular denominado WatsApp, cuja conversa foi registrada e autenticada emCartório, conforme documento anexo à inicial. Dizem os Requerentes que pagaram o preço total de R$15.000,00 (quinze mil reais) pela obra,que está registrada no ECAD sob o número 14640456, ficando o preço distribuído entre Autoras eRequeridos, na proporção de 25% (vinte e cinco por cento), para cada. Alegam que foi realizada,em contrapartida, “Liberação com exclusividade autoral” a favor do artista Lucas Lucco, peloprazo de 1 (um) ano. Alegam que os Requeridos, ao contrário do que foi combinado entre as partes, não autorizam otermo de liberação da obra, esquivando contato com as Autoras, deixando de repassar o termocorrespondente à 50% (cinquenta por cento) da obra, frustrando os investimentos realizados pelaAutora Lucco Produções, que inclui divulgação, videoclipe, gravação, no valor de R$150.000,00(cento e cinquenta mil reais). Denunciam ato arbitrário dos Requeridos, que entraram com pedido junto à rede social Youtubepara que fosse retirada a produção da música “só não deixa eu pegar birra” interpretada peloartista Lucas Lucco, sob o argumento de que não autorizaram a cessão autoral. Assim, fundamentam o pedido de tutela de urgência antecipada, alegando probabilidade dodireito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Pedem os Autores que este juízo “autorize que a primeira Autora e o artista Lucas Lucco possamveicular/explorar a obra autoral 'só não deixa eu tomar birra', independentemente da autorizaçãodos 2 (dois) primeiros Réus, que possuem 50% (cinquenta por cento) da obra autoral, suprimindoa vontade deles, em relação a todas as mídias, oficiando-se a Gravadora Sony Music para quepossibilite a inclusão e distribuição da obra autoral em todos os meios físicos e plataformasdigitais, tais como Youtube, Apple, Itunes, Spotfy, Deezer, AmazonMP3, Google, Tidal, Shazan,VIVO, dentre outras existentes ou que venha ser criadas”. Em caráter sucessivo, pedem a tutela para comercializar/explorar/veicular a obra “só não deixa eupegar birra”, por meio da Gravadora Sony Music, para que possibilite a inclusão e distribuição daobra autoral em todos os meios físicos e plataformas digitais existentes ou que venham a sercriadas, se abstendo de retirar a obra do ar, sob pena de multa de R$100.000,00 (cem mil reais)por cada ato. Pede a designação da audiência de conciliação ou mediação, com citação dos Promovidos.

Processo: 5182639.57.2016.8.09.0051

Usuário: Pedro Henrique Carlos Vale - Data: 05/08/2016 16:25:29

GOIÂNIA - 7ª VARA CÍVEL - II

Procedimento Comum

Valor: R$ 100.000,00 | Classificador: INICIAL - DECLARATÓRIA

Tribunal de Justiça do Estado de GoiásDocumento Assinado e Publicado Digitalmente em 05/08/2016 12:40:40Assinado por RICARDO TEIXEIRA LEMOSValidação pelo código: 108853472782, no endereço: https://projudi.tjgo.jus.br/PendenciaPublica

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  Decido.   Diz o novo Código de Processo Civil (Lei 13.105, de 2015), que a tutela provisória podefundamentar-se em urgência ou evidência. Com efeito, a tutela provisória de urgência, cautelar ouantecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. Não obstante, o juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação datutela provisória (art. 297 do NCPC/2015), cautelar ou antecipada, quando a parte estiver naiminência de sofrer dano de difícil ou impossível reparação, especialmente o perigo de dano ourisco ao resultado útil do processo. Conforme os fatos narrados na exordial, o cantor sertanejo Luccas Lucco é famoso em todo oterritório nacional e no exterior, conquistando prêmios, realizando composições e outraspublicações, que demonstram a fama do artista. Conforme os documentos juntados em anexo, mais especificamente o ANEXO IV, há termo decessão autoral com exclusividade de 50% da obra “só não deixa eu pegar birra”, concedida pelasco-autoras Lara Menezes da Silva e Dayane de Oliveira Camargo à Lucco – Produções ArtísticasLtda e Lucas Correa de Oliveira, restando apenas autorização dos Réus, que detêem outros 50%(cinquenta por cento) dos direitos autorais. Aqui, há plausibilidade do direito, pois metade doscompositores reconhecem o negócio jurídico realizado e a cessão de direitos aos Autores. Também juntou-se documento registrando conversa no aplicativo WatsApp, onde os própriosRequeridos negociam os direitos autorais da obra realizada em co-autoria, vide ANEXO V, que éa Ata Notarial objeto de constatação de conversas escritas e áudios do aplicativo realizados entreos autores da obra. Como se vê, recomenda-se a concessão da tutela aos Autores, pois um exame sumário dos fatosnarrados na inicial revela que a execução da obra registrada perante o ECAD sob o número14640456 não impedirá futura reclamação de direito, pelos Requeridos em relação aos Autores,caso improcedentes os pedidos dos Autores. Dessa forma, preserva-se a própria utilidade doprocesso, através da geração de benefícios econômicos que serão, ao final, distribuídos entre aspartes conforme o direito discutido em juízo. Não há, por outro lado, perigo de irreversibilidade da medida (art. 300, §3º do NCPC/2015). Assim já pronunciou o nosso egrégio TJGO, sobre a tutela provisória, cautelar ou antecipada,com deferimento da medida liminar: “AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE  OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANO MATERIAL E MORAL. DECISÃO QUE DEFERIU O PEDIDO DE  TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIAANTECIPATÓRIA. ARTIGO 300, § 3°, DO CPC/15. PROBABILIDADE DO DIREITO, PERIGO DEDANO OU  RISCO DE RESULTADO ÚTIL AO PROCESSO E  REVERSIBILIDADE DA MEDIDAVERIFICADOS.  MANUTENÇÃO DO ATO JUDICIAL AGRAVADO. 1.  Segundo disposto no caputdo artigo 300 do CPC/15, a  tutela provisória de urgência antecipatória será concedida  quandohouver elementos que evidenciem a probabilidade  do direito e o perigo de dano ou o risco aoresultado útil  do processo. 2. Soma-se a isto, a leitura do § 3º do  mesmo dispositivo legal,dispondo que não se concede a  referida medida quando houver perigo de irreversibilidade  dosefeitos da decisão. 3. Devem ser mantidos os termos  da decisão singular agravada quandodevidamente observados os pressupostos legais para o deferimento da  tutela de urgência em

Processo: 5182639.57.2016.8.09.0051

Usuário: Pedro Henrique Carlos Vale - Data: 05/08/2016 16:25:29

GOIÂNIA - 7ª VARA CÍVEL - II

Procedimento Comum

Valor: R$ 100.000,00 | Classificador: INICIAL - DECLARATÓRIA

Tribunal de Justiça do Estado de GoiásDocumento Assinado e Publicado Digitalmente em 05/08/2016 12:40:40Assinado por RICARDO TEIXEIRA LEMOSValidação pelo código: 108853472782, no endereço: https://projudi.tjgo.jus.br/PendenciaPublica

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destaque. 4. AGRAVO  CONHECIDO E DESPROVIDO. DECISÃO A QUO MANTIDA. (TJGO,AGRAVO DE INSTRUMENTO 155433-15.2016.8.09.0000, Rel. DES. GERSON SANTANACINTRA, 3A CAMARA CIVEL, julgado em 28/06/2016, DJe 2064 de 08/07/2016)”  Portanto, torna-se necessário o deferimento da tutela de urgência, que pode ser efetivadamediante a imposição de obrigação de fazer, não fazer, ou qualquer outra medida idônea paraassegurar o direito, até mesmo sobrestamento de direitos (art. 301 do NCPC/2015). Ficando os Autores advertidos que, a tutela provisória conserva sua eficácia na pendência doprocesso, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada (art. 296 do CPC/2015). Nestes termos, por vislumbrar a presença dos pressupostos processuais, DEFIRO a tutelaprovisória pedida pelos Provomentes. DETERMINO que a primeira Autora, LUCCO – Produções Artísticas Ltda  e o artista Lucas Luccopodem veicular/explorar a obra autoral “só não deixa eu tomar birra”, independentemente daautorização dos 2 (dois) primeiros Réus, Maykow de Carvalho e Melo e Bruno RigamonteCarneiro, que possuem 50% (cinquenta por cento) da obra autoral, independentemente davontade ou anuência deles, ficando autorizada a parte autora explorar todas as mídias. EXPEÇA-SE ofício à Gravadora Sony Music, para que possibilite a inclusão e distribuição da obraautoral em todos os meios físicos e plataformas digitais, tais como Youtube, Apple, Itunes, Spotfy,Deezer, AmazonMP3, Google, Tidal, Shazan, VIVO, dentre outras existentes ou que venham sercriadas. Em caráter sucessivo, ficam autorizados os Autores a comercializar/explorar/veicular aobra “só não deixa eu pegar birra”, por meio da Gravadora Sony Music, para que possibilite ainclusão e distribuição da obra autoral em todos os meios físicos e plataformas digitais existentesou que venham a ser criadas, se abstendo de retirar a obra do ar. Tudo, sob pena de multa quefixo em R$100.000,00 (cem mil reais) por dia de descumprimento, em face dos Réus e daGravadora Sony Music, sem prejuízo da sua majoração ou redução a qualquer tempo, caso serevele insuficiente ou excessiva. Para perfeito cumprimento desta tutela provisória, DETERMINO que os Autores procedam, noprazo de 15 (quinze) dias, à inclusão da gravadora Sony Music, mencionada na petição inicial,como Requerida no polo passivo da lide, visto a interveniência direta no caso concreto sub judice. DETERMINO a citação dos Promovidos, que deverão apresentar Contestação no prazo legal de15 (quinze) dias, com as respostas a ela inerentes, nos termos do art. 336 do CPC/2015, sobpena de revelia, art. 344 do mesmo Código. O prazo para resposta, Contestação, terá como termo inicial a data da audiência de conciliaçãoou mediação, ou data da última sessão de conciliação, ou data do protocolo do pedido decancelamento da audiência, nos termos do art. 335 do CPC/2015. Intime-se. Cite-se. Expeça-se mandado.

       Goiânia, 05 de agosto de 2016.

       Ricardo Teixeira Lemos             Juiz de Direito

Processo: 5182639.57.2016.8.09.0051

Usuário: Pedro Henrique Carlos Vale - Data: 05/08/2016 16:25:29

GOIÂNIA - 7ª VARA CÍVEL - II

Procedimento Comum

Valor: R$ 100.000,00 | Classificador: INICIAL - DECLARATÓRIA

Tribunal de Justiça do Estado de GoiásDocumento Assinado e Publicado Digitalmente em 05/08/2016 12:40:40Assinado por RICARDO TEIXEIRA LEMOSValidação pelo código: 108853472782, no endereço: https://projudi.tjgo.jus.br/PendenciaPublica